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ANEXO PERGUNTAS AO CONSELHO Pergunta nº 23 de Alain Krivine (H-0173/03) Objecto: Voo fretado franco-alemão Na segunda-feira, 3 de Março de 2003, a França e a Alemanha expulsaram colectivamente 54 nacionais do Senegal e da Costa do Marfim utilizando um voo fretado da companhia Euralair Horizons. A bordo do avião fretado pelos Governos francês e alemão encontravam-se 30 nacionais da Costa do Marfim e 23 nacionais do Senegal, não admitidos no território francês ou cujo pedido de asilo político em França não tinha sido objecto de seguimento, depois de terem permanecido retidos na zona de espera de Roissy, acompanhados de um Senegalês, chegado por estrada da Alemanha, país de onde tinha sido expulso. Considera o Conselho que se respeitou o artigo 4° do protocolo n° 4 da Convenção Europeia dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais e o 1° parágrafo do artigo 19° da Carta dos Direitos Fundamentais, ratificada na Cimeira de Nice? Considera o Conselho que se respeitou o 2° parágrafo do mesmo artigo 19° da Carta dos Direitos Fundamentais no que respeita aos nacionais da Costa do Marfim, reenviados para a um país onde se regista actualmente uma situação de conflito? Considera também que se respeitaram os procedimentos de pedido de asilo garantido pela Convenção de Genebra, de 28 de Julho de 1951, e o Protocolo de 31 de Janeiro de 1967, relativos ao estatuto dos refugiados? Que medidas tenciona adoptar o Conselho para que se respeitem os Tratados, nomeadamente as disposições relativas ao direito de asilo e à protecção em caso de afastamento, expulsão e extradição? IDENTICA À H-0174/03 À COMISSÃO Resposta (FR) O Conselho não dispõe de informações sobre as decisões tomadas pelos Estados-Membros relativas ao afastamento do seu território de cidadãos de Estados terceiros em situação irregular. O simples facto de essas pessoas serem afastadas utilizando aviões fretados não permite concluir que se trata de expulsões colectivas decididas sem que tenha sido tomada uma decisão individual relativamente a cada uma delas. No que respeita à aplicação das regras em matéria de asilo, imigração e afastamento já estabelecidas no direito comunitário, compete à Comissão apreciar a conformidade com essas regras das medidas tomadas pelos Estados-Membros nessa matéria. *** Pergunta nº 24 de José Ignacio Salafranca Sánchez-Neyra (H-0175/03) Objecto: Supressão do sistema de preferências pautais generalizadas aplicadas a alguns sectores da América Central e da Comunidade Andina mediante o mecanismo de graduação Considera o Conselho que a supressão da aplicação das preferências pautais (através da adopção, por parte da CE, de uma proposta (COM/2003/0045 final) de regulamento do Conselho que aplica o artigo 12º do Regulamento (CE) 2501/2001 1 ao sector das plantas vivas, flores, legumes e frutas comestíveis da Colômbia mediante a aplicação do mecanismo de 1 JO L 346 de 31.12.2001, p. 1.

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Page 1: P5 CRE 2003 04-10ANN ANN00 DEF PT 193 file6 10/04/2003 graduação) ajudará um país que regista cerca de 26 milhões de pobres, 30.000 mortes violentas por ano e 10 sequestros por

ANEXO

PERGUNTAS AO CONSELHO

Pergunta nº 23 de Alain Krivine (H-0173/03) Objecto: Voo fretado franco-alemão Na segunda-feira, 3 de Março de 2003, a França e a Alemanha expulsaram colectivamente 54 nacionais do Senegal e da Costa do Marfim utilizando um voo fretado da companhia Euralair Horizons. A bordo do avião fretado pelos Governos francês e alemão encontravam-se 30 nacionais da Costa do Marfim e 23 nacionais do Senegal, não admitidos no território francês ou cujo pedido de asilo político em França não tinha sido objecto de seguimento, depois de terem permanecido retidos na zona de espera de Roissy, acompanhados de um Senegalês, chegado por estrada da Alemanha, país de onde tinha sido expulso. Considera o Conselho que se respeitou o artigo 4° do protocolo n° 4 da Convenção Europeia dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais e o 1° parágrafo do artigo 19° da Carta dos Direitos Fundamentais, ratificada na Cimeira de Nice? Considera o Conselho que se respeitou o 2° parágrafo do mesmo artigo 19° da Carta dos Direitos Fundamentais no que respeita aos nacionais da Costa do Marfim, reenviados para a um país onde se regista actualmente uma situação de conflito? Considera também que se respeitaram os procedimentos de pedido de asilo garantido pela Convenção de Genebra, de 28 de Julho de 1951, e o Protocolo de 31 de Janeiro de 1967, relativos ao estatuto dos refugiados? Que medidas tenciona adoptar o Conselho para que se respeitem os Tratados, nomeadamente as disposições relativas ao direito de asilo e à protecção em caso de afastamento, expulsão e extradição? IDENTICA À H-0174/03 À COMISSÃO

Resposta (FR) O Conselho não dispõe de informações sobre as decisões tomadas pelos Estados-Membros relativas ao afastamento do seu território de cidadãos de Estados terceiros em situação irregular. O simples facto de essas pessoas serem afastadas utilizando aviões fretados não permite concluir que se trata de expulsões colectivas decididas sem que tenha sido tomada uma decisão individual relativamente a cada uma delas. No que respeita à aplicação das regras em matéria de asilo, imigração e afastamento já estabelecidas no direito comunitário, compete à Comissão apreciar a conformidade com essas regras das medidas tomadas pelos Estados-Membros nessa matéria.

***

Pergunta nº 24 de José Ignacio Salafranca Sánchez-Neyra (H-0175/03) Objecto: Supressão do sistema de preferências pautais generalizadas aplicadas a alguns sectores da América Central e da Comunidade Andina mediante o mecanismo de graduação Considera o Conselho que a supressão da aplicação das preferências pautais (através da adopção, por parte da CE, de uma proposta (COM/2003/0045 final) de regulamento do Conselho que aplica o artigo 12º do Regulamento (CE) 2501/20011 ao sector das plantas vivas, flores, legumes e frutas comestíveis da Colômbia mediante a aplicação do mecanismo de

1 JO L 346 de 31.12.2001, p. 1.

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graduação) ajudará um país que regista cerca de 26 milhões de pobres, 30.000 mortes violentas por ano e 10 sequestros por dia, na sua luta contra a produção e o tráfico de drogas? Não considera o Conselho que a medida pode pôr em risco os frágeis progressos económicos, sociais e ambientais realizados pela Costa Rica num sector de actividade concentrado em regiões desfavorecidas do país, muito sensíveis às catástrofes naturais, e que fornece sobretudo emprego a mulheres que são chefes de família e a imigrantes provenientes da Nicarágua? Não considera o Conselho que a aplicação do mecanismo de graduação aos beneficiários do “SPG-droga” pode desvirtuar os objectivos que levaram à criação do mecanismo comercial que foi, sem dúvida, o mais bem sucedido de quantos foram adoptados pela UE relativamente aos países em desenvolvimento e que é vital para os países andinos e centro-americanos numa altura em que estes atravessam uma situação de crise regional? Considera o Conselho que a situação nestes países vai melhorar durante os meses em que a entrada em vigor do regulamento foi adiada? Não considera o Conselho que tal pode constituir um factor de desânimo para estes países agora que a Cimeira de Madrid abriu um horizonte de comércio livre para a América Central e a Comunidade Andina? Que reacções manifestaram os países beneficiários?

Resposta (EL) No dia 13 de Fevereiro de 2003, o Conselho recebeu da Comissão a proposta de Regulamento do Conselho à qual o senhor deputado faz referência e deu início à apreciação da mesma. É sua intenção tomar uma decisão antes do dia 14 de Maio, de acordo com o calendário fixado pelo processo do comité de regulamentação. A graduação sectorial é uma característica do sistema de preferências pautais generalizadas da União Europeia e tem por objectivo atribuir as preferências a países que não tenham capacidade para enfrentar a concorrência internacional sem um acesso preferencial aos mercados. Em 2001, o Conselho decidiu que, por uma questão de princípio, a graduação sectorial também deveria ser aplicada às disposições especiais de luta contra a produção e o tráfico de drogas, uma vez que já é aplicada ao SPG em geral. A UE continua empenhada em respeitar os compromissos que assumiu durante a Cimeira UE-América Latina e Caraíbas relativamente a um eventual futuro acordo, inclusive um Acordo de Comércio Livre. A UE foi informada sobre a posição de alguns países latino-americanos a respeito da proposta de aplicação do mecanismo de graduação no âmbito do SPG.

***

Pergunta nº 25 de Patricia McKenna (H-0181/03) Objecto: Espionagem dos EUA nas Nações Unidas Segundo informações recentes dos meios de comunicação, os EUA terão efectuado uma operação de vigilância agressiva no Conselho de Segurança das Nações Unidas durante a recente crise a propósito do Iraque. O Conselho aceita a validade das citadas informações? Em caso afirmativo, que medidas se propõe o Conselho adoptar com o objectivo de admoestar os EUA por tal acção? Tem o Conselho conhecimento de quaisquer tentativas de espionagem, por parte dos EUA, dirigidas contra Estados-Membros da UE? Que medidas se propõe o Conselho adoptar para garantir o carácter privado das comunicações dos Estados-Membros?

Resposta

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(EN) No que respeita à pergunta feita pela senhora deputada relativamente a notícias vindas a público na imprensa acerca da alegada espionagem dos EUA nas Nações Unidas, não é política do Conselho comentar as notícias publicadas nos órgãos de comunicação social.

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Pergunta nº 26 de Claude Moraes (H-0195/03) Objecto: Propostas relativas ao tratamento de pedidos de asilo Poderá o Conselho dar a conhecer a sua apreciação das eventuais propostas actualmente existentes relativamente ao tratamento de pedidos de asilo para os Estados-Membros da União Europeia apresentados pelos requerentes em países não-comunitários ou em centros de trânsito?

Resposta (EN) Na sua reunião de Bruxelas dos dias 20 e 21 de Março de 2003, o Conselho Europeu tomou nota de uma carta do Primeiro-Ministro do Reino Unido relativa a novas abordagens do tratamento de pedidos de asilo e de protecção. Essa carta continha determinadas ideias que visavam uma melhor gestão global do processo de concessão de asilo através da melhoria da gestão regional e dos centros de tratamento de trânsito. O Conselho Europeu convidou a Comissão a explorar melhor estas ideias, em especial juntamente com o ACNUR, e a apresentar um relatório, por intermédio do Conselho, à reunião do Conselho Europeu de Junho de 2003.

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Pergunta nº 27 de Hans-Peter Martin (H-0198/03) Objecto: Transparência relativamente à utilização dada ao dinheiro dos impostos Qual a opinião do actual Presidente do Conselho sobre a prática seguida pelas duas Câmaras do Congresso americano de publicar detalhadamente, de três em três meses, todas as despesas feitas por um deputado com dinheiro dos impostos colocado à sua disposição? O Conselho ponderou na possibilidade de se adoptar uma prática semelhante no Parlamento Europeu? Não partilha o Conselho o argumento segundo o qual, não obstante tal prática implique um certo ónus administrativo, susceptível, aliás de ser contido, a transparência em democracia representa um bem extremamente valioso?

Resposta (EL) O Conselho não tem competência para tomar posição sobre as práticas seguidas pelas duas câmaras do Congresso Americano. Nessa medida e no que se refere ao ponto de vista específico da pergunta do senhor deputado, o Conselho nunca examinou a questão sob esse prisma.

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Pergunta nº 28 de Rodi Kratsa-Tsagaropoulou (H-0204/03) Objecto: A guerra no Iraque e a Turquia

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Alguns Estados-Membros da União Europeia manifestaram recentemente a sua inquietação face ao envio de tropas turcas par o Norte do Iraque (Holanda), ao passo que outros (Bélgica, Alemanha), através dos respectivos Ministros dos Negócios Estrangeiros, Louis Michel e Joschka Fischer, sustentaram o princípio segundo o qual um tal envio terá por consequência a revisão de todas as posições a que os Quinze até hoje chegaram no tocante à evolução do processo de adesão da Turquia à União. Dispõe o Conselho de informações sobre as intenções das autoridades turcas e que política tenciona prosseguir contra esta eventualidade, que complicará extraordinariamente a crise na região? Partilha o Conselho dos pontos de vista e inquietações dos Estados-Membros supramencionados? Tenciona tomar iniciativas e medidas concretas tendo em vista a adopção de uma posição comum dos Quinze face a uma eventual política turca deste tipo?

Resposta (EL) Na sua reunião realizada em Bruxelas nos dias 20 e 21 de Março, o Conselho Europeu adoptou conclusões nas quais convida todos os países da região a absterem-se de realizar acções susceptíveis de aumentar a instabilidade no contexto mais geral da guerra do Iraque. Essas conclusões foram subscritas pela Turquia e por todos os outros Estados em vias de adesão e candidatos. Com este convite, o Conselho Europeu deixou claro que a UE espera que a Turquia dê provas de contenção. Ao mesmo tempo, o Conselho Europeu manifestou-se disposto a ajudar aqueles países que enfrentam problemas e riscos em consequência do conflito, incluindo eventuais vagas de refugiados. A Turquia mostrou estar consciente dos riscos decorrentes do envio de tropas, que considera justificado, a fim de salvaguardar os seus interesses, inter alia, face a um afluxo em massa de refugiados; parece agora que a Turquia, sobretudo depois das consultas que teve recentemente com os Estados Unidos, está empenhada em abster-se de avançar para acções desse tipo. A verdade é que até este momento não se registou nenhum movimento visível de refugiados. A UE segue com especialmente atenção o evoluir da situação e mantém-se em estreito contacto com as autoridades turcas relativamente a esta questão. A UE quer acreditar que a Turquia enfrentará as suas preocupações recorrendo a outros meios que não a intervenção militar. Além disso, a UE, através da Presidência e da Comissão, mantém-se em contacto com as autoridades turcas com vista à coordenação da ajuda humanitária necessária ao Iraque através da Turquia.

***

Pergunta nº 29 de Ioannis Patakis (H-0206/03) Objecto: Desprezo provocador dos EUA pelas convenções sobre armas químicas e biológicas As armas químicas e biológicas constituem uma ameaça terrível para a Humanidade. Os Estados Unidos da América, o maior produtor e detentor destas armas de destruição maciça, recusaram-se a assinar em 2001, em Genebra, a convenção que proíbe a fabricação, o armazenamento e a utilização de armas químicas. Neste preciso momento, os EUA estão a conduzir uma guerra criminosa e bárbara contra o Iraque que está a causar milhares de vítimas, com o pretexto de que este país possuiria armas químicas e biológicas. Qual a posição do Conselho face a esta provocação e que medidas pretende tomar para que os EUA assumam a sua responsabilidade por esta atitude criminosa e para que sejam obrigados a respeitar o Direito internacional, o qual persistem em violar de forma descarada, com as consequências incalculáveis daí decorrentes para a Humanidade e os povos?

Resposta (EL) Em Fevereiro, o Conselho Europeu manifestou de maneira inequívoca a sua preocupação relativamente à situação no Iraque e às armas de destruição maciça. Instou as autoridades iraquianas a cooperarem cabal e activamente com a ONU. O Conselho lamenta que, no final, não tenha sido possível resolver a situação pela via pacífica. A posição da União em relação ao conflito armado no Iraque está claramente definida na declaração do Conselho Europeu de 20 de Março. Nessa ocasião, a União decidiu intensificar os seus esforços com vista à formulação de uma política multilateral abrangente, coerente e eficaz da comunidade internacional a fim de prevenir a proliferação das armas de destruição maciça. Quanto ao conflito no Iraque, o Conselho Europeu manifestou esperanças de que o mesmo acabe com o mínimo possível de perdas em vidas humanas e de sofrimento. O senhor deputado tem certamente conhecimento de que o Conselho não tomou uma posição sobre a questão da legitimidade da guerra no Iraque.

