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Para continuar mudando o Brasil CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES R ano 3 nº 25 maio de 2010 www.cut.org.br Governo de Minas não quer pagar o Piso e trabalhadores da educação fazem greve Página 6 CUT tem quase o mesmo número de sindicalizados que a soma das outras cinco centrais Página 2 100 anos de Aurélio Página 8 Sindicalistas da África, Ásia e Oceania debatem estratégias internacionalistas em São Paulo Página 6 Sistema de banda larga no Brasil precisa levar internet, telefonia, TV e rádio digitais para todos Página 8 “Plataforma da CUT para as Eleições 2010" é lançada oficialmente durante o 1º de Maio em São Paulo, com as presenças dos presidentes Adi e Artur e com Dilma, Lula e Mercadante. Páginas 4 e 5

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Page 1: Paracontinuar - cut.org.br · vam para maior deterioração do mercado de trabalho e das condições de vida da população ... nas assembleias, na elaboração de nossas ... petroleiros

Para continuarmudandooBrasilCENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES

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Governo de Minasnão quer pagar o Piso

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Página 6

CUT tem quase omesmo número de

sindicalizados que asoma das outras

cinco centraisPágina 2

100 anosde Aurélio

Página 8

Sindicalistas da África,Ásia e Oceania

debatem estratégiasinternacionalistas

em São PauloPágina 6

Sistema de bandalarga no Brasil

precisa levar internet,telefonia, TV e rádio

digitais para todosPágina 8

“Plataforma da CUT para as Eleições 2010" é lançada oficialmente durante o 1º de Maioem São Paulo, com as presenças dos presidentes Adi e Artur e com Dilma, Lula e Mercadante.

Páginas 4 e 5

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edi orial

Artur Henrique, presidente nacional

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onquista

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) mantémliderança disparada no índice de representatividade dascentrais sindicais. De todos os trabalhadores e trabalha-doras associados a sindicatos filiados a alguma centralno Brasil, 38,23% estão em entidades cutistas. Asegunda colocada, a Força Sindical, é quase três vezesmenor, tendo 13,71% dos sindicalizados. Os dadosfazem parte de relatório divulgado recentemente peloMinistério doTrabalho.

Continuar sendo a maior já é uma notícia e tanto, masas boas novas vão além. Sozinha, a Central representaquase a soma de todos os sindicalizados filiados àsoutras centrais que, juntas, detêm 40,18%. Os demaisestão associados a sindicatos que ainda não encami-nharam ao Ministério do Trabalho documentação oficial– em sua maioria, sindicatos de rurais ou trabalhadorespúblicos,onde a CUThistoricamente lidera.

"Isso comprova o acerto de nossa estratégia: autono-mia, independência, mobilização e, também, a cora-gem de não ser omissa, de ter lado, de se posicionarnas grandes disputas", avalia o presidente da Central,Artur Henrique. "O resultado também cala aqueles quediziam que a CUT ia diminuir em função de seu posicio-namento frente ao governo Lula", completa.

A representatividade também reflete um critério maisamplo de aferição.Em lugardo número de sindicatos -

índice em que a CUT também é líder, com 33% - opercentual de representatividade oficial é baseado nonúmero de brasileiros sindicalizados.Assim, o que valerealmente não é quantos sindicatos cada central tem,massimquantosbrasileirosestão na base.

"OcrescimentodoíndiceoficialderepresentatividadedaCUT é fruto da ação de nossos sindicatos de base, querealizam campanhas salariais aguerridas, que trazemconquistasparaos trabalhadorese trabalhadoras,equevão além das questões economicistas, fazendo umadisputa de um novo projeto de sociedade e de um outromodelo de desenvolvimento", destaca Denise MottaDau,secretárianacionaldeRelaçõesdoTrabalho.

CUTtemquaseomesmonúmerodesindicalizadosdasoutrascincocentrais

Hércules Santos volta ao Jornal da CUTpara lembrar que o 1º de Maio

é dia de luta, de reflexão e de unidadepara acumular forças e manter o movimento

por avanços sociais.Bom tema para se pensar em ano de

eleições. Hércules trabalha paradiferentes entidades sindicais cutistas.

A CUT tem assumido, cada vez mais, um papelprotagonista no enfrentamento dos grandestemas nacionais, reafirmando-se como o principalinstrumento de luta dos trabalhadores e trabalha-dorasdo País.

