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Os Padrões de Desempenho são categorias definidas a partir de cortes numéricos que agrupam os níveis da Escala de Proficiência, com base nas metas educacionais estabelecidas pelo SAEGO. Esses cortes dão origem a quatro Padrões de Desempenho, os quais apresentam o perfil de desempenho dos estudantes: Abaixo do Básico Básico Proficiente Avançado Desta forma, estudantes que se encontram em um Padrão de Desempenho abaixo do esperado para sua etapa de escolaridade precisam ser foco de ações pedagógicas mais especializadas, de modo a garantir o desenvolvimento das habilidades necessárias ao sucesso escolar, evitando, assim, a repetência e a evasão. Por outro lado, estar no Padrão mais elevado indica o caminho para o êxito e a qualidade da aprendizagem dos estudantes. Contudo, é preciso salientar que mesmo os estudantes posicionados no Padrão mais elevado precisam de atenção, pois é necessário estimulá-los para que progridam cada vez mais. Além disso, as competências e habilidades agrupadas nos Padrões não esgotam tudo aquilo que os estudantes desenvolveram e são capazes de fazer, uma vez que as habilidades avaliadas são aquelas consideradas essenciais em cada etapa de escolarização e possíveis de serem avaliadas em um teste de múltipla escolha. Cabe aos docentes, através de instrumentos de observação e registros utilizados em sua prática cotidiana, identificarem outras características apresentadas por seus estudantes e que não são contempladas nos Padrões. Isso porque, a despeito dos traços comuns a estudantes que se encontram em um mesmo intervalo de proficiência, existem diferenças individuais que precisam ser consideradas para a reorientação da prática pedagógica. São apresentados, a seguir, exemplos de itens* característicos de cada Padrão. *O percentual de respostas em branco e nulas não foi contemplado na análise. Abaixo do Básico Básico Proficiente Avançado Padrões de Desempenho Estudantil

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Os Padrões de Desempenho são categorias definidas a partir de cortes numéricos que agrupam os níveis da Escala de Proficiência, com base nas metas educacionais estabelecidas pelo SAEGO. Esses cortes dão origem a quatro Padrões de Desempenho, os quais apresentam o perfil de desempenho dos estudantes:

 Abaixo do Básico

 Básico

 Proficiente

 Avançado

Desta forma, estudantes que se encontram em um Padrão de Desempenho abaixo do esperado para sua etapa de escolaridade precisam ser foco de ações pedagógicas mais especializadas, de modo a garantir o desenvolvimento das habilidades necessárias ao sucesso escolar, evitando, assim, a repetência e a evasão.

Por outro lado, estar no Padrão mais elevado indica o caminho para o êxito e a qualidade da aprendizagem dos estudantes. Contudo, é preciso salientar que mesmo os estudantes posicionados no Padrão mais elevado precisam de atenção, pois é necessário estimulá-los para que progridam cada vez mais.

Além disso, as competências e

habilidades agrupadas nos Padrões

não esgotam tudo aquilo que os

estudantes desenvolveram e são

capazes de fazer, uma vez que as

habilidades avaliadas são aquelas

consideradas essenciais em cada

etapa de escolarização e possíveis

de serem avaliadas em um teste

de múltipla escolha. Cabe aos

docentes, através de instrumentos

de observação e registros

utilizados em sua prática cotidiana,

identificarem outras características

apresentadas por seus estudantes

e que não são contempladas nos

Padrões. Isso porque, a despeito

dos traços comuns a estudantes

que se encontram em um mesmo

intervalo de proficiência, existem

diferenças individuais que

precisam ser consideradas para a

reorientação da prática pedagógica.

São apresentados, a seguir, exemplos de itens* característicos de cada Padrão.

*O percentual de respostas em branco e nulasnão foi contemplado na análise.

Abaixo do Básico Básico Proficiente Avançado

Padrões de Desempenho Estudantil

Neste Padrão de Desempenho, os estudantes se limitam a realizar operações básicas de leitura, interagindo apenas com textos do cotidiano, de estrutura simples e de temáticas que lhes são familiares.

Eles localizam informações explícitas; realizam inferências de informações, de efeito de sentido de palavra ou expressão, de efeito do emprego de pontuação e de efeitos de humor. Além disso, identificam a finalidade desses textos.

Quanto aos textos de estrutura narrativa, identificam personagem, cenário e tempo.

Na apropriação de elementos que estruturam o texto, manifestam-se operações de retomada de informações por meio de pronomes pessoais retos, por substituição lexical. Além disso, reconhecem relações lógico-discursivas, marcadas no texto por advérbios e locuções adverbiais e por marcadores de causa e consequência.

No campo da variação linguística, reconhecem expressões representativas da linguagem coloquial.

Considerando as habilidades descritas, constata-se que esses estudantes, após nove anos de escolaridade apresentam lacunas no processo de desenvolvimento da competência leitora.

até 200 pontos

Abaixo do Básico

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

Língua Portuguesa - 9º ano do Ensino Fundamental | SAEGO 2013

Leia o texto abaixo.

5

10

15

20

25

A mentira

João chegou em casa cansado e disse para sua mulher, Maria, que queria tomar um banho, jantar e ir direto para a cama. Maria lembrou a João que naquela noite eles tinham fi cado de jantar na casa de Pedro e Luíza. João deu um tapa na testa [...] e declarou que, de maneira nenhuma, não iria jantar na casa de ninguém. Maria disse que o jantar estava marcado há uma semana e seria uma falta de consideração com Pedro e Luíza, que afi nal eram seus amigos, deixar de ir. João reafi rmou que não ia. Encarregou Maria de telefonar para Luíza e dar uma desculpa qualquer. Que marcassem o jantar para a noite seguinte. Maria telefonou para Luíza e disse que João chegara em casa muito abatido, até com um pouco de febre, e que ela achava melhor não tirá-lo de casa aquela noite. Luíza disse que era uma pena, que tinha preparado uma Blanquette de Veau que era uma beleza, mas que tudo bem. Importante é a saúde e é bom não facilitar. Marcaram o jantar para a noite seguinte, se João estivesse melhor. João tomou banho, jantou e foi se deitar. Maria fi cou na sala vendo televisão. Ali pelas nove bateram na porta. Do quarto, João, que ainda não dormira, deu um gemido. Maria, que já estava de camisola, entrou no quarto para pegar seu robe de chambre. João sugeriu que ela não abrisse a porta. Naquela hora só podia ser um chato. Ele teria que sair da cama. Que deixasse bater. Maria concordou. Não abriu a porta.

