ovariectomia e orquiectomia em equinos: uso da

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OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA ABRAÇADEIRA DE NÁILON NA HEMOSTASIA PREVENTIVA EM COMPARAÇÃO AO CATEGUTE E EMASCULADOR Rodrigo Oliveira França Orientador: Prof. Dr. Dirson Vieira GOIÂNIA 2005 UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

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Page 1: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA ABRAÇADEIRA DE NÁILON NA HEMOSTASIA PREVENTIVA EM

COMPARAÇÃO AO CATEGUTE E EMASCULADOR

Rodrigo Oliveira França Orientador: Prof. Dr. Dirson Vieira

GOIÂNIA 2005

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

Page 2: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

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RODRIGO OLIVEIRA FRANÇA

OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA ABRAÇADEIRA DE NÁILON NA HEMOSTASIA PREVENTIVA EM

COMPARAÇÃO AO CATEGUTE E EMASCULADOR

Dissertação apresentada para obtenção do grau de Mestre em Ciência Animal junto à Escola de Veterinária da Universidade Federal de Goiás

Área de concentração: Patologia, Clínica e Cirurgia Animal

Orientador: Prof. Dr.Dirson Vieira EV/UFG

Comitê de Orientação: Prof. Dr. Luiz Antônio Franco da Silva – EV/UFG

Prof. Dr. José Renato. J. Borges – FAV/UNB

GOIÂNIA 2005

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais: Marisa Araújo Oliveira e Dante Batista França, que me ensinaram o caminho do começar e do crescer, dando- me a matéria prima para a construção de um mundo melhor, de belezas infinitas. Meu Amor.

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iii

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela vida que em mim se renova a cada dia e a cada

instante, pela saúde e força que me deu para concluir mais uma fase da minha vida.

Agradeço o empenho e dedicação de todos os meus mestres.

Ao meu orientador, professor Dirson Vieira que, com breves palavras e

muita sabedoria, norteou minhas atividades neste estudo, acrescentando às

minhas idéias uma direção, um caminho.

Ao comitê de orientação, professores Luiz Antônio Franco da Silva e

José Renato Junqueira Borges pelo apoio e direcionamento neste estudo. “Os

professores ideais são os que se fazem de pontes, que convidam os alunos a

atravessarem, e, depois, tendo facilitado a travessia, desmoronam-se com prazer,

encorajando-os a criarem suas próprias pontes.”

Aos funcionários da EV/ UFG pela atenção e companheirismo

À minha irmã Andréa Lorena Oliveira França pelo estímulo e torcida

para que as coisas boas aconteçam.

Agradeço em particular o companheirismo, colaboração e parceria dos

colegas e amigos Meryonne Moreira e Paula Aguiar Sá, sempre presentes.

Aos amigos Adilson Donizeti Damasceno e ao casal Paulo Henrique

Jorge da Cunha e Gabriela Araújo Cunha pela amizade e colaboração.

Às minhas grandes amigas, também da primeira turma de Patologia,

Clínica e Cirurgia Animal ( P.C.C.) Liliana Borges de Menezes (Lili Bala), Andréia

Vitor Couto do Amaral (Mocréia) e Kellen de Sousa Oliveira pelos momentos

compartilhados, pela colaboração em todos os momentos deste curso e estudo e

também pela acolhida em Goiânia.

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iv

Aos alunos da graduação da EV/UFG, Isadora Franco Lopes de Araújo,

Maria Ivete de Moura e Juscelino N. Souza que me ajudaram no trans e pós-

operatório dos animais deste estudo.

À Andressa Mendes Garcia que além de ajudar no trans e pós

operatório, também colaborou com a anotação e tabulação dos dados, e exigiu

(merecidamente) um parágrafo exclusivo nestes agradecimentos.

Ao amigo Ausgusto Moscardini, pelo companheirismo e colaboração no

preparo da apresentação desta dissertação.

Ao amigo João Carlos (Joca), endurista e homem do cavalo, pela

orientação na análise estatística, por sua disponibilidade e boa vontade.

Aos meus clientes e amigos que torceram, incentivaram e colaboraram

com a minha “bolsa” essencial para realização e conclusão deste estudo, além de

entenderem a minha ausência em alguns momentos.

Ao cavalo este ser especial, responsável por tudo isso.

Page 6: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

v

“Nunca a fortuna coloca um homem

em tal altura que não precise de um

amigo”.

Sêneca (senador romano)

Page 7: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

vi

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1 2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................... 3 2.1 Considerações anatômicas .............................................................................. 3 2.1.1 Fêmea ........................................................................................................... 3 2.1.2 Macho............................................................................................................ 3 2.2 Indicações para a esterilização ........................................................................ 4 2.2.1 Na fêmea....................................................................................................... 4 2.2.2 No macho ...................................................................................................... 5 2.3 Técnicas de ovariectomia em fêmeas eqüinas................................................. 6 2.4 Técnica de orquiectomia em machos eqüinos ................................................. 8 2.5 Materiais empregados nas suturas e hemostasia ............................................ 9 2.6 Características e uso da abraçadeira de náilon como método de hemostasia

.........................................................................................................................100 2.7 Complicações pós-operatórias ....................................................................... 12 2.8 Valores hematológicos nos eqüinos............................................................... 13 2.9 Aspectos relacionados à cicatrização dos eqüinos ........................................ 16 3 OBJETIVOS ...................................................................................................... 19 3.1 Objetivo geral ................................................................................................. 19 3.2 Objetivos específicos ..................................................................................... 19 4 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................. 20 4.1 Local de realização ........................................................................................ 20 4.2 Animais........................................................................................................... 20 4.3 Delineamento experimental............................................................................ 20 4.4 Instrumental e materiais empregados na hemostasia .................................... 21 4.5 Medidas pré-operatórias................................................................................. 23 4.6 Procedimentos cirúrgicos ............................................................................... 24 4.6.1 Ovariectomia ............................................................................................... 24 4.6.2 Orquiectomia ............................................................................................... 27 4.6.2.1 Pós-operatório da orquiectomia ............................................................... 29 4.7 Colheita de Sangue........................................................................................ 29 4.8 Avaliação do custo do material e instrumental utilizado na hemostasia......... 30 4.9 Análise Estatística .......................................................................................... 31 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................... 32 6 CONCLUSÕES ................................................................................................. 45 REFERÊNCIAS.................................................................................................... 46 ANEXOS .............................................................................................................. 54

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LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – Abraçadeiras de náilon com guia autotravante (Hollingsworth,

1998). ...............................................................................................11 FIGURA 2 – Representação esquemática da abraçadeira de náilon:

comprimento (C)= 100 mm, largura (L) = 2,5 mm. ...........................22 FIGURA 3 – Abraçadeiras de náilon com trava, tamanhos e modelos variados. 232 FIGURA 4 – Emasculador tipo “REIMER”. ............................................................23 FIGURA 5 – A: Exteriorização e apresentação do ovário (seta), pela abordagem

via flanco; B: Gaze embebida em anestésico local envolvendo o ovário (seta); C: Fixação do pedículo ovariano com auxilio de duas pinças Crile (seta); D e E: Posicionamento, ajuste e travamento da abraçadeira de náilon no pedículo ovariano (setas); F: Após ressecção do pedículo ovariano e exérese do ovário verificação da hemostasia.......................................................................................25

FIGURA 6 – Apresentação do funículo espermático na orquiectomia (seta). .......27 FIGURA 7 - Posicionamento e ajuste da abraçadeira de náilon no funículo

espermático (seta)............................................................................28 FIGURA 8 - Verificação da hemostasia após o uso da abraçadeira de náilon

(seta). ...............................................................................................28 FIGURA 9 – Representação gráfica dos valores médios do hematócrito (Ht) do

grupo F, em porcentagem, nos diferentes tempos, onde T0= 48 hs antes da cirurgia, T1= imediatamente após a cirurgia; T2= 24hs após; T3= 10 dias após; T4= 20 dias após; T5= 30 dias após.........399

FIGURA 10 – Representação gráfica dos valores médios do hematócrito (Ht) do

grupo M, em porcentagem, nos diferentes tempos, onde T0= 48 hs antes da cirurgia, T1= imediatamente após a cirurgia; T2= ...........399

FIGURA 11 – Representação gráfica dos valores médios de fibrinogênio

plasmático do grupo F, em mg/dl, nos diferentes tempos, onde T0= 48 hs antes da cirurgia, T1= imediatamente após a cirurgia; T2= 24hs após; T3= 10 dias após; T4= 20 dias após; T5= 30 dias após.4141

FIGURA 12 – Representação gráfica dos valores médios do grupo M de

fibrinogênio plasmático (mg/dl) nos diferentes tempos, onde T0= 48 hs antes da cirurgia, T1= imediatamente após a cirurgia; T2= 24hs após; T3= 10 dias após; T4= 20 dias após; T5= 30 dias após. ......411

FIGURA 13 – Representação gráfica dos valores médios de leucócitos x 103/µL,

do grupo F, nos diferentes tempos, onde T0= 48 hs antes da cirurgia, T1= imediatamente após a cirurgia; T2= 24hs após; T3= 10 dias após; T4= 20 dias após; T5= 30 dias após. .......................422

Page 9: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

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FIGURA 14 – Representação gráfica dos valores médios de leucócitos x 103/µL, do grupo M, nos diferentes tempos, onde T0= 48 hs antes da cirurgia, T1= imediatamente após a cirurgia; T2= 24hs após; T3= 10 dias após; T4= 20 dias após; T5= 30 dias após. .......................422

Page 10: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

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LISTA DE QUADROS E TABELAS QUADRO 1 – Escore de cicatrização da ferida cirúrgica nas éguas.....................26 QUADRO 2 – Momentos de colheita de sangue para realização de exames

hematológicos. ...............................................................................30 QUADRO 3 – Custo da abraçadeira de náilon em diferentes estabelecimentos

comerciais. .....................................................................................30

TABELA 1 – Análise de variância comparando os diferentes métodos empregados na hemostasia durante a castração de eqüinos machos e fêmeas (grupos F e M) ...Erro! Indicador não definido.3

TABELA 2 – Análise de variância comparando os diferentes métodos

empregados na hemostasia durante castração de eqüinos machos e fêmeas (grupos F e M) com os parâmetros hematológicos nos diferentes tempos de colheita do sangue (T0 a T5).............................................................................................433

Page 11: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

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RESUMO O experimento foi realizado no Hospital Veterinário da Universidade Federal de

Goiás, com o objetivo de avaliar eqüinos fêmeas e machos submetidos a

castração, utilizando diferentes métodos de hemostasia preventiva. Foram

empregados 36 animais adultos, sendo 18 fêmeas e 18 machos divididos em

subgrupos, submetidos a três diferentes métodos de hemostasia preventiva: a

abraçadeira de náilon, o emasculador, e a ligadura com fio categute simples. O

trabalho também teve o propósito de avaliar isoladamente a eficácia, praticidade e

funcionalidade da abraçadeira de náilon empregada como método alternativo de

hemostasia nas ovariectomias e orquiectomias em eqüinos, bem como o custo do

material e instrumental utilizado na hemostasia das castrações. Os animais foram

avaliados quanto a cicatrização, evolução clínica e laboratorial, ocorrência de

complicações trans e pós-operatórias. Os procedimentos cirúrgicos foram

avaliados quanto ao custo e tempo de duração. Os resultados revelaram que a

abraçadeira mostrou-se viável na hemostasia preventiva, não apresentando

complicações pós-operatórias quando avaliadas por meio de exame clínico e

hemograma em um período de 30 dias pós-cirúrgico. Ademais revelou-se um

custo infimamente menor quando comparado ao uso do emasculador e do

categute. Palavras-chave: abraçadeira de náilon, eqüino, hemostasia, orquiectomia,

ovariectomia

Page 12: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

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ABSTRACT

This study was accomplished at the Veterinary Hospital from the Federal

University Goias and it aimed to evaluate female and male equines submmited to

castration, using different methods of preventive hemostasis. It was used 36 adult

animals, 18 females and 18 males divided into subgroups submitted to three

different methods of preventive hemostasis: nylon clamp, emasculator and ligature

using simple catgut thread. This work also had also the purpose to study

separately the efficiency and practicability of the nylon clamp as hemostasis

alternative method in ovariectomy and orchiectomy in equines, as well as evaluate

the material costs used in castration hemostasis. Animals were evaluated for

healing, clinical and laboratorial evolution and occurrence of complications during

the surgery and post-operatorative period. The surgical procedures were

evaluated for costs and lenght of time. Results showed that nylon clamp was more

practible in preventive hemostasis and it didn’t show post-operative complications

when it was evaluated by clinical examination and hemogram while a 30-days

period after surgery. Beyond that the clamps presented very low costs when it was

compared to use of emasculator and ligature using catgut thread.

Key-words: equine, hemostasis, nylon clamp, orchiectomy, ovariectomy

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1 INTRODUÇÃO

A domesticação do cavalo teria começado há aproximadamente cinco

mil anos antes de Cristo, ao norte do Himalaia, entre os arianos, que também

domesticaram o boi, o cão e a ovelha (SOARES, 2002). Na antiguidade, o homem

transformou o cavalo no maior de seus instrumentos de domínio, mas utiliza-o até

os dias atuais como animal de serviço, na realização de trabalhos nas

propriedades rurais, elemento de tração, lazer e em competições. A mais recente

modalidade de utilização do eqüino é no tratamento de pessoas portadoras de

deficiências físicas, neuromotoras e comportamentais, constituindo assim o que

denominamos de equoterapia, hipoterapia, equitação terapêutica.

