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ISSN 1831-0982 TRIBUNAL DE CONTAS EUROPEU PT 2011 Relatório Especial n.° 10 OS PROGRAMAS «LEITE PARA AS ESCOLAS» «DISTRIBUIÇÃO DE FRUTA NAS ESCOLAS» SÃO EFICAZES?

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ISSN

183

1-09

82

TRIBUNAL DECONTAS EUROPEU

PT

2011

Rela

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Esp

ecia

l n.°

10

OS PROGRAMAS «LEITE PARA AS ESCOLAS» E «DISTRIBUIÇÃO DE FRUTA NAS ESCOLAS» SÃO EFICAZES?

OS PROGRAMAS «LEITE PARA AS ESCOLAS» E «DISTRIBUIÇÃO DE FRUTA NAS ESCOLAS» SÃO EFICAZES?

Relatório Especial n.° 10 2011

(apresentado nos termos do n.º 4, segundo parágrafo, do artigo 287.º do TFUE)

TRIBUNAL DE CONTAS EUROPEU

Relatório Especial n.° 10/2011 – Os programas «Leite para as escolas» e «Distribuição de fruta nas escolas» são eficazes?Relatório Especial n.° 10/2011 – Os programas «Leite para as escolas» e «Distribuição de fruta nas escolas» são eficazes?

TRIBUNAL DE CONTAS EUROPEU12, rue Alcide De Gasperi1615 LuxemburgoLUXEMBURGO

Tel.: +352 4398-1Fax: +352 4398-46410Correio electrónico: [email protected]: http://www.eca.europa.eu

Relatório Especial n.° 10 2011

Encontram-se disponíveis numerosas outras informações sobre a União Europeia

na rede Internet, via servidor Europa (http://europa.eu)

Uma ficha bibliográfica figura no fim desta publicação

Luxemburgo: Serviço das Publicações da União Europeia, 2011

ISBN 978-92-9237-301-6

doi:10.2865/90982

© União Europeia, 2011

Reprodução autorizada mediante indicação da fonte

Printed in Luxembourg

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ÍNDICE

PONTOS

I–VIII SÍNTESE

1–12 INTRODUÇÃO

1–4 DOISPROGRAMASNUTRICIONAISCOMPARÁVEISDESTINADOSÀSESCOLAS

5–12 PERSPECTIVAGLOBALDOSISTEMADEGESTÃODOSDOISPROGRAMAS

6–8 PRODUTOS LÁCTEOS

9–12 FRUTAS E LEGUMES

13–19 ÂMBITOE MÉTODODAAUDITORIA

13–18 UMAAUDITORIACONJUNTADOSDOISPROGRAMAS,INCIDINDONAEFICÁCIA…

19 …COMPLEMENTADAPORUMAANÁLISEDAREGULARIDADE

20–81 OBSERVAÇÕES

20–23 AVALIAÇÃOEXTREMAMENTECRÍTICADOPROGRAMA«LEITEPARAASESCOLAS»EM1999SEMQUEPOSTERIORMENTETENHASIDOENCONTRADAQUALQUERSOLUÇÃOEFECTIVA

24–37 APEQUENADIMENSÃODASDESPESASE A AUSÊNCIADEUMINSTRUMENTOPARAORIENTARA AJUDAPARAASNECESSIDADESPRIORITÁRIASLIMITAMO IMPACTOESPERADO

24–26 AUSÊNCIA DE SISTEMAS SATISFATÓRIOS DE MEDIÇÃO DO DESEMPENHO

27–32 DESPESAS MUITO LIMITADAS À ESCALA DOS OBJECTIVOS DOS DOIS PROGRAMAS

33–37 INEXISTÊNCIA DE UM INSTRUMENTO DESTINADO A ORIENTAR A AJUDA EM FUNÇÃO DE NECESSIDADES NUTRICIONAIS PRIORITÁRIAS

38–64 PROBLEMASDECONCEPÇÃOQUELIMITAMASREALIZAÇÕESCONCRETASDOPROGRAMA«LEITEPARAASESCOLAS»MASPARAOSQUAISEXISTEMSOLUÇÕES

38–45 UM PROGRAMA «LEITE PARA AS ESCOLAS» RELATIVAMENTE POUCO ATRACTIVO

46–52 O IMPACTO DIRECTO DAS DESPESAS EFECTUADAS NO ÂMBITO DO PROGRAMA «LEITE PARA AS ESCOLAS» É LIMITADO POR SIGNIFICATIVOS EFEITOS DE INÉRCIA

53–64 FORAM JÁ APLICADAS SOLUÇÕES PELA COMISSÃO PARA A DISTRIBUIÇÃO DE FRUTA NAS ESCOLAS E POR ALGUNS ESTADOS-MEMBROS RELATIVAMENTE AO LEITE

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65–81 AMBIÇÕESPEDAGÓGICASPORCONFIRMAR

66–76 AMBIÇÕES PEDAGÓGICAS MUITO POUCO TIDAS EM CONTA NO CASO DO LEITE, SENDO POUCO PROVÁVEL UM IMPACTO SIGNIFICATIVO A LONGO PRAZO

77–81 MELHOR PONDERAÇÃO DAS AMBIÇÕES PEDAGÓGICAS RELATIVAMENTE AO PROGRAMA «DISTRIBUIÇÃO DE FRUTA NAS ESCOLAS»

82–87 CONCLUSÕESE RECOMENDAÇÕES

ANEXOI — ANÁLISECOMPARATIVADOSPROGRAMASLEITEPARAASESCOLASE «DISTRIBUIÇÃODEFRUTANASESCOLAS»

ANEXOII — SÍNTESEDASOBSERVAÇÕESRELATIVASÀ REGULARIDADEDASDESPESASCOMUNICADASÀ COMISSÃO

ANEXOIII — SÍNTESEDAAVALIAÇÃOEXTERNAEFECTUADAEM2005NOREINOUNIDO«EVALUATIONOFTHENATIONALTOP-UPTOTHEEUSCHOOLMILKSUBSIDYINENGLAND»(AVALIAÇÃODOCOMPLEMENTONACIONALÀ SUBVENÇÃODAUEPARAA DISTRIBUIÇÃODELEITENASESCOLASEMINGLATERRA)

ANEXOIV — LENTIDÃONOARRANQUEDOREGIME«DISTRIBUIÇÃODEFRUTANASESCOLAS»

RESPOSTASDACOMISSÃO

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SÍNTESE

I .No âmbito da PAC, a   União Europeia dis -põe de dois instrumentos semelhantes dest inados às cr ianças :

— o programa « le i te para as escolas» , que disponibi l iza , desde 1977, subvenções à  distr ibuição a  preço reduzido de pro -dutos lác teos nas escolas ;

— o programa «distr ibuição de f ruta nas escolas» , que co -f inancia a  distr ibuição de f ruta e   legumes nas escolas desde o   in íc io do ano lec t ivo 2009/2010.

I I .Par t indo do mesmo pr incípio de base ( for-necimento do produto nas escolas) , estes dois programas têm um duplo objec t ivo idênt ico:

a) contr ibuir para a   estabi l ização do mer-cado ( o b j e c t i v o « m e r ca d o » ) ;

b) contr ibuir para uma al imentação sau-dável ( o b j e c t i v o « n u t r i çã o - s a ú d e ») .

Em par t icular, o   programa « le i te para as escolas» , concebido in ic ia lmente como uma medida de «escoamento» , v iu pouco a   pouco a   sua ver tente nutr ic ional ser apresentada pela Comissão como o  seu objec t ivo pr incipal .

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VI.O Tr ibunal obser vou que, dez anos depois de o   Conselho ter optado por manter o   programa « le i te para as escolas» , apesar de a   Comissão ter efec tuado uma aval ia-ção muito negat iva e   proposto a   sua supressão, o   programa não foi objec to de uma reforma aprofundada e   a   sua ef icácia cont inua a   ser, na melhor das hipóteses, muito l imitada:

a) no que se refere ao impac to esperado a   cur to prazo (distr ibuição nas esco -las) , o  Tr ibunal constata que as real iza-ções concretas do programa « le i te para as escolas» são muito l imitadas :

i ) nomeadamente devido ao reduzido nível de a juda, o   programa cont i -nua a   ser re lat ivamente pouco atrac t ivo e, por conseguinte, em larga medida l imitado a   casos de efe i tos de inérc ia . No geral , os pro -dutos subvencionados ser iam de qualquer forma incluídos nas refe i -ções das cant inas ou provavel-mente adquir idos pelos benef ic iá-r ios mesmo sem uma subvenção;

i i ) a auditor ia revelou que a   organiza-ção de distr ibuições gratuitas em determinados Estados-Membros tem um impac to mais sat is fatór io, mas essas distr ibuições gratuitas correspondem hoje em dia a   pro -gramas nacionais d ispendiosos, para os quais o   orçamento comuni-tár io contr ibui apenas de forma marginal ;

b) re lat ivamente ao impac to esperado a   longo prazo (efe i to pedagógico) , o   Tr ibunal constata que as ambições expressas a   n ível educat ivo não são suf ic ientemente t idas em conta no regime ac tual . Em par t icular, a   v is ib i l i -dade das distr ibuições nem sempre é   garant ida e   não foi cr iada nenhuma outra fer ramenta pedagógica especí -f ica .

I I I .Ambos os programas pretendem ter um impac to a  dois n íveis :

a) a cur to prazo, aumentar ou manter o   consumo destes produtos por par te dos jovens, graças ao seu fornecimento nas escolas ;

b) a longo prazo, ter um papel educat ivo em relação aos hábitos a l imentares.

IV.O Tr ibunal real izou uma auditor ia conjunta sobre a   ef icácia destes dois programas. Tendo em conta que a  distr ibuição de f ruta nas escolas é   muito recente, a   presente auditor ia inc idiu pr incipalmente sobre o   programa « le i te para as escolas» , tendo s ido complementada por um exame com-parat ivo do s istema que está a   ser apl i -cado para a  distr ibuição de f ruta .

V.Ac tualmente, os dois programas assentam, em grande par te, na hipótese de que existe uma re lação posit iva entre o   con-sumo dos produtos subvencionados e   a   saúde públ ica . O  domínio da auditor ia não incluía a   anál ise desta hipótese, uma vez que a  mesma não faz par te das atr ibui -ções do Tr ibunal . No entanto, o   Tr ibunal constata que esta hipótese não suscita um consenso.

SÍNTESE

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b) para que o   programa « le i te para as escolas» possa ter um impac to real sobre as quant idades de le i te consumi-das nas escolas, o   n ível da subvenção por qui lograma deverá ser considera-velmente aumentado, até at ingir um nível que permita efec tuar uma distr i -buição gratuita . Contudo, esta reco -mendação não impl ica aumentar as despesas da UE re lat ivas ao programa, mas, pelo contrár io, concentrar meios a   favor de populações mais reduzidas, o   que poderá igualmente contr ibuir para dar uma resposta ef icaz ao pro -blema dos efe i tos de inérc ia . A  popula-ção a lvo deverá ser def in ida em função de necess idades nutr ic ionais a   deter-minar ;

c ) no caso do programa « le i te para as escolas» , deverão ser tomadas medidas para l imitar os efe i tos de inérc ia espe -c i f icamente associados às cant inas, garant indo ao mesmo tempo o máximo de v is ibi l idade do regime;

d) no que se refere aos objec t ivos a   n ível educat ivo, deverá ser adoptada uma abordagem mais coerente entre os dois programas re lat ivamente ao papel e   à impor tância das medidas de acompa-nhamento. Se a   sua impor tância se conf i rmar, a   sua e legibi l idade para co f inanciamento comunitár io poderá ser reconsiderada;

e) de uma maneira geral e   para garant i r a  coerência global da abordagem nutr i -c ional e   uma gestão opt imizada, a   coordenação e   as s inergias entre os dois programas deverão ser reforçadas.

VII .Em contrapar t ida , o  Tr ibunal constata que a   maior par te das insuf ic iências do pro -grama « le i te para as escolas» foram ass ina-ladas e, pelo menos parc ia lmente, t idas em conta pela Comissão durante a  concep -ção do programa «distr ibuição de f ruta nas escolas» . Esta ref lexão levou, nomeada-mente, a  adoptar um modelo único de dis-t r ibuição gratuita fora das cant inas e   à cr iação de ferramentas para dar resposta às ambições pedagógicas. Contudo, essas respostas têm um custo e levado, f icando uma par te s igni f icat iva a   cargo dos orça-mentos nacionais ou locais . Embora seja a inda demasiado cedo para formar uma opinião def in i t iva sobre a  sua ef icácia real , o   novo programa parece ser muito mais suscept ível de a lcançar ef icazmente os seus objec t ivos a   cur to e   a   longo prazo. Desta forma, fornece poss íveis p istas para a   melhor ia do programa « le i te para as escolas» .

VII I .O Tr ibunal formula as seguintes recomen-dações pr incipais :

a) tendo em conta a   ef icácia muito redu-z ida do programa « le i te para as esco -las» , a  sua manutenção deverá ser con-dic ionada à   poss ibi l idade de se efec tuar uma reforma aprofundada para corr igi r as insuf ic iências ident i f i -cadas. Esta opção deverá nomeada-mente ter em conta o   valor nutr ic ional atr ibuído ao produto re lat ivamente aos objec t ivos em matér ia de saúde públ ica . Caso seja efec tuada essa reforma, os aspec tos em seguida refer i -dos deverão ser t idos em consideração;

SÍNTESE

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INTRODUÇÃO

D O I S P R O G R A M A S N U T R I C I O N A I SCO M PA R ÁV E I S D E S T I N A D O S À S E S CO L A S

1 . «Come, bebe e  mexe -te» : a  Comissão organizou em 2009 2010 uma campanha de informação a   favor de uma al imentação saudável , dest inada às cr ianças da UE. Esta campanha, f inan-c iada pelo orçamento da UE para a   agr icultura , t inha como objec t ivo levar as cr ianças a  adoptarem melhores hábitos a l i -mentares. Tendo s ido in ic iada por uma exposição i t inerante, a  campanha da«equipa dos sabores» assentou pr incipalmente nos seguintes dois programas de fornecimento de produtos a l imentares nas escolas :

a) o programa « le i te para as escolas» 1 d isponibi l iza , desde 1977, subvenções à   distr ibuição a   preço reduzido de pro -dutos lác teos aos a lunos ;

b) o programa «distr ibuição de f ruta nas escolas» 2 fo i apl i -cado a   par t i r do ano lec t ivo 2009/2010 e   co -f inancia os custos re lac ionados com a  distr ibuição de f rutas e   legu-mes nas escolas.

1 Regulamento (CE) n.° 657/2008

da Comissão, de 10 de Julho de

2008, que estabelece as normas

de execução do Regulamento (CE)

n.° 1234/2007 do Conselho no

que respeita à concessão de uma

ajuda comunitária para

a distribuição de leite e de

determinados produtos lácteos

aos alunos nos estabelecimentos

de ensino (JO L 183 de 11.7.2008,

p. 17).

2 Regulamento (CE) n.° 13/2009

do Conselho (JO L 5 de 9.1.2009,

p. 1) e Regulamento (CE)

n.° 288/2009 da Comissão, de

7 de Abril de 2009, que estabelece

normas de execução do

Regulamento (CE) n.° 1234/2007

do Conselho no que respeita

à ajuda comunitária para

a distribuição de frutas e produtos

hortícolas, frutas e produtos

hortícolas transformados,

bananas e produtos derivados às

crianças nos estabelecimentos de

ensino, no quadro do regime de

distribuição de fruta nas escolas

(JO L 94 de 8.4.2009, p. 38).

Fonte: http://ec.europa.eu/agriculture/tasty-bunch/index_pt.htm

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G R Á F I C O 1D E S P E S A S CO M U N I TÁ R I A S 1 E F E C T UA D A S N O Â M B I TO D O S P R O G R A M A S « L E I T E PA R A A S E S CO L A S » E   « D I S T R I B U I Ç ÃO D E F R U TA N A S E S CO L A S » ( E M M I L H Õ E S D E E U R O S )

2. Ac tualmente, a   Comissão dispõe ass im, desde 2009, de dois instrumentos semelhantes, um relat ivo aos produtos lác teos e   o   outro re lat ivo às f rutas e   legumes (o a n e xo I apresenta um quadro comparat ivo dos dois regimes) . Têm ambos os mesmos dest inatár ios e  os volumes de despesas previstas são comparáveis (ver g rá f i co 1 ) .

3. Os dois programas têm um duplo objec t ivo idênt ico:

a) contr ibuir para a   estabi l ização do mercado ( o b j e c t i v o « m e r ca d o » ) 3;

b) contr ibuir para uma al imentação saudável ( o b j e c t i v o « n u t r i çã o - s a ú d e » ) 4.

Em par t icular, o   programa « le i te para as escolas» , concebido in ic ia lmente como uma medida de «escoamento» , v iu pouco a   pouco a   sua ver tente nutr ic ional ser apresentada pela Comissão como o seu objec t ivo pr incipal (ver ca i xa 1 ) .

3 Considerando 43 do Regulamento

(CE) n.° 1234/2007 do Conselho, de 22

de Outubro de 2007, que estabelece

uma organização comum dos

mercados agrícolas e disposições

específicas para certos produtos

agrícolas (regulamento «OCM única»)

(JO L 299 de 16.11.2007, p. 1): «A fim

de contribuir para o equilíbrio do

mercado do leite e estabilizar os

preços de mercado do leite e dos

produtos lácteos».

Considerando 2 do Regulamento (CE)

n.° 13/2009: «(…) o regime de

distribuição de fruta nas escolas

prossegue os objectivos da PAC,

nomeadamente a promoção das

receitas agrícolas, a estabilização dos

mercados e a disponibilidade tanto

dos actuais fornecimentos como dos

futuros».

4 Considerando 2 do Regulamento

(CE) n.° 657/2008: «(…) No âmbito da

luta contra a obesidade e a fim de

proporcionar leite e produtos lácteos

saudáveis às crianças».

Considerando 4 do Regulamento (CE)

n.° 13/2009: «Os benefícios óbvios para

a saúde de um regime de distribuição

de fruta nas escolas».

Fonte: Orçamento da UE.

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2008 2009 2010 2011

Leite para asescolas Distribuição de fruta nas escolas

1 Relativamenteaosanosde2008,2009e 2010,asdespesasrealizadase,noquesereferea 2011,asdespesasprevistasnoprojectodeorçamentogeralpara2011.Quantoaoprograma«distribuiçãodefrutanasescolas»,consultara actualizaçãodessasprevisõesnoanexo IV.

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4. Par t indo do mesmo pr incípio de base, os programas preten-dem ter impac to a  dois n íveis :

a) a cur to prazo, aumentar ou manter o  consumo destes pro -dutos por par te dos jovens, graças ao seu fornecimento nas escolas ;

b) a longo prazo, ter um papel educat ivo em relação aos hábitos a l imentares 5.

5 Considerando 4 do

Regulamento (CE) n.° 657/2008:

«(…) o objectivo educativo do

regime»

Considerando 2 do Regulamento

(CE) n.° 13/2009: «(…)

aumentando de forma

sustentável a proporção de

frutas e legumes no regime

alimentar das crianças, na fase

de formação dos seus hábitos

alimentares. (…) deverá levar os

jovens consumidores a apreciar

as frutas e os legumes e, desse

modo, aumentar o seu consumo

futuro».

C A I X A 1E X E M P LO D O S O B J E C T I V O S N U T R I C I O N A I S E   E D U C AT I V O S D O P R O G R A M A « L E I T E PA R A A S E S CO L A S »

«O regime de ajuda ao leite escolar não está concebido como uma medida de escoamento dos excedentes de leite. Trata-se de uma verdadeira acção educativa destinada, em primeiro lugar, a  manter ou promover nas escolas o  hábito de consumir leite ou produtos lácteos. Além disso, o programa tem um aspecto nutricional, na medida em que os produtos lácteos distribuídos per-mitem suprir uma nutrição incompleta ou desequilibrada. É  verdade que não se pode negar o efeito secundário que representa o consumo adicional de uma quantidade significativa de pro-dutos lácteos que, de outra forma, se viriam adicionar aos excedentes de leite que devem ser escoados no âmbito de outras medidas».

