painel - aeaarp · eng.º civil joão paulo de souza campos figueiredo ... las. um exemplo é o...

28
painel AEAARP PREVISÃO DO TEMPO EXIGE TÉCNICA HOBBY O engenheiro que cozinha METRÓPOLE AEAARP vai participar das discussões técnicas SEGURANÇA Informalidade faz crescer número de acidentes E também demanda profissionais capacitados Ano IX nº 255 junho/ 2016 Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto

Upload: others

Post on 22-Feb-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: painel - AEAARP · Eng.º civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo ... las. Um exemplo é o sistema de moni-Satélite americano GOES-R, que será lançado em outubro de 2016 |

painel

A E A A R P

Previsão do temPo exige técnica

Hobbyo engenheiro que cozinha

MetrópoleAeAArp vai participar das discussões técnicas

SegurAnçAInformalidade faz crescer número de acidentes

e também demanda profissionais capacitados

ano ix nº 255 junho/ 2016associação de engenharia, arquitetura e agronomia de ribeirão Preto

Page 2: painel - AEAARP · Eng.º civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo ... las. Um exemplo é o sistema de moni-Satélite americano GOES-R, que será lançado em outubro de 2016 |
Page 3: painel - AEAARP · Eng.º civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo ... las. Um exemplo é o sistema de moni-Satélite americano GOES-R, que será lançado em outubro de 2016 |

Eng. civil Carlos Alencastre

pala

vra

do p

resi

dent

e

E ste mês de junho de 2016 entra para a história de Ribeirão Preto. É quando uma das mais impor-tantes iniciativas de gestão foi adotada, a Região

Metropolitana. O projeto, desejado, esperado e planejado há vários anos, finalmente vai sair do papel. E é este o momento de maior importância para todos nós e também o que exige mais comprometimento e responsabilidade.

Atribuir às 34 cidades o status de Região Metropolitana abre um leque quase infinito de possibilidades que vão muito além do custo da ligação telefônica. As pessoas que vivem nesses municípios já estão naturalmente co-nectadas, por meio do comércio, do turismo, das oportu-nidades de emprego, do acesso à saúde, abastecimento etc. O que não existia até agora era uma política pública integrada que proporcionasse investimento, atendimento de qualidade, dentre tantas outras coisas.

As discussões dessas políticas públicas passam pelas áreas de conhecimento de engenheiros, arquitetos e agrônomos. O organismo de gestão exige a participação da sociedade civil organizada e é imprescindível que a AEAARP seja representada.

A representação da entidade nesses fóruns de discussão fortalece a nossa Associação. Por consequência, fortalece também a atuação dos profissionais da área tecnológica que vivem um momento de grandes turbulências eco-nômicas e políticas.

Page 4: painel - AEAARP · Eng.º civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo ... las. Um exemplo é o sistema de moni-Satélite americano GOES-R, que será lançado em outubro de 2016 |

índi

ce ESPECIAL 05Setor meteorológIco evolui e demanda mais profissionais

ConSELho 09João Paulo Figueiredo é o novo presidente do Conselho Deliberativo

CIdAdES 10Região Metropolitana vai pautar temas técnicos

MEIo AMbIEntE 12Políticas públicas e investimentos privados avançam em ações sustentáveis

ARquItEtuRA 14Construção com sustentabilidade

hoMEnAgEM 17Acervo de Barillari é doado à Biblioteca de Universidade

hobby 18Aventuras na cozinha

gEStão 19nononononon

LEgISLAção 20Informalidade faz crescer acidentes na construção civil

PRodutIvIdAdE 23Programas de computador podem trabalhar por você

PAInEL ELEIçõES 24O número de parlamentares

CREA-SP 25Resolução define regras para a atribuição profissional

notAS E CuRSoS 26

DIRETORIA OPERACIONALDiretor Administrativo: eng. agr. Callil João FilhoDiretor Financeiro: eng. agr. Benedito Gléria FilhoDiretor Financeiro Adjunto: eng. civil e seg. do trab. Luis Antonio BagatinDiretor de Promoção da Ética de Exercício Profissional: eng. civil Hirilandes AlvesDiretor Ouvidoria: eng. civil Milton Vieira de Souza Leite

DIRETORIA FUNCIONALDiretor de Esportes e Lazer: eng. civil Rodrigo Fernandes AraújoDiretor de Comunicação e Cultura: eng. agr. Paulo Purrenes PeixotoDiretor Social: arq. e urb. Marta Benedini VecchiDiretor Universitário: arq. e urb. Ruth Cristina Montanheiro Paolino

DIRETORIA TÉCNICAAgronomia, Agrimensura, Alimentos e afins: eng. agr. Jorge Luiz Pereira RosaArquitetura, Urbanismo e afins: arq. Ercília Pamplona Fernandes SantosEngenharia e afins: eng. Naval José Eduardo Ribeiro

Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700 - Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / [email protected]

Eng. civil Carlos Eduardo Nascimento AlencastrePresidente

Eng. eletr. Tapyr Sandroni Jorge Eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho 1º Vice-presidente 2º Vice-presidente

CONSELHO DELIBERATIVOPresidente: eng.º civil João Paulo FIgueiredo

Conselheiros Titulares Eng.º agr.º Dilson Rodrigues CáceresEng.º civil Edgard CuryEng.º civil Elpidio Faria JuniorArquiteta e eng.ª seg.ª do trab.º Fabiana Freire GrelletEng.º agr.º Geraldo Geraldi JrEng.º agr.º Gilberto Marques SoaresEng.º mec.º Giulio Roberto Azevedo PradoEng.º elet.ª Hideo KumasakaEng.º civil João Paulo de Souza Campos FigueiredoEng.º civil Jose Aníbal LagunaArquiteto Luiz Eduardo Siena MedeirosArq.ª e urb.ª Maria Teresa Pereira LimaEng.º civil Ricardo Aparecido Debiagi

Conselheiros SuplentesEng.º agr.º Alexandre Garcia TazinaffoArq.º e urb.ª Celso Oliveira dos SantosEng.º agr.º Denizart BolonheziEng.º civil Fernando Brant da Silva CarvalhoEng.º agr.º José Roberto ScarpelliniEng.º agr.º Ronaldo Posella Zaccaro

REVISTA PAINELConselho Editorial: eng. civil Arlindo Sicchieri, arq. urb. Celso Oliveira dos Santos, eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto - [email protected]

Conselheiros Titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick Carlucci

Coordenação Editorial: Texto & Cia Comunicação Rua Galileu Galilei 1800/4, Jd. Canadá, Ribeirão Preto SP, CEP 14020-620 www.textocomunicacao.com.brFones: 16 3916.2840 | 3234.1110 [email protected]

Editora: Daniela Antunes – MTb 25679

Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044

Publicidade: Departamento de eventos da AEAARP - 16 2102.1719 Angela Soares - [email protected]

Tiragem: 3.000 exemplaresLocação e Eventos: Solange Fecuri - 16 2102.1718Editoração eletrônica: Mariana Mendonça NaderImpressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda.Horário de funcionamento

AEAARP - das 8h às 12h e das 13h às 17hCREA - das 8h30 às 16h30Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.

painel A s s o c i A ç ã ode engenhAriA ArquiteturA e AgronomiA de ribeirão Preto

Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista.

Page 5: painel - AEAARP · Eng.º civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo ... las. Um exemplo é o sistema de moni-Satélite americano GOES-R, que será lançado em outubro de 2016 |

AEAARP5

A diversificação da matriz energética brasileira, a criação de centros estaduais de meteorologia e o interesse de empresas privadas no

tema são os principais responsáveis pela evolução do setor

setor meteorológico evolui e demanda mais Profissionais

Page 6: painel - AEAARP · Eng.º civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo ... las. Um exemplo é o sistema de moni-Satélite americano GOES-R, que será lançado em outubro de 2016 |

Revista Painel6

A estação, de origem americana, contará com sistema de armazenamento de da-dos e comunicação com computadores”, explica Paul Houang, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa.

Alta tecnologiaExistem muitas aplicações da meteoro-

logia que exigem instrumentação de alta tecnologia. A química atmosférica, por exemplo, trabalha com equipamentos refinados de medição de componentes suspensos na atmosfera e com a análise química das amostras de ar e de água da chuva colhidas pelos instrumentos.