Dentre os fatores associados ao melhor aproveitamento dos eqüinos

no desempenho dos seus serviços, pode-se relacionar a idade, sanidade, raça,

adaptabilidade ao clima, manejo e, também, o sexo. Animais do sexo masculino,

geralmente, proporcionam vantagem substancial sobre as fêmeas, do ponto de

vista de rendimento no trabalho, pois, além do estresse a que são submetidas no

período de estro, soma-se o fato de que quando prenhes, as éguas diminuem

durante boa parte da gestação e lactação, sua capacidade de esforço físico.

Entretanto, existe uma tendência de fêmeas eqüinas ovariectomizadas tornarem-

se masculinizadas, aumentando, consideravelmente, a sua resistência ao trabalho

e consequentemente podendo ser utilizadas no trabalho diário das propriedades

durante todo o ano.

A ovariectomia bilateral em eqüinos também é recomendada na

prevenção do estro e prenhez, tratamentos de cistos ovarianos manipulação

hormonal do ciclo estral. Além dessas indicações, a castração favorece o convívio

em grupo, melhora o desempenho e pode solucionar problemas de neoplasias,

como tumores das células da granulosa, adenoma cístico ovariano, teratomas

ovarianos, seminoma, teratoma testicular, sertolioma e tumores das células

intersticiais.

Em alguns criatórios os métodos de castração em eqüinos ainda são

realizados por leigos e de forma empírica, sem atenção à higiene e às

hemorragias decorrentes dessa intervenção. Geralmente não existe a

preocupação com a hemostasia preventiva dos vasos que compõem, tanto o

Page 14: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

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pedículo ovariano na fêmea, como o cordão espermático no macho. Por este

motivo as hemorragias ocorrem freqüentemente, resultando muitas vezes no óbito

do animal. Todavia, quando a intervenção é realizada por profissionais, várias

técnicas cirúrgicas e anestésicas, têm sido empregadas com a finalidade de

amenizar as complicações pós-operatórias e os custos com o procedimento,

especialmente visando a esterilização de eqüinos de baixo potencial genético e

pequeno valor comercial. Nestes animais o custo da cirurgia pode ultrapassar o

valor intrínseco do animal devendo, portanto, ser reduzidos para não inviabilizar o

procedimento. Geralmente nas ovariectomias e orquiectomias emprega-se na

hemostasia, o emasculador ou fios de categute sendo que estes, dependendo da

qualidade, podem-se romper durante a aplicação do nó, ou ser reabsorvido

precocemente. Quanto ao emasculador, caso esse instrumental seja empregado

na castração de animais com idade mais avançada ou portadores de tumores

ovarianos, a hemostasia pode não ser conseguida satisfatoriamente, além do alto

custo do instrumental, limitar a sua aquisição.

A introdução de materiais cirúrgicos no mercado veterinário geralmente

segue os passos da cirurgia humana, uma vez que poucas pesquisas específicas

que visem desenvolver materiais destinados ao mercado veterinário, raramente

são realizadas. Daí a necessidade de desenvolver trabalhos, especialmente,

apresentando opções para hemostasia na ovariectomia e orquiectomia em

eqüinos, que sejam eficientes, práticas e de baixo custo. Neste sentido existe um

consenso que a abraçadeira de náilon, além de resistente à tração, apresenta um

sistema de trava eficiente. O material é de fácil manuseio e esterilização, baixo

custo e bem tolerado pelo organismo, portanto acredita-se que o seu uso na

orquiectomia e ovariectomia em eqüinos, como método hemostático, possa ser

uma opção viável e inovadora.

Page 15: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

3

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Considerações anatômicas

2.1.1 Fêmea

Os órgãos genitais femininos são constituídos de forma análoga aos

órgãos genitais masculinos, de segmentos produtores, de condutores e de

receptores de gametas. A formação das células germinativas inicia nos ovários,

dando origem às gônadas femininas, que funcionam como glândulas secretoras

endócrinas. Na égua, os ovários, órgãos pares, se localizam cerca de oito a dez

centímetros da parede dorsal, na região sublombar (KONIG & LIEBICH, 2004).

Os ovários da égua têm formato de feijão e são bem menores do que

os testículos de um animal da mesma espécie. A borda inserida do ovário ou

mesovárica é convexa e está circundada por uma parte do ligamento largo,

denominada de mesovário, sendo que os vasos e nervos atingem a glândula

nessa borda. A extremidade uterina do ovário (caudal) é também arredondada e

está ligada ao corno do útero pelo ligamento ovariano. A artéria ovariana atinge a

borda inserida do ovário ao passar pelas camadas do mesovário. As veias são

calibrosas e numerosas, formando um plexo semelhante ao do funículo

espermático. Os nervos também acompanham os ramos arteriais (GETTY, 1986).

2.1.2 Macho

Os testículos são as gônadas masculinas que produzem os

espermatozóides e hormônios. É um órgão par que se origina na região

sublombar, a partir da eminência genital embrionária, de onde se deslocam para o

canal inguinal, até alojarem-se no escroto (CERVENY et al., 2004).

O músculo cremáster é uma extensão caudolateral do músculo oblíquo

abdominal interno que continua com a camada parietal da túnica vaginal

Page 16: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

4

inserindo-se no pólo caudal do testículo, que está envolvido pela túnica albugínea

(SEARLE et al., 1999).

O funículo espermático consiste da artéria testicular, veias testiculares

que formam o plexo pampiniforme, linfáticos que acompanham as veias, ducto

deferente, feixes de tecido muscular liso ao redor dos vasos, camada visceral da

túnica vaginal, plexo testicular de nervos autônomos (GETTY, 1986).

Os folhetos que abrigam e envolvem o testículo também recobrem o

epidídimo e parte do funículo espermático. Essas túnicas são a continuação das

camadas da parede abdominal e se dividem-se em: a) escroto, formado pela pele

externa e um tecido fibroelástico subcutâneo – túnica dartos; b) envoltórios do

testículo - fáscia espermática externa com duas lâminas, como partes das duas

fáscias abdominais, músculo cremáster, como continuação do músculo oblíquo

interno do abdome e processo vaginal, que compreende a fáscia espermática

interna e a lâmina parietal da túnica vaginal (CERVENY et al., 2004).

2.2 Indicações para a esterilização 2.2.1 Na fêmea

As indicações para se realizar a ovariectomia em éguas incluem a

supressão do estro regular, esterilização e na remoção de ovários patológicos

(PALMER, 1993). Segundo ALLEN (1994), a ovariectomia é indicada no

tratamento de patologias ovarianas e na preparação de animais “masculinizados”

para a lida, podendo empregar no procedimento várias técnicas cirúrgicas

alternativas. Éguas de temperamento agressivo ou de difícil manejo durante o

estro podem ser submetidas à ovariectomia com bons resultados. SILVA et al.

(2001) citaram que éguas sem raça definida (SRD) não apresentam valor

comercial que justifique a utilização das mesmas na reprodução, indicando a

ovariectomia nos casos em que se deseja uma melhor performance na lida ou na

tração.

Page 17: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

5

Tumores ovarianos são citados como causadores de desconforto

abdominal em eqüinos e seu diagnóstico é baseado no histórico de alterações

comportamentais e, em alguns casos, por intermédio da exploração retal, sendo

indicada como tratamento a remoção ovariana via laparotomia (ARDEN, 1989).

SILVA et al. (1998) descreveram que éguas submetidas a ovariectomia

desenvolveram características fenotípicas masculinas e obtiveram um

desempenho melhor nos trabalhos de lida que aquelas que não foram

ovariectomizadas, GREET & BATHE (1993) indicaram a ovariectomia na remoção

de tumores das células da granulosa. O tumor das células da granulosa é uma

neoplasia comum que afeta apenas um ovário. Sua incidência aumenta com a

idade, e está geralmente associado com a superprodução de hormônios

esteróides, levando a sintomas clínicos de excessiva estrogenização (HAFEZ &

HAFEZ 2004).

2.2.2 No macho

São sinônimos de esterilização: castração, orquiectomia, e

emasculação. Este procedimento é utlizado em animais sem interesse genético,

para remover as características andrógenas primárias, melhorar o temperamento

e facilitar o manejo, melhorar a performance e alterar a conformação. As

neoplasias, lesões traumáticas testiculares irreversíveis, torções do cordão

espermático e hérnias inguinais podem requerer castração uni ou bilateral.

Impotência, infertilidade e subfertilidade de garanhões são outras situações que

podem requerer orquiectomia (SCHUMACHER & TROTTER, 1992). A

orquiectomia é normalmente indicada para facilitar o manejo de animal específico

quando o mesmo tem convivência com fêmeas e ou com outros machos

(TURNER & McILWRAITH, 2001).

A castração de machos é prática de rotina nas criações animais, porém

existem poucas informações sobre os seus efeitos na conduta sexual. A ação

depressora da castração varia com as espécies, com a atuação individual e com

os estados fisiológico e comportamental na época do procedimento cirúrgico.

(HAFEZ & HAFEZ, 2004).

Page 18: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

6

A orquiectomia é o procedimento cirúrgico mais freqüente na prática

cirúrgica eqüina e é realizada, principalmente, com o intuito de melhorar o manejo

de cavalos que não têm grande futuro como reprodutores (ROSE & RODGSON,

1995). São indicações para se realizar a orquiectomia: lesões testiculares

irreversíveis por trauma, torção do cordão espermático, hérnia inguinal,

impotência e infertilidade, neoplasias testiculares e, também, naqueles animais

que apresentam temperamento agressivo. As neoplasias testiculares são

divididas em germinativas e não germinativas. As germinativas têm origem nas

células germinativas do epitélio espermático e as não germinativas nas células do

estroma testicular. Os tumores germinativos incluem seminomas, teratomas,

teratocarcinomas e carcinomas embrionários já os tumores testiculares não

germinativos no cavalo são os tumores das células de Leydig e de Sertoli

(SCHUMACHER, 1999). A orquiectomia é indicada, também, nas orquites

severas, hematomas traumáticos e neoplasias testiculares (WINTZER, 1990).

CATTELAN et al. (2004) concluíram em pesquisa sobre criptorquismo

em eqüinos, que cavalos criptórquios produzem testosterona em quantidades

comparáveis a de garanhões normais. Neste estudo, as gônada escrotais foram

extirpadas pois, conforme ACKLAND (2001), existe risco de desenvolvimento de

neoplasias e de acordo com NASCIMENTO (2003), estes animais devem ser

castrados devido a natureza hereditária da afecção.

2.3 Técnicas de ovariectomia em fêmeas equinas

A ovariectomia é indicada no tratamento de patologias ovarianas e na

masculinazação de fêmeas eqüinas para a lida, sendo descritas na literatura

algumas técnicas representando as principais alternativas cirúrgicas.

THOMASSIAN (1990) relatou que a ovariectomia em éguas pode ser realizada

pela via vaginal, paralombar, ou linha mediana, na dependência do diâmetro do

tumor, idade e temperamento da égua.

A abordagem vaginal para se proceder a ovariectomia em éguas

normais e quando os tumores ovarianos são bem pequenos é recomendada, a

abordagem pelo flanco pode ser utilizada com a égua em posição quadrupedal ou

Page 19: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

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sob anestesia geral e as abordagens, ventral na linha branca ou paramediana,

podem ser empregadas quando se pretende realizar ovariectomias bilaterais

eletivas ou na remoção de tumores unilaterais maiores (TROTTER &

EMBERTSON, 1999).

A utilização do laparoscópio, adotando a técnica da triangulização,

oferece muitas vantagens, pois a invasão e a hemorragia são mínimas,

diminuindo, sobremaneira, o risco de infecções, aderências e outras complicações

pós-operatórias. A desvantagem é que exige um centro cirúrgico e equipe

treinada, além de anestesia geral e laparoscópio, tornando o procedimento

oneroso (RAGLE & SCHNEIDER, 1995). FISCHER Jr (1991b) recomendou a

laparoscopia para a realização de ovariectomia em éguas e em criptorquidismo

abdominal no cavalo.

Segundo SILVA (1999), as vantagens da laparoscopia diagnóstica

sobre a laparotomia exploratória em eqüinos estão no fato da possibilidade de

posicionamento quadrupedal do animal, amenizando os riscos de complicações

decorrentes da anestesia geral, rapidez no exame, além das feridas cirúrgicas

serem menos extensas. As desvantagens estão relacionadas ao custo elevado do

equipamento, risco de perfuração de alguma víscera e avaliação limitada da

cavidade abdominal.

A ovariectomia em éguas, via flanco, com o animal em posição

quadrupedal é vantajosa em relação às outras técnicas, devido ao baixo custo,

reduzida ocorrência de complicações pós-operatórias e possibilidade de remoção

até mesmo de grandes tumores ovarianos, o que não é possível quando se utiliza

a via vaginal (BEARD, 1991).

A laparotomia em posição quadrupedal deve ser conduzida apenas

quando o paciente for receptivo e colaborar com a equipe cirúrgica. Para a

contenção do animal é necessário: um brete limpo e seguro e a região operatória

deve ser tricotomizada e submetida a antissepsia rigorosa. Uma pequena

quantidade de anestésico local é depositada nos lugares onde se pretende fixar

as pinças de campo. Um campo grande e estéril é colocado para cobrir a barra

horizontal do brete, aplicando-se então, campos formando três cantos (KNECHT

et al., 1985). Para MOLL et al. (1987), a abordagem paramediana diagonal foi

usada com sucesso na remoção de tumores da granulosa, em éguas. A

Page 20: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

8

abordagem oferece mínimas complicações cirúrgicas, exposição adequada do

ovário afetado e poucas complicações pós-cirúrgicas.

