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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 1 A VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL DE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA ESTADO DO PARANÁ. Autos n o 0013572-04.2017.8.16.0035 Recuperação Judicial GATRON INOVAÇÃO EM COMPÓSITOS S/A (atual denominação social de MVC Componentes Plásticos S/A) e, STABILIT-MVC PULTRUSÃO EM PLASTICOS S/A, ambas devidamente qualificadas nos autos em epígrafe, vêm com o devido acato e respeito perante Vossa Excelência, em atendimento ao que estabelece o artigo 53 da Lei 11.101/2005, apresentar, tempestivamente, Plano de Recuperação Judicial do Grupo Gatron. Nos termos que estabelece a lei de regência do instituto da recuperação judicial, o prazo para apresentar do plano de recuperação judicial é de 60 (sessenta) dias no caso dos presentes autos, úteis , conforme decisão de mov. 54.1 sendo que, havendo sido o despacho que deferiu o processamento da recuperação judicial deferido no dia 19 de julho de 2017, do qual as Recuperandas deram ciência na mesma data, tem-se que o prazo de 60 (sessenta) dias úteis, nos termos do artigo 219 do Código de Processo Civil c/c artigo 189 da Lei 11.101/2005, encerra-se no dia 13 de outubro de 2017, sendo portanto que, protocolado na presente data, Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJ5BH SEV99 ASFUQ 9PNGK PROJUDI - Processo: 0013572-04.2017.8.16.0035 - Ref. mov. 358.1 - Assinado digitalmente por Lucas Jose Novaes Verde dos Santos 15/09/2017: JUNTADA DE PETIÇÃO DE CUMPRIMENTO DE INTIMAÇÃO. Arq: Petição Página 1

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EXCELENTSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 1A VARA

CVEL DO FORO REGIONAL DE SO JOS DOS PINHAIS DA REGIO

METROPOLITANA DE CURITIBA ESTADO DO PARAN.

Autos no 0013572-04.2017.8.16.0035

Recuperao Judicial

GATRON INOVAO EM COMPSITOS S/A (atual denominao social

de MVC Componentes Plsticos S/A) e, STABILIT-MVC PULTRUSO EM

PLASTICOS S/A, ambas devidamente qualificadas nos autos em epgrafe,

vm com o devido acato e respeito perante Vossa Excelncia, em

atendimento ao que estabelece o artigo 53 da Lei 11.101/2005, apresentar,

tempestivamente, Plano de Recuperao Judicial do Grupo Gatron.

Nos termos que estabelece a lei de regncia do instituto da

recuperao judicial, o prazo para apresentar do plano de recuperao

judicial de 60 (sessenta) dias no caso dos presentes autos, teis, conforme

deciso de mov. 54.1 sendo que, havendo sido o despacho que deferiu o

processamento da recuperao judicial deferido no dia 19 de julho de 2017,

do qual as Recuperandas deram cincia na mesma data, tem-se que o

prazo de 60 (sessenta) dias teis, nos termos do artigo 219 do Cdigo de

Processo Civil c/c artigo 189 da Lei 11.101/2005, encerra-se no dia 13 de

outubro de 2017, sendo portanto que, protocolado na presente data,

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tempestiva a apresentao do Plano de Recuperao Judicial do Grupo

Gatron.

Nestes termos,

Pede deferimento.

So Jos dos Pinhais, PR, 15 de setembro de 2017.

Lucas J. N. Verde dos Santos

OAB/PR 57.849

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PLANO DE RECUPERAO JUDICIAL

So Jos dos Pinhais/PR, 15 de setembro de 2017.

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Plano de Recuperao Judicial para apresentao nos autos no 0013572-04.2017.8.16.0035, em trmite perante o MM Juzo da 1a Vara Cvel do Foro Regional de So Jos dos Pinhais da Regio Metropolitana de Curitiba/PR, consoante com a Lei no 11.101/2005, em atendimento ao que estabelece o artigo 53 e seguintes da referida legislao.

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No tenho conhecimento de nenhum indivduo, empresa, ou mesmo pas que jamais tenha passado por uma fase de crise. Pelo contrrio, todas as pessoas ou organizaes de sucesso provavelmente percorreram um rduo caminho at alcana-lo, durante o qual enfrentaram e superaram momentos de dificuldade extrema. Alguns ficam pelo caminho; outros aprendem, se fortalecem e crescem aps uma adversidade. A velocidade e alcance das decises para superar uma grave crise so particularidades da gesto do turnaround. (Ablio Diniz)

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PLANO DE RECUPERAO JUDICIAL | GRUPO GATRON 4

SUMRIO

DEFINIES ............................................................................................................................................ 6 CONSIDERAES INICIAIS ................................................................................................................. 10 1. INTRODUO .................................................................................................................................... 12

1.1. A RECUPERAO JUDICIAL ................................................................................................... 12 1.2. BREVE HISTRICO DO GRUPO GATRON .............................................................................. 12 1.3. DA ORIGEM DA CRISE ECONMICO-FINANCEIRA .............................................................. 16 1.4. GRUPO GATRON. GRUPO ECONMICO DE FATO. PLANO NICO .................................... 21

2. DOS CREDORES ............................................................................................................................... 24 2.1. DAS CLASSES DE CREDORES ............................................................................................... 24 2.2. DA CLASSIFICAO DOS CRDITOS .................................................................................... 25

2.2.1. Classe I Crditos Derivados da Legislao do Trabalho ................................................. 26 2.2.2. Classe II Crditos com Garantia Real .............................................................................. 26 2.2.3. Classe III Crditos Quirografrios, com Privilgio Especial, com Privilgio Geral ou Subordinados ................................................................................................................................ 26 2.2.4. Classe IV Crditos enquadrados como Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte .. 27

3. DA RECUPERAO JUDICIAL E SEUS EFEITOS .......................................................................... 28 3.1. OBJETIVOS DA LEI N 11.101/2005 ......................................................................................... 28 3.2. DOS PRESSUPOSTOS DO ART. 53 DA LEI N 11.101/2005 .................................................. 31 3.3. DOS MEIOS DE RECUPERAO ART. 50 DA LEI N 11.101/2005 ..................................... 31

4. DOS MEIOS DE RECUPERAO UTILIZADOS E ALTERNATIVAS DE PAGAMENTO DO PASSIVO ................................................................................................................................................ 35

4.1. REESTRUTURAO DE CRDITOS E PAGAMENTO COM FLUXO DE CAIXA PROJETADO ........................................................................................................................................................... 35

4.1.1. Classe I Crditos Derivados da Legislao do Trabalho ................................................. 37 4.1.2. Classe II Crditos com Garantia Real .............................................................................. 38 4.1.3. Classe III Crditos Quirografrios .................................................................................... 39 4.1.4. Classe IV Crditos Enquadrados como Microempresa e Empresa de Pequeno Porte ... 41 4.1.5. Crditos No Sujeitos a Recuperao Judicial ................................................................... 42

4.2. FORMAS SUBSIDIRIAS DE PAGAMENTO DO PASSIVO .................................................... 42 4.3. CREDORES COLABORATIVOS ............................................................................................... 43

4.3.1. Credores Colaborativos Financeiros ................................................................................... 45 4.3.2. Credores Colaborativos Fornecedores ............................................................................... 45 4.3.3. Credores Colaborativos Clientes ......................................................................................... 46

5. DISPOSIES GERAIS .................................................................................................................... 48 5.1. DISPOSIES GERAIS DE PAGAMENTO .............................................................................. 48

