os impactos da evoluÇÃo do e-social e sua …

18
OS IMPACTOS DA EVOLUÇÃO DO E-SOCIAL E SUA SIMPLIFICAÇÃO NA PERSPECTIVA DE CONTADORES PARAENSES Diogo Willavian Maciel Dantas (FUCAPE) - [email protected] Camila De Souza Pereira (ESMAC) - [email protected] Adriana Oliveira Sousa (ESMAC) - [email protected] Resumo: Esta pesquisa teve como objetivo demonstrar a percepção que os contadores têm a respeito da plataforma eSocial, tendo em vista suas constantes mudanças, como a sua simplificação. Foram analisadas as vantagens e desvantagens que o programa apresentou, as mudanças nas rotinas dos contadores e suas adequações a essa nova forma de declaração fiscal das contribuições previdenciárias, trabalhistas e tributárias decorrentes do advento do eSocial e de suas próprias atualizações. Para fundamentar teoricamente o estudo em questão, utilizamos conceitos advindos da revisão bibliográfica, com o próprio manual do eSocial, artigos científicos e decretos, além da aplicação de questionários repassados através da plataforma Google forms, para assim abranger ao máximo possível de opiniões de contadores paraenses, com o intuito de obter os dados que proporcionaram embasamento a pesquisa, como parte do procedimento metodológico. Palavras-chave: ESocial; Contadores; Simplificação. Área temática: Controladoria e Contabilidade Gerencial Powered by TCPDF (www.tcpdf.org)

Upload: others

Post on 16-Oct-2021

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: OS IMPACTOS DA EVOLUÇÃO DO E-SOCIAL E SUA …

OS IMPACTOS DA EVOLUÇÃO DO E-SOCIAL E SUASIMPLIFICAÇÃO NA PERSPECTIVA DE CONTADORES

PARAENSES

Diogo Willavian Maciel Dantas (FUCAPE) - [email protected] De Souza Pereira (ESMAC) - [email protected] Oliveira Sousa (ESMAC) - [email protected]

Resumo:

Esta pesquisa teve como objetivo demonstrar a percepção que os contadores têm arespeito da plataforma eSocial, tendo em vista suas constantes mudanças, como asua simplificação. Foram analisadas as vantagens e desvantagens que o programaapresentou, as mudanças nas rotinas dos contadores e suas adequações a essa novaforma de declaração fiscal das contribuições previdenciárias, trabalhistas etributárias decorrentes do advento do eSocial e de suas próprias atualizações. Parafundamentar teoricamente o estudo em questão, utilizamos conceitos advindos darevisão bibliográfica, com o próprio manual do eSocial, artigos científicos edecretos, além da aplicação de questionários repassados através da plataformaGoogle forms, para assim abranger ao máximo possível de opiniões de contadoresparaenses, com o intuito de obter os dados que proporcionaram embasamento apesquisa, como parte do procedimento metodológico.

Palavras-chave: ESocial; Contadores; Simplificação.

Área temática: Controladoria e Contabilidade Gerencial

Powered by TCPDF (www.tcpdf.org)

Page 2: OS IMPACTOS DA EVOLUÇÃO DO E-SOCIAL E SUA …

1

OS IMPACTOS DA EVOLUÇÃO DO E-SOCIAL E SUA SIMPLIFICAÇÃO NA

PERSPECTIVA DE CONTADORES PARAENSES

Resumo

Esta pesquisa teve como objetivo demonstrar a percepção que os contadores têm a respeito da

plataforma eSocial, tendo em vista suas constantes mudanças, como a sua simplificação. Foram

analisadas as vantagens e desvantagens que o programa apresentou, as mudanças nas rotinas

dos contadores e suas adequações a essa nova forma de declaração fiscal das contribuições

previdenciárias, trabalhistas e tributárias decorrentes do advento do eSocial e de suas próprias

atualizações. Para fundamentar teoricamente o estudo em questão, utilizamos conceitos

advindos da revisão bibliográfica, com o próprio manual do eSocial, artigos científicos e

decretos, além da aplicação de questionários repassados através da plataforma Google forms,

para assim abranger ao máximo possível de opiniões de contadores paraenses, com o intuito de

obter os dados que proporcionaram embasamento a pesquisa, como parte do procedimento

metodológico.

Palavras-chave: ESocial; Contadores; Simplificação.

Área temática do evento: Controladoria e Contabilidade Gerencial.

1 INTRODUÇÃO

Conforme Dias (2018), “[...] a sociedade brasileira vem sofrendo constantes mudanças

nas últimas décadas fazendo com que crenças e valores sofram transformações numa velocidade

cada vez maior”. Para Vellucci et al. (2018) com os avanços na área da Tecnologia da

Informação e Comunicação (TIC), e da evolução digital, mudaram diversos aspectos da

sociedade, dando início a um novo ciclo e de novas formas de prestação de serviços online,

como o Governo Eletrônico ou e-Gov.

O Brasil vem se atualizando perante seu sistema tributário, que, sofre com diversas

problemáticas como alíquotas elevadas de impostos, diversas contribuições a pagar, dentre

outras burocracias. Vellucci (2017) fala que diante deste contexto, surge o Sistema de

Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial) sendo o

mesmo de suma importância, pois ajudará o empregador a cumprir com todas as obrigações

trabalhistas, previdenciárias e tributárias através de uma única fonte de informações.

Nesse contexto, esta pesquisa busca responder à seguinte questão: Quais os impactos da

evolução do eSocial e sua simplificação na perspectiva dos contadores paraenses? A pesquisa

tem como objetivo identificar os impactos da evolução do eSocial e sua simplificação na

perspectiva dos contadores paraenses.

Costa et al. (2018) afirmam que, várias pesquisas estão sendo feitas em relação ao

eSocial com o intuito de demonstrar seus impactos, o foco deste estudo se dá na perspectiva

dos contadores, na forma de usuários do sistema, visto que são diretamente afetados pela sua

implantação. Para Vellucci et al. (2018), a contribuição acadêmica se dá por ser um assunto

relevante, atual e pouco discutido pelos profissionais da área, sendo um complemento a

trabalhos que tratam do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED).

Para Jacob (2018), entender tais efeitos é fundamental, já que os tributos são alterados

com frequência para estimular o crescimento e o investimento. Visto que, para Caon e

Nascimento (2017) os estudos que abordam o eSocial destacam-se diante da necessidade de

informação dos contadores atuantes ao se tratar do SPED e seus subprojetos, uma vez que o

tema ainda vem se mostrando cada vez mais necessário diante do atual cenário contábil.