A ovariectomia via vaginal, na égua, foi descrita por BEARD (1991)

apresentando como complicações hemorragias, choques, cólicas e peritonites. É

uma técnica em que se deve usar analgésicos potentes, pois é muito dolorosa. A

cirurgia deve ser programada para não coincidir com o cio, favorecendo a

remoção dos ovários através de uma incisão mínima. HOOPER et al. (1993)

avaliaram o pós-operatório em éguas submetidas a ovariectomia bilateral via

colpotomia e chegaram à conclusão de que se tratava de técnica bastante

simples e prática, com a grande maioria das éguas tendo alterado positivamente o

seu comportamento após a cirurgia. Outra grande vantagem foi o baixo custo do

procedimento além do reduzido número de complicações pós-operatórias. SILVA

et al. (2001) concluíram que a abordagem cirúrgica pelo flanco, com o animal em

posição quadrupedal, é superior à abordagem via flanco realizada em decúbito,

sobretudo pelo menor tempo no transoperatório, maior comodidade para o

cirurgião e por não exigir muitos auxiliares.

2.4 Técnica de orquiectomia em machos equinos

A orquiectomia pode ser realizada em posição quadrupedal sob

analgesia local ou em decúbito sob anestesia geral TURNER & McILWRAITH

(2001). A técnica anestésica freqüentemente empregada na orquiectomia

sugerida por MASSONE (1999) consiste em: medicação pré-anestésica;

contenção e derrubamento do cavalo em decúbito lateral; higienização e

antissepsia local; cordão anestésico (2 a 3 cm) paralelo a rafe da bolsa escrotal e

anestesia local perineural no cordão espermático. Uma outra opção é a infiltração

de cinco a dez mililitros de lidocaina no epicentro testicular (MASSONE, 2003).

As técnicas de castração no eqüino podem ser aberta e fechada

(HICKMAN et al.,1995). KERSJES et al. (1986) relataram que, no cavalo, podem

ser utilizados diversos métodos de castração tais como: técnica aberta, fechada,

semi-fechada e o método de fechamento primário. Técnica aberta – neste

método, todos os tecidos do escroto e túnicas vaginais são incisados e o testículo

Page 21: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

9

e cordão espermático são removidos. Este método é facilmente realizável a

campo e pode ser realizado em posição quadrupedal ou decúbito, sob anestesia

local. A principal desvantagem desta técnica é que uma porta de entrada para a

cavidade peritoneal permanece aberta, existindo o risco potencial de prolapso

intestinal por esta abertura. Técnica fechada – a emasculação envolve as túnicas

vaginais e o cordão espermático conjuntamente, reduzindo o risco potencial de

prolapso intestinal. Este método é usado em animais portadores de hérnias

escrotais presentes ou suspeitas. Fechamento primário - a castração em que se

intenta a síntese da ferida escrotal deverá ser efetuada apenas sob condições de

estrita assepsia.

A técnica denominada semifechada, descrita por KERSJES (1986) é

semelhante à técnica fechada descrita por HICKMAN et al. (1995). Segundo ROSE & RODGSON (1995) A castração em eqüinos pode ser

realizada em decúbito ou em posição quadrupedal. A orquiectomia por via

laparoscópica, em casos de criptorquidismo abdominal, foi relatada inicialmente

por FISCHER Jr (1991a), sendo que, de oito animais, em dois deles o autor

empregou abordagem pelo flanco e nos demais, a abordagem dos testículos foi

praticada pela região ventral, com os animais posicionados em decúbito dorsal. O

autor também indicou a abordagem pelo flanco, com o animal em posição

quadrupedal, para a realização de orquiectomia em criptorquidismo abdominal.

(FISCHER Jr, 1991b)

2.5 Materiais empregados nas suturas e hemostasia A hemostasia é um aspecto muito importante na castração e pode ser

dividida em três modalidades: a) hemostasia por tração; b) por ligadura e c) por

emasculador (HICKMAN et al., 1995). MALM et al. (2004) realizaram a

hemostasia em dois casos de hemorragia acentuada na ovário-histerectomia via

laparoscópio, em cadelas com eletrocauterização e aplicação de clips de titânio. O desenvolvimento e o aprimoramento dos materiais de sutura têm

sido notáveis, tendo oferecido ao cirurgião ampla variedade de fios absorvíveis e

inabsorvíveis. As características do fio ideal, até agora não alcançada por nenhum

Page 22: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

10

tipo, são: grande resistência à tração e torção; calibre fino e regular; mole, flexível

e pouco elástico; ausência de reação tecidual; esterilização fácil; resistente a

esterilizações repetidas; custo baixo (BELLEN & MAGALHÃES,1989).

No passado, a escolha dos materiais a serem usados na sutura

cirúrgica, era baseada nas características do material em si. Atualmente, esta

escolha leva em consideração a interação biológica entre tecido e material

utilizado, os quais podem afetar as propriedades mecânicas da sutura e físicas da

ferida. Baseado na degradação do material utilizado, estes são classificados em

absorvíveis e não absorvíveis (HICKMAN et al., 1995). KNECHT et al. (1985) e TURNER & McILWRAITH (2001) apontaram

os fios absorvíveis como o categute, colágeno, polímero do ácido glicólico e

poliglactin 910; e inabsorvíveis como a seda, algodão náilon, polipropileno e

polietileno, caprolactam polimerizado, poliéster, aço inoxidável e clipes de Michel,

como opções para proceder suturas de tecidos e hemostasia.

O categute é obtido da submucosa do intestino delgado de ovelhas ou

da serosa de bovinos. Podem ser simples ou cromados, dependendo do tempo de

absorção. Os simples têm absorção mais rápida (cerca de oito dias), enquanto

que os cromados têm uma absorção mais lenta (cerca de 20 dias) e são tratados

com bicromato de potássio. Comporta-se como um corpo estranho,

desencadeando reação inflamatória intensa ao seu redor. São muito utilizados em

suturas gastrintestinais, ligaduras de vasos, cirurgias ginecológicas e urológicas

(GOFFI, 1997).

O cirurgião precisa estar familiarizado com as vantagens e

desvantagens dos diferentes materiais de sutura e ligadura, e a seleção deve

fundamentar se em razões científicas e não no hábito e na tradição (TURNER,

2001).

2.6 Características e uso da abraçadeira de náilon como método de hemostasia A hemostasia tem como objetivo impedir ou coibir a hemorragia. No ato

cirúrgico, evita-se a perda excessiva de sangue, propiciando melhores condições

técnicas e aumentando, assim, o rendimento do trabalho. Após a operação,

Page 23: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

11

favorece a evolução normal da ferida operatória, evita a infecção e afasta a

necessidade de reoperação para a drenagem de hematomas e abscessos. A

hemostasia pode ser temporária ou definitiva, preventiva ou corretiva (GOFFI,

1997).

As abraçadeiras em náilon resistente ao desgate e ao ataque de

produtos químicos, tais como solventes comuns, alcalinos, ácidos diluídos, óleo e

graxas, estão indicados para o trabalho contínuo na faixa de temperatura de –

40ºC a 85ºC, resistindo a 135ºC e foram projetadas para permitir rápida

introdução em um único guia auto-travante (HOLLINGSWORTH, 1998) (Figura 1).

O náilon (poliamida) é um polímero de cadeia longa que se encontra

disponível nas formas monofilamentar ou multifilamentar (TURNER &

McILWRAITH, 2002), sendo biologicamente inerte e não capilar na forma

monofilamentar (BOOTHE, 1985).

FIGURA 1 – Abraçadeiras de náilon com guia autotravante (Hollingsworth, 1998). SCHMIDT & DAVIS (1981) empregaram as abraçadeiras de náilon

associadas a placas metálicas na fixação interna de fraturas, apresentando

vantagens sobre os fios de aço, como a praticidade na sua aplicação e menor

injúria causada ao tecido mole circunvizinho. ALBUQUERQUE (1990) atribuiu

como vantagens do náilon em relação aos metais a sua excepcional tenacidade,

alta resistência ao desgaste, baixo coeficiente de atrito, alta rigidez dielétrica e

Page 24: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

12

resistência química excelente, sendo utilizados em equipamentos mecânicos e

elétricos, utilidades domésticas e peças para indústrias. Outras vantagens como o

baixo custo, resistência à alta pressão, amortecedor de vibrações e pesos,

elevada resistência ao corte e resistência a agentes químicos também devem ser

consideradas.

SORBELLO et al. (1999) ao analisarem a resistência térmica da

abraçadeira de poliamida náilon 6.6, a consideraram atóxica e resistente à

temperatura de até 260oC.

SILVA et al. (2004), utilizaram abraçadeira de náilon como método

hemostático, na ovariohisterectomia de dez cadelas e concluíram ser um método

alternativo de hemostasia preventiva sem ocorrências de complicações pós-

operatórias moderadas ou severas.

A abraçadeira de náilon apresentou durante teste físico e como

cerclagem na redução de fraturas oblíquas em cães, adequada resistência a

tração e quando associada a pinagem intramedular (MIRANDA et al. 2004).

FILHO et al. (2004), concluíram que o uso da abraçadeira de náilon mostrou ser

prático, de baixo custo, de fácil e rápida aplicação, principalmente por diminuir os

riscos de complicações pós-operatórias na orquiectomia.

2.7 Complicações pós-operatórias

Dentre as complicações relatadas nas ovariectomias em eqüinos estão

a peritonite, hemorragias, deiscências de ferida, eventrações e eviscerações,

além de também ter sido observado persistência de comportamento estral em

diferentes graus de intensidade (SLONE, 1988; HOOPER et al., 1993). Quanto à

orquiectomia, KNOTTENBELT & PASCOE (1998) citaram como possíveis

sequelas: a peritonite focal ou fibrinosa difusa e ainda os abscessos no interior da

cavidade peritoneal; herniações de porções menores ou maiores de intestino

delgado; seromas; funiculites e cordão cirroso, que é um processo infeccioso

crônico no qual as estruturas anatômicas envolvidas estão infectadas por

Staphilococcus sp. O uso de material de sutura não absorvível, como o algodão

Page 25: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

13

tem sido associado a ocorrência de infecções persistentes e trajetos drenantes;

miíases; tétano e hidrocele.

Na ovário-histerectomia aberta, as hemorragias no trans-operatório são

provenientes de possíveis complicações na ligadura e secção dos pedículos

ovarianos, na liberação dos mesométrios e na excessiva tração do útero que pode

ocasionar lesão das artérias uterinas (HEDLUND,1997).

SCHUMACHER & TROTTER (1999) citaram como complicações pós-

operatórias da castração: hemorragia, evisceração, edema, funiculite séptica,

infecção por Clostridium, peritonite séptica, lesões penianas, hidrocele ou

vaginocele, libido persistente e castração incompleta.

Sangramento durante e após a castração é comum e geralmente

resulta de laceração da pele ou vasos escrotais durante a incisão. Persistente

sangramento por mais de quinze minutos é considerado hemorragia excessiva. A

artéria testicular faz parte do cordão espermático e é um ramo direto da aorta

abdominal, portanto, fatal hemorragia pode ocorrer. O sangramento excessivo

pode ser prevenido colocando o emasculador transversalmente, com a superfície

cortante distalmente, evitando a inclusão de tecidos moles e a tensão excessiva

do cordão espermático emasculado. Em garanhões velhos, a emasculação do

cordão espermático e cordão musculofibroso, devem ser realizados

separadamente para reduzir a quantidade de tecido que será ligado, evitando

desta forma o risco de hemorragia (MAY & MOLL, 2002).

2.8 Valores hematológicos nos eqüinos A importância da hematologia como meio semiológico é reconhecida

mundialmente, o quadro hemático tem motivado intensa investigação científica

em animais domésticos e selvagens. Deste modo, tornou-se fundamental o

estudo dos valores de referência para os parâmetros hematológicos de animais

sadios, mas também das alterações fisiológicas causadas por diferentes fatores,

tais como diferenças etárias, sexuais, raciais, influências ambientais e climáticas e

ainda alterações decorrentes da função do animal (DOMINGUES JÚNIOR et al.,

2004).

Page 26: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

14

Os eqüinos têm pequenas diferenças hematológicas. Cavalos de

sangue quente possuem um hematócrito ligeiramente maior do que os cavalos de

sangue frio. Ao coletar sangue de um cavalo excitado ocorrerá liberação de

epinefrina, resultando em contração esplênica, podendo causar aumento do

hematócrito, mascarando portanto os efeitos de um treinamento e ou avaliação de

uma hemorragia (KRAMER, 2000).

STEEL & WITLOCK (1960) observaram que, além dos valores de

eritrócitos, o número de leucócitos, o volume globular e a taxa de hemoglobina

nos animais puro sangue inglês eram significativamente maiores do que em

outras raças, e associaram estes fatos à diminuição de fluidos corpóreos

causadas por intensa sudorese e privação de água durante o exercício.

Mudanças que ocorrem no hemograma são geralmente secundárias a

outras condições patológicas, mas ocasionalmente são primárias (FERNANDEZ,

2000).

Uma significativa perda de sangue, dentro de um período de poucos

minutos a várias horas é considerado um quadro de hemorragia aguda, sendo

que o extravasamento de sangue pode ocorrer externamente ou internamente.