Fonte: Comissão — 1990.

«O regime do leite para as escolas tem um carácter simultaneamente nutritivo e educativo, contri-buindo para lutar contra a  obesidade e  fornecer elementos essenciais para o  crescimento e a saúde das crianças».

Fonte: Comunicado de imprensa da comissária Fischer Boel — 2008).

Source: http://ec.europa.eu/agriculture/index_fr.htm

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P E R S P E C T I VA G LO B A L D O S I S T E M A D E G E S TÃOD O S D O I S P R O G R A M A S

5. Ambas as a judas são pagas quer di rec tamente ao estabeleci -mento de ensino, quer a   outro requerente, que pode ser um organismo de tutela (normalmente a   câmara munic ipal ) , o   fornecedor ou a inda um organismo intermédio const i tuído especi f icamente para o   efe i to 6. São esses di ferentes reque -rentes que, depois de aprovados, têm a   responsabi l idade operacional pela distr ibuição (compra, armazenagem, distr i -buição e  gestão administrat iva) .

P R O D U TO S L ÁC T E O S

6. A ajuda consiste numa subvenção europeia for fetár ia de 18,15 euros por 100 kg de le i te 7, sem que os Estados-Mem-bros sejam obr igados a   fornecer qualquer complemento.

7. Cada estabelecimento de ensino decide se pretende par t ic i -par e  as despesas da UE resultam da acumulação dos pedidos e legíveis recebidos. Com efeito, o   regulamento não f ixou nenhum l imite orçamental . No entanto, estabelece uma quant idade máxima subvencionável de 0 ,25 l i t ros por dia lec -t ivo e   por a luno que f requente regularmente o   estabeleci -mento de ensino 8, um l imite que os requerentes geralmente não at ingem.

6 Alguns Estados-Membros

decidiram limitar os tipos de

requerentes elegíveis, o que deu

origem a situações muito

diferentes: em França, no que se

refere ao leite para as escolas,

estão aprovadas mais de

11 000 escolas ou câmaras

municipais, contra cerca de

40 fornecedores em Espanha ou,

no que se refere à distribuição de

fruta nas escolas em Itália,

apenas quatro organizações de

produtores.

7 Taxa fixada pelo Regulamento

(CE) n.° 657/2008. Em relação aos

produtos lácteos elegíveis que

não o leite (queijo, iogurtes, etc.),

o regulamento define uma

tabela adaptada por categoria

e uma conversão das

quantidades em equivalente kg

de leite.

G R Á F I C O 2L E I T E PA R A A S E S CO L A S — I M P O R TÂ N C I A R E L AT I VA D O S D I F E R E N T E SM O D E LO S N O S E S TA D O S - M E M B R O S V I S I TA D O S

Fonte: Estados-Membros visitados.

Cantina44 %

Venda a preço reduzido

33 %

Distribuiçãogratuita

23 %

12

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8. O programa pode assumir formas muito var iadas mas, nos Estados-Membros v is i tados, destacam se t rês modelos pr inci -pais (ver g rá f i co 2 e   ca i xa 2 ) :

a ) subvenção dos produtos lác teos incluídos nas refe ições das cant inas 9 ( p r i n c i p a l m e n t e Fra n ça , I t á l i a e   S u é c i a ) ;

b) venda de le i te a   preço reduzido fora das cant inas ( A l e m a -n h a , Po l ó n i a — e s co l a s s e c u n d á r i a s — e   R e i n o U n i d o — c r i a n ça s co m m a i s d e 5 a n o s ) ;

c ) d istr ibuição gratuita de le i te fora das cant inas 10 ( p r i n c i p a l -m e n t e n a Po l ó n i a — e s co l a s p r i m á r i a s — e   n o R e i n o U n i d o — c r i a n ça s a t é 5 a n o s ) .

F R U TA E   L E G U M E S

9. A a juda da UE const i tui entre 50% e  75% 11 do custo da f ruta e  dos legumes distr ibuídos e  de cer tos custos conexos, sendo o  resto geralmente f inanciado pelos Estados-Membros.

8 Artigo 5.º do Regulamento

(CE) n.º 657/2008.

9 «Podem beneficiar da ajuda

o leite e os produtos lácteos

utilizados na preparação de

refeições nas instalações do

estabelecimento de ensino e não

submetidos a tratamento

térmico« (n.º 4 do artigo 5.º do

Regulamento (CE) n.° 657/2008).

10 Estas distribuições gratuitas

são financiadas principalmente

pelos orçamentos nacionais,

uma vez que a ajuda da UE cobre

apenas uma pequena parte dos

custos. Ver pontos 61 e 63.

11 A percentagem difere

segundo os Estados-Membros

devido a uma taxa superior

prevista para as regiões

abrangidas pelo objectivo de

convergência e as regiões

ultraperiféricas.

C A I X A 2E X E M P LO S CO R R E N T E S D E P R O D U TO S L ÁC T E O S S U B V E N C I O N A D O SV E R I F I C A D O S N O S E S TA D O S - M E M B R O S V I S I TA D O S

ο França: dose de queijo ou iogurte para sobremesa (cantina).

ο Itália: queijo parmesão incluído num prato de massas ou queijo mozzarella nas saladas (can-tina).

ο Suécia: distribuidor de leite a retirar pelo próprio durante a refeição (cantina).

ο Reino Unido e Polónia: embalagens de leite vendidas a preço reduzido ou distribuídas gratui-tamente às crianças de determinadas faixas etárias, sobretudo graças ao financiamento dos orçamentos nacionais.

ο Alemanha: embalagens de leite aromatizado vendidas a preço reduzido em lojas situadas nos estabelecimentos de ensino.

Relatório Especial n.° 10/2011 – Os programas «Leite para as escolas» e «Distribuição de fruta nas escolas» são eficazes?

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10. O regulamento f ixa um l imite global para as despesas no montante de 90 mi lhões de euros, repar t idos pelos Estados--Membros que sol ic i tam a   a juda. A   afec tação da sua dotação nacional pelos requerentes potencia is é   deixada ao cr i tér io de cada Estado -Membro no âmbito da sua estratégia nacio -nal .

11. A a juda re lat iva à   distr ibuição de f ruta nas escolas está suje i ta à   adopção de medidas de acompanhamento pedagó -gico, necessár ias para garant i r o   êxi to do programa. Embora não sejam elegíveis para f inanciamento pela UE, estas medi-das são consideradas um elemento essencia l do regime.

12. Todas as distr ibuições de f ruta obser vadas durante a   audito -r ia eram gratuitas e  organizadas fora das refe ições.

14

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U M A AU D I TO R I A CO N J U N TA D O S D O I SP R O G R A M A S , I N C I D I N D O N A E F I C ÁC I A …

13. A auditor ia real izada incidiu pr incipalmente na ef icácia dos programas «leite para as escolas» e «distr ibuição de fruta nas escolas». O  lançamento, em 2009, do novo programa relativo à distr ibuição de fruta baseado num modelo semelhante ao já apl icado para o  leite pareceu ser o  momento opor tuno para real izar essa anál ise. Tendo em conta esta cronologia, a   audi-tor ia incidiu pr incipalmente no programa «leite para as esco -las», sendo complementada por um exame comparativo do sis-tema que está a ser apl icado relativo à distr ibuição de fruta.

14. As questões de auditor ia re lat ivas à   ef icácia dos programas foram as seguintes :

a) A par t ic ipação é  bastante incent ivada (anál ise dos impedi-mentos à   par t ic ipação) e   é suf ic iente para que os objec t i -vos possam ser a lcançados?

b) As despesas real izadas têm um impac to direc to sobre o   consumo dos produtos pelos benef ic iár ios? ( E f e i t o d e i n é r c i a : o s p r o d u t o s s e r i a m co n s u m i d o s s e n ã o h o u v e s s e a j u d a ? )

c) Os programas são suscept íveis de cumprir o   seu papel educat ivo e  de inf luenciar os futuros hábitos a l imentares?

ÂMBITO E MÉTODO DE AUDITORIA

G R Á F I C O 3L E I T E PA R A A S E S CO L A S — PAG A M E N TO S D E 2009 P O R E S TA D O - M E M B R O

Fonte: Comissão Europeia.

Polónia19 %

França18 %

Suécia15 %

Reino Unido10 %

Alemanha9 %

Finlândia6 %

Itália4 %

Outros19 %

Relatório Especial n.° 10/2011 – Os programas «Leite para as escolas» e «Distribuição de fruta nas escolas» são eficazes?

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12 Ver alínea b) do ponto 3

e caixa 1.

13 Renânia do Norte, Vestefália

e Baviera.

15. Ac tualmente, os dois programas assentam, em grande par te, na hipótese de que existe uma re lação posit iva entre o   con-sumo dos produtos subvencionados e   a   saúde públ ica 12. O  domínio da auditor ia não incluía a   anál ise desta hipótese, uma vez que a  mesma não faz par te das atr ibuições do Tr ibu-nal . No entanto, o   Tr ibunal constata que esta hipótese não suscita um consenso.

16. A auditor ia inc idiu sobre os anos lec t ivos 2008/2009 e   2009/2010, tendo incluído igualmente uma anál ise da e la-boração dos dois regulamentos ac tualmente em vigor e, no caso do le i te, dos resultados das últ imas aval iações disponí -veis .

1 7 . A auditor ia fo i real izada nos ser v iços da Comissão, bem como na Alemanha 13, em França, na I tá l ia , na Polónia , na Suécia e   no Reino Unido. Estes se is Estados-Membros (os dois ú l t i -mos par t ic ipavam apenas no programa « le i te para as esco -las») representam 75% dos pagamentos de 2009 no âmbito do programa « le i te para as escolas» e  63% do orçamento pre -v isto para o   pr imeiro ano do programa «distr ibuição de f ruta nas escolas» (ver g rá f i co s 3 e   4 ) .

G R Á F I C O 4D I S T R I B U I Ç ÃO D E F R U TA N A S E S CO L A S — O R Ç A M E N TO 2009/2010 P O R E S TA D O - M E M B R O

Fonte: Comissão Europeia.

Alemanha23 %

Itália17 %

França13 %

Polónia10 %

Espanha7 %

Outros30 %

16

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18. Anal isaram-se os procedimentos def in idos pela Comissão e   pelos Estados-Membros v is i tados re lat ivos à   execução e   ao acompanhamento dos programas. O  t rabalho dos auditores incluiu igualmente v is i tas a   31 requerentes que recebem a  a juda em nome de mais de 40 000 estabelecimentos de ensino e   de dois mi lhões de cr ianças. Por sua vez , 56 estabe -lec imentos que par t ic ipam em pelo menos um destes dois programas e   nos quais estavam inscr i tas mais de 16 000 cr ianças foram igualmente objec to de uma vis i ta no local .

… CO M P L E M E N TA D A P O R U M A A N Á L I S E D AR E G U L A R I D A D E

19. A auditor ia inc luiu igualmente uma anál ise da regular idade l imitada aos aspec tos mais impor tantes e   suscept íveis de afec tar mais d i rec tamente os benef ic iár ios e   a   ef icácia da pol í t ica . Constataram-se problemas nos di ferentes Estados- -Membros v is i tados, em par t icular re lat ivamente à   interpre -tação das regras em vigor, tendo s ido objec to de uma comu-nicação dir igida à   Comissão e   aos Estados-Membros em causa. A   t í tu lo informativo, apresenta se uma s íntese destes e lementos no a n e xo I I .

Fonte: http://agriculture.gouv.fr/un-fruit-pour-la-recre

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14 Evaluation of the School Milk

Measure (Avaliação da medida

leite para as escolas), finalizada

em Fevereiro de 1999 por CEAS

Consultants (Wye) Ltd — Centre

européen d'études agricoles

e Institut pour la gestion des

entreprises laitières — Technische

Universität München

(Universidade Técnica de

Munique).

Disponível no sítio Internet da

Comissão: http://ec.europa.eu/

agriculture/eval/reports/

schoolmilk/.

AVA L I AÇ ÃO E X T R E M A M E N T E C R Í T I C A D OP R O G R A M A « L E I T E PA R A A S E S CO L A S » E M1999 S E M Q U E P O S T E R I O R M E N T E T E N H A S I D OE N CO N T R A D A Q UA LQ U E R S O LU Ç ÃO E F E C T I VA

20. Em 1999, o   programa « le i te para as escolas» t inha já s ido objec to, a  n ível comunitár io, de uma aval iação ex terna 14. Esta aval iação efec tuou um balanço ex tremamente cr í t ico do pro -grama e, tendo em conta a   sua reduzida ef icácia e   a   sua má re lação custo/benef íc io, recomendava a  supressão da medida (ver ca i xa 3 ) .

21. Nesta base, a   Comissão t inha proposto a   supressão do pro -grama, que foi recusada pelo Conselho. Perante essa opção pol í t ica , a   Comissão apresentou propostas no sent ido de reduzir o   f inanciamento comunitár io do programa, que ape -nas foram aceites parc ia lmente (ver ca i xa 4 ) .

C A I X A 3AVA L I AÇ ÃO D E 1999 — CO N C LU S ÃO E   R E CO M E N D AÇ ÃO F I N A L

Avaliada apenas com base nos seus objectivos actuais oficiais e  declarados (manutenção ou aumento do consumo de produtos lácteos), a  medida teve um impacto positivo muito reduzido e apresenta uma má relação custo/benefício. Por conseguinte, a Comissão deverá ponderar seria-mente suprimir esta medida. a principal consequência seria deixar aos governos dos Estados-Mem-bros a  responsabilidade de prosseguir qualquer tipo de fornecimento de leite subvencionado às escolas. Embora seja difícil prever o seu resultado, esta acção teria certamente como efeito líquido reduzir a disponibilidade de produtos lácteos e o seu consumo nas escolas. Porém, as informações constantes do presente relatório sugerem que o impacto seria provavelmente muito reduzido.

As principais recomendações a seguir apresentadas baseiam se no abandono da medida e na afec-tação dos recursos a outras medidas mais eficazes, não sendo formulada nenhuma outra recomen-dação que vise melhorar a  eficiência da medida existente. Os autores consideram que qualquer eventual alteração deverá procurar remediar as insuficiências fundamentais da medida que impe-dem a  realização dos seus objectivos. Caso se pudessem formular recomendações destinadas a melhorar a sua eficiência, estas não teriam um impacto significativo nos elementos que contri-buem para a eficácia muito reduzida da medida.

OBSERVAÇÕES

18

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22. Em 2005, fo i real izada uma outra aval iação no Reino Unido 15, que incidia s imultaneamente sobre a   a juda da UE e   sobre o   complemento orçamental nacional [ver a l ínea b) do ponto  8] . As conclusões descrevem uma medida inef icaz e  dispendiosa e  referem, em par t icular, custos de gestão des-proporcionados e   um reduzido valor acrescentado. Esta ava-l iação recomenda ao governo do Reino Unido que pondere examinar, em conjunto com a  Comissão Europeia , a   h ipótese de pôr termo ao programa SMSS da UE.

2 3 . Para le lamente, a  Comissão tem, desde 1999, t rabalhado regu-larmente nas normas de execução do regime (s impl i f icação, adaptação da l i s ta dos produtos e   das taxas de a juda por categor ia , etc. ) para tentar melhorá- lo. No entanto, essas a l terações foram «marginais» , ou seja não modif icaram a   lógica do programa nem os seus aspec tos pr incipais . Embora geralmente consideradas posit ivas, essas a l terações não deram resposta às cr í t icas de fundo re lat ivas à   própr ia concepção do programa.

15 Evaluation of the National

Top-Up to the EU School Milk

Subsidy in England (Avaliação do

complemento nacional

à subvenção da UE para

a distribuição de leite nas escolas

em Inglaterra), encomendada

pelo Ministério do Ambiente, da

Alimentação e dos Assuntos

Rurais (Defra) e realizada por

London Economics em

colaboração com a Dra. Susan

New.

Ver extractos e hiperligação no

anexo III.

C A I X A 4P R O P O S TA S D A CO M I S S ÃO A P Ó S A   AVA L I AÇ ÃO D E 1999

Com base nessa recomendação, a Comissão pensou inicialmente em propor a supressão do regime e apresentou o seu anteprojecto de orçamento para 2000 em função desta hipótese. Todos os par-ticipantes foram favoráveis à  manutenção da subvenção da UE, nomeadamente devido aos seus benefícios no plano nutricional. Com base nessa discussão, a Comissão reconsiderou a sua posição inicial e propõe actualmente o co-financiamento em partes iguais do programa de distribuição de leite nas escolas. Devido ao quadro orçamental limitado e à má relação custo/benefício da medida, a rubrica orçamental relativa à distribuição de leite nas escolas não pode ser mantida no seu nível actual. O programa de distribuição de leite na escolas é muitas vezes defendido com base em objec-tivos mais alargados em matéria sanitária, alimentar ou mesmo social. Embora reconhecendo plena-mente a  validade deste argumento, esses objectivos são demasiado ambiciosos para um regime integrado na OCM do sector do leite e dos produtos lácteos. Além disso, quando os Estados-Mem-bros invocam esses objectivos, devem aceitar partilhar a responsabilidade das despesas incorridas no âmbito do regime.

Fonte: Nota da DG VI dirigida ao Gabinete do comissário responsável pela Agricultura e Desenvolvimento Rural — Março de 2000).

Relatório Especial n.° 10/2011 – Os programas «Leite para as escolas» e «Distribuição de fruta nas escolas» são eficazes?

19

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A P E Q U E N A D I M E N S ÃO D A S D E S P E S A SE   A   AU S Ê N C I A D E U M I N S T R U M E N TO PA R AO R I E N TA R A   A J U D A PA R A A S N E C E S S I D A D E SP R I O R I TÁ R I A S L I M I TA M O   I M PAC TO E S P E R A D O

AU S Ê N C I A D E S I S T E M A S S AT I S FATÓ R I O S D E M E D I Ç ÃO D O D E S E M P E N H O

24. Os objec t ivos dos dois programas, tanto re lat ivos ao «mer-cado» como à   «nutr ição saúde», são def in idos de forma qua-l i tat iva e   muito geral (ver ca i xa 5 ) . Não são indicados de forma quant i tat iva e   a inda menos especi f icados segundo objec t ivos «SMAR T» 16.

25. No caso do le i te, na ausência de objec t ivos precisos em rela-ção aos quais se possa aval iar a   ef icácia da pol í t ica , os indi-cadores disponíveis (quant idades distr ibuídas por categor ia , número est imado de a lunos par t ic ipantes) são indicadores de ac t iv idade que não medem os resultados ou o   impac to da pol í t ica 17. Além disso, a   auditor ia revelou a   fa l ta de f iabi l i -dade das informações obt idas, em especia l no que diz res-peito ao número est imado de a lunos par t ic ipantes 18.

16 O n.º 3 do artigo 27.º do

Regulamento (CE, Euratom)

n.° 1605/2002 do Conselho (JO

L 248 de 16.9.2002, p. 1) prevê

que «devem ser fixados

objectivos específicos,

mensuráveis, realizáveis,

pertinentes e datados [em inglês

«SMART»] para todos os sectores

de actividade abrangidos pelo

orçamento».

17 Em Abril de 1996, uma nota

interna da Comissão salientava já

que o principal elemento da

análise da eficácia era o impacto

da medida na imagem do leite

e no seu nível de consumo. Os

serviços da DG VI não podem

efectuar uma análise destes

elementos, nem da atitude dos

consumidores.

.

C A I X A 5E X E M P LO D O C A R ÁC T E R G E R A L D O S O B J E C T I V O S D O P R O G R A M A « L E I T EPA R A A S E S CO L A S »

ο «Contribuir para o equilíbrio do mercado do leite e estabilizar os preços» [considerando 43 do Regulamento (CE) n° 1234/2007 do Conselho.

