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Ouro da Liderança Circulo de

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Ouro da

Liderança

Circulo de

Sumário

A organização como máquina

O circulo de ouro da liderança

Adeus comando e controle

Caminhos para a liderança colaborativa

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Círculo de Ouro da Liderança

O mais poderoso caminho para motivar e engajar seu time e colher resultados que importam

Reflexões iniciais

Como ter pessoas engajadas e motivadas para entregar seu melhor, alinhadas em torno de um propósito comum e fazer com que trabalhem juntas como uma verdadeira equipe?

O que fazer para manter a motivação da equipe sempre alta e com foco no que precisa ser feito e aprender a adotar um estilo de liderança que extraia o melhor de cada pessoa?

Como entregar resultados sólidos e consistentes que ajudem você e sua organização a irem para o próximo nível?

Você gostaria de eliminar da sua agenda assuntos que te roubam tempo e abrir espaço para o que realmente é essencial?

O que nos trouxe até aqui

Uma antiga história baseada em comando e controle, o sonho de que os homens devem compreender e dominar o funcionamento das coisas. A metáfora da máquina ou a era do mecanismo de um relógio. O foco? Busca de eficiência! Leva ao controle.

Junto com o controle vem o medo. Ficamos com medo ao nos deparar com a resistência. Como nem tudo é controlável como se imagina, entramos num ciclo: exerço controle, não consigo controlar, exerço mais controle ainda, não consigo controlar de novo, entro em pânico.

A organização vista como máquina deixa de lado quase tudo que é essencial ao ser humano. Temos que abrir mão do amor, da colaboração, de compaixão, de emoções e até de inteligência individual e coletiva.

A organização como máquina

A imagem da mecânica nos leva a ver pessoas como máquinas e controladas para funcionar com eficiência e previsibilidade.

A história mecanicista nos leva a acreditar que o ser humano – com suas paixões, imprevisibilidade, independência, criatividade, consciência – é o problema e não a solução.

Espera-se conformidade, padrão, previsibilidade e submissão. A inovação e criatividade é surpreendente e, logo, sem controle.

As organizações deveriam combinar singularidade e controle e humanidade com medidas de desempenho.

A necessidade de uma solução

As organizações foram criadas para garantir eficiência e acabaram negligenciando a natureza humana, agora a única coisa que pode salvá-las é o pleno reconhecimento dos valiosos recursos que os seres humanos possuem.

Precisamos de organizações flexíveis, adaptáveis, resilientes, capazes de transitar em contextos incertos e turbulentos, de se renovar, de aprender e recuperar. Como extrair isso das organizações se só sabemos tratá-las como máquinas?

Esse movimento passa pela liderança e pela forma de liderar .Passa pela adoção do método Circulo de Ouro da Liderança.

O que vai nos levar adiante

Gestão tem a ver planejamento, organização, execução, controle, garantir eficiência. Já a liderança tem a ver com articular uma visão, influenciar e inspirar pessoas, desenvolver o time, ser exemplo e modelo para as pessoas, etc.

Gestão tem a ver com ter e dar as respostas e a liderança tem a ver com fazer reveladoras perguntas. Gestão tem a ver com ordenar e a liderança tem a ver com influenciar. Gestão tem a ver com controlar as pessoas e atividades e a liderança tem a ver dar autonomia para que as pessoas executem as atividades.

A combinação de gestão e liderança e a adoção do método Circulo de Ouro da Liderança vai nos levar adiante.

A solução

Na intersecção entre Gestão e Liderança, reside um espaço inspirador, um campo ótimo de atuação. É na combinação do que há de melhor na gestão e no que há de melhor na liderança que as condições para a plena expressão do potencial de cada pessoa e organização são criadas.

É no equilíbrio entre Gestão e Liderança que se criam as condições básicas e fundamentais para que se possa fomentar a colaboração, criatividade e inovação tão necessárias em tempos turbulentos, incertos e complexos como os que estamos experimentando. Pessoas e organizações de nível superior fazem isso com maestria.E é nesse espaço em que o método Circulo de Ouro da Liderança deve ser aplicado.

O Círculo de Ouro da Liderança

O Círculo de Ouro da Liderança de pessoas e equipes é formado por quatro passos. Dominar e aplicar cada um dos passos vai ampliar suas habilidades como líder, turbinar sua liderança e te ajudar a entregar resultados excepcionais.

1. ENGAJAR

· Comece tendo as pessoas certas. Primeiro quem depois o que e o como.

· Estabeleça um propósito pelo qual vale a pena lutar. Uma causa comum.

· Se a identidade é difusa as relações tendem a ser confusas. Deixe claro a missão, visão e valores. Pratique!

· Crie espaços seguros para que as pessoas possam falar, tratar de assuntos difíceis, ser elas mesmas, ser a melhor versão que podem se tornar.

· Faça acordos de engajamento com as pessoas e com seu time.

Momento de Reflexão

Quanto do seu tempo tem dedicado a encontrar as pessoas certas?

Quantas pessoas no seu time estão conectadas com a causa da sua organização?

Que iniciativas foram tomadas para que a identidade organizacional seja a base da prática da liderança?

Como nutrir um campo seguro no ambiente de trabalho no qual possam brotar a confiança e o espírito de time?

Quais novas práticas é preciso adotar para servir de modelo e exemplo para a equipe ao alinhar o que pensa, fala e principalmente pratica da identidade da organização?

2. AJUDAR

· Entenda de uma vez por todas que você deve genuinamente cuidar das pessoas! Cuidar do seu time! Mas não confunda: quando falo em ajudar não me refiro a proteger.

· Ser gestor ou ser líder? Onde faltam líderes, falta inspiração, alinhamento, engajamento, falta visão e ação compartilhada e por consequência, faltam resultados excepcionais.

· Adote o estilo coach de liderança. Esse é o papel que você assume quando se compromete a apoiar alguém a atingir determinado resultado.

Momento de Reflexão

A serviço do que e de quem está a sua liderança?

Quais suas reais prioridades? Não as do papel mas as que emergem a partir da sua prática diária?

Qual seu estilo de liderança predominante?

O que podes fazer a partir de agora para se tornar o líder coach que precisa ser?

3. AVALIAR

· O feedback é uma ferramenta poderosa. Quando bem utilizada pode ter um efeito transformador.

· Quando nos referimos a feedback estamos tratando de três tipos de ajuda: reconhecimento, orientação e avaliação.

· O feedback eficaz é: descritivo e não avaliativo, específico e tem presente um forte desejo de ajudar o outro.