Uma pequena quantidade de sangue perdida em relação ao peso do corpo é bem

tolerada, no entanto, grandes perdas de sangue podem ter efeitos imediatos,

podendo ser fatal. Ajustes hemodinâmicos e circulatórios começam

imediatamente depois de perda de sangue severa. A reserva esplênica de

eritrócitos é injetada na circulação particularmente no cavalo para aumentar o

transporte de oxigênio. A anemia não é evidente durante a fase aguda de perda

de sangue e a expansão do volume do plasma para um nível normal é indicado

pela diminuição na concentração de proteína plasmática seguido por diminuição

das células vermelhas (JAIN, 1993).

Imediatamente depois da hemorragia, o volume celular, hemoglobina e

contagem de células vermelhas são geralmente aumentadas devido à contração

esplênica. A concentração de proteína plasmática total nesta fase está normal

porém, quatro a seis horas após a hemorragia a concentração de proteína

plasmática começa a diminuir (TYLER et al., 1987)

Excessiva hemorragia após orquiectomia em cavalos pode resultar em

hipovolemia e choque. Porém, o volume de células e níveis de proteína

Page 27: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

15

plasmática não diminuíram por pelo menos quatro a doze horas depois do início

da hemorragia, portanto, hemorragia fatal pode ocorrer sem mudanças nesses

valores (MAY & MOLL, 2002)

Resposta regenerativa evidenciada por policromasia é esperada nas

perdas de sangue aguda e hemólise e pode ocorrer em anemia por deficiência de

ferro, especialmente em animais jovens. O cavalo não responde com policromasia

nem mesmo com significativa perda de sangue e hemólise. Algumas vezes a

evidência de resposta à anemia é somente caracterizada por significativa

anisocitose ou raramente por macrocitose, baseando-se no volume corpuscular

médio (FERNANDEZ, 2000).

Ressalta-se a importância do proteinograma sérico para diagnóstico e

monitoramento de várias enfermidades e para a identificação de focos infecciosos

decorrentes de procedimentos cirúrgicos (WHICHER & DIEPPE,1985). O

fibrinogênio é a proteína plasmática mais freqüentemente analisada, porém não é

a principal proteína na fase aguda dos animais (GODSON, 1996).

Neutrofilia pode ser causada por mecanismos fisiológicos ou

patológicos. Os mecanismos fisiológicos que causam neutrofilia são: secreção de

epinefrina ou glicocorticóides. A contagem de neutrófilos aumenta cerca de seis a

oito horas depois do período de stress ou administração de glicocorticóides.

Valores normais de neutrófilos retornam ao normal dentro de vinte e quatro horas

depois do período de stress. Neutrofilia patológica pode ser um processo

infeccioso ou não. A produção e consumo de fibrinogênio aumentam durante a

inflamação. Desidratação pode causar relativo aumento na concentração de

fibrinogênio. O número de leucócitos e morfologia pode estar alterado em várias

doenças. Uma contagem de leucócitos menor do que 6.000/µLsugere leucopenia

e maior do que 12.000lµL sugere leucocitose (COWELL & TYLER, 2002).

Além de atuar na coagulação sanguínea, fazendo parte do sistema

intrínseco, o fibrinogênio contribui também agindo como um meio de defesa

antibacteriano (THOMSON et. al, 1974).

Concentrações de fibrinogênio plasmático não são afetadas pela idade,

sexo, exercício, hemorragia, mas podem ser alterados por estado inflamatório. O

fibrinogênio comporta-se como proteína de fase aguda, na maioria das espécies,

Page 28: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

16

portanto, concentrações plasmáticas geralmente aumentam em condições

inflamatórias, supurativas, traumáticas e neoplásicas (JAIN, 1993).

2.9 Aspectos relacionados à cicatrização dos eqüinos A pele é considerada o maior órgão do corpo. É constituída por uma

camada externa (epiderme) e uma camada mais profunda (derme). As estruturas

anexas à pele, como glândulas sebáceas e sudoríparas, bulbos pilosos, nervos e

vasos sanguíneos, são localizados na derme. Alguns nervos se estendem até a

epiderme (MORIELLO et al., 1998). A epiderme é composta de uma série de

camadas celulares que se estendem da membrana basal até uma camada

superficial queratinizada, o chamado extrato córneo. É penetrada por folículos

pilosos nos quais se abrem as glândulas sebáceas (SPEIRS,1999).

Pode-se afirmar que a cicatrização é o fechamento de falhas teciduais

ou, substituição de um tecido destruído, por outro de mesmo tipo, ou por tecido

fibroso de recomposição (MAGALHÃES, 1983).

A cicatrização de feridas é parte do processo normal de reparação do

organismo animal. O processo de reparação e regeneração são características de

todos os organismos e são realizados a nível molecular, celular e tissular

(SILVER, 1982).

A cicatrização das feridas apresenta quatro fases: inflamatória,

debridamento, reparação, maturação. A fase inflamatória é caracterizada por uma

resposta celular e vascular que protege o organismo diante das excessivas

perdas de sangue e a invasão de substâncias estranhas (STASHAK, 2000).

O processo de cura e cicatrização das feridas no eqüino é notoriamente

diferente entre várias regiões do próprio corpo. Ferimentos que ocorrem sobre

grandes massas musculares freqüentemente fecham rapidamente e deixam

cicatriz pequena. Nos ferimentos localizados próximos às articulações têm a

propensão de formar tecidos de granulação exuberante e cicatrização retardada.

A espécie eqüina tem predisposição ao quelóide e à granulação excessiva,

principalmente nos membros. Daí a importância de se evitar a infecção e atenuar

Page 29: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

17

a resposta inflamatória para minimizar tais complicações (ORSINI & DIVERS,

2000).

O cavalo tem uma particularidade de formar tecido de granulação

exuberante nas feridas dos membros. Esse problema parece não afetar pôneis e

nem feridas do tronco, pescoço e cabeça. Existem diferenças significativas na

contração da ferida entre diferentes partes do corpo e entre cavalos e pôneis. A

contração da ferida é maior em pôneis do que em cavalos e é mais eficiente e

pronunciada em feridas do corpo do que de membros. Significativa contração

geralmente não ocorre abaixo do carpo e tarso. Muitas feridas distais aos

membros, não apresentam boa cicatrização (KNOTTENBELT, 2003).

Sob condições normais, células epidérmicas recobrem a totalidade da

superfície da ferida antes que o tecido de granulação tenha ocupado toda a

cavidade da ferida. No cavalo, entretanto, é comum especialmente na região

distal dos membros, o crescimento do tecido de granulação superar a cobertura

epidérmica. Nestas circunstâncias o novo tecido atinge e ultrapassa a superfície

da pele e, na ausência de uma cobertura epitelial, o crescimento continua sem

reservas. Parece que em cavalos há um desequilíbrio no relacionamento entre

tecido conjuntivo e a epiderme, em favor do primeiro (SILVER, 1979).

Feridas localizadas nas extremidades (carpo, metacarpo, tarso e

metatarso) são de recuperação bem mais lenta, quando comparadas com ferida

no tronco e pescoço (NOVASKI, 1999).

A cicatrização pode ser feita por primeira e segunda intenção. A

cicatrização por segunda intenção, ou secundária, ocorre quando as bordas da

ferida estão dilaceradas, seja por um trauma, por infecção, ou por falha na pele,

causada por necrose tissular. Neste caso, a cicatrização da ferida ocorre depois

de um estágio de secreção aumentada e formação de tecido de granulação. A

cicatrização é feita mais lentamente e haverá menos cicatrizes antiestéticas,

quanto mais cuidado houver ao evitar infecções na ferida (MAGALHÃES, 1983).

A cicatrização é dita primária ou por primeira intenção, quando as

superfícies das bordas da ferida estão estreitamente ajustadas umas às outras,

podendo, com o mínimo de formação tecidual, unirem-se, fechando a ferida

(LINDSAY, 1988). Este é o objetivo das feridas fechadas cirurgicamente, com os

requisitos de assepsia e antissepsia, que proporcionam a adaptação e sutura das

Page 30: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

18

bordas (MAGALHÃES, 1983). Qualquer ferimento que apresente sinais de

infecção, evidenciadas por calor, dor e edema, não deve ser fechado; é

necessário deixá-lo aberto, para cicatrizar por segunda intenção (TURNER &

MCILWRAITH, 1985). Nas feridas acidentais, trauma e infecções podem

favorecer a deiscência. Em estudos experimentais observou-se que a cicatrização

por segunda intenção tem menos complicações em pôneis do que em cavalos

(WILMINK et al., 2002).

Page 31: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

19

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral Avaliar por meio de exames, clínico e hematológico, eqüinos fêmeas e

machos, submetidos a castração, utilizando diferentes métodos de hemostasia

preventiva.

3.2 Objetivos específicos

1. Avaliar isoladamente a eficácia, praticidade e funcionalidade da abraçadeira

de náilon, empregada como método alternativo de hemostasia nas

orquiectomias e ovariectomias em eqüinos.

2. Verificar a ocorrência de possíveis complicações pós-operatórias após o

emprego da abraçadeira de náilon, categute e emasculador nas ovariectomias

e orquiectomias em eqüinos.

3. Utilizar os resultados do hemograma para avaliar possíveis casos de

hemorragia decorrente dos diferentes métodos de hemostasia empregados e

reação inflamatória devido à transtornos ou rejeição dos materiais empregados

no procedimento.

4. Avaliar o custo do material e instrumental empregado na hemostasia

Page 32: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

20

4 MATERIAL E MÉTODOS 4.1 Local de realização O experimento foi realizado no Hospital Veterinário da Universidade

Federal de Goiás, no período compreendido entre julho à novembro de 2004. O

local conta com infra-estrutura necessária ao desenvolvimento de pesquisa, como

bretes e piquetes formados de Brachiaria humidicola - “quicuio” e Cynodon

plectostachyus - “grama estrela”.

4.2 Animais

Foram empregados 36 eqüinos sem raça definida (SRD), clinicamente

saudáveis, sendo 18 machos e 18 fêmeas com peso variando entre 300 kg e 400

kg (média de 335Kg), idade entre três e oito anos (média de 5,7 anos),

estabelecida pela cronologia dentária (GETTY, 1986; PURINA, 1987; AAEP,

1988; EDWARDS, 1994; DE CICCO,1999).

A aquisição dos animais foi precedida por exame de anemia infecciosa

eqüina (AIE), tendo sido descartado os animais positivos ou portadores de

enfermidades ou defeitos físicos que pudessem comprometer a resposta frente ao

procedimento cirúrgico empregado. Ao serem introduzidos no local em que foi

executada a pesquisa, todos os animais foram submetidos ao controle de

ectoparasitas e endoparasitas, conforme recomendação de LEWIS (2000) e foram

submetidos a um período de adaptação mínima de cinco dias. Os animais foram

suplementados com feno de Cynodon sp - “Coast Cross” ou “Tiphton” e ração

comercial para eqüinos (Equitage 12- Guabi, Anápolis-GO), de acordo com o

peso corpóreo fornecida duas vezes ao dia. Suplemento mineral e a água foram

fornecidos à vontade.

4.3 Delineamento experimental Trinta e seis eqüinos sem raça definida (SRD), sendo 18 machos e 18

fêmeas foram alocados em dois grupos (grupo F e grupo M) de acordo com o

Page 33: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

21

sexo, e em seis subgrupos (Fab, Fcg, Fem, Mab, Mcg, Mem), levando-se em

consideração o tratamento e os exames complementares utilizados. O Subgrupo Fab foi constituído por seis fêmeas eqüinas, que foram submetidas a ovariectomia

empregando a abraçadeira de náilon; o Subgrupo Fcg foi constituído por seis

fêmeas equinas, que foram submetidas a ovariectomia utilizando fio categute nº 2

na hemostasia; o subgrupo Fem foi constituído por seis fêmeas equinas

submetidas a ovariectomia utilizando o emasculador; o subgrupo Mab foi

constituído por seis machos eqüinos, que foram submetidos a orquiectomia

empregando a abraçadeira de náilon; o subgrupo Mcg foi constituído por seis

machos equinos, que foram submetidos a orquiectomia utilizando fio categute nº 2

na hemostasia; o subgrupo Mem foi constituído por seis machos equinos

submetidos a orquiectomia utilizando o emasculador

Todas as fêmeas independente do subgrupo a qual pertenciam, foram

submetidas no pós-operatório a avaliação da cicatrização clínica das feridas

cirúrgicas, empregando escore pré determinado. Realizaram-se hemogramas

completos, dosagem de fibrinogênio e proteína total em 50% dos animais,

machos e fêmeas, de cada subgrupo, escolhidos aleatoriamente (que não foram

substituídos) quarenta e oito horas antecedendo o procedimento cirúrgico (T0);

imediatamente após (T1); vinte e quatro horas após (T2); no décimo, vigésimo e

trigésimo dias após o ato cirúrgico (T3, T4 e T5 respectivamente).

4.4 Instrumental e materiais empregados na hemostasia As abraçadeiras de náilon são fundamentalmente utilizadas na

indústria elétrica e eletrônica, porém neste experimento foram empregadas como

método de hemostasia preventiva nas ovariectomias e orquiectomias e

apresentavam como medidas: 2,5 mm de largura e 100 mm de comprimento

(Figura 2), cor natural do náilon e possuíam sistema de trava (Figura 3). Após

serem envolvidas aos pares, em papel pardo tipo “craft”, foram autoclavadas,

durante trinta minutos, à 121ºC, seguido por dez minutos de secagem à 37º C em

estufa.