No sensoriamento remoto – que é a obtenção de medidas de variáveis físicas como umidade, temperatura, vento, chuva, gelo, poluição – pode-se citar os radares meteorológicos, os satélites artificiais e os perfilhadores verticais da atmosfera. “Esses instrumentos são de altíssima tecnologia e usam ondas eletromagnéticas para o sensoriamento da atmosfera”, explica o meteorologis-ta. Nos estudos do comportamento da dinâmica dos fluidos (a atmosfera é um fluido gasoso) utilizam-se supercomputa-dores para rodar modelos numéricos da

Centro de pesquisa e desenvolvimento da Saint-Gobain, em Capivari-SP

atmosfera. Neles, são usados programas complexos que permitem o cálculo de bilhões de operações matemáticas por segundo. “Mesmo assim, estamos longe de atingir a velocidade de computação adequada para as previsões do tempo”, ressalta Hallak.

Uma das grandes novidades da mete-orologia, de acordo com Hallak, é o novo satélite ambiental americano de órbita geoestacionária – que fica parado sobre um mesmo ponto sobre a superfície terrestre, a 36 mil quilômetros da Terra –, o Geostationary Operational Environ-mental Satellite-R Series (GOES-R), pro-jeto das organizações americanas NOAA (em português, Administração Oceânica e Atmosférica Nacional) e a NASA (em português, Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço). “O satélite vai revolucionar a obtenção dos dados mete-orológicos a partir deste ano”. O GOES-R tem sensores de altíssima resolução es-pacial e oferecerá 34 produtos para uso na previsão de tempo e monitoramento ambiental, nas áreas de atmosfera, su-perfície e solo terrestres, oceanos e em relação à radiação solar. O lançamento do satélite será em 13 de outubro de 2016.

A previsão climatológica tem ganhado mais importância não só em órgãos do poder público federal como também em centros estaduais de meteorologia e em empresas de engenharia. De acordo com o meteorologista Ricardo Hallak, docente do Departamento de Ciências Atmosféri-cas, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP), nos últimos cinco anos houve grande procura por meteoro-logistas recém-formados pelas empresas de engenharia envolvidas com a geração e transmissão de energia. “A inclusão da geração de energia eólica na matriz energética brasileira absorveu boa parte dos recém-formados. Vários profissionais também foram contratados para analisar dados relacionados à geração de energia hidrelétrica, tão dependente dos regi-mes de chuvas num país de tamanho continental”.

Um exemplo de empresa privada que decidiu criar uma estação meteorológica própria foi a Saint-Gobain, que construiu um centro de pesquisa e desenvolvimen-to para o grupo em Capivari (SP). No cen-tro é pesquisada a Física das Edificações, ciência que estuda a eficiência energéti-ca, o impacto ambiental e o conforto pro-porcionado pelos sistemas construtivos. Para gerar dados precisos, é necessário analisar o comportamento térmico de um edifício – em função dos materiais utilizados em sua construção – e as con-dições ambientais do lugar. Mesmo com duas estações meteorológicas públicas próximas ao centro – uma em Campinas e outra em Piracicaba (SP) – a empresa de-cidiu realizar suas medições diretamente no local. “A Saint-Gobain vai instalar em breve uma estação meteorológica que medirá a quantidade de chuva, umidade relativa e temperatura do ar, direção e velocidade dos ventos e a radiação solar.

tecnologiaespecial agricultura profissão

Page 7: painel - AEAARP · Eng.º civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo ... las. Um exemplo é o sistema de moni-Satélite americano GOES-R, que será lançado em outubro de 2016 |

AEAARP7

No campoCom a popularização dos celulares no

ambiente rural cresceu a demanda por aplicativos de celulares que auxiliem o gerenciamento das atividades agríco-las. Um exemplo é o sistema de moni-

Satélite americano GOES-R, que será lançado em outubro de 2016 | Imagem: www.nasa.gov

História da meteorologia no mundo e no BrasilA primeira obra sobre meteorologia foi escrita em 3.000 a.C. pelo chinês Nei Tsing Sou Wen. Em 300 a.C., o filósofo Theophraste publicou o primeiro livro de previsões da Europa. Mas foi em 1607 que a meteorologia progrediu com o termoscópio (antecessor do termômetro) de Galilei Galilei, instrumento que informava as mudanças climáticas. Depois Torricelli criou o barômetro, que mede a pressão atmosférica. Em 1648, Pascal desenvolveu a teoria de que a pressão diminui com a altitude e por isso haveria vácuo na atmosfera. Já o Brasil teve de esperar até 1965 para ter os primeiros meteorologistas formados em solo nacional, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Fontes: Brasil Profissões e Sociedade Brasileira de Meteorologia

toramento agroclimático Agritempo, desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A Empresa oferece informações das con-dições climáticas para o agricultor em tempo real mesmo estando no campo.

O aplicativo também apresenta mapas de estiagem, chuvas, disponibilidade de água no solo, temperaturas máximas e mínimas, a melhor época de plantio das culturas, nos diferentes tipos de solo, e ciclos de cultivares para todos os muni-cípios brasileiros, orientando a produção e reduzindo perdas agrícolas.

“Quando o agricultor estiver no campo poderá consultar dados de monito-ramento e receber alertas pra tomar decisões rápidas. O aplicativo atende às necessidades específicas com infor-mações de fácil acesso, regionalizados e sazonais”, explica Sílvio Evangelista, analista da Embrapa Informática Agrope-cuária. Em um cenário de restrição hídri-ca, por exemplo, é essencial conhecer as condições de chuva e de disponibilidade de água no solo para qualquer cultura.

O Agritempo tem atualização diária e pode gerar mapas, baixar boletins regionais e encontrar rede de estações

meteorológicas em todo o país. No endereço eletrônico da

AEAARP, na área de Notícias, está disponível o link para download do aplicativo.

www.aeaarp.org.br

tecnologiaespecial agricultura profissão

Page 8: painel - AEAARP · Eng.º civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo ... las. Um exemplo é o sistema de moni-Satélite americano GOES-R, que será lançado em outubro de 2016 |

Revista Painel8

lógicos. Segundo Hallak é difícil encontrar meteorologistas desempregados.

O professor da USP também destaca os principais empregadores de meteo-rologistas no Brasil:

-Empresas privadas como Climatempo e SOMAR Meteorologia, de São Paulo, ou MetSul, do Rio Grande do Sul,

-Instituto Nacional de Pesquisas Espa-ciais (INPE),

-Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CE-MADEN),

-Empresas privadas de engenharia que trabalham com energia hidrelétrica e eólica,

-Empresas privadas de transmissão de energia elétrica,

-Universidades federais e estaduais,

-Centros regionais de meteorologia,

-Bancos comerciais e instituições finan-ceiras, que buscam profissionais com grande poder de análise e habilidades numéricas e computacionais.

No Brasil existem 12 cursos de graduação em Meteorologia. As regiões

Sul e Sudeste contam com oito cursos e as regiões

Norte e Nordeste quatro. Veja na área de Notícias no endereço eletrônico

da AEAARP a lista de faculdades que oferecem

o curso.

www.aeaarp.org.br

Seja um observador voluntário

O Instituto de Pesquisas Meteorológicas da

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

(Unesp) tem uma ferramenta de coleta de informações que

ajuda em pesquisas sobre tempestades. O atalho para participar está disponível na

área de Notícias, no endereço eletrônico da AEAARP.

www.aeaarp.org.br

Além da atuação em previsão de tempo, questões das mudanças climá-ticas, aquecimento global, buraco da camada de ozônio e meio ambiente, os

ProfissãoOs meteorologistas fazem parte do

Conselho Federal de Engenharia e Agro-nomia (CONFEA) e têm a profissão regu-lamentada pela Lei Federal 6.835/1980. Hoje, o CONFEA conta com 638 meteo-rologistas, 464 técnicos em meteorologia e três tecnólogos em meteorologia. De acordo com o meteorologista Alfredo Sil-veira da Silva, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a profis-são tem sido cada vez mais valorizada de-vido aos avanços da meteorologia e sua relação com a previsão do tempo, clima e mudanças climáticas, tanto nas ques-tões globais como regionais. Os fatores socioeconômicos também têm ajudado a ampliar a busca por meteorologistas, que são aptos a resolverem problemas físicos e destacam-se em serviços que exigem domínio em questões numéricas e estatísticas, complementa Hallak.

