os imigrantes japoneses e a criaÇÃo de uma … · municipal fazenda miya, uma instituição...

15
Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa Universidade Federal da Paraíba 15 a 18 de agosto de 2017 ISSN 2236-1855 400 OS IMIGRANTES JAPONESES E A CRIAÇÃO DE UMA INSTITUIÇÃO ESCOLAR PRIMÁRIA RURAL NO DISTRITO DO GUASSÚ MUNICÍPIO DE DOURADOS NO SUL DE MATO GROSSO (1965-1975) Ana Lucia Pereira Borges Ebenritter 1 Introdução O presente trabalho faz parte de uma pesquisa que busca analisar a história da Escola Municipal Fazenda Miya, uma instituição escolar primária rural, instalada por imigrantes japoneses no distrito do Guassú, município de Dourados, no sul de Mato Grosso (atual Mato Grosso do Sul), no período de 1965 a 1975. Neste texto, o objetivo é discutir o processo de instalação da Escola Municipal Fazenda Miya e da atuação da professora Tieko Miyazaki Ishy junto a essa escola primária rural. O recorte temporal corresponde a períodos importantes da história dessa escola. O ano de 1965, marca o início da atuação docente de Tieko Miyazaki Ishy, como professora leiga ministrando aulas em sua própria residência e no ano seguinte passa para uma escola construída de madeira. Já o ano de 1975 sinaliza o período de construção do novo prédio em alvenaria da Escola. Nos últimos anos, as pesquisas ligadas à educação rural, vêm ganhando espaço tanto na História da Educação brasileira quanto da América Latina. A esse respeito Maria Helena Câmara Bastos (2010), ao prefaciar o livro “Educação Rural: práticas civilizatórias e institucionalização da formação de professores”, de organização de Flávia Obino Corrêa Werle, (2010, p. 10), registra que os estudos sobre “a educação rural e a formação de professores permite preencher uma lacuna da história, da historiografia, da história da educação, na América Latina e, especialmente, no Brasil”. Cumpre lembrar aqui que, a pesquisadora Zeila de Brito Fabri Demartini (2012, p. 10), aponta que, no Brasil, “a educação das populações rurais foi relegada a segundo plano, não só pelo Estado, mas também pelos estudiosos, que historicamente pouca atenção têm dado e ao seu processo de escolarização”. A pesquisa orienta-se na perspectiva da Nova História Cultural, aliado a um referencial teórico da História e História da Educação. As fontes que embasam este trabalho são constituídas por Relatórios e Mensagens de Governadores do Estado de Mato Grosso, Relatórios de Secretários de Estado, dados censitários, legislação, fotografias, livros de 1 Mestranda do Curso de Pós-Graduação Mestrado e Doutorado da Universidade Federal da Grande Dourados/ UFGD. Profissional do Magistério da Secretaria Municipal de Dourados. E-Mail: <[email protected]>.

Upload: phungnhu

Post on 21-Nov-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 400

OS IMIGRANTES JAPONESES E A CRIAÇÃO DE UMA INSTITUIÇÃO ESCOLAR PRIMÁRIA RURAL NO DISTRITO DO GUASSÚ MUNICÍPIO DE

DOURADOS NO SUL DE MATO GROSSO (1965-1975)

Ana Lucia Pereira Borges Ebenritter 1

Introdução

O presente trabalho faz parte de uma pesquisa que busca analisar a história da Escola

Municipal Fazenda Miya, uma instituição escolar primária rural, instalada por imigrantes

japoneses no distrito do Guassú, município de Dourados, no sul de Mato Grosso (atual Mato

Grosso do Sul), no período de 1965 a 1975. Neste texto, o objetivo é discutir o processo de

instalação da Escola Municipal Fazenda Miya e da atuação da professora Tieko Miyazaki Ishy

junto a essa escola primária rural.

O recorte temporal corresponde a períodos importantes da história dessa escola. O ano

de 1965, marca o início da atuação docente de Tieko Miyazaki Ishy, como professora leiga

ministrando aulas em sua própria residência e no ano seguinte passa para uma escola

construída de madeira. Já o ano de 1975 sinaliza o período de construção do novo prédio em

alvenaria da Escola.

