outrolhar 45 - maio 2016

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Dia Mundial de Combate ao Câncer em Viçosa JORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO ● ANO 13 - EDIÇÃO Nº 45 ● MAIO DE 2016 Dengue em Viçosa deixa a saúde em alerta http://anonfuel.com/ A importância do seu voto Aumento dos casos gera caos nos hospitais e se intensificam as medidas de combate ao aedes | Revitalização do Cristo deve sair do papel Museus e Espaços de Ciência da UFV estimulam conhecimento pedagógico AAPEC e alunos de enfermagem da Universidade Federal de Viçosa se unem em ação beneficente na Praça Silviano Brandão Recursos do fundo de meio ambiente serão utilizados para que o local, hoje abandonado, se torne uma atração turística da cidade Em entrevista, professor de Direito da UFV Gabriel Pires fala sobre as eleições municipais pág. 6 pág. 3 pág. 10 pág. 5 Visitas guiadas proporcionam diálogo sobre as obras e a história, despertando interesse para o lazer científico e cultural | Carla Teixeira Sérgio Félix pág. 8

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Edição nº 45 do Jornal Laboratório OutrOlhar, de Maio/2016. Produzida pelos alunos do 5º Período do Curso de Comunicação Social/Jornalismo da Universidade Federal de Viçosa.

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Page 1: OutrOlhar 45 - Maio 2016

Dia Mundial de Combate ao Câncer em Viçosa

JORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO ● ANO 13 - EDIÇÃO Nº 45 ● MAIO DE 2016

Dengue em Viçosa deixa a saúde em alertaht

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A importância do seu voto

Aumento dos casos gera caos nos hospitais e se intensificam as medidas de combate ao aedes |

Revitalização do Cristo deve sair do papel

Museus e Espaços de Ciência da UFV estimulam conhecimento pedagógico

AAPEC e alunos de enfermagem da Universidade Federal de Viçosa se unem em ação beneficente na Praça Silviano Brandão

Recursos do fundo de meio ambiente serão utilizados para que o local, hoje abandonado, se torne uma atração turística da cidade

Em entrevista, professor de Direito da UFV Gabriel Pires fala sobre as eleições municipais

pág. 6

pág. 3

pág. 10pág. 5

Visitas guiadas proporcionam diálogo sobre as obras e a história, despertando interesse para o lazer científico e cultural |

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Ao leitor

Vivemos dias que, no futu-ro, estarão impressos nas páginas dos livros de His-

tória. Dias em que experimenta-mos, por um lado, o imobilismo decorrente do sentimento de per-plexidade diante de fatos inespe-ráveis e, por outro, a mobilização nas ruas – mesmo que de maneira desunida. Vivemos dias de espe-tacularização nas mídias sobre a grave crise econômica e política, uma mídia vinculada a grandes grupos de poder econômico e po-litico-partidários; que visa lucro e não o debate os problemas do país, sem aprofundar as questões graves. Na editoria de Esportes, a tocha olímpica que atravessa o país mais parece uma tímida fagu-lha diante do fogaréu das notícias da Editoria de Política. O “Ano Olímpico” talvez se transforme no “Ano do Impeachment”, mas também o ano da vergonha e da indignação do brasileiro com re-lação a toda a classe política que deixou o país retornar à pobreza (na chamada “Pátria Educadora” falta dinheiro nas Universidades Públicas até para pagar as contas de luz!). Neste contexto, o Outro-Olhar resiste em seus singelos 500 exemplares (cortamos o número pela metade), tentando levar a melhor informação da cidade aos jovens e suas famílias.

Na fase das sugestões de pau-ta, o OutroOlhar convidou repre-sentantes do executivo municipal e da câmara dos vereadores para conversar conosco sobre possíveis temas e assuntos que poderiam virar notícia no OutroOlhar. Esse cuidado se deve a necessidade de apurar e produzir com zelo as ma-térias, para levar textos de quali-dade para você que é nosso leitor.

Nesta edição, trazemos assun-tos de interesse não somente do público jovem, mas da população da cidade de um modo geral. No-vos e velhos assuntos retornam ao espaço do OutroOlhar, com des-taque para duas editorias: “Entre-vista” traz a opinião de especia-lista sobre o voto, enquanto que “Fala, Jovem!” destaca frases dos jovens que coletamos nas ruas.

Mais uma vez o Outro Olhar cumpre com a meta de levar in-formações úteis para o jovem, os professores das escolas e para toda a família, notícias para serem uti-lizadas no cotidiano da escola e para a conscientização de temas que envolvem cidadania, a vida e a sociedade.

Ricardo Duarte Gomes da SilvaEditor

O jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Viçosa (UFV - MG) é produzido para os estudantes do Ensino Médio das escolas públicas do município e adjacências. Atualmente o jornal encontra-se sob a responsabilidade da turma de 2014, na disciplina COM 252 - Jornal-Laboratório I.

EDITOR GERALProf. Ricardo Duarte Gomes da Silva

EDITOR DE ARTEDiogo Rodrigues

PRÉ-DIAGRAMAÇÃOCarla Teixeira, Tiago Sacramento, André Luiz Bernardes e Malena Stariolo

EDITORES E REDATORESAlice Martins, André Bernardes, Bianka Rodrigues, Carla Teixeira, Ellen Ramos

Gustavo Sobrinho, Isabela Lopes, Isac Godinho, Jéssica Alana, Larissa Abreu, Larissa MartinsLeonardo Ferraz, Leonardo Pereira, Letícia GusmãoLuana Mota, Lucas Alves, Malena Stariolo, Marina Gontijo, Marina Wan-der-Maas, Maria Clara EpifaniaMariana Barbosa, Sayonara Ribeiro, Sérgio Félix, Tábatha Valentim, Tiago Sacramento e Wesley Vieira

REITORAProfª. Nilda de Fátima Ferreira

DIRETORA DO CCHProfª. Maria das Graças Floresta

CHEFE DO DCMProf. Ricardo Duarte Gomes da Silva

COORDENADORA DO CURSO DE JORNALISMOProfª. Mariana Procópio

ENDEREÇOPrédio Prof. Fábio Ribeiro Gomes, 2º andarCampus Universitário, CEP 36570-900Viçosa - MG. Tel.: 3899-4502www.com.ufv.br || [email protected]

Os textos assinados não refletem necessa-riamente a opinião da instituição ou do Curso, sendo da responsabilidade de seus autores e fontes. Cópias são autorizadas, desde que o conteúdo não seja modificado e que sejam

OUTROLHARMAIO DE 2016

Por Sayonara Ribeiro

Lembro a primeira vez que ouvi fa-lar sobre a ditadura militar. Foi numa aula de História, em que a professora era minha mãe. Sempre fui fascinada por História, em especial a do Brasil. E, como também sempre fui curiosa, comecei a estudar e pesquisar mais so-bre esse período.

Fiquei horrorizada com os aconte-cimentos que duraram aproximada-mente 21 anos no Brasil. E o que mais me chocava, à época, era como grande parte da população compactuava com tais atos e não faziam nada de efetivo para combater esse mal. Hoje, entendo, não é fácil lutar contra grandes forças e poderes; nunca é fácil ir contra a maré.

A ditadura prendia, torturava e até matava qualquer pessoa que apresen-tasse ser suspeita, se tivéssemos vividos naquela época a vítima podia ser eu ou até mesmo você caro leitor.

E o grande golpe da ditadura foi calar a mídia. Todos os crimes eram silenciados, não podia repercutir

qualquer notícia que fosse contrária a campanha militar. As pessoas e os jornalistas estavam à mercê de um ato inconstitucional e não recebiam infor-mações sobre o que estava acontecen-do realmente na época. A grande mí-dia, mesmo sem querer (e com medo da opressão da ditadura), continuava a promover a manipulação das massas (em uma pesquisa rápida no Google você terá exemplos disto). Esses fatos fazem você lembrar de algum outro período da história recente do nosso país?

Claro que não estamos no período de chumbo”, mas parece que estamos vivendo uma época em que um ato inconstitucional está sendo implanta-do no Brasil. E as consequências até o momento estão sendo “divisoras de águas...”

Há quem diga que o impeachment não é golpe, pois está sendo julgado dentro das legalidades da Constituição de 1988. Há os que dizem que é golpe, pois a presidente não é ré em nenhum processo. Mas não é essa divisão que

me assusta, e sim aqueles que ao ma-nifestarem sua opinião pedem a volta da ditadura, da intervenção militar ou fazem elogios públicos a alguns gene-rais e coronéis da época.

Não consigo acreditar, talvez por ingenuidade, que essas pessoas real-mente querem a volta de um período que massacrou nossa democracia, san-grou a história do nosso país e aterro-riza vítimas até hoje.

Respeito a posição de que todos podem se expressar, afinal isso é uma das características da nossa democra-cia. Mas prefiro escolher minha inge-nuidade, pois prefiro acreditar que eles realmente não sabem o que dizem e que não foram curiosos como eu (de-pois de uma aula de História), a pon-to de pesquisar e estudar mais sobre a época em que realmente mancharam de vermelho a nossa bandeira brasi-leira. Talvez agora seja a hora perfeita das escolas aprofundarem mais nos es-tudos do período da ditadura militar, pois uma história não lembrada corre o risco de se repetir.

Ordem e regresso?

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OPINIÃO

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Aumentam os casos de dengue em ViçosaMunicípio decretou situação de emergência e recorre a medidas mais efetivas para acabar com o mosquito

Os índices de dengue e outras doenças relacionadas ao Ae-

des Aegypti estão alarmantes em todo o país. Em Viçosa, a realidade não é diferente. No começo do mês de abril, a cidade decretou situação de emergência e reduzir essa epi-demia é preocupação primor-dial da Secretaria de Saúde. Os hospitais e postos de saú-de estão cada vez mais cheios e uma forma de evitar que o problema se agrave são os mutirões de limpeza nos bair-ros, além do carro fumacê, que está passando pela cida-de, priorizando pelos bairros com maior concentração de casos (Nova Viçosa, Posses e Centro).