6. DOS EFEITOS DO PLANO ................................................................................................................ 50 6.1. DOS BENS ABRANGIDOS PELO PLANO DE RECUPERAO JUDICIAL ........................... 50 6.2. CESSO DE CRDITOS ........................................................................................................... 50 6.3. SUSPENSO DAS AES E EXECUES ............................................................................ 50 6.4. RECONSTITUIO DE DIREITOS ............................................................................................ 51 6.5. QUITAO ................................................................................................................................. 51 6.6. DIVISIBILIDADE DAS PREVISES DO PLANO ....................................................................... 52 6.7. NOVAO .................................................................................................................................. 52

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PLANO DE RECUPERAO JUDICIAL | GRUPO GATRON 5

6.8. SUSPENSO DOS EFEITOS DOS PROTESTOS E RESTRIES CADASTRAIS ................ 52 6.9. ALTERAO DO PLANO DE RECUPERAO JUDICIAL ..................................................... 54

7. CONSIDERAES FINAIS ............................................................................................................... 55 8. FORO .................................................................................................................................................. 57 ANEXO I ................................................................................................................................................. 58 ANEXO II ................................................................................................................................................ 59

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PLANO DE RECUPERAO JUDICIAL | GRUPO GATRON 6

DEFINIES

GATRON INOVAO EM COMPSITOS S/A, ou simplemente GATRON: refere-se primeira Recuperanda, pessoa jurdica de direito, regularmente inscrita no CNPJ/MF sob no

81.424.962/0001-70, com principal estabelecimento sito Rua Maria Isabel Zen Zagonel, no 205,

bairro Afonso Pena, So Jos dos Pinhais/PR, CEP 83.045-430;

MVC COMPONENTES PLSTICOS S/A, ou simplesmente MVC: refere-se antiga denominao social de GATRON INOVAO EM COMPSITOS S/A Em Recuperao Judicial;

STABIIT-MVC PULTRUSO EM PLSTICOS S/A, STABILIT-MVC ou GATRON PULTRUSO: refere-se

segunda Recuperanda, pessoa jurdica de direito privado, regularmente inscrita no CNPJ/MF sob no 17.114.608/0001-40, com sede Rodovia RSC 453, km 78, no 510, Pavilho B, Monte Berico,

Caxias do Sul/RS, CEP 95.042-190, e filial regularmente inscrita no CNPJ/MF sob no

17.114.608/0002-20, com sede Rua Maria Isabel Zen Zagonel, no 205, bairro Afonso Pena, So

Jos dos Pinhais/PR, CEP 83.045-430;

GRUPO GATRON, COMPANHIAS ou RECUPERANDAS: refere-se ambas as Recuperandas quando mencionadas em conjunto;

AUTOS DE RECUPERAO JUDICIAL ou RECUPERAO JUDICIAL: trata-se dos autos no 0013572-04.2017.8.16.0035, em trmite perante o MM Juzo da 1a Vara Cvel do Foro Regional de So Jos

dos Pinhais da Regio Metropolitana de Curitiba/PR;

JUZO UNIVERSAL DA RECUPERAO JUDICIAL ou JUZO DA RECUPERAO JUDICIAL: refere-se ao MM Juzo da 1a Vara Cvel do Foro Regional de So Jos dos Pinhais da Regio Metropolitana de

Curitiba/PR;

Lei 11.101/2005 ou LRE: diz respeito Lei no 11.101, de 09 de fevereiro de 2005, a qual regula a recuperao judicial, a extrajudicial e a falncia do empresrio e da sociedade empresaria;

DIA DO PEDIDO ou PEDIDO: refere-se data em que foi protocolado (distribudo) o pedido de recuperao judicial, in casu, 28 de junho de 2017.

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PLANO DE RECUPERAO JUDICIAL | GRUPO GATRON 7

DEFERIMENTO DO PROCESSAMENTO DA RECUPERAO JUDICIAL ou DEFERIMENTO: refere-se deciso judicial que, em conformidade com o artigo 52 da Lei 11.101/2005, deferiu o processamento da

recuperao judicial, in casu, deciso de mov. 25.1;

PLANO DE RECUPERAO JUDICIAL ou PLANO: refere-se ao presente documento, preparado em conformidade com o artigo 53 da Lei 11.101/2005;

RELAO DE CREDORES ou ROL DE CREDORES: trata-se da relao de credores apresentada pelas Recuperandas em conformidade ao que preconiza o artigo 51, inciso III da Lei 11.101/2005;

QUADRO GERAL DE CREDORES ou QGC: trata-se da relao de credores consolidada pelo Administrador Judicial e homologado pelo Juzo Universal da Recuperao Judicial

ASSEMBLEIA GERAL DE CREDORES ou AGC: diz respeito assembleia formada nos termos do Captulo II, Seo IV, da Lei 11.101/2005, cujo qurum composto pelos credores relacionados no

artigo 41 da Lei 11.101/2005;

CLASSES DE CREDORES ou CLASSES: significam as classe de credores previstas no artigo 41 da Lei 11.101/2005, quando referidas em conjunto;

CREDORES: refere-se todos os credores, independentemente da classificao de seu crdito, quando referidos em conjunto;

CLASSE I: cuida-se da classe de credores destinada aos credores titulares de crditos derivados da

legislao do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho, conforme inciso I do artigo 41 da Lei 11.101/2005;

CLASSE II: cuida-se da classe de credores destinada aos credores titulares de crditos com garantia real, conforme inciso II do artigo 41 da Lei 11.101/2005;

CLASSE III: cuida-se da classe de credores destinada aos credores titulares de crditos quirografrios, com privilgio especial, com privilgio geral ou subordinados, conforme inciso III do

artigo 41 da Lei 11.101/2005;

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PLANO DE RECUPERAO JUDICIAL | GRUPO GATRON 8

CLASSE IV: cuida-se da classe de credores destinada aos credores titulares de crditos enquadrados como microempresa ou empresa de pequeno porte, conforme inciso IV do artigo 41

da Lei 11.101/2005;

CREDORES CLASSE I ou CREDORES TRABALHISTAS: diz respeito aos credores titulares de crditos derivados da legislao do trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho, conforme inciso I do

artigo 41 da Lei 11.101/2005;

CREDORES CLASSE II ou CREDORES COM GARANTIA REAL: diz respeitos aos credores titulares de crditos com garantia real, conforme inciso II do artigo 41 da Lei 11.101/2005;

CREDORES CLASSE III ou CREDORES QUIROGRAFRIOS: diz respeito aos credores titulares de crditos quirografrios, com privilgio especial, com privilgio geral ou subordinados, conforme inciso III do

artigo 41 da Lei 11.101/2005;

CREDORES CLASSE IV ou CREDORES ME/EPP: diz respeito aos credores titulares de crditos enquadrados como microempresa ou empresa de pequeno porte, conforme inciso IV do artigo 41

da Lei 11.101/2005;

CREDORES NO SUJEITOS ou CREDORES EXTRACONCURSAIS: refere-se queles credores titulares de

crditos que, nos termos expressamente previstos em lei, no se sujeitam aos efeitos da recuperao judicial;

CREDORES COLABORATIVOS FINANCEIROS: diz respeito queles credores financeiros que optarem por apoiar a recuperao das Companhias aderindo s condies especiais de pagamento previstas no

presente Plano, nos moldes ali consignados;

CREDORES COLABORATIVOS FORNECEDORES: diz respeito queles credores fornecedores que optarem por apoiar a recuperao das Companhias aderindo s condies especiais de pagamento

previstas no presente Plano, nos moldes ali consignados;

CREDORES COLABORATIVOS CLIENTES: diz respeito queles credores clientes que optarem por apoiar a recuperao das Companhias aderindo s condies especiais de pagamento previstas no

presente Plano, nos moldes ali consignados;

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PLANO DE RECUPERAO JUDICIAL | GRUPO GATRON 9

DIA TIL ou DIAS TEIS: refere-se a qualquer dia que no seja sbado, domingo ou feriado.

