1 - medidas de prevenÇÃo de acidentes com navios petroleiros

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16 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS Em 19 de novembro de 2002, o “Prestige”, um navio-tanque de casco simples com 26 anos de idade, portando bandeira de Bahamas, e que conduzia 77.000 toneladas de óleo pesado, afundou a 130 milhas da costa da Galícia, Espanha. As graves conseqüências de mais esse acidente em suas águas levaram a União Européia a adotar diversas medidas, entre as quais o banimento de navios considerados perigosos à segurança marítima. Em razão dessa posição européia, foi solicitada à Consultoria Legislativa a análise dos seguintes itens: 1) quais providências o Brasil poderia adotar para que embarcações com esse grau de periculosidade não possam adentrar na costa brasileira; 2) quais os tipos de petroleiros têm permissão para efetuar o transporte de petróleo pesado. O acidente com o petroleiro “Prestige” trouxe à tona, mais uma vez, a necessidade de regras mais rígidas para o transporte marítimo de produtos perigosos. A poluição por navios, motivo de preocupação devido ao grande volume de petróleo transportado por via marítima, bem como ao tamanho das embarcações, ganhou vulto a partir de 1967, após o acidente com o Torrey Canyon, quando 120.000 toneladas de petróleo foram derramadas no mar. No âmbito da Organização Marítima Internacional – IMO – vários acordos foram então firmados, de forma a prevenir não apenas a poluição acidental, mas também a poluição operacional. Destaca-se a Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios – MARPOL – adotada em 1973. Com a adoção, em 1978, de um protocolo introduzindo diversas alterações ao texto original, a citada convenção ficou conhecida como Marpol 73/78.

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Page 1: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

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1 - MEDIDAS DE PREVENCcedilAtildeO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

Em 19 de novembro de 2002 o ldquoPrestigerdquo um navio-tanque de casco simples

com 26 anos de idade portando bandeira de Bahamas e que conduzia 77000 toneladas

de oacuteleo pesado afundou a 130 milhas da costa da Galiacutecia Espanha

As graves consequumlecircncias de mais esse acidente em suas aacuteguas levaram a Uniatildeo

Europeacuteia a adotar diversas medidas entre as quais o banimento de navios considerados

perigosos agrave seguranccedila mariacutetima

Em razatildeo dessa posiccedilatildeo europeacuteia foi solicitada agrave Consultoria Legislativa a

anaacutelise dos seguintes itens

1) quais providecircncias o Brasil poderia adotar para que embarcaccedilotildees com esse grau de

periculosidade natildeo possam adentrar na costa brasileira

2) quais os tipos de petroleiros tecircm permissatildeo para efetuar o transporte de petroacuteleo

pesado

O acidente com o petroleiro ldquoPrestigerdquo trouxe agrave tona mais uma vez a

necessidade de regras mais riacutegidas para o transporte mariacutetimo de produtos perigosos

A poluiccedilatildeo por navios motivo de preocupaccedilatildeo devido ao grande volume de

petroacuteleo transportado por via mariacutetima bem como ao tamanho das embarcaccedilotildees

ganhou vulto a partir de 1967 apoacutes o acidente com o Torrey Canyon quando 120000

toneladas de petroacuteleo foram derramadas no mar

No acircmbito da Organizaccedilatildeo Mariacutetima Internacional ndash IMO ndash vaacuterios acordos

foram entatildeo firmados de forma a prevenir natildeo apenas a poluiccedilatildeo acidental mas

tambeacutem a poluiccedilatildeo operacional Destaca-se a Convenccedilatildeo Internacional para a Prevenccedilatildeo

da Poluiccedilatildeo por Navios ndash MARPOL ndash adotada em 1973 Com a adoccedilatildeo em 1978 de

um protocolo introduzindo diversas alteraccedilotildees ao texto original a citada convenccedilatildeo

ficou conhecida como Marpol 7378

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Outros graves episoacutedios contudo continuaram a ocorrer entre os quais o

provocado pelo Exxon Valdez em 1989 no Alasca que constitui um dos mais nefastos

em termos ecoloacutegicos

Apoacutes o acidente em suas aacuteguas os Estados Unidos adotaram unilateralmente

uma legislaccedilatildeo mais severa que as normas da Marpol para a prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo por

oacuteleo o Oil Pollution Act ndash OPA-90 de 1990 Na lei americana entre outros

dispositivos haacute exigecircncias de casco duplo para os petroleiros construiacutedos a partir de

entatildeo e um cronograma de retirada de serviccedilo dos navios de casco simples construiacutedos

antes de 1990 de acordo com a capacidade do navio e sua idade Conforme essa lei os

navios petroleiros de casco simples sem duplo fundo ou costado duplo natildeo seratildeo

autorizados a operar em aacuteguas norte-americanas a partir de 1ordm de janeiro de 2010 a

menos que satisfaccedilam o requisito antes apontado Aleacutem disso nos cinco anos que

antecedem essa data limite ou seja a partir de 2005 os referidos petroleiros natildeo

poderatildeo operar em aacuteguas norte-americanas logo que atinjam 25 anos de idade ou 23 em

alguns casos Relativamente aos navios petroleiros de casco simples com duplo fundo

ou costado duplo (petroleiros de casco simples com a zona dos tanques de carga

parcialmente protegida por tanques de lastro segregado) a data limite eacute fixada em 1ordm de

janeiro de 2015 e o limite de idade no periacuteodo de 2005 a 2015 em 30 anos ou 28 anos

em alguns casos

Mediante o OPA-90 tambeacutem foi criado um fundo para custear a recuperaccedilatildeo

dos danos natildeo cobertos pelos responsaacuteveis Esse fundo eacute constituiacutedo pela cobranccedila de

cinco centavos por barril de petroacuteleo O total disponiacutevel para cada acidente foi limitado

ao maacuteximo de US$ 1 bilhatildeo

Em razatildeo das regras da Marpol terem menor abrangecircncia e serem menos riacutegidas

que as normas americanas a Comissatildeo das Comunidades Europeacuteias apoacutes o acidente

com o Erika em 1999 apresentou ao parlamento Europeu uma proposta de poliacutetica de

seguranccedila mariacutetima compreendendo a organizaccedilatildeo a niacutevel comunitaacuterio de uma

aplicaccedilatildeo mais estrita das convenccedilotildees internacionais e a adoccedilatildeo de disposiccedilotildees

especificamente comunitaacuterias nos casos em que as normas da OMI satildeo inexistentes ou

insuficientes Figurava na proposta um cronograma de desativaccedilatildeo de navios de casco

simples com prazos inferiores aos que haviam sido estabelecidos pela Marpol em 1992

18

para evitar que navios banidos das aacuteguas americanas passassem a operar nas aacuteguas

europeacuteias

Em 2002 foi aprovado pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho da Uniatildeo

Europeacuteia o Regulamento (CE) nordm 4172002 relativo agrave introduccedilatildeo acelerada dos

requisitos de construccedilatildeo em casco duplo ou equivalente para os navios petroleiros de

casco simples Os prazos fixados em tal Regulamento estatildeo em consonacircncia aos

estabelecidos pela Marpol em 2001 jaacute referidos

Em resposta ao acidente com o Prestige a Comissatildeo das Comunidades

Europeacuteias enviou comunicaccedilatildeo ao Parlamento Europeu contendo as medidas que

considera necessaacuterias para melhorar as condiccedilotildees de seguranccedila no mar

Entre as medidas propostas podem ser citadas

- acelerar a implantaccedilatildeo da Agecircncia Europeacuteia de Seguranccedila Mariacutetima

- monitorar mais estreitamente a accedilatildeo das sociedades de classificaccedilatildeo

- publicar uma lista negra dos navios que tenham sido detidos repetidamente nos

uacuteltimos dois ou trecircs anos e bani-los das aacuteguas europeacuteias

- adotar as medidas necessaacuterias para alcanccedilar suficiente taxa de inspeccedilatildeo em

todos os portos da Uniatildeo Europeacuteia

- estabelecer um fundo suplementar ateacute 2003 para a compensaccedilatildeo da poluiccedilatildeo

por oacuteleo de forma a cobrir danos em ateacute EUR 1 bilhatildeo (o limite internacional eacute de EUR

185 milhotildees)

- propor regulamentaccedilatildeo destinada a proibir o transporte de oacuteleo combustiacutevel

pesado em navios de casco simples que se destinem a portos europeus ou deles partam

- rever a niacutevel internacional aspectos quanto agrave responsabilidade e agrave

compensaccedilatildeo pela poluiccedilatildeo por oacuteleo de forma a aplicar mais estritamente o princiacutepio do

poluidor-pagador

- introduzir sanccedilotildees penais contra qualquer pessoa (inclusive juriacutedica) que tenha

provocado poluiccedilatildeo

19

Deve-se ressaltar que quanto a este uacuteltimo aspecto a legislaccedilatildeo brasileira eacute

bastante moderna destacando-se a Lei nordm 9605 de 12 de fevereiro de 1998 que ldquodispotildee

sobre as sanccedilotildees penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao

meio ambiente e daacute outras providecircnciasrsquo e a Lei nordm 9966 de 28 de abril de 2000 que

ldquodispotildee sobre a prevenccedilatildeo o controle e a fiscalizaccedilatildeo da poluiccedilatildeo causada por

lanccedilamento de oacuteleo e outras substacircncias nocivas ou perigosas em aacuteguas sob jurisdiccedilatildeo

nacional e daacute outras providecircnciasrdquo e a Lei nordm 9537 de 11 de dezembro de 1997 que

ldquodispotildee sobre a seguranccedila do traacutefego aquaviaacuterio em aacuteguas sob jurisdiccedilatildeo nacional e daacute

outras providecircnciasrdquo

Outra questatildeo eacute relativa a exigecircncias quanto ao tipo de navio Embora a

desativaccedilatildeo de navios de casco simples na Europa comece a partir de 2003 jaacute se

verifica uma tendecircncia de substituiccedilatildeo de navios de casco simples por navios de casco

duplo De acordo com dados da Intertanko a proporccedilatildeo de navios-tanque de casco

duplo aumentou de 39 da frota mundial em 2000 para 51 em 2002 estimando-se

que em 2007 75 dos navios-tanque seratildeo de casco duplo

Com regras americanas e europeacuteias mais riacutegidas que as normas internacionais a

tendecircncia eacute que os navios com casco simples passem a operar ateacute o prazo limite nos

paiacuteses menos exigentes

Uma das recomendaccedilotildees da Comissatildeo das Comunidades Europeacuteias refere-se agrave

proibiccedilatildeo do transporte de oacuteleo combustiacutevel pesado em navios de casco simples Tal

medida justifica-se em razatildeo desse tipo de produto petroliacutefero ser um dos mais

poluentes Devido ao baixo valor comercial e comparativamente a outros produtos

petroliacuteferos apresentar pequeno risco de fogo ou explosatildeo tem sido frequumlentemente

transportado por navios mais velhos proacuteximos ao final de sua vida uacutetil isto eacute os que

apresentam maior risco

Outro aspecto de importacircncia a ser abordado refere-se agrave inspeccedilatildeo dos navios

Afinal de nada adianta ter leis com puniccedilotildees severas se os mecanismos destinados a

fazecirc-las cumprir natildeo estatildeo em franca operaccedilatildeo Assim caberia indicaccedilatildeo ao Poder

Executivo propondo maior abrangecircncia e maior rigor nas exigecircncias quanto agrave inspeccedilatildeo

dos navios petroleiros que transitam em aacuteguas brasileiras

20

11 Procedimentos antes da chegada ao porto

Os preparativos e procedimento efetuados antes da chegada devem assegurar que a operaccedilatildeo transcorra de maneira eficaz e segura

O comandante deve ter agrave sua disposiccedilatildeo informaccedilotildees que seratildeo exigidas pelo terminal Devem ser consultados o Guide to Port Entry o agente e caso disponiacuteveis os folhetos atualizados com informaccedilotildees sobre os terminais

As operaccedilotildees previstas para o porto devem ser planejadas antecipadamente e provadas pelo comandante devendo ser discutidas com todos os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo Todos devem ter em mente a seguranccedila em primeiro lugar

Devem ser tambeacutem discutidos outros detalhes relativos agrave operaccedilatildeo tais como

bull Previsatildeo de atracaccedilatildeo

bull Caracteriacutesticas e cuidados com os produtos a serem manuseados

bull Abastecimento

bull Restriccedilotildees do terminal

bull Descarga de resiacuteduo oleoso Slop

21

12 Plano de carga

A finalidade da elaboraccedilatildeo de um plano de carga eacute garantir que a operaccedilatildeo transcorra de forma segura mantendo as condiccedilotildees de estabilidade e esforccedilos dentro dos limites admissiacuteveis aleacutem de permitir aos envolvidos nas operaccedilotildees uma fonte de consulta raacutepida e de faacutecil entendimento em qualquer estaacutegio da operaccedilatildeo

No plano de carga que deve ser elaborado pelo imediato eacute de grande importacircncia a observar os detalhes na distribuiccedilatildeo de carga

Para isto o imediato de posse da programaccedilatildeo deve planejar a distribuiccedilatildeo de carga a bordo levando em consideraccedilatildeo a total seguranccedila da carga e do pessoal envolvidos nas operaccedilotildees tais como

bull Quantidade densidade e caracteriacutesticas da carga

bull Segregaccedilatildeo e compatibilidade das cargas

bull Abastecimento e transferecircncia de consumiacuteveis

bull Calados em todas as etapas da viagem

bull Calado aeacutereo

bull Densidade da aacutegua nos portos

bull Zonas de linhas de carga durante a travessia (Borda livre)

bull Profundidade abaixo da quilha e efeito squat

bull Condiccedilotildees de navegabilidade esforccedilos e estabilidade durante a operaccedilatildeo e a

viagem

bull Necessidade de limpeza de tanques

bull Disponibilidade de tanques de resiacuteduo (slop)

bull Expansatildeo da carga devido aumento de temperatura

bull Sequecircncia dos produtos a serem operados no porto

O formulaacuterio Plano de Carga eacute composto das seguintes partes

bull Informaccedilotildees gerais nessa parte devem ser preenchidos os dados relativos ao

porto tipo de operaccedilatildeo e produtos manuseados

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bull Diagrama dos tanques nessa parte devem ser preenchidas as condiccedilotildees inicial e

final dos tanques de carga e de lastro com seus respectivos produtos volumes e

ulagens Os tanques que seratildeo movimentados no porto devem ser destacados no

diagrama As ulagens indicadas no diagrama referem-se agrave condiccedilatildeo de trim e

banda zero Eacute preciso lembrar que por ocasiatildeo do top dos tanques a ulagem

indicada deve ser corrigida para trim e banda

bull Descriccedilatildeo da operaccedilatildeo nessa parte deve ser detalhada passo a passo a

sequencia da operaccedilatildeo pretendida constando as seguintes informaccedilotildees

o Sequecircncia de alinhamento citando as vaacutelvulas redes e tomadas que

seratildeo utilizadas em cada fase da operaccedilatildeo

o Ulagens finais dos tanques

o Sequencia dos tanques a serem operados

o Cuidados com aquecimento de carga

o Procedimentos para

Iniacutecio da operaccedilatildeo

Troca de tanques

Lastrodeslastro

Top ou drenagem

Monitoramento durante a operaccedilatildeo

Limpeza de tanques

23

13 Itens a serem verificados apoacutes atracaccedilatildeo e antes da operaccedilatildeo

Apoacutes a atracaccedilatildeo deve ser efetuada com o terminal a Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo inicial para discussatildeo do planejamento da operaccedilatildeo devendo ser abordados os seguintes itens

bull Verificar se os planos de carga limpeza de tanques e abastecimento foram

preparados e aprovados pelo comandante

bull Discutir os planos e informaccedilotildees operacionais com os tripulantes envolvidos na

operaccedilatildeo

bull Afixar no CCC a escala de serviccedilo no porto

bull Preparar bombas de carga e lastro e sistema de gaacutes inerte

bull Verificar se as redes do sistema de carga foram testadas nos uacuteltimos trinta dias

bull Verificar se as paradas de emergecircncia das bombas de carga foram testadas

bull Fazer inspeccedilatildeo visual das redes e juntas do sistema de carga

bull Verificar se os manocircmetros das tomadas de carga encontram-se em boas

condiccedilotildees

bull Verificar a superfiacutecie do lastro quanto agrave possiacutevel presenccedila de oacuteleo

bull Preencher o formulaacuterio do manual de gerenciamento de aacutegua de lastro sendo o

modelo ANVISA

bull Verificar a atualizaccedilatildeo do livro de registro de oacuteleo ndash partes I e II

bull Preparar a lista de contatos do SOPEP para o porto

bull Testar o sistema remoto de comando de vaacutelvulas e sistema hidraacuteulico deixando

a bomba hidraacuteulica manual pronta para o uso

bull Verificar o funcionamento das sondas e testar os alarmes (visual e sonoro) de

niacutevel alto dos tanques de carga

bull Testar o alarme de alagamento de poratildeo da casa de bombas

bull Testar o dispositivo para detecccedilatildeo de gases na casa de bombas

bull Fechar e lacrar as vaacutelvulas das caixas de mar e de descarga do costado

bull Efetuar o teste de estanqueidade das vaacutelvulas das caixas de mar

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bull Verificar o funcionamento dos equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de gaacutes

(explosiacutemetro oxiacutemetro tankscope detector de H2S)

bull Bujonar os embornais

bull Limpar secar e bujonar todas as bandejas de tomadas de carga de combustiacuteveis

de guinchos de suspiros de tanques e caixas hidraacuteulicas

bull Posicionar o kit SOPEP

bull Verificar se todas as aberturas dos tanques de carga estatildeo devidamente fechadas

bull Testar manualmente o funcionamento das vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeoe

inspecionar as telas corta-chamas dos tanques de carga

bull Verificar se os equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de ulagem e temperatura e

equipamentos de amostragem estatildeo prontos para uso

bull Verificar a operaccedilatildeo dos exaustores da casa de bombas

bull Verificar se os drenos e suspiros da rede de carga estatildeo fechados

bull Fechar e lacrar a rede de descarga do separador de aacutegua e oacuteleo

bull Aterrar e testar as bombas portaacuteteis (tipo Wilden)

25

14 Procedimentos durante a operaccedilatildeo

Durante todas as operaccedilotildees de carga e descarga deve ser mantido a bordo um efetivo miacutenimo de 23 da tripulaccedilatildeo efetivo esse considerado necessaacuterio para atender a eventuais emergecircncias

Antes de iniciar a operaccedilatildeo o imediato deve estar presente no CCC para realizar um briefing com os envolvidos certificando-se de que a operaccedilatildeo se iniciaraacute e transcorreraacute de acordo com o planejado

O comandante e o imediato bem como o chefe de maacutequinas e o primeiro oficial de maacutequinas natildeo devem se ausentar de bordo ao mesmo tempo

Durante as operaccedilotildees de carga o CCC e a praccedila de maacutequinas devem ficar permanentemente guarnecidos

As vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas quando o terminal informar que estaacute pronto para iniciar a operaccedilatildeo O iniacutecio da operaccedilatildeo deve ser autorizado pelo comandante ou imediato

As operaccedilotildees devem ser iniciadas com baixa vazatildeo Nenhum aumento de vazatildeo deve ser efetuado ateacute que se verifique que a operaccedilatildeo estaacute transcorrendo conforme planejada apoacutes o que a vazatildeo pode entatildeo ser aumentada gradualmente ateacute o maacuteximo definido com o terminal

A comunicaccedilatildeo navio-terminal eacute um dos fatores mais importantes durante a operaccedilatildeo devendo ser efetuada de forma clara e objetiva Somente assuntos referentes agrave operaccedilatildeo devem ser tratados

Durante as operaccedilotildees dentre as verificaccedilotildees previstas no check-list acima mencionado destacamos

bull A exaustatildeo da casa de bombas deve ser mantida durante toda a operaccedilatildeo

bull A entrada em casa de bombas deve ser precedida do cumprimento do check-list

bull A vigilacircncia do conveacutes durante as operaccedilotildees deve ser efetuada por dois

tripulantes sendo permanente na aacuterea do manifold e o outro circulando o conveacutes

principal verificando possiacuteveis vazamentos nas redes de carga inclusive do

manifold do bordo oposto ao da atracaccedilatildeo aleacutem de outros itens tais como

Amarraccedilatildeo do navio

Cabos de seguranccedila

26

Embornais

Observaccedilatildeo ao redor do navio quanto agrave presenccedila de oacuteleo

Manocircmetros das tomadas de carga que natildeo estatildeo em uso inclusivo do

bordo oposto

bull As ulagens dos tanques dados como carregados devem continuar a ser

acompanhadas ateacute o final da operaccedilatildeo para garantir que natildeo estaacute havendo

movimentaccedilatildeo de carga natildeo planejada

bull Caso haja aacutegua acumulada no trincaniz a mesma deve ser drenada para o mar

caso esteja isenta de oacuteleo ou para o tanque slop caso esteja contaminada por

oacuteleo

bull O niacutevel de oacuteleo e a pressatildeo de trabalho das unidades hidraacuteulicas de acionamento

das vaacutelvulas de carga devem ser verificados periodicamente

Como boa praacutetica e sempre que possiacutevel em termos de esforccedilos o uacuteltimo tanque a

ser finalizado deve ser um tanque a meia-nau para minimizar o efeito sobre o trim e o

cuidado com os esforccedilos para natildeo termos surpresa quanto a operaccedilatildeo

Os alarmes de niacutevel alto dos tanques de carga e de alagamento da casa de bombas

devem ser testados antes de cada operaccedilatildeo

As vaacutelvulas da caixas de mar do sistema de carga devem ser testadas segundo as

orientaccedilotildees da publicaccedilatildeo da OCIMF ndash Prevention of Oil Spillages Through Cargo

Pumproom Sea Valves A vaacutelvula de descarga alta de costado e as vaacutelvulas das caixas

de mar do sistema de carga devem ser fechadas e lacradas

27

15 Limpeza de tanques

A operaccedilatildeo de limpeza de tanques de um navio petroleiro eacute efetuado com os

seguintes objetivos

bull Preparaccedilatildeo de tanques para troca de produtos para que natildeo contamine o produto

que seraacute carregado

bull Preparaccedilatildeo para lastro limpo

bull Inspeccedilatildeo de tanques

bull Manutenccedilatildeo de redes e vaacutelvulas

A limpeza dos tanques de carga deve ser efetuada sempre em circuito fechado

Admite-se a limpeza em circuito semi-aberto em viagem cumprindo o anexo I da

MARPOL quanto ao descarte de misturas oleosas

A limpeza dos tanques para troca de produtos deve seguir as instruccedilotildees do

afretador ou na sua falta seguir as recomendaccedilotildees contidas no Tank Cleaning Guide

No planejamento das operaccedilotildees de lavagem de tanques o risco principal eacute de

incecircndio ou explosatildeo que surgem da presenccedila simultacircnea de uma atmosfera inflamaacutevel

e de uma fonte de igniccedilatildeo O foco portanto deve ser para eliminar um ou mais dos

perigos que contribuem para esse risco chamados de os lados do triacircngulo do fogo

aroxigecircnio igniccedilatildeo e combustiacutevel (ex vapores inflamaacuteveis)

O meacutetodo que oferece o mais baixo risco eacute o de lavar um tanque com uma

atmosfera inerte A condiccedilatildeo inerte natildeo oferece ambiguumlidades por definiccedilatildeo para um

tanque ser considerado inerte ele deve satisfazer as exigecircncias da SOLAS para a

inertizaccedilatildeo dos tanques de carga e reduzindo o conteuacutedo de oxigecircnio da atmosfera de

cada tanque para um niacutevel que a combustatildeo natildeo possa ocorrer

Durante as operaccedilotildees de lavagem do tanque devem ser tomadas medidas a fim

de verificar que a atmosfera no tanque permanece natildeo inflamaacutevel (conteuacutedo de oxigecircnio

natildeo superior a 8 por volume) e a uma pressatildeo positiva

28

16 Procedimentos adicionais quando operando cargas contendo concentraccedilotildees de H2S muito altas

As Companhias e os Terminais devem desenvolver procedimentos adicionais para

serem empregados quando as cargas sendo operadas com niacuteveis muito altos de H2S

(100 ppm no espaccedilo vapor eacute considerado ser um limite razoaacutevel)

Sempre que houver probabilidade de concentraccedilotildees muito altas de H2S estarem

presentes devem estar disponiacuteveis Aparelhos de Respiraccedilatildeo de Emergecircncia para Fuga

(Maacutescara de Fuga) para todo o pessoal trabalhando em aacutereas de risco que jaacute deveratildeo

estar portando um instrumento pessoal de monitoramentoalarme para o gaacutes H2S

As pessoas devem ser instruiacutedas para se o alarme de seu instrumento for

ativado pocircr a Maacutescara de Fuga e imediatamente deixar a aacuterea em direccedilatildeo contraacuteria ao

vento Devendo informar o controle central local da presenccedila de altas concentraccedilotildees de

gaacutes a fim de que os procedimentos apropriados possam ser iniciados

Quando a presenccedila de H2S eacute conhecida deve sempre ser utilizado o

equipamento de respiraccedilatildeo autocircnomo se for considerado necessaacuterio violar a integridade

do sistema de carga e uma atmosfera livre dos vapores natildeo puder ser garantida Isto

inclui as seguintes atividades

bull Abertura da boca de mediccedilatildeo e amostragem

bull Remoccedilatildeo de flanges para a conexatildeo de mangotes ou braccedilos de carregamento ou a

desconexatildeo dos braccedilos ou mangotes e flangeamento apoacutes as operaccedilotildees com a carga

bull Limpeza de filtros

bull Drenagem de linhas para abrir retenccedilotildees

bull Limpeza de derrames

Os procedimentos devem permitir somente o uso de suprimento de ar pelo

conjunto de respiraccedilatildeo autocircnomo Natildeo devem incluir o uso de respiradores com

29

cartuchos quiacutemicos para proteccedilatildeo contra vapores de H2S uma vez que as concentraccedilotildees

na atmosfera podem exceder a capacidade operacional do respirador

17 Consideraccedilotildees de estabilidade forccedilas trim e efeito de superfiacutecie

livre

Os petroleiros de casco simples usualmente tecircm uma altura metacecircntrica elevada

em todas as condiccedilotildees o que o faz permanecer inerentemente estaacutevel Enquanto a

tripulaccedilatildeo dos navios petroleiros tem sempre levado em conta os momentos fletores

longitudinais e as forccedilas cortantes verticais durante as operaccedilotildees de carga e lastro a

estabilidade precisa dos navios raramente tinha sido a primeira preocupaccedilatildeo de bordo

No entanto com a introduccedilatildeo de cascos duplos nos projetos dos petroleiros mudou esta

situaccedilatildeo

O principal problema mais provaacutevel de ser encontrado eacute o efeito na altura

metacecircntrica transversal da superfiacutecie livre do liacutequido nos tanques de carga e duplo

fundos

Dependendo do projeto tipo e nuacutemero destes tanques o efeito de superfiacutecie livre

poderaacute resultar em uma altura metacecircntrica significativamente reduzida A situaccedilatildeo seraacute

muita mais grave no caso de tanques de carga muito amplos sem antepara na linha de

centro e tanques de lastro tambeacutem natildeo possuindo antepara de centro (tanque em ldquoUrdquo)

Os estaacutegios mais criacuteticos de qualquer operaccedilatildeo satildeo durante o enchimento dos

tanques de lastro do duplo-fundo enquanto se descarrega o produto e esvaziando estes

tanques durante o carregamento da carga Se suficientes tanques de carga e tanques de

lastro satildeo esvaziados simultaneamente o efeito de superfiacutecie livre total poderaacute ser

suficiente para reduzir a altura metacecircntrica transversal para um ponto no qual a

estabilidade transversal do navio possa estar ameaccedilada Isto poderaacute resultar o

desenvolvimento de um angulo de banda muito grave repentinamente

Uma grande aacuterea de superfiacutecie livre associada com alto centro de gravidade

vertical eacute particularmente provaacutevel ameaccedilar a estabilidade nas grandes sondagens

(inagens)

30

Eacute imperativo que o pessoal tanto do terminal quanto do navio envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e lastro estejam cientes deste problema potencial e que todas estas

operaccedilotildees sejam conduzidas estritamente de acordo com o manual de carregamento do

navio

Onde estatildeo instalados os dispositivos de bloqueio para prevenir que muita carga

e lastro sejam operados simultaneamente causando com isso um excessivo efeito de

superfiacutecie livre devem sempre ser mantidos completamente operacionais natildeo devendo

tambeacutem nunca serem by-passados

Os navios que operam com altura metacecircntrica limitada devem ser equipados

com um computador de carregamento que calcule a altura metacecircntrica

31

18 Sistema de gaacutes inerte (SGI)

Gaacutes inerte eacute um gaacutes ou uma mistura de gases que natildeo conteacutem oxigecircnio suficiente

para permitir que ocorra a combustatildeo de hidrocarbonetos

O gaacutes inerte em navios de produtos escuros eacute normalmente proveniente dos

gases de descarga de caldeira Jaacute nos navios de produtos claros geralmente se utiliam

geradores de gaacutes inerte a diesel para a obtenccedilatildeo de um gaacutes com menor teor de impurezas

para evitar o risco de contaminaccedilatildeo da carga

Teoricamente os gases de hidrocarbonetos natildeo conseguem queimar em uma

atmosfera com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume

O sistema de gaacutes inerte deve ser capaz de manter nos tanques de carga uma

atmosfera com teor de oxigecircnio de 8 valor esse adotado na praacutetica para garantir uma

margem de seguranccedila em relaccedilatildeo aos 11 acima citados

A figura abaixo representa os percentuais de oxigecircnio de hidrocarbonetos em

uma atmosfera inertizada e a aacuterea sombreada a faixa onde ocorrem misturas

inflamaacuteveis que podem gerar risco de incecircndio ou explosatildeo

32

Nota este diagrama eacute meramente ilustrativo natildeo devendo ser utilizado na praacutetica para definir a composiccedilatildeo de gases

Em geral misturas com teor de hidrocarbonetos abaixo de 1 em volume (limite

inferior de explosividade ndash LEL) e misturas com teor de hidrocarbonetos acima de 10

em volume (limite superior de explosividade ndash UEL) se situam fora da faixa inflamaacutevel

Da mesma forma misturas com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume tambeacutem se

situam fora da faixa inflamaacutevel

Nas operaccedilotildees de desgaseificaccedilatildeo de tanques a atmosfera deve passar da condiccedilatildeo de

inertizada ilustrada pelo ponto (F) na figura para a condiccedilatildeo desgaseificada ponto (A)

sem passar pela faixa inflamaacutevel representada pela aacuterea sombreada

Na praacutetica garante-se que a faixa inflamaacutevel seja evitada atraveacutes da diluiccedilatildeo com gaacutes

inerte (purga) ateacute que se obtenha um teor de hidrocarbonetos nos tanques de 2 (ponto

H da figura) para entatildeo iniciar-se a diluiccedilatildeo com ar (ventilaccedilatildeo)

Os navios petroleiros que possuem gaacutes inerte devem manter seus tanques de carga

permanentemente inertizados com teor de oxigecircnio abaixo de 8 e com pressatildeo

positiva dentro da faixa estabelecida no seu manual do sistema de gaacutes inerte

33

Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema

rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a

entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros

natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte

ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte

No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e

navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade

estaacutetica sejam tomadas

A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o

manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos

componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas

Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de

gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos

tanques de carga

Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute

dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque

de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem

considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio

No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para

a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno

(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos

previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema

Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de

carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque

e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige

cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de

liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem

ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente

34

Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de

selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas

inspecionadas e testadas

35

19 Cuidados no Manuseio da Carga

191 Propriedades do Produto

Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A

publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT

disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores

informaccedilotildees

As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas

devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de

Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras

A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma

deve ser protestada pelo navio

1911 Ponto de Fulgor

O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor

suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel

1912 Volatilidade

A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e

depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo

A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor

Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e

com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis

1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo

Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para

que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa

de igniccedilatildeo (centelha ou chama)

36

1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos

A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e

o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e

no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga

1915 Viscosidade

A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de

resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido

aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de

temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo

a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga

1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana

A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede

principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente

expressa em partes por milhatildeo (ppm)

O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo

do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos

com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode

levar agrave paralisia e morte

O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos

eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o

limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por

dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos

A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da

composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido

para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo

O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No

quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas

37

CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS

01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de

exposiccedilatildeo

02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira

apoacutes 30min de exposiccedilatildeo

07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de

exposiccedilatildeo

10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem

levar agrave perda de consciecircncia e morte

20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo

1917 Gaacutes Sulfiacutedrico

O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com

um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o

olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e

corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo

O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a

concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por

volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no

oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso

38

2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA

21 Operaccedilotildees de carregamento

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga

descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas

precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como

O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo

reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que

todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser

carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado

Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser

mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do

sistema e seus alarmes

Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se

contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque

O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o

manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de

despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de

vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto

Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para

evitar o transbordamento

39

bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar

o funcionamento das mesmas

bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no

menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de

cada vez

bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim

banda e temperatura da carga

bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da

vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do

terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de

transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post

bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para

reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo

bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a

antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento

bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser

levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que

deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial

bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser

designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de

transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os

demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB

como tanque de aliacutevio

bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes

confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou

bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga

deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques

Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser

fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo

Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser

drenadas e limpas antes do navio sair em viagem

40

Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a

desconexatildeo

22 Operaccedilatildeo de descarga

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas

anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa

operaccedilatildeo tais como

bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a

operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de

8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de

descarga deve ser interrompida

bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha

principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de

oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte

bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que

possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos

tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de

operaccedilatildeo do navio

bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As

vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de

descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto

para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser

confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e

que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o

superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo

da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada

bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o

terminal na carta inicial

41

O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o

melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo

recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para

melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga

de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas

Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de

reduccedilatildeo da bomba de carga

No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o

sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque

Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser

fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o

tanque designado

Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o

representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um

formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de

algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio

chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades

Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos

devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo

Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem

ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados

com todos os parafusos

Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas

vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de

carga

Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A

lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem

42

23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute

Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao

movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado

maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio

para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar

Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem

ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees

utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem

ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio

Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser

desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de

garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de

espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia

O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos

para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais

antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em

um estado criacutetico

43

24 Carregamento de produtos aquecidos

A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito

quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura

pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e

equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas

Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima

da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser

carregada exceder a 60ordmC em temperatura

As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de

uma carga aquecida

bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de

dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor

bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais

razoaacutevel

bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente

livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de

ebuliccedilatildeo da aacutegua

Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as

seguintes providecircncias

bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia

bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo

e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa

bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa

aberta para evitar martelo hidraacuteulico

bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas

antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal

44

bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas

bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo

Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos

tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave

documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria

O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de

condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua

de alimentaccedilatildeo das caldeiras

Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode

causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente

reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes

que as mesmas fiquem expostas

45

25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga

O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias

internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias

para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos

Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto

da transferecircncia

bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador

bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a

condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro

bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia

bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a

condiccedilatildeo de mar

bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo

das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme

planejada

bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar

ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia

Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em

condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que

natildeo eacute seguro

46

26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo

ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que

jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior

A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser

efetuada por instruccedilatildeo do afretador

Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser

utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo

A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma

coacutepia arquivada a bordo

Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de

fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque

natildeo desgaseificado

47

27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)

A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de

transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode

ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando

A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes

transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo

A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente

adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada

principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute

disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio

Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas

devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo

Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as

seguintes

bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja

efetuada

bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo

devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo

bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o

tamanho das defensas deve ser verificada

bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser

considerada

bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o

mooring master

48

28 Operaccedilotildees de lastro

O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do

navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da

operaccedilatildeo e da viagem

Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem

utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido

previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados

O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das

movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees

sobre a Aacutegua de Lastro

Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a

captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta

deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo

Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute

98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a

100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo

de corrosatildeo

Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro

e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da

superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo

evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro

O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta

de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do

deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este

procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro

49

Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface

aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de

interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de

lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte

O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de

contaminaccedilatildeo

Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para

Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua

de Lastro fornecido pela empresa

No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo

217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica

Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da

chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port

Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro

Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle

bull proibiccedilatildeo de deslastro

bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis

bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro

bull deslastro para instalaccedilotildees de terra

Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das

autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as

precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

64

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 2: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

17

Outros graves episoacutedios contudo continuaram a ocorrer entre os quais o

provocado pelo Exxon Valdez em 1989 no Alasca que constitui um dos mais nefastos

em termos ecoloacutegicos

Apoacutes o acidente em suas aacuteguas os Estados Unidos adotaram unilateralmente

uma legislaccedilatildeo mais severa que as normas da Marpol para a prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo por

oacuteleo o Oil Pollution Act ndash OPA-90 de 1990 Na lei americana entre outros

dispositivos haacute exigecircncias de casco duplo para os petroleiros construiacutedos a partir de

entatildeo e um cronograma de retirada de serviccedilo dos navios de casco simples construiacutedos

antes de 1990 de acordo com a capacidade do navio e sua idade Conforme essa lei os

navios petroleiros de casco simples sem duplo fundo ou costado duplo natildeo seratildeo

autorizados a operar em aacuteguas norte-americanas a partir de 1ordm de janeiro de 2010 a

menos que satisfaccedilam o requisito antes apontado Aleacutem disso nos cinco anos que

antecedem essa data limite ou seja a partir de 2005 os referidos petroleiros natildeo

poderatildeo operar em aacuteguas norte-americanas logo que atinjam 25 anos de idade ou 23 em

alguns casos Relativamente aos navios petroleiros de casco simples com duplo fundo

ou costado duplo (petroleiros de casco simples com a zona dos tanques de carga

parcialmente protegida por tanques de lastro segregado) a data limite eacute fixada em 1ordm de

janeiro de 2015 e o limite de idade no periacuteodo de 2005 a 2015 em 30 anos ou 28 anos

em alguns casos

Mediante o OPA-90 tambeacutem foi criado um fundo para custear a recuperaccedilatildeo

dos danos natildeo cobertos pelos responsaacuteveis Esse fundo eacute constituiacutedo pela cobranccedila de

cinco centavos por barril de petroacuteleo O total disponiacutevel para cada acidente foi limitado

ao maacuteximo de US$ 1 bilhatildeo

Em razatildeo das regras da Marpol terem menor abrangecircncia e serem menos riacutegidas

que as normas americanas a Comissatildeo das Comunidades Europeacuteias apoacutes o acidente

com o Erika em 1999 apresentou ao parlamento Europeu uma proposta de poliacutetica de

seguranccedila mariacutetima compreendendo a organizaccedilatildeo a niacutevel comunitaacuterio de uma

aplicaccedilatildeo mais estrita das convenccedilotildees internacionais e a adoccedilatildeo de disposiccedilotildees

especificamente comunitaacuterias nos casos em que as normas da OMI satildeo inexistentes ou

insuficientes Figurava na proposta um cronograma de desativaccedilatildeo de navios de casco

simples com prazos inferiores aos que haviam sido estabelecidos pela Marpol em 1992

18

para evitar que navios banidos das aacuteguas americanas passassem a operar nas aacuteguas

europeacuteias

Em 2002 foi aprovado pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho da Uniatildeo

Europeacuteia o Regulamento (CE) nordm 4172002 relativo agrave introduccedilatildeo acelerada dos

requisitos de construccedilatildeo em casco duplo ou equivalente para os navios petroleiros de

casco simples Os prazos fixados em tal Regulamento estatildeo em consonacircncia aos

estabelecidos pela Marpol em 2001 jaacute referidos

Em resposta ao acidente com o Prestige a Comissatildeo das Comunidades

Europeacuteias enviou comunicaccedilatildeo ao Parlamento Europeu contendo as medidas que

considera necessaacuterias para melhorar as condiccedilotildees de seguranccedila no mar

Entre as medidas propostas podem ser citadas

- acelerar a implantaccedilatildeo da Agecircncia Europeacuteia de Seguranccedila Mariacutetima

- monitorar mais estreitamente a accedilatildeo das sociedades de classificaccedilatildeo

- publicar uma lista negra dos navios que tenham sido detidos repetidamente nos

uacuteltimos dois ou trecircs anos e bani-los das aacuteguas europeacuteias

- adotar as medidas necessaacuterias para alcanccedilar suficiente taxa de inspeccedilatildeo em

todos os portos da Uniatildeo Europeacuteia

- estabelecer um fundo suplementar ateacute 2003 para a compensaccedilatildeo da poluiccedilatildeo

por oacuteleo de forma a cobrir danos em ateacute EUR 1 bilhatildeo (o limite internacional eacute de EUR

185 milhotildees)

- propor regulamentaccedilatildeo destinada a proibir o transporte de oacuteleo combustiacutevel

pesado em navios de casco simples que se destinem a portos europeus ou deles partam

- rever a niacutevel internacional aspectos quanto agrave responsabilidade e agrave

compensaccedilatildeo pela poluiccedilatildeo por oacuteleo de forma a aplicar mais estritamente o princiacutepio do

poluidor-pagador

- introduzir sanccedilotildees penais contra qualquer pessoa (inclusive juriacutedica) que tenha

provocado poluiccedilatildeo

19

Deve-se ressaltar que quanto a este uacuteltimo aspecto a legislaccedilatildeo brasileira eacute

bastante moderna destacando-se a Lei nordm 9605 de 12 de fevereiro de 1998 que ldquodispotildee

sobre as sanccedilotildees penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao

meio ambiente e daacute outras providecircnciasrsquo e a Lei nordm 9966 de 28 de abril de 2000 que

ldquodispotildee sobre a prevenccedilatildeo o controle e a fiscalizaccedilatildeo da poluiccedilatildeo causada por

lanccedilamento de oacuteleo e outras substacircncias nocivas ou perigosas em aacuteguas sob jurisdiccedilatildeo

nacional e daacute outras providecircnciasrdquo e a Lei nordm 9537 de 11 de dezembro de 1997 que

ldquodispotildee sobre a seguranccedila do traacutefego aquaviaacuterio em aacuteguas sob jurisdiccedilatildeo nacional e daacute

outras providecircnciasrdquo

Outra questatildeo eacute relativa a exigecircncias quanto ao tipo de navio Embora a

desativaccedilatildeo de navios de casco simples na Europa comece a partir de 2003 jaacute se

verifica uma tendecircncia de substituiccedilatildeo de navios de casco simples por navios de casco

duplo De acordo com dados da Intertanko a proporccedilatildeo de navios-tanque de casco

duplo aumentou de 39 da frota mundial em 2000 para 51 em 2002 estimando-se

que em 2007 75 dos navios-tanque seratildeo de casco duplo

Com regras americanas e europeacuteias mais riacutegidas que as normas internacionais a

tendecircncia eacute que os navios com casco simples passem a operar ateacute o prazo limite nos

paiacuteses menos exigentes

Uma das recomendaccedilotildees da Comissatildeo das Comunidades Europeacuteias refere-se agrave

proibiccedilatildeo do transporte de oacuteleo combustiacutevel pesado em navios de casco simples Tal

medida justifica-se em razatildeo desse tipo de produto petroliacutefero ser um dos mais

poluentes Devido ao baixo valor comercial e comparativamente a outros produtos

petroliacuteferos apresentar pequeno risco de fogo ou explosatildeo tem sido frequumlentemente

transportado por navios mais velhos proacuteximos ao final de sua vida uacutetil isto eacute os que

apresentam maior risco

Outro aspecto de importacircncia a ser abordado refere-se agrave inspeccedilatildeo dos navios

Afinal de nada adianta ter leis com puniccedilotildees severas se os mecanismos destinados a

fazecirc-las cumprir natildeo estatildeo em franca operaccedilatildeo Assim caberia indicaccedilatildeo ao Poder

Executivo propondo maior abrangecircncia e maior rigor nas exigecircncias quanto agrave inspeccedilatildeo

dos navios petroleiros que transitam em aacuteguas brasileiras

20

11 Procedimentos antes da chegada ao porto

Os preparativos e procedimento efetuados antes da chegada devem assegurar que a operaccedilatildeo transcorra de maneira eficaz e segura

O comandante deve ter agrave sua disposiccedilatildeo informaccedilotildees que seratildeo exigidas pelo terminal Devem ser consultados o Guide to Port Entry o agente e caso disponiacuteveis os folhetos atualizados com informaccedilotildees sobre os terminais

As operaccedilotildees previstas para o porto devem ser planejadas antecipadamente e provadas pelo comandante devendo ser discutidas com todos os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo Todos devem ter em mente a seguranccedila em primeiro lugar

Devem ser tambeacutem discutidos outros detalhes relativos agrave operaccedilatildeo tais como

bull Previsatildeo de atracaccedilatildeo

bull Caracteriacutesticas e cuidados com os produtos a serem manuseados

bull Abastecimento

bull Restriccedilotildees do terminal

bull Descarga de resiacuteduo oleoso Slop

21

12 Plano de carga

A finalidade da elaboraccedilatildeo de um plano de carga eacute garantir que a operaccedilatildeo transcorra de forma segura mantendo as condiccedilotildees de estabilidade e esforccedilos dentro dos limites admissiacuteveis aleacutem de permitir aos envolvidos nas operaccedilotildees uma fonte de consulta raacutepida e de faacutecil entendimento em qualquer estaacutegio da operaccedilatildeo

No plano de carga que deve ser elaborado pelo imediato eacute de grande importacircncia a observar os detalhes na distribuiccedilatildeo de carga

Para isto o imediato de posse da programaccedilatildeo deve planejar a distribuiccedilatildeo de carga a bordo levando em consideraccedilatildeo a total seguranccedila da carga e do pessoal envolvidos nas operaccedilotildees tais como

bull Quantidade densidade e caracteriacutesticas da carga

bull Segregaccedilatildeo e compatibilidade das cargas

bull Abastecimento e transferecircncia de consumiacuteveis

bull Calados em todas as etapas da viagem

bull Calado aeacutereo

bull Densidade da aacutegua nos portos

bull Zonas de linhas de carga durante a travessia (Borda livre)

bull Profundidade abaixo da quilha e efeito squat

bull Condiccedilotildees de navegabilidade esforccedilos e estabilidade durante a operaccedilatildeo e a

viagem

bull Necessidade de limpeza de tanques

bull Disponibilidade de tanques de resiacuteduo (slop)

bull Expansatildeo da carga devido aumento de temperatura

bull Sequecircncia dos produtos a serem operados no porto

O formulaacuterio Plano de Carga eacute composto das seguintes partes

bull Informaccedilotildees gerais nessa parte devem ser preenchidos os dados relativos ao

porto tipo de operaccedilatildeo e produtos manuseados

22

bull Diagrama dos tanques nessa parte devem ser preenchidas as condiccedilotildees inicial e

final dos tanques de carga e de lastro com seus respectivos produtos volumes e

ulagens Os tanques que seratildeo movimentados no porto devem ser destacados no

diagrama As ulagens indicadas no diagrama referem-se agrave condiccedilatildeo de trim e

banda zero Eacute preciso lembrar que por ocasiatildeo do top dos tanques a ulagem

indicada deve ser corrigida para trim e banda

bull Descriccedilatildeo da operaccedilatildeo nessa parte deve ser detalhada passo a passo a

sequencia da operaccedilatildeo pretendida constando as seguintes informaccedilotildees

o Sequecircncia de alinhamento citando as vaacutelvulas redes e tomadas que

seratildeo utilizadas em cada fase da operaccedilatildeo

o Ulagens finais dos tanques

o Sequencia dos tanques a serem operados

o Cuidados com aquecimento de carga

o Procedimentos para

Iniacutecio da operaccedilatildeo

Troca de tanques

Lastrodeslastro

Top ou drenagem

Monitoramento durante a operaccedilatildeo

Limpeza de tanques

23

13 Itens a serem verificados apoacutes atracaccedilatildeo e antes da operaccedilatildeo

Apoacutes a atracaccedilatildeo deve ser efetuada com o terminal a Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo inicial para discussatildeo do planejamento da operaccedilatildeo devendo ser abordados os seguintes itens

bull Verificar se os planos de carga limpeza de tanques e abastecimento foram

preparados e aprovados pelo comandante

bull Discutir os planos e informaccedilotildees operacionais com os tripulantes envolvidos na

operaccedilatildeo

bull Afixar no CCC a escala de serviccedilo no porto

bull Preparar bombas de carga e lastro e sistema de gaacutes inerte

bull Verificar se as redes do sistema de carga foram testadas nos uacuteltimos trinta dias

bull Verificar se as paradas de emergecircncia das bombas de carga foram testadas

bull Fazer inspeccedilatildeo visual das redes e juntas do sistema de carga

bull Verificar se os manocircmetros das tomadas de carga encontram-se em boas

condiccedilotildees

bull Verificar a superfiacutecie do lastro quanto agrave possiacutevel presenccedila de oacuteleo

bull Preencher o formulaacuterio do manual de gerenciamento de aacutegua de lastro sendo o

modelo ANVISA

bull Verificar a atualizaccedilatildeo do livro de registro de oacuteleo ndash partes I e II

bull Preparar a lista de contatos do SOPEP para o porto

bull Testar o sistema remoto de comando de vaacutelvulas e sistema hidraacuteulico deixando

a bomba hidraacuteulica manual pronta para o uso

bull Verificar o funcionamento das sondas e testar os alarmes (visual e sonoro) de

niacutevel alto dos tanques de carga

bull Testar o alarme de alagamento de poratildeo da casa de bombas

bull Testar o dispositivo para detecccedilatildeo de gases na casa de bombas

bull Fechar e lacrar as vaacutelvulas das caixas de mar e de descarga do costado

bull Efetuar o teste de estanqueidade das vaacutelvulas das caixas de mar

24

bull Verificar o funcionamento dos equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de gaacutes