No que diz respeito a metodologia da pesquisa foi bibliográfica, qualitativa de caráter

exploratório, tendo sido realizada a coleta de dados através da aplicação de questionários online.

Page 3: OS IMPACTOS DA EVOLUÇÃO DO E-SOCIAL E SUA …

2

2 - CONTABILIDADE EM SISTEMA DE INFORMAÇÕES TRABALHISTAS E

PREVIDENCIÁRIAS

Salotti et al. (2019) afirmam que, a contabilidade é um sistema de coleta, registro e

organização de dados e geração de relatórios, sendo o processo contábil, composto pelas etapas

de reconhecimento, mensuração e evidenciação dos eventos/fenômenos econômicos que geram

informações úteis e relevantes para a tomada de decisões. Os sistemas de informações contábeis

são um conjunto de atividades inter-relacionadas, documentos e tecnologias destinados a

coletar dados, processa-los e relatar informações para um grupo diversificado de tomadores de

decisões internos e externos das entidades (HURT, 2014).

Padoveze (2019) discute que, os sistemas de informações integrados possuem como

objetivo a integração, consolidação e aglutinação de todas as informações de uma entidade, eles

unem e integram todos os subsistemas, por meio de recursos da tecnologia de informação. O

uso das TICs trouxe mais facilidade na comunicação entre o governo e cidadãos, empresas e

outras organizações governamentais, permitindo uma relação mais eficaz entre o contribuinte e

o fisco, fornecendo um serviço ágil e menos custoso, principalmente através da internet (SILVA

FILHO ET AL. 2015).

Dias et al. (2019) afirmam que, as plataformas de e-Gov (Governo eletrônico) auxiliam

na comunicação nas diferentes formas de prestações de serviços públicos, proporcionando uma

nova visão sobre a administração dos bens públicos. O Governo Federal vem investindo em

ferramentas tecnológicas de fiscalização e centralização das informações dos contribuintes, que

estão aprimorando os processos contábeis e gerando uma nova gama de informações, exigindo

que os contadores estejam em constante atualização. (VASCONCELLOS, 2021).

De Sousa et al. (2021), afirmam que o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED)

trouxe novas competências sobre o papel dos profissionais de contabilidade. Diversas

plataformas digitais integram este sistema e as informações contábeis passaram a ser realizadas

de forma eletrônica, tornando mais eficiente a auditoria por parte do fisco. O SPED tornou

obrigatório o envio das obrigações acessórias no formato eletrônico, definido pela legislação

tributária federal, através de único ambiente digital e governamental, capaz de unificar as

atividades de recepção, validação, armazenamento e autenticação de livros fiscais das entidades

(HENRIQUE, 2016).

Marques (2020) afirma que, o Sistema Simplificado de Escrituração Digital das

Obrigações Previdenciárias, Trabalhistas e Fiscais (eSocial), um dos módulos do SPED, vem

impactando os empregadores, com relação a tempestividade no envio das informações e da

substituição de obrigações acessórias que antes eram enviadas separadamente. Grande parte das

micro e pequenas empresas, terceirizam a sua contabilidade que incluem os serviços de

informações trabalhistas como: fechamento da folha de pagamento mensal, faltas, férias,

exames médicos periódicos entre outras obrigações acessórias, que devem ser enviadas ao fisco

(ROCHA, 2021).

2.1 Sistema Público de Escrituração Digital (SPED)

O Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) faz parte do Programa de Aceleração

do Crescimento do Governo Federal (PAC), de 2007 a 2010. Ele foi instituído pelo Decreto n.º

6.022/ 2007, e configura-se como mais um progresso na informatização das relações entre o

fisco e os contribuintes (BRASIL, 2007). Criar uma inteligência fiscal capaz de realizar

operações e cruzamentos de dados em larga escala que submete todos ao seu controle, sem estar

presente em sua ação (VELLUCCI, 2017).

Page 4: OS IMPACTOS DA EVOLUÇÃO DO E-SOCIAL E SUA …

3

De forma geral, consiste na modernização da sistemática atual do cumprimento das

obrigações acessórias, hoje conta com 14 módulos: Central de balanços, CT-e, ECD, ECF, EFD

Contribuições, EFD ICMS IPI, EFD-Reinf, e-Financeira, eSocial, MDF-e, NFC-e, NF-e, NFS-

e, Simplificação. (BRASIL 2019).

Para Ribeiro (2015) diante da modernização do sistema digital, com tantas informações

a serem enviadas aos órgãos públicos fiscalizadores, desencadeia uma nova visão, sendo ela

digital, mas com validade jurídica. Para Lizote et al. (2018) o SPED tem papel fundamental

para o desenvolvimento e eficácia das fiscalizações, pois as informações tornam-se rápidas e

precisas, sendo enviadas em tempo real e fazendo com que haja diminuição nas ilegalidades na

arrecadação tributária.

O SPED tem como intuito aperfeiçoar os registros das obrigações acessórias ao integrar

os fiscos (Federal, Estadual e Municipal), ajudando na identificação das fraudes, além de

melhorar os processos de controle fiscal e alavancar a arrecadação (CAON; NASCIMENTO,

2017). O SPED também representa um grande marco no âmbito contábil, pois surgiu como uma

iniciativa do governo que busca simplificar os processos de arquivamento, envio e validação

das obrigações com o pagamento de impostos de Pessoas Jurídicas, facilitando os envios através

de um único software (BRASIL, 2007).

Conforme Silva Filho et al. (2015) o SPED proporciona inúmeros benefícios, pois,

aumenta a confiabilidade na escrituração de documentos fiscais, tendo em vista que seus envios

são de forma digital, reduz o tempo de envio, bem como dos custos e simplifica o envio das

obrigações, além de tornar mais eficiente o combate à sonegação fiscal. Diante das mudanças

o profissional contábil ganha uma responsabilidade maior e com isso é esperado uma

valorização do profissional de contabilidade.

Oliveira, Santana e Martins (2017) alegam que o SPED tem como sua base os seguintes

subprojetos: NFe, ECD, EFD, posteriormente, sendo ampliado para os projetos: NFS-e,

FCONT, EFD-Contribuições Sociais e o eSocial. Brasil (2007) diz que, a certificação digital

para fins de assinatura dos documentos eletrônicos, garante a sua validade jurídica, apenas na

sua forma digital.

Vassoler (2015) ressalta que, para o envio das informações ao Governo Federal e aos

órgãos envolvidos do eSocial, se fará necessário o uso do certificado digital, pois os dados que

serão encaminhadas para a Receita Federal do Brasil, sendo validados no sistema SPED.

