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30 DE SETEMBRO DE 2016 FINANCIAMENTO À INOVAÇÃO PROPOSTAS E RECOMENDAÇÕES Bernardo Gradin GranBio 4ª REUNIÃO DO COMITÊ DE LÍDERES DA MEI DE 2016

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30 DE SETEMBRO DE 2016

FINANCIAMENTO À INOVAÇÃOPROPOSTAS E RECOMENDAÇÕES

Bernardo GradinGranBio

4ª REUNIÃO DO COMITÊ DE LÍDERES DA MEI DE 2016

É urgente dar prioridade à agenda de inovação,

sob pena da indústria retroceder

em seus esforços de inovar e

sair ainda mais fragilizada da atual crise econômica

Primeiros colocados1º Suíça

2º Singapura

3º Estados Unidos

4º Países Baixos

5º Alemanha

BRICS28º China

39º Índia

43º Rússia

47º África do Sul

81º Brasil

A economia brasileira está perdendo competitividade

Brasil caiu mais 6 posições no Ranking

Global de Competitividade 2016/2017

Totalizando uma queda de 33 posições

desde 2012

Índice Global de Competitividade 2016/17

Fonte: Global Competitiveness Report, WEF (2016).

Contexto do Sistema de Financiamento no Brasil

Nos últimos 15 anos, o Brasil fortaleceu o arcabouço regulatório das políticas deinovação e direcionou um volume crescente de recursos para essa finalidade

Apesar dos avanços observados no período, o sistema de financiamento precisa serfortalecido, e isso implica enfrentar alguns grandes obstáculos, como a instabilidade eausência de estratégia na alocação de recursos

Além desses desafios, a tendência à redução dos valores disponibilizados para PD&I apartir de 2016 sinaliza retrocessos na política de inovação

Esse quadro coloca o Brasil na contramão de outros países, como EUA e China, queampliaram investimentos em PD&I mesmo em cenários de desaceleração econômica

A MEI traz alguns dados recentes e apresenta propostas para o fortalecimento dosistema de financiamento à inovação, para alavancar também o investimento privado

BNDES: apoio à PD&I

*Participação dos recursos para inovação nos desembolsos totais do BNDES inclui os repasses à Finep.

1,4 1,62,2

3,34,0 4,5

1,0

1,01,1

1,9

2,0 1,5

0,40,8%

1,9%2,1%

2,7%

3,2%

4,4%

0,0%

0,5%

1,0%

1,5%

2,0%

2,5%

3,0%

3,5%

4,0%

4,5%

5,0%

0

1

2

3

4

5

6

7

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016(até junho)

Desembolsos do BNDES para inovação, 2010-2016(em R$ bilhões)

Desembolsos do BNDES com Inovação Repasses à Finep % sobre o total de investimento do Banco

• Entre 2010 e 2015, o apoio direto à inovação cresceu 4 x

• Mas a participação desses recursos nos desembolsos totais do BNDES permaneceu

inferior a 5%

• O volume dispendido até junho, indica menor dinamismo da atividade inovadora

Fonte: BNDES, 2016.

3,5%

BNDES: apoio reembolsável x não reembolsável

*Não inclui repasses para Finep.

Recursos

não reembolsáveis, mais

utilizados pelas empresas

para inovações de maior

risco tecnológico,

representam

cerca de 5% dos valores

desembolsados pelo Banco

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

2014 2015 2016 (até junho)

Desembolsos do BNDES para inovação, 2014-2016(em R$ bilhões)

Reembolsável Não-Reembolsável

Fonte: BNDES, 2016.

Mais da metade dos desembolsos saiu com custo mais baixo nos últimos dois anos.

O acesso a recursos com juros menores do que aqueles cobrados no mercado

faz a diferença no estímulo à inovação

BNDES: crédito com custo menor

1,5

2,2

0,8

2,4

2,3

0,2

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5

2014

2015

2016 (até junho)

Desembolsos para inovação, 2014-2016(em R$ bilhões)

Programas diversos Recursos PSI

Fonte: BNDES, 2016.

Recursos do FNDCT x Orçamento executado, 2006-2016(em R$ bilhões – valores constantes)

Fonte: FINEP, 2016. Nota: Valores Constantes – Média Anual – IGP – DI – Dez/2015.(1) Primeiro ano sem royalties do petróleo; (2) Arrecadação projetada.