Meia hora depois, tocou o telefone, acordando João. Maria atendeu. Era Luíza querendo saber o que tinha acontecido.

– Por quê? – perguntou Maria.– Nós estivemos aí há pouco, batemos, batemos, e ninguém atendeu.– Vocês estiveram aqui?– Para saber como estava o João. O Pedro disse que andou sentindo a mesma coisa há

alguns dias e queria dar umas dicas. O que houve?– Nem te conto – contou Maria, pensando rapidamente. – O João deu uma piorada.

Tentei chamar um médico e não consegui. Tivemos que ir a um hospital.– O quê? Então é grave. [...]

VERÍSSIMO. Luis Fernando. Festa de criança. São Paulo: Ática, 2000, p. 77. Fragmento. (P070094C2_SUP)

(P070097C2) No trecho “– Nós estivemos aí há pouco,...” (ℓ. 20), a palavra destacada retomaA) casa.B) hospital.C) quarto.D) sala.

Este item avalia a habilidade de os estudantes estabelecerem relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para sua continuidade.

A referenciação constitui uma atividade discursiva na qual os estudantes devem interagir com o material linguístico, realizando as retomadas necessárias para, assim, manter a coesão textual e garantir a coerência entre todas as partes do texto que, nesse caso, trata-se de uma crônica estabelecida por um tom de humor, narrada em terceira pessoa e cujo gênero e tipologia são familiares aos estudantes desta etapa de escolarização.

Nesse sentido, a referenciação pronominal, marcada pelo pronome demonstrativo “aí” presente no trecho da narrativa destacado pelo comando do item, é o ponto aferido nesse item. Para recuperar o sentido desse

82A B C D

82,6% 6,4% 8,3% 1,5%

82,6% de acerto

40 SAEGO 2013 | Revista Pedagógica

pronome, os estudantes deveriam, inicialmente, perceber a ideia de lugar por ele expressa e reler o contexto maior em que a frase se insere a fim de manter o nexo, já que o referente encontra-se distante do pronome, percebendo, assim, que o pronome “aí” presente na fala da personagem Luíza refere-se à casa dos personagens Maria e João. Os estudantes que marcaram a alternativa A – o gabarito – conseguiram estabelecer a relação anáforica do pronome emdestaque, identificando corretamente o termo “casa” como seu referente, demonstrando, dessa forma, que já desenvolveram a habilidade avaliada pelo item.

Os estudantes que escolheram a alternativa B retomaram equivocadamente o sentido da palavra destacada no comando, já que apontaram um termo citado posteriormente ao conectivo “aí”, não percebendo seu caráter anafórico, possivelmente por terem considerado apenas o último termo que dá ideia de lugar, na ordem de aparecimento no texto.

A escolha da alternativa C revela que os estudantes reconheceram a relação de retomada de um termo antecedente promovida pelo pronome “aí”, já que apontaram uma palavra anterior ao pronome, mas que, nesse contexto, não constitui o sentido adequado para a sentença destacada no comando. Podem, ainda, ter escolhido o lugar onde o marido estava ao escutar o diálogo da esposa, destacado no comando desse item.

De forma semelhante aos que marcaram a alternativa C, aqueles estudantes que optaram pela alternativa D também perceberam que o pronome “aí” retomaria um termo anterior com ideia de lugar, porém apontaram o local da casa em que a mulher se encontrava quando os amigos bateram na porta, e não o termo retomado pelo pronome demonstrativo.

Língua Portuguesa - 9º ano do Ensino Fundamental | SAEGO 2013

Leia o texto abaixo.

Menino Maluquinho. São Paulo: Globo, 2006, p. 9. (P090206B1_SUP)

(P090209B1) No trecho “... eu também quebrei um recorde lá na pista...”, a palavra destacada significa A) destruí.B) esmaguei.C) fraturei.D) ultrapassei.

Este item avalia a habilidade de inferir o sentido de uma palavra ou expressão e encontra-se no padrão de desempenho abaixo do básico.

77A B C D

14,6% 1,5% 5,4% 77%

77% de acerto

Os estudantes cujas médias de proficiência estão situadas neste Padrão de Desempenho ampliam suas habilidades de leitura, sendo capazes de interagir com textos de temática menos familiar e de estrutura um pouco mais complexa.

No que diz respeito à percepção de posicionamentos presentes no texto, esses estudantes conseguem distinguir fato de opinião.

Quanto à apropriação de elementos que estruturam o texto, manifestam-se operações de retomada de informações por meio de pronomes pessoais e indefinidos e por substituição lexical. Revelam-se também operações de reconhecimento de relações lógico-discursivas, marcadas por advérbios, locuções adverbiais e marcadores de causa e consequência.

No que diz respeito ao tratamento das informações globais, esses estudantes inferem o assunto de textos de temática do cotidiano.

Revelam a capacidade de selecionar informações do texto, distinguindo a principal das secundárias.

No campo da variação linguística, identificam interlocutores do texto por meio das marcas linguísticas.

Com relação às operações inferenciais, eles depreendem informações implícitas, o sentido de palavras ou expressões, o efeito do uso da pontuação e de situações que geram humor. Além disso, reconhecem o efeito de sentido de notações em um texto de linguagem mista.

Básico

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

de 200 a 250 pontos

Língua Portuguesa - 9º ano do Ensino Fundamental | SAEGO 2013

Leia os textos abaixo.

Texto 1

Água

Cerca de 71% do nosso planeta é coberto por água. A imensa maioria está nos oceanos, é salgada e não pode ser utilizada com facilidade. A água doce restante, que pode ser usada pelos seres vivos, é uma parte pequena e está ameaçada pela poluição e pelo desperdício.

A água tem direitos. A Organização das Nações Unidas (ONU) criou em 1992 um documento chamado Declaração Universal dos Direitos da Água. Ele mostra como esse líquido é importante para a vida no planeta.

