para além das estatísticas: o experimento de benedito com a palma forrageira no

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 9 • nº 2071 Rafael Fernandes / RN Janeiro/2015 Para além das estatísticas: O experimento de Benedito com a Palma Forrageira no Semiárido Potiguar epresentando 56% do território nordestino e pouco mais de 11% do território nacional, R o Semiárido Brasileiro é palco de histórias de luta e superação que traz consigo a força, a determinação e a inteligência de seu povo. O desenvolvimento de experiências práticas de convivência com o semiárido, devido aos grandes períodos de estiagem na região, fez com que agricultores como Seu Benedito Maia Filho de 47 anos, buscassem alternativas para alimentar seu rebanho usando a pouca água vinda do céu. Morador do Sítio Gangorra, distante cerca de 05 km da sede do município de Rafael Fernandes, no Alto Oeste Potiguar, Seu Benedito conta que, pensando no futuro, decidiu fazer um experimento com palma forrageira devido à necessidade de alimentar suas cinco vacas produtoras de leite. Conforme o mesmo, usar a palma como forragem para seus animais foi uma dica dada por um amigo, técnico veterinário do Instituto Bio Sistêmico (IBS) financiado pelo SEBRAE. “Por ser mais resistente à nossa região e necessitar de pouca água no seu cultivo, resolvi fazer esse experimento de palma há mais ou menos um ano, mas descobri que inicialmente as sementes que plantei não eram resistentes à cochonilha”, relatou o agricultor. Em busca de

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Buscando alimentar seus animais diante da falta de chuva, Benedito decidiu por conta própria fazer um experimento com a Palma Forrageira. Ele pretende estender a sua produção com a cisterna Calçadão construída em seu quintal.

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Page 1: Para além das estatísticas: O experimento de Benedito com a Palma Forrageira no

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 9 • nº 2071

Rafael Fernandes / RN

Janeiro/2015

Para além das estatísticas: O experimento de Benedito com a Palma Forrageira no Semiárido

Potiguar

epresentando 56% do território nordestino e pouco mais de 11% do território nacional,

Ro Semiárido Brasileiro é palco de histórias de luta e superação que traz consigo a força, a determinação e a inteligência de seu povo. O desenvolvimento de experiências

práticas de convivência com o semiárido, devido aos grandes períodos de estiagem na região, fez com que agricultores como Seu Benedito Maia Filho de 47 anos, buscassem alternativas para alimentar seu rebanho usando a pouca água vinda do céu. Morador do Sítio Gangorra, distante cerca de 05 km da sede do município de Rafael Fernandes, no Alto Oeste Potiguar, Seu Benedito conta que, pensando no futuro, decidiu fazer um experimento com palma forrageira devido à necessidade de alimentar suas cinco vacas produtoras de leite. Conforme o mesmo, usar a palma como forragem para seus animais foi uma dica dada por um amigo, técnico veterinário do Instituto Bio Sistêmico (IBS) financiado pelo SEBRAE.“Por ser mais resistente à nossa região e necessitar de pouca água no seu cultivo, resolvi fazer esse experimento de palma há mais ou menos um ano, mas descobri que inicialmente as sementes que plantei não eram resistentes à cochonilha”, relatou o agricultor. Em busca de

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outra espécie que fosse resistente ao inseto, Seu Benedito conta que o filho, que estudava Medicina Veterinária na Paraíba, encontrou um agrônomo cuja especialidade era a palma, e com ele, conseguiu duas mil raquetes da planta. “Dessas 2 mil raquetes eu plantei 500 unidades no quintal e as outras 1.500 folhas eu distribui com seis amigos da região que, inclusive, continuam com o experimento igual ao meu até hoje”, revelou. Ainda segundo o agricultor, os 500 m² de experimento no seu quintal ainda não são suficientes, ele quer expandir a palma plantando mais seis mil covas até o final do próximo ano e pretende fazer isso com a cisterna calçadão que será construída em seu quintal.As cinco vacas que possui ainda se alimentam do sistema rotacionado de capim que ele mantém em uma área de seu terreno, a meta é que em 2015 a palma passe a fazer parte do cardápio delas. Diariamente suas vacas produzem cerca de 70 litros de leite e a perspectiva é de que no próximo ano essa produção aumente ainda mais. O agricultor faz parte dos mais de 22 milhões de habitantes de vivem na região semiárida do país e que lutam pela dignidade da vida no campo.