2.2 Sistema Simplificado de Escrituração Digital das Obrigações Previdenciárias,

Trabalhistas e Fiscais (eSocial).

Brasil (2014) afirma que, o eSocial foi instituído pelo Decreto n.º 8373/2014, sendo uma

plataforma onde os empregadores comunicam ao Governo, de forma unificada, informações

dos seus colaboradores, como vínculos, contribuições previdenciárias, comunicações de

acidente de trabalho e aviso prévio e outras informações trabalhistas e previdenciárias. O

eSocial também é definido como a escrituração digital da folha de pagamento e das obrigações

trabalhistas, previdenciárias e fiscais relativas a todo vínculo empregatício (OLIVEIRA;

SANTANA; MARTINS, 2017).

Para Caon e Nascimento (2017) os objetivos do eSocial são viabilizar a garantia de

direitos previdenciários e trabalhistas aos trabalhadores brasileiros, simplificando o

cumprimento de obrigações e aprimorar a qualidade de informações das relações de trabalho,

previdenciárias e fiscais. A sua implementação visa simplificar o envio das informações a serem

prestadas pelos empresários, eliminar a duplicidade de cadastros, padronizar diversas

operações, facilitar a fiscalização dos órgãos envolvidos e promover maior transparência das

informações trabalhistas e previdenciárias (DE JESUS; SILVA, 2021).

Page 5: OS IMPACTOS DA EVOLUÇÃO DO E-SOCIAL E SUA …

4

Brasil (2014) afirma que, o eSocial é maior e mais complexo projeto do SPED,

formulado de maneira conjunta pela Receita Federal do Brasil (RFB), Caixa Econômica Federal

(CEF), pelo extinto Ministério da Previdência Social (MPS), pelo extinto Ministério do

Trabalho e Emprego (MTE) e o pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). O eSocial

foi definido por seus fundamentadores como a nova era nas relações entre Empregado,

Empregadores e Governo, podendo ser considerado um marco nas relações de trabalho do

mesmo grau de relevância da CLT. (VELLUCCI ET AL, 2018).

A implantação do eSocial desde o seu início, dividiu as entidades em grupos para sua

implantação, mediante as dificuldades trazidas pelo novo sistema, se fez necessário conceder

mais prazo para as organizações, sendo feitas diversas alterações e simplificações no processo

de implementação e cronograma do eSocial. (Brasil, 2021). O quadro 1, demonstra a

classificação dos grupos do eSocial.

Quadro 1 - Atual Divisão dos Grupos do eSocial (A partir da Resolução CDES 5/2018).

Grupos Características

1º Grupo

Compreende as entidades empresariais com faturamento no ano de 2016 acima de

R$ 78.000.000,00. Estas entidades são aquelas integrantes do grupo dois do Anexo

V da Instrução Normativa RFB nº 1.634/2016.

2º Grupo Entidades empresariais com faturamento no ano de 2016 de até R$ 78.000.000,00 e

que não sejam optantes pelo Simples Nacional.

3º Grupo Empregadores optantes pelo Simples Nacional, empregadores, pessoa física (exceto

doméstico), produtor rural PF e entidades sem fins lucrativos.

4º Grupo Entes públicos e organizações internacionais. Fonte: Adaptado do Cronograma de Implantação do eSocial (2021).

Rocha (2021) afirma que, os eventos que devem ser enviados para o eSocial estão

divididos em cinco grupos: eventos iniciais; eventos de tabela; eventos não-periódicos; eventos

periódicos e eventos de Segurança e Saúde do Trabalhador SST, que estão divididos em fases

de envio, definidas pelo Ministério da Economia, através da Portaria n.º 76/2020. O cronograma

do eSocial que já foi adiado por diversa vezes, para melhor atender às necessidades de cada

grupo, sendo que o último calendário divulgado pelo comitê gestor do eSocial, segue as

seguintes datas, conforme disposto na figura 1:

Figura 1 – Cronograma de Implantação do eSocial.

Fonte: eSocial (2021).

Segundo o site eSocial (2021) na nova plataforma serão comunicadas de forma

unificada e integrada a diversas obrigações acessórias elencadas abaixo:

▪ GFIP – Guia de recolhimento do FGTS e de Informações a Previdência Social;

▪ CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados para controlar as

admissões e demissões de empregados sob o regime da CLT;

▪ RAIS – Relação Anual de Informações Sociais;

▪ LRE – Livro de Registro de Empregados;

Page 6: OS IMPACTOS DA EVOLUÇÃO DO E-SOCIAL E SUA …

5

▪ CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho;

▪ CD – Comunicação de Dispensa;

▪ CTPS – Carteira de Trabalho e Previdência Social;

▪ PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário;

▪ DIRF – Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte;

▪ DCTF – Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais;

▪ QHT – Quadro de Horários de Trabalho;

▪ MANAD – Manual Normativo de Arquivos Digitais;

▪ Folha de Pagamento

▪ GRF – Guia de Recolhimento do FGTS;

▪ GPS – Guia de Previdência Social.

Todas as informações relacionadas às questões previdenciárias, tributárias e fiscais

serão evidenciadas através de uma única transmissão, onde todos os órgãos, colherão as

informações dentro do sistema do eSocial.

2.3 Percepções e Impactos sobre Sistema Simplificado de Escrituração Digital das

Obrigações Previdenciárias, Trabalhistas e Fiscais (eSocial).

Da Cruz Silva et al. (2020) afirmam que, os contadores, devem conscientizar seus

clientes, para maior familiarização destes acerca das obrigações a serem cumpridas, pois, a

maioria destes só conhece o básico sobre o eSocial, embora tenham consciência das penalidades

que podem sofrer por não cumprirem os prazos de envio das informações. Ao analisarem a

percepção de empresários após a implantação do eSocial, constataram que estes conhecem o

suficiente sobre a plataforma, bem como, acreditam que o projeto trouxe uma maior integração

com os profissionais contábeis, reduzindo a informalidade das informações trabalhistas e

previdenciárias (MARTINS; MARTINS, 2020).

Rodrigues (2018) afiram que, a introdução do eSocial trouxe mudanças nas rotinas dos

escritórios de contabilidade, que alteraram suas rotinas gerenciais, face a maior necessidade de

informação tempestiva, levando a maior interação com os seus clientes e maior necessidade de

controle das informações trocadas. O estudo sobre a percepção dos alunos de Ciências

Contábeis após a implantação do eSocial, apontaram, que grande parte destes, não possuem

uma opinião sobre o tema, contudo precisam estar atualizados, buscando treinamentos

constantes, para estarem preparados para este novo mercado de trabalho (ONEDA; MARTINS,

2021).