ο «Desempenha também um papel no âmbito dos objectivos mais vastos de carácter social ou relacionados com a saúde e a alimentação» [proposta de regulamento do Conselho que altera o Regulamento (CE) n° 1255/1999, exposição de motivos].

ο Desempenhar um papel educativo ao incentivar bons hábitos alimentares que serão mantidos ao longo da vida (sítio Internet da Direcção-Geral da Agricultura e do Desenvolvimento Rural).

ο «O regime do leite para as escolas tem um carácter simultaneamente nutritivo e  educativo, contribuindo para lutar contra a obesidade» (comunicado de Imprensa de 11 de Julho de 2008 da comissária Fischer Boel).

18 Por exemplo, mais de um terço dos participantes está registado em França. Porém, os 7,3 milhões de crianças contabilizadas em França eram os

alunos inscritos nos estabelecimentos de ensino participantes, embora geralmente apenas os alunos que frequentam a cantina participem

efectivamente no programa. Assim, no caso deste Estado-Membro, o número de beneficiários estava sobreavaliado em aproximadamente

3 milhões.

20

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26. No que se refere à   distr ibuição de f ruta , não está previsto nenhum indicador. No entanto, este novo programa introduz a lgumas disposições que incent ivam o  acompanhamento do desempenho, desde a   e laboração in ic ia l de uma estratégia até à   obr igator iedade de aval iações per iódicas em cada Estado -Membro. Porém, é   a inda demasiado cedo para aval iar a  ef icácia destes instrumentos que precisam de ser desenvol-v idos.

D E S P E S A S M U I TO L I M I TA D A S À   E S C A L A D O S O B J E C T I V O SD O S D O I S P R O G R A M A S

O b j e c t i v O « m e r c a d O »

27. Durante as discussões prévias à   cr iação do programa «distr i -buição de f ruta nas escolas» , o   Par lamento Europeu propôs um orçamento de 500 mi lhões de euros por ano. Finalmente, por proposta da Comissão, fo i adoptado um l imite máximo de 90 mi lhões de euros. A  Comissão considerou, nomeadamente, que o   projec to dever ia in ic ia lmente prestar provas a   esta escala , antes de se considerar um orçamento super ior.

2 8 . O arranque par t icularmente lento do programa (ver a n e xo I V ) ve io a l iás conf i rmar a   abordagem da Comissão. Contudo, tendo em conta esta opção, mesmo considerando os co - - f inanciamentos nacionais 19, o   l imite orçamental regulamen-tar que foi f ixado corresponde a   aproximadamente 0 ,3% do valor da produção de f ruta e   legumes da UE. O  programa « le i te para as escolas» que, segundo os números disponíveis , terá permit ido distr ibuir em 2008/2009 o   equivalente a   um pouco menos de 0 ,28% da produção total da UE, tem uma dimensão semelhante.

29. Nos dois casos, mesmo par t indo do pr incípio de que ser iam despendidos de forma ef icaz , estes montantes correspondem a  quant idades que não são suscept íveis de ter um impac to direc to 20 s igni f icat ivo no equi l íbr io do mercado.

30. No caso do « le i te para as escolas» , essa constatação fora já expressa na aval iação de 1999 21.

19 Tendo em conta o co

financiamento europeu médio

na ordem dos 58%, os

90 milhões de euros do limite

orçamental actual correspondem

a despesas totais (Comissão

e Estados-Membros) de

aproximadamente 155 milhões

de euros.

20 Os dois programas aspiram

a ter um impacto a longo prazo

superior ao impacto directo das

quantidades distribuídas, através

de um efeito educativo e da

influência nos hábitos

alimentares. Esta dimensão

é analisada nos pontos 66

e seguintes.

21 O volume de leite e de

produtos lácteos fornecidos no

âmbito do regime

é extremamente reduzido em

comparação com a dimensão do

mercado europeu (0,3% da

quantidade total de leite

fornecido às centrais leiteiras da

UE em 1996/1997). Diminui

igualmente em termos de

importância relativa. Na melhor

das hipóteses, o impacto do

regime foi muito reduzido

relativamente ao contexto do

conjunto do mercado e do

principal objectivo do regime.

Tendo sido concebido como

uma medida destinada

a aumentar o mercado dos

produtos lácteos e como um

mecanismo de escoamento dos

excedentes, o regime não teve

uma boa relação custo/benefício.

Relatório Especial n.° 10/2011 – Os programas «Leite para as escolas» e «Distribuição de fruta nas escolas» são eficazes?

21

Relatório Especial n.° 10/2011 – Os programas «Leite para as escolas» e «Distribuição de fruta nas escolas» são eficazes?Relatório Especial n.° 10/2011 – Os programas «Leite para as escolas» e «Distribuição de fruta nas escolas» são eficazes?

22 No que se refere ao «leite para

as escolas», a Comissão dispõe

de uma estimativa (que

a auditoria revelou, contudo, ser

pouco fiável) de 21 milhões de

beneficiários, ou seja

aproximadamente 20% da

população alvo total. Em relação

à «distribuição de fruta nas

escolas», os Estados-Membros

visitados optaram por concentrar

o programa nas escolas

primárias durante o primeiro

ano.

23 Embora não exista um

consenso sobre o seu valor,

a noção de quantidade

recomendada é largamente

utilizada nos vários países.

24 Os alunos que não

participaram no programa de

ajuda ao leite para as escolas

(SMSS, School Milk Subsidy

Scheme) consumiram em média

uma quantidade de leite

suficiente para garantir as doses

diárias recomendadas de cálcio.

Esta constatação é coerente com

o inquérito nacional mais

recente sobre alimentação, que

revela que o consumo médio de

cálcio é adequado na faixa etária

dos 4-10 anos.

25 Ao mesmo tempo, em França,

a ajuda da UE é essencialmente

atribuída às cantinas que,

proporcionalmente, são menos

frequentadas pelas categorias

sociais desfavorecidas. Assim,

a ajuda da UE é estatisticamente

menos dirigida ao alvo

considerado prioritário pelas

autoridades nacionais.

O b j e c t i v O « n u t r i ç ã O - s a ú d e »

3 1 . Comparat ivamente ao número de cr ianças da União Europeia , as despesas ac tualmente orçamentadas para cada um dos programas representam entre 50 e   80 cênt imos por cr iança e   por ano. Esta ordem de grandeza também torna di f ic i l -mente credível que a  medida tenha um efeito nutr ic ional s ig-ni f icat ivo sobre o  conjunto da população -alvo.

32. Na prát ica , as despesas benef ic iam um número mais reduzido de cr ianças 22 e, por conseguinte, o   impac to potencia l sobre cada benef ic iár io é  super ior. Em contrapar t ida , a  ef icácia glo -bal dos regimes no que diz respeito ao seu objec t ivo nutr i -ção -saúde depende, em larga medida, da «escolha» da sub - -população benef ic iár ia .

I N E X I S T Ê N C I A D E U M I N S T R U M E N TO D E S T I N A D OA   O R I E N TA R A   A J U D A E M F U N Ç ÃO D E N E C E S S I D A D E SN U T R I C I O N A I S P R I O R I TÁ R I A S

33. Distr ibuir le i te a   uma cr iança que tenha um consumo muito infer ior à   média ou às normas nutr ic ionais recomendadas 23 tem mais valor do que distr ibuir a  mesma quant idade de le i te a   uma cr iança cujo consumo de produtos lác teos é   já supe -r ior à   média ou às normas recomendadas. O  objec t ivo nutr i -ção -saúde dos dois programas impl ica ass im or ientá- los pr io -r i tar iamente para as categor ias ( regiões, Estados-Membros, categor ias socia is , etc. ) cujos consumos sejam considerados insuf ic ientes ou mais insuf ic ientes do que a   média . Com efeito, a   preocupação pr incipal não é   aumentar o   consumo médio, mas antes permit i r que o   maior número poss ível de cr ianças at inja o  consumo mínimo considerado necessár io.

34. Alguns Estados-Membros começaram já a   ref lec t i r sobre esta questão em relação ao le i te. No Reino Unido, a  aval iação rea-l izada em 2005 sa l ientou que uma grande par te da população a lvo t inha já um consumo suf ic iente de produtos lác teos 24 e  recomendava que fossem seleccionadas determinadas cate -gor ias consideradas pr ior i tár ias. Em França, as autor idades optaram por concentrar o  complemento orçamental nacional de que dispunham nas zonas desfavorecidas, consideradas pr ior i tár ias em matér ia de necess idades nutr ic ionais 25. Este t ipo de selecção poderá assumir d iversas outras formas, a lgu-mas das quais poderão, contudo, impl icar custos adic ionais .

22

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26 Convém salientar que,

embora o regulamento relativo

à distribuição de fruta preveja

uma taxa de co-financiamento

superior para as regiões

abrangidas pelo objectivo da

convergência e ultraperiféricas,

por um lado essa escolha não se

baseia numa análise das

necessidades nutricionais e, por

outro, a dotação da UE continua

a ser repartida tendo como

único critério apenas o número

de crianças entre 6 e 10 anos.

35. Em contrapar t ida , nenhum dos dois regimes da UE prevê um mecanismo de atr ibuição dos recursos em função de uma anál ise das necess idades nutr ic ionais .

36. No caso da distr ibuição de f ruta , o   regulamento dá aos Esta-dos-Membros a  poss ibi l idade de adoptarem essa modal idade no âmbito da sua estratégia nacional . Porém, nenhum deles ut i l izou a inda essa opção 26.

37. No que se refere ao le i te para as escolas, não existe nenhum mecanismo. Uma anál ise efec tuada por Estado -Membro revela que, não apenas o   regime não afec ta os recursos pr io -r i tar iamente às áreas onde as necess idades parecem ser maiores, como os pr incipais benef ic iár ios do programa são os Estados-Membros onde o  consumo de produtos lác teos é   já maior e, por conseguinte, as necess idades são menores ou menos urgentes (ver ca i xa 6 ) .

C A I X A 6CO M PA R AÇ ÃO D O CO N S U M O D E P R O D U TO S L ÁC T E O S N O S D I F E R E N T E SE S TA D O S - M E M B R O S E   D A A J U D A R E C E B I D A E M 2009 N O Â M B I TO D OP R O G R A M A « L E I T E PA R A A S E S CO L A S »

ο Os dois Estados-Membros cujo consumo de produtos lácteos por habitante é já maior são igual-mente os dois primeiros beneficiários da ajuda por habitante.

ο Os seis Estados-Membros que já têm o maior consumo de produtos lácteos por habitante rece-bem em média uma ajuda comunitária por habitante 3,5 vezes superior à dos dez Estados-Mem-bros que têm o consumo mais baixo.

ο Os seis Estados-Membros que recebem mais ajuda por habitante já têm todos um consumo de produtos lácteos por habitante superior à média.

ο Os dez Estados-Membros com o mais baixo consumo de produtos lácteos por habitante recebem apenas 20% da ajuda total. Nove deles recebem uma ajuda por habitante duas a  cinco vezes inferior à média ou não participam no programa.

Relatório Especial n.° 10/2011 – Os programas «Leite para as escolas» e «Distribuição de fruta nas escolas» são eficazes?

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C A I X A 7E X E M P LO D A F R AC A PA R T I C I PAÇ ÃO E   D A FA LTA D E AT R AC T I V I D A D E D O R E G I M E

Um estudo realizado na Alemanha mostra que, dos 56% de estabelecimentos de ensino que distri-buem leite ou produtos lácteos aos seus alunos, apenas 21% solicitaram a ajuda.

Fonte: Ministério da Agricultura da Baviera.

27 Na ausência de um limite máximo

de despesas fixado pelo

regulamento, o nível das despesas

máximas potenciais

(aproximadamente 900 milhões de

euros) foi calculado com base na

participação de todas as crianças

escolarizadas no conjunto dos

estabelecimentos de ensino, até ao

limite de 25 cl por dia lectivo (limite

regulamentar diário por criança).

28 Avaliação de 1999: o grau de

execução do regime na totalidade do

território da UE em 1996/1997

atingia apenas 12% do volume

máximo dos direitos à ajuda e 19%

em 1992/1993, o que sugere um

nível relativamente baixo de

eficiência e de eficácia para atingir as

populações-alvo.

29 Tanto mais que o programa não se

destina apenas a subvencionar um

produto mas um serviço completo,

o que implica custos específicos de

embalagem (pacotes) ou de logística

(por exemplo, leite do dia distribuído

fisicamente todas as manhãs no

Reino Unido).

P R O B L E M A S D E CO N C E P Ç ÃO Q U E L I M I TA M A S R E A L I Z AÇÕ E S CO N C R E TA S D O P R O G R A M A« L E I T E PA R A A S E S CO L A S » M A S PA R A O S Q UA I S E X I S T E M S O LU ÇÕ E S

U M P R O G R A M A « L E I T E PA R A A S E S CO L A S »R E L AT I VA M E N T E P O U CO AT R AC T I V O

38. No caso do « le i te para as escolas» , o   montante das despesas não é   di rec tamente f ixado pela Comissão, mas resulta da soma das escolhas indiv iduais dos requerentes e   benef ic iá-r ios potencia is . Porém, os 74 mi lhões de euros despendidos em 2009 representam menos de 10% das despesas máximas potencia is do programa 27. Ass im, a   taxa de ut i l ização da a juda parece reduzida e  a  pol í t ica re lat ivamente pouco atrac -t iva (ver ca i xa s 7 e   8 ) , em proporções que, a l iás, são compa-ráveis às já constatadas no passado 28.

39. A auditor ia revelou que esta fa l ta de atrac t iv idade resultava, em grande par te, da combinação de um nível de a juda baixo com encargos de gestão que, em comparação, são demasiado elevados.

ve n d a d e l e i t e a   p r e ç O r e d u z i d O f O r a d a s c a n t i n a s

4 0 . Tendo em conta o  nível ac tual da a juda, a  subvenção da UE só pode cobr i r uma pequena par te do custo dos produtos distr i -buídos 29. Na ausência de outras fontes de f inanciamento muito mais substancia is (ver pontos 60 e  seguintes) , o  dispo -s i t ivo da UE não permite efec tuar uma distr ibuição gratuita mas apenas uma venda a  preço reduzido.

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41. Ass im, a   a juda da UE representa apenas um quar to do custo direc to do le i te na Polónia e   10% a   15% na Alemanha e   no Reino Unido. A  a juda permite, por exemplo, vender na Alema-nha os pacotes de le i te aromatizado ao preço de 35 cênt imos em vez de 40 cênt imos. Para o   benef ic iár io potencia l , uma redução desta ordem é  geralmente demasiado pequena para just i f icar a   compra, tanto mais que as anál ises disponíveis mostram uma fraca e last ic idade da procura em função do preço 30.

4 2 . Em muitos casos, o  própr io estabelecimento de ensino decide não par t ic ipar no programa. Com efeito, a   apl icação do regime num estabelecimento de ensino depende, na maior par te dos casos, da boa vontade indiv idual . Ora , a   organiza-ção das vendas a   preço reduzido impl ica um volume de tra-balho que pode ser considerável (compras, armazenagem, distr ibuição e   também a  cobrança de dinheiro junto dos benef ic iár ios) , o  que const i tui um verdadeiro entrave à  par t i -c ipação 31.

43. Em certos casos, o  facto de as vendas a  preço reduzido terem apenas uma fraca procura por parte das famílias ou de, por vezes, o  próprio pessoal responsável não estar convencido do interesse do programa em matéria de saúde, reduz a  vontade dos decisores de aceitar os encargos decorrentes do programa.

p r O d u t O s l á c t e O s i n c l u í d O s n a s r e f e i ç õ e s d a c a n t i n a

44. Quando a subvenção é paga relativamente a produtos uti l iza-dos nas refeições da cantina, a  maior par te dos custos de ges-tão desaparece, uma vez que o programa se integra na gestão normal da cantina. Independentemente do juízo negativo sobre a  ef icácia da subvenção nesse caso (ver pontos 47–50), esse facto implica que o único custo decorrente da ajuda cor-responde ao tempo necessár io para elaborar o pedido de sub-venção. Paradoxalmente, este único encargo administrativo continua a ser mal aceite e pode até ser dissuasor.

30 Excerto da avaliação de 1999

no que se refere ao reduzido

impacto do factor preço: o preço

não parece constituir um factor

essencial no consumo do leite

e de produtos lácteos por parte

dos consumidores, incluindo os

alunos. Este facto sugere que

o principal mecanismo de

aplicação da medida de

distribuição de leite nas escolas

(preços subvencionados) assenta

num factor que tem apenas uma

influência secundária na

determinação do nível de

consumo de leite e de produtos

lácteos e significa que o seu

impacto líquido no consumo

é provavelmente muito

reduzido.

31 Excertos das avaliações

efectuadas em 1999 e 2005 que

ilustram os encargos de gestão

ligados às distribuições pagas:

— Constatamos igualmente que

o programa SMSS da UE

é ineficaz. No seu conjunto,

o programa e o complemento

nacional representam despesas

anuais de aproximadamente

7,2 milhões de libras esterlinas

em Inglaterra e tiveram custos

administrativos estimados em

5 milhões de libras esterlinas

para as escolas, mais

831 000 libras esterlinas para as

autoridades locais responsáveis

pelo ensino e para a RPA

(agência de pagamentos

agrícolas). Recomendamos que

esses programas distribuam

gratuitamente o leite, em vez de

o vender a preço reduzido, na

medida em que seria certamente

bastante menos dispendioso gerir programas que não obrigam os professores a controlar os pagamentos efectuados pelos pais.

— Alguns consideram que as obrigações administrativas e financeiras do regime constituíram um entrave à sua aplicação nas escolas, o que se

deve principalmente ao investimento de tempo necessário para aplicar e gerir o programa «leite para as escolas».

Relatório Especial n.° 10/2011 – Os programas «Leite para as escolas» e «Distribuição de fruta nas escolas» são eficazes?

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45. Mais do que a  sua complexidade, é  o   reduzido valor da a juda recebida que torna as formal idades desproporcionais para a   maior par te dos requerentes e   sobretudo para os mais pequenos (ver ca i xa 8 ) . Este reduzido valor absoluto faz se sent i r a inda mais na medida em que a   a juda já não é   compa-rada com o preço dos produtos lác teos mas com o orçamento global , do qual representa apenas uma par te muito pequena (menos de 1% no caso das cant inas e   muito menos compara-t ivamente ao orçamento global de um estabelecimento pr i -vado autónomo ou de um jardim de infância) .

O I M PAC TO D I R E C TO D A S D E S P E S A S E F E C T UA D A S N O M B I TO D O P R O G R A M A « L E I T E PA R A A S E S CO L A S »É   L I M I TA D O P O R S I G N I F I C AT I V O S E F E I TO S D E I N É R C I A 32

46. I ndependentemente da forma de distr ibuição, a   subvenção re lat iva ao le i te pode ser paga para qualquer produto e legí-vel , sem que exista um mecanismo que permita l imitar a   par te dos pagamentos correspondente a   quant idades que de qualquer forma ser iam consumidas pelos benef ic iár ios mesmo que não houvesse a juda. A   auditor ia revelou que estes efe i tos de inérc ia se manifestam de maneira di ferente consoante a   forma de distr ibuição escolhida.

32 Produz-se um efeito de inércia

quando uma medida de ajuda

é vantajosa para um beneficiário

que, sem essa ajuda, teria

tomado a mesma decisão. Nesse

caso, o resultado constatado não

pode ser imputado à política

e a ajuda paga a esse

beneficiário não produziu

qualquer efeito. Assim, a parte

das despesas que gera efeitos de

inércia é por natureza ineficaz,

uma vez que não contribui para

alcançar os objectivos definidos.

Devido à sua natureza, é muito

difícil medir exactamente os

efeitos de inércia, uma vez que

isso implica ter em conta uma

situação hipotética em que

a ajuda pública examinada não

existiria.