EBITDA: significa Earnings before, Interests, Tax, Depreciation and Amortization. Em traduo

livre: Ganhos Antes de Lucros, Impostos, Depreciao e Amortizao;

FCO: significa fluxo de caixa operacional.

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PLANO DE RECUPERAO JUDICIAL | GRUPO GATRON 10

CONSIDERAES INICIAIS

Preliminarmente, cumpre salientar que o presente Plano de Recuperao Judicial (PLANO),

elaborado em estrita observncia e atendimento ao que estabelece o artigo 53 da Lei 11.101 de 09 de

fevereiro de 2005 (LRE ou Lei 11.101/2005), destina-se apresentao junto aos autos de Recuperao Judicial no 0013572-04.2017.8.16.0035 (AUTOS DE RECUPERAO JUDICIAL), em trmite

perante o MM Juzo da 1a Vara Cvel do Foro Regional de So Jos dos Pinhais da Regio

Metropolitana de Curitiba/PR (JUZO UNIVERSAL DA RECUPERAO JUDICIAL), em que so partes as

empresas do ora denominado GRUPO GATRON, o qual composto pelas seguintes COMPANHIAS:

GATRON INOVAO EM COMPSITOS S/A EM RECUPERAO JUDICIAL (atual denominao social de MVC Componentes Plsticos S/A), sociedade annima de capital

fechado, regularmente inscrita no CNPJ/MF sob no 81.424.962/0001-70, com principal

estabelecimento sito Rua Maria Isabel Zen Zagonel, no 205, bairro Afonso Pena, So

Jos dos Pinhais/PR, CEP 83.045-430 e;

STABILIT-MVC PULTRUSO EM PLSTICOS S/A EM RECUPERAO JUDICIAL ( denominar-se, em breve, GATRON PULTRUSO EM PLSTICOS S/A), sociedade

annima de capital fechado, regularmente inscrita no CNPJ/MF sob no 17.114.608/0001-

40, com sede Rodovia RSC 453, km 78, no 510, Pavilho B, Monte Berico, Caxias do

Sul/RS, CEP 95.042-190, e filial regularmente inscrita no CNPJ/MF sob no

17.114.608/0002-20, com sede Rua Maria Isabel Zen Zagonel, no 205, bairro Afonso

Pena, So Jos dos Pinhais/PR, CEP 83.045-430 (principal estabelecimento).

Conforme ser melhor detalhado ao longo do PLANO, este objetiva definir as principais

vertentes de trabalho a fim de possibilitar a efetiva reestruturao do negcio, bem como a soluo cada item problema que a nova gesto vem buscando, desde o incio do ano sanear, permitindo,

assim o atingimento dos objetivos legais preconizados junto ao artigo 47 da LRE.

Ao longo do PLANO ser elucidado o potencial de expanso e a viabilidade econmica das

COMPANHIAS sob o aspecto tcnico, econmico e financeiro, de sorte que tal viabilidade ser o princpio

para o cumprimento do cronograma de pagamento dos CREDORES e satisfao do passivo.

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Forte em tais razes evidente que o escopo do presente PLANO o fiel cumprimento das

expectativas de todos os interessados no soerguimento do GRUPO GATRON.

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1. INTRODUO

1.1. A RECUPERAO JUDICIAL

As RECUPERANDAS, em razo da momentnea crise econmico-financeira que atravessam, narradas exordial do pedido de recuperao judicial, ingressaram com a medida no dia 28 de junho

de 2017 (DIA DO PEDIDO).

Atendidos aos requisitos subjetivos (artigo 48) e objetivos (artigo 51) da LRE, a MM Juza de

Direito da 1a Vara Cvel do Foro Regional de So Jos dos Pinhais da Regio Metropolitana de

Curitiba/PR, Dra. Camila Marina da Luz, deferiu o processamento da recuperao judicial na forma de

artigo 52 da LRE, conforme decisum de mov. 25 dos AUTOS DE RECUPERAO JUDICIAL, publicado no

DJe 2101, de 28 de agosto de 2017, pgina 619.

Desta feita, e em observncia ao que estabelece o artigo 53 da LRE c/c r. despacho de mov.

54 dos AUTOS DE RECUPERAO JUDICIAL, as RECUPERANDAS possuem o prazo de 60 (sessenta) dias

teis para apresentar o presente PLANO DE RECUPERAO JUDICIAL.

Assim, passamos s exposies do PLANO DE RECUPERAO JUDICIAL.

1.2. BREVE HISTRICO DO GRUPO GATRON

Consoante narrado exordial do pedido de recuperao judicial, a ento denominada MVC

(Marcopolo Veculos e Componentes) foi fundada em 1989, em So Jos dos Pinhais/PR, havendo

sido concebida pela Marcopolo S/A para fornecimento de componentes e fiberglass.

Em seu incio, era um simples centro de custo sem autonomia de caixa, de sorte que apenas

produzia peas para a matriz (Marcopolo S/A, com sede em Caxias do Sul/RS), chegando, at mesmo,

a produzir nibus em seu parque fabril. Nessa fase, a gesto era realizada integralmente pela

Marcopolo.

Com o passar dos anos, foi intento da Marcopolo encerrar as atividades da ento filial de So

Jos dos Pinhas/PR, a fim de que pudesse concentrar suas unidades de fornecimento mais prximas

de sua matriz, em Caxias do Sul/RS. Ento, em 1995, foi enviado gerente da Marcopolo, Sr. Gilmar da

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Costa Lima, para avaliar a real situao da unidade de So Jos dos Pinhais/PR, com intuito de, se

fosse o caso, proceder com o encerramento da unidade.

Foi ento que, ao se deparar com grande parque fabril e enorme potencial tecnolgico que a

unidade j apresentava poca, apontou pela possibilidade de continuidade das operaes da MVC

de forma autnoma e independente de sua fundadora, dando-se, portanto, incio a um trabalho de

convencimento de acionistas para preservao da unidade de forma autnoma.

Decididos pela manuteno das atividades da unidade, agora indstria independente e como

CNPJ prprio, iniciou-se as atividades inerentes uma empresa autnoma, tendo sido seu primeiro

grande contrato comercial sido fechado com a Volvo para produo de cap de caminho da srie NH. A partir desse momento vislumbrou-se, atravs do primeiro faturamento obtido pela empresa, a

viabilidade do negcio.

A empresa continuou a atuar no mercado e a desenvolver-se enquanto indstria no setor

plstico, prospectando clientes de grande porte (tais como: Embraer e Scania), abrindo novas frentes

de mercado, e crescendo cada vez mais, ao mesmo tempo em que se consolidava no mercado.

J em 2003, expandido seus horizontes, e aproveitando-se da grande capacidade intelectual e inovadora de seu potencial tecnolgico, a empresa desenvolveu inovador mtodo construtivo

denominado Wall System. Referido mtodo composto, basicamente por uma estrutura sanduche

de lminas de plstico reforado com fibra de vidro e ncleo com isolamento trmico e acstico.