Já Nascimento (2021), ao pesquisar as dificuldades dos profissionais de contabilidade,

na implementação do eSocial, em uma empresa de pequeno porte, estes encontraram

dificuldades para uso da ferramenta, o que provocou uma certa resistência na sua usabilidade,

devido às alterações que esta trouxe para as suas rotinas. As atualizações no sistema do eSocial

referente aos cadastros dos sócios, titulares e trabalhadores, trouxeram dificuldades as

instituições contábeis por não estarem preparadas para iniciar a transmissão na plataforma, bem

como a necessidade de conciliação do uso da ferramenta com as outras tarefas cotidianas do

escritório (DE ALMEIDA ET.AL., 2020).

Sá (2020), ao analisar os processos de implantação do eSocial na visão dos contadores

do Estado de Goiás identificou, baixa participação em cursos de capacitação, e que o suporte

dos fornecedores de software de folha de pagamento, ajuda na capacitação para

operacionalização do sistema. Os desafios das organizações contábeis acerca do eSocial após

sua implementação, se dá em relação ao cumprimento de prazos e na conscientização dos

gestores e empresários da importância desta nova plataforma, contudo se faz necessário, mais

capacitações dos contadores sobre o sistema. (CONCEIÇÃO; LIMA; MARTINS, 2020).

Page 7: OS IMPACTOS DA EVOLUÇÃO DO E-SOCIAL E SUA …

6

Siqueira e Martins (2020), ao pesquisarem as dificuldades dos profissionais de

contabilidade de dois municípios de Pernambuco com o eSocial, identificaram que a maior

preocupação destes são as multas, que podem ser causadas por prestação das informações em

atrasos ou não conformes. Os profissionais que se mostrarem aptos a se qualificarem para uma

melhor utilização do eSocial tendem a terem suas atividades diárias facilitadas pelo sistema,

podendo se destacarem e serem valorizados no mercado de trabalho, visto que esta plataforma

é uma realidade que engloba todo o território nacional (DA SILVA; DOS SANTOS

BRANDÃO, 2019).

3 METODOLOGIA

Foi realizado primariamente realizado uma pesquisa bibliográfica que partiu de sites de

artigos científicos como Speell, Sciello, Google acadêmico, periódicos capes, a própria

plataforma eSocial, utilizamos para chave de pesquisa a palavra “eSocial”, sendo também uma

pesquisa exploratória de caráter qualitativo, de acordo com Farias Filho e Arruda Filho (2013)

a pesquisa qualitativa, provem de uma visão entre o mundo real e o pesquisador, interpresar os

fenômenos e atribuir significados a eles são os principais pontos nesse tipo de pesquisa.

A fim de dar embasamentos científicos a pesquisa, foram realizadas leituras em diversos

artigos científicos, periódicos, livros, teses e monografias com o ano igual ou superior a 2015,

o próprio manual atualizado do eSocial, foi utilizado também como suporte a plataforma

eSocial e as legislações vigentes. Todo o material foi devidamente analisado e acrescido a

pesquisa em questão.

Realizamos também a aplicação de questionário online, que foi formulado após as

leituras de artigos e teses que tratavam a mesma problemática da pesquisa em questão para

serem respondidas em escala linear, tivemos uma demora na aplicação, pois o eSocial

atualmente está passando por um processo de simplificação que dificultou a aplicação, pois no

dia 30 de setembro de 2019, estava previsto a saída de nota de esclarecimento sobre a

plataforma.

No entanto, saiu apenas uma nota técnica, contendo o seguinte esclarecimento “A Nota

Técnica n.º 15/2019 tem como objetivo implantar as primeiras medidas de simplificação e

modernização do eSocial, conforme disposto no art. 9º da Portaria n.º 300, de 13/06/2019”

(BRASIL, 2019). A partir desse esclarecimento que então foi dado continuidade ao processo

da pesquisa.

O questionário foi composto por perguntas duas etapas, a primeira buscou verificar o

perfil social-econômico e a segunda parte foi voltada ao eSocial. Para Farias Filho e Arruda

Filho (2013) a escolha do método para responder o estudo em questão será primordial para

considerar uma coleta e análise de dados de forma clara e precisa, para dar suporte ao estudo

desenvolvido, associado a suas teorias e propostas.

O questionário em questão foi elaborado primeiramente em texto, no mês de setembro

de 2019 e apenas no mês de outubro desse ano, ele foi passado para uma versão online, através

de um recurso disponibilizado na internet chamado Google Forms, o aplicativo utilizado gera

questionários online que podem ser enviados através de vários canais sociais, fizemos o

encaminhamento dele enviando para e-mails, WhatsApp, Instagram e Facebook para

profissionais da área contábil e pessoas que trabalham diretamente com o eSocial para que

fossem respondidos.

O tipo de amostragem foi não probabilístico, estilo “bola de neve” que segundo Farias

Filho e Arruda Filho (2013, p.87) consiste em pessoas que indicam pessoas baseando-se em

características similares para a pesquisa e assim faz-se com que o número de pessoas da amostra

cresça como uma “bola de neve”.

Page 8: OS IMPACTOS DA EVOLUÇÃO DO E-SOCIAL E SUA …

7

A aplicação ocorreu em outubro de 2019 ficando aberto a respostas pelo período de uma

semana, abrangeu em sua totalidade 52 profissionais paraenses que utilizam o portal eSocial,

contendo 4 questões a respeito do perfil do respondente e 15 questões fechadas, para através

delas fazer a coleta dos dados necessários para a pesquisa.

Através das respostas obtidas, e a aquisição desses dados, foram gerados gráficos para

termos embasamento na pesquisa e assim realizamos a análise mais adequada da percepção que

os contadores estão tendo do canal eSocial, a adaptação a ele e seu manuseio, como estão lhe

dando com suas mudanças e sua simplificação.

Em síntese, esta pesquisa teve como recorte temporal de análise o período entre 2018 a

2021, o estudo teve por finalidade indicar a perspectiva dos contadores paraenses sobre o

eSocial o qual o impacto causado em suas rotinas após sua aplicabilidade, e mais recente com

seu processo de desburocratização, suas obrigatoriedades, finalidades, como está ocorrendo a

sua aplicabilidade, simplificação, esferas técnicas, leis normativas, quais as demandas do

programa, os principais entraves na sua aplicabilidade, e seus benefícios.

Quadro 2: Síntese da Metodologia.