meteorologistas estão aptos para atuar, quando se especializam, em áreas como engenharia, agronomia, geologia e oce-anografia, explica Silva. Hoje, as regiões Sul e Sudeste são as que mais empregam, segundo o professor, por suas caracterís-ticas atmosféricas regionais e possuem um número maior de centros meteoro-

tecnologiaespecial agricultura profissão

Page 9: painel - AEAARP · Eng.º civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo ... las. Um exemplo é o sistema de moni-Satélite americano GOES-R, que será lançado em outubro de 2016 |

AEAARP9

conselho

O engenheiro João Paulo Figueiredo foi eleito presidente do Conselho Deliberati-vo da AEAARP para o biênio 2016-2018. É a segunda vez que assume esse desafio e afirma que hoje tem um olhar diferente sobre as tarefas e responsabilidades, principalmente depois de ter presidido a diretoria da entidade por quatro anos, em dois mandatos consecutivos. “A experiên-cia é maior, conheço mais profundamente as necessidades da AEAARP”, pondera.

O Conselho, em sua visão, tem a função

João Paulo figueiredo é o novo Presidente do conselHo deliBerativo

Ele foi eleito logo depois da posse dos conselheiros eleitos em 2016

Wilson Luiz Laguna presidiu o Conselho nos últimos dois anos

Conselheiros eleitos para o biênio 2016-2018: Geraldo Geraldi Júnior, Giulio Roberto Azevedo Prado, Gilberto Marques Soares, Fabiana Freire Grellet, José Aníbal Laguna, Celso dos Santos, José Roberto Scarpellini e Wilson Luiz Laguna

João Paulo Figueiredo, novo presidente do Conselho Deliberativo da AEAARP

Conselho Deliberativo da AEAARP

principal de nortear as ações da entidade sendo, ao mesmo tempo, um organismo de apoio e também a consciência crítica daqueles que estão na direção. “Nós temos de dar o norte sem ingerência nas obrigações executivas”.

Para ele, o sucesso de uma administra-ção resulta da sintonia do Conselho e da

Diretoria. “Desta forma, as questões de maior abrangência acabam sendo mais bem conduzidas”, opina.

Um dos trabalhos em andamento é a atualização do Estatuto da AEAARP, que deve ser feita periodicamente. Além dis-so, Figueiredo se propõe a pautar ações que atraiam novos associados.

Page 10: painel - AEAARP · Eng.º civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo ... las. Um exemplo é o sistema de moni-Satélite americano GOES-R, que será lançado em outubro de 2016 |

Revista Painel10

cidades

A lei que foi aprovada prevê a criação de câmaras que poderão ser formadas por representantes da sociedade civil

região metroPolitana vai Pautar temas técnicos

A lei que cria a Região Metropolitana de Ribeirão Preto foi aprovada pela As-sembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP) e o desafio a partir de agora é aprofundar os debates acerca das necessidades regionais. De acordo com a Empresa Paulista de Planejamento Me-tropolitano (Emplasa), órgão do governo paulista que gere as políticas públicas desse setor, será formado um Conselho de Desenvolvimento, composto pelos prefeitos de cada um dos 34 municípios.

Segundo a Empresa, esse conselho tem caráter normativo e deliberativo. Além dele, será formado também o Conse-lho Consultivo, com representantes da sociedade civil e dos poderes legislativo e executivo de cada cidade. São as de-mandas levantadas pelos conselhos que definirão os objetivos das câmaras temá-ticas, voltadas a um programa, projeto ou atividade específica.

As câmaras temáticas têm caráter

generalista e objetivam a promoção de estudos, pesquisas, projetos e promo-ção de atividades relativas às funções públicas de interesse comum. Existe ainda a possibilidade de instituir câmaras temáticas especiais, voltadas à execução de programas, projetos ou atividades específicas. O Regimento Interno do Con-selho de Desenvolvimento vai disciplinar o funcionamento dessas câmaras, que têm caráter técnico e auxiliar.

Há também a possibilidade de insti-tuir câmaras temáticas especiais cujas atribuições atenderão às necessidades específicas, estudando temas pontuais. Depois desse trabalho, são extintas.

As câmaras terão coordenação ge-ral, relatoria e membros titulares e suplentes. Todos serão indicados por órgãos públicos e entidades da so-ciedade civil. Pelo fato de pautarem questões técnicas, as câmaras poderão ter representantes setoriais de acordo com o assunto em foco. Eles poderão vir do setor público, da sociedade civil, do legislativo muni-cipal etc. A Emplasa ressalta que importa à composição das câmaras temáticas o conhecimento téc-nico a respeito do tema a ser tratado.

Carlos Alencastre

Geraldo Alckmin, Tapyr Sandroni Jorge e João Paulo Figueiredo

AEAARP O presidente da AEAARP, engenheiro

Carlos Alencastre, ressalta que a entida-de vai participar dos encaminhamentos técnicos. Audiências públicas para a formação da Região Metropolitana acon-teceram na sede da Associação.

Ele avalia que, apesar de a decisão ser tomada em nível governamental, é o debate técnico que vai prevalecer e que será relevante para o sucesso do projeto.

“As 34 cidades que agora vão compor a Região Metropolitana têm necessida-des que convergem para investimentos conjuntos. Devemos abraçar esta grande oportunidade e dar um salto na qualida-de de vida da população”, avalia.

Antes da aprovação da lei, os en-genheiros Tapyr Sandroni Jorge, vice-presidente da AEAARP, e João Paulo Figueiredo, presidente do Conselho Deliberativo, participaram do encontro com o governador Geraldo Alckmin, no

Page 11: painel - AEAARP · Eng.º civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo ... las. Um exemplo é o sistema de moni-Satélite americano GOES-R, que será lançado em outubro de 2016 |

AEAARP11

Mario Pascarelli Filho

O engenheiro Mario Pascarelli Filho, coordenador do curso de Gerente de Cidades da FAAP, e o deputado federal Antônio Duarte Nogueira Júnior, participaram do Semi-nário sobre Gestão Municipal promovido pela AEAARP. Pascarelli falou sobre o papel do Estado moderno e as políticas públicas. Em sua exposição, ressaltou o modelo de governabilidade da máquina pública, que, em sua visão, precisa valorizar as compe-tências técnicas dos colaboradores em detrimento dos acordos políticos que acabam por inchar a máquina e inviabilizar financeiramente a gestão.Nogueira, por sua vez, focou nos benefícios que a Região Metropolitana proporcionará às 34 cidades que a compõe. Para ele, o principal ganho será o planejamento regional. “Haverá uma agência de desenvolvimento e um fundo com recursos específicos para investir na região”, explicou. Para ele, a organização regional será o passaporte para o futuro graças ao desenvolvimento econômico e social integrado entre as cidades.O deputado informou que os estudos preliminares mostram que a região de Ribeirão Preto possui serviços públicos com característica regional, bem como a mobilidade dos moradores, que se deslocam diariamente para trabalhar e estudar. Desta forma, as cidades adquirem um âmbito regional e se conectam economicamente.

Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo (SP), e manifestaram a intenção da enti-dade em participar dos debates técnicos.

Para Sandroni Jorge, a Região Metro-politana será oportunidade de organizar políticas públicas em conjunto com os municípios que a integrarão, otimizando investimentos. As questões relativas à in-fraestrutura e mobilidade são as que mais chamam a atenção do engenheiro. “O potencial econômico desta região é reco-nhecido em todo o mundo e a tendência agora é de melhorarmos as questões que ainda travam as cidades “, avalia.

Figueiredo afirma que engenheiros, ar-quitetos e agrônomos da AEAARP deve-rão participar ativamente das discussões técnicas que pautarão a organização da Região Metropolitana.