Assim, ao longo de sua trajetria a empresa foi segmentando suas atividades para os mais

variados setores que se utilizam (ou poderiam utilizar) de compsitos plsticos, chegando a atuar

simultaneamente em 04 (quatro) grandes diferentes setores:

Building: oferece solues inovadoras em sistemas construtivos modulares e industrializados para as mais

diversas aplicaes. Sua alta tecnologia, aliada

diversidade de projetos arquitetnicos e tcnicos possibilita o uso de mtodos de construo que do

prioridade ao design, eficincia, velocidade de

montagem, conforto termo/acstico e drstica reduo

de resduos;

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Components: fornece componentes para diversos mercados, por exemplo: componentes em compsitos para painis e chapas para o mercado de construo

civil e transportes;

Automotive: desenvolve e fornece solues para segmentos de nibus, caminhes, tratores e

implementos rodovirios, tendo como principais clientes

Mitsubishi, Suzuki, Jacto, Volvo, Iveco, CNH e Scania;

Wind Power: desenvolve e fornece componentes para o mercado de energia elica, tendo como principais

clientes a Gamesa, Siemens e a Alstom.

A MVC encontrava-se em franca expanso e crescimento, chegando a tornar-se uma das

mais importantes e respeitadas empresas em seu segmento de atuao.

Tamanha era a viabilidade e visibilidade adquirida pela MVC que, em 2007, por meio de

indicao de alguns acionistas da Marcopolo, o grupo empresarial gacho Artecola entendeu ser

condizente com seu plano de negcios a aquisio da MVC, havendo adquirido naquele ano o controle

acionrio da companhia, passando a deter 54% (cinquenta e quatro por cento), enquanto a Marcopolo

passaria a deter apenas 46% (quarenta e seis por cento).

Nos anos de 2010 e 2011, dado o crescimento do negcio, e as boas expectativas

econmicas, reforadas pela reconhecida capacidade de inovao da MVC, a Artecola buscou

aumentar sua participao acionria para 64% (sessenta e quatro por cento) e 74% (setenta e quatro por cento), respectivamente.

Novamente, dada sua visibilidade e respeitabilidade no mercado nacional e internacional, e

em absoluta conformidade com o crescimento do mercado, no ano de 2013 nova oportunidade de

negcio surgiu: a constituio de sociedade, no Brasil, com a principal empresa de laminao contnua

e pultruso do Mxico. Nascia ento, a Stabilit-MVC Pultruso em Plsticos S/A. A finalidade do

nascituro grupo econmico composto pelas requerentes era proceder com maior inovao e aumento

na qualidade do inovador produto destinado construo civil j mencionado, o Wall System.

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Dado a rpida evoluo no aprimoramento do produto Wall System, no mesmo ano de 2013, o ento grupo MVC ingressou definitivamente no mercado de Construo Civil, atravs do Programa

Nacional de Reestruturao e Aquisio de Equipamentos para a Rede Escolar Pblica de Educao

Infantil (Proinfncia), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educao (FNDE) do Governo

Federal, onde firmou contrato para a construo de mais de 1.000 (mil) creches e escolas, em 09

(nove) estados da federao. Dada a grande expectativa de aumento de seu faturamento, acabou por

aumentar seus quadros naquele momento para um total de 1.700 (mil e setecentos) colaboradores

diretos.

Vale ressaltar, inclusive, conforme ser melhor elucidado mais adiante, foi justamente o ingresso no referido Programa do Governo Federal (Proinfncia/FNDE) que se iniciaram os problemas

e dificuldades financeiras das requerentes. A grande expectativa de bilionrio faturamento cegaram a

gesto, poca exercida pelo prprio Sr. Gilmar da Costa Lima, somados crise poltica e econmica

que passou a assolar o mercado como um todo e, provocou, a partir do ano de 2015, sucessivos

inadimplementos pelos rgos pblicos de modo geral, colaborando para o esvaziamento do caixa das

requerentes.

Em razo da crise econmica nacional, o ano de 2015 foi marcado pelo inesperado corte de seu crdito junto a fornecedores, levando a empresa a uma necessidade de proceder com a compra de

insumos e matria-prima de forma antecipada, acabando por colaborar com os prejuzos j existentes,

bem como com a reduo de seu faturamento.

J no ano de 2016, ano tambm marcado por uma delicada sade financeira, retiraram-se do

negcio o ento gestor Sr. Gilmar da Costa Lima e a prpria Marcopolo S/A, tendo a Artecola de

buscar novo scio para aporte de capital, no intuito de recompor o caixa das requerentes, notadamente

da controladora do grupo e primeira requerente e, assim, possibilitar a retomada do caminho do

crescimento. Foi ento que, em outubro de 2016, a Artecola procedeu a venda da operao, com reversibilidade, para o grupo Chroma Managment Equity/Bequest Comercial, atravs de seu

representante, Sr. Drcio Bonagura, o qual assumiu o encargo de Direitor Financeiro, em outubro de

2016.

As dificuldades do negcio, somados s prticas pouco ortodoxas de gesto da

Chroma/Bequest, e os constantes atrasos nos pagamentos de funcionrios e nas entregas de produtos

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a clientes, elevaram o nvel de estresse da companhia perante o mercado de modo geral, o que

apenas agravou a sua j debilitada situao.

Tal fato obrigou a Chroma/Bequest a desistir do negcio, levando a Artecola buscar novo

investidor interessado em adquirir um negcio interessante, inovador e vivel, porm em passageira

dificuldade.

Foi ento que, em janeiro de 2017, a Artecola passou a tratar da venda do grupo MVC para

outro investidor: a MCosta Participaes e Investimentos EIRELI. O negcio foi consolidado em janeiro

do corrente ano, havendo assumido a gesto do negcio, na condio de Diretor Presidente tanto da

MVC, quanto da Stabilit-MVC, o Sr. Marcio Costa, scio titular da nova controladora da MVC Componentes Plsticos S/A.

Cumpre observar que em abril do corrente ano dada a integral sada das empresas Artecola

do controle e da gesto do grupo ora requerente, bem como pelo ingresso de novo controle e gestor

(Diretor Presidente) a MVC Componentes Plsticos S/A ganhou nova denominao social, passando

a chamar-se GATRON INOVAO EM COMPSITOS S/A.

Cumpre ressaltar que desde que a nova gesto assumiu o encargo, o negcio j apresentou substancial melhora como ser oportunamente demonstrado no presente PLANO apesar das

dificuldades do mercado, agravado pelas equivocadas prticas de conduo do negcio das gestes

anteriores.

Atualmente, as COMPANHIAS contam com cerca de 255 (duzentos e cinquenta e cinco)

colaboradores diretos e indiretos, com unidades ativas em So Jos dos Pinhais (PR) onde est

situada a matriz e sua gesto (principal estabelecimento) e, Catalo (GO), nas quais fabricam

componentes em termoplstico e termofixo nos processos de Extruso, Vacuum Forming, RTM,

Infuso, Laminao Contnua e Pultruso.

1.3. DA ORIGEM DA CRISE ECONMICO-FINANCEIRA

O GRUPO GATRON grupo industrial referncia no segmento de compsitos.

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As dificuldades econmico-financeiras das RECUPERANDAS, como j exposto acima e por

ocasio da propositura do pedido de RECUPERAO JUDICIAL, remontam a contratao, pela ento grupo MVC com o Poder Pblico para execuo de obras relativas ao Programa Nacional de

Reestruturao e Aquisio de Equipamentos para a Rede Escolar Pblica de Educao Infantil

(Proinfncia), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educao (FNDE) do Governo Federal,

quando firmou, em 2013, contrato para produo, montagem e entrega de cerca de 1.000 (mil) escolas

e creches para 09 (nove) estados da federao. Ao todo, foram abertos, simultaneamente, mais de 550

(quinhentos e cinquenta) canteiros de obras.