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A prioridade imediata deve ser o bem-estar de toda a população iraquiana. Foi por isso que o Conselho apoiou o relançamento do programa da ONU "Petróleo por Alimentos", a fim de permitir a continuação do fornecimento da ajuda humanitária e médica através desse programa. O Conselho acolheu com especial entusiasmo a adopção por unanimidade, na reunião do Conselho de Segurança do dia 28 de Março, de uma resolução que aponta nesse sentido. Cerca de 60% da população iraquiana está dependente do programa "Petróleo por Alimentos" e por isso é importante que a sua interrupção não se prolongue por muito tempo. Quanto ao papel da ONU em geral, o Conselho continua a acreditar firmemente que as Nações Unidas devem desempenhar um papel central durante e após o conflito, e que o sistema da ONU dispõe de uma capacidade ímpar para coordenar a prestação de assistência aos Estados que acabaram de sair de um conflito.

***

Pergunta nº 30 de Efstratios Korakas (H-0207/03) Objecto: Violação flagrante e descarada dos direitos fundamentais dos detidos pelas autoridades dos EUA Desde finais de 2001 que estão detidas sem julgamento na base americana de Guantanamo seiscentas pessoas por suspeitas de pertencerem à rede terrorista Al-Qaeda. Em 12 de Março último, o Supremo Tribunal dos Estados Unidos da América determinou que os "presumíveis terroristas" não podem invocar nenhum dos direitos garantidos pela legislação americana, visto tratarem-se de cidadãos estrangeiros que se encontram fora do território americano. O Tribunal considerou ainda que os detidos também não podem pedir a sua libertação argumentando uma eventual violação da Constituição ou de qualquer outro tão ou de qualquer outro tratado, dado que não podem recorrer aos tribunais. O Conselho pretende tomar iniciativas a nível internacional e a inscrever este assunto na ordem do dia do Diálogo Euro-Atlântico, de forma a pôr cobro a esta violação flagrante e descarada dos direitos fundamentais dos detidos cometida pelos EUA, violação esta denunciada pelas associações humanitárias e as organizações internacionais, uma vez que, a pretexto de combater o terrorismo, a administração americana arroga-se o direito de encarcerar cidadãos estrangeiros fora de qualquer quadro jurídico, sem lhes comunicar as acusações de que são alvo e sem lhes dar quaisquer garantias judiciais?

Resposta (EL) A União continua fortemente empenhada no combate ao terrorismo. Como o Conselho afirmou com toda a clareza numa série de ocasiões em 2001 e 2002, o combate ao terrorismo tem de respeitar os direitos humanos e o Estado de direito. O Conselho não dispõe de informações suficientes que lhe permitam determinar qual é estatuto das pessoas detidas em Guantanamo pelos Estados Unidos. Todavia, o Conselho pensa que, mesmo havendo dúvidas quanto ao seu estatuto, elas não podem ser privadas dos seus direitos humanos. De igual modo, não deverá haver qualquer tipo de discriminação com base na nacionalidade, religião ou origem. Os Estados Unidos têm a responsabilidade de assegurar que esses direitos sejam respeitados. O Conselho vai continuar a utilizar as diferentes reuniões que tem com os Estados Unidos, no âmbito da Nova Agenda Transatlântica, para exprimir as suas preocupações e instar os Estados Unidos a agirem em conformidade.

***

Pergunta nº 31 de John Walls Cushnahan (H-0212/03) Objecto: Política externa e de segurança comum Consta que alguns Estados-Membros recusaram a concessão de um visto ao presiente de Taiwan, sob o pretexto de que actuam em conformidade com uma posição comum. Justifica-se tal decisão, tendo em conta o facto de não ter sido adoptada pelos Estados-Membros uma posição comum tanto no que respeita à crise do Iraque como também à lamentável decisão do Presidente Chirac de convidar o presidente Mugabe a assistir a uma Conferência dos Chefes de Estado africanos que terá lugar em Fevereiro de 2003, em Paris?

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Resposta (EN) Tanto quanto o Conselho sabe, nenhum Estado-Membro da UE recusou recentemente a concessão de um visto de entrada no seu território ao Primeiro-Ministro de Taiwan nem foi feito recentemente qualquer pedido nesse sentido por parte de Taiwan. A questão da concessão ou não concessão de um visto a qualquer indivíduo ou personalidade política específica continua a ser da exclusiva competência dos Estados-Membros, a menos que haja uma posição comum da PESC que determine a proibição da concessão de vistos em todo o território da UE como parte de um conjunto de sanções dirigidas contra o regime em causa. Não existe neste momento nenhuma posição comum da PESC que inclua uma proibição de concessão de vistos a Taiwan. No que diz respeito à presença do Presidente Mugabe na Cimeira entre a França e a África, o Conselho já informou o Parlamento Europeu de que foi notificado pela França da intenção daquele país de conceder um visto ao Presidente Mugabe para assistir à referida Cimeira, em conformidade com o procedimento definido na Posição Comum 2002/145/PESC e de que o COREPER, reunido a 14 de Fevereiro de 2003, tinha registado a não existência de obstáculos a essa participação.

***

PERGUNTAS À COMISSÃO

Pergunta nº 43 de Claude Moraes (H-0193/03) Objecto: Progressos nos domínios abrangidos pelas conclusões do Conselho Europeu de Sevilha relativas à imigração ilegal, aos controlos nas fronteiras externas e à proposta polícia de fronteiras europeia Que progressos realizou a Comissão e com que dificuldades se confrontou no que se refere às conclusões do Conselho Europeu de Sevilha relativas à imigração ilegal, aos controlos nas fronteiras externas e à proposta de criação de uma polícia de fronteiras europeia?

Resposta (EN) De acordo com as conclusões do Conselho Europeu de Sevilha e na sequência do Roteiro estabelecido pelo Conselho, a Comissão, o Conselho e os Estados-Membros levaram à prática ou estão a levar à prática as acções previstas. No que diz respeito à execução das iniciativas atribuídas à Comissão, esta deseja informar o senhor deputado de que as mesmas foram concretizadas ou se encontram em curso. Ficarão concluídas dentro dos prazos previstos pelo roteiro estabelecido pelo Conselho “Justiça e Assuntos Internos”, na sequência do Plano traçado pelo Conselho a 28 de Fevereiro para combater a imigração ilegal e o tráfico de seres humanos na União e do Plano traçado pelo Conselho a 13 de Junho de 2002 para a gestão das fronteiras externas dos Estados-Membros da União. Por exemplo, a revisão da lista de países terceiros cujos nacionais estão sujeitos à obrigação de visto ou isentos dessa obrigação foi efectuada por meio do Regulamento rectificativo (CE) nº 453/2003 do Conselho, adoptado pelo Conselho a 6 de Março de 20032. Também o estudo de viabilidade sobre um sistema comum de identificação para os dados respeitantes aos vistos encontra-se quase concluído e o relatório em breve ficará pronto. Quanto à viabilidade da criação de um Corpo Europeu de Guardas de Fronteira, trata-se de uma questão política muito sensível. A Comissão prevê a possível criação de um organismo desse tipo como objectivo último de um processo dinâmico que visa o desenvolvimento gradual de uma gestão integrada das fronteiras externas. 2 JO L 69 de 13.03.2003

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O Plano do Conselho, adoptado a 13 de Junho de 2002, manteve esta abordagem e estruturou-a, apresentando uma série de medidas e de acções a concretizar de acordo com um calendário apertado. O Conselho colocou no fim de um longo processo “uma possível decisão relativa à criação de um Corpo Europeu de Guardas de Fronteira, composto por equipas mistas de guardas de diferentes Estados-Membros e tendo por única função a prestação de apoio aos serviços nacionais”. O desenvolvimento de operações e projectos conjuntos levados a efeito pelos Estados-Membros constituiria um progresso indispensável com vista a uma gestão integrada. Só depois destas experiências e de uma avaliação aprofundada do seu impacto é que se poderá considerar a possibilidade de dar um passo de tamanha importância. A Comissão partilha deste ponto de vista e está confiante no impacto positivo das numerosas actividades comuns, como sejam projectos-piloto e operações conjuntas, que os Estados-Membros vão levar a cabo com o objectivo de desenvolverem práticas comuns nas fronteiras externas e de adoptarem um modelo comum para a análise do risco e um programa de base para a formação dos guardas de fronteira. O Conselho Europeu de Tessalónica de Junho de 2003 vai analisar diversos relatórios no domínio da imigração e da gestão das fronteiras externas, fornecendo à Comissão a sua avaliação dessas experiências. A Comissão não tem dúvidas de que os seus esforços de edificação de uma política integrada comum para a gestão das fronteiras externas receberão o apoio político necessário.

***

Pergunta nº 44 de Michl Ebner (H-0194/03) Objecto: Discriminação - Convenção Em resposta à minha pergunta escrita E-0159/03, a Comissão afirma apoiar, no quadro da actividade da Convenção, a integração do princípio da não-discriminação na futura Constituição da União. Apoia, além disso, a inserção da Carta dos Direitos Fundamentais no texto da Constituição, o que conferiria um estatuto constitucional ao artigo 21° daquele diploma. A Comissão refere ainda partilhar da minha opinião quanto à necessidade de ter em consideração, nas suas iniciativas, a prevenção e o combate à discriminação em razão da língua ou da pertença a uma minoria nacional, bem como os outros casos referidos no artigo 21° da Carta. Poderá a Comissão Europeia comunicar se já empreendeu algumas iniciativas a este respeito no quadro da Convenção? Não serão tais "pequenos" temas esquecidos no ardor do debate dos "grandes" temas? Em que medida é tido em consideração este assunto no âmbito da elaboração dos primeiros projectos dos artigos da futura Constituição? Solicita-se à Comissão Europeia, se possível a um membro da Comissão Europeia na Convenção, que se pronuncie circunstanciadamente sobre esta matéria.

Resposta (FR) Em primeiro lugar, recorde-se que a Comissão não possui o direito de iniciativa no seio da Convenção, ao contrário do que acontece relativamente à legislação comunitária. Participa no debate com dois membros da Convenção, os Senhores Comissários Barnier e Vitorino, e dois suplentes. Esta representação numericamente fraca deve ser comparada com a do Parlamento, que possui 16 membros na Convenção. É, no entanto, verdade que tanto a Comissão como o Parlamento possuem dois representantes no seio do Presidium da Convenção - que inclui 12 membros - donde emanam os primeiros projectos de artigos. No que respeita ao assunto que preocupa o senhor deputado, a Comissão já deu a conhecer a sua opinião na resposta à pergunta oral E-0159/03. A Comissão não considera de forma nenhuma que a questão das discriminações seja secundária. A Comissão:

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- apoia a inserção da Carta dos Direitos Fundamentais na Constituição, o que conferirá à Carta um carácter juridicamente vinculativo que poderá ser invocado directamente pelos cidadãos; ora, o artigo 21º da Carta proíbe todo o tipo de discriminações, citando expressamente as discriminações em razão de língua ou de pertença a uma minoria; - apoia também a inclusão de uma disposição suplementar que proíba de uma forma geral as discriminações, independentemente das discriminações em razão de nacionalidade. A inserção desta disposição na Constituição constitui um primeiro passo para criar uma base jurídica que permita à União lutar contra as discriminações, uma vez que se reconheceu que a inserção da Carta na Constituição nem por isso cria novas competências para a União. Estas opiniões foram expressas tanto no seio do Presidium como na sessão plenária dedicada aos primeiros artigos da Constituição, a 27 de Fevereiro, pelo Senhor Comissário Barnier. Com efeito, nessa sessão plenária, o Senhor Comissário Barnier apoiou a inserção total da Carta na Constituição que abrange todas as discriminações. Além disso, sugeriu que a Constituição incluísse uma disposição específica que proibisse todo o tipo de discriminações.

***

Pergunta nº 45 de Joachim Wuermeling (H-0202/03) Objecto: Regras comunitárias aplicáveis à imigração para os mercados de trabalho nacionais Num artigo publicado no jornal alemão "Süddeutsche Zeitung", de 20.03.03, é citada uma declaração do Comissário António Vitorino sobre a política de imigração: não há nenhuma proposta da Comissão que obrigue os Estados-Membros a autorizarem a entrada no seu território a nem mais um só imigrante. É verdade que as propostas relativas ao estatuto dos requerentes de asilo e ao afluxo maciço de refugiados prevêem o direito dos imigrantes de acesso ao mercado de trabalho? É verdade que a directiva relativa ao acesso ao mercado de trabalho por parte de independentes nacionais de países terceiros prevê que os imigrantes que preenchem as condições estabelecidas na directiva tenham direito a uma autorização de trabalho? Até que ponto é que as declarações do Comissão António Vitorino são conciliáveis com as propostas supracitadas? Apoia a Comissão que se clarifique, no futuro Tratado Constitucional, que a decisão quanto ao número e ao tipo de imigrantes para o mercado de trabalho deve ser da competência dos Estados-Membros?

Resposta (EN) A declaração publicada na imprensa que é citada pelo senhor deputado tem a ver com o debate sobre a proposta da Comissão de uma directiva do Conselho relativa às condições de entrada e de residência de nacionais de países terceiros para efeitos de trabalho assalariado e de exercício de uma actividade económica independente3. Quando o Parlamento debateu o relatório da senhora deputada Cusi sobre esta proposta4, a 11 de Fevereiro de 2003, a Comissão deixou claro que não é sua intenção decidir por meio de uma directiva o número de imigrantes que as economias e as sociedades da União Europeia estão preparadas para absorver. A proposta de directiva deixa essa decisão ao cuidado dos Estados-Membros; só eles, juntamente com as respectivas sociedades civis e autoridades locais, é que sabem qual a capacidade de integração das suas sociedades. O artigo 26º desta proposta reconhece explicitamente este facto e dá aos Estados-Membros a opção de adoptarem medidas horizontais (ou seja, limites máximos nacionais, suspensão temporária da emissão de autorizações de residência) que limitem a admissão de trabalhadores de países terceiros, caso os Estados-Membros o considerem necessário, tendo em conta a capacidade global de recepção e integração de nacionais de países terceiros no seu território ou em regiões específicas do mesmo. A Comissão considera que a imigração para efeitos do exercício de actividades económicas assalariadas ou independentes é uma pedra angular da política de imigração. Este aspecto encontra-se actualmente consagrado no artigo 63º do Tratado CE e está igualmente reflectido no projecto de Tratado que é neste momento objecto de discussão na Convenção, o qual irá prever a adopção de medidas relativas às condições de entrada e de permanência de nacionais de países terceiros.