(explosiacutemetro oxiacutemetro tankscope detector de H2S)

bull Bujonar os embornais

bull Limpar secar e bujonar todas as bandejas de tomadas de carga de combustiacuteveis

de guinchos de suspiros de tanques e caixas hidraacuteulicas

bull Posicionar o kit SOPEP

bull Verificar se todas as aberturas dos tanques de carga estatildeo devidamente fechadas

bull Testar manualmente o funcionamento das vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeoe

inspecionar as telas corta-chamas dos tanques de carga

bull Verificar se os equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de ulagem e temperatura e

equipamentos de amostragem estatildeo prontos para uso

bull Verificar a operaccedilatildeo dos exaustores da casa de bombas

bull Verificar se os drenos e suspiros da rede de carga estatildeo fechados

bull Fechar e lacrar a rede de descarga do separador de aacutegua e oacuteleo

bull Aterrar e testar as bombas portaacuteteis (tipo Wilden)

25

14 Procedimentos durante a operaccedilatildeo

Durante todas as operaccedilotildees de carga e descarga deve ser mantido a bordo um efetivo miacutenimo de 23 da tripulaccedilatildeo efetivo esse considerado necessaacuterio para atender a eventuais emergecircncias

Antes de iniciar a operaccedilatildeo o imediato deve estar presente no CCC para realizar um briefing com os envolvidos certificando-se de que a operaccedilatildeo se iniciaraacute e transcorreraacute de acordo com o planejado

O comandante e o imediato bem como o chefe de maacutequinas e o primeiro oficial de maacutequinas natildeo devem se ausentar de bordo ao mesmo tempo

Durante as operaccedilotildees de carga o CCC e a praccedila de maacutequinas devem ficar permanentemente guarnecidos

As vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas quando o terminal informar que estaacute pronto para iniciar a operaccedilatildeo O iniacutecio da operaccedilatildeo deve ser autorizado pelo comandante ou imediato

As operaccedilotildees devem ser iniciadas com baixa vazatildeo Nenhum aumento de vazatildeo deve ser efetuado ateacute que se verifique que a operaccedilatildeo estaacute transcorrendo conforme planejada apoacutes o que a vazatildeo pode entatildeo ser aumentada gradualmente ateacute o maacuteximo definido com o terminal

A comunicaccedilatildeo navio-terminal eacute um dos fatores mais importantes durante a operaccedilatildeo devendo ser efetuada de forma clara e objetiva Somente assuntos referentes agrave operaccedilatildeo devem ser tratados

Durante as operaccedilotildees dentre as verificaccedilotildees previstas no check-list acima mencionado destacamos

bull A exaustatildeo da casa de bombas deve ser mantida durante toda a operaccedilatildeo

bull A entrada em casa de bombas deve ser precedida do cumprimento do check-list

bull A vigilacircncia do conveacutes durante as operaccedilotildees deve ser efetuada por dois

tripulantes sendo permanente na aacuterea do manifold e o outro circulando o conveacutes

principal verificando possiacuteveis vazamentos nas redes de carga inclusive do

manifold do bordo oposto ao da atracaccedilatildeo aleacutem de outros itens tais como

Amarraccedilatildeo do navio

Cabos de seguranccedila

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Embornais

Observaccedilatildeo ao redor do navio quanto agrave presenccedila de oacuteleo

Manocircmetros das tomadas de carga que natildeo estatildeo em uso inclusivo do

bordo oposto

bull As ulagens dos tanques dados como carregados devem continuar a ser

acompanhadas ateacute o final da operaccedilatildeo para garantir que natildeo estaacute havendo

movimentaccedilatildeo de carga natildeo planejada

bull Caso haja aacutegua acumulada no trincaniz a mesma deve ser drenada para o mar

caso esteja isenta de oacuteleo ou para o tanque slop caso esteja contaminada por

oacuteleo

bull O niacutevel de oacuteleo e a pressatildeo de trabalho das unidades hidraacuteulicas de acionamento

das vaacutelvulas de carga devem ser verificados periodicamente

Como boa praacutetica e sempre que possiacutevel em termos de esforccedilos o uacuteltimo tanque a

ser finalizado deve ser um tanque a meia-nau para minimizar o efeito sobre o trim e o

cuidado com os esforccedilos para natildeo termos surpresa quanto a operaccedilatildeo

Os alarmes de niacutevel alto dos tanques de carga e de alagamento da casa de bombas

devem ser testados antes de cada operaccedilatildeo

As vaacutelvulas da caixas de mar do sistema de carga devem ser testadas segundo as

orientaccedilotildees da publicaccedilatildeo da OCIMF ndash Prevention of Oil Spillages Through Cargo

Pumproom Sea Valves A vaacutelvula de descarga alta de costado e as vaacutelvulas das caixas

de mar do sistema de carga devem ser fechadas e lacradas

27

15 Limpeza de tanques

A operaccedilatildeo de limpeza de tanques de um navio petroleiro eacute efetuado com os

seguintes objetivos

bull Preparaccedilatildeo de tanques para troca de produtos para que natildeo contamine o produto

que seraacute carregado

bull Preparaccedilatildeo para lastro limpo

bull Inspeccedilatildeo de tanques

bull Manutenccedilatildeo de redes e vaacutelvulas

A limpeza dos tanques de carga deve ser efetuada sempre em circuito fechado

Admite-se a limpeza em circuito semi-aberto em viagem cumprindo o anexo I da

MARPOL quanto ao descarte de misturas oleosas

A limpeza dos tanques para troca de produtos deve seguir as instruccedilotildees do

afretador ou na sua falta seguir as recomendaccedilotildees contidas no Tank Cleaning Guide

No planejamento das operaccedilotildees de lavagem de tanques o risco principal eacute de

incecircndio ou explosatildeo que surgem da presenccedila simultacircnea de uma atmosfera inflamaacutevel

e de uma fonte de igniccedilatildeo O foco portanto deve ser para eliminar um ou mais dos

perigos que contribuem para esse risco chamados de os lados do triacircngulo do fogo

aroxigecircnio igniccedilatildeo e combustiacutevel (ex vapores inflamaacuteveis)

O meacutetodo que oferece o mais baixo risco eacute o de lavar um tanque com uma

atmosfera inerte A condiccedilatildeo inerte natildeo oferece ambiguumlidades por definiccedilatildeo para um

tanque ser considerado inerte ele deve satisfazer as exigecircncias da SOLAS para a

inertizaccedilatildeo dos tanques de carga e reduzindo o conteuacutedo de oxigecircnio da atmosfera de

cada tanque para um niacutevel que a combustatildeo natildeo possa ocorrer

Durante as operaccedilotildees de lavagem do tanque devem ser tomadas medidas a fim

de verificar que a atmosfera no tanque permanece natildeo inflamaacutevel (conteuacutedo de oxigecircnio

natildeo superior a 8 por volume) e a uma pressatildeo positiva

28

16 Procedimentos adicionais quando operando cargas contendo concentraccedilotildees de H2S muito altas

As Companhias e os Terminais devem desenvolver procedimentos adicionais para

serem empregados quando as cargas sendo operadas com niacuteveis muito altos de H2S

(100 ppm no espaccedilo vapor eacute considerado ser um limite razoaacutevel)

Sempre que houver probabilidade de concentraccedilotildees muito altas de H2S estarem

presentes devem estar disponiacuteveis Aparelhos de Respiraccedilatildeo de Emergecircncia para Fuga

(Maacutescara de Fuga) para todo o pessoal trabalhando em aacutereas de risco que jaacute deveratildeo

estar portando um instrumento pessoal de monitoramentoalarme para o gaacutes H2S

As pessoas devem ser instruiacutedas para se o alarme de seu instrumento for

ativado pocircr a Maacutescara de Fuga e imediatamente deixar a aacuterea em direccedilatildeo contraacuteria ao

vento Devendo informar o controle central local da presenccedila de altas concentraccedilotildees de

gaacutes a fim de que os procedimentos apropriados possam ser iniciados

Quando a presenccedila de H2S eacute conhecida deve sempre ser utilizado o

equipamento de respiraccedilatildeo autocircnomo se for considerado necessaacuterio violar a integridade

do sistema de carga e uma atmosfera livre dos vapores natildeo puder ser garantida Isto

inclui as seguintes atividades

bull Abertura da boca de mediccedilatildeo e amostragem

bull Remoccedilatildeo de flanges para a conexatildeo de mangotes ou braccedilos de carregamento ou a

desconexatildeo dos braccedilos ou mangotes e flangeamento apoacutes as operaccedilotildees com a carga

bull Limpeza de filtros

bull Drenagem de linhas para abrir retenccedilotildees

bull Limpeza de derrames

Os procedimentos devem permitir somente o uso de suprimento de ar pelo

conjunto de respiraccedilatildeo autocircnomo Natildeo devem incluir o uso de respiradores com

29

cartuchos quiacutemicos para proteccedilatildeo contra vapores de H2S uma vez que as concentraccedilotildees

na atmosfera podem exceder a capacidade operacional do respirador

17 Consideraccedilotildees de estabilidade forccedilas trim e efeito de superfiacutecie

livre

Os petroleiros de casco simples usualmente tecircm uma altura metacecircntrica elevada

em todas as condiccedilotildees o que o faz permanecer inerentemente estaacutevel Enquanto a

tripulaccedilatildeo dos navios petroleiros tem sempre levado em conta os momentos fletores

longitudinais e as forccedilas cortantes verticais durante as operaccedilotildees de carga e lastro a

estabilidade precisa dos navios raramente tinha sido a primeira preocupaccedilatildeo de bordo

No entanto com a introduccedilatildeo de cascos duplos nos projetos dos petroleiros mudou esta

situaccedilatildeo

O principal problema mais provaacutevel de ser encontrado eacute o efeito na altura

metacecircntrica transversal da superfiacutecie livre do liacutequido nos tanques de carga e duplo

fundos

Dependendo do projeto tipo e nuacutemero destes tanques o efeito de superfiacutecie livre

poderaacute resultar em uma altura metacecircntrica significativamente reduzida A situaccedilatildeo seraacute

muita mais grave no caso de tanques de carga muito amplos sem antepara na linha de

centro e tanques de lastro tambeacutem natildeo possuindo antepara de centro (tanque em ldquoUrdquo)

Os estaacutegios mais criacuteticos de qualquer operaccedilatildeo satildeo durante o enchimento dos

tanques de lastro do duplo-fundo enquanto se descarrega o produto e esvaziando estes

tanques durante o carregamento da carga Se suficientes tanques de carga e tanques de

lastro satildeo esvaziados simultaneamente o efeito de superfiacutecie livre total poderaacute ser

suficiente para reduzir a altura metacecircntrica transversal para um ponto no qual a

estabilidade transversal do navio possa estar ameaccedilada Isto poderaacute resultar o

desenvolvimento de um angulo de banda muito grave repentinamente

Uma grande aacuterea de superfiacutecie livre associada com alto centro de gravidade

vertical eacute particularmente provaacutevel ameaccedilar a estabilidade nas grandes sondagens

(inagens)

30

Eacute imperativo que o pessoal tanto do terminal quanto do navio envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e lastro estejam cientes deste problema potencial e que todas estas

operaccedilotildees sejam conduzidas estritamente de acordo com o manual de carregamento do

navio

Onde estatildeo instalados os dispositivos de bloqueio para prevenir que muita carga

e lastro sejam operados simultaneamente causando com isso um excessivo efeito de

superfiacutecie livre devem sempre ser mantidos completamente operacionais natildeo devendo

tambeacutem nunca serem by-passados

Os navios que operam com altura metacecircntrica limitada devem ser equipados

com um computador de carregamento que calcule a altura metacecircntrica

31

18 Sistema de gaacutes inerte (SGI)

Gaacutes inerte eacute um gaacutes ou uma mistura de gases que natildeo conteacutem oxigecircnio suficiente

para permitir que ocorra a combustatildeo de hidrocarbonetos

O gaacutes inerte em navios de produtos escuros eacute normalmente proveniente dos

gases de descarga de caldeira Jaacute nos navios de produtos claros geralmente se utiliam

geradores de gaacutes inerte a diesel para a obtenccedilatildeo de um gaacutes com menor teor de impurezas

para evitar o risco de contaminaccedilatildeo da carga

Teoricamente os gases de hidrocarbonetos natildeo conseguem queimar em uma

atmosfera com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume

O sistema de gaacutes inerte deve ser capaz de manter nos tanques de carga uma

atmosfera com teor de oxigecircnio de 8 valor esse adotado na praacutetica para garantir uma

margem de seguranccedila em relaccedilatildeo aos 11 acima citados

A figura abaixo representa os percentuais de oxigecircnio de hidrocarbonetos em

uma atmosfera inertizada e a aacuterea sombreada a faixa onde ocorrem misturas

inflamaacuteveis que podem gerar risco de incecircndio ou explosatildeo

32

Nota este diagrama eacute meramente ilustrativo natildeo devendo ser utilizado na praacutetica para definir a composiccedilatildeo de gases

Em geral misturas com teor de hidrocarbonetos abaixo de 1 em volume (limite

inferior de explosividade ndash LEL) e misturas com teor de hidrocarbonetos acima de 10

em volume (limite superior de explosividade ndash UEL) se situam fora da faixa inflamaacutevel

Da mesma forma misturas com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume tambeacutem se

situam fora da faixa inflamaacutevel

Nas operaccedilotildees de desgaseificaccedilatildeo de tanques a atmosfera deve passar da condiccedilatildeo de

inertizada ilustrada pelo ponto (F) na figura para a condiccedilatildeo desgaseificada ponto (A)

sem passar pela faixa inflamaacutevel representada pela aacuterea sombreada

Na praacutetica garante-se que a faixa inflamaacutevel seja evitada atraveacutes da diluiccedilatildeo com gaacutes

inerte (purga) ateacute que se obtenha um teor de hidrocarbonetos nos tanques de 2 (ponto

H da figura) para entatildeo iniciar-se a diluiccedilatildeo com ar (ventilaccedilatildeo)

Os navios petroleiros que possuem gaacutes inerte devem manter seus tanques de carga

permanentemente inertizados com teor de oxigecircnio abaixo de 8 e com pressatildeo

positiva dentro da faixa estabelecida no seu manual do sistema de gaacutes inerte

33

Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema

rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a

entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros

natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte

ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte

No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e

navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade

estaacutetica sejam tomadas

A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o

manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos

componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas

Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de

gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos

tanques de carga

Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute

dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque

de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem

considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio

No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para

a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno

(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos

previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema

Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de

carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque

e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige

cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de

liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem

ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente

34

Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de

selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas

inspecionadas e testadas

35

19 Cuidados no Manuseio da Carga

191 Propriedades do Produto

Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A

publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT

disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores

informaccedilotildees

As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas

devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de

Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras

A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma

deve ser protestada pelo navio

1911 Ponto de Fulgor

O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor

suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel

1912 Volatilidade

A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e

depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo

A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor

Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e

com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis

1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo

Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para

que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa

de igniccedilatildeo (centelha ou chama)

36

1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos

A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e

o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e

no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga

1915 Viscosidade

A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de

resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido

aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de

temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo

a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga

1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana

A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede

principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente

expressa em partes por milhatildeo (ppm)

O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo

do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos

com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode

levar agrave paralisia e morte

O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos

eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o

limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por

dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos

A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da

composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido

para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo

O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No

quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas

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CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS

01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de

exposiccedilatildeo

02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira

apoacutes 30min de exposiccedilatildeo

07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de

exposiccedilatildeo

10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem

levar agrave perda de consciecircncia e morte

20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo

1917 Gaacutes Sulfiacutedrico

O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com

um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o

olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e

corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo

O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a

concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por

volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no

oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso

38

2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA

21 Operaccedilotildees de carregamento

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga

descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas

precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como

O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo

reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que

todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser

carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado

Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser

mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do

sistema e seus alarmes

Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se

contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque

O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o

manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de

despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de

vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto

Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para

evitar o transbordamento

39

bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar

o funcionamento das mesmas

bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no

menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de

cada vez

bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim

banda e temperatura da carga

bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da

vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do

terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de

transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post

bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para

reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo

bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a

antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento

bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser

levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que

deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial

bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser

designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de

transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os

demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB

como tanque de aliacutevio

bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes

confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou

bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga

deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques

Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser

fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo

Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser

drenadas e limpas antes do navio sair em viagem

40

Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a

desconexatildeo

22 Operaccedilatildeo de descarga

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas

anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa

operaccedilatildeo tais como

bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a

operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de

8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de

descarga deve ser interrompida

bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha

principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de

oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte

bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que

possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos

tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de

operaccedilatildeo do navio

bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As

vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de

descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto

para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser

confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e

que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o

superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo

da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada

bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o

terminal na carta inicial

41

O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o

melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo

recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para

melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga

de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas

Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de

reduccedilatildeo da bomba de carga

No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o

sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque

Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser

fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o

tanque designado

Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o

representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um

formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de

algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio

chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades

Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos

devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo

Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem

ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados

com todos os parafusos

Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas

vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de

carga

Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A

lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem

42

23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute

Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao

movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado

maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio

para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar

Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem

ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees

utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem

ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio

Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser

desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de

garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de

espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia

O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos

para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais

antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em

um estado criacutetico

43

24 Carregamento de produtos aquecidos

A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito

quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura

pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e

equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas

Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima

da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser

carregada exceder a 60ordmC em temperatura

As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de

uma carga aquecida

bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de

dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor

bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais

razoaacutevel

bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente

livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de

ebuliccedilatildeo da aacutegua

Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as

seguintes providecircncias

bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia

bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo

e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa

bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa

aberta para evitar martelo hidraacuteulico

bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas

antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal

44

bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas

bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo

Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos

tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave

documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria

O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de

condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua

de alimentaccedilatildeo das caldeiras

Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode

causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente

reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes

que as mesmas fiquem expostas

45

25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga

O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias

internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias

para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos

Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto

da transferecircncia

bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador

bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a

condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro

bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia

bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a

condiccedilatildeo de mar

bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo

das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme

planejada

bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar

ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia

Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em

condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que

natildeo eacute seguro

46

26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo

ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que

jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior

A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser

efetuada por instruccedilatildeo do afretador

Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser

utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo

A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma

coacutepia arquivada a bordo

Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de

fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque

natildeo desgaseificado

47

27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)

A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de

transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode

ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando

A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes

transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo

A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente

adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada

principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute

disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio

Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas

devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo

Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as

seguintes

bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja

efetuada

bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo

devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo

bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o

tamanho das defensas deve ser verificada

bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser

considerada

bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o

mooring master

48

28 Operaccedilotildees de lastro

O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do

navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da

operaccedilatildeo e da viagem

Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem

utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido

previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados

O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das

movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees

sobre a Aacutegua de Lastro

Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a

captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta

deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo

Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute

98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a

100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo

de corrosatildeo

Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro

e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da

superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo

evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro

O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta

de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do

deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este

procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro

49

Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface

aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de

interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de

lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte

O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de

contaminaccedilatildeo

Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para

Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua

de Lastro fornecido pela empresa

No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo

217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica

Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da

chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port

Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro

Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle

bull proibiccedilatildeo de deslastro

bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis

bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro

bull deslastro para instalaccedilotildees de terra

Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das

autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as

precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

64

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 3: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

18

para evitar que navios banidos das aacuteguas americanas passassem a operar nas aacuteguas

europeacuteias

Em 2002 foi aprovado pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho da Uniatildeo

Europeacuteia o Regulamento (CE) nordm 4172002 relativo agrave introduccedilatildeo acelerada dos

requisitos de construccedilatildeo em casco duplo ou equivalente para os navios petroleiros de

casco simples Os prazos fixados em tal Regulamento estatildeo em consonacircncia aos

estabelecidos pela Marpol em 2001 jaacute referidos

Em resposta ao acidente com o Prestige a Comissatildeo das Comunidades

Europeacuteias enviou comunicaccedilatildeo ao Parlamento Europeu contendo as medidas que

considera necessaacuterias para melhorar as condiccedilotildees de seguranccedila no mar

Entre as medidas propostas podem ser citadas

- acelerar a implantaccedilatildeo da Agecircncia Europeacuteia de Seguranccedila Mariacutetima

- monitorar mais estreitamente a accedilatildeo das sociedades de classificaccedilatildeo

- publicar uma lista negra dos navios que tenham sido detidos repetidamente nos

uacuteltimos dois ou trecircs anos e bani-los das aacuteguas europeacuteias

- adotar as medidas necessaacuterias para alcanccedilar suficiente taxa de inspeccedilatildeo em

todos os portos da Uniatildeo Europeacuteia

- estabelecer um fundo suplementar ateacute 2003 para a compensaccedilatildeo da poluiccedilatildeo

por oacuteleo de forma a cobrir danos em ateacute EUR 1 bilhatildeo (o limite internacional eacute de EUR

185 milhotildees)

- propor regulamentaccedilatildeo destinada a proibir o transporte de oacuteleo combustiacutevel

pesado em navios de casco simples que se destinem a portos europeus ou deles partam

- rever a niacutevel internacional aspectos quanto agrave responsabilidade e agrave

compensaccedilatildeo pela poluiccedilatildeo por oacuteleo de forma a aplicar mais estritamente o princiacutepio do

poluidor-pagador

- introduzir sanccedilotildees penais contra qualquer pessoa (inclusive juriacutedica) que tenha

provocado poluiccedilatildeo

19

Deve-se ressaltar que quanto a este uacuteltimo aspecto a legislaccedilatildeo brasileira eacute

bastante moderna destacando-se a Lei nordm 9605 de 12 de fevereiro de 1998 que ldquodispotildee

sobre as sanccedilotildees penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao

meio ambiente e daacute outras providecircnciasrsquo e a Lei nordm 9966 de 28 de abril de 2000 que

ldquodispotildee sobre a prevenccedilatildeo o controle e a fiscalizaccedilatildeo da poluiccedilatildeo causada por

lanccedilamento de oacuteleo e outras substacircncias nocivas ou perigosas em aacuteguas sob jurisdiccedilatildeo

nacional e daacute outras providecircnciasrdquo e a Lei nordm 9537 de 11 de dezembro de 1997 que

ldquodispotildee sobre a seguranccedila do traacutefego aquaviaacuterio em aacuteguas sob jurisdiccedilatildeo nacional e daacute

outras providecircnciasrdquo

Outra questatildeo eacute relativa a exigecircncias quanto ao tipo de navio Embora a

desativaccedilatildeo de navios de casco simples na Europa comece a partir de 2003 jaacute se

verifica uma tendecircncia de substituiccedilatildeo de navios de casco simples por navios de casco

duplo De acordo com dados da Intertanko a proporccedilatildeo de navios-tanque de casco

duplo aumentou de 39 da frota mundial em 2000 para 51 em 2002 estimando-se

que em 2007 75 dos navios-tanque seratildeo de casco duplo

Com regras americanas e europeacuteias mais riacutegidas que as normas internacionais a

tendecircncia eacute que os navios com casco simples passem a operar ateacute o prazo limite nos

paiacuteses menos exigentes

Uma das recomendaccedilotildees da Comissatildeo das Comunidades Europeacuteias refere-se agrave

proibiccedilatildeo do transporte de oacuteleo combustiacutevel pesado em navios de casco simples Tal

medida justifica-se em razatildeo desse tipo de produto petroliacutefero ser um dos mais

poluentes Devido ao baixo valor comercial e comparativamente a outros produtos

petroliacuteferos apresentar pequeno risco de fogo ou explosatildeo tem sido frequumlentemente

transportado por navios mais velhos proacuteximos ao final de sua vida uacutetil isto eacute os que

apresentam maior risco

Outro aspecto de importacircncia a ser abordado refere-se agrave inspeccedilatildeo dos navios

Afinal de nada adianta ter leis com puniccedilotildees severas se os mecanismos destinados a

fazecirc-las cumprir natildeo estatildeo em franca operaccedilatildeo Assim caberia indicaccedilatildeo ao Poder

Executivo propondo maior abrangecircncia e maior rigor nas exigecircncias quanto agrave inspeccedilatildeo

dos navios petroleiros que transitam em aacuteguas brasileiras

20

11 Procedimentos antes da chegada ao porto

Os preparativos e procedimento efetuados antes da chegada devem assegurar que a operaccedilatildeo transcorra de maneira eficaz e segura

O comandante deve ter agrave sua disposiccedilatildeo informaccedilotildees que seratildeo exigidas pelo terminal Devem ser consultados o Guide to Port Entry o agente e caso disponiacuteveis os folhetos atualizados com informaccedilotildees sobre os terminais

As operaccedilotildees previstas para o porto devem ser planejadas antecipadamente e provadas pelo comandante devendo ser discutidas com todos os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo Todos devem ter em mente a seguranccedila em primeiro lugar

Devem ser tambeacutem discutidos outros detalhes relativos agrave operaccedilatildeo tais como

bull Previsatildeo de atracaccedilatildeo

bull Caracteriacutesticas e cuidados com os produtos a serem manuseados

bull Abastecimento

bull Restriccedilotildees do terminal

bull Descarga de resiacuteduo oleoso Slop

21

12 Plano de carga

A finalidade da elaboraccedilatildeo de um plano de carga eacute garantir que a operaccedilatildeo transcorra de forma segura mantendo as condiccedilotildees de estabilidade e esforccedilos dentro dos limites admissiacuteveis aleacutem de permitir aos envolvidos nas operaccedilotildees uma fonte de consulta raacutepida e de faacutecil entendimento em qualquer estaacutegio da operaccedilatildeo

No plano de carga que deve ser elaborado pelo imediato eacute de grande importacircncia a observar os detalhes na distribuiccedilatildeo de carga

Para isto o imediato de posse da programaccedilatildeo deve planejar a distribuiccedilatildeo de carga a bordo levando em consideraccedilatildeo a total seguranccedila da carga e do pessoal envolvidos nas operaccedilotildees tais como

bull Quantidade densidade e caracteriacutesticas da carga

bull Segregaccedilatildeo e compatibilidade das cargas

bull Abastecimento e transferecircncia de consumiacuteveis

bull Calados em todas as etapas da viagem

bull Calado aeacutereo

bull Densidade da aacutegua nos portos

bull Zonas de linhas de carga durante a travessia (Borda livre)

bull Profundidade abaixo da quilha e efeito squat

bull Condiccedilotildees de navegabilidade esforccedilos e estabilidade durante a operaccedilatildeo e a

viagem

bull Necessidade de limpeza de tanques

bull Disponibilidade de tanques de resiacuteduo (slop)

bull Expansatildeo da carga devido aumento de temperatura

bull Sequecircncia dos produtos a serem operados no porto

O formulaacuterio Plano de Carga eacute composto das seguintes partes

bull Informaccedilotildees gerais nessa parte devem ser preenchidos os dados relativos ao

porto tipo de operaccedilatildeo e produtos manuseados

22

bull Diagrama dos tanques nessa parte devem ser preenchidas as condiccedilotildees inicial e

final dos tanques de carga e de lastro com seus respectivos produtos volumes e

ulagens Os tanques que seratildeo movimentados no porto devem ser destacados no

diagrama As ulagens indicadas no diagrama referem-se agrave condiccedilatildeo de trim e

banda zero Eacute preciso lembrar que por ocasiatildeo do top dos tanques a ulagem

indicada deve ser corrigida para trim e banda

bull Descriccedilatildeo da operaccedilatildeo nessa parte deve ser detalhada passo a passo a

sequencia da operaccedilatildeo pretendida constando as seguintes informaccedilotildees

o Sequecircncia de alinhamento citando as vaacutelvulas redes e tomadas que

seratildeo utilizadas em cada fase da operaccedilatildeo

o Ulagens finais dos tanques

o Sequencia dos tanques a serem operados

o Cuidados com aquecimento de carga

o Procedimentos para

Iniacutecio da operaccedilatildeo

Troca de tanques

Lastrodeslastro

Top ou drenagem

Monitoramento durante a operaccedilatildeo

Limpeza de tanques

23

13 Itens a serem verificados apoacutes atracaccedilatildeo e antes da operaccedilatildeo

Apoacutes a atracaccedilatildeo deve ser efetuada com o terminal a Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo inicial para discussatildeo do planejamento da operaccedilatildeo devendo ser abordados os seguintes itens

bull Verificar se os planos de carga limpeza de tanques e abastecimento foram

preparados e aprovados pelo comandante

bull Discutir os planos e informaccedilotildees operacionais com os tripulantes envolvidos na

operaccedilatildeo

bull Afixar no CCC a escala de serviccedilo no porto

bull Preparar bombas de carga e lastro e sistema de gaacutes inerte

bull Verificar se as redes do sistema de carga foram testadas nos uacuteltimos trinta dias

bull Verificar se as paradas de emergecircncia das bombas de carga foram testadas

bull Fazer inspeccedilatildeo visual das redes e juntas do sistema de carga

bull Verificar se os manocircmetros das tomadas de carga encontram-se em boas

condiccedilotildees

bull Verificar a superfiacutecie do lastro quanto agrave possiacutevel presenccedila de oacuteleo

bull Preencher o formulaacuterio do manual de gerenciamento de aacutegua de lastro sendo o

modelo ANVISA

bull Verificar a atualizaccedilatildeo do livro de registro de oacuteleo ndash partes I e II

bull Preparar a lista de contatos do SOPEP para o porto

bull Testar o sistema remoto de comando de vaacutelvulas e sistema hidraacuteulico deixando

a bomba hidraacuteulica manual pronta para o uso

bull Verificar o funcionamento das sondas e testar os alarmes (visual e sonoro) de

niacutevel alto dos tanques de carga

bull Testar o alarme de alagamento de poratildeo da casa de bombas

bull Testar o dispositivo para detecccedilatildeo de gases na casa de bombas

bull Fechar e lacrar as vaacutelvulas das caixas de mar e de descarga do costado

bull Efetuar o teste de estanqueidade das vaacutelvulas das caixas de mar

24

bull Verificar o funcionamento dos equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de gaacutes

(explosiacutemetro oxiacutemetro tankscope detector de H2S)

bull Bujonar os embornais

bull Limpar secar e bujonar todas as bandejas de tomadas de carga de combustiacuteveis

de guinchos de suspiros de tanques e caixas hidraacuteulicas

bull Posicionar o kit SOPEP

bull Verificar se todas as aberturas dos tanques de carga estatildeo devidamente fechadas

bull Testar manualmente o funcionamento das vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeoe

inspecionar as telas corta-chamas dos tanques de carga

bull Verificar se os equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de ulagem e temperatura e

equipamentos de amostragem estatildeo prontos para uso

bull Verificar a operaccedilatildeo dos exaustores da casa de bombas

bull Verificar se os drenos e suspiros da rede de carga estatildeo fechados

bull Fechar e lacrar a rede de descarga do separador de aacutegua e oacuteleo

bull Aterrar e testar as bombas portaacuteteis (tipo Wilden)

25

14 Procedimentos durante a operaccedilatildeo

Durante todas as operaccedilotildees de carga e descarga deve ser mantido a bordo um efetivo miacutenimo de 23 da tripulaccedilatildeo efetivo esse considerado necessaacuterio para atender a eventuais emergecircncias

Antes de iniciar a operaccedilatildeo o imediato deve estar presente no CCC para realizar um briefing com os envolvidos certificando-se de que a operaccedilatildeo se iniciaraacute e transcorreraacute de acordo com o planejado

O comandante e o imediato bem como o chefe de maacutequinas e o primeiro oficial de maacutequinas natildeo devem se ausentar de bordo ao mesmo tempo

Durante as operaccedilotildees de carga o CCC e a praccedila de maacutequinas devem ficar permanentemente guarnecidos

As vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas quando o terminal informar que estaacute pronto para iniciar a operaccedilatildeo O iniacutecio da operaccedilatildeo deve ser autorizado pelo comandante ou imediato

As operaccedilotildees devem ser iniciadas com baixa vazatildeo Nenhum aumento de vazatildeo deve ser efetuado ateacute que se verifique que a operaccedilatildeo estaacute transcorrendo conforme planejada apoacutes o que a vazatildeo pode entatildeo ser aumentada gradualmente ateacute o maacuteximo definido com o terminal

A comunicaccedilatildeo navio-terminal eacute um dos fatores mais importantes durante a operaccedilatildeo devendo ser efetuada de forma clara e objetiva Somente assuntos referentes agrave operaccedilatildeo devem ser tratados

Durante as operaccedilotildees dentre as verificaccedilotildees previstas no check-list acima mencionado destacamos

bull A exaustatildeo da casa de bombas deve ser mantida durante toda a operaccedilatildeo

bull A entrada em casa de bombas deve ser precedida do cumprimento do check-list

bull A vigilacircncia do conveacutes durante as operaccedilotildees deve ser efetuada por dois

tripulantes sendo permanente na aacuterea do manifold e o outro circulando o conveacutes

principal verificando possiacuteveis vazamentos nas redes de carga inclusive do

manifold do bordo oposto ao da atracaccedilatildeo aleacutem de outros itens tais como

Amarraccedilatildeo do navio

Cabos de seguranccedila

26

Embornais

Observaccedilatildeo ao redor do navio quanto agrave presenccedila de oacuteleo

Manocircmetros das tomadas de carga que natildeo estatildeo em uso inclusivo do

bordo oposto

bull As ulagens dos tanques dados como carregados devem continuar a ser

acompanhadas ateacute o final da operaccedilatildeo para garantir que natildeo estaacute havendo

movimentaccedilatildeo de carga natildeo planejada

bull Caso haja aacutegua acumulada no trincaniz a mesma deve ser drenada para o mar

caso esteja isenta de oacuteleo ou para o tanque slop caso esteja contaminada por

oacuteleo

bull O niacutevel de oacuteleo e a pressatildeo de trabalho das unidades hidraacuteulicas de acionamento

das vaacutelvulas de carga devem ser verificados periodicamente

Como boa praacutetica e sempre que possiacutevel em termos de esforccedilos o uacuteltimo tanque a

ser finalizado deve ser um tanque a meia-nau para minimizar o efeito sobre o trim e o

cuidado com os esforccedilos para natildeo termos surpresa quanto a operaccedilatildeo

Os alarmes de niacutevel alto dos tanques de carga e de alagamento da casa de bombas

devem ser testados antes de cada operaccedilatildeo

As vaacutelvulas da caixas de mar do sistema de carga devem ser testadas segundo as

orientaccedilotildees da publicaccedilatildeo da OCIMF ndash Prevention of Oil Spillages Through Cargo

Pumproom Sea Valves A vaacutelvula de descarga alta de costado e as vaacutelvulas das caixas

de mar do sistema de carga devem ser fechadas e lacradas

27

15 Limpeza de tanques

A operaccedilatildeo de limpeza de tanques de um navio petroleiro eacute efetuado com os

seguintes objetivos

bull Preparaccedilatildeo de tanques para troca de produtos para que natildeo contamine o produto

que seraacute carregado

bull Preparaccedilatildeo para lastro limpo

bull Inspeccedilatildeo de tanques

bull Manutenccedilatildeo de redes e vaacutelvulas

A limpeza dos tanques de carga deve ser efetuada sempre em circuito fechado

Admite-se a limpeza em circuito semi-aberto em viagem cumprindo o anexo I da

MARPOL quanto ao descarte de misturas oleosas

A limpeza dos tanques para troca de produtos deve seguir as instruccedilotildees do

afretador ou na sua falta seguir as recomendaccedilotildees contidas no Tank Cleaning Guide

No planejamento das operaccedilotildees de lavagem de tanques o risco principal eacute de

incecircndio ou explosatildeo que surgem da presenccedila simultacircnea de uma atmosfera inflamaacutevel

e de uma fonte de igniccedilatildeo O foco portanto deve ser para eliminar um ou mais dos

perigos que contribuem para esse risco chamados de os lados do triacircngulo do fogo

aroxigecircnio igniccedilatildeo e combustiacutevel (ex vapores inflamaacuteveis)

O meacutetodo que oferece o mais baixo risco eacute o de lavar um tanque com uma

atmosfera inerte A condiccedilatildeo inerte natildeo oferece ambiguumlidades por definiccedilatildeo para um

tanque ser considerado inerte ele deve satisfazer as exigecircncias da SOLAS para a

inertizaccedilatildeo dos tanques de carga e reduzindo o conteuacutedo de oxigecircnio da atmosfera de

cada tanque para um niacutevel que a combustatildeo natildeo possa ocorrer

Durante as operaccedilotildees de lavagem do tanque devem ser tomadas medidas a fim

de verificar que a atmosfera no tanque permanece natildeo inflamaacutevel (conteuacutedo de oxigecircnio

natildeo superior a 8 por volume) e a uma pressatildeo positiva

28

16 Procedimentos adicionais quando operando cargas contendo concentraccedilotildees de H2S muito altas

As Companhias e os Terminais devem desenvolver procedimentos adicionais para

serem empregados quando as cargas sendo operadas com niacuteveis muito altos de H2S

(100 ppm no espaccedilo vapor eacute considerado ser um limite razoaacutevel)

Sempre que houver probabilidade de concentraccedilotildees muito altas de H2S estarem

presentes devem estar disponiacuteveis Aparelhos de Respiraccedilatildeo de Emergecircncia para Fuga

(Maacutescara de Fuga) para todo o pessoal trabalhando em aacutereas de risco que jaacute deveratildeo

estar portando um instrumento pessoal de monitoramentoalarme para o gaacutes H2S

As pessoas devem ser instruiacutedas para se o alarme de seu instrumento for

ativado pocircr a Maacutescara de Fuga e imediatamente deixar a aacuterea em direccedilatildeo contraacuteria ao

vento Devendo informar o controle central local da presenccedila de altas concentraccedilotildees de

gaacutes a fim de que os procedimentos apropriados possam ser iniciados

Quando a presenccedila de H2S eacute conhecida deve sempre ser utilizado o

equipamento de respiraccedilatildeo autocircnomo se for considerado necessaacuterio violar a integridade

do sistema de carga e uma atmosfera livre dos vapores natildeo puder ser garantida Isto

inclui as seguintes atividades

bull Abertura da boca de mediccedilatildeo e amostragem

bull Remoccedilatildeo de flanges para a conexatildeo de mangotes ou braccedilos de carregamento ou a

desconexatildeo dos braccedilos ou mangotes e flangeamento apoacutes as operaccedilotildees com a carga

bull Limpeza de filtros

bull Drenagem de linhas para abrir retenccedilotildees

bull Limpeza de derrames

Os procedimentos devem permitir somente o uso de suprimento de ar pelo

conjunto de respiraccedilatildeo autocircnomo Natildeo devem incluir o uso de respiradores com

29

cartuchos quiacutemicos para proteccedilatildeo contra vapores de H2S uma vez que as concentraccedilotildees

na atmosfera podem exceder a capacidade operacional do respirador

17 Consideraccedilotildees de estabilidade forccedilas trim e efeito de superfiacutecie

livre

Os petroleiros de casco simples usualmente tecircm uma altura metacecircntrica elevada

em todas as condiccedilotildees o que o faz permanecer inerentemente estaacutevel Enquanto a

tripulaccedilatildeo dos navios petroleiros tem sempre levado em conta os momentos fletores

longitudinais e as forccedilas cortantes verticais durante as operaccedilotildees de carga e lastro a

estabilidade precisa dos navios raramente tinha sido a primeira preocupaccedilatildeo de bordo

No entanto com a introduccedilatildeo de cascos duplos nos projetos dos petroleiros mudou esta

situaccedilatildeo

O principal problema mais provaacutevel de ser encontrado eacute o efeito na altura

metacecircntrica transversal da superfiacutecie livre do liacutequido nos tanques de carga e duplo

fundos

Dependendo do projeto tipo e nuacutemero destes tanques o efeito de superfiacutecie livre

poderaacute resultar em uma altura metacecircntrica significativamente reduzida A situaccedilatildeo seraacute

muita mais grave no caso de tanques de carga muito amplos sem antepara na linha de

centro e tanques de lastro tambeacutem natildeo possuindo antepara de centro (tanque em ldquoUrdquo)

Os estaacutegios mais criacuteticos de qualquer operaccedilatildeo satildeo durante o enchimento dos

tanques de lastro do duplo-fundo enquanto se descarrega o produto e esvaziando estes

tanques durante o carregamento da carga Se suficientes tanques de carga e tanques de

lastro satildeo esvaziados simultaneamente o efeito de superfiacutecie livre total poderaacute ser

suficiente para reduzir a altura metacecircntrica transversal para um ponto no qual a

estabilidade transversal do navio possa estar ameaccedilada Isto poderaacute resultar o

desenvolvimento de um angulo de banda muito grave repentinamente

Uma grande aacuterea de superfiacutecie livre associada com alto centro de gravidade

vertical eacute particularmente provaacutevel ameaccedilar a estabilidade nas grandes sondagens

(inagens)

30

Eacute imperativo que o pessoal tanto do terminal quanto do navio envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e lastro estejam cientes deste problema potencial e que todas estas

operaccedilotildees sejam conduzidas estritamente de acordo com o manual de carregamento do

navio

Onde estatildeo instalados os dispositivos de bloqueio para prevenir que muita carga

e lastro sejam operados simultaneamente causando com isso um excessivo efeito de

superfiacutecie livre devem sempre ser mantidos completamente operacionais natildeo devendo

tambeacutem nunca serem by-passados

Os navios que operam com altura metacecircntrica limitada devem ser equipados

com um computador de carregamento que calcule a altura metacecircntrica

31

18 Sistema de gaacutes inerte (SGI)

Gaacutes inerte eacute um gaacutes ou uma mistura de gases que natildeo conteacutem oxigecircnio suficiente

para permitir que ocorra a combustatildeo de hidrocarbonetos

O gaacutes inerte em navios de produtos escuros eacute normalmente proveniente dos

gases de descarga de caldeira Jaacute nos navios de produtos claros geralmente se utiliam

geradores de gaacutes inerte a diesel para a obtenccedilatildeo de um gaacutes com menor teor de impurezas

para evitar o risco de contaminaccedilatildeo da carga

Teoricamente os gases de hidrocarbonetos natildeo conseguem queimar em uma

atmosfera com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume

O sistema de gaacutes inerte deve ser capaz de manter nos tanques de carga uma

atmosfera com teor de oxigecircnio de 8 valor esse adotado na praacutetica para garantir uma

margem de seguranccedila em relaccedilatildeo aos 11 acima citados

A figura abaixo representa os percentuais de oxigecircnio de hidrocarbonetos em

uma atmosfera inertizada e a aacuterea sombreada a faixa onde ocorrem misturas

inflamaacuteveis que podem gerar risco de incecircndio ou explosatildeo

32

Nota este diagrama eacute meramente ilustrativo natildeo devendo ser utilizado na praacutetica para definir a composiccedilatildeo de gases

Em geral misturas com teor de hidrocarbonetos abaixo de 1 em volume (limite

inferior de explosividade ndash LEL) e misturas com teor de hidrocarbonetos acima de 10

em volume (limite superior de explosividade ndash UEL) se situam fora da faixa inflamaacutevel

Da mesma forma misturas com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume tambeacutem se

situam fora da faixa inflamaacutevel

Nas operaccedilotildees de desgaseificaccedilatildeo de tanques a atmosfera deve passar da condiccedilatildeo de

inertizada ilustrada pelo ponto (F) na figura para a condiccedilatildeo desgaseificada ponto (A)

sem passar pela faixa inflamaacutevel representada pela aacuterea sombreada

Na praacutetica garante-se que a faixa inflamaacutevel seja evitada atraveacutes da diluiccedilatildeo com gaacutes

inerte (purga) ateacute que se obtenha um teor de hidrocarbonetos nos tanques de 2 (ponto

H da figura) para entatildeo iniciar-se a diluiccedilatildeo com ar (ventilaccedilatildeo)

Os navios petroleiros que possuem gaacutes inerte devem manter seus tanques de carga

permanentemente inertizados com teor de oxigecircnio abaixo de 8 e com pressatildeo

positiva dentro da faixa estabelecida no seu manual do sistema de gaacutes inerte

33

Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema

rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a

entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros

natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte

ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte

No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e

navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade

estaacutetica sejam tomadas

A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o

manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos

componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas

Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de

gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos

tanques de carga

Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute

dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque

de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem

considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio

No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para

a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno

(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos

previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema

Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de

carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque

e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige

cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de

liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem

ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente

34

Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de

selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas

inspecionadas e testadas

35

19 Cuidados no Manuseio da Carga

191 Propriedades do Produto

Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A

publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT

disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores

informaccedilotildees

As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas

devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de

Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras

A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma

deve ser protestada pelo navio

1911 Ponto de Fulgor

O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor

suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel

1912 Volatilidade

A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e

depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo

A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor

Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e

com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis

1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo

Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para

que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa

de igniccedilatildeo (centelha ou chama)

36

1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos

A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e

o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e

no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga

1915 Viscosidade

A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de

resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido

aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de

temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo

a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga

1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana

A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede

principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente

expressa em partes por milhatildeo (ppm)

O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo

do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos

com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode

levar agrave paralisia e morte

O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos

eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o

limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por

dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos

A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da

composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido

para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo

O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No

quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas

37

CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS

01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de

exposiccedilatildeo

02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira

apoacutes 30min de exposiccedilatildeo

07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de

exposiccedilatildeo

10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem

levar agrave perda de consciecircncia e morte

20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo

1917 Gaacutes Sulfiacutedrico

O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com

um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o

olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e

corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo

O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a

concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por

volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no

oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso

38

2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA

21 Operaccedilotildees de carregamento

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga

descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas

precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como

O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo

reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que

todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser

carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado

Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser

mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do

sistema e seus alarmes

Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se

contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque

O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o

manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de

despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de

vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto

Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para

evitar o transbordamento

39

bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar

o funcionamento das mesmas

bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no

menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de

cada vez

bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim

banda e temperatura da carga

bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da

vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do

terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de

transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post

bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para

reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo

bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a

antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento

bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser

levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que

deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial

bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser

designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de

transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os

demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB

como tanque de aliacutevio

bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes

confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou

bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga

deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques

Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser

fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo

Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser

drenadas e limpas antes do navio sair em viagem

40

Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a

desconexatildeo

22 Operaccedilatildeo de descarga

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas

anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa

operaccedilatildeo tais como

bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a

operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de

8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de

descarga deve ser interrompida

bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha

principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de

oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte

bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que

possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos

tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de

operaccedilatildeo do navio

bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As

vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de

descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto

para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser

confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e

que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o

superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo

da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada

bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o

terminal na carta inicial

41

O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o

melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo

recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para

melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga

de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas

Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de

reduccedilatildeo da bomba de carga

No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o

sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque

Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser

fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o

tanque designado

Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o

representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um

formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de

algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio

chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades

Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos

devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo

Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem

ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados

com todos os parafusos

Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas

vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de

carga

Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A

lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem

42

23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute

Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao

movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado

maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio

para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar

Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem

ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees

utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem

ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio

Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser

desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de

garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de

espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia

O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos

para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais

antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em

um estado criacutetico

43

24 Carregamento de produtos aquecidos

A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito

quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura

pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e

equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas

Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima

da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser

carregada exceder a 60ordmC em temperatura

As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de

uma carga aquecida

bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de

dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor

bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais

razoaacutevel

bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente

livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de

ebuliccedilatildeo da aacutegua

Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as

seguintes providecircncias

bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia

bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo

e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa

bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa

aberta para evitar martelo hidraacuteulico

bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas

antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal

44

bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas

bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo

Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos

tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave

documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria

O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de

condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua

de alimentaccedilatildeo das caldeiras

Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode

causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente

reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes

que as mesmas fiquem expostas

45

25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga

O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias

internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias

para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos

Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto

da transferecircncia

bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador

bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a

condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro

bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia

bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a

condiccedilatildeo de mar

bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo

das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme

planejada

bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar

ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia

Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em

condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que

natildeo eacute seguro

46

26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo

ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que

jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior

A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser

efetuada por instruccedilatildeo do afretador

Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser

utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo

A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma

coacutepia arquivada a bordo

Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de

fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque

natildeo desgaseificado

47

27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)