Com efeito, as boas expectativas decorrentes do somatrio de fatores representados pela

inovao do mtodo construtivo, velocidade de montagem e, portanto, de concluso da obra, cumulado ao montante total contratado de R$ 1.443.624.502,26 (um bilho, quatrocentos e quarenta e trs

milhes, quinhentos e dois mil reais e vinte e seis centavos), fomentaram o anseio pelo crescimento,

expanso e consolidao do negcio como referncia nacional em inovao no setor da construo

civil.

Promoveu-se, ento, para atender a novel demanda, a contratao em massa de

colaboradores, chegando ao total de 1.700 (mil e setecentos) colaboradores diretos para fazer frente

demanda industrial porvir e, mais de 2.000 (dois mil) funcionrios indiretos (de empreiteiras subcontratadas) para fazer frente a demanda dos 550 (quinhentos e cinquenta) canteiros de obras

espelhados por cerca de 200 (duzentos) municpios, em 09 (nove) estados da federao.

Infelizmente, no entanto, o montante total do valor contratado com o Governo Federal acabou

por mesmerizar a gesto frente do negcio poca, levando-a a cometer erros estratgicos que

acabariam por se tornar o marco inicial de sua crise econmico-financeira. A correta apurao dos

custos de produo e de margem de lucratividade para eficincia do negcio recm contratado foram

inobservadas, acabando por ocasionar fabricao de escolas e creches com margens negativas. A acelerada fabricao de Wall System para remessa a centenas de canteiros de obras

simultaneamente, em constante prejuzo operacional, acabou por gerar uma descapitalizao do

negcio, haja vista que, com margem negativa, o faturamento decorrente das medies realizadas no

recompunham, de forma efetiva e eficaz o caixa dispendido, pois o prejuzo mensal nos resultados era

recorrente, ocasionando, assim, o sangramento do fluxo de caixa.

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A continuidade desse ciclo, ms aps ms, acabou por debilitar ainda mais o caixa da MVC,

impactando na necessidade de capital financeiro para a manuteno do negcio, obrigando-a, a partir de 2014, a captar recursos financeiros em mercado, notadamente junto s instituies financeiras, de

capital de giro de curto e curtssimo prazos, portanto, com elevados juros.

O fato que aps a contratao junto ao Governo Federal (Proinfncia/FNDE), a MVC passou

a apresentar insuficincia operacional para transformar seu EBITDA em fluxo de caixa operacional

(FCO), passando a necessitar, constantemente, de capital de giro. Nesta toada, a melhoria operacional

para converso de EBITDA em FCO, juntamente com a reduo de custos, vem sendo, desde o

primeiro dia da nova gesto, a diretriz diria.

O alto custo das operaes financeiras, somado s margens de contribuio negativas

daquele negcio que vinha a ser, poca, a menina dos olhos da anterior gesto, acabavam apenas

contribuindo para uma silenciosa e sorrateira consolidao da crise financeira.

Em 2015, apesar das elevadas expectativas em torno de um melhor cenrio econmico

nacional, as dificuldades no cessaram. Persistiam os desvios gerenciais relativos boa, precisa e

correta precificao no apenas de Wall System, mas de todos os seus produtos , ocasionando

novos prejuzos, ante o fato de que o preo final de venda do produto acabado seria inferior ao seu custo de produo.

Ainda, no mesmo ano de 2015, as RECUPERANDAS foram surpreendidas por um repentino e

inesperado corte nos crditos e prazos que detinham at ento junto a todos os seus fornecedores. Tal

fato deu ensejo, para manter-se em operao e fazer frente s suas obrigaes de curto prazo, a

adquirir insumos e matria-prima vista, ou de forma antecipada junto a seus fornecedores, o que,

evidentemente, gerou o aumento da j constante necessidade de capital de giro (NCG), dada a

reduzida disponibilidade de fluxo de caixa.

Em razo disso, persistia a necessidade de constante captao de recursos junto ao mercado

financeiro para manter a operao ativa, e seus clientes abastecidos e satisfeitos, no entanto, com

juros cada vez maiores.

No obstante tais dificuldades financeiras, em novembro de 2015, com a substituio da

integralidade da equipe econmica do Governo Federal e as dificuldades da economia nacional, foram

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suspensos os repasses de recursos do Tesouro Nacional ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da

Educao (FNDE), inclusive relativamente ao saldo de contrato ( faturar) das COMPANHIAS, na ordem de R$ 1.288.119.122,26 (um bilho, duzentos e oitenta e oito milhes, cento e dezenove mil, cento e

vinte e dois reais e vinte e seis centavos) deixando de repassar s Prefeituras contratantes,

ocasionando os j mencionados inadimplementos.

Vale observar que, em funo da suspenso desses repasses pelo Tesouro Nacional ao

FNDE e, portanto, s Prefeituras, algumas delas, de forma aodada, passaram a rescindir

unilateralmente os contratos, com saldos de obra a pagar s COMPANHIAS RECUPERANDAS.

Os inadimplementos de obras executadas, medidas e faturadas; as dificuldades operacionais decorrentes das margens negativas; a necessidade de aquisio de insumos e matria-prima vista

ou de forma antecipada; constantes necessidades de emprstimos para recomposio de caixa e

capital de giro (nvel no saudvel de alavancagem financeira); so fatores que somados crise

econmica nacional que, sabidamente, provocou uma retrao ao mercado nacional como um todo,

especial e principalmente no setor industrial e de construo civil acabaram por agravar a j difcil

situao financeira das COMPANHIAS.

Ainda, durante o ano de 2015, dado o arrefecimento da economia nacional, as COMPANHIAS enfrentaram uma substancial reduo de pedidos (demandas) haja vista, principalmente, a retrao do

mercado automotivo de forma geral, setor este em que concentra, at hoje, relevantes clientes.

Boa notcia, que desde o pedido de RECUPERAO JUDICIAL, dada a invejvel capacidade do

negcio de inovar, criar solues para clientes e entregar com qualidade, apesar das dificuldades pela

qual momentaneamente atravessa, tem sido retomadas antigas relaes comerciais antigas e que

em funo da crise nacional haviam sido suspensas com relevantes clientes do setor automobilstico,

havendo inclusive, com aqueles que se mantinha atendendo, uma substancial elevao da demanda.

No que tange especificamente aos projetos relativos ao Proinfncia/FNDE, dados os

constantes inadimplementos por parte dos rgos pblicos contratantes notadamente Prefeituras , e

sem qualquer previsibilidade de recursos tanto para satisfazer os pagamentos j pendentes, quanto de

novos recursos para dar regular continuidade das obras e fazer frente s futuras medies, as

requerentes passaram, a partir do 2o (segundo) semestre de 2015, a paralisar, gradativamente, as

obras.

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PLANO DE RECUPERAO JUDICIAL | GRUPO GATRON 20

O constante sangramento de seu fluxo de caixa e as dificuldades em converter o EBITDA em FCO, e a inexistente perspectiva de recebimento de valor faturados junto s Prefeituras, passaram a

gerar negativos impactos perante outras frentes comerciais das companhias requerentes. Com caixa

debilitado, passaram a apresentar algumas dificuldades com o cumprimento dos prazos e volume

(quantidade) de produtos a clientes, ocasionando algumas insatisfaes comerciais.

Com as constantes necessidades de captao de recursos em mercado, e diante da escassez

creditcia que passou a imperar no mercado em razo da atual crise econmica nacional o GRUPO

GATRON passou ento a comprometer ativos (imobilizados e operacionais) como forma de

oferecimento de garantias para a liberao dos necessrios crditos, desta vez, no entanto, mais onerosos.

Os elevados nus das operaes financeiras majoraram o ponto de equilbrio da operao,

tornando-a mais cara e onerosa, aumentando os j existentes prejuzos operacionais, bem como a

necessidade de capital para sua subsistncia.