Texto 2

Declaração Universal dos Direitos da Água

1 - A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade e cada cidadão são responsáveis por ela.2 - A água é a seiva de nosso planeta. Ela é condição essencial de vida de todo vegetal, animal ou ser humano. Sem ela não haveria atmosfera, clima, vegetação ou agricultura.3 - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos e frágeis. Por isso, a água deve ser manipulada com consciência, cuidado e economia. [...]

Disponível em: <http://recreionline.abril.com.br/fi que_dentro/ciencia/natureza/conteudo_49845.shtml>. Acesso em: 1 jun. 2010. Fragmento.

(P070039C2_SUP)

(P070039C2) Comparando-se esses textos, constata-se queA) os dois tratam dos direitos da água.B) os dois falam sobre como usar a água.C) o Texto 1 alerta sobre a poluição da água.D) o Texto 2 fala sobre a importância da água.

O item acima avalia a habilidade de os estudantes reconhecerem diferentes formas de interpretar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema. Para que essa tarefa se realize, é necessário realizar a leitura dos dois textos e, por meio de uma leitura comparada, identificar um ponto de aproximação entre eles.

Inicialmente, há um fragmento de reportagem comunicando sobre a Declaração Universal dos Direitos da Água, segundo a qual a ONU considera necessário tomar medidas que evitem o desperdício e a poluição dessa substância, o que recaiu na proposição de um dia de conscientização sobre a importância da água para a vida na Terra. O segundo texto demonstra a consolidação da ideia exposta no primeiro texto, qual seja, a “Declaração Universal dos Direitos da Água”, apresentando as características essenciais da água e sua importância para a manutenção da vida como argumento para postular leis que ampliem o direito de consumo da água, ao mesmo tempo em

59A B C D

59,5% 17,9% 6,5% 14,6%

59,5% de acerto

que exige de todos o cumprimento de certos deveres para com o consumo e o tratamento da água utilizada no planeta.

Nesse sentido, percebe-se que os estudantes que optaram pela alternativa A demonstraram ter desenvolvido a habilidade em questão, bem como ter feito uma leitura densa dos textos, que permitiu-lhes chegar à conclusão de que a informação comum aos dois textos é o fato de a água ter direitos, assim como todos os seres vivos, já que, em virtude das informações disponíveis, fica evidente a dependência de todos os seres vivos da água. Sendo assim, no mesmo momento em que o texto 1 divulga e reflete sobre os direitos da água, o texto 2 é uma reprodução de parte da declaração universal dos direitos desse recurso natural.

Os estudantes que marcaram a alternativa B podem ter fixado sua atenção no terceiro item do texto dois em que está previsto: “a água deve ser manipulada com consciência, cuidado e economia”. Contudo, essa informação não se configura como uma instrução de uso da água, tampouco se relaciona com as informações apresentadas no texto 1.

Da mesma forma, os estudantes que escolheram a alternativa C, provavelmente, levaram a referência do texto 1 à poluição, não como um adendo, mas sim como uma informação principal, responsável por dar ao texto um tom de alerta. Entretanto, desconsideraram a referência à Declaração Universal dos Direitos da Água, aspecto que aproxima ambos os textos.

A opção pela letra D pode sugerir a atribuição de um sentido geral, amplo à leitura do segundo texto, sem, de fato, identificar o cerne desse texto e que, por conseguinte, é a ligação com o texto 1.

Língua Portuguesa - 9º ano do Ensino Fundamental | SAEGO 2013

Leia os textos abaixo.

Texto 1 Texto 2

5

10

15

Paul Klee

Os olhos como barcos, entro escondidanum quadro do Klee.O céu é a rua,e o equilibrista,quase sem respirar,me ensina os segredos da vida.Sobretudo, ele me diz,é preciso saber conservaras pernas no are manter o olhar perdido;Carregar pedaços de luano pensamento e sonhar.

A vida é pura navegaçãoe saio do quadrocomo um pássaro invisível.

MURRAY, Roseana. Disponível em: <http://www.roseanamurray.com/poemas.asp>. Acesso em: 5

mar. 2011.

5

10

15

PAUL KLEE (Münchenbuchsee, 18 de dezembro de 1.879 – Muralto, 29 de junho de 1.940) foi um pintor e poeta suíço naturalizado alemão. O seu estilo, grandemente individual, foi infl uenciado por várias tendências artísticas diferentes, incluindo o Expressionismo, Cubismo e Surrealismo. Ele foi um estudante do orientalismo. Klee era um desenhista nato que realizou experimentos e, consequentemente, dominou a teoria das cores, sobre o que ele escreveu extensivamente. Suas obras refl etem seu humor seco e, às vezes, a sua perspectiva infantil, seus ânimos e suas crenças pessoais, e sua musicalidade. Ele e seu amigo, o pintor russo Wassily Kandinsky, também eram famosos por darem aulas na escola de arte e arquitetura Bauhaus.

Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Paul_Klee>. Acesso em: 5 mar. 2011. *Adaptado: Reforma Ortográfi ca.

(P090670EX_SUP)

(P090670EX) O ponto em comum entre esses dois textos é aA) estrutura textual.B) linguagem utilizada.C) referência a um artista.D) teoria das cores.

Este item avalia a habilidade de os estudantes reconhecerem diferentes formas de tratar uma informação quando dois textos que tratam do mesmo tema são comparados. Essa é uma habilidade bastante sofisticada, pois exige do leitor a capacidade de compreender o sentido global de dois textos para, em seguida, confrontar as informações presentes em cada um deles e, então, reconhecer o que há de comum entre eles.

Nesse item, foram utilizados como suporte dois textos de gêneros e tipologias diferentes. O primeiro é um poema de Roseana Murray e o segundo é um verbete enciclopédico sobre o pintor e poeta PaulKlee. Para a resolução do item, os estudantes deveriam estabelecer relações intertextuais, construindo critérios para a comparação entre os textos, ou seja, focando nas semelhanças, que poderiam estar no nível estrutural, linguístico ou temático para, então, identificar o que há em comum entre eles. Nesse sentido, é possível perceber que,

63A B C D

13,5% 14,8% 63,3% 6,7%

63,3% de acerto

apesar das abordagens dos textos serem completamente diferentes, ambos fazem referência a Paul Klee. No primeiro, de forma subjetiva, o eu lírico entra em um dos quadros do artista, enquanto que, nosegundo, há o objetivo de expor sua vida e obra. Assim, os estudantes que conseguiram construir esse percurso intertextual concluiriam que ambos os textos fazem referência a esse artista, escolhendo como resposta a alternativa C – o gabarito – e sugerindo que já desenvolveram essa habilidade, fundamental para a caracterização de um leitor proficiente.