· Suspenda os seus julgamentos sobre as pessoas e sobre o que elas devem fazer, esteja presente com as pessoas.

Momento de Reflexão

Até esse momento de leitura e olhando minhas práticas como líder o que eu aprendi sobre mim que eu não sabia?

O que eu posso fazer a partir de agora para aprimorar a prática do feedback?

O que posso fazer para que a prática do feedback seja uma realidade entre os membros do meu time?

Qual o meu compromisso para fazer com que isso de fato aconteça?

4. DIFERENCIAR

· É injusto tratar diferentes de forma igual. Olhe com atenção para o momento de cada pessoa e exercite o reconhecimento e recompensa.

· Habitue-se a reconhecer e recompensar o mérito das pessoas e da equipe.

· Pense a pratique formas simples e diferentes para reconhecer e recompensar.

· Todos gostam de ouvir “uau, que massa o que você fez”, “você é importante pra mim”. Isso significa que a pessoa está sendo visto.

· Ser reconhecido e recompensado motiva – dá impulso e energia para fazer mais e melhor.

Momento de Reflexão

De que forma demonstra gratidão as pessoas e ao time pelo que fazem?

Com que frequência me permito demonstrar essa gratidão?

Quais impactos no ambiente de trabalho posso alcançar a medida que reconhecer e recompensar mais as pessoas e a equipe?

O que posso fazer hoje para reconhecer e recompensar as pessoas e a equipe pelo que fazem? Hoje = AGORA!

Adeus comando e controle

Pessoas dispostas a fazer um bom trabalho na organização, querendo contribuir com ideias, pronta para assumir responsabilidades – e gestore detendo-as, insistindo para que fiquem à espera de uma decisão e que sigam as instruções, normas e procedimentos padronizados. Como resultado: pessoas desmotivadas e líderes se perguntado porque ninguém se empenha e nem assume responsabilidades.

Em épocas de incerteza e turbulência não precisamos mais de comando e controle. Precisamos de meios melhores para mobilizar a inteligência de todos na solução de dificuldades e crises a medida que surgem.

O líder deve garantir que a organização se conheça. A tarefa do líder é reunir regularmente as pessoas, de modo que todos percebam com clareza o que estão fazendo, mantém uma conversa contínua sobre a identidade organizacional e sobre as mudanças pelas quais a empresa passa ao fazer seu trabalho num mundo em evolução.

Organização com clareza de propósito trabalham a partir da congruência e não da coerção. A clareza a respeito de que somos enquanto organização ou equipe gera liberdade para as contribuições individuais.

Crescemos numa cultura em que administrar era dizer as pessoas o que fazer, como fazer e depois verificar se tudo estava feito. Não podemos levar as pessoas a excelência apenas envolvê-las de modo que se disponham a fazer um trabalho excelente.

Quem age mecanicamente já perdeu capacidade de alcançar a excelência. O controle imposto gera passividade, resistência, ressentimento e irresponsabilidade.

Para onde foram os líderes?

Precisamos de líderes que confiem na criatividade, na liberdade, na generosidade e na efetividade inatas das pessoas e saibam como cultivar essas qualidades. Precisamos de líderes que afirmem a vida em vez de destruí-la.

Desafios para romper com paradigmas:

· É difícil romper o a tradição. Não é fácil inventar o novo.

· Os patrocinadores exigem o que lhes é familiar.

· Não há espaço para insucessos.

Caminhos para a Liderança Colaborativa

Precisamos de meios melhores para mobilizar a inteligência de todos na solução de dificuldades e crises a medida que surgem. E um caminho muito indicado é voltarmos a conversar, voltarmos a nos relacionar como seres humanos. As conversas precisam ir além do que se fala sobre rotinas, processos, problemas operacionais, resultados, planos de ação e ir na direção de como os relacionamentos podem ser melhores, como ampliar forças impulsoras e reduzir as forças restritivas existentes na dinâmica de funcionamento da equipe, como os valores tem sido praticados, como fortalecer a cultura organizacional.

Cuidar da dimensão técnico operacional é importante mas o líder também deve cuidar dos aspectos relacionados a dimensão sócio afetiva presente em todos os relacionamentos humanos.

Onde faltam gestores e lideres faltam resultados excepcionais tão necessários para que as empresas alcancem desempenho superior e vantagem competitiva sustentável.

E para chegar lá é necessário o uso de FERRAMENTAS.

E para ganhar habilidade no uso das ferramentas é preciso prática e repetição.

A seguir você vai encontrar um conjunto de ferramentas que irão te ajudar:- A conversar com a diversidade.- A discordar sem desagradar.- A abrir espaço para o novo.- A melhor lidar com as mudanças.- A praticar o conceito de liderança compartilhada.

- A dar os primeiros passos na aplicação do método Circulo de Ouro da Liderança.

Facilitação e Hosting

Existem algumas diferenças entre a facilitação e o hosting, apesar de tratar-se de um espectro contínuo e ambos serem necessários em maior ou menor grau para o sucesso de um processo coletivo. São formas complementares de liderança: a facilitação tende mais para o planejamento e o hosting para a espontaneidade.

A principal diferença está no fato do facilitador estar preocupado em levar o grupo a atingir um objetivo específico, enquanto o anfitrião está aberto e a serviço do que emerge do coletivo. Assim, o primeiro procura ficar fora do processo, exercendo um certo controle, tentando guiar o grupo ao destino, enquanto o segundo fica imerso no processo, aberto e atento ao que está acontecendo, criando e segurando o espaço para que o grupo se auto organize.

Facilitador :

Organizador da festa || Visão mecânica | Técnico do time | Liderar externamente

Host :

Anfitrião da festa | Visão orgânica | Capitão do time | Liderar de dentro do “campo coletivo”

O Caminho Quádruplo

A essência da prática de ser um anfitrião pode ser resumida em quatro condições básicas. Quando estas práticas estão presentes, boa parte do caminho para o trabalho coletivo efetivo e as ações sábias terá sido percorrido. Esteja Presente (Pré-sinta)Seja anfitrião de você mesmo primeiro – tenha coragem de estar no caos – mantenha o espaço aberto – esteja no fogo do presente.

Participe (Pratique conversações)Esteja disposto a ouvir plenamente, com respeito, sem julgamento e sem pensar que você já sabe todas as respostas.

Seja Anfitrião (Contribua)Seja corajoso, convidando e disposto a iniciar conversas que importam – encontre e seja anfitrião de perguntas importantes com todos os envolvidos – então assegure-se de que está colhendo as respostas, os padrões, insights, aprendizados e ações sábias.