Fonte: Elaboração dos autores (2021).

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A primeira etapa da pesquisa buscou analisar o perfil social-econômico dos

respondentes do questionário, na segunda parte foram analisadas a percepção que os contadores

paraenses estão tendo sobre o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais,

Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial).

Após a aplicação do questionário obtivemos os seguintes resultados, em relação às

características dos respondentes, verificou-se que 57,5% correspondem ao gênero masculino e

42,5% ao feminino. Quanto à idade, observou-se que a maioria se enquadra na faixa etária de

25 a 50 anos. Constatou-se também que 67,3% dos respondentes são contadores, e 32,7% são

outros profissionais que trabalham diretamente com a plataforma eSocial.

A questão 1, consistia em saber se, a empresa/escritório possuía um sistema

informatizado preparado para atender as demandas do eSocial em relação aos envios das

informações e monitoramento de obrigações. As respostas podem ser vistas no gráfico 1 a

seguir.

Gráfico 1: Sistemas de informatização da empresa.

Fonte: Elaboração dos autores (2021).

Tipos de pesquisa Classificação

Natureza Qualitativo

Objetivo Exploratório

Procedimentos Técnicos Bibliográfico

Local da pesquisa Campo (Estado do Pará)

Abrangência Temporal Transversal

Page 9: OS IMPACTOS DA EVOLUÇÃO DO E-SOCIAL E SUA …

8

Pode-se identificar que 61,5% dos respondentes possuem sistema de informatização

apto para atender as demandas e monitoramento de obrigações que devem ser enviadas ao

eSocial, outros 23,1% informaram estar menos informatizados, 11,5% responderam estar

neutros diante da situação e 3,8% não possuem sistema apto. O resultado obtido concorda com

o de Vellucci et al. (2018) que constatou que 51,80% das empresas estavam preparados em

termos de informatização para o eSocial. Podemos evidenciar que existe uma tendência das

empresas se informatizarem.

Já a segunda questão, indagou sobre as dificuldades que os escritórios

contábeis/empresas tiveram relação a adaptação e entendimento das obrigações do eSocial.

Gráfico 2: Dificuldade entendimento eSocial.

Fonte: Elaboração dos autores (2021).

O gráfico 2 indica que 26,9% das empresas e escritórios contábeis responderam possuir

nível máximo de dificuldade diante da plataforma eSocial, 32,7% apontaram dificuldades,

17,3% encontram-se neutros, 11,5% sentiram pouca dificuldade e 11,5% responderam que não

tiveram dificuldade com a utilização da plataforma.

A 3.ª questão 3 buscou identificar se ocorreram mudanças no escritório de contabilidade

e se estas foram e estão sendo significativas e impactantes.

Gráfico 3: Mudanças provocadas pelo eSocial.

Fonte: Elaboração dos autores, (2021).

O gráfico 3 aponta que 44,2% dos entrevistados avaliaram a que as mudanças foram

bem significativas após a obrigatoriedade do eSocial, 28,8% avaliara que as mudanças foram

significativas, 17,3% avaliaram como normal, 5,8% avaliou como baixa relevância e para 3,8%

não houve uma mudança significativa.

A questão 4, buscou identificar se ocorreu aumento da qualidade e confiabilidade das

informações prestadas pelos empregadores com a implantação do eSocial.

Gráfico 4: Credibilidade das informações.

Page 10: OS IMPACTOS DA EVOLUÇÃO DO E-SOCIAL E SUA …

9

Fonte: Elaboração dos autores (2021).

De acordo com os entrevistados 26,9% dos profissionais acreditam que de fato o

governo está alcançando com êxito seu objetivo de verificar a confiabilidade das informações

prestadas aos órgãos fiscalizadores, 36,5% avaliaram que o objetivo ainda não está em sua

totalidade, 26,9% demonstraram-se neutros quanto ao assunto, 3,8% acreditam não está

ocorrendo o estimado, e 5,8% avaliaram como irrelevante.

A 5.ª questão buscou saber se os colaboradores envolvidos com o eSocial estão

adaptados com sua implantação e aplicabilidade.

Gráfico 5: Adaptação Colaboradores.

Fonte: Elaboração dos autores (2021).

Na perspectiva dos profissionais sobre a sua adaptabilidade ao eSocial identificou-se

que apenas 17,3% consideram-se totalmente aptos a implantação e aplicabilidade da

plataforma, 23,1% sentem-se aptos a utilização e prestação de informações ao governo, 38,5%

estão em sua média de aptidão, 17,3% auto denominam-se com dificuldades na usabilidade, e

3,8% não possuem opinião formada. Os resultados obtidos em questão mantêm-se em

consonância com a pesquisa feita por Oliveira, Santana e Martins (2017) que relatou que 41%

dos respondentes avaliaram não se sentirem totalmente preparados para utilizar o eSocial, o que

era um resultado preocupante para o ano mesmo ainda não tendo entrado em vigor. Na atual

situação observa-se que os respondentes se sentem mais preparados para plataforma eSocial,

mas ainda não estão totalmente adaptados a utilização da mesma.

A questão 6, buscou descobrir se os colaboradores envolvidos com as atividades

relacionadas à administração de pessoal, possuem sólidos conhecimentos da legislação

trabalhista.

Gráfico 6: Conhecimento legislação trabalhista.

Page 11: OS IMPACTOS DA EVOLUÇÃO DO E-SOCIAL E SUA …

10

Fonte: Elaboração dos autores (2021).

Com relação à legislação trabalhista, 23,1% dos usuários afirmaram possuírem sólidos

conhecimentos sobre legislação vigente, 21,2% consideram possuir compreensão na temática,

28,8% afirmam conhecer de forma mediana a legislação, 23,1% não possuem completa ciência,

e 3,8% não apresentaram relevância. Esse resultado diverge em partes com os resultados

obtidos por Vellucci et al. (2018) que relatou que 67,20% dos seus respondentes afirmaram

conhecer a legislação trabalhista.

A questão 7, perguntou se o profissional já realizou algum autodiagnóstico em relação

ao atendimento da legislação previdenciária.

Gráfico 7: Legislação Previdenciária

Fonte: Elaboração dos autores (2021).

O gráfico 7, demonstra que 5,8% dos respondentes afirmaram fazer autodiagnóstico

com relação à legislação previdenciária, uma quantidade pequena diante da amostra da

pesquisa, 36,5% avaliaram fazer com um pouco menos de frequência, 28,8% declararam fazer

esporadicamente, 23,1% responderam que fazem poucas vezes e 5,8% quase nunca fazem esse

autodiagnostico sobre legislação.