Antônio Duarte Nogueira Júnior

Page 12: painel - AEAARP · Eng.º civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo ... las. Um exemplo é o sistema de moni-Satélite americano GOES-R, que será lançado em outubro de 2016 |

Revista Painel12

Até meados de 1990, o foco de atuação dos órgãos ambientais do estado era compartimentado. Na capital, São Paulo, os organismos de controle só trabalhavam com a questão da poluição do ar. No inte-rior a preocupação era com a poluição da água. “Hoje, se preocupam com as duas vertentes”, disse Otávio Okano, presiden-te da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), na abertura da 10ª Semana de Meio Ambiente da AEAARP.

Ações adotadas pelos setores público e privado colaboram para preservar os

Políticas PúBlicas e investimentos Privados

avançam em ações sustentáveis10ª Semana de Meio Ambiente da AEAARP

mostrou experiências e avanços

meio ambiente

recursos naturais. Okano conta que o acordo com o setor sucroalcooleiro para eliminar a queimada da cana e recuperar as matas ciliares, por exemplo, permitiu que boa parte das mananciais de rios fos-se recuperada, garantindo a recuperação ambiental dessas áreas. “Hoje, se olhar no Google é possível ver essa diferença”. Ele ressaltou a necessidade de adotar ações integradas. Não basta proteger os rios que nascem no estado de São Paulo. É necessário agir também em outras esferas da federação, já que muitas nas-

centes estão em outros estados.O engenheiro agrônomo José Amadeu

Giacchetto, da Coordenadoria de Assis-tência Técnica Integral do Governo do estado de São Paulo, expôs experiências exitosas de implantação de serviços ambientais na cidade de Barretos (SP), onde ele atua. As políticas públicas con-templam ações na área rural e na cidade. A abordagem vai desde a proteção de mananciais até a fiscalização de poda e combate à queimada urbana.

Ele observa que produtores rurais,

Profissionais e estudantes se interessaram pelas palestras da Semana de Meio Ambiente da AEAARP

Page 13: painel - AEAARP · Eng.º civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo ... las. Um exemplo é o sistema de moni-Satélite americano GOES-R, que será lançado em outubro de 2016 |

AEAARP13

por exemplo, tendem, em sua maioria, a preservar rios e cursos d’água que abastecem suas propriedades. “Protege porque sabe que tem ganho com isso”, atesta. Porém, é necessário que o estado forneça as ferramentas adequadas para que esse bem seja protegido em bene-fício da coletividade. É necessário, em sua visão, que sejam adotados projetos agroflorestais, que combinam produção agrícola com preservação ambiental. “Como vai reservar 20% da área [exigido no Cadastro Ambiental Rural para algu-mas propriedades] e não fazer sistema agroflorestal? Perde dinheiro”, disse.

Giacchetto ressaltou que o conhe-cimento técnico tem proporcionado avanços em políticas de sustentabilidade. “O plantio direto, por exemplo, é grande avanço para a agricultura, porque reduz impacto ambiental”, falou.

ConhecimentoUm exemplo de como o investimento

em pesquisa e novas ideias pode colabo-rar para a mudança de visão dos inves-timentos é o projeto do Km Ambiental, tema da tese de mestrado do engenheiro Aldo Arouca que visa implantar rodovias

com sustentabilidade, voltadas para o conforto e bem-estar dos usuários.

O projeto é amparado no tratamento e manipulação adequados da água, ar e solo da faixa de domínio da rodovia, mitigando os impactos significativos nos corpos hídricos junto às Áreas de Preservação Permanentes (APPs), redi-mensionando a drenagem superficial, monitorando os resíduos sólidos e as emissões do CO2 nas atividades correla-tas da operação rodoviária.

Arouca defendeu, por exemplo, a reformulação dos conceitos básicos de conservação ambiental rodoviária, adicionando os princípios da sustenta-bilidade (social, econômico e ambiental) e a variação da função do ambiente. Ele explica que tanto a construção de uma rodovia quanto a sua manutenção têm impactos ambientais parecidos.

Para melhorar a qualidade do ar, Arou-ca propõe a neutralização das emissões de CO2 nas rodovias, através da criação e valorização das florestas. Ele explica que para a implantação de uma rodovia, são necessários aproximadamente 25 equipamentos durante a obra, que con-sumirão 137,500 litros de combustível, lançando no ar 350 toneladas de CO2. De

acordo com um índice de neutralização utilizado pelos técnicos, uma árvore é capaz de absorver 160 kg CO2 em 10 anos. Portanto, são necessárias 2.180 árvores para absorver as 350 toneladas de CO2 lançadas na atmosfera durante a construção de uma rodovia.

Durante sua palestra na AEAARP, Arouca deu outro exemplo: consideran-do que o rendimento de um caminhão seja de 3 km/litro, o consumo anual será de 4.000 litros. Multiplicando esse valor pelo parâmetro 2,6 kgCO2/litro de combustível, sabe-se que a emissão de CO2 deste caminhão é de 10.400 kgCO2/ano. Assim, se uma árvore absorve 160 kgCO2, precisaria de 65 árvores por ano para absorver os 10.400 kg/CO2.

A implantação do Km Ambiental tor-naria as rodovias mais sustentáveis. “Se a plantação destas 65 árvores pesar no bolso, é possível dividir a responsabilida-de entre vários atores: empresa viabiliza-dora do espaço físico, no caso do estado de São Paulo o DER-SP [Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo], empresa operadora de veículos especiais, empresa geradora de carga, empresa fabricante de equipamento e empresa distribuidora de combustíveis”.

Aldo AroucaJosé Amadeu GiacchettoOtávio Okano

Page 14: painel - AEAARP · Eng.º civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo ... las. Um exemplo é o sistema de moni-Satélite americano GOES-R, que será lançado em outubro de 2016 |

Revista Painel14

O conceito de arquitetura sustentável está relacionado ao respeito com os re-cursos humanos e naturais no processo de desenvolvimento e execução de um projeto arquitetônico, considerando a eficiência energética, a qualidade no am-biente de trabalho, o reuso e tratamento da água e do esgoto, além da utilização de materiais sustentáveis. Em uma das principais avenidas de São Paulo, a Brigadeiro Faria Lima, está um dos mais recentes exemplos de sucesso da arqui-tetura sustentável: o Edifício Vera Cruz II, assinado pelo arquiteto Roberto Collaço. A construção recebeu o prêmio máximo da U.S. Green Building Council (USGBC), o LEED Platinum, que é conferido aos edifícios com mais de 80 pontos nos critérios de avaliação do órgão. O LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) é a certificação internacional que atesta a sustentabilidade da edificação.

Certificação USGBC

De acordo com o Green Building Coun-cil Brasil (GBC Brasil), o número de certi-ficações LEED no primeiro quadrimestre de 2016 é o maior desde 2012 no Brasil. O órgão concedeu 73 novas certificações LEED no período. Segundo o Relatório

construção com sustentaBilidade

Arquitetura sustentável é viável economicamente, mas ainda é mais cara do que o modelo convencional

arquitetura

Edifício Vera Cruz II, em São Paulo-SP | Foto: Maria Eugenia Monteiro Collaço

Mundial 2015 do World GBC, 36% dos profissionais e empresas da indústria da construção brasileira acreditam que até 2018 mais de 60% dos seus projetos serão sustentáveis. “É uma necessidade urgente, pois já estamos cientes de que a preservação ambiental depende dessa forma de trabalho”, afirma Collaço.

O portal Construir Sustentável publicou uma lista dos vários

selos verdes ligados à construção civil. Veja na área de Notícia, no endereço eletrônico da AEAARP.

www.aeaarp.org.br

O arquiteto afirma que a sociedade tem percebido a importância dos edi-fícios verdes. “Mesmo que o cliente não entenda claramente o conceito, temos que incentiva-los, afinal isso é necessário para vivermos em um mundo mais equilibrado”. Ele defende que os imóveis sustentáveis têm como objetivo fornecer qualidade ao produto e que o valor de venda ou revenda é apenas uma consequência.