Co-crie Comunicade (de Praticantes)Esteja disposto a co-criar e co-afitriar com outros, combinando seus conhecimentos, experiências e práticas, trabalhando em parceria.

O Modelo Caórdico

“Não há a menor dúvida em minha mente que caórdicos nós somos, caórdicos nós vamos permanecer, caórdico o mundo é, e caórdicas as nossas instituições tem que se tornar. É o caminho da vida dês de o começo do tempo e o único caminho para um mundo sustentável nos séculos por vir, enquanto a vida continua a evoluir para uma sempre crescente complexidade.” Dee Hock

O modelo caórdico é uma forma de entender sistemas, seja um ser vivo, a psique humana ou uma estrutura social (empresa, comunidade ou sociedade), e também como a variação ao longo do espectro do caos e da ordem influenciam os acontecimentos e os resultados. O caminho caórdico também representa uma inspiradora prática de liderança. O conceito foi criado por Dee Hock, fundador e primeiro CEO da Visa Internacional e foi o princípio por trás do crescimento da maior rede de cartões de crédito do mundo.

· Chamos: O extremo do agressivo do caos, dominado pelo ambiente destrutivo e o desmantelamento das estruturas e da organização.

· Caos: O espaço criativo da incerteza, onde acontecimentos espontâneos, o improviso e o imprevisível ocorrem. Excelente lugar para o surgimento do novo, porém a falta de pragmatismo impede que haja continuidade e concretização de ações e planos, tornando difícil a estabilidade de formas.

· Ordem: O espaço regular da previsibilidade, onde os padrões se repetem. Ótimo para ações práticas, mas o excesso de rigidez pode podar a imaginação e impedir a fertilidade.

· Controle: O extremo dominador da ordem, no qual a imposição forçada de conceitos e vontades pré-determinadas paralisa toda a inovação. O espaço mecanizado resultante sufoca a vida. O controle é o paradigma dominante na sociedade atual.

Também é importante entendermos as intersecções entre os diferentes espaços de organização:

· Ordem-Controle: Essa intersecção é comum nos atuais sistemas sociais, com freqüente extrapolação para o controle . Em tempos de estabilidade, é um caminho seguro para se seguir, oferecendo previsibilidade e “mais do mesmo”. Ótima opção para se manter o status-quo, porém, na presença de incerteza e necessidade de inovação, o apego cego a esse caminho pode ser extremamente ineficiente e gerar frustração, paralisando a criação.

· Caos-Ordem, o Caórdico: O princípio de organização fundamental da natureza e da evolução. Quando há caos e ordem simultaneamente, na medida certa, a auto-organização ocorre. Os sentimentos que encontramos no caminho caórdico freqüentemente são a ansiedade, o medo e a insegurança, tanto pessoalmente quanto em grupos. Quando reconhecemos estes sentimentos como nossos amigos (permitindo que continuemos nesse caminho) impressionantes e imprevisíveis resultados surgem espontaneamente internamente e na interação coletiva. A alegria da descoberta e da criação é uma conseqüência natural quando temos a coragem de atravessar o caórdico. A transição do controle para o caórdico é o movimento iminente da nossa cultura global atual.

Este modelo tem diversas aplicações, desde a compreensão de transformações pessoais, passando por processos de grupos, até mudanças organizacionais de larga escala. Com o aumento da complexidade das estruturas sociais para além da capacidade de compreensão individual e os desafios crescentes da nossa sociedades, é importante entender como nutrir o surgimento de sistemas vivos e orgânicos. Para entender um pouco melhor como aplicar esse modelo a criação ou transformação de organizações, veja os Passos Caórdicos.

Referências:Dee Hock, The Birth of Chaordic Age (livro)

Chaordic Commons (http://www.chaordic.org/)

O modelo Divergente e Convergente

Existem muitas abordagens, metodologias e ferramentas para trabalhos em grupos e para a construção colaborativa. Cada uma traz um conjunto de valores e modelos mentais que a embasam e justificam e que costumam variar um bocado de uma abordagem para outra. Porém um modelo aparece com notável freqüência em diferentes abordagens, nem sempre de forma idêntica, mas de maneira geral com princípios muito parecidos. Trata-se da idéia da divergência seguida de uma convergência da diversidade de ideias e opiniões em processos coletivos.

Este conceito de Divergente-Convergente foi descrito e explorado em detalhe por Sam Kaner, que o chama de “diamante da tomada de decisões participativas”. Conhecer e entender esse processo é importante para todos aqueles que se interessam por formas genuínas de colaboração e tomada de decição conjunta.

Estamos falando aqui de um mapa que tenta descrever um território, de um modelo para dinâmica de tomada de decisão em grupo, e é importante entender que não se trata de uma receita de bolo de como as coisas devem ser feitas, mas sim do reconhecimento e da sistematização do fluxo natural pelo qual os grupos passam quando têm a liberdade de tomar decisões em conjunto. O modelo se contrapõe à forma como estes processos são normalmente conduzidos (aí sim por causa das nossas expectativas e “fórmulas”), na qual as decisões acabam sendo precipitadas, especialmente quando o desconforto da divergência aparece.

Esta abordagem reconhece três momentos no processo de grupo, o divergente, o emergente e o convergente. Além de apresentar a dinâmica natural da divergência seguida de convergência, o principal diferencial deste modelo é a a sustentação da divergência, e consequente surgimento da fase intermediária, o momento emergente, que normalmente é visto como algo indesejado (inclusive sendo chamada de “zona de reclamação”).

O que o diagrama indica é que, à medida em que o tempo passa e o grupo tem a liberdade de participar e opinar sobre o tema em questão, a diversidade e quantidade de ideias e opiniões aumenta cada vez mais. Isto é normal, porém gera desconforto, e normalmente a pessoa encarregada, com maior nível hierárquico ou responsável pelo processo, intervém quando sua zona de conforto é excedida, forçando o grupo a uma conclusão ou decisão prematura (e portanto não genuinamente co-criada). Mas se tivermos a sabedoria de sustentar a divergência, garantindo que o diálogo seja mantido e que o espaço de participação seja de qualidade, naturalmente o grupo alcançará um momento caótico, que chamamos de fase emergente.

Neste instante começam a surgir os insights inspirados, a ideias inusitadas e a verdadeira inovação, que é composta de contribuições de diversas pessoas e não tem nenhum verdadeiro “dono”. É aqui que a mágica acontece! Se temos um facilitador habilidoso, ou um líder colaborativo experiente, ele permitirá que o grupo naturalmente caminhe para a convergência destas novas ideias, dando estrutura e ferramentas para isto. Por fim, concluímos o processo convergindo para uma solução realmente inovadora, criada por todos e pela qual o grupo todo se sente inspirado e engajado.

