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Otto

Lennon Márquez

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Capítulo 1: Die GlockeNa década de 40, os Alemães investiram em armas e tecnologias totalmente à frente do seu tempo. Algumas vieram à tona e até mesmo serviram, durante certo tempo, na guerra. A mais famosa, foi o Messerschmitt ME-262, a primeira aeronave à jato do mundo, recebida pelo Führer como algo que poderia mudar o rumo da guerra e temida pelos aliados.Quando em combate, o ME-262 era tão rápido que mal podia ser visto pelos seus inimigos, com ataques furtivos, ele poderia levar à cabo suas missões em apenas alguns minutos.Mas, os nazistas ainda preparavam outras armas incríveis, muito mais do que um avião à jato. Não se sabe, até hoje, se o próprio Hitler tinha conhecimento total à respeito destes projetos.Os projetos da Wunderwaffen (superarmas) abrangiam todas as forças armadas do Reich. Talvez a mais surpreendente das armas, seria ''Die Glocke'' (o sino). Os melhores cientistas do Reich estavam envolvidos neste projeto, que era executado em um vale isolado, em Ludwikowice, Polônia. Este vale era mantido em segredo e altamente protegido pela SS, apenas pessoas envolvidas com o projeto deveriam permanecer ali e nunca sairiam enquanto os trabalhos continuassem.

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O 'sino' era uma construção de formato cilíndrico, capaz de distorcer o espaço-tempo, através de um alto magnetismo gerado por seus cilindros cheios de Xerum 525, líquido altamente explosivo e radioativo.Um oficial da Luftwaffe, altamente condecorado por suas façanhas no ar, foi chamado para testar esta magnífica máquina. Seu nome? Otto Richttenfeldt e é aqui que sua história começa.Capítulo 2: ConvocaçãoEsta guerra já tirou dos céus vários de meus amigos. Ainda não sei ao certo quantos amigos de outros combatentes eu também derrubei. Sei que foram muitos, mas esta é minha missão. É meu dever, como cidadão do Reich, manter essas ameaças longe da minha família, do meu povo e do meu Führer. Tenho apenas 21 anos mas já fui condecorado com as mais altas medalhas do ar, meus pais tem orgulho de mim, mas quando esta guerra acabar eu não quero ter que dar nem mais um tiro na minha vida. Enquanto estamos no ar, apenas pensamos que somos livres como os pássaros, mas quem dera que tivéssemos as mesmas responsabilidades que eles. Voar e voar. Sem tem que lutar para sobreviver, contra um inimigo que você não conhece. O piloto do avião inimigo tem uma família, assim como eu e tem suas missões, assim como eu. Todo homem deveria voar, ao

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menos uma vez na vida. Estar no céu é a melhor coisa que alguém pode fazer.Este ano de 1943 tem sido duro, mas creio na vitória. Nossa gloriosa Luftwaffe está preparando novas armas e eu estou ansioso em poder utilizá-las. Quanto mais forte for o golpe no inimigo, mas rápido isso tudo acabará e todos poderão voltar para casa.Hoje, dia 20 de maio de 1943, recebi uma carta, diretamente do comando da Waffen-Schutzstaffel, onde fui convocado para participar de um projeto altamente secreto. Poucas linhas descreviam o documento que dizia apenas para eu me apresentar na manhã seguinte ao meu esquadrão, de onde eu seria levado até as instalações deste projeto.Como já estava anoitecendo, conclui que deveria descansar até a manhã seguinte para proceder com a missão incumbida à mim nesta importantíssima carta. Resolvi que seria justo um jantar a mais com meus pais, já que não havia prazo de retorno. Obviamente eles ficaram preocupados, mas sua confiança inabalável nos propósitos do Reich os confortou.Já era tarde, meu relógio marcava 3 horas da madrugada e eu não havia fechado os olhos, isso que iria acordar cedo, às 6 da manhã. Eu estava intrigado com os propósitos desse projeto tão secreto, fiquei horas pensando que, alguma coisa que eu fizesse poderia colocar meu nome na história e, sem falsa modéstia, já sabia que eu seria lembrado.