O secretário de saúde José Aparecido de Souza disse que todas as atenções da Secretaria estão voltadas para acabar com o problema. Uma alternativa encontrada por ela, em con-junto com a UFV e os Hospi-tais São João Batista e São Se-bastião, foi a abertura de uma Sala de Hidratação, com ca-pacidade para o atendimento de 50 a 60 pessoas infectadas pelo vírus da dengue por dia. A sala foi inaugurada no dia 4 de abril e deve ficar aberta até o início do inverno, quando os casos são mais escassos. Ela funciona nas imediações do antigo Colégio Viçosa.

Entretanto, segundo o se-cretário, é importante pensar, principalmente, nas soluções que evitem o desenvolvimen-to de novos focos do mos-quito. Para isso, o Ministério da Saúde ampliou as verbas para a contratação de novos agentes de combate às ende-mias em todos os municípios do país, o que permitiu que a Prefeitura de Viçosa con-tratasse mais 15 agentes, que farão parte de uma equipe envolvida nos mutirões e na

passagem dos carros fuma-cê. Além disso, militares do Exército foram convocados para otimizar o trabalho des-ses agentes durante as visitas domiciliares.

A preocupação da saúde pública com a dengue não é recente, apesar de ter se inten-sificado com o aumento dos índices nos últimos meses. Em novembro, no distrito de Cachoeirinha, houve o pri-meiro e único caso de dengue hemorrágica. Mesmo aconte-cendo em ocasiões raras, esse tipo é o mais grave da doen-ça e por isso requer atenção. Seus sintomas são mais inten-sos que a dengue comum e podem até levar à morte.

No entanto, a população que depende da saúde públi-ca para diagnosticar ou tratar a doença acredita que esses esforços são insuficientes. O foco da Prefeitura e de todos os órgãos de apoio estão ape-nas no combate à doença. São inúmeras as reclamações sobre

menos chegassem e olhassem a gente com mais educação, perguntasse mais também, eles não perguntam muita coisa. Porque, só de olhar pra você, eu estou com dengue? As pessoas também podem estar com outra coisa. Agora tudo é dengue. Deu dor de cabeça e febre é dengue ago-ra”, comenta ela.

Ainda assim, o lado dos profissionais também deve ser entendido, já que a saú-de de Viçosa se apresenta em uma situação caótica, onde as condições de trabalho não estão adequadas para que os atendimentos sejam feitos de forma digna, além de que a epidemia de dengue tem só piorado para aumentar o caos que se vê nos hospitais diaria-mente.

O zika vírus e a chikun-gunya são outras doenças re-lacionadas ao Aedes Aegypti que tem assustado não só a população brasileira, mas o mundo todo. Entretanto, até

então, nenhum caso delas foi confirmado em Viçosa, ape-sar de cidades nos arredores, como Juiz de Fora e Ubá já te-rem registrado alguns. Algu-mas suspeitas já surgiram nos hospitais, porém, nenhuma foi confirmada. É importante estar atento aos sintomas de cada uma delas, incluindo da dengue, que por serem muito parecidos, podem causar con-fusão e sugerir um diagnósti-co errado. Grávidas, crianças e idosos necessitam de aten-ção redobrada, já que essas elas, mesmo que não tenham atingido ninguém na cidade, estão sendo motivo de alerta em todo país.

Todos devem fazer a sua parte dentro e fora de casa, fa-cilitando o trabalho dos agen-tes de endemia e dificultando o do mosquito. Fique atento aos dias dos mutirões nos bairros e coloque todo lixo para fora de casa. Os carros fumacê estão se alternando entre os bairros da cidade, se informe sobre quando irá pas-sar no seu e deixe a casa com janelas e portas abertas. Outra forma de fazer sua parte é não deixar água parada, limpar seus quintais, usar repelentes. Assim, você se protege e pro-tege também a sua família e a sua vizinhança, impedindo que o Aedes se prolifere e jun-to com ele, essas três perigosas doenças.

os serviços recebidos em hos-pitais, sem mencionar a fila e a questão polêmica sobre o pa-gamento dos exames que são indicados para diagnóstico de dengue, como por exemplo o NS1, que pode custar até R$ 100 em um laboratório parti-cular. Apenas gestantes e ido-sos podem fazê-lo de forma gratuita, mediante uma solici-tação na Policlínica, que pode demorar mais que o esperado. Danyella Fernanda dos San-tos, moradora do bairro Santo Antônio, contraiu o vírus no mês de março. Segundo ela, a fila de pacientes com dengue, nos dois hospitais da cida-de, era grande e a espera por atendimento foi muito longa. O problema com os exames também esteve já que ela não conseguiu realizar nem exa-mes básicos, como o hemo-grama, dentro do hospital. Além disso, o descaso dos mé-dicos para com os pacientes, como ela, também é motivo de insatisfação. “Se eles pelo

Tábatha ValentimIsac Godinho

Carla Teixeira

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OUTROLHARMAIO DE 2016 CIDADES

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OUTROLHARMAIO DE 2016 CIDADES

Lei determina ensino de libras em escolasAlunos surdos da rede municipal contarão com o auxílio de intérprete e instrutor de libras nas salas de aula

Dados de 2010 do Insti-tuto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que cerca de 9,7 milhões de brasileiros possuem deficiên-cia auditiva. Destes, 1 milhão são crianças e jovens de até 19 anos de idade, faixa etária pre-vista para os níveis de escolari-dade fundamental e médio. A Constituição Federal assegura a todas as pessoas com defici-ência o direito a um sistema de educação inclusivo. No caso das pessoas com surdez, o De-creto Federal nº 5.626, deter-mina que as escolas ofereçam, além do português, a Língua Brasileira de Sinais (libras) e que haja um intérprete nas sa-las de aula.

A libras é um sistema lin-guístico reconhecido pela Constituição com estrutura gramatical própria usado para a comunicação dos surdos no Brasil. Ela é considerada uma língua por possuir todos os ní-veis linguísticos e diferencia-se por utilizar a modalidade vi-sual-espacial no lugar da oral--auditiva, ou seja, os sinais são usados no lugar das palavras faladas.

Em março deste ano, foi aprovada em reunião da Câ-mara Municipal, a lei nº

2.539/2016 de autoria do exe-cutivo. Trata-se da criação dos cargos de instrutor e intérprete de Libras para as escolas mu-nicipais com a finalidade de ensinar a língua aos alunos sur-dos e promover maior inclusão. Os novos cargos devem ser ocu-pados por meio de concurso pú-blico e o prazo para a realização do mesmo é de 220 dias. A As-sessoria da Pre-feitura Muni-cipal informou que já foi feita uma contrata-ção emergencial de um instrutor e dois intérpre-tes que per-manecerão nas funções até que haja o concurso.

De acordo com a Chefe do Departamento de Educação Básica, Eliana Pe-reira, o processo seletivo para a contratação dos novos fun-cionários consistiu na análise dos currículos e na realização de entrevistas que avaliaram competências linguísticas e comunicativas como a fluên-

auxílio aos alunos com defici-ência matriculados nas escolas municipais, funcionava por meio de estagiários de apoio. Os estagiários não tinham for-

mação específica e o papel de-les consistia em acompanhar os alunos em sala de aula e ajudar os professores durante as aulas. A partir de agora, os alunos surdos terão uma orien-tação mais adequada: os intér-pretes ficarão encarregados da

tradução simultânea das aulas para a linguagem de sinais e, ao instrutor, cabe a tarefa de alfabetiza-los em libras.

O Centro Municipal de Educação Dr. Januário de Andrade Fontes, é a única es-cola da rede municipal, até o momento, que possui alunos surdos e por isso será a pio-neira no ensino da libras na cidade. De acordo com a Co-ordenadora do Departamen-to de Educação Infantil, Ana Florinda Fontes, em reunião com os contratados foi elabo-rado um plano de ação para contemplação das necessida-des de cada aluno e melhor adequação da escola aos novos recursos. Será necessário um tempo de adaptação, mas a co-ordenadora acredita que o pre-enchimento dos novos cargos representa um ganho bastante significativo para a escola, alu-nos e famílias: “É um ganho efetivo para o aluno que vai se sentir incluído e para a família que vai saber que o filho está aprendendo uma língua apro-priada para a deficiência dele. Os colegas de sala vão enten-der a importância da inclusão, o entrosamento entre eles vai ser ainda melhor e a escola vai ter um ganho muito grande sendo a primeira a receber esse recurso no município”, diz Ana Florinda.

cia e expressividade no uso da libras. Dentre as exigências para a ocupação dos cargos estava a certificação Prolibras (Exame Nacional para Certi-

ficação de Proficiência no uso e no ensino de Libras e para Certificação de Proficiência na tradução e interpretação de Libras/Português/Libras) com ênfase no ensino e tradução da língua.

Antes da criação da lei, o

Marina GontijoSayonara Ribeiro

Escola é paralisada por falta de alunosFalta de estudantes matriculados faz com que atividades de escola no Bom Jesus sejam encerradas

Lucas Alves

A Escola Estadual Professor Sebastião Lopes de Carvalho, localizada no bairro do Bom Jesus em Viçosa, encontra-se, até o fechamento desta edição, paralisada por baixa demanda de alunos. A região em torno do colégio é conhecida por ser perigosa e por ter alguns pontos de tráfico de drogas, o que teria causado a retirada de grande parte dos alunos pelos próprios pais.

Segundo a inspetora de ensi-no Sílvia Andrade, a paralização ocorreu por conta da resolução CEE nº 449 de 01/08/2012, que é responsável pela autoriza-ção do funcionamento de esco-las de ensino básico no Estado, e seu cumprimento exige a veri-ficação de várias características básicas para a manutenção do funcionamento de uma escola

estadual. As escolas só podem ser cadastradas e receber o aval de funcionamento caso cum-pram uma série de requerimen-tos, como o CNPJ em dia, a presença regular de um corpo docente, infra-estrutura básica para ensino e acomodação dos alunos. Entre esses requerimen-tos se encontra a necessidade de um corpo de alunos regular-mente matriculado e frequente, o que não existia nessa escola.

A paralisação pode se es-tender a até dois anos. Após esse período a escola pode ser fechada caso o número de alu-nos no Cadastro Escolar seja insuficiente para regularizar novamente a situação. Em re-tratação ao jornal O Popular, a secretária de saúde de Viçosa, Melide Paoli Lopes Moreira afirma que a escola já funcio-nou em 2015 com quadro de funcionários e alunos bem es-

A escola se encontra paralisada depois de funcionamento difícil no ano de 2015

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casso, e que se encaminhava para seu fechamento.