Economia de energia e águaSegundo Collaço, a arquitetura sus-

tentável é viável economicamente e o custo é mais elevado se comparado à arquitetura convencional. Entretanto, com o passar do tempo, o edifício sus-

CERTIFIED

SILVER

GOLD

PLATINUM

40-49 Points 50-59 Points 60-79 Points 80 + Points

Page 15: painel - AEAARP · Eng.º civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo ... las. Um exemplo é o sistema de moni-Satélite americano GOES-R, que será lançado em outubro de 2016 |

AEAARP15

tentável economizará cerca de 20% no custo anual de energia e até 50% de água potável, explica. Para atingir esses números no Edifício Vera Cruz II, o arqui-teto utilizou vasos sanitários, mictórios e chuveiros com economizadores de água, sistema de captação de água da chuva

Sistema de captação e tratamento de águas cinzas | Foto: Maria Eugenia Monteiro Collaço

Sistema de recuperação de condensação do sistema de ar-condicionado | Foto: Maria Eugenia Monteiro Collaço

nas coberturas, captação e tratamento de águas cinzas – aquelas geradas em processos domésticos e que são elimi-nadas em pias e ralos –, recuperação das águas de condensação do sistema de ar-condicionado e reuso da água para irrigação dos jardins.

Para garantir a economia de ener-gia foram instaladas 170 m² de placas fotovoltaicas na cobertura do edifício, equivalente a 2% da energia total consu-mida pelo edifício. “O projeto de energia produzida in loco com certificação LEED foi pioneiro no Brasil”, explica o arquite-to. Na fachada foram usados elementos estéticos diferenciados e funcionais como, por exemplo, placas de cobre com lã isolante e gesso acartonado, que garante a eficiência térmica e acústica da edificação. O grande diferencial são as placas de cobre que se transformarão com o passar dos anos, em decorrência das condições climáticas e do tempo de uso. Ou seja, com o tempo elas perderão o tom avermelhado e migrarão para tons azul-esverdeados.

Collaço acredita que quanto mais houver construções sustentáveis, e uma consequente procura por produtos eco eficientes, os valores dos edifícios se tornarão mais acessíveis. Outro fator que pode reduzir o custo é a diversificação de fornecedores e de materiais sustentáveis para a construção civil.

170 m² de placas fotovoltaicas na cobertura | Foto: Maria Eugenia Monteiro Collaço

Page 16: painel - AEAARP · Eng.º civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo ... las. Um exemplo é o sistema de moni-Satélite americano GOES-R, que será lançado em outubro de 2016 |

Revista Painel16

a maior demanda de construções susten-táveis é na área comercial. O arquiteto complementa que um edifício já constru-ído pode se tornar sustentável com a subs-tituição de alguns sistemas por outros mais eficientes e menos poluentes. “É preciso trocar equipamentos de ar-condicionado, aplicar sistemas de reciclagem e economia de água, utilizar iluminação mais econô-mica e placas fotovoltaicas”. Para Collaço, ter construções ecologicamente corretas resulta em investimento em tecnologia e novos produtos, o que gera desenvol-vimento em vários setores relacionados.

O arquiteto Celso Santos, conselheiro da AEAARP, ressalta que o Brasil não tem políticas públicas no que diz respeito aos procedimentos sustentáveis. Para ele, Ri-beirão Preto (SP) não diverge da realidade brasileira quando se trata do tema. O que existem, são obras que utilizam alguns conceitos da arquitetura sustentável como, por exemplo, a captação da energia solar para o aquecimento da água ou a captação de águas pluviais para o reuso. Santos explica que um edifício só pode ser considerado sustentável se aplicar pelo menos 80% das práticas de sustentabili-dade. “O país tem muito a evoluir quando o assunto é sustentabilidade”, finaliza.

A próxima Expo Arquitetura Sustentável acontecerá de 4 a 7 de abril de 2017, em São Paulo-SP.

Materiais sustentáveisO portal Ambiente Brasil listou alguns

dos principais materiais sustentáveis que podem ser usados em edifícios verdes:

Fibras vegetais: substituem as fibras de vidro e sintéticas,

Óleos vegetais: utilizados em vários produtos da construção civil,

Solo cimento: material homogêneo resultante da mistura de solo, cimento e água,

Concreto reciclado: produto feito com material resultante na fabricação de ci-mento e em usinas metalúrgicas, outros utilizam sobras de minérios e asfalto, recolhidos em demolições e entulhos,

Adobe: mistura de argila, areia, água e algumas vezes podem ser adicionadas palha ou outras fibras para a construção de tijolos,

Tintas naturais: a base de água, ceras e óleos vegetais, resinas naturais, com pigmentações minerais e não utilizam metais pesados,

Telhas ecológicas: placas prensadas de fibras naturais ou de materiais reciclados.

O arquiteto se preocupou em usar materiais de baixo impacto ambiental e reduzir ao máximo a geração de resíduos durante a construção do Vera Cruz II. Para isso, buscou produtos regionais e matérias-primas recicladas. “Do custo total da obra, 13,85% foi gasto com matéria-prima gerada a partir de ma-terial reciclado e 56% dos materiais vieram de fornecedores próximos ao

empreendimento”, diz Collaço. Segundo a certificação LEED quanto maior o uso de produtos regio-nais, maior é a pon-tuação.

Obras e constru-ções sustentáveisO canteiro de obras também pode se

tornar mais sustentável. “Com profis-sionais qualificados e preparados, que executam da melhor maneira os serviços, mantendo o ambiente de trabalho o mais organizado possível e conscientes sobre questões ambientais, podemos tornar a obra mais sustentável”, diz o arquiteto.

As normas e procedimentos de sustentabilidade em arquitetura e urbanismo estão listados no site do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/

BR). O atalho está disponível na área de Notícias, no endereço eletrônico da AEAARP. Veja também a lista de cursos de MBA, pós-graduação e especialização

relacionados às construções sustentáveis em várias universidades brasileiras.

www.aeaarp.org.br

Bicicletário com 60 vagas | Foto: Maria Eugenia Monteiro Collaço

arquitetura

Paredes verdes no entorno do edifício | Foto: Maria Eugenia Monteiro Collaço

Collaço apresentou o case do Edifício Vera Cruz II na edição 2015 da Expo Ar-quitetura Sustentável e em entrevista ao portal do evento, ele comentou que hoje

Page 17: painel - AEAARP · Eng.º civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo ... las. Um exemplo é o sistema de moni-Satélite americano GOES-R, que será lançado em outubro de 2016 |

AEAARP17

homenagem

acervo de Barillari é doado à BiBlioteca de universidade

O arquiteto foi diretor e conselheiro da AEAARP, além de ter sido Profissional do Ano em 2005

Cerca de 200 obras do acervo pessoal do arquiteto Luiz César Barillari, falecido em 17 de março deste ano, foram doa-das para a biblioteca da Unidade II do Campus do Centro Universitário Moura Lacerda, em Ribeirão Preto. Carmen Ba-rillari, uma das filhas do arquiteto, conta que ele dizia que seu desejo era deixar, como legado, “bens intelectuais e não materiais”. Barillari atuou como profes-sor do curso de Arquitetura e Urbanismo da instituição de 1978 a 1986.

Entre os materiais estão trabalhos que fizeram parte de seu portfólio, como apostilas, projetos, quadros, fotografias, painéis, livros e revistas especializadas do segmento. “Meu pai sempre foi apaixonado pela Arquitetura. Tinha a profissão como um hobby, não como uma obrigação. Com a doação encontra-mos mais uma maneira de deixá-lo vivo em nossos corações, além de eternizar

e disseminar seus conhecimentos”, diz Carmen.

Na mesma instituição, o antigo audi-tório da Unidade II foi transformado em sala de conferências e recebeu o nome do arquiteto.

Barillari se formou em Arquitetura e Urbanismo pela Pontifícia Universida-de Católica (PUC) de Campinas (SP) e fez pós-gradua-ções na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de São Paulo (USP), campi de São Carlos e São Paulo. Além de ministrar aulas no Moura Lacer-da, como docente ele também atuou

na FAU, em São Paulo, e na Universidade Paulista (Unip), em Ribeirão Preto.

Ele abriu um estúdio de projetos e edificações em Ribeirão Preto em 1978, que em 1991 foi convertido em escritório de arquitetura. É autor de obras importantes, como

os projetos da Mansão Galo Bravo, no Jardim Parque das Figueiras, do Centro Comercial Fiúsa, Choperia e Restaurante Chopp Time Street, das uni-dades da Clínica Basile, da sede da Cons-trutora Stéfani Nogueira, entre outros.

