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1 ENERGIA E ECONOMIA Filiais brasileiras salvam balanço de multinacionais (Folha de SP) 08/03/2010 ............................................................ 3 BNDES bate recorde de desembolsos à AL (Folha de SP) 08/03/2010 ........................................................................... 3 Custo Brasil, uma sobrecarga de 36% (O Estado de SP) 08/03/2010 .............................................................................. 4 Setor de máquinas e equipamentos perde espaço no mercado mundial (O Estado de SP) 08/03/2010 ..................... 5 'Commoditização' avança no País, afirma empresário (O Estado de SP) 08/03/2010 ................................................... 6 Universalização da internet banda larga fica para o próximo governo (O Estado de SP) 08/03/2010 ......................... 7 Concessionária de rodovias Triunfo venderá usina para reduzir dívida (Valor Econômico) 08/03/2010.................... 8 Camargo dá ações em garantia (Valor Econômico) 08/03/2010...................................................................................... 9 Oposição freia discussão do pré-sal (Valor Econômico) 08/03/2010 ........................................................................... 10 Produtividade sustenta a força do campo (Valor Econômico) 08/03/2010 .................................................................. 11 Câmbio já não é mais uma tábua da salvação (Valor Econômico) 08/03/2010 ........................................................... 13 O desafio da sustentabilidade (Valor Econômico) 08/03/2010 ...................................................................................... 13 Risco salarial (Valor Econômico) 08/03/2010 .................................................................................................................. 14 Shell quer legislação para efeito estufa (Valor Econômico) 08/03/2010 ...................................................................... 15 'Expectativas' pioram. Mas são confiáveis? (Valor Econômico) 08/03/2010 ................................................................ 16 Conta de luz (Correio Popular) 08/03/2010 ...................................................................................................................... 18 Investimento menor explica cortes de luz (Folha de SP) 07/03/2010 ............................................................................ 18 Consumidor terá compensação na conta (Folha de SP) 07/03/2010 ............................................................................. 19 Pesquisa e clientela direcionam empresa (Folha de SP) 07/03/2010 ........................................................................... 19 ONGs ambientais ricas e estrangeiras atropelam locais (Folha de SP) 07/03/2010 ................................................... 20 Gushiken ofereceu Eletronet para operadoras privadas de telefonia (O Estado de SP) 07/03/2010 ......................... 22 O consultor que incomoda o Planalto (O Estado de SP) 07/03/2010............................................................................. 23 Governo Lula deve explicações, diz OAB (O Estado de SP) 07/03/2010 ...................................................................... 25 Um ''Vale do Silício'' para o pré-sal (O Estado de SP) 07/03/2010 ................................................................................. 25 Vitrine de Dilma, PAC ainda é ignorado por 50% do país (Folha de SP) 06/03/2010 ................................................... 27 Meta do plano de banda larga é reduzida (Folha de SP) 06/03/2010 ............................................................................. 27 Indústria vai investir US$ 271 bilhões (O Estado de SP) 06/03/2010............................................................................. 28 Nova marca da Eletrobrás será lançada dia 22 (O Estado de SP) 06/03/2010 .............................................................. 29 A ilusão do PAC (O Estado de SP) 06/03/2010................................................................................................................. 30 Chuva de 30 min provoca caos em Ribeirão (Folha de SP) 06/03/2010 ........................................................................ 30 Em 303 obras investigadas, PF vê desvio de R$ 700 mi (Folha de SP) 06/03/2010 ..................................................... 31 Ex-CPFL assume diretoria da rede Pão de Açúcar (Correio Popular) 06/03/2010 ....................................................... 32 APMPE quer desoneração para PCHs no leilão de fontes alternativas (CanalEnergia) 05/03/2010 .......................... 32 Eólicas não comercializadas em dezembro terão nova chance, prevê ABEEólica (CanalEnergia) 05/03/2010 ....... 33 Leilão de fontes alternativas: adiamento de prazo foi positivo, avalia Cogen (CanalEnergia) 05/03/2010 ............... 33 Ferramenta de busca sobre estudos de inventário está disponível na página da Aneel (CanalEnergia) 05/03/2010 .............................................................................................................................................................................................. 34 AES Tietê PN fecha com baixa de 0,90% (CanalEnergia) 05/03/2010 ............................................................................ 34 PLD: Carga leve reduz para R$ 12,80/MWh nas regiões Sul, Norte e Sudeste/Centro Oeste (CanalEnergia) 05/03/2010 ............................................................................................................................................................................ 35 Biomassa quer garantia física para usinas que não participaram de leilões, segundo Comerc (CanalEnergia) 05/03/2010 ............................................................................................................................................................................ 35 Nuclep fornecerá acumuladores à usina nuclear Angra 3 (CanalEnergia) 05/03/2010 .............................................. 36

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ENERGIA E ECONOMIA Filiais brasileiras salvam balanço de multinacionais (Folha de SP) 08/03/2010 ............................................................ 3 BNDES bate recorde de desembolsos à AL (Folha de SP) 08/03/2010 ........................................................................... 3 Custo Brasil, uma sobrecarga de 36% (O Estado de SP) 08/03/2010 .............................................................................. 4 Setor de máquinas e equipamentos perde espaço no mercado mundial (O Estado de SP) 08/03/2010 ..................... 5 'Commoditização' avança no País, afirma empresário (O Estado de SP) 08/03/2010 ................................................... 6 Universalização da internet banda larga fica para o próximo governo (O Estado de SP) 08/03/2010 ......................... 7 Concessionária de rodovias Triunfo venderá usina para reduzir dívida (Valor Econômico) 08/03/2010 .................... 8 Camargo dá ações em garantia (Valor Econômico) 08/03/2010...................................................................................... 9 Oposição freia discussão do pré-sal (Valor Econômico) 08/03/2010 ........................................................................... 10 Produtividade sustenta a força do campo (Valor Econômico) 08/03/2010 .................................................................. 11 Câmbio já não é mais uma tábua da salvação (Valor Econômico) 08/03/2010 ........................................................... 13 O desafio da sustentabilidade (Valor Econômico) 08/03/2010 ...................................................................................... 13 Risco salarial (Valor Econômico) 08/03/2010 .................................................................................................................. 14 Shell quer legislação para efeito estufa (Valor Econômico) 08/03/2010 ...................................................................... 15 'Expectativas' pioram. Mas são confiáveis? (Valor Econômico) 08/03/2010 ................................................................ 16 Conta de luz (Correio Popular) 08/03/2010 ...................................................................................................................... 18 Investimento menor explica cortes de luz (Folha de SP) 07/03/2010 ............................................................................ 18 Consumidor terá compensação na conta (Folha de SP) 07/03/2010 ............................................................................. 19 Pesquisa e clientela direcionam empresa (Folha de SP) 07/03/2010 ........................................................................... 19 ONGs ambientais ricas e estrangeiras atropelam locais (Folha de SP) 07/03/2010 ................................................... 20 Gushiken ofereceu Eletronet para operadoras privadas de telefonia (O Estado de SP) 07/03/2010 ......................... 22 O consultor que incomoda o Planalto (O Estado de SP) 07/03/2010............................................................................. 23 Governo Lula deve explicações, diz OAB (O Estado de SP) 07/03/2010 ...................................................................... 25 Um ''Vale do Silício'' para o pré-sal (O Estado de SP) 07/03/2010 ................................................................................. 25 Vitrine de Dilma, PAC ainda é ignorado por 50% do país (Folha de SP) 06/03/2010 ................................................... 27 Meta do plano de banda larga é reduzida (Folha de SP) 06/03/2010 ............................................................................. 27 Indústria vai investir US$ 271 bilhões (O Estado de SP) 06/03/2010 ............................................................................. 28 Nova marca da Eletrobrás será lançada dia 22 (O Estado de SP) 06/03/2010 .............................................................. 29 A ilusão do PAC (O Estado de SP) 06/03/2010................................................................................................................. 30 Chuva de 30 min provoca caos em Ribeirão (Folha de SP) 06/03/2010 ........................................................................ 30 Em 303 obras investigadas, PF vê desvio de R$ 700 mi (Folha de SP) 06/03/2010 ..................................................... 31 Ex-CPFL assume diretoria da rede Pão de Açúcar (Correio Popular) 06/03/2010 ....................................................... 32 APMPE quer desoneração para PCHs no leilão de fontes alternativas (CanalEnergia) 05/03/2010 .......................... 32 Eólicas não comercializadas em dezembro terão nova chance, prevê ABEEólica (CanalEnergia) 05/03/2010 ....... 33 Leilão de fontes alternativas: adiamento de prazo foi positivo, avalia Cogen (CanalEnergia) 05/03/2010 ............... 33 Ferramenta de busca sobre estudos de inventário está disponível na página da Aneel (CanalEnergia) 05/03/2010 .............................................................................................................................................................................................. 34 AES Tietê PN fecha com baixa de 0,90% (CanalEnergia) 05/03/2010 ............................................................................ 34 PLD: Carga leve reduz para R$ 12,80/MWh nas regiões Sul, Norte e Sudeste/Centro Oeste (CanalEnergia) 05/03/2010 ............................................................................................................................................................................ 35 Biomassa quer garantia física para usinas que não participaram de leilões, segundo Comerc (CanalEnergia) 05/03/2010 ............................................................................................................................................................................ 35 Nuclep fornecerá acumuladores à usina nuclear Angra 3 (CanalEnergia) 05/03/2010 .............................................. 36

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Lula e Dilma defendem energia nuclear no país para garantir crescimento do país (CanalEnergia) 05/03/2010 .... 36 Coomex realiza leilão para venda de energia convencional para o 2º semestre (CanalEnergia) 05/03/2010 ........... 36 Eletrobrás participa de concorrência por hidrelétrica na Colômbia (CanalEnergia) 05/03/2010 ............................... 37 Aneel fixa limite de multa às distribuidoras que descumprirem metas de universalização (CanalEnergia) 05/03/2010 ............................................................................................................................................................................ 37 Tucuruí opera com 98,01% da capacidade armazenada (CanalEnergia) 05/03/2010 ................................................... 37 Transmissoras pagam R$ 21,168 milhões de quotas de Proinfa referentes a abril (CanalEnergia) 05/03/2010 ....... 38 Cesp PNB opera em alta de 2,03% (CanalEnergia) 05/03/2010 ...................................................................................... 38 ANA, ONS, Inmet e Inpe realizam seminário para discutir previsões climáticas (CanalEnergia) 05/03/2010 ........... 38 Furnas e Copel têm projetos de transmissão enquadrados no Reidi (CanalEnergia) 05/03/2010 ............................. 39 UTE Barreiro realiza leilão de compra de energia no curto prazo (CanalEnergia) 05/03/2010 ................................... 39 Eólica Gravatá Fruitrade incia operação em teste de 4,95 MW (CanalEnergia) 05/03/2010 ........................................ 39 Light recebe certificação por qualidade no atendimento a clientes (CanalEnergia) 05/03/2010 ............................... 40 SINDICAL Trabalhadores ganham mais benefícios (Folha de SP) 07/03/2010 ............................................................................... 40 Sindicatos ampliam ganho acima da inflação neste ano (Folha de SP) 07/03/2010 .................................................... 41 Professores entram em greve em São Paulo (CUT NACIONAL) 06/03/2010 ............................................................ 41 Contra o arrocho e o desmonte do ensino em SP (CUT NACIONAL) 06/03/2010 .................................................... 42 8 de março: 100 anos de luta (CUT NACIONAL) 05/03/2010 ....................................................................................... 43 Dia Internacional da Mulher (CUT Nacional) 05/03/2010 ............................................................................................. 44 Ascensão chinesa na América Latina (CUT Nacional) 05/03/2010 ............................................................................ 46 Confederação Sindical Internacional (CUT Nacional) 05/03/2010 .............................................................................. 48 CUT Cidadã-Mulher (CUT Nacional) 05/03/2010 .......................................................................................................... 49 Gilson Caroni Filho (CUT Nacional) 05/03/2010 ........................................................................................................... 50 Greve vitoriosa (CUT Nacional) 05/03/2010 .................................................................................................................. 51 Sociedade deve permanecer atenta e mobilizada (CUT Nacional) 05/03/2010 ........................................................... 51 Vitória dos trabalhadores (CUT Nacional) 05/03/2010 ................................................................................................ 51 Das artes da Ancine: Como e porque “High School Musical” virou filme nacional (CUT Nacional) 05/03/2010 ... 52 Federação e sindicatos da alimentação do Rio Grande do Sul lançam Campanha Salarial (CUT Nacional) 05/03/2010 ............................................................................................................................................................................ 53 Pesquisa mostra que mulheres trabalham cinco horas semanais a mais que os homens (CUT Nacional) 05/03/2010 ............................................................................................................................................................................ 53

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Filiais brasileiras salvam balanço de multinacionais (Folha de SP) 08/03/2010 Operações no país compensaram resultado fraco das companhias nos EUA e na Europa Nos casos de Unilever e Nestlé, país passou a ser o 2º maior mercado, atrás apenas dos EUA; Fiat já vende mais no Brasil do que na Itália Sergio archionne, presidente mundial do grupo Fiat, durante inauguração de fábrica no Brasil MARIANA BARBOSA DA REPORTAGEM LOCAL O Brasil é a grande estrela da atual safra de balanços das multinacionais -referente ao ano de 2009. Com a estagnação ou a retração das economias da Europa e dos Estados Unidos, a força do mercado interno brasileiro, sobretudo a partir do segundo semestre, contribuiu para melhorar o desempenho das companhias nos mais diversos setores. Com vendas de R$ 11,5 bilhões no ano passado, a Unilever Brasil subiu no ranking da multinacional e alcançou a segunda posição, atrás apenas dos Estados Unidos. Em 2004, o Brasil era a sétima subsidiária em faturamento. De acordo com o vice-presidente corporativo, Luiz Carlos Dutra, o desempenho é resultado da decisão da companhia de manter os investimentos, apesar da crise global. "Fizemos mais de 60 inovações, investimos na expansão da fábrica de sabão em pó no Nordeste e ampliamos a presença na mídia", diz Dutra. Manter o ritmo de investimentos e ganhar mercado em ano de crise também foi a estratégia da Nestlé Brasil, que em 2009 se transformou no segundo principal mercado para a multinacional suíça, com vendas de R$ 15,5 bilhões. O país galgou duas posições no ranking de faturamento, superando Alemanha e França e ficando atrás apenas dos EUA. Enquanto as vendas da Nestlé na Europa cresceram apenas 1,2%, nas Américas a alta foi de 4,8% -sendo que no Brasil, isoladamente, o crescimento foi de 10%. "O Brasil é uma prioridade para a Nestlé", afirmou o presidente da Nestlé Brasil, Ivan Zurita, durante inauguração de uma nova fábrica em Carazinho (RS). Apesar de a Nestlé ter registrado uma queda de 42% no lucro líquido, o resultado, turbinado pela performance nas Américas e na Ásia, ficou acima das expectativas dos analistas. Na AB Inbev, maior cervejaria do mundo, a contribuição do Brasil foi ainda mais crucial. Enquanto no mundo todo as vendas de cerveja caíram 0,8% no ano passado, no Brasil a empresa vendeu 9,9% mais. A Ambev, que é controlada pela AB Inbev e produz as marcas Brahma e Skol, respondeu por 30,8% do Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização] do grupo, que foi de US$ 13 bilhões em 2009. O estímulo às vendas de carros com a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) fez do Brasil um dos únicos países a registrar crescimento nesse setor no mundo: 11,4%. E, pela primeira vez na história, as vendas da Fiat no Brasil superaram a da matriz. Foram 737 mil unidades, contra 722 mil na Itália. Há dez anos, o mercado brasileiro era metade do italiano. "A contribuição do Brasil foi bastante expressiva e em 2010 deverá ser ainda maior, considerando que este será um ano ainda muito difícil na Europa", disse, na semana passada, o presidente mundial do grupo Fiat, Sergio Marchionne, que veio ao Brasil para inaugurar uma fábrica de máquinas agrícolas em Sorocaba. Para a Portugal Telecom, o Brasil também já superou a matriz. No ano passado, 51,1% do resultado da companhia teve origem no Brasil. A PT é dona de 50% da Vivo. No último trimestre de 2009, as vendas da PT cresceram 18% no Brasil, para 905,3 milhões, enquanto em Portugal elas caíram 3,4%, para 846,7 milhões. Na rede varejista francesa Casino, controladora do Grupo Pão de Açúcar, enquanto na matriz as vendas recuaram 3,8%, na América do Sul cresceram 5,7%. O desempenho nas vendas foi puxado por "uma excelente performance" no Brasil. O crescimento sobre mesmas lojas no Grupo Pão de Açúcar foi de 12,7%. Remessas Apesar de o Brasil contribuir para salvar os balanços de multinacionais, as empresas estrangeiras remeteram 30% menos lucros e dividendos às matrizes em 2009, na comparação com 2008. Dados do Banco Central mostram que essas empresas enviaram US$ 17,7 bilhões no ano passado. Em 2008, foram US$ 25,3 bilhões. "Houve um recuo por conta do baixo crescimento em 2009, mas a expectativa para 2010, com a economia crescendo mais de 5%, é de retomar o patamar de 2008 e até superá-lo", afirma Luís Afonso Lima, presidente da Sobeet (Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais). Para este ano, o BC estima remessas de US$ 30,2 bilhões.

BNDES bate recorde de desembolsos à AL (Folha de SP) 08/03/2010 Financiamento à exportação de bens e serviços brasileiros na região cresceu 77% em média ao ano no segundo mandato de Lula

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Empresa mais beneficiada é a Odebrecht , mas pagamentos do banco correspondem a só 10% do que a construtora recebe por obras no exterior CLAUDIA ANTUNES PEDRO SOARES DA SUCURSAL DO RIO Em 2009, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) bateu o recorde em sua linha de financiamentos às exportações de serviços e bens brasileiros para a América Latina e o Caribe: desembolsou US$ 726 milhões a países da região, sobretudo para a contratação de obras de infraestrutura, realizadas por empreiteiras brasileiras. Na média anual do primeiro mandato de Lula (2003 a 2006), os desembolsos ficaram em US$ 352,1 milhões -cifra 26% superior à média do segundo governo FHC. Essa média subiu 77% no segundo mandato de Lula, para US$ 622 milhões, segundo dados compilados a pedido da Folha. Lançada em 1997, a linha especial de crédito já movimentou US$ 4,9 bilhões na América Latina. O aumento coincide com a ênfase do governo na liderança regional e na internacionalização das empresas brasileiras. Argentina, República Dominicana, Equador, Venezuela e Chile lideram a lista dos tomadores dos empréstimos. Entre as construtoras, a Odebrecht, há 30 anos no mercado externo, foi a maior beneficiada. Dos cerca de US$ 600 milhões que a empresa recebeu em 2009 dessa linha do BNDES, 80%, ou US$ 480 milhões, foram referentes a contratos na Argentina e na República Dominicana -o restante corresponde a Angola. De um lado, o programa visa promover exportações de bens e serviços brasileiros -de 50% a 80% do valor da obra é financiado pelo BNDES, para compras de produtos do país. De outro, cobre uma lacuna de crédito em alguns países. "São esses os nossos clientes. Não dá para ser nem uma Suíça nem uma Dinamarca. Esses não precisam. Ou a gente faz ou não tem ninguém para fazer", disse Luciane Machado, superintendente de Comércio Exterior do BNDES. Os projetos incluem hidrelétricas, gasodutos, rodovias, ônibus e linhas de metrô. O BNDES não financia bens, serviços e mão de obra do país que contrata a obra. Para Kurt Müller, diretor da Abimaq (associação da indústria de máquinas), o programa "alavanca" as vendas nacionais do setor. Cerca de 40% do valor total das operações, afirma, se refere a bens exportados. "A construtora brasileira sempre prefere levar uma máquina a que já está acostumada." Luiz Antonio Mameri, presidente da Odebrecht América Latina e Angola, diz que a linha é "extremamente importante", embora o que a empresa recebe do BNDES signifique apenas 10% de seus ingressos por obras em 18 países -um total de entre US$ 6 bilhões e US$ 6,5 bilhões em 2009. "Há uma interpretação incorreta de que o Brasil financia obra em outro país, quando financia bens e serviços brasileiros, gerando impostos e movimentando a economia aqui", diz Mameri, recém-chegado de Cuba, onde a empresa inicia ampliação de porto financiada pelo BNDES. Segundo ele, nas obras no exterior com outra fonte de financiamento a proporção de bens e serviços brasileiros usados pela Odebrecht cai de cerca de 60% para 5%. No mercado externo há quatro anos, a OAS já construiu uma rede de gás no Uruguai com recursos do BNDES e articula mais três financiamentos, num total de US$ 1,1 bilhão, para uma rodovia na Bolívia e um aqueduto e uma hidrelétrica na Argentina. "10% do nosso faturamento tem origem no exterior. A meta é chegar a um terço em 2012", afirma Cesar Uzêda, diretor da área internacional da construtora. Estudo do BNDES qualifica de "altamente competitivo" o mercado internacional de serviços de construção. Na África, quase 50% das empresas contratadas vêm das metrópoles europeias, embora os chineses, agressivos no financiamento, já tenham 21% do mercado. Riscos Segundo Machado, do BNDES, a linha de crédito à exportação para a América Latina tem risco menor do que a média do banco porque os contratos são garantidos pelo CCR (Convênio de Crédito Recíproco), sistema de compensação entre bancos centrais. "Mesmo na moratória argentina, os empréstimos foram pagos. Uma vez o crédito cursado, ele é irrevogável", afirma ela. Cuba, que não está no CCR, deu como garantia conta no exterior que recebe receitas de suas exportações. Em 13 anos, o BNDES enfrentou somente um contencioso, com o Equador, que contesta em tribunal internacional as condições de financiamento à construção de uma hidrelétrica pela Odebrecht. Apesar da disputa, os pagamentos continuam.

Custo Brasil, uma sobrecarga de 36% (O Estado de SP) 08/03/2010 Segundo estudo inédito da Abimaq, produzir no Brasil sai muito mais caro do que na Alemanha e nos EUA Marcelo Rehder

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O chamado Custo Brasil, conjunto de fatores que comprometem a competitividade e a eficiência da indústria nacional, encarece em média 36,27% o preço do produto brasileiro em relação aos fabricados na Alemanha e nos Estados Unidos. Somado ao câmbio valorizado, esse custo ajuda a explicar a tendência de especialização cada vez maior do País em exportar produtos primários e semimanufaturados, e de importar mais produtos de maior valor agregado e de tecnologia avançada. "Imagine que um alemão apaixonado pelo clima tropical resolvesse trazer sua fábrica de porteira fechada para o Brasil, incluindo mão de obra e máquinas. O preço do mesmo produto que ele fabrica hoje na Alemanha subiria automaticamente 36,27% só pelo simples fato de passar a produzir no Brasil", diz o empresário Mário Bernardini, assessor econômico da presidência da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Bernardini coordenou estudo inédito da Abimaq que mede o Custo Brasil pela primeira vez nos últimos 20 anos. "Todo mundo sabe que o Custo Brasil existe, mas nunca ficou claro o tamanho do problema", comentou o empresário ao apresentar o trabalho em reunião plenária da Abimaq em São Paulo na semana passada. Ele ponderou que, na verdade, trata-se de uma tentativa de avaliação, pois foram mensurados oito itens e o Custo Brasil tem ao menos mais outros 30 que não se consegue transformar em números. "É um piso, pois seguramente o número é maior que 36%, já que não engloba tudo e foi comparado com países que não são os mais baratos do mundo", disse Bernardini ao Estado. Segundo ele, se a comparação fosse com a China, o número dobraria de tamanho. "Fomos conservadores de forma proposital, pois o mundo inteiro tem problemas com a China", disse o diretor de Competitividade da Abimaq, Fernando Bueno. Entre os componentes do Custo Brasil medidos pela Abimaq estão o impacto dos juros sobre o capital de giro, que na média gera custo 7,95% superior ao dos concorrentes internacionais, e preços de insumos básicos, cuja diferença de custos é de 18,57% entre a produção nacional e a americana e alemã. Outros fatores de custo adicional: impostos não recuperáveis na cadeia produtiva (2,98%), encargos sociais e trabalhistas (2,84%), logística (1,90%), burocracia e custos de regulamentação (0,36%), custos de investimento (1,16%) e custos de energia (0,51%). "Corremos o risco de ver parte do setor produtivo ser transformado em montador, numa indústria que só tem casca e cujo conteúdo vem de fora", alerta o economista Júlio Sérgio Gomes de Almeida, assessor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

Setor de máquinas e equipamentos perde espaço no mercado mundial (O Estado de SP) 08/03/2010 País cai da 5ª para a 15ª posição no ranking e alguns fabricantes deixam de produzir para revender produtos importados Marcelo Rehder Sem condições de competir em pé de igualdade com os chineses, fabricantes de máquinas e equipamentos deixam de produzir no Brasil e passam a importar e revender produtos asiáticos no mercado doméstico com o carimbo da sua marca. Cada vez mais empresas tradicionais como a Kone, fabricante de máquinas-ferramenta (tornos, furadeiras e fresadoras) de Limeira (SP), são obrigadas a substituir a produção local por importações da China e Taiwan para não ter de fechar as portas. Sob o ponto de vista técnico, os equipamentos nacionais são competitivos. Do ponto de vista financeiro, no entanto, a competitividade fica comprometida devido a fatores alheios ao controle dos fabricantes, como a taxa de câmbio. Os fabricantes de máquinas sofrem impacto do chamado Custo Brasil maior que a indústria brasileira como um todo. De acordo com a Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o conjunto de custos internos que só existem no País onera em 43,85% a produção nacional de bens de capital comparada com a fabricação na Alemanha e Estados Unidos (ver quadro ao lado). A desvantagem comparativa com a China não foi medida, mas a organização estima que esteja perto dos 100%. Para o conjunto das indústrias brasileiras, o acréscimo é de 36,27%. "Já deixamos de fabricar a maioria dos nossos equipamentos e, dentro de seis meses, vamos avaliar se passamos a ser exclusivamente importadores, coisa que não gostaríamos", diz o presidente da Kone, Marcelo Cruañe.