Ela também afirma que os alunos que ainda estudavam lá

foram remanejados a escolas próximas, muitas delas muni-cipais, o que pode vir a ser um problema para a Prefeitura caso

a rede municipal não seja capaz de alocar de maneira adequada os alunos provenientes dessa escola da rede estadual.

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OUTROLHARMAIO DE 2016 CIDADES

Prevenção foi o foco no dia 8 de abrilNo Dia Mundial de Combate ao Câncer, ação da AAPEC esclareceu dúvidas dos viçosenses sobre a doença

Tire suas dúvidas sobre direitos do consumidor

Muitos cidadãos têm ou já tiveram problemas com produ-tos e serviços que adquiriram. Há algumás décadas não existia uma lei que protegesse as pes-soas que comprassem um pro-duto ou contratassem qualquer serviço. Se você comprasse um produto estragado, ficava por isso mesmo. Se o vendedor qui-sesse trocar, trocava, mas se não quisesse trocar, você ficava no prejuízo.

No entanto, em março de 1991 entrou em vigor a Lei nº 8.078, conhecida como Código de Defesa do Consumidor, com o objetivo de proteger as pessoas que fazem compras ou contra-tam algum serviço.

Toda mercadoria, seja ela qual for, tem garantia. O obje-tivo da garantia é assegurar ao consumidor eficiência e durabi-lidade de um produto.

Existem três modalidades de garantia. A legal é aquela previs-

ta em lei e obrigatória para todos os produtos e serviços. A “garan-tia legal” para os bens duráveis é de 90 dias e para os bens não duráveis é de 30 dias, contados a partir da aquisição do produto ou do serviço.

A “garantia contratual” é quando o fornecedor concede um prazo maior de garantia. Esse tipo de garantia deve ser informada no ato da venda e o

consumidor não paga por ela, uma vez que não é obrigatória.

Já a “garantia estendida” é aquela que consumidor paga um determinado valor para que se estenda o prazo da garantia de fábrica.

Independente da garantia que o produto possui, o Código de Defesa do Consumidor obri-ga os fabricantes ou comercian-tes a realizarem o reparo do pro-

duto em até 30 dias. Após esse prazo, o consumidor pode exigir um produto similar ou o abati-mento proporcional do preço.

Segundo o site federal Por-tal do Consumidor, nas compras virtuais, quando alguém se arre-pende e quer desistir da aquisi-ção, todos os valores gastos de-vem ser devolvidos (incluindoi o frete pago pelo produto). Quan-do algo vem com defeito, a loja tem de pagar o frete de devolu-ção e todas as despesas de envio. No entanto, quando se trata de uma troca não obrigatória por lei, o consumidor deve arcar com todos os custos.

Compras virtuaisApesar da praticidade e faci-

lidade de adquirir um produto sem sair de casa, os consumido-res não estão isentos das even-tuais dores de cabeça. Para evitar esses problemas é preciso ficar atento para não cair em golpes.

O primeiro item a ser checa-do é buscar informações sobre a

Carla Teixeira

Quem passou por lá tirou dúvidas, mediu a pressão e fez o teste de glicemia

O Código de Defesa do Consumidor foi criado com o objetivo de coibir os abusos frequentes a quem compraEllen Ramos

O câncer é o conjunto de várias doenças que têm em comum o crescimento desor-denado de células. Segundo o oncologista Marcelo Pimenta, dessa multiplicação celular, às vezes, se dá a formação de células sem funções que in-vadem os tecidos e órgãos do corpo humano, e é dessa for-ma que surgem os tumores. “A célula cancerígena é a única que tem a capacidade de cair na corrente sanguínea e se im-plantar em outro órgão”, com-pleta Marcelo Pimenta.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Cân-cer (INCA), estima-se para o Brasil a ocorrência de cerca de 600 mil novos casos de câncer entre 2016 e 2017. Uma esti-mativa mundial feita em 2012 indicou que os tipos de câncer mais incidentes no mundo fo-ram o de pulmão, mama, in-testino e próstata. Segundo dados da Secretaria de Saúde municipal, atualmente existem 74 pacientes de oncologia em Viçosa, número esse registrado até o início do mês de abril.

Para o tratamento do cân-cer, a cidade conta com o Centro Oncológico do Hospi-

tal São Sebastião. Mas, ainda assim, os pacientes do muni-cípio não têm uma unidade de saúde habilitada pelo SUS, por isso, o tratamento é feito em Muriaé, Ponte Nova, Juiz de Fora ou Belo Horizonte. José Aparecido de Souza, atual secretário de saúde, diz que a Secretaria oferece o transpor-te gratuito para essas unida-des, conforme a demanda e o agendamento dos pacientes. Ele ainda diz que, em maio, a Secretaria pretende fazer uma capacitação realística dos pro-

fissionais da saúde do municí-pio para melhor atendimento aos pacientes de oncologia.

Em Viçosa existe também, desde 2008, a Associação de Assistência às Pessoas com Câncer (AAPEC), que é uma organização sem fins lucra-tivos e que oferece apoio aos pacientes com câncer de Viço-sa e região. O apoio oferecido pela AAPEC é feito a pacien-tes de baixa renda e portado-res de câncer maligno. Karina Miranda é assistente social da AAPEC e diz que a Associação

“oferece todos os medicamen-tos que não são encontrados na rede pública de saúde, fral-da geriátrica, leite, suplemen-to alimentar, cesta básica, en-tre outras coisas”.

Segundo Karina Miranda, todos os recursos utilizados para oferecer esse apoio aos pacientes vêm de doações que podem ser feitas pelo telefo-ne ou na sede da Associação. Atualmente, a AAPEC dá su-porte a cerca de 50 pacientes em Viçosa.

A AAPEC fez uma ação na

Praça Silviano Brandão, no dia 8 de abril, cujo objetivo principal foi conscientizar a população sobre a importân-cia da prevenção da doença. Uma equipe distribuiu panfle-tos e tirou as dúvidas de quem esteve por lá. Houve também medição de pressão e teste de glicemia gratuitos.

Enfatizando a questão da prevenção, sabe-se que as cau-sas do câncer estão ligadas tan-to a fatores internos quanto externos do corpo humano, porém, como ressalta o médi-co Marcelo Pimenta, a maio-ria dos casosde câncer são ao acaso. Segundo ele, “apenas 20% dos cânceres de mama, por exemplo, são hereditários. Por isso é importante fazer a prevenção”.

O aumento do número de casos a cada ano se dá, princi-palmente, pelo envelhecimen-to da população e pela falta de prevenção das pessoas. Kelen Lopes é enfermeira da AAPEC e diz que a principal forma de prevenção é ter uma qualida-de de vida adequada. “Praticar exercícios físicos, não fumar, conhecer seu corpo, usar pro-tetor solar e ter uma alimen-tação saudável” são alguns exemplos.

Carla Teixeira

CONHEÇA SEUS DIREITOS

Guarde a nota fiscal e qualquer outro documento referente à compra

O consumidor tem sete dias para se arrepender da compra de um produto ou contratação de um serviço pela internet

Os estabelecimentos comerciais não são obrigados a aceitar o pagamento via cartão de crédito, mas não podem impor o valor mínimo para a compra

Produtos com defeito dentro do prazo de garantia têm que ser consertados ou trocados

loja virtual. Além do CNPJ, que pode ser conferido no site da Receita Federal, é preciso saber se a loja possui um endereço fí-sico. Além disso, é bom buscar informações com outros consu-midores.

Quando estiver online, so-mente finalize uma compra quando tiver certeza que o site é confiável. Para isso, verifique se o endereço eletrônico é iniciado pela sigla “https” e se o navega-dor exibe um ícone em forma de cadeado colorido e fechado. Ao clicar em cima no cadeado, deve aparecer o certificado de segu-rança do site.

ReclamaçõesQuem deseja reclamar de

algum produto ou serviço deve procurar o Procon, já que este como objetivo orientar, prote-ger e defender os consumidores contra abusos praticados pelos fornecedores de bens e serviços. Em Viçosa, fica na Praça do Ro-sário, nº 1, sala 1105.

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OUTROLHARMAIO DE 2016

Letícia GusmãoMalena StarioloMaria Clara EpifaniaMariana Barbosa

O voto é um dos principais instrumentos utilizados para eleições de representantes políticos ou para tomar decisões políticas. No Brasil, são eleitos através do voto diversos representantes políticos, como vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais, além de governadores e presidentes da República. Em ano de eleições municipais no país, é importante ter a consciência de que, se o eleitor muda de sua cidade, o título deve ser transferido para a cidade de destino. A renda destinada a cada município é contabilizada de acordo com a quantidade de títulos cadastrados, por isso a importância de tal processo. Em Viçosa, é um difícil convencer os estudantes a transferirem seu título eleitoral para participarem ativamente da política da cidade, pois muitos consideram o munícipio um local passageiro, e não desenvolvem uma sensação de pertencimento com a política do lugar. Nas eleições de 2014, segundo dados do IBGE, 54.780 pessoas votaram no município de Viçosa. Apesar desse número representar 73% da população, o número de indivíduos que não votaram é muito relevante, representando mais de 20.000 cidadãos. Segundo dados levantados pela própria UFV, atualmente existem 19.185 estudantes matriculados. Ou seja, a população não votante compreende a totalidade de alunos da UFV mais aproximadamente 1000 pessoas. Ao não votar, os alunos são os próprios prejudicados por abrir mão de um direito fundamental, uma vez que eles vivem em Viçosa, em média, por quatro anos e estarão sofrendo com a falta de segurança, problemas estruturais, falta de limpeza de ruas e todas essas pequenas coisas que reclamamos todos os dias. Para saber um pouco mais sobre questões legais de voto e transferência de título eleitoral conversamos com o professor Gabriel Pires, do curso de Direito da UFV.

Professor debate sobre a falta de rigor e interesse na escolha do legislativo

OutrOlhar: Por que vo-tar?