E X E M P LO D A FA LTA D E AT R AC T I V I D A D E D A A J U D A N O C A S O D A S C A N T I N A S

Em França, 70% dos 11 000 requerentes recebem em média cerca de 300 euros por ano.

Entre o grande número de interlocutores contactados que declararam que uma ajuda deste nível era insuficiente para os incitar a alterar os seus hábitos, um dos directores de estabelecimentos de ensino contactados afirmou, por exemplo: «Oiça, eu recebo apenas 200 euros por ano. Com cer-teza não está à espera que por esse montante eu perca o meu tempo a ler uma circular».

Embora todas as cantinas utilizem certos produtos lácteos elegíveis para os quais poderiam rece-ber a ajuda sem efectuarem qualquer esforço além de introduzir o pedido, apenas 60% dos esta-belecimentos de ensino apresentam um pedido de ajuda em França e 15% em Itália.

C A I X A 8

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p r O d u t O s l á c t e O s i n c l u í d O s n a s r e f e i ç õ e s d a s c a n t i n a s

47. A auditor ia revelou que o   pagamento de uma ajuda para os produtos incluídos nas refe ições das cant inas produz s iste -maticamente efe i tos de inérc ia . Em par t icular :

a) sabendo que uma refe ição normal inc lui muitas vezes produtos lác teos (pode até t ratar-se de uma obr igação) , não existe ac tualmente nenhum meio de l imitar o   fac to de as cant inas receberem uma ajuda re lat iva a   produtos que ter iam ut i l izado de qualquer forma;

b) não foi poss ível obter e lementos que revelassem qual-quer t ipo de inf luência da a juda sobre a   quant idade de produtos lác teos incluídos nas ementas ;

c) quase todos os responsáveis contac tados no local admi-t i ram expl ic i tamente a   total ausência de impac to da a juda sobre as quant idades de produtos lác teos ser v idos aos a lunos (ver ca i xa 9 ) .

C A I X A 9E X E M P LO S D E D E C L A R AÇÕ E S D O S R E S P O N S ÁV E I S D E C A N T I N A SCO N TAC TA D O S A   P R O P Ó S I TO D O P R O G R A M A « L E I T E PA R A A S E S CO L A S »

«A composição das nossas ementas não é  influenciada pela ajuda europeia. Não se trata de uma opinião, mas de um facto» (Itália, responsável da empresa de restauração encarregada das cantinas de uma das maiores cidades do país).

«Nunca penso no programa leite para as escolas da UE quando elaboro as ementas» (Suécia, repre-sentante de uma empresa de restauração que recebe a ajuda para várias escolas da cidade).

«As ementas não são de forma alguma influenciadas pela existência da ajuda europeia» (Itália, representante de um estabelecimento de ensino que recebe a ajuda directa).

Em França, os responsáveis de um jardim de infância em fase de aprovação explicaram que queriam recuperar as verbas a que as suas práticas habituais lhes davam direito, ou seja relativamente a pro-dutos que já compravam mesmo antes de terem conhecimento da existência da ajuda.

No caso de um outro requerente, o responsável pela elaboração das ementas da cantina nem sequer tinha conhecimento de que o  estabelecimento de ensino em questão recebia a  ajuda há vários anos.

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48. Ass im, as cant inas recebem ajudas re lat ivas a   produtos lác -teos que ut i l izar iam de qualquer forma e   esta a juda não as incent iva a   aumentar a   sua ut i l ização. Mesmo na Suécia , que parece apresentar a   s i tuação mais favorável 33, o   regime sub -vencionado (pr incipalmente os distr ibuidores de le i te gratui -tos insta lados nas cant inas) já ex ist ia muito antes da introdu-ção da a juda europeia . o   grande consumo de le i te resulta de hábitos culturais já ex istentes e, por conseguinte, não é   imputável ao programa europeu, que se l imita a   dar uma contr ibuição f inanceira a  prát icas que não inf luenciou.

49. Na s i tuação ac tual , é   d i f íc i l aval iar o   impac to da a juda paga às cant inas e, com base nas v is i tas efec tuadas no local , na melhor das hipóteses, o   impac to é   ex tremamente reduzido sobre a   quant idade de produtos lác teos consumidos pelos benef ic iár ios. Além disso, apesar das disposições regulamen-tares nesse sent ido, o   seu impac to potencia l sobre o   preço pago pelas famí l ias muitas vezes não é   ver i f icável (ver a n e xo   I I ) e , de qualquer forma, ser ia ins igni f icante.

50. Pode af i rmar se o   mesmo relat ivamente aos jardins de infân-c ia , tanto mais que, quanto menor é   a   idade das cr ianças mais o   regime al imentar n o r m a l é   suscept ível de inclui r pro -dutos lác teos. Ci te se, como exemplo, os jardins de infância em França (cr ianças com idades compreendidas entre 0 e   3 anos) onde os produtos lác teos incluídos na a l imentação são, de qualquer forma, considerados obr igatór ios.

ve n d a s d e l e i t e a   p r e ç O r e d u z i d O f O r a d a s c a n t i n a s

51. Tendo em conta a   ac tual taxa reduzida de a juda, o   impac to posit ivo parece ser muito l imitado. Com efeito, a   f raca redu-ção do preço de venda que permite a   a juda da UE (ver pon-tos   40 e   41) t raduz-se não apenas numa reduzida par t ic ipa-ção, mas também no fac to de ser vantajosa pr incipalmente para os benef ic iár ios que, na ausência da a juda, ter iam tomado a   mesma decisão. Uma vez que a   a juda é   demasiado l imitada para inf luenciar de forma s igni f icat iva as decisões de compra 34 (ver igualmente a   ca i xa 1 0 ) , os a lunos que dela benef ic iam são pr incipalmente aqueles que, muito provavel-mente, ter iam comprado le i te mesmo a   um preço não sub -vencionado.

33 Mais de 90% das escolas

recebem a ajuda, que

corresponde, em termos de

montantes, a quase 120 cl por

dia e por criança inscrita no

estabelecimento de ensino.

34 A diminuição das taxas de

subvenção que se seguiu

à avaliação de 1999 agravou

a ineficácia então constatada,

reduzindo ainda a capacidade

do programa de influenciar as

escolhas dos requerentes

e beneficiários potenciais.

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5 2 . Além disso, esses benef ic iár ios são, por def in ição, também os mais suscept íveis de consumirem os produtos em questão fora da escola . Tal como a   anál ise por Estado -Membro revela que a   a juda incide pr incipalmente nas áreas com menores necess idades (ver ponto 37) , no caso de uma venda a   preços tão pouco reduzidos, a  a juda benef ic ia sobretudo as cr ianças que já são suscept íveis de consumirem mais produtos lác -teos.

C A I X A 1 0E XC E R TO S D O S R E L ATÓ R I O S D E AVA L I AÇ ÃO Q U E R E V E L A M A   I N F LU Ê N C I AR E D U Z I D A D A A J U D A S O B R E A S Q UA N T I D A D E S CO N S U M I D A S P E LO SB E N E F I C I Á R I O S

Avaliação britânica de 2005: «O nosso estudo sobre os alunos revelou poucos elementos que com-provem que o leite consumido na escola era um complemento do leite consumido noutros locais. Além disso, algumas crianças bebiam muito pouco leite, tanto nas escolas que participavam no pro-grama SMSS como nas que não participavam. O nosso estudo revelou apenas informações probató-rias insuficientes para comprovar que a participação das escolas no programa SMSS da UE afectava o consumo total de leite pelas crianças. Tanto nas escolas que participavam no programa como nas que não participavam, verificou-se que uma minoria de alunos bebia muito pouco leite. Os elemen-tos de prova disponíveis sugerem que o aumento do consumo de leite resultante da participação das escolas no programa SMSS era particularmente visível nas crianças que teriam consumido uma quantidade significativa de leite, quer a sua escola participasse ou não no programa. A experiência que consistiu em dar aos alunos uma alimentação de qualidade elevada revelou que muitos pais, que não estavam dispostos a comprar esse tipo de alimentos no supermercado, também não que-riam pagá-los na escola. Coloca-se o mesmo problema em relação ao leite que os pais podem com-prar nas escolas no âmbito do complemento nacional.»

Avaliação de 1999: Existem muito poucos elementos de prova relativos ao impacto do regime sobre a disponibilidade dos produtos lácteos. Embora os principais factores que influenciam a execução do regime lhe sejam exógenos, o  regime em si contribui muito pouco para aumentar a oferta do produto.

Relatório Especial n.° 10/2011 – Os programas «Leite para as escolas» e «Distribuição de fruta nas escolas» são eficazes?

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F O R A M J Á A P L I C A D A S S O LU ÇÕ E S P E L A CO M I S S ÃO PA R AA   D I S T R I B U I Ç ÃO D E F R U TA N A S E S CO L A S E   P O R A LG U N SE S TA D O S - M E M B R O S R E L AT I VA M E N T E AO L E I T E

pO s s í v e i s r e s p O s t a s j á i n c l u í d a s p e l a cO m i s s ã O n a c O n c e p ç ã O d O p r O g r a m a « d i s t r i b u i ç ã O d e f r u t a n a s e s c O l a s »

53. Na fase de concepção do programa «distr ibuição de f ruta nas escolas» , a   Comissão teve em conta , pelo menos parc ia l -mente, a   fa l ta de atrac t iv idade do programa « le i te para as escolas» e  o   r isco de ocorrência de efe i tos de inérc ia .

O r g a n i z a ç ã O d a d i s t r i b u i ç ã O d e f r u t a f O r a d a s c a n t i n a s

54. Dado que a   Comissão constatou que a   subvenção da f ruta distr ibuída com as refe ições escolares habituais representava um r isco para o  valor acrescentado do programa 35, esta forma de distr ibuição foi for temente regulamentada, ao ponto de, na prát ica , ser excluída. Com efeito, nenhum Estado -Membro optou por esta poss ibi l idade na sua estratégia e  a   total idade da distr ibuição de f ruta ver i f icada era organizada fora das cant inas.

ta x a d e a j u d a s u p e r i O r e   e s c O l h a d O m O d e l O d e d i s t r i b u i ç ã O g r a t u i t a

55. A taxa de co -f inanciamento comunitár io para o   programa «distr ibuição de f ruta nas escolas» var ia consoante os Esta-dos-Membros entre 50% e  75%, o   que é   c laramente super ior ao que representa a  a juda para o   le i te.

5 6 . Nesta base, a  d istr ibuição gratuita fo i adoptada como modelo único para o   programa «distr ibuição de f ruta nas escolas» (a l iás, a   versão f rancesa do regulamento re lat ivo à   f ruta ut i -l iza o   termo « d i s t r i b u t i o n » , enquanto o   regulamento re lat ivo ao le i te ut i l iza o   termo « ce s s i o n ») .

35 «Para que os regimes de

distribuição de fruta nas escolas

(…) tenham valor acrescentado,

os Estados-Membros devem

explicar nas suas estratégias

o modo como estas garantirão

que os regimes respectivos

tenham valor acrescentado,

nomeadamente quando se

verifica o consumo simultâneo

das refeições escolares habituais

e de produtos financiados pelo

regime de distribuição de fruta

nas escolas» [considerando 2 do

Regulamento (CE) n° 288/2009].

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57. Ass im, todas as distr ibuições de f ruta são gratuitas para as cr ianças, o   que suscita uma par t ic ipação quase s istemática junto dos dest inatár ios da distr ibuição. Este carác ter gratuito permite minimizar a   impor tância re lat iva dos efe i tos de inér-c ia , uma vez que poss ibi l i ta inc lui r na l i s ta dos benef ic iár ios cr ianças que não ter iam condições para comprar o   produto sem subvenção. Além disso, também s impl i f ica muito o  papel das escolas, ev i tando lhes ter de cobrar d inheiro às famí l ias.

58. Na maior par te dos Estados-Membros, a  d istr ibuição também é  gratuita para a   escola , uma vez que o   co -f inanciamento da UE é   complementado por um orçamento nacional , pago direc tamente ao fornecedor. Desta forma, a   escola recebe gratuitamente as entregas, sem quaisquer custos e  sem efec-tuar qualquer adiantamento. Em I tá l ia , um s istema de con-curso «tudo incluído» ( incluindo a   distr ibuição f ís ica nas sa las de aula e   a   organização das medidas de acompanha-mento) permit iu mesmo el iminar todos os condic ional ismos em matér ia de gestão para as escolas. Por i sso, a  par t ic ipação dos estabelecimentos de ensino só é   l imitada pela dimensão da dotação orçamental d isponível .

59. Pelo contrár io, em França não está previsto nenhum orça-mento nacional , pelo que a   par t ic ipação dos estabelecimen-tos de ensino depende da sua capacidade em encontrar f inanciamentos locais . Nestas c i rcunstâncias, esta condição só raramente pôde ser respeitada e, até à   data , o   número de requerentes é  ex tremamente pequeno (ver a n e xo I V ) .

a l g u n s e s t a d O s -m e m b r O s t a m b é m j á c O m e ç a r a m a   a p l i c a r O   m O d e l O d e d i s t r i b u i ç ã O g r a t u i t a d O l e i t e f O r a d a s c a n t i n a s

60. Embora em França a  maior par te da a juda da UE se dest ine às cant inas, este Estado -Membro decidiu reser var o  seu comple -mento orçamental nacional para a   distr ibuição gratuita fora das cant inas, tendo como motivo expl íc i to garant i r que este complemento orçamental nacional tenha um impac to real , que a  subvenção dada às cant inas não parece a lcançar.

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61. Na Polónia e   no Reino Unido, a   a juda da UE está associada aos orçamentos nacionais que permit i ram subst i tui r a   d istr i -buição a   preço reduzido por uma distr ibuição gratuita fora das cant inas, dest inada a   um número a inda maior de benef i -c iár ios ( turmas do ensino pr imár io na Polónia , cr ianças com menos de c inco anos no Reino Unido) .

62. Este modelo, muito mais atrac t ivo do que a   distr ibuição a   preço reduzido, garante uma par t ic ipação muito super ior (ver ca i xa 1 1 ) . Além disso, também reduz consideravelmente o   problema dos efe i tos de inérc ia constatado no caso das vendas de le i te a  preço reduzido, permit indo chegar junto de quase todas as cr ianças a   quem a  distr ibuição se dest ina e  não apenas das cr ianças que ter iam poss ibi l idades de pagar o   le i te mesmo não havendo subvenção.

I M PAC TO D A D I S T R I B U I Ç ÃO G R AT U I TA

ο No Reino Unido, um estudo revelou uma nítida diminuição da participação dos alunos assim que a distribuição deixa de ser gratuita (fonte: principal interveniente no programa no Reino Unido para as escolas primárias e secundárias). Assim, a auditoria permitiu constatar o caso de um estabelecimento de ensino com uma elevada participação no programa nacional gratuito Nursery Milk Scheme (NMS), destinado a crianças até cinco anos, verificando se que nenhuma criança participa no programa a partir dessa idade. Pôde igualmente constatar-se que alguns estabelecimentos de ensino se recusavam a gerir uma distribuição paga e limitavam a sua par-ticipação apenas às faixas etárias que beneficiavam de distribuição gratuita.

ο Na Polónia, a passagem em 2007/2008 a uma distribuição gratuita no ensino primário permitiu aumentar o  número de escolas primárias participantes no programa para mais do dobro e o número de crianças para mais do quádruplo.

ο Um estudo realizado na Alemanha mostra que diferenças mesmo significativas dos preços de venda (de 30/35 cêntimos para 15 cêntimos) têm um impacto reduzido na participação. Ape-nas a distribuição gratuita modifica realmente o impacto obtido (ver gráfico 5).

C A I X A 1 1

G R Á F I C O 5E V O LU Ç ÃO, E M F U N Ç ÃO D O P R E ÇO D E V E N D A , D A PA R T I C I PAÇ ÃO D O SA LU N O S N A S E S CO L A S E M Q U E S TÃO

Fonte: Autoridades da Renânia do Norte Vestefália.

0 % 20 % 40 % 60 % 80 %

30/35 cêntimos

25 cêntimos

15 cêntimos

0 cêntimos 74

38

38

30

32

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63. No entanto, na Polónia , ta l como no Reino Unido, a  d istr ibui -ção gratuita depende de orçamentos nacionais muito s igni f i -cat ivos (ver g rá f i co 6 ) e   a   subvenção da UE representa ape -nas uma par te muito reduzida do custo total 36. Tendo em conta o  nível ac tual da a juda da UE, hoje em dia não se pode considerar a   d istr ibuição gratuita como uma real ização direc ta do programa europeu 37. O  exemplo destes dois Esta-dos-Membros i lustra , contudo, a   impor tância do esforço orça-mental que representa a   apl icação de um modelo de distr i -buição gratuita .

36 É também o caso da

distribuição gratuita em França,

mas uma vez que esta é realizada

a uma escala muito menor,

o orçamento nacional

correspondente é muito inferior

em valores absolutos.

37 No Reino unido, até 2008,

a distribuição gratuita (NMS) era

inteiramente financiada pelo

Ministério da Saúde britânico. Só

a partir de 2008, na sequência de

uma decisão das autoridades

britânicas, a ajuda da UE

reembolsa uma parte dos custos

desta política nacional.

G R Á F I C O 6E S F O R ÇO S O R Ç A M E N TA I S N AC I O N A I S D O S D O I S P R I N C I PA I S E S TA D O S -- M E M B R O S Q U E O R G A N I Z A M A   D I S T R I B U I Ç ÃO G R AT U I TA D E L E I T E ( E M M I L H Õ E S D E E U R O S ; A N O 2 0 0 8 / 2 0 0 9 )

Fonte: Dados orçamentais dos Estados-Membros.

0

20

40

60

Polónia Reino Unido

Ajuda UE

Orçamento nacional

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38 O recurso a uma empresa

organizadora não anula os

custos de gestão mas apenas os

externaliza. Assim, nestes casos,

as autoridades britânicas

autorizam a empresa externa

a facturar uma margem igual

a duas vezes o montante da

ajuda da UE. Contudo, esta

externalização permite muito

provavelmente efectuar

economias de escala

significativas nos custos de

gestão e liberta os decisores de

um trabalho que poderia

fazê-los renunciar à participação

do seu estabelecimento de

ensino.

O u t r a s b O a s p r á t i c a s v e r i f i c a d a s d u r a n t e a   a u d i t O r i a q u e c O n t r i b u e m p a r a r e f O r ç a r a   p a r t i c i p a ç ã O n O p r O g r a m a e   a   s u a e f i c á c i a

64. A auditor ia permit iu igualmente constatar determinados fac-tores ou opções locais que eram suscept íveis de reduzir os custos de gestão e   de reforçar a   par t ic ipação no programa e  a  sua ef icácia , em par t icular :

a) ut i l ização de todas as opções existentes na legis lação para s impl i f icar a   e laboração e   o   controlo do pedido de a juda (nomeadamente, a   poss ibi l idade de ut i l izar deter-minados coef ic ientes for fetár ios para efec tuar os cálcu-los) ;

b) concentração do regime em requerentes com uma dimensão cr í t ica (o que torna os encargos administrat i -vos proporcionalmente mais aceitáveis ou permite mesmo efec tuar economias de escala consideráveis ) ;

c ) par t ic ipação de inter venientes pr ivados que podem tomar a   cargo a   total idade ou uma par te dos encargos administrat ivos e   logíst icos 38 tendo s imultaneamente um interesse direc to em desenvolver a  par t ic ipação.

A M B I ÇÕ E S P E D AG Ó G I C A S P O R CO N F I R M A R

6 5 . Além do efe i to imediato da distr ibuição real izada, os dois pro -gramas apresentam a  mesma ambição pedagógica de inf luen-c iar os hábitos a l imentares a   longo prazo. Esta ambição é, contudo, t ida em conta de forma muito di ferente nos dois programas e  está a inda por conf i rmar.