Nos últimos anos, as pesquisas ligadas à educação rural, vêm ganhando espaço tanto na

História da Educação brasileira quanto da América Latina. A esse respeito Maria Helena

Câmara Bastos (2010), ao prefaciar o livro “Educação Rural: práticas civilizatórias e

institucionalização da formação de professores”, de organização de Flávia Obino Corrêa

Werle, (2010, p. 10), registra que os estudos sobre “a educação rural e a formação de

professores permite preencher uma lacuna da história, da historiografia, da história da

educação, na América Latina e, especialmente, no Brasil”. Cumpre lembrar aqui que, a

pesquisadora Zeila de Brito Fabri Demartini (2012, p. 10), aponta que, no Brasil, “a educação

das populações rurais foi relegada a segundo plano, não só pelo Estado, mas também pelos

estudiosos, que historicamente pouca atenção têm dado e ao seu processo de escolarização”.

A pesquisa orienta-se na perspectiva da Nova História Cultural, aliado a um referencial

teórico da História e História da Educação. As fontes que embasam este trabalho são

constituídas por Relatórios e Mensagens de Governadores do Estado de Mato Grosso,

Relatórios de Secretários de Estado, dados censitários, legislação, fotografias, livros de

1 Mestranda do Curso de Pós-Graduação Mestrado e Doutorado da Universidade Federal da Grande Dourados/ UFGD. Profissional do Magistério da Secretaria Municipal de Dourados. E-Mail: <[email protected]>.

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 401

matrículas, atas de reuniões e documentos do acervo pessoal da Tieko Miyazaki Ishy, entre

outros. Além disso, optou-se em adotar a história oral, por meio de entrevistas com a

professora Tieko Miyazaki Ishy, antigos moradores do distrito do Guassú e ex-alunos da

Escola Municipal Fazenda Miya.

Ao investigar e analisar uma instituição escolar primária rural no sul de Mato Grosso,

em uma perspectiva histórica, esforça-se para "conhecer e caracterizar os atores e os sujeitos,

inferir os seus objetos de ação, expectativas, formas de realização e de participação”

(MAGALHÃES, 2004, p. 146). Conforme registra este autor, "a história das instituições

educativas é um campo de investigação em que a instituição e a educação se articulam por

ação dos sujeitos” (MAGALHÃES, 2004, p. 67). O estudo sobre a instituição escolar consiste

em aprofundar sobre as origens ou natureza dos seus sujeitos, desdobrando-se nas

aproximações a educação na sua multidimensionalidade, ora visto que a escola abrange um

"contexto social, econômico e cultural, uma relação com a materialidade, às práticas de

representação e apropriação” (MAGALHÃES, 2004, p. 67).

A instituição escolar tem suas especificidades de formação e apresenta uma amostra do

que realmente acontece no contexto educacional do país, por sua complexidade e sendo fonte

de pesquisas e informações para análises sobre o processo de ensino, escolarização, cultura

escolar, entre outros. “A história das instituições educativas demonstra um determinado

itinerário pedagógico, uma identidade histórica específica, um processo de evolução”

(MAGALHÃES, 2004, p. 61).

Diante de tais considerações, para alcançar o objetivo proposto neste trabalho. O texto

foi organizado em três partes. A primeira versa sobre a imigração japonesa para o Brasil. A

segunda parte aborda a vinda da família Ishy para o Brasil e o sul de Mato Grosso. E, por fim,

a terceira parte, trata da criação e instalação da Escola Municipal Fazenda Miya pela Tieko

Miyazaki Ishy.

A Imigração Japonesa para o Brasil: primeiros apontamentos

A vinda de imigrantes japoneses para o Brasil tem um enfoque na ordem econômica, e

ideológica. De acordo com Sakurai (2014), o Japão estava diante as dificuldades econômicas

e o aumento da população em meados do século XIX, isso fez com que o governo japonês

adotasse uma política de emigração, com trabalho temporário no exterior.

Em 1868, o governo japonês inicia uma série de reformas que visavam à modernização

e inserção do país na economia mundial e a emigração surgiu como uma alternativa. Além

dos aspectos econômicos, a emigração japonesa também esteve relacionada as questões

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 402

demográficas. Os japoneses se preocupavam com problemas de crescimento populacional e

procuravam novos lugares para viver, tendo o Brasil como projeção em oportunidade de um

futuro melhor para si e seus descendentes (TANAKA, 2010).