3 COM(2001)386 de 11.07.2001 4 A5-0010/2003

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As outras duas directivas a que o senhor deputado se refere tratam de política de concessão de asilo e não de imigração por motivos económicos: - A Directiva 2003/9/CE do Conselho, de 27 de Janeiro de 2003 que estabelece normas mínimas em matéria de acolhimento dos requerentes de asilo5, estabelece as normas mínimas em matéria de acolhimento dos requerentes de asilo nos Estados-Membros. No que respeita à admissão ao emprego, o seu artigo 11º determina que “os Estados-Membros devem determinar um prazo, a contar da data de depósito do pedido de asilo, durante o qual um requerente não terá acesso ao mercado de trabalho. Se um ano após a apresentação de um pedido de asilo não tiver sido tomada uma decisão em primeira instância e esse atraso não puder ser imputado ao requerente, os Estados-Membros devem decidir em que condições é concedido ao requerente de asilo o acesso ao mercado de trabalho. Nos casos em que o recurso de uma decisão negativa proferida num procedimento regular tenha efeito suspensivo, o acesso ao mercado de trabalho não será retirado durante o procedimento de recurso enquanto não tiver sido notificada uma decisão negativa sobre o recurso. Por razões de política laboral, os Estados-Membros podem dar prioridade aos cidadãos da União Europeia e aos nacionais dos Estados partes no Acordo sobre o Espaço Económico Europeu e ainda a nacionais de países terceiros que sejam residentes legais.” - A Directiva 2001/55 de 20 de Julho de 2001, relativa a normas mínimas em matéria de concessão de protecção temporária no caso de afluxo maciço de pessoas deslocadas e a medidas tendentes a assegurar uma repartição equilibrada do esforço assumido pelos Estados-Membros ao acolherem estas pessoas e suportarem as consequências decorrentes desse acolhimento6, estabelece normas mínimas em matéria de concessão de protecção temporária no caso de afluxo maciço de pessoas deslocadas vindas de países terceiros que não tenham possibilidade de regressar ao seu país de origem No que respeita à admissão ao emprego, o seu artigo 12º determina que “os Estados-Membros autorizam os beneficiários de protecção temporária a exercer, por um período que não exceda o da protecção temporária, uma actividade assalariada ou independente, sob reserva da legislação aplicável ao exercício dessa profissão, assim como a participar em actividades como acções educativas para adultos, formação profissional e estágios no local de trabalho. Por razões de política laboral, os Estados-Membros podem dar prioridade aos cidadãos da UE e aos cidadãos de Estados vinculados pelo Acordo sobre o Espaço Económico Europeu e ainda a residentes legais de países terceiros que recebam subsídio de desemprego. São aplicáveis disposições legais comuns vigentes nos Estados-Membros em matéria de remuneração, acesso aos sistemas de segurança social para trabalhadores por conta de outrem e independentes, bem como outras condições relativas ao emprego.”

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Pergunta nº 46 de Bart Staes (H-0134/03) Objecto: Direitos de autor e direitos conexos na sociedade da informação A Directiva 2001/29/CE7 procura alcançar um equilíbrio entre, por um lado, a protecção a toda a prova dos direitos da autor e, por outro lado, o desenvolvimento livre de materiais de alta tecnologia, mesmo que estes possam ser utilizados de forma imprópria, por exemplo, para fazer cópias ilegais de obras protegidas pelos direitos de autor. O nº 2, alínea b), do artigo 5º daquela directiva prevê excepções relativamente à reprodução para uso privado "desde que os titulares dos direitos obtenham uma compensação equitativa". São principalmente - mas não exclusivamente - estas excepções que os distribuidores de conteúdos - como as empresas discográficas e informáticas - aproveitam para: a) deixar de apoiar e promover financeiramente os autores; b) manter particularmente altos os preços, nomeadamente, dos CD's. A Comissão está consciente deste problema? Ela pode indicar que medidas tenciona tomar para, por um lado, proteger os direitos dos autores e dos seus representantes legais e, por outro lado, proteger os consumidores honestos contra os preços exorbitantes, entre outros, dos discos originais e dos programas informáticos?

Resposta (FR) A alínea b) do nº 2 do artigo 5º da Directiva 2001/29/CE confere aos Estados-Membros a faculdade de prever excepções ou limitações ao direito de reprodução exclusivo visado no artigo 2º da mesma Directiva e atribuído aos autores no que respeita às suas obras e aos artistas intérpretes, aos produtores de fonogramas e aos produtores de filmes para os outros objectos protegidos. A excepção prevista na alínea b) do nº 2 do artigo 5º permite as cópias para uso privado, cujo regime jurídico não se encontra harmonizado a nível comunitário. Essas cópias são permitidas desde que os titulares dos direitos recebam uma "compensação equitativa". Compete aos Estados-Membros garantirem que esta compensação 5 JO L 031 de 06.02.2003 6 JO L 212 de 07.08.2001 7 JO L 167 de 22.6.2001, p. 10.

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equitativa é efectivamente entregue aos titulares dos direitos. A forma, as modalidades e o nível dessa compensação equitativa são referidos no considerando 35 da Directiva, que recorda o grau muito vasto de apreciação reservado aos Estados-Membros para os determinarem em função "das circunstâncias específicas de cada caso". Todavia, o regime das excepções deve corresponder ao teste das três etapas previsto no nº 5 do artigo 5º da Directiva: a excepção deve visar determinados casos especiais, não deve atentar contra a exploração normal da obra ou qualquer outro objecto protegido e não deve provocar um prejuízo injustificado aos legítimos interesses do titular do direito. Os Estados-Membros estão neste momento a transpor esta Directiva e a Comissão zela activamente para que essa transposição corresponda integralmente ao texto da mesma. Por outro lado, a Comissão quer recordar que não compete a um dos titulares - como os produtores de fonogramas - pagar a compensação devida aos outros (por exemplo os autores). O preço dos produtos áudio e vídeo pré-registados, que não inclui a taxa da cópia para uso privado, é livremente determinado pelo mercado. As políticas da Comissão apenas podem ter um impacto indirecto nesse preço, nomeadamente através da aplicação das regras de concorrência ou do mercado interno. Por outro lado, e de uma forma geral, o preço dos suportes que permitem a cópia para uso privado não dependem essencialmente da taxa da cópia para uso privado.

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Pergunta nº 47 de Alexandros Alavanos (H-0137/03) Objecto: Protecção da alvenaria de pedra seca As fortes e prolongadas chuvas que recentemente atingiram as Cíclades, para além dos prejuízos causados às infra-estruturas e aos bens dos nossos compatriotas, tiveram como consequência a deterioração dos muretes de alvenaria seca, forma particular de construção de muretes de suporte que retêm a pouca camada arável dos campos insulares, suportam a agricultura tradicional e dão ao espaço um grande valor ecológico e estético por proteger os terrenos contra a erosão e a desagregação. Dado que a alvenaria de pedra seca contribui para o equilíbrio ecológico e estético da paisagem das Cíclades e tendo em conta que a agricultura tradicional, que fazia a manutenção da rede de socalcos, está fortemente reduzida, com todas as consequências para o turismo e a sobrevivência económica dos habitantes, tenciona a Comissão tomar iniciativas para a protecção da alvenaria de pedra seca a fim de manter o equilíbrio ecológico das ilhas e o valor estético das Cíclades e evitar uma catástrofe ecológica irreversível? Tem a Comissão conhecimento de problemas equivalentes igualmente graves noutras regiões da União Europeia, nomeadamente em Espanha, Itália e França? Foi a Comissão informada sobre esta matéria pelo Governo grego ou outro Governo da UE ?

Resposta (FR) A medida 3.12 do plano de desenvolvimento rural 2000-2006 para a Grécia prevê precisamente um capítulo dedicado "à manutenção e à reconstrução dos socalcos dos solos em declive". Assim, estando essa possibilidade claramente prevista no plano, não existe nenhuma razão especial para as autoridades gregas submeterem a questão à Comissão. Por conseguinte, a Comissão não tenciona tomar quaisquer outras iniciativas para a protecção dos muretes de pedra seca nas Cíclades. No que respeita às outras regiões da União (Espanha, França e Itália) confrontadas com problemas semelhantes, a situação é a seguinte: Em Espanha, no âmbito do programa horizontal sobre as medidas de acompanhamento, existe uma medida agro-ambiental de protecção da paisagem relativa à manutenção dos elementos de valor paisagístico especial, que diz mais concretamente respeito à manutenção e à conservação das vedações e muretes tradicionais; Quanto a França, não existem disposições específicas sobre o assunto. Mas há financiamentos para este tipo de problema. Estão previstas medidas agro-ambientais, há muitos anos e em certas regiões do Sul de França, destinadas a recuperar e conservar esse tipo de património; Em Itália, o financiamento destinado à manutenção e mesmo à reconstrução dos muretes e outros elementos característicos da paisagem está previsto no âmbito das medidas agro-ambientais.

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Pergunta nº 48 de Marialiese Flemming (H-0140/03) Objecto: Proibição do comércio, da importação e da exportação de peles de gato e de cão Em carta endereçada à organização Compassion in World Farming, o Comissário Lamy declarou recentemente que a proibição total do comércio, da importação e da exportação de peles de gato e de cão na Europa não constituiria qualquer problema no quadro da Organização Mundial do Comércio. Em seu entender, competirá à Comissão Europeia decretar uma proibição nesse sentido. Na reunião do Conselho de 27.11.2002, os Ministros da Agricultura de dez países europeus exigiram expressamente a proibição na Europa do comércio, da importação e da exportação de peles de gato e de cão. Como explica a Comissão o facto de não ter ainda tomado qualquer iniciativa em relação a este problema?

Resposta (EN) A resposta dada pelo Senhor Comissário Lamy à recente carta dirigida à organização “Compassion in World Farming” confirmou que a questão da compatibilidade com a Organização Mundial do Comércio (OMC) não é o motivo pelo qual a Comissão não propôs quaisquer medidas para proibir a importação de produtos feitos com peles de gato e de cão. A Comissão não ignora a questão da importação de peles de gato e de cão e está neste momento a analisar diferentes opções para uma iniciativa comunitária que leve em consideração as normas respectivas constantes da legislação da OMC, bases jurídicas nos termos do direito comunitário e a interacção com a legislação em vigor para impedir que os consumidores sejam enganados.

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Pergunta nº 49 de Camilo Nogueira Román (H-0144/03) Objecto: Plano Galicia apresentado pelo Governo do Estado espanhol após a catástrofe do Prestige O Governo espanhol, na sequência da catástrofe do Prestige, apresentara um "plano Galicia", dotado de 12.459 milhões de euros, que previa investimentos na restauração da costa, em auto-estradas, no comboio de alta velocidade e em pólos industriais. Tem a Comissão conhecimento deste plano? Tem a Comissão previsões sobre a aplicação de fundos de coesão ou estruturais especificamente destinados ao "plano Galicia" nos programas 2000- 2006?

Resposta (FR) A Comissão foi mantida informada da preparação do plano mencionado pelo senhor deputado. A Comissão quer salientar a sua disponibilidade para, quando chegar a altura, analisar com as autoridades espanholas, no âmbito da regulamentação em vigor, as medidas visadas pelos objectivos do referido plano.

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Pergunta nº 50 de John Joseph McCartin (H-0147/03) Objecto: Isenções de IVA destinadas a instituições de caridade Pode a Comissão especificar se a Sexta Directiva sobre o IVA proíbe as isenções de IVA pelos governos nacionais a instituições de caridade relativamente a investimentos feitos pelas mesmas a título não lucrativo? Atendendo ao facto de

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haver uma tendência geral para considerar que o direito comunitário obsta à concessão de isenções de IVA a instituições de caridade, pode a Comissão confirmar se é correcta essa interpretação?

Resposta (EN) A Comissão pode confirmar ao senhor deputado que a Sexta Directiva sobre o IVA define a legislação comunitária respeitante ao IVA. É verdade que determinadas actividades desenvolvidas por instituições de caridade estão fora do âmbito do IVA ou isentas do pagamento de IVA. A consequência deste facto é que não existem deduções de IVA para investimentos relativos a essas actividades. Todavia, não há nada na Sexta Directiva sobre o IVA que impeça os Estados-Membros de pagarem um subsídio às instituições de caridade para as compensar das quantias irrecuperáveis que despenderam com o IVA. Na opinião da Comissão, a concessão de subsídios governamentais – independentemente dos seus beneficiários – não constitui em si mesma uma infracção da legislação comunitária sobre o IVA. A este respeito, é igualmente de registar que desde que sejam observadas as normas em matéria de auxílios estatais, o direito comunitário não prescreve, de uma maneira geral, a forma como os Estados-Membros devem gastar as suas receitas.

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Pergunta nº 51 de John Purvis (H-0149/03) Objecto: Identificação e registo de ovinos e caprinos A Comissão Europeia aprovou uma proposta de Regulamento relativo à identificação e ao registo de ovinos e caprinos. Poderá a Comissão precisar os eventuais custos que a introdução de um tal sistema manual implica para os criadores de gado e qual a análise custos/benefícios efectuada? Num país como a Escócia, onde grande número de ovelhas são negociadas habitualmente em explorações agrícolas e em mercados de hasta pública, um sistema manual seria impraticável e a sua implementação extremamente dispendiosa. Poderá a Comissão explicar por que apoia a implementação do sistema manual este ano, em vez de esperar que seja desenvolvido um sistema fiável de identificação electrónica?

Resposta (EN) A proposta da Comissão vai ao encontro da reconhecida necessidade de reforçar urgentemente as normas actualmente existentes para a identificação e o registo de ovinos e caprinos, atendendo em especial à experiência adquirida com a crise da febre aftosa ocorrida em 2001. Na sua resolução de Dezembro de 2002 sobre medidas de controlo da febre aftosa, o Parlamento declarou que a Comissão deveria apresentar o mais depressa possível uma proposta de alteração da Directiva 92/102/CEE com vista a melhorar a identificação de suínos, ovinos e caprinos. A identificação individual é essencial para uma localização eficaz dos animais para fins veterinários, o que é de uma importância crucial para o controlo de doenças infecto-contagiosas. A identificação individual também constitui um elemento-chave no quadro dos programas de erradicação da brucelose de ovinos e caprinos, programas que são co-financiados pela Comunidade. Estes programas abrangem 1/3 da população de ovinos e caprinos existentes na Comunidade que têm mais de 12 meses. No que diz respeito à identificação electrónica, a Comissão lançou em 1998 um projecto-piloto de grandes dimensões – o Projecto IDEA. O relatório final deste projecto, que incluía, para além de gado bovino, também ovinos e caprinos, ficou concluído em 2002. A tecnologia de identificação electrónica para ovinos e caprinos fez progressos tais que já pode ser aplicada. No entanto, não se encontram ainda completamente desenvolvidas as medidas de execução necessárias para a introdução adequada do sistema de identificação electrónica à escala comunitária.

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A proposta da Comissão prevê a adopção de novas orientações e de novos procedimentos através do Comité Permanente da Cadeia Alimentar e da Saúde Animal. A Comissão propõe a identificação individual por meio de duas marcas auriculares - para garantir que a identificação se mantém no caso de uma das marcas se perder – com possível autorização da utilização de um identificador electrónico em substituição da segunda etiqueta. Propõe-se que o sistema reforçado de identificação e registo entre em vigor a 1 de Julho de 2003, data a partir da qual todos os animais nascidos na exploração agrícola ou que se destinem ao comércio intracomunitário estarão identificados individualmente. A proposta prevê a introdução do sistema obrigatório de identificação electrónica até 1 de Julho de 2006 – tendo em conta a experiência prática obtida no que respeita à execução. Com o propósito de levar em conta a diversidade da população de ovinos e dos sistemas de produção de ovinos nos Estados-Membros, a proposta inclui opções, que os Estados-Membros poderão decidir aplicar em determinadas circunstâncias. As opções escolhidas terão influência nos custos em que os agricultores terão provavelmente de incorrer para introduzir o novo sistema. A introdução do sistema reforçado terá um impacto positivo em caso de surtos das principais doenças que afectam os animais, como seja a febre aftosa, permitindo uma identificação rápida da origem da infecção e limitando a ulterior disseminação da doença. Para além disso, os benefícios de uma localização precisa dos animais obter-se-ão no quadro dos programas de erradicação das doenças dos animais financiados pela Comunidade. A Comissão reconhece que esta proposta vai exigir importantes esforços tanto da parte dos operadores como das autoridades, mas são esforços necessários e que vale a pena fazer.