Os estudantes que marcaram a opção D podem não ter estabelecido uma relação comparativa entre os textos, focando apenas no segundo texto, no qual há referência à teoria das cores dominada por Paul Klee, cuja menção não consta no primeiro texto. Portanto, esses estudantes revelam ainda dificuldades para realizar a leitura comparativa de textos.

Já os estudantes que optaram pelas alternativas A ou B, possivelmente, não estabeleceram como critério de comparação as semelhanças entre os textos, uma vez que essas alternativas expressam pontos que os diferenciam. A estrutura textual é uma diferença marcante entre os gêneros em questão, sendo, inclusive, visualmente identificáveis, já que o primeiro é escrito em versos e o segundo, em prosa. Da mesma forma, a linguagem empregada em cada texto é coerente com seu objetivo comunicativo, sendo que, no primeiro, a linguagem é marcadamente subjetiva e, no segundo, a formalidade e o distanciamento são características que se destacam, principalmente, devido ao tipo de linguagem empregada nesse gênero. Dessa forma, esses estudantes também demonstram não terem desenvolvido a habilidade avaliada.

Língua Portuguesa - 9º ano do Ensino Fundamental | SAEGO 2013

Leia o texto abaixo.Brincadeira de roda de Carlos

Alfa amava Beto que amava Carlaque amava Dado que amava Éricaque amava Fábio que amava Gildaque amava Hélio que beliscava Idaque voltava pro José que lembravaque Lídia que sorria pro Mário queamava Nair que odiava [...]Quim que perturbava sem fi m Renataque olhava Sérgio que atirava bolinhana Tina que xingava Udi que amavaVera que amava Xito que amavaZefa que não amava ninguém.

Terminou o ano e todo mundo foi pracasa, menos Zefa que foi direto tomarsorvete com Kelvin Wilson Ynssetoque não tinha entrado no alfabeto.

NICOLA, José de. Alfabetário. São Paulo: Moderna. (P090064PE_SUP)

(P090064PE) Nesse texto, houve um fi nal aparentemente feliz para um casal, porque elesA) amaram as outras personagens.B) assistiram sempre às aulas.C) conseguiram entrar no alfabeto.D) foram tomar sorvete juntos.

63A B C D

11,3% 5% 18,5% 63,9%

63,9% de acertoO item acima avalia a habilidade de os estudantes reconhecerem relações de causa e consequência ocorridas na construção de um texto. Como suporte para o item, é apresentado um poema que, apesar de ter suas informações justapostas – o que dificultaria uma percepção linear desse tipo de relação investigada – imprime ritmo à leitura, podendo favorecer sua compreensão.

Já no comando do item, nota-se que a estratégia de investigação é o uso de um comando que se complementa nas alternativas e queextrai um breve momento do poema para ali reconhecer a relação de causa e consequência estabelecida implicitamente no final do poema.

Os estudantes que marcaram a alternativa A demonstraram ter feito uma leitura superficial do texto, visto que se prenderam apenas à ideia das várias relações amorosas expostas no poema, sem levar em conta a proposta do comando de analisar o final “aparentemente feliz”.

Já os estudantes que optaram pela alternativa B se equivocaram porque, possivelmente, realizaram uma inferência a partir da ideia de um contexto escolar sugerido pelo poema, reforçado pelo verso “Terminou o ano e todo mundo foi pra casa”. Entretanto, essa ideia

não se configura como a causa da felicidade do casal.

Aqueles que assinalaram a alternativa C realizaram uma inferência a partir do uso de nomes cujas iniciais são dispostas em ordem, em comparação as letras que até então não participavam do alfabeto (“K”, “W” e “Y”), mas desconsideraram a questão levantada pelo item, qual seja, a relação de causa e consequência encontrada no final do poema.

Contudo, os estudantes que escolheram a alternativa D (o gabarito) demonstraram ter desenvolvido a habilidade investigada, porque conseguiram unir a sugestão do comando de um “final aparentemente feliz para um casal” – nesse caso, Zefa e Kelvin Wilson Ynsseto – ao fato de eles terem ido, ao final da história, tomar sorvete.

Leia o texto abaixo.

5

10

O verde que aqueceAlgas deverão colonizar fachadas de edifícios e fornecer energia elétrica

Normalmente, elas não são bem-vindas em casas ou edifícios, porque, onde as algas proliferam, o material de construção sofre danos. No entanto, elas são muito efi cientes para utilizar a luz solar, a umidade e o dióxido de carbono para o seu próprio crescimento.

Agora, arquitetos alemães querem aproveitar esse potencial e empregar algas como fornecedoras de energia em um moderno prédio de apartamentos. [...]

As algas devem formar biomassa em elementos de celuloide transparente na fachada do edifício para posteriormente serem bombeadas por canalizações até o porão. Ali, uma miniusina elétrica doméstica gerará gás metano a partir da matéria aquosa. Esse gás volátil, rico em energia, tem uma qualidade semelhante ao gás natural e pode ser queimado para gerar aquecimento ambiente, bem como energia elétrica. Nesse processo, a queima libera na atmosfera apenas a quantidade de CO2 que as algas usaram anteriormente para o seu crescimento. Portanto, a usina alimentada pelos micro-organismos opera de modoclimaticamente neutro.[...]

Geo. n. 21. Escala. p. 18. Fragmento. (P090931ES_SUP)

(P090933ES) Qual é o tema desse texto?A) Algas aquecedoras.B) Celuloide transparente.C) Proliferação das algas.D) Queima do gás volátil.