O ano de 2010 terá, certamente, um acirramentoda disputa de projetos para o Brasil. Podesignificar para a classe trabalhadora brasileira umano de garantia da continuidade e aprofundamen-to de políticas que corroboram com nossasconcepçõesdemocráticasesocialistas.

Como não permitiremos retrocessos em relaçãoaos avanços conquistados nos últimos oito anos,a CUT intensifica sua estratégia organizativa e delutas por um modelo de desenvolvimento quetenha como elementos decisivos a valorização dotrabalho e a participação popular, construindopropostas de diretrizes para um projeto nacionalde desenvolvimento, consubstanciadas na“Plataformada CUTpara asEleições2010”.

A “Plataforma” será o instrumento para consolida-ção das parcerias no movimento sindical e social,enraizamento das propostas e intervenção efetivanaseleições2010.

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Jornal da CUT Presidente:Secretária nacional de Comunicação: Direção Executiva:

Jornalista responsável: Redação eedição:

Projeto gráfico e diagramação: Capa: Colaborou nesta edição:Impressão: Tiragem:

é uma publicação mensal da Central Única dos Trabalhadores. Artur Henrique da Silva Santos.Rosane Bertotti. Adeilson Ribeiro Telles; Antonio Lisboa Amâncio do

Vale; Aparecido Donizeti da Silva; Carmem Helena Foro; Dary Beck Filho; Denise Motta Dau; Elisângela dos Santos Araújo; ExpeditoSolaney; Jacy Afonso de Melo; Jasseir Alves Fernandes; João Felício; José Celestino; José Lopez Feijóo; Julio Turra; Junéia MartinsBatista; Manoel Messias; Maria Julia Nogueira; Pedro Armengol; Quintino Severo; Rogério Pantoja; Rosana Sousa de Deus; Rosaneda Silva; Shakespeare Martins de Jesus; Vagner Freitas; Valeir Ertle. Isaías Dalle (MTB 16.871).

Isaías Dalle, Leonardo Severo, Luiz Carvalho, Paula Brandão, Vanessa A. Paixão (secretaria e revisão), William Pedreira daSilva e Éder Eduardo (programador). TMax Propaganda. Parizotti.Cedoc. Bangraf. 20 mil exemplares.

CUTFS

UGTCTB

NCSTCGTB

36,79%13,10%7,19%6,12%5,47%5,02%

38,23%13,71%7,19%7,55%6,69%5,04%

1,44%0,61%0,00%1,43%1,22%0,02%

Percentual de representatividadedas Centrais Sindicais

Central Sindical

Fonte: DOU 29/03/10

2009 2010 Variação

(texto extraído da “Plataforma”)

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Próximo à avenida Paulista, em São Paulo, trabalhadores pegam fila para saber o que sobrou na conta bancária

a n o 3 n º 2 5 m a i o d e 2 0 1 0 w w w. c u t . o r g . b r 3

his ória

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O 1º de Maio de 1990 se deu em meio a um cenáriodesolador, em que o desemprego e o arrochosalarial já galopavam e todas as previsões aponta-vam para maior deterioração do mercado detrabalho e das condições de vida da populaçãocomo um todo.

O debate em todos os atos da CUT naquele dia eraa necessidade de ampliar o número de greves já emcurso e preparar uma grande mobilização nacional.

Um pouco antes, numa terça, 15 de março, o Brasilassistia atônito ao anúncio de um pacote econômicoque passaria à história como um dos maiores

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Desde seu início, ciclo neoliberalno Brasil apanhou da CUT

desastres brasileiros. O Plano Collor, implementadoà força de medida provisória, sem nenhum debate,causou confusão e desespero.

O confisco das poupanças foi o aspecto mais visívelda ópera bufa encenada por Zélia Cardoso de Mello,ministra da Economia, e por toda a equipe montadapor Collor. De repente, trabalhadores em geral viramsuas economias desaparecerem. Segundo ogoverno, o confisco era a título de empréstimo, paraconter a inflação e rearranjar a base monetária.