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Ele afirma que o processo de substituição começou há cerca de três anos. Na época, a mudança enfrentou a oposição do seu pai, Enock Cruañe, presidente do Conselho de Administração da empresa. "Meu pai, que tem hoje 78 anos, foi capitão de empresa por quase 60 anos e demorou para se convencer de que se não importássemos máquinas da China a empresa quebraria", conta o executivo. "Compramos 10 máquinas chinesas, vendemos em uma semana; compramos mais 20 e vendemos em 15 dias. Só assim meu pai deu o braço a torcer." Desde então, a empresa vem de vento em popa. De 50 a 60 máquinas, passou a vender 270 a 320 por mês. O quadro de pessoal, que nos tempos áureos chegou a mais de 400 funcionários, hoje não passa de 100. Contudo, a lucratividade triplicou. "O preço de uma máquina chinesa não paga sequer a matéria-prima no Brasil. O quilo do ferro fundido aqui custa cerca de US$ 3 e eu compro máquina chinesa pronta por R$ 2,5 a R$ 3 o quilo." DESINDUSTRIALIZAÇÃO O caso da Krone não é um exemplo isolado. "Está havendo um processo de desindustrialização no Brasil", diz o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto. Ele lembra que o País já foi o quinto maior produtor de máquinas do mundo há alguns anos e hoje ocupa a 15ª posição. Um dos segmentos mais prejudicados é o de válvulas industriais, equipamentos usados em obras de saneamento básico, indústrias de açúcar e álcool e petróleo, entre outros. A participação de mercado dos equipamentos nacionais, que era de 60% há quatro anos, hoje não passa de 20%, diz o presidente da SMV Válvulas Industriais, Erfrides Bortolazzo Soares. De acordo com ele, a maioria dos fabricantes brasileiros deixou de produzir totalmente ou determinadas linhas no País e passou a trazer produtos de fora, principalmente da China. A própria SMV importa um complemento de linha originário do país asiático. Para a Abimaq, ainda que indispensáveis para a sobrevivência das indústrias nacionais, os esforços para melhorar a produtividade acabam compensando apenas pequena parte da desvantagem brasileira. "Só investir em equipamentos, processos, tecnologia e inovação não basta diante do peso do Custo Brasil", afirma Aubert Neto. Nos últimos três anos, a fabricante de guindastes Madal Palfinger, de Caxias do Sul (RS), investiu para aumentar a produtividade em 30%. Ainda assim não consegue concorrer com o preço baixo chinês no segmento de guindastes telescópicos. O gerente da linha de produtos para a América do Sul, Silvio Gatelli, diz que os equipamentos chineses custam cerca de 50% menos que os brasileiros. "O preço de um guindaste telescópico nosso de 30 toneladas de capacidade máxima, junto com um caminhão, sai em torno de R$ 1 milhão. Por esse mesmo valor, os chineses colocam na porta do cliente uma máquina de 70 toneladas, mais que o dobro da capacidade da nossa", informa Gatelli. Como se não bastasse a enorme vantagem comparativa, representantes dos produtos chineses no Brasil ainda se deram ao luxo de promover uma liquidação de guindastes no fim de 2009, com oferta de descontos de até R$ 300 mil. "Para desovar o estoque de máquinas ano 2009 e começar 2010 com maquinário do ano, o preço dessas máquinas foi reduzido de R$ 1 milhão para R$ 700 mil", diz o executivo. Segundo ele, os chineses já dominam 95% do mercado brasileiro de guindastes telescópicos. Existem cinco fabricantes no País. "Continuamos competitivos no segmento de guindastes articulados, mas nossos concorrentes que não fabricam essa linha terão sérios problemas."

'Commoditização' avança no País, afirma empresário (O Estado de SP) 08/03/2010 Participação da indústria no PIB caiu de 45% para 28% desde os anos 80 DESVANTAGEM - País exporta matéria-prima e importa produto pronto O Custo Brasil é como um imposto que incide em cascata em todos os elos de uma cadeia produtiva. Dessa forma, reduz progressivamente a competitividade dos produtos brasileiros à medida que a cadeia produtiva se alonga. Ou seja, os favorecidos são justamente os setores produtores em grande escala de bens intensivos em recursos naturais e com menor capacidade de agregação de valor, que assim conseguem crescer a taxas mais aceleradas que o restante da indústria.

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"Estamos falando do avanço do processo de "commoditização" da indústria brasileira, o que significa desindustrialização", afirma o empresário Mário Bernardini, assessor econômico da presidência da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Para o economista Júlio Sérgio Gomes de Almeida, assessor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), o País está na contramão do que acontece no mundo bem sucedido. "O segredo do sucesso da China, de uma grande indústria alemã ou dos Estados é que uma etapa a mais de transformação industrial agrega valor e competitividade. No nosso caso, agrega muito custo e retira competitividade." Bernardini observa que a participação da indústria brasileira no Produto Interno Bruto (PIB) registra queda desde os anos 80. A contribuição do setor para a geração de riquezas no País caiu de aproximadamente 45% para cerca de 28%, enquanto o PIB per capita se estabiliza abaixo de US$ 10 mil. "Em países em condições normais de desenvolvimento, a queda da participação da indústria no PIB vem acompanhada pelo aumento do PIB per capita, indicando que os serviços passam a ter maior peso na economia e que a indústria não se reduziu nominalmente." Mario Bernardini acrescentou que, nos últimos dez anos, o investimento no Brasil cresceu a uma média anual de 8%. A questão é que 90% desses investimentos são concentrados em setores ligados a commodities (matérias-primas) agrícolas e minerais. "Nossa desindustrialização é seletiva, já que nas commodities temos vantagens que superam as desvantagens do Custo Brasil." Gomes de Almeida cita que o País é campeão em competitividade na área de celulose, mas na hora de transformar a matéria-prima em papel perde toda a competitividade. "O Brasil perde gradativamente densidade industrial. Isso significa abrir mão de potencialidade de crescimento econômico, de geração de empregos mais remuneradores e de arrecadação de impostos." Para mudar o quadro , o economista diz que o País precisa de uma política industrial de vários vértices, incluindo regulação em áreas como portos, crédito, infraestrutura, câmbio e inovação nas empresas. O presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto, enviou o estudo da entidade sobre o Custo Brasil para a equipe econômica do governo e para os candidatos à Presidência da República. M.R

Universalização da internet banda larga fica para o próximo governo (O Estado de SP) 08/03/2010 Para especialistas do setor e técnicos da própria equipe de Lula, é difícil colocar o plano em prática neste ano Gerusa Marques BRASÍLIA A temperatura do debate é alta e a pressão política do governo é forte, mas a oferta de internet via banda larga País afora, como quer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é uma promessa eleitoral com tantas etapas para cumprir que só no governo do sucessor pode virar realidade. Para técnicos e especialistas do setor, mesmo que o governo consiga definir no próximo mês as diretrizes, não há como colocar em prática neste ano o Plano Nacional de Banda Larga. O mais provável é que o Planalto faça o lançamento de um protocolo de intenções, que pode ser usado como bandeira política na campanha eleitoral. "É muito difícil que o plano seja executado este ano, a não ser que seja algo absolutamente marginal, nada relevante", avalia um técnico do governo. O maior problema, para uma fonte da iniciativa privada, foi o governo ter atrelado a necessidade de expandir a banda larga à discussão para revitalizar a Telebrás, empresa que deverá administrar e operar o plano. O secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna, reconhece que não há tempo hábil para o plano ser executado pelo governo Lula, mas pondera que algumas medidas podem ser tomadas, com impactos ainda neste ano. "Certamente podemos ter o estabelecimento das linhas de ação para a empresa gestora do plano e fazer ações de caráter organizativo caso a Telebrás seja escolhida como gestora", diz. A reativação da estatal, que teve as subsidiárias privatizadas em 1998, é defendida por Lula. A decisão sobre a reativação da velha estatal será tomada em abril, quando o presidente voltará a se reunir com os ministros para bater o martelo sobre o lançamento oficial do plano.

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Se essa reunião for conclusiva, uma das primeiras medidas será a edição de um decreto presidencial instituindo o plano de banda larga. Minuta do documento circulou em Brasília no início do ano e colocava a Telebrás na liderança do processo. Após formalizada a decisão de reativar a estatal, serão necessários dois meses para reconstituir a empresa e contratar ou requisitar funcionários. A estatal tem 200 empregados cedidos à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Para voltar a operar, a Telebrás ressuscitada tem de realizar assembleia de acionistas, enviar comunicado à Comissão de Valores Mobiliários e cumprir compromissos junto ao mercado financeiro, por ter ações da Bolsa. A ressurreição da empresa é um processo complexo. Será necessário licitar a compra de equipamentos para a revitalização das fibras de propriedade das estatais de energia elétrica. Essas fibras, usadas para a montagem da rede de banda larga, são as que estão em poder da Eletronet, empresa que decretou autofalência, tem dívidas de credores cobradas na justiça e a pendência jurídica sobre a apropriação das fibras pela Eletrobrás. DENÚNCIAS O cronograma traçado pelos técnicos dependerá da superação desses problemas e do constrangimento criado com a divulgação de denúncias de envolvimento do ex-ministro José Dirceu nos negócios da empresa. Ele prestou consultoria à Star Overseas Venture, empresa sediada no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas de propriedade do empresário Nelson dos Santos, que é dona de parte da Eletronet. Mesmo que a licitação de compra dos equipamentos seja realizada em tempo recorde e que não haja contestação judicial, todo o processo deve durar ao menos três meses, sendo concluído em setembro. A entrega de equipamentos e montagem dos componentes eletrônicos nas redes de fibras ópticas se prolongaria até dezembro. Com as fibras funcionando, a estatal pode começar a atuar no atacado, ofertando capacidade de transmissão de dados para outros operadores, como pequenos provedores de internet, que forneceriam os serviços para o consumidor. Mas, para operar, mesmo no atacado, é preciso autorização da Anatel, processo que não é imediato. Se o governo optar por atender também ao consumidor final, para cumprir a promessa de chegar com a banda larga onde as grandes operadoras não querem, terá de construir a capilaridade da rede, para ligar a espinha dorsal formada pelas fibras das centrais elétricas até as cidades, e das cidades até a casa de cada cliente. Não há estimativa de quanto tempo a construção da rede pode levar. As empresas privadas, por exemplo, começaram o trabalho de ramificação da rede principal até a sede dos municípios em 2008 e devem concluí-lo no fim do ano. COLABOROU RENATO ANDRADE Energia:

Concessionária de rodovias Triunfo venderá usina para reduzir dívida (Valor Econômico) 08/03/2010 Fernando Teixeira, de São Paulo A Triunfo Participações e Investimentos (TPI) colocou à venda um de seus principais ativos, a usina hidrelétrica de Salto, em Goiás, para ganhar fôlego financeiro para novos investimentos na própria área de energia. A usina, com potência para gerar 116 MW, custou R$ 460 milhões, e a receita prevista é de R$ 80 milhões ao ano - há um contrato de 16 anos fechado com a Votorantim para vender a geração. No momento, o ativo está em negociação, mas a empresa não tem prazo para concluir o negócio. A TPI tem três projetos de Pequenas Usinas Hidrelétricas (PCHs) em Goiás aguardando autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), totalizando 90 MW, e outros quatro projetos de usinas de maior porte distribuídas entre Goiás e Tocantins, em parceria com a Alupar e a companhia de energia goiana - a Celg -, totalizando 250 MW. Segundo a diretora de relações com investidores do grupo, Ana Cristina Carvalho, a capacidade financeira obtida com a venda da usina de Salto será direcionada para os projetos que andarem mais rápido e para aqueles que demonstrarem melhor rentabilidade. Ainda em fase de aprovação, os projetos no ramo elétrico devem demorar alguns anos para sair do papel. Segundo a executiva, a TPI também ficará de olho em projetos do ramo rodoviário, como Rodoanel, e as novas concessões federais, previstos para este ano.

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Uma vez concretizada a venda da usina de Salto, o endividamento da Triunfo Participações cairia de R$ 834 milhões para R$ 522 milhões - a dívida associada à usina é de R$ 320 milhões. Com isso, a relação entre dívida líquida e Lajida do grupo - referência usada pelo mercado financeiro para concessão de crédito - cairia de 3,51 vezes para 1,91 vez. No ramo de infraestrutura, convenciona-se que o teto para o endividamento é uma relação dívida/Lajida de 3 vezes. Apesar de todas as considerações sobre a estrutura de maturação longa dos investimentos do grupo, a relação dívida/Lajida foi fatal para a TPI na disputa pela concessão da rodovia Ayrton Senna/Carvalho Pinto no ano passado. Vencedora no critério preço, a empresa foi desclassificada porque não conseguiu levantar no mercado financeiro as garantias exigidas no edital. A TPI fechou 2009 com uma receita 29% maior do que a de 2008, totalizando R$ 427 milhões. As principais responsáveis pelo resultado foram as concessões rodoviárias - além do aumento no movimento das estradas, houve reajuste de 11% nas tarifas - e o crescimento do movimento no seu terminal portuário, que quase dobrou. Este ano, pela primeira vez desde a abertura de capital em 2007, a TPI distribuirá dividendos. Serão R$ 8,4 milhões. Financiamento: Linha de R$ 3 bilhões para comprar Cimpor vai custar 110% do DI

Camargo dá ações em garantia (Valor Econômico) 08/03/2010 Cristiane Perini Lucchesi e Ivo Ribeiro, de São Paulo O empréstimo de R$ 3 bilhões da Camargo Corrêa que está sendo distribuído aos bancos no mercado interno, tomado para comprar 31,1% da produtora de cimento portuguesa Cimpor, tem garantia real nas ações de empresas de posse da companhia. O total das garantias precisa chegar até 120% dos R$ 3 bilhões. Segundo o Valor apurou, devem ser incluídas as participações da Camargo na Itaúsa (a holding que controla o Itaú Unibanco), na Alcoa e na VCB Energia. Essas ações devem ser substituídas, depois, pelas da Cimpor. A VCB Energia é a holding que possui 28,22% das ações ordinárias da CPFL e que participa do seu bloco de controle. Comprou no final do ano passado 7.766.880 ações ordinárias da Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR) que estavam em poder de sua controladora, por R$ 297 milhões. Não deverão ser incluídas nas garantias a participação de 11,5% que a Camargo Corrêa detém na Usiminas, pois para isso seria necessário acerto com outros acionistas. A Camargo Corrêa tem ainda participação na multinacional espanhola Tavex, a maior fabricante mundial de denim, o tecido do jeans, que também não serão incluídas nas garantias. Segundo o Valor apurou, a Tavex contratou o banco Lazard para realizar uma reestruturação societária que deverá resultar em redução na participação da Camargo Corrêa na espanhola, de 36,7%. Não é de hoje que a Camargo Corrêa tem demonstrado interesse em vender ações em negócios considerados não-prioritários, de forma a concentrar seus esforços na área de cimento, construção pesada, concessões de rodovias e na área de energia. O Banco Rothschild está desde o ano passado contratado para avaliar e vender os 4,06% que a Camargo Corrêa tem no capital total da Itaúsa. Estima-se que somente essa participação tenha valor de US$ 1,5 bilhão a US$ 2 bilhões, só ele suficiente para fornecer as garantias para todo o empréstimo atual. A participação na Alcoa, de menos de 2%, poderá ser vendida diretamente no mercado. Na Itaúsa, no entanto, a história é outra: a saída mais provável será um investidor privado. A Camargo Corrêa Cimentos possui 10,31% do total de ações ordinárias da Itaúsa e 0,16% das preferenciais, o que lhe confere 4,06% do capital total da holding. Mas as ações ON têm pouca liquidez. No final do ano passado, para dar saída à Camargo Corrêa, a Itaúsa propôs a conversão de ações ordinárias da companhia em preferenciais (PN, sem voto), no valor de 1 para 1. A Camargo não gostou da ideia e resolveu ficar fora da transação. Provavelmente considera que com um investidor privado conseguiria uma valorização maior dos papéis. O fato de a Camargo dar as ações em garantia não lhe impede de vender esses papéis, com a condição de que todo o dinheiro obtido com a venda seja usado para pagamento do empréstimo de R$ 3 bilhões. Haverá "alienação fiduciária de ações representativas de participações societárias de titularidade da emissora e ou de qualquer sociedade controlada direta ou indiretamente pela emissora".

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Para comprar a Cimpor, o HSBC deu uma garantia inicial. Agora, o empréstimo está sendo distribuído a outros bancos no mercado brasileiro por meio de notas promissórias de prazo de vencimento em seis meses, de valor unitário de R$ 1 milhão, pagando 110% do Depósito Interfinanceiro. Será uma emissão pública com esforço restrito, para investidores super-qualificados, nos moldes do instrução 476 da Comissão de Valores Mobiliários. Para rolar esse título, será emitido outro, também de prazo de vencimento em seis meses, e depois serão emitidas debêntures, pelo prazo de vencimento em dois anos. Nenhum desses papéis paga Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), diferentemente do que acontece com os empréstimos diretos. Além disso, a vantagem de tomar recursos em reais por meio de debêntures é que os papéis poderão ser distribuídos para fundos. No total, a Camargo Corrêa teve de pagar € 1,4 bilhão para comprar 31,1% na cimenteira Cimpor em fevereiro. Uma das razões para tomar uma linha em reais para isso, além do custo mais atrativo, foi poder entrar com essas participações como garantia. A Votorantim, por seu vez, arrematou 21,2% do capital da portuguesa, e para isso precisou tomar um empréstimo de cerca de € 300 milhões do Deutsche, Santander, BBVA e Citigroup. Com isso, as companhias barraram a entrada da Companhia Siderúrgica Nacional na cimenteira Cimpor. Congresso: Relator do projeto da Petro-Sal quer suspender urgência na tramitação no Senado

Oposição freia discussão do pré-sal (Valor Econômico) 08/03/2010 Raquel Ulhôa, de Brasília Tasso diz que não pode apresentar parecer sem modelo de exploração aprovado: "Pressuposto legal ainda não existe" O governo enfrenta nesta semana o primeiro embate com a oposição no Senado em torno do marco regulatório do Pré-Sal. Começa a contar o prazo da urgência constitucional requerida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a votação do projeto que cria uma empresa pública responsável pela gestão dos contratos de partilha de produção, mas o relator da proposta, Tasso Jereissati (PSDB-CE), em vez de apressar o parecer, vai requerer amanhã a suspensão da tramitação. O pedido de Lula pela urgência no projeto da nova estatal - cujo nome, Petro-Sal, terá de ser mudado no Senado porque já há uma empresa do Rio Grande do Norte assim registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) - foi lido no plenário do Senado na quinta-feira. Por esse regime de tramitação, o projeto tranca a pauta de votações da Casa se não for votado em até 45 dias. Tasso, relator da proposta na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), afirma que não tem condições de apresentar relatório sobre uma estatal criada para representar a União em todas as fases dos contratos de partilha de produção sem que esse novo modelo de exploração do petróleo esteja aprovado. Atualmente, a exploração do petróleo é feita por meio de contratos de concessão. O PSDB é contra a adoção de um novo modelo de exploração do petróleo. "Não posso fazer um relatório em cima de um pressuposto legal que ainda não existe", disse Tasso. Ele apresentará requerimento sobrestando a matéria com base no artigo 335 do Regimento Interno, pelo qual uma comissão pode suspender a discussão de um projeto para aguardar a decisão sobre outra proposta com ela conexa. O projeto que trata do modelo da partilha terá sua tramitação concluída na Câmara dos Deputados na quarta-feira, com a votação de uma emenda polêmica, que altera totalmente a regra de repartição, entre os Estados, dos royalties do petróleo encontrado em campos no mar (pré-sal e pós-sal) - inclusive nos poços já em exploração. Com a emenda, os Estados e municípios produtores de petróleo ou confrontantes com os campos marítimos - hoje os principais beneficiados pelos royalties - serão os grandes perdedores. Somente o Rio de Janeiro perderia R$ 23 bilhões ao ano, segundo o deputado Hugo Leal (PSC-RJ), coordenador da bancada fluminense na Câmara. O governo federal é contra a proposta, de autoria dos deputados Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) e Humberto Souto (PPS-MG), pela qual todos os Estados (produtores ou não) recebem o mesmo tratamento na divisão dos recursos dos royalties. Os governistas acham difícil impedir a aprovação da emenda e estão preparados para a derrota, especialmente pelo fato de estar sendo discutida em ano eleitoral. Os deputados alegam não ter condições de votar contra uma proposta que vai resultar em mais recursos para seus Estados.

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Pela emenda, ressalvada a parte da União, os recursos dos royalties e participações especiais oriundos da exploração de lavra localizada na plataforma continental serão assim distribuídos: metade é dividida entre todos os Estados, segundo critérios do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e os outros 50% vão para os municípios, pelo critério do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Pelas regras atuais (em vigor no modelo de concessão), Estados e municípios produtores e confrontantes (cujo litoral fica em frente a campo de petróleo) ficam com pouco mais de 52% de todos os royalties. Municípios que sofrem impacto com as operações de embarque e desembarque ganham 8,75%. Demais Estados e municípios ficam com apenas 8,75%, repartido por meio dos critérios dos fundos de participação. Os outros 30% vão para a União (Ministério de Ciência e Tecnologia e Marinha). Aprovada a emenda, o empenho do governo federal e dos Estados produtores será pela alteração no Senado. O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), defende que Lula participe das negociações do projeto para que o Senado aprove uma proposta mais equilibrada, que não imponha tanta perda aos Estados produtores. Se, após a aprovação nas duas Casas, o projeto for à sanção presidencial com o texto de Souto e Pinheiro, Lula vai vetá-lo. "Se o Senado aprovar e o presidente não vetar, vamos ao Supremo Tribunal Federal (STF), que, certamente, vai derrubar a emenda, já que ela mexe com direitos estabelecidos, com situações já consolidadas", disse Leal. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou que a questão será reaberta na Casa. Os senadores vão rediscutir a regra de distribuição dos royalties e elaborar uma proposta "para equilibrar a federação", segundo ele. "A emenda de Ibsen e Humberto tira recursos que os Estados e municípios estão recebendo hoje. Isso é complicado. Não podemos inviabilizar os Estados e municípios produtores", disse. O projeto da Petro-Sal foi o primeiro dos quatro relativos ao marco regulatório do pré-sal a chegar ao Senado. A Câmara concluiu a votação de outros dois - que tratam da capitalização da Petrobras e da criação do Fundo Social -, mas eles ainda não chegaram ao Senado. O texto-base do projeto da partilha, o mais importante dos quatro, também já foi aprovado, faltando apenas a decisão sobre a emenda de Souto e Pinheiro. Na quarta-feira, Jucá e líderes dos partidos da base do governo reuniram-se com os ministros Edison Lobão (Minas e Energia) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e com o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, para combinar a estratégia de ação na tramitação no Senado. A orientação dos ministros à base aliada foi manter a urgência. A intenção é que o Senado conclua a votação até maio, porque, havendo mudanças - e é considerado certo que haverá - os projetos voltam à Câmara. Para o governo, a prioridade política neste ano é a definição do perfil do marco regulatório do petróleo do pré-sal, área estratégica para o país. Cenários: Horizonte é de evolução para as principais cadeias do agronegócio, mas câmbio e 'gargalos' atrapalham

Produtividade sustenta a força do campo (Valor Econômico) 08/03/2010 Fernando Lopes, de São Paulo Não será por falta de produtividade que o agronegócio brasileiro perderá força nos próximos anos. Para praticamente todas as cadeias mais importantes do setor, as projeções de longo prazo indicam ganhos progressivos de eficiência, suficientes para garantir o abastecimento doméstico e defender a posição de destaque do país no mercado internacional. O problema é que velhos riscos e gargalos, como câmbio e deficiências logísticas, mostram que nem só de produtividade vive o campo, e que para as profecias positivas se realizarem é preciso combatê-los. Extenso trabalho publicado na semana passada pelo Ministério da Agricultura aponta que, entre as principais culturas agrícolas do país, apenas a cana deverá apresentar queda de produtividade na próxima década, em parte graças à expansão do plantio em regiões com condições naturais menos propícias A retração, estimada em 1,76% ao ano, será compensada por um aumento de área (4,09% ao ano até 2019/20) e, assim, a produção tende a crescer 2,26% ao ano até atingir 893 milhões de toneladas. E ainda assim há controvérsias. Com novas variedades convencionais e transgênicas em desenvolvimento em época de ampliação das apostas em biocombustíveis como o etanol, a indústria canavieira prevê que seus dois principais produtos, açúcar e álcool, vão, sim, continuar evoluindo. Marcos Jank, presidente da União da Indústria de Cana-de-

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Açúcar (Unica), lembra que na década de 70 a produtividade do etanol era de 3 mil litros por hectare, que hoje o rendimento já é de 8 mil litros por hectare e que na próxima década há estudos que apontam 14 mil. Entre os demais produtos analisados pelo ministério, apenas ganhos de produtividade. O maior salto previsto é para o arroz (4,77% ao ano), seguido por batata inglesa (2,62%), algodão (2,61%), trigo (2,29%), feijão (2,05%), milho (1,92%), laranja (1,48%), soja (0,92%), mandioca (0,58%) e fumo (0,4%). Desta lista, café, laranja, arroz, feijão e batata inglesa deverão perder área plantada, mas todos aparecem com previsões de incremento da produção, proporcionado por técnicas de plantio mais modernas - adensamento, por exemplo - e novas tecnologias. Confirmadas, as previsões representarão a continuidade de um movimento iniciado há décadas, e isso para os cultivos nacionais mais "recentes". Na década de 70, quando começava a ser introduzida em Mato Grosso, a soja, hoje o carro-chefe do agronegócio nacional, apresentava produtividade média de 30 sacas por hectares no Estado; atualmente, a média já supera 50 sacas, acima da média registrada nos EUA. Cálculos do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone), apontam que entre as safras 2002/03 e 2009/10 o aumento médio da produtividade da soja brasileira foi de 1,22%, mais que o dos EUA (1,13%) e menos que o da Argentina (1,33%). Apesar de perder para o país vizinho neste caso, a produtividade do Brasil é 1,3% maior; na comparação com os americanos, ainda é 3,4% menor. EUA, Brasil e Argentina são, nesta ordem, os maiores produtores e exportadores de soja do mundo. No caso do milho, o levantamento preparado pelo diretor-geral do Icone, André Meloni Nassar, identifica que a produtividade do milho plantado no Brasil aumentou 3,39% ao ano entre as safras 2002/03 e o que se espera do ciclo atual (2009/10), ante evolução anual média de 1,84% nos EUA e de 3,46% na Argentina. Aqui, contudo, a eficiência brasileira ainda é muito menor que a dos concorrentes, o que ainda deixa as exportações brasileiras dependentes de problemas em outros fornecedores. "O custo do milho é superior ao da soja, e a soja é uma lavoura que apresenta menos riscos. Assim, o viés de Brasil e Argentina é para a soja, que tem mais liquidez e costuma apresentar maior retorno por hectare. Nos EUA, que é eficiente, a preferência do produtor é pelo milho", afirma Nassar. Questões culturais e familiaridade com a cultura também pesam. Na dúvida, quem pode optar por soja ou milho em Argentina e Brasil plantam soja, enquanto nos EUA, milho. De acordo com análise do Cepea/Esalq, o custo de produção de soja em uma propriedade típica de Iowa, nos EUA, foi de US$ 366 por hectare na safra 2006/07, ante os US$ 438 de uma fazenda típica do Paraná, US$ 332 em Mato Grosso e entre US$ 150 e US$ 227 na Província argentina de Buenos Aires. O estudo realça que as vantagens operacionais argentinas incluem a baixa utilização de fertilizantes, porque os solos são melhores, e a menor aplicação de defensivos, já que a incidência de doenças ainda é menor. Quando incluídos o custo da terra, a depreciação de máquinas e outros custos fixos, a soja de Iowa custava US$ 745 por hectare, ante US$ 617 em Buenos Aires e US$ 602 no Paraná. E aqui aparece uma das principais vantagens brasileiras, que é o custo mais baixo das terras. Os preços estão em alta no Brasil, como apontou estudo recente da consultoria AgraFNP divulgado pelo Valor, mas ainda são vantajosos em relação sobretudo aos EUA. "Hoje não há terras disponíveis nos EUA e a Argentina, que tem custo menor, pratica sua política de retenção às exportações. O Brasil, que não tem os subsídios americanos mas conta com uma política agrícola mais forte que a Argentina, tem terras mais baratas e água disponível, mas também enfrenta problemas. No Sul, por exemplo, não há mais espaço para grandes investimentos, enquanto no Centro-Oeste e na região do Mapito [confluência entre regiões de cerrado dos Estados de Maranhão, Piauí e Tocantins] falta infraestrutura", diz André Nassar. Para efeito de comparação, análise da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia (Sober) de 2007 mostrou que, enquanto o hectare custava, em média, US$ 6.672 nos EUA, o preço médio no Brasil foi de US$ 2.312. Conforme a AgraFNP, no bimestre novembro-dezembro de 2009 o preço médio do hectare brasileiro ficou em R$ 4.593 (US$ 2.641,46), com altas de 5% em 12 meses e de 40,2% em 36 meses. Para a soja e outras oleaginosas ainda menos competitivas, acredita o consultor Ingo Plöguer, diretor da Associação Brasileira de Agribusiness (Abag), a expansão do uso do biodiesel também é um fator positivo. "Temos boas fontes. A canola, por exemplo, e a própria cana, a partir da qual também faremos biodiesel. Podemos chegar a ter no Brasil, com etanol e biodiesel, entre 70% e 75% de energia renovável em uma matriz sustentável", afirma ele. As vantagens naturais brasileiras - clima, mão-de-obra mais barata e terras e água disponíveis, especialmente - também aparecem nos segmentos de carnes, que são igualmente beneficiados pela disponibilidade de grãos para ração. Na cadeia bovina, as pastagens brasileiras resultam em custos muito mais vantajosos que os confinamentos, enquanto na

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de frango e de suína predomina um competitivo sistema de integração, desenvolvido paralelamente ao dos EUA. "O status sanitário do país é bom. Há novas exigências, mas a indústria costuma atendê-las. A integração, por exemplo, garante a rastreabilidade da carne". Todas as vantagens, algumas delas repetidas há décadas, certamente colocam o Brasil em uma posição confortável em tempos de constantes ameaças de disparadas dos preços internacionais e preocupação crescente com a autossuficiência alimentar em países ricos e pobres. Até a safra 2019/20, segundo o Ministério da Agricultura, a produção de soja crescerá 2,86% ao ano, a taxa de incremento anual do milho está calculada em 2,67% e a das carnes ficará entre 2% (bovina) e 3,64% (frango). Mas para todas as principais cadeias do agronegócio nas quais as exportações têm influência vital em ganhos de escala e formação de preços, além dos gargalos logísticos e tributários há a questão do câmbio, e o real valorizado como está não compensa os demais problemas e afeta a competitividade brasileira no exterior, ainda que ajude a manter a inflação doméstica sob controle.