O Brasil recebeu imigrantes de vários países, pois dispunha de uma vasta mão de obra,

para recuperar o seu atraso econômico, devido ao fim da escravidão. Nessas circunstâncias, o

Brasil “tem interesse pela mão de obra japonesa em 1902, quando o governo italiano

restringe a vinda de novos imigrantes” (TANAKA, 2010, p. 38).

Além disso, a emigração era uma boa oportunidade de mandar “os camponeses pobres

para fora do Japão. O governo japonês passou a financiar, organizar e divulgar a emigração”

(TANAKA, 2010, p. 39). O Brasil passa a ser visto como um destino para trabalhadores e

mercado de investimento.

Em terras brasileiras, os imigrantes japoneses tinham o primeiro contato com os

agenciadores japoneses bilíngue, que fornecia as primeiras instruções. Estes faziam o

itinerário desde o desembarque no Porto de Santos, até o transporte de trem para a

Hospedaria dos Imigrantes (INAGAKI, 2008). Ao chegar na hospedaria, eram alimentados,

cadastrados e encaminhados para as fazendas do estado de São Paulo, nas linhas ferroviárias

Mogiana, Ituana, Paulista e Sorocabana, com o propósito de "trabalharem nas fazendas de

cafezais, nestas fazendas acabavam substituindo a mão de obra escravista” (INAGAKI, 2008,

p.26).

Os imigrantes japoneses estabeleciam relações de trabalho, com o foco em ajuntar

dinheiro rápido, acumulá-lo e regressar para à terra natal. Mas os desafios a enfrentar eram

muitos, entre eles: a dificuldade de comunicação devido à língua, a alimentação, as doenças

que os vitimavam, o clima que tornavam as condições de trabalho desgastantes.

Entretanto, os imigrantes japoneses que tinha como projeto a permanência temporária

no Brasil, não obtinham rendimentos financeiros suficientes trabalhando, nas fazendas de

café. Então foram obrigados a buscar melhores salários em outras atividades. Foi assim, que

surgiram os primeiros “mascates japoneses na região de Mogiana, que percorriam as

fazendas de café negociando miudezas.

Estes mascates na década de 1920 montaram pequenas lojas em São Paulo, no bairro

da Liberdade” (RACHI, 2003, p. 87). Com esses mascates apareceram os primeiros

comerciantes japoneses, que tinham os lavradores das fazendas de café como fregueses, as

pensões e as barbearias, originando uma maior estabilidade financeira.

Depois de 1930, a participação no processo de industrialização de pequeno porte torna-

se bastante explícito aos japoneses, quando pequenas industriais de produto da culinária

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 403

japonesa, nasce em São Paulo. Contudo, “no pós-guerra, acelera-se notavelmente o ritmo de

diversificação ocupacional entre japoneses e seus descendentes” (SAITO, 1961, p. 166).

No caso de Mato Grosso, a chegada dos primeiros imigrantes japoneses esteve ligada a

“construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, que ligava Bauru (SP) às margens do rio

Paraguai no Porto Esperança, próximo a Corumbá (MT) no ano de 1909” (INAGAKI, 2008, p.

32). A construção da via férrea Noroeste do Brasil, teve como expectativa levar progresso a

Mato Grosso, visto que “uma região tão rica em recursos naturais, como o Mato Grosso,

permanecia à margem dos prodígios avanços em cursos da época” (QUEIROZ, 2004, p. 321).

Assim muitos trabalhadores, entre eles imigrantes japoneses, foram atraídos para o trabalho

na construção da ferrovia, tendo como perspectiva melhores condições de vida, e estabilidade

financeira.

Nessa época, “um movimento de vida e progresso prometeu em pouco tempo,

transformar radicalmente as condições econômicas e financeiras de Mato Grosso”

(QUEIROZ, 2004, p. 325). Corrêa Filho (1969), em sua obra enfatiza os avanços positivos da

ferrovia no sul de Mato Grosso.

Antes da construção da Noroeste, os sertões desmedidos de Mato Grosso contavam raros moradores, não havia procura dos produtos que porventura colhessem, nem das próprias terras sem valor, e os campos despovoados não traziam nenhum indício de prosperidade [...] Então subitamente como tocado por varinha de fada o sertão começou a vibrar e florescer, articulado com os núcleos civilizados, cujos anseios de progresso acompanhou [...] A crescente corrente povoadora fomentada pela ferrovia imprimiu novas feições. (CORRÊA FILHO ,1969, p. 600-602).

