pará industrial dezembro de 2016 • ano 8 • edição 35...a existÊncia de uma revoluÇÃo...

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OUTUBRO DE 2018 • ANO 10 • EDIÇÃO 39 PARÁ PRECISA QUEBRAR BARREIRAS EMPRESÁRIOS REÚNEM PROPOSTAS PARA AUXILIAR OS PRÓXIMOS GOVERNANTES RUMO AO DESENVOLVIMENTO

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OUTUBRO DE 2018 • ANO 10 • EDIÇÃO 39

PARÁ PRECISA QUEBRARBARREIRASEMPRESÁRIOS REÚNEM PROPOSTAS PARA AUXILIAR OS PRÓXIMOS GOVERNANTES RUMO AO DESENVOLVIMENTO

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42 Sexta edição do PrêmioREDES/FIEPA marca 18 anos da iniciativa no Estado

SUMÁRIO_OUTUBRO 2018

22 Eficiência energéticaé emergencial para a competitividade das indústrias

2846

38

Alternativas para a destinação final dos resíduos no Pará

SESI ajuda jovens e adultos a avançarem na formação profissional

34 Indústrias da pesca buscam mais políticas públicas parase desenvolver

X Editorial Pág. 5

X Radar da Indústria Pág. 6

X Direitos e Deveres Pág. 32

X Vida Corporativa Pág. 50

20 A mega estrutura da maiorusina hidrelétrica 100% brasileira

IEL realiza workshop sobre sucessão familiar e ajuda a esclarecer dúvidas

X Nilson Azevedo Pág. 13

X Frederico Bussinger Pág. 2514 Produtores de Tomé-Açu criam

agroindústria de polpa de frutas e batem recorde de faturamento

ENTREVISTA com Jefferson de Oliveira Gomes, Diretor Regional do SENAI de Santa Catarina. Pág. 10

A INDÚSTRIA 4.0 É UMA ALUSÃO À QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL. DIFERENTEMENTE DAS TRÊS ANTERIORES, ESTA É A PRIMEIRA VEZ QUE A SOCIEDADE IDENTIFICA A EXISTÊNCIA DE UMA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL EM CURSO”

ARTIGOS

SEÇÕES

DESAFIOS DA INDÚSTRIA PARA OS PRÓXIMOS ANOS

16

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OUTUBRO DE 2018ANO 10 • EDIÇÃO 39

FALE COM A PARÁ INDUSTRIAL

Assessoria de Comunicação do Sistema FIEPATravessa Quintino Bocaiúva, nº 1588, 7º andar. CEP: 66035-190. Belém (PA). (91) 4009-4815 / 4816 / 4817Comentários e sugestões de pauta: [email protected]

@SistemaFIEPA

www.fiepa.org.br/SistemaFIEPA

Acompanhe o Sistema FIEPA na internet:

/SistemaFIEPAweb

@SistemaFIEPA

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PRODUÇÃOAssessoria de Comunicação do Sistema FIEPATemple Comunicação

REDAÇÃOCoordenação: Elen NérisEdição: Temple Comunicação, Maria Luiza MartinsTextos: Adriana Ferreira, Elen Néris, Fernando Gomes, Maria Luiza Martins, Thayana Araújo, Jobson Marinho, Fabiana Gomes, Eduardo Laviano (estagiário)Capa: Calazans SouzaProjeto gráfico: Calazans SouzaFotos: Pedro Sousa e divulgaçãoTratamento de imagem e diagramação: Calazans SouzaRevisão de conteúdo: Ivanildo Pontes e Elen Néris

PUBLICIDADEAssessoria de Comunicação do Sistema FIEPA(91) 4009-4816Impressão: Marques EditoraTiragem: 15.000 exemplares

* As opiniões contidas em artigos assinados são de responsabilidade de seus autores, não refletindo, necessariamente, o pensamento da FIEPA.

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO PARÁ - SISTEMA FIEPAQUADRIÊNIO 2018/2022

PRESIDENTEJosé Conrado Azevedo Santos

VICE-PRESIDENTES

Vice-Presidente Executivo Marcos Marcelino de OliveiraNilson Monteiro de AzevedoJosé Fernando de Mendonça Gomes JuniorJosé Maria da Costa MendonçaRita de Cássia Arêas

Vice-PresidenteShydney Jorge RosaMarcelo Gil Castelo BrancoFabio Ribeiro de Azevedo VasconcellosLuiz Otávio Rei MonteiroJuarez de Paula SimõesCarlos Jorge da Silva LimaClóvis Armando Lemos CarneiroSolange Maria Alves Mota SantosAlex Dias Carvalho

TESOUREIROSIvanildo Pereira de Pontes • 1º TesoureiroRoberto Rodrigues Lima • 2º Tesoureiro

SECRETÁRIOSElias Gomes Pedrosa Neto • 1º TesoureiroMaria de Fátima Chamma • 2º Tesoureiro

DIRETORESJosefran da Silva AlmeidaLeônidas Ernesto de SouzaOséas Nunes de CastroApoliano Oliveira do NascimentoFernando Antônio FerreiraMarcello Silva do Amaral BritoRivanildo Samuel Hardman JuniorAntônio Emil dos Santos Lourenço Castanheira de MacedoDaniel Acatauassú FreirePaulo Afonso CostaMaurício Riozo Lima KaianoNeudo TavaresMário César Lombardi

CONSELHO FISCAL

EfetivosAndré Luiz Ferreira FontesFernando Bruno Carvalho BarbosaRaimundo Gonçalves Barbosa

SuplentesFábio Resque VieiraAbílio Furtado Henriques

DELEGADOS

Efetivos junto à CNIJosé Conrado Azevedo SantosFabio Ribeiro de Azevedo Vasconcellos

Suplentes junto à CNINilson Monteiro de AzevedoJosé Maria da Costa Mendonça

SUPERINTENDENTE REGIONAL DO SESI E DIRETOR REGIONAL DO SENAIDário Antônio Bastos de Lemos

SUPERINTENDENTE DO IELCarlos Auad

DIRETOR EXECUTIVO DA FIEPAIvanildo Pontes

CHEFE DE GABINETE DA FIEPAFabio Contente Biolcati Rodrigues

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EDITORIAL_INOVAÇÃO

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UMA IMERSÃO NAS PRINCIPAIS EXPERIÊNCIAS DE INOVAÇÃO NOS ESTADOS UNIDOSJOSÉ CONRADO SANTOSPRESIDENTE DO SISTEMA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO PARÁ – SISTEMA FIEPA

O Brasil ocupa o 64º lugar em um ranking de 126 países no Índice Global de Inovação (IGI). O primeiro lugar geral pertence à Suíça

e, na América Latina, quem ocupa a primeira posição é o Chile, posicionado como o 47º lugar no ranking mundial. Esses resultados são de julho deste ano.

O IGI é um dos principais instrumentos para que empresários, formuladores de políticas públicas, ava-liem o progresso dos países. Publicado anualmente pela Universidade Cornell, pelo INSEAD (uma das principais escolas de negócios do mundo) e pela Orga-nização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), o índice tem como parceiros no Brasil a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

O Brasil, que já esteve na 47ª posição, precisa urgentemente de mais investimentos no setor e de polí-ticas públicas que possam incentivar e acelerar esse processo, que está intimamente ligado à competitivi-dade do nosso país. Uma iniciativa nesse sentido, na qual o Sistema FIEPA teve participação recentemente, foi o Programa de Imersões em Ecossistemas de Ino-vação, promovido pela CNI, por meio da agenda da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI).

Realizada em agosto, a imersão promoveu a inte-ração dos participantes com executivos de alto esca-lão do setor privado, governo e academia dos Estados Unidos. O objetivo foi criar oportunidades para os brasileiros se atualizarem em temas de maior relevân-cia para a competitividade dos negócios, além de esti-mular a cooperação em pesquisa, desenvolvimento e inovação.

Em nosso primeiro dia da imersão, em Washing-ton, fomos ao Council on Competitiveness (Conse-lho de Competitividade), onde pudemos ter uma visão geral do ambiente de inovação americano, seus pila-res, principais atores e políticas públicas bem-sucedi-das. Visitamos também o escritório, em Washington, da Arizona State University-ASU, considerada uma das universidades mais inovadoras do país, e finaliza-mos o dia na Smithsonian Institution, importante ins-tituição de pesquisa científica que trabalha em regime

de cooperação com algumas entidades brasileiras.Essa ambientação inicial foi realizada para que o

grupo tivesse um melhor aproveitamento das visitas técnicas que viriam nos próximos dias. Prosseguimos então o roteiro visitando locais como o laboratório de pesquisa da IBM, em Nova Iorque; o SOSA, uma pla-taforma de integração entre vários agentes de diferen-tes ecossistemas de inovação; o Power America, um dos institutos público-privados criados à época do governo Obama para promover a inovação na indús-tria manufatureira e o laboratório de computação de alta performance de Oak Ridge, que hoje abriga o maior supercomputador do planeta.

Enfim, uma agenda intensa, que nos confirmou o quanto nosso país precisa de políticas públicas para que a inovação seja uma realidade. Investimentos em pesquisa e inovação, valorização dos profissionais pesquisadores, aproximação da academia com o setor privado, incentivos aos empresários para fazerem esse tipo de investimento, são apenas algumas das ações que ajudariam o Brasil a subir mais alguns degraus no IGI e tornar-se, pelo menos, uma liderança na Amé-rica Latina.

Tivemos uma experiência surpreendente no Pro-grama de Imersões em Ecossistemas de Inovação, uma vez que vimos de perto o nível de estudos que já estão sendo colocados em prática nos Estados Uni-dos. Temos esperança de que isso também acon-teça no Brasil e, particularmente, no nosso Estado do Pará, haja vista que a CNI está dando um apoio muito importante nesse sentido.

Ao longo dos dez anos, a CNI criou a Mobiliza-ção Empresarial pela Inovação (MEI), movimento do qual fazem parte mais de 200 empresas e cujo obje-tivo é intensificar a articulação entre setor empresa-rial e governo para a melhoria das políticas de inova-ção e estimular investimentos públicos e privados em pesquisa e desenvolvimento. Foi a partir daí que nas-ceram iniciativas importantes, como a rede de 25 Ins-titutos SENAI de Inovação – entre eles o do Pará, vol-tado para as tecnologias minerais – e a Empresa Bra-sileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).

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RADAR_DA INDÚSTRIA

POSSE DA DIRETORIAUma nova diretoria da FIEPA tomou posse, em agosto, com 34% de renovação. A presidência segue com José Conrado Santos, que em seu discurso, prometeu focar o trabalho da nova gestão no fortalecimento dos sindicatos e no incentivo à inovação do parque industrial paraense. A gestão será pelo quadriênio 2018 - 2022.

INDÚSTRIA 4.0Com o objetivo de esclarecer sobretudo o que envolve a Indústria 4.0, o SENAI Pará realizou, em setembro, um dia inteiro de ações gratuitas com empresários e comunidade. A programação, intitulada Desvendar 4.0, envolveu mesa-redonda e palestra com especialistas, além de workshops tecnológicos voltados para mulheres, pessoas com mais de 40 anos e adolescentes. Os participantes puderam sentir, na prática, como ocorre o processo de automatização de uma empresa, como programar um circuito de robótica e como controlar uma indústria a quilômetros de distância por meio de aplicativos, por exemplo. O Desvendar 4.0 foi realizado simultaneamente em todos os estados do Brasil. No Pará, a unidade do SENAI Getúlio Vargas sediou o evento.

FIPA 2019A Feira da Indústria do Pará (FIPA) está com a venda de estandes em andamento. O evento, que é uma vitrine para a indústria paraense mostrar seus produtos, será realizado de 15 a 18 de maio de 2019 no Hangar. Para saber mais das vantagens e condições de pagamento dos espaços, os contatos são (91) 4009-4807 ou 3223-8575.

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IMERSÃOO Sistema FIEPA integrou o grupo que participou do Programa de Imersões em Ecossistemas de Inovação, nos Estados Unidos, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Realizada em agosto, a programação incentivou a interação dos participantes com executivos de alto escalão do setor privado, governo e academia norte-americanos.

ATUAÇÃO ARTICULADAO Sistema FIEPA iniciou em julho deste ano a implantação do Modelo de Atuação Articulada entre as áreas Sindical e de Mercado do Sistema Indústria. O objetivo do programa é, por meio de visitas às empresas e realização de workshops setoriais, identificar as principais demandas para prover soluções em educação, tecnologia, segurança e gestão por meio do SESI, SENAI e IEL e, desta forma, melhorar o atendimento às indústrias paraenses, além de incentivar o associativismo. O trabalho está sendo implantado no Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado do Pará (Sindirepa), no Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado do Pará (Simepa) e no Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon). A partir de 15 de outubro, outros sindicatos poderão aderir ao programa. Mais informações pelo telefone (91) 4009-4842.

IEL E SEBRAE/PA RENOVAM PARCERIAO Instituto Euvaldo Lodi (IEL-PA) e o Sebrae/PA renovaram, em setembro, a parceria para a execução do Programa de Certificação em Gestão (PCG), que vai atender 20 micro e pequenas empresas de Belém e Barcarena. Durante seis meses, empresários receberão diagnósticos, consultorias, pré-auditorias, auditorias e feedbacks da equipe de consultores e auditores das duas instituições. O objetivo é capacitar as empresas para que se tornem mais competitivas, atinjam resultados positivos e, consequentemente, gerem novos postos de trabalho. A primeira etapa do programa foi realizada em 2017 e capacitou 19 empresas nas cidades de Castanhal e Paragominas, por meio de conteúdo diferenciado, inovador e que estabeleceu procedimentos e ferramentas para o cumprimento das exigências legais e de qualidade necessárias para o aumento da credibilidade organizacional.

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RADAR_DA INDÚSTRIA

ESCOLAS SESI SÃO DESTAQUE NO IDEBQuatro escolas da Rede de Ensino SESI no Estado do Pará receberam destaque no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), divulgado no mês de setembro. O IDEB é o índice que mede o desempenho do sistema educacional brasileiro e tem metas estabelecidas até o ano de 2021, com o objetivo de melhorar a educação em nível nacional. As escolas do SESI em Castanhal e Santa Izabel ficaram em primeiro lugar entre as escolas participantes nos municípios, e as escolas de Altamira e Paragominas ficaram na segunda colocação. O resultado superou as metas estipuladas pelo Ministério da Educação e confirma que o projeto educacional voltado para o mundo do trabalho é um modelo vitorioso e que contribui para o desenvolvimento do Estado e do país.

SESI PREPARA EMPRESAS PARA IMPLANTAÇÃO DO eSOCIALCom a aproximação da obrigatoriedade do eSocial, as empresas terão que manter processos bem definidos e integrados para atender aos requisitos da legislação brasileira. Para auxiliar suas empresas clientes, o SESI Pará desenvolveu uma metodologia que vai preparar as indústrias locais para vivenciar esse processo. Por meio da ‘Consultoria em SST para o eSocial’, o SESI realizará um diagnóstico, seguido por consultoria e plano de ação para solucionar as inconformidades identificadas. Com a metodologia, as empresas poderão melhorar a integração das informações e processos de segurança e saúde do trabalho (SST), garantir a coerência e consistência dos dados e viabilizar a adequação das organizações aos eventos relacionados à SST no eSocial. Os primeiros atendimentos devem ocorrer no último trimestre de 2018.

PRIMEIRO CURSO TÉCNICO TÊXTIL DA REGIÃO NORTEO SENAI Cetiqt e o SENAI Pará, em parceria com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Técnica e Tecnológica (Sectet) e a Companhia Têxtil de Castanhal (CTC), lançaram o primeiro Curso Técnico Têxtil in company da região Norte. A capacitação está sendo realizada por meio da unidade do SENAI Castanhal, sendo 80% na modalidade a distância e 20% na modalidade presencial. O SENAI Cetiqt, um dos maiores centros latino-americanos de produção de conhecimento aplicado à cadeia produtiva da indústria têxtil, será responsável pela gestão e operacionalização do curso, além de providenciar o Ambiente Virtual de Aprendizagem. Já o SENAI Pará disponibilizará os instrutores, que irão ministrar os encontros presenciais a serem realizados na sede da CTC. A turma é composta por 52 alunos e terá encontros presenciais uma vez ao mês. A iniciativa visa formar mão de obra qualificada para o setor de produção têxtil no Estado.

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unificações são excelentes e acredito que aqui em nosso Departamento Regional, contando com a experiência que adquiri à frente do SENAI, a integração também se dará de maneira bastante natural, dando cada vez mais funcionalidade e agilidade aos processos. Além disso, este trabalho em conjunto já vem sendo um esforço do presidente do Sistema FIEPA, José Conrado Santos, que sempre incentivou ações integradas entre todos os órgãos que compõem esta Casa da Indústria.

