os sentidos de alfabetizaÇÃo maria josé nóbrega. alfabetizaÇÃo aprender a ler aprender a...
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OS SENTIDOSDE
ALFABETIZAÇÃO
Maria José Nóbrega
ALFABETIZAÇÃO
Aprender a ler Aprender a escrever
Decifraro escrito
Interpretar ecompreender textos
de diferentes gêneros
Grafar o escrito
Estabelecer acorrespondência
letra/som
Produzir textosde diferentes gêneros
Letramento usos e práticas sociais de leitura e escrita em determinado grupo social
"Ler romances me parece uma atividade muito normal, mas escrevê-los é algo tão difícil de fazer... Pelo menos é o que penso, até me
lembrar como as duas coisas estão firmemente relacionadas (nada de declarações defensivas,
apenas alguns comentários).Primeiramente porque escrever é praticar,
com especial intensidade e atenção, a arte de ler. Você escreve para ler o que escreveu, ver
se está bom e, é claro, como nunca está, reescrever uma vez, duas, quantas forem necessárias para que fique algo que você suporte reler. Você é seu próprio primeiro
leitor, e talvez o mais severo.”
(Susan Sontag, Mergulho num lago gelado, Folha de São Paulo / Mais!, 18/03/2001)
"Aquilo sobre o que escrevo está fora de mim. O que escrevo também é mais
inteligente do que sou. Porque posso reescrevê-lo. Meus livros sabem o que eu já soube de modo espasmódico, intermitente. E colocar as melhores palavras na página não
parece mais fácil, mesmo depois de tantos anos escrevendo. Pelo contrário. Essa é a
grande diferença entre ler e escrever. Ler é uma vocação, uma habilidade na qual, com a prática, você provavelmente se torna mais capaz. O que você provavelmente acumula como escritor são sobretudo incertezas e
preocupações.”
(Susan Sontag, Mergulho num lago gelado, Folha de São Paulo / Mais!, 18/03/2001)
NÍVEIS DE DESENVOLVIMENTO DA ESCRITA
NÍVEL SÍNTESE DA DESCRIÇÃO
Pré-silábico (1) Escrever reproduzindo os traços da escrita adulta.
Pré-silábico (2) Escrever criando escritas diferenciadas em função do número mínimo de letras e da variação interna.
Silábico Escrever controlando a produção pela segmentação silábica da palavra, com ou sem valor sonoro convencional.
NÍVEIS DE DESENVOLVIMENTO DA ESCRITA
NÍVEL SÍNTESE DA DESCRIÇÃOSilábico-alfabético Escrever ora controlando pela segmentação silábica da palavra, ora pela alfabética
Alfabético Escrever controlando a produção pela correspondência letra / som, mesmo que a escrita não esteja ortograficamente correta.
Quadro elaborado a partir do artigo "O ingresso na escrita" de Ana Teberosky, publicado em "Ensinar ou aprender a ler e a escrever? Aspectos teóricos do processo de construção significativa, funcional e compartilhada do código escrito." Coletânea de artigos organizada por Francisco Carvajal Pérez e Joaquín Ramos Garcia, publicada pela ARTMED Editora.
LÁ EM CIMA DO PIANOTEM UM COPO DE VENENO
QUEM BEBEU MORREUO AZAR É SEU.
Cotejamento entre o texto modelo e a transcrição
Gênero: Parlenda
Texto: “Lá em cima do piano”
Aluna: Ingrid
Data: 22/03/99
LÁ EM CIMA DO PIANO
EM (GO) U PO
TEM UM COPO DE VENENO
U PO VO
QUEM BEBEU MORREU
K
O AZAR É SEU
A RÃ E O TOURORuth Rocha
Um grande touro passeava pela margem de um riacho.
A rã ficou com muita inveja de seu tamanho e de sua força.
Então começou a inchar, fazendo enorme esforço, para tentar ficar tão grande quanto o touro.
Perguntou a suas companheiras de riacho se estava do tamanho do touro. Elas responderam que não.
A rã tornou a inchar e inchar. Ainda assim não alcançou o tamanho do touro.
Pela terceira vez tentou inchar; e fez isso com tanta força que acabou explodindo, por culpa de tanta inveja.
(Fábulas de Esopo, FTD)
Análise da reprodução
Gênero: Fábula
Texto: “A rã o touro”
Aluna: Ingrid
Data: 16/04/99
Um grande touro pasear as marge do riachoA rã ficou com inveja do touro.