A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de

transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode

ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando

A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes

transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo

A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente

adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada

principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute

disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio

Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas

devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo

Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as

seguintes

bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja

efetuada

bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo

devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo

bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o

tamanho das defensas deve ser verificada

bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser

considerada

bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o

mooring master

48

28 Operaccedilotildees de lastro

O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do

navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da

operaccedilatildeo e da viagem

Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem

utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido

previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados

O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das

movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees

sobre a Aacutegua de Lastro

Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a

captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta

deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo

Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute

98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a

100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo

de corrosatildeo

Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro

e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da

superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo

evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro

O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta

de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do

deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este

procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro

49

Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface

aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de

interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de

lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte

O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de

contaminaccedilatildeo

Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para

Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua

de Lastro fornecido pela empresa

No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo

217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica

Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da

chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port

Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro

Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle

bull proibiccedilatildeo de deslastro

bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis

bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro

bull deslastro para instalaccedilotildees de terra

Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das

autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as

precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

64

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 4: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

19

Deve-se ressaltar que quanto a este uacuteltimo aspecto a legislaccedilatildeo brasileira eacute

bastante moderna destacando-se a Lei nordm 9605 de 12 de fevereiro de 1998 que ldquodispotildee

sobre as sanccedilotildees penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao

meio ambiente e daacute outras providecircnciasrsquo e a Lei nordm 9966 de 28 de abril de 2000 que

ldquodispotildee sobre a prevenccedilatildeo o controle e a fiscalizaccedilatildeo da poluiccedilatildeo causada por

lanccedilamento de oacuteleo e outras substacircncias nocivas ou perigosas em aacuteguas sob jurisdiccedilatildeo

nacional e daacute outras providecircnciasrdquo e a Lei nordm 9537 de 11 de dezembro de 1997 que

ldquodispotildee sobre a seguranccedila do traacutefego aquaviaacuterio em aacuteguas sob jurisdiccedilatildeo nacional e daacute

outras providecircnciasrdquo

Outra questatildeo eacute relativa a exigecircncias quanto ao tipo de navio Embora a

desativaccedilatildeo de navios de casco simples na Europa comece a partir de 2003 jaacute se

verifica uma tendecircncia de substituiccedilatildeo de navios de casco simples por navios de casco

duplo De acordo com dados da Intertanko a proporccedilatildeo de navios-tanque de casco

duplo aumentou de 39 da frota mundial em 2000 para 51 em 2002 estimando-se

que em 2007 75 dos navios-tanque seratildeo de casco duplo

Com regras americanas e europeacuteias mais riacutegidas que as normas internacionais a

tendecircncia eacute que os navios com casco simples passem a operar ateacute o prazo limite nos

paiacuteses menos exigentes

Uma das recomendaccedilotildees da Comissatildeo das Comunidades Europeacuteias refere-se agrave

proibiccedilatildeo do transporte de oacuteleo combustiacutevel pesado em navios de casco simples Tal

medida justifica-se em razatildeo desse tipo de produto petroliacutefero ser um dos mais

poluentes Devido ao baixo valor comercial e comparativamente a outros produtos

petroliacuteferos apresentar pequeno risco de fogo ou explosatildeo tem sido frequumlentemente

transportado por navios mais velhos proacuteximos ao final de sua vida uacutetil isto eacute os que

apresentam maior risco

Outro aspecto de importacircncia a ser abordado refere-se agrave inspeccedilatildeo dos navios

Afinal de nada adianta ter leis com puniccedilotildees severas se os mecanismos destinados a

fazecirc-las cumprir natildeo estatildeo em franca operaccedilatildeo Assim caberia indicaccedilatildeo ao Poder

Executivo propondo maior abrangecircncia e maior rigor nas exigecircncias quanto agrave inspeccedilatildeo

dos navios petroleiros que transitam em aacuteguas brasileiras

20

11 Procedimentos antes da chegada ao porto

Os preparativos e procedimento efetuados antes da chegada devem assegurar que a operaccedilatildeo transcorra de maneira eficaz e segura

O comandante deve ter agrave sua disposiccedilatildeo informaccedilotildees que seratildeo exigidas pelo terminal Devem ser consultados o Guide to Port Entry o agente e caso disponiacuteveis os folhetos atualizados com informaccedilotildees sobre os terminais

As operaccedilotildees previstas para o porto devem ser planejadas antecipadamente e provadas pelo comandante devendo ser discutidas com todos os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo Todos devem ter em mente a seguranccedila em primeiro lugar

Devem ser tambeacutem discutidos outros detalhes relativos agrave operaccedilatildeo tais como

bull Previsatildeo de atracaccedilatildeo

bull Caracteriacutesticas e cuidados com os produtos a serem manuseados

bull Abastecimento

bull Restriccedilotildees do terminal

bull Descarga de resiacuteduo oleoso Slop

21

12 Plano de carga

A finalidade da elaboraccedilatildeo de um plano de carga eacute garantir que a operaccedilatildeo transcorra de forma segura mantendo as condiccedilotildees de estabilidade e esforccedilos dentro dos limites admissiacuteveis aleacutem de permitir aos envolvidos nas operaccedilotildees uma fonte de consulta raacutepida e de faacutecil entendimento em qualquer estaacutegio da operaccedilatildeo

No plano de carga que deve ser elaborado pelo imediato eacute de grande importacircncia a observar os detalhes na distribuiccedilatildeo de carga

Para isto o imediato de posse da programaccedilatildeo deve planejar a distribuiccedilatildeo de carga a bordo levando em consideraccedilatildeo a total seguranccedila da carga e do pessoal envolvidos nas operaccedilotildees tais como

bull Quantidade densidade e caracteriacutesticas da carga

bull Segregaccedilatildeo e compatibilidade das cargas

bull Abastecimento e transferecircncia de consumiacuteveis

bull Calados em todas as etapas da viagem

bull Calado aeacutereo

bull Densidade da aacutegua nos portos

bull Zonas de linhas de carga durante a travessia (Borda livre)

bull Profundidade abaixo da quilha e efeito squat

bull Condiccedilotildees de navegabilidade esforccedilos e estabilidade durante a operaccedilatildeo e a

viagem

bull Necessidade de limpeza de tanques

bull Disponibilidade de tanques de resiacuteduo (slop)

bull Expansatildeo da carga devido aumento de temperatura

bull Sequecircncia dos produtos a serem operados no porto

O formulaacuterio Plano de Carga eacute composto das seguintes partes

bull Informaccedilotildees gerais nessa parte devem ser preenchidos os dados relativos ao

porto tipo de operaccedilatildeo e produtos manuseados

22

bull Diagrama dos tanques nessa parte devem ser preenchidas as condiccedilotildees inicial e

final dos tanques de carga e de lastro com seus respectivos produtos volumes e

ulagens Os tanques que seratildeo movimentados no porto devem ser destacados no

diagrama As ulagens indicadas no diagrama referem-se agrave condiccedilatildeo de trim e

banda zero Eacute preciso lembrar que por ocasiatildeo do top dos tanques a ulagem

indicada deve ser corrigida para trim e banda

bull Descriccedilatildeo da operaccedilatildeo nessa parte deve ser detalhada passo a passo a

sequencia da operaccedilatildeo pretendida constando as seguintes informaccedilotildees

o Sequecircncia de alinhamento citando as vaacutelvulas redes e tomadas que

seratildeo utilizadas em cada fase da operaccedilatildeo

o Ulagens finais dos tanques

o Sequencia dos tanques a serem operados

o Cuidados com aquecimento de carga

o Procedimentos para

Iniacutecio da operaccedilatildeo

Troca de tanques

Lastrodeslastro

Top ou drenagem

Monitoramento durante a operaccedilatildeo

Limpeza de tanques

23

13 Itens a serem verificados apoacutes atracaccedilatildeo e antes da operaccedilatildeo

Apoacutes a atracaccedilatildeo deve ser efetuada com o terminal a Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo inicial para discussatildeo do planejamento da operaccedilatildeo devendo ser abordados os seguintes itens

bull Verificar se os planos de carga limpeza de tanques e abastecimento foram

preparados e aprovados pelo comandante

bull Discutir os planos e informaccedilotildees operacionais com os tripulantes envolvidos na

operaccedilatildeo

bull Afixar no CCC a escala de serviccedilo no porto

bull Preparar bombas de carga e lastro e sistema de gaacutes inerte

bull Verificar se as redes do sistema de carga foram testadas nos uacuteltimos trinta dias

bull Verificar se as paradas de emergecircncia das bombas de carga foram testadas

bull Fazer inspeccedilatildeo visual das redes e juntas do sistema de carga

bull Verificar se os manocircmetros das tomadas de carga encontram-se em boas

condiccedilotildees

bull Verificar a superfiacutecie do lastro quanto agrave possiacutevel presenccedila de oacuteleo

bull Preencher o formulaacuterio do manual de gerenciamento de aacutegua de lastro sendo o

modelo ANVISA

bull Verificar a atualizaccedilatildeo do livro de registro de oacuteleo ndash partes I e II

bull Preparar a lista de contatos do SOPEP para o porto

bull Testar o sistema remoto de comando de vaacutelvulas e sistema hidraacuteulico deixando

a bomba hidraacuteulica manual pronta para o uso

bull Verificar o funcionamento das sondas e testar os alarmes (visual e sonoro) de

niacutevel alto dos tanques de carga

bull Testar o alarme de alagamento de poratildeo da casa de bombas

bull Testar o dispositivo para detecccedilatildeo de gases na casa de bombas

bull Fechar e lacrar as vaacutelvulas das caixas de mar e de descarga do costado

bull Efetuar o teste de estanqueidade das vaacutelvulas das caixas de mar

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bull Verificar o funcionamento dos equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de gaacutes

(explosiacutemetro oxiacutemetro tankscope detector de H2S)

bull Bujonar os embornais

bull Limpar secar e bujonar todas as bandejas de tomadas de carga de combustiacuteveis

de guinchos de suspiros de tanques e caixas hidraacuteulicas

bull Posicionar o kit SOPEP

bull Verificar se todas as aberturas dos tanques de carga estatildeo devidamente fechadas

bull Testar manualmente o funcionamento das vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeoe

inspecionar as telas corta-chamas dos tanques de carga

bull Verificar se os equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de ulagem e temperatura e

equipamentos de amostragem estatildeo prontos para uso

bull Verificar a operaccedilatildeo dos exaustores da casa de bombas

bull Verificar se os drenos e suspiros da rede de carga estatildeo fechados

bull Fechar e lacrar a rede de descarga do separador de aacutegua e oacuteleo

bull Aterrar e testar as bombas portaacuteteis (tipo Wilden)

25

14 Procedimentos durante a operaccedilatildeo

Durante todas as operaccedilotildees de carga e descarga deve ser mantido a bordo um efetivo miacutenimo de 23 da tripulaccedilatildeo efetivo esse considerado necessaacuterio para atender a eventuais emergecircncias

Antes de iniciar a operaccedilatildeo o imediato deve estar presente no CCC para realizar um briefing com os envolvidos certificando-se de que a operaccedilatildeo se iniciaraacute e transcorreraacute de acordo com o planejado

O comandante e o imediato bem como o chefe de maacutequinas e o primeiro oficial de maacutequinas natildeo devem se ausentar de bordo ao mesmo tempo

Durante as operaccedilotildees de carga o CCC e a praccedila de maacutequinas devem ficar permanentemente guarnecidos

As vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas quando o terminal informar que estaacute pronto para iniciar a operaccedilatildeo O iniacutecio da operaccedilatildeo deve ser autorizado pelo comandante ou imediato

As operaccedilotildees devem ser iniciadas com baixa vazatildeo Nenhum aumento de vazatildeo deve ser efetuado ateacute que se verifique que a operaccedilatildeo estaacute transcorrendo conforme planejada apoacutes o que a vazatildeo pode entatildeo ser aumentada gradualmente ateacute o maacuteximo definido com o terminal

A comunicaccedilatildeo navio-terminal eacute um dos fatores mais importantes durante a operaccedilatildeo devendo ser efetuada de forma clara e objetiva Somente assuntos referentes agrave operaccedilatildeo devem ser tratados

Durante as operaccedilotildees dentre as verificaccedilotildees previstas no check-list acima mencionado destacamos

bull A exaustatildeo da casa de bombas deve ser mantida durante toda a operaccedilatildeo

bull A entrada em casa de bombas deve ser precedida do cumprimento do check-list

bull A vigilacircncia do conveacutes durante as operaccedilotildees deve ser efetuada por dois

tripulantes sendo permanente na aacuterea do manifold e o outro circulando o conveacutes

principal verificando possiacuteveis vazamentos nas redes de carga inclusive do

manifold do bordo oposto ao da atracaccedilatildeo aleacutem de outros itens tais como

Amarraccedilatildeo do navio

Cabos de seguranccedila

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Embornais

Observaccedilatildeo ao redor do navio quanto agrave presenccedila de oacuteleo

Manocircmetros das tomadas de carga que natildeo estatildeo em uso inclusivo do

bordo oposto

bull As ulagens dos tanques dados como carregados devem continuar a ser

acompanhadas ateacute o final da operaccedilatildeo para garantir que natildeo estaacute havendo

movimentaccedilatildeo de carga natildeo planejada

bull Caso haja aacutegua acumulada no trincaniz a mesma deve ser drenada para o mar

caso esteja isenta de oacuteleo ou para o tanque slop caso esteja contaminada por

oacuteleo

bull O niacutevel de oacuteleo e a pressatildeo de trabalho das unidades hidraacuteulicas de acionamento

das vaacutelvulas de carga devem ser verificados periodicamente

Como boa praacutetica e sempre que possiacutevel em termos de esforccedilos o uacuteltimo tanque a

ser finalizado deve ser um tanque a meia-nau para minimizar o efeito sobre o trim e o

cuidado com os esforccedilos para natildeo termos surpresa quanto a operaccedilatildeo

Os alarmes de niacutevel alto dos tanques de carga e de alagamento da casa de bombas

devem ser testados antes de cada operaccedilatildeo

As vaacutelvulas da caixas de mar do sistema de carga devem ser testadas segundo as

orientaccedilotildees da publicaccedilatildeo da OCIMF ndash Prevention of Oil Spillages Through Cargo

Pumproom Sea Valves A vaacutelvula de descarga alta de costado e as vaacutelvulas das caixas

de mar do sistema de carga devem ser fechadas e lacradas

27

15 Limpeza de tanques

A operaccedilatildeo de limpeza de tanques de um navio petroleiro eacute efetuado com os

seguintes objetivos

bull Preparaccedilatildeo de tanques para troca de produtos para que natildeo contamine o produto

que seraacute carregado

bull Preparaccedilatildeo para lastro limpo

bull Inspeccedilatildeo de tanques

bull Manutenccedilatildeo de redes e vaacutelvulas

A limpeza dos tanques de carga deve ser efetuada sempre em circuito fechado

Admite-se a limpeza em circuito semi-aberto em viagem cumprindo o anexo I da

MARPOL quanto ao descarte de misturas oleosas

A limpeza dos tanques para troca de produtos deve seguir as instruccedilotildees do

afretador ou na sua falta seguir as recomendaccedilotildees contidas no Tank Cleaning Guide

No planejamento das operaccedilotildees de lavagem de tanques o risco principal eacute de

incecircndio ou explosatildeo que surgem da presenccedila simultacircnea de uma atmosfera inflamaacutevel

e de uma fonte de igniccedilatildeo O foco portanto deve ser para eliminar um ou mais dos

perigos que contribuem para esse risco chamados de os lados do triacircngulo do fogo

aroxigecircnio igniccedilatildeo e combustiacutevel (ex vapores inflamaacuteveis)

O meacutetodo que oferece o mais baixo risco eacute o de lavar um tanque com uma

atmosfera inerte A condiccedilatildeo inerte natildeo oferece ambiguumlidades por definiccedilatildeo para um

tanque ser considerado inerte ele deve satisfazer as exigecircncias da SOLAS para a

inertizaccedilatildeo dos tanques de carga e reduzindo o conteuacutedo de oxigecircnio da atmosfera de

cada tanque para um niacutevel que a combustatildeo natildeo possa ocorrer

Durante as operaccedilotildees de lavagem do tanque devem ser tomadas medidas a fim

de verificar que a atmosfera no tanque permanece natildeo inflamaacutevel (conteuacutedo de oxigecircnio

natildeo superior a 8 por volume) e a uma pressatildeo positiva

28

16 Procedimentos adicionais quando operando cargas contendo concentraccedilotildees de H2S muito altas

As Companhias e os Terminais devem desenvolver procedimentos adicionais para

serem empregados quando as cargas sendo operadas com niacuteveis muito altos de H2S

(100 ppm no espaccedilo vapor eacute considerado ser um limite razoaacutevel)

Sempre que houver probabilidade de concentraccedilotildees muito altas de H2S estarem

presentes devem estar disponiacuteveis Aparelhos de Respiraccedilatildeo de Emergecircncia para Fuga

(Maacutescara de Fuga) para todo o pessoal trabalhando em aacutereas de risco que jaacute deveratildeo

estar portando um instrumento pessoal de monitoramentoalarme para o gaacutes H2S

As pessoas devem ser instruiacutedas para se o alarme de seu instrumento for

ativado pocircr a Maacutescara de Fuga e imediatamente deixar a aacuterea em direccedilatildeo contraacuteria ao

vento Devendo informar o controle central local da presenccedila de altas concentraccedilotildees de

gaacutes a fim de que os procedimentos apropriados possam ser iniciados

Quando a presenccedila de H2S eacute conhecida deve sempre ser utilizado o

equipamento de respiraccedilatildeo autocircnomo se for considerado necessaacuterio violar a integridade

do sistema de carga e uma atmosfera livre dos vapores natildeo puder ser garantida Isto

inclui as seguintes atividades

bull Abertura da boca de mediccedilatildeo e amostragem

bull Remoccedilatildeo de flanges para a conexatildeo de mangotes ou braccedilos de carregamento ou a

desconexatildeo dos braccedilos ou mangotes e flangeamento apoacutes as operaccedilotildees com a carga

bull Limpeza de filtros

bull Drenagem de linhas para abrir retenccedilotildees

bull Limpeza de derrames

Os procedimentos devem permitir somente o uso de suprimento de ar pelo

conjunto de respiraccedilatildeo autocircnomo Natildeo devem incluir o uso de respiradores com

29

cartuchos quiacutemicos para proteccedilatildeo contra vapores de H2S uma vez que as concentraccedilotildees

na atmosfera podem exceder a capacidade operacional do respirador

17 Consideraccedilotildees de estabilidade forccedilas trim e efeito de superfiacutecie

livre

Os petroleiros de casco simples usualmente tecircm uma altura metacecircntrica elevada

em todas as condiccedilotildees o que o faz permanecer inerentemente estaacutevel Enquanto a

tripulaccedilatildeo dos navios petroleiros tem sempre levado em conta os momentos fletores

longitudinais e as forccedilas cortantes verticais durante as operaccedilotildees de carga e lastro a

estabilidade precisa dos navios raramente tinha sido a primeira preocupaccedilatildeo de bordo

No entanto com a introduccedilatildeo de cascos duplos nos projetos dos petroleiros mudou esta

situaccedilatildeo

O principal problema mais provaacutevel de ser encontrado eacute o efeito na altura

metacecircntrica transversal da superfiacutecie livre do liacutequido nos tanques de carga e duplo

fundos

Dependendo do projeto tipo e nuacutemero destes tanques o efeito de superfiacutecie livre

poderaacute resultar em uma altura metacecircntrica significativamente reduzida A situaccedilatildeo seraacute

muita mais grave no caso de tanques de carga muito amplos sem antepara na linha de

centro e tanques de lastro tambeacutem natildeo possuindo antepara de centro (tanque em ldquoUrdquo)

Os estaacutegios mais criacuteticos de qualquer operaccedilatildeo satildeo durante o enchimento dos

tanques de lastro do duplo-fundo enquanto se descarrega o produto e esvaziando estes

tanques durante o carregamento da carga Se suficientes tanques de carga e tanques de

lastro satildeo esvaziados simultaneamente o efeito de superfiacutecie livre total poderaacute ser

suficiente para reduzir a altura metacecircntrica transversal para um ponto no qual a

estabilidade transversal do navio possa estar ameaccedilada Isto poderaacute resultar o

desenvolvimento de um angulo de banda muito grave repentinamente

Uma grande aacuterea de superfiacutecie livre associada com alto centro de gravidade

vertical eacute particularmente provaacutevel ameaccedilar a estabilidade nas grandes sondagens

(inagens)

30

Eacute imperativo que o pessoal tanto do terminal quanto do navio envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e lastro estejam cientes deste problema potencial e que todas estas

operaccedilotildees sejam conduzidas estritamente de acordo com o manual de carregamento do

navio

Onde estatildeo instalados os dispositivos de bloqueio para prevenir que muita carga

e lastro sejam operados simultaneamente causando com isso um excessivo efeito de

superfiacutecie livre devem sempre ser mantidos completamente operacionais natildeo devendo

tambeacutem nunca serem by-passados

Os navios que operam com altura metacecircntrica limitada devem ser equipados

com um computador de carregamento que calcule a altura metacecircntrica

31

18 Sistema de gaacutes inerte (SGI)

Gaacutes inerte eacute um gaacutes ou uma mistura de gases que natildeo conteacutem oxigecircnio suficiente

para permitir que ocorra a combustatildeo de hidrocarbonetos

O gaacutes inerte em navios de produtos escuros eacute normalmente proveniente dos

gases de descarga de caldeira Jaacute nos navios de produtos claros geralmente se utiliam

geradores de gaacutes inerte a diesel para a obtenccedilatildeo de um gaacutes com menor teor de impurezas

para evitar o risco de contaminaccedilatildeo da carga

Teoricamente os gases de hidrocarbonetos natildeo conseguem queimar em uma

atmosfera com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume

O sistema de gaacutes inerte deve ser capaz de manter nos tanques de carga uma

atmosfera com teor de oxigecircnio de 8 valor esse adotado na praacutetica para garantir uma

margem de seguranccedila em relaccedilatildeo aos 11 acima citados

A figura abaixo representa os percentuais de oxigecircnio de hidrocarbonetos em

uma atmosfera inertizada e a aacuterea sombreada a faixa onde ocorrem misturas

inflamaacuteveis que podem gerar risco de incecircndio ou explosatildeo

32

Nota este diagrama eacute meramente ilustrativo natildeo devendo ser utilizado na praacutetica para definir a composiccedilatildeo de gases

Em geral misturas com teor de hidrocarbonetos abaixo de 1 em volume (limite

inferior de explosividade ndash LEL) e misturas com teor de hidrocarbonetos acima de 10

em volume (limite superior de explosividade ndash UEL) se situam fora da faixa inflamaacutevel

Da mesma forma misturas com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume tambeacutem se

situam fora da faixa inflamaacutevel

Nas operaccedilotildees de desgaseificaccedilatildeo de tanques a atmosfera deve passar da condiccedilatildeo de

inertizada ilustrada pelo ponto (F) na figura para a condiccedilatildeo desgaseificada ponto (A)

sem passar pela faixa inflamaacutevel representada pela aacuterea sombreada

Na praacutetica garante-se que a faixa inflamaacutevel seja evitada atraveacutes da diluiccedilatildeo com gaacutes

inerte (purga) ateacute que se obtenha um teor de hidrocarbonetos nos tanques de 2 (ponto

H da figura) para entatildeo iniciar-se a diluiccedilatildeo com ar (ventilaccedilatildeo)

Os navios petroleiros que possuem gaacutes inerte devem manter seus tanques de carga

permanentemente inertizados com teor de oxigecircnio abaixo de 8 e com pressatildeo

positiva dentro da faixa estabelecida no seu manual do sistema de gaacutes inerte

33

Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema

rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a

entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros

natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte

ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte

No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e

navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade

estaacutetica sejam tomadas

A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o

manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos

componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas

Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de

gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos

tanques de carga

Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute

dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque

de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem

considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio

No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para

a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno

(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos

previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema

Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de

carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque

e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige

cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de

liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem

ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente

34

Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de

selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas

inspecionadas e testadas

35

19 Cuidados no Manuseio da Carga

191 Propriedades do Produto

Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A

publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT

disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores

informaccedilotildees

As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas

devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de

Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras

A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma

deve ser protestada pelo navio

1911 Ponto de Fulgor

O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor

suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel

1912 Volatilidade

A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e

depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo

A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor

Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e

com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis

1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo

Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para

que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa

de igniccedilatildeo (centelha ou chama)

36

1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos

A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e

o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e

no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga

1915 Viscosidade

A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de

resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido

aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de

temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo

a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga

1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana

A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede

principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente

expressa em partes por milhatildeo (ppm)

O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo

do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos

com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode

levar agrave paralisia e morte

O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos

eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o

limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por

dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos

A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da

composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido

para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo

O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No

quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas

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CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS

01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de

exposiccedilatildeo

02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira

apoacutes 30min de exposiccedilatildeo

07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de

exposiccedilatildeo

10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem

levar agrave perda de consciecircncia e morte

20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo

1917 Gaacutes Sulfiacutedrico

O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com

um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o

olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e

corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo

O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a

concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por

volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no

oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso

38

2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA

21 Operaccedilotildees de carregamento

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga

descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas

precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como

O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo

reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que

todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser

carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado

Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser

mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do

sistema e seus alarmes

Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se

contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque

O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o

manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de

despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de

vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto

Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para

evitar o transbordamento

39

bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar

o funcionamento das mesmas

bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no

menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de

cada vez

bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim

banda e temperatura da carga

bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da

vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do

terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de

transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post

bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para

reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo

bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a

antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento

bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser

levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que

deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial

bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser

designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de

transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os

demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB

como tanque de aliacutevio

bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes

confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou

bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga

deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques

Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser

fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo

Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser

drenadas e limpas antes do navio sair em viagem

40

Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a

desconexatildeo

22 Operaccedilatildeo de descarga

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas

anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa

operaccedilatildeo tais como

bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a

operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de

8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de

descarga deve ser interrompida

bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha

principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de

oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte

bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que

possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos

tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de

operaccedilatildeo do navio

bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As

vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de

descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto

para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser

confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e

que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o

superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo

da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada

bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o

terminal na carta inicial

41

O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o

melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo

recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para

melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga

de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas

Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de

reduccedilatildeo da bomba de carga

No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o

sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque

Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser

fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o

tanque designado

Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o

representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um

formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de

algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio

chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades

Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos

devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo

Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem

ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados

com todos os parafusos

Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas

vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de

carga

Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A

lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem

42

23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute

Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao

movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado

maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio

para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar

Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem

ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees

utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem

ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio

Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser

desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de

garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de

espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia

O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos

para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais

antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em

um estado criacutetico

43

24 Carregamento de produtos aquecidos

A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito

quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura

pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e

equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas

Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima

da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser

carregada exceder a 60ordmC em temperatura

As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de

uma carga aquecida

bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de

dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor

bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais

razoaacutevel

bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente

livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de

ebuliccedilatildeo da aacutegua

Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as

seguintes providecircncias

bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia

bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo

e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa

bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa

aberta para evitar martelo hidraacuteulico

bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas

antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal

44

bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas

bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo

Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos

tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave

documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria

O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de

condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua

de alimentaccedilatildeo das caldeiras

Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode

causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente

reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes

que as mesmas fiquem expostas

45

25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga

O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias

internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias

para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos

Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto

da transferecircncia

bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador

bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a

condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro

bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia

bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a

condiccedilatildeo de mar

bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo

das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme

planejada

bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar

ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia

Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em

condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que

natildeo eacute seguro

46

26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo

ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que

jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior

A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser

efetuada por instruccedilatildeo do afretador

Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser

utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo

A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma

coacutepia arquivada a bordo

Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de

fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque

natildeo desgaseificado

47

27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)

A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de

transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode

ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando

A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes

transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo

A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente

adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada

principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute

disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio

Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas

devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo

Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as

seguintes

bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja

efetuada

bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo

devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo

bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o

tamanho das defensas deve ser verificada

bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser

considerada

bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o

mooring master

48

28 Operaccedilotildees de lastro

O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do

navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da

operaccedilatildeo e da viagem

Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem

utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido

previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados

O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das

movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees

sobre a Aacutegua de Lastro

Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a

captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta

deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo

Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute

98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a

100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo

de corrosatildeo

Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro

e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da

superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo

evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro

O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta

de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do

deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este

procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro

49

Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface

aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de

interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de

lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte

O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de

contaminaccedilatildeo

Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para

Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua

de Lastro fornecido pela empresa

No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo

217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica

Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da

chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port

Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro

Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle

bull proibiccedilatildeo de deslastro

bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis

bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro

bull deslastro para instalaccedilotildees de terra

Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das

autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as

precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

64

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 5: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

20

11 Procedimentos antes da chegada ao porto

Os preparativos e procedimento efetuados antes da chegada devem assegurar que a operaccedilatildeo transcorra de maneira eficaz e segura

O comandante deve ter agrave sua disposiccedilatildeo informaccedilotildees que seratildeo exigidas pelo terminal Devem ser consultados o Guide to Port Entry o agente e caso disponiacuteveis os folhetos atualizados com informaccedilotildees sobre os terminais

As operaccedilotildees previstas para o porto devem ser planejadas antecipadamente e provadas pelo comandante devendo ser discutidas com todos os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo Todos devem ter em mente a seguranccedila em primeiro lugar

Devem ser tambeacutem discutidos outros detalhes relativos agrave operaccedilatildeo tais como

bull Previsatildeo de atracaccedilatildeo

bull Caracteriacutesticas e cuidados com os produtos a serem manuseados

bull Abastecimento

bull Restriccedilotildees do terminal

bull Descarga de resiacuteduo oleoso Slop

21

12 Plano de carga

A finalidade da elaboraccedilatildeo de um plano de carga eacute garantir que a operaccedilatildeo transcorra de forma segura mantendo as condiccedilotildees de estabilidade e esforccedilos dentro dos limites admissiacuteveis aleacutem de permitir aos envolvidos nas operaccedilotildees uma fonte de consulta raacutepida e de faacutecil entendimento em qualquer estaacutegio da operaccedilatildeo

No plano de carga que deve ser elaborado pelo imediato eacute de grande importacircncia a observar os detalhes na distribuiccedilatildeo de carga

Para isto o imediato de posse da programaccedilatildeo deve planejar a distribuiccedilatildeo de carga a bordo levando em consideraccedilatildeo a total seguranccedila da carga e do pessoal envolvidos nas operaccedilotildees tais como

bull Quantidade densidade e caracteriacutesticas da carga

bull Segregaccedilatildeo e compatibilidade das cargas

bull Abastecimento e transferecircncia de consumiacuteveis

bull Calados em todas as etapas da viagem

bull Calado aeacutereo

bull Densidade da aacutegua nos portos

bull Zonas de linhas de carga durante a travessia (Borda livre)

bull Profundidade abaixo da quilha e efeito squat

bull Condiccedilotildees de navegabilidade esforccedilos e estabilidade durante a operaccedilatildeo e a

viagem

bull Necessidade de limpeza de tanques

bull Disponibilidade de tanques de resiacuteduo (slop)

bull Expansatildeo da carga devido aumento de temperatura

bull Sequecircncia dos produtos a serem operados no porto

O formulaacuterio Plano de Carga eacute composto das seguintes partes

bull Informaccedilotildees gerais nessa parte devem ser preenchidos os dados relativos ao

porto tipo de operaccedilatildeo e produtos manuseados

22

bull Diagrama dos tanques nessa parte devem ser preenchidas as condiccedilotildees inicial e

final dos tanques de carga e de lastro com seus respectivos produtos volumes e

ulagens Os tanques que seratildeo movimentados no porto devem ser destacados no

diagrama As ulagens indicadas no diagrama referem-se agrave condiccedilatildeo de trim e

banda zero Eacute preciso lembrar que por ocasiatildeo do top dos tanques a ulagem

indicada deve ser corrigida para trim e banda

bull Descriccedilatildeo da operaccedilatildeo nessa parte deve ser detalhada passo a passo a

sequencia da operaccedilatildeo pretendida constando as seguintes informaccedilotildees

o Sequecircncia de alinhamento citando as vaacutelvulas redes e tomadas que

seratildeo utilizadas em cada fase da operaccedilatildeo

o Ulagens finais dos tanques

o Sequencia dos tanques a serem operados

o Cuidados com aquecimento de carga

o Procedimentos para

Iniacutecio da operaccedilatildeo

Troca de tanques

Lastrodeslastro

Top ou drenagem

Monitoramento durante a operaccedilatildeo

Limpeza de tanques

23

13 Itens a serem verificados apoacutes atracaccedilatildeo e antes da operaccedilatildeo

Apoacutes a atracaccedilatildeo deve ser efetuada com o terminal a Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo inicial para discussatildeo do planejamento da operaccedilatildeo devendo ser abordados os seguintes itens

bull Verificar se os planos de carga limpeza de tanques e abastecimento foram

preparados e aprovados pelo comandante

bull Discutir os planos e informaccedilotildees operacionais com os tripulantes envolvidos na

operaccedilatildeo

bull Afixar no CCC a escala de serviccedilo no porto

bull Preparar bombas de carga e lastro e sistema de gaacutes inerte

bull Verificar se as redes do sistema de carga foram testadas nos uacuteltimos trinta dias

bull Verificar se as paradas de emergecircncia das bombas de carga foram testadas

bull Fazer inspeccedilatildeo visual das redes e juntas do sistema de carga

bull Verificar se os manocircmetros das tomadas de carga encontram-se em boas

condiccedilotildees

bull Verificar a superfiacutecie do lastro quanto agrave possiacutevel presenccedila de oacuteleo

bull Preencher o formulaacuterio do manual de gerenciamento de aacutegua de lastro sendo o

modelo ANVISA

bull Verificar a atualizaccedilatildeo do livro de registro de oacuteleo ndash partes I e II

bull Preparar a lista de contatos do SOPEP para o porto

bull Testar o sistema remoto de comando de vaacutelvulas e sistema hidraacuteulico deixando

a bomba hidraacuteulica manual pronta para o uso

bull Verificar o funcionamento das sondas e testar os alarmes (visual e sonoro) de

niacutevel alto dos tanques de carga

bull Testar o alarme de alagamento de poratildeo da casa de bombas

bull Testar o dispositivo para detecccedilatildeo de gases na casa de bombas

bull Fechar e lacrar as vaacutelvulas das caixas de mar e de descarga do costado

bull Efetuar o teste de estanqueidade das vaacutelvulas das caixas de mar

24

bull Verificar o funcionamento dos equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de gaacutes

(explosiacutemetro oxiacutemetro tankscope detector de H2S)

bull Bujonar os embornais

bull Limpar secar e bujonar todas as bandejas de tomadas de carga de combustiacuteveis

de guinchos de suspiros de tanques e caixas hidraacuteulicas

bull Posicionar o kit SOPEP

bull Verificar se todas as aberturas dos tanques de carga estatildeo devidamente fechadas

bull Testar manualmente o funcionamento das vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeoe

inspecionar as telas corta-chamas dos tanques de carga

bull Verificar se os equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de ulagem e temperatura e

equipamentos de amostragem estatildeo prontos para uso

bull Verificar a operaccedilatildeo dos exaustores da casa de bombas

bull Verificar se os drenos e suspiros da rede de carga estatildeo fechados

bull Fechar e lacrar a rede de descarga do separador de aacutegua e oacuteleo

bull Aterrar e testar as bombas portaacuteteis (tipo Wilden)

25

14 Procedimentos durante a operaccedilatildeo

Durante todas as operaccedilotildees de carga e descarga deve ser mantido a bordo um efetivo miacutenimo de 23 da tripulaccedilatildeo efetivo esse considerado necessaacuterio para atender a eventuais emergecircncias

Antes de iniciar a operaccedilatildeo o imediato deve estar presente no CCC para realizar um briefing com os envolvidos certificando-se de que a operaccedilatildeo se iniciaraacute e transcorreraacute de acordo com o planejado

O comandante e o imediato bem como o chefe de maacutequinas e o primeiro oficial de maacutequinas natildeo devem se ausentar de bordo ao mesmo tempo

Durante as operaccedilotildees de carga o CCC e a praccedila de maacutequinas devem ficar permanentemente guarnecidos

As vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas quando o terminal informar que estaacute pronto para iniciar a operaccedilatildeo O iniacutecio da operaccedilatildeo deve ser autorizado pelo comandante ou imediato

As operaccedilotildees devem ser iniciadas com baixa vazatildeo Nenhum aumento de vazatildeo deve ser efetuado ateacute que se verifique que a operaccedilatildeo estaacute transcorrendo conforme planejada apoacutes o que a vazatildeo pode entatildeo ser aumentada gradualmente ateacute o maacuteximo definido com o terminal

A comunicaccedilatildeo navio-terminal eacute um dos fatores mais importantes durante a operaccedilatildeo devendo ser efetuada de forma clara e objetiva Somente assuntos referentes agrave operaccedilatildeo devem ser tratados

Durante as operaccedilotildees dentre as verificaccedilotildees previstas no check-list acima mencionado destacamos

bull A exaustatildeo da casa de bombas deve ser mantida durante toda a operaccedilatildeo

bull A entrada em casa de bombas deve ser precedida do cumprimento do check-list

bull A vigilacircncia do conveacutes durante as operaccedilotildees deve ser efetuada por dois

tripulantes sendo permanente na aacuterea do manifold e o outro circulando o conveacutes

principal verificando possiacuteveis vazamentos nas redes de carga inclusive do

manifold do bordo oposto ao da atracaccedilatildeo aleacutem de outros itens tais como

Amarraccedilatildeo do navio

Cabos de seguranccedila

26

Embornais

Observaccedilatildeo ao redor do navio quanto agrave presenccedila de oacuteleo

Manocircmetros das tomadas de carga que natildeo estatildeo em uso inclusivo do

bordo oposto

bull As ulagens dos tanques dados como carregados devem continuar a ser

acompanhadas ateacute o final da operaccedilatildeo para garantir que natildeo estaacute havendo

movimentaccedilatildeo de carga natildeo planejada

bull Caso haja aacutegua acumulada no trincaniz a mesma deve ser drenada para o mar

caso esteja isenta de oacuteleo ou para o tanque slop caso esteja contaminada por

oacuteleo

bull O niacutevel de oacuteleo e a pressatildeo de trabalho das unidades hidraacuteulicas de acionamento

das vaacutelvulas de carga devem ser verificados periodicamente

Como boa praacutetica e sempre que possiacutevel em termos de esforccedilos o uacuteltimo tanque a

ser finalizado deve ser um tanque a meia-nau para minimizar o efeito sobre o trim e o

cuidado com os esforccedilos para natildeo termos surpresa quanto a operaccedilatildeo

Os alarmes de niacutevel alto dos tanques de carga e de alagamento da casa de bombas

devem ser testados antes de cada operaccedilatildeo

As vaacutelvulas da caixas de mar do sistema de carga devem ser testadas segundo as

orientaccedilotildees da publicaccedilatildeo da OCIMF ndash Prevention of Oil Spillages Through Cargo

Pumproom Sea Valves A vaacutelvula de descarga alta de costado e as vaacutelvulas das caixas

de mar do sistema de carga devem ser fechadas e lacradas

27

15 Limpeza de tanques

A operaccedilatildeo de limpeza de tanques de um navio petroleiro eacute efetuado com os

seguintes objetivos

bull Preparaccedilatildeo de tanques para troca de produtos para que natildeo contamine o produto

que seraacute carregado

bull Preparaccedilatildeo para lastro limpo

bull Inspeccedilatildeo de tanques

bull Manutenccedilatildeo de redes e vaacutelvulas

A limpeza dos tanques de carga deve ser efetuada sempre em circuito fechado

Admite-se a limpeza em circuito semi-aberto em viagem cumprindo o anexo I da

MARPOL quanto ao descarte de misturas oleosas

A limpeza dos tanques para troca de produtos deve seguir as instruccedilotildees do

afretador ou na sua falta seguir as recomendaccedilotildees contidas no Tank Cleaning Guide

No planejamento das operaccedilotildees de lavagem de tanques o risco principal eacute de

incecircndio ou explosatildeo que surgem da presenccedila simultacircnea de uma atmosfera inflamaacutevel

e de uma fonte de igniccedilatildeo O foco portanto deve ser para eliminar um ou mais dos

perigos que contribuem para esse risco chamados de os lados do triacircngulo do fogo

aroxigecircnio igniccedilatildeo e combustiacutevel (ex vapores inflamaacuteveis)

O meacutetodo que oferece o mais baixo risco eacute o de lavar um tanque com uma

atmosfera inerte A condiccedilatildeo inerte natildeo oferece ambiguumlidades por definiccedilatildeo para um

tanque ser considerado inerte ele deve satisfazer as exigecircncias da SOLAS para a

inertizaccedilatildeo dos tanques de carga e reduzindo o conteuacutedo de oxigecircnio da atmosfera de

cada tanque para um niacutevel que a combustatildeo natildeo possa ocorrer

Durante as operaccedilotildees de lavagem do tanque devem ser tomadas medidas a fim

de verificar que a atmosfera no tanque permanece natildeo inflamaacutevel (conteuacutedo de oxigecircnio

natildeo superior a 8 por volume) e a uma pressatildeo positiva

28

16 Procedimentos adicionais quando operando cargas contendo concentraccedilotildees de H2S muito altas

As Companhias e os Terminais devem desenvolver procedimentos adicionais para

serem empregados quando as cargas sendo operadas com niacuteveis muito altos de H2S

(100 ppm no espaccedilo vapor eacute considerado ser um limite razoaacutevel)

Sempre que houver probabilidade de concentraccedilotildees muito altas de H2S estarem

presentes devem estar disponiacuteveis Aparelhos de Respiraccedilatildeo de Emergecircncia para Fuga

(Maacutescara de Fuga) para todo o pessoal trabalhando em aacutereas de risco que jaacute deveratildeo

estar portando um instrumento pessoal de monitoramentoalarme para o gaacutes H2S

As pessoas devem ser instruiacutedas para se o alarme de seu instrumento for

ativado pocircr a Maacutescara de Fuga e imediatamente deixar a aacuterea em direccedilatildeo contraacuteria ao

vento Devendo informar o controle central local da presenccedila de altas concentraccedilotildees de

gaacutes a fim de que os procedimentos apropriados possam ser iniciados

Quando a presenccedila de H2S eacute conhecida deve sempre ser utilizado o

equipamento de respiraccedilatildeo autocircnomo se for considerado necessaacuterio violar a integridade

do sistema de carga e uma atmosfera livre dos vapores natildeo puder ser garantida Isto

inclui as seguintes atividades

bull Abertura da boca de mediccedilatildeo e amostragem

bull Remoccedilatildeo de flanges para a conexatildeo de mangotes ou braccedilos de carregamento ou a

desconexatildeo dos braccedilos ou mangotes e flangeamento apoacutes as operaccedilotildees com a carga

bull Limpeza de filtros

bull Drenagem de linhas para abrir retenccedilotildees

bull Limpeza de derrames

Os procedimentos devem permitir somente o uso de suprimento de ar pelo

conjunto de respiraccedilatildeo autocircnomo Natildeo devem incluir o uso de respiradores com

29

cartuchos quiacutemicos para proteccedilatildeo contra vapores de H2S uma vez que as concentraccedilotildees

na atmosfera podem exceder a capacidade operacional do respirador

17 Consideraccedilotildees de estabilidade forccedilas trim e efeito de superfiacutecie

livre

Os petroleiros de casco simples usualmente tecircm uma altura metacecircntrica elevada

em todas as condiccedilotildees o que o faz permanecer inerentemente estaacutevel Enquanto a

tripulaccedilatildeo dos navios petroleiros tem sempre levado em conta os momentos fletores

longitudinais e as forccedilas cortantes verticais durante as operaccedilotildees de carga e lastro a

estabilidade precisa dos navios raramente tinha sido a primeira preocupaccedilatildeo de bordo

No entanto com a introduccedilatildeo de cascos duplos nos projetos dos petroleiros mudou esta

situaccedilatildeo

O principal problema mais provaacutevel de ser encontrado eacute o efeito na altura

metacecircntrica transversal da superfiacutecie livre do liacutequido nos tanques de carga e duplo

fundos

Dependendo do projeto tipo e nuacutemero destes tanques o efeito de superfiacutecie livre

poderaacute resultar em uma altura metacecircntrica significativamente reduzida A situaccedilatildeo seraacute

muita mais grave no caso de tanques de carga muito amplos sem antepara na linha de

centro e tanques de lastro tambeacutem natildeo possuindo antepara de centro (tanque em ldquoUrdquo)

Os estaacutegios mais criacuteticos de qualquer operaccedilatildeo satildeo durante o enchimento dos

tanques de lastro do duplo-fundo enquanto se descarrega o produto e esvaziando estes

tanques durante o carregamento da carga Se suficientes tanques de carga e tanques de

lastro satildeo esvaziados simultaneamente o efeito de superfiacutecie livre total poderaacute ser

suficiente para reduzir a altura metacecircntrica transversal para um ponto no qual a

estabilidade transversal do navio possa estar ameaccedilada Isto poderaacute resultar o

desenvolvimento de um angulo de banda muito grave repentinamente

Uma grande aacuterea de superfiacutecie livre associada com alto centro de gravidade

vertical eacute particularmente provaacutevel ameaccedilar a estabilidade nas grandes sondagens

(inagens)

30

Eacute imperativo que o pessoal tanto do terminal quanto do navio envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e lastro estejam cientes deste problema potencial e que todas estas

operaccedilotildees sejam conduzidas estritamente de acordo com o manual de carregamento do

navio

Onde estatildeo instalados os dispositivos de bloqueio para prevenir que muita carga

e lastro sejam operados simultaneamente causando com isso um excessivo efeito de

superfiacutecie livre devem sempre ser mantidos completamente operacionais natildeo devendo

tambeacutem nunca serem by-passados

Os navios que operam com altura metacecircntrica limitada devem ser equipados

com um computador de carregamento que calcule a altura metacecircntrica

31

18 Sistema de gaacutes inerte (SGI)

Gaacutes inerte eacute um gaacutes ou uma mistura de gases que natildeo conteacutem oxigecircnio suficiente

para permitir que ocorra a combustatildeo de hidrocarbonetos

O gaacutes inerte em navios de produtos escuros eacute normalmente proveniente dos

gases de descarga de caldeira Jaacute nos navios de produtos claros geralmente se utiliam

geradores de gaacutes inerte a diesel para a obtenccedilatildeo de um gaacutes com menor teor de impurezas

para evitar o risco de contaminaccedilatildeo da carga

Teoricamente os gases de hidrocarbonetos natildeo conseguem queimar em uma

atmosfera com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume

O sistema de gaacutes inerte deve ser capaz de manter nos tanques de carga uma

atmosfera com teor de oxigecircnio de 8 valor esse adotado na praacutetica para garantir uma

margem de seguranccedila em relaccedilatildeo aos 11 acima citados

A figura abaixo representa os percentuais de oxigecircnio de hidrocarbonetos em

uma atmosfera inertizada e a aacuterea sombreada a faixa onde ocorrem misturas

inflamaacuteveis que podem gerar risco de incecircndio ou explosatildeo

32

Nota este diagrama eacute meramente ilustrativo natildeo devendo ser utilizado na praacutetica para definir a composiccedilatildeo de gases

Em geral misturas com teor de hidrocarbonetos abaixo de 1 em volume (limite

inferior de explosividade ndash LEL) e misturas com teor de hidrocarbonetos acima de 10

em volume (limite superior de explosividade ndash UEL) se situam fora da faixa inflamaacutevel