Logo, as atividades da rea Building do grupo, a qual fomentou a expectativa de crescimento,

expanso e consolidao do negcio, acabou por ser a principal responsvel pela atual situao de passageira crise econmico-financeira que a levou a propor pedido de RECUPERAO JUDICIAL.

Portanto, a equivocada precificao e contratao, que geraram prejuzos acumulados nos

resultados, somadas a inimaginvel crise em que o pas mergulharia, e a imprevisvel inadimplncia

pelos rgos pblicos contratantes, cumulados a uma inanio gerencial acabaram por afetar as

COMPANHIAS como um todo, criando, como consequncia nefasta elevado endividamento.

Por tais motivos, as COMPANHIAS socorreram-se do beneplcito legal da RECUPERAO

JUDICIAL, como forma de assegurar no apenas a manuteno de sua atividade econmica (face aos abusivos pedidos falimentares, principalmente do credor financeiro Banco Santander (Brasil) S/A), mas

igualmente a manuteno de seus postos de trabalho, a gerao (e recolhimento) de tributos e, o

prprio interesse de todos os seus credores.

Conforme ser adiante elucidado, mais especificamente por ocasio do Laudo de Viabilidade

Econmico-Financeira que acompanha o presente PLANO (na forma dos incisos II e III do artigo 53 da

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LRE), as Companhias possuem atualmente, com sua nova gesto e controle, plena capacidade de

fazer frente ao seu passivo e, com isso, alcanar os objetivos legais propostos no artigo 47 da LRE: a superao da passageira crise econmico-financeira, preservando sua atividade econmica, postos de

trabalho, gerao de riquezas (funo social) e o interesse de todos os seus credores.

Isso porque a partir do ingresso da nova gesto, em janeiro de 2017, com uma nova cultura

gerencial efetivamente disposta a recolocar os negcios nos trilhos apesar do fato de j estar

instalada a passageira crise econmico financeira , diversas medidas j foram e vem sendo

diariamente adotadas no sentido de permitir a recuperao operacional, comercial, financeira e

econmica das COMPANHIAS, j havendo apresentando substancial melhora.

Notadamente, a concesso da RECUPERAO JUDICIAL s COMPANHIAS medida que impe a

fim de que estas possam, cumulativamente todas as medidas de gesto que vem sendo e ainda

sero adotadas, possam fazer frente ao seu passivo, o qual pretende sanar na forma detalhada adiante

no presente PLANO DE RECUPERAO JUDICIAL.

1.4. GRUPO GATRON. GRUPO ECONMICO DE FATO. PLANO NICO

Consoante facilmente se denota pela narrao contida da prpria exordial do pedido de

Recuperao Judicial, bem como do detalhamento do Laudo de Viabilidade Econmico-Financeira que

acompanha o presente PLANO, fato incontroverso que as COMPANHIAS apresentam entre si, inegvel

relao de interpendncia que vai alm da partilha do mesmo controle societrio/acionrio. To evidente a interdependncia entre as RECUPERANDAS que a prpria MM Juza de Direito da 1a Vara

Cvel de So Jos dos Pinhais/PR, Dra. Camila Mariana da Luz Kaestner, ao proferir o despacho de

deferimento do processamento da Recuperao Judicial assim consignou:

(...) Primeiramente, cumpre analisar o pedido de reconhecimento de grupo econmico formulado pelas autoras no petitrio inicial. Compulsando os documentos acostados aos autos, verifico que assiste razo aos autores. Vejamos. O primeiro autor GATRON INOVAO EM COMPSITOS S/A acionista controlador do segundo autor STABILIT-MVC PULTRUSO EM PLSTICOS S/A. Alm disso, o quadro social de ambas as empresas formado por pessoas em comum, o que caracteriza indcio de grupo econmico. Alm do mais, h identidade da prestao de servios das empresas autoras, sendo o do primeiro autor mais abrangente que do segundo autor.

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Desse modo, a fim de evitar decises conflitantes, bem como visando a celeridade e economia processual, o reconhecimento do grupo econmico entre as empresas autoras medidas que se impe. (...)

Veja-se que relao de interdependncia entre as COMPANHIAS to latente que j restou

judicialmente reconhecida, de sorte que ambas compe o litisconsrcio ativo da demanda de RECUPERAO JUDICIAL.

No obstante a expressa declarao judicial pelo MM Juzo Universal da Recuperao

Judicial, importante asseverar que atualmente a STABILIT-MVC (que em breve passar a denominar-se

Gatron Pultruso em Plsticos S/A) tem sua filial (nica unidade ativa, atualmente) alocada dentro da

prpria unidade produtiva de sua Controladora, GATRON, em So Jos dos Pinhais/PR, sendo que para

a execuo de suas respectivas atividades econmicas, partilham entre si no apenas de

colaboradores (de produo, equipe comercial, administrativa), como tambm de maquinrios e,

claro, a prpria gesto.

Com efeito, do ponto de vista operacional, vale observar que a STABILIT-MVC responsvel pelo desenvolvimento e parte do processo produtivo de produtos do GRUPO GATRON voltados tanto

para o mercado de construo civil, quanto para o agronegcio, de sorte que, com seus colaboradores

e maquinrios, contribui com sua Controladora, GATRON, no atendimento de parte de sua demanda no

mercado relativamente aos referidos setores.

Ademais, toda a gesto e operao do dia-a-dia integralmente realizada em So Jos dos

Pinhais/PR, local em que se encontra o principal estabelecimento de ambas as COMPANHIAS

RECUPERANDAS. Tanto que, atualmente, estuda-se a possibilidade de, aps a aprovao do presente

PLANO, proceder-se com a incorporao, pela GATRON, da STABILIT-MVC.

Nesse sentido, o faturamento da STABILIT-MVC depende diretamente do empenho comercial e

demanda de sua Controladora, sendo certo que as receitas necessrias ao cumprimento do presente

Plano sero obtidas em conjunto, de sorte, portanto, que ambas iro, em conjunto, atender ao melhor

interesse dos seus CREDORES.

Assim, a inegvel relao de interpendncia do j judicialmente reconhecido GRUPO GATRON,

apontam que um PLANO DE RECUPERAO JUDICIAL nico , no apenas a melhor forma, mas tambm

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a nica, de atender aos preceitos da Lei 11.101/2005, especialmente ao princpio da igualdade entre os

CREDORES de ambas as RECUPERANDAS.

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2. DOS CREDORES

2.1. DAS CLASSES DE CREDORES

O PLANO ora proposto contempla todos os credores submetidos RECUPERAO JUDICIAL, considerando, na forma da LRE, todas as obrigaes havidas pelas RECUPERANDAS, em apartado, no

DIA DO PEDIDO.

Nesta toada, a composio das classes de credores obedece ao que preconiza o artigo 41

da LRE, a saber:

Art. 41. A assembleia-geral ser composta pelas seguintes classes de credores: I Titulares de crditos derivados da legislao do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho; II Titulares de crditos com garantia real; III Titulares de crditos quirografrios, com privilgio especial, com privilgio geral ou subordinado; IV Titulares de crditos enquadrados como microempresa ou empresa de pequeno porte.

Faz-se necessria, portanto, a utilizao das quatro categorias de crditos (quando aplicveis), em funo da natureza jurdica e das particularidades das dvidas do GRUPO GATRON

submetidas aos efeitos da RECUPERAO JUDICIAL.