Este item avalia a habilidade de o estudante reconhecer o assunto de um texto. Para tanto, será preciso ler o texto como um todo e relacionar suas diferentes informações para, então, construir seu sentido global e chegar à identificação do tema. Nesse caso, o suporte do item é uma reportagem, cujo título não aponta explicitamente para o assunto. No entanto, o subtítulo faz referência ao tema tratado,o que pode facilitar a identificação do gabarito. Nesse sentido, osestudantes que se atentaram para as pistas fornecidas pelo título e pelo subtítulo e fizeram a leitura global do texto, possivelmente,

58A B C D

58% 7,2% 25% 8,4%

58% de acerto

Língua Portuguesa - 9º ano do Ensino Fundamental | SAEGO 2013

Leia os textos abaixo.

Texto 1

5

10

Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

Em 2009, as mudanças previstas pelo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa firmado no Brasil em 1990 e aprovado pelo Congresso Nacional em 1995 entram em vigor em todo o país. Essas modificações têm como objetivo padronizar alguns pontos discordantes, como o emprego do hífen, algumas regras de acentuação e a queda de consoantes mudas. A transição da norma ortográfica atual para a nova será feita durante os três anos seguintes à vigência dos termos do acordo.

O Ministério da Educação, juntamente com os Ministérios da Cultura e das Relações Exteriores, irão fixar orientações para que a sociedade se adapte a essas alterações. Para isso, está aberta uma consulta pública para que os interessados encaminhem dúvidas ou sugestões que poderão ser incorporadas ao decreto que irá regulamentar este processo de transição.

O envio de sugestões pode ser realizado até o dia 1º de setembro, pelo endereço eletrônico [email protected].

Texto 2

Grafia padronizada

O Acordo Ortográfico assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990 é considerado um marco de unificação entre os países de Língua Portuguesa como Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste, Brasil e Portugal. Foi assinado, inicialmente, pelos sete países que tinham o português como idioma oficial. O Timor-Leste ainda não era nação independente.

Em razão das diferenças entre as grafias desses países é grande a dificuldade na difusão da língua. Dessa forma, a intenção do acordo é facilitar o processo de intercâmbio cultural e científico entre as nações e ampliar a divulgação do idioma e da literatura em Língua Portuguesa.

Disponível em: <http://www.cultura.gov.br/site/2008/08/13/acordo-ortografico-da-lingua-portuguesa>. Acesso em: 23 mar. 2010. (P090434EX_SUP)

(P090502EX) Esses textos têm como fi nalidadeA) alertar.B) divertir.C) informar.D) instruir.

Este item é representativo do padrão de desempenho básico e avalia a habilidade de identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros. 71

A B C D15,3% 3,3% 71,9% 8,3%

71,9% de acerto

optaram pela alternativa A, o gabarito, revelando-se leitores maduros que já desenvolveram uma das habilidades fundamentais de leitura.

Aqueles que escolheram as alternativas B e D sugerem não ter desenvolvido, ainda, essa habilidade de leitura, visto que elegeram como assunto do texto informações pontuais presentes no mesmo, mas que não configuram o assunto em

sentido amplo. Do mesmo modo, a alternativa C, apesar de conter a palavra “alga”, que é a temática central do texto, não pode ser considerada o assunto do texto, pois as algas não são tratadas sob o ponto de vista de sua proliferação. A escolha por essa alternativa também revela que esses estudantes apresentam dificuldades na identificação da temática de textos.

Neste Padrão de Desempenho, encontram-se habilidades mais complexas, que exigem dos estudantes uma maior autonomia de leitura em face das atividades cognitivas que lhes são exigidas e dos textos com os quais irão interagir. Esses estudantes interagem com textos expositivos e argumentativos com temáticas conhecidas, sendo capazes de identificar informações parafraseadas e distinguir a informação principal das secundárias.

Eles demonstram conhecimento acerca das relações estabelecidas por conjunções, preposições, pronomes e advérbios, que constroem um texto coeso e coerente, e geram os efeitos de sentido pretendidos pelo autor. Além disso, esses estudantes recuperam informações em textos por meio de referência pronominal (além dos pronomes pessoais e dos indefinidos, acrescentem-se os pronomes demonstrativos e os possessivos). Recuperam, ainda, informações referenciais baseadas na omissão de uma palavra, de um sintagma ou de uma frase.

Quanto à variação linguística, os estudantes identificam expressões próprias de linguagem técnica e científica.

No que se refere à intertextualidade, fazem a leitura comparativa de textos que tratam do mesmo tema, revelando um avanço no tratamento das informações presentes no texto.

O processo inferencial que esses estudantes manifestam é realizado por meio do reconhecimento do tema do texto; do sentido de expressões complexas; do efeito de sentido decorrente do uso de notações em textos que conjugam mais de uma linguagem; do efeito de sentido decorrente do uso de recursos morfossintáticos. Observa-se, assim, uma ampliação das operações inferenciais realizadas pelos estudantes que apresentam um desempenho que os posiciona neste Padrão.

Com relação à leitura global de textos, eles conseguem identificar a tese e os argumentos que a sustentam; reconhecem a função social de textos fabulares e de outros com temática científica, identificando, ainda, sua finalidade.

Portanto, percebe-se que os estudantes que se localizam neste Padrão de Desempenho já desenvolveram habilidades próprias de um leitor autônomo.

Proficiente

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

de 250 a 300 pontos

Língua Portuguesa - 9º ano do Ensino Fundamental | SAEGO 2013

Leia o texto abaixo.

Tradução simultânea

Sou professor de inglês em Taiwan e tenho uma colaboradora chinesa que traduz quando os alunos não entendem o que digo. No início de cada semestre, conto piadas para que os calouros se sintam à vontade. Para saber se entendiam bem, perguntei à minha colaboradora se traduzia palavra por palavra, ou apenas o sentido geral.

– Bem, na verdade, não entendo suas piadas – respondeu ela –, então peço aos alunos que riam.CROOK, Steven. Taiwan. Seleções Reader’s Digest. Ago. 2010. p. 42. (P070131C2_SUP)

(P070133C2) Esse texto tem o objetivo deA) divertir o leitor.B) divulgar um fato.C) explicar palavras.D) fazer uma demonstração.