A M B I ÇÕ E S P E D AG Ó G I C A S M U I TO P O U CO T I D A S E MCO N TA N O C A S O D O L E I T E , S E N D O P O U CO P R O VÁV E L U M I M PAC TO S I G N I F I C AT I V O A   LO N G O P R A ZO

O e f e i t O p e d a g ó g i c O l i g a d O à   e x i s t ê n c i a d e u m a d i s t r i b u i ç ã O s u b v e n c i O n a d a d e p e n d e d e u m a v i s i b i l i d a d e q u e a i n d a n ã O e x i s t e

66. Em pr incípio, a   d istr ibuição subvencionada pode, pela sua s imples existência , contr ibuir para divulgar uma mensagem sobre o   valor atr ibuído ao produto. No entanto, este meca-nismo pressupõe a  v is ib i l idade da distr ibuição.

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67. A maior par te dos casos de distr ibuição de le i te ver i f icados fora das cant inas, bem como a   ut i l ização dos distr ibuidores de le i te nas cant inas suecas, permit i ram conf i rmar esta con-dição. Noutros casos, a   subvenção e   o   produto distr ibuído não benef ic iam de uma vis ibi l idade suf ic iente.

68. Ass im, o   le i te vendido nas lo jas (Alemanha) não é   especi f ica-mente colocado em destaque e   ressente -se da proximidade de outros produtos ( refr igerantes, batatas f r i tas, doces) junta-mente com os quais é   vendido. Por conseguinte, não benef i -c ia da v is ib i l idade resultante de uma distr ibuição especí f ica .

69. Da mesma forma, quando a   subvenção diz respeito a   produ-tos lác teos incluídos nas refe ições das cant inas, o   conceito de distr ibuição desaparece e   a   dimensão pedagógica dimi-nui . Esta insuf ic iência fo i expl ic i tamente ident i f icada pela Comissão que, por essa razão, procurou l imitar a   ut i l ização da a juda re lat ivamente às cant inas 39. Embora seja posit iva , esta restr ição não é   contudo suf ic iente para garant i r um valor pedagógico ef icaz da a juda.

39 Considerando 4 do

Regulamento (CE) n.° 657/2008:

«a referida utilização não

constitui uma forma eficaz de

realizar o objectivo educativo do

regime. a preparação de

refeições deve, pois, ser

restringida em conformidade».

O n.º 4 do artigo 5.º do mesmo

regulamento não autoriza

o tratamento térmico para que

o produto lácteo seja visível

e reconhecível pela criança.

Ementademassascommanteiga(molhoparme-são) subvencionada no âmbito do programa«leiteparaasescolas».

Fonte: Cantina italiana.

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40 Relativamente a este aspecto,

a avaliação de 1999 referia que

quando o leite é consumido

como um produto

complementar, a eficácia do

regime de ajuda continua a ser

reduzida.

41 Os regulamentos da Comissão

(leite e fruta) exigem

actualmente que seja colocado

um cartaz à entrada de cada

estabelecimento de ensino

participante no programa. Não

pondo em causa o contributo

positivo desta medida, refira-se

que o seu impacto é limitado.

42 A medida teve provavelmente

um efeito irrisório em termos de

melhoria do conhecimento das

qualidades nutricionais dos

produtos lácteos. Tal não

é surpreendente, dado que

a medida de distribuição de leite

nas escolas não inclui nenhuma

disposição relativa ao

financiamento de actividades

promocionais e constitui

essencialmente uma medida de

subvenção dos preços.

43 O programa SMSS poderia dar

informações úteis aos pais e aos

alunos. No entanto, o facto de

enviar camiões efectuar entregas

nas escolas todos os dias e de

pedir aos professores que

controlem os pagamentos

efectuados pelos pais parece

constituir um método oneroso

de fornecer informações.

70. Por um lado, o   produto não é   posto em destaque enquanto ta l e, por def in ição, é   menos valor izado do que numa distr i -buição a d h o c 40. Por outro lado, os benef ic iár ios não se aper-cebem geralmente da existência do programa 41 e, por conse -guinte, do valor especí f ico atr ibuído ao produto. Em França e   em I tá l ia , ver i f icou-se que mesmo alguns dir igentes de estabelecimentos de ensino contac tados não estavam ao cor-rente de que as respec t ivas cant inas benef ic iavam de uma subvenção.

au s ê n c i a d e m e d i d a s d e a c O m p a n h a m e n t O p e d a g ó g i c O

71. Mesmo quando a   condição re lat iva à   v is ib i l idade é   respei-tada, o   mecanismo de distr ibuição não é   considerado, por s i só, como sendo o  suf ic iente para concret izar de forma sat is -fatór ia o  objec t ivo pedagógico.

72. A aval iação de 1999 sa l ientava já a   insuf ic iência , em termos educat ivos, de um programa l imitado a  uma var iável const i tu-ída pelo preço que não incluía nenhuma medida promocional ou pedagógica 42, aspec to que foi retomado na aval iação br i tâ-nica de 2005 43. Vár ios inter locutores contac tados durante a   auditor ia concordam com esta anál ise, sa l ientando nomea-damente que a   pr incipal razão que l imita o   consumo de le i te (pelo menos, na forma de le i te para beber) a  par t i r da adoles-cência é   uma questão de imagem, problema que não é   t ido em conta na concepção do programa.

7 3 . Apesar destas constatações, o  Regulamento (CE) n . ° 657/2008 prevê apenas a   distr ibuição dos produtos e   não estabelece nenhuma obr igação re lat iva a   medidas de acompanhamento nem as incent iva . Neste contex to, nenhum dos Estados-Mem-bros v is i tados t inha def in ido qualquer obr igação deste t ipo e   nenhum dos estabelecimentos de ensino v is i tados t inha apl icado ou benef ic iava de medidas de acompanhamento especí f icas.

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74. Naturalmente, ex istem acções promocionais fora do âmbito do programa « le i te para as escolas» . Além da campanha da «equipa dos sabores» 44 já refer ida , no âmbito do Regulamento (CE) n . ° 3/2008 do Conselho 45, a  Comissão co -f inancia medidas de promoção. Entre estas, um pequeno número diz respeito aos produtos lác teos e   v isa as cr ianças 46. Constataram-se tam-bém outros exemplos de acções indiscut ivelmente posit ivas nos di ferentes Estados-Membros. Porém, estas acções, que não estavam previstas nem são incent ivadas pelo Regulamento (CE) n . ° 657/2008, são em larga medida independentes do pro -grama « le i te para as escolas» e  não lhe podem ser creditadas.

au s ê n c i a d e s i n a i s d e i m p a c t O a   l O n g O p r a z O n O s h á b i t O s a l i m e n t a r e s

75. Por fa l ta de ferramentas especí f icas, não existe ac tualmente, após vár ias dezenas de anos de execução, nenhum elemento que demonstre um impac to a   longo prazo do programa « le i te para as escolas» nos hábitos a l imentares dos seus benef ic iá-r ios. Como a   aval iação br i tânica de 2005 t inha já refer ido, não é   evidente que este programa permita incut i r hábitos duradouros de consumo de le i te.

76. Pelo contrár io, nos Estados-Membros onde existem dados disponíveis ver i f ica-se que, e l iminando todas as outras var iá-veis , a   par t ic ipação no regime diminui muito com a  idade. o   regime apl icado ao nível do ensino pr imár io não tem um impac to a   médio prazo suf ic iente para garant i r uma par t ic i -pação sat is fatór ia nos anos seguintes. Parece muito provável que um regime que não é  capaz de f idel izar os seus benef ic i -ár ios a   médio prazo, não consiga inf luenciar s igni f icat iva-mente os seus hábitos a   longo prazo.

44 Ver o sítio internet:

http://ec.europa.eu/agriculture/

tasty-bunch/about/index_pt.

htm que fornece uma

hiperligação para o sítio

dedicado ao programa «leite»

«Drink it up»:

(http://ec.europa.eu/agriculture/

drinkitup/for_adults_pt.htm).

45 Regulamento (CE) n.° 3/2008

do Conselho, de 17 de Dezembro

de 2007, relativo a acções de

informação e promoção a favor

dos produtos agrícolas no

mercado interno e nos países

terceiros (JO L 3 de 5.1.2008, p. 1)

(rubrica orçamental 05 02 10 01).

46 Encontraram-se alguns raros

exemplos de referências

explícitas ao programa «leite

para as escolas». Essas excepções

representam, apesar de tudo, um

progresso, uma vez que

a avaliação de 1999 tinha

detectado uma total ausência de

sinergia, referindo que os

principais resultados do estudo

mostravam que quase nenhuma

campanha de promoção dos

produtos lácteos na UE fazia

referência ao programa «leite

para as escolas».

www.drinkitup.eu

MILK POWER!

European CommissionAgriculture and Rural Development

EU School Milk ProgrammeFonte: www.drinkitup.europa.eu

Relatório Especial n.° 10/2011 – Os programas «Leite para as escolas» e «Distribuição de fruta nas escolas» são eficazes?

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47 Considerando 5 do

Regulamento (CE) n.° 288/2009.

M E L H O R P O N D E R AÇ ÃO D A S A M B I ÇÕ E S P E D AG Ó G I C A SR E L AT I VA M E N T E AO P R O G R A M A « D I S T R I B U I Ç ÃO D EF R U TA N A S E S CO L A S »

77. Embora seja a inda demasiado cedo para aval iar a   ef icácia a   longo prazo das suas disposições, o  programa «distr ibuição de f ruta nas escolas» apresenta uma maior coerência entre a  ambição pedagógica expressa e  o  método adoptado.

78. Por um lado, as d istr ibuições de f ruta ver i f icadas durante a   auditor ia eram mais suscept íveis de ter um impac to peda-gógico porque benef ic iavam todas de uma grande v is ibi l i -dade. Fora o  entusiasmo l igado à  novidade do programa, esta v is ib i l idade era assegurada organizando distr ibuições a d h o c e   fora das cant inas (ver ponto 54) .

79. Por outro lado, contrar iamente ao programa « le i te para as escolas» , desde a   sua concepção, o   programa «distr ibuição de f ruta nas escolas» integrou a   dimensão pedagógica pre -tendida através da cr iação de uma ferramenta especí f ica . Ass im, o   regulamento da Comissão af i rma que «para serem ef icazes, os regimes de distr ibuição de f ruta nas escolas necess i tam de medidas de acompanhamento» 47 e, embora não preveja o   seu f inanciamento, considera a   apl icação des-sas medidas como uma condição para pagamento da a juda.

C A I X A 1 2E X E M P LO S D E M E D I D A S D E ACO M PA N H A M E N TO A N A L I S A D A S D U R A N T E A AU D I TO R I A

ο Exposição itinerante destinada aos alunos sobre a fruta e os legumes.

ο Terminal de informação interactivo colocado no átrio de entrada do estabelecimento de ensino.

ο Debates com médicos e nutricionistas destinados aos pais dos alunos.

ο Cultivo de uma horta no recinto da escola.

ο Material de apoio pedagógico destinado aos professores.

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80. Dentro da mesma lógica , as s inergias são incent ivadas atra-vés das acções promocionais do Regulamento (CE) n . ° 3/2008 graças a   uma poss ibi l idade de co -f inanciamento adic ional 48 que não existe para o   le i te.

8 1 . Apesar disso, a  auditor ia revelou que, tendo em conta o  custo que pode representar a   cr iação de um disposit ivo de acom-panhamento, a   ausência de f inanciamentos especí f icos e  a  di f iculdade em determinar o  que const i tui uma medida de acompanhamento suf ic iente deram or igem a  regimes com di ferentes ambições (ver ca i xa 1 3 ) . Ass im, a   ef icácia do regime pedagógico que está a   ser apl icado deverá a inda ser conf i rmada no futuro.

48 «No que diz respeito

à promoção de fruta e de

legumes frescos, é dada especial

atenção às acções de promoção

que tenham por destinatários as

crianças nos estabelecimentos

escolares» [n.º 1 do artigo 5.º do

Regulamento (CE) n.° 3/2008];

«a percentagem referida no

primeiro parágrafo é de 60% nas

acções de promoção de fruta

e de legumes destinadas

especificamente às crianças nos

estabelecimentos escolares da

Comunidade» [n.º 2 do artigo

13.º do Regulamento (CE)

n.° 3/2008].

C A I X A 1 3E X E M P LO S D A H E T E R O G E N E I D A D E D A S M E D I D A S D E ACO M PA N H A M E N TOJ Á A P L I C A D A S Q UA N D O D A AU D I TO R I A

Em Itália, desde o primeiro ano, foi posto em prática um sistema ambicioso em que as medidas de acompanhamento são asseguradas a nível regional pelas organizações de produtores responsáveis pela distribuição.

Na Alemanha e em França, os estabelecimentos de ensino visitados tinham organizado actividades educativas de acompanhamento relacionadas com a fruta e os legumes e com a nutrição em geral. Contudo, dada a ausência de um sistema de controlo, as actividades dependiam nessa fase princi-palmente da boa vontade a nível local ou de particulares.

Na Polónia, não tinha ainda sido iniciada ou planificada qualquer actividade pedagógica de acom-panhamento nos estabelecimentos de ensino visitados (as modalidades transitórias previstas pelo regulamento tornavam essas medidas facultativas no primeiro ano, mas as próprias autoridades nacionais tinham-se comprometido a que as mesmas arrancariam nessa data).

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82. Na sequência de uma aval iação ex terna cujas conclusões foram ex tremamente severas, em 1999, o   Conselho, contra-r iando a   proposta in ic ia l da Comissão, decidiu manter o   pro -grama « le i te para as escolas» (ver pontos 20-23) . O Tr ibunal ver i f icou que, dez anos após esta opção e   apesar de terem s ido a lcançadas a lgumas melhor ias, não se encontrou uma solução efec t iva para colmatar as insuf ic iências de fundo constatadas na a l tura .

83. Ac tualmente, o   programa « le i te para as escolas» cont inua a  ser muito pouco ef icaz :

a) no que se refere ao impac to esperado a   cur to prazo ( for-necimento nas escolas) , o  Tr ibunal constata que as real iza-ções concretas do programa « le i te para as escolas» são muito l imitadas :

i ) nomeadamente devido ao reduzido nível de a juda, o  programa cont inua a  ser re lat ivamente pouco atrac -t ivo e, por conseguinte, em larga medida l imitado aos efe i tos de inérc ia . No geral , os produtos subvenciona-dos ser iam de qualquer forma incluídos nas refe ições das cant inas ou provavelmente adquir idos pelos benef ic iár ios mesmo não havendo subvenção (ver pontos 38-52) ,

i i ) a auditor ia revelou que a   organização de distr ibui-ções gratuitas em determinados Estados-Membros tem um impac to mais sat is fatór io, mas essas distr i -buições gratuitas correspondem hoje em dia a   pro -gramas nacionais d ispendiosos, para os quais o   orça-mento comunitár io contr ibui apenas de forma marginal (ver pontos 60-63) ;

b) re lat ivamente ao impac to esperado a   longo prazo (efe i to pedagógico) , o  Tr ibunal constata que as ambições educa-t ivas expressas não são suf ic ientemente t idas em conta no regime ac tual . Em par t icular, a  v is ib i l idade da distr ibuição nem sempre é   garant ida e   não foi cr iada nenhuma outra fer ramenta pedagógica especí f ica (ver pontos 66-75) .

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

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84. Em contrapar t ida , o  Tr ibunal constata que a   maior par te das insuf ic iências re lat ivas ao programa « le i te para as escolas» foram ass inaladas e, pelo menos parc ia lmente, t idas em conta pela Comissão durante a   concepção do programa «dis-t r ibuição de f ruta nas escolas» . Em especia l , o  novo programa adoptou o  modelo único de distr ibuição gratuita fora das cant inas (ver pontos 53-59) e   cr iou ferramentas especí f icas para dar resposta às suas ambições pedagógicas (ver pontos 77-81) . Contudo, essas respostas têm um custo e levado, f icando uma par te s igni f icat iva a   cargo dos orçamentos nacionais ou locais . Embora seja a inda demasiado cedo para formar uma opinião def in i t iva sobre a   sua ef icácia a   longo prazo, o  novo programa parece ser muito mais suscept ível de a lcançar ef icazmente os seus objec t ivos a   cur to e   a   longo prazo. Desta forma, fornece poss íveis p istas para a   melhor ia do programa « le i te para as escolas» .

85. Porém, o  Tr ibunal constata que, nos dois casos, o  ac tual n ível de despesas dos programas permite apenas antever um impac to l imitado, tanto mais que nenhum deles dispõe de mecanismos que permitam concentrar a  a juda nos objec t ivos com necess idades pr ior i tár ias (ver pontos 27-37) . No caso do programa «distr ibuição de f ruta nas escolas» , fo i já previsto um l imite máximo de 500 mi lhões de euros para as despesas em vez dos 90 mi lhões de euros adoptados, mas a   Comissão considerou que o   programa dever ia pr imeiro prestar provas. Por conseguinte, é   a inda demasiado cedo para reaval iar este aspec to, uma vez que o   programa se encontra a inda na fase de arranque (ver a n e xo I V ) .

Relatório Especial n.° 10/2011 – Os programas «Leite para as escolas» e «Distribuição de fruta nas escolas» são eficazes?

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49 Para possibilitar que a medida

seja gratuita, poderá

equacionar-se de novo o recurso

a um co-financiamento dos

Estados-Membros, ou mesmo do

sector.

86. Neste contex to, o  Tr ibunal formula as seguintes recomenda-ções pr incipais :

a) tendo em conta a   ef icácia muito reduzida do programa « le i te para as escolas» , a   sua manutenção deverá ser con-dic ionada à   poss ibi l idade de se efec tuar uma reforma aprofundada para corr igi r as insuf ic iências ident i f icadas. Esta opção deverá nomeadamente ter em conta o   valor nutr ic ional atr ibuído ao produto re lat ivamente aos objec-t ivos em matér ia de saúde públ ica . Caso seja efec tuada essa reforma, os aspec tos em seguida refer idos deverão ser t idos em consideração;

b) para que o   programa « le i te para as escolas» possa ter um impac to real sobre as quant idades de le i te consumidas nas escolas, o   n ível da subvenção por qui lograma deverá ser consideravelmente aumentado, até at ingir um nível que permita efec tuar uma distr ibuição gratuita 49. Con-tudo, esta recomendação não impl ica aumentar as despe -sas da UE re lat ivas ao programa, mas, pelo contrár io, con-centrar meios a  favor de populações mais reduzidas, o  que poderá igualmente contr ibuir para dar uma resposta ef i -caz ao problema dos efe i tos de inérc ia . a   população -alvo deverá ser def in ida em função de necess idades nutr ic io -nais a  determinar ;

c ) no caso do programa « le i te para as escolas» , deverão ser tomadas medidas para l imitar os efe i tos de inérc ia especi -f icamente associados às cant inas, garant indo ao mesmo tempo o máximo de v is ibi l idade do regime;

d) no que se refere aos objec t ivos a   n ível educat ivo, deverá ser adoptada uma abordagem mais coerente entre os dois programas re lat ivamente ao papel e   à impor tância das medidas de acompanhamento. Se a   sua impor tância se conf i rmar, a   sua e legibi l idade para co -f inanciamento comunitár io poderá ser reconsiderada;

e) para garant i r a  coerência global da abordagem nutr ic ional e   uma gestão opt imizada, a   coordenação e   as s inergias entre os dois programas deverão ser reforçadas.

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87. Além disso, o  Tr ibunal formula igualmente as seguintes reco -mendações :

a ) dado que os dois programas não dispõem de um s istema sat is fatór io de medição do desempenho (ver pontos 24-26) , o   s istema de acompanhamento do desempenho deverá ser melhorado para ter em conta as disposições do Regulamento Financeiro ;

b) os esforços a   favor da s impl i f icação deverão prosseguir, bem como o  recurso a   boas prát icas que permitam faci l i -tar a  execução dos programas incent ivados;

c) é nesta lógica de s impl i f icação e   com especia l atenção para a   re lação custo/ef icácia dos controlos que deverão, tanto quanto poss ível , ser corr igidos os di ferentes aspec -tos ass inalados re lat ivos à   regular idade das despesas (ver a n e xo I I ) .