Utilizamos este modelo para gerar consciência no processo de tomada de decisão em grupo, especialmente em temas complexos que envolvem a criação coletiva de algo, indicando que a dúvida e o conflito são parte integrante do processo de criação e necessárias para o aparecimento do novo. Segue um breve resumo de cada fase:

Processo Divergente

– Gerar listas de ideias – Discutir de forma aberta e fluida – Buscar pontos de vista diversos – Suspender o julgamento.

Processo Emergente

– Entender a grande variedade de ideias diferentes e opostas – Aceitar a confusão, desconforto, impaciência, insegurança e reclamação – Reconhecer falhas de compreensão e comunicação como parte do processo participativo e superá-las – Perceber o emergente como natural e importante em processos de grupos, e não ignorar e evitá-lo – Sustentar essa fase para gerar compreensão comum e acordos sustentáveis.

Processo Convergente

– Organizar ideias em categorias – Resumir pontos chaves – Chegar a acordos – Exercer o julgamento.

Este modelo é baseado em quatro princípios centrais: a participação plena (todos são encorajados a falar e compartilhar ideias), a compreensão mútua (aceitação e reconhecimento das necessidades e pontos de vista dos outros), soluções inclusivas (integração das perspectivas e objetivos de todos) e responsabilidade compartilhada(todos reconhecem e assumem a responsabilidade pelo processo e pela implementação das decisões).

Certamente esse modelo não resolverá todos os problemas de um processo colaborativo, mas é um ótimo ponto de partida para entendermos a dinâmica dos grupos. Também ajuda bastante se percebemos em qual das 3 fases cada uma das ferramentas de facilitação se encaixa melhor, e as usarmos com esta consciência.

Círculo

O Círculo, roda ou conselho, é uma forma antiga de encontro que tem reunido pessoas em conversas respeitosas por milhões de anos. Em algumas regiões do mundo esta tradição continua intacta, mas em algumas sociedades foi praticamente esquecida. Peer Spirit Circling é uma metodologia moderna inspirada nesta tradição e ajuda as pessoas a se reunirem em conversas que preenchem o seu potencial para o diálogo, reabastecimento e mudança com base na sabedoria. Sentar em círculo e estar presente, conversar, ouvir, testemunhar, representar, reagir, aprofundar, espelhar, rir, chorar, lamentar, aprender com as experiências e compartilhar a sabedoria da experiência, estas práticas nutrem a alma inspirando novas formas de ser e atuar no mundo. Pessoas em círculos apoiam-se umas às outras e se descobrem através da conversa.

O Círculo intensifica as cooperações e aproxima emocionalmente as pessoas que trabalham juntas. Círculo não tem hierarquia – é a própria expressão da equidade. É assim que a cultura se conduz quando ouve e aprende a partir da contribuição de todos. Em um Círculo cada um tem uma posição espacial que é igual a cada outro no Círculo. Assume sua vez e o Círculo gira, fala e é ouvido. O Círculo honra todas as vozes e convida a sabedoria coletiva a estar no centro. Para ser seguro, tudo que for dito deve ser tratado com respeito. Revelar-se demanda coragem e confiança, e isso deve ser honrado e mantido em confidencialidade.

PrincípiosLiderança rotativa;Responsabilidade compartilhada (assuma-a!);Ter um propósito maior que una os participantes.

Práticas

Falar com intenção, notando o que tem relevância para a conversa no momento. Falar em primeira pessoa pode ser um grande aliado;Ouvir com atenção e com o coração, com respeito ao processo de aprendizado de todos os membros do grupo;Contribuir para o bem-estar do grupo, permanecendo atento ao impacto de nossas contribuições.

Quatro Acordos

Ouvir sem julgamentos (diminua o ritmo, a ansiedade e ouça);O que for dito no círculo permanece no círculo; Ofereça o que você pode dar e peça o que precisa;O silêncio faz parte da conversa e gera aprendizados.Como fazer?Fazer um círculo é algo que se aprende desde os primeiros anos de idade. Quem não se lembra desta frase: vamos dar as mãos e fazer um círculo!?

O importante é as pessoas ficarem no círculo de maneira que todas consigam se olhar. Elas podem estar sentadas no chão ou em cadeiras.

Para iniciar um círculo, alguém deve colocar uma intenção, oferecer uma estrutura básica e estar à disposição do grupo para expor os princípios do círculo e seu funcionamento, até que as pessoas estejam mais a vontade no círculo. Um círculo pode acontecer apenas uma vez ou várias vezes, durante meses ou até anos! Em Círculos constantes o anfitrião muda, e a responsabilidade do círculo é compartilhada por todos.

Uma função muito importante no círculo é o guardião. Esta pessoa pode ser escolhida pelo grupo ou se voluntariar. Sua função é cuidar do grupo, prestando atenção no nível de energia, observar e perceber o que o grupo está precisando, relembrar a intenção daquele círculo quando necessário, e também cuidar do tempo.

A transição de uma conversa “normal” para o Círculo, a transição do mundano para o Espaço Sagrado, necessita de mais do que um chamado “é hora de começar”. Um toque especial pode fazer com que isso aconteça, com respeito e intenção. Alguns Círculos começam dando-se as mãos e se aquietando, outros com o som de um sino... escolha e experimente qual é a melhor maneira de chamar o círculo.

Assim como há maneiras de abrir o Círculo, há também maneiras de fechá-lo. Palavras, ritual, sons, quietude, apagar a vela.....

Ouvir é tão importante quanto falar. Uma ferramenta que contribui com o Círculo é o “bastão da fala”, e ele pode ser qualquer objeto. Esta é uma prática da tradição nativa norte-americana. Enquanto um está segurando o bastão, ele tem a palavra e não é interrompido. Com o “bastão da fala” ouvimos mais intensamente e elaboramos nossos pensamentos antes de falar. Com o “bastão da fala” nós invocamos a sabedoria, a honestidade e a compaixão que existe no centro do Círculo e em nós.

“Uso o Círculo para reflexão e reduzir a velocidade do nosso falar e ouvir.” – Chris Corrigan

Referências:Christina Baldwin, Calling the Circle (livro) – PeerSpirit (http://www.peerspirit.com)

Investigação Apreciativa

Trata-se de uma forma cooperativa e co-evolucionária de buscar o melhor das pessoas, de suas organizações e do mundo ao redor delas. Envolve a descoberta (daí o nome “investigação”) sistemática do que dá vida a uma organização, o que chamamos de núcleo positivo, nas situações de maior efetividade e capacidade. Busca-se as possibilidades positivas, porém desconhecidas, inexploradas em cada organização ou comunidade.