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Pergunta nº 52 de Jaime Valdivielso de Cué (H-0150/03) Objecto: Liberdade de estabelecimento e obtenção de licença para a realização de controlos técnicos dos veículos na Alemanha São proibidas as restrições à liberdade de estabelecimento dos cidadãos de um Estado-Membro no território de outro Estado-Membro, salvo quando tais restrições sejam justificadas por razões de interesse geral. No ponto b do Anexo VIII do Straßenverkehrs-Zulassungs-Ordnung (StVZO), de 28 de Setembro de 1998, são enumeradas as condições que os organismos devem preencher para a obtenção junto de cada Bundesland da licença para a realização de controlos técnicos de veículos na Alemanha. Este regulamento exige, com efeito, a apresentação de uma série de documentos e o cumprimento de certos requisitos específicos. Ora, o facto de ficar previamente determinado qual a forma de sociedade que um organismo deve assumir implica, na prática, um desincentivo para os cidadãos de um Estado-Membro que desejem estabelecer-se na Alemanha para realizar controlos técnicos de veículos. Não considera a Comissão que estamos perante um caso de restrição do direito de estabelecimento que constitui uma infracção ao artigo 43º do Tratado CE? Não considera a Comissão que a legislação alemã nesta matéria contraria os princípios gerais subjacentes à Directiva 96/96/CE8 do Conselho, de 20 de Dezembro de 1996, relativa à aproximação das legislações dos Estados- membros respeitantes ao controlo técnico dos veículos a motor e seus reboques? Em caso afirmativo, não acha que existem indícios que podem apontar para uma violação do direito comunitário?

Pergunta nº 53 de Alejo Vidal-Quadras Roca (H-0153/03)

8 JO L 46 de 17.2.1997, p. 1.

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Objecto: Liberdade de estabelecimento e obtenção de autorizações para a realização de inspecções técnicas de veículos na Alemanha As restrições à liberdade de estabelecimento dos nacionais de um Estado-Membro no território de outro Estado-Membro são proibidas, excepto se existirem razões de interesse geral que as justifiquem. O anexo VIII b da “Straßenverkehrs-Zulassungs-Ordnung” (StVZO), de 28 de Setembro de 1998, estabelece os requisitos a cumprir pelas entidades que pretendam realizar inspecções técnicas de veículos na Alemanha para obterem a autorização reconhecida por parte de cada Bundesland. Segundo a referida regulamentação, é necessário apresentar uma série de documentos e comprovar o cumprimento de determinadas condições concretas, o que, na prática, dificulta nitidamente a liberdade de estabelecimento, pois exige uma série de investimentos e riscos empresariais que tornam menos atractivo para os nacionais de outro Estado-Membro estabelecer-se na Alemanha. Qual a opinião da Comissão sobre este assunto? Não considera a Comissão que as referidas condições prévias constituem restrições à liberdade de estabelecimento, proibidas pelo artigo 43º do TCE? Considera a Comissão que, neste caso preciso, seria possível invocar razões de interesse geral para justificar a imposição das referidas condições prévias? Ainda em caso afirmativo, não considera a Comissão que as referidas condições prévias constituem restrições inadequadas e desproporcionadas relativamente ao objectivo que perseguem?

Resposta comum (FR) A liberdade de estabelecimento constitui uma liberdade fundamental de que dispõe qualquer cidadão comunitário. Essa liberdade encontra-se definida e protegida no artigo 43º do Tratado CE, o qual proíbe todas e quaisquer medidas de restrição da liberdade de estabelecimento. No entanto, medidas nacionais susceptíveis de constranger ou tornar menos atraente o exercício das liberdades fundamentais garantidas no Tratado podem ser compatíveis com o Tratado se cumprirem quatro condições: que sejam aplicadas de forma não discriminatória, que se justifiquem por razões imperiosas de interesse geral, que sejam apropriadas para garantir a realização do objectivo a que se destinam e que não ultrapassem aquilo que é necessário para o atingir. No que respeita mais especificamente às restrições referidas pelos senhores deputados relativas à obtenção de autorização para a realização de controlos técnicos na Alemanha, e contidas no Straßenverkehrs-Zulassungs-Ordnung (StVZO), a Comissão não dispõe neste momento de um conhecimento aprofundado da legislação em causa mas já tomou conhecimento desses factos graças à pergunta escrita E-0620/03 do senhor deputado Gasòliba i Böhm. Vai diligenciar um inquérito sobre o assunto e não deixará de manter informados os senhores deputados.

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Pergunta nº 54 de Nuala Ahern (H-0152/03) Objecto: Investigação realizada pela Comissão sobre um eventual ataque terrorista a Sellafield O jornal britânico “The Independent on Sunday” publicou, em 16 de Fevereiro de 2003, um artigo pormenorizado, com a alegação de que um ataque terrorista à central de produção e reprocessamento de resíduos nucleares em Sellafield, Reino Unido, poderia causar 3.500.000 vítimas mortais. O referido artigo baseia-se numa investigação ainda não publicada, encomendada pelo Greenpeace. Que acções de investigação independente efectuou a Comissão no que diz respeito a ameaças terroristas às centrais de reprocessamento da UE, incluindo o risco para a saúde das populações e para o ambiente dos países vizinhos daqueles em que se situam as centrais? Além disso, pode a Comissão reunir com os peritos responsáveis pela elaboração dos relatórios do Greenpeace, com vista a apreciar de que modo podem ser reforçadas as medidas de protecção nas centrais nucleares e nas imediações das mesmas?

Resposta

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(EN) A Comissão não efectuou nenhuma investigação independente sobre possíveis ameaças terroristas contra centrais de reprocessamento de resíduos nucleares na União Europeia. A responsabilidade pela protecção física da central compete ao operador e ao Estado onde a mesma está situada. A Comissão estudou com interesse diversos relatórios sobre o assunto publicados por diferentes organizações e prontificar-se-ia a analisar o relatório elaborado para o Greenpeace. A Comissão adoptou a 26 de Março de 2003 uma comunicação sobre as consequências da guerra no Iraque para a energia e os transportes9 que também trata de questões relacionadas com segurança e salvaguarda no sector nuclear.

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Pergunta nº 55 de John Bowis (H-0155/03) Objecto: Programa de acção sobre a aceleração da luta contra o VIH/SIDA, a malária e a tuberculose e ensaios clínicos correlacionados Para quando pode o Parlamento Europeu esperar o relatório de evolução sobre a execução do "Programa de acção: aceleração da luta contra o VIH/SIDA, a malária e a tuberculose no contexto da redução da pobreza", já que o regulamento relativo ao programa inclui uma disposição prevendo a apresentação de um relatório anual ao PE? Quanto ao calendário relativo à realização dos ensaios clínicos no âmbito da Parceria Europa-países em desenvolvimento para a realização de ensaios clínicos (EDCTP), quando deverão ter lugar os primeiros ensaios financiados no âmbito desta parceria? Houve mais alguma confirmação de contribuições dos Estados-Membros?

Resposta (EN) A comunicação da Comissão ao Conselho e ao Parlamento Europeu – “Actualização do Programa de Acção da CE – Aceleração da luta contra o vírus da imunodeficiência humana (VIH)/síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA), a malária e a tuberculose no contexto da redução da pobreza – Principais questões de política e futuros desafios” – foi adoptada pela Comissão a 26 de Fevereiro de 2003 e enviada ao Parlamento segundo os procedimentos habituais. A iniciativa da Parceria Europa-países em desenvolvimento para a realização de ensaios clínicos (EDCTP) tem feito excelentes progressos. Durante o plenário de 27 de Março, o Parlamento aprovou por unanimidade 35 alterações de compromisso resultantes do acordo alcançado entre as três Instituições com vista a evitar uma segunda leitura. A “estrutura comum” do Programa EDCTP, definido como um Agrupamento Europeu de Interesse Económico (EEIG), será a estrutura executiva e irá gerir o programa através do seu secretariado. A EDCTP-EEIG compreende duas componentes principais: a “Assembleia do EEIG” (composta por representantes nacionais nomeados pelos seus governos) e o “Secretariado do EEIG”, que fornece apoio administrativo para o trabalho do Conselho de Administração da Parceria e da Assembleia do EEIG. A 4 de Março, os membros nomeados da Assembleia do EEIG elegeram a Haia (Países Baixos) para futura localização da Delegação Europeia da EDCTP. Espera-se que a identificação preliminar dos locais dos ensaios em África possa ter início em Julho/Agosto de 2003 e que os primeiros ensaios clínicos em África possam realizar-se até ao fim de 2003. Os Estados-Membros que participam neste programa concordaram em coordenar e executar conjuntamente actividades para o Programa EDCTP, previsto para um período de cinco anos. O valor global da participação nacional desses Estados-Membros está estimado em 200 milhões de euros.

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Pergunta nº 56 de María Izquierdo Rojo (H-0158/03) Objecto: Consequências de um hipotético ataque ao Iraque Poderá a Comissão informar, de um ponto de vista migratório e dos refugiados, que situação poderá ser criada por um ataque ao Iraque? 9 COM(2003) 164

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Resposta (EN) A Comissão acusa a recepção da pergunta oral H-0158/03, relativa às consequências de um ataque ao Iraque de um ponto de vista migratório e dos refugiados. Antes do conflito, as principais organizações humanitárias fizeram algumas estimativas como parte dos seus planos de emergência. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) fez planos para um máximo de 600 000 refugiados e/ou requerentes de asilo imobilizados nas zonas fronteiriças. Hoje em dia o ACNUR e o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) estão preparados para prestar ajuda de emergência a mais de 550 000 pessoas no interior do Iraque, na fronteira e/ou no Irão, na Jordânia, no Koweit, na Arábia Saudita, na Síria e na Turquia. Até agora os movimentos de refugiados têm sido muito limitados e não se registaram movimentos consideráveis de populações civis em direcção às fronteiras internacionais do Iraque. Neste momento a situação é a seguinte: - Cerca de 22 000 pessoas deslocaram-se em direcção ao Irão, mas acabaram por ficar no Iraque. - Cerca de 300 000 deslocados internos deslocaram-se para o Curdistão iraquiano; 90% foram acolhidos por famílias e apenas 5% receberam ajuda humanitária. - 1048 nacionais de países terceiros transitaram pela Jordânia, e apenas 190 se encontram ainda no campo de refugiados. - De acordo com o relatório do ACNUR, chegaram à Síria menos de 30 refugiados iraquianos (a partir de 28 de Março de 2003). A situação pode mudar na sequência de futuros desenvolvimentos do conflito; nesta fase, porém, a Comissão não pode fazer estimativas fiáveis. Se for necessário, e tal como foi anunciado a 20 de Março de 2003 pelo Comissário responsável pelo Desenvolvimento e Ajuda Humanitária, o Serviço de Ajuda Humanitária da Comissão Europeia (ECHO) está pronto para adoptar uma primeira decisão de emergência no valor de 3 milhões de euros, a fim de fornecer ao ACNUR e ao CICV o financiamento para artigos pré-localizados de ajuda de emergência (não géneros alimentícios) para um máximo de 120 000 refugiados e/ou requerentes de asilo imobilizados em zonas fronteiriças do território do Iraque. Quanto ao aspecto migratório, não há indicações específicas sobre possíveis fluxos de refugiados em direcção a outros países, incluindo Estados-Membros. Neste momento a Comissão não tem conhecimento de movimentos específicos de refugiados devido aos acontecimentos que actualmente se desenrolam no exterior da região.

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Pergunta nº 57 de Emmanouil Mastorakis (H-0159/03) Objecto: Sinalização da rede rodoviária da União Europeia No território da União Europeia, cada Estado-Membro, para além do previsto na Convenção de Viena, aplica sinalização, marcação e sinalização luminosa particular na sua rede rodoviária. Assim, em muitos casos, o mesmo ou um sinal semelhante noutro Estado-Membro, ou é desconhecido ou revela outra indicação ou uma informação contrária para os condutores ou peões, em função do Estado-Membro de origem. É evidente que este facto causa confusão e muitas vezes está na origem de graves riscos. Pode a Comissão informar que iniciativas tomou ou tenciona tomar no sentido da rápida instituição de um sistema de sinalização, marcação e sinalização luminosa uniforme em toda a rede rodoviária da UE para pôr fim à situação inaceitável que se regista actualmente e para que o cidadão da União Europeia sinta que vive num espaço único, mesmo nas suas deslocações.

Resposta (EN) A Convenção de Viena sobre sinais de trânsito e o protocolo sobre marcações rodoviárias são as directrizes internacionais para a harmonização neste domínio. A sua aplicação correcta devia garantir um bom nível de harmonização. No que diz respeito à sinalização, o projecto europeu “Rightway”, apoiado pela Comissão, chegou à conclusão de que são insignificantes os benefícios, em termos de segurança, da harmonização das cores da sinalização nas auto-estradas e que os riscos associados à transição para as cores harmonizadas ultrapassariam facilmente esses benefícios. A Comissão também

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tem conhecimento de que a obstrução da visibilidade bem como a degradação e os estragos nas estradas colocam muitas vezes problemas de segurança mais graves. No que se refere a estradas novas, as peritagens sobre segurança rodoviária permitem identificar problemas relativos a características do projecto que são inconsistentes (alinhamento, sinalização, limites de velocidade, largura das faixas de rodagem, etc.) antes da moldagem em betão. A este respeito, a Comissão tomou as seguintes medidas: - Em finais de 2002 foi apresentada ao Parlamento e ao Conselho uma proposta de directiva sobre segurança em túneis, que, entre outras coisas, visa a harmonização dos sinais respeitantes aos túneis; - O projecto “Rightway”identificou as diferenças existentes na aplicação das configurações e das cores dos sinais, tal como definidos na Convenção de Viena, e também da sinalização nas auto-estradas. Foi igualmente criado um sistema harmonizado de indicação de direcções. Os resultados destas medidas têm sido amplamente divulgados; - A sinalização rodoviária foi integrada no primeiro convite à apresentação de propostas do Sexto Programa-Quadro, que neste momento se encontra aberto. Num futuro projecto serão apresentadas sugestões para necessidades específicas de harmonização da sinalização; - No programa de trabalho da Comissão para 2003 foi anunciada uma proposta de directiva relativa a normas comuns para auditorias em matéria de gestão de pontos negros e de segurança rodoviária, com vista a dar resposta a alguns dos aspectos referidos; - O Grupo de Alto Nível para a Segurança Rodoviária vai receber mais para o fim do ano dois relatórios sobre segurança de infra-estruturas que incluem, entre outras, as necessidades de harmonização dos sinais de trânsito.

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Pergunta nº 58 de Gerard Collins (H-0161/03) Objecto: Auxílio comunitário aos refugiados palestinianos através da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) A Comissão Europeia aprovou recentemente a concessão de 57,75 milhões de euros à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina, confirmando assim que a questão dos refugiados permanece na agenda da UE e não será esquecida. Poderá a Comissão delinear o modo como espera que esta ajuda seja usada em benefício dos refugiados e quais as contribuições, por parte de outros países fora da UE, para ajudar os refugiados palestinianos e melhorar a qualidade de vida nos campos de refugiados?