Durante estes meses iniciais à frente das duas instituições, o que o senhor considera que avançou com a unificação da gestão? Neste primeiro momento, a área de Educação apresenta resultados mais palpáveis neste sentido. Acabamos de formar dezenas de alunos do EJA Profissionalizante, uma parceria do SESI com o SENAI, que integra o ensino médio à educação profissional. Agora, assinamos o compromisso de realizar também o MedioTec, em 2019, voltado para alunos do ensino regular do SESI que, concomitantemente, farão um curso técnico no SENAI. Ainda neste âmbito educacional, daremos um foco especial para disciplinas que são as principais demandas da indústria, como as ciências exatas voltadas para a engenharia, por exemplo. O objetivo com isto é alavancar ainda mais a qualidade do ensino e formar pessoas muito bem preparadas para o mercado de trabalho e estimuladas ao empreendedorismo.

Além da educação, quais são suas outras prioridades? Já temos avançado bastante no SENAI no que diz respeito à oferta de soluções em tecnologia e inovação para as nossas indústrias, queremos nos tornar referência neste segmento. Este foco será dado também ao SESI, intensificando nossos esforços à promoção de serviços de saúde e segurança na indústria, visando sempre o bem-estar do trabalhador e, consequentemente, a maior produtividade das empresas paraenses. Tudo isto sem deixar de lado o que o SESI também faz com maestria há quase 70 anos de existência, que é a valorização da nossa cultura e a promoção de lazer e qualidade de vida aos trabalhadores e seus familiares.

Qual a sua filosofia de trabalho para este novo desafio, que é a unificação da gestão SESI e SENAI? Quando estudamos administração, tudo é importante e temos que ter uma visão macro das coisas, olhando de uma maneira especial para o nosso capital humano. Precisamos ter pessoas trabalhando de uma forma feliz, segura, para que elas possam desenvolver o máximo do seu potencial dentro da nossa instituição. Da nossa parte, o trabalho seguirá com muita dedicação e seriedade, respeitando os regulamentos, regras, procedimentos, recursos e orçamentos. É um conjunto, uma máquina que tem que funcionar, e nos esforçaremos para que, se existirem, as falhas sejam as menores possíveis.

A partir de abril deste ano, o Serviço Social da Indústria (SESI/PA) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/PA) passaram a ter uma gestão unificada, com Dário Lemos, já Diretor Regional do SENAI, assumindo também a superintendência do SESI no Estado.

Formado em ciências contábeis, Lemos já integra o SENAI há 35 anos. Entrou como estagiário e nestas mais de três décadas de casa passou por todos os setores voltados à área de administração, dentre eles, a Diretoria Administrativa, Diretoria de Gestão e, desde 2016, a Diretoria Regional da instituição no Pará. Com a junção do SESI à sua liderança, o diretor tem a missão de administrar, junto com seus colaboradores, 27 unidades fixas, 38 unidades móveis e nove escolas existentes no Pará.

Nesta entrevista, Dário Lemos fala sobre os desafios de estabelecer esta integração, perspectivas e projetos para este novo ciclo em sua administração.

Como o senhor enxerga este momento de integração entre estas duas instituições tão fortes e importantes para o segmento industrial? Este casamento de gestão entre o SESI e o SENAI já é realidade em 14 estados do Brasil e a tendência é que isto ocorra em todo o país. Os exemplos que temos destas

SESI E SENAI COM GESTÃO UNIFICADA NO PARÁ

O Dário Lemos, Superintendente Regional do SESI e Diretor Regional do SENAI

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ENTREVISTA_JEFFERSON DE OLIVEIRA GOMES DIRETOR REGIONAL DO SENAI DE SANTA CATARINA

INDÚSTRIA 4.0 JÁ É REALIDADE

São muitas as definições para a Indústria 4.0, como a indústria que se comunica entre si; a eliminação do desperdício; sistema autônomo; intercomunicação de todos os produtos, insumos e máquinas. Mas, de fato o que é a Indústria 4.0?Seguindo a definição da Academia Nacional de Ciência e Engenharia da Alemanha (ACTECH), a Indústria 4.0 visa desenvolver indústrias que aprendem e se tornam ágeis. O aprendizado e a agilidade são alcança-dos pelo uso de uma ampla gama de tecnologias que permitem obter in-formações sobre o que está acontecendo no chão de fábrica, sobre o uso dos produtos industrializados, assim como sobre o comportamento do mercado de forma geral.

O Brasil está pronto para a Indústria 4.0?A avaliação do Fórum Econômico Mundial, no relatório que apresenta o quanto uma centena de países estão preparados para o futuro da pro-dução, aponta que estamos classificados como um país nascente. Esse é o grupo que contempla quase dois terços do total dos países avaliados ese caracteriza por ter uma estrutura de produção menos avançada, bem como vetores de produção menos favoráveis. Estes vetores de produção são definidos a partir do desempenho do país em relação ao seu capi-tal humano, sistema de inovação, leis e regulamentações, abertura eco-nômica, entre outros. Numa breve comparação, segundo este estudo, quando considerados os vetores de produção, o Brasil tem um desem-penho semelhante ao do México. Contudo, este país é o único da Amé-rica Latina que está classificado como um país legado. Ou seja, o Mé-xico, por já ter uma estrutura de produção mais robusta, se destaca dos demais países latino-americanos.

Ainda um pouco distante desta verdade, o Brasil precisa se adequar, rapidamente, para agarrar a oportunidade e garantir a competitividade. Para isso, a indústria brasileira tem um duplo desafio: buscar o desenvolvimento das soluções tecnológicas e ter agilidade para reduzir a distância para os principais competidores internacionais. Para Jefferson de Oliveira Gomes, Diretor Regional do SENAI de Santa Catarina e professor do Instituto de Tecnologia da Aeronáutica, os empresários brasileiros precisam repensar a estrutura organizacional e estar dispostos a correr riscos.

A CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA (CNI) E O SENAI LANÇARAM NESTE ANO A CARTA DA INDÚSTRIA 4.0. NESTA CARTA, APRESENTAMOS DICAS PRÁTICAS, SIMPLES E ACESSÍVEIS PARA TODAS AS EMPRESAS, SOBRETUDO PARA AS DE MICRO E PEQUENO PORTE”

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De que forma as empresas brasileiras podem se adequar a esta evolução?Na Alemanha, berço da Indústria 4.0, as empresas começaram a se inserir nessa temática a partir de projetos de TI (tecnologia da informação) dentro das fábricas, de forma isolada. Po-rém, essa estratégia se mostrou falha por negligenciar o estabelecimento de um pensamento mais holístico. A partir disso e considerando a rea-lidade brasileira, entendemos que as empresas precisam ampliar sua com-preensão sobre os conceitos e tecnolo-gias disponíveis na Indústria 4.0. Pos-teriormente, recomendamos realizar uma avaliação do seu grau de matu-ridade em Indústria 4.0 e, então, ela-borar um roadmap (roteiro, planeja-mento) de ações que lhes permitam utilizar os conceitos e ferramentas da Indústria 4.0 para melhorar seu aprendizado e agilidade. Inclusive, o SENAI, no site senai40.com.br, dis-ponibiliza uma ferramenta gratuita para autoavaliação de maturidade em Indústria 4.0.

Mais do que adquirir novas tecnologias, o que o empresário precisa fazer para aprimorar a gestão da empresa para esta nova realidade?A cultura organizacional precisa, ne-cessariamente, ser repensada. Estru-turas hierárquicas rígidas não darão a agilidade necessária para as em-presas se manterem competitivas. As oportunidades mais relevantes den-tro da Indústria 4.0 estão ligadas ao potencial de geração de novos mode-los de negócio, e isso exige, entre ou-tras coisas, apetite por risco. Nesse aspecto, as empresas precisam abrir espaços para erros, pois inovar é tra-balhar com o incerto, e punir as pes-soas por seus erros irá inibir o pro-cesso criativo.

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ENTREVISTA_JEFFERSON DE OLIVEIRA GOMES DIRETOR REGIONAL DO SENAI DE SANTA CATARINA

Quais os maiores desafios impostos pela Indústria 4.0?Um grande desafio, para todos os países, está ligado à formação de pessoas com as competências exigidas para geração de bons resulta-das com a Indústria 4.0. Nesse ponto, precisamos pensar na forma-ção tanto de trabalhadores, que já estão inseridos no contexto pro-fissional, quanto de jovens que ainda entrarão no mundo do traba-lho. Num prisma técnico, uma preocupação na Indústria 4.0 está li-gada à cibersegurança, ou seja, num mundo cada vez mais conectado, é preciso dispor da segurança necessária para que os dados não caiam em mãos erradas. Ainda sob este prisma, outra ação que demanda atenção é a garantia da interoperabilidade. Ou seja, garantir que, por exemplo, máquinas e equipamentos de diferentes fabricantes consi-gam se comunicar.

A Indústria 4.0 é acessível também aos micro e pequenos empresários? Quais dicas você daria a eles?Certamente. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o SENAI lançaram neste ano a Carta da Indústria 4.0. Nesta carta, apresenta-mos dicas práticas, simples e acessíveis para todas as empresas, sobre-tudo para as de micro e pequeno porte. O documento apresenta quatro passos essenciais para as empresas considerarem: 1) elas devem enxugar seus processos produtivos; 2) precisam trabalhar na formação dos seus colaboradores, com destaque aos seus líderes; 3) podem começar sua atualização tecnológica com tecnologias baratas e acessíveis e 4) todas as empresas precisam investir em inovação.

O que mais a CNI tem feito para ajudar a indústria nesse sentido?Além da elaboração da Carta da Indústria 4.0, a CNI tem realizado uma série de estudos para auxiliar o setor produtivo no entendimento sobre as principais carências da indústria 4.0 nesta temática, além de apontar sugestões de como superar essas barreiras.

O que esperar da Indústria 4.0 daqui para frente?A Indústria 4.0 é uma alusão à Quarta Revolução Industrial. Diferente-mente das três anteriores, esta é a primeira vez que a sociedade identi-fica a existência de uma revolução industrial em curso. Nesse ponto, po-demos esperar mudanças cada vez mais significativas em todas as áreas, não apenas no contexto industrial. Um dos aspectos que difere esta re-volução das anteriores é a velocidade com que tudo está acontecendo.

A parceria governo e setor privado é muito importante para deslanchar a inovação e a tecnologia. Neste sentido, o que o poder público pode fazer para incentivar a Indústria 4.0?Criar e fortalecer conexões, ser um facilitador para o desenvolvimento de negócio, desburocratizando o custo Brasil para fortalecer o desenvol-vimento de cadeias de suprimento nacionais, melhorar constantemente a infraestrutura de energia e de banda larga, analisar e propor novas re-gulações e legislações tipicamente requeridas em ambientes de novas tec-nologias, participar da agenda de formação e de requalificação de traba-lhadores, desde formações de cunho técnico até habilidades empreende-doras. E, em projetos estratégicos para a população, ser uma das partes demandantes e não simplesmente financiadora.

AS EMPRESAS PRECISAM ABRIR ESPAÇOS PARA ERROS, POIS INOVAR É TRABALHAR COM O INCERTO, E PUNIR AS PESSOAS POR SEUS ERROS IRÁ INIBIR O PROCESSO CRIATIVO”

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ARTIGO_MUDANÇAS

TRIBUNAL DE RECURSOS FAZENDÁRIOS DO PARÁNILSON AZEVEDOVICE-PRESIDENTE DA FIEPA

Para a solução de litígios entre os contribuintes e Secretaria de Estado da Fazenda - devido à sua competência relativa aos tributos (ICMS,

ITCD, IPVA) e Taxas de Recursos Hídricos - foram criados, por meio da lei n. 6.182/98, a Julgadora de 1ª Instância e o Tribunal Administrativo de Recur-sos Fazendários do Pará (TARF). O objetivo é pro-mover, da melhor forma, a justiça fiscal e o equilíbrio das contas públicas.

A Julgadora de 1ª Instância analisa a impugnação apresentada ao Auto de Infração (AINF) lavrado e decide, em 1ª Instância Administrativa, pela impro-cedência, procedência, procedência parcial ou nuli-dade ao AINF. Após a ciência da decisão, se esta esti-ver contrária à sua pretensão, o contribuinte terá 30 (trinta) dias para apresentação de recurso ao TARF – 2ª Instância Administrativa.

Qualquer interessado em pleitear a alteração de uma decisão desfavorável pode entrar com um recurso no Tribunal, mesmo sem o acompanhamento do advogado - embora seja aconselhável o apoio téc-nico desse profissional. Os julgamentos são defini-tivos, ou seja, não há possibilidade de recurso em outro tribunal, e garantem o direito de defesa do con-tribuinte, bem como resguardam a prerrogativa da Fazenda Pública de constituir o crédito, sempre no intuito de promover a distribuição da justiça admi-nistrativa pela aplicação da legislação estadual.

O TARF é um colegiado paritário composto por 25 membros, sendo um Conselheiro Presidente, oito Conselheiros Titulares e 16 Conselheiros Suplentes. A metade é de auditores fiscais representantes da Secre-taria de Estado da Fazenda (SEFA) e a outra metade, de representantes dos contribuintes, por meio da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA), Federação da Agricultura do Estado do Pará (FAEPA), Associação Comercial do Pará (ACP) e Federação do Comércio do Estado do Pará (FECOMÉRCIO).

Podem ser apresentados no TARF os seguintes recursos: De Ofício, Voluntário, Revisão e Reconside-ração. No caso do Recurso de Ofício, ele só pode ser apresentado pelo Julgador de 1ª Instância e é cabível

para decisão contrária à Fazenda Pública. A apresen-tação do recurso suspende temporariamente o Auto de Infração, até que seja proferida a decisão do TARF que confirme a decisão inicial. O contribuinte não participa do recurso, mas será cientificado da decisão final.

Caso a decisão do TARF não confirme a decisão singular, ou seja, se for restabelecida a cobrança, total ou parcial, o contribuinte poderá apresentar, em até 30 dias, o Recurso de Reconsideração. O objetivo é reformar a decisão da Câmara de Julgamento que tenha acatado o Recurso de Ofício.

Já o Recurso Voluntário pode modificar a decisão de 1ª Instância contrária ao contribuinte, no todo ou em parte, e deve ser apresentado em até 30 dias.

Temos ainda o Recurso de Revisão, com prazo de 30 dias, cujo objetivo é uniformizar as decisões no TARF. Havendo divergência entre decisões tomadas nas Câmaras de Julgamento ou no Tribunal Pleno, e sentindo-se o contribuinte prejudicado por uma delas, ele pode então buscar a aplicação da outra deci-são que lhe favorece.

Existe ainda outra possibilidade de solucionar as divergências: sempre que constatado equívoco na cobrança contida no Auto de Infração, o TARF faz a Revisão de Ofício do crédito, desde que seja para reduzir ou excluir o mesmo. Esta atuação independe de solicitação do contribuinte. Solicitações podem ser feitas por qualquer integrante da Câmara ou do Pleno ou, ainda, pelo Secretário de Estado da Fazenda, ou Procurador do Estado, devendo ser submetidas a jul-gamento quando acolhidas pelo Presidente do Tribu-nal (Art. 39-A decreto 3.578/99).

Outra competência é a de aprovar/modificar/can-celar Resolução Interpretativa, ou seja, o documento que fixa o entendimento do TARF sobre a interpreta-ção e a aplicação da legislação estadual.

Para quem ainda não conhece a atuação do TARF, é importante informar que qualquer cidadão, seja contribuinte ou não, pode assistir às sessões, desde que não faça o uso da palavra, concedido apenas aos representantes dos contribuintes, da Fazenda e da Procuradoria Geral do Estado.

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Há pouco mais de um ano, cerca de vinte produtores rurais moradores da co-

munidade de Miritipitanga, loca-lizada no município de Tomé-Açu, no nordeste paraense, realizaram o sonho de terem reconhecidosos frutos de sua produção, alcan-çando mais R$ 343 mil em fatura-mento. A agroindústria de polpa de frutas da associação de produtores

SEBRAE_AGROINDÚSTRIA

O EMPREENDIMENTO É UM DOS BENEFICIADOS PELO CONVÊNIO INTERNACIONAL ENTRE SEBRAE, UNIÃO EUROPEIA E PARCEIROS INSTITUCIONAIS

Produtores de polpa de frutas batem recorde

da comunidade começou a ser es-truturada em meados de 2017, por meio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - Sebrae no Pará, Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater) e da Prefeitura Municipal de Tomé-Açu.

Ao longo do ano passado, os

produtores receberam orientações, capacitações e consultorias sobre gestão e inovação. Paralelamente, os associados conseguiram obter a formalização da agroindústria e o selo de inspeção estadual para oproduto artesanal.