O presente re latór io fo i adoptado pela Câmara I , pres idida por Olavi ALA-NISSILÄ, membro do Tr ibunal de Contas, no Luxemburgo, na sua reunião de 13 de Julho de 2011.

Pe l o Tr i b u n a l d e C o n t a s

Vítor Manuel da S I LVA C A L D E I R APr e s i d e n t e

Relatório Especial n.° 10/2011 – Os programas «Leite para as escolas» e «Distribuição de fruta nas escolas» são eficazes?

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A N Á L I S E CO M PA R AT I VA D O S P R O G R A M A S « L E I T E PA R A A SE S CO L A S » E   « D I S T R I B U I Ç ÃO D E F R U TA N A S E S CO L A S »

A N E X O I

Leite para as escolas Distribuição de fruta nas escolas

ProdutoselegíveisLeitee produtoslácteosindicadosnoregulamento(leite,leitearomatizado,iogurte,queijo,etc.).

Frutae legumes(incluindotransformados,exceptoosqueincluamaçúcar,matériasgordas,salouedulcorantesadicionados).

ObjectivosMercado Contribuirparaa estabilidadedomercado/objectivosgeraisdaPAC.

Nutrição--Saúde

Acurtoprazo:incluirprodutossaudáveisnoregimealimentardascrianças.Alongoprazo:efeitoeducativo,promoverbonshábitosalimentaresnofuturo.

PrincípiodoprogramaSubvençãofinanceiraparapermitira distribuiçãoa preçoreduzido(leite)oua distribuiçãogratuita(fruta)nasescolas.

Beneficiáriovisado Alunosquefrequentemregularmenteumestabelecimentodeensino.

AjudapagaaEstabelecimentodeensino,fornecedor,autoridaderesponsávelpeloensinoouorganismointermédiocriadoparao efeito.Essesrequerentesdevempreviamenteseraprovadospelasautoridadesnacionaiscompetentes.

Afixação Cartaznaentradaprincipaldoestabelecimentodeensino.

Montantedaajuda/Despesaselegíveis

Tabelafixaporcategoriadeproduto(referência:18,15euros/100kgdeleite).

Co-financiamento(50%a 75%)docustodosprodutosdistribuídos(+certoscustosconexos).

Contribuiçãofinanceiradosbeneficiários

OvalordaajudadaUEsópermiteumavendaa preçoreduzido.Oscasosobservadosdedistribuiçãogratuitadependemdefinanciamentosadicionais.

Oregulamentosugereumadistribuiçãogratuita,sema exigirexplicitamente.Nãoseobservounenhumcasodedistribuiçãopaga,emboraemalgumascircunstânciasospaisdosalunosfinanciemindirectamenteumapartedoscustos.

Modalidadedefornecimentodosprodutos

Vendaa preçoreduzidonassalasdeaulaounumalojasituadanoestabelecimentodeensino.Distribuiçãogratuitanassalasdeaula.Produtoslácteosincluídosnasrefeiçõesdascantinas.

Distribuiçãogratuitae foradashorasdasrefeições(distribuiçãonascantinasautorizadaunicamenteseo Estado-Membrodemonstraro valoracrescentadodestemétodo.Naprática,nãofoideclaradonenhumcaso).

Limitemáximoorçamental

Nãohálimitemáximoorçamental.Noentanto,o artigo5.ºdoRegulamento(CE)n.º657/2008prevêumaquantidademáximasubvencionávelde0,25litrospordialectivoe poralunoquefrequenteregularmenteo estabelecimentodeensino,umlimitequeosrequerentesgeralmentenãoatingem.

90milhõesdeeuros.

Condiçãodeparticipaçãodoestabelecimentodeensino

NãoEstratégianacionalapresentadapeloEstado--Membro.

Medidasdeacompanhamento

NãoObrigatóriase descritascomo«essenciais».Porém,a organizaçãoe o financiamentonãoficama cargodoprograma.

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A N E X O I I

L E I T E PA R A A S E S CO L A S

P R O B L E M A S N A I N T E R P R E TAÇ ÃO D O R E G U L A M E N TO

1. E legibi l idade dos jardins de infância : devido a   di ferenças de t radução e  de interpretação do regulamento nas vár ias l ínguas, em França os jardins de infância só passaram a  ser e legíveis a  par t i r de 2008 1, apesar de cont inu-arem a  estar excluídos do regime na I tá l ia e  na Polónia e  de serem elegíveis na Alemanha, na Suécia ou no Reino Unido 2.

Embora estando expl ic i tamente prevista em determinadas versões l inguís-t icas, a   e legibi l idade dos jardins de infância está em contradição com o resto do tex to que def ine os benef ic iár ios como «alunos» que f requentam «estabelecimentos de ensino» . Nos países v is i tados, os jardins de infância geralmente não preenchem esses cr i tér ios.

2. Aprovaç ão dos municípios enquanto entidades resp onsáveis p eloensino : o   Regulamento (CE) n . ° 657/2008 def ine quatro categor ias de requerentes e legíveis . Entre estes, encontram-se os munic ípios, que em muitos Estados-Membros const i tuem pi lares incontornáveis do regime e  que são aprovados no âmbito da categor ia b.

Embora as versões f rancesa e   i ta l iana do regulamento anter ior tenham uma def inição muito mais lata (« l e p o u v o i r o r g a n i s a t e u r e f f e c t u a n t l a d e m a n d e d ' a i d e » , « l ' a m m i n i s t ra z i o n e r e s p o n s a b i l e ») , a   def in ição desta categor ia fo i homogeneizada pelo Regulamento (CE) n . ° 657/2008 («autor idades educat i -vas») . Esta def in ição harmonizada levanta agora a   questão de saber se os munic ípios podem jur idicamente ser considerados em todos os Estados- -Membros como «autor idades educat ivas» .

1 Na versão francesa do regulamento, a expressão «écoles maternelles» antes utilizada [n.º 1, alínea a) do artigo 2.º do

Regulamento (CE) n.° 2707/2000 da Comissão (JO L 311 de 12.12.2000, p. 37)] foi substituída pela expressão «crèches ou autres

établissements d’éducation préscolaire» (artigo 2.º do Regulamento (CE) n.° 657/2008).

2 Nas diferentes versões linguísticas correspondentes, a expressão utilizada não sofreu alteração — «nursery» (inglês), «scuole

materne» (italiano), «przedszkola» (polaco), «Kindergarten» (alemão), «förskolor» (sueco) — mas divergências na aceitação da

palavra utilizada levaram a aplicações/interpretações diferentes.

S Í N T E S E D A S O B S E R VAÇÕ E S R E L AT I VA S À   R E G U L A R I D A D E D A SD E S P E S A S CO M U N I C A D A S À   CO M I S S ÃO

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3. Rep ercussãodomontantedaajudanasc antinas : o   regulamento est ipula que o   Estado -Membro assegure «que o   montante da a juda se repercute devidamente no preço pago pelo benef ic iár io» 3. Esta disposição parece ser essencia l para garant i r que a   a juda é   efec t ivamente recebida pelos benef i -c iár ios v isados. Contudo, no caso das cant inas e  dos jardins de infância em que os benef ic iár ios pagam um preço for fetár io global , na prát ica , esta obr igação não é  controlada especi f icamente e, em muitos casos, não é  con-trolável .

4. O rganizaç ãodoscontrolos nolo c al efec tuadosp elos E stados-M embros : está ac tualmente a   decorrer um processo entre a   Comissão e   um dos Esta-dos-Membros re lat ivamente à   interpretação dos requis i tos regulamentares em matér ia de controlos no local (nomeadamente, noção de controlo a   p r i o r i ou a   p o s t e r i o r i ) . Porém, a   auditor ia revelou que este aspec to não é   interpretado de forma idênt ica pelos outros Estados-Membros. Ass im, parece ser necessár io obter um consenso geral para garant i r uma aborda-gem homogénea. Esta questão coloca-se igualmente para a  distr ibuição de f ruta , tendo em conta as semelhanças entre os dois regulamentos neste aspec to.

E X E M P LO S D E P R O B L E M A S E S P E C Í F I CO S CO N S TATA D O S N O SE S TA D O S - M E M B R O S V I S I TA D O S

5. Os pontos seguintes apresentam exemplos de problemas constatados nos di ferentes Estados-Membros :

a) a auditor ia revelou insuf ic iências no s istema de controlo de um dos Estados-Membros. Relat ivamente a   determinados controlos não foi pos-s ível obter qualquer documentação. Noutros casos, o   t rabalho real izado pelos inspec tores não permit iu controlar pormenor izadamente as quan-t idades declaradas e   fo i detec tado um caso em que as quant idades declaradas não estavam just i f icadas ;

b) um outro Estado -Membro, as bases legais de aprovação do pr incipal requerente dever iam ser conf i rmadas, dado que este não preenchia di rec tamente as condições formais previstas pelo regulamento;

3 N.º 1 do artigo 14.º do Regulamento (CE) n.° 657/2008.

A N E X O I I

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c ) os pedidos de a juda dos estabelecimentos de ensino e   dos munic ípios de um terceiro Estado -Membro eram geralmente e laborados com base em estat íst icas de compras que, de uma maneira geral , não eram ver i f i -cadas pelos inspec tores. Além disso, a   subtracção das quant idades con-sumidas por benef ic iár ios não e legíveis era , por vezes, efec tuada de forma subjec t iva e  di f ic i lmente controlável ;

d) num outro Estado -Membro, sete dos nove estabelecimentos de ensino v is i tados nem sequer af ixaram a   informação prevista pelo regulamento.

V O LU M E D E T R A B A L H O O R I G I N A D O P E LO S CO N T R O LO S E X I S T E N T E S

6. Na maior ia dos casos, o  s istema em vigor representa , tanto para a  adminis-t ração como para os requerentes, um volume de trabalho impor tante para montantes de a juda f requentemente muito reduzidos (ver nomeadamente os pontos 42-45 e  a   ca i xa 8 ) .

7. Os problemas detec tados deverão, por tanto, ser resolv idos tendo em conta a   re lação custo/ef icácia dos controlos e  os requis i tos regulamentares.

D I S T R I B U I Ç ÃO D E F R U TA N A E S CO L A

8. No que se refere à   distr ibuição de f ruta , tendo em conta que os pr imeiros pagamentos efec tuados nos Estados-Membros ocorreram apenas no in íc io de 2010, é   a inda demasiado cedo para aval iar a   ef icácia do s istema de acompanhamento e  de controlo. No entanto, constataram-se a lguns proble -mas especí f icos que dizem respeito à   interpretação do regulamento e   que são descr i tos nos pontos 9 a  11.

9. Financiamento das medidas de acompanhamento quando estas fazempar te do contrato de fornecimento da fruta : num dos Estados-Membros, o  programa foi objec to de um concurso que incluía as medidas de acompa-nhamento. Embora, nos termos do ar t igo 5 .º do Regulamento (CE) n . ° 288/2009, estas não sejam elegíveis para co -f inanciamento comunitár io, a   auditor ia revelou que essas medidas const i tuíam uma par te s igni f icat iva do montante do concurso.

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10. D if iculdade em definir o   c arác ter suficiente, tanto no plano quantita-t ivo como qualitativo, das medidas de acompanhamento previstas p eloregulamento : nenhum dos outros t rês Estados-Membros v is i tados t inha a inda especi f icado esse aspec to nem def inido as modal idades de um s is -tema de controlo, bem como as sanções a  apl icar nesta matér ia .

11. No ç ãodeco -f inanciamentode«custos» : o   regulamento prevê o  co -f inan-c iamento do custo dos produtos entregues nos estabelecimentos de ensino. Esta def in ição apl ica-se direc tamente quando a  a juda é  paga ao comprador (escola ou câmara munic ipal ; modelo adoptado em França) . Em contrapar-t ida , quando a   a juda é   paga ao fornecedor (Alemanha, I tá l ia e   Polónia) , a  noção de custo constante do Regulamento (CE) n . ° 288/2009 não se apl ica di rec tamente, uma vez que a  a juda só pode ser ca lculada em função de um preço de venda que deve inclui r uma margem de lucro.

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A N E X O I I I

1. Em 2005, o   Reino Unido efec tuou uma aval iação do complemento nacional à   subvenção da UE a   favor da distr ibuição de le i te nas escolas em I ngla-terra . o  âmbito desta aval iação abrangeu apenas as vendas de le i te a  preço reduzido sem incluir o   programa nacional de distr ibuição gratuita para as cr ianças com menos de c inco anos (ver pontos 8 e  61) .

2. As conclusões deste estudo foram muito cr í t icas em relação à   medida, que foi considerada tanto inef ic iente como inef icaz . Em par t icular, a   aval iação sa l ientou o  reduzido valor acrescentado e   os e levados custos de gestão do programa, bem como o  fac to de o   le i te subvencionado ter um preço de custo para os a lunos super ior ao preço de venda nos supermercados.

3. O relatór io concluía que o   complemento nacional era pouco rentável e   recomendava ao governo a  sua supressão:

1) tendo em conta que o   complemento nacional or igina custos adminis-t rat ivos e levados e   que os benef íc ios para a   saúde das cr ianças gera-dos pela medida são aparentemente reduzidos, o   governo do Reino Unido deverá considerar a  sua supressão;

2) considerando os custos e   as vantagens do programa SMSS da UE, bem como a   insuf ic iência dos pr incípios que just i f icam um programa dest i -nado a   fornecer le i te subvencionado nas escolas, o   governo do Reino Unido deverá anal isar com a  Comissão Europeia a   ideia de pôr termo ao programa SMSS da UE.

Se o  complemento nacional e  ta lvez até o  programa SMSS desaparecessem, o   governo poder ia interessar-se por outras acções dest inadas a   incent ivar os jovens a  consumirem le i te. Os autores do re latór io concluem que os pro -gramas de distr ibuição de le i te em grande escala não const i tuem uma boa ut i l ização dos fundos públ icos, mas que existe uma just i f icação para pro -gramas com objec t ivos especi f icamente def in idos. Recomendaram ainda que esses programas distr ibuíssem gratuitamente o   le i te em vez de o   ven-derem a  preço reduzido, na medida em que ser ia , sem dúvida, bastante menos dispendioso ger i r programas que não obr igassem os professores a  controlarem os pagamentos efec tuados pelos pais .

S Í N T E S E D A AVA L I AÇ ÃO E X T E R N A E F E C T UA D A E M 2005 N OR E I N O U N I D O « E VA LU AT I O N O F T H E N AT I O N A L T O P - U P T O T H E E U S C H O O L M I L K S U B S I DY I N E N G L A N D » ( AVA L I AÇ ÃO D OCO M P L E M E N TO N AC I O N A L À   S U B V E N Ç ÃO D A U E PA R AA   D I S T R I B U I Ç ÃO D E L E I T E N A S E S CO L A S E M I N G L AT E R R A )

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4. O tex to completo do re latór io « E va l u a t i o n o f t h e N a t i o n a l To p - U p t o t h e E U S c h o o l M i l k S u b s i d y i n E n g l a n d, Fo r t h e D e p a r t m e n t f o r E n v i r o n m e n t , Fo o d a n d R u ra l A f f a i r s ( D e f ra ) » , e laborado por London Economics em colaboração com a  Dra . Susan New está disponível no s í t io I nternet : http ://archive.defra .gov.uk/evidence/economics/foodfarm/evaluat ion/schoolmi lk/ ful l repor t .pdf.

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U M A R R A N Q U E M U I TO M A I S L E N TO D O Q U E O P R E V I S TO…

1. Relat ivamente aos 90 mi lhões de euros in ic ia lmente previstos desde o   pr i -meiro ano lec t ivo 4, as despesas reais para o   ano lec t ivo 2009/2010 e leva-ram-se apenas a   33 mi lhões de euros. Dos pr incipais Estados-Membros em questão, só a   I tá l ia conseguiu apl icar o   regime descr i to na sua estratégia (ver g rá f i co ) .

L E N T I D ÃO N O A R R A N Q U E D O R E G I M E « D I S T R I B U I Ç ÃO D E F R U TA N A S E S CO L A S »

4 O orçamento de 2010 apresentava como hipótese de despesas a totalidade do limite máximo disponível (do qual dois terços

no exercício de 2010).

CO M PA R AÇ ÃO E N T R E A   D OTAÇ ÃO O R Ç A M E N TA L E   A S D E S P E S A SR E A L I Z A D A S N O A N O L E C T I V O 2009/2010 ( E M M I L H Õ E S D E E U R O S )

0

5

10

15

20

25

DE IT FR PL ES RO PT Outro

Dotação orçamental Despesas realizadas

Fonte: Comissão Europeia.

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2. Anal isando este pr imeiro balanço, ver i f ica-se que, por um lado, a  Comissão se mostrou real ista ao suger i r l imitar o   orçamento proposto pelo Par la-mento 5 e, por outro, que as h ipóteses que formulou re lat ivas ao lançamento do programa foram ainda demasiado opt imistas.

3. Nos países v is i tados :

a) na Polónia , os atrasos resultam dos prazos administrat ivos e   do fac to de as normas de execução nacionais in ic ia is não terem permit ido encontrar um número de fornecedores suf ic iente para distr ibuir a   f ruta ;

b) na Alemanha, o   lançamento do programa foi atrasado devido às con-versações entre o   governo federal e   os L ä n d e r acerca do co -f inancia-mento;

c ) em França, registou-se um arranque muito lento também devido a  di f i -culdades em garant i r o   co -f inanciamento. Na ausência de co -f inancia-mento nacional , a  par t ic ipação de cada estabelecimento de ensino f ica dependente de um f inanciamento local (em geral , da câmara munic i -pal ) . Até à  data , tem s ido di f íc i l obter esse complemento local .

… Q U E N ÃO PA R E C E , N E S TA FA S E , P Ô R E M C AU S AO   I N T E R E S S E P E LO R E G I M E

4. No Reino Unido, o   pr incipal motivo para a   não par t ic ipação é   a   existência de um programa nacional de distr ibuição gratuita que já está em funciona-mento e  é muito mais ambic ioso (44 mi lhões de l ibras ester l inas anuais em I nglaterra) .

5. Os grandes atrasos ver i f icados em quase todos os países parecem expl icar--se pela di ferença entre, por um lado, o   consenso e   o   entusiasmo pol í t ico que conduziram a  um rápido lançamento do projec to e, por outro, a  capaci -dade real dos di ferentes inter venientes de organizar esse lançamento res-peitando o  calendár io previsto. Em par t icular, o   ca lendár io adoptado pela Comissão só permit iu que os Estados-Membros t ivessem conhecimento da sua dotação orçamental def in i t iva para 2009-2010 em Julho de 2009, embora, em velocidade de cruzeiro, a   decisão da Comissão deva ter lugar o  mais tardar até 31 de Março que precede o ano lec t ivo.

5 O Parlamento Europeu tinha inicialmente proposto um orçamento de 500 milhões de euros. o limite máximo de 90 milhões de

euros foi adoptado por proposta da Comissão, que considerava nomeadamente que o projecto deveria primeiro prestar provas

a esta escala.

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A N E X O I V

6 . Embora adiem o  impac to esperado do programa, esses atrasos não parecem pôr em causa o   interesse pelo regime. Nos locais onde já teve in íc io, o  pro -grama recolhe impressões posit ivas e   14 dos Estados-Membros par t ic ipan-tes aumentaram o seu orçamento previs ional para 2010/2011 6.

7. Parece provável que, em breve, a   par t ic ipação seja l imitada unicamente pela disponibi l idade dos orçamentos (quer a   n ível da UE, quer a   n ível nacional ) .

6 Tendo em conta a incapacidade dos Estados-Membros de determinar as suas necessidades para o primeiro ano, não é ainda possível

avaliar se os novos pedidos se revelarão mais próximos da realidade.