Da mesma forma misturas com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume tambeacutem se

situam fora da faixa inflamaacutevel

Nas operaccedilotildees de desgaseificaccedilatildeo de tanques a atmosfera deve passar da condiccedilatildeo de

inertizada ilustrada pelo ponto (F) na figura para a condiccedilatildeo desgaseificada ponto (A)

sem passar pela faixa inflamaacutevel representada pela aacuterea sombreada

Na praacutetica garante-se que a faixa inflamaacutevel seja evitada atraveacutes da diluiccedilatildeo com gaacutes

inerte (purga) ateacute que se obtenha um teor de hidrocarbonetos nos tanques de 2 (ponto

H da figura) para entatildeo iniciar-se a diluiccedilatildeo com ar (ventilaccedilatildeo)

Os navios petroleiros que possuem gaacutes inerte devem manter seus tanques de carga

permanentemente inertizados com teor de oxigecircnio abaixo de 8 e com pressatildeo

positiva dentro da faixa estabelecida no seu manual do sistema de gaacutes inerte

33

Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema

rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a

entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros

natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte

ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte

No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e

navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade

estaacutetica sejam tomadas

A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o

manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos

componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas

Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de

gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos

tanques de carga

Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute

dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque

de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem

considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio

No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para

a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno

(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos

previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema

Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de

carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque

e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige

cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de

liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem

ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente

34

Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de

selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas

inspecionadas e testadas

35

19 Cuidados no Manuseio da Carga

191 Propriedades do Produto

Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A

publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT

disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores

informaccedilotildees

As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas

devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de

Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras

A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma

deve ser protestada pelo navio

1911 Ponto de Fulgor

O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor

suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel

1912 Volatilidade

A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e

depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo

A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor

Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e

com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis

1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo

Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para

que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa

de igniccedilatildeo (centelha ou chama)

36

1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos

A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e

o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e

no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga

1915 Viscosidade

A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de

resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido

aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de

temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo

a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga

1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana

A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede

principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente

expressa em partes por milhatildeo (ppm)

O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo

do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos

com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode

levar agrave paralisia e morte

O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos

eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o

limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por

dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos

A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da

composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido

para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo

O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No

quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas

37

CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS

01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de

exposiccedilatildeo

02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira

apoacutes 30min de exposiccedilatildeo

07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de

exposiccedilatildeo

10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem

levar agrave perda de consciecircncia e morte

20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo

1917 Gaacutes Sulfiacutedrico

O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com

um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o

olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e

corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo

O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a

concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por

volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no

oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso

38

2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA

21 Operaccedilotildees de carregamento

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga

descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas

precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como

O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo

reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que

todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser

carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado

Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser

mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do

sistema e seus alarmes

Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se

contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque

O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o

manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de

despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de

vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto

Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para

evitar o transbordamento

39

bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar

o funcionamento das mesmas

bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no

menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de

cada vez

bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim

banda e temperatura da carga

bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da

vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do

terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de

transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post

bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para

reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo

bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a

antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento

bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser

levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que

deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial

bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser

designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de

transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os

demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB

como tanque de aliacutevio

bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes

confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou

bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga

deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques

Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser

fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo

Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser

drenadas e limpas antes do navio sair em viagem

40

Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a

desconexatildeo

22 Operaccedilatildeo de descarga

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas

anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa

operaccedilatildeo tais como

bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a

operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de

8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de

descarga deve ser interrompida

bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha

principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de

oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte

bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que

possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos

tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de

operaccedilatildeo do navio

bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As

vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de

descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto

para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser

confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e

que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o

superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo

da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada

bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o

terminal na carta inicial

41

O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o

melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo

recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para

melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga

de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas

Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de

reduccedilatildeo da bomba de carga

No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o

sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque

Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser

fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o

tanque designado

Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o

representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um

formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de

algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio

chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades

Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos

devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo

Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem

ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados

com todos os parafusos

Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas

vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de

carga

Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A

lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem

42

23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute

Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao

movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado

maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio

para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar

Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem

ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees

utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem

ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio

Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser

desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de

garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de

espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia

O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos

para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais

antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em

um estado criacutetico

43

24 Carregamento de produtos aquecidos

A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito

quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura

pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e

equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas

Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima

da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser

carregada exceder a 60ordmC em temperatura

As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de

uma carga aquecida

bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de

dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor

bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais

razoaacutevel

bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente

livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de

ebuliccedilatildeo da aacutegua

Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as

seguintes providecircncias

bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia

bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo

e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa

bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa

aberta para evitar martelo hidraacuteulico

bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas

antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal

44

bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas

bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo

Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos

tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave

documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria

O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de

condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua

de alimentaccedilatildeo das caldeiras

Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode

causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente

reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes

que as mesmas fiquem expostas

45

25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga

O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias

internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias

para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos

Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto

da transferecircncia

bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador

bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a

condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro

bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia

bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a

condiccedilatildeo de mar

bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo

das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme

planejada

bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar

ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia

Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em

condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que

natildeo eacute seguro

46

26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo

ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que

jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior

A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser

efetuada por instruccedilatildeo do afretador

Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser

utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo

A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma

coacutepia arquivada a bordo

Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de

fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque

natildeo desgaseificado

47

27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)

A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de

transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode

ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando

A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes

transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo

A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente

adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada

principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute

disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio

Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas

devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo

Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as

seguintes

bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja

efetuada

bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo

devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo

bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o

tamanho das defensas deve ser verificada

bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser

considerada

bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o

mooring master

48

28 Operaccedilotildees de lastro

O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do

navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da

operaccedilatildeo e da viagem

Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem

utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido

previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados

O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das

movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees

sobre a Aacutegua de Lastro

Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a

captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta

deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo

Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute

98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a

100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo

de corrosatildeo

Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro

e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da

superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo

evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro

O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta

de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do

deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este

procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro

49

Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface

aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de

interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de

lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte

O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de

contaminaccedilatildeo

Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para

Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua

de Lastro fornecido pela empresa

No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo

217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica

Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da

chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port

Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro

Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle

bull proibiccedilatildeo de deslastro

bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis

bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro

bull deslastro para instalaccedilotildees de terra

Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das

autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as

precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

64

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 6: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

21

12 Plano de carga

A finalidade da elaboraccedilatildeo de um plano de carga eacute garantir que a operaccedilatildeo transcorra de forma segura mantendo as condiccedilotildees de estabilidade e esforccedilos dentro dos limites admissiacuteveis aleacutem de permitir aos envolvidos nas operaccedilotildees uma fonte de consulta raacutepida e de faacutecil entendimento em qualquer estaacutegio da operaccedilatildeo

No plano de carga que deve ser elaborado pelo imediato eacute de grande importacircncia a observar os detalhes na distribuiccedilatildeo de carga

Para isto o imediato de posse da programaccedilatildeo deve planejar a distribuiccedilatildeo de carga a bordo levando em consideraccedilatildeo a total seguranccedila da carga e do pessoal envolvidos nas operaccedilotildees tais como

bull Quantidade densidade e caracteriacutesticas da carga

bull Segregaccedilatildeo e compatibilidade das cargas

bull Abastecimento e transferecircncia de consumiacuteveis

bull Calados em todas as etapas da viagem

bull Calado aeacutereo

bull Densidade da aacutegua nos portos

bull Zonas de linhas de carga durante a travessia (Borda livre)

bull Profundidade abaixo da quilha e efeito squat

bull Condiccedilotildees de navegabilidade esforccedilos e estabilidade durante a operaccedilatildeo e a

viagem

bull Necessidade de limpeza de tanques

bull Disponibilidade de tanques de resiacuteduo (slop)

bull Expansatildeo da carga devido aumento de temperatura

bull Sequecircncia dos produtos a serem operados no porto

O formulaacuterio Plano de Carga eacute composto das seguintes partes

bull Informaccedilotildees gerais nessa parte devem ser preenchidos os dados relativos ao

porto tipo de operaccedilatildeo e produtos manuseados

22

bull Diagrama dos tanques nessa parte devem ser preenchidas as condiccedilotildees inicial e

final dos tanques de carga e de lastro com seus respectivos produtos volumes e

ulagens Os tanques que seratildeo movimentados no porto devem ser destacados no

diagrama As ulagens indicadas no diagrama referem-se agrave condiccedilatildeo de trim e

banda zero Eacute preciso lembrar que por ocasiatildeo do top dos tanques a ulagem

indicada deve ser corrigida para trim e banda

bull Descriccedilatildeo da operaccedilatildeo nessa parte deve ser detalhada passo a passo a

sequencia da operaccedilatildeo pretendida constando as seguintes informaccedilotildees

o Sequecircncia de alinhamento citando as vaacutelvulas redes e tomadas que

seratildeo utilizadas em cada fase da operaccedilatildeo

o Ulagens finais dos tanques

o Sequencia dos tanques a serem operados

o Cuidados com aquecimento de carga

o Procedimentos para

Iniacutecio da operaccedilatildeo

Troca de tanques

Lastrodeslastro

Top ou drenagem

Monitoramento durante a operaccedilatildeo

Limpeza de tanques

23

13 Itens a serem verificados apoacutes atracaccedilatildeo e antes da operaccedilatildeo

Apoacutes a atracaccedilatildeo deve ser efetuada com o terminal a Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo inicial para discussatildeo do planejamento da operaccedilatildeo devendo ser abordados os seguintes itens

bull Verificar se os planos de carga limpeza de tanques e abastecimento foram

preparados e aprovados pelo comandante

bull Discutir os planos e informaccedilotildees operacionais com os tripulantes envolvidos na

operaccedilatildeo

bull Afixar no CCC a escala de serviccedilo no porto

bull Preparar bombas de carga e lastro e sistema de gaacutes inerte

bull Verificar se as redes do sistema de carga foram testadas nos uacuteltimos trinta dias

bull Verificar se as paradas de emergecircncia das bombas de carga foram testadas

bull Fazer inspeccedilatildeo visual das redes e juntas do sistema de carga

bull Verificar se os manocircmetros das tomadas de carga encontram-se em boas

condiccedilotildees

bull Verificar a superfiacutecie do lastro quanto agrave possiacutevel presenccedila de oacuteleo

bull Preencher o formulaacuterio do manual de gerenciamento de aacutegua de lastro sendo o

modelo ANVISA

bull Verificar a atualizaccedilatildeo do livro de registro de oacuteleo ndash partes I e II

bull Preparar a lista de contatos do SOPEP para o porto

bull Testar o sistema remoto de comando de vaacutelvulas e sistema hidraacuteulico deixando

a bomba hidraacuteulica manual pronta para o uso

bull Verificar o funcionamento das sondas e testar os alarmes (visual e sonoro) de

niacutevel alto dos tanques de carga

bull Testar o alarme de alagamento de poratildeo da casa de bombas

bull Testar o dispositivo para detecccedilatildeo de gases na casa de bombas

bull Fechar e lacrar as vaacutelvulas das caixas de mar e de descarga do costado

bull Efetuar o teste de estanqueidade das vaacutelvulas das caixas de mar

24

bull Verificar o funcionamento dos equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de gaacutes

(explosiacutemetro oxiacutemetro tankscope detector de H2S)

bull Bujonar os embornais

bull Limpar secar e bujonar todas as bandejas de tomadas de carga de combustiacuteveis

de guinchos de suspiros de tanques e caixas hidraacuteulicas

bull Posicionar o kit SOPEP

bull Verificar se todas as aberturas dos tanques de carga estatildeo devidamente fechadas

bull Testar manualmente o funcionamento das vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeoe

inspecionar as telas corta-chamas dos tanques de carga

bull Verificar se os equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de ulagem e temperatura e

equipamentos de amostragem estatildeo prontos para uso

bull Verificar a operaccedilatildeo dos exaustores da casa de bombas

bull Verificar se os drenos e suspiros da rede de carga estatildeo fechados

bull Fechar e lacrar a rede de descarga do separador de aacutegua e oacuteleo

bull Aterrar e testar as bombas portaacuteteis (tipo Wilden)

25

14 Procedimentos durante a operaccedilatildeo

Durante todas as operaccedilotildees de carga e descarga deve ser mantido a bordo um efetivo miacutenimo de 23 da tripulaccedilatildeo efetivo esse considerado necessaacuterio para atender a eventuais emergecircncias

Antes de iniciar a operaccedilatildeo o imediato deve estar presente no CCC para realizar um briefing com os envolvidos certificando-se de que a operaccedilatildeo se iniciaraacute e transcorreraacute de acordo com o planejado

O comandante e o imediato bem como o chefe de maacutequinas e o primeiro oficial de maacutequinas natildeo devem se ausentar de bordo ao mesmo tempo

Durante as operaccedilotildees de carga o CCC e a praccedila de maacutequinas devem ficar permanentemente guarnecidos

As vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas quando o terminal informar que estaacute pronto para iniciar a operaccedilatildeo O iniacutecio da operaccedilatildeo deve ser autorizado pelo comandante ou imediato

As operaccedilotildees devem ser iniciadas com baixa vazatildeo Nenhum aumento de vazatildeo deve ser efetuado ateacute que se verifique que a operaccedilatildeo estaacute transcorrendo conforme planejada apoacutes o que a vazatildeo pode entatildeo ser aumentada gradualmente ateacute o maacuteximo definido com o terminal

A comunicaccedilatildeo navio-terminal eacute um dos fatores mais importantes durante a operaccedilatildeo devendo ser efetuada de forma clara e objetiva Somente assuntos referentes agrave operaccedilatildeo devem ser tratados

Durante as operaccedilotildees dentre as verificaccedilotildees previstas no check-list acima mencionado destacamos

bull A exaustatildeo da casa de bombas deve ser mantida durante toda a operaccedilatildeo

bull A entrada em casa de bombas deve ser precedida do cumprimento do check-list

bull A vigilacircncia do conveacutes durante as operaccedilotildees deve ser efetuada por dois

tripulantes sendo permanente na aacuterea do manifold e o outro circulando o conveacutes

principal verificando possiacuteveis vazamentos nas redes de carga inclusive do

manifold do bordo oposto ao da atracaccedilatildeo aleacutem de outros itens tais como

Amarraccedilatildeo do navio

Cabos de seguranccedila

26

Embornais

Observaccedilatildeo ao redor do navio quanto agrave presenccedila de oacuteleo

Manocircmetros das tomadas de carga que natildeo estatildeo em uso inclusivo do

bordo oposto

bull As ulagens dos tanques dados como carregados devem continuar a ser

acompanhadas ateacute o final da operaccedilatildeo para garantir que natildeo estaacute havendo

movimentaccedilatildeo de carga natildeo planejada

bull Caso haja aacutegua acumulada no trincaniz a mesma deve ser drenada para o mar

caso esteja isenta de oacuteleo ou para o tanque slop caso esteja contaminada por

oacuteleo

bull O niacutevel de oacuteleo e a pressatildeo de trabalho das unidades hidraacuteulicas de acionamento

das vaacutelvulas de carga devem ser verificados periodicamente

Como boa praacutetica e sempre que possiacutevel em termos de esforccedilos o uacuteltimo tanque a

ser finalizado deve ser um tanque a meia-nau para minimizar o efeito sobre o trim e o

cuidado com os esforccedilos para natildeo termos surpresa quanto a operaccedilatildeo

Os alarmes de niacutevel alto dos tanques de carga e de alagamento da casa de bombas

devem ser testados antes de cada operaccedilatildeo

As vaacutelvulas da caixas de mar do sistema de carga devem ser testadas segundo as

orientaccedilotildees da publicaccedilatildeo da OCIMF ndash Prevention of Oil Spillages Through Cargo

Pumproom Sea Valves A vaacutelvula de descarga alta de costado e as vaacutelvulas das caixas

de mar do sistema de carga devem ser fechadas e lacradas

27

15 Limpeza de tanques

A operaccedilatildeo de limpeza de tanques de um navio petroleiro eacute efetuado com os

seguintes objetivos

bull Preparaccedilatildeo de tanques para troca de produtos para que natildeo contamine o produto

que seraacute carregado

bull Preparaccedilatildeo para lastro limpo

bull Inspeccedilatildeo de tanques

bull Manutenccedilatildeo de redes e vaacutelvulas

A limpeza dos tanques de carga deve ser efetuada sempre em circuito fechado

Admite-se a limpeza em circuito semi-aberto em viagem cumprindo o anexo I da

MARPOL quanto ao descarte de misturas oleosas

A limpeza dos tanques para troca de produtos deve seguir as instruccedilotildees do

afretador ou na sua falta seguir as recomendaccedilotildees contidas no Tank Cleaning Guide

No planejamento das operaccedilotildees de lavagem de tanques o risco principal eacute de

incecircndio ou explosatildeo que surgem da presenccedila simultacircnea de uma atmosfera inflamaacutevel

e de uma fonte de igniccedilatildeo O foco portanto deve ser para eliminar um ou mais dos

perigos que contribuem para esse risco chamados de os lados do triacircngulo do fogo

aroxigecircnio igniccedilatildeo e combustiacutevel (ex vapores inflamaacuteveis)

O meacutetodo que oferece o mais baixo risco eacute o de lavar um tanque com uma

atmosfera inerte A condiccedilatildeo inerte natildeo oferece ambiguumlidades por definiccedilatildeo para um

tanque ser considerado inerte ele deve satisfazer as exigecircncias da SOLAS para a

inertizaccedilatildeo dos tanques de carga e reduzindo o conteuacutedo de oxigecircnio da atmosfera de

cada tanque para um niacutevel que a combustatildeo natildeo possa ocorrer

Durante as operaccedilotildees de lavagem do tanque devem ser tomadas medidas a fim

de verificar que a atmosfera no tanque permanece natildeo inflamaacutevel (conteuacutedo de oxigecircnio

natildeo superior a 8 por volume) e a uma pressatildeo positiva

28

16 Procedimentos adicionais quando operando cargas contendo concentraccedilotildees de H2S muito altas

As Companhias e os Terminais devem desenvolver procedimentos adicionais para

serem empregados quando as cargas sendo operadas com niacuteveis muito altos de H2S

(100 ppm no espaccedilo vapor eacute considerado ser um limite razoaacutevel)

Sempre que houver probabilidade de concentraccedilotildees muito altas de H2S estarem

presentes devem estar disponiacuteveis Aparelhos de Respiraccedilatildeo de Emergecircncia para Fuga

(Maacutescara de Fuga) para todo o pessoal trabalhando em aacutereas de risco que jaacute deveratildeo

estar portando um instrumento pessoal de monitoramentoalarme para o gaacutes H2S

As pessoas devem ser instruiacutedas para se o alarme de seu instrumento for

ativado pocircr a Maacutescara de Fuga e imediatamente deixar a aacuterea em direccedilatildeo contraacuteria ao

vento Devendo informar o controle central local da presenccedila de altas concentraccedilotildees de

gaacutes a fim de que os procedimentos apropriados possam ser iniciados

Quando a presenccedila de H2S eacute conhecida deve sempre ser utilizado o

equipamento de respiraccedilatildeo autocircnomo se for considerado necessaacuterio violar a integridade

do sistema de carga e uma atmosfera livre dos vapores natildeo puder ser garantida Isto

inclui as seguintes atividades

bull Abertura da boca de mediccedilatildeo e amostragem

bull Remoccedilatildeo de flanges para a conexatildeo de mangotes ou braccedilos de carregamento ou a

desconexatildeo dos braccedilos ou mangotes e flangeamento apoacutes as operaccedilotildees com a carga

bull Limpeza de filtros

bull Drenagem de linhas para abrir retenccedilotildees

bull Limpeza de derrames

Os procedimentos devem permitir somente o uso de suprimento de ar pelo

conjunto de respiraccedilatildeo autocircnomo Natildeo devem incluir o uso de respiradores com

29

cartuchos quiacutemicos para proteccedilatildeo contra vapores de H2S uma vez que as concentraccedilotildees

na atmosfera podem exceder a capacidade operacional do respirador

17 Consideraccedilotildees de estabilidade forccedilas trim e efeito de superfiacutecie

livre

Os petroleiros de casco simples usualmente tecircm uma altura metacecircntrica elevada

em todas as condiccedilotildees o que o faz permanecer inerentemente estaacutevel Enquanto a

tripulaccedilatildeo dos navios petroleiros tem sempre levado em conta os momentos fletores

longitudinais e as forccedilas cortantes verticais durante as operaccedilotildees de carga e lastro a

estabilidade precisa dos navios raramente tinha sido a primeira preocupaccedilatildeo de bordo

No entanto com a introduccedilatildeo de cascos duplos nos projetos dos petroleiros mudou esta

situaccedilatildeo

O principal problema mais provaacutevel de ser encontrado eacute o efeito na altura

metacecircntrica transversal da superfiacutecie livre do liacutequido nos tanques de carga e duplo

fundos

Dependendo do projeto tipo e nuacutemero destes tanques o efeito de superfiacutecie livre

poderaacute resultar em uma altura metacecircntrica significativamente reduzida A situaccedilatildeo seraacute

muita mais grave no caso de tanques de carga muito amplos sem antepara na linha de

centro e tanques de lastro tambeacutem natildeo possuindo antepara de centro (tanque em ldquoUrdquo)

Os estaacutegios mais criacuteticos de qualquer operaccedilatildeo satildeo durante o enchimento dos

tanques de lastro do duplo-fundo enquanto se descarrega o produto e esvaziando estes

tanques durante o carregamento da carga Se suficientes tanques de carga e tanques de

lastro satildeo esvaziados simultaneamente o efeito de superfiacutecie livre total poderaacute ser

suficiente para reduzir a altura metacecircntrica transversal para um ponto no qual a

estabilidade transversal do navio possa estar ameaccedilada Isto poderaacute resultar o

desenvolvimento de um angulo de banda muito grave repentinamente

Uma grande aacuterea de superfiacutecie livre associada com alto centro de gravidade

vertical eacute particularmente provaacutevel ameaccedilar a estabilidade nas grandes sondagens

(inagens)

30

Eacute imperativo que o pessoal tanto do terminal quanto do navio envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e lastro estejam cientes deste problema potencial e que todas estas

operaccedilotildees sejam conduzidas estritamente de acordo com o manual de carregamento do

navio

Onde estatildeo instalados os dispositivos de bloqueio para prevenir que muita carga

e lastro sejam operados simultaneamente causando com isso um excessivo efeito de

superfiacutecie livre devem sempre ser mantidos completamente operacionais natildeo devendo

tambeacutem nunca serem by-passados

Os navios que operam com altura metacecircntrica limitada devem ser equipados

com um computador de carregamento que calcule a altura metacecircntrica

31

18 Sistema de gaacutes inerte (SGI)

Gaacutes inerte eacute um gaacutes ou uma mistura de gases que natildeo conteacutem oxigecircnio suficiente

para permitir que ocorra a combustatildeo de hidrocarbonetos

O gaacutes inerte em navios de produtos escuros eacute normalmente proveniente dos

gases de descarga de caldeira Jaacute nos navios de produtos claros geralmente se utiliam

geradores de gaacutes inerte a diesel para a obtenccedilatildeo de um gaacutes com menor teor de impurezas

para evitar o risco de contaminaccedilatildeo da carga

Teoricamente os gases de hidrocarbonetos natildeo conseguem queimar em uma

atmosfera com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume

O sistema de gaacutes inerte deve ser capaz de manter nos tanques de carga uma

atmosfera com teor de oxigecircnio de 8 valor esse adotado na praacutetica para garantir uma

margem de seguranccedila em relaccedilatildeo aos 11 acima citados

A figura abaixo representa os percentuais de oxigecircnio de hidrocarbonetos em

uma atmosfera inertizada e a aacuterea sombreada a faixa onde ocorrem misturas

inflamaacuteveis que podem gerar risco de incecircndio ou explosatildeo

32

Nota este diagrama eacute meramente ilustrativo natildeo devendo ser utilizado na praacutetica para definir a composiccedilatildeo de gases

Em geral misturas com teor de hidrocarbonetos abaixo de 1 em volume (limite

inferior de explosividade ndash LEL) e misturas com teor de hidrocarbonetos acima de 10

em volume (limite superior de explosividade ndash UEL) se situam fora da faixa inflamaacutevel

Da mesma forma misturas com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume tambeacutem se

situam fora da faixa inflamaacutevel

Nas operaccedilotildees de desgaseificaccedilatildeo de tanques a atmosfera deve passar da condiccedilatildeo de

inertizada ilustrada pelo ponto (F) na figura para a condiccedilatildeo desgaseificada ponto (A)

sem passar pela faixa inflamaacutevel representada pela aacuterea sombreada

Na praacutetica garante-se que a faixa inflamaacutevel seja evitada atraveacutes da diluiccedilatildeo com gaacutes

inerte (purga) ateacute que se obtenha um teor de hidrocarbonetos nos tanques de 2 (ponto

H da figura) para entatildeo iniciar-se a diluiccedilatildeo com ar (ventilaccedilatildeo)

Os navios petroleiros que possuem gaacutes inerte devem manter seus tanques de carga

permanentemente inertizados com teor de oxigecircnio abaixo de 8 e com pressatildeo

positiva dentro da faixa estabelecida no seu manual do sistema de gaacutes inerte

33

Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema

rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a

entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros

natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte

ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte

No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e

navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade

estaacutetica sejam tomadas

A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o

manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos

componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas

Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de

gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos

tanques de carga

Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute

dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque

de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem

considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio

No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para

a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno

(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos

previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema

Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de

carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque

e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige

cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de

liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem

ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente

34

Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de

selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas

inspecionadas e testadas

35

19 Cuidados no Manuseio da Carga

191 Propriedades do Produto

Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A

publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT

disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores

informaccedilotildees

As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas

devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de

Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras

A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma

deve ser protestada pelo navio

1911 Ponto de Fulgor

O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor

suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel

1912 Volatilidade

A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e

depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo

A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor

Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e

com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis

1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo

Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para

que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa

de igniccedilatildeo (centelha ou chama)

36

1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos

A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e

o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e

no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga

1915 Viscosidade

A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de

resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido

aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de

temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo

a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga

1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana

A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede

principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente

expressa em partes por milhatildeo (ppm)

O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo

do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos

com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode

levar agrave paralisia e morte

O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos

eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o

limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por

dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos

A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da

composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido

para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo

O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No

quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas

37

CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS

01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de

exposiccedilatildeo

02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira

apoacutes 30min de exposiccedilatildeo

07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de

exposiccedilatildeo

10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem

levar agrave perda de consciecircncia e morte

20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo

1917 Gaacutes Sulfiacutedrico

O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com

um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o

olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e

corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo

O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a

concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por

volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no

oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso

38

2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA

21 Operaccedilotildees de carregamento

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga

descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas

precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como

O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo

reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que

todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser

carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado

Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser

mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do

sistema e seus alarmes

Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se

contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque

O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o

manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de

despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de

vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto

Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para

evitar o transbordamento

39

bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar

o funcionamento das mesmas

bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no

menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de

cada vez

bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim

banda e temperatura da carga

bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da

vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do

terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de

transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post

bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para

reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo

bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a

antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento

bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser

levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que

deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial

bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser

designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de

transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os

demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB

como tanque de aliacutevio

bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes

confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou

bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga

deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques

Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser

fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo

Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser

drenadas e limpas antes do navio sair em viagem

40

Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a

desconexatildeo

22 Operaccedilatildeo de descarga

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas

anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa

operaccedilatildeo tais como

bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a

operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de

8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de

descarga deve ser interrompida

bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha

principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de

oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte

bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que

possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos

tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de

operaccedilatildeo do navio

bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As

vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de

descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto

para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser

confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e

que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o

superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo

da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada

bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o

terminal na carta inicial

41

O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o

melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo

recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para

melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga

de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas

Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de

reduccedilatildeo da bomba de carga

No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o

sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque

Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser

fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o

tanque designado

Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o

representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um

formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de

algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio

chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades

Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos

devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo

Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem

ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados

com todos os parafusos

Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas

vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de

carga

Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A

lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem

42

23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute

Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao

movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado

maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio

para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar

Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem

ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees

utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem

ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio

Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser

desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de

garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de

espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia

O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos

para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais

antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em

um estado criacutetico

43

24 Carregamento de produtos aquecidos

A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito

quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura

pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e

equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas

Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima

da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser

carregada exceder a 60ordmC em temperatura

As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de

uma carga aquecida

bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de

dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor

bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais

razoaacutevel

bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente

livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de

ebuliccedilatildeo da aacutegua

Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as

seguintes providecircncias

bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia

bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo

e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa

bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa

aberta para evitar martelo hidraacuteulico

bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas

antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal

44

bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas

bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo

Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos

tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave

documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria

O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de

condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua

de alimentaccedilatildeo das caldeiras

Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode

causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente

reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes

que as mesmas fiquem expostas

45

25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga

O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias

internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias

para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos

Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto

da transferecircncia

bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador

bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a

condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro

bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia

bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a

condiccedilatildeo de mar

bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo

das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme

planejada

bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar

ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia

Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em

condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que

natildeo eacute seguro

46

26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo

ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que

jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior

A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser

efetuada por instruccedilatildeo do afretador

Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser

utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo

A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma

coacutepia arquivada a bordo

Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de

fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque

natildeo desgaseificado

47

27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)

A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de

transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode

ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando

A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes

transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo

A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente

adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada

principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute

disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio

Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas

devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo

Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as

seguintes

bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja

efetuada

bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo

devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo

bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o

tamanho das defensas deve ser verificada

bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser

considerada

bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o

mooring master

48

28 Operaccedilotildees de lastro

O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do

navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da

operaccedilatildeo e da viagem

Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem

utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido

previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados

O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das

movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees

sobre a Aacutegua de Lastro

Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a

captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta

deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo

Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute

98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a

100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo

de corrosatildeo

Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro

e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da

superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo

evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro

O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta

de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do

deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este

procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro

49

Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface

aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de

interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de

lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte

O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de

contaminaccedilatildeo

Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para

Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua

de Lastro fornecido pela empresa

No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo

217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica

Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da

chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port

Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro

Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle

bull proibiccedilatildeo de deslastro

bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis

bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro

bull deslastro para instalaccedilotildees de terra

Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das

autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as

precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

64

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 7: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

22

bull Diagrama dos tanques nessa parte devem ser preenchidas as condiccedilotildees inicial e

final dos tanques de carga e de lastro com seus respectivos produtos volumes e

ulagens Os tanques que seratildeo movimentados no porto devem ser destacados no

diagrama As ulagens indicadas no diagrama referem-se agrave condiccedilatildeo de trim e

banda zero Eacute preciso lembrar que por ocasiatildeo do top dos tanques a ulagem

indicada deve ser corrigida para trim e banda

bull Descriccedilatildeo da operaccedilatildeo nessa parte deve ser detalhada passo a passo a

sequencia da operaccedilatildeo pretendida constando as seguintes informaccedilotildees

o Sequecircncia de alinhamento citando as vaacutelvulas redes e tomadas que

seratildeo utilizadas em cada fase da operaccedilatildeo

o Ulagens finais dos tanques

o Sequencia dos tanques a serem operados

o Cuidados com aquecimento de carga

o Procedimentos para

Iniacutecio da operaccedilatildeo

Troca de tanques

Lastrodeslastro

Top ou drenagem

Monitoramento durante a operaccedilatildeo

Limpeza de tanques

23

13 Itens a serem verificados apoacutes atracaccedilatildeo e antes da operaccedilatildeo

Apoacutes a atracaccedilatildeo deve ser efetuada com o terminal a Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo inicial para discussatildeo do planejamento da operaccedilatildeo devendo ser abordados os seguintes itens

bull Verificar se os planos de carga limpeza de tanques e abastecimento foram

preparados e aprovados pelo comandante

bull Discutir os planos e informaccedilotildees operacionais com os tripulantes envolvidos na

operaccedilatildeo

bull Afixar no CCC a escala de serviccedilo no porto

bull Preparar bombas de carga e lastro e sistema de gaacutes inerte

bull Verificar se as redes do sistema de carga foram testadas nos uacuteltimos trinta dias

bull Verificar se as paradas de emergecircncia das bombas de carga foram testadas

bull Fazer inspeccedilatildeo visual das redes e juntas do sistema de carga

bull Verificar se os manocircmetros das tomadas de carga encontram-se em boas

condiccedilotildees

bull Verificar a superfiacutecie do lastro quanto agrave possiacutevel presenccedila de oacuteleo

bull Preencher o formulaacuterio do manual de gerenciamento de aacutegua de lastro sendo o

modelo ANVISA

bull Verificar a atualizaccedilatildeo do livro de registro de oacuteleo ndash partes I e II

bull Preparar a lista de contatos do SOPEP para o porto

bull Testar o sistema remoto de comando de vaacutelvulas e sistema hidraacuteulico deixando

a bomba hidraacuteulica manual pronta para o uso

bull Verificar o funcionamento das sondas e testar os alarmes (visual e sonoro) de

niacutevel alto dos tanques de carga

bull Testar o alarme de alagamento de poratildeo da casa de bombas

bull Testar o dispositivo para detecccedilatildeo de gases na casa de bombas

bull Fechar e lacrar as vaacutelvulas das caixas de mar e de descarga do costado

bull Efetuar o teste de estanqueidade das vaacutelvulas das caixas de mar

24

bull Verificar o funcionamento dos equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de gaacutes

(explosiacutemetro oxiacutemetro tankscope detector de H2S)

bull Bujonar os embornais

bull Limpar secar e bujonar todas as bandejas de tomadas de carga de combustiacuteveis

de guinchos de suspiros de tanques e caixas hidraacuteulicas

bull Posicionar o kit SOPEP

bull Verificar se todas as aberturas dos tanques de carga estatildeo devidamente fechadas

bull Testar manualmente o funcionamento das vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeoe

inspecionar as telas corta-chamas dos tanques de carga

bull Verificar se os equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de ulagem e temperatura e

equipamentos de amostragem estatildeo prontos para uso

bull Verificar a operaccedilatildeo dos exaustores da casa de bombas

bull Verificar se os drenos e suspiros da rede de carga estatildeo fechados

bull Fechar e lacrar a rede de descarga do separador de aacutegua e oacuteleo

bull Aterrar e testar as bombas portaacuteteis (tipo Wilden)

25

14 Procedimentos durante a operaccedilatildeo

Durante todas as operaccedilotildees de carga e descarga deve ser mantido a bordo um efetivo miacutenimo de 23 da tripulaccedilatildeo efetivo esse considerado necessaacuterio para atender a eventuais emergecircncias

Antes de iniciar a operaccedilatildeo o imediato deve estar presente no CCC para realizar um briefing com os envolvidos certificando-se de que a operaccedilatildeo se iniciaraacute e transcorreraacute de acordo com o planejado

O comandante e o imediato bem como o chefe de maacutequinas e o primeiro oficial de maacutequinas natildeo devem se ausentar de bordo ao mesmo tempo

Durante as operaccedilotildees de carga o CCC e a praccedila de maacutequinas devem ficar permanentemente guarnecidos

As vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas quando o terminal informar que estaacute pronto para iniciar a operaccedilatildeo O iniacutecio da operaccedilatildeo deve ser autorizado pelo comandante ou imediato

As operaccedilotildees devem ser iniciadas com baixa vazatildeo Nenhum aumento de vazatildeo deve ser efetuado ateacute que se verifique que a operaccedilatildeo estaacute transcorrendo conforme planejada apoacutes o que a vazatildeo pode entatildeo ser aumentada gradualmente ateacute o maacuteximo definido com o terminal

A comunicaccedilatildeo navio-terminal eacute um dos fatores mais importantes durante a operaccedilatildeo devendo ser efetuada de forma clara e objetiva Somente assuntos referentes agrave operaccedilatildeo devem ser tratados

Durante as operaccedilotildees dentre as verificaccedilotildees previstas no check-list acima mencionado destacamos

bull A exaustatildeo da casa de bombas deve ser mantida durante toda a operaccedilatildeo

bull A entrada em casa de bombas deve ser precedida do cumprimento do check-list

bull A vigilacircncia do conveacutes durante as operaccedilotildees deve ser efetuada por dois

tripulantes sendo permanente na aacuterea do manifold e o outro circulando o conveacutes

principal verificando possiacuteveis vazamentos nas redes de carga inclusive do

manifold do bordo oposto ao da atracaccedilatildeo aleacutem de outros itens tais como

Amarraccedilatildeo do navio

Cabos de seguranccedila

26

Embornais

Observaccedilatildeo ao redor do navio quanto agrave presenccedila de oacuteleo

Manocircmetros das tomadas de carga que natildeo estatildeo em uso inclusivo do

bordo oposto

bull As ulagens dos tanques dados como carregados devem continuar a ser

acompanhadas ateacute o final da operaccedilatildeo para garantir que natildeo estaacute havendo

movimentaccedilatildeo de carga natildeo planejada

bull Caso haja aacutegua acumulada no trincaniz a mesma deve ser drenada para o mar

caso esteja isenta de oacuteleo ou para o tanque slop caso esteja contaminada por

oacuteleo

bull O niacutevel de oacuteleo e a pressatildeo de trabalho das unidades hidraacuteulicas de acionamento

das vaacutelvulas de carga devem ser verificados periodicamente

Como boa praacutetica e sempre que possiacutevel em termos de esforccedilos o uacuteltimo tanque a

ser finalizado deve ser um tanque a meia-nau para minimizar o efeito sobre o trim e o

cuidado com os esforccedilos para natildeo termos surpresa quanto a operaccedilatildeo

Os alarmes de niacutevel alto dos tanques de carga e de alagamento da casa de bombas

devem ser testados antes de cada operaccedilatildeo

As vaacutelvulas da caixas de mar do sistema de carga devem ser testadas segundo as

orientaccedilotildees da publicaccedilatildeo da OCIMF ndash Prevention of Oil Spillages Through Cargo

Pumproom Sea Valves A vaacutelvula de descarga alta de costado e as vaacutelvulas das caixas

de mar do sistema de carga devem ser fechadas e lacradas

27

15 Limpeza de tanques

A operaccedilatildeo de limpeza de tanques de um navio petroleiro eacute efetuado com os

seguintes objetivos

bull Preparaccedilatildeo de tanques para troca de produtos para que natildeo contamine o produto

que seraacute carregado

bull Preparaccedilatildeo para lastro limpo

bull Inspeccedilatildeo de tanques

bull Manutenccedilatildeo de redes e vaacutelvulas

A limpeza dos tanques de carga deve ser efetuada sempre em circuito fechado

Admite-se a limpeza em circuito semi-aberto em viagem cumprindo o anexo I da

MARPOL quanto ao descarte de misturas oleosas

A limpeza dos tanques para troca de produtos deve seguir as instruccedilotildees do

afretador ou na sua falta seguir as recomendaccedilotildees contidas no Tank Cleaning Guide

No planejamento das operaccedilotildees de lavagem de tanques o risco principal eacute de

incecircndio ou explosatildeo que surgem da presenccedila simultacircnea de uma atmosfera inflamaacutevel

e de uma fonte de igniccedilatildeo O foco portanto deve ser para eliminar um ou mais dos

perigos que contribuem para esse risco chamados de os lados do triacircngulo do fogo

aroxigecircnio igniccedilatildeo e combustiacutevel (ex vapores inflamaacuteveis)

O meacutetodo que oferece o mais baixo risco eacute o de lavar um tanque com uma

atmosfera inerte A condiccedilatildeo inerte natildeo oferece ambiguumlidades por definiccedilatildeo para um

tanque ser considerado inerte ele deve satisfazer as exigecircncias da SOLAS para a

inertizaccedilatildeo dos tanques de carga e reduzindo o conteuacutedo de oxigecircnio da atmosfera de

cada tanque para um niacutevel que a combustatildeo natildeo possa ocorrer

Durante as operaccedilotildees de lavagem do tanque devem ser tomadas medidas a fim

de verificar que a atmosfera no tanque permanece natildeo inflamaacutevel (conteuacutedo de oxigecircnio

natildeo superior a 8 por volume) e a uma pressatildeo positiva

28

16 Procedimentos adicionais quando operando cargas contendo concentraccedilotildees de H2S muito altas

As Companhias e os Terminais devem desenvolver procedimentos adicionais para

serem empregados quando as cargas sendo operadas com niacuteveis muito altos de H2S

(100 ppm no espaccedilo vapor eacute considerado ser um limite razoaacutevel)

Sempre que houver probabilidade de concentraccedilotildees muito altas de H2S estarem

presentes devem estar disponiacuteveis Aparelhos de Respiraccedilatildeo de Emergecircncia para Fuga

(Maacutescara de Fuga) para todo o pessoal trabalhando em aacutereas de risco que jaacute deveratildeo

estar portando um instrumento pessoal de monitoramentoalarme para o gaacutes H2S

As pessoas devem ser instruiacutedas para se o alarme de seu instrumento for

ativado pocircr a Maacutescara de Fuga e imediatamente deixar a aacuterea em direccedilatildeo contraacuteria ao

vento Devendo informar o controle central local da presenccedila de altas concentraccedilotildees de

gaacutes a fim de que os procedimentos apropriados possam ser iniciados

Quando a presenccedila de H2S eacute conhecida deve sempre ser utilizado o

equipamento de respiraccedilatildeo autocircnomo se for considerado necessaacuterio violar a integridade

do sistema de carga e uma atmosfera livre dos vapores natildeo puder ser garantida Isto

inclui as seguintes atividades

bull Abertura da boca de mediccedilatildeo e amostragem

bull Remoccedilatildeo de flanges para a conexatildeo de mangotes ou braccedilos de carregamento ou a

desconexatildeo dos braccedilos ou mangotes e flangeamento apoacutes as operaccedilotildees com a carga

bull Limpeza de filtros

bull Drenagem de linhas para abrir retenccedilotildees

bull Limpeza de derrames

Os procedimentos devem permitir somente o uso de suprimento de ar pelo

conjunto de respiraccedilatildeo autocircnomo Natildeo devem incluir o uso de respiradores com

29

cartuchos quiacutemicos para proteccedilatildeo contra vapores de H2S uma vez que as concentraccedilotildees

na atmosfera podem exceder a capacidade operacional do respirador

17 Consideraccedilotildees de estabilidade forccedilas trim e efeito de superfiacutecie

livre

Os petroleiros de casco simples usualmente tecircm uma altura metacecircntrica elevada

em todas as condiccedilotildees o que o faz permanecer inerentemente estaacutevel Enquanto a

tripulaccedilatildeo dos navios petroleiros tem sempre levado em conta os momentos fletores

longitudinais e as forccedilas cortantes verticais durante as operaccedilotildees de carga e lastro a

estabilidade precisa dos navios raramente tinha sido a primeira preocupaccedilatildeo de bordo

No entanto com a introduccedilatildeo de cascos duplos nos projetos dos petroleiros mudou esta

situaccedilatildeo

O principal problema mais provaacutevel de ser encontrado eacute o efeito na altura

metacecircntrica transversal da superfiacutecie livre do liacutequido nos tanques de carga e duplo

fundos

Dependendo do projeto tipo e nuacutemero destes tanques o efeito de superfiacutecie livre

poderaacute resultar em uma altura metacecircntrica significativamente reduzida A situaccedilatildeo seraacute

muita mais grave no caso de tanques de carga muito amplos sem antepara na linha de

centro e tanques de lastro tambeacutem natildeo possuindo antepara de centro (tanque em ldquoUrdquo)

Os estaacutegios mais criacuteticos de qualquer operaccedilatildeo satildeo durante o enchimento dos

tanques de lastro do duplo-fundo enquanto se descarrega o produto e esvaziando estes

tanques durante o carregamento da carga Se suficientes tanques de carga e tanques de

lastro satildeo esvaziados simultaneamente o efeito de superfiacutecie livre total poderaacute ser

suficiente para reduzir a altura metacecircntrica transversal para um ponto no qual a

estabilidade transversal do navio possa estar ameaccedilada Isto poderaacute resultar o

desenvolvimento de um angulo de banda muito grave repentinamente

Uma grande aacuterea de superfiacutecie livre associada com alto centro de gravidade

vertical eacute particularmente provaacutevel ameaccedilar a estabilidade nas grandes sondagens

(inagens)

30

Eacute imperativo que o pessoal tanto do terminal quanto do navio envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e lastro estejam cientes deste problema potencial e que todas estas

operaccedilotildees sejam conduzidas estritamente de acordo com o manual de carregamento do

navio

Onde estatildeo instalados os dispositivos de bloqueio para prevenir que muita carga

e lastro sejam operados simultaneamente causando com isso um excessivo efeito de

superfiacutecie livre devem sempre ser mantidos completamente operacionais natildeo devendo

tambeacutem nunca serem by-passados

Os navios que operam com altura metacecircntrica limitada devem ser equipados

com um computador de carregamento que calcule a altura metacecircntrica

31

18 Sistema de gaacutes inerte (SGI)

Gaacutes inerte eacute um gaacutes ou uma mistura de gases que natildeo conteacutem oxigecircnio suficiente

para permitir que ocorra a combustatildeo de hidrocarbonetos

O gaacutes inerte em navios de produtos escuros eacute normalmente proveniente dos

gases de descarga de caldeira Jaacute nos navios de produtos claros geralmente se utiliam

geradores de gaacutes inerte a diesel para a obtenccedilatildeo de um gaacutes com menor teor de impurezas

para evitar o risco de contaminaccedilatildeo da carga

Teoricamente os gases de hidrocarbonetos natildeo conseguem queimar em uma

atmosfera com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume

O sistema de gaacutes inerte deve ser capaz de manter nos tanques de carga uma

atmosfera com teor de oxigecircnio de 8 valor esse adotado na praacutetica para garantir uma

margem de seguranccedila em relaccedilatildeo aos 11 acima citados

A figura abaixo representa os percentuais de oxigecircnio de hidrocarbonetos em

uma atmosfera inertizada e a aacuterea sombreada a faixa onde ocorrem misturas

inflamaacuteveis que podem gerar risco de incecircndio ou explosatildeo

32

Nota este diagrama eacute meramente ilustrativo natildeo devendo ser utilizado na praacutetica para definir a composiccedilatildeo de gases

Em geral misturas com teor de hidrocarbonetos abaixo de 1 em volume (limite

inferior de explosividade ndash LEL) e misturas com teor de hidrocarbonetos acima de 10

em volume (limite superior de explosividade ndash UEL) se situam fora da faixa inflamaacutevel

Da mesma forma misturas com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume tambeacutem se

situam fora da faixa inflamaacutevel

Nas operaccedilotildees de desgaseificaccedilatildeo de tanques a atmosfera deve passar da condiccedilatildeo de

inertizada ilustrada pelo ponto (F) na figura para a condiccedilatildeo desgaseificada ponto (A)

sem passar pela faixa inflamaacutevel representada pela aacuterea sombreada

Na praacutetica garante-se que a faixa inflamaacutevel seja evitada atraveacutes da diluiccedilatildeo com gaacutes

inerte (purga) ateacute que se obtenha um teor de hidrocarbonetos nos tanques de 2 (ponto

H da figura) para entatildeo iniciar-se a diluiccedilatildeo com ar (ventilaccedilatildeo)

Os navios petroleiros que possuem gaacutes inerte devem manter seus tanques de carga

permanentemente inertizados com teor de oxigecircnio abaixo de 8 e com pressatildeo

positiva dentro da faixa estabelecida no seu manual do sistema de gaacutes inerte

33

Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema

rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a

entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros

natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte

ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte

No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e

navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade

estaacutetica sejam tomadas

A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o

manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos

componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas

Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de

gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos

tanques de carga

Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute

dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque

de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem

considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio

No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para

a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno

(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos

previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema

Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de

carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque

e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige

cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de

liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem

ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente

34

Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de

selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas

inspecionadas e testadas

35

19 Cuidados no Manuseio da Carga

191 Propriedades do Produto

Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A

publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT

disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores

informaccedilotildees

As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas

devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de

Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras

A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma

deve ser protestada pelo navio

1911 Ponto de Fulgor

O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor

suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel

1912 Volatilidade

A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e

depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo

A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor

Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e

com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis

1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo

Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para

que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa

de igniccedilatildeo (centelha ou chama)

36

1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos

A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e

o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e

no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga

1915 Viscosidade

A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de

resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido

aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de

temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo

a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga

1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana

A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede

principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente

expressa em partes por milhatildeo (ppm)

