os novos museus , como subterfúgio da imagem da cidade e o turismo

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  • 7/31/2019 Os novos museus , como subterfgio da imagem da cidade e o turismo

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    Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da ComunicaoXXIX Congresso Brasileiro de Cincias da Comunicao UnB 6 a 9 de setembro de 2006

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    Os novos museus, como subterfgio da imagem da cidade e o turismo1

    Luis Gustavo Silva 2

    Resumo: Esse texto tenta conferir os novos museus em relao aoturismo, cultura e a imagem da cidade vinculando-os a processos dequalificao dos espaos urbanos. Busca, tambm, avaliar a presena ou no demodelo(s) em termos de propostas arquitetnicas, chama-se a ateno dasmonumentalidades construdas que esses novos museus vem adquirindo e arepercusso disso no cenrio urbano de uma cidade, assim como a filosofia deacervo e funcionamento, e, ainda, suas inter-relaes com a comunidade local ecom a oferta turstica das cidades.

    Palavras-chave: Cultura; Imagem da cidade; Novos museus; Turismo.

    Nas ultimas dcadas do sculo XX, segundo comenta Vicente del Rio

    (2003), vrias grandes metrpoles tm despertado para o novo paradigma do

    desenvolvimento sustentvel, no qual a nova fronteira a prpria cidade

    interior, ou seja, a concentrao de investimentos e esforos para a ocupao dos

    vazios, reutilizao do patrimnio instalado, requalificao de espaos e a

    intensificao e mistura dos usos. Para esse autor, que foi o responsvel pelo

    projeto urbano de Waterfront de Fells Point, em Baltimore, o processo, se bem

    conduzido, pode levar a maximizao dos investimentos e ao sucesso nos campos

    econmicos, cultural, habitacional, turstico, recreacional, entre tantos outros que

    se complementam.

    Experincias internacionais bem sucedidas - ainda que discutveis - movidas

    por problemticas semelhantes como as de Barcelona e Bilbao, na Espanha, e

    Niteri, no Brasil, tm servido de exemplo quando se discutem novos cenrios

    urbanos a partir da implantao de equipamentos culturais. Nessas cidades, novos

    museus (os novos monumentos, conforme Ricardo Ohtake) resultaram em um

    novo cenrio urbano.

    1Trabalho apresentado ao NP Comunicao, Turismo e Hospitalidade, do VI Encontro dos Ncleos de Pesquisa daIntercom.

    2 Docente dos cursos de Turismo e Hotelaria na Faculdade de Comunicao Social (FAMECOS) da PontifciaUniversidade Catlica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e do curso de Turismo do Centro Universitrio La Salle

    (UNILASALLE). Mestrando do Programa de Planejamento Urbano e Regional na Faculdade de Arquitetura daUniversidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Email: [email protected]

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    No caso de Niteri, tem-se o surgimento do Caminho Niemeyer, a partir da

    implantao do MAC, com um conjunto arquitetnico de dez construes,

    inicialmente, projetadas por Niemeyer, ocupando uma rea de dez quilmetros

    beira-mar, tornando a antiga capital do Estado do Rio de Janeiro na segunda

    cidade do mundo com o maior volume de obras do arquiteto, superada apenas por

    Braslia.

    Verifica-se nesse sentido que hoje, as cidades so cenrios cada vez mais

    complexos de negociaes econmicas, sociais e culturais. Para Nelson Brissac

    (2000), um crtico da cenarizao das cidades na ps modernidade, as cidades

    atravessam, na virada do sculo, um amplo processo de reconfigurao espacial,

    resultado do impacto da reestruturao das corporaes globais, de investimentos

    intensivos em enclaves urbanos, com a construo de imensos complexos

    arquitetnicos auto-suficientes e de novos sistemas de comunicaes. Isso tudo,

    acompanhado por uma completa reorganizao do espao pblico, com um

    vertiginoso crescimento da excluso social e da violncia. Ele ressalta que os

    modos de produo e circulao da arte tambm passam por profundas

    transformaes, com a criao de um circuito internacional de exposies, e a

    construo de grandes equipamentos culturais para atend-las. Um processo que,

    dada a sua complexidade e grande escala, escapa aos instrumentos correntes de

    apreenso e mapeamento.

    Recentemente, pde-se observar um exemplo de transformao da arte na

    cidade de So Paulo com a vinda do CowParade3, um dos maiores e mais bem-

    sucedidos eventos de instalaes contemporneos de arte de rua do mundo.