Resposta (EN) A questão dos refugiados é uma questão fulcral no conflito do Médio Oriente. A posição da União é que se deveria encontrar “uma solução justa, viável e estabelecida por acordo para o problema dos refugiados palestinianos” (Declaração da União Europeia sobre o Médio Oriente, Conselho Europeu de Sevilha, 21 e 22 de Junho de 2002). A continuação do apoio da Comunidade à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) é um elemento-chave da estratégia da Comunidade para contribuir activamente para a redução das tensões e proporcionar um mínimo de estabilidade ao Médio Oriente, que permita às diversas partes prosseguir a sua demanda da paz. Esse apoio contribui igualmente para facilitar o acesso a serviços sociais de base, para a redução da pobreza e para uma melhoria do nível de vida dos refugiados. O apoio comunitário nos termos da actual convenção quadrienal para o financiamento celebrada entre a Comunidade e a UNRWA é um contributo para o financiamento dos programas regulares da UNRWA a favor de cerca de 3,9 milhões de refugiados palestinianos em cinco áreas de actuação: Jordânia, Síria, Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Dos programas regulares financiados no âmbito do Fundo Geral fazem parte os seguintes programas da UNRWA: programa de educação, programa de saúde e programa de ajuda de emergência e serviços sociais. Para além do apoio ao Fundo Geral da UNRWA, a Comissão concede ajuda alimentar no valor médio de 15 milhões de euros anuais. De tempos a tempos a Comissão financia também projectos de infra-estruturas que visam melhorar as

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condições sócio-económicas nos campos de refugiados (por exemplo, projectos de abastecimento de água e saneamento em Gaza, na Síria e no Líbano; apoio a actividades de base comunitária na Síria; reabilitação de campos de refugiados no Líbano), e presta apoio humanitário em resposta a apelos de emergência lançados pela UNRWA. Desde o início da segunda Intifada, em Setembro de 2000, o Serviço de Ajuda Humanitária da Comissão prestou apoio financeiro à UNRWA para a prática de acções de ajuda humanitária no valor de 45 milhões de euros. A actual convenção para o financiamento leva em conta o apoio que a UNRWA recebe da comunidade internacional, incluindo Estados-Membros (ver quadro junto). COMPROMISSOS E CONTRIBUIÇÕES PARA A UNRWA10 (EM NUMERÁRIO E EM ESPÉCIE) PARA 2002 POR PAÍS E FINANCIAMENTO (em dólares americanos) Situação em 31 de Dezembro de 2002

PAÍS Orçamento Regular

Fundos Extra-orçamentais Total

ÁFRICA DO SUL 27 000 0 27 000

ALEMANHA 5 827 168 3 792 654 9 619 822

ARÁBIA SAUDITA 1 800 000 4 000 000 5 800 000

AUSTRÁLIA 1 972 200 947 116 2 919 316

ÁUSTRIA 801 126 0 801 126

BAHRAIN 30 000 0 30 000

BÉLGICA 1 861 203 1 974 361 3 835 564

BRUNEI 10 000 0 10 000

CANADÁ 6 289 282 1 273 776 7 563 058

CHILE 5 000 0 5 000

CHINA 60 000 0 60 000

CHIPRE 15 000 0 15 000

COREIA, REPÚBLICA DA 100 000 0 100 000

DINAMARCA 6 240 057 1 395 341 7 635 398

E.A.U. 500 000 0 500 000

EGIPTO 0 0 0

ESPANHA 3 068 197 0 3 068 197

EUA 87 455 938 32 231 188 119 687 126

FINLÂNDIA 1 721 170 1 097 993 2 819 163

FRANÇA 3 192 700 176 187 3 368 887

GRÉCIA 400 000 0 400 000

10 Fonte: sítio da UNRWA na Internet: http://www.un.org/unrwa

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ÍNDIA 5 162 0 5 162

IRLANDA 1 303 800 1 179 570 2 483 370

ISLÂNDIA 65 000 0 65 000

ITÁLIA 7 684 729 103 662 7 788 391

JAPÃO 4 953 018 1 611 483 6 564 501

JORDÂNIA 263 258 0 263 258

KUWAIT 1 500 000 0 1 500 000

LÍBANO 7 480 0 7 480

LUXEMBURGO 1 424 695 565 578 1 990 273

MALÁSIA 25 000 0 25 000

MALDIVAS 1000 0 1 000

MALTA 0 0 0

MARROCOS 23 000 0 23 000

MÉXICO 2 913 0 2 913

MÓNACO 5 000 0 5 000

NORUEGA 11 514 148 2 623 170 14 137 318

NOVA ZELÂNDIA 117 236 175 228 292 464

OMÃ 0 0 0

PAÍSES BAIXOS 10 188 256 2 598 275 12 786 531

PALESTINA 2 489 273 200 000 2 689 273

POLÓNIA 20 000 0 20 000

PORTUGAL 125 000 0 125000

QATAR 35 000 0 35 000

REINO UNIDO 18 705 357 11 566 811 30 272 168

REPÚBLICA CHECA 30 642 35 000 65 642

SANTA SÉ 0 73 000 73 000

SÍRIA 32 817 0 32 817

SUÉCIA 17 138 079 3 017 017 20 155 096

SUÍÇA 4 923 977 3 291 913 8 215 890

TUNÍSIA 11 286 0 11 286

TURQUIA 200 000 199 950 399 950

COMISSÃO EUROPEIA 68 664 642 10 110 544 78 775 186

OIG 0 360 000 360 000

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NAÇÕES UNIDAS 13200 000 0 13 200 000

AGÊNCIAS DAS NAÇÕES UNIDAS 775 950 580 000 1 355 950

EAU - Crescente Vermelho 27 000 000 27 000 000

ONG 253 053 3 338 260 3 591 313

CONTRIBUIÇÕES DE PARTICULARES 392 768 1 463 736 1 856 504

TOTAL 287 457 580 116 981 813 404 439 393

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Pergunta nº 59 de James (Jim) Fitzsimons (H-0163/03) Objecto: Abolição do Tratado EURATOM Poderá a Comissão pronunciar-se sobre o apelo de mais de uma centena de organizações da sociedade civil de 29 países de toda a Europa dirigido à Convenção sobre o Futuro da Europa para que seja revogado o Tratado EURATOM? Partilha a Comissão da opinião de que uma UE alargada necessita de uma política da energia que se baseie no desenvolvimento de opções energéticas sustentáveis e não numa política energética baseada na energia nuclear e em instalações nucleares como Sellafield, nas quais se deixou de confiar?

Resposta (FR) O Tratado EURATOM é, desde 1957, um instrumento útil que permitiu enquadrar na Europa a utilização da energia nuclear, a qual representa mais de um terço da electricidade consumida na União. Com efeito, em virtude do Tratado EURATOM: - Os Estados-Membros transferiram para a Comunidade poderes importantes de controlo da utilização das matérias físseis. Um corpo de quase 300 inspectores garante a utilização sem desvios das matérias nucleares, bem como o respeito das regras de radioprotecção; - Os acordos concluídos pelo EURATOM com os países terceiros e as organizações internacionais conferem à Comunidade uma responsabilidade em matéria de não proliferação; - O Tratado EURATOM enquadra e coordena os esforços de investigação, nomeadamente no domínio dos resíduos nucleares, o que permitiu o desenvolvimento de centros europeus de investigação (por exemplo, o Instituto de Karlsruhe do Centro Comum de Investigação, com uma reputação mundial, ou, no domínio da fusão, o JET - Joint European Torus -, em Culham); - Por fim, as negociações iniciadas com vista ao próximo alargamento provaram que a questão nuclear se mantinha claramente actual. Assim, os tratados de adesão incluirão disposições específicas relativas à segurança nuclear e ao compromisso de encerramento de oito reactores em exploração em três países candidatos (Lituânia, Eslovénia e Bulgária). Por conseguinte, a Comissão, enquanto guardiã dos Tratados, esforçar-se-á, no âmbito dos trabalhos da Convenção, por preservar esse acervo fundamental que permitiu à União dotar-se de um dos melhores sistemas de controlo da energia nuclear do mundo. Além disso, a Comissão recorda duas propostas de directivas adoptadas em 30 de Janeiro de 200311 que irão dentro em breve alargar esse controlo à segurança das instalações nucleares e à gestão dos resíduos radioactivos. 11 COM(2003) 32 final.

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Pergunta nº 60 de Brian Crowley (H-0165/03) Objecto: Nova patente comunitária Agora que o Conselho de Ministros chegou finalmente a um acordo sobre a nova patente comunitária, que poderá significar uma redução dos custos de até 25000 euros por patente, poderá a Comissão indicar de que forma se propõe assegurar um aumento da percentagem de empresas europeias que requerem a patente para novos produtos (actualmente 14%) e que as PME possam beneficiar desta decisão?

Resposta (EN) As vantagens da patente comunitária tornarão o sistema de patentes no seu todo mais acessível e relevante para as necessidades dos inovadores e deverão, por isso, conduzir a um aumento do número de requerimentos de patentes. Se bem que estas vantagens beneficiem todos os utilizadores, elas serão sentidas com mais acuidade pelas empresas mais pequenas, que dispõem de orçamentos reduzidos e que até agora talvez não tenham tido condições para procurar obter uma ampla segurança para as suas inovações. No entanto, o sistema de patentes é apenas uma das componentes do ambiente global em que a inovação é cultivada e recompensada. A Comunidade poderá ter um excelente sistema de patentes, mas esse sistema não será utilizado pelas suas empresas se estas não forem inovadoras. A melhoria global da investigação e da inovação irá contribuir para a “estratégia de Lisboa”, apoiada em Março de 2000 no Conselho Europeu de Lisboa, que tem por objectivo transformar a União na economia mais dinâmica e competitiva do mundo. Mais especificamente, no Conselho Europeu de Barcelona de 2002, os Chefes de Estado e de Governo chegaram a acordo sobre a necessidade de aumentar o investimento nos domínios da investigação e do desenvolvimento tecnológico na União, com o objectivo de que o mesmo passasse do valor de 1,9% do PIB, que tinha em 2000, para cerca de 3% do PIB até 2010. Cerca de dois terços do total deveriam ser financiados por empresas. A Comissão publicará em breve um plano de acção para atingir esse objectivo dos “3%”. Do plano de acção farão parte recomendações em diferentes áreas, uma das quais será a da propriedade intelectual. Nesta área serão importantes, especificamente, as questões da sensibilização para os direitos de propriedade intelectual e da formação. Na realidade, para que a patente comunitária seja um êxito para todos os utilizadores – incluindo pequenas e médias empresas e organizações públicas que se dedicam à investigação – também é importante que eles a utilizem de forma optimizada.

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Pergunta nº 61 de Liam Hyland (H-0168/03) Objecto: Fundo de Solidariedade da União Europeia de ajuda às vítimas de catástrofes de grandes dimensões A Comissão mostrou, sendo parte integra do seu Programa de Trabalho para 2003, ter a intenção de implementar o novo Fundo de Solidariedade da União Europeia de ajuda às vítimas de catástrofes de grandes dimensões. Poderá a Comissão pronunciar-se sobre o funcionamento do Fundo até à data e informar se existem planos para alargar no âmbito do Fundo tendo em conta os pedidos de ajuda até à data?

Resposta (EN) O Fundo de Solidariedade da União Europeia (FSUE) foi criado a 11 de Novembro de 2002 pelo Regulamento nº 2012/2002 do Conselho12. A 11 de Dezembro de 2002, a Comissão adoptou quatro decisões que concedem auxílio do FSUE à Alemanha (444 milhões de euros), à Áustria (134 milhões de euros), à República Checa (129 milhões de euros) e

12 Regulamento (CE) nº 2012/2002 do Conselho, de 11 de Novembro de 2002, que institui o Fundo de Solidariedade da União Europeia, JO L 311 de 14 de Novembro de 2002, p.3

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à França (21 milhões de euros). Os acordos de implementação com estes quatro países foram celebrados e as subvenções pagas na totalidade antes do final do ano. Em conformidade com o regulamento, os países beneficiários estão agora a aplicar essa ajuda, o que deverá acontecer no período de doze meses para tal previsto. A Comissão vai acompanhar a aplicação. Para o ano em curso foram dirigidos à Comissão, em Janeiro de 2003, quatro pedidos de mobilização do FSUE, por parte das autoridades italianas (para as catástrofes decorrentes da erupção do vulcão do Monte Etna, do terramoto de Molise e das inundações no norte de Itália) e pela Espanha (devido ao desastre do petroleiro “Prestige”). Estes pedidos estão em processo de avaliação pela Comissão. Se após a avaliação se concluir que um ou mais desses pedidos cumprem os critérios estabelecidos no regulamento, compete à Comissão propor à autoridade orçamental que disponibilize a verba adequada, que será retirada do orçamento comunitário. Foi anunciado pelas autoridades gregas um quinto pedido de mobilização do FSUE (para danos causados pelo mau tempo em diversas partes do país), mas não foi ainda recebido. No caso do desastre do petroleiro “Prestige”, é evidente que catástrofes desta natureza não se inscrevem facilmente no âmbito das disposições do actual Regulamento do FSUE, tal como adoptado pelo Conselho. A Comissão concluiu, no “Relatório ao Conselho Europeu sobre as medidas a tomar para fazer face às consequências da catástrofe do Prestige”13, que uma solução satisfatória para este tipo de catástrofe exige uma alteração ao regulamento, voltando assim, com efeito, a uma proposta original apresentada em Setembro de 2002. Essa proposta permitiria que o Fundo de Solidariedade abrangesse catástrofes de natureza tecnológica ou ambiental, ao mesmo tempo que baixava o limiar de desencadeamento da intervenção (que é actualmente de 3 mil milhões de euros, ou 0,6% do produto nacional bruto do Estado em causa) e alargava as operações elegíveis definidas no artigo 3º do regulamento, de modo a incluir medidas preventivas destinadas a minimizar os efeitos nocivos de uma catástrofe em curso ou iminente.

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Pergunta nº 62 de Seán Ó Neachtain (H-0170/03) Objecto: Visibilidade dos fundos UE De forma a assegurar que a opinião pública esteja plenamente informada sobre o nível e âmbito dos financiamentos da UE atribuídos às circunscrições europeias, poderá a Comissão apresentar relatórios periódicos no que diz respeito à repartição, por localização, bem como por quantias envolvidas, dos Fundos Estruturais e outras ajudas, e poderá fazê-lo agora relativamente à circunscrição europeia de Connacht/Ulster?

Resposta (EN) O regulamento do Conselho que estabelece disposições gerais sobre os Fundos Estruturais14 prevê uma execução descentralizada das operações dos Fundos Estruturais pelos Estados-Membros. Os Estados-Membros prestam anualmente contas à Comissão sobre a execução da ajuda. A elegibilidade para receber ajuda é fixada no nível 2 da classificação NUTS15 no caso das regiões elegíveis correspondentes ao Objectivo 1 e no nível 3 da classificação NUTS para as regiões correspondentes ao Objectivo 2. Portanto, são estes os níveis geográficos em que há dados disponíveis sobre a implementação da ajuda a regiões do Objectivo 1 e do Objectivo 2. A elegibilidade para o Objectivo 3 não é estabelecida em bases regionais. Por consequência, exceptuando os casos em que as circunscrições estabelecidas para as eleições para o Parlamento coincidam com as regiões elegíveis para o Objectivo 1 ou para o Objectivo 2 – o que não é o caso da Irlanda – a repartição por circunscrição que foi solicitada não pode ser disponibilizada pela Comissão. No entanto, os Estados-Membros são livres de fornecer informações mais pormenorizadas por sua livre iniciativa. No caso da Irlanda foram disponibilizadas recentemente a nível de condado (NUTS 4), no sítio do Plano de Desenvolvimento Nacional16 na Internet, listas de projectos organizadas por programa e por beneficiário. Esses dados podem ser agregados

13 COM(2003) 105 final de 5 de Março de 2003 14 Regulamento (CE) nº 1260/99 do Conselho de 21 de Junho de 1999, JO L 161, de 21.06.1999. 15 A nomenclatura das unidades territoriais estatísticas (NUTS) foi criada pelos Serviços de Estatística das Comunidades Europeias (Eurostat) a fim de estabelecer uma estrutura única e coerente de distribuição territorial. É utilizada na legislação comunitária relativa aos Fundos Estruturais desde 1988. 16 www.ndp.ie

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para fornecer informações acerca da situação nas circunscrições europeias, que normalmente são formadas por grupos de condados. No que diz respeito a actividades no domínio da investigação e do desenvolvimento tecnológico (IDT), a Comissão envia anualmente um relatório ao Parlamento e ao Conselho, o qual fornece informações, só a nível nacional, sobre o número total de contratos assinados no âmbito do Programa-Quadro de IDT e sobre a correspondente contribuição comunitária. Durante o período 1999-2002 houve um total de 123 participações da circunscrição de Connacht/Ulster em actividades financiadas pelo Quinto Programa-Quadro para a investigação e o desenvolvimento tecnológico, com uma contribuição comunitária que totalizou 13 090 741 euros.