– Mas não foi só. A medida provisóriaestabelecia que o governo determinaria, a cada iaManipulação

mês, quais seriam os reajustes de preços e desalários. Teve início uma fase de escandalosamanipulação de dados. “Esta é a boa notícia quetenho para lhes dar hoje”, disse Zélia em pronuncia-mento na TV, antes de anunciar que o reajuste dossalários seria zero porque – aí a tal “boa notícia” – ainflação havia sido zero. Era mentira, e as pesquisasdo Dieese seguiam denunciando a farsa.

A CUT desde o início atacou o plano, por serrecessivo. A Central argumentava que a forterecessão do período anterior é que havia ocasiona-do o surto inflacionário que corria naquele início dosanos 1990. Portanto, adotar recessão comoremédio seria mortal. A Central denunciava tambémo ataque do governo Collor ao Estado e apontavanas demissões arbitrárias de servidores públicos ena abertura indiscriminada do mercado o início dociclo neoliberal.

–Grevespipocavamemtodasaspartesdopaís e em todos os setores, culminando na GreveNacional das Categorias em Luta, dia 10 de junho. Aacumulação de forças para um movimento nacionalrefletia uma preocupação que o boletim “Informa CUT”trazia em sua edição 97. Nela, o então coordenador doDieese,WalterBarelli,afirmavaqueeraprecisosuperara tática de “grevilha”, na qual “o contendedor avança,conquista posições, mas se desgasta e, no final dascontas, recua (...)ACUTestá atuando constantementevisandoo imediato,seus líderesatuamcomo‘grevilhei-ros’,esquecendo-sedaestratégia”.

O então coordenador do Dieese também exortava aCUT a adotar uma estratégia para os 10 anosseguintes, que tivesse como um dos fundamentosa luta pela modificação do perfil da distribuição derenda no País. Segundo Barelli, uma das metas eraaumentar a participação dos salários na rendanacional, que naquele momento estava em 35%.Em 2006, dado mais recente apontado pelo“Anuário dos Trabalhadores”, do Dieese, a participa-ção dos salários na renda nacional era de 54%.

A greve nacional e todas as mobilizações decategorias tinham entre as metas principais aestabilidade no emprego por seis meses e garantiade reposição da inflação. Tempos difíceis.

Estratégia

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4a n o 3 n º 2 5 m a i o d e 2 0 1 0 w w w. c u t . o r g . b r

Por todo o Brasil, trabalhadoras e trabalhadorescomemoraram o 1º de Maio de olho nas eleições 2010,em que há uma forte disputa entre dois projetos de País.Em todos os atos foi reafirmada a necessidade deimpedir o retrocesso, representado pelo projetoneoliberal, e garantir a ampliação do projeto progressis-ta, democrático epopularque estáemcurso no Brasil.

Não só no Brasil, mas em diversos países da AméricaLatina, que vem assumindo o papel de um modeloalternativo à hegemonia do Hemisfério Norte. Este temafoidebatido,porexemplo,no1ºdeMaioLatino-Americanoda CUT-SP, inclusive através de um Seminário SindicalInternacionalnodia30deabril. Comestemesmoespíritode solidariedade internacional, 18 lideranças da CUTparticiparamdascelebraçõesemCuba.

campanhas salariais e durante nosso trabalho nacampanha eleitoral deste ano. Carregá-la nas entrevis-taspara jornais, rádioseTVs tambémvai ajudar.

As 223 propostas nela contidas têm formulaçãodescomplicada e sem excessos.Tratam da realidade dotrabalho de cada um, das comunidades onde moramos,

Público no Memorial da América Latina curte show de Milton Nascimento

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Justamente por conta dessa disputa de projeto e pelanecessidade de garantir os avanços de nossa região, aCentral lançou oficialmente no 1º de Maio a “Plataformada CUT para as Eleições 2010”. Resultado de uma sériede debates iniciada há dois anos com todos os ramos deatividades representados pela CUT – confederações,federações e sindicatos –, por todo o Brasil, a Plataformaapresenta propostas concretas para consolidar asmudanças positivas que o Brasil experimenta nosúltimos oito anos e, especialmente, para introduzir outrosavanços que direcionem cada vez mais o País para umarealidade de justiça social, valorização dos direitos detodos os trabalhadores, da dignidade de todas as faixasetárias, gêneros e etnias, e para a construção de ummodelo alternativo, democrático e popular com horizon-tes transitóriosparaasociedade socialista.