    Em seu texto Os novos monumentos das metrpoles, Ricardo Ohtake

    (2000), observa, entretanto, que diversas sociedades e suas metrpoles respondem

    diferentemente a essa nova onda de instalaes de equipamentos culturais e taltendncia vem sendo seguida no apenas pelas metrpoles internacionais,

    vinculadas aos plos dinmicos da economia que passam a ter nos seus

    equipamentos culturais atraes nucleares para o avano do setor de servio, mas

    tambm pelas metrpoles dos pases em desenvolvimento. Os modelos de

    3 Capturado em 23/05/2006, no site: http://saopaulopt.cowparade.com/ - Criado em Zurique - Suia, em 1998, oevento um sucesso desde a sua concepo. Uma forma muito divertida de expressar a arte de rua e que abre

    inmeras possibilidades para marcas de diversos segmentos, alm de promover a democratizao da cultura. umdos poucos projetos que envolvem a comunidade por inteiro: empresas, artistas locais, terceiro setor e o pblicotrabalham em conjunto para a criao e o sucesso do evento.

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    implantao desses equipamentos, adotados por americanos e europeus,

    caracterizam-se pela presena simultnea da iniciativa privada e do poder pblico

    num esforo conjunto para transformar a metrpole em um local de atrao do

    grande pblico para os eventos culturais.

    Arquiteto paulista, reconhecido ultimamente pelo seu projeto do Othake

    Cultural4 e do Hotel Unique na cidade de So Paulo, Ruy Ohtake observa que,

    como desdobramento da implantao dos museus nas principais cidades europias

    a partir do final do sculo XVIII, constata-se que nos ltimos vinte anos os

    equipamentos culturais, principalmente museus, passam a ganhar significado nos

    grandes centros urbanos. Para ele essa onda cultural faz surgir novas

    especificidades que esto vinculadas a diversos fatores, entre os quais destacam-se

    tanto a circunscrita rearticulao urbana, quanto a amplitude propiciada pela

    globalizao da atual fase capitalista.

    Margarita Barretto (2000) afirma que no Continente europeu, a visita aos

    museus tem sido, desde o inicio do turismo moderno, uma tarefa quase sagrada

    como visitar cemitrios de vultos histricos ou culturais e igrejas. Embora o

    museu seja um equipamento subutilizado na Amrica do Sul, tanto para a

    educao quanto para a ao comunitria ou para o lazer, no restante docontinente, sua importncia no contexto cultural e turstico cresce dia aps dia.

    Atualmente, na Europa, os museus e o patrimnio em geral so o atrativo/recurso

    turstico por excelncia.

    Os museus transformaram-se durante o sculo XX, deixaram de serapenas depsitos de coisas velhas para mostrar seus objetos e fazer chegar suamensagem ao pblico de uma forma dinmica e at ldica, (...).Com essenovo perfil, o museu passou a ser complemento necessrio do turismo,

    superando preconceitos de ambas as partes (Barretto,2000, p.53).

    Durante muitos anos, o trade turstico s valorizou como atrativo possvel

    para incluir em suas ofertas os museus consagrados (Louvre em Paris, El Prado

    em Madri, MoMA em Nova York, etc.). Porm, atualmente, percebe-se que a

    oferta quase ilimitada e museus dos mais variados tipos so includos em

    catlogos e roteiros culturais.

    4 Capturado em 23/05/2006, no site: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura523.asp . Um dos

    mais comentados edifcios de So Paulo nas ltimas dcadas, o Ohtake Cultural, composto por duas torres deescritrios e um espao cultural que agrega salas de exposies e de reunies, atelis, livraria, teatro e auditrio.Cada edifcio abre-se para uma via diferente.

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    Em seu texto O papel dos museus na atualidade Barretto afirma:

    (...) Atualmente, crescente o nmero de museus que encontraram noturismo uma fonte de sustentao, no s na venda de ingressos, mas naconfeco e na venda de souvenirs, reprodues, rplicas, catlogos e no

    oferecimento de cursos e palestras, assim como de apresentaes teatrais,oficinas e equipamentos de oferta alimentar (cafs e restaurantes), integradosno espao museal, que deixam uma porcentagem de seu faturamento para omuseu, alm de atrair grandes quantidades de pblico.

    A mesma autora afirma:

    Para o turista consumidor de cultura, assim como para a populaolocal, esse processo de integrao do museu no cotidiano e seuaggiornamento nas formas de exposio s tm trazido ganhos, j que, nosmuseus, pode-se ter acesso a informaes de cunho cientfico baseadas em

    pesquisas, que podem se contrapor s informaes veiculadas pela mdia oupela propaganda, e tambm por alguns parques temticos nos quais haveria, aprincpio, a inteno de transmitir conhecimentos gerais (Barretto,2000,p.54/55).