Em 2005, foi o Profissional do Ano AEAARP, onde foi ativo colaborador, como diretor, conselheiro e associado.

Luiz Cesar Barillari

Casa em condomínio fechado projetada por Barillari

Acervo do arquiteto inclui projetos e livros

Page 18: painel - AEAARP · Eng.º civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo ... las. Um exemplo é o sistema de moni-Satélite americano GOES-R, que será lançado em outubro de 2016 |

Revista Painel18

Wladmir Viola morava em uma casa de madeira com colegas de faculdade em Ilha Solteira (SP) quando teve a necessidade de cozinhar. Era estudante e ir para a co-zinha era obrigação diária. Isso aconteceu nos anos de 1990 e com o passar do tem-po transformou a rotina em prazer. Hoje o engenheiro eletricista cozinha por paixão.

Ele aprendeu sozinho, testando ingre-dientes e temperos. Para encontrar a medida certa, errou muito. Os inúmeros acertos acumulados mantém anotados para ter seu próprio livro de receitas. Para ele, o erro ajuda a formar a sua própria identidade na cozinha.

Para o uso doméstico, cultiva uma

pequena horta em sua casa com as ervas indispensáveis em seus pratos. Ele gosta de se dedicar às composições mais sofisticadas, para poucas pessoas, servidas individualmente. Não gosta de fazer feijoada, por exemplo, prato que ele considera “muito simples”.

Na engenharia, Viola precisa seguir os conhecimentos técnicos, as normas e regras exigidas na atividade. Na cozinha é totalmente intuitivo, tem as suas opções na cabeça, sem seguir receitas, apesar de anotar suas criações. O engenheiro gosta de cozinhar para a família e os amigos, e alguns deles compartilham o hobby.

Em 2015, Viola aperfeiçoou os conhe-

aventuras na cozinHaEngenheiro eletricista exercita a intuição para

compor pratos sofisticados

cimentos em um curso de especialização em Ribeirão Preto. Revela que está se preparando, que tem muito a aprender até que, no futuro, possa converter a paixão em negócio. Mas, só depois de se aposentar.

Até lá, Viola tempera a vida na medida certa, já que não aprecia “comida sonsa” e acredita que dá para acrescentar mui-to mais do que cebola e alho ao filé de frango, por exemplo. Vai aprendendo a medida certa do coentro e do zimbro, especiaria que adormece a língua se usada com exagero. Foi com esta última que errou. Jogou tudo fora, mas não desistiu de investir no que lhe dá prazer.

hobby

Wladmir Viola

Page 19: painel - AEAARP · Eng.º civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo ... las. Um exemplo é o sistema de moni-Satélite americano GOES-R, que será lançado em outubro de 2016 |

AEAARP19

gestão

Planejamento estratégico

Dada a atual situação econô-mica do país e do dinamismo e adversidades do cenário global, o planejamento estratégico torna-se uma ferramenta imprescindível para auxiliar as empresas, inclusive nas

áreas de engenharia, arquitetura e agronomia, a identificarem seu posicionamento hoje e prospectarem um futuro promissor em seu ambiente de negócios.

Estudos sugerem que a falta de planejamento formalizado nas empresas, associado a uma visão “míope” do que acontece dentro e fora da empresa são duas das principais causas da mortalidade prematura de empresas.

O planejamento estra-tégico é, então, um pro-cesso por meio do qual a empresa se mobiliza de forma a, utilizando--se de uma análise pré-via e ampla dos fatores internos e externos ao seu negócio, estabelecer objetivos futuros e ações para alcançá-los de forma proativa.

Para iniciar o planeja-mento estratégico, pri-meiramente é necessário definir qual o negócio da empresa, a razão de existir ou missão da empresa e quais seus valores. Essas reflexões ajudam ao empreendedor entender e definir quais os benefícios sua empresa vai entregar ao cliente, assim como quem é esse cliente e quais suas demandas.

O próximo passo é, baseando-se nos conceitos adotados ante-

riormente, analisar como os ambientes interno (organizacional) e externo (político, econômico, social e tecnológico) podem contribuir ou afetar negativamente o negócio. Uma ferramenta muito prática para realizar estas análises é a matriz SWOT que analisa o ambiente interno (Forças – Strengts e Fraquezas – We-aknesses) e ambiente externo (Oportunidades – Opportunities e Ameaças – Threats). Feita e compreendida a análise, determina--se para onde a empresa seguirá por meio da definição da visão de futuro e os objetivos da empresa.

Para auxiliar a empresa a traduzir a visão e missão em objetivos específicos, podem ser utilizados indicadores balanceados de de-

sempenho para a medida da efetividade das ações implementadas. Os indi-cadores balanceados de desempenho, conhecidos como Balanced Score Car-ds – BSC são formas de se monitorar os resultados da empresa, indicando se a empresa está indo ou não na direção da sua visão. O BSC aborda as áreas de finanças, clien-tes, processos internos e o aprendizado e crescimen-to organizacional.

Com a visão sobre o fu-turo da empresa definido e os objetivos traçados, chega o momento de ela-

borar os planos de ação. Os planos de ação devem ser estrutu-rados para auxiliar a implantação e monitoramento das ações. É importante que estejam claros O QUÊ será feito, POR QUÊ e COMO será feito, QUEM fará, QUANDO terminará, QUANTIDADE e QUANTO CUSTARÁ para ser feito.

Marcelo Alves, consultor do SEBRAE

Page 20: painel - AEAARP · Eng.º civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo ... las. Um exemplo é o sistema de moni-Satélite americano GOES-R, que será lançado em outubro de 2016 |

Revista Painel20

legislação

informalidade faz crescer acidentes

O último levantamento do Ministério do Trabalho e Previdência contou com quase 60 mil acidentes/ano

na construção civil

O número de acidentes no trabalho no setor da construção civil é alarmante. Em 2012, o Ministério do Trabalho e Previ-dência Social registrou 64.161 acidentes de trabalho relacionados à construção no Brasil, seguido por 62.408, em 2013, e 59.734, em 2014 – último levantamento divulgado pelo órgão. De acordo com o engenheiro civil e de segurança no tra-balho Luis Antonio Bagatin, conselheiro suplente do CREA-SP e diretor financeiro adjunto da AEAARP, a informalidade na construção civil é a grande responsável por essas estatísticas.

“Muitas empresas não contratam profissionais habilitados e não seguem a norma específica para a indústria da construção, que prevê medidas de

Título Confea

Engenheiro de segurança do trabalho 46.945

Técnico de segurança do trabalho 15.262

Tecnólogo de segurança do trabalho 861

Engenheiro de saúde e segurança 5

controle e sistemas preventivos de se-gurança na obra”, diz Bagatin. A norma citada pelo engenheiro é a NR 18, da Portaria MTB 3.214, de 8 de junho de 1978, que regula obras de construção, demolição e reparos. A falta de profis-sionais habilitados não é o problema,

pois o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA) conta com mais de 66 mil profissionais no país – entre engenheiros, técnicos e tecnólogos – para garantir a segurança do trabalho no setor da construção civil. São associados à AEAARP 58 profissionais desta área.

Número de profissionais vinculados ao Sistema CONFEA - 2016

Page 21: painel - AEAARP · Eng.º civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo ... las. Um exemplo é o sistema de moni-Satélite americano GOES-R, que será lançado em outubro de 2016 |

AEAARP21

NÚMERO DE PROFISSIONAIS NECESSÁRIOS POR GRAU DE RISCO E POR QUANTIDADE

DE EMPREGADOS - NR 4

(*) Tempo parcial - mínimo de três horas

O engenheiro alerta para a falta de fiscalização nos canteiros de obra. “Exis-tem empresas que elaboram documen-tos de prevenção de acidentes, porém não os colocam em prática”. De acordo com a Lei 6.514/1977, que consolida as leis do trabalho relativas à segurança e medicina do trabalho, cabem às Dele-gacias Regionais do Trabalho fiscalizar o cumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho e impor multas pelo descumprimento.