Organizados, os 24 produtores fornecem grande parte das polpas para escolas públicas do município e produzem cerca de três toneladas

û Carlos Borges

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AL-INVEST O projeto Crescer no Campo - fruticultura é um dos beneficiados pelo programa AL-Invest 5.0, um dos programas de cooperação internacional mais importantes da Comissão Europeia na América Latina, voltado para alavancar a produtividade de micro, pequenas e médias empresas.

A iniciativa faz parte de um dos programas regionais de cooperação econômica da Comissão Europeia para a América Latina, por intermédio da Cámara de Industria, Comercio, Servicios y Turismo de Santa Cruz (Cainco), localizada na Bolívia.

Em 2017, a parceria já garantiu R$ 800 mil em investimentos, beneficiando diretamente mais de 2.600 empreendedores dos segmentos de agronegócio e artesanato de todo o Estado.

de polpa de frutas por mês, supe-rando as iniciais 1,5 toneladas em 2017. Ao todo são 11 tipos de frutas: manga, goiaba, acerola, maracujá, taperebá, caju, graviola, abacaxi, açaí, muruci, cupuaçu. “Quando tivemos a ideia de entregar polpas de frutas para a merenda escolar, não tínhamos muito conhecimento de como iniciar a comercialização do nosso produto e nem podíamos contratar uma empresa para nos instruir. Então, para nós, foi muito enriquecedor. Aprendemos sobre custos de produção, sobre as boas práticas para serviços de alimen-tação e tivemos a oportunidade de padronizar as nossas embalagens e uniformes”, explica o produtor rural da associação, Roseni Brasil.

Agora, a expectativa dos produ-tores é de ampliar a agroindústria e fazer a aquisição de equipamen-tos que aumentem a produtividade no processo de fabricação, além de estender a entrada de seus produ-tos em novos mercados e em outros municípios do estado do Pará.

Todo esse trabalho desenvol-vido com os produtores contou com o incentivo do programa AL-Invest 5.0, voltado para ala-vancar a produtividade de micro, pequenas e médias empresas, do qual o Sebrae é a única instituição do Norte do Brasil contemplada, garantindo mais investimento no apoio aos empreendedores de segmentos importantes como o agronegócio.

Para o Diretor Administrativo do Sebrae no Pará, André Pontes, essa parceria com o programa AL--Invest e com as demais instituições é fundamental para o desenvolvi-mento dos pequenos negócios para-enses. “Além de estimular o empre-endedorismo, buscamos fortale-cer segmentos e cadeias produtivas importantes para a economia do nosso Estado, como a ostreicultura, a piscicultura, a mandiocultura, a fruticultura do açaí e outros frutos, o queijo do Marajó, a dinamizaçãode feiras livres e o artesanato”, des-taca o diretor.

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PARÁ_DESAFIOS

Com grandes riquezas e potencial para o desen-volvimento econômico, o Pará é um Estado que tem atraído o olhar de investidores. Até

2030, estão previstos 118 bilhões de reais em inves-timentos. Contudo, especialistas consideram que este número poderia ser bem maior, caso o Estado se tor-nasse mais eficiente em sua administração e legisla-ção ambiental.

Fatores como insegurança jurídica, a falta de um programa efetivo de regularização fundiária, infraes-trutura ainda insuficiente e a dificuldade de avanço nos licenciamentos ambientais de projetos importan-tes para o desenvolvimento fazem com que o Pará tenha um ambiente de negócios complicado e perca em competitividade. Resolver estas questões será um desafio para os representantes do Estado que serão eleitos este ano – tanto para os cargos do executivo quanto do legislativo.

Para o diretor do Sindicato dos Economistas do Pará (Sindecon), Luiz Euclides Feio, a diminuição da burocracia na máquina pública e nos licenciamentos deve ser uma prioridade para os próximos governan-tes. “O que entendemos que deva ser prioridade ao próximo governador, para que mais empreendimen-tos se instalem no Pará, gerando emprego, renda e desenvolvimento, são ajustes na máquina pública e burocrática, no sentido de tempestividade na con-cessão de licenciamentos, além de questões como outorga de água e melhor estruturação dos municí-pios, para tirar o Estado do desconfortável IDH que apresenta”.

Apesar de considerar que, do ponto de vista fiscal,

PARÁ DEVERESOLVER GARGALOS PARA CRESCER

PARA ALAVANCAR O DESENVOLVIMENTO, ENTIDADES EMPRESARIAIS ELABORAM DOCUMENTO COM SUGESTÕES PARA OS PRÓXIMOS GOVERNANTES

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O NÓ AMBIENTAL DO PARÁNo Pará, 77% da extensão territorial é protegida por parques e florestas nacionais, reservas extrativistas, reservas naturais, áreas indígenas e áreas de povos e comunidades tradicionais. Dos 23% que sobram ao Estado, 50% são preservados por meio do cumprimento do Código Ambiental Brasileiro, que somente permite supressão vegetal de 50% das áreas. “O cumprimento do Código força o Estado a buscar maior eficiência e produtividade em suas áreas já antropizadas que permitirão fomentar atividades produtivas, incrementadoras do PIB, geradoras de ocupação, renda e desenvolvimento econômico. O Estado tem promovido licitações para exploração da atividade madeireira de baixo impacto nas áreas de reservas florestais. Isso é um passo importante para tornar produtivas áreas protegidas”, diz o economista Luiz Euclides Feio.

Com relação à legislação ambiental, o documento sugere que a proteção de áreas precisa ser flexibilizada. “Temos três ou quatro projetos de ouro aprovados pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Coema) que estão parados, parados mesmo, por causa do meio ambiente - alguns deles já com a licença de implantação aprovada, mas que foram questionados na justiça. O setor madeireiro também é atingido. A própria fruticultura é atingida por conta da outorga da água. É um drama, como se não tivesse água na Amazônia”, afirma o vice-presidente da FIEPA, José Maria Mendonça.

Outra recomendação é a possibilidade de a licença ambiental ser declaratória – com o compromisso do empreendedor em cumprir as condicionantes. Além disso, as entidades empresariais sugerem que seja instituído um prazo limite para que o órgão licenciador se pronuncie sobre os estudos de impacto ambiental. Caso não responda, o projeto é aprovado por decurso do prazo.

o Estado apresenta equilíbrio em suas contas, o economista Euclides Feio reconhece que há um inchaço da máquina pública – hoje com mais de 160 mil servidores públi-cos estaduais – além de uma crise econômica que também se reflete nos negócios locais. “Não só de equilíbrio da máquina pública vive o Estado. É preciso avançar mais na construção de equipamentos de infraestrutura pública, capazes de suportar a atratividade e insta-lação de empreendimentos, sobre-tudo os de grande porte e o cresci-mento econômico, além de melho-rar a qualidade na prestação do ser-viço público aos cidadãos deman-dantes”, relata o economista.

Diante desse cenário, o Fórum das Entidades Empresariais do Estado do Pará elaborou o docu-mento O Pará que queremos. Dire-cionada à sociedade paraense, espe-cialmente aos futuros líderes dos poderes legislativo e executivo, a carta faz uma análise sobre os prin-cipais entraves e desafios atual-mente enfrentados pelo setor produ-tivo e apresenta uma relação de dez propostas para que o Pará consiga melhorar o ambiente de negócios e,

desta forma, gerar mais emprego, renda e investimentos.

Dentre as sugestões estão o aumento na segurança jurídica, políticas de regularização fundiá-ria, melhoria na qualidade da tribu-tação e incentivos fiscais, plano de saneamento, privatização do Banco do Estado do Pará (Banpará), investimentos em educação e qua-lificação profissional, e mecanis-mos de participação nas decisões governamentais.

Para o vice-presidente da Fede-ração das Indústrias do Estado do Pará, José Maria Mendonça, três assuntos são basilares para o desen-volvimento do Pará nos próximos quatro anos: a questão ambiental, o investimento em logística e infra-estrutura e a eficiência da máquina pública. “Pregamos uma diminui-ção na atividade meio do Estado e aumento na atividade fim. Menos burocracia e atuação maior na ponta, com mais médicos, mais poli-ciamento. Outra coisa que a gente recomenda é elevar a eficiência do uso dos recursos naturais, preser-vando o meio ambiente, porém de forma racional e economicamente viável”, afirma Mendonça.

É preciso avançar mais na construção de equipamentos de infraestrutura pública, capazes de suportar a atratividade e instalação de empreendimentos, sobretudo os de grande porte e o crescimento econômico”LUIZ EUCLIDES FEIO, DIRETOR DO SINDECON

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PARÁ_DESAFIOS

Os projetos de infraestrutura e logística também devem ser priori-zados pelos próximos governantes. Os empresários do Pará recomen-dam investimentos em estradas, fer-rovias, aeroportos, portos e hidro-vias. “Estamos defendendo a viabi-lização das hidrovias já estudadas porque com pouquíssimas inter-venções elas já ficam prontas. Este é um modal importante porque é o mais barato e mais democrático. O custo de manutenção de uma hidro-via é mínimo. O que faltam são dra-gagens pontuais, alguns ajustes e a vontade política para fazer”, res-salta José Maria Mendonça.

Outro destaque dentre as pro-postas das lideranças empresariais paraenses é o investimento em fer-rovias em várias regiões do Estado - na borda leste, a estrada de ferro ligando Barcarena a Santana do Araguaia e na borda oeste a Fer-rogrão, além de investimentos na BR-163, para facilitar a saída da safra do Mato Grosso pelos portos do arco norte do Pará.

A estrutura para o beneficia-mento e verticalização dos produ-tos paraenses também é uma ques-tão a ser pensada. Produtos como a amêndoa do cacau podem aumen-tar em até dez vezes o seu valor de comércio quando industrializados. In natura, cada quilo da semente do cacau rende para o produtor R$ 20, enquanto o mesmo peso em chocolate pode valer até R$ 200. O

mesmo ocorre com outros produ-tos agrícolas e de mineração. “Hoje somos o primeiro Estado em produ-ção dos primários, como açaí, man-dioca, abacaxi, dendê, pimenta--do-reino e cacau, todos comer-cializados in natura, e isso precisa ser transformado industrialmente e agregado em valores. É preciso enxergar o Estado de forma dife-rente, sobretudo pela ótica da legis-lação, diferenciação tributária e dos projetos que serão discutidos nas casas de leis, e que estes parlamen-tares, de fato, demonstrem conheci-mento e busquem ações capazes de nos desafiar a mudar os indicadores do Estado”, afirma Feio.

Para o presidente da FIEPA, José Conrado Santos, mais do que ser o setor responsável por quase 30% do PIB do Pará e empregar cerca de 160 mil trabalhadores, o setor produtivo pode ser um gera-dor de soluções e um parceiro para a gestão estadual. “Acompanhamos a movimentação de empresas que já estão no Estado e querem se desen-volver, e também novos empreen-dimentos que aqui querem se ins-talar. No entanto, temos muitos entraves que atrapalham a compe-titividade, o que acaba por compro-meter resultados que poderiam ser ainda melhores na nossa economia. Nossa expectativa é que uma pró-xima gestão estadual esteja aberta a contribuições e soluções propostas pela indústria, no sentido de encon-trar meios de viabilizar as deman-das prementes do setor”, diz José Conrado Santos.

LOGÍSTICA E INFRAESTRUTURA

Nossa expectativa é de que uma próxima gestão estadual esteja aberta a contribuições e soluções propostas pela indústria, no sentido de encontrar meios de viabilizar as demandas prementes do setor”JOSÉ CONRADO SANTOS, PRESIDENTE DA FIEPA

Estamos defendendo a viabilização das hidrovias já estudadas porque com pouquíssimas intervenções elas já ficam prontas. Este é um modal importante porque é o mais barato e mais democrático”

JOSÉ MARIA MENDONÇA, VICE-PRESIDENTE DA FIEPA

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SEGURANÇA JURÍDICA E REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA:Entendida como um dos maiores problemas que afetam os negócios do Pará, a falta de segurança jurídica nas questões fundiárias prejudicam novos investimentos. O documento propõe um efetivo Programa de Regularização Fundiária, o cumprimento de mandados de reintegração de posse já expedidos e o estabelecimento de prazos para a regularização de áreas pleiteadas ou em verificação.

ELEVAR A EFICIÊNCIA NO USO DOS RECURSOS NATURAIS PARA PRESERVAR O MEIO AMBIENTE (LEGISLAÇÃO E ADEQUAÇÃO AMBIENTAL):A revisão das reservas marinhas, a remuneração para proprietários rurais de áreas de reserva legal e a aprovação de um novo marco legal para o licenciamento ambiental, no Projeto de Lei 3729/2004, são algumas das propostas das lideranças empresariais do Estado.

MELHORAR A EFICIÊNCIA DO ESTADO (ADEQUAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA):Segundo os empresários, o orçamento da máquina pública e as regras de aplicação do ICMS trazem pressão entre o setor produtivo e o Estado. A recomendação é inibir acriação de novos municípios, ajustar as despesas do Estado e reduzir atividades meio para ampliar atividades fins.

AMPLIAR E MELHORAR A INFRAESTRUTURA:Para aumentar a competitividade das indústrias paraenses, os empresários sugerem mais investimento para projetos de infraestrutura em portos de Belém, Santarém e Barcarena. Estradas como a BR163, BR 158 e BR 155 também devem ser melhoradas, assim como ferrovias, hidrovias e aeroportos podem ser vetores do desenvolvimento caso recebam a atenção necessária.

MELHORAR A QUALIDADE DA TRIBUTAÇÃO (INCENTIVOS FISCAIS):Neste quesito, a principal recomendação é que os incentivos fiscais sejam concedidos por setor. Também se solicita a redução do ICMS sobre a energia elétrica e o combustível. Além disso, os empresários recomendam isenções de impostos para compras e investimentos feitos dentro do Pará e para a cadeia produtiva agropecuária.

CONHEÇA AS PROPOSTAS DO SETOR EMPRESARIAL

FECHAMENTO DE CÂMBIO NO MUNICÍPIO DE ORIGEM DO BEM EXPORTADO:As entidades empresariais defendem a viabilização de mecanismos que levem o exportador a realizar sua troca de moedas nos municípios de origem do bem exportado. Isto geraria mais receitas em municípios onde se extraem commodities.

ELABORAR E REALIZAR UM PLANO DE SANEAMENTO PARA O ESTADO DO PARÁ:As propostas do setor produtivo incluem a otimização dos tributos destinados ao saneamento, além da criação de um programa que fortaleça os sistemas de abastecimento de água e as obras de esgotamento sanitário e drenagem urbana.

PRIVATIZAÇÃO DO BANPARÁ:Segundo os empresários, com a transição do banco para a iniciativa privada, o Estado ficaria mais livre para melhor usufruir de seu Tesouro, permitindo mais investimentos em saúde, educação e segurança.

EDUCAÇÃO E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL:Para auxiliar a formação de mão de obra, as propostas são terceirizar a administração das escolas públicas, estabelecer convênios com as entidades empresariais para ampliar a oferta de cursos profissionalizantes e oferecer bolsas de estudo para alunos de escolas públicas.

DIÁLOGO PERMANENTE E MECANISMOS DE ATUALIZAÇÃO, CORREÇÃO E PROPOSIÇÃO DE PRÁTICAS E OBJETIVOS PARA O MELHOR FUNCIONAMENTO DA ECONOMIA DO PARÁ:Neste sentido, as recomendações são de envolver representantes do setor produtivo na criação de conselhos e órgãos colegiados para, em conjunto com o governo, discutir e propor ideias para o desenvolvimento econômico.

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A construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte, no Médio Xingu, pode ser considerada uma das obras mais desafiadoras da engenharia

moderna. Um marco para o setor elétrico, que a tor-nará a maior hidrelétrica 100% brasileira. E os mi-lhões de metros cúbicos de concreto usados em sua construção chamam tanta atenção quanto as imen-sas estruturas que comportam as Unidades Gerado-ras (UGs) do empreendimento que já abastece as regi-ões Norte, Nordeste e Sudeste do país.

O Conjunto Montado – nome que se dá a uma Unidade Geradora finalizada – é composto por 14 grandes peças, algumas consideradas gigantes não

APENAS TRÊS PEÇAS, JUNTAS, CHEGAM A PESAR 702 TONELADAS, O QUE EQUIVALE AO PESO DE QUASE 878 CARROS POPULARES

Os superpesadosda Usina Hidrelétrica Belo Monte

NORTE ENERGIA_HIDRELÉTRICA

somente por suas dimensões, mas pelo peso e dificul-dade de serem transportadas até o município de Vitó-ria do Xingu, no sudoeste do Pará, onde está situada a Usina.

Segundo o diretor de Produção e Implantação da Norte Energia, Flavio Doehler, três tipos de modal são utilizados para transportar as peças de Belo Monte: rodoviário, marítimo e fluvial. “Construí-mos uma Estação de Transbordo de Cargas especial-mente para atender a hidrelétrica e garantir toda a segurança necessária para que os equipamentos che-gassem ao canteiro de obras da Usina”, completou.