Câmbio já não é mais uma tábua da salvação (Valor Econômico) 08/03/2010 De São Paulo Os exportadores que reclamam do câmbio terão de se acostumar com o atual patamar da relação entre o real e o dólar por um bom tempo, alerta Fabio Silveira, economista da RC Consultores. Diante dos movimentos derivados do aprofundamento da crise financeira irradiada dos EUA, em setembro de 2008, ele não acredita que haverá mudanças substanciais no câmbio pelo menos até 2011, e isso mesmo com a recuperação da economia global. Foi a forte desvalorização do real no início de 1999 que possibilitou o expressivo crescimento das exportações brasileiras do agronegócio desde então. A guinada foi tão forte que o câmbio passou a compensar gargalos históricos como o logístico. "Agora, é preciso mexer em questões como a elevada carga tributária, encargos trabalhistas e juros. O agronegócio é estratégico, daí os subsídios nos EUA, na Europa e na China, entre outros países. Não podemos nos esquecer que as exportações tornaram o setor o primeiro e mais importante gerador de reservas para o Brasil", afirma Silveira. Mas talvez o problema cambial tenha efeitos menos deletérios no futuro próximo do que no passado recente, dadas as perspectivas de crescimento da economia do país e, consequentemente, do provável aquecimento da demanda doméstica. "A demanda externa permanecerá travada pelo menos até a metade da década, e o mercado interno será a grande alavanca para produtos agrícolas em geral", diz o economista/consultor. A importância do mercado doméstico já foi reconhecida pelos principais atores do setor no complicado ano passado. Empresas de grãos como Cargill, Bunge, Caramuru e Granol louvaram o crescimento do consumo brasileiro e seus efeitos nos resultados. E frigoríficos como JBS e Marfrig tiveram nas vendas no país um peso muito maior, em um ambiente de forte queda dos preços de exportação. Para Silveira, outros problemas específicos também terão de ser solucionados para garantir a competitividade do agronegócio. No milho, diz, falta uma política condizente para reduzir custos e elevar a produtividade. Na soja, onde a concorrência internacional é menor, é preciso manter os investimentos em pesquisa que catapultaram a produção nacional nas últimas décadas. Tecnologia e novas técnicas de manejo também serão necessárias para cana, café e laranja, por exemplo. E nas carnes, a estrutura tributária deve ser mais simples e o transporte, mais barato. (FL)

O desafio da sustentabilidade (Valor Econômico) 08/03/2010

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Questionado pelo Valor sobre o futuro da competitividade do agronegócio brasileiro, o presidente da Cargill no país, Marcelo Martins, foi direto e reto: "Eu poderia falar das vantagens naturais, como terra, água e clima, ou dos tradicionais obstáculos, como infraestrutura, carga tributária e perdas elevadas ao longo dos processos produtivos. Tudo isso é importante, mas também é importante que vantagens e desafios sejam encarados de maneira sustentável. Se conseguimos fazer isso na cadeia da soja [com a moratória contra produtores que desmatam a Amazônia], é possível aplicar o conceito em todas as cadeias". Para o executivo, a questão da sustentabilidade ambiental e social não pode ser tratada individualmente, mas setorialmente e com políticas específicas. A americana Cargill é a maior empresa de agronegócios do planeta. No Brasil, é a segunda principal exportadora do setor, perdendo apenas para a Bunge, que construiu seu crescimento global a partir do Brasil apesar de ter transferido sua sede para os Estados Unidos há alguns anos, onde tem ações negociadas na bolsa de Nova York. Se os executivos se preocupam com a divulgação da remuneração, empresas também têm muito a perder com nova regra.

Risco salarial (Valor Econômico) 08/03/2010 Por Fernando Torres, de São Paulo Ninguém duvida que a segurança pública seja um problema no Brasil e que a divulgação de altos salários expõe os executivos a riscos. Mas embora se dividam quanto à pertinência da nova regra da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que exige essa abertura, especialistas em remuneração garantem que a preocupação das companhias abertas em não querer divulgar quanto ganham seus administradores vai muito além disso. Perda de competitividade em relação às rivais de capital fechado, mal-estar na diretoria e com o chão de fábrica e o risco de uma inflação de salários são questões cruciais que levam as companhias a tratar com extremo cuidado um tema tão delicado. Felipe Rebelli, líder na América Latina da área de talentos e recompensas da Towers Watson, empresa especializada na área, diz que as companhias abertas ficarão em desvantagem em relação às fechadas neste quesito e que os executivos podem exigir um prêmio pela exposição da sua remuneração. "Uma empresa que não tenha uma política de remuneração tão competitiva pode ter problemas para reter seus executivos", afirma. Ainda segundo Rebelli, a experiência nos Estados Unidos mostra que sempre que houve avanços na legislação sobre abertura da remuneração, ocorreram aumentos salariais acima do padrão nos anos seguintes. Segundo uma especialista em remuneração com mais de 20 anos de experiência em companhias abertas que pediu para não ser identificada, a divulgação de salários tem um potencial grande para causar mal-estar dentro da empresa. Para ela, pode ser humilhante para um operário saber o salário de um diretor, até porque esse funcionário, mesmo no chão de fábrica, às vezes também tem curso superior, embora não tenha tido tanto sucesso. Os sindicatos também poderão usar essa informação em caso de demissões coletivas. Há risco de problemas também, segundo a especialista, dentro da própria diretoria, quando um executivo perceber que ganha muito menos que seu colega. Essas diferenças podem ocorrer, diz ela, por conta das áreas sob a responsabilidade de cada um. Já para Sara Behmer, professora da Brazilian Business School na área de recursos humanos, o principal problema é mesmo a segurança. "Entre alguém imaginar quanto ganha um executivo e ter certeza tem uma grande diferença", afirma. De qualquer forma, a existência de outros argumentos - além da segurança - para justificar o sigilo dos salários encontra respaldo em uma análise consensual dos especialistas ouvidos, de que a divulgação do salário médio dos executivos já é suficiente para expô-los a risco. A principal argumentação daqueles que são contrários à divulgação exigida pela CVM está centrada na obrigação de se revelar a remuneração máxima, média e mínima dentro da diretoria e do conselho e o impacto que isso teria na segurança dos executivos. Ocorre que, com a divulgação da remuneração global e do número de membros de cada órgão, já é possível saber a média. E entre as empresas abertas que divulgaram essas informações até agora, na maior parte dos casos esse valor está na casa de sete dígitos ou bem próximo disso.

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Há ainda o argumento citado pela presidente da CVM, Maria Helena Santana, de que as pessoas cujas remunerações serão divulgadas já dão sinais externos de riqueza pelo cargo que ocupam, pela casa onde moram ou pelo carro que dirigem. O Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças regional Rio (Ibef-Rio) obteve uma liminar na Justiça para livrar seus associados da obrigação de divulgar a remuneração máxima, média e mínima da diretoria e dos conselhos. A fabricante de cigarros Souza Cruz foi a primeira e única companhia a usar a liminar até agora. A Light, que poderia ter usado a prerrogativa na sexta-feira, optou por divulgar suas informações conforme requerido pela norma da CVM. Questionada sobre o tema, a distribuidora de energia disse que "tem por premissa atender as regulamentações do órgão regulador". Na visão de Rebelli, da Towers Watson, a abertura maior desses dados é um caminho sem volta. "Haverá um fator de autorregulação muito forte do mercado. Os analistas e investidores, que acabam tendo peso na formação do preço da ação na bolsa, preferem as empresas mais abertas", afirma. Fato emblemático disso é a postura da Usiminas, que se antecipou e foi além do exigido pela norma da CVM. Já em 2008 a siderúrgica informou quanto havia pago para cada diretor e conselheiro. Uma prova de que a segurança não pesou na decisão é que o relatório não contém apenas os salários, mas também a foto dos profissionais. Em 2008, a diretoria da Usiminas recebeu R$ 21,5 milhões, parte referente aos ganhos variáveis de 2007 (R$ 11,9 milhões). Rebelli não tem dúvida sobre a importância da abertura dos dados sobre remuneração. Para ele, quando o investidor vai comprar ação de uma empresa, ele procura uma companhia com perspectiva de gerar resultado no futuro. E isso decorre de uma estratégia de negócios bem implementada, o que depende de bons executivos. "A remuneração reflete como a empresa vai atrair, reter e motivar os executivos. No fim, isso vai garantir os dividendos e a valorização da ação", resume. Nesse contexto, o consultor da Towers Watson argumenta que é importante que as empresas divulguem com transparência tanto a política da remuneração, como os valores efetivamente pagos. "O numero permite saber se aquilo que é descrito como é a estratégia está sendo bem aplicado", afirma. Se o bônus tiver métricas bem definidas, mas um peso irrelevante no total da remuneração, isso pode não motivar o executivo. Da mesma forma, se a parcela variável for exagerada e paga no curto prazo, o profissional pode ser levado a tomar riscos excessivos. Já a abertura da remuneração entre máxima, média e mínima pode revelar, por exemplo, se o bônus é muito concentrado no presidente, e se isso tem alguma ligação com o alinhamento dessa pessoa a um acionista. Discordando de Rebelli, a especialista em remuneração que não quis ser identificada não vê vantagem na divulgação dos salários. Para ela, essa informação poderia ser restrita a órgãos reguladores como Banco Central e CVM, que poderiam tentar conter eventuais distorções. (Colaborou Graziella Valenti)

Shell quer legislação para efeito estufa (Valor Econômico) 08/03/2010 The Wall Street Journal As grandes petrolíferas tentam equilibrar hoje em dia duas grandes pressões sobre seus negócios: os governos estão tentando diminuir as emissões de carbono, mas a sede mundial por energia cresce a olhos vistos. Peter Voser, diretor-presidente da Royal Dutch Shell PLC, optou por navegar a situação se unindo a uma iniciativa bancada por empresas para pressionar pela criação de leis que coíbam o aquecimento global, e também garantindo que a Shell tenha forte presença em gás natural e combustíveis alternativos. Voser conversou com Alan Murray e Kimberley Strassel, do Wall Street Journal, na conferência ECO:nomics, sobre meio ambiente e negócios, promovida pelo WSJ em Santa Barbara, Califórnia, entre 3 e 5 de março, para falar sobre o futuro da legislação do efeito estufa, a expansão da empresa além do petróleo, as perspectivas dos carros elétricos e muito mais. Trechos: Alan Murray: Gostaria de começar perguntando sobre a U.S. CAP [Parceria dos Estados Unidos para Ação sobre o Clima], a iniciativa empresarial para impulsionar a criação de leis contra o efeito estufa.

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Vocês são a última petrolífera a continuar nela. Várias outras nem se uniram à iniciativa. Por que só a Shell continua pressionando por isso? Peter Voser: Acreditamos que este país precisa de uma legislação energética baseada no mercado. E, aliás, também os outros países. Achamos que podemos fazer mais participando da U.S. CAP com os outros interessados representados lá, para que possamos obter o desenlace apropriado. Kimberly Strassel: Que tipo de lei o sr. quer ou espera que seja favorável ao seu setor? Voser: O que queremos é uma legislação de energia que aumente a segurança do suprimento neste país, incentive a redução das emissões oriundas de combustíveis, gere novos empregos mas também preserve os antigos. Para deixar bem claro o que queremos, somos grandes defensores de uma legislação energética amparada no mercado. Vamos investir claramente em projetos de gás natural, que consideramos uma fonte de energia de longo prazo que tem muitos aspectos positivos. E, em geral, acho que nosso setor enfrenta um desafio interessante diante da expectativa de que a demanda mundial vai dobrar, mas temos de fornecer essa energia a um custo ambiental muito menor. Isso vai orientar as evoluções tecnológicas, as inovações etc., e nosso setor sempre esteve numa posição de liderar isso. É isso que queremos ver numa legislação, para que tenhamos certeza sobre o preço do carbono, digamos, legislação que dure por um tempo de modo que possamos operar. Murray: A gente fala da Shell como uma empresa de petróleo, mas ela está muito perto de se tornar predominantemente de gás natural, não? Voser: Isso é totalmente correto. Na verdade a Shell começou a enfatizar o gás um bom tempo atrás. E em 2012 teremos mais produção mundial de gás do que de petróleo. Foi uma jornada de 20, 30 anos, em que usamos nossas tecnologia e inovação para impulsionar o desenvolvimento do gás numa base mundial, porque, vamos ser sinceros, ele tem 50% a 70% menos dióxido de carbono que o carvão, por exemplo, e é exatamente aí que vemos o benefício de longo prazo. Murray: E no seu ponto de vista, essa é a grande solução para nossos problemas ambientais nos próximos 50 anos ou mais? Voser: Não acho que exista uma solução única. Sob um ponto de vista mundial, a demanda energética vai dobrar - isso já é praticamente comprovado - até 2050. Então precisaremos da maioria das formas de energia que temos atualmente. Murray: Qual é a porcentagem das suas despesas de capital que vai para fontes de energia renováveis? Voser: Não é a intensidade do capital que impulsiona as fontes renováveis e alternativas. É como você gasta com tecnologias e inovações. Cerca de 25% do nosso orçamento no momento, sob um ponto de vista de P&D, vai para o que chamamos de energias alternativas. Murray: E dos 25% do orçamento de P&D que o sr. gasta com renováveis, qual a fonte que considera pessoalmente a mais promissora? Voser: Estamos focados muito em biocombustíveis no presente estágio. Acabamos de anunciar há algumas semanas a criação de uma grande sociedade no Brasil, onde estamos unindo nosso conhecimento de biocombustíveis de primeira e segunda geração com a Cosan, uma produtora local de etanol, para acelerar a capacidade de segunda geração porque precisamos agilizar esse processo. Então os biocombustíveis já são uma fonte. Por Dentro do Mercado:

'Expectativas' pioram. Mas são confiáveis? (Valor Econômico) 08/03/2010

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Luiz Sérgio Guimarães Seria temerário o Banco Central desencadear um aperto monetário este mês premido apenas pela deterioração das expectativas de inflação. É claro que, pelo sistema de metas, o BC precisa agir sobre as "expectativas" de papel e planilha antes que se transformem em aumento de preço efetivo. Mas não parece haver, além delas, outro suporte em que o BC possa se agarrar para defender decisão de alta imediata e forte da Selic. Afinal, os dados do IBGE sobre a indústria divulgados na semana passada mostraram uma expansão nada ameaçadora. A taxa de câmbio, abaixo de R$ 1,80, não pressiona os preços. E o próprio IPCA, que subiu 1,54% no acumulado de janeiro e fevereiro, começa a perder gás acentuadamente este mês.

O índice relativo a fevereiro acusou alta de 0,78%, levemente acima do de janeiro (0,75%), mas aquém das projeções, de 0,81%. O índice de difusão (que mede quantos itens tiveram inflação positiva) passou de 68,8% em janeiro para 61,7% em fevereiro, "mostrando como os aumentos estiveram concentrados em alguns itens", observa o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves. A variação mensal dos núcleos diminuiu no caso do calculado por médias aparadas com suavização (de 0,83% em janeiro para 0,42% em fevereiro) e por dupla ponderação (de 0,60% para 0,47%). "Apesar da variação mensal e anual do IPCA ter aumentado, a queda nas variações mensais e anuais de dois dos três núcleos é uma boa notícia para a inflação, e reforça o cenário em que o Banco Central aguarda até a reunião de abril para realizar a elevação dos juros", diz o economista. O IPCA do mês de março deve vir bem abaixo dos números vistos em janeiro e fevereiro, com o fim de tantos reajustes pontuais e do efeito das chuvas. A surpresa trazida pelo IPCA fez disparar o volume de

negócios no pregão de sexta-feira do mercado futuro de juros da BM&F. O giro subiu 113%, de 672 mil para 1,43 milhão de contratos. A taxa para o fim do ano tombou de 10,47% para 10,41%. O CDI negociado para janeiro de 2012 caiu de 11,62% para 11,58%. O swap de 360 dias reduziu-se de 10,78% para 10,73%. Restariam então as "expectativas" inflacionárias do Focus para legitimar o aperto já no Copom de março. A projeção de IPCA para 2010, que estava em 4,91% na última semana de fevereiro, pode ter encostado, ou mesmo passado, os 5% na pesquisa que será divulgada hoje. Mas estas "expectativas" são confiáveis? De acordo com estudo da LCA Consultores, a mediana das expectativas de inflação 12 meses à frente possui um padrão sazonal significativo. Ou seja, parte da elevação das expectativas de inflação ocorrida em janeiro e fevereiro está associada ao calendário e não tem nada a ver com as condições de demanda e oferta. O desvio-padrão das expectativas também possui padrão sazonal expressivo. Neste caso, a sazonalidade é mais positiva nos meses de setembro, outubro e novembro. No início do ano - em contraste com o que ocorre com a mediana - as expectativas costumam estar menos dispersas entre si. De acordo com o estudo, a sazonalidade é positiva na passagem do terceiro para o quarto trimestre, justamente quando os analistas de inflação começam a "calibrar" suas projeções para o ano seguinte. O estudo sugere que a mediana e a curtose (mede a largura das caudas da distribuição) das expectativas de inflação 12 meses à frente podem estar "contaminadas" por efeitos sazonais, servindo de contraponto às análises sugerindo que os preços dispararão se o BC não agir com urgência. Por que então o Copom faria agora um aperto cujo impacto sobre a oferta de moeda e a atividade só aconteceria do sexto ao nono mês? No mercado de câmbio, o dólar caiu 0,27% na sexta-feira, cotado a R$ 1,7870. Na semana acumulou uma desvalorização de 1,11%. No ano, o dólar ainda mostra um ganho, mas já modesto, de 2,52%, distante da valorização de 8,5% acumulada até o dia 5 de fevereiro, quando estava valendo R$ 1,8910. A moeda se limita em março a acompanhar o vaivém da aversão global a risco.

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A impressão positiva causada pelo relatório de emprego americano tende a perdurar por mais alguns dias, aumentando o apetite pelo risco. Se não fosse o severo inverno americano, possivelmente já em fevereiro a economia teria criado postos de trabalho, ao invés da extinção de 36 mil. De março, não escapa. Se isso acontecer o tom dos comunicados do Federal Reserve (Fed) já poderá ser mais positivo. Mas só deve começar a preparar o mercado para a alta do juro básico no segundo semestre. A alta em si deve acontecer apenas na reunião do Fomc de novembro ou na de dezembro. Luiz Sérgio Guimarães é repórter de finanças E-mail: [email protected]

Conta de luz (Correio Popular) 08/03/2010 Correio do Leitor [email protected] Dorival Cazelatto Aposentado, Campinas No início de novembro de 2009, o sr. Lobão (ministro das Minas e Energia) pediu, através da mídia, que os contribuintes (que somos nós) não entrassem na Justiça para exigir o ressarcimento do que pagamos a mais, devido a erro de cálculo, e que confiássemos que o governo providenciaria a devolução. Pois bem, até agora nada de ressarcimento. Devemos continuar confiando no governo?

Investimento menor explica cortes de luz (Folha de SP) 07/03/2010 Redução de investimentos chega a 30% entre as distribuidoras que lideram ranking de pequenos blecautes no país Apagões não são mais restritos a horários de pico; empresas atribuem queda nos valores à proximidade do fim do Luz para Todos LEILA COIMBRA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA As concessionárias de energia reduziram os investimentos nas suas redes nos últimos três anos, o que ajuda a explicar a sucessão de "apaguinhos" que atinge o país. Entre as empresas que puxam o ranking de pequenos blecautes, o corte de gastos chega a 30%. A distribuidora Ampla, no Rio, responsável por constantes interrupções no fornecimento, promoveu corte de 18% já entre 2007 e 2008. No período, o total investido caiu de R$ 427 milhões para R$ 351 milhões. Na Celpe (PE), os R$ 372 milhões investidos em 2008 recuaram para R$ 255 milhões no ano passado -corte de 31,5%. Na CPFL (que opera em SP e no RS), o plano de investimentos em distribuição nos próximos três anos mostra queda de 42%: de R$ 1,3 bilhão em 2009 para R$ 761 milhões em 2012. Levantamento da associação das distribuidoras de energia (Abradee) com 63 empresas (100% do mercado) reforça o diagnóstico e aponta que em 2008 houve diminuição dos investimentos globais de R$ 9,3 bilhões para R$ 8,8 bilhões -queda de 6,6%. Os números de 2009 não estão fechados. A queda ocorreu devido a estratégias equivocadas, segundo especialistas. Primeiro porque, com a crise global, em 2008 as empresas reduziram orçamentos após a queda do consumo. E, após a retomada, os números oficiais (Operador Nacional do Sistema Elétrico) indicavam que a demanda subiria 6%. Mas, em alguns Estados, como o Rio, o consumo residencial aumentou 16%. Antes, as empresas já haviam decidido reduzir investimentos por conta da queda nas tarifas provocada pelo segundo ciclo de revisão pela Aneel (agência reguladora), iniciado em 2007. Para executivos do setor, os "apaguinhos" têm relação direta com o corte dos investimentos. Hoje eles já ocorrem a partir do início da tarde, e não mais em um único horário de pico, à noite, por conta de aparelhos de ar-condicionado ligados. Isso significa que a rede de transformadores e circuitos está funcionando de forma sobrecarregada. A solução seria aumentar a relação entre o número de transformadores e de residências, pois cada família tem hoje um consumo bem maior que no passado. A diretora financeira da Abradee, Lívia Baião, afirma que a queda dos investimentos ocorreu porque o programa Luz Para Todos, de universalização do fornecimento de energia, está no fim.

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O mesmo argumento foi utilizado pela Neoenergia, dona da Celpe, que disse, via assessoria, que os valores aplicados pela empresa diminuíram por conta do fim do programa. O Luz Para Todos exigiu investimentos da Celpe de R$ 150 milhões em 2008 e de apenas R$ 37 milhões em 2009. Descontado o plano de universalização, o investimento seria de R$ 220 milhões ao ano.

Consumidor terá compensação na conta (Folha de SP) 07/03/2010 Empresas irão repassar diretamente aos seus clientes desconto na tarifa caso seja constatada a má qualidade do serviço Nova norma ainda precisa de regulamentação; até 2009, punição à distribuidora era multa, e recursos eram destinados ao Tesouro DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O consumidor deve se beneficiar ainda neste ano da nova metodologia de punição para as distribuidoras que descumprirem suas metas de qualidade do fornecimento de energia elétrica. A norma vigora desde 1º de janeiro, mas precisa de regulamentação. As empresas irão repassar diretamente aos seus clientes, por meio de descontos na conta de luz, uma compensação caso seja constatada a má qualidade do serviço. Com a medida, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) quer fechar o cerco às distribuidoras de energia elétrica e reduzir os limites máximos de tolerância de duração e frequência dos cortes de luz. Em 2009, a qualidade do fornecimento de energia elétrica pelas concessionárias piorou em comparação ao ano anterior, de acordo com dados divulgados pela própria agência reguladora. Até o ano passado, a punição aplicada seria apenas uma multa. Essas sanções totalizaram R$ 132 milhões em 2009. Mas, de acordo com a agência, os valores a serem pagos pelas concessionárias aos consumidores como compensação serão aproximadamente 30% maiores do que as quantias despendidas hoje a título de multa. A expectativa é que as empresas distribuam R$ 180 milhões em 2010 sob a forma de desconto aos usuários do sistema. Até então, a agência aplicava a sanção às empresas e os recursos eram repassados ao Tesouro Nacional, por meio da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), destinada à execução de obras. A conta recebeu, em multas, aproximadamente R$ 45 milhões no ano passado. As autuações eram referentes ao descumprimento de metas de duração e frequência dos cortes de fornecimento. Para avaliar a qualidade dos serviços, a Aneel usa dois índices coletivos como parâmetros principais: o DEC (Duração Equivalente de Continuidade), que registra quantas horas em média, por ano, o consumidor brasileiro fica às escuras, e o FEC (Frequência Equivalente de Continuidade), que calcula o número de vezes que falta luz em determinada região. Parâmetros individuais Com a entrada em vigor das novas regras, a qualidade do fornecimento de energia elétrica será medida por parâmetros individuais, ou seja, por falhas em cada unidade atendida pelas distribuidoras. A última punição aplicada pela Aneel foi formalizada no mês passado. Em 17 de fevereiro, a agência multou a Light, que opera no Rio de Janeiro, em R$ 9,5 milhões pelas interrupções ocorridas nos meses de novembro a janeiro. À ocasião, a fiscalização constatou falhas de manutenção e operação, identificou ainda equipamentos em fim de vida útil e deficiência na gestão da carga nas redes subterrâneas na capital fluminense. A empresa pode recorrer. DEGRAUS DA INOVAÇÃO

Pesquisa e clientela direcionam empresa (Folha de SP) 07/03/2010 Polo atrai mão de obra e estimula parceria com companhia-âncora DA REPORTAGEM LOCAL A primeira analogia que se faz quando o tema é parque tecnológico é com um shopping center. Como as empresas de um mesmo segmento estão reunidas em um único local, têm a capacidade de atrair um consumidor já direcionado. "Por trás de uma grande empresa [a âncora do parque], existe sempre uma cadeia de pequenas empresas que são suas fornecedoras", destaca José Raimundo Coelho, diretor técnico do Parque Tecnológico de São José dos Campos (a 97 km da capital), voltado às áreas aeronáutica e espacial. Lá, a âncora é a Embraer. Junto a ela estão 30 micro, pequenas e médias empresas, além de institutos de pesquisa como o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

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Não apenas o fornecimento para as empresas parceiras, mas a ampliação do leque de clientes é uma das apostas dos empresários que decidem instalar suas empresas em parques tecnológicos. Apesar de o governo ser o grande cliente da Flight Technologies (veículos aéreos não tripulados), o diretor-executivo da firma, Nei Salis Brasil Neto, 28, diz que a união de um grupo em torno de um tema comum é um dos trunfos para atrair novos consumidores. "Nosso desafio é ter uma carteira [de clientes] grande. E o parque pode ajudar a alavancar isso", destaca ele, cuja firma está instalada no Parque Tecnológico de São José dos Campos. O retorno pode não ser imediato, mas a presença em um empreendimento como esses confere maior visibilidade à firma, destaca Ronaldo Nobrega, sócio-diretor da Pam-Membranas Seletivas (membranas microporosas para filtragem). "[O parque] se assemelha a uma incubadora. O gestor quer que a empresa cresça, que se destaque", compara Nobrega. Universidade Porém, apesar de essa vitrine para o mercado ser um atrativo para a instalação da empresa no Parque Tecnológico da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) - cujas prioridades são as áreas de energia, ambiente e tecnologia da informação-, não foi esse o principal motivo que direcionou o empresário na escolha do local. A proximidade com a universidade, diz Nobrega, foi o maior impulsionador. É dos bancos da instituição que vêm parte dos estagiários e dos alunos de pós-graduação que abastecem o quadro de colaboradores. Localização Motivo semelhante apresenta Maurício Lima, 34, diretor de capacitação do Ilos (Instituto de Logística e Supply Chain), firma de pesquisa localizada no Parque Tecnológico da UFRJ. "Aproveitamento de talentos" da instituição de ensino, esclarece ele, é um dos maiores benefícios. Sem negar o "posicionamento "premium'" que a localização confere à Ilos. "As empresas pesquisadas conhecem, os parceiros também." ENTREVISTA CLAUDIO E SUZANA PADUA

ONGs ambientais ricas e estrangeiras atropelam locais (Folha de SP) 07/03/2010 Fundadores do Ipê afirmam que organizações internacionais querem dizer "o que é melhor" para os países APRESSADAS em obter resultados rápidos para justificar os recursos levantados, as grandes, ricas e poderosas ONGs estrangeiras "atropelam" as menores na hora de implementar projetos ambientais no Brasil. É o que pensam os educadores socioambientais e fundadores da terceira maior ONG ambiental brasileira, o Ipê (Instituto de Pesquisa Ecológicas), Claudio, 61, e Suzana Padua, 58. Em dezembro passado, o casal tornou-se a primeira liderança ambiental a vencer o Prêmio Empreendedor Social, realizado pela Folha e pela Fundação Schwab. PATRÍCIA TRUDES DA VEIGA EDITORA DO PRÊMIO EMPREENDEDOR SOCIAL CÁSSIO AOQUI EDITOR-ASSISTENTE DO PRÊMIO EMPREENDEDOR SOCIAL ANDRÉ LOBATO DA REPORTAGEM LOCAL Sem mencionar nomes, eles ressaltam as diferenças de atuação entre as ONGs internacionais e as locais. Por falta de estrutura, dizem, as ricas sublocam organizações menores, mas a forma de fazer vem "de cima para baixo". "Chegam com o projeto pronto, dizendo "sei o que é melhor para vocês'", constata Claudio. Para o casal, as políticas ambientais internacionais são criadas "no mundo das agências multilaterais junto com quem tem assento lá, as organizações enormes". FOLHA - Como vocês veem a evolução do movimento ambientalista desde quando o Ipê surgiu, na época da Eco-92 até hoje? CLAUDIO - A década de 90 não foi promissora, tivemos avanços, mas perdemos uma quantidade enorme de florestas tropicais nesse período. As metas de Kyoto não foram cumpridas. Fazer meta para aparecer na foto é fácil, o problema é não ter um mecanismo que possa depois verificar e punir de alguma forma quem não as alcance. As pessoas estabelecem metas de maneira irresponsável.