ObrigaçõesA perda de recursos humanos e

financeiros são algumas das princi-pais consequências dos acidentes no trabalho. Para evitar isso, as empresas precisam cumprir normas de segurança e medicina do trabalho, instruir os em-pregados quanto às precauções para

O Serviço Social da Indústria (SESI) publicou, em 2013,

o estudo Diagnóstico e Recomendações para a

Prevenção dos Acidentes de Trabalho. O documento

apresenta a situação da segurança e saúde na indústria

da construção e iniciativas de prevenção de acidentes.

O atalho para download está disponível na área de Notícias,

no endereço eletrônico da AEAARP.

www.aeaarp.org.br

evitar acidentes e facilitar a fiscalização do órgão competente. Um dos benefícios de investir em segurança é deixar de pagar o adicional de insalubridade. “A Lei 6.514 determina que empresas que não adotem medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites

de tolerância são obrigadas a pagar esse adicional”, explica Bagatin. Locais com condições insalubres precisam arcar com o adicional de 40%, 20% e 10% do salário-mínimo da região, de acordo com o grau de risco do trabalho.

Page 22: painel - AEAARP · Eng.º civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo ... las. Um exemplo é o sistema de moni-Satélite americano GOES-R, que será lançado em outubro de 2016 |

Revista Painel22

Outra obrigação da empresa é comu-nicar previamente a Delegacia Regional do Trabalho antes do início das atividades (em Ribeirão Preto-SP, na Rua Afonso Taranto 500). O comunicado deverá conter o endereço da obra, o endereço do contratante, o tipo de obra, a data prevista para o início e o número máximo de trabalhadores. Também é obrigatória a apresentação do Programa de Con-dições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção (PCMAT), quando o estabelecimento conta com mais de 20 trabalhadores. Este docu-mento, que é assinado por profissional habilitado, prevê possíveis riscos e quais medidas preventivas devem ser tomadas durante a obra. As empresas com menos 20 pessoas são obrigadas a elaborar o Programa de Prevenção de Riscos Am-bientais (PPRA).

FuncionáriosOs funcionários devem estar atentos

às normas de segurança e medicina no trabalho e colaborar com a empresa no que diz respeito aos sistemas preventi-vos de acidentes, além de usar corre-tamente os equipamentos de proteção individual (EPI).

legislação

Para isso, devem passar por treina-mentos periódicos com profissionais habilitados. Nesses treinamentos são apresentadas as informações sobre as condições e o meio ambiente de traba-lho, os riscos inerentes da função, o uso adequado dos EPIs e informações sobre os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC). “Algumas construtoras não contra-tam uma pessoa habilitada para dar esse tipo de treinamento, é aí que surgem os acidentes”, diz Bagatin.

Segurança x saúdeDe acordo com o manual Introdução

à Saúde e Segurança no Trabalho, publi-cado pelo Bureau Internacional do Tra-balho, em Genebra (Suíça), as questões relacionadas com a saúde no trabalho têm sido objeto de menor atenção do

O manual Introdução à Saúde e Segurança no

Trabalho está disponível no endereço eletrônico da AEAARP, na área de

Notícias.

www.aeaarp.org.br

que as questões relacionadas com a segurança no trabalho. Segundo a pu-blicação, as primeiras são mais difíceis de diagnosticar. Para eles, um ambiente de trabalho saudável é, por definição, também um local de trabalho seguro. Mas, o inverso não é verdade.

Bagatin explica que a segurança do trabalho está relacionada à parte técnica, ou seja, ela é promovida através de pro-fissionais habilitados no Conselho Regio-nal de Engenharia e Agronomia (CREA). Já a saúde do trabalho é realizada pelo médico do trabalho. A NR 7 da Portaria MTB 3.214 apresenta o programa de controle médico de saúde ocupacional, que estabelece a obrigatoriedade e im-plementação do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) nas empresas.

Para o médico do trabalho Gualter Nu-nes Maia, diretor da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), a promoção da saúde deve impactar na qualidade de vida do trabalhador – es-timulando hábitos saudáveis e o bem--estar físico e mental – e evitar agravos à saúde que podem levar à incapacidade por motivo de doença. Isso é feito por médicos do trabalho que são capazes de identificar os riscos ocupacionais em cada ambiente de trabalho.

Com os riscos identificados, são re-alizados treinamentos contínuos com os trabalhadores, que alertam quais as práticas seguras para cada função dentro de uma obra. “Em um canteiro de obras, por exemplo, podemos citar como risco químico o cimento; como risco físico, o ruído; e como risco ergonômico os deslocamentos de cargas feitos pelo trabalhador”, finaliza o médico.

A NR 4 da Portaria MTB 3.214 tem um quadro com a relação de várias atividades econômicas e seu grau de risco. No setor da construção, por exemplo, o grau de risco varia de acordo com o tipo da obra. O atalho para a portaria – que é composta por 28 normas – está disponível no

endereço eletrônico da AEAARP, na área de Notícias.

www.aeaarp.org.br

Page 23: painel - AEAARP · Eng.º civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo ... las. Um exemplo é o sistema de moni-Satélite americano GOES-R, que será lançado em outubro de 2016 |

AEAARP23

traBalHar Por vocêProgramas de comPutador Podem

No trabalho uma pessoa gasta, em média, 50 minutos por dia utilizando o MS-Outlook, o programa de computa-dor mais popular para administração de e-mails e compromissos. O resultado disso são cerca de quatro horas semanais desperdiçadas em uma atividade que o consultor Fábio Gatti garante que poderia ser mais produtiva. Para isso, é necessário usar adequadamente a ferramenta.

Gatti ministra palestras sobre o uso da tecnologia em favor da produtividade e a partir da próxima edição da revista Painel vai assinar uma coluna mensal sobre o tema. “Com o bom uso e algumas dicas, os usuários podem ser gestores das suas próprias soluções em tecnologia utilizan-do o Office”, garante.

Os programas que compõem esse pa-cote são da Microsoft, que originalmente

produtividade

Consultor será colunista da Painel a partir da próxima edição e dará dicas de produtividade utilizando programas do pacote Office

era uma empresa voltada à programação. O pacote Office surgiu no final dos anos 1980, competindo com produtos então consolidados no mercado, como Lotus 123, Wordperfect e Presenter (este últi-mo foi comprado pela própria Microsoft e se tornou o PowerPoint). O Excel, por exemplo, revolucionou o mercado de planilhas eletrônicas por suas facilidades e quantidade de recursos, e estão entre eles os gráficos e a possibilidade de exe-cutar o AutoSoma. Outros aplicativos do pacote, como o Access, são utilizados com sucesso na automação de processos.

Para engenharia, arquitetura e agronomia

À pergunta “Quais são as aplicações das ferramentas do pacote Oficce para engenharia, arquitetura e agronomia?”,

Gatti responde: “Acredito que poderia ser invertida: “Quais não são as aplica-ções das ferramentas”, seria mais fácil responder desta forma”. “O Office, como um todo, é utilizado por todas as áreas profissionais, seja pela utilização pessoal do Outlook, como facilitador no dia-a-dia para organização de e-mails, seja pelos usos mais avançados do pacote”, explica.

Gatti diz que os programas são capazes de automatizar cálculos avançados, es-tatísticos, matemáticos, de engenharia, entre outros, além das praticidades grá-ficas de demonstração dos resultados.

“O bom uso da ferramenta faz com que ela trabalhe por você, e não o contrário. É comum os usuários criarem planilhas e so-luções paliativas para resolver os problemas imediatos, sem o planejamento devido ou sem o conhecimento correto”, esclarece.

Page 24: painel - AEAARP · Eng.º civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo ... las. Um exemplo é o sistema de moni-Satélite americano GOES-R, que será lançado em outubro de 2016 |

Revista Painel24

Painel eleições

Para a próxima legislatura, Ribeirão Preto deverá ter mais vereadores

O númeRO de PaRlamentaRes

O número de vereadores nas câmaras municipais brasileiras é definido pela Lei Orgânica de cada cidade respeitando o artigo 29 da Constituição Federal. Segun-do o advogado Juarez Donizete de Melo, diretor da Associação de Advogados de Ribeirão Preto (AARP), a determinação legal é a de que municípios que tenham entre 600 mil e 750 mil habitantes po-dem ter até 27 parlamentares.