Este item avalia a habilidade de os estudantes identificarem a finalidade de textos de diferentes gêneros, o que é uma habilidade fundamental, pois possibilita aos estudantes dominar os diferentes propósitos comunicativos dos diversos gêneros textuais presentes nas esferas sociais de interação.

Nesse caso, especificamente, busca-se avaliar se os estudantes conseguem perceber qual é o objetivo enunciativo de uma anedota de curta extensão, texto que circula na comunidade escolar e cuja função específica é entreter ou fazer rir.

Para realizar essa tarefa, os estudantes precisam analisar a estrutura do texto e perceber o humor presente na anedota. Pautados nessas informações, podem concluir qual é o objetivo do texto e chegar ao gabarito.

Os estudantes que assinalaram a alternativa A conseguiram avaliar todos os elementos constitutivos do texto (estrutura, linguagem, tipologia textual, referência bibliográfica), principalmente, o traço de humor exposto no fim, reconhecendo, dessa forma, que o objetivo comunicativo pretendido é divertir o leitor.

Os estudantes que marcaram a alternativa B desconsideraram o caráter humorístico do texto, equivocando-se ao considerar somente o seu meio de veiculação (uma revista de variedades) como pista para o objetivo comunicativo do texto.

A escolha da alternativa C, assim como a da alternativa D, revela que os estudantes consideraram aspectos pontuais do texto, como a colaboração da chinesa na tradução de palavras, e o fato de o professor contar piadas para deixar os alunos à vontade, desconsiderando as demais características do texto, o que demonstra que ainda não desenvolveram a habilidade avaliada.

55A B C D

55,9% 21,8% 11,6% 9,4%

55,9% de acerto

Leia o texto abaixo.

Tradução simultânea

Sou professor de inglês em Taiwan e tenho uma colaboradora chinesa que traduz quando os alunos não entendem o que digo. No início de cada semestre, conto piadas para que os calouros se sintam à vontade. Para saber se entendiam bem, perguntei à minha colaboradora se traduzia palavra por palavra, ou apenas o sentido geral.

– Bem, na verdade, não entendo suas piadas – respondeu ela –, então peço aos alunos que riam.CROOK, Steven. Taiwan. Seleções Reader’s Digest. Ago. 2010. p. 42. (P070131C2_SUP)

(P070132C2) No trecho “No início de cada semestre, conto piadas para que os calouros se sintam à vontade.”, a expressão destacada indica circunstância deA) afirmação.B) intensidade.C) lugar.D) tempo.

Este item aloca-se no padrão de desempenho proficiente e avalia a habilidade de estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc.

� A B C D

31,7% 11,2% 5,1% 50,5%

50,5% de acerto

Leia o texto abaixo.

Disponível em: <http://www.elcabron.net/wp-content/uploads/2008/06/calvinharodotira16.gif>. Acesso em: 27 maio 2011. (P080310C2_SUP)

(P080310C2) De acordo com esse texto, o meninoA) detestou a nova colega da turma.B) está com medo de andar de carrinho.C) ficou nervoso com as perguntas do tigre.D) ignora as informações do tigre. �

A B C D18,8% 20,1% 53,5% 6,1%

53,5% de acerto

Este item é um exemplo do padrão de desempenho proficiente e avalia a habilidade de interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso, tais como propagandas, quadrinhos, fotos etc.

Língua Portuguesa - 9º ano do Ensino Fundamental | SAEGO 2013

A análise das habilidades encontradas neste Padrão permite afirmar que os estudantes que nele se encontram são capazes de interagir com textos de tema e vocabulário complexos e não familiares.

Esses estudantes reconhecem os efeitos de sentido do uso de recursos morfossintáticos diversos, de notações, de repetições, de escolha lexical, em gêneros de várias naturezas e temáticas, ou seja, demonstram maior conhecimento linguístico associado aos aspectos discursivos dos textos.

Eles realizam operações de retomada com alta complexidade, como as realizadas por meio de pronomes demonstrativos e indefinidos, retos, incluindo também elipses.

São capazes de analisar, com maior profundidade, uma ampla gama de textos argumentativos, narrativos, expositivos, instrucionais e de relato, observando diversas categorias ainda não atingidas anteriormente, tanto no interior do texto quanto na comparação entre eles. Na comparação, inferem diferentes posicionamentos em relação ao mesmo assunto em textos de tipologias diferentes.

Analisam gêneros textuais híbridos, considerando as condições de produção e os efeitos de sentido pretendidos.

Em textos literários complexos, inferem o significado da metáfora e o efeito de sentido pretendido com seu uso.

Assim, os estudantes cujas proficiências estão acima de 300 pontos na Escala podem ser considerados leitores proficientes, ou seja, são leitores que conseguem selecionar informações, levantar hipóteses, realizar inferências, autorregular sua leitura, corrigindo sua trajetória de interpretação quando suas hipóteses não são confirmadas pelo texto.

Avançado

acima de 300 pontos

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

Leia o texto abaixo.

5

10

15

20

O Carvalho e o Caniço

– Bem podes te queixar da Natureza,disse o Carvalho ao tímido Caniço.– Ela, em vez de te dar a fortalezade um carvalho, te fez assim, magriço.Até mesmo um pardal, que nada pesa,te faz curvar a espinha, facilmente.Já eu, de fronte erguida e com nobreza,enfrento furacão galhardamente!

– Por teres tão bondoso coraçãosentes pena de mim – disse o Caniço.Mas não precisa de tal preocupação,uma vez que, mostrando-me submisso,enfrento com vantagem o furacão:vergo e não quebro. Tu, enquanto isso,corres o risco de quebrar.

E entãoum vento forte passou a soprar,tudo arrastando no seu turbilhão.O Caniço vergou-se sem quebrar.Já o Carvalho, sem poder vergar,foi arrancado e desabou no chão.

Às vezes ter bom jogo de cinturaé mais vantajoso que musculatura.

La Fontaine. Fábulas. Trad. Ferreira Gullar. Rio de Janeiro: Revan, 1999. (P090554C2_SUP)

(P090557C2) A linguagem usada nesse texto é A) científica.B) informal.C) padrão.D) técnica.