Gabriel Pires: Olha, o voto não é só um direito como também um dever.É através do voto que nós escolhemos nossos representantes, que vão adotar as escolhas e fazer as decisões políticas, de concreti-zação dos direitos, de posturas e é por meio desse voto que expressamos as nossas vozes e interesses dentro de uma so-ciedade composta por pessoas dos mais diversos segmentos desde os mais religiosos aos mais modernistas, raças, cre-dos e convicções é preciso que todas essas minorias se façam representar por meio do voto.

O que acarreta deixar de votar?

O indivíduo fica sujeito a sanção pecuniária, que é im-posta pela justiça eleitoral, e ainda sujeito à privação de al-guns direitos, como destacada-

mente se submeter a concurso público.

O governo tem alguma campanha de incentivo ao voto para menores de idade?

Sim, especificamente não seria o governo, seria o Tribu-nal Federal. É o poder Judiciá-rio e não o poder Executivo. O TSE, juntamente com o TER, promove campanhas usando os meios de comunicação para estimular o voto. E é o que se espera, sobretudo nos adoles-centes que são os mesmos ado-lescentes que às vezes buscam a rede social pra criticar um buraco na rua, uma falta de es-trutura no hospital...

Como você percebe o de-ver do voto em eleições regio-nais na população?

A sociedade brasileira é cri-teriosa na escolha do Executivo e pouco criteriosa na escolha do Legislativo. Todos nós sa-

bemos em quem nós votamos para prefeito, para governador e para presidente, mas poucos são aqueles que se recordam em quem tenham votado para deputado estadual, deputado federal, vereador e senador. E o membro do executivo nada consegue fazer sem efetiva participação do Legislativo. O que falta hoje é o compro-misso, o rigor na escolha dos ocupantes do legislativo. Falta uma consciência da importân-cia. Porque quando fazemos uma crítica, a gente só tende a falar mal do prefeito, do gover-nador ou do presidente da re-pública, e esquecemos de fazer uma análise também dos legis-ladores que são quem aprova as leis. O prefeito não conse-gue aprovar um orçamento sozinho, e isso às vezes as pes-soas não sabem. Se pergunta-rem nas ruas o que as pessoas acham que fazem o vereador elas vão responder que servem

para pagar conta de luz, pedir ao prefeito alguns favores e dar nome as ruas. Elas reduzem o vereador a uma figura simbóli-ca, de ser um reivindicante de prestações públicas ao prefeito, e sua função maior não é essa. É difícil fazer um efetivo jul-gamento de como o vereador está se pautando, quais são as escolhas dele.

O dever de voto é um ama-durecimento pessoal, não po-demos ter uma visão imediata de pensar só no eu e no que quero pra mim, temos que ter a consciência do coletivo. Ter a consciência da coletividade, consciência do papel do Legis-lativo e, sobretudo uma cons-ciência dos partidos políticos, saber qual a ideologia do parti-do que estamos votando.

Referente aos alunos do ensino médio, qual a motiva-ção para votarem e a consequ-ência da abstenção?

Acima de tudo eles tem que pensar que todos somos res-ponsáveis pela sociedade, e te-mos que procurar a escolha de um bom político, pois é o pri-meiro passo para uma mudan-ça. Não adianta reivindicar e protestar, pois o meio efetivo é através das escolhas dos nossos dirigentes, executivo e legisla-tivo. O eleitor, para fazer um bom voto, tem que primeiro se identificar com a ideolo-gia do partido, pensar no que quer para a sociedade e iden-tificar o partido que se adequa a ideologia pessoal. Outros parâmetros seriam procurar saber da vida e da postura do candidato e, sobretudo o custo da campanha. Não podemos nos iludir que campanhas ca-ras são financiadas por grupos que têm interesse econômico e que vão querer um retorno disso. As pessoas tendem a confundir campanha políti-ca com gincana, competindo

Gabriel Pires é professor da Universidade Federal de Viçosa. Possui pós-graduação lato sensu em Direito Civil e Processual Civil. Foi professor de graduação, pós graduação e cursos preparatórios para concursos nas cidades de Ubá, Rio de Janeiro, Leopoldina,

Juiz de Fora e Viçosa. Tem experiência na área de Direito Civil, com ênfase em Direito de Família e Sucessões.M

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ENTREVISTA

Conhecer a ideologia partidária e entender que o voto é a consciência do coletivo são pontosimportantes para acolher a cidade como sua e fazer parte de mudanças na região onde se vive

Campanha política não é gincana

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OUTROLHARMAIO DE 2016

os candidatos pela campanha mais bonita, esquecendo que o gasto da campanha há um grupo econômico financiando, e às vezes uma campanha mais simples tende a ser uma cam-panha mais honesta.

Quais as consequências para Viçosa com os universi-tários não transferindo seu tí-tulo eleitoral?

A principio a Justiça Elei-toral permite o chamado Do-micílio afetivo e a pessoa pode votar em um lugar que ela não reside, então o primeiro ponto é fazer essa premissa. É neces-sário aceitar que o estudante, mesmo que more em outro local, possa continuar votando na cidade dos pais, na cidade que ele tenha um afeto ou que ele tenha propensão de um dia votar. A princípio penso que essa premissa deva ser respei-tada, mas também penso que se o estudante está em Viçosa, e hoje acolhe a cidade como sua, é aqui que ele vai sofrer com a falta de estrutura, com o planejamento de políticas pú-blicas, e não mais na cidade de origem, então é um convite a reflexão de que ele transfira o voto pra cá e aqui procure se inteirar das escolhas políti-cas da localidade. Toda trans-formação que a gente deseja começa num pequeno passo. Nós não podemos almejar uma mudança estrutural de todo país, se nós não consegui-mos mudar a realidade mais imediata, a realidade que nos circunda. Então essa opção de transferir o voto pra Viçosa é também igualmente louvável. É a medida que a pessoa poder transformar e ter a consciên-cia de que a efetiva mudança é através do instrumento do voto.

Qual o papel dos meios de comunicação nesse processo da democracia? Existe alguma ação que possa alterar o qua-dro de falta de esperança no voto?

Os meios de comunicação são tudo. Os juristas até brin-cam ao chamar a mídia de o 4° poder, ao lado do executivo, legislativo e judiciário, justa-mente por poder formar e até forjar a opinião publica. E hoje com o avançar da tecnologia, nós conseguimos aproximar o cidadão com o Estado. Os meios de comunicação podem então ajudar a esclarecer ao cidadão que ele tem direito e quais são eles. Uma coisa é es-tar na constituição, outra coisa é o cidadão saber que ele tem direito e deveres como cidadão e ter consciência disso.

Essa conscientização vai ser feita de duas maneiras: a alfa-betização, o ensino regular. E é por isso que a educação deve ser implementada, universa-lizada, para que as pessoas te-nham senso critico. E a mídia para divulgar e acompanhar. Porque se nós queremos fazer nossas escolhas ideológicas, se nós temos que ter consciência partidária, se nós temos que acompanhar as escolhas de cada um dos nossos governan-tes e dos membros do legislati-vo... quem que vai trazer essas informações são os meios de comunicação. Eles são os ins-trumentos a nos dar o material necessário para nossas deci-sões, para nossas escolhas. Eu tenho uma visão otimista desse processo justamente por conta da liberdade que a mídia tem de fazer suas considerações e de levar essas escolhas politicas ao conhecimento de toda so-ciedade e esse é ponto de parti-da para o voto consciente, para

que ele um instrumento efeti-vo de transformação social.

O que você opina sobre o voto facultativo?

Se formos parar para pen-sar, a gente luta muito tempo para conquistar um direito, e depois que conquistamos esse direito ele passa a ser tão natural que a gente tende a se acomodar até perde-lo no-vamente. Isso acontece com todos os direitos, nós lutamos para ter uma liberdade de expressão, passamos por um período de ditadura em que a mídia era controlada e a socie-dade não podia se expressar, e aí a gente tem essa liberdade. Agora tem alguns que tendem a abusar dela, e isso desenvol-ve um discurso conservador de restrição das liberdades, até que venha alguém e a re-tire por completo. O voto é o mesmo processo, só de pen-sar que gerações anteriores à nossa morreram, para que nós tivéssemos o direito ao voto, nós tivemos a famosa ementa Dante de Oliveira, do voto di-reto, que não foi aprovada no Congresso Nacional, durante o movimento das Diretas Já, e houveram tantos movimentos para assegurar que hoje tenha-mos esse direito... e quando conquistamos isso, as pesso-as simplesmente tendem a achar que é algo dispensável, que não é algo efetivamente transformador, então falta re-almente essa consciência. En-quanto essa consciência não se implementar, o voto precisa realmente ser obrigatório. Se ele deixar de ser obrigatório vai haver uma maior possibi-lidade de abuso do poder eco-nômico. Porque alguém com-pra o eleitor e faz com que ele vá às urnas.

“Toda transformação que a gente deseja começa num pequeno passo”

ENTREVISTA

Após a votação de im-peachment na Câmara de Deputados, no dia 17 de abril, as justificativas dadas por alguns deputados na hora do voto reverberaram vários comentários nas re-des sociais. Mas também diversos eventos surgiram no facebook, convidando as pessoas que têm seu tí-tulo eleitoral de outra cida-de, transferir para a cidade onde mora atualmente. Em Viçosa não foi dife-rente. O estudante Marcus Mendonça Lopes, membro do grupo da UFV no face-book, divulgou, no dia 18 de abril, um evento criado para a transferência de títu-lo eleitoral para a cidade de Viçosa. Em extenso texto, compartilhado em outros grupos, Marcus apresenta argumentos que explicam o porquê da importância da transferência do título para a cidade.

O texto “Por que transfe-rir o título?” argumenta que, segundo dados do IBGE, Viçosa tem cerca de 72 mil habitantes ‘’nativos’’ e uma população ‘’flutuante’’ de 20 mil aproximadamente. Desta população flutuante que reside na cidade, parte não possui domicílio eleito-ral em Viçosa. Diz o texto: “Para se ter uma ideia, os últimos prefeitos de Viçosa foram eleitos com cerca de 18 mil votos, enquanto a média de votos de um vere-ador eleito oscila entre 600 e 2500 votos, a depender da coligação”.