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SUZANA - A natureza também nunca entrou como valor econômico, ela sempre veio de graça. Se você a tem de graça, tudo o que se refere a sua proteção está atrapalhando o progresso, porque ela está ali para servir a quem está enriquecendo. Se todo mundo vivesse o padrão de vida norte-americano, segundo estimativas canadenses, seriam necessários hoje, no mínimo, quatro planetas. Não vamos chegar lá. Esse crescimento indiscriminado é uma falácia, não chegaremos ao desenvolvimento no padrão de consumo do jeito que está preconizado atualmente. O que está fazendo falta neste momento é investimento em tecnologia, como os países desenvolvidos estão fazendo. Como posso manter meu padrão de vida consumindo 10% do que estou consumindo em termos de energia e água? É uma combinação de coisas. E o Brasil tem todo o potencial, mas não investe nele. FOLHA - Qual seria o papel do governo e da sociedade nesse cenário de emergência na questão do clima? CLAUDIO - Nós temos de cobrar de quem fala por nós um posicionamento pelo futuro do planeta e nosso, pois não é coisa para as gerações de um futuro muito longínquo. Há quem fique querendo diminuir a qualidade das previsões do IPCC [painel do clima da ONU], mas eles são os melhores pesquisadores do planeta e não devem estar errados. SUZANA - Os assentados do Pontal que trabalham com a gente compreendem isso, a premissa de que, com floresta, o resto da propriedade melhora, tem menos peste, o solo fica melhor, a água fica protegida. No micro, nós, como ONG, podemos atuar. O desafio é conseguirmos entrar na escala em termos internacionais Há ONGs como o Ipê em várias partes do mundo, com base em ciência, academia, de tamanho médio, nacionais, trabalhando na ponta com os problemas verdadeiros. Conseguimos atuar dentro dos nossos microcenários, mas precisamos de alguma maneira de uma voz que seja mais ouvida internacionalmente. De baixo para cima, não de cima para baixo, porque o que a gente sente é que há uma tendência grande de as coisas virem prontas e de o pequeno ser obrigado a cumpri-las. CLAUDIO - São criadas pelas políticas ambientais internacionais, desenvolvidas no mundo das agências multilaterais com quem tem assento nelas: organizações enormes. Por isso nós estamos agora em alianças, na tentativa de conseguir uma representação para sermos iguais nesse processo. FOLHA - Existe uma dicotomia entre as ONGs nacionais e as internacionais? CLAUDIO - Existem ações diferentes e representações diferentes com atividades totalmente diferentes. SUZANA - O peso das ONGs grandes nas decisões é muito maior que o das pequenas locais, como o Ipê. Isso é natural, porque elas se dedicam muito às políticas internacionais. Tem uma delas de que várias pessoas do Ipê e da Wildlife Trust Alliance [aliança de ONGs de médio porte] também fazem parte, que é a UICN [União Internacional de Conservação da Natureza]. Eles têm cadeira na ONU e estão abrindo um escritório no Brasil. Mas ainda faltam assentos. CLAUDIO - Um dos nossos objetivos na Alliance é contratar em curto prazo uma pessoa para buscar assentos nesses órgãos multilaterais. FOLHA - De que tema que as grandes ONGs internacionais não abordam vocês falariam lá? SUZANA - Não acho que a gente falaria o que eles não falam, mas é a forma de fazer, porque os grandes têm os princípios muito corretos, querem reflorestamento, manutenção das florestas nativas, a biodiversidade mais bem protegida. Mas, na forma de fazer acontecer nos países, as ONGs menores, de médio e pequeno portes, apresentam um papel extraordinário, que as grandes normalmente atropelam. FOLHA - Atropelam como? SUZANA - Na implementação. Por exemplo, você se compromete a reflorestar determinada área, encontra locais altamente importantes para a biodiversidade e quer proteger aquele núcleo, fazer um cinturão verde. Como é que vai fazer? As grandes têm mais facilidade de levantar fundos, mas, na hora de implementar, muitas vezes não têm a estrutura. Então sublocam as ONGs menores -e isso é complicado. FOLHA - Elas contratam ONGs menores? SUZANA - Muitas vezes contratam ONGs ou pessoas locais, mas a forma de fazer vem muito de cima para baixo. CLAUDIO - Um é rico em dinheiro, e o outro, em biodiversidade. Quem é rico em dinheiro tem que ouvir quem é rico em biodiversidade para saber a melhor forma de fazer. Muitas vezes o rico em dinheiro chega com o projeto pronto, dizendo o que fazer, com a frase "eu sei o que é melhor para vocês". SUZANA - E isso eu não acho certo. É a mesma coisa que o governo faz: um projeto para a região do Pontal do Paranapanema sem consultar as pessoas locais. Tudo o que vem de cima para baixo raramente dá certo. Leva tempo para construir confiança, para ter um grupo de pessoas com que você atua. Às vezes elas [as grandes ONGs] não têm tempo, têm de mostrar resultado, porque coletaram verba que precisa ser gasta de determinada maneira. Avalio que as ONGs internacionais teriam um papel fundamental -e durante um tempo, bem no inicio, até tiveram- na capacitação das pessoas locais. Se o recurso angariado tivesse um componente forte em capacitação, elas construiriam um exército de sabedoria.

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FOLHA - Essa necessidade de resultados rápidos com ONGs sublocadas pode fragmentar o processo? CLAUDIO - Sim. Ninguém investe em capacitação, pois dá resultados muito fortes, mas lentos. Mas o medo não é só das ONGs, é do governo também. SUZANA - No Ipê, fizemos esforço para capacitação a vida inteira. Começou internamente, incentivávamos os estagiários a partirem para o mestrado, o doutorado. Hoje o instituto tem esse ponto forte [30% de mestres e doutores]. Enquanto os Estados Unidos têm mais de 300 cursos sobre biologia da conservação, a América Latina inteira tinha 12 cursos até algum tempo atrás, para toda essa biodiversidade. É um ponto muito crucial. Só 30% dos "papers" que são publicados nas grandes revistas, nas reconhecidas, sobre a Amazônia brasileira, tem um autor ou um coautor brasileiro. O resto é tudo gringo. O conhecimento gerado fica no norte e, se não chega até nós, como é que vamos competir? Os pesquisadores [estrangeiros] muitas vezes nem se lembram de mandar cópia para as unidades de conservação em que estudaram. A pesquisa fica lá. CLAUDIO - Não é só que o conhecimento não chega; nós não o estamos produzindo. SUZANA - É um grau de desequilíbrio muito grande de conhecimento -e conhecimento é poder. O esforço do Ipê e de outras ONGs -porque a gente não está sozinho nisso- é fazer uma massa crítica que pense diferente. É abrir caminhos para que as pessoas venham a ter um nível de conhecimento que faça a diferença. CLAUDIO - Nesse espírito, é preciso capacitar fortemente não para as prateleiras das bibliotecas, mas para um conhecimento que se transforme em ações. Não sou contra a pesquisa pela pesquisa, mas às vezes a gente tem vergonha de fazer pesquisa aplicada no Brasil. SUZANA - É considerada às vezes até de segunda classe. Fica o mundo do conhecimento que é o mundo das universidades, que não se mesclam. No nosso mestrado, temos uma disciplina que está fazendo uma diferença enorme, com resolução de problemas reais. CLAUDIO - Que é como um [empreendimento] pode beneficiar o outro [uma comunidade] e todos podem beneficiar a biodiversidade. O que tem que desafiar é o tema, e não a sua divisão de conhecimentos. FOLHA ONLINE Na quarta, leia a íntegra da entrevista e os regulamentos dos prêmios no site Empreendor Social www.folha.com.br/empreendedorsocial

Gushiken ofereceu Eletronet para operadoras privadas de telefonia (O Estado de SP) 07/03/2010 Governo sondou Telefônica para comprar empresa de Nelson dos Santos, cujo controle havia sido adquirido por R$ 1 Renato Cruz NEGÓCIO - ''Fiquei sabendo do pessoal que tinha comprado a Eletronet por R$ 1, mas ninguém tinha clareza do impacto legal'', disse Gushiken O governo ofereceu a Eletronet para operadoras privadas, depois de o empresário Nelson dos Santos, que tem negócios com o ex-ministro José Dirceu, comprar o controle da companhia por R$ 1. Fernando Xavier Ferreira, que comandava o Grupo Telefônica no Brasil, teve um encontro em Brasília com Luiz Gushiken, então responsável pelo Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE) da presidência da República. Em seu blog, o ex-ministro José Dirceu confirmou na semana passada ter recebido R$ 620 mil pelo pagamento de uma consultoria à empresa Adne, do empresário Nelson dos Santos, entre março de 2007 e setembro de 2009. Ele argumentou que, quando Nelson dos Santos adquiriu 51% da Eletronet, em 2005, nem conhecia o empresário. Se Gushiken tivesse obtido sucesso em negociar a Eletronet com alguma empresa privada, acabaria beneficiando Nelson dos Santos. Ferreira afirma que, na reunião com Gushiken, foi consultado se queria comprar a Eletronet. "Realmente, houve um momento em que foi colocada essa questão, do interesse nosso em avaliar a Eletronet, mas, na ocasião, comunicamos que não tínhamos interesse na avaliação", diz Ferreira. Antes de comandar a NAE, Gushiken foi ministro-chefe da Secretaria de Comunicação. Ele admite ter conversado com empresas para saber se tinham interesse na Eletronet, incluindo a Telefônica. "Na época, fiz reunião com muita gente", afirma o ex-ministro, que deixou o cargo em 2006. "Mas nunca apresentei um modelo pronto e acabado. Cheguei a sondar muita gente, sobre como viam essa rede, e sondava com toda a cautela que merece uma coisa desse tipo. Eu articulei esse assunto por muito tempo. E não passou pelo José Dirceu como a imprensa vem falando."

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Gushiken nega ter tido qualquer contato com Nelson dos Santos, sócio privado da Eletronet e cliente de José Dirceu. "Nem sei quem é", diz o ex-ministro, apesar de admitir que tinha informações sobre a mudança de controle na época em que procurava uma saída para a empresa. "Fiquei sabendo no meio do caminho desse pessoal que tinha comprado a Eletronet por R$ 1 da AES, mas ninguém tinha clareza de qual impacto legal poderia ter a medida que foi tomada por esse empresário." No fim do ano passado, o governo retomou na Justiça do Rio a posse das fibras ópticas que não estão sendo usadas pela Eletronet, e pertencem às distribuidoras de energia. Para isso, teve de fazer um depósito judicial de R$ 270 milhões para garantir o ressarcimento dos credores, se o tribunal assim o decidir. A Eletronet está em processo de falência, e tem dívidas de cerca de R$ 800 milhões. Os maiores credores são as fabricantes Furukawa e Alcatel Lucent, que forneceram os equipamentos e os cabos para a Eletronet. A Eletrobrás tem 49% da Eletronet. BANDA LARGA A Eletronet controla uma rede de 16 mil quilômetros de fibras ópticas, presente em 18 Estados brasileiros. O governo planeja usá-la no Plano Nacional de Banda Larga que propõe, entre outras medidas, ressuscitar a Telebrás. A proposta seria usar a infraestrutura de fibras ópticas para oferecer internet rápida de baixo custo. Segundo Gushiken, essa ideia começou quando ele ainda estava no governo. "A gente não tinha um formato jurídico adequado para isso, mas chegamos a pensar na Telebrás, chegamos a pensar no Serpro, e cheguei a pensar também numa estrutura em que tivesse o setor privado participando minoritariamente", diz o ex-ministro. "Não podíamos pensar numa rede puramente estatal, porque iria tirar um volume de recursos que estava no setor privado, o que poderia criar algum constrangimento." Apesar de Gushiken falar em participação minoritária do setor privado, na reunião com o ex-presidente da Telefônica, a consulta foi sobre o interesse da empresa em comprar toda a Eletronet. Ferreira explica que o grupo espanhol já tinha avaliado a empresa quando foi chamado pelo governo. "O assunto Eletronet já havia sido trazido à Telefônica pelos próprios credores, interessados em achar uma solução para o problema deles", diz. "Já tínhamos feito uma análise e chegado à conclusão de que não se tratava de algo interessante para a Telefônica." FALTA DE INTERESSE O ex-presidente da Telefônica explica que havia vários motivos para não querer comprar a Eletronet, como a distância da rede da companhia dos centros onde estão os consumidores e o fato de a companhia ter somente o direito de uso das fibras, que continuavam de propriedade das empresas de energia. "Havia questões tecnológicas, mercadológicas e regulatórias que, para a Telefônica, não faziam com que ela fosse de maior interesse", diz Ferreira. Na visão de Gushiken, o valor da rede da Eletronet era, e continua sendo, alto. "É uma coisa tão importante para o Brasil oferecer banda larga para o povo, usar uma rede em que o setor privado também vai ter participação, porque vai ter que dar a última milha (conexão que chega até o usuário)", diz o ex-ministro. "A utilização da infraestrutura instalada pode beneficiar milhões de pessoas, levando acesso para lugares como escolas e prefeituras." Gushiken afirma que, pouco antes de deixar o governo, passou o assunto para Silas Rondeau, então ministro de Minas e Energia. "Depois que eu vi que as coisas tinham de caminhar junto às elétricas, achei melhor que o ministro da área tomasse a iniciativa", explica, ressaltando que, até então, o assunto estava sob sua responsabilidade. "Faço questão de dizer que o José Dirceu não tinha a mínima noção disso. Estão tentando vitimizar (sic) o José Dirceu numa coisa que não tem sentido.

O consultor que incomoda o Planalto (O Estado de SP) 07/03/2010 Atuação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu junto a empresas privadas preocupa o governo Clarissa Oliveira e Fausto Macedo Quando deixou a Casa Civil, em 2005, fustigado por denúncias que o apontavam como mentor do mensalão do PT e o levaram ao banco dos réus do Supremo Tribunal Federal (STF), José Dirceu foi categórico - e enigmático. "Eu sei lutar no Planalto e na planície", avisou. Cinco anos depois, ele movimenta-se em um ambiente "nebuloso", definem antigos aliados. Seus ritos e procedimentos nos bastidores do poder provocam polêmica. O estilo de ação de Dirceu tem causado constrangimentos ao governo, a ponto de assessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se empenharem em mantê-

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lo à distância da ministra Dilma Rousseff - sua sucessora na Casa Civil e pré-candidata à cadeira que Lula ocupa há quase oito anos. Advogado, formado pela PUC, o ex-ministro reside em Vinhedo, no interior de São Paulo, mas divide seu tempo entre dois redutos que montou na capital - um escritório em sociedade com uma colega da Faculdade de Direito e outro para prestar assessoria e consultoria a empresários. Quando firma compromissos, cobra comissões fixas e taxa de sucesso. No episódio Eletronet, no qual trabalhou para o investidor Nelson dos Santos, recebeu R$ 620 mil - parcelas de R$ 20 mil mensais. Além de acordos em que predomina a confidencialidade, para não tornar pública sua clientela, Dirceu se preocupa em formalizar todos os contratos, incluindo lançamento de valores captados, porque já foi alertado por amigos que, depois do mensalão, a Receita o estaria mantendo sob vigilância. Muitos o dão por lobista, atividade que nega taxativamente. Os passos de Dirceu, discretos, são quase um tabu dentro do PT, sigla que já presidiu. Petistas evitam falar do "consultor" Dirceu. Mesmo quem o acompanha há bastante tempo não esconde desconforto quando abordado sobre o ex-ministro. Avaliam que ele "vende" a imagem de que resolve muita coisa porque tem força dentro do partido e, como ex-ministro-chefe da Casa Civil, ainda transita com desenvoltura em repartições do governo, ministérios e autarquias. Assim, teria certa facilidade para abrir portas na administração federal. Consta que, na prática, ele não presta exatamente consultoria - empresários o procuram para obter informações privilegiadas dentro do governo. Alguns sustentam que o ex-ministro até hoje passa e alimenta a imagem de influente e poderoso no governo para conquistar boa clientela. Na prática, sua interferência e o trânsito em setores importantes da administração não seriam tão expressivos assim. De qualquer forma, anotam pessoas próximas, ele detém informações que podem ser úteis para seus parceiros comerciais. Evanise, ou apenas Evan, namorada de Dirceu, trabalhou no cerimonial do presidente Lula. Atualmente, toca uma empresa de eventos. Ela dá assistência a reuniões promovidas por clientes do ex-ministro. Em geral, os petistas citam clientes que já são de conhecimento público - Carlos Slim, o magnata das comunicações, Eike Batista, da mineração, e Nelson dos Santos são ou já foram parceiros do ex-ministro. Mantém "relação muito forte" com a empreiteira Odebrecht. Os negócios, boa parte deles, concentram-se basicamente nos "países bolivarianos". Na Venezuela, principalmente. A consultoria no exterior é expressiva. MARCA Logo que Dirceu saiu do governo, e assim que a Câmara o cassou, sua primeira meta foi ativar o escritório de advocacia. O negócio funciona em um endereço da Rua Botucatu, na Vila Clementino, em São Paulo, dizem amigos do petista. O time do ex-ministro também ocupou por algum tempo uma casa na Rua Sena Madureira, na mesma região. Ali teria nascido o negócio de consultoria, que cresceu e migrou para um casarão na Avenida República do Líbano, sofisticada região da cidade. São dois andares e pelo menos uma dezena de funcionários, entre secretárias, assessores, equipe do blog e seguranças. De início, os cartões apresentados por ele e sua equipe traziam a apresentação José Dirceu & Associados, com o nome grafado em vermelho. O layout foi trocado para JD Assessoria & Consultoria, mas agora seu nome não aparece. O imóvel que abriga a JD reforça a preocupação com a reserva que caracteriza seus negócios. Na fachada, não há letreiros. Destaca-se apenas a pintura em branco e vermelho. Dirceu vai ao escritório todos os dias, salvo quando está em viagem. Sua rotina começa cedo. Ao levantar-se, dedica um tempo à leitura dos jornais, prepara posts de seu blog e se mantém conectado por meio do BlackBerry - o black do Zé, como diz a assinatura dos e-mails que envia pelo dispositivo. Depois, o destino de Dirceu é a esteira, onde se exercita para manter a silhueta, conquistada com dieta rigorosa que veta o consumo de carboidratos - a exceção, diz ele, é o vinho, do qual não abre mão. FRASES

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Ophir Cavalcante Presidente da OAB "O governo Lula não pode ficar com essa pecha, essa acusação de tráfico de influência de um seu ex-ministro" "Não estamos acusando ninguém, mas as denúncias são muito sérias, muito graves. É preciso que se apure e essa deve ser a conduta numa democracia" COMENTÁRIOS 07/03/2010, clara leonor vaz guimaraes prudente de Não é verdade. O consultor não incomoda o Planalto. Ele foi chamado pelo Presidente e sua candidata Dilma para ajudar na campanha. O que alias o deixou muito feliz, dizendo que seu tempo de banido tinha acabado.Mas ei que mais uma das suas atividades crim

Governo Lula deve explicações, diz OAB (O Estado de SP) 07/03/2010 Para Ophir Cavalcante, acusação de tráfico de influência deve ser esclarecida Clarissa Oliveira e Fausto Macedo O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, avalia que o governo Luiz Inácio Lula da Silva deve uma explicação ao País sobre as denúncias que envolvem José Dirceu no episódio em que o ex-ministro recebeu R$ 620 mil de um dos sócios da Eletronet, principal grupo empresarial que deve ser beneficiado caso a Telebrás seja reativada. "O governo Lula não pode ficar com essa pecha, essa acusação de tráfico de influência de um seu ex-ministro", questiona Ophir. "Seria muito mais coerente por parte do governo, muito mais transparente e mais republicano, que se fizessem os devidos esclarecimentos." Logo que Ophir manifestou publicamente a cobrança, o próprio Dirceu procurou a OAB e comprometeu-se a explicar suas atividades. A audiência ocorreria na quinta-feira passada, mas o advogado de Dirceu, criminalista José Luís Oliveira Lima, vetou a ida do ex-ministro à sede da OAB em Brasília. Oliveira Lima asseverou que Dirceu poderia se submeter a uma exposição desnecessária. Dirceu enviou à OAB esclarecimentos por escrito ? as mesmas informações e versões que ele já divulgara em seu blog. "Mantenho nosso posicionamento, a questão precisa ser melhor apurada para dar uma satisfação à sociedade", insiste Ophir. "Não estamos acusando ninguém, mas as denúncias são muito sérias, muito graves. É preciso que se apure e essa deve ser a conduta numa democracia." Ele acentua que, mesmo fora do governo há quase cinco anos, Dirceu continua ligado à administração e ao PT, "do qual continua sendo uma grande liderança, como é fato público e notório". Ophir considera que, a princípio, não seria necessária uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a influência de Dirceu nos planos de recuperação da Telebrás para beneficiar um cliente. "Qualquer CPI precisa ter objeto certo, determinado; por isso, numa primeira avaliação, creio que não seria necessário", ponderou. "Mas toda investigação, seja de uma CPI, do Ministério Público ou da polícia, é bem-vinda e demonstra o fortalecimento das instituições."

Um ''Vale do Silício'' para o pré-sal (O Estado de SP) 07/03/2010 Petrobrás e UFRJ trabalham para transformar a Ilha do Fundão, no Rio, no ''Vale do Silício'' das pesquisas de petróleo Nicola Pamplona Inspirados no modelo que deu origem ao Vale do Silício, na Califórnia, Petrobrás e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) trabalham para transformar a Ilha do Fundão no maior centro global de pesquisa tecnológica do setor de petróleo. O esforço já conseguiu a proeza de colocar lado a lado os três maiores prestadores de serviço de perfuração

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de poços do mundo. Ao todo, o projeto do Parque Tecnológico do Rio já atraiu 200 empresas dos mais variados portes e espera fazer do local um polo exportador de conhecimento. "Isso aqui será um local único no mundo", orgulha-se o diretor do Parque Tecnológico, Maurício Guedes, enquanto mostra as modernas instalações do centro de pesquisa em imagens em 3D e do Laboratório Oceânico, usado para simular as condições marítimas, ambos em operação. Sede do câmpus principal da UFRJ, a Ilha do Fundão já conta com o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Petrobrás (Cenpes). Além da Coppe, instituto de engenharia que é um dos maiores parceiros da estatal. Com 350 mil metros quadrados, a área do parque é hoje um imenso canteiro de obras, com a construção de centros de pesquisa de variadas especialidades. A maior parte, porém, tem relação com o setor de petróleo, diante da necessidade de desenvolvimento de novas tecnologias para a exploração do pré-sal. Ao lado do Laboratório Oceânico, por exemplo, há um canteiro onde serão erguidos os laboratórios da gigante francesa Schlumberger, uma das três maiores prestadoras de serviço de perfuração de poços. Sua concorrente Baker Hughes, com sede nos Estados Unidos, vai erguer seu centro na quadra vizinha. As duas empresas dividem com a Halliburton o mercado e foram convidadas pela Petrobrás para desenvolver ferramentas e materiais compatíveis com o tipo de rocha encontrada abaixo do sal. "Não há, no mundo, tecnologia para essa rocha. Então resolvemos que a pesquisa deverá ser feita no Brasil, para nacionalizar também o desenvolvimento científico", diz o diretor de exploração e produção da Petrobrás, Guilherme Estrella. A Baker Hughes, por exemplo, vai investir cerca de US$ 50 milhões na construção de seus laboratórios, que devem empregar entre 100 e 110 pessoas, a maioria pesquisadores com alto grau de especialização. A empresa já iniciou a contratação de geólogos, geofísicos e engenheiros, entre outros, que passarão por treinamento em centros de pesquisa da empresa no exterior antes do início das atividades no País, previsto para o início do ano que vem. A necessidade de reduzir prazos e custos de perfuração e a crescente importância do Brasil, em geral, e da Petrobrás, como cliente, motivaram o investimento, diz o vice-presidente de desenvolvimento de negócios da Baker Hughes no Brasil, Maurício Figueiredo. A proximidade com o centro de pesquisas da Petrobrás, reconhecido internacionalmente, é outro fator que atrai as companhias à Ilha do Fundão. "Estar ali, a 500 metros do Cenpes, facilita a troca de informações", comenta o diretor de Pesquisa e Inovação da Usiminas, Darcton Policarpo Damião. Em fevereiro, a companhia assinou convênio com a Coppe para desenvolver aços especiais para o pré-sal com o auxílio do Laboratório de Ensaios Não Destrutivos, Corrosão e Soldagem do instituto, um dos mais modernos do mundo. Os trabalhos serão desenvolvidos em um centro de pesquisas que a siderúrgica construirá no Parque Tecnológico. A fabricante de equipamentos submarinos FMC é outra que já se comprometeu com a abertura de um laboratório no local, que terá ainda laboratórios de desenvolvimento de tecnologias de recuperação de ecossistemas e de automação industrial, entre outros. Segundo Guedes, toda a área do Parque do Rio já está negociada e há planos de ampliação do espaço para receber novas empresas. A expectativa da direção é que, em três a quatro anos, cinco mil pesquisadores trabalhem no local. Muitos virão de fora do País, admite Figueiredo, da Baker Hughes. Para Guedes, porém, a interação com especialistas de locais diferentes é positiva, por permitir a troca de experiências. "A comunidade científica já trabalha de forma global", aponta. No caso do Parque Tecnológico do Rio, diz, a grande vantagem é trazer as empresas para o convívio com a comunidade. "O problema é que ainda não conseguimos transformar o desenvolvimento científico em riqueza. Acho que agora conseguiremos." O parque já é sede de um exemplo de como a inovação pode ser transformada em negócio. Resultado de pesquisas no Laboratório de Métodos Computacionais de Engenharia da Coppe, a Virtually comercializa um simulador de operação de caminhões e guindastes de grande porte, como os usados em portos e plataformas petrolíferas. O equipamento, que custa entre R$ 800 mil e R$ 1,2 milhão, já está no mercado, inclusive internacional, com duas unidades operando na Itália. A tecnologia recebeu Atestado de Exclusividade de Produção Nacional da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). O software pode ser trabalhado para simular a operação em portos brasileiros. "É um exemplo de como a pesquisa pode se transformar em produto e depois retornar em benefício para a universidade", diz Gerson Gomes Cunha, um dos sócios da Virtually. Parte da receita é devolvida ao laboratório, a título de royalties, para ser aplicada em novas pesquisas.