Situação inicial da fábula: apresentação do problema.Relação de causalidade subentendida na justaposição.
Análise da reprodução
Gênero: Fábula
Texto: “A rã o touro”
Aluna: Ingrid
Data: 16/04/99
.E de tanta inveja do touro e a sua forçaE a rã com tanta inveja comesou a incha
Solução do problema (tentativa 1).Tentativa de estabelecer a conexão de causa e conseqüência “e de tanta” / “com tanta”
Análise da reprodução
Gênero: Fábula
Texto: “A rã o touro”
Aluna: Ingrid
Data: 16/04/99
E de tanta inveja do touro e a sua forçaE a rã com tanta inveja comesou a incha
Solução do problema (tentativa 1).Tentativa de estabelecer a conexão de causa e conseqüência “e de tanta” / “com tanta”
Análise da reprodução
Gênero: Fábula
Texto: “A rã o touro”
Aluna: Ingrid
Data: 16/04/99
tanta força comesou a incha e incha quedo tamanho do touro as suas amigas falounão está do tamanho do touro
Solução do problema (tentativa 2).Tentativa de reproduzir a conexão “tanta” / “que”.
Análise da reprodução
Gênero: Fábula
Texto: “A rã o touro”
Aluna: Ingrid
Data: 16/04/99
e da dercera veiz e de tanto esforso e acabou explotiu de tanta inveja
Solução do problema (tentativa 3).Presença de organizador textual "dercera veiz ".
Tentativa de reproduzir a conexão “e de tanto”.
Atividades de refacção
Um grande touro passear as margem do riachoA rã ficou com inveja do touro.
Um grande touro passeava pelas margens do riacho, quando foi visto por uma rã. Como ele era grande, a rã ficou com inveja.Um grande touro estava passeando pelas margens de um riacho, quando uma pequena rã o viu e ficou com muita inveja dele.
Uma rã estava nas margens de um riacho, quando viu um grande touro passar. Como ela era pequena, ficou com inveja do tamanho dele.
Atividades de refacção
E de tanta inveja do touro e a sua forçaE a rã com tanta inveja começou a incha
Ela ficou com tanta inveja que começou a inchar para ficar do tamanho do touro.A inveja era tanta que a rã resolveu inchar para ficar do tamanho dele.
Ela ficou com tanta inveja que resolveu inchar para ver se ficava igual.
Atividades de refacção
tanta força começou a incha e incha quedo tamanho do touro as suas amigas falounão está do tamanho do touro
A rã inchou com tanta força e então perguntou para suas amigas se já estava do tamanho do touro. Elas disseram que não.A rã tinha usado tanta força para inchar, que perguntou para as amigas se já estava do tamanho do touro. Elas disseram que ainda não.
A rã inchou, inchou e então perguntou para as amigas se já estava igual ao touro. Elas disseram que não.
Atividades de refacção
e da terceira vez e de tanto esforço e acabou explodiu de tanta inveja
Quando tentou pela terceira vez, inchou tanto que explodiu de inveja.Na terceira vez, inchou tanto que explodiu de inveja.
Quando foi tentar de novo, inchou tanto que explodiu.
Às vezes de noiteSérgio Caparelli
Às vezes, de noite,acordo com muito medode alguém roubar os meus segredos, às vezes, de noite.
Às vezes, de noite,adormeço e no lume da velaestou desperta e mais velhaàs vezes, de noite.
Às vezes, de noite,no meu sonho corre um rioque me faz tremer de frio, às vezes, de noite.
Às vezes, de noite,me digo que sou boa, que sou meiga e que sou bela.]E cresci. E estou cega.às vezes, de noite.
(Restos de Arco-Íris. Porto Alegre, L & PM)
Decalque de modelo
Gênero: Poesia
Aluna: Ingrid
Data: 10/08/99
Às vezes de noite
As vezes de noitedurmo sono lentode medo de um fantasma apareceras vezes de noite.
As vezes de noitesonho que eu sou a princesa isabeuque estou com o princepiàs vezes de noite.
As vezes de noiteestou no meio da ilhaperdida no meio da ilhaás vezes de noite.
As vezes de noiteEu fico lembrando doseros que cometide noite Eu lembroÀs vezes de noite.