Page 34: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

22

O emasculador do tipo “Reimer”, confeccionado em aço cirúrgico, com

dispositivo de cortar e cremalheira auto estática, com 30 cm de comprimento

(Figura 4) foi esterelizado em estufa a temperatura de 135ºC, durante duas horas.

Os fios categute simples nº 2 (Johnson & Johnson, São José dos

Campos – SP) foram adquiridos em embalagens comerciais já esterelizados por

irradiação gama.

FIGURA 2 – Representação esquemática da abraçadeira de náilon:

comprimento (C)= 100 mm, largura (L) = 2,5 mm.

FIGURA 3 – Abraçadeiras de náilon com trava, tamanhos e modelos variados.

CL

Page 35: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

23

FIGURA 4 – Emasculador tipo “REIMER”.

4.5 Medidas pré-operatórias Os eqüinos de ambos os grupos (fêmeas e machos) foram submetidos

a jejum alimentar e hídrico por aproximadamente 12 horas. Os machos foram

tranqüilizados empregando 0,1 mg/kg de peso corporal de acepromazina

(Acepran 1% Univet, São Paulo-SP), via intravenosa, contidos em decúbito

lateral, com auxílio de peias e cordas, em local com piso macio (grama ou lona) e

com menor quantidade possível de sujidades (EURIDES,1998). Após contenção,

o escroto e o prepúcio foram higienizados com água e sabão, seguido de

antissepsia com solução degermante de iodo polivinil pirrolidona – PVPI (Riodeíne

– Rioquímica, São José do Rio Preto-SP).

A anestesia local foi realizada mediante aplicação de 5 ml de cloridrato

de lidocaína 2% (Dorfin – Lab. Hertape, Belo Horizonte-MG) na linha de incisão,

na pele do escroto paralela a rafe, subcutaneamente e 10 ml injetados

intratesticular (LUMB & JONES, 1996; MASSONE, 1999). A antissepsia com iodo

polivinil pirrolidona foi repetida antes de iniciar o procedimento cirúrgico.

As fêmeas com temperamento mais agressivo foram tranqüilizadas

com 0,1mg/Kg de peso corporal de acepromazina intravenosa (MUIR III et al.,

2001). Após contenção em posição quadrupedal em brete apropriado para a

Page 36: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

24

realização de procedimentos cirúrgicos, os flancos bilaterais dos animais foram

tricotomizados e higienizados com água e sabão, seguido de antissepsia com

iodo polivinil pirrolidona. O bloqueio anestésico foi realizado em “L” invertido

(MASSONE, 2003) utilizando, aproximadamente, 50 ml de cloridrato de lidocaína

a 2%.

4.6 Procedimentos cirúrgicos 4.6.1 Ovariectomia

As éguas foram ovariectomizadas seguindo a técnica de abordagem

bilateral pelo flanco em posição quadrupedal (SILVA et al., 2001).

Após a sedação, contenção em brete na posição quadrupedal foi

realizada tricotomia e nova antissepsia, sendo realizada em seguida incisão de

pele de aproximadamente 12 cm de extensão, seguida de divulsão da

musculatura no sentido das fibras (músculos oblíquo externo, obliquo interno e

transverso do abdômen). Com auxílio de tesoura romba, rompeu-se o peritônio,

penetrando na cavidade. Uma vez na cavidade abdominal, realizou-se exploração

com a finalidade de identificar o ovário. Concluída esta etapa o ovário foi

envolvido com gaze embebida em cloridrato de lidocaína 2%, para em seguida

proceder-se a exteriorização do mesmo. O pedículo ovariano, já exteriorizado, foi

fixado com auxílio de duas pinças de Crile curvas, antes de ser realizada a

hemostasia, seja com a abraçadeira de náilon (subgrupo Fab) (Figura 5), categute

(subgrupo Fcg) ou emasculador (subgrupo Fem). O peritônio foi suturado em

conjunto com o músculo transverso do abdômen em um padrão de sutura

contínua, utilizando o fio categute nº 1, seguido do músculo oblíquo interno e

posteriormente o músculo obliquo externo, com o mesmo fio categute e padrão de

sutura com pontos separados, tipo Sultan, em “x”. Uma última linha de sutura

interna foi realizada com o mesmo fio em um padrão de sutura contínua simples,

com a finalidade de reduzir o espaço morto. Finalmente a pele foi suturada em

padrão simples interrompida, com fio de náilon (uso comercial na pesca), nº 0,60

mm, preparado artesanalmente e autoclavado durante 30 minutos a temperatura

Page 37: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

25

de 121°C, seguido por dez minutos de secagem a 37°C em estufa (RAHAL et al.,

1999).

FIGURA 5 – A: Exteriorização e apresentação do ovário (seta), pela abordagem via flanco; B: Gaze embebida em anestésico local envolvendo o ovário (seta); C: Fixação do pedículo ovariano com auxilio de duas pinças Crile (seta); D e E: Posicionamento, ajuste e travamento da abraçadeira de náilon no pedículo ovariano (setas); F: Após ressecção do pedículo ovariano e exérese do ovário verificação da hemostasia seguida da ressecção do excesso da abraçadeira de náilon.

AA BB

CC DD

EE FF

Page 38: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

26

A) Pós-operatório da ovariectomia

O pós-operatório da ovariectomia consistiu em curativo local com

higienização diária empregando iodo polivinil pirrolidona a 0,1% e aplicação de

spray cicatrizante e repelente (Bertac -Allvet Quim Ltda, Londrina – PR) ao redor

da ferida cirúrgica e antibioticoterapia empregou se uma associação de penicilina

G-benzatina, G potássica, G procaína, estreptomicina e diclofenaco sódico

(Septipen Plus - Vallée - Montes Claros-MG), calculada na dose de 20.000 UI/Kg

de penicilina benzatina a cada 48 horas pela via intramuscular (IM), totalizando

quatro aplicações. A retirada dos pontos ocorreu em média 15 dias após as

intervenções cirúrgicas, considerando a cicatrização clínica. Não foram retirados

os pontos da ferida cirúrgica com escore inferior a 50%. Todos os animais

receberam soro antitetânico via subcutânea, no dia em que se realizou o

procedimento cirúrgico.

B) Avaliação da cicatrização clínica das feridas

Foi realizada somente nas éguas, empregando os seguintes escores:

zero – quando não ocorreu cicatrização; escore um, cicatrização de até 25% da

ferida; escore dois, até 50% de cicatrização; escore três, até 75% e escore quatro,

acima de 75% de cicatrização da ferida. Avaliou-se também possíveis

complicações como: deiscência da ferida, granulomas, necrose local, dentre

outras. A remoção dos pontos somente foi realizada quando a cicatrização clínica

da ferida atingiu escore mínimo de 50% (Quadro 1).

QUADRO 1 – Escore de cicatrização da ferida cirúrgica nas éguas.

ESCORE PORCENTUAL DE CICATRIZAÇÃO 0 0% de cicatrização 1 cicatrização de até 25% 2 de 26% a 50% 3 de 51% a 75% 4 de 76% até cicatrização completa

Page 39: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

27

4.6.2 Orquiectomia

Na orquiectomia a técnica utilizada foi a “aberta” com o animal contido

em decúbito lateral esquerdo. Após a sedação, contenção, higienização,

anestesia local e realização de uma nova antissepsia praticou-se incisão de pele

escrotal de aproximadamente 6 cm, paralela a rafe, o mais ventral possível, esta

incisão incluiu-se também as túnicas dartos e vaginal, até conseguir a exposição

do testículo propriamente dito. O mesórquio foi rompido com o auxílio dos dedos

ou tesoura romba, o cordão espermático após apresentação foi pinçado com

pinças Crile curvas e, posteriormente foi realizada hemostasia preventiva, com a

ligadura do cordão espermático, empregando a abraçadeira de náilon (subgrupos

Mab) (Figuras 6, 7 e 8), fio categute nº 2 (subgrupos Mcg), ou emasculador

(subgrupo Mem). O cordão espermático foi seccionado a aproximadamente dois

centímetros distal ao ponto de hemostasia preventiva, removendo-se em seguida

o primeiro testículo. Procedimento idêntico foi empregado para se remover o

testículo contralateral.

FIGURA 6 – Apresentação do funículo espermático na

orquiectomia (seta).

Page 40: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

28

FIGURA 7 - Posicionamento e ajuste da abraçadeira de náilon no funículo espermático (seta).

FIGURA 8 - Verificação da hemostasia após o uso da abraçadeira de náilon (seta), observar que o excesso da abraçadeira foi cortado.

Page 41: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

29

No pós-operatório da orquiectomia realizou-se o curativo diário que

consistiu na retirada de possíveis coágulos da bolsa escrotal, antissepsia com

iodo polivinil pirrolidona, aplicação de spray cicatrizante e repelente (Bertac -Allvet

Quim Ltda, Londrina – PR) e antibioticoterapia com uma associação de penicilinas

benzatina, sódica e potássica, estreptomicina e diclofenaco sódico, calculada na

dose 20.000 UI/Kg de penicilina benzatina a cada 48 horas totalizando quatro

aplicações pela via intramuscular, além de duchas e caminhadas diárias. A

avaliação e curativo da ferida cirúrgica foram realizados diariamente até a

cicatrização. Todos os animais receberam soro antitetânico via subcutânea, no

dia do procedimento cirúrgico.

4.7 Colheita de Sangue

Foram realizados exames hematológicos nos momentos pré-

determinados (Quadro 2). Colheu-se 5 ml de sangue, por meio da venopunção

jugular, em tubo de ensaio com o anticoagulante EDTA – ácido

etilediaminotetracético, sal tripotássico a 10% em solução aquosa, e quantidade

suficiente sem anticoagulante para se realizar o esfregaço sanguíneo. Do sangue

colhido, foram realizados hemograma completo e determinação do nível de

fibrinogênio. A contagem global dos leucócitos circulantes, foi realizada com a

câmara de Neubauer, na determinação do diferencial percentual utilizou-se a

leitura do esfregaço sangüíneo colorado pelo método de Giemsa, segundo JAIN

(1993).

A determinação do fibrinogênio foi realizada pelo método de

precipitação a 56ºC no tubo de microhematócrito (JAIN ,1993).

Page 42: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

30

QUADRO 2 – Momentos de colheita de sangue para realização de exames hematológicos.

Tempos Momento da Colheita em relação ao

procedimento cirúrgico T0 48 horas antes T1 Imediatamente após T2 24 horas após T3 10 dias após T4 20 dias após T5 30 dias após

4.8 Avaliação do custo do material e instrumental utilizado na hemostasia

As abraçadeiras de náilon foram adquiridas em lojas comerciais de

material elétrico, material de construção e utensílios em geral, a um valor médio

de R$ 0,06 a unidade. No entanto, foi encontrada em embalagens com cem

unidades num valor de R$ 4,20 (Quadro 3).

O categute foi adquirido em casas comerciais de material médico

hospitalar a um valor médio de R$ 4,65 reais a unidade

O emasculador tipo “Reimer” foi encontrado em casas de

equipamentos veterinários por um valor médio de R$1.150,00, variando de R$

500,00, o modelo de fabricação nacional, até R$ 1.800,00 - fabricado na

Alemanha.

QUADRO 3 – Custo da abraçadeira de náilon em diferentes estabelecimentos comerciais.

Estabelecimento Comercial Valor unitário da abraçadeira de náilon (centavos)

1 5 2 5 3 7 4 10 5 5 6 4

Page 43: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

31

4.9 Análise Estatística A análise estatística considerou os valores de hematócrito (Ht),

fibrinogênio plasmático (FBG) e leucócitos totais (Leu), correlacionados com as

três técnicas cirúrgicas (abraçadeira, categute, emasculador) e os diferentes

tempos de colheita de sangue (T0, T1, T2 T3, T4 e T5), onde se realizou a

estatística descritiva (WONNACOTT, 1981; GOMES, 1982).

Foi realizada a análise de variância para fêmeas, machos, diferentes

técnicas cirúrgicas, hematócrito, fibrinogênio, leucócitos totais e tempos de

colheita de sangue (HAIR et al., 1998).

Page 44: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

32

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A utilização de eqüinos tanto do sexo feminino quanto do sexo

masculino, propiciou testar diferentes técnicas de hemostasia preventiva, tanto na

ovariectomia quanto na orquiectomia, já que esses procedimentos são

empregados rotineiramente em eqüinos destinados ao trabalho diário das

propriedades rurais. A ovariectomia e orquiectomia em eqüinos são procedimentos

largamente utilizados na prática cirúrgica em eqüinos. Devido as suas diversas

indicações, a esterilização, tanto em machos quanto em fêmeas, pode ser

realizada em eqüinos de diversos perfis: animais de maior ou menor valor

genético e financeiro. Para SILVA et.al (2001), a ovariectomia em éguas é

indicada no tratamento de patologias ovarianas e para evitar o estro e segundo

RAGLE & SCHNEIDER (1995) e SEARLE et. al (1999), nos casos onde se deseja

“masculinizar” a fêmea, sendo um dos procedimentos cirúrgicos mais comuns

realizados na prática eqüina. Apesar de HOQUE et al. (2003) terem relatado um

caso que uma égua com tumor das células da granulosa restabeleceu o ciclo

estral normal sem nenhuma ressecção do ovário afetado, em casos de neoplasia

ovariana a principal indicação é a ovariectomia.

A seleção prévia dos animais foi considerada conduta essencial que

resultou na escolha de apenas animais saudáveis, portanto, todos os eqüinos

estavam aptos a exercerem atividades de trabalho, tração, etc, nas propriedades

rurais.