Pela Estação chegaram os três superpesados da

û Betto Silva/ Norte Energia SA.

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ENERGIA PARA O BRASILEm operação desde abril de 2016, Belo Monte já conta com 15 das suas 24 unidades geradoras em atividade. São nove na Casa de Força Principal, com capacidade instalada de 5.500 megawatts (MW), e seis na Casa de Força Complementar, em Pimental, com 233,1 MW – o que totaliza 5.733 MW. Quando em plena operação, o empreendimento contará com 11.233,1 MW de potência instalada.

Os dois reservatórios da usina, juntos, ocupam 478 quilômetros quadrados – o que é considerado uma área pequena se comparada à área alagada por outros empreendimentos hidrelétricos e à capacidade instalada da Usina. Ambos os reservatórios estão situados entre os municípios de Altamira, Senador José Porfírio e Vitória do Xingu. A área de abrangência da Usina ainda contempla outros dois municípios: Anapu e Brasil Novo.

Três milhões de metros cúbicos de concreto foram utilizados para tornar realidade este gigante do setor elétrico. Mais de cinco mil ações de cunho socioambiental foram realizadas. Foram 73 obras de educação, que incluíram construção, reforma e ampliação de unidades educacionais; investimentos de mais de R$ 120 milhões em segurança; construção de 3.700 novas casas, de 30 Unidades Básicas de Saúde e três hospitais para ampliar o atendimento à população dos municípios ao redor da UHE Belo Monte.

Curiosidade: Alguns dos superpesados que formam o conjunto montado de uma Unidade Geradora são transportados separadamente e montados somente nas Casas de Força. É o que ocorre com o Estator que envolve o Rotor do Gerador, um imenso quebra-cabeças que possui nada menos que 300 mil peças, que, reunidas, ultrapassam as 550 toneladas.

UHE Belo Monte, que impressionam pelo tamanho e peso: o Rotor da Turbina, que pesa 320 toneladas; o Transformador da Unidade Geradora, que chegaa 270 toneladas (sem óleo e acessórios), e o Eixo da Turbina, com 112 toneladas. A soma das três peças, 702 toneladas, pode ser equiparada ao peso de quase 878 carros populares (considerando que um único carro básico tem cerca de 800 kg).

Outro desafio da Norte Energia é transportar as peças da Estação até as Casas de Força da Usina, onde ocorrem a montagem, os testes e a operação das UGs. Para que todo esse aparato chegue ao seu des-tino, a empresa segue os mais rigorosos procedimen-tos de segurança e envolve um grande número de pro-fissionais de diversas especialidades.

Uma das curiosidades da logística empregada no transporte dessas cargas é a utilização de um veículo com 144 rodas. O equipamento é necessário para a distribuição adequada do peso nas rodovias, por onde passa em velocidade reduzida, além de possibi-litar a amarração especial das peças a fim de evitar impactos, deslizamentos ou acidentes.

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SENAI_COMPETITIVIDADE

Se tem algo que não é bem--vindo na casa da maioria dos brasileiros é a conta de ener-

gia elétrica. Esta tarifa fixa que não para de subir ganhou um novo ajuste em agosto deste ano, que sig-nificou um custo de R$ 1.446 bi-lhões repassados aos consumidores na conta de luz, para abastecer o se-tor elétrico. No Pará, o reajuste foi de quase 12% nos 144 municípios.

Não bastasse o prejuízo pelo alto custo da energia, o brasi-leiro agrava a situação com o des-perdício em suas atividades diá-rias. Segundo dados do Programa Nacional de Conservação de Ener-gia Elétrica (Procel), desperdiçamos o equivalente a 22 milhões de KWpor ano, um montante que se fosse convertido em dinheiro equivaleria a US$ 1,54 bilhões. Para as indús-trias que, juntas, correspondem a 41% do consumo de energia elétrica no Brasil, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), jogar energia fora significa perder produ-tividade, competitividade e muito dinheiro.

COM CONSULTORIA E AÇÕES SIMPLES, O SENAI CONTRIBUI NA LUTA CONTRA O DESPERDÍCIO DE ENERGIA NAS INDÚSTRIAS PARAENSES

Dentro deste cenário, inves-tir em eficiência energética é emer-gencial para o setor produtivo. O método consiste em desempenhar um serviço ou atividade utilizando a menor quantidade de energia pos-sível, ou seja, é a relação entre a quantidade de energia empregada e aquela disponibilizada para a sua realização. A eficiência energética já é bastante utilizada nas maiores economias do mundo, mas o Brasil ainda está no final da fila.

Segundo estudo realizado pelo Conselho Americano por uma Eco-nomia com mais Eficiência Ener-gética (ACEE, na sigla em inglês), o Brasil está em 15º lugar entre asdezesseis maiores economias do mundo. No ranking, que tem a Ale-manha como o país mais eficiente no âmbito mundial, o pior desem-penho brasileiro foi na indústria, recebendo apenas 2 dentre os 25 pontos possíveis.

Ricardo Donato, proprietário de uma indústria especializada na pro-dução de pães e doces da Região Metropolitana de Belém, a Dom-

Eficiência energética é essencial para as indústrias

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nato, é um exemplo dos que já reco-nheceram a importância da efici-ência energética e estão inseridos no processo. A empresa fez parte do projeto-piloto de consultoria do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-PA) em Eficiên-cia Energética e com poucas mudan-ças já viu sua conta de energia redu-zir em mais de R$ 1 mil reais.

Para se ter uma ideia, somente o salão da panificadora onde os clien-tes são atendidos consome 20% do total de energia de todo o empreen-dimento. Como não é possível desli-gar a energia nesse espaço, para não perder a qualidade no atendimento, Ricardo percebeu a necessidade de buscar soluções para reduzir o custo e continuar com a produtivi-dade em alta. “O custo com ener-gia elétrica sempre foi um grande problema para nós. É um cabo de guerra: a conta de luz vai aumen-tando de lá e nós vamos tentando diminuir daqui”, diz o empresário. “É preciso buscar ajuda e estas con-sultorias foram imprescindíveis no nosso caso. Só não estamos melho-res porque o preço da energia não para de aumentar, mas pelo menos estamos conseguindo manter o mesmo valor nas faturas mensais”, complementa.

As ações muitas vezes são real-mente simples de serem feitas. No caso da empresa do Ricardo, o des-ligamento de dois aparelhos de ar--condicionado, sugerido por meio de estudo pela consultoria, resul-tou numa redução significativa na tarifa de energia. “Ficavam dois aparelhos de ar-condicionado liga-dos durante a noite na empresa com o objetivo de tirar a umidade dos pães. Nós passamos uma madru-gada inteira, desligamos os apare-lhos de ar-condicionado e medi-mos, a cada 20 minutos, o índice de umidade do ar. Verificamos que não passou do limite mínimo, logo, não precisaria dos aparelhos fun-cionando. Só com esta ação, foi possível reduzir em R$ 600 a conta de luz da empresa”, explica Mar-celo Alves, consultor de Eficiência Energética do SENAI.

É preciso buscar ajuda e estas consultorias foram imprescindíveis no nosso caso. Só não estamos melhores porque o preço da energia não para de aumentar...”RICARDO DONATO, PROPRIETÁRIO DA DOMNATO, NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM

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Apesar das medidas serem sim-ples, é preciso ter o conhecimento da causa. Para o consultor do SENAI, o empresário local lamenta bastante os custos com energia, mas ainda são muito resistentes ao investimento em eficiência energé-tica. “Observo que há uma recla-mação muito grande, mas as bus-cas por soluções são muito super-ficiais. As empresas acham caro contratar um profissional ou ser-viço especializado, mas na maioria dos casos é possível que este inves-timento seja pago em três meses”, comenta Alves.

O trabalho de Consultoria em Eficiência Energética do SENAI é uma extensão do Programa Brasil Mais Produtivo, em parceria com o Ministério da Indústria, Comér-cio Exterior e Serviços (MDIC), que em 2017 atendeu 70 empresas paraenses dos setores de Alimen-tos e Bebidas e Moveleiro. Com modificações rápidas e de baixo investimento, o programa previa o aumento de, pelo menos, 20% de produtividade nas empresas atendi-das por meio de técnicas de manu-fatura enxuta. A média de aumento de produtividade, contando apenas empresas locais, foi acima de 50%, isto é, mais que o dobro da meta mínima. O objetivo do SENAI é aumentar a eficiência de sistemas produtivos, por meio da análise e melhorias no consumo de energia de recursos de produção, no chão

de fábrica. O resultado esperado ao término da consultoria é que a empresa consiga reduzir entre R$ 1.500 e R$ 2.000 a tarifa men-sal de energia e tenha um retorno financeiro em até 12 meses. O ser-viço é destinado para indústrias de todos os setores.

Em 2017, o SENAI realizou atendimentos de consultorias em 48 empresas de pequeno e médio portes, conseguindo reduzir em até 26% o gasto médio de energia dos empreendimentos atendidos. No Pará, 20 empresas iniciaram a con-sultoria em setembro e serão acom-panhadas até o final de 2019.

Para o Gerente Executivo de Ser-viços Tecnológicos do SENAI Pará, Danilo Vilar, a economia conquis-tada a partir de projetos de eficiên-cia energética possibilita a libera-ção de recursos para outras prio-ridades. “O importante quando se fala em eficiência energética é dei-xar claro que o objetivo principal é que isto seja feito de forma que a empresa possa garantir sua susten-tabilidade e, mais que isso, aumen-tar sua produtividade, garantindo ganhos de qualidade, segurança no abastecimento e até ganhos sociais e ambientais”, destaca Vilar.

As empresas interessadas em receber o serviço de consulto-ria em Eficiência Energética do SENAI Pará podem entrar em contato: (91) 4009-4770 ou pelo site www.senaipa.org.br.

X Análise das contas de consumo energético

X Levantamento de dados gerais na planta da empresa

X Identificação dos principais potenciais de consumo energético

X Soluções de redução de consumo energético

X Análise particular dos elementos consumidores selecionados

X Definição dos potenciais de consumo que serão trabalhados

X Planejamento das intervenções

X Acompanhamento das Intervenções

X Resultado final

Observo que há uma reclamação muito grande, mas as buscas por soluções são muito superficiais. As empresas acham caro contratar um profissional ou serviço especializado, mas na maioria dos casos é possível que este investimento seja pago em três meses”MARCELO ALVES, CONSULTOR DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DO SENAI

COMO FUNCIONA A CONSULTORIA EM EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DO SENAI

SENAI_COMPETITIVIDADE

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ARTIGO_RENOVAÇÃO

NÃO VAMOS NOS CONTENTAR COM MIGALHAS!FREDERICO BUSSINGERCONSULTOR, ENGENHEIRO E ECONOMISTA

Na concorridíssima audiência pública da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) discute-se a renovação antecipada

da concessão da EFC. A frase-título deste artigo, com algumas variações, foi eixo de diversas manifestações e, aparentemente, reverberou o sentimento da maio-ria dos presentes.

O valor da outorga informado gerou surpresa e inconformismo: R$ 2.177 bilhões. Só que negativos ... contrastando com o que se ouviu nas audiências públicas do Senado, de março e agosto passados: R$ 7 a 17 bilhões positivos. Outros ainda maiores cons-tam de entrevistas e artigos na grande imprensa.

Surpresa e inconformismo ainda maiores ante a constatação de que o Pará e sua população pouca participação terão na riqueza a ser extraída do seu subsolo por mais quatro décadas: além dos empre-gos, de qualidade, na mineração e transporte (muito importantes!), e de meros R$ 243 milhões (2,1% do total) de investimentos para “redução dos conflitos urbanos”, a renovação da concessão não exige com-promissos para investimentos que criem novos ativos/infraestruturas capazes de seguir gerando riquezas quando o minério se definhar.

Ideias há. Planos e projetos, muitos. A dificuldade é tirá-los do papel!

O Pará (e a Amazônia) está calejado com o his-tórico de megaempreendimentos extrativistas que foram da glória ao ocaso... legando passivos sociais e ambientais a serem resolvidos. Também de vários megaprojetos de infraestrutura de transportes aban-donados, inconclusos ou cujos cronogramas se arras-tam por anos a fio.

Recursos dessas renovações antecipadas podem ser instrumento para enfrentamento de nossos gar-galos de investimentos; papel desempenhado pelos “fundos soberanos” em países com reservas petrolí-feras... lógica muito similar.

No caso do Pará, possibilidade de inflexão nesse histórico de frustrações. Também para requalificar projetos para que não sejam meras correias trans-portadoras; meros corredores logísticos ou de trans-portes: escoamento, mas também abastecimento das comunidades lindeiras; fluxo de cargas e pas-sageiros; alavancador de atividades geradoras de emprego e renda; desenvolvimento planejado e sus-tentável da ocupação territorial; etc. Ou seja, “cor-redores de desenvolvimento”; conceito e abordagem hoje utilizados internacionalmente, inclusive esti-mulados por agências internacionais, como o Banco Mundial.

Um bom exemplo, e que pode servir de embrião desse plano, foi a proposta do “Fórum de Entidades Empresariais do Pará” protocolada durante a recente audiência pública no Senado.

Ela sistematiza funções e traçados dos projetos das ferrovias Norte-Sul (FNS), MT-PA e Paraense. Liga Água Boa – MT (centro emergente do agrone-gócio) ao Complexo Portuário de Barcarena – PA. Passa por Santana do Araguaia, Redenção (sítios minerários a serem desenvolvidos), Marabá e Ron-don do Pará.

A concessão seria uma só. Independente, mas arti-culada e interoperável com as duas outras ferrovias na região: EFC (Marabá) e FNS (Rondon do Pará – Açailândia). E seu trecho-norte (o “Y” Marabá, Açai-lândia, Barcarena) seria implantado com parcela do valor da outorga para renovação da EFC; se calcu-lado com valores mais razoáveis.

Essa solução tem vários benefícios: i) aumenta a viabilidade/atratividade de uma ferrovia na “Borda Leste” do Pará; ii) o florescente nordeste MT teria uma saída mais direta para suas exportações; iii ) per-mite à FNS, finalmente, chegar a um porto; iv) viabi-liza novos investimentos e novos empreendimentos no sul do Estado. Muito além que migalhas, não?

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A disputa entre herdeiros para decidir quem as-sume o comando na empresa da família é ter-reno fértil para tramas em novelas e outras

obras ficcionais. Mas, afinal, como isso se desenrola na vida real? Quais os critérios para a sucessão em negócios administrados por membros de uma mesma família? Uma pesquisa realizada em 2016 pela PwC com 2.802 líderes executivos em 50 territórios, entre os quais o Brasil, aponta que 54% das empresas fami-liares brasileiras não têm um plano de sucessão e ape-nas 12% chegam à terceira geração.

O advogado Leonam Von–Grap, presidente da Câmara Brasileira de Mediação e Arbitragem Empre-sarial da Associação Comercial do Pará e membro da Comissão de Direito Empresarial da OAB-PA, explica que a falta de planejamento sucessório, especialmente em empresas familiares, é um dos principais fatores de risco que podem levar até ao fechamento do negó-cio. “A sucessão deve ser pensada logo pela primeira geração de donos, porque, com o tempo, a tendên-cia das famílias é crescer, virem filhos, casamentos, divórcios, agregados, enfim, o que tende a tornar a situação cada vez mais complexa, aumentando as chances de ocorrerem conflitos entre os herdeiros”, pondera o advogado.

Ainda do ponto de vista jurídico, Von-Grap explica que uma empresa familiar, assim como qualquer outra empresa, precisa usar os instrumentos legais necessá-rios para garantir sua sustentabilidade. Seja no con-trato social ou no estatuto, é necessário estabelecer as

IEL_WORKSHOP

Sucessão em empresas familiaresPLANEJAMENTO É O SEGREDO PARA A CONTINUIDADE DO NEGÓCIO POR VÁRIAS GERAÇÕES

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diretrizes que vão reger o funcionamento da empresa e definir os direitos e deveres de cada membro da família dentro da corporação. “Legalmente, é possí-vel criar inúmeras regras para sua empresa ser condu-zida. Você pode criar conselhos, acordo de acionistas, um estatuto, um regimento, uma infinidade de ins-trumentos jurídicos para guiar essa empresa e as pes-soas que fazem parte desse organismo”.

Em busca de competitividade e perenidade, gran-des companhias não se prendem mais à antiga prá-tica de que o comando da empresa sempre deverá ser repassado ao filho, irmão ou irmã mais velhos. “Hoje, na sucessão de empresas familiares mais estruturadas e planejadas, o que se faz é estabelecer requisitos para cada cargo existente. Por exemplo, definir previa-mente no estatuto que para ocupar determinado cargo o herdeiro deva ter um MBA em uma área específica, ou ter experiência profissional em uma multinacional do mesmo ramo, enfim, são mecanismos para garan-tir que aquele cargo estratégico para a manutenção do negócio vai ser ocupado por alguém capacitado, com conhecimento e liderança para manter a competitivi-dade no mercado”, explica o advogado.