E Marcus convoca os es-tudantes que chegam na ci-dade a transferirem seu do-

micílio eleitoral, já que os estudantes pagam aluguel, gastam com alimentação e frequentam casas de festas, assim deixando na cidade, através do consumo, seu dinheiro para os impostos municipais. “O simples fato de ter dinheiro do seu bolso nas mãos da adminis-tração pública municipal já deveria lhe impor o dever moral de se sentir vincula-do à política municipal e a participar dela”.

Em um período de cin-co anos morando em Viço-sa, o estudante passará por, pelo menos, uma eleição municipal e uma federal. Sendo ou não “nativo”, a existência, ausência ou falta de aplicação das leis e de-cretos municipais atingem a todos: o código municipal de posturas, que determina o funcionamento dos su-permercados aos domingos; a lei do silêncio; o horário limite de funcionamento de estabelecimentos até 2h da madrugada; decretos que determinam o racionamen-to de água; ou a ausência de regulamento do trânsito local.

Após o 17 de abril e a agitação nas redes sociais, o evento que tentou mobili-zar as pessoas à transferên-cia do título eleitoral não recebeu grande adesão ou visibilidade, mas já contava (até abril) com 1,7 mil con-vidados. O evento se man-tém movimentado com publicações de pessoas que já transferiram seu título ou oferecendo caronas até o Fórum, para efetuar a trans-ferência.

Por que transferiro título eleitoral?

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O potencial sócio-educativo dos espaços culturais da UFV para a construção do saberMuseus e espaços de ciência da UFV despertam o interesse de lazer científico e cultural da cidade e região

A educação, enquanto forma de aprendizagem, é ad-quirida ao longo da vida dos cidadãos e pode ser dividida basicamente em três formas diferentes: educação escolar formal, aquela desenvolvida nas escolas e universidades; educação informal, transmi-tida pelos pais, familiares, no convívio com amigos, em programas de televisão e leitu-ras; e a educação não-formal, que ocorre quando existe a intenção de determinados su-jeitos em criar ou buscar de-terminados objetivos fora da instituição escolar. Assim, a educação não-formal pode ser definida como a que pro-porciona a aprendizagem de conteúdos da escolarização formal em espaços como mu-seus, centros de ciências, ou qualquer outro em que as ati-vidades sejam desenvolvidas de forma a ajudar na constru-ção de conhecimento.

Os museus e centros de ciências são importantes es-paços para estimular a curio-sidade, aguçar a percepção e promover interações entre pessoas de diferentes faixas etárias. Esses locais oferecem a oportunidade de suprir, ao menos em parte, algumas das carências das escolas como a falta de laboratórios, recursos audiovisuais, entre outros, conhecidos por estimular o aprendizado. Contudo, não é difícil encontrarmos no Brasil alguém que nunca visitou um museu em toda a sua vida. Na verdade, no nosso país esse é um hábito pouco pratica-do pela população em geral. As pessoas geralmente, não enxergam os museus como espaço de construção do sa-ber histórico e social, e sim, como “um lugar onde exis-tem coisas velhas e antigas”.

Se bem utilizados, tais es-paços são uma fonte quase inesgotável do saber e tor-nam-se importantes lugares de produção e socialização do conhecimento, de identi-ficação do sujeito com a sua história e de conscientização da preservação do meio am-biente e patrimônio cultural, além de ser uma alternativa de lazer e diversão. Estreitan-do a relação entre educação e extensão, a UFV conta com

11 museus e espaços de ciên-cia, entre eles, a Casa Arthur Bernardes, o Horto Botânico, a Mata da Biologia e do Para-íso, o Museu da Comunica-ção, o Museu de Ciências da Terra Alexis Dorofeef, o Mu-seu de Zoologia João Moojen, o Museu Histórico, o Parque Interativo de Botânica, a Pi-nacoteca e a Sala Mendeleev. Nestes espaços acontecem ex-posições, minicursos, oficinas e eventos científicos que são abertos à visitação pública.

A Diretora de Produção e Coordenadora do Museu Histórico e Pinacoteca da UFV, Michele Micheleti de Mello, ressalta a importância do papel dos museus hoje, numa era em que a virtuali-dade impera e as transforma-ções ocorrem de forma tão acelerada. “Trabalhamos com a preservação do patrimô-nio e de certo modo, nossos acervos e nossa temática são voltadas ao passado, princi-palmente no Museu Históri-co. Nos outros museus não é o mesmo caso. Mas hoje em dia, já se tem uma visão mais aberta a respeito dos museus e dos seus frequentadores. Pro-curamos colocar alguma coi-sa mais dinâmica e interativa para não ficar uma visita pas-siva”. Michele ainda enfatiza que os recursos tecnológicos podem ser bons aliados para atrair a atenção do público. “O uso das mídias sociais é fundamental. Um espaço tendo esse contato através do Facebook, ele vai criando uma linguagem mais infor-

mal, uma pegada mais jovem e ao mesmo tempo ajudando a tirar aquele estigma de que museu é um lugar formal e rí-gido”, completa.

Os museus renovaram sua missão e atividades com o passar dos anos, porém para criar estratégias interativas e multimídias que contribuam para atrair a atenção do pú-blico é necessário investimen-to e manutenção. Projetos que possibilitam essa intera-ção podem ser contemplados pelo Programa Institucional de Bolsas de Cultura e Arte Universitária (PROCULTU-RA), como é o caso do pro-jeto “Arte digital: divulgação, qualificação e elaboração de performances” que desde 2013 vem realizando proje-ções na fachada do Museu Histórico e Pinacoteca du-rante os eventos de abertura de exposições.

Os onze museus e espa-ços de ciência compõem o Circuito de Museus e estão integrados na recém-criada Secretaria de Museus e Espa-ços de Ciência da UFV (Se-mec). Desde 2015, a Semec consolida os interesses dos museus e estrutura ações em conjunto visando a populari-zação e divulgação dos mes-mos. Através da Secretaria, os espaços buscam a interação e a popularização da cultura, arte, conhecimento e ciência junto à população.

O atual bolsista da Secre-taria e estudante de Engenha-ria Agrícola e Ambiental, Igor Lopes, faz um balanço positi-

vo à respeito do primeiro ano da Semec. “No ano de 2015, planejamos e executamos a 13ª Semana Nacional de Mu-seus, em que confeccionamos e distribuímos o Álbum Ilus-trado Descobrindo os Mu-seus e Espaços de Ciência da UFV e organizamos a 9ª Pri-mavera dos Museus, que foi a culminância de processos de planejamento e execução conjunta dos museus e es-paços de ciência. Através da Semec, alcançamos o maior número de visitantes em to-dos os espaços, comparando-

-se com o ano anterior. Hoje, a Secretaria é efetiva no for-talecimento desses espaços, cumprindo um papel essen-cial nesta articulação, dando visibilidade aos espaços, or-ganizando eventos e ações e garantindo seus interesses no âmbito institucional”, con-clui ele.

A grande novidade do ano passado nos museus foi a distribuição dos álbuns de figurinhas que movimentou as visitas em todos eles. Em cada espaço, o visitante rece-bia um pacote de figurinhas e ao visitar todos, o álbum estaria completo. A proposta do álbum ilustrado é divulgar e possibilitar que as comuni-dades viçosense e universitária conheçam e usufruam destes espaços de lazer cientifico e cultural existentes na univer-sidade. Ele também embute uma proposta pedagógica que busca valorizar e ampliar a in-teração dos museus e espaços de ciência da UFV com as es-colas de educação básica. Para auxiliar professores da rede pública e privada de Viçosa e região a utilizarem o álbum como meio de orientação, foi disponibilizado um material no site institucional (www.se-mec.ufv.br) que busca estimu-lar seu uso, promovendo os espaços e suas áreas temáticas.

Cleomar Marin

Leonardo Pereira

Visitas guiadas estabelecem relações de diálogo acerca das obras e da história

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Capa do do Álbum de Figurinhas "Descobrindo Museus e Espaços de Ciência da UFV”

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Biblioteca e Pinacoteca Municipal têmnovo local de funcionamento definidoA situação de armazenamento do acervo da biblioteca está gerando preocupação na Câmara Municipal

No início do século XX, Viçosa, que já era considerado um município, possuía uma Biblioteca Municipal em fun-cionamento para atender a po-pulação. Porém, quando chega-mos a 2015/2016, século XXI, nos surpreendemos com uma cidade com cerca de 77.000 habitantes, em que não há uma Biblioteca Municipal em fun-cionamento.

Fato esse que se dá inicial-mente por conta de um convê-nio firmado entre a Prefeitura de Viçosa e o Ministério do Trabalho, fazendo com o que o prédio que sediava a Biblioteca tivesse que ser desocupado para que ali se estabelecesse o Minis-tério acima citado. Com isso a Biblioteca Municipal passou a funcionar no prédio do Co-légio Viçosa, onde começaram a se perceber alguns problemas como acessibilidade, já que an-teriormente estava localizada em uma área central e dessa forma chegava a receber cerca de 50 visitantes por dia, passan-do a receber cerca de 10 pessoas por dia no Colégio Viçosa.

No entanto o colégio come-çou a ser reformado para futu-ramente se tornar uma espécie de sede, em que quase toda a parte administrativa do Gover-no Municipal de Viçosa estará centralizada. Com a reforma a Biblioteca teve então que ser definitivamente fechada, con-tudo todo seu acervo continuou

“guardado” em meio a reforma. Situação que chegou a virar pauta da Câmara Municipal de Vereadores de Viçosa, através da denúncia feita pelo vereador Professor Idelmino que chegou a ir ao local em que os livros estavam e fotografar o mau estado de armazenamento. O vereador, formalizou denuncia junto ao ministério público, e posteriormente esteve se quei-xando da forma como os livros foram transportados, também, de maneira inadequada.

Em conversa com a Secre-tária de Cultura, Cíntia Fontes Ferraz, ela contou à equipe do jornal Outro Olhar que a si-

tuação do armazenamento dos livros no Colégio Viçosa foi resolvida, já que estes foram transferidos para a Casa Arthur Bernardes. Porém segundo a própria Secretária ainda não es-tão guardados como deveriam, principalmente por se tratar de livros antigos que devem rece-ber um cuidado especial para armazenamento.