Na Investigação Apreciativa, a intervenção cede lugar à investigação, imaginação e inovação. Ao invés de negação, críticas e diagnósticos complicados, há descoberta, sonho e desenho de possibilidades. Envolve a arte e a prática incondicional de fazer perguntas positivas que fortalecem a capacidade do sistema de antecipar e explorar potenciais positivos. Através de Investigação Apreciativa, centenas ou até milhares de pessoas podem ser envolvidas em co-criar seu futuro coletivo, em transformações organizacionais de larga escala.

Normalmente é implementada através de séries de entrevistas e diálogos em todos os níveis da organização e alguns momentos de encontros maiores. Ao invés de perguntarmos “o que está errado” perguntamos “o que é possível”.

Referências:

David Cooperrider & Diana Whitney, Appreciative Inquiry.

Open Space

O que é ?

Open Space Technology (OST), ou simplesmente Espaço Aberto, é uma ferramenta que possibilita a criação de um espaço aberto no qual os participantes propõem e se responsabilizam pelos temas a serem discutidos e aprofundados, criando a própria agenda do evento. É uma forma de organizar reuniões, conferências ou grupos aproveitando a motivação dos indivíduos, fazendo uso da capacidade de auto-organização inerente a qualquer sistema vivo (neste caso, as pessoas), provocando uma migração dos participantes da posição de expectadores para protagonistas do processo. Pode ser usado para o planejamento de ações, resolução de conflitos, gerar novas ideias...

Normalmente são 2 a 3 momentos de conversas com cerca de 1 hora cada e algo entre 5 a 20 locais disponíveis para conversas, dependendo do tamanho do grupo.

Papéis: Anfitrião | Participante | Abelha | Borboleta

As “abelhas” tem o papel de sair da sessão para qual se inscreveram e se juntarem (discretamente) a outra, permitindo que as ideias dos diálogos nos diferentes locais possam se intercruzar, assim como ocorre na natureza com a polinização das plantas.

Enquanto isso, as “borboletas” detém o papel de ir às reuniões ou não, podendo ser encontradas no jardim ou em outros espaços fora das salas. Em torno delas podem surgir outras conversas que não estão sendo exploradas por nenhum tema proposto mas estão relacionadas a pergunta norteadora, e por isso, devem ser levadas a plenária final.

Princípios:Quem quer que venha são as pessoas certas;Quando começar é a hora certa;O que quer que aconteça é a única coisa que poderia ter acontecido;Quando acabar, acabou.

Outras considerações:

O Espaço Aberto possibilita que qualquer tipo de pessoa, em qualquer tipo de organização possa criar reuniões e eventos inspiradores capazes de gerar novas ideias e soluções diante de um problema real

Um dos pontos mais importantes e difíceis para o sucesso de um Espaço Aberto é o papel do 'facilitador' durante o processo. Ele deve realmente acreditar que o grupo está encontrando seu próprio caminho e nunca impor sua própria agenda ou esperar por resultados específicos.

O Espaço Aberto não é indicado para situações em que o cliente ou as pessoas envolvidas não estão preparadas para abandonar suas expectativas pessoais, e realmente acreditar que o que tiver que acontecer é o melhor resultado possível.

Assim, a elaboração de uma boa pergunta guarda-chuva é algo essencial nessa ferramenta. Enquanto facilitadores de um Espaço Aberto buscamos potencializar nossa propositividade e assertividade (Yang) ao elaborar e lançar a pergunta e, em seguida, entregamos confiantes (Yin) aos participantes o trabalho a ser feito, acreditando que as melhores conversas e resultados serão alcançados pelo próprio grupo.

Outro aspecto importante em um processo como esse é o registro das conversas que acontecem, o que também chamamos de colheita Espaço Aberto. Há diversas maneiras de se fazer isto, sendo que uma das mais usadas é a criação de um “template” para que cada grupo ao longo da sua conversa registre a essência do que foi falado. Isto normalmente é feito em folhas de flip-chart para que fique visível para todos no grupo e possa ser compartilhado com mais pessoas no fechamento.

Quando utilizar?O open space é útil para quase todos os contextos, incluindo direcionamentos estratégicos, projeções de futuro, resolução de conflitos, construção de moral, consulta com influenciadores, planejamento comunitário, colaboração e aprendizagem profunda em e questões e perspectivas.

As condições para um bom open space:Quando estamos diante de um problema real;Onde há diversidade e complexidade (de pessoas e opiniões);Senso de urgência (é para ontem!);Conflito efetivo ou potencial;Desprendimento do resultado;Com grupos a partir de 12 pessoas, até centenas de participantes.

O que é necessário?

Espaço físico

Uma sala grande o suficiente para acolher o grupo inteiro durante as plenárias;Paredes ou murais onde a Agenda será afixada;Outras salas ou locais para as conversas sobre os temas propostos;Estandes de cavalete ou papel nas paredes para a colheita escrita ou gráfica de ideias-chave pode ser útil;Microfones se necessário.

TempoDependendo de onde se pretende chegar, um Espaço Aberto pode ser realizado num período de 3 horas ou até em 3 dias.

Lei dos Dois Pés:

Use sem restrições...

"Se você está em um lugar onde não esteja nem contribuindo, nem aprendendo, use os seus dois pés e vá para um lugar onde esteja."

Referências:Harrison Owen, Open Space Technology (livro) – Open Space World

(http://www.openspaceworld.org/)

World Café

O World Café, ou carinhosamente traduzido como Café com Prosa, é um método para criar uma rede viva de diálogo colaborativo sobre questões que importam em situações da vida real. É muito produtivo para gerar ideias ou reunir conhecimentos diversos em torno de um tema. Também é aplicável em situações nas quais precisa-se construir convergência de entendimento. Na medida em que criamos nossas vidas, nossas organizações e nossas comunidades estamos, de fato, movendo-nos entre as ‘mesas de conversas’ do World Café. (The World Café Resource Guide).

Princípios:

Criar um espaço acolhedor;Explorar questões que realmente importam;Encorajar a contribuição de cada um;Conectar ideias e pessoas diversas;Escutar juntos padrões, insights e questões profundas e relevantes;Tornar o conhecimento coletivo visível.

Pressupostos:

O conhecimento e sabedoria que precisamos estão presentes e acessíveis;Insights coletivos desenvolvem-se quando: honramos contribuições únicas; conectamos ideias; escutamos o centro; percebemos temas e questões profundas;A inteligência emerge quando o sistema conecta-se consigo mesmo de maneira diversa e criativa.