T – Lançada a Plataforma, nossosdesafios serão divulgá-la e promover seus valores parao maior número possível de pessoas e usá-la perma-nentemente como instrumento de pressão e cobrançasobre os candidatos e candidatas e, posteriormente,sobre oseleitospelo voto popular.

Assim, uma de nossas tarefas, dirigentes e militantes, éutilizá-la como referência nos debates no local detrabalho, nas assembleias, na elaboração de nossas

arefa de campanha

Bancários de São Paulo, petroleiros de todo o Brasile servidores do Ceará representaram a CUT em Cuba

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das regiões e do país. Apresentam desde ideias sobrecomo cuidar bem dos bairros até como preservarnossas matas e florestas, passando por mudançasprofundas no sistema financeiro, melhorias na saúdepública,na educação ena segurança,entre outras.As propostas dialogam entre si, complementam-se,apontam na mesma direção. Estão agrupadas em trêseixos:

1) Valorização do trabalho2) Igualdade,distribuição de renda e inclusão social3) Estado democrático com caráter público e participa-ção ativa dasociedade.

A Plataforma pode e deve também suscitar debates eatos políticos em todas as regiões do País, ao longodeste ano.

“Já sabíamos, mesmo antes dacrise mundial, que o modeloeconômico em curso está exauri-do, social e ambientalmente.Devemos superá-lo, iniciando umanova etapa. Nossa Plataforma sepretende um guia nesta jornada”,comentaArtur Henrique, presiden-te daCUT.

AMAPÁ

BAHIA

CEARÁ

DISTRITO FEDERAL

ESPÍRITO SANTO

GOIÁS

MATO GROSSO

PARAÍBA

- Caminhada no centro comercialde Macapá. Aproveitando a ocasião, a CUTcoletou assinaturas para o abaixo–assinadoda convenção 156, que trata da igualdadede oportunidades e direitos para homens emulheres.

- Cinco mil trabalhadores lotaram aPraça Municipal de Salvador que ficoutomada pelo vermelho da CUT. Em Feira deSantana, a atividade contou comcaravanas de trabalhadores rurais queparticiparam de solenidade com cultoecumênico.

- Ato político em homenagem aostrabalhadores. Em seguida, manifestaçõesculturais e shows com a exposição deprodutosdaeconomia solidária.

- Passeio Ciclísticoem defesa do meio ambiente e pela paz notrânsito. Luta, cultura e diversão marcaram aatividade no estado.

- Seis mil pessoasparticiparam da caminhada doTrabalhador,reivindicando entre tantos pontos, reduçãoda jornada de trabalho de 44 para 40 horassemanaissemredução de salários.

- O vermelho da CUT prevaleceuna Marcha dos Trabalhadores em Goiânia,que contou com a participação de 20 milpessoas. Logo após, os trabalhadorespuderam usufruir de atividades culturais eshows.

- Além da 22ª Romariados Trabalhadores e Trabalhadoras, a CUTorganizou neste 1° de maio o II EncontroEstadual de Juventude cutista e coleta deassinaturas em defesa da campanharedução da jornada de trabalho de 44 para40 horas semanais sem redução desalários.

– A CUT participou de sessãoespecial ao Dia do Trabalhador naAssembleia Legislativa de João Pessoa.Logo depois, os trabalhadores saíram emcaminhada paraumatopúblico.

PARANÁ

PERNAMBUCO

PIAUÍ

RIO DE JANEIRO

RIO GRANDE DO NORTE

RIO GRANDE DO SUL

RORAIMA

SÃO PAULO

- Atos políticos, manifestaçõesculturais, palestras e debates sobre diversosassuntos de interesse da classetrabalhadora marcaram o 1° de Maio noParaná.

- Audiências públicas edebates com temas de interesse da classetrabalhadora foram realizadas durante todaa semana do 1°de Maio,por todo o Estado.

- Caminhada e ato público emTeresina marcaramo 1°de Maio no Piauí.

- No dia 1°,trabalhadores saíram em passeata pelamanhã,epela tarde realizaramatividadecomcultura, shows e tendas temáticas, tais comoadacampanhapelas40horassemanaise“OPetróleoTemQueSerNosso”.

- Ato políticoe cultural com caminhada até a Praça dosPescadores, onde foi organizado um atopúblico.