Corte: R$ 13,2 bi

Em 10 anos, 30% dos recursos

do FNDCT não foram executados

FNDCT: cortes e contingenciamentos

Finep: apoio à PD&I

Dispêndios da Finep triplicaram entre 2006 e 2015 Mas houve queda superior a R$ 2 bilhões entre 2014 e 2015

Fonte: FINEP, 2016.

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1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Desembolsos da Finep, segundo modalidade de apoio, 2006-2015

(em R$ milhões)

Crédito Não Reembolável (ICT´s) Subvenção Investimento Total

Fonte: FINEP, 2016.

Finep: esgotamento dos recursos para pesquisa e inovação

• Ao longo do período, houve expansão do crédito e redução dos recursos para pesquisa, que somaram apenas 15%, em 2015

• A subvenção econômica, que em 2010 atingiu 12% dos dispêndios, também sofreu forte redução, representando apenas 3% dos desembolsos em 2015

• Os recursos não-reembolsáveis, já em queda, passaram a cobrir despesas do programa Ciência Sem Fronteiras e das OS

• Em síntese, muito pouco foi direcionado à pesquisa, indicando o esgotamento do sistema de apoio à pesquisa no país

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10,0

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30,0

40,0

50,0

60,0

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2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Desembolsos da Finep, segundo modalidade de apoio - 2006-2015

(em %)

Crédito Não Reembolável (ICT´s) Subvenção Investimento

Finep: crédito para inovação

Fonte: FINEP, 2016.

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2,0

4,0

6,0

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2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Crédito para inovação nas empresas(em R$ bilhões)

Liberações Anuais

Contratações Anuais

6777

6574 73

104

78

108

159

52

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Número de projetos contratados, 2006-2015

2015: queda nas contratações e

liberações

2016: repete 2015Contratações = aprox. R$ 1,5 bi

Projetos = aprox. 50

Carteira por área estratégica – dez/2014

Resultados da ação de fomento Inova Empresa

Contratado A ContratarTotal* Total*

(Finep + BNDES) (Finep + BNDES)

Energia 5,7 7,66 2,9

Petróleo e Gás 4,1 2,23 0,4

Complexo da Saúde 3,6 4,93 0,85

Complexo

Aeroespacial e Defesa2,9 3,58 1,81

TICs 2,1 5,04 1,71

Sustentabilidade

Socioambiental2,1 2,3 2,54

Cadeia Agropecuária 3 2,34 1,81

Ações Transversais 5 8,71 3,09

Parceiros 4,4

Total 32,9 36,79 15,11

ÁreasOrçamento

(2013-2014)

Fonte: BNDES, 2015. *Valor total do projeto em média 26% correspondem a contrapartida das empresas/ICTs.

MCTIC: orçamento (LOA)

Fonte: MCTIC, 2016.

3,40 2,944,08 4,11 3,97 4,28

3,66

2,74

2,17

2,883,74 3,62 3,01

1,00

6,14

5,11

6,96

7,85 7,59 7,29

4,66

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Evolução do orçamento do MCTIC, 2010-2016

MCTI FNDCT

Retração do orçamento do MCTI em 2016, que sofre o impacto do encolhimento do FNDCT

AVANÇOS

Embrapii: aumento contínuo dos projetos apoiados

Fonte: Embrapii, 2016.

Evolução do número de projetos contratados -relação projeto/valor, 2014-2016

10 1846

72

136

183

226240

917

3046

79

110125

137

0

20

40

60

80

100

120

140

160

0

50

100

150

200

250

300

4o/2014 1o/2015 2o/2015 3o/2015 4o/2015 1o/2016 2o/2016 3o/2016

Valor Acum. Projetos Num. Acum. Projetos

Número de projetos contratados:137

(dez 2014 até julho 2016)

Valor total dos projetos contratados : R$ 240 milhões

(dez 2014 até julho 2016)

Fonte: Embrapii, 2016.