Nesta toada e conforme determina o artigo 41 da LRE, a subdiviso de CLASSES entre os

CREDORES tomando-se por base a natureza de seu crdito sero aquelas que, atendidos os

quruns especificados em lei, devero instalar a ASSEMBLEIA GERAL DE CREDORES e deliberar acerca

do PLANO DE RECUPERAO JUDICIAL.

No caso concreto, insta salientar que, ao menos at o presente momento, a RECUPERAO

JUDICIAL do GRUPO GATRON, conforme ser melhor detalhado adiante, conta com apenas 03 (trs), das

04 (quatro) CLASSES DE CREDORES possveis. So elas: CLASSE I; CLASSE III e; CLASSE IV.

Com efeito, e em conformidade com o disposto ao item 1.4 do presente PLANO, os CREDORES de ambas as RECUPERANDAS sero considerados em funo da inegvel relao de

interdependncia gerencial, operacional, administrativa, comercial, acionria, dentre outras em

conjunto para fins de composio das CLASSES DE CREDORES, tendo em vista no apenas o fato

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incontroverso de tratar-se de grupo econmico (como j reconhecido expressamente pelo JUZO

UNIVERSAL DA RECUPERAO JUDICIAL), mas tambm no intuito de assegurar o atendimento ao princpio da par conditio creditorum.

2.2. DA CLASSIFICAO DOS CRDITOS

Consoante informado no item acima, e de certa forma por ocasio do PEDIDO de

RECUPERAO JUDICIAL, o caso concreto contempla ao menos at o presente momento 03 (trs)

CLASSES DE CREDORES.

Deste modo, e em conformidade com a RELAO DE CREDORES apresentada em atendimento

ao inciso III do artigo 51 c/c inciso II do 1o do artigo 52, todos da LRE, o resumo da RELAO DE

CREDORES das RECUPERANDAS:

Classe Total Quantidade Classe I Trabalhista R$ 19.549.134,64 2228 Classe II - Garantia Real R$ - - Classe III Quirografrios R$ 674.664.600,00 517 Classe IV PME R$ 7.900.390,00 83

R$19.549.135

R$674.664.600

R$7.900.390

Valores(R$)

ClasseI-Trabalhista ClasseII-Garan@aReal

ClasseIII-Quirografarios ClasseIV-PME

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2.2.1. Classe I Crditos Derivados da Legislao do Trabalho

Esto inclusos nesta classe, todos aqueles credores cujos crditos so derivados da

legislao do trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho, conforme estabelece o artigo 41, inciso I

da LRE.

2.2.2. Classe II Crditos com Garantia Real

So classificados nesta categoria todos aqueles credores detentores de crditos com garantia

real, conforme estabelece o artigo 1.419 da Lei 10.406/2002 (Cdigo Civil) c/c inciso II do artigo 41 da

LRE, sendo certo que o direito real do respectivo credor , necessariamente limitado ao valor do bem. Informe-se que at o momento de apresentao do presente PLANO no havia nenhum crdito

classificado como crdito com garantia real.

2.2.3. Classe III Crditos Quirografrios, com Privilgio Especial, com Privilgio Geral ou Subordinados

So classificados como quirografrios todos aqueles credores que no detenham garantia real

e enquadrem-se no que dispe o inciso III do artigo 41 da LRE.

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QtdCredores

ClasseI-Trabalhista ClasseII-Garan@aReal

ClasseIII-Quirografarios ClasseIV-PME

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2.2.4. Classe IV Crditos enquadrados como Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte

So credores inclusos na Classe IV, todos aqueles credores enquadrados como

Microempresa (ME) e/ou Empresa de Pequeno Porte (EPP), conforme estabelece o inciso IV do artigo

41 da LRE.

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3. DA RECUPERAO JUDICIAL E SEUS EFEITOS

Como de conhecimento geral, o instituto da Recuperao Judicial tem por objetivo

viabilizar a superao da crise econmico-financeira do devedor, a fim de permitir a manuteno da

fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a

preservao da empresa, sua funo social e o estmulo atividade econmica, nos moldes em que

preconiza o artigo 47 da Lei 11.101/2005.

Com efeito, em ordem de assegurar o necessrio flego s empresas em dificuldade, a lei de

regncia do instituto assegura, como efeito primrio, a imediata suspenso de todas as aes e

execues em face dos devedores, ex vi do disposto no 4o do artigo 6o da Lei 11.101/2005. o

denominado stay period.

No obstante, tomando por base a mesma premissa de assegurar necessrio flego empresas em dificuldade, outra decorrncia (ou efeito) do pedido de recuperao judicial est no

vencimento antecipado de todas aquelas dvidas existentes no dia do pedido, as quais sero

integralmente sujeitas aos efeitos da recuperao judicial, ainda que no estejam vencidas, gerando

uma suspenso da exigibilidade de tais crditos por parte de seus credores, obrigando a formulao de

um Plano de Recuperao Judicial, o qual, dentre outras condies e pressupostos (legais) dever

versar sobre a forma de satisfao desse passivo.

Tal fato implica que os dbitos, uma vez submetidos aos efeitos da recuperao judicial

venham a ser satisfeitos nica e exclusivamente por meio do Plano de Recuperao Judicial.

Por fim, ao final, em sendo o Plano de Recuperao Judicial aprovado, e na forma em

estabelece o caput do artigo 59 da Lei 11.101/2005 c/c artigo 360 da Lei 10.406/2002, aqueles crditos

submetidos ao Plano estaro novados, tornando-se o Plano de Recuperao, ao final do processo,

ttulo executivo judicial.

3.1. OBJETIVOS DA LEI N 11.101/2005

O principal objetivo da Recuperao Judicial a preservao da empresa, mantendo os

empregos dos trabalhadores, mantendo a atividade econmica, contribuindo para o desenvolvimento

do pas e adequando os interesses dos credores para regular continuidade do fornecimento.

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PLANO DE RECUPERAO JUDICIAL | GRUPO GATRON 29

Antes da entrada em vigor da atual Lei de Recuperao de Empresas (LRE), o remdio legal

aplicado para reestruturar empresas em crise era baseado na concordata, a qual se revelou, ao longo

do tempo, um instrumento engessado, com poucas alternativas, sem espao para tratativas entre devedor a seus credores, o que dificilmente possibilitava sociedade concordatria a efetiva

superao de suas dificuldades.

O tratamento oferecido s empresas em dificuldade econmico-financeiras pela Lei no

11.101/2005 completamente distinto daquele outrora vigente, uma vez que oferece mecanismos

muito mais flexveis para a busca de solues de mercado para a empresa em dificuldades.

Assim, o intuito da Recuperao Judicial, est baseado na reorganizao eficaz dos negcios

da(s) empresa(s) em dificuldades, o que representa, portanto, uma das principais formas de maximizao do valor dos ativos (na medida em que visa assegurar a preservao da atividade

econmica) e da proteo dos interesses dos credores.

Com efeito, dispe o artigo 47 da Lei no 11.101/2005, o conceito (ou objetivos) do instituto

recuperacional:

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PLANO DE RECUPERAO JUDICIAL | GRUPO GATRON 30

Art. 47. A recuperao judicial tem por objetivo viabilizar a superao da situao de crise econmico-financeira do devedor, a fim de permitir a manuteno da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservao da empresa, sua funo social e o estmulo atividade econmica.

Referido artigo denota exatamente o esprito da LRE, qual seja: oportunizar a superao das

dificuldades econmicas e financeiras das empresas devedoras, de modo a mant-la ativa, produzindo,

mantendo (e qui gerando) empregos, assegurando os interesses de seus credores e, ultima ratio,

estimulando a atividade econmica e o desenvolvimento do mercado. Com isso a Lei no 11.101/2005

disponibiliza um instrumento de maior abrangncia, flexibilidade, controle e transparncia entre as

partes envolvidas, razes estas inclusive que fazem da recuperao judicial um instituto muito mais econmico do que jurdico.