A questão 8, indagou sobre a participação do profissional em workshops, cursos,

auxílios e treinamentos sobre o eSocial?

Gráfico 8: Eventos de Capacitação sobre eSocial.

Fonte: Elaboração dos autores, (2021).

Conforme o gráfico acima, 65,40%, ou seja, a maioria dos respondentes declararam ter

participado de workshops e treinamentos para obterem auxílio extra sobre o eSocial, 21,2%

declarou ter participado de poucos,11,5% participaram de pouco ou nenhum treinamento e

Page 12: OS IMPACTOS DA EVOLUÇÃO DO E-SOCIAL E SUA …

11

1,9% não participou. Esse resultado concorda com Oliveira, Santana e Martins (2017), que

constataram na pesquisa, que 72,1% dos profissionais já buscavam se aperfeiçoar sobre o

eSocial.

A questão 9, indagou sobre a realização de levantamento dos leiautes do eSocial e sua

simplificação e se o profissional estava ciente das mudanças.

Gráfico 9: Leiautes eSocial.

Fonte: Elaboração dos autores (2021).

Sobre o levantamento dos leiautes do eSocial, 17,3% afirmaram estar ciente quanto as

mudanças na plataforma eSocial e sua desburocratização, 25% apontaram estar menos

informados, contudo cientes das mudanças, 28,8% se mantiveram neutros em suas respostas,

17,3% responderam que possuem pouco conhecimento sobre as mudanças e 11,5% não sabem

sobre o processo de simplificação.

A 10.ª questão, perguntou se após a nota de esclarecimento em relação à adaptação da

plataforma, você acredita de fato que será simplificado os envios de obrigações acessórias.

Gráfico 10: Simplificação dos envios das obrigações acessórias.

Fonte: Elaboração dos autores, (2021).

O gráfico 10 demonstra que apenas 14,9% acredita que de fato que será simplificado os

envios de obrigações acessórias dentro da plataforma eSocial, 28,8% responderam acreditar um

pouco menos que as mudanças de fato ocorreram 36,5% se mantiveram neutros nessa questão,

13,5% não tiveram convicção sobre o assunto e 5,8% não acreditam que iram de fato acontecer

as mudanças.

A questão 11, perguntou se o profissional estava habituado ao prazo para envio de

informações de eventos periódicos e não periódicos.

Gráfico 11: Habituado com os prazos de envios dos eventos periódicos e não periódicos.

Fonte: Elaboração dos autores (2021).

Page 13: OS IMPACTOS DA EVOLUÇÃO DO E-SOCIAL E SUA …

12

O gráfico 11 aponta que 30,8% dos respondentes afirmam estares habituados aos envios

de eventos periódicos e não periódicos, 38,5% ainda não se sentem completamente habituados,

25% estão na média, 3,8% ainda se sentem pouco habituados e 1,9% não se sente habituado

aos prazos de envios.

A Questão 12 indagou se o profissional concorda que se após a simplificação da

plataforma do eSocial será facilitado os envios de obrigações, diminuindo as multas.

Gráfico 12: Facilitação do envio das obrigações e diminuição de multas.

Fonte: Elaboração dos autores (2021).

Observa-se que no gráfico 12, 26,9% acreditam que com a simplificação da plataforma

facilitará os envios das obrigações e assim acarretará diminuição de multas, 42,3% afirmam

que ajuda, mas não tem total convicção sobre isso, 13,5% ficaram neutros nessa questão, 9,6%

acreditam pouco que haverá uma facilidade e diminuição das multas e 7,7% responderam não

acreditar.

A questão 13, perguntou sobre a realização de autodiagnóstico em relação ao pagamento

de tributos sobre a folha de pagamento (INSS, Risco Ambiental do Trabalho [RAT] ajustado,

FGTS, Imposto de Renda Retido na Fonte [IRRF], etc.).

Gráfico 13: Autodiagnostico relação ao pagamento de tributos sobre a folha de pagamento.

Fonte: Elaboração dos autores (2021).

Ao analisarmos o gráfico 13 constatamos que a grande maioria dos contadores

afirmaram com 32,7% que fazem autodiagnóstico com relação aos pagamentos de tributos

sobre a folha de pagamento em geral, 32,7% também afirmaram fazer, 21,2% avaliaram fazer

um autodiagnóstico na média, 1,9% apenas afirmou não fazer com tanta frequência e 11,5%

que não fazem esse autodiagnóstico com relação à folha de pagamento.

A questão 14 abordou a aptidão do sistema contábil para envio das informações

referentes aos eventos das tabelas do eSocial.

Gráfico 14: Aptidão do sistema contábil para envio das informações do eSocial.

Page 14: OS IMPACTOS DA EVOLUÇÃO DO E-SOCIAL E SUA …

13

Fonte: Elaboração dos autores (2021).

Ao se tratar de aptidão de sistemas que os respondentes possuem para envios de

informações, 30,8% dos usuários consideram seus sistemas contábeis totalmente aptos para

alimentar o eSocial, 48,1% acreditam que seus sistemas estão de 61% a 80% adaptados ao

eSocial, 13,5% afirmam estar de 41% a 60% adaptado, 1,9% dos entrevistados declararam estar

de 21% a 40% aptos e 5,8% admitem possuir sistema em seu menor nível de capacidade em

conformidade com a plataforma, de 1 a 20%.

Por fim a questão 15 indagou se empresa/profissional continuamente obedece aos prazos

estipulados pelo eSocial em relação aos envios de eventos periódicos e não periódicos.

Gráfico 15: Cumprimento dos Prazos estipulados pelo eSocial.

Fonte: Elaboração dos autores (2021).

Sobre o cumprimento dos prazos estipulados pelo eSocial, 59,6% dos profissionais que

enviam continuamente suas informações a plataforma eSocial, afirmam que enviam com

excelência no prazo suas informações ao governo, 23,1% afirmam obedecer ao prazo, porém

não em sua totalidade, 13,5% evidenciaram fazer razoavelmente seus envios em tempo hábil,

1,9% apresentaram dificuldades nos prazos, e 1,9% apresentaram não estarem em

conformidade aos prazos.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo teve como objetivo analisar os impactos da evolução do eSocial e sua

simplificação na perspectiva dos contadores paraenses, concluímos que estes profissionais estão

cada vez mais afetados pela usabilidade e complexibilidade da plataforma, existe uma

preocupação em se manterem atualizados acompanhando as suas modificações da plataforma e

principalmente com sua última atualização, chamada de simplificação.