Outro problema que foi detectado, é o fato de que a Biblioteca não se encontra em nenhuma secretaria, atualmen-te. Dessa forma a Secretaria de Cultura disse demonstrar inte-resse em assumi-la, porém para que isso seja efetivado é neces-

sário que todos os tramites para a nova locação sejam resolvidos em parceria com a Secretaria de Educação.

Conversamos também com o Secretário de Patrimô-nio Público, José Mario Ran-gel, que forneceu um ofício (Nº 0350/2016) enviado pela Prefeitura de Viçosa no dia 21/03/2016, o qual confirma que a Biblioteca e Pinacoteca Municipal irão funcionar fu-turamente no atual prédio da Prefeitura.

Trecho do Ofício que con-firma a futura locação da Bi-blioteca: “[...] o Executivo Mu-nicipal encaminhou ao IPLAM

solicitação para elaboração de projeto de reforma e adequação do prédio atual [Prefeitura], em fase de elaboração, para que o mesmo, após a reforma e ade-quação, abrigue entre outros a estrutura da Biblioteca Munici-pal e da Pinacoteca.”

Assim que o Executivo se mudar para oficialmente para a nova sede administrativa de Viçosa, a biblioteca será aloca-da no prédio da atual Prefei-tura, informação essa que deve trazer tranquilidade para todos os cidadãos de Viçosa, prin-cipalmente os alunos da rede pública de educação que são os maiores usuários do espaço.

Centro Experimental de Artes incentiva Cultura em ViçosaFundado em 1993, o Centro atende a aproximadamente 270 estudantes de escolas públicas da cidade

O exercício dos direitos cul-turais e o acesso às fontes de cultura são garantidos por Lei, e o Estado deve incentivar a va-lorização e a difusão das mani-festações culturais. Em Viçosa, o Centro Experimental de Ar-tes “Maestro Adson Bicalho” surgiu com esses intuitos.

O Centro está vinculado à Prefeitura Municipal de Vi-çosa, existe desde 1993, e foi criado para de integrar crianças e jovens de escolas públicas ao patrimônio cultural, com o ob-jetivo de resgatar a autoestima e exercitar a cidadania.

Logo no início de sua cria-ção, o Centro contava com 46 oficinas, em 14 modalidades. Hoje são disponibilizadas 10 oficinas, atendendo a cerca de 270 alunos em parceria com al-guns estabelecimentos privados da cidade.

O nome “Maestro Adson Bicalho”, se deve ao musicista viçosense muito reconhecido por seu trabalho. Nascido em 1917, o maestro veio de família musical e mostrou sua música por vários anos nas serestas das noites de Viçosa. Hoje o violi-no, que pertenceu a ele, é uma relíquia que se encontra no Museu Histórico da UFV.

O Centro Experimental ofe-rece oficinas de Capoeira, De-senho Artístico, Violão Clássi-co, Violão Popular, Percussão, Canto Coral, Balé, Jazz, Dança de Rua e Dança de Salão.

As vagas disponibilizadas pelo Centro são destinadas, prioritariamente, às crianças e aos jovens das escolas públicas da cidade, mas vagas ociosas podem ser ocupadas por pesso-as da comunidade. Os interes-sados podem entrar em conta-do pelo telefone 3892-4616 ou irem até a Secretaria Municipal de Patrimônio Histórico e Cul-tura, que fica na Rua Ana Koes-ter, número 80, no Centro.

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Isabela Lopes

Leonardo Ferraz

O atual prédio da prefeitura abrigará a Biblioteca e Pinacoteca Municipal, segundo projeto do executivo

Mostra Cultural

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Abandono do Cristo Redentor preocupa Viçosa

Plano Diretor pode sair do esquecimentoApós 16 anos de sua implementação na cidade de Viçosa, Plano Diretor passará por primeira reestruturação

Utilizado como um instru-mento da política urbana, o Plano Diretor, instituído pela Constituição Federal de 1988, é definido como “instrumen-to básico da política de de-senvolvimento e de expansão urbana.”, e se constitui na Lei Federal n.º10.257/01, que é conhecida como Estatuto da Cidade, pelo Código Florestal e pela Lei de Parcelamento do Solo Urbano. A cada 10 anos o plano passa por uma revisão.

Cada município possui o seu Plano Diretor, ficando a cargo dos poderes locais a me-lhor aplicação dos recursos pú-blicos, e Viçosa, que teve seu Plano implementado no ano 2000, passará por sua primeira reestruturação após 16 anos.

Weslei Ferreira

Sérgio Félix

A situação do Parque do Cristo evidencia a falta de preocupação dos governantes da cidade

Através de uma rápida pesquisa na internet sobre os pontos turísticos de Viçosa é possível encontrar o Parque Municipal do Cristo Redentor na lista de atrações que mere-cem ser visitadas. No entanto, o Parque situado entre os bair-ros Bom Jesus e Bela Vista está longe de ter infraestrutura ade-quada para receber moradores locais e tampouco turistas. Presença de traficantes, falta de iluminação, mato extrema-mente alto e marcas de vanda-lismo são apenas alguns fatores que confirmam o descaso e abandono dos governantes vi-çosenses em relação ao local.

Durante a gestão do então prefeito Celito Sari, em 2009 houve uma tentativa de ti-rar do papel o Projeto criado desde 2001 por meio da Lei Municipal nº 1.450. Segun-do o Portal da Transparência, na época o Ministério do Tu-rismo chegou a liberar R$243 mil para as obras que tinham como finalidade a construção de uma lanchonete, entradas principal e secundárias, sanitá-rios, campo de futebol, parque de lazer infantil, uma guarita, posto policial, além de outras melhorias. No entanto, os úni-cos trabalhos que chegaram a sair do papel foram o de ter-raplanagem além da colocação de tapumes ao redor o Cristo.

A fim de reverter essa situ-

Sérgio Félix

ação, a Associação de Morado-res e Amigos de Viçosa (AME-Viçosa) e a Prefeitura fizeram um acordo no dia 04 de março com o objetivo de revitalizar a área do Parque. Entre os termos do acordo, está a pre-visão de elaboração do Plano de Manejo, ou seja, documen-to elaborado por especialistas para que a obra não gere danos ecológicos, e sua total viabili-zação pelo município através de recursos através de recursos do Fundo Municipal de Meio

Ambiente.Segundo o advogado Leo-

nardo Rezende da AMEViço-sa, este foi apenas o primeiro passo de um caminho buro-crático. Agora o acordo deve ser homologado pela Juíza da 1ª Vara Cível da Comarca de Viçosa e posteriormente ser encaminhado ao Conselho Municipal de Meio Ambiente (Codema) para início dos tra-balhos de elaboração do Plano de Manejo. Depois, o Mu-nicípio deve requerer ao Co-

dema de utilização do Fundo de Meio Ambiente que conta hoje com mais de 500 milhões de reais que não estão sendo utilizados. “Acredito que agora o projeto deve sair do papel, pois o não cumprimento do acordo pune judicialmente o município através de multas”, afirma Leonardo Rezende.

Sem dúvidas a população de Viçosa deve ser bastante be-neficiada em diversos aspectos com a revitalização do Parque. “Apesar de morar no bairro em

que está localizado o Parque, eu visitei pouquíssimas vezes o Cristo. Acho o local pouco atrativo e muito perigoso, so-bretudo no período da noi-te. Caso o parque realmente seja reformado, com certeza o movimento na região iria beneficiar minha mercearia e aumentar meus lucros, além de se tornar uma boa opção de lugar para passear com minhas filhas no fim de semana”, diz Rafael Silva, comerciante do bairro Bom Jesus.

Mesmo após a implementa-ção do plano, a cidade passou por um período de erros e acer-tos e irregularidades ainda são encontradas nas construções de edifícios, esgoto a céu aberto, mal planejamento na sinaliza-ção e tráfego urbano, estacio-namentos em locais irregulares, falta de creches, transporte pú-

blico de má qualidade, falta de opções de lazer, dentre outros problemas.Uma nova comis-são está sendo formada tendo como coordenação os verea-dores Marcos Nunes e Lidson Lehner. Essa comissão irá tra-balhar auxiliando o poder pú-blico local na implementação de melhorias e nas correções de

problemas que hajam possibili-dade de solução.

O estudante de Engenha-ria Florestal, William Sousa fala sobre a má sinalização e a consequente falta de educação dos pedestres; “Os semáforos foram instalados com o intuito de auxiliar o tráfego, mas tanto os motoristas quanto os pedes-

tres não respeitam o tempo dos semáforos”.

O professor do departa-mento de Arquitetura e Ur-banismo da Universidade Fe-deral Viçosa Ítalo Stephan comenta a falha na construção civil; “Uma cidade com pouco menos de 100.000 habitan-tes já sofre de vários impactos ambientais, devido ao adensa-mento da construção civl, a ocupação das margens dos rios, mananciais e um esgoto ainda não tratado”. Mesmo com es-ses problemas, o coordenador do Plano Diretor e vereador de Viçosa Marcos Nunes comenta a dificuldade na resolução de tais problemas; “O Plano Di-retor irá assumir uma postura de apresentar diretrizes para auxiliar na prevenção de novos problemas”.

MEIO AMBIENTE

Local é marcado por má iluminação, pichações, acesso difícil e presença de usuários de drogas

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Poluição visual e os impactos “inofensivos”

Programa destinado ao Ensino Fundamental

A Lei Federal 9.795/1999 garante aos cidadãos aces-so ao conteúdo da educação ambiental. Inspirado nisso, surge em 2012 o Programa de Educação Ambiental (Progea), um projeto da Polícia Militar do Meio Ambiente que busca estimular a conscientização ambiental de crianças do en-sino fundamental nas escolas de Minas Gerais. O projeto--piloto foi realizado durante dois anos na cidade de Lavras com seis militares e atualmen-te acontece em várias cidades mineiras com o apoio do Mi-nistério Público.