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O projeto inicial do parque não tinha foco no petróleo, conta Guedes, mas a demanda por novas tecnologias para o setor alterou a ideia original. Ele destaca que a legislação brasileira, que destina 1% da receita com a produção de óleo e gás para pesquisa, deu impulso extra ao projeto. Só no ano passado, a rubrica rendeu mais de R$ 600 milhões em convênios com universidades no Brasil. Para as grandes empresas, porém, ainda há questões a serem equacionadas antes que o parque deslanche, notadamente na área de infraestrutura. A Ilha do Fundão é um local de difícil acesso e com problemas de segurança, o que pode afugentar pesquisadores, ressalta o vice-presidente da Baker Hughes. "É preciso de apoio do poder público, com saneamento, iluminação e policiamento", conclui.

Vitrine de Dilma, PAC ainda é ignorado por 50% do país (Folha de SP) 06/03/2010 Datafolha revela que só 9% afirmam estar "bem informados" sobre programa Taxa de conhecimento do programa é maior entre os simpatizantes do PSDB (73%) do que entre os que se declaram petistas (61%) EDUARDO SCOLESE DA SUCURSAL DE BRASÍLIA Criado há três anos pelo governo federal, o PAC é desconhecido pela metade dos brasileiros, segundo o Datafolha. O Programa de Aceleração do Crescimento tem sido utilizado pelo presidente Lula como peça de propaganda para a pré-candidatura da petista Dilma Rousseff, mas, segundo o levantamento, apenas 9% dos brasileiros se declaram "bem informados" sobre ele. Outros 21% se posicionam como "mais ou menos" informados, enquanto 20%, como "mal informados", mesmo já tendo ouvido falar do PAC. Lançado em 2007 com o objetivo de impulsionar a economia, o PAC agrupa num único selo diferentes ações de infraestrutura, desde rodovias e aeroportos a unidades de geração e transmissão de energia elétrica e obras de habitação. Na terça, reportagem da Folha revelou que a Casa Civil maquiou balanços oficiais para esconder atrasos nas principais obras do programa. O governo nega. De 2007 a 2009, segundo o governo, as ações do programa representaram investimentos de R$ 403 bilhões. Segundo Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha, trata-se de um "número significativo" o fato de metade dos brasileiros já ter ouvido falar do PAC. Segundo ele, as ações do governo ficarão mais conhecidas a partir do início da campanha, com as propagandas obrigatórias no rádio e na TV. Levantamento nacional do Datafolha publicado na edição de domingo revelou que, no principal cenário da corrida ao Planalto hoje, com Ciro Gomes (PSB) e Marina Silva (PV) na disputa, caiu para quatro pontos (32% a 28%) a diferença entre o governador paulista, José Serra (PSDB), e a ministra petista Dilma Rousseff. Já no recorte da pesquisa que leva em conta apenas aqueles que já ouviram falar do PAC, Dilma aparece à frente de Serra: 34% a 30%, ainda sob o mesmo cenário de disputa. Na intenção de voto entre os que se declaram "bem informados" sobre o programa, a vantagem da petista aumenta: 38% a 29%. Porém, entre os que nunca ouviram falar do PAC, Serra lidera (35% a 23%). A pesquisa revela que a taxa de conhecimento do programa é maior entre os simpatizantes do PSDB (73%) do que entre os que se declaram petistas (61%). Entre os entrevistados, apenas 18% souberam dizer o significado da sigla do programa. Outros 32%, mesmo já tendo ouvido falar do PAC, erraram a resposta ou admitiram não saber o significado das três letras. O levantamento foi realizado nos dias 24 e 25 de fevereiro. Foram entrevistadas 2.623 pessoas, em 144 municípios do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Meta do plano de banda larga é reduzida (Folha de SP) 06/03/2010 Objetivo inicial de levar serviço de internet rápida a 3.200 municípios até o final do governo Lula é reduzido para 200 Problemas com a rede de fibras ópticas da Eletronet e oposição das empresas de telecomunicações emperram o programa Cibercafé na cidade de Milagres, na Bahia; plano do governo para popularizar banda larga atrasa VALDO CRUZ

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HUMBERTO MEDINA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA De um plano ambicioso para ser implementado ainda no governo Lula, atingindo inicialmente cerca de 3.200 municípios na atual administração, o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) deve chegar a só cerca de 200 cidades até o fim do ano. Isso se não houver novos adiamentos, o que pode, inclusive, fazer com que nessas cidades haja só testes até dezembro. Internamente, os técnicos responsáveis pelo sistema atribuem boa parte do atraso a duas questões: a pendência jurídica envolvendo a rede federal da Eletronet (fibras ópticas instaladas nas linhas de transmissão de energia) e a pressão das empresas de telecomunicações que são contra a criação de uma rede pública de banda larga em todo o país. As duas questões opuseram setores do governo. O grupo ligado à Casa Civil e ao Planejamento ganhou a disputa, que tinha do outro lado o Ministério das Comunicações e as empresas privadas. Com isso, o governo manteve a decisão de retomar na Justiça a rede da Eletronet, o que ocorreu, na primeira instância, no final do ano passado, e optou pelo uso de uma estatal para administrar a rede (provavelmente a Telebrás). Apesar dos atrasos na definição do programa, que se arrasta desde o primeiro mandato de Lula, o governo atual espera montar ao menos sua espinha dorsal, ou seja, a estrutura de cabos de fibras ópticas interligando boa parte do país. A ideia é montar uma rede de 16 mil quilômetros, interligando Sul, Sudeste, parte do Centro-Oeste e boa parte do Nordeste, regiões já conectadas por meio dos cabos que estavam em poder da Eletronet. O Norte ficaria para uma segunda etapa. Pela última versão do programa a ser analisado por Lula em reunião programada para o início de abril, quando a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) já terá saído do governo, a proposta é que o preço da banda larga chegue ao consumidor final a R$ 35 para conexão de 512 kbps, com a cobrança de ICMS. Nos Estados que isentam o serviço, ficaria na casa de R$ 26. Inicialmente, a ideia do governo é usar a Telebrás como reguladora do mercado. Dessa forma, ela ofertaria a rede de fibras ópticas da Eletronet no atacado para outras empresas, que concorreriam com as teles atuais na oferta de banda larga ao consumidor final. No entanto, onde o preço médio de mercado seja superior em 50% ou mais ao praticado na capital mais próxima, a Telebrás atuaria na ponta, chegando ao consumidor final. Para técnicos do governo, o principal entrave ao plano sempre veio das empresas do setor, inclusive no caso da Eletronet, cujo uso da rede sempre foi criticado pelas teles. O motivo seria o fato de que a futura rede pública competirá com as empresas de telecomunicações, levando banda larga a boa parte dos domicílios, criando o risco de reduzir ainda mais o mercado de telefonia fixa no país. Afinal, a tendência é que as casas de baixa renda com conexão de banda larga passem a usar sistemas da internet para falar por telefone.

Indústria vai investir US$ 271 bilhões (O Estado de SP) 06/03/2010 Previsão é do BNDES para os próximos quatro anos; exploração de petróleo e gás deve liderar os investimentos Alexandre Rodrigues Impulsionada pelas reservas do pré-sal, a exploração de petróleo e gás vai liderar o investimento da indústria nos próximos quatro anos, que deve somar US$ 271 bilhões (cerca de R$ 487 bilhões). A projeção é do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que está concluindo um mapeamento dos investimentos nos sete principais setores industriais até 2013. Na comparação com o período de 2005 a 2008, isso representa crescimento de quase 42% no volume de recursos aplicados na indústria. O ano de 2009 ficou fora do trabalho porque ainda não tem dados consolidados. Mais de 60% dos investimentos virão de petróleo e gás, responsável por US$ 171 bilhões até 2013, pela estimativa do banco. A Petrobrás, em seu planejamento estratégico prevê investimentos de US$ 174,4 bilhões de 2009 a 2013. Outro setor da cadeia do petróleo que contribuirá muito para a expansão da indústria é o petroquímico. Sob o impacto da união Braskem-Quattor, o setor vai mais do que triplicar os investimentos em relação aos US$ 5 bilhões do período 2005-2008. Segundo o BNDES, serão aplicados US$ 17 bilhões na petroquímica até 2013, um aumento de 240% em relação ao outro quadriênio. Entre os projetos em curso, estão o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e o Polo Petroquímico de Suape, em Pernambuco, que devem consumir US$ 8,4 bilhões e US$ 2 bilhões, respectivamente. Enquanto o petróleo aparece como líder da escalada do investimento, os setores exportadores de commodities revelam mais dificuldade. Mesmo com os planos de investimentos da Vale, que ontem formalizou a intenção de aplicar R$ 9,6 bilhões em Minas Gerais, o BNDES projeta queda de 13,8% nos investimentos em mineração.

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O banco contabiliza US$ 25 bilhões para os próximos quatro anos, mas o setor recebeu US$ 29 bilhões entre 2005 e 2008. Para o setor de papel e celulose, o cenário é um pouco melhor: crescimento zero, mantendo o nível de investimento em US$ 10 bilhões. "Os exportadores sofreram muito com a queda da demanda mundial durante a crise. Isso cria uma dificuldade adicional para as empresas, mas não significa que elas não poderão lançar novos projetos até lá. Esses números são um retrato das expectativas neste momento", explica o gerente da área de pesquisa e acompanhamento econômico do BNDES, Gilberto Rodrigues Borça Júnior. As projeções constaram da apresentação feita esta semana pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho, a uma plateia de investidores em Londres. Segundo o gerente do BNDES, os números confirmam outro estudo recente do banco, que apontou uma mudança no motor da economia brasileira na retomada do crescimento após a crise. Para o banco, os setores que impulsionarão o investimento a partir de agora serão os voltados para o mercado interno. Nesse sentido, a projeção do BNDES aponta um crescimento de 41,6% nos investimentos do setor de automóveis, que deve somar US$ 17 bilhões até 2013, e de 50% no de produtos eletrônicos, que deve consumir US$ 12 bilhões em quatro anos. Na indústria de transformação, a retomada do nível de produção na siderurgia desencadeou novos planos de expansão, inclusive com os projetos de novas usinas. Isso deve levar a um aumento de 33% nos investimentos do setor, subindo dos US$ 15 bilhões do período 2005-2008 para US$ 20 bilhões nos próximos quatro anos. Segundo Borça Jr., os dados ainda são preliminares e deverão sofrer ajustes para a conclusão, nos próximos dias, do mapeamento anual que o banco faz das perspectivas de investimentos na economia. Há duas semanas, o BNDES divulgou o trabalho relativo à infraestrutura, que deve consumir US$ 152 bilhões (cerca de R$ 274 bilhões) até 2013, puxada por energia elétrica e telecomunicações, com crescimento de 36,9%. Os trabalhos têm como base as informações que os departamentos setoriais do banco recebem das empresas, contemplando também os projetos que não são financiados pelo banco.

Nova marca da Eletrobrás será lançada dia 22 (O Estado de SP) 06/03/2010 Empresa estatal investe R$ 1 milhão para se transformar na Petrobrás do setor elétrico Nicola Pamplona e Kelly Lima A Eletrobrás programou para dia 22 o lançamento de sua nova marca, que passará a identificar todas as suas subsidiárias. A mudança, que custou R$ 1 milhão, é considerada um passo importante no processo de fortalecimento da companhia, que, segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pode se transformar na "Petrobrás do setor elétrico". Como a Petrobrás, a nova marca da Eletrobrás não terá acento, em uma tentativa de facilitar o entendimento do público estrangeiro. A internacionalização é um dos planos do governo para a empresa. A Eletrobrás já tem ações na Bolsa de Nova York e iniciou no ano passado a análise de projetos de investimentos em países como Peru, Argentina, Nicarágua, Bolívia e Guiana. Em entrevista ao Estado, na semana passada, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, lembrou que a Eletrobrás já foi maior que a Petrobrás, hoje usada como modelo. "Depois, foi ao chão e, com o governo Lula, retomamos a grandiosidade dela." A empresa voltou a investir, sempre como minoritária, em transmissão e geração de energia, participando dos leilões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O governo estuda também a capitalização da companhia, com o objetivo de garantir a saúde financeira para novos investimentos, projeto que deve ficar para o próximo governo, em razão do ano eleitoral. Este ano, a companhia anunciou ainda o pagamento de R$ 10 bilhões em dividendos atrasados, medida que deve melhorar a avaliação da empresa no mercado. Lobão adiantou que todas as subsidiárias da empresa usarão uma marca padrão, antes de seu nome. Assim, Furnas e Chesf, por exemplo, passarão a se chamar Eletrobrás-Furnas e Eletrobrás-Chesf. A companhia planeja se mudar para um prédio próprio, nas proximidades da Avenida Chile, no centro do Rio, onde já estão instalados o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Petrobrás.

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O lançamento da marca deve ser um dos últimos atos últimos atos públicos do ministro Lobão, que terá de se desincompatibilizar do cargo até 30 de março, para concorrer à reeleição para o Senado.

A ilusão do PAC (O Estado de SP) 06/03/2010 O governo incluiu no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) os contratos de financiamento habitacional, não apenas da Caixa Econômica Federal, mas dos bancos privados. Deste modo, nele inclui operações bancárias usuais, no que parece ser mais uma tentativa de disfarçar as deficiências e atrasos do programa. O PAC foi lançado em janeiro de 2007 para investir R$ 503,9 bilhões (esse valor aumentou, em 2009, para R$ 638 bilhões) até este ano, sobretudo em obras de infraestrutura (portos, rodovias, aeroportos, redes de esgoto, geração de energia, hidrovias, ferrovias). Naquela ocasião, o governo admitiu que incluiria financiamentos bancários no programa, mas mencionou montantes inferiores aos atuais. Além disso, não se deve tratar operações privadas como parte de programa de governo, sobretudo recursos das cadernetas de poupança, que são da população. Não proveem de fontes governamentais. Dos recursos investidos em ações do PAC consideradas pelo governo como concluídas até fevereiro - um total de R$ 256,9 bilhões -, chegam a R$ 137,5 bilhões os referentes a financiamentos habitacionais, valor superior ao despendido em obras de logística e energia. A construção de casas populares representou um desembolso ínfimo. "Esses números distorcem o resultado do PAC", declarou ao Globo, de quinta-feira, o economista Gil Castelo Branco, coordenador do site Contas Abertas, especializado no acompanhamento das finanças públicas. "A grande ação do programa está sendo o financiamento habitacional, na proporção de 50%, aproximadamente, para (imóveis) novos e usados." Mas, indagou o economista, até que ponto se pode dizer que o financiamento de imóveis usados acelera o crescimento econômico? Segundo o Estado de quarta-feira, as obras de melhoria de infraestrutura em aeroportos e portos no País previstas no PAC estão com atrasos de até 41 meses. Problemas constatados no início do plano ainda não foram resolvidos, apesar da importância da conclusão das obras de infraestrutura, que permitem reduzir os custos de logística das empresas e aumentar a competitividade da economia. Entre os atrasos mais críticos devem ser citados os das obras nos aeroportos de Vitória, do Galeão e de Brasília, do Porto de Santos e da implantação do Programa Nacional de Dragagem, destinado a permitir a entrada de navios de grande calado nos portos brasileiros. Outra reportagem mostrou que três em cada quatro ações destacadas no primeiro balanço do PAC não foram concluídas no prazo previsto. Muitas obras que receberam o carimbo verde - ou seja, dadas como adequadas ao cronograma -, passaram por revisão de metas e tiveram o prazo de conclusão dilatado. É o caso da Usina Hidrelétrica Salto Pilão, de Santa Catarina; da Petroquímica Paulínia, de São Paulo; e do Campo de Frade, na Bacia de Campos. O governo tem tentado refutar, como era de esperar, as críticas ao PAC, mas mesmo a informação de que ocorreu um aumento dos investimentos públicos, no primeiro bimestre, não impressiona, porque os números são pouco expressivos. Reportagem do jornal Valor, de terça-feira, indicou que as despesas com obras do PAC, em janeiro e fevereiro, superaram em 122% as do mesmo período do ano passado e atingiram R$ 2,267 bilhões, dos quais 97,2% em investimentos, segundo o site Contas Abertas. O montante é inferior a 0,4% do total dos recursos previstos pelo PAC. Os Ministérios que mais investiram foram os de Transportes, Defesa, Cidades, Educação e Integração Nacional. O item urbanização, regularização fundiária e integração de assentamentos precários recebeu R$ 379 milhões. Um economista com experiência na área pública, Nelson Marconi, professor da FGV-SP, nota que o programa "deslanchou um pouco", mas sua continuidade depende "do que o governo fará com as contas públicas" - ou seja, do compromisso com o aumento do superávit primário. O mínimo que se exige do governo é o fornecimento de informações completas e corretas sobre o andamento do PAC, pois os investimentos em infraestrutura são cruciais para o futuro do País e para o governo do sucessor do presidente Lula. Por isso, não podem e não devem ser confundidas com propaganda.

Chuva de 30 min provoca caos em Ribeirão (Folha de SP) 06/03/2010 Córregos transbordaram, inundando lojas do centro e casas da V. Virgínia; várias avenidas e ruas foram interditadas Obra antienchente, iniciada em 2008, não impediu o transbordamento do córrego Retiro Saudoso e do ribeirão Preto Silva Junior/Folha Imagem

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Pessoas se abrigam em ponto de ônibus da av. Francisco Junqueira, onde o córrego transbordou DA FOLHA RIBEIRÃO Meia hora de chuva forte no final da tarde de ontem em Ribeirão Preto foi suficiente para alagar pelo menos oito pontos da cidade, causar vários congestionamentos e deixar alguns bairros sem energia elétrica. De acordo com a Defesa Civil de Ribeirão Preto, choveu 5 mm das 18h20 às 18h50. Em trechos das avenidas Francisco Junqueira, Fábio Barreto, Jerônimo Gonçalves, Álvaro de Lima e Via Norte, o trânsito teve que ser interditado -as três primeiras estão no traçado das obras antienchente iniciadas no final de 2008. A água também invadiu casas nas favelas do Brejo e da Aids, mas não houve registro de desabrigados. No bairro Portal do Alto, pelo menos cinco casas foram atingidas. Segundo André Tavares, chefe da Defesa Civil, houve mais de cem chamados durante a chuva. A maior parte era para comunicar alagamentos e queda de árvores sobre vias. O Corpo de Bombeiros informou que foram registradas dez quedas de árvores na cidade. Duas caíram no início da avenida Bandeirantes, provocando a interdição de uma das faixas. Os alagamentos causaram congestionamentos no centro, até por volta de 19h. Na Francisco Junqueira, muitas pessoas ficaram ilhados, sem poder voltar para casa no final do expediente. A faxineira Maria de Lourdes Lima Penteado, 35, por exemplo, esperava a água baixar sob o toldo de uma loja de tintas da avenida, junto com mais 15 pessoas. "O pior foi que quatro ônibus atravessaram o alagamento e jogaram água na nossa direção, molhando nossas sacolas" disse Mária de Lourdes. Já o vendedor Leandro Lamener dos Santos, 31, precisou limpar o pátio da loja de pneus depois que a água escoou. Pelo menos três bairros na região da USP estavam sem energia elétrica no início da noite. Apagões também foram registrados na City Ribeirão e no centro. Segundo a CPFL, o abastecimento foi interrompido após curtos-circuitos causados pelo vento. Dez equipes foram para as ruas restabelecer a transmissão. (ADEMIR TERRADAS, EDSON SILVA, SILVA JUNIOR E LEANDRO MARTINS)

Em 303 obras investigadas, PF vê desvio de R$ 700 mi (Folha de SP) 06/03/2010 Relatório diz que, de cada R$ 100 pagos nas construções periciadas, R$ 29 foram desviados Nomes dos envolvidos não foram divulgados, já que o caso está sob sigilo; a Folha apurou que a ferrovia Norte-Sul faz parte do estudo FLÁVIO FERREIRA DA REPORTAGEM LOCAL Levantamento do Serviço de Perícias de Engenharia e Meio Ambiente da Polícia Federal apontou um superfaturamento de cerca de R$ 700 milhões em 303 obras públicas investigadas no ano passado. O relatório obtido pela Folha informa que, de cada R$ 100 pagos pelo poder público para execução das construções periciadas em 2009, R$ 29 foram superfaturados, em média. O trabalho inclui inspeções em edificações, vias pavimentadas, sistemas de esgoto, rodovias, portos e aeroportos. As construções foram tocadas pelo governo federal, Estados ou municípios e foram avaliadas pela PF por terem recebido recursos da União. As perícias foram todas feitas em 2009, mas isso não significa que as obras -e as irregularidades- sejam desse ano. Entre as obras analisadas, há desde contratos assinados em 1994 até alguns do ano passado. O maior total de sobrepreços foi apurado em construções situadas no Rio de Janeiro, considerando valores absolutos. Em 14 obras avaliadas no Estado, os desvios somaram R$ 148 milhões. Em Goiás, as irregularidades totalizaram R$ 136 milhões, com base em nove laudos. O terceiro no "ranking" da PF é São Paulo, onde os exames relativos a quatro obras localizadas no Estado apontaram um sobrepreço de R$ 134 milhões. No Distrito Federal, a única construção avaliada indicou desvio de R$ 87 milhões. Os nomes das pessoas físicas e jurídicas envolvidas nas irregularidades não foram divulgados pela PF, uma vez que os inquéritos sobre os casos estão sob sigilo de Justiça. A Folha apurou, no entanto, que perícias na ferrovia Norte-Sul, durante a Operação Boi Barrica, e no aeroporto de Goiânia, na Operação Caixa Preta, fazem parte do estudo. Laudo relativo a um trecho de 105 quilômetros da ferrovia, entre Santa Isabel e Uruaçú, em Goiás, indicou superfaturamento de cerca de R$ 55 milhões na obra, cujos responsáveis são a Valec Engenharia, Construções e Ferrovias, empresa pública vinculada ao Ministério dos Transportes, e a empreiteira Constran. Outro lado

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A assessoria da Valec informou que ainda não foi notificada sobre o laudo da PF, porém o diretor de engenharia e a chefe da auditoria interna da empresa foram afastados até a conclusão do inquérito da PF. Segundo a Valec, uma auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) apontou o sobrepreço, e a empresa "apresentou sua defesa, esclarecendo que os preços praticados estavam compatíveis com os de mercado". A direção da Constran informou que não iria se manifestar. A perícia no aeroporto de Goiânia indicou o desvio de cerca de R$ 48 milhões por conta de superfaturamento no concreto utilizado na obra e da cobrança de serviços de terraplanagem não realizados. Segundo a assessoria do consórcio Odebrecht/Via Engenharia, executor da obra, a PF usou como parâmetro um tipo de concreto diferente daquele efetivamente empregado na construção e desconsiderou no laudo vários serviços, como escavações provenientes de substituições de solo na obra. Paulo Roberto Fagundes, diretor técnico-científico da PF, disse que o estudo permitiu constatar que há no país "uma prática de sobrepreço reinante e que a média dos superfaturamentos fica em torno de 30%". Segundo Fagundes, "esse montante todo de desvios serve para sustentar uma estrutura, que tem tentáculos em diversos gabinetes e setores. Se há uma associação para desviar recursos para uma eleição, há que irrigar toda uma cadeia de poder político regional. Isso não vai só para uma pessoa".

Ex-CPFL assume diretoria da rede Pão de Açúcar (Correio Popular) 06/03/2010 Convite a José Filippo foi feito pelo novo presidente do grupo Adriana Leite DA AGÊNCIA ANHANGUERA [email protected] A partir da próxima terça-feira, o diretor-presidente da CPFL Energia, Wilson Ferreira Júnior, assume, interinamente, a vice-presidência Financeira e Relações com Investidores da companhia. O executivo acumulará funções em decorrência da saída de José Antonio de Almeida Filippo, que ocupava o cargo. Ele foi um dos profissionais que estiveram à frente do processo de oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) da holding, em setembro de 2004, no Novo Mercado da Bolsa de São Paulo (BM&FBovespa), e, simultaneamente, na Bolsa de Valores de Nova Iorque. A companhia foi a primeira a listar as suas ações, ao mesmo tempo, nos dois mercados com os níveis mais elevados de governança corporativa. Filippo deixou a companhia para assumir o cargo de diretor-executivo financeiro — CFO (chief financial officer) — do Grupo Pão de Açúcar, maior rede de varejo brasileira. Ele entrou na CPFL Energia em 2004. O executivo foi convidado para mudar de empresa pelo novo diretor-presidente do Grupo Pão de Açúcar, Enéas Pestana, que foi eleito na última quinta-feira para comandar a empresa. Ao conduzir Pestana à função, o conselho administrativo da companhia extinguiu o cargo de diretor vice-presidente-executivo de Operações Sênior. De acordo com a assessoria de imprensa, o presidente do conselho, Abílio Diniz, afirmou que a nova estrutura representa a conclusão de um trabalho iniciado em 2003. Filippo ganhou um prêmio Equilibrista do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), Regional de Campinas, em 2006, pelo trabalho desenvolvido na empresa do setor elétrico. Desde que realizou o IPO, em 2004, a companhia investiu mais de R$ 5 bilhões nos três segmentos de atuação da holding: Distribuição, Geração e Comercialização. O planejamento estratégico prevê que mais R$ 6 bilhões serão disponibilizados em investimentos nos próximos cinco anos. O gerente-executivo da Ricardo Xavier Manager Assessoria em Recursos Humanos, Marshal Raffa, afirmou que na sua visão a CPFL Energia tem como uma das suas características ter uma atuação arrojada e centrada em ações que tragam resultados positivos para a companhia. Ele salientou que uma grande empresa é sempre importante vitrine para o desenvolvimento da carreira de um executivo. “Uma empresa de renome exige que o executivo tenha capacidade de transitar em diferentes áreas, e uma visão macro da empresa e do mercado em que ela atua”, comentou.