    Em 1946, constituiu-se uma instituio civil ligada a Unesco, o International

    Council of Museums (Icom), com sede em Paris, para discutir os rumos da

    museologia. No Brasil, a filial desse rgo se localiza na cidade de Porto Alegre

    sob a direo e presidncia do arquiteto Luis Antnio Bolcato Custdio. Essa

    Instituio, entre outras tarefas, analisa e determina quais foram os museusparadigmticos no passado e quais o so no presente.

    Assim, de acordo com o Icom apud Barretto (1986:3):

    O museu uma instituio permanente, sem finalidade lucrativa, aservio da sociedade e do seu desenvolvimento, aberta ao pblico, que realizapesquisas sobre a evidncia material do homem e do seu ambiente, adquire-a,conserva-a, investiga-a, comunica e exibe-a, com a finalidade de estudo,educao e fruio.

    Nessa definio, com o Icom enquadra:

    institutos de preservao e galerias de exposio permanente debibliotecas e centros de documentao; stios e monumentos arqueolgicos,etnogrficos e naturais; stios e monumentos histricos que tenham naturezade museus pelas atividades de aquisio, conservao e comunicao;instituies que mostrem espcies vivas, tais como zoolgicos e jardinsbotnicos, aqurios, viveiros etc; reservas naturais; centros de cincia eplanetrios.

    Existem, neste momento, paradigmas quanto arquitetura de museus, quantoa seu relacionamento com o pblico, quanto a museografia, ou seja, as tcnicas de

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    apresentao das exposies, e, o mais importante, quanto ao papel social que os

    museus devem desempenhar.

    Em A alegoria do patrimnio, a historiadora das teorias e das formas

    urbanas, Franoise Choay (2001) afirma que o atual tratamento arquitetnico dos

    museus oferece uma ilustrao de modo exemplar a essa forma de valorizao e

    seus perigos. A ateno dos visitantes volta-se em primeiro lugar para o

    receptculo, como no caso do mastaba hollywoodiano, que impede que se veja a

    coleo dos impressionistas franceses antes exposta no museu do Jeu de Paume.

    No sculo XIX, o museu, transformado em templo da arte, adota pelaprimeira vez uma tipologia arquitetnica especfica, a do templo antigo

    (British Museum, National Galery de Londres, Alte Pinakothek de Berlim,Glyptothek de Munique, Metropolitan Museum de Nova Iorque, etc), cujointerior reordenado para proporcionar vastos espaos de exposio. A partirda dcada de 1960, a arquitetura museal tende a recusar qualquer tipologia,recorrendo antes a formas publicitrias cuja funo principal destacar aimagem, a faculdade de captar a ateno, tanto pelo uso das mdias quantoin situ. Essa arquitetura auto-referncial, simblica, surge em Paris com oCentro Pompidou. Seu antecessor mais clebre, e sem dvida o primeiro nognero, o museu Guggenheim de Nova Iorque, cuja massa branca, baixa eopaca se encontra postada como um corpo estranho beira da QuintaAvenida.

    Quanto disposio espetacular adotada por F.L. Wright no interior do museuque vai desenrolando a espiral de sua rampa em volta do vazio central, a autora diz:

    (...) ela tende no a ignorar as obras, mas a neg-las e destru-lassimbolicamente: no h mais nenhuma contemplao possvel; o visitanteest condenado ao percurso, arrasado numa marcha que catapulta as imagensdas obras umas sobre as outras para finalmente quebr-las em milfragmentos.(...). A ateno dos visitantes volta-se em primeiro lugar para oreceptculo.

    A autora complementa:

    O espao do museu tornou-se o gesto arquitetnico por excelncia denossa poca. Os museus so visitados como monumentos. O estojo umobjeto admirado como se fosse uma jia, Bulletin du Ministre de la Culture,op. Cit.(Choay,2001:217)

    Felizmente, existem ainda museus novos, cujos construtores guiaram-se to

    somente pelo respeito s obras reunidas. Assim, como sempre, existem

    monumentos inalterados pelas operaes miditicas, descrevendo aqui, uma

    tendncia.

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    Segundo Barretto (2000) at o sculo XVI, os museus funcionaram em

    velhos castelos ou prdios fechados. A primeira construo especial para museu

    seria a Galeria Ufizzi, em Florena, que previa um andar trreo para os escritrios

    (ufizzi) administrativos das cidades e um primeiro andar as obras de arte da

    famlia Mdici.