O controle de ecto e endoparasitas bem como o período de adaptação

que os eqüinos foram submetidos teve a finalidade de padronizar a conduta e

oferecer manejo uniforme para todos os animais. Como os animais

permaneceram nos mesmos locais até o final do estudo, essa conduta amenizou

as possíveis interferência de manejo no pós-operatório, justificando plenamente a

escolha do ambiente e o manejo adotado.

Quando se utilizou a abraçadeira de náilon na hemostasia preventiva

da ovariectomia e orquiectomia, em 100% das intervenções o dispositivo não se

rompeu, mostrando ser resistente e de fácil e rápida aplicação, comprovando o

que afirmou MANO (1991), o náilon é um dos três plásticos de engenharia mais

Page 45: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

33

importante e uma de suas propriedades marcante é a resistência mecânica a

fadiga.

A abraçadeira de náilon utilizada na hemostasia preventiva da

ovariectomia e orquiectomia não apresentaram grande reação tecidual e o seu

uso e manuseio mostrou-se satisfatório. HERING et. al (1993) afirmaram que o

náilon é material sintético inabsorvível, que apresenta comparativamente a outros

materiais reação tecidual menor, embora o manuseio seja apenas razoável. O

sistema autotravante segundo HOLLINGSWORTH (2004), favorece o manuseio

das abraçadeiras de náilon. Esta situação foi observada neste estudo, onde o seu

uso diminuiu o tempo cirúrgico em comparação ao emasculador e o categute.

Duas fêmeas, Fab 1 e Fab 3, na qual a hemostasia foi realizada com

o uso da abraçadeira, foram submetidas a laparotomia mediana, para fins

didáticos, respectivamente três e quatro meses após a ovariectomia, ocasião em

que tiveram os pedículos ovarianos avaliados. Observou-se que as abraçadeiras

permaneciam nos seus locais de aplicação sem aparente crescimento excessivo

de tecido conjuntivo adjacente. De acordo com HERING (1993), a farmacopéia

americana define sutura absorvível àquela que perde sua força tênsil em menos

de sessenta dias. Alguns fios chamados de inabsorvíveis são de fato

biodegradáveis. A seda, por exemplo, perde metade de sua força tênsil em um

ano, enquanto o algodão perde 50% e o náilon somente 12% em período idêntico.

Um macho Mab 2 acidentou-se após seis meses em uma cerca de

arame liso, resultando em traumatismo no prepúcio, escroto e face interna da

coxa. O problema resultou em parafimose, sendo necessário intervir

cirurgicamente. Desta forma, procedeu-se a retroflexão do pênis e remoção de

parte da bolsa escrotal. Foi também avaliado a presença das abraçadeiras, sendo

possível encontrar apenas uma, esta estava bem aplicada e aderida ao cordão

espermático, a outra possivelmente devido a retração do funículo espermático

após a ressecção do testículo ou devido a necrose da estremidade desse, não foi

possível sua localização.

Os 36 animais que participaram do experimento, foram avaliados, no

pré-operatório, por meio de exame clínico e determinação dos valores

hematológicos, garantindo as condições ideais de pré e trans-operatória.

TURNER & McILWRAITH (2002), afirmaram que nas cirurgias eletivas de cavalos

Page 46: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

34

os testes laboratoriais devem incluir o hematócrito e a dosagem total de proteína

ou um hemograma.

Neste experimento realizou-se a higienização com água e sabão,

seguida de tricotomia e posterior antissepsia com polivinil pirrolidona, que foi

repetida após a anestesia local, no preparo do campo operatório da ovariectomia.

Enquanto na orquiectomia também se realizou higienização com água e sabão,

seguida da antissepsia com polivinil pirrolidona, anestesia local e novamente

antissepsia antes de se iniciar a intervenção cirúrgica propriamente dita. Existem

discordâncias concernentes aos melhores agentes utilizados na preparação e

antissepsia do campo operatório. KNECHT et. al (1985) afirmaram que existe um

consenso estabelecido que é necessário realizar tricotomia, escovamento e

antissepsia do campo operatório. A polivinil pirrolidona ou povidona libera 9% a

12% de iodo livre, sendo a forma de iodo menos irritante para a antissepsia de

feridas. Possui amplo espectro atingindo bactérias gram positivas e negativas,

fungos (STASHAK, 2002). A anestesia local em “L“ invertido para realização da incisão na

região do flanco (pele e músculos), nas ovariectomias foi efetiva e adequada, não

oferecerecendo desconforto para o animal, porém, em quatro éguas (22,2%), no

momento da sutura de pele, foi necessário realizar infiltração de anestésico local

na linha de incisão. Outras opções de técnicas para realização de laparotomia

pelo flanco são: anestesia local perineural paravertebral, anestesia local infiltrativa

em retângulo anestesia local infiltrativa na linha de incisão associadas ou não a

anestesia perineural do nervo torácico (LUMB & JONES, 1996; MASSONE, 1999;

GARNERO & PERUSIA, 2002; MASSONE, 2003).

Em 100% das éguas ovariectomizadas, os pedículos ovarianos

apresentaram bastante vascularizados e inervados, justificando a utilização do

anestésico local e hemostasia preventiva eficaz antes de se realizar a exérese do

ovário. De acordo com GETTY (1986); KNOTTENBELT et al. (2003) a artéria

ovariana, as veias calibrosas e os nervos que acompanham os ramos arteriais,

inseridos na borda mesovárica e convexa formam um plexo semelhante ao do

funículo espermático. Na manipulação do ovário e pedículo ovariano, o pedículo é

anestesiado para minimizar a ocorrência de reações e desconforto do animal

quando se realiza tração dessa estrutura. O pedículo é anestesiado através de

Page 47: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

35

gaze embebida com lidocaína, envolvendo o pedículo por sessenta segundos

(TROTTER & EMBERTSON, 1999).

A anestesia local na orquiectomia pode ser realizada através de

injeção de droga anestésica: dentro do escroto (subcutânea, na linha de incisão),

intratesticular e no cordão espermático (LUMB & JONES, 1996; MASSONE,

1999). A técnica anestésica realizada nesse experimento (subcutânea na linha de

incisão no escroto e intratesticular) foi efetiva.

Dos animais operados (machos e fêmeas), independente da técnica

utilizada, 35 deles (97,2%) receberam alta e foram liberados para o trabalho

normal, seja na lida com o gado, tração ou passeio, em um prazo máximo de

trinta dias. Somente uma égua (Fem 3) castrada com o emasculador veio a óbito,

ou seja, 2,8% do total de animais submetidos à castração.

Nos animais do grupo F (18 fêmeas), quando do procedimento da

ovariectomia realizada pelo flanco, em nenhum momento ocorreu dificuldade de

localização do ovário. O reconhecimento da posição anatômica dos ovários foi

fundamental e facilitou a localização e exposição destes durante o ato cirúrgico,

reduzindo o excesso de manipulação e o tempo cirúrgico. Segundo KONIG &

LIEBICH (2004), os ovários na égua se localizam cerca de oito a dez cm da

parede dorsal na região sub lombar.

Para realização de técnica “aberta” de orquiectomia, o reconhecimento

anatômico dos envoltórios do testículo, foi de grande auxílio, pois, de acordo com

CERVENY et. al (2004), os folhetos que abrigam e envolvem o testículo também

recobrem o epidídimo e parte do funículo espermático.

Os animais do grupo M (18 machos) foram castrados com a técnica

aberta de orquiectomia com remoção da túnica parietal, independente da técnica

de hemostasia realizada (abraçadeira, categute e emasculador). Nenhum dos

eqüinos desse grupo (100%) apresentaram complicações pós-operatórias, apesar

de KERJES et al (1986), citarem como principal desvantagem dessa técnica a

presença de porta de entrada para a cavidade abdominal, aumentando o risco de

evisceração e peritonite. MOLL et al (1995), afirmaram que a técnica de castração

aberta apresenta um maior risco de infecção quando a túnica parietal não é

removida.

Page 48: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

36

Nas 18 éguas ovariectomizadas (100%), a posição quadrupedal

utilizada, mostrou ser prática, confortável para o animal e para a equipe cirúrgica,

em concordância com SILVA et. al (2002) e BEARD (1991), que afirmaram que a

abordagem pelo flanco com o animal em posição quadrupedal, é preferível a

abordagem com o animal em decúbito lateral. Apesar de KNECHT et. al (1985),

afirmarem que a laparotomia em posição quadrupedal somente deve ser

conduzida quando o paciente for receptivo e colaborar com a equipe cirúrgica. No

experimento alguns animais apresentaram variação de comportamento desde

manso até mais agressivos, porém, esse tipo de comportamento não impediu a

realização da abordagem pelo flanco, em posição quadrupedal, desde que o

animal esteja contido em brete limpo e seguro, e utilizou-se sedação com

acepromazina associada a anestesia local com lidocaína.

Em todas as éguas (100%) desse experimento, quando da exérese dos

ovários, os músculos abdominais que foram anteriormente divulsionados na

laparotomia, retornaram a sua posição natural. A divulsão dos músculos oblíquo

externo e interno do abdômen foi realizada no sentido das fibras musculares. De

acordo com ASHDOWN & DONE (1989), o músculo oblíquo externo tem as fibras

no sentido dorso cranial - ventro caudal e o músculo oblíquo interno tem as fibras

no sentido dorso caudal - ventro cranial. A divulsão destes músculos no sentido

das fibras, favoreceu a realização da síntese e posterior cicatrização. Na síntese

da musculatura abdominal foi realizado fio categute número 1 e padrão de sutura

com pontos separado, tipo “Sultan”. Para KNECHT et. al (1985), que recomenda

sutura cruzada de colchoeiro ou sutura em “x”, a principal vantagem das suturas

separadas é a sua habilidade de manter a posição dos tecidos, fazendo com que

haja uniformidade na linha de sutura.

Neste estudo, após a síntese da ferida cirúrgica, o curativo diário

consistiu em antissepsia realizada com polivinil pirrolidona a 0,1%, diariamente e

spray repelente. De acordo com KNOTTENBELT (2003), soluções diluídas de

iodo-povidina (0,1% – 1%), tem maior ação bactericida do que na sua

concentração original de 10% e que o produto, em altas concentrações, pode agir

em detrimento da cicatrização, causando necrose. A polivinil pirrolidona ou

povidona libera 9% a 12% de iodo livre, sendo a forma de iodo menos irritante

para a antissepsia de feridas. Possui amplo espectro atingindo bactérias gram

Page 49: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

37

positivas e negativas, fungo e cândida (STASHAK, 2002). Uma fêmea Fcg1 foi

observada deiscência de ferida no quinto dia do pós-operatório, motivo pelo qual

se deu o retardo na cicatrização.

Quando se empregou o categute, ocorreu rompimento durante a

aplicação do nó, em três animais, sendo duas fêmeas (33,3%) e um macho

(16,6%), tornando-se necessário substituir o fio, o que aumentou o custo e o

tempo cirúrgico. HERING et. al (1993), afirmaram que o categute age como corpo

estranho e por isso pode interferir na cicatrização da ferida e que além da reação

inflamatória e do tempo de absorção, a resistência tênsil é outra propriedade que

varia muito no categute. Em trabalho realizado, HERING (1987), verificou que em

pedaços da mesma peça de categute cromado, imerso em soro fisiológico, a

resistência tênsil variou em até 50%. Um fato que pode explicar essa variação é

que o categute é confeccionado a partir de submucosa de víceras de animais e,

devido a isso, ocorrem variações constitucionais naturais.

O tempo médio dos procedimentos cirúrgicos foi maior no subgrupo do

emasculador e do categute. Apesar de não termos cronometrado os tempos de

cada intervenção cirúrgica, foi verificado, subjetivamente que o tempo cirúrgico

dos procedimentos foram maiores nos subgrupos que utilizaram as técnicas com

o uso de emasculador e categute simples. Pois o tempo de emasculação se dá

em torno de quatro minutos para cada pedículo ovariano e o de preparo e

realização do nó com o categute foi de aproximadamente de um a dois minutos

para cada cordão espermático. Enquanto o tempo para colocar a abraçadeira no

pedículo e travá-la se dá em torno de trinta a quarenta segundos. TROSTLE &

HARTMANN (1999) citaram entre outros fatores que favorecem a infecção

cirúrgica: tempo prolongado de cirurgia, excesso de manipulação, que favorece a

contaminação da ferida, diminuição do aporte sanguíneo e, portanto, supressão

dos mecanismos de defesa.

O categute rompeu em três animais no momento da aplicação do nó

para hemostasia, sendo necessário refazer o nó, utilizando outro fio categute e

aumentando assim o tempo cirúrgico.

Das 18 fêmeas envolvidas no experimento, excetuando-se a égua do

subgrupo Fem, que veio a óbito (5,5%) e duas do subgrupo Fab e Fcg, que

tiveram deiscência de pontos (11,1%), nenhuma delas apresentaram

Page 50: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

38

complicações pós-operatórias graves, a não ser edemas que reduziram

naturalmente dentro de uma semana. No entanto, com relação a ovariectomia,

TROTTER & EMBERTSON (1999), contrastando ao relatado neste experimento,

afirmaram que a ovariectomia está relacionada à alta freqüência de complicações

pós-operatória em relação a outros procedimentos eletivos. Complicações

relatadas incluem: infecção cirúrgica, deiscência de ferida, eventração, peritonite,

dor pós-operatória e hemorragia.

No total de éguas ovariectomizadas, uma hemostasia preventiva

efetivamente não ocorreu, vindo à égua a óbito (Fem).