APMPE quer desoneração para PCHs no leilão de fontes alternativas (CanalEnergia) 05/03/2010 Segundo Ricardo Pigatto, incentivo pode reduzir preço para até R$ 150/MWh. Associação espera volume cadastrado entre 1.200 e 1.500 MW

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Danilo Oliveira, da Agência CanalEnergia, Planejamento e Expansão A Associação Brasileira dos Pequenos e Médios Produtores de Energia Elétrica pleiteará a desoneração de impostos para pequenas centrais hidrelétricas no leilão de fontes alternativas, previsto para o segundo trimestre. De acordo com o presidente da APMPE, Ricardo Pigatto, o objetivo é tentar junto ao governo uma redução em impostos como IPI e ICMS, semelhante ao que ocorreu no leilão de eólicas. "Essa parte da desoneração é muito importante. O governo nos exige modicidade tarifária e uma PCH na fase de construção tem 34,5% de impostos. Se não tivéssemos que pagar tantos impostos, certamente seríamos muito mais competitivos", avaliou Pigatto, em entrevista exclusiva à Agência CanalEnergia. O executivo defende que a competitividade de PCHs nesse certame seria maior caso houvesse essa desoneração. Para Pigatto, o preço ideal pode cair da faixa de R$ 160 por MWh para até R$ 150/MWh, caso haja o incentivo. "Acreditamos que não há mais projetos capazes de ter um preço tão baixo. Se não houver a desoneração, as PCHs não vão conseguir participar do leilão porque elas precisam ficar acima de R$ 150/MWh a R$ 160/MWh para se viabilizarem", afirmou o executivo. Apesar da questão do preço, a APMPE espera que o volume de PCHs cadastradas fique entre 1.200 MW e 1.500 MW. Sobre a manutenção do cadastramento para o certame até a próxima segunda-feira, 8 de março, e o adiamento das outras fontes para o dia 15 de abril, Pigatto destacou que os prazos estão de acordo com o que o setor esperava. Segundo ele, as PCHs têm uma característica diferenciada porque não precisam do registro como as eólicas, já que possuem projetos básicos. "Os cadastros de eólica e biomassa são diferentes dos de PCHs porque eles não têm os projetos analisados pela Aneel como as PCHs têm. Como o leilão tem a fase de registro e depois a fase de habilitação, as PCHs já vão direto para a fase de habilitação", explicou.

Eólicas não comercializadas em dezembro terão nova chance, prevê ABEEólica (CanalEnergia) 05/03/2010 Adiamento de prazo para cadastro no leilão de fontes alternativas dará mais tempo para projetos em fase final de homologação, segundo associação Da Agência CanalEnergia, Planejamento e Expansão A Associação Brasileira de Energia Eólica avalia que o novo prazo para cadastramento e habilitação técnica de projetos no leilão de fontes alternativas permitirá o aumento do número de projetos no leilão, previsto para o segundo trimestre. Segundo o diretor-executivo da associação, Pedro Perrelli, a medida dará mais tempo para os projetos que estão em fase final de homologação, além dos que já estão homologados, mas que não foram comercializados no leilão de eólicas. Segundo o executivo, a prorrogação do prazo até o dia 15 de abril para eólicas e térmicas a biomassa permitirá que os projetos sejam revisados, ampliando as bases de dados de medição do vento e dando maior segurança aos investidores. A decisão do governo atendeu solicitação da ABEEólica encaminhada ao Ministério de Minas e Energia e à Empresa de Pesquisa Energética

Leilão de fontes alternativas: adiamento de prazo foi positivo, avalia Cogen (CanalEnergia) 05/03/2010 Associação está confiante para certame, mas acredita que bioletricidade também pode ser ofertada em outros leilões Danilo Oliveira, da Agência CanalEnergia, Planejamento e Expansão A Cogen avaliou como positivo o adiamento para 15 de abril do prazo de cadastro de projetos de bioletricidade no leilão de fontes alternativas, previsto para o segundo trimestre. O vice-presidente executivo da Cogen, Carlos Roberto Silvestrin, acredita que está havendo uma sensibilidade das autoridades do setor em favor das energias renováveis. O executivo contou que as empresas estão preparando os projetos e que o segmento está com boa expectativa para o certame.

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No entanto, Silvestrin também afirmou que essa energia pode ser ofertada em outros leilões periódicos. "Queremos espaço de comercialização. A bioeletricidade pode ser comercializada tanto nos leilões específicos como esse leilão de reserva de 2010, como também no A-3, A-5, leilões de fontes alternativas, leilões de energia existe e mercado livre", disse em entrevista exclusiva à Agência CanalEnergia. De acordo com o executivo, a Cogen ainda está trabalhando a questão preço e de outros ajustes como a conexão. "[Conexão] é a questão mais séria para ser desenvolvida por causa da quantidade de projetos que vamos ter, principalmente em São Paulo, onde estamos fazendo estudos para identificar necesssidade de conexão", ressaltou Silvestrin. O prazo, que terminaria na segunda-feira, 8 de março, foi estendido para eólicas e térmicas e biomassa e mantido para pequenas centrais hidrelétricas. Segundo Silvestrin, o adiamento foi pleiteado da Cogen que pretendia conseguir mais tempo para que os empreendimentos providenciassem a documentação. "O prazo era muito curto tendo em vista o carnaval e o período estabelecido já que determinados documentos demoram a ser obtidos em áreas públicas", explicou o executivo. O vice-presidente executivo da Cogen lembrou ainda que a expectativa do setor sucroenergético é ofertar 10 mil MW ao sistema entre 2011 e 2020. "Estamos enxergando que ao desenvolver um plano consistente de dez anos possibilita-se um planejamento, tanto dos produtores de equipamentos quanto para os empreendedores", avaliou.

Ferramenta de busca sobre estudos de inventário está disponível na página da Aneel (CanalEnergia) 05/03/2010 Usuários poderão consultar informações sobre 416 estudos de inventários hidrelétricos aprovados pela agência Da Agência CanalEnergia, Meio Ambiente A Agência Nacional de Energia Elétrica disponibilizou em sua página a ferramenta de busca dos inventários hidrelétricos aprovados. Denominado "Inventários Hidrelétricos", o espaço permite que os interessados busquem, no centro de documentação da Aneel, informações sobre 416 estudos aprovados pela agência. Os visitantes da página também poderão consultar informações complementares dos inventários, como dados sobre sub-bacias, aproveitamentos hidrelétricos, ato legal de aprovação, número de processo, quantidade de anexos em papel, e ainda encontrarão CD-ROM e DVD disponíveis para empréstimos e cópias. A ferramenta está disponível no espaço Biblioteca Virtual, na página inicial da agência.

AES Tietê PN fecha com baixa de 0,90% (CanalEnergia) 05/03/2010 Cesp PNB encerra em alta de 2,16%. Aos 24.682 pontos, IEE registra 0,56% Da Agência CanalEnergia, Noticiário A AES Tietê PN encerrou em baixa de 0,90% no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo desta sexta-feira, 5 de março. Assim como a AES Tietê PN, outras ações registraram resultados negativos no Índice de Energia Elétrica, entre elas a Energias do Brasil ON (-0,37%) e a Coelce PNA (-0,33%). A Cesp PNB fechou com alta de 2,16%, seguida pela CPFL Energia ON e pela Eletrobrás PNB, ambas com 1,60%. A Light ON encerrou em estabilidade, ao lado da Equatorial ON. O IEE chegou aos 24.682 pontos com alta de 0,56%. O Ibovespa também registrou alta ao fim do pregão, com 1,52% aos 68.846 pontos. Confira abaixo o desempenho das ações que compõem o IEE no pregão de hoje: AES Eletropaulo PNB: 0,65% AES Tietê PN: -0,90% Celesc PNB: 1,24% Cemig PN: 1,15% Cesp PNB: 2,16% Coelce PNA: -0,33% Copel PNB: 0,71% CPFL Energia ON: 1,60% Eletrobrás PNB: 1,60% Energias do Brasil ON: -0,37% Equatorial ON: estável Light ON: estável

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MPX Energia ON: 1,01% Tractebel ON: -0,24% Terna Participações UNT: -0,11% Transmissão Paulista PN: 0,72%

PLD: Carga leve reduz para R$ 12,80/MWh nas regiões Sul, Norte e Sudeste/Centro Oeste (CanalEnergia) 05/03/2010 Preços mais altos ficam reservados ao submercado Nordeste, R$20,36/MWh para todos os patamares de carga Da Agência CanalEnergia, Noticiário A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica divulgou os valores do Preço de Liquidação das Diferenças para a semana de 6 a 12 de março. No período, as cargas leves ficam a R$ 12,80/MWh nas regiões Sudeste/Centro Oeste, Sul e Norte, enquanto no submercado Nordeste o valor chega a R$ 20,36. Aliás, todos os patamares de carga neste submercado assumem o mesmo valor. Nas outras regiões a carga pesada fica cotada a R$ 18,61/MWh e as médias a R$ 18,52. De acordo com a CCEE, a redução de valores em relação à semana anterior é ocasionada pelo aumento de afluências previsto para os próximos dias. Confira abaixo os preços para a segunda semana de março: Sudeste/Centro-Oeste: R$ 18,61 (pesada); R$ 18,52 (média); e R$ 12,80 (leve). Sul: R$ 18,61 (pesada); R$ 18,52 (média); e R$ 12,80 (leve). Nordeste: R$ 20,36 (pesada); R$ 20,36 (média); e R$ 20,36 (leve). Norte: R$ 18,61 (pesada); R$ 18,52 (média); e R$ 12,80 (leve).

Biomassa quer garantia física para usinas que não participaram de leilões, segundo Comerc (CanalEnergia) 05/03/2010 Setor vê como positivo estabelecimento de metodologia de revisão da garantia para térmicas com CVU nulo Alexandre Canazio, da Agência CanalEnergia, Regulação e Política A consulta pública aberta esta semana pelo Ministério de Minas e Energia para receber contribuições sobre a revisão de garantia física das térmicas com CVU nulo foi bem recebido pelo setor de cogeração a biomassa. Mas a percepção é de que a matéria deveria avançar mais, permitindo que as usinas sem a medida fixada pudessem pedir o estabelecimento da garantia física. Com isso, haveria a inserção de mais energia no mercado, principalmente, para o ambiente livre. Segundo Jean Albino, superintendente de Assuntos Regulatórios e Gestão de Geração da Comerc, a garantia física permite aos agentes fazerem uma melhor gestão da energia. "A consulta pública é um passo na direção certa para preencher uma lacuna", afirmou o executivo em entrevista à Agência CanalEnergia. A medida atinge as usinas, que comercializaram energia em leilões do governo, e que fizeram investimentos para aumento da capacidade. Com isso, as térmicas puderam estender o período de produção para meses fora do período de safra, ou seja, por nove ou dez meses do ano. Contra um período de sete meses, em média. "Essa nova capacidade é voltada para ampliação da exportação de energia da usina", explica Albino. Ele explica que esse ganho, no caso das usinas sem garantia física estabelecida, não se reverte para o mercado porque não há segurança na produção. "A garantia física permite organizar, planejar a comercialização de energia para o mercado livre", disse o superintendente da Comerc. Outro ponto destacado é a falta de prazo para fixação da garantia física, após o pedido entregue pelo empreendedor, na minuta de portaria apresentada pelo MME. Para ele, o tempo curto da consulta pública, 15 dias, mostra que o ministério tem uma ideia formada sobre o andamento da proposta. Albino disse que a Comerc apresentará sugestão sobre os dois principais pontos: garantia física para usinas não comercializadas em leilão e prazo para liberar a quantia da energia assegurada.

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Nuclep fornecerá acumuladores à usina nuclear Angra 3 (CanalEnergia) 05/03/2010 Equipamentos, que serão utilizados para refrigerar o circuito primário da unidade, terão prazo de fabricação de 19 meses Da Agência CanalEnergia, Negócios e Empresas A Nuclep firmou contrato com a Eletronuclear para fornecer oito acumuladores à usina nuclear Angra 3. O documento foi assinado na última quarta-feira, 3 de março. Os equipamentos, cujo prazo de fabricação é de 19 meses, são tanques de água utilizados para refrigerar o circuito primário da usina. A Nuclep fabricou os equipamentos similares para a usina nuclear Angra 2, na década de 1980.

Lula e Dilma defendem energia nuclear no país para garantir crescimento do país (CanalEnergia) 05/03/2010 Presidente criticou ainda a dificuldade de licenciamento ambiental para a construção de hidrelétricas Da Agência CanalEnergia, Planejamento e Expansão O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, defenderam nesta sexta-feira, 5 de março, o uso da energia nuclear para garantir o ritmo de crescimento do Brasil de forma sustentável. Dilma destacou o fato de esta fonte não poluir o meio ambiente. “Entre as alternativas, a menos poluente, dentro desse nosso compromisso de não afetar a mudança do clima, é a energia nuclear, porque não emite gás de efeito estufa", disse a ministra. A dificuldade de licenciamento ambiental para a construção de hidrelétricas também foi citada por Lula. “Vamos precisar de energia, que é energia limpa. O nosso problema hoje é que, para construir uma hidrelétrica, é muito complicado para conseguir licença prévia, licença ambiental”, disse o presidente, ressaltando que o país só pode usar energia nuclear para fins pacíficos, de acordo com a Constituição. Lula e Dilma participaram da solenidade de entrega da primeira etapa do Projeto Salitre, para irrigação de terras, na Bahia. Complexo Nuclear do Nordeste - O governador de Sergipe, Marcelo Deda, visitou hoje as instalações da usina nuclear Angra 2, no Rio de Janeiro. O estado, junto com Bahia, Alagoas e Pernambuco, disputa a sede do Complexo Nuclear do Nordeste. Para Deda, a implantação de uma usina nuclear em Sergipe será importante para o desenvolvimento do estado, além de alavancar o crescimento do país com a produção de energia limpa. Entre os motivos defendidos pelo governador para a instalação das usinas no estado estão as condições técnicas, boa infraestrutura e a carência de investimentos desse porte. “A geração de empregos para a região melhoraria de forma surpreendente os indicadores sociais”. O futuro complexo prevê a construção de até seis usinas nucleares para a região Nordeste nos próximos anos. As plantas demandariam investimentos da ordem de R$ 15 bilhões e gerariam mais de mil empregos diretos. Caso Sergipe seja o estado escolhido, o local de instalação do complexo será Canindé do São Francisco, em Xingó. A hidrelétrica de Xingó, ainda segundo Deda, facilitaria as linhas de transmissão para o novo complexo energético, reduzindo os custos de implantação. De acordo com Deda, a energia eólica também tem recebido incentivos em Sergipe. “Estamos com um projeto de construção de um parque eólico no estado ainda para este ano, em Santo Amaro das Brotas, ao norte de Aracaju. Buscamos um diálogo entre as diversas matrizes, que se complementam e aumentam a oferta de energia”, afirmou.

Coomex realiza leilão para venda de energia convencional para o 2º semestre (CanalEnergia) 05/03/2010 Comercializadora recebeu consultas, totalizando 150 MW médios, sobre disponibilidade do insumo Alexandre Canazio, da Agência CanalEnergia, Mercado Livre A Coomex vai realizar às 15 horas do dia 23 de março um leilão de venda de energia convencional com vistas o segundo semestre. De acordo com Cláudio Monteiro, diretor comercial da empresa, o setor industrial tem aumentado a busca por energia para o próximo período. "Eles não enxergam ser mais interessante ficar exposto ao PLD", afirmou o executivo. O preço de liquidação de diferenças teve um pico de valor na última semana.

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As indústrias fizeram consultas a Coomex, que totalizam 150 MW médios, para o período de julho a dezembro. "Pretendemos atender parte ou a totalidade desse montante", afirmou Monteiro. A comercializadora vai ofertar três produtos: o primeiro lote para todo o segundo semestre; o segundo para os meses de julho a setembro; e o terceiro produto, para outubro a dezembro. O edital será disponibilizado na próxima terça-feira, 9, no site da comercializadora. Monteiro disse que o preço mínimo será divulgado no dia do leilão. O ponto de entrega da energia será no subsistema Sudeste/Centro-Oeste. O certame será realizado com a plataforma da Paradigma.

Eletrobrás participa de concorrência por hidrelétrica na Colômbia (CanalEnergia) 05/03/2010 Três construtoras brasileiras participam de disputa por usina de 2.464 MW de capacidade Alexandre Canazio, da Agência CanalEnergia, Negócios e Empresas A Eletrobrás e três construtoras brasileiras, de forma isolada, estão concorrendo em licitação para construção de uma hidrelétrica na Colômbia. O projeto da hidrelétrica de Ituango, com potência nominal de 2.464 MW, fica no departamento (estado) de Antioquia, próximo a Medelin. A concorrência está sendo realizada pelos atuais sócios do projeto, que buscam um sócio estratégico para financiar, construir, opera e manter a usina. Além da estatal brasileira, concorrem ao projeto Camargo Corrêa, Odebrecht e Andrade Gutierrez. Também estão no páreo Empresas Públicas Medellín (Colômbia), China Three Gorges Corporation (China) e o consórcio Kepco, de empresas coreanas. A previsão é de que o vencedor saia no dia 15 de maio. Segundo Sinval Gama, superintendente de Operações no Exterior da Eletrobrás, os concorrentes estão analisando o data room com as informações sobre projetos executivo e básico. A concorrência começou com 11 participantes.

Aneel fixa limite de multa às distribuidoras que descumprirem metas de universalização (CanalEnergia) 05/03/2010 Decisão limita aplicação da penalidade em 2% do faturamento dos últimos 12 meses da empresa Da Agência CanalEnergia, Regulação e Política A Agência Nacional de Energia Elétrica fixou o limite da multa que poderá ser aplicada às concessionárias de energia que descumprirem as metas estabelecidas para o programa de universalização. A decisão limita a aplicação da penalidade em 2% do faturamento dos últimos 12 meses da empresa. O aperfeiçoamento da resolução 223/2003 foi aprovado pela diretoria da Aneel na última terça-feira, 2 de março. A audiência pública sobre a proposta de mudança no regulamento aconteceu entre os dias 6 e 23 de novembro do ano passado.

Tucuruí opera com 98,01% da capacidade armazenada (CanalEnergia) 05/03/2010 Armazenamento do Norte atinge 98,2% do volume, segundo dados do ONS Da Agência CanalEnergia, Noticiário A hidrelétrica de Tucuruí opera com 98,01% da capacidade armazenada, segundo dados do boletim Informativo Preliminar de Dados da Operação do Operador Nacional do Sistema Elétrico referentes à última quinta-feira, 4 de março. Os reservatórios do Norte atingem 98,2% do volume e registram baixa de 0,1%. Confira abaixo a situação de cada submercado: Submercado Nordeste - Os reservatórios registram 68,6% do volume, mantendo estabilidade. O índice está 57,3% acima da curva de aversão ao risco. A usina de Sobradinho opera com 71,63% da capacidade. Submercado Norte - O nível dos reservatórios chega a 98,2% do volume acumulado, registrando baixa de 0,1%. A hidrelétrica de Tucuruí trabalha com 98,01% da capacidade armazenada.

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Submercado Sudeste/Centro-Oeste - Os reservatórios atingem 80,2% do volume, registrando alta de 0,4%. O índice está 61,3% acima da curva de aversão ao risco. As usinas de Funil e Jaguari operam com 76,64% e 102,54%, respectivamente. Submercado Sul - Os reservatórios registram 95,6% do volume acumulado, registrando queda de 0,6%. O índice está 87,5% acima da curva de aversão ao risco. A hidrelétrica de Santa Clara trabalha com 92,51% da capacidade de armazenamento.

Transmissoras pagam R$ 21,168 milhões de quotas de Proinfa referentes a abril (CanalEnergia) 05/03/2010 Valores devem ser recolhidos pela Eletrobrás até o dia 10 deste mês Da Agência CanalEnergia, Negócios e Empresas A Agência Nacional de Energia Elétrica definiu as quotas de custeio do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica para o mês de abril a dez transmissoras. Cteep, Furnas, Cemig, Celg, Copel, CEEE, Chesf, Eletronorte, SMTE e Afluente pagarão um total de R$ 21,168 milhões. De acordo com a Aneel, os valores devem ser recolhidos pela Eletrobrás até o dia 10 deste mês. As informações foram publicadas no Diário Oficial da União desta sexta-feira, 5 de março.

Cesp PNB opera em alta de 2,03% (CanalEnergia) 05/03/2010 Tractebel ON registra queda de 0,44%. IEE atinge os 24.692 pontos com 0,60% Da Agência CanalEnergia, Noticiário A Cesp PNB está operando em alta de 2,03% no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo desta sexta-feira, 5 de março. Além da Cesp PNB, operam em alta a Eletrobrás PNB (1,40%), a CPFL Energia ON (1,20) e a AES Eletropaulo PNB (1,04%), entre outras. Enquanto isso, a Tractebel ON registra queda de 0,44%, seguida pela Celesc PNB (-0,41%). O IEE chega aos 24.692 pontos em alta de 0,60%. O Ibovespa também registra alta, com 1,11%, aos 68.570 pontos. Confira abaixo o desempenho das ações que compõem o IEE no pregão de hoje: AES Eletropaulo PNB: 1,04% AES Tietê PN: 0,11% Celesc PNB: -0,41% Cemig PN: 0,79% Cesp PNB: 2,03% Coelce PNA: 0,16% Copel PNB: 0,84% CPFL Energia ON: 1,20% Eletrobrás PNB: 1,40% Energias do Brasil ON: 0,57% Equatorial ON: 0,80% Light ON: 0,84% MPX Energia ON: 0,54% Tractebel ON: -0,44% Terna Participações UNT: 0,03% Transmissão Paulista PN: 1,03%

ANA, ONS, Inmet e Inpe realizam seminário para discutir previsões climáticas (CanalEnergia) 05/03/2010 Previsto para abril, mas ainda sem data definida, evento acontecerá na sede do ONS, no Rio de Janeiro Da Agência CanalEnergia, Meio Ambiente A Agência Nacional de Águas (ANA), o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) realizam no próximo mês um seminário para harmonizar as previsões de clima e tempo com a operação dos reservatórios. Ainda sem data definida, o evento acontecerá na sede do ONS, no Rio de Janeiro.

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Na última terça-feira, 2 de março, os quatro órgãos se reuniram na sede da ANA, em Brasília, para tratar das condições climáticas do verão 2009/2010. Elaborado junto com o Inmet e centros estaduais de meteorologia, o último informe do Inpe sobre a previsão climática para os meses de março, abril e maio indica a ocorrência de chuvas acima do normal ao longo do trimestre no sul do país. No centro-oeste da região Norte, as previsões são de chuvas abaixo da média histórica e no Nordeste as previsões apontam para chuvas abaixo da média histórica. Nas demais áreas do país, a categoria mais provável é de chuvas em torno da média histórica. Ainda de acordo com o informe, os valores para a temperatura do ar estão sendo previstos acima do normal na maior parte do Brasil, exceto a região Sul, onde as temperaturas podem se situar próximas aos valores normais.

Furnas e Copel têm projetos de transmissão enquadrados no Reidi (CanalEnergia) 05/03/2010 Companhias realizarão reforços em suas subestações. UTEs Termoparaíba e Termonordeste também foram incluídas no Regime Da Agência CanalEnergia, Negócios e Empresas O Ministério de Minas e Energia enquadrou projetos de transmissão de energia de Furnas e Copel no Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura. Em São Paulo, Furnas realizará reforços e melhorias na subestação Guarulhos. As obras envolvem, entre outros, a instalação de banco de capacitores e de módulo de conexão de 345 kV. No Paraná, a Copel fará reforços na SE Guaíra através da instalação do segundo transformador trifásico, de módulo de conexão de 230 kV e outro em 138 kV. A Centrais Elétricas da Paraíba (Epasa) também teve aprovado o enquadramento das térmicas Termoparaíba e Termonordeste no Reidi. A primeira está instalada no município de Conde, no Paraná, enquanto que a segunda foi construída em Rio Grande do Norte, no município de Santa Cruz. Ambas as usinas têm 170,8 MW de potência instalada. As informações foram publicadas no Diário Oficial da União da última quinta-feira, 3 de março.

UTE Barreiro realiza leilão de compra de energia no curto prazo (CanalEnergia) 05/03/2010 Companhia pretende adquirir lote de 3,3 MWmed com período de fornecimento de 1º a 28 de fevereiro Dayanne Jadjiski, da Agência CanalEnergia, Mercado Livre A UTE Barreiro realizará no próximo dia 9 de março leilão de compra de energia no curto prazo. No certame será contratado um produto com centro de gravidade no submercado Sudeste/Centro-Oeste. Segundo o edital da companhia, o lote a ser comprado será de 3,3 MWmédios com período de fornecimento de 1º a 28 de fevereiro. Os interessados em participar do leilão devem solicitar o edital através do e-mail [email protected] ou pelo fax (31) 3506-4660 até às 17 horas desta sexta-feira, 5. O termo de adesão deve ser enviado até às 12 horas da próxima segunda-feira, 8, para o fax (31) 3506-4660. O resultado do certame será divulgado até às 18 horas do mesmo dia do certame.

Eólica Gravatá Fruitrade incia operação em teste de 4,95 MW (CanalEnergia) 05/03/2010 Aneel libera três unidades geradoras da usina, localizada em Pernambuco Da Agência CanalEnergia, Operação e Manutenção A Agência Nacional de Energia Elétrica autorizou o início da operação em teste das unidades geradoras UG1 a UG3 da eólica Gravatá Fruitrade. As turbinas totalizam 4,95 MW de potência. Localizado no município de Gravatá, em Pernambuco, o empreendimento pertence à Eólica Gravatá Geradora de Energia, que terá 60 dias após os testes para enviar relatório à Aneel confirmando ou corrigindo a potência estimada da turbina. As informações foram publicadas no Diário Oficial da União da última quinta-feira, 3 de março.

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Light recebe certificação por qualidade no atendimento a clientes (CanalEnergia) 05/03/2010 Selo Loja Amiga do Cliente é concedido com base em pesquisas e estudos nacionais e internacionais de benchmarkings Da Agência CanalEnergia, Consumidor Trinta e seis agências comerciais da Light receberam o selo LAC (Loja Amiga do Cliente) pela qualidade no atendimento presencial aos clientes da companhia. A certificação foi concedida pelo Instituto Brasileiro de Relações com o Cliente (IBRC). Denominado “Instituição Amiga do Cliente”, o programa abrange todo o território nacional. Criada para avaliar e aprimorar o atendimento, a certificação é concedida com base em pesquisas e estudos nacionais e internacionais de benchmarkings. Além disso, é usada uma metodologia, que avalia, entre outros critérios, o direito do consumidor e a cultura do bom atendimento. As agências comerciais da Light foram visitadas e avaliadas entre agosto e dezembro do ano passado, onde foram analisados a apresentação dos profissionais e das lojas assim como o atendimento aos clientes da distribuidora. Segundo a Light, 42% das lojas avaliadas alcançaram a nota máxima de 100% de conformidade, 44% conseguiram entre 90 e 100% e 14% entre 80 e 89%.