É oportuno esclarecer que, o fluxo imigratório trazido pela ferrovia tem seus efeitos nas

cidades de Três Lagoas, de Campo Grande e de Aquidauana, estas cidades eram vistas como

prodígios da Noroeste. De todo modo, não se pode deixar de notar que, a ferrovia Noroeste

do Brasil, tem efeitos no progresso econômico e no povoamento em todo o sul de Mato

Grosso.

Com o término da construção da estrada de ferro algumas famílias japonesas,

interessaram em permanecer residindo no estado de Mato Grosso, “com o propósito de

então, de se engajar em trabalhos como arrendatários ou de ameia,2 de início nas plantações

de café, posteriormente, passar para o cultivo do arroz, pecuária, comércio e serviços”

(RACHI, 2003, p. 94), o que contribuiu para uma diversificação na agricultura, no

povoamento. E oportuno disser, que as transformações econômicas, trazidas com a ferrovia,

2 Expressão dada a terras que são arrendadas para o trabalho de plantio e colheita realizado por outro.

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 404

eram em caráter estratégico, um olhar dirigido as fronteiras, aos países vizinhos sem saída

para o mar.

A vinda da família Ishy para o Brasil e o Sul de Mato Grosso

Foi em uma expectativa de um futuro mais promissor, que a família Ishy, aposta em

uma oportunidade de crescimento econômico no Brasil, imigrando-se para o Brasil em 1942

com instalação inicialmente no interior de São Paulo, especificamente na cidade de Rosália,

pertencente ao município e comarca de Marília. Posteriormente, se mudaram para

Bataguassú, cidade no sul de Mato Grosso, onde passaram a ter como atividade econômica a

agricultura, com o desenvolvimento do plantio de arroz irrigado. Os motivos que

interessaram a família Ishy, em se instalar no sul de Mato Grosso foram desencadeados pelos

rumores de terras férteis, na projeção da agricultura com valor baixo para a aquisição.

Nesse mesmo período que a família Ishy vem para Mato Grosso, a conjuntura do

Estado estava na projeção política nacionalista de Getúlio Vargas, que buscava a integração

nacional, tendo como pano de fundo o programa Marcha para Oeste, com foco em

delimitação territorial. Na tentativa de efetivar posses territoriais e a exploração das imensas

regiões fronteiriças, praticamente desertas, com uma organização administrativa em prol do

desenvolvimento socioeconômico.

No entanto, a Marcha para Oeste desponta com interesses do governo, pelo controle

das terras ervateiras que estavam sobre o controle da empresa Companhia Mate Laranjeira. A

esse respeito, a Companhia Mate Laranjeira era arrendatário de terras, na atuação de

exploração dos ervais da região, isso acontecia de forma direta e exclusiva. Queiroz (2008,

p.23) explica que, “em 1941, atendendo às recomendações da Comissão de Faixa de Fronteira

e do Conselho de Segurança Nacional, Vargas não autorizou a renovação do arrendamento à

Matte”.

Assim, ao colocar em evidencia o sul de Mato Grosso com a Marcha para o Oeste,

tentava imprimir uma imagem de futuro, “finalmente integrada ao corpo da nação, a região

de fronteira, alcançava progresso e desenvolvimento que parte do país desfrutava”

(GUILLEN, 1996, p. 43).

A marcha para o Oeste, combinava fatores econômicos e objetivos políticos, pois em um

contexto de expansão do capitalismo industrial um dos objetivos do Estado Novo era

“atender a demanda do mercado interno por gêneros alimentícios, por meio da chamada

política de nacionalismo e segurança das fronteiras, o que se dava por meio da ocupação dos

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 405

espaços considerados oficialmente vazios, para assim garantir a defesa do território nacional”

(PONCIANO, 2006, p. 43).

O presidente Getúlio Vargas, que utilizou o slogan Marcha para o Oeste, com descrições

em seu projeto político de ocupar e povoar os espaços vazios, nacionalizando as fronteiras do

antigo sul do Mato Grosso, com a Bolívia, e sobretudo, com o Paraguai, promovendo a

colonização por meio de trabalhadores rurais, que foram conquistados pela divulgação da boa

qualidade da terra, a qual poderia trazer um notável desenvolvimento da região.