    No existe arquitetura ideal de museus. Ela varia conforme asnecessidades e as especific idades das colees que abriga. (...) (cf. Giraudy eBouillet 1990).

    Atualmente, coexistem museus de construo altamente sofisticada e cara e

    museus que funcionam em barraces e outros que funcionam em prdios

    histricos.

    Embora ainda haja no mundo muitos museus tradicionais, pode-se afirmar,

    de modo geral, que, aps sculos em que as colees refletiam a vaidade de seus

    donos, mostrando riquezas na forma de objetos de uso ou de obras de arte, as

    vezes produto de saques de guerra, ou bem curiosidades trazidas dos exticos

    pases colonizados, no raro falsificadas, como as sereias e o unicrnio marinho,

    os museus atualmente procuram mostrar os objetos da cultura de forma crtica e,

    dentro do possvel, permitir o dilogo do pblico com um objetocontextualizado que ele compreenda.

    A nova museologia prope respeitar os interesses do pblico mais do que

    pensar as virtudes das colees, como acontecia nos sculos anteriores.

    Segundo Margarita Barretto (2000), em Turismo e legado cultural: as

    possibilidades do planejamento, o primeiro museu a revolucionar o conceito de

    relacionamento com o pblico foi o Louvre, entre 1795 e 1799. Surgiu como

    resultado da estatizao de colees da realeza e do clero aps a Revoluo

    Francesa, e foi aumentando com os saques de guerra de Napoleo. Foi

    considerado, desde o incio, um museu do povo, onde qualquer pessoa poderia

    ir sem pagar. Seu objetivo fundamental era educar as pessoas, ou seja, introjetar-

    lhes os valores burgueses ps-revoluo. A situao no era a mesma na

    Inglaterra, onde at meados do sculo XIX no se deu apoio aos museus,

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    argumentando-se que no era de incumbncia do governo de Sua Majestade dar

    Luxos ao Povo(Hudson,1987,p. 91, apud Barretto 2000).

    Essa situao s mudaria a partir da Grande Exposio de 1851, de produtos

    industriais, que teve duas grandes conseqncias. Uma foi a criao do Museu de

    South Kensington e a outra, acabar com o mito de que os operrios no estavam

    interessados em atividades culturais. Foi de fundamental importncia, pois os

    donos de colees alegavam que no permitiam a entrada do povo porque as

    pessoas, alm de analfabetas, eram sem educao, alm de propensas bebida e

    aos excessos, e consideravam as exposies associadas a feiras e circos, de forma

    que, se visitassem as colees da nobreza, inevitavelmente fariam algazarra.

    Outra das grandes tendncias atuais complementar todos os acervos com um

    estudo da sociedade em que estavam ou esto inseridos. Os museus de indstria

    comearam, na dcada de 1970, na Europa Ocidental, a incorporar tambm a

    histria social da industrializao local. A autora observa que:

    Dos museus de arte, espera-se que deixem de ser templos paraconnaisseurs. Todos os museus, at h poucos anos, trabalhavam com a idiade que seu pblico era constitudo de experts. Em muitas cidades do Brasil,

    ainda h um agravante: as galerias de arte permanecem fechadas por medo deassaltos, e o pblico v-se obrigado a tocar a campainha e esperar que asgrades sejam abertas, sentindo-se um invasor.

    A autora afirma, ainda:

    Uma das propostas para aproximar mais o pblico das obras de arte que os museus propiciem um conhecimento melhor da pessoa do artista,como acontece no museu de David DAngers, na cidade de Angers, naFrana, onde se mostra todo o processo de confeco da obra de arte: asferramentas, os moldes, os recibos de pagamento (Barretto, 2000, p.65).

    Na cidade do Recife no Brasil, verifica-se um exemplo dessa aproximao

    do pblico com o artista na Oficina Cermica Francisco Brennand, um espao que

    nasceu das runas da velha fbrica de telhas e tijolos que pertencia famlia

    Brennand, e hoje , uma oficina, museu e importante plo de aprendizagem do

    manuseio da cermica no Brasil.

    Hoje em dia, importante que o historiador no deixe de relacionar a

    comunidade com o contexto mais amplo e que no privilegie determinadosegmento da sociedade, pois, se anteriormente s se pretendia colocar uma aura

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    especial nos objetos pertencentes classe dominante, exclu-los e colocar s

    objetos dos dominados reproduzir o modelo. Ambos os setores e suas

    contradies devem ser retratados.