A(s) pergunta(s) noteadora(s):

Um dos elementos centrais em um World Café é a elaboração da pergunta norteadora das conversas. Pode ser uma única em todas as rodadas ou um conjunto de perguntas interligadas entre si. Boas perguntas de World café são aquelas que se dirigem ao coletivo e reúnem, ou provocam, as pessoas em torno de um assunto instigante de interesse comum, que o coletivo tenha vontade de explorar. Importante, estamos perguntando ao coletivo como um todo!

O que é World Café?

O World Café é uma forma intencional para criar uma rede viva de conversas em torno de questões que importam. É uma metodologia criativa para anfitriar conversas autênticas em grupos de todos os tamanhos. Você junta várias outras pessoas em mesas de café ou em pequenos agrupamentos de conversa para explorar uma questão ou problema que realmente seja importante para sua vida, trabalho ou comunidade. Outros estão sentados em mesas ou agrupamentos vizinhos explorando questões semelhantes ao mesmo tempo. Você não vai ficar sentado por muito tempo, porque parte da emoção de participar do World Café é a oportunidade de passar para um outro grupo, visitando novas pessoas, e assim polinizar ideias cruzadas e insights.

À medida que as conversas se conectam, o conhecimento coletivo cresce e evolui. A sensação de um todo maior torna-se real. A sabedoria do grupo se torna mais visível. O World Café é também uma metáfora útil para perceber como podemos aprender, compartilhar conhecimento, tornar significativo, e co-evoluir nosso futuro através das redes vivas de conversas em que participamos. Assim como os peixes não veem a água em que nadam, muitas vezes não vemos as teias de conversa em que nos envolvemos e sua importância para o futuro de nossas organizações e comunidades como sistemas vivos. Em uma reunião de World Café, as pessoas têm a oportunidade de experimentar essas invisíveis redes de aprendizagem mais intencionalmente. Quanto se chega na essência, redes vivas de conversação são o coração de nossa capacidade como comunidade humana criadora dos futuros que nós queremos, ao invés de sermos forçados a viver com os futuros que se apresentam.

Diversos tipos de World Café já foram realizados, desde grandes encontros com 1200 participantes até pequenos grupos de uma dúzia de pessoas. Os objetivos de cada um deles foram tão diversos como as pessoas presentes. No entanto, o World Café em si tem demonstrado uma notável capacidade de promover a conversação autêntica entre as pessoas que podem nunca ter se conhecido e que não tiveram treinamentos formais de diálogo.

O World Café tem como pressuposto que as pessoas já têm dentro de si a sabedoria e criatividade para enfrentar até mesmo os mais difíceis desafios. Dado o contexto apropriado e foco, é possível para os membros acessar conhecimento profundo sobre o que importa. Nossa experiência mostrou que há seis princípios de funcionamento subjacentes às conversas no estilo World Café. Quando estes seis princípios são usados em combinação, eles têm a capacidade de fomentar a colaboração e o diálogo, fortalecer a comunidade, despertar insights criativos e criar novas possibilidades para a ação construtiva.

Etiqueta do World Café::

Concentre-se no que importa.Contribua com seus pensamentos e experiências – Compartilhe suas ideias.Fale do coração – Participe de corpo e alma.Ouça para entender.Ligue e conecte ideias.Ouça junto com o grupo, buscando insights temas e questões relevantes.Divirta-se, rabisque, desenhe! Escrever nas toalhas de mesa é encorajado!

Eu sou o Anfitrião do Café, o que devo fazer?

O trabalho do Anfitrião do Café é garantir que as seis diretrizes para o diálogo e compromisso sejam colocadas em ação. Mais importante que seguir normas é vivenciar o espírito das diretrizes. Organizar um Café exige consideração, talento artístico e cuidado. O Anfitrião do Café pode fazer a diferença entre uma conversação interessante e um diálogo transformador.

· Trabalhe com a equipe de planejamento para determinar o objetivo do Café e decida quem deverá ser convidado para o encontro.

· Escolha o nome do seu Café de maneira adequada ao seu objetivo, por exemplo: Café da Liderança; Café do Conhecimento; Café da Estratégia; Café do Descobrimento, etc.

· Ajude a criar o convite.

· Trabalhe com outras pessoas para criar um ambiente de Café confortável.

· Recepcione os participantes conforme forem entrando.

· Explique o objetivo do encontro.

· Coloque a pergunta ou os temas para as rodadas de conversa e assegure-se que a pergunta esteja visível para todos em um retroprojetor, flipchart ou em fichas sobre cada mesa.

· Explique as diretrizes do Café e a Etiqueta do Café e coloque-as no retroprojetor, uma folha no cavalete ou em fichas sobre cada mesa.

· Explique como a logística do Café funcionará, inclusive o papel do Anfitrião da Mesa (a pessoa que será voluntária para permanecer na mesa ao final da primeira rodada e recepcionar os recém-chegados à sua mesa.)

· Durante a conversa, ande entre as mesas.

· Incentive todos a participar.

· Lembre às pessoas para que anotem as ideias-chave, rabisquem e desenhem.

· Informe às pessoas, delicadamente, quando for hora de prosseguir e iniciar uma nova rodada de conversa,

· Certifique-se que os insights-chave sejam registrados visualmente ou apresentados, se possível.

· Seja criativo na adaptação das seis diretrizes do Café, para satisfazer às necessidades únicas da sua situação.

Sou um Anfitrião de Mesa, o que devo fazer?

· Lembre as pessoas na sua mesa a anotar as principais conexões, ideias, descobertas e perguntas mais profundas, conforme forem surgindo.

· Permaneça na mesa quando os demais saírem e recepcione os viajantes das outras mesas.

· Resumidamente compartilhe os insights-chave da conversa anterior para que os outros possam ligar e construir utilizando ideias de suas respectivas mesas.

O que é essencial a respeito do método do World Café?

Delineamos uma série de diretrizes para colocar a conversação em funcionamento por meio do diálogo e do compromisso. Se você utilizar essas diretrizes ao planejar as suas reuniões, ficará surpreso com a qualidade dos resultados obtidos. Ao organizar uma Conversação de Café usando todas essas d i ret r izes simultaneamente, você descobrirá que é capaz de criar um ambiente de Café único, onde resultados surpreendentes e úteis são mais que prováveis de acontecer. O Café é construído sobre a suposição de que as pessoas já possuem dentro delas a sabedoria e criatividade para confrontar até mesmo os desafios mais difíceis. Dado o contexto e foco adequado, é possível acessar e usar este conhecimento mais profundo sobre o que é mais relevante.