Nas 18 orquiectomias, 100% das hemostasias preventivas foram

consideradas efetivas, indiferente da técnica utilizada, apesar de um dos machos

do subgrupo Mem (5,5%) os valores hematológico sugerirem leve hemorragia.

MAY & MOLL (2002), afirmaram que complicações podem ocorrer durante,

imediatamente após, ou dias e anos após a castração e incluem: hemorragia,

infecção, eventração, edema persistente e hidrocele. No pós-operatório, edema

prepucial e escrotal é normal e geralmente resolve dentro de duas semanas.

Excessivo edema é a complicação mais comumente observada depois da

castração e cavalos velhos são mais predispostos.

A análise da variável do hematócrito (Ht) nos diferentes subgrupos

experimentais do grupo F (Figura 9), mostram comportamento diferenciado nos

três subgrupos analisados onde observou-se maior diminuição do Ht no grupo

Fem. Os valores do Ht do subgrupo Fcg permaneceram estáveis se

comparados ao momento zero, inferindo que não ocorreu perda de sangue nos

animais submetidos ao método de hemostasia preventiva com o uso do

categute. Enquanto os animais do subgrupo Fab pela analise do gráfico inferiu-

se uma perda de sangue no momento T1, perda essa que foi recuperada por

uma boa resposta nos momentos seguintes.

Nos subgrupos em que se utilizou o emasculador (Fem, Mem),

verificou-se o óbito por hemorragia de uma fêmea (Fem 3), e através da avaliação

dos valores hematológicos, ocorreu uma provável hemorragia em duas fêmeas

(Fem 1 e Fem 2) e um macho (Mem 1) (Figuras 9 e 10). Segundo ORSINI &

DIVERS (2000) são causas de hemorragia em castração: a colocação deficiente

Page 51: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

39

do emasculador, aplicado ao inverso, vasos insuficientemente comprimidos pela

inclusão da pele do escroto ou outros tecidos pelo emasculador.

0%5%

10%15%20%25%30%35%40%45%

T0 T1 T2 T3 T4 T5Tempo

Hem

atóc

rito

HMT_abraHMT_categHMT_emasc

FIGURA 9 – Representação gráfica dos valores médios do hematócrito (Ht)

do grupo F, em porcentagem, nos diferentes tempos, onde T0= 48 hs antes da cirurgia, T1= imediatamente após a cirurgia; T2= 24hs após; T3= 10 dias após; T4= 20 dias após; T5= 30 dias após.

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

T0 T1 T2 T3 T4 T5

Tempo

Hem

atóc

rito

HMT_abraHMT_categHMT_emasc

FIGURA 10 – Representação gráfica dos valores médios do hematócrito (Ht)

do grupo M, em porcentagem, nos diferentes tempos, onde T0=

48 hs antes da cirurgia, T1= imediatamente após a cirurgia; T2=

24hs após; T3= 10 dias após; T4= 20 dias após; T5= 30 dias

após.

Fab Fcg Fem

Mab Mcg Mem

Page 52: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

40

Analisando os valores de fibrinogênio (Figura 12), proteína reparadora

e também definida como proteína de fase aguda, verificou-se que houve ligeiro

aumento em sua concentração plasmática no momento T1, nos subgrupos Fab e

Fcg, se comparado ao momento T0 (controle), pôde-se inferir que este aumento

seja conseqüente da reação orgânica resultante do procedimento cirúrgico.

Nestes dois subgrupos em questão, nos momentos seguintes, observou-se

diminuição dos seus valores e quando comparados ao momento controle pôde-se

concluir que não ocorreu reação inflamatória exarcebada persistente,

concordando com JAIN (1993) que afirma ser o fibrinogênio um marcador de

reações infecciosas/inflamatórias, cujo valores normais no cavalo variam de: 100

– 500 (mg/dl). Quanto ao subgrupo Fem concluiu-se que houve um

comportamento diferenciado dos demais grupos, pelo fato de observar-se

aumento de pequena monta, dessa proteína reparadora nos momentos T2, T3 e

T4, diminuição no momento T5, podendo-se sugerir que o processo cirúrgico com

uso do emasculador foi menos agressivo se comparado aos dois primeiros grupos

analisados.

Com base nos parâmetros de fibrinogênio plasmático e nível

leucocitário encontrados é possível sugerir que em ambos os grupos F e M não

ocorreu reação infecciosa/inflamatória marcante (Figuras 11, 12, 13 e 14).

Page 53: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

41

0100200300400500600700

T0 T1 T2 T3 T4 T5Tempo

Fibr

inog

ênio

(mg/

dl)

FBG_abraFBG_categFBG_emasc

FIGURA 11 – Representação gráfica dos valores médios de fibrinogênio

plasmático do grupo F, em mg/dl, nos diferentes tempos, onde T0= 48 hs antes da cirurgia, T1= imediatamente após a cirurgia; T2= 24hs após; T3= 10 dias após; T4= 20 dias após; T5= 30 dias após.

0

100

200

300

400

500

600

700

T0 T1 T2 T3 T4 T5

Tempo

Fibr

inog

ênio

(mg/

dl)

FBG_abraFBG_categFBG_emasc

FIGURA 12 – Representação gráfica dos valores médios do grupo M de

fibrinogênio plasmático (mg/dl) nos diferentes tempos, onde T0= 48 hs antes da cirurgia, T1= imediatamente após a cirurgia; T2= 24hs após; T3= 10 dias após; T4= 20 dias após; T5= 30 dias após.

Fab Fcg Fem

Mab Mcg Mem

Page 54: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

42

0

5000

10000

15000

20000

T0 T1 T2 T3 T4 T5Tempo

Leuc

ocito

s

LEUC_abra

LEUC_categ

LEUC_emasc

FIGURA 13 – Representação gráfica dos valores médios de leucócitos x

103/µL, do grupo F, nos diferentes tempos, onde T0= 48 hs antes da cirurgia, T1= imediatamente após a cirurgia; T2= 24hs após; T3= 10 dias após; T4= 20 dias após; T5= 30 dias após.

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

T0 T1 T2 T3 T4 T5

Tempo

Leuc

ócito

s

LEUC_abraLEUC_categLEUC_emasc

FIGURA 14 – Representação gráfica dos valores médios de leucócitos x 103/µL,

do grupo M, nos diferentes tempos, onde T0= 48 hs antes da cirurgia, T1= imediatamente após a cirurgia; T2= 24hs após; T3= 10 dias após; T4= 20 dias após; T5= 30 dias após.

Fab

Fcg

Fem

Mab Mcg Mem

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43

Utilizando-se o teste F, que compara a variabilidade do tratamento com

a variabilidade de erro do modelo, foi verificado que os métodos de hemostasia

influenciam os resultados dos parâmetros hematológicos avaliados (Tabela 1) e

ainda que, o fato de utilizar qualquer um dos três métodos de hemostasia,

considerando e comparando com o tempo de colheita, não altera

significativamente os níveis leucocitários e de fibrinogênio plasmático,

influenciando somente no hematócrito (tabela 2).

TABELA 1 – Análise de variância comparando os diferentes métodos empregados na hemostasia durante a castração de eqüinos machos e fêmeas (grupos F e M)

FBG: fibrinogênio; Ht: hematócrito; LEUC: leucócitos H0: se o fato de utilizar qualquer um dos métodos de hemostasia não altera, significativamente, os parâmetros avaliados no hemograma (FBG, Ht, LEUC) H1: os métodos de hemostasia utilizados influenciam os resultados do hemograma

TABELA 2 – Análise de variância comparando os diferentes métodos empregados na hemostasia durante castração de eqüinos machos e fêmeas (grupos F e M) com os parâmetros hematológicos nos diferentes tempos de colheita do sangue (T0 a T5).

FBG: fibrinogênio; Ht: hematócrito; LEUC: leucócitos H0: se o fato de utilizar qualquer um dos métodos de hemostasia considerando e comparando com o tempo de colheita do sangue, não altera significativamente, os parâmetros avaliados no hemograma (FBG, Ht, LEUC) H1: os métodos de hemostasia utilizados influenciam associados ao tempo influenciam os resultados do hemograma

Parâmetros Hematológicos Valor F Significância Análise

FBG 7,409 0,001 Rejeita H0 Ht 5,847 0,004 Rejeita H0

LEUC 35,660 0,000 Rejeita H0

Parâmetros Hematológicos

Valor F Significância Análise

FBG 0,418 0,935 Aceita H0

Ht 1,999 0,042 Rejeita H0

LEUC 0,150 0,999 Aceita H0

Page 56: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

44

Uma vez comprovada a eficácia da técnica, espera-se que o método

seja amplamente empregado por profissionais da medicina veterinária eqüina e

anseia-se que ocorra uma maior valorização dos animais esterilizados,

diminuindo, portanto, o número de prenhez indesejáveis e melhorando o

aproveitamento dos animais castrados e o manejo de machos e fêmeas.

O tempo médio dos procedimentos cirúrgicos foram maior no

subgrupo do emasculador e do categute. Apesar de não termos cronometrado os

tempos de cada intervenção cirúrgica, foi verificado, subjetivamente que o tempo

cirúrgico dos procedimentos foram maiores nos subgrupos que utilizaram as

técnicas com o uso de emasculador e categute simples. Pois o tempo de

emasculação se dá em torno de quatro minutos para cada pedículo ovariano ou

cordão espermático e o tempo de preparo e realização do nó com o categute foi

de aproximadamente de um a dois minutos para cada cordão espermático ou

pedículo ovariano. Enquanto o tempo para colocar a abraçadeira no pedículo e

trava-la se dá em torno de trinta a quarenta segundos. TROSTLE & HARTMANN

(1999), citaram entre outros fatores que favorecem a infecção cirúrgica: tempo

prolongado de cirurgia, excesso de manipulação, que favorece a contaminação da

ferida, diminuição do aporte sanguíneo e, portanto, supressão dos mecanismos

de defesa.

O procedimento mais viável economicamente, sem considerar o valor

do instrumental foi o do emasculador, mas resultou no óbito de um animal, por

esse motivo deve ser utilizado com cuidado.

O emasculador apesar de poder ser utilizado várias vezes, necessita

de investimento inicial muito alto, fazendo-se necessário uma casuística alta de

castrações para valer o investimento. Com o valor do emasculador mais barato

encontrado no mercado, pode-se adquirir abraçadeiras de náilon suficiente para a

realização de cinco mil castrações.

Page 57: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

45

6 CONCLUSÕES

De conformidade com os resultados, nas circunstancias metodológicas

em que foi delineado e executado este trabalho, permite-se concluir:

1. A hemostasia preventiva utilizando a abraçadeira de náilon, o emasculador e

a ligadura com categute simples, na castração de eqüinos fêmeas e machos ,

mostrou-se efetiva

2. A abraçadeira de náilon empregada na hemostasia das orquectomias e

ovariectomia em eqüinos, mostrou ser efetiva

3. A abraçadeira de náilon como método de hemostasia preventiva, quando

comparada ao uso do emasculador e do categute apresentou menor custo e

diminuiu o tempo de duração do procedimento cirúrgico.

4. As abraçadeiras subjetivamente avaliadas mostraram ser resistentes a

tração exercida no local de aplicação, não apresentando sinais de

fragilização.

5. Os resultados de hemograma proporcionaram avaliação dos possíveis casos

de hemorragia decorrentes dos diferentes métodos de hemostasia e ainda da

reação inflamatória ao procedimento cirúrgico.

Page 58: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

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ANEXOS

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QUADRO 4 – Resultados da avaliação evolutiva da cicatrização da ferida cirúrgica dos animais do grupo F.

DIA 0 DIA 10 DIA 20 DIA 30 ANIMAL Direito Esquerdo Direito Esquerdo Direito Esquerdo Direito Esquerdo

1Fab 0 0 0 0 2 3 4 4 2Fab 0 0 1 1 2 3 4 4 3Fab 0 0 2 1 3 2 4 4 4Fab 0 0 2 2 3 3 4 4 5Fab 0 0 2 2 3 3 4 4 6Fab 0 0 1 2 2 3 3 4 1Fcg 0 0 0 0 2 3 4 4 2Fcg 0 0 1 2 2 2 4 3 3Fcg 0 0 2 2 2 3 4 4 4Fcg 0 0 1 2 2 3 4 4 5Fcg 0 0 1 1 3 3 4 4 6Fcg 0 0 2 2 2 3 4 4 1Fem 0 0 2 2 3 3 4 4 2Fem 0 0 1 2 2 3 4 4 3Fem 0 0 2 2 3 3 3 4 4Fem 0 0 2 1 2 2 4 4 5Fem 0 0 2 2 3 3 4 4 6Fem 0 0 2 2 3 3 4 3

Escore da ferida: 0 - 0% de cicatrização 1 - 25% de cicatrização 2 - 50% de cicatrização 3 - 75% de cicatrização 4 - cicatrização completa

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2

TABELA 3 – Resultados da análise hematológica de éguas ovariectomizadas com a utilização de abraçadeira de náilon como método de hemostasia, para os tempos T0 a T5.