Melo conta que no período de 2009/2012, Ribeirão Preto tinha 20 ve-readores. Para as eleições de 2012 foram acrescidas duas vagas. Para o próximo mandato a expectativa é a de que 27 vereadores sejam empossados.

Essa história começou em dezembro de 2010, quando a Câmara aprovou Lei aumentando o número de cadeiras para 27. Em razão de diversas manifestações de entidades civis e da população, o número foi reduzido para os atuais 22.

“Após a eleição de 2012, um dos candidatos que se sentiu prejudicado, ingressou com Ação Direta de Inconstitu-cionalidade, que foi julgado procedente”, explica o advogado. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) declarou a inconsti-tucionalidade da emenda à lei Orgânica do Município e entendeu que a cidade necessariamente terá de ter no mínimo 25 vereadores.

“Tal decisão não transitou em julgado e pode ter a última palavra manifestada pelo Supremo Tribunal Federal”, explica Melo.

Segundo ele, os vereadores ainda não votaram lei sobre o tema. Se isso não acontecer até o final deste mês, preva-lecerá a decisão do TJ-SP. “Portanto cer-tamente haverá a disputa de 27 cadeiras, já que o entendimento a prevalecer pela própria Câmara, com o aval de grande parte dos já eleitos, certamente será no sentido de validar aquilo que foi apro-vado em 2010, ou seja, 27 vereadores”, esclarece.

Dentre os argumentos de defesa do aumento no número de verea-dores está o da representatividade popular. Mais pessoas no parlamento ampliariam a representatividade da população. Na visão do advogado, entretanto, somente o voto distrital po-deria garantir essa representatividade. “Grande parte dos vereadores residem e representam uma mesma parcela da sociedade”, afirma.

nº de nº de habitantes vereadores nos municípios

09 até 15 mil

11 acima de 15 mil até 30 mil

13 acima de 30 mil até 50 mil

15 acima de 50 mil até 80 mil

17 acima de 80 mil 120 mil

19 acima de 120 mil até 160 mil

21 acima de 160 mil até 300 mil

23 acima de 300 mil até 450 mil

25 acima de 450 mil até 600 mil

27 acima de 600 mil até 750 mil

29 acima de 750 mil até 900 mil

31 acima de 900 mil até 1,050 milhão

33 acima de 1,050 milhão até 1,2 milhão

35 acima de 1,2 milhão até 1,350 milhão

nº de nº de habitantes vereadores nos municípios

37 acima de 1,350 milhão até 1,5 milhão

39 acima de 1,5 milhão até 1,8 milhão

41 acima de 1,8 milhão até 2,4 milhões

43 acima de 2,4 milhões até 3 milhões

45 acima de 3 milhões até 4 milhões

47 acima de 4 milhões até 5 milhões

49 acima de 5 milhões até 6 milhões

51 acima de 6 milhões até 7 milhões

53 acima de 7 milhões até 8 milhões

55 acima de 8 milhões

Fonte: Senado Federal

Page 25: painel - AEAARP · Eng.º civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo ... las. Um exemplo é o sistema de moni-Satélite americano GOES-R, que será lançado em outubro de 2016 |

AEAARP25

atriBuição Profissionalresolução define regras Para a

Texto foi aprovado em abril deste anoA Resolução 1073/2016 define parâ-

metros de atribuições profissionais cujas atividades estejam vinculadas ao sistema CONFEA/CREA, de nível técnico, superior, especialização ou pós-graduação. Segun-do Araken Mutran, gerente regional do Conselho em Ribeirão Preto, o objetivo é proteger a sociedade do mal profissional, que vai além de suas atribuições e exerce ilegalmente a profissão.

Mutran afirma que existem algumas questões da resolução que carecem de regulamentação. Porém, de forma geral, as atividades poderão ser atribuídas de forma integral ou parcial, em conjunto ou separadamente, mas, sempre mediante análise do currículo escolar e do projeto pedagógico do curso de formação do profissional.

A Resolução prevê que a extensão de atribuição é permitida entre modali-dades do mesmo grupo profissional. A extensão para outros grupos é permitida somente para aqueles que comprova-rem formação em cursos stricto sensu reconhecidos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES e registrados e cadas-trados no CREA.

crea-sp

CAPÍTULO II

DAS ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS

Seção I

Atribuição de Título Profissional

Art. 4º O título profissional será atri-buído pelo Crea, mediante análise do currículo escolar e do projeto pedagógico do curso de formação do profissional, nos níveis discriminados nos incisos I, III e IV do art. 3º, obtida por diplomação em curso reconhecido pelo sistema oficial de ensino brasileiro, no âmbito das profissões fiscalizadas pelo Sistema Confea/Crea.

Parágrafo único. O título profissional a ser atribuído em conformidade com o caput deste artigo deverá constar da Tabela de Títulos do Confea.

Posicione o leitor óptico do seu aparelho celular sobre a imagem ao lado e veja a íntegra da resolução.

Page 26: painel - AEAARP · Eng.º civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo ... las. Um exemplo é o sistema de moni-Satélite americano GOES-R, que será lançado em outubro de 2016 |

Revista Painel26

A Escola Politécnica (Poli) da USP ganhou um novo laboratório voltado para o desenvolvimento de tecno-logias, principalmente nas áreas de comunicação móvel, internet das coisas (conexão entre os aparelhos usados do dia a dia à rede mundial de computadores), realidade virtual e games. O laboratório é uma parceria com o projeto Ocean Samsung, ide-alizado pela empresa para oferecer infraestrutura e capacitação tecnoló-gica a diversos públicos: estudantes, desenvolvedores e interessados em geral. A primeira unidade do Ocean foi instalada em 2014, na Universi-dade do Estado do Amazonas (UEA). O espaço será utilizados tanto pela USP quanto pela empresa: haverá atividades dos cursos de graduação e pós-graduação da Poli, e treinamentos gratuitos para o público externo.

novos associados

Rodrigo Couri de AlmeidaEngenheiro civil

Danilo Exposto CardosoEngenheiro civil

Mario Pascarelli FilhoEngenheiro mecânico

Vivian Vezzoni de AlmeidaEngenheira agrônoma

Marco Silveira da SilvaEngenheira agrônomo

Jose Antonio SavegnagoTécnico em eletrônica

Cyro Augustus Guimarães de FreitasTécnico em eletrônica

Gabrielle Marques AnaconiEstudante de Arquitetura e urbanismo

Guilherme Paschoalino CapasioEstudante Engenharia ambiental

Marcelo Augusto Santos CoelhoEstudante de Engenharia civil

Victor de Moraes OliveiraEstudante de Engenharia civil

notas e cursos

cidadão

O engenheiro Mario Pascarelli Filho foi homenageado pela Câmara Mu-nicipal com o título de cidadão ribeirão-pretano. Um dos destaques da

homenagem foi o fato de há 20 anos o curso de gerente de cidades, que ele coordena até hoje na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP)

ter formado a primeira turma em Ribeirao Preto (SP). A AEAARP sediou o curso nesse período.

semana de arquitetura

Nos dias 22, 23, 24 e 25 de agosto, a AEAARP vai promover três dias de palestras para estudantes e profissionais de arquitetura e urbanismo. Para a 7ª Semana de Arquitetura, Solange Gourgel e Luis Fernando Lossardo, que são arquitetos e urbanistas, confir-maram presença. A programação completa está disponível no site www.aeaarp.org.br.

laboratório de tecnologia

Glenda e Callil João Filho, engenheiro agrônomo e diretor administrativo da AEAARP, foram homenageados na Câmara Municipal de Ribeirão Preto (SP) em razão da dedicação às ações da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE).

Errata: O nome correto da palestrante que aparece na foto da página 10 da edição nº 254 é Flávia Joyce Izzipato.

Page 27: painel - AEAARP · Eng.º civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo ... las. Um exemplo é o sistema de moni-Satélite americano GOES-R, que será lançado em outubro de 2016 |
Page 28: painel - AEAARP · Eng.º civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo ... las. Um exemplo é o sistema de moni-Satélite americano GOES-R, que será lançado em outubro de 2016 |