GESTÃO EMPRESARIALPara Vera Brandão, consultora em desenvolvi-

mento humano e sucessão em empresas familiares, a empresa familiar apresenta peculiaridades e com-plexidades significativas, pois cada família tem uma dinâmica que pode impactar diretamente na gestão empresarial e no clima organizacional entre os fun-cionários. Neste caso, o que fazer para não misturar os problemas familiares com as questões da empresa?

“A família é um grupo com extremo significado para todos os seus membros e tem sua função social bem definida. Ao se tornar uma família empresária, é necessário que novos acordos e combinados sejam feitos para que cada um possa ampliar o seu amadu-recimento emocional no trato das questões familia-res e das questões da empresa”, explica a consultora. Uma das orientações para manter uma relação sau-dável é evitar discutir negócios em eventos de famí-lia, por exemplo. Os negócios devem sempre ser tra-tados em horário comercial, em reuniões dentro do ambiente da empresa e, se possível, registrar as dis-cussões em ata.

No que tange à sucessão, Brandão aconselha que todos os membros da família sejam envolvidos nos diálogos sobre o tema, mesmo aqueles que não tenham uma atuação direta na empresa. Segundo ela, desta forma, todo o processo poderá ser con-duzido com transparência, evitando desgastes e dis-putas pelo poder. “É essencial que todos participem das decisões e que todos estejam de acordo com a escolha do sucessor”.

O Thaís e Neudo Tavares, proprietários da indústria Mace Móveis

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CONHECIMENTO COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO

Para orientar gestores e herdeiros de empresas familiares, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL Pará) rea-lizou em setembro, na sede do Sistema FIEPA, o workshop Desafios de Inovar na Sucessão Familiar Empresarial, que apresentou de forma prática os pro-cedimentos jurídicos e as principais técnicas de gestão relacionados à governança corporativa necessários para uma transição sucessória equilibrada.

“A nossa intenção é estimular a discussão sobre esse tema crucial para a manutenção dos negócios nessas empresas familiares que são parte importantís-sima da nossa economia e contribuem de forma rele-vante para a geração de emprego e renda no nosso país. Por isso, entendemos que estes gestores precisam estar capacitados e preparados para um mercado que se apresenta cada vez mais excludente”, afirma Carlos Auad, superintendente do IEL Pará.

O empresário Neudo Tavares, 65, proprietário da indústria Mace Móveis, tem três filhas e se prepara para iniciar o processo de sucessão na família. Afas-tado dos negócios há três anos, Tavares conta que quem administra a empresa hoje é a filha mais velha, Thaís, que em 2005 demonstrou interesse pelo negó-cio e, desde então, começou a trabalhar na empresa com o pai. “Eu achei que nenhuma das minhas filhas iria se interessar em trabalhar na indústria, por isso ,apesar de saber da necessidade de pensar na suces-são, sempre achei que futuramente, quando me apo-sentasse, contrataria e deixaria um administrador para tocar os negócios no meu lugar. Mas aí, a Thaís veio trabalhar na empresa e eu achei ótimo, porque, apesar de não conhecer o serviço naquela época, tinha muito interesse em aprender e, aos poucos, foi conquistando seu lugar”, comemora o empresário.

Tavares lembra que em sua trajetória profissional trabalhou como administrador para uma empresa familiar e teve a oportunidade de vivenciar os proble-mas que costumam ocorrer e que impactam a gestão dos negócios. Para evitar que essa história se repita, resolveu participar do workshop promovido pelo IEL Pará e buscar a orientação necessária para realizar a sucessão. “Minha intenção foi conhecer os próximos passos da sucessão porque, apesar de já ter uma filha à frente da empresa, não posso esquecer que tenho outras duas e que precisam estar contempladas nesse patrimônio”.

Para a filha, Thaís Tavares, 38, a sucessão aconte-ceu de forma natural pois, desde criança, sempre aju-dou o pai nos negócios e, com o tempo, buscou se pre-

IEL_WORKSHOP

parar para dar continuidade ao patrimônio da famí-lia. “O grande desafio é o dia a dia dentro da empresa, ter que lidar com funcionários, com os clientes, essas questões mais práticas mesmo. No mais, acho que a gente tem sempre que ouvir os mais velhos e adaptar essa experiência deles nas inovações e soluções para melhorar cada vez mais a empresa”, pondera Thaís.

RESOLUÇÃO DE LITÍGIOSEm setembro, o Superior Tribunal de Justiça (STJ)

decidiu que os direitos discutidos na ação de dissolu-ção parcial de sociedade decorrente de morte de sócio são exclusivamente societários e, como tal, sujeitos à arbitrabilidade. Antes relacionadas a Direito Sucessó-

A nossa intenção é estimular a discussão sobre esse tema crucial para a manutenção dos negócios nessas empresas familiares que são parte importantíssima da nossa economia e contribuem de forma relevante para a geração de emprego e renda no nosso país”CARLOS AUAD, SUPERINTENDENTE DO IEL PARÁ

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ORIENTAÇÕES PARA UMA SUCESSÃO EMPRESARIAL TRANQUILATanto do ponto de vista jurídico quanto do de gestão organizacional, o planejamento, o diálogo e a transparência são indispensáveis para que empresas familiares se mantenham saudáveis, competitivas e garantam a manutenção do patrimônio das futuras gerações. Abaixo, algumas dicas jurídicas e de gestão sobre sucessão em empresas familiares:

1 Conversar abertamente sobre a sucessão com os familiares, inclusive sobre a possibilidade da morte, assunto geralmente evitado, porém

extremamente pertinente quando se fala em sucessão.

2 O quanto antes, iniciar um planejamento para a sucessão, levando em consideração o propósito da empresa, sua sustentabilidade, o

momento em que ela se encontra economicamente e o bem-estar da família e demais colaboradores.

3 Buscar orientação jurídica para estabelecer em contrato os acordos definidos entre os membros da família, garantindo a

formalização do que cabe a cada um.

4 Contar com o apoio de consultoria na área de gestão para identificar e desenvolver competências. Dessa forma, será possível

mapear entre os herdeiros os perfis para cargos estratégicos para o negócio e alinhar as expectativas.

5 Estabelecer uma cultura organizacional na qual todos tenham clareza do seu papel para o sucesso da empresa.

6 Tentar não confundir questões de negócios com questões de família. Acordos, inclusive os pré-nupciais, são importantes e precisam

ser feitos de forma transparente para evitar problemas futuros.

7 Fazer da sucessão um processo construtivo que envolva todos os herdeiros, garantindo dessa maneira uma comunicação

transparente e assertiva.

rio, agora, diante da decisão do STJ, essas questões passam a ser consideradas como puramente societá-rias e não sucessórias, podendo ser submetidas à arbi-tragem, uma forma de resolução de litígios fora dos tribunais.

Para Von-Grap, a decisão do STJ é muito positiva para as empresas. “Essa decisão é boa, pois repre-senta, entre outras vantagens, mais celeridade. Um processo desse, que levaria de sete a oito anos na Justiça, poderá ser resolvido entre seis meses e um ano, na arbitragem. A outra vantagem é o sigilo: na arbitragem, os procedimentos são totalmente con-fidenciais e isso preserva o nome, a reputação e a imagem da empresa e, consequentemente, das pes-soas da família, permitindo que a operação comer-cial siga normalmente”.

A sucessão deve ser pensada logo pela primeira geração de donos porque, com o tempo a tendência das famílias é crescer, o que tende a tornar a situação cada vez mais complexa”LEONAM VON-GRAP, PRESIDENTE DA CÂMARA BRASILEIRA DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM EMPRESARIAL DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DO PARÁ E MEMBRO DA COMISSÃO DE DIREITO EMPRESARIAL DA OAB-PA

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NO NONO_4.0INOVAÇÃO_INDÚSTRIA 4.0DIREITOS_E DEVERESCERTIFICAÇÕES ISO SÃO ESSENCIAIS PARA A COMPETITIVIDADE NO MERCADO

Em um mercado cada vez mais competitivo, as empresas en-tram numa corrida em busca

da inovação do portfólio para fi-delizar e conquistar novos clien-tes. Nessa corrida, quem consegue transmitir a segurança e confiabili-dade de seus produtos e processos já larga na frente. Entre as princi-pais exigências para essa conquista estão as certificações ISO, que têm como objetivo garantir que a orga-nização seja capaz de fornecer re-gularmente produtos e serviços que atendam às necessidades e expecta-tivas de seus clientes, e que estão em conformidade com as leis e regula-mentos aplicáveis.

Em resumo, a ISO, sigla de Inter-national Organization for Standar-dization (Organização Internacional para Padronização), promove a nor-matização de empresas e produtos, para manter a qualidade permanente.

A ISO 9001 é uma norma inter-nacionalmente reconhecida que cer-tifica o Sistema de Gestão da Qua-lidade (SGQ) e define ferramentas de padronização para a implanta-ção do sistema em uma empresa. O intuito é trazer confiança ao cliente de que os produtos e serviços ofe-recidos pela organização seguem certo padrão de qualidade. Qual-quer empresa pública ou privada - tanto de grande porte quanto microempresas - podem obter a cer-tificação na ISO 9001, independen-temente do seu setor, produto ou serviço oferecido.

Já a ISO 14001 foi elaborada para capacitar as empresas a ope-rarem sob um regime mais susten-tável do ponto de vista ambien-tal. A certificação é considerada estratégica pela quantidade de oportunidades de negócio que pode abrir para a empresa. Ape-

sar de não ser obrigatória no Bra-sil, a norma é um requisito exi-gido para fechamento de mui-tos contratos, especialmente nos casos das indústrias e das presta-doras de serviços.

Mas não basta apenas obter, também é preciso garantir que as certificações estejam em dia e reali-zar auditorias internas e externas de manutenção e recertificação. A ISO 9001, por exemplo, teve o prazo de atualização expirado no dia 15 de setembro. Desde o ano passado, várias empresas, do setor indus-trial, inclusive, vêm movimentando esforços para revisar seus processos a fim de adequá-los ao novo escopo da ISO 9001, que padroniza o sis-tema de qualidade, e 14001, que normatiza o sistema ambiental. Hoje, para fechar contrato, são exi-gidas que algumas empresas pos-suam a 9001, por exemplo.

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DEFINA O MÉTODO DE IMPLEMENTAÇÃO ADEQUADO PARA SUA EMPRESA

DEFINA UMA EQUIPE DE IMPLEMENTAÇÃO

REALIZE DIAGNÓSTICO E PLANEJAMENTO

ENVOLVA SEUS COLABORADORES

IMPLEMENTE OS REQUISITOS DA NORMA

EXECUTE UMA AUDITORIA INTERNA

CONTRATE A AUDITORIA DE CERTIFICAÇÃO

NO PARÁ Para garantir a manutenção e atualização das normas, as empresas Alubar e Imerys, localizadas no polo industrial de Barcarena, realizaram capacitações e treinamentos para mostrar aos auditores internos as mudanças ocorridas na versão 2015. Essas auditorias já foram feitas dentro das normativas atualizadas e o processo de readequação contou com a participação da alta gestão, já em atendimento à revisão das ISOs que prevê o engajamento dos diretores e gerentes da empresa. Para Raimundo Nonato Oliveira, gerente de Controle de Qualidade e Meio Ambiente da Alubar, é fundamental que os diretores estejam totalmente envolvidos com os gestores dos processos. “Para um sistema como o nosso, que é maduro e consistente, isso vai agregar mais velocidade nas mudanças para as melhorias contínuas”, afirma.

Líder na América Latina na fabricação de cabos elétricos de alumínio e produtora de condutores elétricos de cobre para média e baixa tensão, a Alubar, por exemplo, recebeu a recomendação de manutenção da certificação e atualização da ISO 9001:2015, obtendo zero não conformidades durante a auditoria da ABS Quality Evaluations.

Já para a Imerys, o desafio da revisão das normas foi maior, pois teve que migrar simultaneamente para duas certificações ISO - 9001:2015, 14001:2015 - e recertificar a OHSAS 18001, norma que orienta a segurança e a saúde ocupacional. Este ano, foi aprovada a ISO 45001, que é a nova norma internacional para saúde e segurança ocupacional, a qual substituirá a atual OHSAS 18001. “Além de manter os padrões máximos de saúde, segurança, qualidade e meio ambiente, as certificações são indispensáveis na manutenção do negócio. As ISOs garantem que a empresa trabalhe no melhor nível de exigência internacional”, afirma o diretor de Operações da Imerys, Ricardo Lara.

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COMO OBTER UMA CERTIFICAÇÃO

X Fonte: https://certificacaoiso.com.br

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De acordo com o Boletim Agropecuário do Pará, di-vulgado pela Fundação de

Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará em 2017, a atividade pesqueira ocupa cerca de 110 mil pessoas no estado. O setor gera um número considerável de emprego e renda, sobretudo nos municípios onde a pesca industrial está presente, como Belém, Bragança, Curuçá, Salvaterra, Santarém, São João de Pirabas, Tucuruí e Vigia.

Apesar de estratégicas para a verticalização do pescado para-ense e para a balança comercial do Estado, as indústrias da pesca ainda buscam melhorias em polí-ticas públicas e organização para o setor. Neste quesito, o Sindi-cato das Indústrias da Pesca e das Empresas Armadoras e Pro-dutoras, Proprietárias de Embar-cações de Pesca Industrial do Estado do Pará (Sinpesca) tem atuação fundamental na defesa dos interesses empresariais e desenvolvimento do mercado.

Com 33 anos de atuação e 35 empresas associadas, o Sinpesca

SINPESCA_DESENVOLVIMENTO

Indústrias dapesca buscampolíticas para se desenvolverSINDICATO EMPRESARIAL É FUNDAMENTAL PARA FORTALECER O SETOR E GERAR MAIS EMPREGO E RENDA NO PARÁ

Por termos uma elevada quantidade de produtos – como a pescada amarela, que possui um alto valor agregado – precisamos de uma legislação por parte do Estado para que esse pescado passe pela indústria local, a fim de gerar mais emprego e renda”APOLIANO NASCIMENTO, PRESIDENTE DO SINPESCA

requer hoje pautas como a redução de ICMS sobre a energia elétrica para as indústrias e a criação de leis que incentivem a produção pesqueira a ser beneficiada prioritariamente nas indústrias locais – ao invés de seguir em caminhões frigoríficos para Esta-dos como Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Bahia.

Apoliano Nascimento, empresá-rio e presidente do Sinpesca, relata que as indústrias existentes no Pará, apesar de possuírem qualidade e certificações nacionais e interna-cionais, ainda são poucas para o grande volume de produção que o Estado gera. “Temos poucas indús-trias em relação ao passado. Por termos uma elevada quantidade de produtos – como a pescada ama-rela, que possui um alto valor agre-gado – precisamos de uma legisla-ção por parte do Estado para que esse pescado passe pela indústria local, a fim de gerar mais emprego e renda”, afirma.

A indústria pesqueira do Pará alcança o mercado nacional e inter-nacional. Dentro do Brasil, os prin-cipais destinos são as regiões Cen-

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tro-Oeste e Sudeste, compradoras de piramutaba e outras espécies regionais. Na pauta de exporta-ções, os principais produtos são o camarão e o pargo, que são vendi-dos para o Japão, China, Estados Unidos e, em escala menor, para países europeus.

Outra pauta defendida pelo sin-dicato é a unificação das catego-rias de pesca, sem distinção entre pescadores industriais e pescado-res artesanais que praticam a ativi-dade para além da própria subsis-tência. “Entendemos que o pesca-dor artesanal é o que pesca somente para sua subsistência. Já o pescador industrial pratica a pesca comer-cial, que dá sustentação às indús-trias de beneficiamento do pescado de um modo geral. Ao longo dos anos houve uma escassez de mão de obra na pesca industrial em razão do benefício Seguro Defeso, que é um direito concedido somente ao pescador artesanal. Por isso, pro-pomos que as modalidades de pes-cadores deveriam ser unificadas. Dos 500 mil pescadores que são registrados no Ministério da Pesca,

95% se dizem artesanais, mas nós discordamos desta proporção”, jus-tifica Apoliano.

Com relação aos órgãos respon-sáveis pela gestão da pesca, Apo-liano afirma que houve melhora nos últimos três anos, desde quando assumiu a presidência do Sinpesca. Na condição de liderança empresa-rial, Apoliano participou de várias reuniões com o Ministério da Pesca e Aquicultura, em Brasília, para regulamentar os defesos existen-tes e aumentar o número de barcos pesqueiros em funcionamento. “Em 2015, o setor enfrentava um caos de ordem econômica, mas também de ordem formal com a paralisação dos órgãos responsáveis pela ges-tão da pesca. Graças ao nosso diá-logo com os entes públicos, hoje temos praticamente 90% dos bar-cos em pleno funcionamento, o que resulta em mais matéria-prima para a indústria. Também conseguimos interferir pela regulamentação dos defesos então existentes, aliando os esforços de pesca e a preservação das espécies”, relembra o presidente do Sinpesca.