Nº TEMPO PPT FBG HT LEUC LINF MON BAS EOS SEGM BAST

1 Fab T 0 7.6 600 42% 12607 4780 532 123 601 6542 29 1 Fab T 1 7.8 600 26% 13042 4944 550 127 624 6755 42 1 Fab T 2 8.0 700 35% 13492 5114 569 131 642 6999 37 1 Fab T 3 7.8 800 43% 13900 5263 585 135 665 7214 38 1 Fab T 4 8.4 800 44% 11480 4351 484 112 547 5954 32 1 Fab T 5 7.6 400 43% 12533 4750 528 122 598 6500 35 2 Fab T 0 7.6 200 33% 7311 2831 385 73 522 3425 75 2 Fab T 1 7.4 200 31% 7860 2584 748 68 340 3984 136 2 Fab T 2 7.2 200 30% 8316 2926 693 154 616 3696 231 2 Fab T 3 7.2 100 28% 15553 5738 1510 151 604 7412 138 2 Fab T 4 7.4 300 29% 11934 4199 1874 326 600 4735 200 2 Fab T 5 6.8 200 31% 7921 3382 1068 356 712 2225 178 3 Fab T 0 7.4 600 28% 9497 3255 498 98 489 5129 28 3 Fab T 1 7.2 800 30% 9536 3685 548 103 517 4648 35 3 Fab T 2 6.8 600 36% 10615 3974 449 152 359 5656 25 3 Fab T 3 6.4 400 38% 10408 3458 498 145 413 5868 26 3 Fab T 4 6.4 600 37% 9036 3289 475 114 611 4512 35 3 Fab T 5 6.2 400 34% 8759 3059 462 99 627 4486 26

Page 69: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

TABELA 4 – Análise de variância realizada para o grupo F com a utilização da abraçadeira como método de hemostasia preventiva.

PPT FBG HT LEUC 7,3 472,2 0,34 10766,7 0,6 234,7 0,06 2407,2 8,4 800,0 0,44 15553,0

MÉDIA DESVIO-PADRÃO MAIOR MENOR 6,2 100,0 0,26 7311,0

Nº TEMPO PPT FBG HT LEUC 1 Fab T 0 7,6 600 0,42 12607 1 Fab T 1 7,8 600 0,26 13042 1 Fab T 2 8 700 0,35 13492 1 Fab T 3 7,8 800 0,43 13900 1 Fab T 4 8,4 800 0,44 11480 1 Fab T 5 7,6 400 0,43 12533 2 Fab T 0 7,6 200 0,33 7311 2 Fab T 1 7,4 200 0,31 7860 2 Fab T 2 7,2 200 0,30 8316 2 Fab T 3 7,2 100 0,28 15553 2 Fab T 4 7,4 300 0,29 11934 2 Fab T 5 6,8 200 0,31 7921 3 Fab T 0 7,4 600 0,28 9497 3 Fab T 1 7,2 800 0,30 9536 3 Fab T 2 6,8 600 0,36 10615 3 Fab T 3 6,4 400 0,38 10408 3 Fab T 4 6,4 600 0,37 9036 3 Fab T 5 6,2 400 0,34 8759

Page 70: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

TABELA 5 – Resultados da análise hematológica de éguas ovariectomizadas com a utilização do categute como método de hemostasia, para os tempos T0 a T5.

Nº TEMPO PPT FBG HT LEUC LINF MON BAS EOS SEGM BAST

1 Fcg T 0 7.8 400 38% 13700 6165 822 274 959 5343 137 1 Fcg T 1 7.8 400 40% 14000 6160 1400 140 1120 5040 140 1 Fcg T 2 7.8 400 37% 12500 5250 1125 250 625 5000 250 1 Fcg T 3 7.6 400 30% 12300 3813 861 246 615 6525 240 1 Fcg T 4 8.0 800 31% 15500 5735 1395 465 1085 6665 155 1 Fcg T 5 7.6 400 31% 17500 6580 1300 660 1560 7180 220 2 Fcg T 0 7.5 200 30% 12000 4200 1440 120 720 5280 240 2 Fcg T 1 7.6 200 30% 12200 4270 1464 122 732 5368 244 2 Fcg T 2 7.4 200 28% 12750 4208 1403 127 637 4845 255 2 Fcg T 3 7.2 200 25% 13300 4522 1197 266 798 6384 133 2 Fcg T 4 7.2 200 25% 10750 4623 968 430 860 3654 215 2 Fcg T 5 6.4 100 26% 10100 3030 707 303 909 4898 253 3 Fcg T 0 6.6 600 24% 12000 3840 840 600 360 6090 270 3 Fcg T 1 6.8 800 23% 15450 6489 1545 464 1236 5407 309 3 Fcg T 2 6.8 600 25% 14100 4230 1692 282 705 7050 141 3 Fcg T 3 7.0 200 26% 13350 4806 1335 267 935 5703 304 3 Fcg T 4 6.8 200 30% 7800 2340 702 234 546 3822 156 3 Fcg T 5 6.6 300 32% 8500 2465 595 170 340 4827 103

Page 71: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

TABELA 6 – Análise de variância realizada para o grupo F com a utilização do categute como método de hemostasia preventiva.

Nº TEMPO PPT FBG HT LEUC

1 Fcg T 0 7,8 400 0,38 13700 1 Fcg T 1 7,8 400 0,40 14000 1 Fcg T 2 7,8 400 0,37 12500 1 Fcg T 3 7,6 400 0,30 12300 1 Fcg T 4 8 800 0,31 15500 1 Fcg T 5 7,6 400 0,31 17500 2 Fcg T 0 7,5 200 0,30 12000 2 Fcg T 1 7,6 200 0,30 12200 2 Fcg T 2 7,4 200 0,28 12750 2 Fcg T 3 7,2 200 0,25 13300 2 Fcg T 4 7,2 200 0,25 10750 2 Fcg T 5 6,4 100 0,26 10100 3 Fcg T 0 6,6 600 0,24 12000 3 Fcg T 1 6,8 800 0,23 15450 3 Fcg T 2 6,8 600 0,25 14100 3 Fcg T 3 7 200 0,26 13350 3 Fcg T 4 6,8 200 0,30 7800 3 Fcg T 5 6,6 300 0,32 8500

PPT FBG HT LEUC 7,3 366,7 0,30 12655,6 0,5 211,4 0,05 2394,7 8,0 800,0 0,40 17500,0

MÉDIA DESVIO-PADRÃO MAIOR MENOR 6,4 100,0 0,23 7800,0

Page 72: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

TABELA 7– Resultados da análise hematológica de éguas ovariectomizadas com a utilização do emasculador como método de hemostasia preventiva, para os tempos T0 a T5.

Nº TEMPO PPT FBG HT LEUC LINF MON BAS EOS SEGM BAST 1 Fem T 0 7.6 600 45% 14000 61265 832 334 1009 5383 167 1 Fem T 1 7.5 600 42% 16750 6208 837 527 1803 5545 555 1 Fem T 2 7.2 700 38% 17750 6568 1065 355 710 8692 420 1 Fem T 3 7.0 800 36% 19000 6530 790 494 1782 9008 396 1 Fem T 4 6.9 700 36% 18350 7720 110 535 925 7340 730 1 Fem T 5 6.8 700 38% 18000 6660 1620 180 1080 8150 310 2 Fem T 0 6.5 500 32% 16760 6947 1240 62 1158 7032 321 2 Fem T 1 6.3 600 30% 17838 7841 1489 38 1265 6841 364 2 Fem T 2 6.2 300 29% 15029 5787 1124 51 1307 6471 289 2 Fem T 3 6.5 400 27% 14594 5048 986 25 1345 6894 296 2 Fem T 4 6.6 600 25% 12721 4785 985 42 1119 5496 294 2 Fem T 5 6.5 500 22% 14139 5398 1123 58 1248 6000 312 3 Fem T 0 6.8 400 42% 17500 6500 1012 406 523 8663 396 3 Fem T 1 6.5 300 30% 19150 8056 1982 856 789 6565 902 3 Fem T 2 7.2 600 12% 20125 9148 2035 473 1562 6102 805 3 Fem T 3 - - - - - - - - - - 3 Fem T 4 - - - - - - - - - - 3 Fem T 5 - - - - - - - - - -

Page 73: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

TABELA 8 – Análise de variância realizada para o grupo F com a utilização do emasculador como método de hemostasia preventiva.

Nº TEMPO PPT FBG HT LEUC 1 Fem T 0 7,6 600 0,45 14000 1 Fem T 1 7,5 600 0,42 16750 1 Fem T 2 7,2 700 0,38 17750 1 Fem T 3 7 800 0,36 19000 1 Fem T 4 6,9 700 0,36 18350 1 Fem T 5 6,8 700 0,38 18000 2 Fem T 0 6,5 500 0,32 16760 2 Fem T 1 6,3 600 0,30 17838 2 Fem T 2 6,2 300 0,29 15029 2 Fem T 3 6,5 400 0,27 14594 2 Fem T 4 6,6 600 0,25 12721 2 Fem T 5 6,5 500 0,22 14139 3 Fem T 0 6,8 400 0,42 17500 3 Fem T 1 6,5 300 0,30 19150 3 Fem T 2 7,2 600 0,12 20125 3 Fem T 3 6,8 433,333333 0,28 18925 3 Fem T 4 6,8 433,333333 0,28 18925 3 Fem T 5 6,8 433,333333 0,28 18925

PPT FBG HT LEUC 6,8 533,3 0,32 17137,8 0,4 144,2 0,08 2152,8 7,6 800,0 0,45 20125,0

MÉDIA DESVIO-PADRÃO MAIOR MENOR 6,2 300,0 0,12 12721,0

Page 74: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

2

TABELA 9 – Análise de variância realizada para o grupo M com a utilização da

abraçadeira de nailon como método de hemostasia preventiva.

Nº TEMPO PPT FBG HMT LEUC 1 Mab T 0 6,6 200 0,30 9373 1 Mab T 1 6,8 400 0,29 8867 1 Mab T 2 6,8 200 0,31 8633 1 Mab T 3 6,8 100 0,33 9127 1 Mab T 4 6,6 300 0,34 8290 1 Mab T 5 7,2 400 0,37 7990 2 Mab T 0 6,4 400 0,37 7843 2 Mab T 1 6,4 200 0,36 6523 2 Mab T 2 6,2 400 0,34 9659 2 Mab T 3 6,2 600 0,33 11603 2 Mab T 4 6,4 400 0,38 8833 2 Mab T 5 6,6 700 0,31 10100 3 Mab T 0 6 500 0,31 9007 3 Mab T 1 5,6 400 0,30 11069 3 Mab T 2 5,8 400 0,30 9819 3 Mab T 3 6,2 400 0,31 8966 3 Mab T 4 6,1 500 0,32 8393 3 Mab T 5 6 400 0,30 8602

PPT FBG HT LEUC 6,4 383,3 0,33 9038,7 0,4 146,5 0,03 1168,4 7,2 700,0 0,38 11603,0

MÉDIA DESVIO-PADRÃOMAIOR MENOR 5,6 100,0 0,29 6523,0

Page 75: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

3

TABELA 10 – Análise de variância realizada para o grupo M com a utilização do categute como método de hemostasia preventiva.

Nº TEMPO PPT FBG HMT LEUC

1 Mcg T 0 6,4 500 0,25 10698 1 Mcg T 1 6,3 600 0,25 11282 1 Mcg T 2 6,4 600 0,24 11154 1 Mcg T 3 6,6 400 0,24 12361 1 Mcg T 4 6,8 200 0,23 11069 1 Mcg T 5 6,2 200 0,24 10132 2 Mcg T 0 6,4 400 0,33 8682 2 Mcg T 1 6,6 400 0,32 10144 2 Mcg T 2 6,2 200 0,32 13702 2 Mcg T 3 5,8 100 0,32 11617 2 Mcg T 4 5,8 200 0,28 12861 2 Mcg T 5 5,9 500 0,29 12931 3 Mcg T 0 6,4 400 0,30 7750 3 Mcg T 1 6,2 400 0,29 7150 3 Mcg T 2 6 500 0,27 7500 3 Mcg T 3 6,2 400 0,26 7950 3 Mcg T 4 6,4 600 0,36 14150 3 Mcg T 5 5,8 200 0,32 9350

PPT FBG HT LEUC 6,2 377,8 0,28 10582,4 0,3 159,2 0,04 2172,4 6,8 600,0 0,36 14150,0

MÉDIA DESVIO-PADRÃO MAIOR MENOR 5,8 100,0 0,23 7150,0

Page 76: OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA

4

TABELA 11 – Análise de variância realizada para o grupo M com a utilização do emasculador como método de hemostasia preventiva.

Nº TEMPO PPT FBG HMT LEUC

1 Mem T 0 6,9 500 0,42 14250 1 Mem T 1 6,8 400 0,40 16150 1 Mem T 2 6,5 500 0,35 15450 1 Mem T 3 6,3 600 0,33 17280 1 Mem T 4 6,5 500 0,32 13750 1 Mem T 5 6,7 300 0,35 12100 2 Mem T 0 7,4 500 0,38 13385 2 Mem T 1 7,5 600 0,28 12741 2 Mem T 2 7,2 700 0,26 14535 2 Mem T 3 6,8 400 0,25 14573 2 Mem T 4 6,9 400 0,22 15666 2 Mem T 5 7 300 0,20 16375 3 Mem T 0 7,2 500 0,38 9033 3 Mem T 1 7 600 0,30 9845 3 Mem T 2 6,8 600 0,29 9649 3 Mem T 3 6,9 700 0,22 10169 3 Mem T 4 6,8 700 0,20 9167 3 Mem T5 6,9 620 0,28 9572,6

PPT FBG HT LEUC 6,9 523,3 0,30 12982,8 0,3 127,1 0,07 2787,5 7,5 700,0 0,42 17280,0

MÉDIA DESVIO-PADRÃO MAIOR MENOR 6,3 300,0 0,20 9033,0