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RESPOSTAS DA COMISSÃO

RESUMO

I-I I I .Os programas europeus «Leite para as escolas» (SMS — S c h o o l M i l k S c h e m e ) e  «Distr ibuição de f ruta nas escolas» (SFS – S c h o o l Fr u i t S c h e m e ) v isam incent ivar o   consumo de lac t ic ín ios saudáveis e   de uma quant idade suf ic iente de f rutas e   legumes pelas cr ianças. Para a lém desta ver tente nutr ic ional , têm também um car iz educat ivo, promovendo uma forma de v ida saudável e   hábitos correc tos de a l imenta-ção numa idade precoce, hábitos esses que os estudos mostram que tendem a  prolongar-se pelo resto da v ida. Ao agi-rem neste sent ido, ambos os programas contr ibuem também para lutar contra a   obesidade infant i l . Além disso, ao pro -moverem o  consumo, contr ibuem também para melhorar o  equi l íbr io no mercado dos produtos em questão.

O programa SMS foi revisto em 2008 e   2009 no âmbito de uma ampla consulta que envolveu todos os Estados-Membros, o   Conselho, o   Par lamento Europeu e   di fe -rentes par tes interessadas, inc luindo outros ser v iços da Comissão, o   sec tor em questão, d i ferentes empresas par t ic ipan-tes no programa e   também professores, pais e   a lunos. A   consulta levou à   apresen-tação de sugestões úteis para melhorar a   ef ic iência geral do s istema que a   Comis-são adoptou quando efec tuou a   reaval ia-ção do programa.

O sucesso desta consulta e   a   reaval iação geral do programa SMS puseram em desta-que o   interesse general izado de todos os inter venientes re levantes nesta medida, bem como o  for te apoio que recolhe junto dos Estados-Membros.

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Relatório Especial n.° 10/2011 – Os programas «Leite para as escolas» e «Distribuição de fruta nas escolas» são eficazes? Relatório Especial n.° 10/2011 – Os programas «Leite para as escolas» e «Distribuição de fruta nas escolas» são eficazes?Relatório Especial n.° 10/2011 – Os programas «Leite para as escolas» e «Distribuição de fruta nas escolas» são eficazes?

O mesmo é  vál ido para o  programa SFS. Na sua resolução de 8 de Março de 2011 sobre reduzir as des igualdades no domínio da saúde na UE 1, o   Par lamento Europeu subs-creveu este amplo apoio e   exor tou a   Comissão «(…) a   recorrer mais aos ef ica-zes programas lançados no âmbito da PAC [distr ibuição gratuita de le i te e   f ruta nos estabelecimentos de ensino ( . . . ) ]» para encorajar um regime var iado de a l ta qual i -dade.

V. No que se refere ao programa SMS, a   l i s ta de lac t ic ín ios e legíveis fo i ampl iada na revisão de 2008 do programa, na sequên-cia de discussões com as autor idades sani-tár ias. Os Estados-Membros podem esco -lher l ivremente produtos da l i s ta de produtos e legíveis .

Quanto ao programa SFS, a   escolha dos produtos e legíveis deve ser fe i ta com a  par t ic ipação das autor idades sanitár ias nacionais .

VI.Na últ ima década, foram real izadas vár ias revisões do programa SMS, as ú l t imas das quais em 2008 e   2009, dest inadas espe -c ia lmente a  aumentar a  sua ef icácia . a  con-sulta públ ica efec tuada no contex to destas revisões mostrou um amplo interesse geral da par te dos Estados-Membros e   par tes interessadas no programa, apesar do nível re lat ivamente baixo da a juda.

a) O SMS encoraja a   par t ic ipação dos Estados-Membros e   sa l ienta o   valor nutr ic ional dos produtos. Mais a inda, apesar de l imitada, a   a juda da UE pode ser complementada com contr ibuições nacionais , como já acontece em vár ios Estados-Membros.

A Comissão não par t i lha a   opinião do Tr ibunal sobre a   dimensão dos ganhos inesperados.

A Comissão considera também que a   úl t ima revisão do programa reduziu o   r isco re lac ionado com a  distr ibuição do produto nas cant inas.

b) De acordo com o  pr incípio da subsidia-r iedade, os Estados-Membros têm a  res-ponsabi l idade de pôr em prát ica o   pro -grama no quadro estabelecido ao nível da UE. Podem ser encontrados exem-plos de ac t iv idades educat ivas e   pro -mocionais re lac ionadas com o  pro -grama SMS em muitos deles.

Além disso, a   revisão efec tuada em 2008 a l terou as disposições re levantes sobre determinados usos de le i te e   produtos lác teos na preparação de refe ições com o  objec t ivo de os produ-tos permanecerem vis íveis e  reconhecí -veis pelos a lunos e   o   programa não perder o  seu carác ter educat ivo.

Mais a inda, deve ser af ixado um car taz na entrada pr incipal dos estabeleci -mentos de ensino que par t ic ipam no programa.

RESPOSTAS DA COMISSÃO

1 Resolução do Parlamento Europeu de 8 de Março de 2011 sobre

reduzir as desigualdades no domínio da saúde na UE

[2010/2089(INI), ponto 63].

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VII . A Comissão congratula-se com as conclu-sões, na general idade posit ivas, do Tr ibu-nal re lat ivamente ao programa SFS.

Em 2012, o   resultado da aval iação do pro -grama «Distr ibuição de f ruta nas escolas» será disponibi l izado e   será lançada a   ava-l iação do programa «Leite para as escolas» .

VII I . a) A Comissão não concorda com a  aval iação do Tr ibunal quanto à   dimensão das insuf i -c iências que ident i f icou no programa SMS.

Como já refer ido supra , o   programa SMS foi revisto em 2008 e   2009, e   a   ampla con-sulta públ ica lançada nesta ocas ião deu or igem a  sugestões úteis para a   melhor ia da ef ic iência global do s istema.

O sucesso desta consulta e   a   reaval iação geral do programa SMS puseram em desta-que o   interesse general izado de todos os inter venientes re levantes nesta medida, bem como o  for te apoio que recolhe junto dos Estados-Membros.

VII I . b)A distr ibuição gratuita de le i te e   produtos lác teos, embora aumente obviamente o   seu consumo, não garante uma maior ef icácia do programa.

I mpor o  estabelecimento de metas a  todos os Estados-Membros i r ia cr iar um r isco de aumento da burocracia administrat iva re lac ionada com a  implementação do pro -grama e  poder ia levar os Estados-Membros a   abandonarem o  programa, reduzindo desse modo consideravelmente a   sua ef i -cácia .

VII I . c )A Comissão considera que a   revisão do programa SMS em 2008 já reduziu o   r isco de ganhos inesperados associados às can-t inas ao excluir a lgumas ut i l izações do le i te e  dos produtos lác teos na preparação de refe ições.

Exclui r a   d istr ibuição dos produtos sub -vencionados nas cant inas, em especia l em alguns Estados-Membros onde a   distr ibui -ção tradic ionalmente se processa desse modo, poder ia resultar numa diminuição da par t ic ipação no programa SMS.

Além disso, e   no que respeita à   v is ib i l i -dade do programa SMS, o   ar t igo 16.º do Regulamento (CE) n .º 657/2008 est ipula que deve ser af ixado um car taz na entrada pr incipal dos estabelecimentos de ensino que par t ic ipam no programa. o   mesmo se apl ica ao programa «Distr ibuição de f ruta nas escolas» .

VII I . d)A aval iação do programa SFS, prevista para 2012, const i tui rá uma opor tunidade para aval iar a   ef icácia deste programa e   das respec t ivas medidas de acompanhamento. Está também previsto para 2012 o   lança-mento de uma aval iação do programa SMS.

VII I . e)Já são poss íveis s inergias na gestão dos dois programas ao nível dos Estado -Mem-bros.

Além disso, as aval iações dos dois progra-mas podem mostrar se são poss íveis e  opor tunas outras s inergias.

INTRODUÇÃO

3.Os dois objec t ivos do programa SMS, a   estabi l ização do mercado e   a   nutr ição, estão inter l igados, ta l como previsto nos considerandos da legis lação europeia re le -vante.

Caixa1Ver resposta ao ponto 3 .

RESPOSTAS DA COMISSÃO

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ÂMBITOE MÉTODODAAUDITORIA

15.Na revisão de 2008 do programa SMS, a   l i s ta de produtos lác teos e legíveis fo i a largada na sequência de discussões com as autor idades sanitár ias. Os Estados- -Membros podem escolher l ivremente pro -dutos da l i s ta de produtos e legíveis .

Quanto ao programa SFS, a   escolha dos produtos e legíveis deve ser fe i ta com a  par t ic ipação das autor idades sanitár ias nacionais .

19.As obser vações refer idas pelo Tr ibunal no anexo I I foram ou estão a   ser anal isadas pelos ser v iços da Comissão. Ver as respos-tas pormenor izadas no anexo I I .

OBSERVAÇÕES

20.Desde 1999, a   aval iação do programa SMS foi revista vár ias vezes. As úl t imas revi -sões, de 2008 e   2009, v isavam especia l -mente aumentar a   sua ef icácia . Foram introduzidas as seguintes pr incipais a l te -rações :

— a l is ta de produtos e legíveis fo i ampl iada, de forma a   que os a lunos t ivessem acesso a  uma maior var iedade de produtos lác teos saudáveis . a   Comissão levou em conta os pedidos dos Estados-Membros e   também teve em consideração determinados requis i -tos de saúde (est ipulando, por exem-plo, um nível máximo para o   teor de açúcar adic ionado) ;

— foi reconhecido às escolas do ensino secundár io o   mesmo dire i to que outros estabelecimentos de ensino de par t ic i -parem no programa (antes podiam ser excluídas do programa) ;

— foram introduzidas restr ições no uso de produtos nas refe ições : os produtos devem estar c laramente v is íveis e   ser reconhecíveis pelos a lunos ;

— os requis i tos administrat ivos re lac iona-dos com o  processo de candidatura foram s impl i f icados ;

— os procedimentos de controlo foram clar i f icados e  s impl i f icados ;

— foi introduzido o   requis i to de af ixação de um car taz do programa «Leite para as escolas» para que o   públ ico tenha conhecimento da subvenção da UE e  do própr io programa.

Está previsto para 2012 o   lançamento de uma nova aval iação do programa SMS.

22.O relatór io mencionado pelo Tr ibunal d iz respeito a   vendas a   preço reduzido e   à par te complementar acrescentada ao pro -grama em I nglaterra , onde a   sobrecarga administrat iva depende também da execu-ção nacional . Apesar da conclusão da ava-l iação, o   Reino Unido decidiu cont inuar a  par t ic ipar neste programa da UE.

23.O programa SMS foi revisto pela úl t ima vez em 2008 e   2009 no âmbito de uma ampla consulta que envolveu todos os Estados- -Membros, o   Conselho, o   Par lamento Euro -peu e   di ferentes par tes interessadas, inc luindo outros ser v iços da Comissão, o   sec tor em questão, d i ferentes empresas par t ic ipantes no programa e   também pro -fessores, pais e   a lunos. a   consulta levou à   apresentação de sugestões úteis para melhorar a   ef ic iência geral do s istema que a   Comissão teve em conta quando efec -tuou a   reaval iação do programa. Ver res-posta ao ponto 20 para mais pormenores.

O sucesso desta consulta e   a   reaval iação geral do programa SMS puseram em desta-que o   interesse general izado de todos os inter venientes re levantes nesta medida, bem como o  for te apoio que recolhe junto dos Estados-Membros.

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O Par lamento Europeu manifestou também o  seu apoio ao programa SMS (e ao SFS) . Na sua resolução de 8 de Março de 2011 sobre reduzir as des igualdades no domínio da saúde na UE o   Par lamento Europeu exor tou a   Comissão «(…) a   recorrer mais aos ef icazes programas lançados no âmbito da PAC [ l ivre distr ibuição de le i te e  f ruta nas escolas ( . . . ) ]» para encorajar um regime var iado de a l ta qual idade.

24-26.Quanto ao programa SMS, o   impac to desta pol í t ica diz respeito tanto ao consumo adi -c ional de produtos a   cur to como a   longo prazo. Os indicadores de ac t iv idade a judam a  medir o   impac to a   cur to prazo e   são s im-ples e   ef icazes, fornecendo uma informação út i l e   essencia l sobre o   funcionamento do programa. No que se refere aos efe i tos a   longo prazo, os indicadores deverão ser capazes de medir o   consumo adic ional de produtos pelos a lunos par t ic ipantes durante vár ios anos após a   idade em que são e legíveis para o   programa. a   implemen-tação desses indicadores é   f requentemente dispendiosa enquanto o   resultado, dada a   sua natureza, é   re lat ivamente incer to. a   Comissão, logo que est iverem disponíveis provas sól idas da exper iência adquir ida com o  programa SFS, poderá ponderar se deve real izar uma aval iação dos indicadores do programa SMS a  mais longo prazo.

Mais a inda, o  programa para o   le i te escolar permite que a   Comissão decida a   forma e   o   teor das not i f icações que os Estados- -Membros devem elaborar. Por exemplo, em 2009/2010 foi pedido aos Estados- -Membros que f izessem uma descr ição das suas ac t iv idades educat ivas e   promocio -nais .

Por ú l t imo, deve refer i r -se que está pre -v isto o   lançamento de uma aval iação do programa SMS em 2012.

No que se refere ao programa SFS, o   resul -tado da aval iação a   real izar em 2012 con-tr ibuirá para t ratar a   questão dos indica-dores de médio prazo.

A Comissão apresentou entretanto or ienta-ções para os relatór ios anuais de acompa-nhamento elaborados pelos Estados-Mem-bros, que incluem indicadores de resultados, e  para a aval iação dos seus programas.

Além disso, a   Comissão já tornou poss ível o   intercâmbio de boas prát icas através das reuniões anuais , de 26 de Fevereiro de 2010 e   24 de Março de 2011, das par tes interessadas no programa SFS (onde par t i -c iparam representantes dos Estados-Mem-bros, o   Grupo Consult ivo «Frutos e   Produ-tos Hor t ícolas» e   per i tos ex ternos) , tendo ambas incluído uma sessão sobre aval ia-ção e   indicadores potencia is de médio/ / longo prazo.

Além disso, o   grupo de per i tos para con-sultor ia técnica , cr iado em Dezembro de 2009 2, será convidado a   emit i r o   seu pare -cer sobre este assunto.

28-32.O impac to do programa vai a lém dos efe i -tos di rec tos sobre o   equi l íbr io do mercado interno e   engloba especia lmente o   efe i to pedagógico nos futuros hábitos de con-sumo dos a lunos.

A existência da a juda da UE e   a   distr ibui -ção de produtos subl inham o  valor nutr i -c ional dos produtos e   encorajam os Esta-dos-Membros a   disponibi l izar recursos nacionais complementares.

No que respeita ao programa «Distr ibuição de f ruta nas escolas» , podia ser obt ido um impac to mais s igni f icat ivo a   uma «veloci -dade de cruzeiro» em que, por um lado, o   orçamento disponível fosse ut i l izado na sua total idade e, por outro lado, o   pro -grama ajudasse a   mudar os hábitos nutr i -c ionais das famí l ias.

A aval iação do programa SFS em 2012 ana-l isará a  ver tente orçamental .

2 Decisão da Comissão de 18 de Dezembro de 2009 que institui

o grupo de peritos para consultoria técnica sobre o regime de dis-

tribuição de fruta nas escolas (2009/986/UE).

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33-35.Alguns exemplos revelam que os Estados- -Membros, em especia l quando os recursos nacionais são acrescentados à  a juda da UE, podem estabelecer a   distr ibuição de pro -dutos de uma forma que ref l ic ta mais ef i -cazmente a   sua s i tuação nacional e  padrões de consumo especí f icos.

36.Embora durante o   pr imeiro ano de imple -mentação os Estados-Membros não tenham previsto uma atr ibuição de recur-sos com base nas necess idades nutr ic io -nais , nada os impedir ia de o   fazer no futuro. a   f ixação de ta is cr i tér ios pela Comissão i r ia compl icar a inda mais a   implementação do programa SFS. Tendo em conta a   divers idade das s i tuações nacionais , ser ia mais conveniente fazer i s to ao nível dos Estados-Membros.

37.O fac to de os Estados-Membros com um elevado consumo por habitante serem também os pr incipais benef ic iár ios do pro -grama não prova a   inef icácia do programa, pois nestes Estados-Membros o   programa contr ibui para se manter um bom nível de consumo. é   normal que os Estados-Mem-bros que consideram o  consumo de le i te uma pr ior idade nutr ic ional tenham tam-bém o consumo mais e levado (em especia l quando estes Estados-Membros são tam-bém os que garantem o  maior comple -mento nacional ) , enquanto a   penetração é   mais d i f íc i l nos Estados-Membros onde a   impor tância re lat iva atr ibuída ao le i te é  mais baixa .

Caixa6Ver resposta ao ponto 37.

38-39.Apesar do reconhecido nível reduzido da a juda por unidade de produto, os Estados--Membros são for temente favoráveis ao programa SMS.

Como refer ido pelo Tr ibunal (ver ponto 23) , foram levadas a  cabo vár ias in ic iat ivas para s impl i f icar a   apl icação do programa. As a l terações introduzidas nas revisões de 2008 e   2009 foram amplamente debat idas e   anal isadas com os Estados-Membros e   di ferentes par tes interessadas. Estão em curso outras ref lexões sobre a   forma de s impl i f icar a inda mais este programa.

Caixa7Ver resposta aos pontos 38-39.

40-43.Embora o   nível da a juda da UE seja bas-tante l imitado quando comparado com o  preço do produto e   os custos de distr i -buição, a   s imples distr ibuição do produto subvencionado pode, em pr incípio, promo -ver e   valor izar o   produto (ver ponto 66 do Tr ibunal ) e   ser v i r como um incent ivo para os Estados-Membros contr ibuírem para este f im. Nesta medida, os Estados-Mem-bros têm a   poss ibi l idade de adic ionar recursos f inanceiros nacionais até torna-rem a  distr ibuição do le i te gratuita .

No que respeita à   burocracia administra-t iva associada, e   ta l como refer ido antes, a   s impl i f icação já fo i fe i ta nas anter iores revisões do programa e   há ref lexões em curso sobre a   forma de s impl i f icar mais o  programa SMS.

44-45.Ver resposta aos pontos 38-39.

Caixa8Ver resposta aos pontos 38-39.

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46.No que se refere especi f icamente à   aval ia-ção geral do Tr ibunal sobre os ganhos inesperados, deve notar-se que, embora o   conceito seja teor icamente atraente, na prát ica não pode ser medido porque nin-guém pode saber qual ter ia s ido o   cenár io de referência (cenár io sem qualquer pro -grama) que permit i r ia uma comparação com o cenár io em que existe um programa.

47-50.A distr ibuição de le i te nas cant inas, ta l como af i rmado pelo Tr ibunal , apresenta a lgumas vantagens, sobretudo em termos dos custos mais baixos de distr ibuição. Os ganhos inesperados associados a  este t ipo de distr ibuição foram, na real idade, redu-z idos com a  revisão de 2008, que excluiu a lgumas ut i l izações de le i te e   produtos lác teos na preparação de refe ições.

51-52.Em muitos Estados-Membros em que o  car iz socia l do programa é   mais for te, mesmo uma pequena di ferença de preço pode ter um real impac to quando se t rata de comprar ou não estes produtos.

Caixa10Ver resposta ao ponto 22.

60-63.Apesar do reduzido nível da a juda da UE, o   programa é   amplamente prefer ido pelos Estados-Membros, const i tuindo um incen-t ivo para a   mobi l ização de recursos f inan-ceiros adic ionais das autor idades nacio -nais , ta l como i lustram os exemplos refer idos pelo Tr ibunal . Em alguns Esta-dos-Membros a   distr ibuição de produtos é   gratuita e   pode ser organizada de forma a   assegurar um desempenho e   ef icácia mais e levados.