Apesar das melhorias já conseguidas por meio da atuação sindical, muito ainda precisa ser feito para aproveitar plenamente o potencial pesqueiro do Pará. Políticas públicas existentes, como o Plano Safra e o Profrota, precisam ser efetivadas para que beneficiem a cadeia produtiva de forma mais dinâmica. “A respeito do Plano Safra, temos conhecimento de que nunca ninguém se habilitou ao programa. Comenta-se que existem mais de 5 bilhões de reais disponíveis em caixa direcionado à pesca, os quais nunca foram utilizados por falta de políticas públicas”, comenta Apoliano Nascimento.

Além de buscar melhorias junto aos órgãos públicos, o SINPESCA também atua internamente com os empresários e trabalhadores do setor. Para isto, o presidente do sindicato explica que a filiação à Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA) é estratégica por fornecer apoio, estrutura e força de articulação. “A FIEPA tem sido uma parceira incansável, oferecendo ao setor e à nossa entidade implementos para fortalecer a pesca e, consequentemente, as indústrias relacionadas ao setor. Buscamos, por meio de reuniões e assembleias, unificar os interesses de nossas associadas, buscando apoio político e institucional para o desenvolvimento da pesca no nosso Estado”, ressalta Apoliano.

POLÍTICAS PÚBLICAS

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SESI_EDUCAÇÃO

Estudar é uma tarefa que precisa de comprometi-mento e muita dedica-

ção. Para quem chegou à idade adulta e precisou abandonar os estudos, voltar às salas de aula nem sempre é uma tarefa fácil.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do IBGE, ter que trabalhar, procurar emprego ou iniciar em um novo posto profissional foram os principais motivos para afastar quase 40% dos jovens dos estu-dos regulares. Na mesma linha de pesquisa, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra que, em 2015, 50% dos adul-tos de 25 a 64 anos não tinham acesso ao ensino médio e 17% da população não havia sequer concluído o currículo básico.

Com atuação no campo edu-cacional em todo o estado, o SESI Pará trabalha nesse con-texto promovendo a reaproxi-mação dos adultos ao ambiente escolar por meio da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Em 2017, trouxe uma novidade ao Estado – a EJA Profissionali-zante, na modalidade Educação a Distância (EAD). Em parceria com o SENAI, ofereceu, simul-taneamente, três cursos de qua-

JOVENS E ADULTOS VOLTAM A ESTUDAR PARA CONCLUIR O ENSINO MÉDIO E AVANÇAM NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL

lificação profissional, garan-tindo que ao fim da capacitação o aluno também estivesse maispreparado para o mercado de trabalho.

E muita gente que estava longe dos livros e cadernos aproveitou a oportunidade para colocar os estudos em dia. Foi o que fez o pescador Josiel Nasci-mento dos Santos, morador de Marudá. Há cerca de 13 anos ele se viu obrigado a parar de estu-dar para buscar sustento para a família. Foi quando come-çou a trabalhar com pesca na costa nordeste paraense. “Tive que começar a sustentar minha família e o primeiro ramo onde apareceu serviço foi na pesca. Até hoje trabalho com isso e justo por conta da rotina variar bastante, ainda não tinha conse-guido voltar a estudar”, relem-bra Josiel.

Sem hora exata para traba-lhar, já que o horário de serviço depende do movimento da maré - pela manhã, noite e até na madrugada, foi inviável retomar as aulas mesmo em turmas para adultos no horário noturno. E foi aí que a EJA EAD Profissio-nalizante surgiu como a melhor alternativa para o pescador. “Antigamente não tinha essa modalidade. Soube do curso

Educar para Transformar

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*RECONHECIMENTO DE SABERES: SUAS EXPERIÊNCIAS DE VIDA CONTAM MUITO Ao longo da vida, as pessoas acumulam experiências diversas. Estudam, trabalham, produzem, trocam experiências, desenvolvem projetos e tudo isso forma um conjunto de conhecimentos que não podem ser desconsiderados no campo educacional.

Para valorizar quem busca retomar os estudos para concluir o ensino regular, o SESI Pará aplica o reconhecimento de saberes. Cada aluno é avaliado individualmente, por meio de acompanhamento didático-pedagógico, e recebe um parecer descrevendo os conhecimentos atestados e quais áreas necessitam de complementação.

Com essa metodologia, é possível agilizar a conclusão dos estudos e partir para uma formação profissional ainda mais rápido. “É fundamental aproximar o jovem e o adulto da escolaridade. Sabemos que são muitos os desafios e empecilhos que atrapalham a frequência nas aulas e até o rendimento dos alunos, por isso estamos sempre em busca de novas formas de facilitar o aprendizado do nosso aluno. A primeira experiência foi muito bem-sucedida e já estamos pensando nas próximas turmas”, conclui Márcia Arguelles, gerente executiva de Educação do SESI Pará.

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promovido pelo SESI por meio de uma amiga que é professora e me perguntou se eu tinha inte-resse em participar da seleção. Aceitei na hora!”, comenta.

Após a etapa inicial de cadastro, avaliação e o reconhe-cimento de saberes*, veio a pri-meira etapa: se familiarizar com o computador. “Eu quase nãoacessava computador, internet, então tive um pouco de dificul-dade no início, mas foi resolvido com o período de orientação com os monitores presenciais”.

Ao mesmo tempo que foi o primeiro desafio, se mostrou a melhor opção. “No meu dia a dia não tinha como assistir às aulas em casa, por conta da falta de acesso à internet. Então eu acompanhava da casa de paren-tes, em cyber café, além do pró-prio SESI. Logo aprendi a usar a plataforma, fui pegando prática e tive certeza de que a principal vantagem era poder estudar de qualquer lugar”, afirmou.

Josiel, que optou pelo curso de Eletricista Instalador Resi-dencial no SENAI e, além da pesca faz serviços como carpin-teiro, agora comemora a con-clusão do curso já buscando novas oportunidades profissio-nais. “Continuo na pesca, mas agora busco algo na área de ele-tricista. Estou torcendo pra con-seguir algo aqui em Marudá mesmo para ficar perto da famí-lia”, disse.

EXEMPLO PARA A FAMÍLIA

Dentro do contexto da baixa escolaridade do brasileiro, um índice do IBGE destaca as prin-cipais motivações que levam os estudantes a abandonarem as

SESI_EDUCAÇÃO

aulas. Segundo os números do Instituto, entre os homens, a necessidade de trabalhar para garantir o sustento da família ou a falta de interesse prevale-cem quando se fala do afasta-mento das escolas regulares. Já entre as mulheres, os afazeres domésticos ou os cuidados com os filhos correspondem a 24% dos casos, mostrando como os cuidados com a casa e a família ainda são tarefas delegadas prio-ritariamente a elas.

Foi o caso da dona de casa Creuza Pamplona, que ficou muitos anos longe dos estudos

para cuidar da casa e, principal-mente, acompanhar a rotina do filho. “Priorizei estar presente na vida do meu filho e por isso aca-bei parando de estudar. Levo ele pra escola, acompanho em ativi-dades esportivas e de lazer, e isso acaba ocupando muito tempo da nossa rotina”, disse. No entanto, foi justamente o filho que moti-vou a jovem senhora de 52 anos a voltar a estudar: “quero ser um exemplo pra ele.”.

Enquanto estava grávida, Creuza ainda tentou retomar as aulas, mas não conseguiu man-ter a rotina. E ao conhecer a EJA

40%DOS JOVENS SE AFASTAM DOS ESTUDOS REGULARES POR TER QUE TRABALHAR OU PROCURAR EMPREGO

50%DOS ADULTOS DE 25 A 64 ANOS NÃO TINHAM ACESSO AO ENSINO MÉDIO E 17% DA POPULAÇÃO NÃO HAVIA SEQUER CONCLUÍDO O CURRÍCULO BÁSICO

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EAD Profissionalizante no SESI, viu a possibilidade não só de concluir o ensino médio como de conquistar uma formação profissional. “Foi uma novidade pra mim, porque ao invés da sala de aula normal, presencial, tive que me adaptar para estu-dar em casa. À tarde adiantava as tarefas domésticas e assistia ao conteúdo à noite”. As dificul-dades iniciais de Creuza foram solucionadas com o curso básico de informática, oferecido aos alunos que tinham pouco con-tato com internet e computador.

Vantagens? Muitas. “Se fosse

como antigamente, ia acabar desistindo. E mesmo para quem tem uma rotina de trabalho fora de casa, ainda vale muito a pena. Os encontros presenciais são muito ricos e já estou com saudade de encontrar a turma”, revelou.

E sobre o futuro, Creuza é categórica: “Agora não quero mais parar. Sou muito grata ao SESI por ter me dado a opor-tunidade de voltar a estudar e me abrir novos horizontes. Vou continuar estudando, fazer cur-sinho e fazer vestibular para Ser-viço Social. É o meu sonho!”.

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REDES/FIEPA_PREMIAÇÃO

Em reconhecimento ao traba-lho das indústrias mantene-doras da iniciativa do Sis-

tema FIEPA em favor da econo-mia estadual, a REDES – Inova-ção e Sustentabilidade Econômica promoveu a sexta edição do Prê-mio REDES de Desenvolvimento, que também demonstra a impor-tância do compromisso entre os projetos industriais e seus fornece-dores. As empresas que mais com-praram no estado em 2017, tanto

Sexta edição do Prêmio REDES/FIEPAPREMIAÇÃO MARCA 18 ANOS DA INICIATIVA NO PARÁ

em volume de compras quanto em termos percentuais, foram premia-das durante o evento, que marcou as comemorações dos 18 anos de atuação da REDES/FIEPA no es-tado do Pará.

De acordo com o presidente do Sistema FIEPA, José Conrado Santos, a REDES/FIEPA é uma das iniciativas mais exitosas ao longo desses 60 anos de vida da Federação. “Esse trabalho é feito com muita eficiência, compro-

vada pelas próprias estatísticas. Nós começamos com uma parti-cipação de cerca de 19% de for-necimento a esses grandes proje-tos e, hoje, estamos chegando a 60%. Além da formação de gran-des profissionais, a REDES tam-bém tem gerado emprego e renda.Portanto, é com grande satisfação que nós comemoramos os 18 anos de existência”.

A REDES/FIEPA possui atual-mente 12 indústrias mantenedo-

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DADOS DE AQUISIÇÕESDe acordo com um levantamento realizado pelo Sistema FIEPA, por intermédio da REDES, houve um crescimento significativo nas negociações locais, envolvendo fornecedores paraenses e grandes grupos industriais instalados no estado ao longo dos últimos 17 anos. Segundo os cálculos, somente no ano passado foram injetados R$ 12,4 bilhões na economia paraense, a partir do intercâmbio comercial entre os grandes empreendimentos e os fornecedores locais.

Em 2000, as chamadas compras internalizadas não ultrapassavam a casa dos R$ 173 milhões. O acumulado gerado por essas indústrias mantenedoras da iniciativa já alcançou um total de R$ 110,7 bilhões até 2017. O volume de investimentos na economia local, a partir da aquisição de produtos e serviços de fornecedores paraenses, representa 53,9% do volume de compras realizadas pelas indústrias parceiras.

ras, 20 empresas apoiadoras, qua-tro cooperadas e mais de mil for-necedores locais cadastrados na sua plataforma de negócio, alcan-çando setores como o de serviços, comércio e o da indústria local, além de atuar na qualificação de empresas, em projetos de socio-economia e no atendimento às demandas industriais. “Celebrar 18 anos com esse índice é muito importante para a gente, para o estado, para as indústrias, forne-

cedores locais e entidades empre-sariais. Ou seja, não é só um índice final, mas todo um traba-lho que tem nos bastidores, no dia a dia, na área de suprimentos, da Federação da Indústria. Eu acre-dito que este indicador é o mais importante. São 18 anos de desa-fios despertando a consciência empresarial para a sustentabili-dade econômica no estado”, deta-lhou Marcel Souza, executivo de gestão da REDES/FIEPA.

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EMPRESAS DESTAQUE NA PREMIAÇÃO

A noite foi de comemoração e premiou as três primeiras indústrias que mais compraram em volume de investimentos, em termos per-centuais e nas categorias “Case de Desenvolvimento de Fornecedores” e “Comprador do Ano”.

Pelo segundo ano consecutivo, o Prêmio REDES/FIEPA reconhe-ceu como Comprador do Ano, Eloá Betini, analista de compras da SINOBRAS, que atua diretamente na gestão. Já na categoria Case de Desenvolvimento de Fornece-dor, o destaque foi o case “Audito-ria como ferramenta de desenvol-vimento de fornecedores locais”, desenvolvido pela empresa de Transportes Caliman, prestadora de serviços da Hydro.

A empresa campeã em compras em termos percentuais no ano de 2017, ganhadora na Categoria Percentun, foi a Alubar. “Este é o segundo ano que estamos partici-pando. Ano passado ficamos em segundo lugar, já este ano conse-guimos a primeira colocação, o que vem só reafirmar a política da empresa, que é de investimen-tos no mercado local. De 2017 para 2018, desenvolvemos o maior número de fornecedores e temos a missão de incentivar o mercado, pois nós acreditamos que o Pará só será forte com empresas for-tes e os fornecedores trabalhando em conjunto conosco”, considerou Fábio Rezende, gerente de supri-mentos da empresa.

O segundo lugar na categoria ficou com a empresa Dow/Palmira do Brasil e o terceiro com a Hydro, que reafirmam o seu compromisso com o desenvolvimento do estado.

A edição deste ano reconhe-ceu também as empresas que atin-giram mais de 50% em compras

REDES/FIEPA_PREMIAÇÃO

com fornecedores regionais – per-centual médio estabelecido pela REDES – com a Menção Honrosa. Foram elas: Alcoa, Celpa, Imerys e Mineração Rio do Norte (MRN). “A parceria com a REDES, com as associações comerciais, são extre-mamente importantes para que a gente consiga desenvolver novos fornecedores e, com isso, conse-quentemente ter um aumento aqui na região. A gente tem conseguido também aumentar significativa-mente o número de funcionários. Nós temos 87% de funcionários paraenses, 43% só de pessoas de

Juruti. Isso é muito importante, fazendo com que a gente contri-bua no desenvolvimento do Pará”, detalhou Rogério Ribas, gerente de sustentabilidade da Alcoa.

A Vale ficou com o primeiro lugar na Categoria Absolutus, colo-cação ocupada nas duas últimas edições da premiação. “Nós temos um trabalho muito forte com a REDES/FIEPA, auxiliando princi-palmente na captura de fornecedo-res e contribuindo para o desenvol-vimento do estado do Pará. E isso vem sendo mostrado pelos núme-ros que crescem anualmente. Com

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18 ANOSEste ano, a cerimônia do VI Prêmio REDES de Desenvolvimento comemorou, ainda, a maioridade da REDES/FIEPA. Criada no ano de 2000, por meio do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF), a REDES contou inicialmente com a parceria das empresas Hydro (Albras/Alunorte), Imerys, Mineração Rio do Norte (MRN) e Vale, além do apoio do Governo do Estado do Pará, os primeiros a acreditarem e investirem no programa. Naquele período, as compras com fornecedores locais destas empresas mantenedoras do programa eram em torno de R$ 173 milhões, cerca de 19% de compras realizadas de empresas do Pará.

Hoje, a REDES/FIEPA conta com 12 grandes indústrias mantenedoras que, somente no ano passado, movimentaram em torno de R$ 12,4 bi em compras internas, totalizando um percentual de 53,9%. Ou seja, mais da metade de tudo o que elas compram é de empresas do Pará. Com isso, as atividades da REDES/FIEPA já chegam a 25 municípios paraenses.

Para atender as novas demandas do mercado industrial, cada vez mais exigente, a REDES/FIEPA mantém um diálogo constante com entidades de classes, indústrias, fornecedores e comunidade, trabalhando para estimular a consciência da sustentabilidade econômica no estado.

certeza, esse é o compromisso da Vale”, afirmou Igor Póvoa, gerente de suprimentos da empresa.

A Hydro ficou com a segunda colocação em volume absoluto de compras. “Agradecemos esta rele-vante premiação da Federação das Indústrias do Estado do Pará. Este reconhecimento nos motiva a seguir fomentando a cadeia local de fornecedores por meio de capa-citação, workshops e parcerias com o objetivo de promover o desenvol-vimento sustentável com base nos mais rigorosos critérios de ética e transparência”, observou Carlos

Hoje, o conceito que estamos plantando é o de economia colaborativa, de que não é possível crescer sozinhos, de que precisamos de parceiros para nos desenvolvermos. A REDES já faz isso e quer estimular cada vez mais no ambiente de atuação da iniciativa do Sistema FIEPA”MARCEL DE SOUZA, GESTOR EXECUTIVO DA REDES/FIEPA

Neves, diretor de operações de bau-xita & alumina da Hydro.