SINDICAL

Trabalhadores ganham mais benefícios (Folha de SP) 07/03/2010 Com a retomada econômica, sindicatos ampliam reivindicações e obtêm direitos como cesta básica e plano de saúde Avanço ocorre sobretudo nos setores mais dinâmicos, como a construção civil, que tem demanda aquecida e escassez de profissionais VERENA FORNETTI DA REDAÇÃO Passada a crise econômica, os trabalhadores têm conseguido ampliar os benefícios obtidos nas negociações com os empregadores. Sindicatos que fizeram acordo coletivo no final do ano passado ou no início deste ano melhoraram itens como auxílio-creche e vale-alimentação, reduziram a fatia descontada do salário para o vale-transporte e, em alguns casos, pela primeira vez, asseguraram cesta básica e plano de saúde. O avanço ocorre principalmente nos segmentos da economia que estão mais dinâmicos, como a construção civil, impulsionada pelas obras de infraestrutura, pela recuperação do crédito e pelo programa habitacional do governo. Em algumas cidades, com a demanda por pedreiros, carpinteiros e ferreiros em alta e a escassez de profissionais para preencher as vagas disponíveis, os sindicalistas afirmam que ficou bem mais fácil negociar. "Com a chegada das grandes construtoras para as obras das hidrelétricas do rio Madeira, conseguimos aumentar os benefícios. E, depois disso, mesmo as empresas da cidade que não fazem parte da obra tiveram que conceder benefícios para não perder os trabalhadores", afirma Clébio Roberto Lobato, assessor-executivo do sindicato dos trabalhadores da construção civil de Porto Velho, em Rondônia. No ano passado, pela primeira vez, o sindicato garantiu cesta básica e plano de saúde para os trabalhadores da construção pesada. O sindicato também melhorou as condições do plano de saúde oferecido aos trabalhadores da construção leve. Em Salvador e na Bahia, os trabalhadores da construção pesada conseguiram a inclusão do plano de saúde em acordo coletivo. José Silvestre de Oliveira, coordenador de relações sindicais do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), afirma que a pauta de reivindicações dos sindicatos se diversificou nos anos 2000, incluindo de distribuição de protetor solar para trabalhadores que atuam em ambientes externos a políticas específicas para mulheres e negros. Silvestre destaca que os trabalhadores ganharam poder de barganha com o crescimento econômico do país, a partir de 2004. Durante a crise, porém, a discussão dessas chamadas cláusulas sociais se estagnou. "Em 2009, negociamos no auge da crise e não conseguimos nada de cláusula social", diz Romildo Miranda, do sindicato dos comerciários de Fortaleza. A retomada da economia ajudou as negociações dos empregados da indústria de calçados. Paulo Ribeiro, do sindicato de Franca (SP), fechou no mês passado acordo com pequenas empresas para reduzir o tempo do contrato de experiência. Organização sindical

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O número e a diversidade de benefícios nas convenções coletivas estão relacionados a quão antigo e forte é o sindicato da categoria. Os que representam os metalúrgicos, por exemplo, incluem cláusulas sociais na negociação pelo menos desde os anos 60. Miguel Torres, do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, lembra que em 1961 os metalúrgicos paulistas fizeram greve pelo então abono de Natal, que depois foi estendido a todos no país na forma de 13º salário. Desde o fim do ano passado, mesmo metalúrgicos que já têm diversos benefícios garantidos em convenção coletiva conseguiram melhorar algumas cláusulas. Entretanto, em algumas regiões ainda há categorias com dificuldades de negociar tanto a melhora dos benefícios sociais quanto reajustes salariais. Em Ipatinga (MG), o sindicato que representa os metalúrgicos da Usiminas tenta acordo desde novembro.

Sindicatos ampliam ganho acima da inflação neste ano (Folha de SP) 07/03/2010 DA REDAÇÃO Sindicatos que no início de 2009 tiveram dificuldades para obter reajustes salariais acima da inflação aumentaram os ganhos neste ano. Sindicalistas afirmam que, na época, os empresários estavam relutantes em negociar, por medo da recessão que estava por vir. Poucos sindicatos fecham acordo nos meses de janeiro e fevereiro, mas muitos dos que já assinaram a convenção obtiveram resultados favoráveis. No primeiro semestre do ano passado, em cerca de metade das negociações os sindicatos só conseguiram aumentos reais de até 1%, segundo o Dieese. O sindicato que representa trabalhadores da indústria de alimentação do Rio Grande do Sul, por exemplo, que em janeiro do ano passado só repôs a inflação no acordo coletivo, em 2010 obteve 1,39% de aumento real para os funcionários da indústria de rações que ganham o piso e cerca de 2% para os que ganham acima do valor base. Na Bahia, o sindicato dos trabalhadores da construção civil fechou, em janeiro, aumento real de 6,65% para quem ganha o piso salarial e de 3,65% para os que recebem acima disso. O reajuste vale para trabalhadores do Estado, com exceção de Camaçari, cidade onde a negociação está em curso. Em 2009, o ganho real foi de cerca de 2%. Mesmo algumas das categorias que negociaram os reajustes salariais no final do ano passado aumentaram os ganhos com a melhora nas perspectivas para a economia do país. Em novembro, o sindicato dos trabalhadores da indústria têxtil de São Paulo conquistou 2,1% de aumento acima da inflação. Na data-base de 2008, o reajuste real foi de 1,7%. Os trabalhadores na indústria paulista do vidro também elevaram o ganho real. Em dezembro de 2009, conseguiram 1,72% acima da inflação, ante aumento real de 1,30% no ano anterior.

Professores entram em greve em São Paulo (CUT NACIONAL) 06/03/2010 Escrito por Suzana Vier. Rede Brasil Atual Apeoesp: “Falta uma política de educação, salários dignos e condições de trabalho” Folha ImagemCerca de 10 mil professores da rede pública de ensino de São Paulo decidiram em assembleia, nesta sexta-feira (5), entrar em greve por tempo indeterminado. Os professores reivindicam reajuste salarial de 34,3%, suspensão da avaliação de mérito e das provas dos ACTs, concurso público, carreira justa e uma política de educação para o estado. De acordo com a presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo), Maria Izabel Azevedo Noronha, a deflagração da greve foi inevitável diante das condições do ensino no estado. "Todo o estado está unido nesta decisão de greve. O descontentamento é geral diante da falta de uma política de educação que contemple salários dignos, uma carreira estruturada e condições de trabalho", disse. Para a professora Geni Xavier, de Ribeirão Pires, a decisão pela greve reflete anos de insatisfações. "Os professores vêm acumulando problemas e sofrendo desrespeito há muitos anos", destaca. "A insatisfação não é só dos professores, pais e alunos também não aguentam mais", afirma. Silvia Maria Ribeiro Moleiro, agente de organização escolar de Votuporanga, há 29 anos no ensino público, faz coro com a colega de Ribeirão Pires. "Meu salário-base é de R$ 665,00 e o vale-refeição é de R$ 4,00. Não sei o que ele [governador] quer, tratando educadores com desrespeito?", questiona.

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Carmen Urquiza, docente de Marília, informou que já nesta sexta, 80% das escolas estavam paradas para uma passeata pela cidade. "Ninguém aguenta mais. É um ataque em cima do outro", lamenta. Em 24 anos de docência, ela pondera que "nunca foi tão ruim a situação da educação pública", principalmente depois da progressão automática dos alunos. Abandono Para Marcelo Pereira de Souza, professor de São Paulo, o objetivo do governo estadual é terceirizar ou privatizar a educação. "O governo não negocia, não quer vínculo com o professor. Quer terceirizar a educação", acredita. "Eles nos tratam como vagabundos. Só quem está na educação sabe o que acontece", lamenta. Carlos Ramiro de Castro, vice-presidente da CUT-SP e diretor da Apeoesp, segue no mesmo sentido. "Há 16 anos o governo de São Paulo vem sucateando o serviço público para entregá-lo à gestão de Organizações Sociais e para a iniciativa privada, como fez com a saúde", analisa. "É uma política deliberada de abandono". Publicidade Isaura Deolinda Camargo D´Antonio, diretora de escola de Votuporanga, chegou para a assembleia decidida a votar por greve. "Discutimos em nossa cidade e nosso voto é pela greve de professores e funcionários", cita. "Temos 2 mil alunos, faltam funcionários, as salas estão superlotadas, falta material didático, desmontaram a biblioteca, acabaram com a sala de informática", descreve. "O pior é ouvir o governador dizer que está tudo ótimo. Essa história de dois professores de sala de aula, só existe em uma ou outra escola. Não é a realidade da rede", denuncia Isaura. Alexandre Tardelli Genesi, de Sorocaba, se disse revoltado com a propaganda do governo estadual sobre as escolas públicas e pede que o governador visite as escolas. "Gostaria que ele visitasse a gente. Não mandasse um marqueteiro para compor uma farsa", condena. Nova assembleia está marcada para o dia 12, no vão do Masp, na avenida Paulista, com concentração às 14 horas. Veja todas as reivindicações dos professores: reajuste imediato de 34,3%; incorporação de todas as gratificações e extensão aos aposentados, sem parcelamento; contra o provão dos ACTs; contra a avaliação de mérito; pela revogação das leis 1093, 1094, 1097; por um plano de carreira justo; concurso público de caráter classificatório

Contra o arrocho e o desmonte do ensino em SP (CUT NACIONAL) 06/03/2010 Escrito por Rosana Inácio/Apeoesp 10 mil professores da rede estadual de ensino aprovam greve a partir de segunda-feira Reunidos em assembleia nesta sexta-feira, 5, cerca de 10 mil professores aprovaram realização de greve a partir da próxima segunda-feira, 8 de março. Entre outros pontos, os professores reivindicam 34,3% de reajuste salarial. Há cinco anos, os salários da categoria estão congelados. A assembleia aprovou também um calendário de greve: 8/9/10 de março – comando de greve nas escolas/ conversa com pais, alunos e professores 11 de março – assembleias regionais 12 de março – assembleia estadual na Av. Paulista

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Durante a assembleia, professores criticaram a forma como o governo estadual propôs a incorporação da gratificação por atividade de magistério: três parcelas anuais. Desta forma, em 2012, o salário do Professor de Educação Básica I ( 1ª a 4ª série) sofrerá um acréscimo de 0,27% e o de Professor de Educação Básica II (5ª a ensino médio), 0,59%. Até lá, o salário ficará congelado. Contatos com a presidenta da APEOESP, Maria Izabel Azevedo Noronha: (11) 8443.2775 Imprensa - APEOESP (sindicato dos professores do ensino oficial de São Paulo) (11) 3350.6024/ 6113/6057

8 de março: 100 anos de luta (CUT NACIONAL) 05/03/2010 Escrito por Mara Feltes, Secretária de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviço Em 2010, comemora-se 100 anos de luta das mulheres pela igualdade no trabalho, na vida e na sociedade. Apesar da causa centenária, diariamente mulheres ainda precisam lutar e reivindicar pela igualdade de oportunidades, respeito, por uma jornada de trabalho digna e qualidade de vida. É inegável que durante estes anos, a capacidade de luta das mulheres se ampliou, ganhou corpo e garantiu melhores condições de vida, mais respeito e dignidade. No entanto, algumas desigualdades ainda persistem. Entre 1998 e 2008, a participação das mulheres no mercado de trabalho cresceu 42% no Brasil, segundo dados da Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). No entanto, diferenças salariais e de inserção no mercado de trabalho relacionadas a gênero e etnia continuam significantes. Uma mulher ganha, por exemplo, de 70% a 80% do salário de um homem para realizar as mesmas atividades. Outros indicadores do mercado de trabalho mostram que as mulheres estão em condições menos favoráveis que a dos homens também em outras questões: como cargos de chefia, horas trabalhadas, etc. Ramo No comércio e serviços, base da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs/CUT) as mulheres ocupam quase 50% dos cargos. No comércio, por exemplo, as mulheres respondem por 40% dos postos de trabalho e no setor de serviços, 45%. Isoladamente, as domésticas, que integram nossa base, têm 90% de sua categoria composta por mulheres. Para as trabalhadoras do ramo, as condições de trabalho continuam difíceis com jornadas extensas, bancos de horas, baixos salários, assédio moral e desigualdade de oportunidades. Para minimizar estas desigualdades, a Contracs defende bandeiras específicas de gênero e incentiva que as mesmas sejam adotadas por homens e mulheres de todos os seus sindicatos e federações filiados. Entre as bandeiras permanentes, destaca-se a campanha pela creche para todas as crianças até cinco anos, filhos de trabalhadores (as) do comércio e serviços e a campanha “Direito não se reduz, se amplia”, pela equiparação de direitos. Além disso, a defesa do salário igual para o trabalho igual; o apoio à campanha de 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres; o incentivo à eliminação da segregação do trabalho feminino e a defesa pela autonomia das mulheres em relação ao aborto também são bandeiras das nossas categorias. A Contracs é contra a revista íntima e possui uma pauta específica para as mulheres do ramo que estimula a realização de atividades de formação para elas. As formações são específicas e servem para fornecer subsídio para que as dirigentes sindicais participem de mesas de negociação, garantam sua autonomia e possam difundir estes conhecimentos às outras companheiras. Entre as formações específicas debate-se, por exemplo, a Convenção nº 156 da OIT relativa à Igualdade de Oportunidades e de Tratamento para os Trabalhadores dos dois Sexos: Trabalhadores com Responsabilidades Familiares, que pretende instaurar a igualdade efetiva de oportunidades e tratamento para os trabalhadores de ambos os sexos.

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Com isso, acreditamos ser capazes de construir um mundo com melhores condições para as mulheres e homens com igualdade de oportunidades e eliminar todas as formas de discriminação e preconceitos ainda existentes na categoria. Afinal, todos estes debates e campanhas são feitos para garantir a autonomia das mulheres e sua participação no movimento sindical e no mundo do trabalho. 8 de março de 2010 Em 2010, a marcha tem “Igualdade no Trabalho” como mote e os CUTistas de todo o Brasil devem voltar às ruas na 3ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres, que acontece de 8 a 18 de março, reafirmando a luta por ampliação dos direitos e avanço nas conquistas por uma sociedade mais justa e igualitária. Portanto, a ação terá como bandeiras: - creches públicas e de qualidade; - igualdade salarial entre homens e mulheres; - alteração do artigo 7º da Constituição Federal para que haja equiparação dos direitos das domésticas com os demais trabalhadores e trabalhadoras; - ratificação da Convenção 156 da OIT; - acesso das trabalhadoras rurais à terra, crédito e políticas públicas universais; - legalização do aborto; - maior participação da mulher na política; - fim da violência contra as mulheres. Conquistas e reivindicações Atuante e envolvida nas questões políticas, no movimento sindical, nas organizações não-governamentais e em outros diversos movimentos fundamentais para a sociedade, as mulheres hoje são parte ativa da sociedade. A Lei Maria da Penha é uma das recentes e importantes conquistas das mulheres, que visa o combate à violência contra a Mulher e merece ser lembrada. No entanto, continuamos lutando pelo fim do trabalho aos domingos, pela igualdade de oportunidades e pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários. A redução da jornada de trabalho sem a redução de salários é uma luta que precisamos defender para reduzir os terríveis impactos da tripla jornada sobre a mulher, que divide seu tempo e atenção com o trabalho, os cuidados com o lar e a família e a jornada de estudos. Reduzir a jornada de trabalho era uma necessidade há cem anos e mais uma vez é essencial tanto para os homens como para as mulheres e para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. A ampliação das conquistas depende de nossa luta. Vamos somar nossas forças. Juntos somos fortes e garantiremos novas e importantes conquistas.

Dia Internacional da Mulher (CUT Nacional) 05/03/2010 Escrito por Luiz Carvalho Nesta segunda (8), trabalhadoras iniciam marcha pela igualdade Rosane Silva fala sobre bandeiras da CUTPara celebrar o centenário da declaração do Dia Internacional da Mulher, a Central Única dos Trabalhadores, ao lado de outras companheiras dos movimentos sociais, inicia uma caminhada que partirá de Campinas, interior de São Paulo, no dia 8 de março, e seguirá por Valinhos (9), Vinhedo (10), Louveira (11), Jundiaí (12), Várzea Paulista (13), Cajamar (14), Jordanésia (15), Perus (16) e Osasco (18). O encerramento da mobilização que integra a terceira ação internacional da Marcha Mundial de Mulheres e tem como tema “Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”, acontecerá no dia 18 de março, na capital paulista. Na ocasião, as mulheres farão um grande ato unificado na Praça Charles Miller, diante do estádio do Pacaembu.

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Durante o trajeto, as manifestantes realizarão atos públicos para defender bens comuns e serviços públicos, paz e desmilitarização, autonomia econômica e o fim da violência contra as mulheres. Além desses temas, a CUT também levará à passeata a bandeira da igualdade. A Central reivindica a ratificação da Convenção 156 da Organização Internacional do Trabalho (OIT)– atualmente aguardando votação na Câmara dos Deputados –, que determina a equidade de tratamento e oportunidades para os trabalhadores dos dois sexos com responsabilidades familiares, e a ampliação das licenças maternidade e paternidade para seis meses. Em entrevista ao Portal Mundo do Trabalho, a Secretária Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, Rosane Silva, fala sobre as ações da Central para defender a igualdade, o direito à creche, a descriminalização do aborto e combater a violência contra a mulher. Portal Mundo do Trabalho – A principal bandeira da CUT neste 8 de março é a igualdade. Quais ações a central já adotou para implementar a equidade e o que há de concreto para modificar as diferenças salariais e de oportunidades entre homens e mulheres no Brasil? Rosane Silva – A CUT promove uma campanha de igualdade de oportunidades que lança o olhar para o mundo do trabalho, especificamente sobre a divisão de responsabilidades entre homens e mulheres, porque um dos argumentos utilizados pelos empresários para não contratar ou não promover nossas companheiras é que ficamos muito tempo fora da empresa devido à licença maternidade. Para isso, lutamos pela extensão das licenças maternidade e paternidade para seis meses, que chamamos de licença parental. Também é necessário que as bandeiras gerais da CUT tenham vistas para as trabalhadoras, porque o impacto é diferente para homens e mulheres. A diminuição da jornada, nossa principal bandeira nesse momento, aliada às lutas por direitos que ainda não temos garantidos como o acesso irrestrito à creche e a ratificação da Convenção 156 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) – norma que assegura a igualdade de oportunidades para homens e mulheres –, permitirão que mais mulheres ingressem no mercado de trabalho. CUT lançou cartilha para discutir legalização do aborto...PMT – A CUT apontou novamente o direito à creche como uma questão fundamental para a atuação das mulheres no mercado de trabalho. Como você avalia as ações do poder público desde que a central definiu essa questão como prioritária, em 1985, durante I Encontro Nacional Sobre a Mulher Trabalhadora? Rosane – Avançou pouco apesar de ser um direito das crianças e das trabalhadoras e um dever do Estado, é uma política que deve ser desenvolvida nos municípios. Para se ter uma idéia, apenas 11% da demanda por creches públicas é atendida no Brasil. A nossa expectativa é elevarmos esse índice e darmos um salto de qualidade com o PAC 2 (Plano de Aceleração do Crescimento), que o governo federal irá lançar neste ano, e prevê a construção de 10 mil novas creches. Foi uma responsabilidade que o governo federal assumiu devido às urgências apontadas nos debates das conferências das mulheres e da educação. A partir daí, temos que cobrar dos governos municipais o atendimento àquelas e àqueles que de fato necessitam, instalando essas novas unidades nas áreas periféricas das cidades. PMT – O que é preciso fazer para que o parlamento brasileiro, ainda considerado conservador, ratifique a Convenção 156 e garanta extensão das licenças maternidade e paternidade para todos os trabalhadores e trabalhadoras? Rosane – Em relação à 156, a CUT lançou um abaixo-assinado e está coletando assinaturas em todo o Brasil a partir dos nossos sindicatos de base para mostrar ao Legislativo que há apoio popular para a ratificação. Em relação à extensão da licença maternidade para seis meses, agora há a PEC 30 (proposta de emenda constitucional), da deputada federal Ângela Portela (PT-RR). A CUT vai apresentar uma emenda a essa proposta para também ampliar a licença paternidade para seis meses, concedida após a mãe retornar ao trabalho. Sabemos que será difícil, é um tema polêmico e mesmo dentro da classe trabalhadora há quem diga que não é necessário. Mas, queremos travar esse debate com nossa base e com o País como uma das formas da sociedade e do Estado assumirem o compartilhamento das responsabilidades familiares. ...e debateu igualdade de remuneração em seminárioPMT – A Lei Maria da Penha sofreu um retrocesso quando o STJ decidiu pela condicionalidade da representação da vítima. Essa conquista das mulheres corre o risco de perder a força? Rosane – Existe essa possibilidade porque a necessidade da vítima ter que fazer a denúncia e mantê-la para de fato ser apurada, diminui as chances de procurar uma delegacia. Sabemos que muitas mulheres não denunciam por medo de sofrer nova agressão e a decisão do STJ abre espaço para o discurso da direita, que alega não haver necessidade de atendimento especializado porque a demanda é pequena. Há um conjunto de iniciativas para tentar desfigurar a Lei Maria da Penha e nossa obrigação é lutar pra que a lei seja cumprida, inclusive questionando a decisão do STJ. Também devemos cobrar os estados para que assinem o Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, que permite receber recursos do governo federal para implementar delegacias e atendimento especializado para proteger as mulheres vítimas de agressão.

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PMT – A CUT produziu uma cartilha sobre o aborto, um dos temas que causou maior polêmica no recente III Plano Nacional de Direitos Humanos. Você acredita que já é possível discutir o tema na sociedade sob o ponto de vista da saúde pública das mulheres? Rosane – Começamos a perceber que é necessário conscientizar nossa base sobre a importância de descriminalizar o aborto. A cartilha cumpre de fato essa tarefa aos mostrar que as pessoas que condenam o aborto sob o argumento da defesa da vida, colocam em risco a saúde de mulheres que não possuem R$ 5 mil para pagar uma clínica particular e recorrem a instrumentos caseiros para a prática da interrupção da gravidez. As mulheres cutistas e feministas não defendem o aborto como o único método contraceptivo, mas defendemos a autonomia da decisão sobre ter ou não o filho para aquelas que utilizaram todos os recursos e mesmo assim engravidaram. Porém, mais uma vez observamos uma direita organizada que não quer avançar em direitos para as mulheres no País. PMT – A eleição de uma mulher para presidente pode alavancar a participação política feminina? Rosane – A possibilidade de elegermos uma mulher para presidente é muito importante, mas não basta ser mulher, tem que estar comprometida com manutenção do projeto democrático e popular. E nesse momento, acreditamos que a companheira Dilma Roussef é a mais preparada para aprofundar as mudanças iniciadas pelo presidente Lula. Para as trabalhadoras, a presença de mulheres nas eleições é um símbolo muito importante mostra que sociedade começa a olhar diferente para as mulheres, entendendo que também podemos ter acesso ao espaço público. Nosso papel é conscientizar a classe trabalhadora de que ainda vivemos em uma sociedade machista, mas precisamos mudar essa cultura.

Ascensão chinesa na América Latina (CUT Nacional) 05/03/2010 Escrito por William Pedreira “Temos que desenvolver uma política comercial com proteção dos direitos trabalhistas”, ratifica o presidente do Observatório Social e diretor da CUT, Aparecido Donizeti A ascensão chinesa na economia global tem provocado transformações na estrutura econômica de vários países e afeta direta e indiretamente a classe trabalhadora, o que implica na necessidade dos países tomarem medidas de proteção do seu mercado interno e dos direitos sociais conquistados. Recente levantamento organizado pela Rede Latino-Americana de Pesquisa em Empresas Multinacionais (RedLat), com apoio da central sindical holandesa FNV, analisou os impactos e os perigos da ascensão chinesa na economia dos sete países membros da RedLat (Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru e Uruguai). Aqui no Brasil, o estudo foi coordenado pelo Instituto Observatório Social, entidade criada pela CUT. O Portal do Mundo do Trabalho ouviu o presidente do Observatório Social e diretor executivo da CUT, Aparecido Donizeti da Silva, que falou sobre a pesquisa e sobre os desdobramentos e resoluções do Seminário “A presença econômica chinesa na América Latina e as conseqüências para o mundo do trabalho", ocorrido nos dias 2 e 3 de fevereiro, no Rio de Janeiro. Portal do Mundo do Trabalho – Quando e como surgiu a ideia de fazer uma pesquisa sobre a influência econômica chinesa na América Latina? Aparecido Dozineti – Foi em 2005, num projeto da FNV, parceira do Observatório Social. No momento em que nós estávamos discutindo convênios veio a proposta para que nós conhecêssemos melhor que tipo de investimento estava sendo feito pela China na América Latina e suas consequências. Como foi o processo de construção desta pesquisa? Dentro do processo de parceria com a FNV havia o desenvolvimento e a construção de uma Rede Latino-Americana de Pesquisa em Empresas Multinacionais, a RedLat. Nós juntamos tanto centrais como institutos de pesquisa em sete países e construímos um responsável neste processo. Foi neste sentido que desenvolvemos a rede latino-americana e que começamos a construir a pesquisa sobre a influência econômica da China na América Latina. Esse estudo tem o objetivo de preencher um espaço, já que os movimentos sociais da região não contam com uma reflexão apronfundada sobre o fenômeno China, enquanto governos e empresariado, ainda que de forma limitada, já se posicionam para lidar com o avanço econômico e geopolítico do país asiático. Qual a importância do engajamento de entidades internacionais, como no caso desta pesquisa da FNV, em projetos que auxiliem e pautem o movimento sindical e o mundo do trabalho? É muito importante, porque primeiro é uma organização europeia. Eu acho que eles, principalmente Holanda, Alemanha, Espanha têm uma experiência importante que a América Latina ainda precisa alcançar que é o diálogo social mais consistente, as normas da OIT mais respeitadas para os trabalhadores e trabalhadoras no local de trabalho. Neste

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processo eles estão mais avançados e por isso é tão importante essa troca de experiências. Por outro lado, a América Latina também tem muito que contribuir. No meu ponto de vista, o movimento sindical latino-americano, em especial o Brasil, está embasado na sua consistência totalmente em lutas e conquistas. Não tínhamos centrais sindicais reconhecidas, o que ocorreu há dois anos, mas já tínhamos um peso político nos governos da América Latina. Então, o desenvolvimento, a luta dos trabalhadores brasileiros e latinos, também vale como uma experiência para os europeus. A ascensão chinesa impõe novos dilemas para os países da America Latina, impactando a agenda do desenvolvimento e as perspectivas para o mundo do trabalho. Nos dias 2 e 3 de fevereiro aconteceu o Seminário onde foram apresentados os resultados da pesquisa. Como você avalia o resultado deste seminário? Quais ações foram definidas pelo movimento sindical latino-americano? Levando em consideração o peso político do tema, nós alcançamos o objetivo. Contamos com a presença dos diferentes atores sociais, da direção nacional da CUT, dos empresários e dos governos brasileiro e chinês. A presença de toda a RedLat, com os representantes dos sete países membros é algo a ser destacado, já que todos tiveram a oportunidade de mostrar a sua síntese dessa relação com a China; inclusive a África, que até então, tínhamos muita dificuldade de trazer algum representante. Em relação aos encaminhamentos ainda falta parceria, continuidade de financiamento para nós tocarmos a RedLat. O ideal era estarmos agora desenvolvendo uma política em cima das conclusões tiradas durante o Seminário. No tocante ao Brasil, estiveram presentes quatro Confederações filiadas à CUT: CNTV, CTNSM, CNM e Conticom. Só a CNQ não esteve presente, mas depois pegou o relatório. A partir deste ponto vamos estimular que essas Confederações desenvolvam políticas para responder essa síntese que apontamos. Porém, ainda acho que o observatório tem que continuar acompanhando este temática por pelo menos mais um ano, para consolidar de fato as aprovações. Se deixarmos somente para cada Confederação ou país acho que não será eficaz, porque a dinâmica sindical tem outras prioridades, como redução da jornada, a regulamentação da terceirização, entre outras questões. Muitos avaliam que o modelo econômico chinês é caracterizado pela abundância de mão-de-obra, baixos salários, precarização das relações de trabalho e barreiras à sindicalização. Evidentemente, quando as empresas chinesas se fixam em outros países, ela traz consigo esta perspectiva de relação trabalhista. Quais ações que o movimento sindical latino-americano deve tomar para precaver e combater estas práticas anti-trabalhistas? Não é bem assim, isso é um mito. Eu estive na China e pude verificar que os salários dos trabalhadores não são baixos da forma como divulgam. Em relação ao trabalho escravo não estou dizendo que não exista, mas não é dessa forma como é colocada. A jornada de trabalho semanal de 40 horas já é uma realidade no país, o que aqui no Brasil a CUT juntamente com as outras centrais ainda estão lutando para que este direito se concretize. Obviamente que a China não tem as mesmas regulamentações como no Brasil. Agora, nós temos que tirar esse rótulo da China e trabalhar um projeto de desenvolvimento comercial e industrial. Eu acho que a CUT e as centrais precisam estar em Fóruns, Seminários discutindo uma política de desenvolvimento onde a China esteja incluída. Falando especificamente do Brasil, quais são as áreas onde há maior atuação das empresas e dos produtos chineses e quais as conseqüências para o trabalhador? São dois momentos. Houve um primeiro impacto muito forte no setor de vestuário. Atualmente a atuação chinesa está voltada mais para a área metalúrgica. Por isso precisamos desenvolver rapidamente esta política de desenvolvimento aonde todos possam ganhar, sem prejuízos para a classe trabalhadora. Depois de alguns conceitos tirados com a pesquisa e os debates feitos durante o Seminário, como você avalia a relação com a China: parceria ou competição? Uma parceria. Não tem como competir. Não tem como país nenhum do mundo, inclusive os EUA, sobreviver sem a China. É um país que cresce 8% com crise e sem crise vai ser 12, 13%. O que precisamos é uma política de desenvolvimento e uma política comercial. Inclusive estamos pensando numa atuação em três frentes, uma relação tripartite. Porém, os trabalhadores ainda encontram dificuldade de ocupar o mesmo espaço que governo e empresários. Precisamos lutar para que o movimento sindical se torne central nessa relação. Esta primeira apresentação foi dos resultados preliminares. O que será feito a partir destas conclusões? Basicamente duas coisas. Primeiro nós estamos trabalhando uma publicação com as resoluções deste Seminário. Temos a perspectiva que ela seja apresentada no final de maio. Num segundo momento, nós estamos buscando parcerias para continuar o trabalho em cima das sínteses apresentadas no Seminário e nos seus desdobramentos. Você esteve na China nesses últimos dias representando a CUT no Fórum sobre Globalização Econômica e Sindicalismo 2010. Qual a avaliação deste encontro?