- Ato públicoconjunto com movimentos sociais, no Parqueda Redenção, com show em tributo ao cantorLeonardo, um grande parceiro e apoiador daCUT,mortoemmarçodesteano.

-Trabalhadores saíram às ruaspara protestar contra o desemprego,corrupção e cr iminal ização dosmovimentossociais.

- No ABC, o Paço Municipalde São Bernardo sediou a comemoração.Em Bauru, os trabalhadores se reuniram noParque Vitória Régia. Na cidade deCampinas, houve passeata até o Largo daCatedral. Em Osasco e Guarulhos ostrabalhadores também foram às ruas. Nacapital, além do 1º de Maio Latino-Americano no Memorial, houve CUT Cidadãem homenagem aos trabalhadores comserviços gratuitos: emissão de carteiraprofissional, certidões de nascimento e deóbito, RG, além de oficina de higiene bucal,corte de cabelo e orientação sobrealcoolismoeprevençãoàAIDS.O

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Dia Nacional de Mobilizações e Paralisações: na luta pela redução da jornada detrabalho sem redução de salário, trabalhadores/as de todas as regiões do Brasil vão atrasar a entrada deturnos, paralisar parcial ou integralmente as empresas e fazer mobilizações de rua no dia 18 de maio.Abaixo,o cartazde chamada da mobilização,que ossindicatospodembaixaremwww.cut.org.br.

Num clima de afirmação classista, de luta e solidariedadeanti-imperialista, 110 sindicalistas de 24 países participa-ram de 19 a 23 de abril na capital paulista do 9º CongressodaIniciativadoSul frenteàGlobalizaçãopelosDireitosdosTrabalhadores (SIGTUR), rede de Centrais Sindicais doHemisférioSul.

Conforme o coordenador do SIGTUR, o autraliano RobLambert, a recepção da CUT em um país como o Brasil,comricaexperiênciadeunidadeemobilização, “potencia-lizaaconstruçãodeumaplataformapolíticacomum”.

O secretário de Relações Internacionais da CUT, JoãoAntonio Felício, avaliou que o evento contribuiu para“estreitar as relações solidárias e de combate aoneoliberalismo, incorporando contribuições para aintegração das lutas como um gesto de auto-defesa doSul, de afirmação do papel do Estado, de valorização dotrabalho,geração de renda e garantia de direitos”.

Em nome do Sindicato dos Mineiros da África do Sul, KarlCloete destacou que “este é um momento crucial para oenfrentamento, uma vez que a crise global do capitalismoquase levouomundoaocolapso”.

Conforme Adolfo Aguirre, secretário de RelaçõesInternacionais da CTA (Central de Trabalhadores daArgentina), cada vez mais está sob os ombros da classeoperária “escrever de que forma se constrói um outromundopossível”.

“Com o apoio do movimento sindical, resistimos, lutamospara impedir a perda de direitos e derrotamos o neolibera-lismo e as pretensões da ALCA (Área de Livre Comérciodas Américas). Agora, é hora de avançar e universalizardireitos”, defendeu o ministro Luiz Dulci, da SecretariaGeral da Presidência,emdebate comossindicalistas.

Palestrante no evento, o professor Emir Sader, secretárioexecutivo do Conselho Latinoamericano de CiênciasSociais, conclamou as lideranças “a aprofundar ocombate à hegemonia do capital financeiro conduzidapelo neoliberalismo”.

Participaram do Congresso sindicalistas da África do Sul,Angola, Argentina, Austrália, Bolívia, Brasil, Colômbia,Coréia do Sul, Eritréia, Filipinas, Guiné, Índia, Indonésia,Malásia, Nigéria, Paraguai, Quênia, República Democráti-ca do Congo, Senegal, Serra Leoa,Tailândia,Timor Leste,Tunísia e Zâmbia.

Entre os principais compromissos do SIGTUR estão adefesa do comércio justo e equitativo para a industrializa-ção e o desenvolvimento do sul global; o fim da especula-ção e da subordinação dos mercados à lógica financeira;intensificar a promoção e defesa dos direitos sindicais emtodosospaíseseummundolivredaagressãoimperialista.