Modelo Embrapii alavanca investimento privado

Composição de recursos no valor total dos projetos (2014-2016) em %

36%31% 33% 34% 36%

31% 29%32%

44%

63%

47%43%

47% 45% 48% 45%

20%

6%

20%24%

18%23% 23% 23%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

4o/2014 1o/2015 2o/2015 3o/2015 4o/2015 1o/2016 2o/2016 3o/2016

% EMBRAPII % Empresa % UE

Aporte nos projetos contratados (aprox.):

EMBRAPII: 32% Unidade EMBRAPII: 23% Empresas :45%

Inova Empresa

Fonte: BNDES, 2016

Plano de Desenvolvimento e Inovação da Indústria QuímicaPADIQ (FINEP-BNDES) - R$ 2,2 bilhões (2016 a 2017)

• 62 planos de negócio apresentados – R$ 2,9 bi de investimento• 27 planos de negócio selecionados – R$ 2,4 bi

• 66% recursos reembolsáveis• 4% recursos não reembolsáveis• 30% recursos próprios

Programa de Títulos Híbridos de Apoio à Inovação – BNDES THAI

Plano de Desenvolvimento, Sustentabilidade e Inovação do Setor de Mineração e Transformação Mineral Inova Empresa Mineral (BNDES/Finep) - R$ 1,18 bilhão (2017 a 2018)

Projetos de lei para criação de Fundos Patrimoniais

PLS 16/2015 - Dispõe sobre a criação e o funcionamento de fundos patrimoniais vinculados ao financiamento de instituições públicas de ensino superior Art. 1º - As instituições públicas de ensino superior poderão instituir

fundos patrimoniais vinculados, com personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, para receber e administrar recursos provenientes de doações de pessoas físicas e jurídicas

PLC 4643/2012 - Autoriza a criação de Fundo Patrimonial nas instituições federais de ensino superior Art. 1º - Esta Lei autoriza a criação de um Fundo Patrimonial (endowment

fund) em cada instituição federal de ensino superior, com o propósito de fomentar a pesquisa no âmbito destas instituições em todo o País

Brasil: investimento em P&D/PIB

2,90

1,38

2,05

4,29

2,73

2,26

3,59

1,70

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

4,00

4,50

2010 2011 2012 2013 2014

em %

Coreia

Japão

França

China

Brasil

Alemanha

Fonte: Banco Mundial, OCDE, MCTIC, 2015.

Aumentamos os investimentos em P&D, mas permanecemos atrás

de outros países

É urgente reconstituir o sistema de financiamento à PD&I no Brasil

EUA

Reino Unido

CONSIDERAÇÕES

E

PROPOSTAS

O Brasil faz uso intenso do crédito para financiar a inovação. Por isso, o custo docapital e as garantias exigidas das empresas são aspectos críticos para que osrecursos sejam efetivamente acessados para financiar atividades de PD&I

É preciso considerar também outros mecanismos amplamente usados pelaseconomias avançadas no fomento à inovação nas empresas:

Subvenção econômica para estimular projetos de maior risco tecnológico

Recursos não-reembolsáveis para fortalecer a colaboração ICT – empresa

Compras públicas e encomendas do Estado, que no Brasil podem serviabilizadas no âmbito do MS, MEC, MD, MCTIC (tecnologias decomunicação), pelo potencial desses ministérios em operar comodemandantes de inovação

Esses mecanismos, já previstos no Brasil, poderiam ter sua aplicação vinculada aoatendimento de grandes desafios nacionais, como fazem as economias maisavançadas, que usam o apoio à inovação para atender demandas da sociedade

Considerações

Propostas da MEI para reconstituir o Sistema de Financiamento à PD&I

Assegurar recursos para CT&I:• Fundo Social• Recomposição do CT-Petro• Inova Empresa• Novo programa em substituição ao PSI• Subvenção econômica

Reorganizar os Comitês Gestores dos Fundos Setoriais para alavancar o investimento privado em inovação

Garantir recursos para projetos de PD&I orientados por desafios

Utilizar de forma estratégica o poder de compra do Estado

Flexibilizar as garantias para a tomada de crédito

Estimular o estabelecimento de mercado de Venture Capital no Brasil, por meio do fortalecimento dos marcos regulatório e institucional:• Maior segurança jurídica em contratos e investimentos• Propriedade Intelectual• Maior integração universidade-empresa

Revisar o modelo de apropriação da titularidade da invenção, de forma a remover entraves aos investimentos