    O papel social dos museus no pode ser dissociado da motivao deseus visitantes, que , na maior parte dos casos, educao, aquisio decultura, entretenimento ou divertimento. Museus como os anteriormentecitados estariam suprindo a carncia de instituies especficas parasolucionar os problemas socioeconmicos locais (Barretto, 2000. p. 66).

    Em sculos anteriores, os museus eram sustentados por famlias ou

    instituies ricas. Quando o sustento por uma s pessoa tornou-se invivel pela

    prpria evoluo da sociedade e pelo desaparecimento gradativo da nobreza,

    passou-se ao mecenato de grupos, isto , s sociedades de amigos de museus.Atualmente, muitos museus formam fundaes e se sustentam vendendo

    reprodues, revistas, catlogos, souvenirs (camisetas, chapus, etc.), cobrando

    ingresso, taxando exposies temporrias e ministrando cursos pagos.

    Todo monumento tem agora como complemento uma butique,herdeira dos balces de livros e de cartes postais do sculo XIX, que vendesuvenires diversos, roupas, objetos domsticos ou produtos alimentcios(Choay, 2001, p. 218).

    Franoise Choay (2001), observa que proporcional ao nmero dos visitantes,

    renda dos ingressos e do consumo complementar, a rentabilizao do patrimnio

    passa, cada vez mais, pela facilitao do acesso. O monumento deve estar sempre

    mo, o mais perto possvel dos caravanaras, que no mais das vezes desfiguram

    os stios, o mais perto possvel dos veculos, individuais ou coletivos, que

    requerem estacionamentos e seus complementos: da a necessidade de

    empreendimentos imobilirios considerveis, atualmente to mal disciplinados

    tanto no meio urbano como no meio rural.

    Ainda em O papel dos museus na atualidade, segundo Barretto (2000) na

    maior parte da Amrica Latina, os museus surgiram no sculo passado, fundados

    com a inteno de civilizar, ou seja, de trazer para o novo mundo os padres

    cientficos e culturais das naes colonizadoras. Os museus seriam, dessa forma,

    instituies transplantadas, criadas dentro dos ideais positivistas do progresso.

    Isso no quer dizer que tenham sido instituies de colonizao cultural como foi,posteriormente, o cinema hollywoodiano e seus derivados de produo televisiva.

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    Pelo contrrio, tiveram como misso a valorizao da produo cientifica nacional

    e o encorajamento de sentimentos nacionalistas nos pases recm-criados.

    Ficaram, porm, em sua maior parte, sujeitos aos moldes clssicos, sem ocupar

    um espao relevante capaz de atrair espontaneamente grandes quantidades de

    pblico e, embora muitos deles venham prestando servios relevantes

    comunidade, continuam sem atingir um nvel que lhes permita serem auto-

    sustentados. Integrar os museus no planejamento do turismo histrico-cultural

    uma idia que vm sendo defendida pela autora h aproximadamente uma

    dcada.(Barretto, 2000, p.73).

    Otlia Arantes inclui - ocupando um lugar de destaque -, a prpria

    arquitetura, pois j no mais to bvia a diferena entre um museu e umshopping center. A autora questiona:

    Se os museus so hoje em dia lugares de recreao, e as exposiesapresentam uma inegvel dimenso mercantil, por que tanto escrpulo, porque economizar no projeto os elementos que podem evocar centroscomerciais? (Arantes, 2000, p.233).

    Para ela, quem procura uma relao mais intima com a arte oitocentista evite

    o museu dOrsay. O recolhimento diante da obra, no encontrando mais apoio,

    tornou-se quando muito pose, de fato, um anacronismo invivel. Situao to

    adversa quanto triunfante, excelente ocasio para rever mais uma vez nossa

    relao com a obra de arte, h quase dois sculos filtrada pelo museu.

    No pretendo ir to longe nem sobrevoar o problema no seu todo.Valho-me de um contraponto imediato: a experincia contraditria do museumoderno, que hoje vai declinando e se tornando coisa remota de um passadono to longnquo assim (Arantes, 2000, p. 234).

    O gosto moderno parece ter sancionado de vez o lado pejorativo da

    expresso museu e seus derivados, intervm Arantes.

    (...) respeitar o modo original de exposio da obra ou alter-lo; fazerobras dspares dialogarem ou simplesmente justap-las; reconstituir a poca,incluindo objetos e documentos das atividades que testemunham a vida e ogosto contemporneo da obra, ou cancelar as referncias fazendo brilhar aobra na sua transcendncia; instruir ou deleitar o visitante e assim por diante;como se pode ver, por exemplo, nas discusses que acompanharam aorganizao do museu DOrsay, entre os que achavam que havia excesso de

    histria e os que reclamavam a falta de perspectiva histrica (Arantes, 2000,p. 234).