Cena comum na abertura dos debates: delegações entoam hinos de luta

Sindicalistas de 24 paísesdebatem integração

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2010

Dia Nacional de Mobilizações e Paralisações18 de maio

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www.cut.org.br

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urtas

25 anos de lutasOs trabalhadores da educação de Minas Gerais, em grevedesde o dia 8 de abril, reivindicam a implementaçãoimediata do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN) noestado. A direção do Sindicato Único dos Trabalhadoresem Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) explica queo reajuste salarial de 10% anunciado pelo ex-governadorAécio Nevesnão atende a reivindicação.

Em greve

No último 28 de abril, Dia Nacional em Memória das Vítimasde Acidentes e Doenças do Trabalho, a CUT e as demaiscentrais foram a Brasília cobrar do deputado Michel Temer,presidente da Câmara dos Deputados, que sejamfinalmente encaminhadas para votação as propostas emprojetos de lei para alterações de artigos da Lei 8213/91,que mudará a atual legislação previdenciária.

Acidentes de trabalhoResíduos sólidos

Cooperativa de Diadema (SP) recicla garrafas PET

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CUT e entidades que integram a Frente NacionalpelaAprovação da Política dos Resíduos Sólidosreivindicam a imediata aprovação pelo SenadoFederal do projeto de lei 203/1991, que estabele-ce novas regras para o manejo de lixo no Brasil.Representantes da frente protocolaram em todosos Gabinetes do Senado um registro doposicionamento do caráter de urgência damatéria. O objetivo é que a lei seja sancionadapelo presidente da República em 5 de junho, Diado Meio Ambiente.

Em comemoração aos 25 anos de histórias e

lutas, o Sindicato dos Aeroviários de Porto

Alegre organiza no dia 28 de maio a tradicional

festa compão, salsichão e chopp à vontade.

Após 16 dias de greve, os trabalhadores da construção civil deCamaçari e Região conquistaram reajuste nos salários de 10%,mais abono em torno de 2,5% e reajuste de 50% no valor da cestabásica. O Sinditiccc (Sindicato dos Trabalhadores da ConstruçãoCivil de Camaçari e Região) avalia que a luta foi dura, masaltamente positiva.

Segundo dados da Pnad 2008, no Brasil, cerca de 92,5 milhõesde pessoas com cinco anos ou mais de idade estavaminseridas no mercado de trabalho. Na luta para mudar estarealidade, a CUT-RS lança no dia 25 de maio a Campanhacontra oTrabalho Infantil.

Combate ao trabalho infantil

O Projeto de Lei Complementar 277/05, que permite aostrabalhadores com deficiência se aposentarem com menostempo de contribuição, foi aprovado na Câmara dosDeputados no dia 14 de abril. Para o Coletivo Nacional deTrabalhadores (as) com Deficiência da CUT, ainda é precisomudanças no texto. Um dos problemas é o processo deavaliação conduzido pelos peritos do INSS, que dificultam aaposentadoria.

Aposentadorias especiais

O Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região vai eleger osComitês Sindicais de Empresa e o Comitê Sindical dosMetalúrgicos Aposentados entre 12 e 14 de maio. A CUT apoia achapa 1. No 2º turno da eleição, que acontecerá nos dias 9, 10 e 11de junho, serão eleitos membros da Diretoria Plena, do Conselho daDireção Executiva,da Direção Executiva e do Conselho Fiscal.

Metalúrgicos de Taubaté

AConfederação Nacional dosTrabalhadores em Estabelecimentosde Ensino (Contee) realizará nos dias 29 e 30 de maio o seu XIVConselho Sindical em São Paulo, para debater e aprovar resolu-çõessobre conjuntura política,econômica e educacional.

A CUT, em parceria com a Fundação Perseu Abramo, PT eConselho Nacional das Populações Extrativistas promoveunos dias 15, 16 e 17 de abril, em Belém (PA), o Seminário“Amazônia: caminhos para o desenvolvimento econômico,social e sustentável com a inclusão do seu povo.” Presente aoSeminário, a secretária Nacional de Meio Ambiente da CUT,CarmenForo,destacouentreospontosdebatidos,a lutapelosdireitos das comunidades que vivem na região, das popula-ções tradicionais e indígenas, ao mesmo tempo em que éprecisoavançarnageraçãodeempregoetrabalhodecente.