O Programa acontece em duas escolas de Viçosa: o Colégio Equipe e a Escola Es-tadual Madre Santa Face em

Alice Martins

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Luana Mota

A quantidade de elementos destinados à comunicação causam desconforto visual para a população

Com o crescente mercado de marketing e propaganda, fica cada vez mais inevitável usar um maior número do es-paço geográfico para anunciar diversos bens de consumo. Desta forma, a cidade perde grande parte de sua beleza na-tural, por meio de comunica-ção em forma de murais.

A conhecida Poluição Vi-sual é, nos dias de hoje, um fator que muitas vezes passa despercebido ao olho huma-no, uma vez que vem se natu-ralizando mais a cada dia. O fato é que as propagandas em outdoors e em letreiros cada vez maiores vêm sendo utiliza-da de forma massiva.

O assunto é um dos males do mundo moderno que mui-tas vezes se torna sintetizado apenas no lixo nas ruas e nas águas. Um de seus aspectos com menos visibilidade na mídia, é sobre “o que polui nossa visão” o que afetando o centro da cidade, em geral, para que empresas utilizem de espaços alugados a fim de anunciar o seu produto.

Ao analisar o cenário dos meios de propaganda em todo o município, a equipe do Ou-trOlhar conversou com uma moradora antiga da cidade, a aposentada Zaíra Medeiros, a fim de comparar tempospassa-dos aos de hoje: Antigamente

Em Viçosa é cada vez maior o número de anúncios de festas e vendas espalhados nos muros da cidade

Luan

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Progea conscientiza crianças sobre a importância da preservação ambiental nas escolas da cidade

não tinha tanta placa assim. A propaganda era feira boca a boca. Hoje eles cortam as árvores, penduram letreiros nos prédios e sobrecarregam a nossa visão com tantos anún-cios. Deixam a cidade cada vez mais feia” relata.

Dona Zaíra contou ain-da que se preocupa muito em como o aumento destas campanhas não chamem tan-to a atenção das autoridades, já que elas alastram de forma intensa. Uma degradação am-biental silenciosa, que acarre-

ta dentre muitos problemas à natureza, o desconforto dos moradores.

A estudante Jéssica Men-des do curso de Engenharia de Produção moradora recém--chegada em Viçosa já não tem uma visão tão negativa assim: “Acho muito interessante esse tipo de publicidade. Às vezes o tempo de ir à loja nos deixa por fora de promoções, e es-ses cartazes facilitam a nossa vida. Tudo hoje em dia é mui-to corrido, e a mídia viu ne-cessidade de se reinventar pra

chamar a atenção do público que corre o dia inteiro” conta. A universitária afirmou ainda que a ideia de paineis de LED com propagandas digitais, com muitas luzes e muito mo-vimento, é algo muito legal para empresa e para o público. Enquanto um quer chamar a atenção, o outro quer se dis-trair com a novidade.

Sobre como o comércio local se preocupa com o meio ambiente, o gerente de ma-rketing de uma imobiliária, Luciano de Souza, afirmou

que segue as leis e respeita os espaços urbanos, mas que a vi-sibilidade de um determinado produto em questão depende de sua visibilidade perante o público-alvo.

Ainda segundo ele, quanto maior os cartazes, mais certeza a empresa terá de que seu ob-jetivo de visibilidade foi alcan-çado: “Hoje em dia é impos-sível não anunciar pelas ruas. Quanto mais pessoas virem o seu anúncio, maior a chance dele vender. Esse é o nosso principal objetivo” explica.

turmas de quarto ano do En-sino Fundamental, pois é nesse momento que as crian-ças tem o primeiro contato com as matérias de Ciências e Geografia. O coordenador desse projeto, soldado Rodri-go Melo, faz o papel de me-diador durante os encontros com os alunos. No método, os alunos buscam as respostas para os problemas propostos por conta própria.

“Na maior parte do tempo, o mediador é apenas um parti-cipante. Quem conduz o pro-jeto são as próprias crianças. Quando há uma dúvida, faço com que os outros alunos ten-tem responder e se ninguém souber, peço para que façam uma pesquisa para responde-rem no próximo encontro” afirma Rodrigo Melo.

Para ajudar na metodolo-gia, há o livro do aluno com histórias para compreender melhor a educação ambien-tal. Depois de lidas, os alunos escolhem um problema am-biental a ser solucionado ou amenizado dentro da escola ou fora dela.

Os encontros acabarão em junho, mas os impactos já es-tão sendo sentidos pelas pro-fessoras das escolas que rece-beram o projeto. A professora Elaine de Almeida Oliveira da Escola Estadual Madre Santa Face acredita que o projeto é importante para a conscienti-zação das crianças.

“Eu acho o projeto interes-sante e precisaria ter em todas as turmas para que a criança saiba desde pequena a impor-tância da conservação ambien-

MEIO AMBIENTE

tal” ressalta.Enquanto isso, a professora

Valquíia Batalha do Colégio Equipe nota que os alunos es-tão mais curiosas e questiona-doras.

“Os alunos participam muito e no dia que tem o Projeto ninguém falta a aula. A questão do lixo dentro da sala de aula dimunuiu muito e eles passaram a observar mais

coisas no ambiente externo” comenta.

Ao final do projeto, haverá uma festa de formatura com a entrega de certificados aos alu-nos. A expectativa de todos os envolvidos no projeto é de que as crianças estejam concientes da importância da preservação do meio ambiente para um fu-turo mais sustentável para elas e para as outras pessoas.

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O esporte mudando as vidas dos jovens viçosenses

‘Jogos Escolares Viçosenses’ movimenta escolas

Os JEV’s reúnem escolas do Município de Viçosa para competições nas modalidades esportivas de handbol, peteca, voleibol, futsal, tênis de mesa e basquetebol separados em qua-tro categorias de faixa etária e nos naipes masculinos e femi-ninos com os módulos: zeri-nho (9 e 10 anos); zero (11 e 12 anos), módulo um (12,13 e 14 anos) e módulo dois (15,16 e 17 anos).

Segundo o Chefe do Depar-tamento de Esportes e Lazer de Viçosa, Adailson Abranches, as competições que acontecem todos os anos, são divididas em partes que encaminham a fases mais avançadas: Primeiro é fei-ta a seletiva dos Jogos Escola-res de Minas Gerais (JEMG), que tem como base os times de destaque dos JEV’s do ano an-terior. Após isso, acontecem os Jogos das Escolas Municipais e Estaduais de Viçosa (JEMEV), para em seguida acontecer os JEV’s, que abrange escolas da rede pública Municipal, Esta-dual e Federal, além de escolas da rede privada. Nesta última é feita uma pré-seletiva para o JEMG no ano posterior.

O JEMG também é dividi-do em fases, onde a primeira é a fase microrregional (possui dois pólos) e o campeão e vice

dos polos jogam para definir o representante da microrregião a disputar o JEMG microrre-gional, e os campeões represen-tantes das microrregiões dispu-tarão as fases estaduais.

Para o técnico do Colégio Anglo Viçosa, Professor Frede-rico Severino Júnior que é par-

ticipante dos jogos escolares há 16 anos, estas competições são de grande importância devido à mobilização dos alunos para a participarem das atividades es-portivas e, além disso, estimu-lar para os assuntos da escola, agregando valor e possibilitan-do ao aluno interagir com os

participantes de outras escolas.Neste ano de 2016, os Jogos

Escolares tiveram início com o JEMEV, no período de 28/04 a 14/05. Assim, os JEV’s aguar-dam o processo de definição de locais para o acontecimento dos jogos e, estão consequen-temente previstos, de acordo

com o cronograma, para o pe-ríodo de 28 de maio a 19 de junho, sujeito a alterações.

Os Jogos Escolares Viçosen-ses (JEV’s) é uma realização da Prefeitura Municipal de Viçosa (PMV) representado pela Se-cretaria de Esporte, cultura e patrimônio histórico.

Jéssica Alana

O futebol é um esporte que está tão difundido no cotidiano das pes-soas que já se tornou normal juntar a turma para aquela “peladinha” de sábado à tarde. Essa situação, por si só, já se torna um convite para poder se aperfeiçoar no esporte. “Entrei na escolinha de futebol com 12 anos e fi-quei lá por três anos. Eu sempre gostei de jogar e queria melhorar nas pela-das; foi uma experiência ótima porque pude aprender várias jogadas”, explica Edson Júnior, ex aluno de uma esco-linha.

Porém, levando em consideração que esse esporte vai além do lazer das pessoas e pode propiciar uma melhora no condicionamento físico de quem o pratica, o futebol pode estar ligado a causas sociais, como é o caso do pro-jeto Tecendo Sonhos, uma organiza-ção sem fins lucrativos cujo objetivo principal é o combate à violência e as drogas dos jovens do distrito de São José do Triunfo.

Hoje o projeto conta com 150 alunos, com idade entre 6 e 17 anos. Quando completam 18, deixam o projeto e saem com um pouco de sa-bedoria que a atividade proporciona. “de dentro do projeto ele já sai saben-do se comportar na vida”, afirma o coordenador Antônio Elias Cardoso.

Para participar da atividade, os jo-vens do distrito devem estar matricu-lados na escola e ter um bom rendi-mento. Além disso, moradores de São José do Triunfo tem prioridade.

“O social trabalha com acompa-nhamento na escola. Para participar do projeto tem que estar indo bem na escola, se não estiver a gente enca-minha para o reforço. Tem também o trabalho com o psicólogo e o de meio ambiente (...) A gente dá preferência para quem mora no distrito, porque se o menino mora em Nova Viçosa e quer participar, não temos condição de buscálo e os pais não tem como trazê-lo”. Conta Antônio Elias.

O Projeto tem 14 anos, foi criado por conta da situação de violência na

comunidade. Antônio começou a dis-cutir essa realidade e mostrar para os jovens um novo caminho, no caso, o futebol. Para que isso fosse possível, o instituto conta com uma subvenção do município, que ajuda a custear o projeto.

Por mais que haja uma subvenção, a maior dificuldade do Tecendo So-nhos ainda é a falta de recursos, pois é difícil conseguir patrocinadores para atividades de cunho social. Assim, os jogadores tem de treinar em espaços que não são adequados e os campeo-natos ocorrem fora do distrito.

“Se a gente pudesse jogar dentro do nosso distrito, a própria comunidade poderia participar e ajudar mais”, de-sabafa Antônio Elias Cardoso.