Fontes:The World Café Community.

Juanita Brown and David Isaacs, The World Café: Shaping Our Futures Through Conversations That Matter (livro) – The World

Café Site (http://www.theworldcafe.com)

Pro-Action Café

O Pro-Action Café, ou Café Pró-Ativo é uma mistura das tecnologias “World Café” e “Open Space”. Foi concebido primeiramente por Rainer Von Leoprechting e Ria Baeck em Bruxelas, na Bélgica.

Assim como no World Café, realizam-se conversas em mesas rotativas, ou seja, cada pessoa participa de diversas conversas. Sendo assim, evoca, traz à tona e torna visível a inteligência coletiva do grupo, através da polinização de ideias.

Assim como no Open Space, não há uma agenda pré-definida. Os temas das conversas são propostos pelos próprios participantes.

Para que serve o Pro Action Café?

O Pro-Action Café promove espaço para conversas orientadas para a criação, inovação e ação. Os participantes são convidados a trazerem chamados, ideias, projetos, trabalhos em andamento que tenham dilemas, questionamentos ou o que quer que seja, que seja significativo para eles. As conversas ocorrem com o intuito de colher contribuições da inteligência coletiva presente para a manifestação dos chamados no mundo, ou mesmo para levá-los para a prática.

Estas conversas se conectam e se constroem, a medida que as pessoas se movem entre as mesas de café, polinizam ideias de forma cruzada, e oferecem novos insights para as questões ou assuntos que são muito importantes em suas vidas, trabalho, organizações ou comunidades.

O Pro-Action Café acessa e torna visível a inteligência coletiva de qualquer grupo, aumentando a capacidade das pessoas para ação efetiva. Pode ser aplicado para uma rede de pessoas ou para grupos específicos, em organizações ou comunidades, para engajar conversas criativas que inspirem e contribuam para ações mais sábias.

Neste processo, todos os participantes são presenteados com a oportunidade de colher contribuições para suas próprias questões e projetos, mesmo que estes não sejam temas de conversas. Ou seja, sendo participante das conversas, estamos o tempo todo dando e recebendo contribuições. O princípio aqui é confiar que as pessoas são capazes de colher do processo o que precisam para atender suas necessidades.

Fluxo Geral de um Pro-Action Café

São necessárias 2,5 a 3 horas para um bom Pro-Action Café. Descrevemos aqui o fluxo:

Chegando e quebrando o gelo

O processo começa com um rápido check-in em círculo para conectar com o propósito da sessão e com os demais participantes. Se o check-in já tiver sido realizado como parte de um processo mais longo, pode-se ir direto para a construção da agenda.

Conectando-se com as questões importantes – tornando-se presente

Começamos convidando o grupo para um momento de silêncio e relaxamento, para que cada participante possa acessar um tema: deve ser uma questão, um sonho ou um projeto com que o indivíduo realmente se importe, algo que queira muito realizar e para o qual aceita e gostaria de receber ajuda.

O convite para entrar neste momento pode ser feito através de algum exercício de relaxamento físico, uma massagem ou outra forma que o anfitrião sinta ser mais confortável. Ao retornar do silêncio, abrimos espaço para que alguns participantes tragam temas que possam ser beneficiados pelas contribuições dos demais, aqui e agora.

Anunciando os temas e organizando as conversas

Convide os participantes a apresentarem seu chamado e pedir para a comunidade a ajuda que precisam para colocá-lo em prática.

Quem tem um tema (um chamado, um projeto...) fica de pé, o apresenta e o coloca na agenda no espaço correspondente a um local de conversa identificado (numerado).

Este processo é repetido até que todas as mesas estejam preenchidas (cada mesa tem 1 anfitrião de tema + 3 participantes).

A quantidade de chamadores com projetos que podem ser trabalhados nas sessões corresponde ao número total de participantes dividido por 4. Ex. para um grupo de 40 pessoas, teremos 10 temas no máximo. O princípio para a definição dos temas é: quem se manifesta primeiro tem a preferência. Se houver menos temas, adicione mais cadeiras às conversas, mas procure não deixar mais de 5 cadeiras por mesa.

Se houver muita gente, crie um processo simples que não tome muito tempo para alocar os diferentes temas nas mesas.

Assim que a agenda de temas for criada [pode ser feita do mesmo modo que em um Open Space], convide os chamadores para irem para os locais identificados correspondentes [obs: o processo flui melhor se todos os espaços de conversa estiverem em um mesmo ambiente]. Em seguida, os participantes podem se distribuir organicamente respeitando o numero de 3 participantes + 1 anfitrião por conversa.

Haverá 3 rodadas de conversa. Sendo assim, durante o processo, cada participante contribuinte (os que não trouxeram temas) apoiará 3 projetos diferentes (um em cada rodada).

Em cada rodada são apresentadas questões norteadoras para as conversas, cuja intenção é aprofundar o processo de aprendizagem de todos os participantes.

As rodadas duram de 20 a 30 minutos. A definição exata deste tempo pode ser feita observando o grupo a cada rodada.

Dica: Seja um bom anfitrião do coletivo. Interrupções das conversas e movimentação dos grupos são momentos delicados que precisam ser cuidados. Se tiver flexibilidade no tempo, observar o barulho ambiente e as expressões não verbais pode ser um bom caminho. Normalmente, o início das rodadas é mais agitado, seguido de um ou mais momentos introspectivos, que tendem a ser os mais criativos, nos quais as boas ideias surgem. Um momento agitado mais constante e longo, que ocorra logo depois de um ou mais momentos calmos no ambiente, provavelmente significa que os grupos já dispersaram do tema. Por isto, pode ser interessante para o termino de uma rodada.Antes de iniciar as rodadas, vale relembrar a etiqueta do World Café, para orientar a participação nas conversas. Convide os participantes a apoiarem o anfitrião em seu tema, compartilhe sua experiência, mas lembrando que não estão lá para dar conselhos ou resolver um problema.Convide-os a uma escuta profunda e à fala com intenção (se achar oportuno, use um objeto da fala em cada conversa – assim como fazemos em muitos Círculos).Busque padrões mais profundos e elementos comunsConvide-os a escrever, esquematizar ou desenhar nas “toalhas de mesa”Convide também os anfitriões a uma escuta com atenção e qualidade: o participante que chega em sua conversa é um presente!

Feedback final em Círculo

Aqui reunimos todo o grupo em círculo e os anfitriões dos temas compartilham brevemente o que aconteceu. Outros participantes também podem compartilhar insights adicionais.