No que se refere à   distr ibuição nas cant i -nas de produtos subvencionados, em determinados Estados-Membros é   este o   modo tradic ional de distr ibuição. Espe -c ia lmente nesses casos, exclui r um ta l t ipo de distr ibuição pode levar a   uma diminui-ção da par t ic ipação no programa SMS.

No caso da França, a   que o  Tr ibunal a lude no ponto 60, va le a   pena f r isar que incumbe aos Estados-Membros decidirem se par t ic ipam no programa e   ao estabele -c imento de ensino decidir a   forma como usará a   a juda da UE, nomeadamente se a   distr ibuição será ou não fe i ta nas cant i -nas.

64.Os encargos e   a   ef icácia do programa dependem, em determinada medida, das disposições tomadas para a   sua execução no terreno. a   margem de manobra de que dispõem as autor idades locais/nacionais para ger i rem o  programa é   bastante ampla . As opções enumeradas pelo Tr ibu-nal são a lguns exemplos. Porém, como a   escolha sobre como ger i r o   programa é   fe i ta em função das especi f ic idades locais , não ser ia opor tuno restr ingir ao nível da UE essas opções em matér ia de gestão.

A Comissão poderá ref lec t i r no modo de encorajar o   intercâmbio de informação sobre as melhores prát icas nacionais per t i -nentes.

66-70.A Comissão par t i lha a   opinião do Tr ibunal de que o   programa pode, em pr incípio, contr ibuir para veicular uma mensagem sobre o   valor nutr ic ional do produto, estando a  v is ib i l idade assegurada na maio -r ia dos casos com a  distr ibuição fora das cant inas.

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No que se refere à  distr ibuição do produto nas cant inas, e   ta l como o Tr ibunal sa l ien-tou no ponto 69 e   na nota de rodapé 39, a   revisão efec tuada em 2008 a l terou as disposições re levantes sobre determina-dos usos do le i te e   produtos lác teos na preparação de refe ições com o  objec t ivo de os produtos permanecerem vis íveis e   reconhecíveis pelos a lunos e  o  programa não perder o  seu carác ter educat ivo.

Em alguns Estados-Membros, a   d istr ibui-ção real iza-se geralmente nas cant inas. Especia lmente nesses casos, exclui r um ta l t ipo de distr ibuição pode levar a   uma diminuição da par t ic ipação no programa SMS.

Por úl t imo, o   ar t igo 16.º do Regulamento (CE) n .º 657/2008 introduz a   obr igator ie -dade de af ixar um car taz na entrada pr in-c ipal dos estabelecimentos de ensino que par t ic ipam no programa. o   regulamento recomenda que se enfat izem neste car taz as vantagens nutr ic ionais e   as or ientações de nutr ição para as cr ianças.

73-74.Tal como refer ido s u p ra , o   regulamento introduz a   obr igator iedade de af ixar um car taz na entrada pr incipal dos estabeleci -mentos de ensino que par t ic ipam no pro -grama. o   regulamento recomenda que se enfat izem neste car taz as vantagens nutr i -c ionais e   as or ientações de nutr ição para as cr ianças.

De acordo com o  pr incípio da subsidiar ie -dade, os Estados-Membros têm a   respon-sabi l idade de pôr em prát ica o   programa no quadro estabelecido ao nível da UE. Podem ser encontrados exemplos de ac t i -v idades educat ivas e   promocionais re la-c ionadas com o  programa SMS em muitos deles.

A mera apl icação deste programa a   nível nacional incent iva os Estados-Membros que real izam ac t iv idades educat ivas e  pro -mocionais para o   le i te e   produtos lác teos a   associarem estas ac t iv idades ao pro -grama SMS, pelo menos com o  objec t ivo de explorarem potencia is s inergias.

75-76.Tal como refer ido na resposta aos pontos 24-26, a   cr iação de indicadores de longo prazo para o   impac to pedagógico do pro -grama ser ia muito dispendiosa . Esse impac to estende -se muito para a lém da idade de e legibi l idade dos a lunos para o   programa e   pode também envolver as suas famí l ias. Os indicadores ou aval iações desse t ipo exigir iam uma quant idade des-proporcional de recursos e   dar iam um resultado que ser ia , inevitavelmente, incer to.

A Comissão, logo que est iverem disponí-veis provas sól idas da exper iência adqui-r ida com o programa SFS, poderá ponderar se deve real izar uma aval iação dos indica-dores do programa SMS a   mais longo prazo.

O fac to de a   par t ic ipação no programa diminuir à  medida que as cr ianças crescem não evidencia , por s i só, uma fa l ta de impac to do programa a   médio/ longo prazo. Em grande medida, a   par t ic ipação no programa não depende da decisão ou da preferência dos a lunos, mas sobretudo dos órgãos administrat ivos envolv idos.

81.A aval iação do programa SFS em 2012 pro -porcionará uma opor tunidade para aval iar as medidas de acompanhamento. a   Comis-são está ac tualmente a   t rabalhar no aper-fe içoamento das disposições do Regula-mento (CE) n .º 288/2009 no que se refere a  essas medidas.

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CONCLUSÕESE RECOMENDAÇÕES

82.Na últ ima década foram vár ias as revisões a  que foi suje i to o  programa «Leite para as escolas» . As úl t imas, em 2008 e  2009, v isa-vam especia lmente aumentar a   sua ef icá-c ia e   foram acompanhadas por uma ampla consulta que envolveu todos os Estados- -Membros, o  Conselho, o  Par lamento Euro -peu e  di ferentes par tes interessadas.

A consulta levou à  apresentação de suges-tões úteis para melhorar a   ef ic iência geral do s istema que a   Comissão teve em conta quando efec tuou a   reaval iação do pro -grama. Foram introduzidas as seguintes pr incipais a l terações :

— a l is ta de produtos e legíveis fo i ampl iada, de forma a   que os a lunos t ivessem acesso a  uma maior var iedade de produtos lác teos saudáveis . a   Comissão levou em conta os pedidos dos Estados-Membros e   também teve em consideração determinados requis i -tos de saúde (est ipulando, por exem-plo, um nível máximo para o   teor de açúcar adic ionado) ;

— foi reconhecido às escolas do ensino secundár io o  mesmo dire i to que outros estabelecimentos de ensino de par t ic i -parem no programa (antes podiam ser excluídas do programa) ;

— foram introduzidas restr ições no uso de produtos nas refe ições : os produtos devem estar c laramente v is íveis e   ser reconhecíveis pelos a lunos ;

— os requis i tos administrat ivos re lac iona-dos com o  processo de candidatura foram s impl i f icados ;

— os procedimentos de controlo foram clar i f icados e  s impl i f icados ;

— foi introduzido o   requis i to de af ixação de um car taz do programa «Leite para as escolas» para que o   públ ico tenha conhecimento da subvenção da UE e  do própr io programa.

O sucesso desta consulta e   a   reaval iação geral do programa SMS puseram em desta-que o   interesse general izado de todos os inter venientes re levantes nesta medida, bem como o  for te apoio que recolhe junto dos Estados-Membros.

O Par lamento Europeu manifestou também o  seu apoio ao programa «Leite para as escolas» (e ao programa «Distr ibuição de f ruta nas escolas») . Na sua resolução de 8 de Março de 2011 sobre reduzir as des i -gualdades no domínio da saúde na UE 3, o   Par lamento Europeu exor tou a   Comissão «(…) a   recorrer mais aos ef icazes progra-mas lançados no âmbito da PAC [ l ivre dis-t r ibuição de le i te e   f ruta nas escolas ( . . . ) ]» para encorajar um regime var iado de a l ta qual idade.

83. a)Embora a  a juda da UE seja l imitada, podem somar-se contr ibuições nacionais , como acontece em vár ios Estados-Membros. a   ex istência do programa, apesar do nível re lat ivamente baixo de a juda, incent iva a   par t ic ipação dos Estados-Membros e   realça o  valor nutr ic ional do produto.

A Comissão não par t i lha a   opinião do Tr i -bunal sobre a   dimensão dos ganhos ines-perados. A   Comissão considera que a   recente revisão do programa reduziu o   r isco re lac ionado com a  distr ibuição do produto nas cant inas.

3 Resolução do Parlamento Europeu de 8 de Março de 2011

sobre reduzir as desigualdades no domínio da saúde na UE

[2010/2089(INI)], ponto 63.

RESPOSTAS DA COMISSÃO

62

Relatório Especial n.° 10/2011 – Os programas «Leite para as escolas» e «Distribuição de fruta nas escolas» são eficazes? Relatório Especial n.° 10/2011 – Os programas «Leite para as escolas» e «Distribuição de fruta nas escolas» são eficazes?Relatório Especial n.° 10/2011 – Os programas «Leite para as escolas» e «Distribuição de fruta nas escolas» são eficazes?

83. b)De acordo com o  pr incípio da subsidiar ie -dade, os Estados-Membros têm a   respon-sabi l idade de pôr em prát ica o   programa no quadro estabelecido ao nível da UE. Podem ser encontrados exemplos de ac t i -v idades educat ivas e   promocionais re la-c ionadas com o  programa SMS em muitos deles.

Mais a inda, o   ar t igo 16.º do Regulamento (CE) n .º 657/2008 introduz a   obr igator ie -dade de af ixar um car taz na entrada pr in-c ipal dos estabelecimentos de ensino que par t ic ipam no programa.

84.A Comissão congratula-se com as conclu-sões, na general idade posit ivas, do Tr ibu-nal re lat ivamente ao programa «Distr ibui-ção de f ruta nas escolas» .

Em 2012, o   resultado da aval iação do pro -grama «Distr ibuição de f ruta nas escolas» será disponibi l izado e   será lançada a   ava-l iação do programa «Leite para as esco -las» .

O Tr ibunal sugere que se introduzam algu-mas medidas do programa para a   f ruta no programa para o   le i te com o  intuito de aumentar a   sua ef icácia . Os Estados-Mem-bros já têm a   poss ibi l idade de apl icar medidas de acompanhamento.

85.Podia ser obt ido um impac to mais s igni f i -cat ivo do programa SFS a  uma «velocidade de cruzeiro» em que, por um lado, o   orça-mento disponível ser ia ut i l izado na sua total idade e, por outro lado, o   programa ajudar ia a   mudar os hábitos nutr ic ionais das famí l ias.

A aval iação do programa SFS em 2012 i rá abordar a  ver tente orçamental .

Embora durante o   pr imeiro ano de imple -mentação os Estados-Membros não tenham previsto uma atr ibuição de recursos com base nas necess idades nutr ic ionais , nada os impedir ia de o  fazer no futuro. a   f ixação de ta is cr i tér ios pela Comissão i r ia compl i -car a inda mais a   implementação do pro -grama SFS. Tendo em conta a   divers idade das s i tuações nacionais , ser ia mais conve -niente fazer i s to ao nível dos Estados-Membros.

86. a)A Comissão não concorda com a  aval iação do Tr ibunal quanto à   dimensão das insuf i -c iências que ident i f icou no programa SMS.

O programa SMS foi revisto em 2008 e   2009 no âmbito de uma ampla consulta que envolveu todos os Estados-Membros, o   Conselho, o   Par lamento Europeu e   di fe -rentes par tes interessadas, inc luindo outros ser v iços da Comissão, o   sec tor em questão, d i ferentes empresas par t ic ipantes no programa e   também professores, pais e   a lunos. a   consulta levou à   apresentação de sugestões úteis para melhorar a  ef ic iên-c ia geral do s istema que a   Comissão teve em conta quando efec tuou a   reaval iação do programa.

O sucesso desta consulta e   a   reaval iação geral do programa SMS vieram pôr em des-taque o  interesse general izado de todos os inter venientes re levantes nesta medida, bem como o  for te apoio que recolhe junto dos Estados-Membros.

A próxima aval iação deste programa tem o  seu lançamento previsto para 2012 e   o   resultado poderá mostrar que mudan-ças se af iguram opor tunas.

RESPOSTAS DA COMISSÃO

Relatório Especial n.° 10/2011 – Os programas «Leite para as escolas» e «Distribuição de fruta nas escolas» são eficazes?

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Relatório Especial n.° 10/2011 – Os programas «Leite para as escolas» e «Distribuição de fruta nas escolas» são eficazes?Relatório Especial n.° 10/2011 – Os programas «Leite para as escolas» e «Distribuição de fruta nas escolas» são eficazes?

86. b)A distr ibuição gratuita de le i te e   produtos lác teos, embora aumente obviamente o   seu consumo, não garante uma maior ef icácia do programa.

I mpor o  estabelecimento de metas a  todos os Estados-Membros i r ia cr iar um r isco de aumento da burocracia administrat iva re lac ionada com a  implementação do pro -grama e  poder ia levar os Estados-Membros a   abandonarem o  programa, reduzindo desse modo consideravelmente a   sua ef i -cácia .

86. c)A Comissão considera que a   revisão do programa SMS em 2008 já reduziu o   r isco de ganhos inesperados associados às can-t inas ao excluir a lgumas ut i l izações do le i te e  dos produtos lác teos na preparação de refe ições. o   objec t ivo é   que os produ-tos permaneçam vis íveis e   reconhecíveis pelos a lunos, para que o   programa não perca o  seu car iz educat ivo.

Mais a inda, o   ar t igo 16.º do Regulamento (CE) n .º 657/2008 introduz a   obr igator ie -dade de af ixar um car taz na entrada pr in-c ipal dos estabelecimentos de ensino que par t ic ipam no programa.

86. d)A aval iação do programa SFS, prevista para 2012, const i tui rá uma opor tunidade de aval iar a   ef icácia deste programa e   das respec t ivas medidas de acompanhamento.

Está também previsto para 2012 o   lança-mento de uma aval iação do programa SMS.

86. e)Já são poss íveis s inergias na gestão dos dois programas ao nível do Estado -Mem-bro.

Além disso, as aval iações dos dois progra-mas podem mostrar se são poss íveis e   opor tunas outras s inergias [ver também resposta ao ponto 86, a l ínea d) ] .

87. a)Os indicadores existentes para medir o   impac to a   cur to prazo são ef icazes, pro -porcionam uma informação út i l sobre o   funcionamento do SMS e   cumprem os requis i tos previstos no Regulamento Financeiro.

Os indicadores adic ionais de longo prazo ser iam dispendiosos e   o   resultado ser ia re lat ivamente incer to.

No que se refere ao programa SFS, o   resul -tado da aval iação a   real izar em 2012 con-tr ibuirá para t ratar a   questão dos indica-dores de médio prazo.

A Comissão apresentou entretanto or ien-tações para os re latór ios anuais de acom-panhamento e laborados pelos Estados- -Membros, que incluem indicadores de resultados, e   para a   aval iação dos seus programas.

Além disso, o   grupo de per i tos para con-sultor ia técnica , cr iado em Dezembro de 2009, será convidado a   emit i r o   seu pare -cer sobre este assunto.

RESPOSTAS DA COMISSÃO

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Relatório Especial n.° 10/2011 – Os programas «Leite para as escolas» e «Distribuição de fruta nas escolas» são eficazes? Relatório Especial n.° 10/2011 – Os programas «Leite para as escolas» e «Distribuição de fruta nas escolas» são eficazes?Relatório Especial n.° 10/2011 – Os programas «Leite para as escolas» e «Distribuição de fruta nas escolas» são eficazes?

87. b)Estão já em curso vár ias in ic iat ivas para a   s impl i f icação. No entanto, a   maior par te do espaço de manobra para s impl i f icar a   gestão do programa está nas mãos dos Estados-Membros e  dos organismos locais .

No programa SFS, o   intercâmbio de boas prát icas é   poss ível através do s í t io We b do SFS, nas reuniões anuais das par tes inte -ressadas do SFS e   graças aos pareceres do grupo de per i tos para consultor ia técnica .

A Comissão poderá ref lec t i r no modo de encorajar mais o   intercâmbio de informa-ção sobre as melhores prát icas nacionais per t inentes.

A Comissão acompanha com regular idade o   funcionamento do SFS, inc luindo ques-tões re lac ionadas com a  s impl i f icação e   aper fe içoamento do programa em reuni-ões do Comité de Gestão e   no quadro de reuniões bi latera is com os Estados-Mem-bros. Além disso, foram introduzidas a l te -rações nas normas de execução pelo Regu-lamento n .º 34/2011 e   serão poss íveis outras modif icações no futuro.

87. c)A Comissão está ac tualmente a   anal isar a   poss ibi l idade de s impl i f icar a inda mais os procedimentos de controlo. No entanto, esta par te do Regulamento (CE) n . º 288/2009 que estabelece normas de execução para o  programa SFS reproduz os procedimentos existentes para o  programa do le i te, que os Estados-Membros já conhecem desde há muito. Este regula-mento est ipula um número mínimo de nor-mas para assegurar a   regular idade das despesas da UE.

ANEXOII

1.A Comissão conf i rma a   e legibi l idade das creches para a   a juda nos termos do pro -grama «Leite para as escolas» . Foi d istr i -buída aos Estados-Membros uma nota interpretat iva neste sent ido.

2.A Comissão distr ibuiu uma nota interpre -tat iva aos Estados-Membros informando que as autarquias podem candidatar-se ao programa SMS. a   Comissão concorda, no entanto, que este ponto devia ser mais c la-r i f icado e   i rá anal isá- lo durante a   próxima revisão do programa.

9.Caso venham a ser conf i rmadas, as conclu-sões do Tr ibunal sobre o   f inanciamento das medidas de acompanhamento do pro -grama SFS no contex to do procedimento de apuramento das contas terão segui-mento.

10.O grupo de per i tos para consultor ia téc-nica cr iado em Dezembro de 2009 i rá ava-l iar esta questão. Além disso, o   intercâm-bio das melhores prát icas i rá contr ibuir para os progressos neste domínio.

11.Esta questão foi abordada pelos ser v iços de auditor ia da Comissão.

RESPOSTAS DA COMISSÃO

Relatório Especial n.° 10/2011 – Os programas «Leite para as escolas» e «Distribuição de fruta nas escolas» são eficazes?

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Tribunal de Contas Europeu

RelatórioEspecialn.°10/2011Osprogramas«Leiteparaasescolas»e «Distribuiçãodefrutanasescolas»sãoeficazes?

Luxemburgo: Serviço das Publicações da União Europeia

2011 — 64 p. — 21 × 29,7 cm

ISBN 978-92-9237-301-6

doi:10.2865/90982

COMOOBTERPUBLICAÇÕESDAUNIÃOEUROPEIA

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• através de um dos agentes de vendas do Serviço das Publicações da União Europeia (http://publications.europa.eu/others/agents/index_pt.htm).

QJ-A

B-11-009-P

T-C

A UE SUBVENCIONA HÁ MAIS DE 30 ANOS A DISTRIBUIÇÃO A PREÇO REDU-

ZIDO DE PRODUTOS LÁCTEOS NAS ESCOLAS, TENDO RECENTEMENTE LAN-

ÇADO UM SEGUNDO PROGRAMA DE DISTRIBUIÇÃO DE FRUTA.

O TRIBUNAL REALIZOU UMA AUDITORIA CONJUNTA DA EFICÁCIA DESTES

DOIS REGIMES.

NESTE RELATÓRIO, O TRIBUNAL CONSTATA QUE A EFICÁCIA DO PROGRAMA

«LEITE PARA AS ESCOLAS» É MUITO LIMITADA E QUE ESTE SOFRE DE EFEITOS

DE INÉRCIA SIGNIFICATIVOS, BEM COMO DE UMA FRACA DIMENSÃO PEDA-

GÓGICA. NO ENTANTO, BASEANDO-SE EM CERTAS BOAS PRÁTICAS OBSER-

VADAS E NO INÍCIO PROMETEDOR DA DISTRIBUIÇÃO GRATUITA DE FRUTA,

O RELATÓRIO MOSTRA QUE EXISTEM SOLUÇÕES POSSÍVEIS.

TRIBUNAL DE CONTAS EUROPEU