Contudo, ainda que existam difi-culdades, o instituto tem gerado bons frutos. Um dos alunos participantes está jogando há um ano e meio no América-MG. Embora o projeto seja mais voltado para o social, há possi-bilidade de chegarem a jogar bola em nível profissional.

Projeto social Tecendo Sonhos discute realidade de jovens e lhes dá uma alternativa a partir do futebol

Os JEV’s selecionam times das escolas de Viçosa para competir no campeonato mineiro

OUTROLHARMAIO DE 2016 ESPORTE

Larissa Martins

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A rede social que chegou como um fantasminha mas já se encheu de vida

Projeto social Tecendo Sonhos discute realidade de jovens e lhes dá uma alternativa a partir do futebol

Já gravou seu Snap hoje?

As redes sociais fazem parte da comunica-ção do mundo con-

temporâneo e é praticamente impossível pensar os relacio-namentos sem citar esses apli-cativos que somam dia após dia, bilhões de usuários.

O Facebook já se consoli-dou como um aplicativo de relacionamentos, é usado co-mercialmente e tem um alto nível de aceitação e interação que acontece através de fotos, vídeos e textos. O aplicativo já anunciou que em 2015 a em-presa fechou o ano com 1,59 bilhão de usuários, e cresceu 25% durante o ano todo, é muita gente conectada!

Outros aplicativos tam-bém fazem parte da vida de muitos, como o Instagram, que permite a postagem de imagens e vídeos e armazena todo conteúdo postado dei-xando uma espécie de diário on line.

Como a tecnologia tá ai para ser experimentada e tem um papel importante na bus-ca por inovação, eis que surge mais um aplicativo de rede social, voltado para celulares com sistema operacional An-droid e IOS, que tem feito bastante sucesso com um nú-mero expressivo de usuários jovens no Brasil, o Snapchat.

A rede social inova pos-sibilitando que a rotina das pessoas seja transmitida em tempo real e sem edições.

Quando uma foto ou um vídeo é postado, o conteúdo fica disponível somente 24 horas se autodestruindo au-tomaticamente na rede após esse prazo, cada postagem tem no máximo 10 segundos de exibição, o usuário é quem define esse tempo.

Para quem quer mostrar a vida ou o empreendimento sem deixar históricos, já que o conteúdo expira em um dia, e para quem quer ver a vida de outras pessoas e até mesmo de empresas na hora em que os fatos acontecem, essa rede social irá permitir isso. Ou-tra característica interessante do aplicativo é a sensação de segurança que ele propõe, é possível saber quem foram as pessoas que visualizaram as postagens e também é possível identificar as pessoas que fize-ram algum print do conteúdo.

Para quem quer mostrar a vida ou o empreendimento sem deixar históricos, já que o conteúdo expira em um dia, e para quem quer ver a vida de outras pessoas e até mesmo de empresas na hora em que os fatos acontecem, essa rede social irá permitir isso. Ou-tra característica interessante do aplicativo é a sensação de segurança que ele propõe, é possível saber quem foram as pessoas que visualizaram as postagens e também é possível identificar as pessoas que fize-ram algum print do conteúdo.

Motivação para quem quer saúde e bem estar através

do SnapChat.Alguns usam a rede para

mostrar a vida pessoal, em-preendedores usam o aplica-tivo para compartilhar no-vidades sobre o seu negocio, digital influencers estão no Snapchat para compartilhar dicas e benefícios legais com os seus seguidores.

A bacharel em Direito An-dressa Rocha, está conectada nas redes sociais para com-partilhar dicas de saúde, bem estar, rotina de treinos e ali-mentação. Ela possui uma tra-jetória de sucesso na busca por saúde e melhoria da qualidade de vida. Com uma narrativa voltada para o seu lifestyle, ela percebeu no Snapchat a pos-sibilidade de interagir com os seus seguidores de uma forma mais próxima: “Criei o Snap

para ter uma comunicação mais ampla com meus segui-dores”.

Ela já usa outras redes so-ciais como o Facebook e o Ins-tagram para interagir e propa-gar um estilo de vida saudável pela internet, o Snapchat é mais um complemento do trabalho motivacional que ela desenvolve para pessoas que querem mudar seus hábitos sedentários ou que estão ven-do a sua vida ser prejudicada por fatores relacionados a obe-sidade.

Toda vez que uma nova rede social se populariza, sur-ge o questionamento se as re-des que antecederam a nova febre continuarão fazendo sucesso, Andressa acredita que redes que tiveram o seu auge antes do Snap, como o

Facebook, continuarão sendo usadas normalmente, pois os usuários já estão fidelizados e esperam pela geração de con-teúdo que ali acontece todos os dias: “O Snap é 24h, a pessoa pode ver uma ou duas vezes a publicação, já o Insta-gram, fixa mais o conteúdo e o Facebook por ser uma rede social mais antiga tem muitos seguidores e todos eles são fieis. Cada rede tem uma ca-racterística importante, difícil falar em substituição”.

Como o Snapchat repro-duz fatos que estão acontecen-do em tempo real, perfis moti-vacionais como o de Andressa, estimulam seguidores a se me-xerem e espalham mensagens positivas pelas redes motivan-do rotinas de comportamento mais saudáveis.

Para usar o Snapchat basta acessar a Play Store em celulares com sistema Android ou a Apple Store em sistemas IOS, baixar o aplicativo e criar um nome de usuário e senha.

Segundo a BBC Brasil, hoje o Snapchat tem 700 milhões de usuários em todo o mundo

OUTROLHARMAIO DE 2016 CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Marina Wan-der -Maas

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OUTROLHARMAIO DE 2016

Evento Semana Nacional de Museus 2016: “Paisagens Culturais em 90 anos de UFV”

Ações conjuntas:16 a 21/05 Visitas monitoradas:

Visitas monitoradas em cada espaço16 a 20/05: 8:00-12:00h e 14:00-18:00h21/05: 9:00-12:00 e 14:00-17:30h

16 a 21/05 Distribuição do Álbum Ilustrado:"Descobrindo os Museus e Espaços de Ciên-cia da UFV"Receba o Álbum Ilustrado e, em cada espaço visitados, ganhe um pacote de figurinhas!

Para mais informações ligue (31)3899-2498.

20/05 Mesa redonda:

9-12h - Mesa redonda: Paisagens culturais em 90 anos da UFV - Auditório da Bibliote-

ca Central (espaço já reservado para nosso evento).

21/05 Uni-Ver-Cidade: caminhos e conexões

9h-12h - Caminhada Cidade:Venha fazer uma caminhada para conhecer a história da cidade de Viçosa por meio de construções importantes do Centro da cidade.Local: Casa Arthur Bernardes - Praça Silviano Brandão, nº 69 - Centro

14h-17h30 - Caminhada UniversidadeCaminhe e conheça os Museus, Espaços de Ciência e o Circuito das Áreas Protegidas da Universidade Federal de Viçosa.Local: Museus e Espaços de Ciência da UFV. Consulte o site http://www.semec.ufv.br/ para conhecer os Espaços e comece sua caminhada!

Mais informações: (31) 3899-2498

14ª Semana de Museus

Fala, Jovem!Ellen RamosMariana Barbosa

O OutroOlhar foi às ruas para saber o que está chamando mais a atenção dos jovens nesses últimos meses.

“Nos jornais locais de Viçosa o que mais vi foram notícias referentes a rou-bos, violência, tráfico de drogas. Nesses casos, infelizmente sempre tinha algum jovem mais ou menos da minha idade, ou que tinha sido preso ou assassinado por causa do crime”. Sérgio Sousa, 19 anos, auxiliar de atendimento.

“O que mais vi na tevê foram repor-tagens sobre a política do Brasil, sobre a Dilma, Eduardo Cunha, Michel Temer, manifestações contrárias e favoráveis ao impeachment”. João Vitor Castro, 18 anos, estudante da UFV.

“Fico assustado com algumas pes-soas que estão tratando esse momento com bastante normalidade sem a me-nor preocupação com as consequências que surgirão no futuro”. Caíque Fausti-no, 17 anos, estudante da Elffie Rolfs

“São as questões referentes ao lixo em Viçosa. Não é de hoje que vejo matéria em jornais e na internet recla-mando do atraso do recolhimento do lixo, dos caminhões que são furados, das ruas que não são capinadas com frequencia. Lembro que em janeiro a Prefeitura anunciou a contratação de firma terceirizada para as capinas, mas já estamos em maio e até hoje a minha rua não foi capinada. E o problema do

lixo agrava ainda mais a dengue na ci-dade”. Ana Lívia do Carmo, 18 anos, auxiliar de creche.

“O que está acontecendo no Brasil é uma situação muito crítica para algu-mas pessoas e para essa nova geração que mal sabe o que vai acon-tecer. Pode ser que mude pra melhor, mas também pode ser que fique ainda pior. Eu acho que a mídia tem lados positivos e negativos, mas a maio-ria é negativo. A televisão mostra o que ela quer, faz a cabeça das pessoas e manipula o povo. Muita gen-te acaba mudando de opinião pelas coi-sas que viu no jornal”. Taynara Gomes de Jesus, 18 anos, estudante da E.E.Dr.Raimundo Alves Torres (Esedrat).

“Veja bem.... Acredito que o fato desses acontecimentos políticos esta-rem tão evidenciados, principalmente em um momento em que vive-se uma grande incredulidade política e um retrocesso econômico, após sucessi-vos anos de desenvolvimento somente demonstra a tentativa forçada de uma imposição de ideologias políticas que persistem em agrupar um agrupamen-to econômico. Acho também que isso mostra a fragilidade de caráter, e até mesmo do conhecimento dos represen-tante brasileiros, sabe!(...”pela minha família, pela minha esposa, e pela

terra de Israel”).Porém, também percebo que mui-

tas das consequências dessa crise - que acho que é mais político-ideológico, que propriamente econômica(o que na verdade é um agravante)- tem relação com a corrupção que historicamente é um problema do brasileiro. E, como você bem sabe, o jogo administrati-vo-político só um reflexo de uma cultura que desconhece o nosso próprio modelo de governo, e as vezes espera a aparição de mais um líder messiânico”.Diogo Abrantes, 18 anos, estudante de cursinho.