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Pergunta nº 63 de Cecilia Malmström (H-0171/03) Objecto: Tráfico de seres humanos na Moldávia A Moldávia, que fará fronteira com a futura UE alargada, atravessa hoje uma profunda crise económica que nos últimos dez provocou um aumento catastrófico da criminalidade e da corrupção anos em todos os sectores. Sobretudo devido à pobreza reinante, calcula-se que cerca de um milhão de pessoas tenham deixado o país, muitas das quais como vítimas de traficantes de pessoas, que lhes prometiam uma vida melhor no estrangeiro. Actualmente, a Moldávia é o país europeu mais afectado pelo tráfico de pessoas, uma forma moderna de comércio de pessoas e de escravatura, cujo objectivo é frequentemente o comércio sexual e a prostituição. Esperando que a Comissão tenha conhecimento da situação acima referida, pergunta-se que medidas concretas tenciona tomar tendo em vista a prevenção e a luta contra o tráfico de seres humanos, tanto na Moldávia como a partir deste país, e que ajuda económica tenciona conceder à Moldávia para o efeito?

Resposta (EN) A Comissão tem conhecimento de que está a aumentar o tráfico de seres humanos – em especial de mulheres para fins de exploração sexual - e também a imigração ilegal proveniente da Moldávia e através desse país. Para combater essas práticas, reveste-se da máxima importância a criação de um quadro jurídico e institucional eficiente que inclua uma estratégia de prevenção adequada e uma aplicação firme da lei. Para além disso, a redução da pobreza e a continuação das reformas económicas contribuirão para eliminar as causas que estão na origem das práticas referidas. O Comissário responsável pelas Relações Externas gostaria de recordar que estas actividades ilegais também estão associadas à questão da Transnístria, e se fosse possível avançar para uma solução dessa questão, isso contribuiria decerto para tratar de forma eficaz do problema das actividades em questão. A Comissão continua a ajudar os esforços desenvolvidos pela Moldávia. Em 2002 lançou um projecto contra o tráfico de seres humanos na Moldávia, no âmbito do Programa de Cooperação Regional TACIS. No seguimento desse projecto, o Programa de Acção Regional 2002 prevê um outro, no valor de 2,5 milhões de euros, destinado a combater o tráfico de seres humanos na Ucrânia e na Moldávia. São as seguintes as principais componentes da ajuda prestada pela Comissão: medidas preventivas; desenvolvimento de capacidades nos domínios do poder judicial e da aplicação da legislação; e assistência às vítimas e reabilitação. Para além disso, a Comissão presta uma ajuda considerável à Moldávia com vista à melhoria da gestão das fronteiras.

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Pergunta nº 64 de Neil MacCormick (H-0178/03) Objecto: Discriminação dos leitores de línguas estrangeiras: continuação

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Tendo em conta a resposta da Comissão à pergunta H-0088/0317, que adopta um tom ligeiramente mais curial do que o da resposta à anterior pergunta H-0796/0218, continua a verificar-se, por parte do Estado italiano, um grave e persistente incumprimento das regras do Estado de direito, com aplicação plena e tempestiva das decisões do Tribunal, devido ao comportamento de determinadas universidades italianas, o qual continua a prejudicar gravemente cidadãos estrangeiros que nelas exercem funções docentes. Assim sendo, está a Comissão disposta a alargar as suas investigações e a advertir o Estado italiano de que incorre na violação do artigo 6º do Tratado da União Europeia? Em caso negativo, poderá a Comissão informar se considera que, no tocante aos cidadãos europeus afectados, a Itália está a cumprir os requisitos mínimos do Estado de direito?

Resposta (EN) A Comissão deseja informar o senhor deputado de que o objectivo do actual processo por infracção, instaurado com base no artigo 228º do Tratado CE, é a observância, por parte da Itália, do acórdão do Tribunal de Justiça Europeu no Processo C-212/99. Tal como foi explicado nas respostas anteriormente dadas pela Comissão ao senhor deputado, em 16 de Outubro de 2002, a Comissão decidiu, em princípio, emitir um parecer fundamentado em virtude do incumprimento, pela Itália, do anterior acórdão do Tribunal de Justiça. Nesse parecer fundamentado, serão especificados em pormenor os pontos em que a Itália ainda não obedeceu ao acórdão. A Comissão não projecta fazer referência ao artigo 6º do Tratado da União Europeia em relação com o actual processo por infracção.

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Pergunta nº 65 de Chris Davies (H-0180/03) Objecto: Directiva sobre o transporte de animais Quando apresentará a Comissão propostas com vista a aumentar o bem-estar dos animais transportados entre Estados-Membros?

Resposta (EN) Neste momento encontra-se em adiantada fase de preparação na Direcção-Geral da Saúde e da Defesa do Consumidor (SANCO) um projecto de proposta bem elaborado sobre a protecção dos animais durante o transporte. O Comissário responsável pela Saúde e Defesa do Consumidor espera que as necessárias consultas interdepartamentais possam ter início nas próximas semanas, a fim de que a proposta seja apresentada o mais rapidamente possível.

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Pergunta nº 66 de Avril Doyle (H-0182/03) Objecto: Avaliação intercalar da Política Agrícola Comum Que disposições serão incluídas na avaliação intercalar da Política Agrícola Comum para assegurar os direitos de pagamento aos proprietários de terras abrangidos pelo regime agrícola de pensões de reforma nos anos de 2000, 2001 e 2002 e cujas terras foram, portanto, arrendadas? Existe a intenção, na avaliação intercalar, de impedir estas famílias de agricultores de beneficiar dos futuros pagamentos, ao abrigo das disposições da mesma?

17 Resposta escrita de 11.3.2003. 18 Resposta escrita de 17.12.2002.

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Quem poderá reclamar tais pagamentos no caso de terras declaradas elegíveis em 2000, 2001 e 2002, mas que foram vendidas depois de 1.1.2003: (a) o proprietário de 2000 a 2002, (b) o comprador subsequente (um agricultor em produção activa), (c) nenhum dos dois?

Resposta (EN) A reforma da PAC é dirigida aos agricultores em produção activa. Não há disposições estabelecidas para garantir direitos de pagamento aos proprietários de terras que se reformaram durante o período de referência e cujas terras foram, por consequência, arrendadas. Os direitos de pagamento serão concedidos aos arrendatários que exerceram uma actividade agrícola no período de referência nas terras em questão. Não há qualquer intenção de “impedir estas famílias de agricultores de beneficiar de futuros direitos de pagamento”. Podem produzir sem direitos de pagamento ou - embora não sejam obrigados a fazê-lo - comprar esses direitos no mercado, e, como é evidente, podem continuar a arrendar a terra a agricultores que têm direitos de pagamento mas não possuem terra suficiente. Se a pergunta diz respeito aos membros da família que adquirem a propriedade no período de referência, existe uma disposição que lhes atribui os mesmos direitos de que beneficiava a pessoa que se reformou, na condição de a propriedade ou parte dela ter sido transferida por herança real ou antecipada. A terceira pergunta diz respeito a “quem poderá reclamar tais pagamentos no caso de terras declaradas elegíveis em 2000, 2001 e 2002, mas que foram vendidas depois de 1.1.2003: (a) o proprietário de 2000 a 2002, (b) o comprador subsequente (um agricultor em produção activa), (c) nenhum dos dois?” Em primeiro lugar há que ter em atenção que não são fixados direitos de pagamento pela posse de terra, mas, pelo contrário, os direitos de pagamento são atribuídos aos agricultores em produção activa no período de referência. Portanto, os direitos de pagamento serão concedidos ao proprietário de 2000 a 2002 ou ao rendeiro, se acaso a terra foi arrendada no período de referência. Em ambos os casos, o agricultor que reclama o pagamento precisa de ter um número equivalente de hectares, a fim de os manter em produção activa e obter a ajuda correpondente.

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Pergunta nº 67 de Niels Busk (H-0183/03) Objecto: Evacuação das delegações da Comissão Que planos pôs a Comissão em prática para se preparar para eventuais evacuações das suas delegações nos pontos críticos do mapa mundial? O pessoal das delegações é todo abrangido pelo mesmo plano de evacuação ou é feita uma distinção entre diferentes formas de contratação?

Resposta (FR) Em todos os países, as delegações da Comissão encontram-se em contacto directo com os Estados-Membros e estão associadas a uma das suas embaixadas para a gestão das crises. Em caso de tensão grave num país terceiro, a Comissão segue as decisões tomadas pelos Estados-Membros, bem como as suas recomendações. Na maioria dos países terceiros, o pessoal estatutário das delegações da Comissão e respectivas famílias encontra-se integrado num único e mesmo plano de evacuação de uma embaixada comunitária. As outras categorias de pessoal expatriado estão integradas no plano de evacuação das suas respectivas embaixadas. A sede autoriza, nos locais de afectação mais difíceis, a compra de bilhetes de viagem de crise para o pessoal estatutário e suas famílias. Em função do risco ou do grau da ameaça ao local de afectação, a sede pode decidir a evacuação a título preventivo das famílias (nível de crise 1) e/ou do pessoal estatutário não essencial (nível de crise 2), e, se a situação local assim o exigir, a evacuação de todo o pessoal estatutário e em seguida o encerramento temporário da delegação.

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A título de informação, as delegações actualmente em nível de crise 1 são as da República Centro-Africana, da Colômbia, da Costa do Marfim, da Serra Leoa, da Síria e da Jugoslávia (Pristina), e as delegações em nível de crise 2 são as do Afeganistão, da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, de Israel, da Jordânia e da Libéria. Cada delegação preenche e devolve regularmente à sede um questionário de segurança indicando a composição exacta do pessoal estatutário e não estatutário e, para cada um deles, a composição da respectiva família, o que permite conhecer com precisão a lista das pessoas presentes a evacuar em caso de necessidade. Essas listas são evidentemente enviadas à embaixada que integra a delegação no seu plano de evacuação. Esses planos de evacuação abrangem o pessoal estatutário, ou seja, os funcionários, os jovens peritos da delegação, os funcionários nacionais destacados, os peritos individuais (AIDCO e/ou ECHO) e respectivas famílias. A exemplo do que acontece com os Estados-Membros, não abrangem nem os empregados com contrato local (Agentes locais, ALAT - Agente Local de Assistência Técnica) nem os assistentes técnicos dependentes directamente dos gabinetes de estudos, os quais devem registar-se junto das suas respectivas embaixadas em função da sua nacionalidade e seguir as instruções destas últimas.

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Pergunta nº 68 de Miquel Mayol i Raynal (H-0184/03) Objecto: Fundos Estruturais na Córsega Em 1999 a Córsega perdeu a elegibilidade para as ajudas dos Fundos Estruturais como região objectivo 1. Actualmente as instâncias oficiais francesas encarregadas da estatística (INSEE) reconheceram que os valores que serviram de base para o cálculo eram errados. Com efeito, o Eurostat publicou recentemente o valor real relativo à Córsega para 2000: é de 75% do PIB comunitário e não de 82% como o Estado francês tinha afirmado até então. Dado que o objectivo 1 diz respeito à maior parte das ajudas estruturais europeias às regiões menos desenvolvidas, o erro em relação à Córsega representou para a economia da ilha uma perda considerável. Pode a Comissão quantificar este prejuízo? Conta a Comissão solicitar explicações ao Estado francês? Se o erro for confirmado pelas instâncias da Comissão, pode-se admitir que tal dê direito a compensações? De que ordem seriam essas compensações?

Resposta (FR) A Comissão confirma que o produto interno bruto (PIB) por habitante na Córsega se elevava a 82% da média comunitária em 1994, com base no sistema de contas nacionais (versão SEC19 1979). O Regulamento nº 1260/99 de 21 de Junho de 199920 estabelece no seu artigo 3º que "as regiões abrangidas pelo Objectivo 1 são as regiões que correspondem ao nível NUTS II da nomenclatura das unidades territoriais estatísticas e cujo PIB por habitante, medido em padrões de poder de compra e calculado com base nos dados comunitários dos três anos anteriores disponíveis em 26 de Março de 1999, é inferior a 75% da média comunitária". Na Córsega, essa percentagem passou para 84% em 1995 e para 82% em 1996, sempre com base no sistema de contas nacionais SEC 1979. No conjunto dos três anos tidos em consideração para a elegibilidade em 1999, a Córsega situava-se, portanto, acima do limiar dos 75% da média comunitária. Assim, não era elegível para o Objectivo 1. Em 1995, o sistema de contas nacionais foi modificado. A partir de 2001, as estatísticas do PIB regional foram publicadas sobre essa base nova de contas nacionais SEC 1995. Relativamente aos últimos anos disponíveis (1999-2000), a Córsega situa-se nos 76% da média comunitária, segundo o novo sistema de contas nacionais. No futuro, a situação da Córsega, assim como de qualquer outra região da União, será analisada em função das estatísticas disponíveis correspondentes aos anos a ter em consideração para o novo período de programação dos Fundos Estruturais, a saber, em princípio os anos 2001-2003.

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19 Sistema Europeu de Contas Económicas Integradas 20 JO L 161 de 21.6.1999

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Pergunta nº 69 de Proinsias De Rossa (H-0185/03) Objecto: Livro Verde sobre os Serviços Públicos/Serviços de Interesse Geral Poderá a Comissão anunciar a data de publicação prevista para o seu Livro Verde sobre os Serviços Públicos/Serviços de Interesse Geral e enumerar as medidas que colocou/colocará em prática para facilitar a consulta nesta matéria?

Resposta (EN) A Comissão está neste momento a ultimar o texto que espera adoptar por volta de meados de Maio de 2003. A fim de facilitar a consulta, o documento será disponibilizado no sítio Europa da Comissão, na Internet, assim que for adoptado. A Comissão indicará também no seu Livro Verde um endereço específico de correio electrónico para onde as partes interessadas podem enviar por via electrónica os seus contributos.

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Pergunta nº 70 de Mark Francis Watts (H-0187/03) Objecto: Abate de focas bebé no Mar Branco, Rússia Ao responder à minha anterior pergunta (H-0046/03)21, a Comissão convidou-me a fornecer "informações concretas e credíveis" que confirmassem que as autoridades russas atribuem subsídios consideráveis ao abate de focas bebé no Mar Branco. Peço à Comissão que registe que lhe forneci agora estas informações, por escrito, acompanhadas por provas em vídeo deste abate sangrento. Não resta qualquer dúvida de que os russos subsidiam esta cruel actividade mediante a aplicação de quotas de captura livres. Na sua resposta anterior, a Comissão comprometeu-se a levantar a questão do abate das focas bebé junto das autoridades russas na Subcomissão do Ambiente, no contexto do Acordo de Parceria e de Cooperação, e afirmou que se esperava que a próxima reunião da sua subcomissão se realizasse no final de Março ou no início de Abril. Poderá a Comissão indicar qual a data precisa da realização da reunião?

Resposta (EN) A Comissão agradece as informações prestadas pelo senhor deputado no dia 31 de Março. Essas informações confirmam a declaração contida na pergunta, segundo a qual o abate de focas na Rússia é subsidiado mediante a aplicação de quotas de captura livres. A Comissão não dispõe de qualquer informação que indique que o abate de focas possa ser regulado por meio de quotas de captura, pelo que receberia com agrado mais informações concretas sobre esta questão. Em termos mais gerais, a Comissão não está em condições de negociar a implementação de políticas de gestão de quotas de captura de peixe de países terceiros. Como já foi indicado em respostas anteriores a perguntas afins da que agora tratamos, a Comissão tenciona levantar a questão das focas bebé na próxima reunião da Subcomissão do Ambiente no contexto do Acordo de Parceria e de Cooperação com a Rússia. A data desta reunião teve de ser alterada a pedido das autoridades russas e neste momento a sua realização só está prevista para depois das férias do Verão.