O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo

do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos

com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode

levar agrave paralisia e morte

O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos

eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o

limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por

dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos

A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da

composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido

para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo

O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No

quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas

37

CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS

01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de

exposiccedilatildeo

02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira

apoacutes 30min de exposiccedilatildeo

07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de

exposiccedilatildeo

10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem

levar agrave perda de consciecircncia e morte

20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo

1917 Gaacutes Sulfiacutedrico

O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com

um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o

olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e

corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo

O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a

concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por

volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no

oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso

38

2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA

21 Operaccedilotildees de carregamento

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga

descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas

precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como

O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo

reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que

todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser

carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado

Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser

mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do

sistema e seus alarmes

Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se

contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque

O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o

manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de

despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de

vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto

Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para

evitar o transbordamento

39

bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar

o funcionamento das mesmas

bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no

menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de

cada vez

bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim

banda e temperatura da carga

bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da

vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do

terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de

transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post

bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para

reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo

bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a

antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento

bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser

levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que

deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial

bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser

designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de

transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os

demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB

como tanque de aliacutevio

bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes

confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou

bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga

deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques

Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser

fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo

Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser

drenadas e limpas antes do navio sair em viagem

40

Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a

desconexatildeo

22 Operaccedilatildeo de descarga

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas

anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa

operaccedilatildeo tais como

bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a

operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de

8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de

descarga deve ser interrompida

bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha

principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de

oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte

bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que

possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos

tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de

operaccedilatildeo do navio

bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As

vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de

descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto

para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser

confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e

que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o

superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo

da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada

bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o

terminal na carta inicial

41

O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o

melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo

recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para

melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga

de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas

Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de

reduccedilatildeo da bomba de carga

No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o

sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque

Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser

fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o

tanque designado

Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o

representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um

formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de

algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio

chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades

Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos

devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo

Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem

ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados

com todos os parafusos

Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas

vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de

carga

Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A

lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem

42

23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute

Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao

movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado

maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio

para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar

Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem

ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees

utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem

ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio

Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser

desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de

garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de

espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia

O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos

para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais

antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em

um estado criacutetico

43

24 Carregamento de produtos aquecidos

A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito

quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura

pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e

equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas

Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima

da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser

carregada exceder a 60ordmC em temperatura

As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de

uma carga aquecida

bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de

dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor

bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais

razoaacutevel

bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente

livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de

ebuliccedilatildeo da aacutegua

Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as

seguintes providecircncias

bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia

bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo

e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa

bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa

aberta para evitar martelo hidraacuteulico

bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas

antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal

44

bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas

bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo

Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos

tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave

documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria

O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de

condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua

de alimentaccedilatildeo das caldeiras

Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode

causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente

reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes

que as mesmas fiquem expostas

45

25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga

O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias

internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias

para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos

Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto

da transferecircncia

bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador

bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a

condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro

bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia

bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a

condiccedilatildeo de mar

bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo

das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme

planejada

bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar

ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia

Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em

condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que

natildeo eacute seguro

46

26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo

ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que

jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior

A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser

efetuada por instruccedilatildeo do afretador

Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser

utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo

A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma

coacutepia arquivada a bordo

Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de

fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque

natildeo desgaseificado

47

27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)

A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de

transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode

ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando

A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes

transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo

A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente

adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada

principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute

disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio

Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas

devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo

Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as

seguintes

bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja

efetuada

bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo

devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo

bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o

tamanho das defensas deve ser verificada

bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser

considerada

bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o

mooring master

48

28 Operaccedilotildees de lastro

O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do

navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da

operaccedilatildeo e da viagem

Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem

utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido

previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados

O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das

movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees

sobre a Aacutegua de Lastro

Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a

captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta

deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo

Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute

98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a

100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo

de corrosatildeo

Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro

e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da

superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo

evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro

O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta

de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do

deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este

procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro

49

Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface

aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de

interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de

lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte

O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de

contaminaccedilatildeo

Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para

Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua

de Lastro fornecido pela empresa

No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo

217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica

Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da

chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port

Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro

Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle

bull proibiccedilatildeo de deslastro

bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis

bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro

bull deslastro para instalaccedilotildees de terra

Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das

autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as

precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

64

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 8: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

23

13 Itens a serem verificados apoacutes atracaccedilatildeo e antes da operaccedilatildeo

Apoacutes a atracaccedilatildeo deve ser efetuada com o terminal a Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo inicial para discussatildeo do planejamento da operaccedilatildeo devendo ser abordados os seguintes itens

bull Verificar se os planos de carga limpeza de tanques e abastecimento foram

preparados e aprovados pelo comandante

bull Discutir os planos e informaccedilotildees operacionais com os tripulantes envolvidos na

operaccedilatildeo

bull Afixar no CCC a escala de serviccedilo no porto

bull Preparar bombas de carga e lastro e sistema de gaacutes inerte

bull Verificar se as redes do sistema de carga foram testadas nos uacuteltimos trinta dias

bull Verificar se as paradas de emergecircncia das bombas de carga foram testadas

bull Fazer inspeccedilatildeo visual das redes e juntas do sistema de carga

bull Verificar se os manocircmetros das tomadas de carga encontram-se em boas

condiccedilotildees

bull Verificar a superfiacutecie do lastro quanto agrave possiacutevel presenccedila de oacuteleo

bull Preencher o formulaacuterio do manual de gerenciamento de aacutegua de lastro sendo o

modelo ANVISA

bull Verificar a atualizaccedilatildeo do livro de registro de oacuteleo ndash partes I e II

bull Preparar a lista de contatos do SOPEP para o porto

bull Testar o sistema remoto de comando de vaacutelvulas e sistema hidraacuteulico deixando

a bomba hidraacuteulica manual pronta para o uso

bull Verificar o funcionamento das sondas e testar os alarmes (visual e sonoro) de

niacutevel alto dos tanques de carga

bull Testar o alarme de alagamento de poratildeo da casa de bombas

bull Testar o dispositivo para detecccedilatildeo de gases na casa de bombas

bull Fechar e lacrar as vaacutelvulas das caixas de mar e de descarga do costado

bull Efetuar o teste de estanqueidade das vaacutelvulas das caixas de mar

24

bull Verificar o funcionamento dos equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de gaacutes

(explosiacutemetro oxiacutemetro tankscope detector de H2S)

bull Bujonar os embornais

bull Limpar secar e bujonar todas as bandejas de tomadas de carga de combustiacuteveis

de guinchos de suspiros de tanques e caixas hidraacuteulicas

bull Posicionar o kit SOPEP

bull Verificar se todas as aberturas dos tanques de carga estatildeo devidamente fechadas

bull Testar manualmente o funcionamento das vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeoe

inspecionar as telas corta-chamas dos tanques de carga

bull Verificar se os equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de ulagem e temperatura e

equipamentos de amostragem estatildeo prontos para uso

bull Verificar a operaccedilatildeo dos exaustores da casa de bombas

bull Verificar se os drenos e suspiros da rede de carga estatildeo fechados

bull Fechar e lacrar a rede de descarga do separador de aacutegua e oacuteleo

bull Aterrar e testar as bombas portaacuteteis (tipo Wilden)

25

14 Procedimentos durante a operaccedilatildeo

Durante todas as operaccedilotildees de carga e descarga deve ser mantido a bordo um efetivo miacutenimo de 23 da tripulaccedilatildeo efetivo esse considerado necessaacuterio para atender a eventuais emergecircncias

Antes de iniciar a operaccedilatildeo o imediato deve estar presente no CCC para realizar um briefing com os envolvidos certificando-se de que a operaccedilatildeo se iniciaraacute e transcorreraacute de acordo com o planejado

O comandante e o imediato bem como o chefe de maacutequinas e o primeiro oficial de maacutequinas natildeo devem se ausentar de bordo ao mesmo tempo

Durante as operaccedilotildees de carga o CCC e a praccedila de maacutequinas devem ficar permanentemente guarnecidos

As vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas quando o terminal informar que estaacute pronto para iniciar a operaccedilatildeo O iniacutecio da operaccedilatildeo deve ser autorizado pelo comandante ou imediato

As operaccedilotildees devem ser iniciadas com baixa vazatildeo Nenhum aumento de vazatildeo deve ser efetuado ateacute que se verifique que a operaccedilatildeo estaacute transcorrendo conforme planejada apoacutes o que a vazatildeo pode entatildeo ser aumentada gradualmente ateacute o maacuteximo definido com o terminal

A comunicaccedilatildeo navio-terminal eacute um dos fatores mais importantes durante a operaccedilatildeo devendo ser efetuada de forma clara e objetiva Somente assuntos referentes agrave operaccedilatildeo devem ser tratados

Durante as operaccedilotildees dentre as verificaccedilotildees previstas no check-list acima mencionado destacamos

bull A exaustatildeo da casa de bombas deve ser mantida durante toda a operaccedilatildeo

bull A entrada em casa de bombas deve ser precedida do cumprimento do check-list

bull A vigilacircncia do conveacutes durante as operaccedilotildees deve ser efetuada por dois

tripulantes sendo permanente na aacuterea do manifold e o outro circulando o conveacutes

principal verificando possiacuteveis vazamentos nas redes de carga inclusive do

manifold do bordo oposto ao da atracaccedilatildeo aleacutem de outros itens tais como

Amarraccedilatildeo do navio

Cabos de seguranccedila

26

Embornais

Observaccedilatildeo ao redor do navio quanto agrave presenccedila de oacuteleo

Manocircmetros das tomadas de carga que natildeo estatildeo em uso inclusivo do

bordo oposto

bull As ulagens dos tanques dados como carregados devem continuar a ser

acompanhadas ateacute o final da operaccedilatildeo para garantir que natildeo estaacute havendo

movimentaccedilatildeo de carga natildeo planejada

bull Caso haja aacutegua acumulada no trincaniz a mesma deve ser drenada para o mar

caso esteja isenta de oacuteleo ou para o tanque slop caso esteja contaminada por

oacuteleo

bull O niacutevel de oacuteleo e a pressatildeo de trabalho das unidades hidraacuteulicas de acionamento

das vaacutelvulas de carga devem ser verificados periodicamente

Como boa praacutetica e sempre que possiacutevel em termos de esforccedilos o uacuteltimo tanque a

ser finalizado deve ser um tanque a meia-nau para minimizar o efeito sobre o trim e o

cuidado com os esforccedilos para natildeo termos surpresa quanto a operaccedilatildeo

Os alarmes de niacutevel alto dos tanques de carga e de alagamento da casa de bombas

devem ser testados antes de cada operaccedilatildeo

As vaacutelvulas da caixas de mar do sistema de carga devem ser testadas segundo as

orientaccedilotildees da publicaccedilatildeo da OCIMF ndash Prevention of Oil Spillages Through Cargo

Pumproom Sea Valves A vaacutelvula de descarga alta de costado e as vaacutelvulas das caixas

de mar do sistema de carga devem ser fechadas e lacradas

27

15 Limpeza de tanques

A operaccedilatildeo de limpeza de tanques de um navio petroleiro eacute efetuado com os

seguintes objetivos

bull Preparaccedilatildeo de tanques para troca de produtos para que natildeo contamine o produto

que seraacute carregado

bull Preparaccedilatildeo para lastro limpo

bull Inspeccedilatildeo de tanques

bull Manutenccedilatildeo de redes e vaacutelvulas

A limpeza dos tanques de carga deve ser efetuada sempre em circuito fechado

Admite-se a limpeza em circuito semi-aberto em viagem cumprindo o anexo I da

MARPOL quanto ao descarte de misturas oleosas

A limpeza dos tanques para troca de produtos deve seguir as instruccedilotildees do

afretador ou na sua falta seguir as recomendaccedilotildees contidas no Tank Cleaning Guide

No planejamento das operaccedilotildees de lavagem de tanques o risco principal eacute de

incecircndio ou explosatildeo que surgem da presenccedila simultacircnea de uma atmosfera inflamaacutevel

e de uma fonte de igniccedilatildeo O foco portanto deve ser para eliminar um ou mais dos

perigos que contribuem para esse risco chamados de os lados do triacircngulo do fogo

aroxigecircnio igniccedilatildeo e combustiacutevel (ex vapores inflamaacuteveis)

O meacutetodo que oferece o mais baixo risco eacute o de lavar um tanque com uma

atmosfera inerte A condiccedilatildeo inerte natildeo oferece ambiguumlidades por definiccedilatildeo para um

tanque ser considerado inerte ele deve satisfazer as exigecircncias da SOLAS para a

inertizaccedilatildeo dos tanques de carga e reduzindo o conteuacutedo de oxigecircnio da atmosfera de

cada tanque para um niacutevel que a combustatildeo natildeo possa ocorrer

Durante as operaccedilotildees de lavagem do tanque devem ser tomadas medidas a fim

de verificar que a atmosfera no tanque permanece natildeo inflamaacutevel (conteuacutedo de oxigecircnio

natildeo superior a 8 por volume) e a uma pressatildeo positiva

28

16 Procedimentos adicionais quando operando cargas contendo concentraccedilotildees de H2S muito altas

As Companhias e os Terminais devem desenvolver procedimentos adicionais para

serem empregados quando as cargas sendo operadas com niacuteveis muito altos de H2S

(100 ppm no espaccedilo vapor eacute considerado ser um limite razoaacutevel)

Sempre que houver probabilidade de concentraccedilotildees muito altas de H2S estarem

presentes devem estar disponiacuteveis Aparelhos de Respiraccedilatildeo de Emergecircncia para Fuga

(Maacutescara de Fuga) para todo o pessoal trabalhando em aacutereas de risco que jaacute deveratildeo

estar portando um instrumento pessoal de monitoramentoalarme para o gaacutes H2S

As pessoas devem ser instruiacutedas para se o alarme de seu instrumento for

ativado pocircr a Maacutescara de Fuga e imediatamente deixar a aacuterea em direccedilatildeo contraacuteria ao

vento Devendo informar o controle central local da presenccedila de altas concentraccedilotildees de

gaacutes a fim de que os procedimentos apropriados possam ser iniciados

Quando a presenccedila de H2S eacute conhecida deve sempre ser utilizado o

equipamento de respiraccedilatildeo autocircnomo se for considerado necessaacuterio violar a integridade

do sistema de carga e uma atmosfera livre dos vapores natildeo puder ser garantida Isto

inclui as seguintes atividades

bull Abertura da boca de mediccedilatildeo e amostragem

bull Remoccedilatildeo de flanges para a conexatildeo de mangotes ou braccedilos de carregamento ou a

desconexatildeo dos braccedilos ou mangotes e flangeamento apoacutes as operaccedilotildees com a carga

bull Limpeza de filtros

bull Drenagem de linhas para abrir retenccedilotildees

bull Limpeza de derrames

Os procedimentos devem permitir somente o uso de suprimento de ar pelo

conjunto de respiraccedilatildeo autocircnomo Natildeo devem incluir o uso de respiradores com

29

cartuchos quiacutemicos para proteccedilatildeo contra vapores de H2S uma vez que as concentraccedilotildees

na atmosfera podem exceder a capacidade operacional do respirador

17 Consideraccedilotildees de estabilidade forccedilas trim e efeito de superfiacutecie

livre

Os petroleiros de casco simples usualmente tecircm uma altura metacecircntrica elevada

em todas as condiccedilotildees o que o faz permanecer inerentemente estaacutevel Enquanto a

tripulaccedilatildeo dos navios petroleiros tem sempre levado em conta os momentos fletores

longitudinais e as forccedilas cortantes verticais durante as operaccedilotildees de carga e lastro a

estabilidade precisa dos navios raramente tinha sido a primeira preocupaccedilatildeo de bordo

No entanto com a introduccedilatildeo de cascos duplos nos projetos dos petroleiros mudou esta

situaccedilatildeo

O principal problema mais provaacutevel de ser encontrado eacute o efeito na altura

metacecircntrica transversal da superfiacutecie livre do liacutequido nos tanques de carga e duplo

fundos

Dependendo do projeto tipo e nuacutemero destes tanques o efeito de superfiacutecie livre

poderaacute resultar em uma altura metacecircntrica significativamente reduzida A situaccedilatildeo seraacute

muita mais grave no caso de tanques de carga muito amplos sem antepara na linha de

centro e tanques de lastro tambeacutem natildeo possuindo antepara de centro (tanque em ldquoUrdquo)

Os estaacutegios mais criacuteticos de qualquer operaccedilatildeo satildeo durante o enchimento dos

tanques de lastro do duplo-fundo enquanto se descarrega o produto e esvaziando estes

tanques durante o carregamento da carga Se suficientes tanques de carga e tanques de

lastro satildeo esvaziados simultaneamente o efeito de superfiacutecie livre total poderaacute ser

suficiente para reduzir a altura metacecircntrica transversal para um ponto no qual a

estabilidade transversal do navio possa estar ameaccedilada Isto poderaacute resultar o

desenvolvimento de um angulo de banda muito grave repentinamente

Uma grande aacuterea de superfiacutecie livre associada com alto centro de gravidade

vertical eacute particularmente provaacutevel ameaccedilar a estabilidade nas grandes sondagens

(inagens)

30

Eacute imperativo que o pessoal tanto do terminal quanto do navio envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e lastro estejam cientes deste problema potencial e que todas estas

operaccedilotildees sejam conduzidas estritamente de acordo com o manual de carregamento do

navio

Onde estatildeo instalados os dispositivos de bloqueio para prevenir que muita carga

e lastro sejam operados simultaneamente causando com isso um excessivo efeito de

superfiacutecie livre devem sempre ser mantidos completamente operacionais natildeo devendo

tambeacutem nunca serem by-passados

Os navios que operam com altura metacecircntrica limitada devem ser equipados

com um computador de carregamento que calcule a altura metacecircntrica

31

18 Sistema de gaacutes inerte (SGI)

Gaacutes inerte eacute um gaacutes ou uma mistura de gases que natildeo conteacutem oxigecircnio suficiente

para permitir que ocorra a combustatildeo de hidrocarbonetos

O gaacutes inerte em navios de produtos escuros eacute normalmente proveniente dos

gases de descarga de caldeira Jaacute nos navios de produtos claros geralmente se utiliam

geradores de gaacutes inerte a diesel para a obtenccedilatildeo de um gaacutes com menor teor de impurezas

para evitar o risco de contaminaccedilatildeo da carga

Teoricamente os gases de hidrocarbonetos natildeo conseguem queimar em uma

atmosfera com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume

O sistema de gaacutes inerte deve ser capaz de manter nos tanques de carga uma

atmosfera com teor de oxigecircnio de 8 valor esse adotado na praacutetica para garantir uma

margem de seguranccedila em relaccedilatildeo aos 11 acima citados

A figura abaixo representa os percentuais de oxigecircnio de hidrocarbonetos em

uma atmosfera inertizada e a aacuterea sombreada a faixa onde ocorrem misturas

inflamaacuteveis que podem gerar risco de incecircndio ou explosatildeo

32

Nota este diagrama eacute meramente ilustrativo natildeo devendo ser utilizado na praacutetica para definir a composiccedilatildeo de gases

Em geral misturas com teor de hidrocarbonetos abaixo de 1 em volume (limite

inferior de explosividade ndash LEL) e misturas com teor de hidrocarbonetos acima de 10

em volume (limite superior de explosividade ndash UEL) se situam fora da faixa inflamaacutevel

Da mesma forma misturas com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume tambeacutem se

situam fora da faixa inflamaacutevel

Nas operaccedilotildees de desgaseificaccedilatildeo de tanques a atmosfera deve passar da condiccedilatildeo de

inertizada ilustrada pelo ponto (F) na figura para a condiccedilatildeo desgaseificada ponto (A)

sem passar pela faixa inflamaacutevel representada pela aacuterea sombreada

Na praacutetica garante-se que a faixa inflamaacutevel seja evitada atraveacutes da diluiccedilatildeo com gaacutes

inerte (purga) ateacute que se obtenha um teor de hidrocarbonetos nos tanques de 2 (ponto

H da figura) para entatildeo iniciar-se a diluiccedilatildeo com ar (ventilaccedilatildeo)

Os navios petroleiros que possuem gaacutes inerte devem manter seus tanques de carga

permanentemente inertizados com teor de oxigecircnio abaixo de 8 e com pressatildeo

positiva dentro da faixa estabelecida no seu manual do sistema de gaacutes inerte

33

Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema

rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a

entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros

natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte

ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte

No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e

navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade

estaacutetica sejam tomadas

A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o

manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos

componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas

Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de

gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos

tanques de carga

Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute

dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque

de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem

considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio

No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para

a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno

(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos

previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema

Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de

carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque

e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige

cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de

liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem

ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente

34

Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de

selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas

inspecionadas e testadas

35

19 Cuidados no Manuseio da Carga

191 Propriedades do Produto

Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A

publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT

disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores

informaccedilotildees

As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas

devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de

Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras

A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma

deve ser protestada pelo navio

1911 Ponto de Fulgor

O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor

suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel

1912 Volatilidade

A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e

depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo

A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor

Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e

com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis

1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo

Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para

que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa

de igniccedilatildeo (centelha ou chama)

36

1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos

A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e

o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e

no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga

1915 Viscosidade

A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de

resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido

aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de

temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo

a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga

1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana

A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede

principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente

expressa em partes por milhatildeo (ppm)

O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo

do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos

com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode

levar agrave paralisia e morte

O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos

eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o

limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por

dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos

A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da

composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido

para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo

O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No

quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas

37

CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS

01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de

exposiccedilatildeo

02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira

apoacutes 30min de exposiccedilatildeo

07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de

exposiccedilatildeo

10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem

levar agrave perda de consciecircncia e morte

20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo

1917 Gaacutes Sulfiacutedrico

O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com

um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o

olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e

corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo

O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a

concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por

volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no

oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso

38

2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA

21 Operaccedilotildees de carregamento

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga

descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas

precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como

O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo

reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que

todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser

carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado

Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser

mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do

sistema e seus alarmes

Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se

contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque

O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o

manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de

despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de

vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto

Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para

evitar o transbordamento

39

bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar

o funcionamento das mesmas

bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no

menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de

cada vez

bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim

banda e temperatura da carga

bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da

vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do

terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de

transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post

bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para

reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo

bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a

antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento

bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser

levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que

deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial

bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser

designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de

transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os

demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB

como tanque de aliacutevio

bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes

confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou

bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga

deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques

Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser

fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo

Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser

drenadas e limpas antes do navio sair em viagem

40

Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a

desconexatildeo

22 Operaccedilatildeo de descarga

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas

anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa

operaccedilatildeo tais como

bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a

operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de

8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de

descarga deve ser interrompida

bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha

principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de

oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte

bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que

possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos

tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de

operaccedilatildeo do navio

bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As

vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de

descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto

para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser

confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e

que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o

superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo

da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada

bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o

terminal na carta inicial

41

O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o

melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo

recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para

melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga

de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas

Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de

reduccedilatildeo da bomba de carga

No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o

sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque

Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser

fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o

tanque designado

Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o

representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um

formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de

algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio

chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades

Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos

devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo

Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem

ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados

com todos os parafusos

Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas

vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de

carga

Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A

lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem

42

23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute

Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao

movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado

maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio

para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar

Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem

ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees

utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem

ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio

Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser

desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de

garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de

espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia

O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos

para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais

antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em

um estado criacutetico

43

24 Carregamento de produtos aquecidos

A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito

quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura

pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e

equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas

Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima

da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser

carregada exceder a 60ordmC em temperatura

As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de

uma carga aquecida

bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de

dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor

bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais

razoaacutevel

bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente

livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de

ebuliccedilatildeo da aacutegua

Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as

seguintes providecircncias

bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia

bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo

e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa

bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa

aberta para evitar martelo hidraacuteulico

bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas

antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal

44

bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas

bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo

Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos

tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave

documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria

O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de

condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua

de alimentaccedilatildeo das caldeiras

Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode

causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente

reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes

que as mesmas fiquem expostas

45

25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga

O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias

internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias

para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos

Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto

da transferecircncia

bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador

bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a

condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro

bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia

bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a

condiccedilatildeo de mar

bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo

das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme

planejada

bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar

ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia

Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em

condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que

natildeo eacute seguro

46

26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo

ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que

jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior

A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser

efetuada por instruccedilatildeo do afretador

Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser

utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo

A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma

coacutepia arquivada a bordo

Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de

fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque

natildeo desgaseificado

47

27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)

A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de

transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode

ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando

A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes

transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo

A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente

adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada

principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute

disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio

Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas

devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo

Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as

seguintes

bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja

efetuada

bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo

devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo

bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o

tamanho das defensas deve ser verificada

bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser

considerada

bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o

mooring master

48

28 Operaccedilotildees de lastro

O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do

navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da

operaccedilatildeo e da viagem

Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem

utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido

previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados

O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das

movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees

sobre a Aacutegua de Lastro

Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a

captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta

deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo

Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute

98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a

100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo

de corrosatildeo

Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro

e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da

superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo

evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro

O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta

de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do

deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este

procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro

49

Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface

aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de

interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de

lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte

O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de

contaminaccedilatildeo

Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para

Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua

de Lastro fornecido pela empresa

No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo

217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica

Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da

chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port

Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro

Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle

bull proibiccedilatildeo de deslastro

bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis

bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro

bull deslastro para instalaccedilotildees de terra

Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das

autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as

precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

64

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 9: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

24

bull Verificar o funcionamento dos equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de gaacutes

(explosiacutemetro oxiacutemetro tankscope detector de H2S)

bull Bujonar os embornais

bull Limpar secar e bujonar todas as bandejas de tomadas de carga de combustiacuteveis

de guinchos de suspiros de tanques e caixas hidraacuteulicas

bull Posicionar o kit SOPEP

bull Verificar se todas as aberturas dos tanques de carga estatildeo devidamente fechadas

bull Testar manualmente o funcionamento das vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeoe

inspecionar as telas corta-chamas dos tanques de carga

bull Verificar se os equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de ulagem e temperatura e

equipamentos de amostragem estatildeo prontos para uso

bull Verificar a operaccedilatildeo dos exaustores da casa de bombas

bull Verificar se os drenos e suspiros da rede de carga estatildeo fechados

bull Fechar e lacrar a rede de descarga do separador de aacutegua e oacuteleo

bull Aterrar e testar as bombas portaacuteteis (tipo Wilden)

25

14 Procedimentos durante a operaccedilatildeo

Durante todas as operaccedilotildees de carga e descarga deve ser mantido a bordo um efetivo miacutenimo de 23 da tripulaccedilatildeo efetivo esse considerado necessaacuterio para atender a eventuais emergecircncias

Antes de iniciar a operaccedilatildeo o imediato deve estar presente no CCC para realizar um briefing com os envolvidos certificando-se de que a operaccedilatildeo se iniciaraacute e transcorreraacute de acordo com o planejado

O comandante e o imediato bem como o chefe de maacutequinas e o primeiro oficial de maacutequinas natildeo devem se ausentar de bordo ao mesmo tempo

Durante as operaccedilotildees de carga o CCC e a praccedila de maacutequinas devem ficar permanentemente guarnecidos

As vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas quando o terminal informar que estaacute pronto para iniciar a operaccedilatildeo O iniacutecio da operaccedilatildeo deve ser autorizado pelo comandante ou imediato

As operaccedilotildees devem ser iniciadas com baixa vazatildeo Nenhum aumento de vazatildeo deve ser efetuado ateacute que se verifique que a operaccedilatildeo estaacute transcorrendo conforme planejada apoacutes o que a vazatildeo pode entatildeo ser aumentada gradualmente ateacute o maacuteximo definido com o terminal

A comunicaccedilatildeo navio-terminal eacute um dos fatores mais importantes durante a operaccedilatildeo devendo ser efetuada de forma clara e objetiva Somente assuntos referentes agrave operaccedilatildeo devem ser tratados

Durante as operaccedilotildees dentre as verificaccedilotildees previstas no check-list acima mencionado destacamos

bull A exaustatildeo da casa de bombas deve ser mantida durante toda a operaccedilatildeo

bull A entrada em casa de bombas deve ser precedida do cumprimento do check-list

bull A vigilacircncia do conveacutes durante as operaccedilotildees deve ser efetuada por dois

tripulantes sendo permanente na aacuterea do manifold e o outro circulando o conveacutes

principal verificando possiacuteveis vazamentos nas redes de carga inclusive do

manifold do bordo oposto ao da atracaccedilatildeo aleacutem de outros itens tais como

Amarraccedilatildeo do navio

Cabos de seguranccedila

26

Embornais

Observaccedilatildeo ao redor do navio quanto agrave presenccedila de oacuteleo

Manocircmetros das tomadas de carga que natildeo estatildeo em uso inclusivo do

bordo oposto

bull As ulagens dos tanques dados como carregados devem continuar a ser

acompanhadas ateacute o final da operaccedilatildeo para garantir que natildeo estaacute havendo

movimentaccedilatildeo de carga natildeo planejada

bull Caso haja aacutegua acumulada no trincaniz a mesma deve ser drenada para o mar

caso esteja isenta de oacuteleo ou para o tanque slop caso esteja contaminada por

oacuteleo

bull O niacutevel de oacuteleo e a pressatildeo de trabalho das unidades hidraacuteulicas de acionamento

das vaacutelvulas de carga devem ser verificados periodicamente

Como boa praacutetica e sempre que possiacutevel em termos de esforccedilos o uacuteltimo tanque a

ser finalizado deve ser um tanque a meia-nau para minimizar o efeito sobre o trim e o

cuidado com os esforccedilos para natildeo termos surpresa quanto a operaccedilatildeo

Os alarmes de niacutevel alto dos tanques de carga e de alagamento da casa de bombas

devem ser testados antes de cada operaccedilatildeo

As vaacutelvulas da caixas de mar do sistema de carga devem ser testadas segundo as

orientaccedilotildees da publicaccedilatildeo da OCIMF ndash Prevention of Oil Spillages Through Cargo

Pumproom Sea Valves A vaacutelvula de descarga alta de costado e as vaacutelvulas das caixas

de mar do sistema de carga devem ser fechadas e lacradas

27

15 Limpeza de tanques

A operaccedilatildeo de limpeza de tanques de um navio petroleiro eacute efetuado com os

seguintes objetivos

bull Preparaccedilatildeo de tanques para troca de produtos para que natildeo contamine o produto

que seraacute carregado

bull Preparaccedilatildeo para lastro limpo

bull Inspeccedilatildeo de tanques

bull Manutenccedilatildeo de redes e vaacutelvulas

A limpeza dos tanques de carga deve ser efetuada sempre em circuito fechado

Admite-se a limpeza em circuito semi-aberto em viagem cumprindo o anexo I da

MARPOL quanto ao descarte de misturas oleosas

A limpeza dos tanques para troca de produtos deve seguir as instruccedilotildees do

afretador ou na sua falta seguir as recomendaccedilotildees contidas no Tank Cleaning Guide

No planejamento das operaccedilotildees de lavagem de tanques o risco principal eacute de

incecircndio ou explosatildeo que surgem da presenccedila simultacircnea de uma atmosfera inflamaacutevel

e de uma fonte de igniccedilatildeo O foco portanto deve ser para eliminar um ou mais dos

perigos que contribuem para esse risco chamados de os lados do triacircngulo do fogo

aroxigecircnio igniccedilatildeo e combustiacutevel (ex vapores inflamaacuteveis)

O meacutetodo que oferece o mais baixo risco eacute o de lavar um tanque com uma

atmosfera inerte A condiccedilatildeo inerte natildeo oferece ambiguumlidades por definiccedilatildeo para um

tanque ser considerado inerte ele deve satisfazer as exigecircncias da SOLAS para a

inertizaccedilatildeo dos tanques de carga e reduzindo o conteuacutedo de oxigecircnio da atmosfera de

cada tanque para um niacutevel que a combustatildeo natildeo possa ocorrer

Durante as operaccedilotildees de lavagem do tanque devem ser tomadas medidas a fim

de verificar que a atmosfera no tanque permanece natildeo inflamaacutevel (conteuacutedo de oxigecircnio

natildeo superior a 8 por volume) e a uma pressatildeo positiva

28

16 Procedimentos adicionais quando operando cargas contendo concentraccedilotildees de H2S muito altas

As Companhias e os Terminais devem desenvolver procedimentos adicionais para

serem empregados quando as cargas sendo operadas com niacuteveis muito altos de H2S

(100 ppm no espaccedilo vapor eacute considerado ser um limite razoaacutevel)

Sempre que houver probabilidade de concentraccedilotildees muito altas de H2S estarem

presentes devem estar disponiacuteveis Aparelhos de Respiraccedilatildeo de Emergecircncia para Fuga

(Maacutescara de Fuga) para todo o pessoal trabalhando em aacutereas de risco que jaacute deveratildeo

estar portando um instrumento pessoal de monitoramentoalarme para o gaacutes H2S

As pessoas devem ser instruiacutedas para se o alarme de seu instrumento for

ativado pocircr a Maacutescara de Fuga e imediatamente deixar a aacuterea em direccedilatildeo contraacuteria ao

vento Devendo informar o controle central local da presenccedila de altas concentraccedilotildees de

gaacutes a fim de que os procedimentos apropriados possam ser iniciados

Quando a presenccedila de H2S eacute conhecida deve sempre ser utilizado o

equipamento de respiraccedilatildeo autocircnomo se for considerado necessaacuterio violar a integridade

do sistema de carga e uma atmosfera livre dos vapores natildeo puder ser garantida Isto

inclui as seguintes atividades

bull Abertura da boca de mediccedilatildeo e amostragem

bull Remoccedilatildeo de flanges para a conexatildeo de mangotes ou braccedilos de carregamento ou a

desconexatildeo dos braccedilos ou mangotes e flangeamento apoacutes as operaccedilotildees com a carga

bull Limpeza de filtros

bull Drenagem de linhas para abrir retenccedilotildees

bull Limpeza de derrames

Os procedimentos devem permitir somente o uso de suprimento de ar pelo

conjunto de respiraccedilatildeo autocircnomo Natildeo devem incluir o uso de respiradores com

29

cartuchos quiacutemicos para proteccedilatildeo contra vapores de H2S uma vez que as concentraccedilotildees

na atmosfera podem exceder a capacidade operacional do respirador

17 Consideraccedilotildees de estabilidade forccedilas trim e efeito de superfiacutecie

livre

Os petroleiros de casco simples usualmente tecircm uma altura metacecircntrica elevada

em todas as condiccedilotildees o que o faz permanecer inerentemente estaacutevel Enquanto a

tripulaccedilatildeo dos navios petroleiros tem sempre levado em conta os momentos fletores

longitudinais e as forccedilas cortantes verticais durante as operaccedilotildees de carga e lastro a

estabilidade precisa dos navios raramente tinha sido a primeira preocupaccedilatildeo de bordo

No entanto com a introduccedilatildeo de cascos duplos nos projetos dos petroleiros mudou esta

situaccedilatildeo

O principal problema mais provaacutevel de ser encontrado eacute o efeito na altura

metacecircntrica transversal da superfiacutecie livre do liacutequido nos tanques de carga e duplo

fundos

Dependendo do projeto tipo e nuacutemero destes tanques o efeito de superfiacutecie livre

poderaacute resultar em uma altura metacecircntrica significativamente reduzida A situaccedilatildeo seraacute

muita mais grave no caso de tanques de carga muito amplos sem antepara na linha de

centro e tanques de lastro tambeacutem natildeo possuindo antepara de centro (tanque em ldquoUrdquo)

Os estaacutegios mais criacuteticos de qualquer operaccedilatildeo satildeo durante o enchimento dos

tanques de lastro do duplo-fundo enquanto se descarrega o produto e esvaziando estes

tanques durante o carregamento da carga Se suficientes tanques de carga e tanques de

lastro satildeo esvaziados simultaneamente o efeito de superfiacutecie livre total poderaacute ser

suficiente para reduzir a altura metacecircntrica transversal para um ponto no qual a

estabilidade transversal do navio possa estar ameaccedilada Isto poderaacute resultar o

desenvolvimento de um angulo de banda muito grave repentinamente

Uma grande aacuterea de superfiacutecie livre associada com alto centro de gravidade

vertical eacute particularmente provaacutevel ameaccedilar a estabilidade nas grandes sondagens

(inagens)

30

Eacute imperativo que o pessoal tanto do terminal quanto do navio envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e lastro estejam cientes deste problema potencial e que todas estas

operaccedilotildees sejam conduzidas estritamente de acordo com o manual de carregamento do

navio

Onde estatildeo instalados os dispositivos de bloqueio para prevenir que muita carga

e lastro sejam operados simultaneamente causando com isso um excessivo efeito de

superfiacutecie livre devem sempre ser mantidos completamente operacionais natildeo devendo

tambeacutem nunca serem by-passados

Os navios que operam com altura metacecircntrica limitada devem ser equipados

com um computador de carregamento que calcule a altura metacecircntrica

31

18 Sistema de gaacutes inerte (SGI)

Gaacutes inerte eacute um gaacutes ou uma mistura de gases que natildeo conteacutem oxigecircnio suficiente

para permitir que ocorra a combustatildeo de hidrocarbonetos

O gaacutes inerte em navios de produtos escuros eacute normalmente proveniente dos

gases de descarga de caldeira Jaacute nos navios de produtos claros geralmente se utiliam

geradores de gaacutes inerte a diesel para a obtenccedilatildeo de um gaacutes com menor teor de impurezas

para evitar o risco de contaminaccedilatildeo da carga

Teoricamente os gases de hidrocarbonetos natildeo conseguem queimar em uma

atmosfera com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume

O sistema de gaacutes inerte deve ser capaz de manter nos tanques de carga uma

atmosfera com teor de oxigecircnio de 8 valor esse adotado na praacutetica para garantir uma

margem de seguranccedila em relaccedilatildeo aos 11 acima citados

A figura abaixo representa os percentuais de oxigecircnio de hidrocarbonetos em

uma atmosfera inertizada e a aacuterea sombreada a faixa onde ocorrem misturas

inflamaacuteveis que podem gerar risco de incecircndio ou explosatildeo

32

Nota este diagrama eacute meramente ilustrativo natildeo devendo ser utilizado na praacutetica para definir a composiccedilatildeo de gases

Em geral misturas com teor de hidrocarbonetos abaixo de 1 em volume (limite

inferior de explosividade ndash LEL) e misturas com teor de hidrocarbonetos acima de 10

em volume (limite superior de explosividade ndash UEL) se situam fora da faixa inflamaacutevel

Da mesma forma misturas com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume tambeacutem se

situam fora da faixa inflamaacutevel

Nas operaccedilotildees de desgaseificaccedilatildeo de tanques a atmosfera deve passar da condiccedilatildeo de

inertizada ilustrada pelo ponto (F) na figura para a condiccedilatildeo desgaseificada ponto (A)

sem passar pela faixa inflamaacutevel representada pela aacuterea sombreada

Na praacutetica garante-se que a faixa inflamaacutevel seja evitada atraveacutes da diluiccedilatildeo com gaacutes

inerte (purga) ateacute que se obtenha um teor de hidrocarbonetos nos tanques de 2 (ponto

H da figura) para entatildeo iniciar-se a diluiccedilatildeo com ar (ventilaccedilatildeo)

Os navios petroleiros que possuem gaacutes inerte devem manter seus tanques de carga

permanentemente inertizados com teor de oxigecircnio abaixo de 8 e com pressatildeo

positiva dentro da faixa estabelecida no seu manual do sistema de gaacutes inerte

33

Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema

rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a

entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros

natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte

ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte

No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e

navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade

estaacutetica sejam tomadas

A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o

manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos

componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas

Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de

gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos

tanques de carga

Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute

dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque

de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem

considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio

No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para

a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno

(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos

previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema

Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de

carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque

e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige

cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de

liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem

ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente

34

Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de

selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas

inspecionadas e testadas

35

19 Cuidados no Manuseio da Carga

191 Propriedades do Produto

Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A

publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT

disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores

informaccedilotildees

As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas

devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de

Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras

A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma

deve ser protestada pelo navio

1911 Ponto de Fulgor

O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor

suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel

1912 Volatilidade

A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e

depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo

A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor

Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e

com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis

1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo

Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para

que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa

de igniccedilatildeo (centelha ou chama)

36

1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos

A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e

o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e

no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga

1915 Viscosidade

A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de

resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido

aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de

temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo

a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga

1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana

A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede

principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente

expressa em partes por milhatildeo (ppm)

O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo

do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos

com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode

levar agrave paralisia e morte

O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos

eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o

limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por

dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos

A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da

composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido

para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo

O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No

quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas

37

CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS

01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de

exposiccedilatildeo

02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira

apoacutes 30min de exposiccedilatildeo

07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de

exposiccedilatildeo

10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem

levar agrave perda de consciecircncia e morte

20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo

1917 Gaacutes Sulfiacutedrico

O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com

um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o

olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e

corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo

O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a

concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por

volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no

oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso

38

2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA

21 Operaccedilotildees de carregamento

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga

descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas

precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como

O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo

reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que

todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser

carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado

Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser

mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do

sistema e seus alarmes

Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se

contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque

O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o

manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de

despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de

vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto

Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para

evitar o transbordamento

39

bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar

o funcionamento das mesmas

bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no

menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de

cada vez

bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim

banda e temperatura da carga

bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da

vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do

terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de

transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post

bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para

reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo

bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a

antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento

bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser

levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que

deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial

bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser

designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de

transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os

demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB

como tanque de aliacutevio

bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes

confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou

bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga

deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques

Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser

fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo

Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser

drenadas e limpas antes do navio sair em viagem

40

Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a

desconexatildeo

22 Operaccedilatildeo de descarga

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas

anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa

operaccedilatildeo tais como

bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a

operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de

8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de

descarga deve ser interrompida

bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha

principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de

oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte

bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que

possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos

tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de

operaccedilatildeo do navio

bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As

vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de

descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto

para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser

confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e

que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o

superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo

da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada

bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o

terminal na carta inicial

41

O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o

melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo

recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para

melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga

de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas

Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de

reduccedilatildeo da bomba de carga

No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o

sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque

Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser

fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o

tanque designado

Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o

representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um

formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de

algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio

chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades

Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos

devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo

Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem

ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados

com todos os parafusos

Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas

vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de

carga

Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A

lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem

42

23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute

Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao

movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado

maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio

para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar

Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem

ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees

utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem

ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio

Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser

desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de

garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de

espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia

O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos

para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais

antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em

um estado criacutetico

43

24 Carregamento de produtos aquecidos

A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito

quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura

pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e

equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas

Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima

da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser

carregada exceder a 60ordmC em temperatura

As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de

uma carga aquecida

bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de

dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor

bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais

razoaacutevel

bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente

livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de

ebuliccedilatildeo da aacutegua

Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as

seguintes providecircncias

bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia

bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo

e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa

bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa

aberta para evitar martelo hidraacuteulico

bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas

antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal

44

bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas

bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo

Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos

tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave

documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria

O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de

condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua

de alimentaccedilatildeo das caldeiras

Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode

causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente

reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes

que as mesmas fiquem expostas

45

25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga

O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias

internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias

para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos

Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto

da transferecircncia

bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador

bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a

condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro

bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia

bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a

condiccedilatildeo de mar

bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo

das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme

planejada

bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar

ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia

Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em

condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que

natildeo eacute seguro

46

26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo

ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que

jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior

A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser

efetuada por instruccedilatildeo do afretador

Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser

utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo

A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma

coacutepia arquivada a bordo

Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de

fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque

natildeo desgaseificado

47

27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)

A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de

transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode

ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando

A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes

transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo

A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente

adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada

principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute

disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio

Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas

devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo

Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as

seguintes

bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja

efetuada

bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo

devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo

bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o

tamanho das defensas deve ser verificada

bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser

considerada

bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o

mooring master

48

28 Operaccedilotildees de lastro

O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do

navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da

operaccedilatildeo e da viagem

Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem

utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido

previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados

O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das

movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees

sobre a Aacutegua de Lastro

Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a

captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta

deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo

Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute

98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a

100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo

de corrosatildeo

Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro

e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da

superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo

evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro

O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta

de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do

deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este

procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro

49

Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface

aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de

interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de

lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte

O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de

contaminaccedilatildeo

Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para

Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua

de Lastro fornecido pela empresa

No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo

217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica

Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da

chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port

Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro

Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle

bull proibiccedilatildeo de deslastro

bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis

bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro

bull deslastro para instalaccedilotildees de terra

Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das

autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as

precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

64

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 10: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

25

14 Procedimentos durante a operaccedilatildeo

Durante todas as operaccedilotildees de carga e descarga deve ser mantido a bordo um efetivo miacutenimo de 23 da tripulaccedilatildeo efetivo esse considerado necessaacuterio para atender a eventuais emergecircncias

Antes de iniciar a operaccedilatildeo o imediato deve estar presente no CCC para realizar um briefing com os envolvidos certificando-se de que a operaccedilatildeo se iniciaraacute e transcorreraacute de acordo com o planejado

O comandante e o imediato bem como o chefe de maacutequinas e o primeiro oficial de maacutequinas natildeo devem se ausentar de bordo ao mesmo tempo

Durante as operaccedilotildees de carga o CCC e a praccedila de maacutequinas devem ficar permanentemente guarnecidos

As vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas quando o terminal informar que estaacute pronto para iniciar a operaccedilatildeo O iniacutecio da operaccedilatildeo deve ser autorizado pelo comandante ou imediato

As operaccedilotildees devem ser iniciadas com baixa vazatildeo Nenhum aumento de vazatildeo deve ser efetuado ateacute que se verifique que a operaccedilatildeo estaacute transcorrendo conforme planejada apoacutes o que a vazatildeo pode entatildeo ser aumentada gradualmente ateacute o maacuteximo definido com o terminal

A comunicaccedilatildeo navio-terminal eacute um dos fatores mais importantes durante a operaccedilatildeo devendo ser efetuada de forma clara e objetiva Somente assuntos referentes agrave operaccedilatildeo devem ser tratados

Durante as operaccedilotildees dentre as verificaccedilotildees previstas no check-list acima mencionado destacamos

bull A exaustatildeo da casa de bombas deve ser mantida durante toda a operaccedilatildeo

bull A entrada em casa de bombas deve ser precedida do cumprimento do check-list

bull A vigilacircncia do conveacutes durante as operaccedilotildees deve ser efetuada por dois

tripulantes sendo permanente na aacuterea do manifold e o outro circulando o conveacutes

principal verificando possiacuteveis vazamentos nas redes de carga inclusive do

manifold do bordo oposto ao da atracaccedilatildeo aleacutem de outros itens tais como

Amarraccedilatildeo do navio

Cabos de seguranccedila

26

Embornais

Observaccedilatildeo ao redor do navio quanto agrave presenccedila de oacuteleo

Manocircmetros das tomadas de carga que natildeo estatildeo em uso inclusivo do

bordo oposto

bull As ulagens dos tanques dados como carregados devem continuar a ser

acompanhadas ateacute o final da operaccedilatildeo para garantir que natildeo estaacute havendo

movimentaccedilatildeo de carga natildeo planejada

bull Caso haja aacutegua acumulada no trincaniz a mesma deve ser drenada para o mar

caso esteja isenta de oacuteleo ou para o tanque slop caso esteja contaminada por

oacuteleo

bull O niacutevel de oacuteleo e a pressatildeo de trabalho das unidades hidraacuteulicas de acionamento

das vaacutelvulas de carga devem ser verificados periodicamente

Como boa praacutetica e sempre que possiacutevel em termos de esforccedilos o uacuteltimo tanque a

ser finalizado deve ser um tanque a meia-nau para minimizar o efeito sobre o trim e o

cuidado com os esforccedilos para natildeo termos surpresa quanto a operaccedilatildeo

Os alarmes de niacutevel alto dos tanques de carga e de alagamento da casa de bombas

devem ser testados antes de cada operaccedilatildeo

As vaacutelvulas da caixas de mar do sistema de carga devem ser testadas segundo as

orientaccedilotildees da publicaccedilatildeo da OCIMF ndash Prevention of Oil Spillages Through Cargo