Este item avalia a habilidade de identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto. Espera-se que, nesta etapa escolar, os estudantes já sejam capazes de reconhecer a língua como um fenômeno dinâmico, que apresenta diferentes variações em função de diversos fatores, tais como: situação comunicativa, interlocutor, contexto social, região geográfica etc. Dessa forma, para a resolução deste item, eles devem reconhecer elementos textuais que demonstrem à variante linguística predominante no poema usado como suporte.

Os estudantes que assinalaram o gabarito, alternativa C, compreenderam que o poema apresenta uma linguagem representativa da variante padrão, a partir do reconhecimento de algumas marcas linguísticas que caracterizam esse tipo de linguagem,

41A B C D

12% 32% 41,7% 13,2%

41,7% de acerto

Língua Portuguesa - 9º ano do Ensino Fundamental | SAEGO 2013

como, por exemplo, a utilização do verbo na segunda pessoa do singular (“podes”) e de ênclise (“mostrando-me”).

A opção pelas alternativas A ou D justifica-se, provavelmente, pelo fato de o texto tratar de elementos da natureza, o que pode tê-los levado a associar a ideia de que o poema apresentaria termos relativos a esse assunto, ou seja, uma linguagem científica ou técnica.

Já aqueles que escolheram a alternativa B podem ter se guiado pela última estrofe do poema, em que há uma expressão coloquial (“jogo de cintura”). No entanto, esses estudantes deveriam analisar a linguagem predominante na macroestrutura textual.

Leia o texto abaixo.

5

10

Contando estrelas

A canadense Kathryn estava em casa mexendo num programa de computação (uma espécie de observatório amador do céu) quando, de repente, viu uma luzinha piscando. O programa indicava que a menina havia descoberto uma nova estrela. Ponto para ela!

E ponto para a Astronomia, pois aquele não era apenas um joguinho de computador. Era um programa utilizado por astrônomos amadores, como o pai da menina.

Assim, Kathryn se tornou a mais jovem descobridora de uma Supernova, que é uma estrela que brilha intensamente ao explodir, até perder a luminosidade. A Sociedade Real de Astronomia do Canadá registrou a descoberta. Kathryn não pôde dar palpite e a sua Supernova acabou ganhando o nome sem graça de 2.010lt. “Não gostei do nome, mas não tem muito jeito, é assim que funciona”, diz a garota.

Ela vai continuar vendo estrelas nos acampamentos com o pai. Lá, ela pode dar aos astros o apelido que bem entender.

Folhinha. Sábado, 12 fev. 2011. p. 2. (P070364C2_SUP)

(P070369C2) No trecho “... aquele não era apenas um joguinho de computador.” (ℓ. 4), o uso do diminutivo na palavra destacada quer mostrarA) tamanho.B) descaso.C) carinho.D) alegria.

Neste item, investiga-se a capacidade de os estudantes reconhecerem o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficose/ou morfossintáticos. Para isso, foi utilizado como suporte uma reportagem veiculada em um caderno de jornal voltado ao público adolescente. Assim, a linguagem utilizada mostra-se acessível aos estudantes, despertando interesse também para o assunto do texto.

45A B C D

26% 45,3% 15% 12,3%

45,3% de acerto

O comando do item requer que o aluno compreenda o uso do diminutivo na palavra destacada. Para tanto, deve levar em consideração que o sufixo inho no português, canonicamente, associado à ideia de tamanho, pode apresentar outros sentidos, de acordo com o contexto. Dessa forma, para a resolução do item é necessário que os educandos, em posse desse conhecimento, leiam o texto e apreendam o sentido evocado pelo diminutivo no fragmentoem destaque.

Os estudantes que escolheram a alternativa A não desenvolveram a habilidade aferida, já que associaram o sufixo à ideia de tamanho. Esses estudantes demonstram não ter compreendido que o diminutivo em nossa língua é polissêmico, podendo expressar diversos outros sentidos que extrapolam o de tamanho.

A escolha dos distratores C e D sugere que os estudantes detêm conhecimento acerca dos vários sentidos que podem ser associados ao sufixo inho, levando-os a assinalar alternativas que apresentam possíveis sentidos para essa terminação, mas que não estão de acordo com o fragmento apresentado.

Por outro lado, a escolha pela alternativa B, o gabarito, revela que os estudantes compreenderam que, nesse contexto, o sufixo expressa uma noção pejorativa, de desconsideração para com o jogo de computador. Demonstraram, ainda, desenvoltura na busca de sentidos mais profundos para os recursos morfossintáticos.

Língua Portuguesa - 9º ano do Ensino Fundamental | SAEGO 2013

Leia o texto abaixo.

5

10

Saltos, piruetas e palavras revelam histórias de balés clássicos em livro

Por que será que os balés clássicos encantam crianças e adultos há centenas de anos? Uma das possíveis respostas está no livro “Outros Contos do Balé”, de Inês Bogéa. [...]

Este é o terceiro livro que ela escreve para crianças e jovens – os outros são “Contos do Balé” (2.007) e “O Livro da Dança” (2.002).

Desta vez, Bogéa conta a história de cinco balés clássicos: “A Sílfide”, “O Corsário”, “La Bayadère”, “O Quebra-Nozes” e “O Pássaro de Fogo”.

São contos que reúnem magia, romance e aventura, ao lado de figurinos, músicas e cenários deslumbrantes. Isso tudo ajuda a explicar o fato de a dança clássica encantar as pessoas ao longo dos tempos.

No livro, a autora também reúne um pequeno glossário com alguns passos e posições do balé, além de apresentar as profissões envolvidas na criação de um espetáculo e ainda um breve perfil das principais companhias de dança do mundo.

Entre saltos e piruetas, você passeia por mais de 70 imagens enquanto conhece histórias que se tornaram verdadeiras joias do mundo da dança.

Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folhinha/1116243-saltos-piruetas-e-palavras-revelam-historias-de-bales-classicos-em-livro.shtml>.

Acesso em: 11 jul. 2012. Fragmento. (P090017E4_SUP)

(P090018E4) Qual é o assunto desse texto?A) A influência do balé clássico entre crianças e adultos.B) As profissões envolvidas nos espetáculos de balé.C) O lançamento do livro sobre balé clássico.D) Os diversos passos e posições do balé.

Este item também ilustra o padrão de desempenho avançado e avalia a habilidade de identificar o tema de um texto.