Se houver tempo, o grupo todo pode refletir junto de forma breve sobre: Que oportunidades vemos para prática do Pro- Action Café em nossos contextos?

Finalize o Pro-Action Café com um gesto coletivo de apreciação ao trabalho realizado e os presentes dados e recebidos.

Materiais e organização:

Idealmente, crie um círculo grande em uma parte do espaço (sala) e do outro lado, monte espaços de conversa de 4-5 lugares cada um em quantidade suficiente para as conversas. Se o espaço não permitir a criação destes dois ambientes, então os participantes modificam o layout do espaço quando for necessário. Prepare as mesas da mesma forma que no World Café, com folhas de flip chart e material para anotações.

Prepare a matriz da agenda com a quantidade correta de sessões de acordo com o numero total de participantes, dividido por 4.

Divirtam-se e façam um bom trabalho juntos!

Perguntas poderosas

A(s) pergunta(s) que você escolher ou que os participantes descobrirem durante um diálogo é (são) crucial(ais) para o sucesso. Você poderá explorar uma única pergunta ou diversas perguntas poderão ser desenvolvidas para dar apoio a uma progressão lógica de descoberta por diversas rodadas de diálogo.Lembre-se que...Perguntas primorosas atraem energia e focam a nossa atenção ao que realmente importa. Anfitriões de Café experientes recomendam fazer perguntas abertas que geram respostas mais descritivas e narrativas em relação às perguntas fechadas que geram respostas do tipo “sim” ou “não”.

Boas perguntas não precisam indicar passos de ação imediatos ou solução de problemas. Elas devem convidar à indagação e a descoberta em vez de provocar um sentimento de defesa e busca de vantagem pessoal ou de um grupo.

Você saberá que possui uma boa pergunta quando ela continuar a aflorar novas ideias e possibilidades.

Apresente possíveis perguntas de pessoas chave que vão participar do Café para ver se elas mantêm o interesse e energia os demais participantes.

1a rodada

- Qual é a questão que está por trás deste chamado, questão ou projeto? Qual é a verdadeira questão? – para aprofundar a necessidade e o propósito a partir da história trazida pelo anfitrião. O mais importante aqui é refinar a questão. Se a ajuda é necessária, é muito provável que a questão não esteja clara. Aqui não se dá conselhos, mas sim ajuda-se o anfitrião da mesa a ter novos insights.

Intervalo curto (5min) entre 1a e 2a rodadas somente para relaxar, arejar.

2a rodada

- O que ainda não estamos vendo? Que outras contribuições podem ser dadas para ampliar os horizontes, a percepção, bem como potencializar este projeto / questão? – explorar o que poderia fazer o projeto mais completo e possível. Ampliar os horizontes. Uma vez definida a questão, o que pode completar o quadro, ou a cena? Que aspectos não foram abordados? Olhar sob outras perspectivas. Buscar soluções ainda não consideradas. Aprofundar a questão e buscar mais perguntas, possibilidades, insights, ideias, ação, ajudas.

Intervalo curto (5min) entre 2a e 3a rodadas somente para relaxar, arejar.

3a rodadaDependendo do tempo disponível, esta 3a rodada pode ser dividida em 2 ou 3 etapas. Priorize a 2a etapa (coletiva) caso não haja tempo para todas elas:

Etapa individual: alguns minutos para o anfitrião do tema refletir (sozinho) sobre as três questões a seguir e colher os principais insights: Quais são meus próximos passos? Que ajudas ainda preciso? O que aprendi? – para ajudar o anfitrião a “juntar as peças” e sintetizar o seu projeto. Na questão sobre os próximos passos (acima), não é necessário focar em algo “pesado”, mas sim em algo elegante que realmente influenciará significativamente o sistema.

Etapa coletiva: três novos participantes contribuintes visitam cada mesa para ouvir o registro do anfitrião, seu aprendizado, seus passos, ajudas necessárias e oferecem qualquer outro novo insight. Pergunta aos participantes em cada conversa, para ser explorada a partir do compartilhamento do anfitrião: Como podemos fazer este projeto ainda mais elegante? Aqui não é mais um momento de debate, mas sim de captura de últimas sugestões espontâneas deste último grupo.

O tempo restante pode ser dedicado à reflexão de todos os participantes sobre o que aprenderam durante este processo. A intenção é que seja uma reflexão e colheita de processo, mais do que de conteúdo, um momento para explicitar a consciência de que podemos aprender e nos beneficiarmos destas conversas, mesmo sem ser o anfitrião de um tema em alguma das mesas. Deixe que os insights espontâneos emerjam. Se necessário, pode-se recorrer a perguntas e reflexões como: Entrar em contato com estes projetos te inspira a propor seus projetos no mundo? Quais seriam? De que forma o que exploramos aqui ajuda em seus próprios projetos?

Uma pergunta poderosa

É simples e claraProvoca o pensamentoGera energiaEnfoca a indagaçãoAflora suposições inconscientesAbre novas possibilidades

Conclusão

Somente no dicionário o sucesso vem antes do trabalho! Bota pra fazer, é hora de mão na massa, mergulhar de cabeça. Vai lá e faz! Implemente essas dicas e me deixe saber se você está colhendo novos resultados. Vou ficar muito feliz em saber detalhes da sua caminhada em direção a atingir resultados excepcionais e transformar o mundo num lugar melhor.

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Quem sou

Mestre em Administração com ênfase em Estratégias Organizacionais, MBA em Varejo – FGV/SP e MBA em Marketing – FGV/RJ, formado em Administração de Empresas, Coach pelo IBC – Instituto Brasileiro de Coaching. Atua e desenvolve trabalhos nas áreas de Gestão e Liderança tendo reconhecida experiência no desenvolvimento de líderes e equipes. Possui mais 20 anos de atuação executiva em empresas como Lojas Renner, Camicado e Muttare Consultoria de Gestão. É membro da SBDG onde realiza formação em Dinâmica dos Grupos e da comunidade global de aprendizado e prática de processos participativos Art of Hosting.Costumo dizer que não sou e sim estou em busca da minha melhor versão. Para isso me dedico profundamente a cada projeto do qual faço parte. Mergulho de forma profunda, sem boia. Gosto de perguntas mais do que de respostas. Acredito que feito é melhor que perfeito, que saber e não fazer é o mesmo que não saber e que é possível fazer diferente e melhor todos os dias. Num mundo no qual agora que encontrei as respostas mudaram as perguntas aprender sempre é essencial para mim. Valorizo a honestidade, perseverança, colaboração, cuidado e organização.

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