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Pergunta nº 71 de María Sornosa Martínez (H-0188/03) 21 Resposta escrita de 11.2.2003

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Objecto: Envio de um petroleiro espanhol de casco simples à guerra do Iraque O Governo espanhol decidiu autorizar a participação do petroleiro militar “Marqués de la Ensenada” para apoiar as tropas aliadas empenhadas na guerra do Iraque. Trata-se de um petroleiro de casco simples, que foi construído em 1990. Tendo em conta o facto de a Comissão, em razão das catástrofes do “Erika” e do “Preestige”, estar a desenvolver um trabalho meritório tendente à eliminação dos petroleiros de casco simples, especialmente no que respeita ao teor da revisão do Regulamento (CE) 417/2002 22, segundo o qual uma situação de guerra implica um risco acrescentado relativamente a um possível naufrágio resultante de um ataque inimigo e, por conseguinte, a uma nova maré negra. Não entende a Comissão que seria, pelo menos, prudente e desejável evitar a participação em missões perigosas deste tipo de petroleiros de casco simples? Tenciona a Comissão solicitar às autoridades espanholas que retire o referido petroleiro da zona de conflito, a fim de prevenir o risco de uma nova maré negra?

Resposta (FR) A Comissão chama a atenção da senhora deputada para o facto de o Regulamento nº 417/2002, de 18 de Fevereiro de 2002, não se aplicar nem aos navios de guerra e navios de guerra auxiliares nem aos outros navios pertencentes a um Estado ou explorados por um Estado, enquanto este os utilizar exclusivamente para fins governamentais ou não comerciais. Na ausência de competência na matéria, não cabe à Comissão pronunciar-se sobre a utilização desse tipo de navios pelos Estados-Membros.

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Pergunta nº 72 de Cristina Gutiérrez-Cortines (H-0189/03) Objecto: Negociações do acordo agrícola com Marrocos Marrocos não parece muito interessado em concluir um novo acordo agrícola com a União Europeia. Caso não seja celebrado um acordo entre ambas as partes até à próxima campanha do tomate, poderiam surgir novas tensões com este país devido às divergências de interpretação da cláusula de auto-limitação das exportações marroquinas. Como pensa a União Europeia evitar estas tensões? Tendo em conta a intenção de Marrocos de instaurar uma zona de comércio livre com os EUA, não acha a Comissão que Rabat poderá estar a tentar ganhar tempo para dispor mais tarde, uma vez concluídas as negociações com os EUA, de mais um instrumento de pressão para obter concessões mais substanciais da UE, em detrimento das regiões do Sul da Europa eminentemente hortofrutícolas, prejudicadas por uma situação de incerteza e de concorrência pouco controlada? À luz da incerteza gerada por esta situação, como tenciona a Comissão reagir em defesa dos produtores do Sul da Europa?

Resposta (FR) As renegociações agrícolas do Acordo de Associação entre Marrocos e a Comunidade não estão a desenrolar-se como a Comissão desejaria. As dificuldades levantadas por Marrocos para conceder um acesso preferencial à Comunidade nos termos previstos pela Declaração de Barcelona de 1995 estão entre as principais razões desse impasse. Essa Declaração, subscrita por Marrocos, prevê uma maior liberalização das trocas agrícolas e inclui uma liberalização progressiva das trocas com base no comércio tradicional à taxa zero. Neste momento, a Comunidade importa cerca de 95% dos produtos agrícolas provenientes de Marrocos (incluindo o tomate) à taxa zero, seja ilimitadamente, seja no âmbito de calendários e/ou de contingentes pautais fixados a um nível pelo menos igual ou superior às importações tradicionais, ao passo que as importações marroquinas à taxa zero provenientes da Comunidade são inexistentes.

22 JO L 64 de 7.3.2002, p. 1.

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Apesar das dificuldades encontradas, a Comissão, em estreita coordenação com os Estados-Membros, está a esforçar-se por concluir as negociações o mais rapidamente possível. Independentemente de outras negociações, esse objectivo é tanto mais partilhado por Marrocos quanto este tenta obter da parte da Comunidade uma concessão duradoura e incontestável a nível jurídico para as suas exportações de tomate antes da próxima campanha de comercialização.

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Pergunta nº 73 de Jonas Sjöstedt (H-0190/03) Objecto: Justificação para a introdução do Paraquat num anexo a uma directiva do Conselho O pesticida Paraquat tem na sua composição uma substância química persistente que é altamente tóxica e para a qual não existe antídoto. O Paraquat é perigoso tanto para as pessoas como para a natureza e está proibido numa série de países, como por exemplo Suécia, Dinamarca e Áustria. Actualmente discute-se a possibilidade de introduzir o Paraquat no Anexo I à Directiva do Conselho 91/414/CEE23 sobre produtos fitofarmacêuticos. A própria Comissão propôs uma introdução desse tipo. Como justifica a Comissão a proposta de introdução do Paraquat no Anexo I à Directiva do Conselho 91/414/CEE, tendo em conta os bem conhecidos efeitos nocivos deste pesticida e o facto de vários Estados-Membros já terem proibido a utilização do Paraquat?

Resposta (EN) A Comissão pode confirmar que a avaliação do Paraquat nos termos da Directiva 91/414/CEE do Conselho já se encontra quase concluída e que as avaliações científicas do risco que foram efectuadas demonstraram que há algumas utilizações que cumprem as normas de segurança da directiva. Isto foi igualmente confirmado pelo Comité Científico das Plantas, que é uma entidade independente. Portanto, a Comissão, no exercício da sua função de legisladora e gestora do risco, tem de decidir se, e em que condições, a substância poderá ser incluída no Anexo I à directiva. A Comissão está neste momento a considerar, juntamente com os Estados-Membros, as diversas opções disponíveis para a gestão dos riscos associados à utilização desta substância e deseja que o seguinte aspecto fique claro: há riscos associados ao Paraquat que têm de ser geridos, e nos casos em que esses riscos forem inaceitáveis, será necessário impor restrições. Também é necessário que a Comissão se pronuncie claramente sobre o significado da inclusão de uma substância no Anexo I à directiva referida. Não significa necessariamente que a substância seja segura em todas as condições – significa que pode ser utilizada com segurança. O mundo à nossa volta está cheio de substâncias que não são seguras e que utilizamos diariamente, desde medicamentos à gasolina que pomos nos automóveis, às lixívias utilizadas em casa e assim por diante. A directiva estipula que as substâncias só podem ser incluída no Anexo I pela Comissão e que os produtos que as contêm só podem ser autorizados pelos Estados-Membros se puderem ser utilizados com segurança. Uma das tarefas da Comissão e dos Estados-membros nos próximos meses será decidir como é que se pode garantir isto mesmo no caso do Paraquat. Também foi pedido à Comissão que se pronunciasse sobre a proposta de inclusão no Anexo I, tendo em conta que o Paraquat se encontra proibido em vários Estados-Membros. Sobre este aspecto, a Comissão tem dois comentários a fazer. Primeiro: o facto de uma substância se encontrar neste momento proibida num Estado-Membro não é pertinente para a questão da sua inclusão no Anexo I à directiva. 97% das substâncias abrangidas pela directiva estão proibidas pelo menos num Estado-Membro, por diversas razões, nem sempre relacionadas com a segurança. A agricultura europeia – de facto, até mesmo a agricultura de qualquer um dos Estados-Membros – não conseguiria sobreviver apenas com os restantes 3% das substâncias. É evidente que quando a Comissão avalia substâncias, o faz com base numa avaliação do risco que se debruça sobre todas as preocupações relacionadas com a segurança, incluindo as que levaram a que as substâncias em causa fossem proibidas num Estado-Membro. Se as substâncias forem proibidas por outros motivos, então a Comissão deve recordar que um dos objectivos da directiva é eliminar barreiras injustificadas ao comércio. Segundo: o princípio da subsidiariedade entra aqui em linha de conta. Incluir uma substância no Anexo I significa que os Estados-Membros poderão considerar a possibilidade de autorizar produtos que contenham essa substância. Não os obriga, porém, a fazê-lo. Se receberem pedidos de autorização de produtos relativamente aos quais têm preocupações em matéria de segurança, podem recusar-se a conceder essas autorizações. Tudo o que a directiva faz é garantir que essas recusas não

23 JO L 230 de 19.8.1991, p. 1.

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sejam arbitrárias. Parece-me claro que quaisquer produtos que não possam ser utilizados com segurança pura e simplesmente não serão colocados no mercado.

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Pergunta nº 74 de Hans-Peter Martin (H-0199/03) Objecto: Transparência das despesas Nos EUA, é prática corrente do poder executivo e legislativo tornar públicas as despesas efectuadas no âmbito das suas actividades financiadas com o dinheiro do contribuinte, fazendo-se mesmo referência a material de escritório ou jornais. O que impede a Comissão de adoptar também esta prática?

Resposta (EN) A Comissão publica mensalmente no sítio Europa da Internet, que está acessível ao público em todo o mundo, um relatório de execução orçamental pormenorizado. Este relatório é transmitido à autoridade orçamental (Conselho da União e Parlamento) e ao Tribunal de Contas. É um relatório que descreve a evolução dos créditos orçamentais relativos a importantes pontos do orçamento, incluindo também informações acrescentadas às rubricas das Perspectivas Financeiras, resumindo os dados respeitantes às dotações para autorizações e às dotações para pagamentos. As observações feitas sobre cada um dos pontos do orçamento no orçamento anual da União que é publicado fornecem pormenores acerca dos objectivos do financiamento. Outras informações pormenorizadas sobre o tipo de acções financiadas no âmbito das principais rubricas orçamentais são prestadas nos documentos de trabalho que acompanham anualmente o anteprojecto de orçamento. A Comissão publica todos os anos um Relatório Financeiro Anual destinado ao leitor comum. As contas anuais da Comissão são publicadas de forma muito detalhada na publicação intitulada “Documentos Contabilísticos Anuais das Comunidades Europeias”. O Volume I destas contas inclui uma análise da gestão financeira da Comissão. O Volume IV fornece um mapa consolidado da situação financeira, o qual é publicado no Jornal Oficial da União Europeia. A Comissão presta todas as informações necessárias ao Tribunal de Contas para este preparar o Relatório Anual e os Relatórios Especiais. Fornece também extensas respostas aos pedidos da autoridade orçamental no procedimento de quitação do orçamento anual. A Comissão assegura a responsabilidade democrática perante o Parlamento e dá uma resposta de qualidade aos procedimentos de controlo parlamentar. As suas respostas às perguntas feitas pelo Parlamento são publicadas.

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Pergunta nº 75 de Concepció Ferrer (H-0200/03) Objecto: A situação em Cuba Desde 18 de Março passado, quatro dias depois de o Comissário Nielson ter concluído a sua viagem de uma semana a Cuba, que se verificam, na ilha caraíba, detenções em massa de opositores e jornalistas. Neste contexto, sublinhe-se que a grande maioria dos membros da estrutura intermédia e superior do Projecto Varela, coordenado pelo galardoado com o Prémio Sakarov 2002, Oswaldo José Payá, foi encarcerada, bem como o jornalista e poeta Raúl Rivero e a ex-presa política Martha Beatriz Roque. Considerando que a adesão ao Acordo de Cotonou implica o respeito da democracia e dos direitos humanos, e recordando que, no mês de Janeiro de 2003, Cuba apresentou oficialmente o seu pedido de adesão ao referido acordo,

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Considerando, além disso, que a defesa dos direitos humanos e da democracia no mundo é um dos objectivos da União Europeia e da sua política de desenvolvimento, Que medidas tenciona adoptar a Comissão face a esta clara violação dos direitos humanos por parte do Governo de Castro? Em que medida considera a Comissão que estes factos podem afectar a integração de Cuba no Grupo ACP e a aceitação dessa adesão por parte da União Europeia?

Resposta (EN) A Comissão está seriamente preocupada com as recentes detenções, pelas autoridades cubanas, de jornalistas e de apoiantes da oposição. No dia 26 de Março, a União Europeia aprovou uma declaração que condenava vigorosamente esse incidente. A esta declaração seguiu-se uma démarche da “troika” em Havana. A Comissão vai continuar a acompanhar a situação através da nossa delegação, recentemente aberta em Havana. Como se disse na declaração da União acerca dos “direitos do Homem no mundo”, apresentada na Comissão dos Direitos do Homem na terça-feira da semana passada (dia 1 de Abril), “A situação dos direitos humanos em Cuba continua a ser motivo de grave preocupação para a União, apesar de haver alguns desenvolvimentos positivos, como uma maior liberdade religiosa, o facto de a pena de morte não ser aplicada há três anos e a recente abertura de uma delegação da Comissão em Havana. Continuam a verificar-se violações dos direitos civis e políticos, incluindo detenções arbitrárias, intimidação de adversários políticos e prisões por motivos políticos. Neste contexto, a União Europeia condena a recente detenção de mais de 80 dissidentes, em Cuba, desde 18 de Março e exige a rápida libertação dos que são considerados prisioneiros de opinião. Não houve reformas democráticas no país. O destacado dissidente Payá foi galardoado com o Prémio Sakarov, concedido pela União em reconhecimento da liberdade de pensamento, pelo trabalho realizado no Projecto Varela, mas o Governo cubano ainda não reagiu publicamente ao projecto. A União lamenta a recente recusa, pelo Governo cubano, de uma visita a realizar pelo representante pessoal do Alto Comissário para os Direitos Humanos e apela ao Governo de Cuba para que colabore com os mecanismos das Nações Unidas em matéria de direitos humanos.” A situação interna no que respeita aos direitos humanos é e vai continuar a ser um aspecto importante das relações da União com Cuba. A Comissão está convencida de que uma política de reuniões e diálogo é a que, com maior probabilidade, contribuirá para que haja uma evolução positiva neste aspecto. No que diz respeito ao pedido de adesão ao Acordo de Cotonou por parte de Cuba, a Comissão considera que esse seria um melhor enquadramento para a prossecução do diálogo com as autoridades cubanas e o acompanhamento dos progressos em todas as frentes, incluindo a dos direitos humanos. Como se afirma no artigo 9º, o respeito pelos direitos humanos, pela democracia e pelo Estado de direito são elementos essenciais deste Acordo. A Comissão considera ainda que, com o seu pedido de adesão, Cuba deu uma indicação da sua disponibilidade para acatar todas as questões tratadas nesse Acordo, incluindo a dos direitos humanos, sem pré-condições e num quadro acordado por todas as partes. Significa isso que a adesão de Cuba ao Acordo de Cotonou, longe de lhe facilitar a vida em matéria de direitos humanos e democratização, seria uma plataforma para o reforço de um verdadeiro diálogo entre a União e Cuba acerca dessas questões. Esta opinião foi partilhada por muitas representações da oposição cubana que se encontraram com o Comissário responsável pela ajuda ao desenvolvimento e ajuda humanitária a Cuba.

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Pergunta nº 76 de Astrid Lulling (H-0201/03) Objecto: "Communications Bill" no Reino Unido? RSA? Encontra-se em vias de adopção, no Reino Unido, um projecto de lei nacional sobre as comunicações (“Communications Bill”) com vista à implementação do novo quadro regulamentar referente às comunicações electrónicas. Nesse texto, foi introduzido um novo direito, o R.S.A. (“Recognised Spectrum Access”), que os beneficiários - sobretudo os operadores de satélite com base no exterior do território - deverão comprar a fim de proteger a recepção da TV numérica das eventuais

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interferências de outros operadores de rádio que dispõem de uma licença no país. Mais de 7 milhões de lares britânicos serão afectados, bem com os estrangeiros residentes no Reino Unido que não têm outros meios para receber os canais televisivos dos seus países. Não considera a Comissão que o R.S.A. constitui um obstáculo de monta à livre circulação dos serviços na Europa, na medida em que a recepção dos programas de televisão deve ser assegurada livremente e em boas condições, em conformidade com a Directiva «Televisão sem fronteiras» e com o «direito à antena» enunciado em 2001?