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    Em seu livro O lugar da arquitetura depois dos modernos, de 2000,

    Arantes expe que os prprios museus vo ser reformulados na medida desse novo

    contingente de visitantes-consumidores, tanto quanto de uma arte que se quer

    ela prpria cada vez mais na escala das massas, na exata medida do consumo de

    uma sociedade afluente.

    Mas a, a impresso animadora diante de uma pequena multido deusurios que acorre aos novos museus e parece se divertir com a desenvolturade futuros especialistas dura pouco a abolio da distncia esttica resolve-se num fetiche invertido: a cultura do recolhimento administrada como umdescartvel. Ou seja, na outra ponta do processo descrito por Benjamin,assistimos a um resultado inverso ao que ele imaginava: a massificao daexperincia de recepo coletiva da obra de arte, onde a relao distrada no mais do que apreenso superficia l e maximamente interessada da obra

    enquanto bem de consumo (Arantes, 2001, p. 240).

    So de fato lugares pblicos, mas cuja principal performance consiste em

    encenar a prpria ideologia que os anima: so quando muito sucedneos de uma

    vida pblica inexistente, microcosmos que presumem reproduzir em seu interior

    uma vida urbana de cuja desagregao registram apenas os grandes cenrios de

    uma sociabilidade fictcia, acrescida das obras devidamente neutralizadas.

    Os novos museus so os principais responsveis pela difuso dessaatmosfera de quermesse eletrnica que envolve a vida pblica reproduzida emmodle rduit. Seria descabido suspirar pelo retorno de uma relao hojeinvivel com a obra de arte armazenada nos museus, intimidade perdida einviabilizada numa sociedade de massas; pelo contrrio, trata-se decompreender no que deu a expectativa abortada quanto s virtualidadesprogressistas de uma ateno distrada da arte, como imaginava WalterBenjamin (Arantes, 2000, p.241).

    No atual estgio do capitalismo, a indstria cultural entrou no seu perodo

    soft, por assim dizer ps-industrial. Pensando no que foi a industria cultural nos

    anos 50 e 60, percebe-se que o processo inverteu. Porm, no se trata mais detrazer a cultura elevada para o mundo quotidiano, rebaixando o tom e no limite

    desestetizando a arte na forma de uma cultura de massa, mas de introduzir o

    universo quotidiano no domnio antes reservado da alta cultura. A

    desestetizao da arte segue-se um momento complementar de estetizao do

    social, visvel no amplo espectro que vai dos museus de fine arts aos museus de

    histria da vida quotidiana.

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    Em um pequeno estudo sobre o debate da ps-modernidade nos EUA,

    Christa Burger procura mostrar que a nova cultura dos museus a expresso

    mais enftica deste processo de estetizao. Ao contrrio dos museus dos anos 70,

    ainda projetados com intenes didticas, vinculadas a movimentos sociais de

    democratizao, os museus dos anos 80 optaram claramente por represar e desviar

    esse didatismo em favor de uma atitude crescentemente hedonista, a seu ver

    requerida pela sociedade de consumo. Sobre a opinio de Christa Burger, Arantes

    observa:

    Christa Burger v a questo, sobretudo em termos de mercado, ao passoque prefiro encar-la como um problema de polticas pblicas, obviamente defundo econmico. Seria o caso de dizer ento que o teor ideolgico dos

    discursos que acompanham uma tal administrao da cultura mais discreto ebrando, mas que em compensao a exacerbao do esttico mais radical.

    E complementa:

    (...) na prpria arquitetura dos museus, arquitetura que cada vez mais seapresenta como um valor em si mesmo, como uma obra de arte, como algo aser apreciado como tal e no apenas como uma construo destinada a abrigarobras de arte. A critica do funcionalismo, o elogio a torto e a direito doornamento, a total liberdade de escolha dos estilos ou solues construtivas,tornam o museu um lugar mais propcio a um exerccio projetual semcompromissos, onde o artista pode mais livremente dar asas imaginao

    (como refere Klotz na apresentao do catlogo da mostra novas construesde museus na republica federal da Alemanha) o que mais problemtico emse tratando de um prdio residencial, de escritrios, ou numa casa deespetculos (Arantes, 2000, p.241).

    Hoje, portanto, quase todos os arquitetos querem assinar o seu museu.