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Este Fórum foi um espaço muito importante no aspecto de conhecermos como os países em desenvolvimento estão saindo desta crise econômica. Todos os países mantiveram como preponderantes políticas de fortalecimento do estado, sem redução de salário ou demissão em massa. A atividade contou com a participação de 176 nações, só os países do G7 não estavam presentes. Teve uma mesa que foi montada só com sindicalistas dos países da BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), onde o que se viu foi a ratificação do estado forte, a política de estado mínimo caiu por terra. A saída da crise não é com demissão, é com inclusão, com investimento interno, em infraestrutura, incluindo trabalhadores num processo de desenvolvimento. Em relação à China, muitas reuniões foram feitas. Aproximamos o intercâmbio com a FCTU, central sindical chinesa que patrocinou todo esta atividade. Ficou acordado que nos próximos 60 dias de nós apresentarmos enquanto CUT, Observatório Social, uma proposta de parceria que possa contemplar às partes.

Confederação Sindical Internacional (CUT Nacional) 05/03/2010 Escrito por Leonardo Severo CUT amplia número de delegados no 2º Congresso Mundial da CSI O secretário de Relações Internacionais da CUT, João Antonio Felício participou recentemente da reunião semestral do Birô Executivo da Confederação Sindical Internacional (CSI), realizada em Bruxelas, na Bélgica, preparatória ao 2º Congresso Mundial da entidade. No evento, que terá como mote “Agora, os povos: da crise à justiça global”, marcado para Vancouver, no Canadá, entre os dias 20 e 25 de junho, a CUT terá ampliada a sua participação de 10 para 12 delegados, uma vez que aumentou sua base de representação. “Contamos com 3.438 entidades filiadas, cerca de 7,5 milhões de sócios e mais de 22 milhões de representados. A ampliação da cota de filiação paga pela CUT à CSI reflete o crescimento da representação sindical cutista, mais condizente com a importância e o protagonismo da nossa central, que é a maior da América Latina e a quinta maior do mundo”, destacou Vagner Freitas, secretário Nacional de Finanças da CUT. A representação paritária entre homens e mulheres, acrescentou Vagner, é outro importante avanço do evento, que contará com a participação de seis delegadas cutistas. De acordo com João Felício, a boa aceitação das propostas de emenda da CUT ao texto base possibilita uma ação do movimento sindical em outro patamar, principalmente nos países em desenvolvimento, onde a articulação com os movimentos sociais ganha relevância. Entre os inúmeros obstáculos ainda existentes à efetivação do trabalho decente, ressaltou, esta a questão da luta pela Igualdade de gênero, “daí termos sublinhado como essencial a adoção de políticas públicas em defesa da promoção da igualdade e do desenvolvimento de capacidades e oportunidades para homens e mulheres nas responsabilidades familiares, possibilitando que se concilie o trabalho e a vida pessoal”. Daí a necessidade de que a campanha pelo trabalho decente incorpore a defesa da justiça social e da igualdade de gênero no mundo do trabalho e nos sindicatos, organizando as mulheres trabalhadoras, principalmente nas regiões de fronteira, economia informal, migrantes, domésticas, rurais e jovens, entre outros grupos vulneráveis”, como ficou explícito na contribuição da CUT, destacou Wagner. De acordo com João Felício, é preciso também priorizar a ação sindical na defesa da juventude e dos seus direitos, uma vez que o período de hegemonia neoliberal aprofundou a desestruturação e a precarização do trabalho, o que penalizou ainda mais o segmento. “A isso se somou a diminuição do papel do Estado na promoção de políticas sociais, agravando o problema. Como a CUT tem sublinhado, os jovens não representam somente o futuro, mas o presente do movimento sindical e da sociedade. “Sem que o estado assuma o papel de regulação pública do trabalho e sem liberdade de organização sindical para os trabalhadores, sem uma juventude dedicada, educada e comprometida, não conseguiremos construir alternativas ao atual modelo de injustiça e exclusão”, acrescentou. Em relação ao tema Democracia, paz, segurança e o papel da ONU, que ganhará destaque no evento da CSI, o secretário de Relações Internacionais sublinha que na última década, como resultado do neoliberalismo na América Latina, vários governos progressistas foram eleitos, passando a enfrentar uma forte reação dos setores privatistas e neoliberais desalojados do poder. “A reação dos setores conservadores se apresenta de várias formas, desde o golpe civil militar em Honduras, passando pela criminalização de movimentos sociais, até as iniciativas militares, como a reativação da IV Frota Naval e a ampliação de bases militares dos Estados Unidos na Colômbia”, denunciou Felício,

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sublinhando que a atuação dos cutistas em Vancouver será para, acima de tudo, “defender a paz a e a soberania dos povos”. A Secretaria de Relações Internacionais da CUT espera que o conjunto das secretarias apresente suas emendas e sugestões a fim de impulsionar a CSI, com um programa de afirmação do desenvolvimento, com valorização do trabalho e distribuição de renda, fortalecendo a atuação solidária do movimento sindical na construção de um mundo mais justo.

CUT Cidadã-Mulher (CUT Nacional) 05/03/2010 Escrito por Alexandre Gamón - CUT-SP Em Campinas, CUT leva cidadania e prestação de serviço à população A Central Única dos Trabalhadores de São Paulo iniciou o mês de março com diversas atividades em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, celebrado no dia 8 de março, e aos 100 anos de lutas, história e conquistas das trabalhadoras do Brasil e do mundo. Uma das atividades acontecerá domingo, no dia 7 de março em Campinas, com o programa CUT Cidadã-Mulher “100 anos de lutas por igualdade”. A CUT-SP, em parceira com a prefeitura de Campinas, realizará o evento, a partir das 9h às 18h, no Parque Linear Capivari, localizado na Av. dos Amoreiras 7000, na região sudoeste da cidade. Serão destinados à população mais de 23 serviços sociais e recreativos gratuitos, que estarão divididos em tendas como: emissão de documentos (primeira via da carteira de identidade e da carteira de trabalho) e orientações sobre aposentadoria, direitos, para adquirir a 2ª via das certidões de nascimento, casamento, óbito e encaminhamento para o casamento civil gratuito. Segundo o presidente da CUT-SP, Adi dos Santos Lima, o CUT Cidadã-Mulher valorizará as conquistas e principais lutas das trabalhadoras ao longo dos últimos 100 anos. “As mulheres têm conquistado, merecidamente, seu espaço na vida acadêmica, sindical e política, mas há muitos desafios a serem enfrentados, por exemplo, a luta por igualdade de oportunidades no mercado de trabalho”. Saúde e Meio Ambiente Em parceria com o Instituto Avon e a prefeitura de Campinas, as moradoras vão participar de palestras educativas sobre a prevenção ao câncer de mama e ginecológico. As exposições serão feitas por profissionais da área de saúde que mostrarão a “Mama Amiga” – uma mama em formato de silicone em que as mulheres poderão tocar e aprender a fazer o auto-exame corretamente. Outros serviços são corte de cabelo, massagem anti-stress, limpeza de pele, entre outros. Sobre o tema “meio ambiente”, a FEMSA apresentará dicas e abordará a importância da garrafa retornável. A Central Única dos Trabalhadores do Estado de São Paulo espera reunir com a atividade mais de 30 mil trabalhadoras e familiares. Shows A cantora Eliana de Lima, as Bandas “500 Cruzeiros”, “Bruno e Camila”, Marcinho do Cavaco, Ernesto Guevara, entre outros cantores e cantoras, são algumas que animarão o CUT Cidadã-Mulher. Os shows acontecerão durante o dia e o encerramento está previsto para às 18h. Serviço CUT Cidadã-Mulher “100 anos de lutas por igualdade” Data: 7 de março (domingo) Local: Parque Linear Capivari, localizado na Av. dos Amoreiras 7000, em Campinas. Horário: 9h às 18h Entrada: gratuita

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Gilson Caroni Filho (CUT Nacional) 05/03/2010 Escrito por Carta Maior O perigo das palavras ambíguas No momento em que a direita brasileira, sem projetos, se socorre de factóides de uma imprensa partidarizada, com clara vocação golpista e nenhuma credibilidade, o campo progressista deve se debruçar sobre algumas ambiguidades que, não sendo devidamente explicitadas, podem suscitar interpretações contraditórias. Tendo claro que o destino de um povo é forjado na ação de muitas gerações e no descortino de algumas decisões fundamentais, a estratégia de política econômica não pode deixar dúvidas quanto à consistência de sua implementação. É preocupante, por exemplo, quando o Ministro da Fazenda, Guido Mantega diz que não há problema no déficit em conta-corrente (déficit nas transações correntes) porque ele será coberto pela entrada de capital externo, pois foi exatamente isso o que disse o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, durante quatro anos - até que, depois de toneladas de sofrimento inútil, a economia estourou em 1999. Em se tratando de projeções econômicas, certas recorrências devem ser evitadas. Ainda mais quando guardam similitudes com o ideário neoliberal derrotado nas urnas em 2002. É o caso de se perguntar a quem beneficia a hipervalorização do real? A resposta é quase prosaica. Às grandes corporações transnacionais que desejam importar os insumos que suas matrizes produzem. Qualquer política que proponha substituir as importações pela produção interna das filiais dos conglomerados está, na verdade, pregando a desnacionalização da economia brasileira em nome da entrada em massa, sem controle e sem regulação, de "investimentos diretos estrangeiros". O sacrifício de financiamentos para empresas nacionais, voltadas à produção para o mercado interno, pode aparecer em médio prazo, e cabe à esquerda estabelecer a agenda que reverta o que se afigura como possibilidade tendencial. Certamente não é um problema que vá estourar nos próximos meses. Mas, no caso da provável vitória de Dilma Rousseff, como situaremos nosso discurso se ganharmos as eleições sem falar nada sobre isso, quando essas dificuldades se tornarem mais evidentes? A radicalização da política proposta pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, pode ser vista como solução ideal? O norte desse texto é definir uma vertente alternativa agora, para que tenhamos força suficiente no ano que vem. Fazer exercícios projetivos nada custa. E, de qualquer forma, não nos parece politicamente plausível ganhar as eleições sem localizar as dificuldades a enfrentá-las, dizendo que o quadro é róseo, quando não é. Não deve se furtar ao debate quem lutou tanto, em condições tão adversas, debaixo da ditadura, e depois, durante os mandatos de Collor e de FHC. Há tempos que precisam ser superados, jamais esquecidos. Aliás, no mais elementar exercício de realismo político, o que se chama de programa de um governante, desde a inflexão do governo Lula, deixou de ser apenas uma série de propostas para enfrentar as dificuldades, em que o principal cacife era o de continuar o governo anterior, como bem sabiam aquelas raposas da República Velha, sempre "salvando a lavoura", apesar de serem apoiadas pela raposa anterior, que aumentava as pragas do campo cultivado enquanto ocupava o cargo de presidente. Esse roteiro, repaginado pelo tucanato e seus sócios oligárquicos, se esgotou com o modelo econômico neoliberal que mandou o país à lona durante oito anos. Desde 2003, cabe ao governo a tarefa de reconstruir a nação em bases sólidas. Bem entendido, não estamos fazendo qualquer referência ao programa da candidata, que em geral tem de ser algo genérico, mas àquelas medidas práticas que a nova presidente pode ou não implementar depois de eleita, e sob a forma que for possível, pois isto não se pode prever. Para isso, é fundamental que haja massa crítica acumulada em debates sem qualquer tipo de interdição. A título de exemplo, convém lembrar que Getúlio Vargas não colocou o cancelamento da dívida com os bancos ingleses no seu programa de candidato, em 1930, e nem essa medida cabia ali. Mas foi exatamente o que fez com a decretação de moratórias (1931 e 1937) e a recompra dos títulos da dívida por uns 2% do valor de face. Só Luís Carlos Prestes, com uma considerável dose de ingenuidade, condicionou o apoio à candidatura de Vargas a que o cancelamento fosse o primeiro ponto do programa - e o segundo fosse a expropriação dos latifundiários (numa chapa em que o vice-presidente era João Pessoa e o principal apoio vinha dos latifundiários mineiros, para não falar de Borges

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de Medeiros e demais gaúchos). Assim, jogou pela janela a chance de ser o comandante militar da Revolução de 30, ampliando o leque de alternativas políticas do movimento. Evidentemente, ficar exigindo que o programa da ministra Dilma seja explícito sobre as dificuldades a enfrentar, e sobre as medidas a tomar, é coisa de pessoas dotadas de alto grau de indubitável má-fé. Mas, se pudermos acumular reflexão crítica que mais favoreça o país, e sua grande massa recém-incluída, tanto melhor. Para isso, a ambigüidade, como figura de construção discursiva, deve ser evitada quando estão em jogo os rumos concretos da política macroeconômica.

Greve vitoriosa (CUT Nacional) 05/03/2010 Escrito por Daniella Sinotti – CUT-BA Trabalhadores de manutenção e montagem industrial de Camaçari (BA) voltam ao trabalho com conquistas importantes Os trabalhadores da área de montagem e manutenção industrial de Camaçari e região encerraram nesta sexta-feira (5) a greve da categoria, iniciada no último dia 25 de fevereiro, informa o coordenador do Sindticcc, Antonio Ubirajara (Bira). Apontado como vitorioso para os trabalhadores, o acordo firmado entre patrões e empregados inclui reajuste salarial de 12%, cesta básica com aumento de 50% (de R$80,00 para R$120,00), mais inclusão do plano de saúde na Convenção Coletiva de Trabalho. Em relação aos dias parados, 50% serão abonados e o restante será compensado. Impasse - Para os trabalhadores da Construção Civil de Camaçari e região, a greve continua, diante da falta de avanços nas negociações, informa o Sindticcc.

Sociedade deve permanecer atenta e mobilizada (CUT Nacional) 05/03/2010 Escrito por CUT-DF STF nega pedido de soltura de Arruda e CLDF aprova abertura do processo de impeachment O governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), sofreu nova derrota nesta quinta (4) na Câmara Legislativa. Por 19 votos favoráveis e nenhum contrário, os deputados distritais aprovaram o parecer da comissão especial que pede abertura de processo de impeachment contra o ex-democrata. A sessão para apreciar o parecer durou cerca de 20 minutos e foi aberta depois que a Justiça do Distrito Federal negou o segundo recurso apresentado pela defesa de Arruda para tentar adiar a sessão. STF – Também ontem, por nove votos a um, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) negaram o pedido de liberdade de Arruda, preso na Polícia Federal desde o dia 11 de fevereiro. A maioria dos ministros acompanhou o voto do relator, ministro Marco Aurélio Mello, que defendeu a manutenção da prisão do governador afastado. Ele argumentou em seu voto que há indícios de que Arruda tentou ocultar provas de sua participação no esquema de corrupção, o que resultou na sua prisão. Em seu voto, o ministro Joaquim Barbosa foi categórico: "Arruda somente foi preso não só depois de serem colhidas inúmeras provas contra ele, mas depois de reiteradas tentativas de sua parte de prejudicar a investigação criminal, impedir a busca da verdade e manter em tese as atividades da suposta organização criminosa instalada na cúpula do governo do Distrito Federal", afirmou. A CUT-DF comemorou a decisão das duas Casas, mas enfatizou que é preciso manter a mobilização de toda a sociedade. “As respostas que esperávamos começam a aparecer. Mas ainda temos um longo caminho até dar fim à corrupção no DF. Para isso, necessitamos da sociedade atenta e mobilizada”, disse a presidente da Central, Rejane Pitanga.

Vitória dos trabalhadores (CUT Nacional) 05/03/2010 Escrito por CNTV

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Taxa de importação dos calçados chineses sobe para US$13,87 e terá validade de cinco anos Na tarde desta quinta-feira (4), a taxa antidumping contra calçados chineses foi aumentada de US$ 12,47 para US$ 13,87, além de ter ampliada a sua validade por mais cinco anos. A definição da tarifa adicional sobre as importações ocorreu durante reunião do Comitê Executivo de Gestão, formado pelos secretários executivos dos ministérios que compõem a Câmara do Comércio Exterior. Para a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Vestuário (CNTV), Cida Trajano, “a resolução é uma conquista da mobilização conjunta de lideranças dos trabalhadores, que conseguiram envolver os empresários do setor para sensibilizar as autoridades sobre a necessidade da medida, fundamental para a defesa do mercado interno e dos empregos da categoria”. O presidente da CUT-RS, Celso Woyciechowski, assegura que “essa decisão é fruto de muita luta dos trabalhadores” e que, “diante dessa decisão, nos sentimos muito vitoriosos e enxergamos o resultado do nosso trabalho”. Também integraram a comitiva o presidente da Federação dos Sapateiros, João Batista Xavier da Silva e o diretor estadual da CUT-RS, Marcelo Carlini. Conforme a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), as contratações em janeiro chegaram ao recorde de 8 mil pessoas, com o setor recuperando 25 mil dos 42 mil empregos que perdeu na crise. A CNTV, a CUT-RS e um grupo de parlamentares e prefeitos de cidades produtoras de calçados visitaram nesta semana seis ministérios ((Indústria, Fazenda, Desenvolvimento Agrário, Agricultura, Casa Civil e Relações Exteriores) para sensibilizar as autoridades sobre a importância da manutenção e ampliação da sobretaxa. A avaliação é que a sobretaxa provisória tenha evitado a entrada de 30 milhões de pares de sapatos chineses no país desde setembro.

Das artes da Ancine: Como e porque “High School Musical” virou filme nacional (CUT Nacional) 05/03/2010 Escrito por Hora do Povo Estreou, em 5 de fevereiro, mais um filme brasileiro custeado com nossos impostos: “High School Musical”! Não é uma franquia da Disney, como pode parecer à primeira vista, é um filme brasileiro! Cadastrado na Ancine sob o número Salic 080598. Em tempos de Conferência Nacional de Cultura, o presidente do CPC-UMES (Centro Popular de Cultura da União Municipal dos Estudantes de São Paulo), Valério Bemfica, debate a atuação da Agência Nacional de Cinema. Como e porque “High School Musical” virou filme nacional Há algum tempo não ocupávamos o espaço do HP para comentar as barbaridades cometidas pela Ancine (Agência Nacional de Cinema). Como não é do nosso interesse expor fragilidades do governo Lula num ano eleitoral, temos evitado o tema. No entanto, é impossível deixar de comentar dois fatos recentes: um encontro da classe onde foi discutida a cota de tela e o lançamento de um filme nacional. Primeiro o encontro. Nele palestrou o presidente da Ancine. Em síntese, afirmou que o número de dias reservados ao cinema brasileiro – cota de tela - era mais do que suficiente, tanto que “era a primeira vez” que ele escutava reclamações sobre isso. Do alto de seus três curtas-metragens, em duas décadas de carreira, afirmou que o problema está nos realizadores. Ele mesmo teria aprendido, a duras penas, que o cinema nacional é que não conseguia se comunicar com o público, por isso ficava restrito à meia dúzia de salas. Mas, benévolo como ele só, anunciou que a Ancine havia aberto uma consulta pública sobre a Cota de Tela. Resultado: a cota para 2010 será exatamente a mesma de 2009 (e 2008, 2007, 2006...). Ou seja, a tal consulta era pura embromação. Abre-se um espaço para ouvir a todos, e não se ouve ninguém. Alega-se a inutilidade de reservar mais do que 28 dias do ano para o cinema brasileiro, sob o argumento de que ele não está conseguindo sequer ocupar o espaço reservado. Garante-se 337 dias para o cinema estrangeiro (essencialmente o estadunidense). E, para finalizar, a culpa é jogada sobre os artistas brasileiros, como se o caminhão de bobagens produzidas por “róliudi” fosse mais capaz de sintonizar-se com o povo brasileiro do que o trabalho de nossos cineastas. Agora o filme. Estreou, em 5 de fevereiro, com 160 cópias, mais um filme brasileiro, custeado com os nossos impostos: “High School Musical”! Não, leitor, o autor não se confundiu e nem consumiu nada ilícito. Não é uma franquia da Disney, é um filme brasileiro! Cadastrado na Ancine sob o número Salic 080598, e supostamente produzido pela Total

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Entertainment (a mesma daquele filme em que marido vira esposa e vice-versa, um mal disfarçado plágio de “Um espírito baixou em mim” (1984), estrelado por Steve Martin, que já comentamos aqui). A Disney é “apenas” a distribuidora... É verdade que o pessoal da Total ficou meio envergonhado com o papel de testas-de-ferro, tanto é que omitem a sensacional obra de seu portfólio que consta na internet. Mas a Disney entrega o jogo. Apresentaram um orçamento de R$ 6,8 milhões e conseguiram captar a metade, R$ 3,4 milhões. A fonte dos recursos? O nosso bolso é claro! R$ 3 milhões provavelmente abatidos do imposto sobre remessa de lucros da Disney, já que foram captados pelo artigo 3º da Lei do Audiovisual e pelo artigo 39 da Condecine – ambos criados para que as múltis possam ingressar na produção de filmes “brasileiros” e ocupar mais espaço nos cinemas do país. O troco (R$ 400 mil) foi via artigo 1º da Lei do Audiovisual (patrocínio das também multinacionais Nokia e C&A). O leitor atento já se deu conta da relação entre os dois fatos. Mas vamos juntar as pontas: talvez aque le rapaz guindado à direção da Ancine não tenha dito que a cota de tela é suficiente por ser mal intencionado, mas apenas por ser mal informado. Durante anos, as majors do cinema aproveitaram o espaço dado a elas para consolidar o seu domínio. Desde o fim da Embrafilme, no governo Collor, as sucessivas gestões da cultura têm, no máximo, adotado paliativos para a indústria cinematográfica nacional. Quando a grita dos realizadores está muito alta, liberam um edital, um concurso, coisas assim. Financiaram a produção, mas nunca se dispuseram a enfrentar a falácia neoliberal e entregaram ao mercado – ou seja, às majors americanas - a tarefa de resolver a questão da distribuição. Como as mesmas majors que dominam a produção internacional também dominam a distribuição e a exibição, os filmes brasileiros – sem aspas - vão para a prateleira, ao invés de irem para as telas. Mas esse pessoal é muito fominha. Acharam que 90% de ocupação do mercado nacional era pouco. E, aproveitando a conivência de certas autoridades, resolveram ocupar também os 10% da cota de tela. Começaram pegando filmes para distribuir. Não se saciaram. Exigiram que seus “gastos” fossem abatidos do imposto. Não se deram por satisfeitos. Começaram a escolher quais filmes seriam feitos. Ainda não bastava. Agora começam a fazer filmes exatamente iguais – até no título em inglês – aos que produzem nos EUA. E com o nosso dinheiro! Deu para entender? Se não deu, cuidado: o próximo passo deles vai ser clonar o falecido Jack Valenti para nomeá-lo presidente da Ancine.

Federação e sindicatos da alimentação do Rio Grande do Sul lançam Campanha Salarial (CUT Nacional) 05/03/2010 Escrito por FTIARS Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação do Rio Grande do Sul (FTIARS) e sindicatos filiados lançam nesta sexta-feira, dia 5, a Campanha Salarial 2010. A solenidade será às 18h na sede do Sindicato da Alimentação de Lajeado com a presença de trabalhadores de todo o Estado. A campanha salarial, aproveitando a realização da Copa do Mundo, tem como slogan: Este ano vai ser dez: aumento de salário é gol de placa. Durante o ano haverá um processo de mobilização com a realização de assembleias regionais, panfletagem da pauta participava e distribuição de materiais alusivos em diversos pontos do Estado. Garantir conquistas e melhorar as condições de trabalho são os pontos fundamentais da atividade. "A participação dos trabalhadores é essencial para que conjuntamente possamos traçar estratégias comuns e avançar na luta pela construção de uma sociedade mais justa e solidária, onde todos os trabalhadores tenham direito a vida digna e plena", destacou o presidente da FTIARS, Cairo Fernando Reinhardt. - Lançamento da Campanha Salarial 2010 dos trabalhadores nas indústrias de alimentação do Estado - Nesta sexta-feira (5), às 18h - Na sede do Sindicato da Alimentação de Lajeado (Avenida Benjamin Constant, 1606, Lajeado-RS)

Pesquisa mostra que mulheres trabalham cinco horas semanais a mais que os homens (CUT Nacional) 05/03/2010 Escrito por Agência Brasil

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Mulheres trabalham cinco horas semanais a mais do que os homens, de acordo com estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgado nesta quinta-feira (4). As mulheres têm uma jornada total semanal de 57,1 horas, contando com 34,8 horas semanais de trabalho e mais 20,9 horas de atividades domésticos. Já os homens têm uma jornada total de 52,3 horas semanais, sendo 42,7 horas de jornada de trabalho e 9,2 horas semanais de atividades domésticos. A diretora do escritório da OIT em Brasília, Lais Abramo, disse que a entrada massiva das mulheres no mercado de trabalho não foi acompanhada por uma reorganização das funções do trabalho doméstico entre homens e mulheres. “Culturalmente, se atribui à mulher o cuidado quase que exclusivo com a casa e a família. Aqui, se tem uma coisa complexa que passa pela redefinição das relações entre homens e mulheres, uma parceria muito mais equilibrada entre os sexos no âmbito das famílias”, afirmou. Outro dado importante da pesquisa mostra que parte significativa das mulheres trabalha como empregadas domésticas. Dos 42,5 milhões de mulheres que fazem parte da população economicamente ativa, 6,2 milhões são negras. Isso representa 15,8% do total da ocupação feminina. E, de acordo com o estudo, a maioria das trabalhadoras domésticas é negra. Cerca de 20% das mulheres negras ocupadas trabalham como empregadas domésticas e 24% delas têm carteira assinada. Para Lais, a desvalorização do trabalho doméstico está ligada a uma desvalorização das funções de cuidado na sociedade, no qual o trabalho doméstico se insere, e esse tipo de trabalho exige qualificação. “As trabalhadoras domésticas são trabalhadoras como quaisquer outras, elas têm direito a uma regulamentação do seu trabalho, elas têm direito a uma proteção social, à licença-maternidade. O problema é que existe uma grande porcentagem de trabalhadoras sem contrato de trabalho”, afirmou. O subsecretário de Ações Afirmativas da Secretaria de Promoção da Igualdade Racional (Seppir), Martius Chagas, disse que o empregador precisa ter consciência de que um empregado doméstico, com seus direitos assegurados, vai produzir muito mais. “É um processo cultural que estamos conseguindo fazer com que no Brasil possa avançar. Acho que estamos no caminho, por mais que haja essa precarização do trabalho doméstico, onde as trabalhadoras estão na base da pirâmide. Mas acho que isso esta mudando. E também devemos levar em conta a própria capacitação, reorganização e qualificação desse trabalho”, disse Chagas.

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