Discutindo educação

Desenvolvimento para a Amazônia

Conheç@mais sobre as atividades do seu ramoe do seu estado no portal da CUT

www.cut.org.br

Em eleição na Federação da Alimentação do Rio Grande doSul (FTIA/RS), nos dias 19 e 20 de abril, a Chapa 1 CUTistasagrou-se vitoriosa com 70% dos votos válidos sobre aChapa 2,que contava comapoio dasoutrascentrais.

FTIA/RS é CUT

Realizada entre os dias 28 de março e 1° de abril, a ConferênciaNacionaldeEducação(Conae) foiumespaçopluraledemocráticonalutaporumaeducaçãopúblicaedequalidade.Osrepresentantesdosmovimentos sociais tiveram papel fundamental na elaboração daspropostas, aprovadas na Plenária final. Entres os destaques estão: onovo Plano Nacional de Educação que vigorará de 2011 a 2020; acriação de um Sistema Nacional de Educação com o fortalecimentodo caráter público, gratuito e de qualidade; a implementação doFórum Nacional de Educação; o aumento do percentual do PIBdestinado à Educação; a criação de uma Lei de ResponsabilidadeEducacional; assegurar o cumprimento do Piso Salarial ProfissionalNacional com plano de carreira no setor público; destinação de 50%dos recursos do pré-sal para a educação e políticas voltadas para adiversidade levando em consideração que cada área possuiespecificidadeshistóricas,políticas,de lutassociais.

Conae

Mobilização traz resultado

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a n o 3 n º 2 5 m a i o d e 2 0 1 0 w w w. c u t . o r g . b r 8

Trabalhadores querem internetbanda larga sob controle estatal

e onomia ultura

O Brasil está debatendo, a partir do governo federal e dediversas entidades sociais e empresariais, um novomodelo para a banda larga no Brasil. A banda larga, maisque um acesso veloz à internet, é um novo serviço decomunicações que reúne diversas mídias

– .

Com a evolução das tecnologias, a internet banda larga jánão é mais apenas um meio de transmissão de entreteni-mento ou cultura, o que por si só já é extremamenteimportante, e sim um canal por onde transitam cada vezmais todas as atividades econômicas e sociais de um país.Assim, conforme a Fittel-CUT (Federação Interestadualdos Trabalhadores em Telecomunicações), a internetbanda larga se tornou “uma infraestrutura crítica, como sãooscasosda água e da energia”.

Por essas características, e sua importância estratégicapara o desenvolvimento e as novas formas de produção, agestão da banda larga é uma responsabilidade da qual o“Estado não pode se eximir”, diz estudo publicado pelaentidade emsua página de internet.

Os investimentos em pesquisa que a União Europeia planejaaplicar em temas relacionados à banda larga, desde 2007 até2013, dão uma medida da atenção que o assunto vemmerecendo. São 9,7 bilhões de euros, mais do que o destina-do às pesquisas em outras áreas vitais, como os 6 bilhões deeurosemsaúdeemedicinae2,3bilhõesdeeurosemenergia.Otemaestádiretamenteligadoàsoberanianacional.

“Portanto, um dos pontos defendidos pela CUT e suasentidades do ramo é que a operadora do sistema deve serpública, assim como a Petrobrás é a principal agente doscombustíveis”, afirma a secretária nacional de Comunicaçãoda CUT, Rosane Bertotti, lembrando que o tema foi debatidona Conferência Nacional de Comunicação, em dezembro. ATelebrás reúne as condições para cumprir este papel nabanda larga, com controle social exercido através deconselhos.Osistemapodecomportaraatuaçãodeempresasprivadas,massubordinadasàoperadoraestatal.

– telefone,acesso internet,TVe rádio numúnico meio

Dicionário:Aurélio(sm)

Sinônimo de dicionário até hoje, 21 anos após sua morte,Aurélio Buarque de Holanda Ferreira não tinha acesso alivros e tampouco a dicionários durante sua infância emPorto de Pedras (AL), cidade vizinha a Passo de Camara-gibe,onde nasceu e viveu porapenasnove meses.