    Mas eles vo mais longe, tanto quanto os seus comanditrios: pretendem criar uma

    obra de arte total no s algo que fascine em tudo e por tudo, mas que realize a

    funo utpica de sntese propugnada pela arte moderna. Ainda segundo Arantes,

    enquanto esta via na cidade, a realizao desse ideal, a totalizao prpria a essa

    grande obra de arte sinttica se daria hoje num plano, sobretudo simblico, cujo

    poder de contaminao seria de tal forma abrangente que acabaria por incluir nele,

    analogicamente, toda a realidade.

    No Brasil, pode-se notar a revitalizao no centro do Rio de Janeiro, mais

    especificamente sobre a polmica e indefinida instalao do museu Guggenhein

    submerso em plena Baa de Guanabara, com direito a uma floresta cultivada

    embaixo da gua. Desde que foi anunciado, o projeto vem provocando indagaes

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    tais como Porque no Rio? Porque um Guggenhein? Porque um arquiteto

    estrangeiro? Porque Jean Nouvel?

    Nota-se que a construo desse museu repercutiria no planejamento urbano

    da cidade e movimentaria o turismo internacional, inserindo-se aqui em uma das

    metas do novo governo federal, que a de aumentar o nmero de turistas

    estrangeiros no pas, conforme o programa do Ministrio do Turismo Promoo e

    apoio comercializao dos produtos tursticos brasileiros.

    Em uma crtica ao livro Relmpagos de Ferreira Gullar, no jornal Folha de

    So Paulo, foi afirmado que:

    fato que os museus se tornaram catalisadores importantes dadinmica dos grandes espaos urbanos. Ento, preciso repensar hoje atransformao do conceito de museu e a conseqente monumentalidadearquitetnica que vem sendo exigida para a existncia dele como espao deexibio. No calor da discusso sobre a necessidade ou no da franquiaGuggenhein no Rio, possvel constatar, sem generalizar, que as exposiesse transformam em eventos que, na maioria das vezes, renem caractersticasesquizofrnicas em torno de uma certa tirania da instalao. Se, no passado, acenografia ocupava posio irrelevante na ambientao de quadros ouesculturas (era apenas suporte), agora ela rivalizava com a obra ou, em casosextremos, a prpria obra. (...) Se a experincia da sensao visual, diante

    das exposies que hoje so espetculos nos museus de grife, acaba ficandoem segundo plano em detrimento do atiamento de outros sentidos (...).

    Poderia se fazer aqui uma abordagem rpida sobre a grife MAC, em

    especfico o Museu de Arte Contempornea de Niteri, no mesmo Estado, que

    vem sendo visto como um cone de uma nova Niteri, agora por muitos

    considerada mais moderna, arrojada, cosmopolita, bonita e, portanto, mais

    orgulhosa de si, como observa Sarmet em seu artigo O museu de arte

    contempornea de Niteri, RJ uma estratgia de promoo da imagem da

    cidade.

    Em seu artigo publicado na revista brasileira de estudos urbanos e regionais ,

    Sarmet (2002) afirma que o MAC se insere nessa nova onda de arquitetura de

    museus, em que a prpria arquitetura cada vez mais se apresenta como um valor

    em si mesmo, como uma obra de arte, como algo a ser apreciado como tal e no

    apenas como uma construo destinada a abrigar obras de arte.

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    Mais do que as obras de arte expostas, o que verdadeiramente atrai os

    visitantes o prprio edifcio do museu: a arquitetura do MAC parece empobrecer

    sua funo museolgica.

    Foram levantadas muitas questes pela populao local, aps a implantao

    e/ou imposio do museu na cidade de Niteri, as quais hoje finalmente deixaram

    de existir, pois segundo Sarmet a imagem da cidade vem se alterando

    profundamente aps esta implantao, ou seja, a promoo da imagem que se faz

    do museu tem um efeito direto na promoo da imagem da cidade.Hoje pode-se

    dizer que praticamente todos se gabam de ter um Oscar Niemayer e de fazer

    parte de uma cidade que foi inserida no circuito turstico/cultural mundial. A que

    preo que no descobriram ainda.

    Em Porto Alegre est sendo construdo o Museu Iber Camargo, com projeto

    do arquiteto portugus lvaro Siza, to conhecido quanto o francs Jean Nouvel.

    Ambos esto entre os arquitetos mais famosos e respeitados da

    contemporaneidade, o que torna a obra de Siza a sua primeira no Brasil um

    referencial arquitetnico importante, reforando a imagem que vem sendo

    construda de Porto Alegre no cenrio das cidades internacionais a partir do seu

    programa de polticas pblicas, do Frum Social Mundial e da Bienal do Mercosul

    .