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A manhã chega, fria como nunca. Visto meu uniforme e me dirijo à minha base. Alguns minutos após minha chegada, um carro preto elegante chega ás instalações do meu esquadrão, eu o observo pela janela e não creio no que estou vendo:- Heinrich Himmler em pessoa veio me visitar? Isso deve ser algo realmente importante. – concluí.Himmler ao entrar na sala onde eu estava, olha firme em meus olhos e eu, mantendo continência a ele, demonstrava a ansiedade em que estava para saber qual seria minha designação.- À vontade meu caro, aqui não precisamos disso e nem da saudação (Heil Hitler). Você foi sendo estudado pela inteligência da SS ao longo dos anos, por ter demonstrado tamanha destreza no combate aéreo, lealdade ao Reich e extrema resistência física. Você foi escolhido dentre milhares, mas aqui não vamos falar sobre isso. – disse Himmler.Nos dirigimos à um avião, desconhecido por mim, mas que segundo Himmler iria entrar para a história. Tratava-se de um Arado AR 234, que teve seu primeiro vôo oficial só alguns meses após este nosso encontro, porém que já vinha sido mantido em segredo há muito tempo.Um avião com aspecto de bombardeiro, movido

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por dois motores à jato que expeliam um som extremamente lindo, uma música aos ouvidos de um piloto de BF 109 como eu.Me senti como uma criança ao ver um brinquedo novo e totalmente orgulho em saber que aquela tecnologia pertencia e fora desenvolvida pelo Reich. O avião era desprovido de janelas laterais, segundo Himmler era para a minha própria segurança não saber onde estava indo. Levamos algumas horas até a chegada no local, uma instalação altamente protegida, encravada em um vale coberto de florestas.Himmler mandou um soldado me encaminhar ao meu dormitório, e marcou uma reunião na hora do almoço da qual eu não poderia me atrasar.Em cima da minha cama, havia um uniforme novo, semelhante ao de oficiais da SS, exceto por um detalhe: no ombro esquerdo existia a palavra 'Chronos' , da qual eu só saberia o significado naquele almoço marcado para mais tarde.Eram 10 horas da manhã. O almoço seria às 12 horas. Vesti meu uniforme e andei pelas instalações. Notei que haviam muitos cientistas, desconfiei por ter visto o famoso Wernher Von Braun, mas não acreditei que estava tão próximo á ele.

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Aquela instalação magnífica, totalmente moderna, de corredores largos e bem iluminada, não parecia que estava encravada no subterrâneo de uma rocha isolada em algum lugar que eu ainda não sabia ao certo onde era.Não me foi permitido a comunicação com ninguém da minha família, mas me foi garantido a sua total segurança e conforto, mas eu gostaria de que meus pais vissem o quão incrível era esse lugar, repleto de conhecimento e tecnologia.Eu já estava ansioso para o almoço, mesmo não estando com nenhuma fome, eu queria mesmo é saber o quê esperava por mim no futuro.Capítulo 3: 2 longas horasA cada minuto que eu olhava para o relógio, parecia que o ponteiro andava para trás. Cada vez mais eu tinha certeza de que o futuro é algo longínquo, indeterminado e imprevisível, mesmo que esse futuro esteja a apenas 120 minutos de mim. Eu senti ali que, tudo o que eu tinha por certeza poderia ser alterado. O ambiente daquela instalação militar propiciava isso, ele me fez perceber o quão limitado era (e é) meu conhecimento. Eu não sabia onde estava, para quê estava e nem para onde ia, mas sabia que algo grande estava realmente para acontecer. Nesse período de tempo, quis me familiarizar com a instalação, a fim de tentar compreender

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o que se passava ao meu redor. Em vão. Ali havia coisas que eu não fazia ideia do que era. Logo ao fim de um enorme corredor, vi uma escada estreita sem corrimãos, mas que levava para uma pequena porta de ferro com uma janela redonda. Acelerei o passo, queria chegar até ela e tentar me situar sobre onde eu estava. Ao chegar próximo ao primeiro degrau, fui impedido de proceder por um soldado que tinha seu rosto coberto por uma toca e usava óculos. O rapaz parou-me apenas estendendo sua mão à minha frente. Achei correto voltar ao meu dormitório para evitar algum possível problema que atrapalharia meu real propósito ali.Retorno rapidamente ao meu pequeno aposento, onde existe apenas uma cama de ferro, uma escrivaninha e um quadro com a Deutscher Adler para me manter com o foco no nobre propósito que era confiado à minha vida.Estranhamente, o tempo insistia em não passar, ainda não eram 11 horas da manhã, mesmo após minha caminhada pelas instalações. Algo parecia me fazer perder a noção de tempo, eu não via janelas, não via a luz do sol e nem rostos, exceto de alguns cientistas, mas creio que isso também era parte do propósito.