Pumproom Sea Valves A vaacutelvula de descarga alta de costado e as vaacutelvulas das caixas

de mar do sistema de carga devem ser fechadas e lacradas

27

15 Limpeza de tanques

A operaccedilatildeo de limpeza de tanques de um navio petroleiro eacute efetuado com os

seguintes objetivos

bull Preparaccedilatildeo de tanques para troca de produtos para que natildeo contamine o produto

que seraacute carregado

bull Preparaccedilatildeo para lastro limpo

bull Inspeccedilatildeo de tanques

bull Manutenccedilatildeo de redes e vaacutelvulas

A limpeza dos tanques de carga deve ser efetuada sempre em circuito fechado

Admite-se a limpeza em circuito semi-aberto em viagem cumprindo o anexo I da

MARPOL quanto ao descarte de misturas oleosas

A limpeza dos tanques para troca de produtos deve seguir as instruccedilotildees do

afretador ou na sua falta seguir as recomendaccedilotildees contidas no Tank Cleaning Guide

No planejamento das operaccedilotildees de lavagem de tanques o risco principal eacute de

incecircndio ou explosatildeo que surgem da presenccedila simultacircnea de uma atmosfera inflamaacutevel

e de uma fonte de igniccedilatildeo O foco portanto deve ser para eliminar um ou mais dos

perigos que contribuem para esse risco chamados de os lados do triacircngulo do fogo

aroxigecircnio igniccedilatildeo e combustiacutevel (ex vapores inflamaacuteveis)

O meacutetodo que oferece o mais baixo risco eacute o de lavar um tanque com uma

atmosfera inerte A condiccedilatildeo inerte natildeo oferece ambiguumlidades por definiccedilatildeo para um

tanque ser considerado inerte ele deve satisfazer as exigecircncias da SOLAS para a

inertizaccedilatildeo dos tanques de carga e reduzindo o conteuacutedo de oxigecircnio da atmosfera de

cada tanque para um niacutevel que a combustatildeo natildeo possa ocorrer

Durante as operaccedilotildees de lavagem do tanque devem ser tomadas medidas a fim

de verificar que a atmosfera no tanque permanece natildeo inflamaacutevel (conteuacutedo de oxigecircnio

natildeo superior a 8 por volume) e a uma pressatildeo positiva

28

16 Procedimentos adicionais quando operando cargas contendo concentraccedilotildees de H2S muito altas

As Companhias e os Terminais devem desenvolver procedimentos adicionais para

serem empregados quando as cargas sendo operadas com niacuteveis muito altos de H2S

(100 ppm no espaccedilo vapor eacute considerado ser um limite razoaacutevel)

Sempre que houver probabilidade de concentraccedilotildees muito altas de H2S estarem

presentes devem estar disponiacuteveis Aparelhos de Respiraccedilatildeo de Emergecircncia para Fuga

(Maacutescara de Fuga) para todo o pessoal trabalhando em aacutereas de risco que jaacute deveratildeo

estar portando um instrumento pessoal de monitoramentoalarme para o gaacutes H2S

As pessoas devem ser instruiacutedas para se o alarme de seu instrumento for

ativado pocircr a Maacutescara de Fuga e imediatamente deixar a aacuterea em direccedilatildeo contraacuteria ao

vento Devendo informar o controle central local da presenccedila de altas concentraccedilotildees de

gaacutes a fim de que os procedimentos apropriados possam ser iniciados

Quando a presenccedila de H2S eacute conhecida deve sempre ser utilizado o

equipamento de respiraccedilatildeo autocircnomo se for considerado necessaacuterio violar a integridade

do sistema de carga e uma atmosfera livre dos vapores natildeo puder ser garantida Isto

inclui as seguintes atividades

bull Abertura da boca de mediccedilatildeo e amostragem

bull Remoccedilatildeo de flanges para a conexatildeo de mangotes ou braccedilos de carregamento ou a

desconexatildeo dos braccedilos ou mangotes e flangeamento apoacutes as operaccedilotildees com a carga

bull Limpeza de filtros

bull Drenagem de linhas para abrir retenccedilotildees

bull Limpeza de derrames

Os procedimentos devem permitir somente o uso de suprimento de ar pelo

conjunto de respiraccedilatildeo autocircnomo Natildeo devem incluir o uso de respiradores com

29

cartuchos quiacutemicos para proteccedilatildeo contra vapores de H2S uma vez que as concentraccedilotildees

na atmosfera podem exceder a capacidade operacional do respirador

17 Consideraccedilotildees de estabilidade forccedilas trim e efeito de superfiacutecie

livre

Os petroleiros de casco simples usualmente tecircm uma altura metacecircntrica elevada

em todas as condiccedilotildees o que o faz permanecer inerentemente estaacutevel Enquanto a

tripulaccedilatildeo dos navios petroleiros tem sempre levado em conta os momentos fletores

longitudinais e as forccedilas cortantes verticais durante as operaccedilotildees de carga e lastro a

estabilidade precisa dos navios raramente tinha sido a primeira preocupaccedilatildeo de bordo

No entanto com a introduccedilatildeo de cascos duplos nos projetos dos petroleiros mudou esta

situaccedilatildeo

O principal problema mais provaacutevel de ser encontrado eacute o efeito na altura

metacecircntrica transversal da superfiacutecie livre do liacutequido nos tanques de carga e duplo

fundos

Dependendo do projeto tipo e nuacutemero destes tanques o efeito de superfiacutecie livre

poderaacute resultar em uma altura metacecircntrica significativamente reduzida A situaccedilatildeo seraacute

muita mais grave no caso de tanques de carga muito amplos sem antepara na linha de

centro e tanques de lastro tambeacutem natildeo possuindo antepara de centro (tanque em ldquoUrdquo)

Os estaacutegios mais criacuteticos de qualquer operaccedilatildeo satildeo durante o enchimento dos

tanques de lastro do duplo-fundo enquanto se descarrega o produto e esvaziando estes

tanques durante o carregamento da carga Se suficientes tanques de carga e tanques de

lastro satildeo esvaziados simultaneamente o efeito de superfiacutecie livre total poderaacute ser

suficiente para reduzir a altura metacecircntrica transversal para um ponto no qual a

estabilidade transversal do navio possa estar ameaccedilada Isto poderaacute resultar o

desenvolvimento de um angulo de banda muito grave repentinamente

Uma grande aacuterea de superfiacutecie livre associada com alto centro de gravidade

vertical eacute particularmente provaacutevel ameaccedilar a estabilidade nas grandes sondagens

(inagens)

30

Eacute imperativo que o pessoal tanto do terminal quanto do navio envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e lastro estejam cientes deste problema potencial e que todas estas

operaccedilotildees sejam conduzidas estritamente de acordo com o manual de carregamento do

navio

Onde estatildeo instalados os dispositivos de bloqueio para prevenir que muita carga

e lastro sejam operados simultaneamente causando com isso um excessivo efeito de

superfiacutecie livre devem sempre ser mantidos completamente operacionais natildeo devendo

tambeacutem nunca serem by-passados

Os navios que operam com altura metacecircntrica limitada devem ser equipados

com um computador de carregamento que calcule a altura metacecircntrica

31

18 Sistema de gaacutes inerte (SGI)

Gaacutes inerte eacute um gaacutes ou uma mistura de gases que natildeo conteacutem oxigecircnio suficiente

para permitir que ocorra a combustatildeo de hidrocarbonetos

O gaacutes inerte em navios de produtos escuros eacute normalmente proveniente dos

gases de descarga de caldeira Jaacute nos navios de produtos claros geralmente se utiliam

geradores de gaacutes inerte a diesel para a obtenccedilatildeo de um gaacutes com menor teor de impurezas

para evitar o risco de contaminaccedilatildeo da carga

Teoricamente os gases de hidrocarbonetos natildeo conseguem queimar em uma

atmosfera com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume

O sistema de gaacutes inerte deve ser capaz de manter nos tanques de carga uma

atmosfera com teor de oxigecircnio de 8 valor esse adotado na praacutetica para garantir uma

margem de seguranccedila em relaccedilatildeo aos 11 acima citados

A figura abaixo representa os percentuais de oxigecircnio de hidrocarbonetos em

uma atmosfera inertizada e a aacuterea sombreada a faixa onde ocorrem misturas

inflamaacuteveis que podem gerar risco de incecircndio ou explosatildeo

32

Nota este diagrama eacute meramente ilustrativo natildeo devendo ser utilizado na praacutetica para definir a composiccedilatildeo de gases

Em geral misturas com teor de hidrocarbonetos abaixo de 1 em volume (limite

inferior de explosividade ndash LEL) e misturas com teor de hidrocarbonetos acima de 10

em volume (limite superior de explosividade ndash UEL) se situam fora da faixa inflamaacutevel

Da mesma forma misturas com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume tambeacutem se

situam fora da faixa inflamaacutevel

Nas operaccedilotildees de desgaseificaccedilatildeo de tanques a atmosfera deve passar da condiccedilatildeo de

inertizada ilustrada pelo ponto (F) na figura para a condiccedilatildeo desgaseificada ponto (A)

sem passar pela faixa inflamaacutevel representada pela aacuterea sombreada

Na praacutetica garante-se que a faixa inflamaacutevel seja evitada atraveacutes da diluiccedilatildeo com gaacutes

inerte (purga) ateacute que se obtenha um teor de hidrocarbonetos nos tanques de 2 (ponto

H da figura) para entatildeo iniciar-se a diluiccedilatildeo com ar (ventilaccedilatildeo)

Os navios petroleiros que possuem gaacutes inerte devem manter seus tanques de carga

permanentemente inertizados com teor de oxigecircnio abaixo de 8 e com pressatildeo

positiva dentro da faixa estabelecida no seu manual do sistema de gaacutes inerte

33

Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema

rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a

entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros

natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte

ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte

No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e

navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade

estaacutetica sejam tomadas

A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o

manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos

componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas

Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de

gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos

tanques de carga

Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute

dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque

de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem

considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio

No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para

a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno

(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos

previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema

Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de

carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque

e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige

cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de

liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem

ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente

34

Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de

selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas

inspecionadas e testadas

35

19 Cuidados no Manuseio da Carga

191 Propriedades do Produto

Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A

publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT

disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores

informaccedilotildees

As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas

devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de

Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras

A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma

deve ser protestada pelo navio

1911 Ponto de Fulgor

O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor

suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel

1912 Volatilidade

A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e

depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo

A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor

Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e

com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis

1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo

Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para

que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa

de igniccedilatildeo (centelha ou chama)

36

1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos

A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e

o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e

no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga

1915 Viscosidade

A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de

resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido

aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de

temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo

a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga

1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana

A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede

principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente

expressa em partes por milhatildeo (ppm)

O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo

do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos

com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode

levar agrave paralisia e morte

O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos

eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o

limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por

dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos

A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da

composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido

para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo

O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No

quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas

37

CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS

01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de

exposiccedilatildeo

02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira

apoacutes 30min de exposiccedilatildeo

07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de

exposiccedilatildeo

10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem

levar agrave perda de consciecircncia e morte

20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo

1917 Gaacutes Sulfiacutedrico

O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com

um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o

olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e

corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo

O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a

concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por

volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no

oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso

38

2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA

21 Operaccedilotildees de carregamento

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga

descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas

precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como

O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo

reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que

todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser

carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado

Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser

mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do

sistema e seus alarmes

Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se

contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque

O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o

manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de

despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de

vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto

Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para

evitar o transbordamento

39

bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar

o funcionamento das mesmas

bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no

menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de

cada vez

bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim

banda e temperatura da carga

bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da

vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do

terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de

transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post

bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para

reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo

bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a

antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento

bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser

levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que

deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial

bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser

designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de

transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os

demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB

como tanque de aliacutevio

bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes

confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou

bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga

deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques

Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser

fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo

Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser

drenadas e limpas antes do navio sair em viagem

40

Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a

desconexatildeo

22 Operaccedilatildeo de descarga

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas

anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa

operaccedilatildeo tais como

bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a

operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de

8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de

descarga deve ser interrompida

bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha

principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de

oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte

bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que

possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos

tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de

operaccedilatildeo do navio

bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As

vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de

descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto

para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser

confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e

que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o

superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo

da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada

bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o

terminal na carta inicial

41

O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o

melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo

recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para

melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga

de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas

Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de

reduccedilatildeo da bomba de carga

No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o

sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque

Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser

fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o

tanque designado

Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o

representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um

formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de

algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio

chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades

Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos

devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo

Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem

ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados

com todos os parafusos

Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas

vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de

carga

Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A

lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem

42

23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute

Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao

movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado

maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio

para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar

Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem

ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees

utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem

ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio

Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser

desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de

garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de

espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia

O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos

para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais

antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em

um estado criacutetico

43

24 Carregamento de produtos aquecidos

A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito

quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura

pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e

equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas

Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima

da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser

carregada exceder a 60ordmC em temperatura

As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de

uma carga aquecida

bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de

dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor

bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais

razoaacutevel

bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente

livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de

ebuliccedilatildeo da aacutegua

Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as

seguintes providecircncias

bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia

bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo

e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa

bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa

aberta para evitar martelo hidraacuteulico

bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas

antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal

44

bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas

bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo

Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos

tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave

documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria

O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de

condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua

de alimentaccedilatildeo das caldeiras

Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode

causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente

reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes

que as mesmas fiquem expostas

45

25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga

O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias

internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias

para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos

Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto

da transferecircncia

bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador

bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a

condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro

bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia

bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a

condiccedilatildeo de mar

bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo

das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme

planejada

bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar

ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia

Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em

condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que

natildeo eacute seguro

46

26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo

ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que

jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior

A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser

efetuada por instruccedilatildeo do afretador

Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser

utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo

A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma

coacutepia arquivada a bordo

Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de

fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque

natildeo desgaseificado

47

27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)

A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de

transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode

ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando

A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes

transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo

A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente

adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada

principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute

disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio

Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas

devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo

Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as

seguintes

bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja

efetuada

bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo

devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo

bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o

tamanho das defensas deve ser verificada

bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser

considerada

bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o

mooring master

48

28 Operaccedilotildees de lastro

O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do

navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da

operaccedilatildeo e da viagem

Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem

utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido

previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados

O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das

movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees

sobre a Aacutegua de Lastro

Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a

captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta

deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo

Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute

98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a

100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo

de corrosatildeo

Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro

e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da

superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo

evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro

O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta

de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do

deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este

procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro

49

Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface

aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de

interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de

lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte

O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de

contaminaccedilatildeo

Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para

Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua

de Lastro fornecido pela empresa

No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo

217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica

Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da

chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port

Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro

Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle

bull proibiccedilatildeo de deslastro

bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis

bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro

bull deslastro para instalaccedilotildees de terra

Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das

autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as

precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

64

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 11: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

26

Embornais

Observaccedilatildeo ao redor do navio quanto agrave presenccedila de oacuteleo

Manocircmetros das tomadas de carga que natildeo estatildeo em uso inclusivo do

bordo oposto

bull As ulagens dos tanques dados como carregados devem continuar a ser

acompanhadas ateacute o final da operaccedilatildeo para garantir que natildeo estaacute havendo

movimentaccedilatildeo de carga natildeo planejada

bull Caso haja aacutegua acumulada no trincaniz a mesma deve ser drenada para o mar

caso esteja isenta de oacuteleo ou para o tanque slop caso esteja contaminada por

oacuteleo

bull O niacutevel de oacuteleo e a pressatildeo de trabalho das unidades hidraacuteulicas de acionamento

das vaacutelvulas de carga devem ser verificados periodicamente

Como boa praacutetica e sempre que possiacutevel em termos de esforccedilos o uacuteltimo tanque a

ser finalizado deve ser um tanque a meia-nau para minimizar o efeito sobre o trim e o

cuidado com os esforccedilos para natildeo termos surpresa quanto a operaccedilatildeo

Os alarmes de niacutevel alto dos tanques de carga e de alagamento da casa de bombas

devem ser testados antes de cada operaccedilatildeo

As vaacutelvulas da caixas de mar do sistema de carga devem ser testadas segundo as

orientaccedilotildees da publicaccedilatildeo da OCIMF ndash Prevention of Oil Spillages Through Cargo

Pumproom Sea Valves A vaacutelvula de descarga alta de costado e as vaacutelvulas das caixas

de mar do sistema de carga devem ser fechadas e lacradas

27

15 Limpeza de tanques

A operaccedilatildeo de limpeza de tanques de um navio petroleiro eacute efetuado com os

seguintes objetivos

bull Preparaccedilatildeo de tanques para troca de produtos para que natildeo contamine o produto

que seraacute carregado

bull Preparaccedilatildeo para lastro limpo

bull Inspeccedilatildeo de tanques

bull Manutenccedilatildeo de redes e vaacutelvulas

A limpeza dos tanques de carga deve ser efetuada sempre em circuito fechado

Admite-se a limpeza em circuito semi-aberto em viagem cumprindo o anexo I da

MARPOL quanto ao descarte de misturas oleosas

A limpeza dos tanques para troca de produtos deve seguir as instruccedilotildees do

afretador ou na sua falta seguir as recomendaccedilotildees contidas no Tank Cleaning Guide

No planejamento das operaccedilotildees de lavagem de tanques o risco principal eacute de

incecircndio ou explosatildeo que surgem da presenccedila simultacircnea de uma atmosfera inflamaacutevel

e de uma fonte de igniccedilatildeo O foco portanto deve ser para eliminar um ou mais dos

perigos que contribuem para esse risco chamados de os lados do triacircngulo do fogo

aroxigecircnio igniccedilatildeo e combustiacutevel (ex vapores inflamaacuteveis)

O meacutetodo que oferece o mais baixo risco eacute o de lavar um tanque com uma

atmosfera inerte A condiccedilatildeo inerte natildeo oferece ambiguumlidades por definiccedilatildeo para um

tanque ser considerado inerte ele deve satisfazer as exigecircncias da SOLAS para a

inertizaccedilatildeo dos tanques de carga e reduzindo o conteuacutedo de oxigecircnio da atmosfera de

cada tanque para um niacutevel que a combustatildeo natildeo possa ocorrer

Durante as operaccedilotildees de lavagem do tanque devem ser tomadas medidas a fim

de verificar que a atmosfera no tanque permanece natildeo inflamaacutevel (conteuacutedo de oxigecircnio

natildeo superior a 8 por volume) e a uma pressatildeo positiva

28

16 Procedimentos adicionais quando operando cargas contendo concentraccedilotildees de H2S muito altas

As Companhias e os Terminais devem desenvolver procedimentos adicionais para

serem empregados quando as cargas sendo operadas com niacuteveis muito altos de H2S

(100 ppm no espaccedilo vapor eacute considerado ser um limite razoaacutevel)

Sempre que houver probabilidade de concentraccedilotildees muito altas de H2S estarem

presentes devem estar disponiacuteveis Aparelhos de Respiraccedilatildeo de Emergecircncia para Fuga

(Maacutescara de Fuga) para todo o pessoal trabalhando em aacutereas de risco que jaacute deveratildeo

estar portando um instrumento pessoal de monitoramentoalarme para o gaacutes H2S

As pessoas devem ser instruiacutedas para se o alarme de seu instrumento for

ativado pocircr a Maacutescara de Fuga e imediatamente deixar a aacuterea em direccedilatildeo contraacuteria ao

vento Devendo informar o controle central local da presenccedila de altas concentraccedilotildees de

gaacutes a fim de que os procedimentos apropriados possam ser iniciados

Quando a presenccedila de H2S eacute conhecida deve sempre ser utilizado o

equipamento de respiraccedilatildeo autocircnomo se for considerado necessaacuterio violar a integridade

do sistema de carga e uma atmosfera livre dos vapores natildeo puder ser garantida Isto

inclui as seguintes atividades

bull Abertura da boca de mediccedilatildeo e amostragem

bull Remoccedilatildeo de flanges para a conexatildeo de mangotes ou braccedilos de carregamento ou a

desconexatildeo dos braccedilos ou mangotes e flangeamento apoacutes as operaccedilotildees com a carga

bull Limpeza de filtros

bull Drenagem de linhas para abrir retenccedilotildees

bull Limpeza de derrames

Os procedimentos devem permitir somente o uso de suprimento de ar pelo

conjunto de respiraccedilatildeo autocircnomo Natildeo devem incluir o uso de respiradores com

29

cartuchos quiacutemicos para proteccedilatildeo contra vapores de H2S uma vez que as concentraccedilotildees

na atmosfera podem exceder a capacidade operacional do respirador

17 Consideraccedilotildees de estabilidade forccedilas trim e efeito de superfiacutecie

livre

Os petroleiros de casco simples usualmente tecircm uma altura metacecircntrica elevada

em todas as condiccedilotildees o que o faz permanecer inerentemente estaacutevel Enquanto a

tripulaccedilatildeo dos navios petroleiros tem sempre levado em conta os momentos fletores

longitudinais e as forccedilas cortantes verticais durante as operaccedilotildees de carga e lastro a

estabilidade precisa dos navios raramente tinha sido a primeira preocupaccedilatildeo de bordo

No entanto com a introduccedilatildeo de cascos duplos nos projetos dos petroleiros mudou esta

situaccedilatildeo

O principal problema mais provaacutevel de ser encontrado eacute o efeito na altura

metacecircntrica transversal da superfiacutecie livre do liacutequido nos tanques de carga e duplo

fundos

Dependendo do projeto tipo e nuacutemero destes tanques o efeito de superfiacutecie livre

poderaacute resultar em uma altura metacecircntrica significativamente reduzida A situaccedilatildeo seraacute

muita mais grave no caso de tanques de carga muito amplos sem antepara na linha de

centro e tanques de lastro tambeacutem natildeo possuindo antepara de centro (tanque em ldquoUrdquo)

Os estaacutegios mais criacuteticos de qualquer operaccedilatildeo satildeo durante o enchimento dos

tanques de lastro do duplo-fundo enquanto se descarrega o produto e esvaziando estes

tanques durante o carregamento da carga Se suficientes tanques de carga e tanques de

lastro satildeo esvaziados simultaneamente o efeito de superfiacutecie livre total poderaacute ser

suficiente para reduzir a altura metacecircntrica transversal para um ponto no qual a

estabilidade transversal do navio possa estar ameaccedilada Isto poderaacute resultar o

desenvolvimento de um angulo de banda muito grave repentinamente

Uma grande aacuterea de superfiacutecie livre associada com alto centro de gravidade

vertical eacute particularmente provaacutevel ameaccedilar a estabilidade nas grandes sondagens

(inagens)

30

Eacute imperativo que o pessoal tanto do terminal quanto do navio envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e lastro estejam cientes deste problema potencial e que todas estas

operaccedilotildees sejam conduzidas estritamente de acordo com o manual de carregamento do

navio

Onde estatildeo instalados os dispositivos de bloqueio para prevenir que muita carga

e lastro sejam operados simultaneamente causando com isso um excessivo efeito de

superfiacutecie livre devem sempre ser mantidos completamente operacionais natildeo devendo

tambeacutem nunca serem by-passados

Os navios que operam com altura metacecircntrica limitada devem ser equipados

com um computador de carregamento que calcule a altura metacecircntrica

31

18 Sistema de gaacutes inerte (SGI)

Gaacutes inerte eacute um gaacutes ou uma mistura de gases que natildeo conteacutem oxigecircnio suficiente

para permitir que ocorra a combustatildeo de hidrocarbonetos

O gaacutes inerte em navios de produtos escuros eacute normalmente proveniente dos

gases de descarga de caldeira Jaacute nos navios de produtos claros geralmente se utiliam

geradores de gaacutes inerte a diesel para a obtenccedilatildeo de um gaacutes com menor teor de impurezas

para evitar o risco de contaminaccedilatildeo da carga

Teoricamente os gases de hidrocarbonetos natildeo conseguem queimar em uma

atmosfera com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume

O sistema de gaacutes inerte deve ser capaz de manter nos tanques de carga uma

atmosfera com teor de oxigecircnio de 8 valor esse adotado na praacutetica para garantir uma

margem de seguranccedila em relaccedilatildeo aos 11 acima citados

A figura abaixo representa os percentuais de oxigecircnio de hidrocarbonetos em

uma atmosfera inertizada e a aacuterea sombreada a faixa onde ocorrem misturas

inflamaacuteveis que podem gerar risco de incecircndio ou explosatildeo

32

Nota este diagrama eacute meramente ilustrativo natildeo devendo ser utilizado na praacutetica para definir a composiccedilatildeo de gases

Em geral misturas com teor de hidrocarbonetos abaixo de 1 em volume (limite

inferior de explosividade ndash LEL) e misturas com teor de hidrocarbonetos acima de 10

em volume (limite superior de explosividade ndash UEL) se situam fora da faixa inflamaacutevel

Da mesma forma misturas com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume tambeacutem se

situam fora da faixa inflamaacutevel

Nas operaccedilotildees de desgaseificaccedilatildeo de tanques a atmosfera deve passar da condiccedilatildeo de

inertizada ilustrada pelo ponto (F) na figura para a condiccedilatildeo desgaseificada ponto (A)

sem passar pela faixa inflamaacutevel representada pela aacuterea sombreada

Na praacutetica garante-se que a faixa inflamaacutevel seja evitada atraveacutes da diluiccedilatildeo com gaacutes

inerte (purga) ateacute que se obtenha um teor de hidrocarbonetos nos tanques de 2 (ponto

H da figura) para entatildeo iniciar-se a diluiccedilatildeo com ar (ventilaccedilatildeo)

Os navios petroleiros que possuem gaacutes inerte devem manter seus tanques de carga

permanentemente inertizados com teor de oxigecircnio abaixo de 8 e com pressatildeo

positiva dentro da faixa estabelecida no seu manual do sistema de gaacutes inerte

33

Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema

rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a

entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros

natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte

ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte

No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e

navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade

estaacutetica sejam tomadas

A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o

manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos

componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas

Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de

gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos

tanques de carga

Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute

dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque

de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem

considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio

No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para

a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno

(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos

previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema

Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de

carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque

e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige

cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de

liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem

ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente

34

Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de

selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas

inspecionadas e testadas

35

19 Cuidados no Manuseio da Carga

191 Propriedades do Produto

Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A

publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT

disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores

informaccedilotildees

As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas

devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de

Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras

A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma

deve ser protestada pelo navio

1911 Ponto de Fulgor

O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor

suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel

1912 Volatilidade

A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e

depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo

A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor

Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e

com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis

1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo

Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para

que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa

de igniccedilatildeo (centelha ou chama)

36

1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos

A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e

o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e

no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga

1915 Viscosidade

A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de

resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido

aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de

temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo

a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga

1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana

A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede

principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente

expressa em partes por milhatildeo (ppm)

O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo

do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos

com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode

levar agrave paralisia e morte

O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos

eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o

limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por

dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos

A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da

composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido

para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo

O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No

quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas

37

CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS

01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de

exposiccedilatildeo

02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira

apoacutes 30min de exposiccedilatildeo

07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de

exposiccedilatildeo

10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem

levar agrave perda de consciecircncia e morte

20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo

1917 Gaacutes Sulfiacutedrico

O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com

um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o

olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e

corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo

O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a

concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por

volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no

oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso

38

2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA

21 Operaccedilotildees de carregamento

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga

descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas

precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como

O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo

reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que

todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser

carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado

Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser

mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do

sistema e seus alarmes

Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se

contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque

O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o

manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de

despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de

vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto

Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para

evitar o transbordamento

39

bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar

o funcionamento das mesmas

bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no

menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de

cada vez

bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim

banda e temperatura da carga

bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da

vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do

terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de

transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post

bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para

reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo

bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a

antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento

bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser

levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que

deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial

bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser

designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de

transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os

demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB

como tanque de aliacutevio

bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes

confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou

bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga

deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques

Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser

fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo

Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser

drenadas e limpas antes do navio sair em viagem

40

Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a

desconexatildeo

22 Operaccedilatildeo de descarga

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas

anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa

operaccedilatildeo tais como

bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a

operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de

8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de

descarga deve ser interrompida

bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha

principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de

oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte

bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que

possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos

tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de

operaccedilatildeo do navio

bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As

vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de

descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto

para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser

confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e

que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o

superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo

da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada

bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o

terminal na carta inicial

41

O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o

melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo

recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para

melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga

de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas

Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de

reduccedilatildeo da bomba de carga

No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o

sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque

Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser

fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o

tanque designado

Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o

representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um

formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de

algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio

chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades

Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos

devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo

Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem

ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados

com todos os parafusos

Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas

vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de

carga

Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A

lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem

42

23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute

Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao

movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado

maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio

para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar

Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem

ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees

utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem

ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio

Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser

desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de

garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de

espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia

O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos

para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais

antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em

um estado criacutetico

43

24 Carregamento de produtos aquecidos

A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito

quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura

pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e

equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas

Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima

da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser

carregada exceder a 60ordmC em temperatura

As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de

uma carga aquecida

bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de

dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor

bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais

razoaacutevel

bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente

livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de

ebuliccedilatildeo da aacutegua

Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as

seguintes providecircncias

bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia

bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo

e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa

bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa

aberta para evitar martelo hidraacuteulico

bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas

antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal

44

bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas

bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo

Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos

tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave

documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria

O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de

condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua

de alimentaccedilatildeo das caldeiras

Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode

causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente

reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes

que as mesmas fiquem expostas

45

25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga

O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias

internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias

para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos

Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto

da transferecircncia

bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador

bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a

condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro

bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia

bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a

condiccedilatildeo de mar

bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo

das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme

planejada

bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar

ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia

Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em

condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que

natildeo eacute seguro

46

26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo

ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que

jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior

A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser

efetuada por instruccedilatildeo do afretador

Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser

utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo

A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma

coacutepia arquivada a bordo

Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de

fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque

natildeo desgaseificado

47

27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)

A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de

transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode

ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando

A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes

transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo

A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente

adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada

principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute

disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio

Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas

devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo

Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as

seguintes

bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja

efetuada

bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo

devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo

bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o

tamanho das defensas deve ser verificada

bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser

considerada

bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o

mooring master

48

28 Operaccedilotildees de lastro

O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do

navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da

operaccedilatildeo e da viagem

Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem

utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido

previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados

O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das

movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees

sobre a Aacutegua de Lastro

Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a

captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta

deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo

Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute

98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a

100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo

de corrosatildeo

Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro

e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da

superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo

evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro

O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta

de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do

deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este

procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro

49

Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface

aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de

interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de

lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte

O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de

contaminaccedilatildeo

Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para

Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua

de Lastro fornecido pela empresa

No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo

217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica

Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da

chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port

Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro

Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle

bull proibiccedilatildeo de deslastro

bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis

bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro

bull deslastro para instalaccedilotildees de terra

Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das

autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as

precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

64

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 12: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

27

15 Limpeza de tanques

A operaccedilatildeo de limpeza de tanques de um navio petroleiro eacute efetuado com os

seguintes objetivos

bull Preparaccedilatildeo de tanques para troca de produtos para que natildeo contamine o produto

que seraacute carregado

bull Preparaccedilatildeo para lastro limpo

bull Inspeccedilatildeo de tanques

bull Manutenccedilatildeo de redes e vaacutelvulas

A limpeza dos tanques de carga deve ser efetuada sempre em circuito fechado

Admite-se a limpeza em circuito semi-aberto em viagem cumprindo o anexo I da

MARPOL quanto ao descarte de misturas oleosas

A limpeza dos tanques para troca de produtos deve seguir as instruccedilotildees do

afretador ou na sua falta seguir as recomendaccedilotildees contidas no Tank Cleaning Guide

No planejamento das operaccedilotildees de lavagem de tanques o risco principal eacute de

incecircndio ou explosatildeo que surgem da presenccedila simultacircnea de uma atmosfera inflamaacutevel

e de uma fonte de igniccedilatildeo O foco portanto deve ser para eliminar um ou mais dos

perigos que contribuem para esse risco chamados de os lados do triacircngulo do fogo

aroxigecircnio igniccedilatildeo e combustiacutevel (ex vapores inflamaacuteveis)

O meacutetodo que oferece o mais baixo risco eacute o de lavar um tanque com uma

atmosfera inerte A condiccedilatildeo inerte natildeo oferece ambiguumlidades por definiccedilatildeo para um

tanque ser considerado inerte ele deve satisfazer as exigecircncias da SOLAS para a

inertizaccedilatildeo dos tanques de carga e reduzindo o conteuacutedo de oxigecircnio da atmosfera de

cada tanque para um niacutevel que a combustatildeo natildeo possa ocorrer

Durante as operaccedilotildees de lavagem do tanque devem ser tomadas medidas a fim

de verificar que a atmosfera no tanque permanece natildeo inflamaacutevel (conteuacutedo de oxigecircnio

natildeo superior a 8 por volume) e a uma pressatildeo positiva

28

16 Procedimentos adicionais quando operando cargas contendo concentraccedilotildees de H2S muito altas

As Companhias e os Terminais devem desenvolver procedimentos adicionais para

serem empregados quando as cargas sendo operadas com niacuteveis muito altos de H2S

(100 ppm no espaccedilo vapor eacute considerado ser um limite razoaacutevel)

Sempre que houver probabilidade de concentraccedilotildees muito altas de H2S estarem

presentes devem estar disponiacuteveis Aparelhos de Respiraccedilatildeo de Emergecircncia para Fuga

(Maacutescara de Fuga) para todo o pessoal trabalhando em aacutereas de risco que jaacute deveratildeo

estar portando um instrumento pessoal de monitoramentoalarme para o gaacutes H2S

As pessoas devem ser instruiacutedas para se o alarme de seu instrumento for

ativado pocircr a Maacutescara de Fuga e imediatamente deixar a aacuterea em direccedilatildeo contraacuteria ao

vento Devendo informar o controle central local da presenccedila de altas concentraccedilotildees de

gaacutes a fim de que os procedimentos apropriados possam ser iniciados

Quando a presenccedila de H2S eacute conhecida deve sempre ser utilizado o

equipamento de respiraccedilatildeo autocircnomo se for considerado necessaacuterio violar a integridade

do sistema de carga e uma atmosfera livre dos vapores natildeo puder ser garantida Isto

inclui as seguintes atividades

bull Abertura da boca de mediccedilatildeo e amostragem

bull Remoccedilatildeo de flanges para a conexatildeo de mangotes ou braccedilos de carregamento ou a

desconexatildeo dos braccedilos ou mangotes e flangeamento apoacutes as operaccedilotildees com a carga

bull Limpeza de filtros

bull Drenagem de linhas para abrir retenccedilotildees

bull Limpeza de derrames

Os procedimentos devem permitir somente o uso de suprimento de ar pelo

conjunto de respiraccedilatildeo autocircnomo Natildeo devem incluir o uso de respiradores com

29

cartuchos quiacutemicos para proteccedilatildeo contra vapores de H2S uma vez que as concentraccedilotildees

na atmosfera podem exceder a capacidade operacional do respirador

17 Consideraccedilotildees de estabilidade forccedilas trim e efeito de superfiacutecie

livre

Os petroleiros de casco simples usualmente tecircm uma altura metacecircntrica elevada

em todas as condiccedilotildees o que o faz permanecer inerentemente estaacutevel Enquanto a

tripulaccedilatildeo dos navios petroleiros tem sempre levado em conta os momentos fletores

longitudinais e as forccedilas cortantes verticais durante as operaccedilotildees de carga e lastro a

estabilidade precisa dos navios raramente tinha sido a primeira preocupaccedilatildeo de bordo

No entanto com a introduccedilatildeo de cascos duplos nos projetos dos petroleiros mudou esta

situaccedilatildeo

O principal problema mais provaacutevel de ser encontrado eacute o efeito na altura

metacecircntrica transversal da superfiacutecie livre do liacutequido nos tanques de carga e duplo

fundos

Dependendo do projeto tipo e nuacutemero destes tanques o efeito de superfiacutecie livre

poderaacute resultar em uma altura metacecircntrica significativamente reduzida A situaccedilatildeo seraacute

muita mais grave no caso de tanques de carga muito amplos sem antepara na linha de

centro e tanques de lastro tambeacutem natildeo possuindo antepara de centro (tanque em ldquoUrdquo)

Os estaacutegios mais criacuteticos de qualquer operaccedilatildeo satildeo durante o enchimento dos

tanques de lastro do duplo-fundo enquanto se descarrega o produto e esvaziando estes

tanques durante o carregamento da carga Se suficientes tanques de carga e tanques de

lastro satildeo esvaziados simultaneamente o efeito de superfiacutecie livre total poderaacute ser

suficiente para reduzir a altura metacecircntrica transversal para um ponto no qual a

estabilidade transversal do navio possa estar ameaccedilada Isto poderaacute resultar o

desenvolvimento de um angulo de banda muito grave repentinamente

Uma grande aacuterea de superfiacutecie livre associada com alto centro de gravidade

vertical eacute particularmente provaacutevel ameaccedilar a estabilidade nas grandes sondagens

(inagens)

30

Eacute imperativo que o pessoal tanto do terminal quanto do navio envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e lastro estejam cientes deste problema potencial e que todas estas

operaccedilotildees sejam conduzidas estritamente de acordo com o manual de carregamento do

navio

Onde estatildeo instalados os dispositivos de bloqueio para prevenir que muita carga

e lastro sejam operados simultaneamente causando com isso um excessivo efeito de

superfiacutecie livre devem sempre ser mantidos completamente operacionais natildeo devendo

tambeacutem nunca serem by-passados

Os navios que operam com altura metacecircntrica limitada devem ser equipados

com um computador de carregamento que calcule a altura metacecircntrica

31

18 Sistema de gaacutes inerte (SGI)

Gaacutes inerte eacute um gaacutes ou uma mistura de gases que natildeo conteacutem oxigecircnio suficiente

para permitir que ocorra a combustatildeo de hidrocarbonetos

O gaacutes inerte em navios de produtos escuros eacute normalmente proveniente dos

gases de descarga de caldeira Jaacute nos navios de produtos claros geralmente se utiliam

geradores de gaacutes inerte a diesel para a obtenccedilatildeo de um gaacutes com menor teor de impurezas

para evitar o risco de contaminaccedilatildeo da carga

Teoricamente os gases de hidrocarbonetos natildeo conseguem queimar em uma

atmosfera com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume

O sistema de gaacutes inerte deve ser capaz de manter nos tanques de carga uma

atmosfera com teor de oxigecircnio de 8 valor esse adotado na praacutetica para garantir uma

margem de seguranccedila em relaccedilatildeo aos 11 acima citados

A figura abaixo representa os percentuais de oxigecircnio de hidrocarbonetos em

uma atmosfera inertizada e a aacuterea sombreada a faixa onde ocorrem misturas

inflamaacuteveis que podem gerar risco de incecircndio ou explosatildeo

32

Nota este diagrama eacute meramente ilustrativo natildeo devendo ser utilizado na praacutetica para definir a composiccedilatildeo de gases

Em geral misturas com teor de hidrocarbonetos abaixo de 1 em volume (limite

inferior de explosividade ndash LEL) e misturas com teor de hidrocarbonetos acima de 10

em volume (limite superior de explosividade ndash UEL) se situam fora da faixa inflamaacutevel

Da mesma forma misturas com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume tambeacutem se

situam fora da faixa inflamaacutevel

Nas operaccedilotildees de desgaseificaccedilatildeo de tanques a atmosfera deve passar da condiccedilatildeo de

inertizada ilustrada pelo ponto (F) na figura para a condiccedilatildeo desgaseificada ponto (A)

sem passar pela faixa inflamaacutevel representada pela aacuterea sombreada

Na praacutetica garante-se que a faixa inflamaacutevel seja evitada atraveacutes da diluiccedilatildeo com gaacutes

inerte (purga) ateacute que se obtenha um teor de hidrocarbonetos nos tanques de 2 (ponto

H da figura) para entatildeo iniciar-se a diluiccedilatildeo com ar (ventilaccedilatildeo)

Os navios petroleiros que possuem gaacutes inerte devem manter seus tanques de carga

permanentemente inertizados com teor de oxigecircnio abaixo de 8 e com pressatildeo

positiva dentro da faixa estabelecida no seu manual do sistema de gaacutes inerte

33

Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema

rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a

entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros

natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte

ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte

No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e

navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade

estaacutetica sejam tomadas

A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o

manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos

componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas

Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de

gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos

tanques de carga

Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute

dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque

de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem

considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio

No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para

a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno

(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos

previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema

Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de

carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque

e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige

cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de

liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem

ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente

34

Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de

selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas

inspecionadas e testadas

35

19 Cuidados no Manuseio da Carga

191 Propriedades do Produto

Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A

publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT

disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores

informaccedilotildees

As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas

devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de

Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras

A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma

deve ser protestada pelo navio

1911 Ponto de Fulgor

O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor

suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel

1912 Volatilidade

A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e

depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo

A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor

Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e

com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis

1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo

Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para

que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa

de igniccedilatildeo (centelha ou chama)

36

1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos

A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e

o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e

no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga

1915 Viscosidade

A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de

resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido

aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de

temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo

a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga

1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana

A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede

principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente

expressa em partes por milhatildeo (ppm)

O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo

do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos

com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode

levar agrave paralisia e morte

O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos

eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o

limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por

dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos

A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da

composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido

para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo

O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No

quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas

37

CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS

01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de

exposiccedilatildeo

02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira

apoacutes 30min de exposiccedilatildeo

07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de

exposiccedilatildeo

10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem

levar agrave perda de consciecircncia e morte

20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo

1917 Gaacutes Sulfiacutedrico

O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com

um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o

olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e

corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo

O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a

concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por

volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no

oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso

38

2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA

21 Operaccedilotildees de carregamento

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga

descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas

precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como

O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo

reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que

todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser

carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado

Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser

mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do

sistema e seus alarmes

Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se

contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque

O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o

manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de

despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de

vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto

Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para

evitar o transbordamento

39

bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar

o funcionamento das mesmas

bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no

menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de

cada vez

bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim

banda e temperatura da carga

bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da

vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do

terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de

transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post

bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para

reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo

bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a

antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento

bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser

levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que

deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial

bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser

designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de

transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os

demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB

como tanque de aliacutevio

bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes

confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou

bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga

deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques

Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser

fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo

Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser

drenadas e limpas antes do navio sair em viagem

40

Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a

desconexatildeo

22 Operaccedilatildeo de descarga

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas

anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa

operaccedilatildeo tais como

bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a

operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de

8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de

descarga deve ser interrompida

bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha

principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de

oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte

bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que

possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos

tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de

operaccedilatildeo do navio

bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As

vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de

descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto

para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser

confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e

que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o

superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo

da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada

bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o

terminal na carta inicial

41

O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o

melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo

recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para

melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga

de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas

Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de

reduccedilatildeo da bomba de carga

No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o

sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque

Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser

fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o

tanque designado

Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o

representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um

formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de

algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio

chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades

Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos

devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo

Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem

ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados

com todos os parafusos

Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas

vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de

carga

Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A

lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem

42

23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute

Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao

movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado

maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio

para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar

Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem

ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees

utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem

ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio

Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser

desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de

garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de

espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia

O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos

para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais

antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em

um estado criacutetico

43

24 Carregamento de produtos aquecidos

A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito

quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura

pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e

equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas

Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima

da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser

carregada exceder a 60ordmC em temperatura

As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de

uma carga aquecida

bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de

dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor

bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais

razoaacutevel

bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente

livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de

ebuliccedilatildeo da aacutegua

Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as

seguintes providecircncias

bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia

bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo

e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa

bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa

aberta para evitar martelo hidraacuteulico

bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas

antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal

44

bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas

bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo

Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos

tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave

documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria

O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de

condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua

de alimentaccedilatildeo das caldeiras

Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode

causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente

reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes

que as mesmas fiquem expostas

45

25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga

O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias

internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias

para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos

Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto

da transferecircncia

bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador

bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a

condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro

bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia

bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a

condiccedilatildeo de mar

bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo

das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme

planejada

bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar

ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia

Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em

condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que

natildeo eacute seguro

46

26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo

ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que

jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior

A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser

efetuada por instruccedilatildeo do afretador

Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser

utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo

A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma

coacutepia arquivada a bordo

Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de

fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque

natildeo desgaseificado

47

27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)

A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de

transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode

ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando

A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes

transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo

A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente

adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada

principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute

disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio

Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas

devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo

Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as

seguintes

bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja

efetuada

bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo

devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo

bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o

tamanho das defensas deve ser verificada

bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser

considerada

bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o

mooring master

48

28 Operaccedilotildees de lastro

O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do

navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da

operaccedilatildeo e da viagem

Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem

utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido

previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados

O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das

movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees

sobre a Aacutegua de Lastro

Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a

captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta

deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo

Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute

98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a

100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo

de corrosatildeo

Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro

e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da

superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo

evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro

O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta

de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do

deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este

procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro

49

Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface

aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de

interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de

lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte

O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de

contaminaccedilatildeo

Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para

Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua

de Lastro fornecido pela empresa

No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo

217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica

Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da

chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port

Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro

Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle

bull proibiccedilatildeo de deslastro

bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis

bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro

bull deslastro para instalaccedilotildees de terra

Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das

autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as

precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

64

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 13: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

28

16 Procedimentos adicionais quando operando cargas contendo concentraccedilotildees de H2S muito altas

As Companhias e os Terminais devem desenvolver procedimentos adicionais para

serem empregados quando as cargas sendo operadas com niacuteveis muito altos de H2S

(100 ppm no espaccedilo vapor eacute considerado ser um limite razoaacutevel)

Sempre que houver probabilidade de concentraccedilotildees muito altas de H2S estarem

presentes devem estar disponiacuteveis Aparelhos de Respiraccedilatildeo de Emergecircncia para Fuga

(Maacutescara de Fuga) para todo o pessoal trabalhando em aacutereas de risco que jaacute deveratildeo

estar portando um instrumento pessoal de monitoramentoalarme para o gaacutes H2S

As pessoas devem ser instruiacutedas para se o alarme de seu instrumento for

ativado pocircr a Maacutescara de Fuga e imediatamente deixar a aacuterea em direccedilatildeo contraacuteria ao

vento Devendo informar o controle central local da presenccedila de altas concentraccedilotildees de

gaacutes a fim de que os procedimentos apropriados possam ser iniciados

Quando a presenccedila de H2S eacute conhecida deve sempre ser utilizado o

equipamento de respiraccedilatildeo autocircnomo se for considerado necessaacuterio violar a integridade

do sistema de carga e uma atmosfera livre dos vapores natildeo puder ser garantida Isto

inclui as seguintes atividades

bull Abertura da boca de mediccedilatildeo e amostragem

bull Remoccedilatildeo de flanges para a conexatildeo de mangotes ou braccedilos de carregamento ou a

desconexatildeo dos braccedilos ou mangotes e flangeamento apoacutes as operaccedilotildees com a carga

bull Limpeza de filtros

bull Drenagem de linhas para abrir retenccedilotildees

bull Limpeza de derrames

Os procedimentos devem permitir somente o uso de suprimento de ar pelo

conjunto de respiraccedilatildeo autocircnomo Natildeo devem incluir o uso de respiradores com

29

cartuchos quiacutemicos para proteccedilatildeo contra vapores de H2S uma vez que as concentraccedilotildees

na atmosfera podem exceder a capacidade operacional do respirador

17 Consideraccedilotildees de estabilidade forccedilas trim e efeito de superfiacutecie

livre

Os petroleiros de casco simples usualmente tecircm uma altura metacecircntrica elevada

em todas as condiccedilotildees o que o faz permanecer inerentemente estaacutevel Enquanto a

tripulaccedilatildeo dos navios petroleiros tem sempre levado em conta os momentos fletores

longitudinais e as forccedilas cortantes verticais durante as operaccedilotildees de carga e lastro a

estabilidade precisa dos navios raramente tinha sido a primeira preocupaccedilatildeo de bordo