35A B C D

48,3% 7,8% 35,6% 6,9%

35,6% de acerto

Leia os textos abaixo.

Texto 1

5

10

Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

Em 2009, as mudanças previstas pelo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa firmado no Brasil em 1990 e aprovado pelo Congresso Nacional em 1995 entram em vigor em todo o país. Essas modificações têm como objetivo padronizar alguns pontos discordantes, como o emprego do hífen, algumas regras de acentuação e a queda de consoantes mudas. A transição da norma ortográfica atual para a nova será feita durante os três anos seguintes à vigência dos termos do acordo.

O Ministério da Educação, juntamente com os Ministérios da Cultura e das Relações Exteriores, irão fixar orientações para que a sociedade se adapte a essas alterações. Para isso, está aberta uma consulta pública para que os interessados encaminhem dúvidas ou sugestões que poderão ser incorporadas ao decreto que irá regulamentar este processo de transição.

O envio de sugestões pode ser realizado até o dia 1º de setembro, pelo endereço eletrônico [email protected].

Texto 2

Grafia padronizada

O Acordo Ortográfico assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990 é considerado um marco de unificação entre os países de Língua Portuguesa como Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste, Brasil e Portugal. Foi assinado, inicialmente, pelos sete países que tinham o português como idioma oficial. O Timor-Leste ainda não era nação independente.

Em razão das diferenças entre as grafias desses países é grande a dificuldade na difusão da língua. Dessa forma, a intenção do acordo é facilitar o processo de intercâmbio cultural e científico entre as nações e ampliar a divulgação do idioma e da literatura em Língua Portuguesa.

Disponível em: <http://www.cultura.gov.br/site/2008/08/13/acordo-ortografico-da-lingua-portuguesa>. Acesso em: 23 mar. 2010. (P090434EX_SUP)

(P090434EX) A respeito do Acordo Ortográfi co da Língua Portuguesa, esses dois textos apresentam informaçõesA) complementares.B) confusas.C) divergentes.D) semelhantes.

Neste item, que está alocado no padrão de desempenho avançado, investiga-se a capacidade de reconhecer posições distintas entre duas ou mais opiniões relativas ao mesmo fato ou ao mesmo tema. 45

A B C D45% 9,6% 14,2% 29,8%

45% de acerto

Língua Portuguesa - 9º ano do Ensino Fundamental | SAEGO 2013

Leia o texto abaixo.

5

10

15

20

A origem das Revespécies

Você já deve ter quebrado muito a cabeça pra responder àquela velha pergunta sobre o ovo e a galinha... Ora, convenhamos, desde que os cientistas anunciaram o parentescoentre a dita-cuja e os dinossauros, não é preciso nenhum Charles Darwin para matar essa charada...

Por um capricho da natureza, ficou decidido que os dinossauros pulariam de grandalhões para a categoria peso- pena, passariam a acordar com as galinhas e seriam bichos muito bons de bico. Daí, foi só uma tiranossauro botar um ovo com um pintinho dentro para dar início à era das galináceas no planeta. Pronto: o ovo veio primeiro.

E já que estamos falando sobre as transformações no reino animal, é bom lembrar que a evolução não é privilégio apenas das cocoriquentas. Tempos depois de um cavalo amarelo-malhado ter tomado chá de trepadeira e ficado com as folhas entaladas na garganta, transformou-se numa girafa. Quando um camundongo gigante cansou de levar seus filhos a tiracolo e amarrou uma bolsa na barriga, virou um canguru. Já a gelatina que teve a sorte de ser resgatada do Mar Morto por um salva-vidas, ah, virou uma água-viva!

E os reveses nas espécies não param por aí. Tem exemplos de revespécie pra dar e vender: Veja só:

Quem já era devagar quase parando virou preguiça.Quem tinha samba no pé, virou cuíca.

Quem era bicho-papão ficou barrigudo.Quem era cheio de pneuzinhos, borrachudo. [...]

CAMARGO, Maria Amália. Nova Escola. Edição especial. p. 13. Fragmento. (P070195C2_SUP)

(P070195C2) No título desse texto, ao empregar a palavra “Revespécie”, a autora pretendeuA) chamar a atenção do leitor.B) explicar o sentido da palavra.C) mostrar a formação de uma palavra.D) ressaltar a mutação dos animais.

Neste item, cujo padrão de desempenho é o avançado, tem-se como objetivo avaliar a habilidade de reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra ou expressão. 38

A B C D 29,7%21,1% 9,8% 38%

38% de acerto

Leia o texto abaixo.

5

10

15

Autoapresentação

Sou poeta João,cheio de medos e pesadelose medos e coragem.

Tenho os olhos abertos, espertosPara olhar o céu, o mar, a montanhae todas as cores que a vida tem.Tanto me tocam as cores da naturezacomo os olhos da garota.

Tenho os ouvidos atentospara a música, os ruídos todose a sonoridade dos sorrisose dos nomes de mulher

Com os íntimos eu escrevendo,sou falante, elétrico, como um grilo.Quando enfrento o desconhecido,sou caracol encolhido em minha casca-casa

20

25

30

Sou alegre e sou triste.Sou poeta em projeto.Acho que o poeta é um cara de pauque se joga todo sem redes,sem máscaras e sem óculos escuros.É um ser que bota fogo no geloe espera um incêndio amazônico.Por isso vivo e me preparo...Como só tenho quinze anos,estou ainda atiçando chispas.Se uma chamazinha explodir,se um verde minúsculo brotardo azul do meu poema,se o diálogo quebrar a indiferença,valeu.

JOSÉ, Elias. Cantigas de adolescer. 16. Ed. São Paulo: Atual, 2003. P. 44-45.

(P090216C2_SUP)

(P090219C2) No trecho “Se uma chamazinha explodir,” (v. 27), o uso do diminutivo na palavra destacada expressaA) afeto.B) desprezo.C) ironia.D) tamanho.

Este item representa o padrão de desempenho avançado e avalia a habilidade de reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos. 12

A B C D 26% 45,3% 15% 12,3%

12,3% de acerto

Língua Portuguesa - 9º ano do Ensino Fundamental | SAEGO 2013