Por fim, a Norte Energia ficou com o terceiro lugar na categoria. “Estamos satisfeitos com esse prê-mio. Somos uma empresa que vie-mos para ficar no Pará. A Norte Energia tem na sua filosofia desen-volver a região onde ela se estabe-leceu, não só em compras locais, mas no desenvolvimento de mão de obra. Então, essa parceria, que é coroada por este prêmio de hoje, para nós, é muito importante”, ava-liou Eduardo Camillo, superinten-dente de relações instituições.

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EXPERIÊNCIAS DE REAPROVEITAMENTO AGREGAM VALOR A PRODUTOS QUE ERAM DESCARTADOS, GERANDO EMPREGO E RENDA NO ESTADO DO PARÁ

Potencial para fomentar economia de resíduos

RESÍDUOS_GERAÇÃO DE EMPREGO

Os sistemas de logística re-versa, previstos na Lei de Resíduos Sólidos

(12.305/2010), condicionam os fa-bricantes de produtos a prever como será a devolução e a recicla-gem destes materiais. Segundo es-tudo do Instituto de Pesquisa Eco-nômica Aplicada (Ipea), antes da implantação da lei, as indústrias descartavam R$ 8 bilhões por ano ao não reaproveitar resíduos no pró-prio sistema produtivo da empresa.

Passados oito anos da implanta-ção da Lei, o Brasil é considerado o maior reciclador mundial de latasde alumínio, com índice de 98,4%, segundo pesquisa da Associação Brasileira de Produtores de Lata de Alumínio. No segmento rural, todo produtor rural que faz uso de defen-sivos agrícolas tem a obrigação de devolver as embalagens vazias des-ses produtos nas unidades do Sis-tema Campo Limpo, programa de

logística reversa bem-sucedido, que funciona em todas as regiões do país. Segundo o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias, em 2017, foram 44,5 tone-ladas de embalagens vazias recolhi-das. Cerca de 91% têm condições de serem recicladas. O restante é incinerado.

Apesar de números positivos, que se concentram nos grandes cen-tros econômicos do Brasil, como Rio de Janeiro e São Paulo, a maio-ria dos estados brasileiros, como o Pará, tem experiências ainda pon-tuais e enfrenta gargalos como a ausência de um modelo que garanta sustentabilidade financeira para implantar estes sistemas nas indús-trias e comércios do estado.

Em 2017, a Mineração Rio do Norte (MRN) doou 154 tonela-das de resíduos inorgânicos para a ONG Movimento República de Emaús, de Belém, que vende uma

porcentagem do material para empresas de reciclagem e apro-veita parte dos resíduos reapro-veitáveis na produção de mate-riais como cadernetas e blocos de anotação.

A empresa também desenvolve atividades em parceria com a escola de Porto Trombetas. São realiza-das visitas monitoradas à Central de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos (CTR), palestras e ativida-des lúdicas sobre educação ambien-tal, coleta e descarte correto de resí-duos. “Na CTR, recebemos, apro-ximadamente, 113 toneladas de resíduos orgânicos e resíduos inor-gânicos por mês, que são resíduos domésticos. Desse total, em média, cerca de 23% dos resíduos inorgâ-nicos são reaproveitados para doa-ção”, declara o engenheiro sanita-rista Carlisson Romano, responsá-vel pela Limpeza Urbana em Porto Trombetas.

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Para fomentar a construção de um Programa Estadual de Logís-tica Reversa, a Associação dos Pro-fissionais de Logística da Amazônia (Asplam) tem dialogado com os seto-res público e privado com o intuito de viabilizar pesquisa para o total reaproveitamento dos resíduos gera-dos pelo pós-consumo. “O estudo técnico deve levantar dados sobre sete subgrupos de resíduos consi-derados com grande potencial eco-nômico para venda. A ideia é que, a partir desses dados, possamos implementar o Programa Estadual de Logística Reversa junto às bases socioeconômicas e tecnológicas dis-poníveis na região”, explica Alexan-dre Araújo, presidente da Asplam.

Alguns desses setores potenciais são o madeireiro e o moveleiro. Em visita a 27 empresas destes segmen-tos, o Serviço Nacional de Apren-dizagem Industrial do Pará (SENAI Pará) e o Sindicato das Indústrias de Marcenaria do Estado do Pará (Sin-dmóveis-PA) constataram que há uma grande quantidade de resíduos de madeiras desperdiçadas no pro-cessamento de verticalização deste produto e seus derivados, pois eles não são reaproveitados ou destina-

REAPROVEITAMENTO PÓS-CONSUMO

dos de forma adequada. Estima-se que apenas 10% das empresas têm projetos para o reaproveitamento de resíduo.

Para potencializar esse reapro-veitamento, o SENAI-PA e o Sin-dmóveis-PA criaram um comitê para a formatação de um projeto de Central de Tratamento de Resí-duos de Madeiras (Ctram), que conta também com o apoio da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA) e da Secreta-ria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Ener-gia (Sedeme). “Pretendemos fazer um diagnóstico atualizado, levan-tando o total de resíduos gerados pelas movelarias e madeireiras da Região Metropolitana de Belém. O objetivo é implantar uma central de coleta e tratamento dos resíduos de madeiras, para atendimento da Lei nº 12.305/10 da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), bem como atender às normativas muni-cipais de implantação do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sóli-dos (PGRS) das empresas deste seg-mento”, adianta Marcos Martins, consultor de serviços tecnológicos do SENAI-PA.

SOBRECARGA

A falta de um sistema estruturado de logística reversa no Estado também impacta na sobrecarga de lixo na destinação final. Diariamente, chegam 1.400 toneladas no único aterro sanitário de grande porte existente no Pará, gerido pela UVS Guamá Tratamento de Resíduos, que recebe e trata resíduos dos municípios de Belém, Ananindeua e Marituba. “É importante começarmos a repensar o ciclo de consumo e produção, considerando o reuso e a reciclagem. Além de incrementar a economia local, principalmente para cooperativas de reciclagem e recicladoras, essa conscientização evita sobrecarga nos aterros sanitários com resíduos que são reaproveitáveis, garantindo-lhes maior tempo de vida útil”, avalia Ângelo Castro, diretor regional da UVS Guamá Tratamento de Resíduos.

PAPEL

Em Porto Trombetas, Oeste do Pará, onde opera um aterro sanitário de pequeno porte com gestão da Mineração Rio do Norte (MRN), os moradores colaboram para a utilização racional dos recursos da empresa, separando e doando material reciclável.

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CIN_EXPORTAÇÃO

A criação da Rede de Centros Internacionais de Negócios (Rede CIN), em 1998, ele-

vou a internacionalização da indús-tria brasileira a um novo patamar. Segundo dados da própria Rede CIN, em 20 anos, o número de em-presas nacionais negociando com outros países cresceu 60% e se ex-pandiu para mais de 50 novos mer-cados. Coordenada pela Confede-ração Nacional da Indústria (CNI), a Rede se constitui como uma aliada, principalmente de pequenos e médios empreendedores que bus-cam a internacionalização de seus negócios.

O Pará foi um dos primeiros

CIN comemora 20 anosCENTRO INTERNACIONAL DE NEGÓCIOS COMPLETA DUAS DÉCADAS APOIANDO A EXPORTAÇÃO NO PARÁ

O Cassandra Lobato, coordenadora do CIN no Pará

estados a aderir à Rede, hoje pre-sente em todo o território nacional. Com a chancela do Sistema Fede-ração das Indústrias do Estado do Pará, o CIN incentiva e fomenta a internacionalização de negócios na Amazônia. Para Sarah Saldanha, gerente de Serviços de Internacio-nalização da CNI, o Centro Inter-nacional de Negócios do Pará tem um papel histórico para a Rede CIN. “Além de ter sido um dos pri-meiros centros fundados no país, foi pioneiro na internacionalização de empresas na região Norte. Desde então, tem sido um parceiro estraté-gico da CNI nas ações e serviços de apoio às indústrias”, afirma.

Desde que foi criado, o CIN Pará colaborou para a prospecção de novos mercados em países como Estados Unidos, Portugal, Itália, França, Emirados Árabes, Chile, Colômbia, Peru e Suriname, com a realização de mais de R$ 200 milhões em negócios. O empresá-rio Clóvis Carneiro, primeiro coor-denador da instituição no Estado e um dos que atuaram no pro-cesso de implantação do CIN no Pará, conta que o cenário naquele momento indicava o início de uma abertura da economia brasileira e o Pará começava a despontar como grande exportador de minérios e com um forte setor florestal. Por

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isso, uma das ideias, com a criação do CIN, era agregar valor às expor-tações, especialmente de produtos de madeira.

“Havia todo o esforço para inte-grar o maior número de empresas ao comércio exterior como forma de compensar o câmbio fixo, que dava sinais de desgaste como pres-suposto da política econômica, e recuperar a balança comercial”, lembra Carneiro.

Segundo ele, naquele cenário, o CIN representou um avanço como facilitador de negócios ao con-seguir organizar e concentrar as informações do comércio exterior em um único lugar. Por outro lado, explica, para que a exportação possa se desenvolver, ainda falta uma maior compreensão por parte dos governantes e da classe política quanto à questão da competitivi-dade das empresas e do ambiente em que elas operam. “Temos entra-ves ambientais, tributários e na logística. Precisamos fazer enten-der que a competitividade inter-nacional ou exportadora ocorre a partir de um sistema, onde as empresas são apenas um dos elos e os ambientes legal, tributário, logístico de sua localização o res-tante da corrente”, afirma.

Para o presidente da CNI, Rob-son Braga, uma indústria que quer ser forte e competitiva deve estar preparada para participar do mer-cado global. “É necessário estar inserida nas negociações interna-cionais e enfrentar as empresas estrangeiras no mercado interno. E a Rede CIN tem discutido todas estas questões e feito um trabalho fantástico que, certamente, tem contribuído muito para a indústria brasileira”, afirma.

DIVERSIFICAÇÃOSegundo dados do Ministério

da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), somente no primeiro semestre de 2018, o Bra-sil exportou mais US$ 29 bilhões para países como China, Esta-dos Unidos e Argentina. No Pará,

APOIO À INTERNACIONALIZAÇÃO

Para potencializar a capacitação e oferta de serviços, o CIN do Pará firmou uma parceria com o Sebrae/Pará. O modelo de parceria entre as duas entidades é referência para outros Centros Internacionais no Brasil e contribui para garantir o assessoramento integral comsoluções que vão desde a análise do perfil empresarial, elaboração de plano de negócios e inteligência comercial para subsidiar a estratégia de exportação das empresas.

“Para garantir uma entrada segura em mercados globais cada vez mais competitivos, fornecemos às nossas empresas um suporte completo sobre internacionalização, desde pesquisas sobre o comércio exterior, informações econômicas, culturais e jurídicas de cada país, além de capacitação por meio de cursos e missões internacionais, que ajudam as empresas a entender o processo de internacionalização e conhecer melhor suas reais oportunidades de negócios nos mais diferentes mercados”, explica Lobato.

“Esse suporte traz resultados práticos porque uma coisa é você desenvolver um novo produto e lançar, outra coisa é você testá-lo no mercado diretamente com o cliente. Além disso, nos proporciona network com outras empresas, conhecer tendências, e isso me fez ter várias ideias para melhorar meus produtos. E quando a gente diz pra um cliente que já participou de feira internacional, isso abre portas aqui mesmo no mercado nacional, porque reflete o compromisso da empresa com aqualidade”, avalia Luciana Centeno.

CIN PARÁ

55+ (91) [email protected]

no mesmo período, a exportação gerou um resultado positivo de mais US$ 6 bilhões em negócios exportados. A economista Cassan-dra Lobato, coordenadora do CIN no Pará, explica que, no Estado, alguns produtos sempre mantive-ram hegemonia na balança comer-cial, como ,por exemplo, o miné-rio de ferro, a madeira, soja, suco de fruta e pescado. Entretanto, nos últimos 20 anos, produtos como carne bovina, açaí, cobre, cerveja e dendê vêm ganhando força e contribuindo para uma maior diversificação da pauta de exportação do Pará, o que resulta em uma maior receita, agregação de valor, tecnologia e desenvolvi-mento para o Estado.

“Essa diversificação da pauta de exportações é reflexo das transfor-mações ditadas pelo próprio mer-cado, e é aí que a Rede CIN entra para oferecer soluções em comércio exterior nesse processo de interna-cionalização, levando aos empre-endedores da região conhecimento e os meios necessários para tornar essas empresas mais competitivas diante do mercado globalizado”, explica Cassandra.

À frente da Nayah, fábrica de chocolates artesanais com valori-zação de matrizes regionais, como jambu, açaí e cumaru, a empresá-ria Luciana Centeno, 32, conta que o suporte do CIN foi fundamentalpara a entrada da empresa no mer-cado internacional. A experiência de participar de cursos, workshops e encontros de apoio à exportação ajudaram na formação de preços e definição de uma estratégia vol-tada para o mercado internacio-nal. “Com esse apoio e orientação do CIN, tivemos a oportunidade de integrar uma missão comercial para Paris, onde participamos do Salon du Chocolat, um evento que reúne mais de 60 países, uma expe-riência única, na qual pudemos expor nossos chocolates, conhecer esse público diferenciado, conver-sar com esse cliente e ter uma visão real do mercado internacional”, afirma Centeno.

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VIDA_CORPORATIVAA GENTILEZA NO AMBIENTE CORPORATIVO: RELAÇÕES MAIS HUMANAS FORTALECEM VÍNCULOS E AGREGAM VALOR AOS NEGÓCIOS

Gentileza nunca sai de moda. Prova disso é que o alemão Albert Schweitzer foi lau-

reado com o Prêmio Nobel da Paz em 1952 e, na ocasião, eternizou a frase símbolo do seu trabalho en-quanto filósofo: “Assim como o sol derrete o gelo, a gentileza eva-pora mal-entendidos, desconfian-ças e hostilidade”. Mais de 60 anos se passaram e a gentileza continua sendo essencial, mas agora ela in-vade o cotidiano das empresas e se tornou uma poderosa ferramenta de marketing.

O conceito de Marketing de Gentileza surgiu da necessidade de humanizar o atendimento nas empresas brasileiras, pois hoje entende-se que o marketing não é apenas sobre marcas, produtos, serviços ou eventos, e sim sobre relações humanas. A importân-cia de um bom tratamento é essen-cial. “Estamos nesse momento de humanização entre as empresas e o público, entre marca e clientes. É a humanização de pessoas para pes-soas. E o mais interessante é que

isso é o básico. E justamente por ser o óbvio, é onde a gente erra. Aca-bamos dando muita atenção para aquilo que é mais complexo, como as inovações, as novas tecnologias”, avalia Laíze Damasceno, jornalista, especializada em comunicação cor-porativa e criadora do conceito.

NADA DE FRIEZAO processo de humanização

representa muitos ganhos, por isso é importante investir nessa vertente de cultura corporativa. Laíze crê que, muitas vezes, a dificuldade em vender é um nó que pode ser facil-mente desfeito a partir do marke-ting de gentileza. “Quando tudo é humanizado desde o primeiro contato, seja pelo site, um cartão de visita ou anúncio, o cliente se sente acolhido e tem a percepção de que aquela empresa não está ali somente para vender custe o que custar, e isso faz com que ele confie mais”, dá a dica.

Outro ponto é fazer com que o cliente não seja tratado como ape-

GENTILEZA NÃO É SÓ DAR ‘BOM DIA, BOA TARDE E BOA NOITE’ NEM FICAR DIZENDO SIM PARA TUDO OU FALAR COISAS FOFINHAS O TEMPO TODO. É MAIS PROFUNDO, UM EXERCÍCIO DIÁRIO DE PERCEBER A NECESSIDADE DE ALGUÉM E AJUDAR SEM ESPERAR ALGO EM TROCA. DAR ATENÇÃO GENUÍNA, VERDADEIRA. ASSIM FICAMOS MAIS CAPAZES DE DESENVOLVER A EMPATIA E CONQUISTAR A CONFIANÇA DAS PESSOAS”

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nas mais um consumidor na mul-tidão. “O marketing de gentileza colabora para a formação de defen-sores daquela marca, apaixonados por aquela marca. Se a empresa tiver um propósito claro, valores e missões que o cliente consiga enten-der, dá para formar embaixadores que espontaneamente farão marke-ting gratuito por se identificarem com a filosofia da empresa, sen-tindo-se amigos da empresa”.