Sob a tica dos funcionrios, o objetivo a manuteno dos empregos e a criao de

condies efetivas para que os salrios e benefcios em atraso sejam devidamente ressarcidos. Para o

fisco, o sucesso na recuperao da empresa representa a continuidade de recolhimento de impostos, o

que, certamente no ocorre com a falncia.

Por sua vez, para os credores em geral (clientes, fornecedores, bancos, e outros), a superao da crise econmico-financeira das empresas em dificuldade aumenta as perspectivas de

recuperao dos crditos concedidos, a manuteno ou mesmo a realizao de novos negcios.

Sobre o tema, adverte com propriedade Waldo Fazzio Jnior1:

O devedor empresrio que, antes, podia, quando muito, comprometer-se com a dilao ou remisso dos seus dbitos, passa com a LRE a focalizar horizonte mais ambicioso, isto , recompor a regularidade das atividades de sua empresa, e ao mesmo tempo, satisfazer com mais eficcia o seu passivo. O devedor em recuperao muito mais que um promitente devedor. A empresa deixa de ser somente a garantia insuficiente dos credores, mas vista como uma unidade produtiva capaz de, mediante esquema recuperatrio adequado, no apenas resolver o passivo, mas tambm permanecer na ativa.

1 JNIOR, WALDO FAZZIO. Nova Lei de Falncia e Recuperao de Empresas. Editora Atlas. Edio 2005, p. 97/98.

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Assim, o GRUPO GATRON necessita, para sua revitalizao econmico-financeira, deste

incentivo legal e econmico o qual proporcionar a regular continuidade de suas atividades, de modo a possibilitar a realizao do pagamento (e satisfao) de seu passivo, alm de possibilitar a gerao de

inmeros empregos diretos e indiretos, sobretudo na regio sul e centro-oeste do pas.

3.2. DOS PRESSUPOSTOS DO ART. 53 DA LEI N 11.101/2005

Preconiza o artigo 53 da Lei 11.101/2005:

Art. 53. O plano de recuperao judicial ser apresentado pelo devedor em juzo no prazo improrrogvel de 60 (sessenta) dias da publicao da deciso que deferir o processamento da recuperao judicial, sob pena de convolao em falncia e dever conter: I discriminao pormenorizada dos meios de recuperao a ser empregados, conforme o art. 50 desta Lei, e seu resumo; II demonstrao da viabilidade econmica do devedor; III laudo econmico-financeiro e de avaliao dos bens e ativos do devedor, subscrito por profissional legalmente habilitado ou empresa especializada.

Nesse sentido, importante salientar que o presente PLANO atende todos os pressupostos

colacionados junto ao artigo 53 da LRE, de sorte que: (i) o item 3.3 abaixo apresenta pormenorizao dos meios de recuperao judicial serem adotados; (ii) a viabilidade econmica das COMPANHIAS est

demonstrada de forma cabal, tanto no presente PLANO, quanto no prprio Laudo de Viabilidade

Econmico-Financeira elaborado por empresa especializada e acostado ao Anexo I do presente PLANO

e; (iii) os laudos econmico-financeiros e de avaliao dos bens e ativos vo acostados ao presente

PLANO junto aos Anexos I e II, respectivamente, os quais desde logo ressalta-se so parte indissocivel

do presente PLANO.

Desse modo, esto integralmente cumpridos os pressupostos do artigo 53 da LRE, de sorte

que passa-se, portanto, pormenorizao dos meios de recuperao serem adotados pelas COMPANHIAS RECUPERANDAS.

3.3. DOS MEIOS DE RECUPERAO ART. 50 DA LEI N 11.101/2005

O artigo 50 da Lei no 11.101/2005 estabelece, de forma exemplificativa, alguns meios de

recuperao que podero ser adotados, qualquer tempo, in casu, pelas RECUPERANDAS.

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o que estabelece referido artigo:

Art. 50. Constituem meios de recuperao judicial, observada a legislao pertinente a cada caso, dentre outros: I concesso de prazos e condies especiais para pagamento das obrigaes vencidas e vincendas; II ciso, incorporao, fuso ou transformao de sociedade, constituio de subsidiria integral, ou cesso de cotas ou aes, respeitados os direitos dos scios, nos termos da legislao vigente; III alterao do controle societrio; IV substituio total ou parcial dos administradores do devedor ou modificao de seus rgos administrativos; V concesso aos credores de direito de eleio em separado de administradores e de poder de veto em relao s matrias que o plano especificar; VI aumento de capital social; VII trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive sociedade constituda pelos prprios empregados; VIII reduo salarial, compensao de horrios e reduo da jornada, mediante acordo ou conveno coletiva; IX dao em pagamento ou novao de dvidas do passivo, com ou sem constituio de garantia prpria ou de terceiro; X constituio de sociedade de credores; XI venda parcial dos bens; XII equalizao de encargos financeiros relativos a dbitos de qualquer natureza, tendo como termo inicial a data da distribuio do pedido de recuperao judicial, aplicando-se inclusive aos contratos de crdito rural, sem prejuzo do disposto em legislao especfica; XIII usufruto da empresa; XIV administrao compartilhada; XV emisso de valores mobilirios; XVI constituio de sociedade de propsito especfico para adjudicar, em pagamento dos crditos, os ativos do devedor. 1o Na alienao de bem objeto de garantia real, a supresso da garantia ou sua substituio somente sero admitidas mediante aprovao expressa do credor titular da respectiva garantia. 2o Nos crditos em moeda estrangeira, a variao cambial ser conservada como parmetro de indexao da correspondente obrigao e s poder ser afastada se o credor titular do respectivo crdito aprovar expressamente previso diversa no plano de recuperao judicial.

Preliminarmente, cumpre salientar que as RECUPERANDAS faro uso da modalidade (ou meio) de recuperao previsto junto aos incisos I e XII supra transcritos: a concesso de prazos e condies especiais para pagamento das obrigaes vencidas e vincendas e, a equalizao de encargos

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financeiros relativos dbitos de qualquer natureza, tendo como termo inicial a data da distribuio do pedido de recuperao judicial. Paralelamente renegociao de seu passivo, o GRUPO GATRON, com objetivo de reduzir sua estrutura financeira e potencializar resultados obtidos, declara que as seguintes estratgias e metodologias de trabalho voltadas superao da crise esto em andamento, com comprometimento de todo o seu staff, para frutos a curtssimo, curto e mdio prazos. So eles:

reestruturao da rea administrativa e financeira: as metodologias de controle e apurao de resultados vem sendo padronizadas e acompanhadas assiduamente pela Diretoria;

aumento das margens operacionais da empresa: alm do aumento das receitas, ocorrer uma otimizao nos custos e nas despesas operacionais e administrativas proporcionando assim uma melhora nas margens da empresa, tornando a operao rentvel e vivel com segurana e menos volatilidade;

reinvestimentos em sistemas de gesto e controle: para estabelecer uma sistemtica de acompanhamento dos resultados e um melhor controle na gesto do GRUPO GATRON, a empresa prev um reinvestimento na atualizao dos softwares de controle e gesto;

reduo da necessidade de capital de giro necessrio para a atividade, buscando principalmente a reduo do ciclo financeiro;

estudo aprofundado sobre a reorganizao societria DO GRUPO GATRON com o objetivo de minimizar impactos tributrios e maximizar resultados financeiros;

Aliados com a proposta de renegociao do passivo do GRUPO GATRON, as estratgias el