No entanto com a introduccedilatildeo de cascos duplos nos projetos dos petroleiros mudou esta

situaccedilatildeo

O principal problema mais provaacutevel de ser encontrado eacute o efeito na altura

metacecircntrica transversal da superfiacutecie livre do liacutequido nos tanques de carga e duplo

fundos

Dependendo do projeto tipo e nuacutemero destes tanques o efeito de superfiacutecie livre

poderaacute resultar em uma altura metacecircntrica significativamente reduzida A situaccedilatildeo seraacute

muita mais grave no caso de tanques de carga muito amplos sem antepara na linha de

centro e tanques de lastro tambeacutem natildeo possuindo antepara de centro (tanque em ldquoUrdquo)

Os estaacutegios mais criacuteticos de qualquer operaccedilatildeo satildeo durante o enchimento dos

tanques de lastro do duplo-fundo enquanto se descarrega o produto e esvaziando estes

tanques durante o carregamento da carga Se suficientes tanques de carga e tanques de

lastro satildeo esvaziados simultaneamente o efeito de superfiacutecie livre total poderaacute ser

suficiente para reduzir a altura metacecircntrica transversal para um ponto no qual a

estabilidade transversal do navio possa estar ameaccedilada Isto poderaacute resultar o

desenvolvimento de um angulo de banda muito grave repentinamente

Uma grande aacuterea de superfiacutecie livre associada com alto centro de gravidade

vertical eacute particularmente provaacutevel ameaccedilar a estabilidade nas grandes sondagens

(inagens)

30

Eacute imperativo que o pessoal tanto do terminal quanto do navio envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e lastro estejam cientes deste problema potencial e que todas estas

operaccedilotildees sejam conduzidas estritamente de acordo com o manual de carregamento do

navio

Onde estatildeo instalados os dispositivos de bloqueio para prevenir que muita carga

e lastro sejam operados simultaneamente causando com isso um excessivo efeito de

superfiacutecie livre devem sempre ser mantidos completamente operacionais natildeo devendo

tambeacutem nunca serem by-passados

Os navios que operam com altura metacecircntrica limitada devem ser equipados

com um computador de carregamento que calcule a altura metacecircntrica

31

18 Sistema de gaacutes inerte (SGI)

Gaacutes inerte eacute um gaacutes ou uma mistura de gases que natildeo conteacutem oxigecircnio suficiente

para permitir que ocorra a combustatildeo de hidrocarbonetos

O gaacutes inerte em navios de produtos escuros eacute normalmente proveniente dos

gases de descarga de caldeira Jaacute nos navios de produtos claros geralmente se utiliam

geradores de gaacutes inerte a diesel para a obtenccedilatildeo de um gaacutes com menor teor de impurezas

para evitar o risco de contaminaccedilatildeo da carga

Teoricamente os gases de hidrocarbonetos natildeo conseguem queimar em uma

atmosfera com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume

O sistema de gaacutes inerte deve ser capaz de manter nos tanques de carga uma

atmosfera com teor de oxigecircnio de 8 valor esse adotado na praacutetica para garantir uma

margem de seguranccedila em relaccedilatildeo aos 11 acima citados

A figura abaixo representa os percentuais de oxigecircnio de hidrocarbonetos em

uma atmosfera inertizada e a aacuterea sombreada a faixa onde ocorrem misturas

inflamaacuteveis que podem gerar risco de incecircndio ou explosatildeo

32

Nota este diagrama eacute meramente ilustrativo natildeo devendo ser utilizado na praacutetica para definir a composiccedilatildeo de gases

Em geral misturas com teor de hidrocarbonetos abaixo de 1 em volume (limite

inferior de explosividade ndash LEL) e misturas com teor de hidrocarbonetos acima de 10

em volume (limite superior de explosividade ndash UEL) se situam fora da faixa inflamaacutevel

Da mesma forma misturas com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume tambeacutem se

situam fora da faixa inflamaacutevel

Nas operaccedilotildees de desgaseificaccedilatildeo de tanques a atmosfera deve passar da condiccedilatildeo de

inertizada ilustrada pelo ponto (F) na figura para a condiccedilatildeo desgaseificada ponto (A)

sem passar pela faixa inflamaacutevel representada pela aacuterea sombreada

Na praacutetica garante-se que a faixa inflamaacutevel seja evitada atraveacutes da diluiccedilatildeo com gaacutes

inerte (purga) ateacute que se obtenha um teor de hidrocarbonetos nos tanques de 2 (ponto

H da figura) para entatildeo iniciar-se a diluiccedilatildeo com ar (ventilaccedilatildeo)

Os navios petroleiros que possuem gaacutes inerte devem manter seus tanques de carga

permanentemente inertizados com teor de oxigecircnio abaixo de 8 e com pressatildeo

positiva dentro da faixa estabelecida no seu manual do sistema de gaacutes inerte

33

Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema

rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a

entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros

natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte

ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte

No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e

navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade

estaacutetica sejam tomadas

A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o

manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos

componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas

Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de

gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos

tanques de carga

Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute

dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque

de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem

considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio

No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para

a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno

(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos

previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema

Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de

carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque

e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige

cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de

liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem

ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente

34

Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de

selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas

inspecionadas e testadas

35

19 Cuidados no Manuseio da Carga

191 Propriedades do Produto

Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A

publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT

disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores

informaccedilotildees

As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas

devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de

Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras

A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma

deve ser protestada pelo navio

1911 Ponto de Fulgor

O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor

suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel

1912 Volatilidade

A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e

depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo

A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor

Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e

com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis

1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo

Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para

que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa

de igniccedilatildeo (centelha ou chama)

36

1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos

A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e

o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e

no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga

1915 Viscosidade

A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de

resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido

aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de

temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo

a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga

1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana

A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede

principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente

expressa em partes por milhatildeo (ppm)

O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo

do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos

com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode

levar agrave paralisia e morte

O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos

eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o

limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por

dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos

A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da

composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido

para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo

O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No

quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas

37

CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS

01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de

exposiccedilatildeo

02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira

apoacutes 30min de exposiccedilatildeo

07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de

exposiccedilatildeo

10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem

levar agrave perda de consciecircncia e morte

20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo

1917 Gaacutes Sulfiacutedrico

O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com

um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o

olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e

corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo

O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a

concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por

volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no

oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso

38

2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA

21 Operaccedilotildees de carregamento

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga

descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas

precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como

O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo

reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que

todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser

carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado

Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser

mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do

sistema e seus alarmes

Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se

contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque

O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o

manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de

despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de

vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto

Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para

evitar o transbordamento

39

bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar

o funcionamento das mesmas

bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no

menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de

cada vez

bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim

banda e temperatura da carga

bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da

vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do

terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de

transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post

bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para

reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo

bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a

antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento

bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser

levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que

deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial

bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser

designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de

transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os

demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB

como tanque de aliacutevio

bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes

confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou

bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga

deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques

Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser

fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo

Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser

drenadas e limpas antes do navio sair em viagem

40

Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a

desconexatildeo

22 Operaccedilatildeo de descarga

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas

anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa

operaccedilatildeo tais como

bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a

operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de

8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de

descarga deve ser interrompida

bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha

principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de

oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte

bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que

possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos

tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de

operaccedilatildeo do navio

bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As

vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de

descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto

para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser

confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e

que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o

superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo

da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada

bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o

terminal na carta inicial

41

O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o

melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo

recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para

melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga

de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas

Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de

reduccedilatildeo da bomba de carga

No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o

sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque

Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser

fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o

tanque designado

Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o

representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um

formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de

algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio

chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades

Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos

devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo

Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem

ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados

com todos os parafusos

Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas

vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de

carga

Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A

lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem

42

23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute

Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao

movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado

maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio

para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar

Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem

ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees

utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem

ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio

Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser

desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de

garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de

espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia

O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos

para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais

antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em

um estado criacutetico

43

24 Carregamento de produtos aquecidos

A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito

quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura

pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e

equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas

Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima

da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser

carregada exceder a 60ordmC em temperatura

As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de

uma carga aquecida

bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de

dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor

bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais

razoaacutevel

bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente

livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de

ebuliccedilatildeo da aacutegua

Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as

seguintes providecircncias

bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia

bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo

e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa

bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa

aberta para evitar martelo hidraacuteulico

bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas

antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal

44

bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas

bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo

Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos

tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave

documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria

O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de

condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua

de alimentaccedilatildeo das caldeiras

Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode

causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente

reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes

que as mesmas fiquem expostas

45

25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga

O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias

internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias

para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos

Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto

da transferecircncia

bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador

bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a

condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro

bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia

bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a

condiccedilatildeo de mar

bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo

das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme

planejada

bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar

ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia

Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em

condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que

natildeo eacute seguro

46

26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo

ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que

jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior

A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser

efetuada por instruccedilatildeo do afretador

Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser

utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo

A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma

coacutepia arquivada a bordo

Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de

fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque

natildeo desgaseificado

47

27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)

A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de

transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode

ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando

A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes

transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo

A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente

adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada

principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute

disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio

Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas

devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo

Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as

seguintes

bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja

efetuada

bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo

devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo

bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o

tamanho das defensas deve ser verificada

bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser

considerada

bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o

mooring master

48

28 Operaccedilotildees de lastro

O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do

navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da

operaccedilatildeo e da viagem

Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem

utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido

previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados

O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das

movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees

sobre a Aacutegua de Lastro

Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a

captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta

deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo

Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute

98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a

100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo

de corrosatildeo

Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro

e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da

superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo

evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro

O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta

de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do

deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este

procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro

49

Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface

aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de

interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de

lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte

O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de

contaminaccedilatildeo

Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para

Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua

de Lastro fornecido pela empresa

No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo

217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica

Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da

chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port

Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro

Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle

bull proibiccedilatildeo de deslastro

bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis

bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro

bull deslastro para instalaccedilotildees de terra

Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das

autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as

precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

64

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 14: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

29

cartuchos quiacutemicos para proteccedilatildeo contra vapores de H2S uma vez que as concentraccedilotildees

na atmosfera podem exceder a capacidade operacional do respirador

17 Consideraccedilotildees de estabilidade forccedilas trim e efeito de superfiacutecie

livre

Os petroleiros de casco simples usualmente tecircm uma altura metacecircntrica elevada

em todas as condiccedilotildees o que o faz permanecer inerentemente estaacutevel Enquanto a

tripulaccedilatildeo dos navios petroleiros tem sempre levado em conta os momentos fletores

longitudinais e as forccedilas cortantes verticais durante as operaccedilotildees de carga e lastro a

estabilidade precisa dos navios raramente tinha sido a primeira preocupaccedilatildeo de bordo

No entanto com a introduccedilatildeo de cascos duplos nos projetos dos petroleiros mudou esta

situaccedilatildeo

O principal problema mais provaacutevel de ser encontrado eacute o efeito na altura

metacecircntrica transversal da superfiacutecie livre do liacutequido nos tanques de carga e duplo

fundos

Dependendo do projeto tipo e nuacutemero destes tanques o efeito de superfiacutecie livre

poderaacute resultar em uma altura metacecircntrica significativamente reduzida A situaccedilatildeo seraacute

muita mais grave no caso de tanques de carga muito amplos sem antepara na linha de

centro e tanques de lastro tambeacutem natildeo possuindo antepara de centro (tanque em ldquoUrdquo)

Os estaacutegios mais criacuteticos de qualquer operaccedilatildeo satildeo durante o enchimento dos

tanques de lastro do duplo-fundo enquanto se descarrega o produto e esvaziando estes

tanques durante o carregamento da carga Se suficientes tanques de carga e tanques de

lastro satildeo esvaziados simultaneamente o efeito de superfiacutecie livre total poderaacute ser

suficiente para reduzir a altura metacecircntrica transversal para um ponto no qual a

estabilidade transversal do navio possa estar ameaccedilada Isto poderaacute resultar o

desenvolvimento de um angulo de banda muito grave repentinamente

Uma grande aacuterea de superfiacutecie livre associada com alto centro de gravidade

vertical eacute particularmente provaacutevel ameaccedilar a estabilidade nas grandes sondagens

(inagens)

30

Eacute imperativo que o pessoal tanto do terminal quanto do navio envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e lastro estejam cientes deste problema potencial e que todas estas

operaccedilotildees sejam conduzidas estritamente de acordo com o manual de carregamento do

navio

Onde estatildeo instalados os dispositivos de bloqueio para prevenir que muita carga

e lastro sejam operados simultaneamente causando com isso um excessivo efeito de

superfiacutecie livre devem sempre ser mantidos completamente operacionais natildeo devendo

tambeacutem nunca serem by-passados

Os navios que operam com altura metacecircntrica limitada devem ser equipados

com um computador de carregamento que calcule a altura metacecircntrica

31

18 Sistema de gaacutes inerte (SGI)

Gaacutes inerte eacute um gaacutes ou uma mistura de gases que natildeo conteacutem oxigecircnio suficiente

para permitir que ocorra a combustatildeo de hidrocarbonetos

O gaacutes inerte em navios de produtos escuros eacute normalmente proveniente dos

gases de descarga de caldeira Jaacute nos navios de produtos claros geralmente se utiliam

geradores de gaacutes inerte a diesel para a obtenccedilatildeo de um gaacutes com menor teor de impurezas

para evitar o risco de contaminaccedilatildeo da carga

Teoricamente os gases de hidrocarbonetos natildeo conseguem queimar em uma

atmosfera com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume

O sistema de gaacutes inerte deve ser capaz de manter nos tanques de carga uma

atmosfera com teor de oxigecircnio de 8 valor esse adotado na praacutetica para garantir uma

margem de seguranccedila em relaccedilatildeo aos 11 acima citados

A figura abaixo representa os percentuais de oxigecircnio de hidrocarbonetos em

uma atmosfera inertizada e a aacuterea sombreada a faixa onde ocorrem misturas

inflamaacuteveis que podem gerar risco de incecircndio ou explosatildeo

32

Nota este diagrama eacute meramente ilustrativo natildeo devendo ser utilizado na praacutetica para definir a composiccedilatildeo de gases

Em geral misturas com teor de hidrocarbonetos abaixo de 1 em volume (limite

inferior de explosividade ndash LEL) e misturas com teor de hidrocarbonetos acima de 10

em volume (limite superior de explosividade ndash UEL) se situam fora da faixa inflamaacutevel

Da mesma forma misturas com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume tambeacutem se

situam fora da faixa inflamaacutevel

Nas operaccedilotildees de desgaseificaccedilatildeo de tanques a atmosfera deve passar da condiccedilatildeo de

inertizada ilustrada pelo ponto (F) na figura para a condiccedilatildeo desgaseificada ponto (A)

sem passar pela faixa inflamaacutevel representada pela aacuterea sombreada

Na praacutetica garante-se que a faixa inflamaacutevel seja evitada atraveacutes da diluiccedilatildeo com gaacutes

inerte (purga) ateacute que se obtenha um teor de hidrocarbonetos nos tanques de 2 (ponto

H da figura) para entatildeo iniciar-se a diluiccedilatildeo com ar (ventilaccedilatildeo)

Os navios petroleiros que possuem gaacutes inerte devem manter seus tanques de carga

permanentemente inertizados com teor de oxigecircnio abaixo de 8 e com pressatildeo

positiva dentro da faixa estabelecida no seu manual do sistema de gaacutes inerte

33

Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema

rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a

entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros

natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte

ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte

No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e

navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade

estaacutetica sejam tomadas

A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o

manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos

componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas

Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de

gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos

tanques de carga

Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute

dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque

de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem

considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio

No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para

a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno

(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos

previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema

Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de

carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque

e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige

cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de

liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem

ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente

34

Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de

selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas

inspecionadas e testadas

35

19 Cuidados no Manuseio da Carga

191 Propriedades do Produto

Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A

publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT

disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores

informaccedilotildees

As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas

devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de

Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras

A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma

deve ser protestada pelo navio

1911 Ponto de Fulgor

O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor

suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel

1912 Volatilidade

A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e

depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo

A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor

Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e

com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis

1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo

Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para

que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa

de igniccedilatildeo (centelha ou chama)

36

1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos

A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e

o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e

no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga

1915 Viscosidade

A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de

resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido

aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de

temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo

a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga

1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana

A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede

principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente

expressa em partes por milhatildeo (ppm)

O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo

do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos

com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode

levar agrave paralisia e morte

O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos

eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o

limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por

dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos

A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da

composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido

para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo

O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No

quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas

37

CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS

01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de

exposiccedilatildeo

02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira

apoacutes 30min de exposiccedilatildeo

07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de

exposiccedilatildeo

10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem

levar agrave perda de consciecircncia e morte

20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo

1917 Gaacutes Sulfiacutedrico

O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com

um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o

olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e

corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo

O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a

concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por

volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no

oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso

38

2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA

21 Operaccedilotildees de carregamento

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga

descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas

precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como

O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo

reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que

todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser

carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado

Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser

mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do

sistema e seus alarmes

Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se

contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque

O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o

manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de

despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de

vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto

Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para

evitar o transbordamento

39

bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar

o funcionamento das mesmas

bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no

menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de

cada vez

bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim

banda e temperatura da carga

bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da

vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do

terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de

transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post

bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para

reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo

bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a

antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento

bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser

levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que

deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial

bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser

designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de

transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os

demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB

como tanque de aliacutevio

bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes

confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou

bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga

deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques

Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser

fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo

Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser

drenadas e limpas antes do navio sair em viagem

40

Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a

desconexatildeo

22 Operaccedilatildeo de descarga

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas

anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa

operaccedilatildeo tais como

bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a

operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de

8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de

descarga deve ser interrompida

bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha

principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de

oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte

bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que

possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos

tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de

operaccedilatildeo do navio

bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As

vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de

descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto

para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser

confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e

que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o

superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo

da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada

bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o

terminal na carta inicial

41

O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o

melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo

recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para

melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga

de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas

Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de

reduccedilatildeo da bomba de carga

No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o

sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque

Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser

fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o

tanque designado

Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o

representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um

formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de

algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio

chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades

Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos

devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo

Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem

ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados

com todos os parafusos

Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas

vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de

carga

Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A

lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem

42

23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute

Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao

movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado

maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio

para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar

Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem

ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees

utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem

ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio

Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser

desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de

garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de

espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia

O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos

para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais

antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em

um estado criacutetico

43

24 Carregamento de produtos aquecidos

A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito

quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura

pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e

equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas

Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima

da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser

carregada exceder a 60ordmC em temperatura

As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de

uma carga aquecida

bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de

dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor

bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais

razoaacutevel

bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente

livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de

ebuliccedilatildeo da aacutegua

Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as

seguintes providecircncias

bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia

bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo

e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa

bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa

aberta para evitar martelo hidraacuteulico

bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas

antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal

44

bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas

bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo

Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos

tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave

documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria

O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de

condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua

de alimentaccedilatildeo das caldeiras

Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode

causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente

reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes

que as mesmas fiquem expostas

45

25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga

O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias

internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias

para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos

Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto

da transferecircncia

bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador

bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a

condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro

bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia

bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a

condiccedilatildeo de mar

bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo

das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme

planejada

bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar

ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia

Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em

condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que

natildeo eacute seguro

46

26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo

ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que

jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior

A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser

efetuada por instruccedilatildeo do afretador

Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser

utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo

A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma

coacutepia arquivada a bordo

Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de

fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque

natildeo desgaseificado

47

27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)

A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de

transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode

ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando

A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes

transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo

A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente

adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada

principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute

disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio

Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas

devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo

Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as

seguintes

bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja

efetuada

bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo

devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo

bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o

tamanho das defensas deve ser verificada

bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser

considerada

bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o

mooring master

48

28 Operaccedilotildees de lastro

O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do

navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da

operaccedilatildeo e da viagem

Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem

utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido

previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados

O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das

movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees

sobre a Aacutegua de Lastro

Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a

captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta

deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo

Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute

98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a

100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo

de corrosatildeo

Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro

e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da

superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo

evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro

O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta

de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do

deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este

procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro

49

Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface

aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de

interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de

lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte

O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de

contaminaccedilatildeo

Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para

Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua

de Lastro fornecido pela empresa

No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo

217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica

Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da

chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port

Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro

Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle

bull proibiccedilatildeo de deslastro

bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis

bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro

bull deslastro para instalaccedilotildees de terra

Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das

autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as

precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

64

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 15: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

30

Eacute imperativo que o pessoal tanto do terminal quanto do navio envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e lastro estejam cientes deste problema potencial e que todas estas

operaccedilotildees sejam conduzidas estritamente de acordo com o manual de carregamento do

navio

Onde estatildeo instalados os dispositivos de bloqueio para prevenir que muita carga

e lastro sejam operados simultaneamente causando com isso um excessivo efeito de

superfiacutecie livre devem sempre ser mantidos completamente operacionais natildeo devendo

tambeacutem nunca serem by-passados

Os navios que operam com altura metacecircntrica limitada devem ser equipados

com um computador de carregamento que calcule a altura metacecircntrica

31

18 Sistema de gaacutes inerte (SGI)

Gaacutes inerte eacute um gaacutes ou uma mistura de gases que natildeo conteacutem oxigecircnio suficiente

para permitir que ocorra a combustatildeo de hidrocarbonetos

O gaacutes inerte em navios de produtos escuros eacute normalmente proveniente dos

gases de descarga de caldeira Jaacute nos navios de produtos claros geralmente se utiliam

geradores de gaacutes inerte a diesel para a obtenccedilatildeo de um gaacutes com menor teor de impurezas

para evitar o risco de contaminaccedilatildeo da carga

Teoricamente os gases de hidrocarbonetos natildeo conseguem queimar em uma

atmosfera com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume

O sistema de gaacutes inerte deve ser capaz de manter nos tanques de carga uma

atmosfera com teor de oxigecircnio de 8 valor esse adotado na praacutetica para garantir uma

margem de seguranccedila em relaccedilatildeo aos 11 acima citados

A figura abaixo representa os percentuais de oxigecircnio de hidrocarbonetos em

uma atmosfera inertizada e a aacuterea sombreada a faixa onde ocorrem misturas

inflamaacuteveis que podem gerar risco de incecircndio ou explosatildeo

32

Nota este diagrama eacute meramente ilustrativo natildeo devendo ser utilizado na praacutetica para definir a composiccedilatildeo de gases

Em geral misturas com teor de hidrocarbonetos abaixo de 1 em volume (limite

inferior de explosividade ndash LEL) e misturas com teor de hidrocarbonetos acima de 10

em volume (limite superior de explosividade ndash UEL) se situam fora da faixa inflamaacutevel

Da mesma forma misturas com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume tambeacutem se

situam fora da faixa inflamaacutevel

Nas operaccedilotildees de desgaseificaccedilatildeo de tanques a atmosfera deve passar da condiccedilatildeo de

inertizada ilustrada pelo ponto (F) na figura para a condiccedilatildeo desgaseificada ponto (A)

sem passar pela faixa inflamaacutevel representada pela aacuterea sombreada

Na praacutetica garante-se que a faixa inflamaacutevel seja evitada atraveacutes da diluiccedilatildeo com gaacutes

inerte (purga) ateacute que se obtenha um teor de hidrocarbonetos nos tanques de 2 (ponto

H da figura) para entatildeo iniciar-se a diluiccedilatildeo com ar (ventilaccedilatildeo)

Os navios petroleiros que possuem gaacutes inerte devem manter seus tanques de carga

permanentemente inertizados com teor de oxigecircnio abaixo de 8 e com pressatildeo

positiva dentro da faixa estabelecida no seu manual do sistema de gaacutes inerte

33

Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema

rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a

entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros

natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte

ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte

No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e

navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade

estaacutetica sejam tomadas

A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o

manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos

componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas

Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de

gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos

tanques de carga

Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute

dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque

de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem

considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio

No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para

a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno

(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos

previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema

Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de

carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque

e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige

cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de

liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem

ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente

34

Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de

selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas

inspecionadas e testadas

35

19 Cuidados no Manuseio da Carga

191 Propriedades do Produto

Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A

publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT

disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores

informaccedilotildees

As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas

devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de

Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras

A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma

deve ser protestada pelo navio

1911 Ponto de Fulgor

O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor

suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel

1912 Volatilidade

A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e

depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo

A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor

Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e

com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis

1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo

Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para

que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa

de igniccedilatildeo (centelha ou chama)

36

1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos

A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e

o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e

no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga

1915 Viscosidade

A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de

resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido

aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de

temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo

a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga

1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana

A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede

principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente

expressa em partes por milhatildeo (ppm)

O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo

do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos

com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode

levar agrave paralisia e morte

O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos

eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o

limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por

dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos

A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da

composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido

para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo

O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No

quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas

37

CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS

01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de

exposiccedilatildeo

02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira

apoacutes 30min de exposiccedilatildeo

07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de

exposiccedilatildeo

10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem

levar agrave perda de consciecircncia e morte

20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo

1917 Gaacutes Sulfiacutedrico

O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com

um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o

olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e

corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo

O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a

concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por

volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no

oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso

38

2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA

21 Operaccedilotildees de carregamento

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga

descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas

precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como

O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo

reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que

todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser

carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado

Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser

mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do

sistema e seus alarmes

Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se

contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque

O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o

manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de

despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de

vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto

Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para

evitar o transbordamento

39

bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar

o funcionamento das mesmas

bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no

menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de

cada vez

bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim

banda e temperatura da carga

bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da

vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do

terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de

transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post

bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para

reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo

bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a

antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento

bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser

levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que

deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial

bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser

designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de

transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os

demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB

como tanque de aliacutevio

bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes

confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou

bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga

deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques

Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser

fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo

Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser

drenadas e limpas antes do navio sair em viagem

40

Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a

desconexatildeo

22 Operaccedilatildeo de descarga

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas

anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa

operaccedilatildeo tais como

bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a

operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de

8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de

descarga deve ser interrompida

bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha

principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de

oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte

bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que

possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos

tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de

operaccedilatildeo do navio

bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As

vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de

descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto

para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser

confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e

que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o

superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo

da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada

bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o

terminal na carta inicial

41

O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o

melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo

recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para

melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga

de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas

Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de

reduccedilatildeo da bomba de carga

No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o

sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque

Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser

fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o

tanque designado

Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o

representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um

formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de

algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio

chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades

Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos

devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo

Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem

ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados

com todos os parafusos

Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas

vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de

carga

Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A

lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem

42

23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute

Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao

movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado

maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio

para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar

Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem

ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees

utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem

ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio

Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser

desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de

garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de

espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia

O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos

para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais

antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em

um estado criacutetico

43

24 Carregamento de produtos aquecidos

A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito

quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura

pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e

equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas

Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima

da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser

carregada exceder a 60ordmC em temperatura

As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de

uma carga aquecida

bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de

dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor

bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais

razoaacutevel

bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente

livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de

ebuliccedilatildeo da aacutegua

Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as

seguintes providecircncias

bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia

bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo

e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa

bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa

aberta para evitar martelo hidraacuteulico

bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas

antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal

44

bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas

bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo

Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos

tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave

documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria

O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de

condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua

de alimentaccedilatildeo das caldeiras

Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode

causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente

reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes

que as mesmas fiquem expostas

45

25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga

O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias

internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias

para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos

Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto

da transferecircncia

bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador

bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a

condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro

bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia

bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a

condiccedilatildeo de mar

bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo

das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme

planejada

bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar

ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia

Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em

condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que

natildeo eacute seguro

46

26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo

ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que

jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior

A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser

efetuada por instruccedilatildeo do afretador

Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser

utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo

A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma

coacutepia arquivada a bordo

Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de

fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque

natildeo desgaseificado

47

27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)

A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de

transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode

ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando

A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes

transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo

A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente

adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada

principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute

disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio

Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas

devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo

Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as

seguintes

bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja

efetuada

bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo

devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo

bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o

tamanho das defensas deve ser verificada

bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser

considerada

bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o

mooring master

48

28 Operaccedilotildees de lastro

O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do

navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da

operaccedilatildeo e da viagem

Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem

utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido

previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados

O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das

movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees

sobre a Aacutegua de Lastro

Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a

captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta

deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo

Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute

98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a

100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo

de corrosatildeo

Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro

e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da

superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo

evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro

O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta

de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do

deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este

procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro

49

Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface

aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de

interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de

lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte

O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de

contaminaccedilatildeo

Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para

Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua

de Lastro fornecido pela empresa

No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo

217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica

Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da

chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port

Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro

Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle

bull proibiccedilatildeo de deslastro

bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis

bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro

bull deslastro para instalaccedilotildees de terra

Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das

autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as

precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

64

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 16: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

31

18 Sistema de gaacutes inerte (SGI)

Gaacutes inerte eacute um gaacutes ou uma mistura de gases que natildeo conteacutem oxigecircnio suficiente

para permitir que ocorra a combustatildeo de hidrocarbonetos

O gaacutes inerte em navios de produtos escuros eacute normalmente proveniente dos

gases de descarga de caldeira Jaacute nos navios de produtos claros geralmente se utiliam

geradores de gaacutes inerte a diesel para a obtenccedilatildeo de um gaacutes com menor teor de impurezas

para evitar o risco de contaminaccedilatildeo da carga

Teoricamente os gases de hidrocarbonetos natildeo conseguem queimar em uma

atmosfera com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume

O sistema de gaacutes inerte deve ser capaz de manter nos tanques de carga uma

atmosfera com teor de oxigecircnio de 8 valor esse adotado na praacutetica para garantir uma

margem de seguranccedila em relaccedilatildeo aos 11 acima citados

A figura abaixo representa os percentuais de oxigecircnio de hidrocarbonetos em

uma atmosfera inertizada e a aacuterea sombreada a faixa onde ocorrem misturas

inflamaacuteveis que podem gerar risco de incecircndio ou explosatildeo

32

Nota este diagrama eacute meramente ilustrativo natildeo devendo ser utilizado na praacutetica para definir a composiccedilatildeo de gases

Em geral misturas com teor de hidrocarbonetos abaixo de 1 em volume (limite

inferior de explosividade ndash LEL) e misturas com teor de hidrocarbonetos acima de 10

em volume (limite superior de explosividade ndash UEL) se situam fora da faixa inflamaacutevel

Da mesma forma misturas com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume tambeacutem se

situam fora da faixa inflamaacutevel

Nas operaccedilotildees de desgaseificaccedilatildeo de tanques a atmosfera deve passar da condiccedilatildeo de

inertizada ilustrada pelo ponto (F) na figura para a condiccedilatildeo desgaseificada ponto (A)

sem passar pela faixa inflamaacutevel representada pela aacuterea sombreada

Na praacutetica garante-se que a faixa inflamaacutevel seja evitada atraveacutes da diluiccedilatildeo com gaacutes

inerte (purga) ateacute que se obtenha um teor de hidrocarbonetos nos tanques de 2 (ponto

H da figura) para entatildeo iniciar-se a diluiccedilatildeo com ar (ventilaccedilatildeo)

Os navios petroleiros que possuem gaacutes inerte devem manter seus tanques de carga

permanentemente inertizados com teor de oxigecircnio abaixo de 8 e com pressatildeo

positiva dentro da faixa estabelecida no seu manual do sistema de gaacutes inerte

33

Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema

rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a

entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros

natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte

ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte

No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e

navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade

estaacutetica sejam tomadas

A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o

manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos

componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas

Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de

gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos

tanques de carga

Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute

dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque

de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem

considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio

No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para

a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno

(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos

previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema

Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de

carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque

e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige

cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de

liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem

ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente

34

Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de

selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas

inspecionadas e testadas

35

19 Cuidados no Manuseio da Carga

191 Propriedades do Produto

Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A

publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT

disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores

informaccedilotildees

As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas

devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de

Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras

A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma

deve ser protestada pelo navio

1911 Ponto de Fulgor

O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor

suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel

1912 Volatilidade

A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e

depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo

A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor

Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e

com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis

1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo

Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para

que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa

de igniccedilatildeo (centelha ou chama)

36

1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos

A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e

o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e

no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga

1915 Viscosidade

A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de

resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido

aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de

temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo

a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga

1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana

A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede

principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente

expressa em partes por milhatildeo (ppm)

O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo

do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos

com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode

levar agrave paralisia e morte

O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos

eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o

limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por

dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos

A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da

composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido

para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo

O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No

quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas

37

CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS

01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de

exposiccedilatildeo

02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira

apoacutes 30min de exposiccedilatildeo

07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de

exposiccedilatildeo

10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem

levar agrave perda de consciecircncia e morte

20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo

1917 Gaacutes Sulfiacutedrico

O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com

um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o

olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e

corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo

O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a

concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por

volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no

oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso

38

2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA

21 Operaccedilotildees de carregamento

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga

descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas

precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como

O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo

reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que

todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser

carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado

Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser

mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do

sistema e seus alarmes

Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se

contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque

O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o

manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de

despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de

vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto

Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para

evitar o transbordamento

39

bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar

o funcionamento das mesmas

bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no

menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de

cada vez

bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim

banda e temperatura da carga

bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da

vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do

terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de

transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post

bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para

reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo

bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a

antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento

bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser

levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que

deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial

bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser

designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de

transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os

demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB

como tanque de aliacutevio

bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes

confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou

bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga

deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques

Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser

fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo

Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser

drenadas e limpas antes do navio sair em viagem

40

Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a

desconexatildeo

22 Operaccedilatildeo de descarga

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas

anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa

operaccedilatildeo tais como

bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a

operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de

8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de

descarga deve ser interrompida

bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha

principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de

oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte

bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que

possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos

tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de

operaccedilatildeo do navio

bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As

vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de

descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto

para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser

confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e

que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o

superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo

da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada

bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o

terminal na carta inicial

41

O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o

melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo

recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para

melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga

de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas

Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de

reduccedilatildeo da bomba de carga

No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o

sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque

Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser

fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o

tanque designado

Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o

representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um

formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de

algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio

chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades

Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos

devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo

Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem

ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados

com todos os parafusos

Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas

vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de

carga

Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A

lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem

42

23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute

Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao

movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado

maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio

para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar

Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem

ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees

utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem

ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio

Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser

desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de

garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de

espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia

O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos

para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais

antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em

um estado criacutetico

43

24 Carregamento de produtos aquecidos

A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito

quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura

pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e

equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas

Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima

da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser

carregada exceder a 60ordmC em temperatura

As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de

uma carga aquecida

bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de

dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor

bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais

razoaacutevel

bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente

livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de

ebuliccedilatildeo da aacutegua

Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as

seguintes providecircncias

bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia

bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo

e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa

bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa

aberta para evitar martelo hidraacuteulico

bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas

antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal

44

bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas

bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo

Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos

tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave

documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria

O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de

condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua

de alimentaccedilatildeo das caldeiras

Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode

causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente

reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes

que as mesmas fiquem expostas

45

25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga

O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias

internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias

para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos

Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto

da transferecircncia

bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador

bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a

condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro

bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia

bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a

condiccedilatildeo de mar

bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo

das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme

planejada

bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar

ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia

Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em

condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que

natildeo eacute seguro

46

26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo

ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que

jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior

A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser

efetuada por instruccedilatildeo do afretador

Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser

utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo

A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma

coacutepia arquivada a bordo

Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de

fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque

natildeo desgaseificado

47

27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)

A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de

transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode

ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando

A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes

transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo

A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente

adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada

principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute

disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio

Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas

devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo

Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as

seguintes

bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja

efetuada

bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo

devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo

bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o

tamanho das defensas deve ser verificada

bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser

considerada

bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o

mooring master

48

28 Operaccedilotildees de lastro

O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do

navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da

operaccedilatildeo e da viagem

Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem

utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido

previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados

O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das

movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees

sobre a Aacutegua de Lastro

Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a

captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta

deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo

Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute

98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a

100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo

de corrosatildeo

Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro

e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da

superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo

evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro

O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta

de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do

deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este

procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro

49

Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface

aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de

interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de

lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte

O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de

contaminaccedilatildeo

Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para

Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua

de Lastro fornecido pela empresa

No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo

217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica

Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da

chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port

Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro

Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle

bull proibiccedilatildeo de deslastro

bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis

bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro

bull deslastro para instalaccedilotildees de terra

Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das

autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as

precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

64

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 17: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

32

Nota este diagrama eacute meramente ilustrativo natildeo devendo ser utilizado na praacutetica para definir a composiccedilatildeo de gases

Em geral misturas com teor de hidrocarbonetos abaixo de 1 em volume (limite

inferior de explosividade ndash LEL) e misturas com teor de hidrocarbonetos acima de 10

em volume (limite superior de explosividade ndash UEL) se situam fora da faixa inflamaacutevel

Da mesma forma misturas com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume tambeacutem se

situam fora da faixa inflamaacutevel

Nas operaccedilotildees de desgaseificaccedilatildeo de tanques a atmosfera deve passar da condiccedilatildeo de

inertizada ilustrada pelo ponto (F) na figura para a condiccedilatildeo desgaseificada ponto (A)

sem passar pela faixa inflamaacutevel representada pela aacuterea sombreada

Na praacutetica garante-se que a faixa inflamaacutevel seja evitada atraveacutes da diluiccedilatildeo com gaacutes

inerte (purga) ateacute que se obtenha um teor de hidrocarbonetos nos tanques de 2 (ponto

H da figura) para entatildeo iniciar-se a diluiccedilatildeo com ar (ventilaccedilatildeo)

Os navios petroleiros que possuem gaacutes inerte devem manter seus tanques de carga

permanentemente inertizados com teor de oxigecircnio abaixo de 8 e com pressatildeo

positiva dentro da faixa estabelecida no seu manual do sistema de gaacutes inerte

33

Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema

rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a

entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros

natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte

ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte

No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e

navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade

estaacutetica sejam tomadas

A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o

manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos

componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas

Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de

gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos

tanques de carga

Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute

dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque

de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem

considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio

No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para

a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno

(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos

previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema

Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de

carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque

e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige

cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de

liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem

ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente

34

Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de

selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas

inspecionadas e testadas

35

19 Cuidados no Manuseio da Carga

191 Propriedades do Produto

Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A

publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT

disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores

informaccedilotildees

As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas

devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de

Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras

A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma

deve ser protestada pelo navio

1911 Ponto de Fulgor

O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor

suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel

1912 Volatilidade

A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e

depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo

A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor

Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e

com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis

1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo

Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para

que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa

de igniccedilatildeo (centelha ou chama)

36

1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos

A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e

o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e

no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga

1915 Viscosidade

A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de

resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido

aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de

temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo

a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga

1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana

A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede

principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente

expressa em partes por milhatildeo (ppm)

O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo

do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos

com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode

levar agrave paralisia e morte

O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos

eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o

limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por

dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos

A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da

composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido

para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo

O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No

quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas

37

CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS

01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de

exposiccedilatildeo

02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira

apoacutes 30min de exposiccedilatildeo

07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de

exposiccedilatildeo

10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem

levar agrave perda de consciecircncia e morte

20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo

1917 Gaacutes Sulfiacutedrico

O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com

um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o

olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e

corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo

O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a

concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por

volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no

oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso

38

2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA

21 Operaccedilotildees de carregamento

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga

descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas

precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como

O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo

reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que

todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser

carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado

Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser

mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do

sistema e seus alarmes

Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se

contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque

O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o

manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de

despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de

vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto

Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para

evitar o transbordamento

39

bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar

o funcionamento das mesmas

bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no

menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de

cada vez

bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim

banda e temperatura da carga

bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da

vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do

terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de

transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post

bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para

reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo

bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a

antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento

bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser

levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que

deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial

bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser

designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de

transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os

demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB

como tanque de aliacutevio

bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes

confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou

bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga

deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques

Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser

fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo

Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser

drenadas e limpas antes do navio sair em viagem

40

Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a

desconexatildeo

22 Operaccedilatildeo de descarga

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas

anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa

operaccedilatildeo tais como

bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a

operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de

8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de

descarga deve ser interrompida

bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha

principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de

oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte

bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que

possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos

tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de

operaccedilatildeo do navio

bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As

vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de

descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto

para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser

confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e

que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o

superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo

da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada

bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o

terminal na carta inicial

41

O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o

melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo

recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para

melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga

de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas

Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de

reduccedilatildeo da bomba de carga

No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o

sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque

Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser

fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o

tanque designado

Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o

representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um

formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de

algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio

chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades

Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos

devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo

Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem

ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados

com todos os parafusos

Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas

vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de

carga

Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A

lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem

42

23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute

Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao

movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado

maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio

para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar

Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem

ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees

utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem

ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio

Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser

desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de

garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de

espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia

O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos

para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais

antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em

um estado criacutetico

43

24 Carregamento de produtos aquecidos

A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito

quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura

pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e

equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas

Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima

da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser

carregada exceder a 60ordmC em temperatura

As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de

uma carga aquecida

bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de

dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor

bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais

razoaacutevel

bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente

livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de

ebuliccedilatildeo da aacutegua

Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as

seguintes providecircncias

bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia

bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo

e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa

bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa

aberta para evitar martelo hidraacuteulico

bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas

antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal

44

bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas

bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo

Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos

tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave

documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria

O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de

condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua

de alimentaccedilatildeo das caldeiras

Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode

causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente

reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes

que as mesmas fiquem expostas

45

25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga

O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias

internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias

para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos

Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto

da transferecircncia

bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador

bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a

condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro

bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia

bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a

condiccedilatildeo de mar

bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo

das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme

planejada

bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar

ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia

Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em

condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que

natildeo eacute seguro

46

26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo

ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que

jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior

A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser

efetuada por instruccedilatildeo do afretador

Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser

utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo

A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma

coacutepia arquivada a bordo

Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de

fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque

natildeo desgaseificado

47

27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)

A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de

transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode

ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando

A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes

transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo

A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente

adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada

principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute

disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio

Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas

devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo

Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as

seguintes

bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja

efetuada

bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo

devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo

bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o

tamanho das defensas deve ser verificada

bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser

considerada

bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o

mooring master

48

28 Operaccedilotildees de lastro

O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do

navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da

operaccedilatildeo e da viagem

Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem

utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido

previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados

O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das

movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees

sobre a Aacutegua de Lastro

Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a

captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta

deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo

Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute

98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a

100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo

de corrosatildeo

Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro

e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da

superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo

evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro

O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta

de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do

deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este

procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro

49

Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface

aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de

interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de

lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte

O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de

contaminaccedilatildeo

Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para

Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua

de Lastro fornecido pela empresa

No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo

217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica

Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da

chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port

Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro

Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle

bull proibiccedilatildeo de deslastro

bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis

bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro

bull deslastro para instalaccedilotildees de terra

Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das

autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as

precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

64

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 18: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

33

Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema

rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a

entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros

natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte

ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte

No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e

navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade

estaacutetica sejam tomadas

A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o

manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos

componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas

Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de

gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos

tanques de carga

Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute

dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque

de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem

considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio

No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para

a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno

(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos

previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema

Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de

carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque

e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige

cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de

liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem

ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente

34

Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de

selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas

inspecionadas e testadas

35

19 Cuidados no Manuseio da Carga

191 Propriedades do Produto

Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A

publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT

disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores

informaccedilotildees

As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas

devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de

Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras

A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma

deve ser protestada pelo navio

1911 Ponto de Fulgor

O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor

suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel

1912 Volatilidade

A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e

depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo

A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor

Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e

com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis

1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo

Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para

que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa

de igniccedilatildeo (centelha ou chama)

36

1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos

A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e

o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e

no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga

1915 Viscosidade

A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de

resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido

aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de

temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo

a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga

1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana

A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede

principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente

expressa em partes por milhatildeo (ppm)

O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo

do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos

com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode

levar agrave paralisia e morte

O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos

eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o

limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por

dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos

A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da

composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido

para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo

O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No

quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas

37

CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS

01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de

exposiccedilatildeo

02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira

apoacutes 30min de exposiccedilatildeo

07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de

exposiccedilatildeo

10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem

levar agrave perda de consciecircncia e morte

20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo

1917 Gaacutes Sulfiacutedrico

O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com

um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o

olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e

corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo

O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a

concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por

volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no

oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso

38

2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA

21 Operaccedilotildees de carregamento

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga

descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas

precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como

O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo

reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que

todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser

carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado

Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser

mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do

sistema e seus alarmes

Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se

contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque

O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o

manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de

despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de

vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto

Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para

evitar o transbordamento

39

bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar

o funcionamento das mesmas

bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no

menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de

cada vez

bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim

banda e temperatura da carga

bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da

vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do

terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de

transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post

bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para

reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo

bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a

antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento

bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser

levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que

deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial

bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser

designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de

transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os

demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB

como tanque de aliacutevio

bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes

confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou

bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga

deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques

Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser

fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo

Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser

drenadas e limpas antes do navio sair em viagem

40

Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a

desconexatildeo

22 Operaccedilatildeo de descarga

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas

anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa

operaccedilatildeo tais como

bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a

operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de

8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de

descarga deve ser interrompida

bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha

principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de

oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte

bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que

possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos

tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de

operaccedilatildeo do navio

bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As

vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de

descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto

para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser

confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e

que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o

superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo

da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada

bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o

terminal na carta inicial

41

O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o

melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo

recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para

melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga

de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas

Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de

reduccedilatildeo da bomba de carga

No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o

sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque

Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser

fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o

tanque designado

Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o

representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um

formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de

algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio

chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades

Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos

devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo

Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem

ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados

com todos os parafusos

Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas

vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de

carga

Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A

lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem

42

23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute

Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao

movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado

maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio

para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar

Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem

ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees

utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem

ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio

Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser

desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de

garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de

espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia

O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos

para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais

antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em

um estado criacutetico

43

24 Carregamento de produtos aquecidos

A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito

quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura

pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e

equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas

Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima

da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser

carregada exceder a 60ordmC em temperatura

As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de

uma carga aquecida

bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de

dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor

bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais

razoaacutevel

bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente

livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de

ebuliccedilatildeo da aacutegua

Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as

seguintes providecircncias

bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia

bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo

e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa

bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa

aberta para evitar martelo hidraacuteulico

bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas

antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal

44

bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas

bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo

Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos

tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave

documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria

O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de

condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua

de alimentaccedilatildeo das caldeiras

Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode

causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente

reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes

que as mesmas fiquem expostas

45

25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga

O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias

internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias

para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos

Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto

da transferecircncia

bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador

bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a

condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro

bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia

bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a

condiccedilatildeo de mar

bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo

das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme

planejada

bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar

ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia

Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em

condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que

natildeo eacute seguro

46

26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo

ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que

jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior

A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser

efetuada por instruccedilatildeo do afretador

Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser

utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo

A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma

coacutepia arquivada a bordo

Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de

fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque

natildeo desgaseificado

47

27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)

A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de

transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode

ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando

A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes

transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo

A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente

adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada

principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute

disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio

Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas

devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo

Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as

seguintes

bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja

efetuada

bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo

devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo

bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o

tamanho das defensas deve ser verificada

bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser

considerada

bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o

mooring master

48

28 Operaccedilotildees de lastro

O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do

navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da

operaccedilatildeo e da viagem

Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem

utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido

previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados

O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das

movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees

sobre a Aacutegua de Lastro

Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a

captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta

deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo

Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute

98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a

100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo

de corrosatildeo

Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro

e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da

superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo

evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro

O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta

de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do

deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este

procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro

49

Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface

aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de

interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de

lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte

O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de

contaminaccedilatildeo

Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para

Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua

de Lastro fornecido pela empresa

No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo

217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica

Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da

chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port

Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro

Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle

bull proibiccedilatildeo de deslastro

bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis

bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro

bull deslastro para instalaccedilotildees de terra

Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das

autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as

precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

64

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 19: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