Democrático e de aplicação ampla, o marketing de gentileza desconhece barreiras entre empre-sas inovadoras e “descoladas e empresas mais tradicionais, já que o conceito enxerga valor e vantagem em ambas as categorias de negócios. “O conceito se adapta bem à cul-tura de cada empresa. Uma empresa mais tradicional ou ‘quadradona’ pode muito bem ser capaz de huma-nizar as relações. A minha metodo-logia de trabalho foi desenvolvida considerando isso. O importante é a empresa não ser resistente a novas estratégias”, diz Laíze.

Dar o primeiro passo sempre

é a parte mais difícil. Por isso, o método começa pela atenção, que significa olhar para dentro da pró-pria empresa e enxergar seus valo-res humanos, propósito e missão, em um trabalho de autoconhecimento. “Sem isso não dá. Antes de olhar para fora, temos que olhar para den-tro. Não estou falando daquele con-ceito preso numa parede como uma frase bonita. Vai além. Se a empresa não tem um propósito definido, fazemos um trabalho de descoberta. Mas toda empresa tem propósito, pois elas são feitas de pessoas e pes-soas têm propósitos”, garante.

68%DAS EMPRESAS PERDEM

CLIENTES PORQUE ESTES NÃO GOSTAM DO TRATAMENTO E

ATENDIMENTO RECEBIDO

X Fonte: American Society Quality – ASQ

ATENÇÃOVerifique qual é o propósito

da sua empresa e a sua missão

CINCO PASSOS DO MARKETING DE GENTILEZA

PARA EMPRESAS

EMPATIAPerceba quem é seu público-

alvo e quais as suas reais necessidades

HUMANIZAÇÃOUtilize uma linguagem que o aproxime do seu público e que seja um dos diferenciais

do negócio

GENTILEZAVerifique quais estratégias

criar para conquistar as pessoas

CONFIANÇAInvestigue quais são seus indicadores de confiança

O Palestra sobre Marketing de Gentileza realizada pela Laíze, na FIEPA

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ALCOA_CAPACITAÇÃO

Em Juruti, onde mantém um empreendimento de minera-ção de bauxita, a Alcoa in-

veste no programa Miniempresa, que este ano chega à sexta edição consecutiva. Promovido pelo Insti-tuto Alcoa, com a participação de empresas locais, até agora o pro-grama já beneficiou 95 estudantes secundaristas de escolas públicas de Juruti. Os jovens mergulham numa experiência empresarial, apren-

Alcoa promove empreendedorismo na juventude em JurutiPROGRAMA MINIEMPRESA CONTA COM O APOIO DE EMPRESAS LOCAIS

dendo a organizar e administrar um negócio, com a metodologia da Junior Achievement (fundação edu-cativa privada, criada nos Estados Unidos em 1919, que atua no Pará desde 2005) e o apoio de colabora-dores da Alcoa, que são os conse-lheiros voluntários.

A vivência prática do negócio gira em torno da fabricação de cabides de alumínio, quando os alunos assumem desafios profis-

sionais na operação de uma mini-fábrica, pelo período de 15 sema-nas. A equipe elege presidente e diretores para as áreas de Recur-sos Humanos, Produção, Finan-ças e Marketing; produzem e vendem, buscando o máximo de produtividade e rentabilidade; pagam salários e recolhem encar-gos e impostos que serão doados a instituições assistenciais. Desde o início do programa, os estudan-

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tes do Miniempresa produziram mais de 4.200 cabides.

O resultado pode ser notado na vida de jovens como Bruna Larissa de Brito Rodrigues, 24 anos, que aos 17 participou da primeira turma do Miniempresa e hoje tra-balha numa contratada da Alcoa Juruti. “O programa me fez enten-der como funciona uma empresa e seus setores produtivos, traba-lhando com respeito a todos. Tive-mos a parte teórica e a parte prá-tica, que nos levaram a conhecer de perto a empresa. Colocamos a mão na massa e produzimos cabides que foram um sucesso na cidade. Con-seguimos vender e até fazer enco-mendas. Tivemos lucro do próprio trabalho e, no final, fizemos a par-tilha do que vendemos, como se fôssemos sócios da empresa. Foi fantástica a sensação de colocar a mão na massa para o processo evo-luir”, detalha a estudante.

Irandê Santiago, 16 anos, estu-dante da Escola Raimundo Sousa Coelho, está entrando no pro-grama este ano. Ela faz parte da sexta turma do Miniempresa, que começou as atividades no dia 14 de agosto último. Sua expectativa é grande. “Nós vamos adquirir conhecimento e aprender como tra-balhar com uma empresa, além de ter oportunidade de trabalhar com pessoas da nossa própria turma da sala de aula. Busco conhecimento e

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL Outra iniciativa importante da Alcoa em educação é a parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) para a qualificação de mão de obra em Juruti. Desde o período de implantação, foram entregues quase 8.000 certificações, em mais de 100 tipos de cursos, totalizando em torno de 86 mil horas-aula ministradas. A diversidade também é valorizada e incentivada no SENAI: 32% dos formados no SENAI Juruti são mulheres.

Ana Paula Lima, que já fez o curso de Eletricista Industrial, atualmente cursa Técnico em Química e também está se capacitando em Excel Intermediário. As formações vêm proporcionando a ela a oportunidade de evoluir no mercado de trabalho. Hoje ela trabalha no laboratório físico da Alcoa em Juruti. “Tenho muita gratidão, pois, graças à formação pelo SENAI, as portas do mercado de trabalho se abriram pra mim”, reconhece Ana Paula.

uma direção sobre qual área real-mente eu quero seguir. Então, é uma oportunidade única e para o futuro, pois isso também é umaforma de qualificação exigida pelo mercado de trabalho”, comenta.

Paulo David Gusmão Andrade também demonstra grande expec-tativa com o curso, integrando a turma 2018. “Esse projeto pode me ajudar muito, pois eu já tinha pen-sado em ter uma empresa, mas não tinha visto nenhum projeto como esse que pudesse alimentar mais a minha vontade de, no futuro, ser um grande empresário”, expressou. A turma da temporada 2018 é com-posta por 25 estudantes de 2º ano do Ensino Médio da Escola Esta-dual Raimundo de Souza Coelho, que participarão de 15 encontros, com atividades até 12 de dezembro próximo.

Para o gerente de Relações Ins-titucionais da Alcoa Juruti, Rogé-rio Ribas, o Miniempresa reflete a proposta da Alcoa de desenvol-ver operações integradas ao muni-cípio, implementando, voluntaria-mente, ações de responsabilidade social e de benefício direto à popu-lação. “Estamos oferecendo a opor-tunidade aos jovens estudantes de Juruti, para ajudá-los a promover o futuro, com responsabilidade e sus-tentabilidade, por meio da atuação profissional, materializada no pro-grama Miniempresa”, destacou.

O 95 estudantes de escolas públicas de Juruti já foram beneficiados.

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û Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem em Geral do Estado do Pará – SINDITEC Presidente: Helio Junqueira MeirellesEndereço: Trav. Quintino Bocaiúva, 1588, Bl. B, 6º andar – Nazaré66.035-190 | Belém – PA | (91) 4009-4896E-mail: [email protected] | [email protected]

û Sindicato das Indústrias Madeireiras do Vale do Acará – SIMAVA Presidente: Oseas Nunes de Castro Endereço: Av. Benedito Alves Bandeira S/N - Núcleo Urbano68.680-000 | Tomé Açu-PA | (91) 3727-1035E-mail: [email protected] / [email protected]

û Sindicato das Indústrias Gráficas do Oeste do Pará – SIGOPAPresidente: Delmas Luiz de S. Rodrigues Trav. 15 de novembro, 95 – Altos - Centro68.005-290 Santarém-PaFone: (93) 3522-5587 / 3523-6103E-mail: [email protected]

û Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado do Pará – SIGEPAPresidente: Carlos Jorge da Silva Trav. Quintino Bocaiúva, 1588, Bl. B, 6º andar - Nazaré66.035-190 | Belém-PA | (91) 4009-4985 / 3241-5744E-mail: [email protected] / [email protected]

û Sindicato das Indústrias de Confecções de Roupas do Estado do Pará – SINDUSROUPAPresidente: Rita Arêas Trav. Quintino Bocaiúva, 1588, Bloco A, 6º andar - Nazaré66.035-190 | Belém-PA | (91) 4009-4872E-mail: [email protected]

û Sindicato das Indústrias de Marcenaria do Estado do Pará - SINDMÓVEISPresidente: Maurício Riozo Kaiano 66.035-190 | Belém-PA | (91) 3212-3318 | 4009-4879E-mail: [email protected]/ [email protected]

û Sindicato das Indústrias de Azeite e Óleos Alimentícios do Estado do Pará – SINOLPA Presidente: Antônio Pereira da Silva Trav. Quintino Bocaiúva, 1588, Bl BFone: 4009-8008E-mail: [email protected]/ [email protected]

û Sindicato das Indústrias Metalúrgica, Mecânica e de Mat. Elétrico do Estado do Pará – SIMEPA Presidente: Marcos Marcelino de Oliveira Trav. Quintino Bocaiúva, 1588, Bl. B, 6º andar - Nazaré66.035-190 | Belém-PA | (91) 3223-7146 / 3242-7107E-mal: [email protected] / [email protected]

û Sindicato das Indústrias de Pesca do Estado do Pará – SINPESCA Presidente: Apoliano Oliveira do Nascimento Trav. Quintino Bocaiúva, 1588, Bl. B, 1º andar - Nazaré66.035-1290 | Belém-PA | (91) 3241-4588 / 4009-4897E-mail: [email protected] / [email protected]

û Sindicato das Indústrias de Madeira de Jacundá – SIMAJAPresidente: Jonas de Castro (NT)Rua Teotônio Vilela, 2068.590-000 | Jacundá-PA | (94) 3345-1224 / 3345-1186E-maill: [email protected]

û Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado do Pará – SINDUSCONPresidente: Alex Dias CarvalhoTrav. Quintino Bocaiúva, 1588, Bl. B, 1º andar66.035-190 | Belém-PA | (91) 3241-4058 / 4009-4887 / 3241-3763E-mail: [email protected]

û Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Estado do Pará – SINDIPANPresidente: André Henrique de Castro CarvalhoTrav. Quintino Bocaiúva, 1588, Bl. B, 6º andar - Nazaré Sala 866.035-190 | Belém-PA | (91) 3222-5140 / 3241-1052E-mail: [email protected] / [email protected] / [email protected]

û Sindicato das Indústrias Metalúrgica, Mecânica e de Material Elétrico de Castanhal e da Região Nordeste do Pará – SIMENEPresidente: Roberto Kataoka Rod. Br. 316, Km. 62, S/N – Cristo Redentor68.745-000 | Castanhal – PA | (91) 3721-6445 / 3721-3835 / 3711-0868E-mail: [email protected] / [email protected] / [email protected]

û Sindicato das Indústrias da Construção Naval do Estado do Pará – SINCONAPAPresidente: Fábio Ribeiro de Azevedo Vasconcellos (91) 98114-2112Trav. Quintino Bocaiúva, 1588, Bl. B, 6º andar - Nazaré 66.035-190 | Belém-PA sala 7 | (91) 3224-4142 / 4009-4981E-mail: [email protected] / [email protected] / [email protected]

û Sindicato das Indústrias de Bebidas do Estado do Pará- SIBEGE Presidente: Juarez de Paula Simões (91) 99166-1130Trav. Benjamin Constant, 157166.035-060 | Belém-PA | (91) 3201-1500E-mail: [email protected] / [email protected]

û Sindicato das Indústrias de Serr. Tan. Mad. Comp. de Mad. de Paragominas – SINDISERPAPresidente: Fábio Alves dos Santos Rod. PA 125, Km 02 – Polo Moveleiro68.625-970 | Paragominas-PA | (91) 3011-0053E-mail: [email protected]

û Sindicato das Indústrias de Palmitos do Estado do Pará – SINDIPALM Presidente: Fernando Bruno C. Barbosa (91) 98129-0001Trav. Quintino Bocaiúva, 1588, Bl. B, 6º andar - Nazaré66.0356-190 | Belém-PA | (91) 3225-1788 / 4009-4883E-mail: [email protected] / brunoinduspar.com.br

û Sindicato da Indústria de Olaria Cerâmica para Construção e de Artefatos de Cimento a Armado do Estado do Pará – SINDOLPA Presidente: Rivanildo Samuel Hardman (91) 99112-9085Av. Barão do Rio Branco, 1515, aptº 120168.742-000 | Castanhal-PA | (91) 3809-1500E-mail: [email protected] / vendasgrupostamaria.com.br/ [email protected]

û Sindicato das Indústrias de Preparação de Óleos Vegetais e Animais, Sabão e Velas do Estado do Pará – SINOVESPA Presidente: Luiz Otávio Rei Monteiro (91) 99144-9443Trav. Quintino Bocaiúva, 158 – BL B, 6º andar – Sala 466.035-190 | Belém-Pa | (91) 4009-4871E-mail: [email protected]

û Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos, Farm. e de Perfumaria e Artigos de Toucador do Estado do Pará – SINQUIFARMA Presidente: Nilson Monteiro de Azevedo (91) 99984-7248Trav. Quintino Bocaiúva, 1588, Bl. B, 6º andar - Nazaré66035-190 | Belém-Pa | (91) 3241-8176 / 4009-4876E-mail: [email protected] [email protected]

û Sindicato das Indústrias de Biscoitos, Massas, café, Snaks Cond . de Castanhal – SIAPA Presidente: Adson Santos Barbosa Rod. Br. 316, Km. 62, S/N | Castanhal-PA668745-000 | (91) 3711-0868E-mail: [email protected] / [email protected] /

û Sindicato das Indústrias de Serr. Tan. de Mad. Comp. e Lam. de Belém e Ananindeua – SINDIMAD Presidente: Leônidas Ernesto de SouzaTrav. Quintino Bocaiúva, 1588, Bl. A, 5º andar - Nazaré66035-190 | Belém-PA | (91)3242-4081 / 4009-4878 / 3242-7342E-mail: [email protected] | [email protected]

û Sindicato da Carne e Derivados do Estado do Pará – SINDICARNE Presidente: Daniel Acatauassu Freire Trav. Quintino Bocaiúva, 1588, Bl. A, 3º andar - Nazaré66.035-190 | Belém-PA | (91) 3225-1128 / 4009-4886E-mail: [email protected] / [email protected] / [email protected]

û Sindicato das Indústrias Cerâmica de São Miguel do Guamá e Região - SINDICERPresidente: Antônio Aécio Miranda Rod. Br. 010, Km. 1809 – Centro68.660-000 | São Miguel do Guamá-PA | (91) 3446-2564 / 3446-1184E-mail: [email protected]

û Sindicato das Indústrias Madeireira e Movelaria de Tailândia – SINDIMATAE-mail: Presidente: Josefran da Silva AlmeidaAv. Belém, S/N | 68.695-000 | Tailândia/PA(91) 3752-1233 / 3752-1309 / CONTATO RENATA: (91) 99106-8900E-mail: [email protected]

û Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de Castanhal- SINDUSCON/CAST Presidente: Nelson Kataoka Rod. Br. 316, Km. 62, S/N – Cristo Redentor68.745-000 | Castanhal-PA | (91) 3721-3835 / (91) 3711-0804E-mail: [email protected] / [email protected]

û Sindicato das Indústrias de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado do Pará – SINDIREPA Presidente: André Luiz Ferreira Fontes Tv. Quintino Bocaiúva, 1588 / Bloco B, 6º andar - Nazaré66.035-190 | Belém-PA | (91) 3254-5826E-mail: [email protected] / [email protected]

û Sindicato das Indústrias de Frutas e Derivados do Estado do Pará – SINDIFRUTAS Presidente: Solange Maria Alves MotaTrav. Quintino Bocaiúva, 1588, Bloco B, 6º andar - Nazaré66.035-190 | Belém-PA | (91)3212-2619E-mail: [email protected] / [email protected]

û Sindicato das Indústrias de Madeira do Baixo e Médio Xingu – SIMBAXPresidente: Renato Mengoni Junior (NT)Rua Coronel José Porfírio, 2800 – São Sebastião68.372-040 | Altamira-PA | (93) 3515-3077E-mail: [email protected] / [email protected]

û Sindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará – SIMINERALPresidente: José Fernando Gomes Junior Trav. Rui Barbosa, 1536, CEP 66.035-220Nazaré - Belém-PA | (91) 3230-4066 / 4055E-mail: [email protected] / [email protected]

û Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado do Pará – SINDILEITE Presidente: Frederico Eduardo Machado Rodrigues Folha 27, Quadra 20, Lote 21 Sala 03, S/N Altos.68.509-290 - Marabá-PA | (94) 3321-1953/ 063 99144-3934 (Jorge tutoia) 99190-5757 (mineiro)E-mail: [email protected]/ [email protected]

û Sindicato das Indústrias de Ferro-gusa do Estado do Pará – SINDIFERPAFolha 32, Quadra 09, Lt 02 - Nova Marabá | 68.508-090 - Marabá/ [email protected]

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