    No h dvidas que os museus se tornaram importantes na dinmica dos

    grandes espaos urbanos seja na transformao de conceito, seja em sua

    monumentalidade arquitetnica como espao de exibio.

    A prpria descrio de Jean Baudrillard, apresentada no texto de Marcelo

    Faccenda Entre Davis e Golias. As aes (boas e ms) dos museus na dinmica

    urbana define bem essa importncia.Com seus tubos entrelaados e seu ar de ser o espao para uma

    exposio universal, com sua (calculada?) fragilidade to distante damentalidade ou da monumentalidade tradicional, ele abertamente proclamaque nada permanente em nossos dias e em nossa poca, e que a nossaprpria temporalidade a do ciclo que aceleradamente se recicla (...) O nicocontedo do Beaubourg seu prprio volume, como uma refinaria depetrleo, demonstra o xito dos arquitetos na criao de um museu semelhana das embalagens de produto (aquilo que Baudrillard desimulacro), na inteno de tornar o museu um foco de atividade cultural, dehorizonte muito mais amplos do que conferido pelo seu acervo em si.

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    Consideraes Finais

    Considerando-se que a instalao de um equipamento cultural como um

    museu pode ser um dos principais elementos geradores de modificaes na

    imagem e renda da cidade, percebe-se que isto se insere em um fenmeno global,ao qual cidades do mundo todo esto se vinculando para obter uma rpida

    notoriedade. Ao estudar o papel desses equipamentos culturais no

    desenvolvimento urbano e turstico da cidade percebe-se que a cultura tornou-se

    um grande negcio independente de no se saber pra quem, caso se pense em

    cidades para os cidados.

    Diante da diversidade e complexidade de questes que o tema prope,

    pretendeu-se chamar a ateno para as conseqncias positivas e negativas que a

    instalao de um museu implica para a populao local, se haveria um retorno real

    em termos de qualidade de vida para os habitantes, quais os indcios do impacto

    da instalao de um museu em relao a imagem da cidade e qual a ligao desse

    equipamento em relao a indstria do turismo, uma das maiores do mundo?

    Evidenciou-se tambm a necessidade de estudar a problemtica

    contempornea do consumo da cultura. Nota-se que a cultura e o turismo formamum casamento por convenincia. O turismo por ser um setor econmico de peso

    diversifica-se e oferece cada vez mais produtos culturais, assim como butiques,

    cafs e restaurantes dentro desses equipamentos.

    Por fim, concluiu-se, tambm, que as novas construes arquitetnicas e/ou

    as novas monumentalidades arquitetnicas se transformam em obras de arte,

    tirando do foco o verdadeiro papel da museologia. Isso tudo traz a tona o que vem

    a ser a arte hoje em dia comparado com a arte no passado.

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    Referncias Bibliogrficas

    ARANTES, Otlia; Vaimer, Carlos; Maricato, Ermnia. Petrpolis, RJ: Vozes, 2000._________. O lugar da Arquitetura depois dos Modernos. 3 ed. So Paulo: Editora da

    Universidade de So Paulo, 2000.BARRETO, Margarita. Turismo e legado cultural: As possibilidades do planejamento.Campinas, SP: Papirus, 2000.BRISSAC, Nelson. Intervenes em megacidades. [online] Disponvel na Internet viaWWW.BRUNO, Joana Sarmet Cunha. O museu de arte contempornea de Niteri, RJ: Umaestratgia de promoo da imagem da cidade. Revista Brasileira de estudos urbanos eregionais, vol.4, n1/2 Maio Novembro 2002CHOAY, Franoise . A alegoria do patrimnio Traduo de Luciano Vieira Machado.So Paulo: Editota UNESP, 2001.DEL RIO, Vicente. Texto capturado no site www.vitruvius.com.br/arquitextos, emsetembro de 2003.

    FACCENDA, Marcelo Borges. Entre Davis e Golias. As aes (boas e ms) dos museusna dinmica urbana. Texto capturado no site www.vitruvius.com.br/arquitextos, emsetembro de 2003.OHTAKE, Ricardo. Os novos monumentos das metrpoles. IN: So Paulo emPerspectiva. So Paulo : Fundao SEADE, out dez 2000, vol. 14, n. 4.PROGRAMA DO MINISTRIO DO TURISMO Promoo e apoio a comercializaodos produtos tursticos brasileiros.URL:http://www.enea.com.br/index.php?arquivo=artigos.php&codigo=20. Arquivoconsultado em setembro de 2003.