34

Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de

selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas

inspecionadas e testadas

35

19 Cuidados no Manuseio da Carga

191 Propriedades do Produto

Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A

publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT

disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores

informaccedilotildees

As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas

devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de

Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras

A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma

deve ser protestada pelo navio

1911 Ponto de Fulgor

O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor

suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel

1912 Volatilidade

A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e

depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo

A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor

Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e

com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis

1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo

Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para

que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa

de igniccedilatildeo (centelha ou chama)

36

1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos

A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e

o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e

no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga

1915 Viscosidade

A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de

resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido

aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de

temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo

a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga

1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana

A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede

principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente

expressa em partes por milhatildeo (ppm)

O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo

do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos

com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode

levar agrave paralisia e morte

O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos

eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o

limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por

dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos

A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da

composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido

para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo

O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No

quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas

37

CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS

01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de

exposiccedilatildeo

02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira

apoacutes 30min de exposiccedilatildeo

07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de

exposiccedilatildeo

10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem

levar agrave perda de consciecircncia e morte

20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo

1917 Gaacutes Sulfiacutedrico

O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com

um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o

olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e

corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo

O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a

concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por

volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no

oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso

38

2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA

21 Operaccedilotildees de carregamento

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga

descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas

precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como

O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo

reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que

todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser

carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado

Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser

mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do

sistema e seus alarmes

Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se

contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque

O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o

manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de

despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de

vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto

Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para

evitar o transbordamento

39

bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar

o funcionamento das mesmas

bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no

menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de

cada vez

bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim

banda e temperatura da carga

bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da

vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do

terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de

transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post

bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para

reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo

bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a

antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento

bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser

levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que

deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial

bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser

designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de

transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os

demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB

como tanque de aliacutevio

bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes

confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou

bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga

deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques

Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser

fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo

Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser

drenadas e limpas antes do navio sair em viagem

40

Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a

desconexatildeo

22 Operaccedilatildeo de descarga

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas

anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa

operaccedilatildeo tais como

bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a

operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de

8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de

descarga deve ser interrompida

bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha

principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de

oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte

bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que

possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos

tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de

operaccedilatildeo do navio

bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As

vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de

descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto

para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser

confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e

que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o

superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo

da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada

bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o

terminal na carta inicial

41

O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o

melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo

recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para

melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga

de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas

Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de

reduccedilatildeo da bomba de carga

No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o

sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque

Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser

fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o

tanque designado

Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o

representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um

formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de

algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio

chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades

Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos

devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo

Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem

ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados

com todos os parafusos

Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas

vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de

carga

Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A

lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem

42

23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute

Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao

movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado

maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio

para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar

Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem

ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees

utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem

ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio

Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser

desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de

garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de

espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia

O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos

para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais

antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em

um estado criacutetico

43

24 Carregamento de produtos aquecidos

A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito

quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura

pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e

equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas

Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima

da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser

carregada exceder a 60ordmC em temperatura

As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de

uma carga aquecida

bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de

dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor

bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais

razoaacutevel

bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente

livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de

ebuliccedilatildeo da aacutegua

Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as

seguintes providecircncias

bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia

bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo

e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa

bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa

aberta para evitar martelo hidraacuteulico

bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas

antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal

44

bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas

bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo

Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos

tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave

documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria

O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de

condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua

de alimentaccedilatildeo das caldeiras

Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode

causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente

reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes

que as mesmas fiquem expostas

45

25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga

O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias

internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias

para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos

Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto

da transferecircncia

bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador

bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a

condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro

bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia

bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a

condiccedilatildeo de mar

bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo

das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme

planejada

bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar

ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia

Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em

condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que

natildeo eacute seguro

46

26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo

ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que

jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior

A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser

efetuada por instruccedilatildeo do afretador

Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser

utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo

A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma

coacutepia arquivada a bordo

Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de

fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque

natildeo desgaseificado

47

27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)

A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de

transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode

ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando

A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes

transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo

A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente

adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada

principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute

disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio

Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas

devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo

Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as

seguintes

bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja

efetuada

bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo

devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo

bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o

tamanho das defensas deve ser verificada

bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser

considerada

bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o

mooring master

48

28 Operaccedilotildees de lastro

O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do

navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da

operaccedilatildeo e da viagem

Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem

utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido

previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados

O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das

movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees

sobre a Aacutegua de Lastro

Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a

captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta

deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo

Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute

98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a

100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo

de corrosatildeo

Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro

e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da

superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo

evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro

O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta

de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do

deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este

procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro

49

Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface

aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de

interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de

lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte

O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de

contaminaccedilatildeo

Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para

Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua

de Lastro fornecido pela empresa

No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo

217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica

Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da

chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port

Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro

Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle

bull proibiccedilatildeo de deslastro

bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis

bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro

bull deslastro para instalaccedilotildees de terra

Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das

autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as

precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

64

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 20: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

35

19 Cuidados no Manuseio da Carga

191 Propriedades do Produto

Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A

publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT

disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores

informaccedilotildees

As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas

devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de

Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras

A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma

deve ser protestada pelo navio

1911 Ponto de Fulgor

O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor

suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel

1912 Volatilidade

A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e

depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo

A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor

Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e

com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis

1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo

Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para

que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa

de igniccedilatildeo (centelha ou chama)

36

1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos

A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e

o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e

no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga

1915 Viscosidade

A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de

resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido

aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de

temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo

a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga

1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana

A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede

principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente

expressa em partes por milhatildeo (ppm)

O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo

do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos

com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode

levar agrave paralisia e morte

O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos

eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o

limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por

dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos

A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da

composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido

para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo

O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No

quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas

37

CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS

01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de

exposiccedilatildeo

02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira

apoacutes 30min de exposiccedilatildeo

07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de

exposiccedilatildeo

10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem

levar agrave perda de consciecircncia e morte

20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo

1917 Gaacutes Sulfiacutedrico

O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com

um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o

olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e

corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo

O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a

concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por

volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no

oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso

38

2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA

21 Operaccedilotildees de carregamento

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga

descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas

precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como

O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo

reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que

todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser

carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado

Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser

mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do

sistema e seus alarmes

Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se

contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque

O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o

manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de

despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de

vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto

Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para

evitar o transbordamento

39

bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar

o funcionamento das mesmas

bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no

menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de

cada vez

bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim

banda e temperatura da carga

bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da

vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do

terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de

transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post

bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para

reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo

bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a

antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento

bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser

levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que

deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial

bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser

designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de

transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os

demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB

como tanque de aliacutevio

bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes

confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou

bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga

deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques

Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser

fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo

Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser

drenadas e limpas antes do navio sair em viagem

40

Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a

desconexatildeo

22 Operaccedilatildeo de descarga

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas

anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa

operaccedilatildeo tais como

bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a

operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de

8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de

descarga deve ser interrompida

bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha

principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de

oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte

bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que

possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos

tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de

operaccedilatildeo do navio

bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As

vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de

descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto

para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser

confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e

que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o

superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo

da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada

bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o

terminal na carta inicial

41

O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o

melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo

recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para

melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga

de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas

Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de

reduccedilatildeo da bomba de carga

No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o

sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque

Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser

fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o

tanque designado

Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o

representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um

formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de

algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio

chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades

Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos

devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo

Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem

ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados

com todos os parafusos

Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas

vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de

carga

Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A

lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem

42

23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute

Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao

movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado

maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio

para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar

Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem

ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees

utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem

ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio

Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser

desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de

garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de

espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia

O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos

para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais

antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em

um estado criacutetico

43

24 Carregamento de produtos aquecidos

A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito

quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura

pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e

equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas

Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima

da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser

carregada exceder a 60ordmC em temperatura

As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de

uma carga aquecida

bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de

dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor

bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais

razoaacutevel

bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente

livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de

ebuliccedilatildeo da aacutegua

Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as

seguintes providecircncias

bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia

bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo

e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa

bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa

aberta para evitar martelo hidraacuteulico

bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas

antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal

44

bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas

bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo

Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos

tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave

documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria

O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de

condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua

de alimentaccedilatildeo das caldeiras

Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode

causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente

reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes

que as mesmas fiquem expostas

45

25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga

O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias

internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias

para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos

Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto

da transferecircncia

bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador

bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a

condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro

bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia

bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a

condiccedilatildeo de mar

bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo

das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme

planejada

bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar

ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia

Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em

condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que

natildeo eacute seguro

46

26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo

ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que

jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior

A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser

efetuada por instruccedilatildeo do afretador

Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser

utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo

A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma

coacutepia arquivada a bordo

Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de

fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque

natildeo desgaseificado

47

27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)

A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de

transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode

ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando

A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes

transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo

A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente

adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada

principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute

disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio

Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas

devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo

Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as

seguintes

bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja

efetuada

bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo

devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo

bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o

tamanho das defensas deve ser verificada

bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser

considerada

bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o

mooring master

48

28 Operaccedilotildees de lastro

O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do

navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da

operaccedilatildeo e da viagem

Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem

utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido

previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados

O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das

movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees

sobre a Aacutegua de Lastro

Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a

captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta

deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo

Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute

98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a

100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo

de corrosatildeo

Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro

e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da

superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo

evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro

O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta

de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do

deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este

procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro

49

Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface

aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de

interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de

lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte

O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de

contaminaccedilatildeo

Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para

Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua

de Lastro fornecido pela empresa

No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo

217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica

Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da

chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port

Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro

Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle

bull proibiccedilatildeo de deslastro

bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis

bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro

bull deslastro para instalaccedilotildees de terra

Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das

autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as

precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

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bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 21: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

36

1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos

A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e

o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e

no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga

1915 Viscosidade

A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de

resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido

aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de

temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo

a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga

1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana

A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede

principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente

expressa em partes por milhatildeo (ppm)

O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo

do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos

com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode

levar agrave paralisia e morte

O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos

eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o

limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por

dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos

A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da

composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido

para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo

O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No

quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas

37

CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS

01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de

exposiccedilatildeo

02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira

apoacutes 30min de exposiccedilatildeo

07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de

exposiccedilatildeo

10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem

levar agrave perda de consciecircncia e morte

20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo

1917 Gaacutes Sulfiacutedrico

O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com

um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o

olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e

corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo

O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a

concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por

volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no

oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso

38

2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA

21 Operaccedilotildees de carregamento

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga

descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas

precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como

O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo

reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que

todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser

carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado

Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser

mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do

sistema e seus alarmes

Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se

contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque

O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o

manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de

despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de

vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto

Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para

evitar o transbordamento

39

bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar

o funcionamento das mesmas

bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no

menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de

cada vez

bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim

banda e temperatura da carga

bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da

vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do

terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de

transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post

bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para

reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo

bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a

antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento

bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser

levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que

deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial

bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser

designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de

transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os

demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB

como tanque de aliacutevio

bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes

confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou

bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga

deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques

Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser

fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo

Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser

drenadas e limpas antes do navio sair em viagem

40

Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a

desconexatildeo

22 Operaccedilatildeo de descarga

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas

anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa

operaccedilatildeo tais como

bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a

operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de

8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de

descarga deve ser interrompida

bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha

principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de

oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte

bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que

possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos

tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de

operaccedilatildeo do navio

bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As

vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de

descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto

para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser

confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e

que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o

superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo

da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada

bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o

terminal na carta inicial

41

O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o

melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo

recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para

melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga

de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas

Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de

reduccedilatildeo da bomba de carga

No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o

sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque

Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser

fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o

tanque designado

Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o

representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um

formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de

algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio

chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades

Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos

devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo

Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem

ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados

com todos os parafusos

Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas

vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de

carga

Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A

lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem

42

23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute

Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao

movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado

maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio

para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar

Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem

ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees

utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem

ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio

Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser

desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de

garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de

espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia

O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos

para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais

antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em

um estado criacutetico

43

24 Carregamento de produtos aquecidos

A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito

quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura

pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e

equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas

Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima

da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser

carregada exceder a 60ordmC em temperatura

As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de

uma carga aquecida

bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de

dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor

bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais

razoaacutevel

bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente

livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de

ebuliccedilatildeo da aacutegua

Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as

seguintes providecircncias

bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia

bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo

e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa

bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa

aberta para evitar martelo hidraacuteulico

bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas

antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal

44

bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas

bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo

Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos

tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave

documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria

O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de

condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua

de alimentaccedilatildeo das caldeiras

Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode

causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente

reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes

que as mesmas fiquem expostas

45

25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga

O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias

internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias

para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos

Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto

da transferecircncia

bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador

bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a

condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro

bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia

bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a

condiccedilatildeo de mar

bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo

das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme

planejada

bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar

ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia

Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em

condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que

natildeo eacute seguro

46

26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo

ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que

jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior

A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser

efetuada por instruccedilatildeo do afretador

Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser

utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo

A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma

coacutepia arquivada a bordo

Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de

fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque

natildeo desgaseificado

47

27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)

A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de

transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode

ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando

A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes

transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo

A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente

adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada

principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute

disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio

Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas

devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo

Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as

seguintes

bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja

efetuada

bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo

devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo

bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o

tamanho das defensas deve ser verificada

bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser

considerada

bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o

mooring master

48

28 Operaccedilotildees de lastro

O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do

navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da

operaccedilatildeo e da viagem

Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem

utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido

previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados

O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das

movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees

sobre a Aacutegua de Lastro

Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a

captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta

deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo

Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute

98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a

100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo

de corrosatildeo

Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro

e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da

superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo

evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro

O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta

de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do

deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este

procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro

49

Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface

aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de

interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de

lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte

O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de

contaminaccedilatildeo

Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para

Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua

de Lastro fornecido pela empresa

No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo

217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica

Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da

chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port

Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro

Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle

bull proibiccedilatildeo de deslastro

bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis

bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro

bull deslastro para instalaccedilotildees de terra

Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das

autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as

precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

64

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 22: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

37

CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS

01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de

exposiccedilatildeo

02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira

apoacutes 30min de exposiccedilatildeo

07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de

exposiccedilatildeo

10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem

levar agrave perda de consciecircncia e morte

20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo

1917 Gaacutes Sulfiacutedrico

O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com

um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o

olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e

corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo

O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a

concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por

volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no

oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso

38

2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA

21 Operaccedilotildees de carregamento

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga

descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas

precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como

O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo

reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que

todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser

carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado

Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser

mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do

sistema e seus alarmes

Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se

contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque

O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o

manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de

despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de

vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto

Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para

evitar o transbordamento

39

bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar

o funcionamento das mesmas

bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no

menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de

cada vez

bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim

banda e temperatura da carga

bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da

vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do

terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de

transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post

bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para

reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo

bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a

antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento

bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser

levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que

deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial

bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser

designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de

transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os

demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB

como tanque de aliacutevio

bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes

confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou

bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga

deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques

Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser

fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo

Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser

drenadas e limpas antes do navio sair em viagem

40

Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a

desconexatildeo

22 Operaccedilatildeo de descarga

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas

anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa

operaccedilatildeo tais como

bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a

operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de

8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de

descarga deve ser interrompida

bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha

principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de

oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte

bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que

possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos

tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de

operaccedilatildeo do navio

bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As

vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de

descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto

para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser

confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e

que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o

superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo

da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada

bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o

terminal na carta inicial

41

O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o

melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo

recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para

melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga

de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas

Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de

reduccedilatildeo da bomba de carga

No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o

sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque

Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser

fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o

tanque designado

Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o

representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um

formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de

algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio

chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades

Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos

devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo

Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem

ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados

com todos os parafusos

Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas

vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de

carga

Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A

lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem

42

23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute

Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao

movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado

maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio

para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar

Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem

ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees

utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem

ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio

Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser

desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de

garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de

espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia

O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos

para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais

antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em

um estado criacutetico

43

24 Carregamento de produtos aquecidos

A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito

quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura

pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e

equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas

Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima

da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser

carregada exceder a 60ordmC em temperatura

As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de

uma carga aquecida

bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de

dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor

bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais

razoaacutevel

bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente

livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de

ebuliccedilatildeo da aacutegua

Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as

seguintes providecircncias

bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia

bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo

e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa

bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa

aberta para evitar martelo hidraacuteulico

bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas

antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal

44

bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas

bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo

Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos

tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave

documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria

O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de

condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua

de alimentaccedilatildeo das caldeiras

Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode

causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente

reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes

que as mesmas fiquem expostas

45

25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga

O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias

internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias

para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos

Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto

da transferecircncia

bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador

bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a

condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro

bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia

bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a

condiccedilatildeo de mar

bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo

das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme

planejada

bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar

ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia

Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em

condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que

natildeo eacute seguro

46

26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo

ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que

jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior

A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser

efetuada por instruccedilatildeo do afretador

Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser

utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo

A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma

coacutepia arquivada a bordo

Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de

fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque

natildeo desgaseificado

47

27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)

A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de

transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode

ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando

A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes

transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo

A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente

adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada

principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute

disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio

Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas

devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo

Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as

seguintes

bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja

efetuada

bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo

devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo

bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o

tamanho das defensas deve ser verificada

bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser

considerada

bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o

mooring master

48

28 Operaccedilotildees de lastro

O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do

navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da

operaccedilatildeo e da viagem

Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem

utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido

previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados

O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das

movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees

sobre a Aacutegua de Lastro

Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a

captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta

deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo

Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute

98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a

100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo

de corrosatildeo

Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro

e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da

superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo

evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro

O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta

de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do

deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este

procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro

49

Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface

aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de

interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de

lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte

O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de

contaminaccedilatildeo

Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para

Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua

de Lastro fornecido pela empresa

No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo

217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica

Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da

chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port

Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro

Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle

bull proibiccedilatildeo de deslastro

bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis

bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro

bull deslastro para instalaccedilotildees de terra

Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das

autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as

precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

64

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 23: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

38

2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA

21 Operaccedilotildees de carregamento

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga

descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas

precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como

O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo

reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que

todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser

carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado

Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser

mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do

sistema e seus alarmes

Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se

contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque

O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o

manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de

despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de

vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto

Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para

evitar o transbordamento

39

bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar

o funcionamento das mesmas

bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no

menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de

cada vez

bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim

banda e temperatura da carga

bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da

vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do

terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de

transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post

bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para

reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo

bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a

antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento

bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser

levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que

deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial

bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser

designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de

transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os

demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB

como tanque de aliacutevio

bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes

confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou

bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga

deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques

Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser

fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo

Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser

drenadas e limpas antes do navio sair em viagem

40

Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a

desconexatildeo

22 Operaccedilatildeo de descarga

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas

anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa

operaccedilatildeo tais como

bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a

operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de

8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de

descarga deve ser interrompida

bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha

principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de

oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte

bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que

possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos

tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de

operaccedilatildeo do navio

bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As

vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de

descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto

para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser

confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e

que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o

superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo

da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada

bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o

terminal na carta inicial

41

O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o

melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo

recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para

melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga

de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas

Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de

reduccedilatildeo da bomba de carga

No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o

sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque

Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser

fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o

tanque designado

Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o

representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um

formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de

algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio

chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades

Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos

devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo

Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem

ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados

com todos os parafusos

Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas

vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de

carga

Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A

lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem

42

23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute

Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao

movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado

maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio

para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar

Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem

ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees

utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem

ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio

Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser

desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de

garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de

espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia

O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos

para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais

antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em

um estado criacutetico

43

24 Carregamento de produtos aquecidos

A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito

quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura

pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e

equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas

Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima

da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser

carregada exceder a 60ordmC em temperatura

As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de

uma carga aquecida

bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de

dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor

bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais

razoaacutevel

bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente

livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de

ebuliccedilatildeo da aacutegua

Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as

seguintes providecircncias

bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia

bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo

e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa

bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa

aberta para evitar martelo hidraacuteulico

bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas

antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal

44

bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas

bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo

Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos

tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave

documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria

O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de

condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua

de alimentaccedilatildeo das caldeiras

Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode

causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente

reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes

que as mesmas fiquem expostas

45

25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga

O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias

internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias

para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos

Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto

da transferecircncia

bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador

bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a

condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro

bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia

bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a

condiccedilatildeo de mar

bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo

das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme

planejada

bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar

ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia

Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em

condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que

natildeo eacute seguro

46

26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo

ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que

jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior

A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser

efetuada por instruccedilatildeo do afretador

Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser

utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo

A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma

coacutepia arquivada a bordo

Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de

fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque

natildeo desgaseificado

47

27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)

A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de

transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode

ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando

A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes

transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo

A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente

adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada

principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute

disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio

Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas

devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo

Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as

seguintes

bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja

efetuada

bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo

devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo

bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o

tamanho das defensas deve ser verificada

bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser

considerada

bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o

mooring master

48

28 Operaccedilotildees de lastro

O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do

navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da

operaccedilatildeo e da viagem

Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem

utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido

previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados

O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das

movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees

sobre a Aacutegua de Lastro

Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a

captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta

deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo

Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute

98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a

100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo

de corrosatildeo

Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro

e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da

superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo

evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro

O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta

de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do

deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este

procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro

49

Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface

aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de

interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de

lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte

O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de

contaminaccedilatildeo

Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para

Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua

de Lastro fornecido pela empresa

No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo

217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica

Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da

chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port

Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro

Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle

bull proibiccedilatildeo de deslastro

bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis

bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro

bull deslastro para instalaccedilotildees de terra

Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das

autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as

precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

64

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 24: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

39

bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar

o funcionamento das mesmas

bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no

menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de

cada vez

bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim

banda e temperatura da carga

bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da

vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do

terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de

transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post

bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para

reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo

bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a

antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento

bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser

levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que

deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial

bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser

designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de

transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os

demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB

como tanque de aliacutevio

bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes

confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou

bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga

deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques

Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser

fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo

Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser

drenadas e limpas antes do navio sair em viagem

40

Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a

desconexatildeo

22 Operaccedilatildeo de descarga

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas

anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa

operaccedilatildeo tais como

bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a

operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de

8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de

descarga deve ser interrompida

bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha

principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de

oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte

bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que

possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos

tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de

operaccedilatildeo do navio

bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As

vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de

descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto

para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser

confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e

que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o

superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo

da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada

bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o

terminal na carta inicial

41

O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o

melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo

recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para

melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga

de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas

Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de

reduccedilatildeo da bomba de carga

No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o

sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque

Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser

fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o

tanque designado

Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o

representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um

formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de

algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio

chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades

Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos

devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo

Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem

ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados

com todos os parafusos

Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas

vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de

carga

Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A

lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem

42

23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute

Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao

movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado

maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio

para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar

Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem

ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees

utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem

ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio

Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser

desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de

garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de

espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia

O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos

para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais

antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em

um estado criacutetico

43

24 Carregamento de produtos aquecidos

A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito

quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura

pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e

equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas

Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima

da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser

carregada exceder a 60ordmC em temperatura

As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de

uma carga aquecida

bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de

dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor

bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais

razoaacutevel

bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente

livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de

ebuliccedilatildeo da aacutegua

Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as

seguintes providecircncias

bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia

bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo

e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa

bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa

aberta para evitar martelo hidraacuteulico

bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas

antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal

44

bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas

bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo

Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos

tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave

documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria

O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de

condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua

de alimentaccedilatildeo das caldeiras

Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode

causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente

reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes

que as mesmas fiquem expostas

45

25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga

O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias

internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias

para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos

Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto

da transferecircncia

bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador

bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a

condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro

bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia

bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a

condiccedilatildeo de mar

bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo

das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme

planejada

bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar

ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia

Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em

condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que

natildeo eacute seguro

46

26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo

ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que

jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior

A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser

efetuada por instruccedilatildeo do afretador

Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser

utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo

A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma

coacutepia arquivada a bordo

Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de

fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque

natildeo desgaseificado

47

27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)

A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de

transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode

ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando

A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes

transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo

A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente

adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada

principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute

disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio

Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas

devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo

Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as

seguintes

bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja

efetuada

bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo

devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo

bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o

tamanho das defensas deve ser verificada

bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser

considerada

bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o

mooring master

48

28 Operaccedilotildees de lastro

O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do

navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da

operaccedilatildeo e da viagem

Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem

utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido

previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados

O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das

movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees

sobre a Aacutegua de Lastro

Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a

captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta

deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo

Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute

98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a

100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo

de corrosatildeo

Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro

e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da

superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo

evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro

O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta

de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do

deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este

procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro

49

Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface

aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de

interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de

lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte

O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de

contaminaccedilatildeo

Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para

Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua

de Lastro fornecido pela empresa

No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo

217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica

Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da

chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port

Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro

Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle

bull proibiccedilatildeo de deslastro

bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis

bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro

bull deslastro para instalaccedilotildees de terra

Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das

autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as

precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

64

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 25: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

40

Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a

desconexatildeo

22 Operaccedilatildeo de descarga

Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas

anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa

operaccedilatildeo tais como

bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a

operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de

8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de

descarga deve ser interrompida

bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha

principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de

oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte

bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos

navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que

possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha

principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos

tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de

operaccedilatildeo do navio

bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As

vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de

descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto

para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser

confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e

que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento

bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o

superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo

da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada

bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o

terminal na carta inicial

41

O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o

melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo

recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para

melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga

de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas

Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de

reduccedilatildeo da bomba de carga

No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o

sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque

Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser

fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o

tanque designado

Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o

representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um

formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de

algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio

chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades

Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos

devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo

Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem

ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados

com todos os parafusos

Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas

vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de

carga

Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A

lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem

42

23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute

Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao

movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado

maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio

para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar

Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem

ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees

utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem

ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio

Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser

desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de

garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de

espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia

O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos

para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais

antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em

um estado criacutetico

43

24 Carregamento de produtos aquecidos

A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito

quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura

pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e

equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas

Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima

da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser

carregada exceder a 60ordmC em temperatura

As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de

uma carga aquecida

bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de

dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor

bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais

razoaacutevel

bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente

livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de

ebuliccedilatildeo da aacutegua

Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as

seguintes providecircncias

bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia

bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo

e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa

bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa

aberta para evitar martelo hidraacuteulico

bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas

antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal

44

bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas

bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo

Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos

tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave

documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria

O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de

condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua

de alimentaccedilatildeo das caldeiras

Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode

causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente

reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes

que as mesmas fiquem expostas

45

25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga

O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias

internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias

para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos

Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto

da transferecircncia

bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador

bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a

condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro

bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia

bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a

condiccedilatildeo de mar

bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo

das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme

planejada

bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar

ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia

Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em

condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que

natildeo eacute seguro

46

26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo

ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que

jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior

A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser

efetuada por instruccedilatildeo do afretador

Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser

utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo

A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma

coacutepia arquivada a bordo

Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de

fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque

natildeo desgaseificado

47

27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)

A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de

transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode

ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando

A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes

transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo

A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente

adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada

principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute

disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio

Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas

devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo

Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as

seguintes

bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja

efetuada

bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo

devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo

bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o

tamanho das defensas deve ser verificada

bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser

considerada

bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o

mooring master

48

28 Operaccedilotildees de lastro

O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do

navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da

operaccedilatildeo e da viagem

Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem

utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido

previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados

O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das

movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees

sobre a Aacutegua de Lastro

Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a

captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta

deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo

Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute

98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a

100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo

de corrosatildeo

Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro

e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da

superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo

evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro

O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta

de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do

deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este

procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro

49

Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface

aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de

interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de

lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte

O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de

contaminaccedilatildeo

Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para

Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua

de Lastro fornecido pela empresa

No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo

217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica

Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da

chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port

Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro

Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle

bull proibiccedilatildeo de deslastro

bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis

bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro

bull deslastro para instalaccedilotildees de terra

Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das

autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as

precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

64

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 26: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

41

O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o

melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo

recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para

melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga

de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas

Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de

reduccedilatildeo da bomba de carga

No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o

sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque

Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser

fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o

tanque designado

Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o

representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um

formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de

algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio

chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades

Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos

devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo

Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem

ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados

com todos os parafusos

Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas

vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de

carga

Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A

lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem

42

23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute

Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao

movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado

maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio

para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar

Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem

ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees

utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem

ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio

Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser

desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de

garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de

espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia

O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos

para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais

antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em

um estado criacutetico

43

24 Carregamento de produtos aquecidos

A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito

quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura

pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e

equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas

Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima

da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser

carregada exceder a 60ordmC em temperatura

As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de

uma carga aquecida

bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de

dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor

bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais

razoaacutevel

bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente

livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de

ebuliccedilatildeo da aacutegua

Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as

seguintes providecircncias

bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia

bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo

e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa

bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa

aberta para evitar martelo hidraacuteulico

bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas

antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal

44

bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas

bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo

Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos

tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave

documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria

O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de

condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua

de alimentaccedilatildeo das caldeiras

Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode

causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente

reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes

que as mesmas fiquem expostas

45

25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga

O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias

internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias

para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos

Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto

da transferecircncia

bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador

bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a

condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro

bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia

bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a

condiccedilatildeo de mar

bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo

das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme

planejada

bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar

ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia

Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em

condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que

natildeo eacute seguro

46

26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo

ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que

jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior

A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser

efetuada por instruccedilatildeo do afretador

Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser

utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo

A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma

coacutepia arquivada a bordo

Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de

fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque

natildeo desgaseificado

47

27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)

A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de

transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode

ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando

A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes

transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo

A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente

adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada

principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute

disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio

Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas

devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo

Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as

seguintes

bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja

efetuada

bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo

devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo

bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o

tamanho das defensas deve ser verificada

bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser

considerada

bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o

mooring master

48

28 Operaccedilotildees de lastro

O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do

navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da

operaccedilatildeo e da viagem

Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem

utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido

previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados

O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das

movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees

sobre a Aacutegua de Lastro

Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a

captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta

deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo

Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute

98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a

100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo

de corrosatildeo

Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro

e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da

superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo

evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro

O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta

de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do

deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este

procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro

49

Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface

aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de

interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de

lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte

O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de

contaminaccedilatildeo

Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para

Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua

de Lastro fornecido pela empresa

No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo

217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica

Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da

chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port

Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro

Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle

bull proibiccedilatildeo de deslastro

bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis

bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro

bull deslastro para instalaccedilotildees de terra

Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das

autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as

precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

64

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 27: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

42

23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute

Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao

movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado

maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio

para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar

Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem

ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees

utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem

ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio

Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser

desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de

garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de

espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia

O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos

para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais

antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em

um estado criacutetico

43

24 Carregamento de produtos aquecidos

A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito

quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura

pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e

equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas

Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima

da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser

carregada exceder a 60ordmC em temperatura

As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de

uma carga aquecida

bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de

dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor

bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais

razoaacutevel

bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente

livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de

ebuliccedilatildeo da aacutegua

Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as

seguintes providecircncias

bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia

bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo

e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa

bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa

aberta para evitar martelo hidraacuteulico

bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas

antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal

44

bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas

bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo

Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos

tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave

documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria

O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de

condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua

de alimentaccedilatildeo das caldeiras

Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode

causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente

reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes

que as mesmas fiquem expostas

45

25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga

O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias

internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias

para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos

Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto

da transferecircncia

bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador

bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a

condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro

bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia

bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a

condiccedilatildeo de mar

bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo

das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme

planejada

bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar

ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia

Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em

condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que

natildeo eacute seguro

46

26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo

ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que

jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior

A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser

efetuada por instruccedilatildeo do afretador

Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser

utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo

A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma

coacutepia arquivada a bordo

Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de

fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque

natildeo desgaseificado

47

27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)

A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de

transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode

ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando

A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes

transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo

A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente

adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada

principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute

disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio

Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas

devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo

Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as

seguintes

bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja

efetuada

bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo

devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo

bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o

tamanho das defensas deve ser verificada

bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser

considerada

bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o

mooring master

48

28 Operaccedilotildees de lastro

O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do

navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da

operaccedilatildeo e da viagem

Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem

utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido

previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados

O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das

movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees

sobre a Aacutegua de Lastro

Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a

captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta

deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo

Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute

98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a

100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo

de corrosatildeo

Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro

e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da

superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo

evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro

O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta

de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do

deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este

procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro

49

Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface

aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de

interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de

lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte

O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de

contaminaccedilatildeo

Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para

Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua

de Lastro fornecido pela empresa

No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo

217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica

Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da

chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port

Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro

Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle

bull proibiccedilatildeo de deslastro

bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis

bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro

bull deslastro para instalaccedilotildees de terra

Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das

autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as

precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

64

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 28: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

43

24 Carregamento de produtos aquecidos

A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito

quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura

pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e

equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas

Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima

da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser

carregada exceder a 60ordmC em temperatura

As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de

uma carga aquecida

bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de

dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor

bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais

razoaacutevel

bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente

livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de

ebuliccedilatildeo da aacutegua

Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as

seguintes providecircncias

bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia

bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo

e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa

bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa

aberta para evitar martelo hidraacuteulico

bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas

antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal

44

bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas

bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo

Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos

tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave

documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria

O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de

condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua

de alimentaccedilatildeo das caldeiras

Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode

causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente

reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes

que as mesmas fiquem expostas

45

25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga

O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias

internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias

para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos

Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto

da transferecircncia

bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador

bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a

condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro

bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia

bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a

condiccedilatildeo de mar

bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo

das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme

planejada

bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar

ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia

Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em

condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que

natildeo eacute seguro

46

26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo

ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que

jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior

A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser

efetuada por instruccedilatildeo do afretador

Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser

utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo

A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma

coacutepia arquivada a bordo

Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de

fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque

natildeo desgaseificado

47

27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)

A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de

transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode

ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando

A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes

transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo

A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente

adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada

principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute

disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio

Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas

devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo

Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as

seguintes

bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja

efetuada

bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo

devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo

bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o

tamanho das defensas deve ser verificada

bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser

considerada

bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o

mooring master

48

28 Operaccedilotildees de lastro

O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do

navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da

operaccedilatildeo e da viagem

Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem

utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido

previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados

O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das

movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees

sobre a Aacutegua de Lastro

Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a

captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta

deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo

Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute

98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a

100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo

de corrosatildeo

Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro

e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da

superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo

evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro

O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta

de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do

deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este

procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro

49

Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface

aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de

interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de

lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte

O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de

contaminaccedilatildeo

Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para

Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua

de Lastro fornecido pela empresa

No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo

217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica

Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da

chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port

Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro

Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle

bull proibiccedilatildeo de deslastro

bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis

bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro

bull deslastro para instalaccedilotildees de terra

Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das

autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as

precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

64

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 29: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

44

bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas

bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo

Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos

tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave

documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria

O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de

condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua

de alimentaccedilatildeo das caldeiras

Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode

causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente

reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes

que as mesmas fiquem expostas

45

25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga

O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias

internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias

para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos

Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto

da transferecircncia

bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador

bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a

condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro

bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia

bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a

condiccedilatildeo de mar

bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo

das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme

planejada

bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar

ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia

Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em

condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que

natildeo eacute seguro

46

26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo

ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que

jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior

A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser

efetuada por instruccedilatildeo do afretador

Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser

utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo

A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma

coacutepia arquivada a bordo

Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de

fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque

natildeo desgaseificado

47

27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)

A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de

transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode

ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando

A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes

transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo

A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente

adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada

principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute

disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio

Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas

devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo

Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as

seguintes

bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja

efetuada

bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo

devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo

bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o

tamanho das defensas deve ser verificada

bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser

considerada

bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o

mooring master

48

28 Operaccedilotildees de lastro

O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do

navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da

operaccedilatildeo e da viagem

Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem

utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido

previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados

O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das

movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees

sobre a Aacutegua de Lastro

Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a

captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta

deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo

Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute

98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a

100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo

de corrosatildeo

Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro

e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da

superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo

evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro

O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta

de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do

deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este

procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro

49

Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface

aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de

interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de

lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte

O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de

contaminaccedilatildeo

Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para

Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua

de Lastro fornecido pela empresa

No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo

217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica

Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da

chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port

Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro

Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle

bull proibiccedilatildeo de deslastro

bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis

bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro

bull deslastro para instalaccedilotildees de terra

Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das

autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as

precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

64

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 30: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

45

25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga

O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias

internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias

para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos

Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto

da transferecircncia

bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador

bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a

condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro

bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia

bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a

condiccedilatildeo de mar

bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo

das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme

planejada

bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar

ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia

Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em

condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que

natildeo eacute seguro

46

26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo

ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que

jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior

A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser

efetuada por instruccedilatildeo do afretador

Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser

utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo

A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma

coacutepia arquivada a bordo

Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de

fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque

natildeo desgaseificado

47

27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)

A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de

transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode

ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando

A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes

transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo

A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente

adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada

principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute

disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio

Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas

devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo

Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as

seguintes

bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja

efetuada

bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo

devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo

bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o

tamanho das defensas deve ser verificada

bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser

considerada

bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o

mooring master

48

28 Operaccedilotildees de lastro

O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do

navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da

operaccedilatildeo e da viagem

Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem

utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido

previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados

O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das

movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees

sobre a Aacutegua de Lastro

Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a

captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta

deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo

Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute

98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a

100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo

de corrosatildeo

Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro

e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da

superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo

evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro

O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta

de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do

deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este

procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro

49

Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface

aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de

interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de

lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte

O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de

contaminaccedilatildeo

Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para

Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua

de Lastro fornecido pela empresa

No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo

217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica

Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da

chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port

Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro

Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle

bull proibiccedilatildeo de deslastro

bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis

bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro

bull deslastro para instalaccedilotildees de terra

Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das

autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as

precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

64

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 31: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

46

26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo

ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que

jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior

A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser

efetuada por instruccedilatildeo do afretador

Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser

utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo

A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma

coacutepia arquivada a bordo

Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de

fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque

natildeo desgaseificado

47

27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)

A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de

transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode

ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando

A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes

transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo

A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente

adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada

principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute

disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio

Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas

devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo

Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as

seguintes

bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja

efetuada

bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo

devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo

bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o

tamanho das defensas deve ser verificada

bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser

considerada

bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o

mooring master

48

28 Operaccedilotildees de lastro

O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do

navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da

operaccedilatildeo e da viagem

Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem

utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido

previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados

O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das

movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees

sobre a Aacutegua de Lastro

Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a

captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta

deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo

Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute

98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a

100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo

de corrosatildeo

Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro

e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da

superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo

evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro

O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta

de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do

deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este

procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro

49

Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface

aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de

interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de

lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte

O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de

contaminaccedilatildeo

Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para

Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua

de Lastro fornecido pela empresa

No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo

217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica

Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da

chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port

Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro

Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle

bull proibiccedilatildeo de deslastro

bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis

bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro

bull deslastro para instalaccedilotildees de terra

Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das

autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as

precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

64

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 32: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

47

27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)

A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de

transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode

ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando

A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes

transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo

A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente

adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada

principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute

disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio

Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas

devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo

Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as

seguintes

bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja

efetuada

bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo

devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo

bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o

tamanho das defensas deve ser verificada

bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser

considerada

bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o

mooring master

48

28 Operaccedilotildees de lastro

O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do

navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da

operaccedilatildeo e da viagem

Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem

utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido

previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados

O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das

movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees

sobre a Aacutegua de Lastro

Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a

captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta

deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo

Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute

98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a

100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo

de corrosatildeo

Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro

e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da

superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo

evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro

O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta

de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do

deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este

procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro

49

Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface

aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de

interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de

lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte

O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de

contaminaccedilatildeo

Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para

Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua

de Lastro fornecido pela empresa

No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo

217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica

Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da

chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port

Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro

Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle

bull proibiccedilatildeo de deslastro

bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis

bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro

bull deslastro para instalaccedilotildees de terra

Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das

autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as

precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

64

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 33: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

48

28 Operaccedilotildees de lastro

O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do

navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da

operaccedilatildeo e da viagem

Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem

utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido

previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados

O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das

movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees

sobre a Aacutegua de Lastro

Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a

captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta

deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo

Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute

98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a

100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo

de corrosatildeo

Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro

e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da

superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo

evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro

O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta

de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do

deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este

procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro

49

Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface

aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de

interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de

lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte

O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de

contaminaccedilatildeo

Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para

Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua

de Lastro fornecido pela empresa

No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo

217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica

Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da

chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port

Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro

Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle

bull proibiccedilatildeo de deslastro

bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis

bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro

bull deslastro para instalaccedilotildees de terra

Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das

autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as

precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

64

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 34: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

49

Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface

aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de

interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de

lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte

O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de

contaminaccedilatildeo

Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para

Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua

de Lastro fornecido pela empresa

No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo

217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica

Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da

chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port

Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro

Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle

bull proibiccedilatildeo de deslastro

bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis

bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro

bull deslastro para instalaccedilotildees de terra

Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das

autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as

precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

64

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 35: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

50

29 Descarga de mistura oleosa e efluentes

291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas

Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina

que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da

praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador

de aacutegua e oacuteleo

Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser

descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em

viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser

efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm

Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto

para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente

removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos

especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes

Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de

aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada

A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de

carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo

posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa

ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas

Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas

devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de

Oacuteleo ndash Parte I

As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de

Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

54

3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

62

311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

63

3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

64

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

65

3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

67

3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

Page 36: 1 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS

51

Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina

para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de

utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da

maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de

linhas bandejas e trincaniz

52

292 Descarte de misturas oleosas

As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de

tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os

regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da

MARPOL descritas abaixo

bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10

do Anexo I da MARPOL

bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima

bull Estar navegando na rota planejada

bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada

bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para

petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes

bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro

53

210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle

de emissatildeo de vapores (VECS)

O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute

relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os

vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos

para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de

seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um

fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de

riscos que tecircm que ser efetivamente controlados

Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees

detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A

IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de

sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo

de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre

arranjos de manifolds para vapores

Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode

servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo

possuidores deste sistema

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3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS

TRIPULANTES ENVOLVIDOS

31 Certificado de inspeccedilatildeo

Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta

que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para

receber a carga nomeada

Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados

e se encontram livres de carga bombeaacutevel

Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva

quantidade deve constar no campo apropriado do certificado

O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques

pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas

Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado

o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma

Carta-Protesto citando a recusa

55

32 Notificaccedilatildeo

Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes

interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de

destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos

A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees

bull destinataacuterio

bull data e hora da emissatildeo

bull produtos e quantidades a serem movimentadas

Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade

informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More

or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)

Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de

uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma

delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na

chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes

emitidas na desconexatildeo de cada terminal

A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser

formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes

do navio do terminal e embarcador ou recebedor

56

33 Carta Inicial

Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na

Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas

condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo

A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e

carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o

outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve

preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial

complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante

do mesmo

As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de

liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar

natildeo se limitando aos valores contratuais

Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute

comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados

relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando

necessaacuterio

57

34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades

Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a

ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se

iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento

Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor

da carga

58

35 Registro de pressotildees de descarga

Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no

manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por

representantes do navio e do terminal

Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento

bull Data e hora da leitura

bull Bombas de carga em uso

bull Vazatildeo a cada hora

Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio

deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente

outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold

deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e

foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura

Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata

para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo

a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que

contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio

59

36 Registro de ocorrecircncias

Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao

ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees

nele contidas

Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement

of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet

Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser

anexados agrave documentaccedilatildeo da carga

60

37 Carta Protesto

Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho

operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes

envolvidas no transporte mariacutetimo

Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo

bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo

bull Presenccedila de aacutegua na carga

bull Baixa vazatildeo de carregamento

bull Restriccedilotildees operacionais

bull Interrupccedilotildees pelo terminal

A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para

proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante

Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e

conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees

Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve

anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como

testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha

Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve

fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em

qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada

61

38 Manifesto de carga

Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas

destinadas a determinado porto

Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade

alfandegaacuteria via agente local

39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)

Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga

servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo

310 Certificado de anaacutelise de produto

Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da

anaacutelise do produto embarcado

O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio

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311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas

operaccedilotildees de carga e descarga

A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de

naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de

maacutequinas e seu auxiliar

O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial

de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo

Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo

bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo

atualizando conforme a necessidade

bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve

ser chamado ao CCC

bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal

bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das

operaccedilotildees de carga

bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques

transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes

envolvidos

bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do

conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante

bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de

mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)

e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para

seguranccedila

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com

o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas

bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das

operaccedilotildees

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3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica

Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato

manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo

relacionado

bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as

operaccedilotildees

bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo

bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais

bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo

bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a

utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases

da operaccedilatildeo

bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o

terminal durante toda operaccedilatildeo

bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho

de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes

registros devem ser efetuados

o Cumprimento dos check-lists operacionais

o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio

o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold

o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque

o Inspeccedilatildeo de terceiros

o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos

o Falha de equipamentos

o Monitoramento da atmosfera dos tanques

o Recebimento e entrega de amostras

bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser

descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado

deve ser corrigida no plano correspondente

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bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes

registros

o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza

abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da

mistura oleosa e efluentes

o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga

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3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador

bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do

Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo

bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo

bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de

bombas

bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada

bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas

bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo

bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga

66

3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de

conveacutes

bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor

do navio

bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas

e linhas

bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga

bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar

inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado

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3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de

maacutequinas

bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo

dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da

operaccedilatildeo

bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC

bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio

interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de

combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes

68

312 Procedimentos para minimizar perda de receita

No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de

reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha

de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente

isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os

papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano

Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No

final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de

ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa

estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos

distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no

aumento de capital

Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a

empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis

internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco

provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as

promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde

outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar

representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar

saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente

significamente

Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu

as principais causas de perda de receita

bull Off-hire

o Certificaccedilatildeo

o Quebra de equipamentos

o Tripulaccedilatildeo

bull Underperformance

69

o Velocidade

o Bombeio

o Consumos

Os procedimentos para minimizar a perda da receita

bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal

atualmente utilizado o NS-5

bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados

o DOC ndash Documento de conformidade

o Estatutaacuterios

o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)

o ISPS

bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo

o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila

o Amarraccedilatildeo segura

bull Durante a operaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Acompanhamento da operaccedilatildeo

o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops

o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro

o Cumprimento do plano de carga

bull Durante a navegaccedilatildeo

o Correto cumprimento do SGF

o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante

o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas

o Cumprimento do plano de viagem

o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo

bull Preenchimento correto dos boletins SIGO

o Confirmar dados antes de inserir nos boletins

o Inserir mau tempo nos boletins de viagem

o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando

possiacutevel

o Inserir shifting correto

70

o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem

o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds

o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees

ou segregaccedilotildees

o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem

o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia

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