Além disto, constatou-se que os profissionais estão procurando conhecimento e buscam

continuamente atualizar-se referente às mudanças que a plataforma apresenta, já que

frequentemente ocorrem atualizações da mesma. No que se refere à capacidade de sistemas

contábeis utilizados por estes profissionais, grande parte afirmou possuírem softwares aptos

para abranger na totalidade as necessidades estipuladas pelo eSocial, contudo, ficou

evidenciando dificuldades no envio de informações, ocasionado pela falta de conhecimento das

leis e normativos trabalhistas e previdenciários e das informações a serem enviadas.

Page 15: OS IMPACTOS DA EVOLUÇÃO DO E-SOCIAL E SUA …

14

Também, ficou evidenciado que os profissionais estão procurando capacitações através

de cursos e workshops relacionados ao eSocial, contudo, ainda são encontradas dificuldades

com o manuseio e entendimento da plataforma no momento das suas atualizações. No que se

refere ao objetivo da pesquisa, podemos analisar através das respostas obtidas através do

questionário aplicado, que na visão dos profissionais contábeis paraenses, o eSocial está

simplificando e auxiliando as rotinas de envios das obrigações acessórias entre o contribuinte e

o governo, trazendo assim praticidade e agilidade para os envios dos eventos.

Apesar das dificuldades apresentadas tanto com a implementação quanto com as

recentes mudanças como o processo de desburocratização da plataforma, os respondentes

mostraram estar confiantes quanto aos benefícios que a simplificação trará. Quanto às

limitações da pesquisa, relata-se que apesar do aumento de estudos sobre o eSocial, o tema

ainda carece de pesquisas, principalmente por se tratar de um assunto que está continuamente

passando por constantes mudanças. Sugerem-se novos estudos visando identificar os impactos

após a implantação total de todas as fases e envios completos dos cinco tipos eventos dos por

parte de cada grupo de entidades obrigadas a enviarem suas informações para o eSocial.

Referências

BRASIL. Casa Civil. Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964. Institui Normas Gerais de Direito

Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos

Municípios e do Distrito Federal. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 17

mar. 1964. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4320.htm>. Acesso em:

15 jun. 2021.

BRASIL. Casa Civil. Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007. Institui o Sistema Público de

Escrituração Digital – Sped. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 6 jan.

2007. Disponível em: <http://sped.rfb.gov.br/pagina/show/964/>. Acesso em: 15 jun. 2021.

BRASIL. Casa Civil. Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014. Institui o Sistema de

Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas - eSocial e dá outras

providências. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 11 dez. 2014.

Disponível em: <https://portal.esocial.gov.br/institucional/conhecao>. Acesso em: 15 jun.

2021.

BRASIL. Casa Civil. Lei Complementar nº 150, de 1º de junho de 2015. Dispõe sobre o contrato

de trabalho doméstico; altera as Leis no 8.212, de 24 de julho de 1991, no 8.213, de 24 de julho

de 1991, e no 11.196, de 21 de novembro de 2005; revoga o inciso I do art. 3o da Lei no 8.009,

de 29 de março de 1990, o art. 36 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, a Lei no 5.859, de

11 de dezembro de 1972, e o inciso VII do art. 12 da Lei no 9.250, de 26 de dezembro 1995; e

dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, 1 jun. 2015.

Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp150.htm>. Acesso em: 15 jun.2021.

CAON, A.; NASCIMENTO, S. Percepção dos Discentes de Ciências Contábeis sobre o

Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Trabalhistas e Previdenciária (Esocial).

Revista de Contabilidade do Mestrado em Ciências Contábeis da UERJ, Rio de Janeiro, v.

22, n. 1, p. 3-27, 2017.

Page 16: OS IMPACTOS DA EVOLUÇÃO DO E-SOCIAL E SUA …

15

CONCEIÇÃO, Felipe Opuszka; LIMA, Lucas Ferreira; MARTINS, Zilton Bartolomeu.

Desafios Das Organizações Contábeis Acerca Do Esocial Após Sua Implementação. Revista

de Contabilidade da UFBA, v. 14, n. 1, p. 3-19, 2020.

COSTA, S. L.; CRUZ, V. L.; SANTOS, R. R. D.; LEONE, R. J. G. Implantação do eSocial nas

Entidades Públicas pela Perspectiva de Contadores Públicos Paraibanos. Caderno Profissional

de Administração da UNIMEP, v. 8, n. 1, p. 91-107, 2018.

DA CRUZ SILVA, Josyele; DE SOUSA, Nadjany Gomes; AYRES, Marcos Aurélio

Cavalcante. ESOCIAL: IMPLANTAÇÃO E CUMPRIMENTO NA PERCEPÇÃO DO

PROFISSIONAL CONTÁBIL. Humanidades & Inovação, v. 7, n. 9, p. 8-24, 2020.

DA SILVA, Helton Pereira; DOS SANTOS BRANDÃO, Iolanda Bezerra. Esocial: principais

benefícios para o meio empresarial e as mudanças nas rotinas dos profissionais de recursos

humanos após sua implantação. Hegemonia: Revista de Ciências Sociais, n. 29, p. 106-129,

2020.

DE ALMEIDA, Patrícia Paula; DOS SANTOS RIBEIRO, Edgard Costa; FREIRE, Diana

Claudia. ESOCIAL: impactos de sua implantação para os escritórios de contabilidade. Revista

FAROL, v. 11, n. 11, p. 91-111, 2020.

DE JESUS, Ana Flávia; SILVA, Clesiomar Rezende. Impactos e desafios com a nova obrigação

acessória EFD–REINF. Revista de Estudos Interdisciplinares do Vale do Araguaia-

REIVA, v. 4, n. 01, p. 24-24, 2021.

DE SOUSA, Daniel Fernandes et al. Os impactos da evolução do projeto sped em escritórios

de contabilidade de Luziânia–GO. HUMANIDADES E TECNOLOGIA (FINOM), v. 29, n.

1, p. 28-49, 2021.

DIAS, B. L. P. Planejamento Tributário: elisão fiscal x evasão fiscal. 2018. 21 f. Trabalho de

Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Contábeis) – Centro Universitário São Lucas,

Porto Velho, 2018.

DIAS, G. A. F.; COURA, K. V.; ATHAYDE, A. L. M.; FARIAS, J. S.; DEMO, G. A. Prestação

de Serviços Públicos pelo Governo Eletrônico: Uma Análise da Produção Científica

Internacional. Revista de Administração, Sociedade e Inovação, v. 5, n. 3, p. 55-74, 2019.