Resposta (EN) O projecto de lei sobre as comunicações (“Communications Bill”) do Reino Unido, na sua versão actual, prevê a implementação do “Recognised Spectrum Access” (RSA), que estaria disponível para as transmissões efectuadas, em especial, do exterior do Reino Unido e destinadas a serem recebidas naquele país. O RSA concederá o benefício que o OFCOM (“Federal Office for Communications” – Serviço Federal de Comunicações) pretende assegurar, ou seja, que a interferência de outras fontes não excederá um determinado nível. O projecto de lei sobre as comunicações (“Communications Bill”) não fornece mais especificações acerca do âmbito exacto do RSA. No entanto, o documento de consulta sobre o RSA, emitido pelas autoridades do Reino Unido em Julho de 2002, refere que o objectivo do RSA é optimizar a utilização do espectro no Reino Unido e que o RSA será implementado de forma selectiva, por exemplo, no espectro utilizado por serviços por satélite em que essa utilização limite o desenvolvimento de sistemas terrestres de rádio. O documento de consulta afirma que o RSA não será obrigatório, mas uma parte interessada que não tenha apresentado um pedido de RSA não poderá desfrutar dos seus benefícios. Os encargos exactos e a metodologia para a determinação desses encargos do RSA não são especificados no projecto de lei sobre as comunicações, que faz referência a posteriores regulamentações nesta matéria. O documento de consulta refere diversos métodos possíveis de determinação dos encargos, incluindo a fixação de preço por via administrativa. A Comissão julga saber que as autoridades do Reino Unido terão ainda de tomar decisões sobre este assunto e procederão a mais consultas antes de tomarem essas decisões. No que diz respeito à compatibilidade com o novo quadro regulamentar referente às comunicações electrónicas e a Directiva “Televisão sem fronteiras” (Directiva 89/55224), e enquanto se aguarda a notificação de medidas abrangidas pela Directiva 98/3425, a Comissão está a estudar as disposições do projecto de lei sobre as comunicações e acompanhará de perto quaisquer desenvolvimentos posteriores relativos a este assunto.

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Pergunta nº 77 de Glenys Kinnock (H-0203/03) Objecto: Água A Comissão pode comentar a opinião segundo a qual o sector privado não comprovou ser uma panaceia para alcançar o objectivo definido em Joanesburgo de reduzir a metade o número de pessoas sem acesso a água potável até 2015? A Comissão concorda que o sector público precisa de reforçar o seu empenhamento e reconcentrar os seus recursos para poder alcançar progressos nesta questão?

Resposta (EN) Reconhecendo a importância do desafio chamado água, e em especial do desafio de garantir o acesso à agua como necessidade básica que é, a União lançou a Iniciativa Comunitária no Domínio da Água durante a Cimeira Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável que se realizou em Joanesburgo. A Iniciativa Comunitária no Domínio da Água assenta sobre, e desenvolve, a política definida numa comunicação da Comissão e a resolução dela resultante que foi adoptada pelo Conselho em Maio de 2002. No âmbito do quadro abrangente da “Gestão Integrada dos Recursos Hídricos”, com base numa abordagem de bacia fluvial, uma primeira prioridade da acção comunitária é assegurar o abastecimento de água potável de boa qualidade em quantidade suficiente, de saneamento 24 Com a redacção que lhe foi dada pela Directiva 97/36 de 30 de Junho de 1997. 25 Directiva do Parlamento Europeu e do Conselho relativa a um procedimento de informação no domínio das normas e regulamentações técnicas e das regras sobre Serviços da Sociedade da Informação.

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básico e de higiene a todos os seres humanos, em especial aos mais pobres e com nítida incidência nas necessidades das mulheres e das crianças, tendo como objectivo geral a redução da pobreza e a melhoria do estado de saúde, da qualidade de vida e das oportunidades de subsistência das pessoas. Para atingir estes objectivos são necessárias boa governação e reformas políticas e sectoriais. Há que apoiar o reforço da sensibilização, o reforço institucional e as actividades que visam o desenvolvimento das capacidades, garantindo simultaneamente a participação de todas as partes interessadas e a apropriação de políticas e estratégias. Há que promover parcerias entre actores do sector público, do sector privado e da sociedade civil, assegurando a equidade e a transparência dessas parcerias, permitindo a escolha livre e reversível em matéria de gestão dos serviços de abastecimento de água, salvaguardando os interesses dos consumidores e dos investidores e mantendo elevados padrões de protecção ambiental. A formação dos preços dos serviços de abastecimento de água é importante para garantir a sustentabilidade financeira, embora seja necessária a concepção de estruturas tarifárias e de sistemas de captação adequados para ir ao encontro das necessidades básicas dos grupos pobres e vulneráveis. A questão do envolvimento do sector privado remete para uma questão de âmbito mais alargado, que é a da reforma das empresas do sector empresarial do Estado. Reconhecendo embora que as empresas públicas têm de reforçar o seu empenhamento e reorientar os seus recursos, há uma consciencialização crescente da necessidade de uma contribuição adequada para apoiar a Iniciativa Comunitária Global no domínio da Água. No entanto, antes de se tomar uma decisão relativa a uma solução específica (incluindo as que envolvem a participação do sector privado), é necessário analisar objectivamente todas as opções para se poder seleccionar a mais adequada. É óbvia a necessidade de manter o espírito aberto relativamente a estas questões que se prendem com reformas, criando quadros regulamentares adequados e estabelecendo mecanismos de controlo que assegurem a protecção do interesse público.

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Pergunta nº 78 de Rodi Kratsa-Tsagaropoulou (H-0205/03) Objecto: Aplicação de directivas pela Grécia Expira em 2003 o prazo de transposição, pelos Estados-Membros, de duas muito importantes directivas. Trata-se, nomeadamente, da Directiva 2000/43/CE26 do Conselho, de 29 de Junho de 2000, que aplica o princípio da igualdade de tratamento entre as pessoas, sem distinção de origem racial ou étnica, que deve ser transposta até 19 de Julho de 2003, e da Directiva 2000/78/CE27 do Conselho, de 27 de Novembro de 2000, que estabelece um quadro geral de igualdade de tratamento no emprego e na actividade profissional, que deve ser transposta até 2 de Dezembro de 2003. Poderá a Comissão indicar em que medida a Grécia transpôs para a sua ordem jurídica interna as Directivas em questão? Existem elementos concretos que atestem da tomada de medidas e da introdução de modificações legislativas por parte do Estado grego visando assegurar a melhor aplicação possível dos dois diplomas? Está a Comissão satisfeita com as adaptações a que o Estado grego procedeu, em particular, no que respeita à Directiva 2000/43/CE, cujo prazo de transposição expirará muito brevemente?

Resposta (EN) 1. Os Estados-Membros têm de transpor para a legislação nacional, até ao dia 19 de Julho de 2003, a Directiva 2000/43/CE do Conselho, que aplica o princípio da igualdade de tratamento entre as pessoas sem distinção de origem racial ou étnica. A Directiva 2000/78/CE do Conselho, que estabelece um quadro geral de igualdade de tratamento no emprego e na actividade profissional tem de ser transposta até 2 de Dezembro de 2003 (com a possibilidade de um período adicional de três anos para a transposição das disposições relativas à discriminação em função da idade ou de deficiência). 2. A Comissão mantém-se em contacto regular com as autoridades dos Estados-Membros a fim de apoiar o processo de transposição. No âmbito do Programa de Acção Comunitário de Luta contra a Discriminação, foi criado um Grupo de Trabalho no domínio jurídico, constituído por representantes dos Estados-Membros encarregados da transposição de ambas as directivas. Este grupo oferece aos Estados-Membros a oportunidade de trocarem informações e boas práticas no que respeita à transposição das duas directivas.

26 JO L 180 de 19.7.2000, pág. 22 27 JO L 303 de 2.12.2000, pág. 16

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A Comissão criou também grupos de peritos independentes em matéria de discriminação racial (domínio recentemente alargado de modo a abranger também a discriminação em função da religião ou crença), por deficiência e orientação sexual, com vista à prestação de informações adicionais sobre a transposição das directivas. 3. Até agora, a Grécia não notificou a Comissão da transposição das directivas. De acordo com as informações prestadas, a Grécia parece estar nas fases iniciais dessa transposição. A Comissão tem conhecimento de que o Ministério da Justiça grego criou em Setembro de 2002 um comité legislativo preparatório especial que deverá fazer recomendações ao Governo relativas à transposição da Directiva 2000/43/CE. O trabalho do comité está, ao que parece, na sua fase inicial. Até agora o Governo grego não encetou nenhum processo de consulta a nível nacional. O Ministério do Trabalho organizou um grupo de trabalho sobre a transposição da Directiva 2000/78/CE. A Grécia não criou ainda nenhum órgão para a promoção da igualdade de tratamente, tal como exigido pelo artigo 13º da Directiva 2000/43/CE.

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Pergunta nº 79 de John Walls Cushnahan (H-0209/03) Objecto: O preço dos automóveis na UE e o imposto de registo dos veículos na Irlanda O último relatório da Comissão sobre os preços dos automóveis na União Europeia mostra que está em curso uma determinada convergência em matéria de diferenças de preço, designadamente, na zona euro, embora persistam ainda diferenças significativas. Contudo, na Irlanda, os preços dos automóveis sofrem um aumento muito expressivo dada a imposição do imposto de registo de veículos, que anula completamente qualquer esforço de convergência que esteja a ocorrer em toda a União Europeia. Que medidas tenciona a Comissão tomar para forçar o Governo irlandês a baixar o referido imposto, a fim de que os compradores de automóveis na Irlanda possam finalmente beneficiar em termos reais do Mercado Único?

Resposta (EN) A Comissão gostaria de informar o senhor deputado de que, de acordo com o seu mais recente relatório, datado de 27 de Fevereiro de 2003, sobre diferenciais dos preços dos automóveis na União Europeia a 1 de Novembro de 2002, a Irlanda é o quinto mercado mais barato da zona euro no que respeita ao preço dos automóveis antes da aplicação dos impostos. No que se refere aos preços de retalho para veículos de passageiros, é verdade que esses preços são consideravelmente afectados tanto pelo nível dos preços antes da aplicação dos impostos como pelos impostos aplicados a esse tipo de veículos, impostos que são muito diversificados no território da Comunidade em termos de estrutura e de níveis. Até agora é reduzida a legislação comunitária ou a harmonização de disposições nacionais em matéria fiscal aplicadas pelos Estados-Membros. A aproximação dos níveis de tributação dos veículos revelou-se muito difícil, devido à regra da unanimidade para a tomada de decisões em assuntos de natureza fiscal. A Comissão apresentou em 2002 uma comunicação sobre a tributação dos veículos de passageiros na União Europeia28, com o objectivo de lançar uma discussão com o Conselho, o Parlamento Europeu e as principais partes interessadas sobre futuras opções para a tomada de medidas a nível comunitário e nacional. Essa comunicação é presentemente objecto de discussão no Parlamento e esperamos que a Presidência grega a leve ao Conselho para discussão. Uma das principais recomendações em matéria de política contidas nesta comunicação é que os níveis do imposto de registo dos veículos deverão ser gradualmente reduzidos tendo em vista a sua estabilização a baixos níveis e, preferencialmente, a sua abolição total. A fim de assegurar a exequibilidade dessa recomendação, a Comissão sugeriu que a redução do imposto de registo dos veículos ocorresse paralelamente a uma transferência gradual das receitas provenientes do imposto de registo dos veículos para o imposto anual de circulação, e em determinada medida para os impostos sobre os combustíveis, ao longo de um período de transição de cinco a dez anos. A Comissão, com base nos princípios da comunicação e à luz dos resultados do processo de consulta, vai ponderar a possibilidade de apresentar propostas de legislação comunitária que estabeleçam, entre outras coisas, um sistema de

28 COM(2002) 431 final

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reembolso do imposto de registo de veículos e regras gerais relativas ao método de cálculo do imposto de registo aplicado a automóveis usados que sejam transferidos de um Estado-Membro para outro. Se fossem adoptadas pelo Conselho, estas medidas ofereceriam, por um lado, soluções definitivas para problemas relacionados com o duplo pagamento ou o pagamento desproporcionado de imposto de registo dos veículos e, por outro lado, contribuiriam para uma convergência considerável dos preços de venda a retalho, tanto dos veículos de passageiros novos como em segunda mão.

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Pergunta nº 80 de Bastiaan Belder (H-0210/03) Objecto: Programas de informação sobre HIV/SIDA nos países em desenvolvimento A Comissão tem conhecimento dos resultados reconfortantes dos programas de informação sobre HIV/SIDA em curso no Uganda e na Zâmbia, dos quais a fidelidade matrimonial mútua e a abstinência constituem uma parte integrante29? Em que medida valoriza a Comissão os bons resultados destes programas de informação como um contributo legítimo para a diminuição do número de abortos? Em que medida é que a fidelidade matrimonial e a abstinência têm lugar nas actividades comunitárias no domínio da cooperação para o desenvolvimento, tendo em conta que os padrões de comportamento sexual desempenham um papel importante no âmbito de muitos programas de informação? A distribuição de contraceptivos, por si só, é sempre insuficiente no combate ao HIV/SIDA. A Comissão dá preferência à integração da fidelidade matrimonial e da abstinência no conjunto das medidas de apoio e dos programas comunitários a este respeito ou pretende atribuir um papel a estes valores apenas após a concertação com todos os agentes locais envolvidos?

Resposta (EN) A Comissão toma nota da referência feita a programas respeitantes ao vírus de imunodeficiência humana (VIH)/síndroma da imunodeficiência adquirida (SIDA) no Uganda e na Zâmbia e receberia de bom grado mais informações e resultados baseados em provas acerca desses programas específicos antes de fazer mais comentários sobre o assunto. O Programa de Acção adoptado na Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento realizada no Cairo em 1994 estabelece princípios claros relativos à saúde e aos direitos sexuais e reprodutivos. As acções e políticas da Comissão em matéria de saúde sexual e reprodutiva radicam profundamente no Programa de Acção, que no nº 31 do artigo 8º afirma que os programas que visam reduzir a disseminação da infecção pelo VIH deverão atribuir elevada prioridade a campanhas de informação, educação e comunicação que aumentem a sensibilização para o problema e sublinhem a importância da alteração dos comportamentos. Há que fornecer educação e informação em matéria sexual tanto às pessoas infectadas como às não infectadas e, em especial, aos adolescentes. Os responsáveis pela prestação de cuidados de saúde, incluindo os responsáveis pelos serviços de planeamento familiar, necessitam de formação em matéria de aconselhamento sobre doenças sexualmente transmissíveis e infecção pelo VIH, incluindo a avaliação e identificação de comportamentos de alto risco em que há necessidade de atenção e serviços especiais, e também de formação em matéria de promoção de um comportamento sexual seguro e responsável, incluindo a abstinência voluntária e o uso de preservativos. A Comissão apoia esta abordagem e sublinha a necessidade de prestar informações que sejam claras, objectivas e que apresentem todas as opções disponíveis. A educação é uma componente importante de programas abrangentes para a prevenção do VIH/SIDA e para uma melhor saúde sexual e reprodutiva. Uma recente declaração da União apresentada na Comissão das Nações Unidas sobre

29 Onthouding en trouw succesvol tegen AIDS, in Reformatorisch Dagblad, 27 de Julho de 2002, Apeldoorn; Verpleegster in de klas helpt niet tegen AIDS, in Volkskrant, 10 de Julho de 2002, Amesterdão; Condoms count: Meeting the need in the era of HIV/AIDS, The PAI Report CARD 2002, Washington (Population Action International, www.populationaction.org/resources/publications/condomscount/downloads/CondomsCount_English.pdf; CARE for Europe, Sandbaek report: Giving aid or pushing an agenda?, p. 5, Bruxelas, Novembro de 2002.

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População e Desenvolvimento, a 1 de Abril de 2003, apoia a necessidade de educação sexual de boa qualidade que informe os jovens e os habilite a fazerem opções responsáveis. Os valores contidos no Programa de Acção prendem-se com a garantia de direitos e a promoção de opções que permitam a cada pessoa tomar decisões sobre o seu próprio estilo de vida e a sua própria sexualidade. Não é política da Comissão advogar a escolha de um determinado estilo de vida de preferência a outro.

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