Mesmo no interior e com pouco acesso a livros, bastou oprimeiro deles cair-lhe nas mãos para que o menino, comocontaria o acadêmico anos mais tarde, apaixonasse-se porpoesia. Já idoso, ao responder se havia tido influênciafamiliar em seu gosto pela literatura, disse: “Pelo contrário,nunca pessoa alguma soube orientar-me no estudo dalíngua ou em qualquer outro estudo, o que, somado àsdificuldades dos meus primeiros tempos de menino e derapaz, teria dado para desistir, se a curiosidade e a possívelvocação não fossemmaispoderosasdo que tudo”.

Aos 13 anos, mudou com a família para Maceió, estudoucom afinco e pouco tempo depois já dava aulas. Aos 15,teve de interromper os estudos para trabalhar. Em 1938,fixou-se no Rio, contratado pelo IBGE (Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística). Trabalhava oficialmente comestatística, mas passou a colaborar com publicaçõesdiversas e a consolidar a carreira. Foi também revisor, efiguras lendáriascomoManuelBandeiraconfiaram-lheseusmanuscritos. Após este período, trabalhou com o amigoPauloRonáinaantologiadecontos“MardeHistórias”.

Não importa onde, estava sempre a colher palavras, fosseem textos escritos, fosse na fala do povo. Foi registrandotudo até que em 1970 passou a organizar o famoso“Dicionário Aurélio”, que seria lançado cinco anos depois.Em77, lançouo igualmente famoso“MinidicionárioAurélio”.

Morreu em 1989. Deixou uma viúva, Marina Baird, doisfilhos e cinco netos. No último dia 3 de maio, completou100 anos de nascimento. Em sua homenagem, haveráexposições e até mesmo um festival literário em MarechalDeodoro (AL), no segundo semestre. Está sendopreparada também uma nova edição, de tiragem limitada,doseudicionário.

Ensino técnico e profissionalizante, cada vez maisnecessário para o País enfrentar os desafios desofisticar sua produção e de incluir mais e maistrabalhadores nesse cenário, ainda é um direito deacesso muito restrito.

De cada três crianças brasileiras que ingressam noensino fundamental, apenas uma chega ao ensinomédio. Das que chegam, apenas 10% frequentam oensino técnico e tecnológico.

O tema deve ser bastante discutido durante este anoeleitoral. Alguns dados recentes podem ajudar aentender o debate. Desde 1909 até 2003, ou seja, em94 anos, foram construídas no Brasil 140 escolastécnicas. Desde 2004, seis anos portanto, 115 novas

escolas técnicas federais já foram concluídas e estãoem operação e, até o final deste ano, segundo prometeo Ministério da Educação e Cultura, outras 99, atual-mente em construção, serão entregues. “Mas é bomnotar que 83% de todos esses investimentos vêm dogoverno federal”, afirmou Clemente Ganz Lúcio,coordenador técnico do Dieese, em recente palestrasobreo tema.

Clemente também avalia que é preciso rediscutir ochamado Sistema S, que ministra cursos técnicos eprofissionalizantes, sem integração com as redes federale estaduais. “Combinada com a ampliação da rede,articular as ações dessas escolas seria importante,inclusive para definir qual tipo de curso mais adequadoou necessário para cada região”, avalia Clemente.

Ensino técnico, desafio constantedirei os

Edição mais recente da obra que imortalizou o aniversariante

Símbolo de alta velocidade, banda larga deve ser universal

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Outro desafio é levar a banda larga a todos os brasileiros e,como se sabe, a universalização não é prioridade dosempreendedores privados. Daí, mais uma vez, a necessi-dade de a operação estar sob controle do Estado.

Outro aspecto essencial é a mudança da legislação, quehoje trata os diversos serviços de forma fragmentada,criando um emaranhado de regulamentos conflitantes que,no final, acabampenalizando osusuáriosde baixa renda.

A fragmentação também é obstáculo para que serviçospúblicos de toda a sorte possam ser acessados a partir deum único terminal. A ideia da Fittel é garantir convergênciatotal, a ponto de um centro cultural numa pequena cidadeda região Norte poder acessar todo o conteúdo das TVspúblicas,museus e bibliotecas do Brasil, porexemplo.

O Plano Nacional de Banda Larga deve ter também entresuas propostas fundamentais o investimento em cursos dequalificação para que os trabalhadores possam, a despeitoda idade ou da familiaridade com computadores, estarprontos para manter seus empregos e sua renda. E que asmudanças já existentes ou as que virão não ampliem asobrecarga nos locais de trabalho.