ESOCIAL. Manual de Orientação do eSocial. Versão 2.4.04, jun. 2018.

ESOCIAL. Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e

Trabalhistas. Publicado novo cronograma do eSocial. Agência de Notícias eSocial. Brasília,

11 fev. 2019. Disponível em: <http://portal.esocial.gov.br/noticias/publicadonovo-

cronograma-do-esocial>. Acesso em: 13 jun. 2021.

ESOCIAL. Nota Técnica nº 15/2019. Ajustes dos Leiautes versão 2.5. 2 ago. 2019. Disponível

em: <https://portal.esocial.gov.br/manuais/nota-tecnica-15-2019.pdf>. Acesso em: 10 jun.

2021.

Page 17: OS IMPACTOS DA EVOLUÇÃO DO E-SOCIAL E SUA …

16

FARIAS FILHO, M. C; ARRUDA FILHO, E. J. M. Planejamento da Pesquisa Científica.

1ed. São Paulo: Atlas, 2013.

HENRIQUE, Manoel de Almeida. Livros contábeis a escrituração contábil no atual cenário

tributário [livro eletrônico] /. São Paulo: Trevisan Editora, 2016.

HURT, Robert L. Sistemas de informações contábeis [recurso eletronico]: conceitos básicos

e temas atuais / Robert L. Hurt; tradução: Rodrigo Dubal; revisão técnica: André Luís

Martinewski. – 3. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre: AMGH, 2014.

JACOB, M. Editorial: Uma Nota sobre a Pesquisa Tributária. Revista Contabilidade &

Finanças - USP, São Paulo, v. 29, n. 78, p. 339-342, 2018.

LIZOTE, S. A.; DACOREGGIO, M. dos S.; MACIEL, D.; SOUZA, L. A. de; SOUSA, V. R.

L. Dificuldades e Benefícios na Implantação do eSocial para Empresas Prestadoras de Serviços

Contabeis de Itajaí/SC. In: Congresso de Administração, Sociedade e Inovação − CASI, 11.,

Rio de Janeiro/RJ. Anais [...]. Rio de Janeiro: ECEME, 2018. Disponível em:

<https://even3.blob.core.windows.net/anais/118513.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2021.

MARQUES, Larissa Cichella. eSocial: análise dos benefícios e dificuldades encontrados pelos

profissionais contábeis na região da AMESC. 2021.

MARTINS, José Victor; MARTINS, Zilton Bartolomeu. A PERCEPÇÃO DE

EMPRESÁRIOS APÓS A OBRIGATORIEDADE DO ESOCIAL. RAGC, v. 8, n. 34, 2020.

NASCIMENTO, Marinaldo Dantas. O uso do eSocial sob a perspectiva do profissional de

RH: o caso de uma empresa da cidade de Campina Grande-PB, 2021.

OLIVEIRA, L. S.; SANTANA, T. P.; MARTINS, Z. B. Perspectivas dos Contadores em

Relação à Implantação do eSocial. Revista Mineira de Contabilidade, Belo Horizonte, v. 18,

n. 2, p. 41-53, 2017.

RIBEIRO, R dos S. E-Social: as inovações nas rotinas do departamento de pessoal nas

empresas e os seus impactos. 2015. 22 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em

Ciências Contábeis) – Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2015.

ONEDA, Rafaela da Silva Nunes; MARTINS, Zilton Bartolomeu. A PERCEPÇÃO DE

ALUNOS DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS APÓS A OBRIGATORIEDADE DO

ESOCIAL. RAGC, v. 9, n. 39, 2021.

ROCHA, Vinicius Sales Alves Xavier. Sistema de Escrituração Digital das Obrigações

Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas–e-Social: um estudo das mudanças nas rotinas das

micro e pequenas empresas do município de Campina Grande-PB. 2021.

PADOVEZE, Clóvis Luís. Sistemas de informações contábeis: fundamentos e análise. – 8º.

ed. São Paulo: Atlas, 2019.

Page 18: OS IMPACTOS DA EVOLUÇÃO DO E-SOCIAL E SUA …

17

RODRIGUES, Vanessa Mayara Pacheco. A Mudança nas Rotinas Gerenciais com a

Introdução do eSocial: Um Estudo de Caso. TCC (Graduação) - Universidade Federal de

Santa Catarina. Centro Socioeconômico. Curso de Ciências Contábeis, 2018.

SÁ, Jhonatan Souza. Uma análise do eSocial sob a óptica das organizações contábeis do

Estado de Goiás. TCC (Graduação) - Universidade Federal de Goiás – UFG. Ciências

Contábeis da Faculdade de Administração. 2020.

SALOTTI, Bruno Meirelles et. al. Contabilidade financeira. Atlas. São Paulo: 2019.

SILVA FILHO, G. M.; LEITE FILHO, P. A. M.; PEREIRA, T. R. L. Sistema público de

escrituração digital: benefícios e dificuldades na visão dos operadores de contabilidade do

município de João Pessoa. Revista Mineira de Contabilidade, v. 16, n. 3, p. 50-60, 2015.

SPED. Sistema Público de Escrituração Digital. Apresentação. Sped, Brasília, 2019.

Disponível em: <http://sped.rfb.gov.br/pagina/show/964>. Acesso em: 13 jun. 2020.

SIQUEIRA, Edna Maria Da Silva; MARTINS, Lucas Candeia. Os Impactos Da Implantação

Do Esocial No Âmbito Dos Escritórios Contábeis Em Cidades Do Estado De

Pernambuco. RAGC, v. 8, n. 35, 2020.

VASCONCELLOS, Karolina Boness de. Otimização da contabilidade: uma análise da

literatura sobre o uso de ferramentas tecnológicas nos processos contábeis brasileiros.

TCC (Graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro Socioeconômico. Ciências

Contábeis, 2021.

VASSOLER, H. D. O sistema de escrituração fiscal digital das obrigações fiscais

previdenciárias e trabalhistas – eSocial. 2015. 49 f. Trabalho de Conclusão de Curso

(Graduação em Ciências Contábeis) – Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma,

2015.

VELLUCCI, R. G. Os desafios da implantação do eSocial e seus reflexos nas rotinas das

organizações. 2017. 136 f. Dissertação (Mestrado em Administração) – Escola de Gestão da

Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2017.

VELLUCCI, R. G.; VENELLI-COSTA, L.; CAPELLOZA, A.; KUBO, E. K. M. Os Desafios

da Implantação do eSocial. Revista da Micro e Pequena Empresa, Campo Limpo Paulista, v.

12, n. 1, p. 67-81, 2018.