Foi por meio da propaganda oficial e popular, que milhares de cidadão brasileiros e

imigrantes ocuparam as novas terras. Essas terras foram ocupadas, principalmente pelos

migrantes paulistas, mineiros, catarinenses, paranaenses, um grande número de nordestinos

e, em um momento posterior, por imigrantes japoneses.

No sul de Mato Grosso, o projeto colonizador intitulado Colônia Agrícola Nacional de

Dourados (CAND), esse projeto tinha como ideologia ocupar espaços fronteiriços por

trabalhadores e colonos, corroborou não só para o desenvolvimento econômico desta região,

como para a diversidade cultural.

Entretanto, o distrito do Guassú, pertencente ao município de Dourados, não estava na

demarcação da CAND, era uma região ocupada por ervais. As terras da região do Guassú

eram de extração da erva nativa, extração essa realizada por produtores independentes

ligados a Companhia Mate Laranjeira. Com o fim do arrendamento rompe a exploração dos

ervais, as terras consideradas devolutas, passam a ser requeridas por políticos e alguns

oficiais do governo. Essas terras eram vendidas, para colonos e trabalhadores antes

vinculados à Companhia. No entendimento de Naglis (2014, p. 36),

É importante observar que a venda de terras devolutas não tinha apenas o objetivo de promover a colonização, o povoamento, mas aumentar a produção agrícola e consequentemente o desenvolvimento econômico. As terras devolutas foram usadas em favor das negociatas políticas, resultado de um aparato estatal corrupto e incipiente que não coibia as irregularidades na venda de terras do Estado de Mato Grosso. (NAGLI, 2014, p. 36).

Contudo, no ano de 1956, a família Ishy, mudasse da cidade de Bataguassú para o

distrito do Guassú, onde a frente pioneira estava no seu ápice, com compras e vendas de

grandes glebas de terras, por pessoas que antes vinculadas com a economia ervateira. A

família Ishy, observando que as terras eram férteis e com valores baixos, pois o interesse era

em terras com pouco espigão e mais várzeas, que era para o cultivo do arroz irrigado, o que

pouco interessava aos proprietários da região do Guassú.

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 406

Ao chegar ao distrito do Guassú, a família Ishy, trabalhou em prol de um crescimento

econômico e estabilidade financeira. Desse modo, procuraram realizar as produções

agrícolas, onde não havia luz nem recursos com maquinários, o serviço era braçal, o que

levou a agregar algumas famílias em caráter de funcionários na fazenda para o trabalho na

lavoura, o desbravamento da mata nativa e na abertura de estradas, contava também com

trabalhadores em caráter de diaristas.

Os trabalhadores brasileiros3 cuidavam da lida do plantio até a colheita do arroz, como

também no desmatamento, onde se catavam tocos das árvores, abertura de estradas,

realizavam cercas e escoamento da lavoura.

Em um cenário rural e distante de suas raízes a família Ishy cresceu economicamente

no distrito do Guassú. Neste contexto, o Senhor Kasutami Ishy casou-se com a senhora Tieko

Miyazaki Ishy no ano de 1960. A senhora Tieko Miyazaki Ishy, também imigrante japonesa,

antes do casamento residia na cidade de Dracena perto de Presidente Prudente, interior do

estado de São Paulo. Após o casamento, a senhora Tieko Miyazaki Ishy, veio residir na

Fazenda Miya, que estava economicamente estruturada e a família Ishy não projetava

retornar para o país de origem, e se concentravam em uma maior inserção na atividade

econômica que exerciam.

A criação e instalação da Escola Primária Rural Fazenda Miya pela professora Tieko

Miyazaki Ishy

O senhor Kasutami Ishy, era viúvo e pai de um filho que necessitava frequentar a

escola. Nessa época, a escola mais próxima da Fazenda Miya, no distrito do Guassú, era a

Escola Rural Mista Macaúba4, que mantinha o funcionamento em caráter multisseriado,

contando com uma professora leiga. No entanto, as condições para as crianças e jovens

residentes na Fazenda Miya, frequentarem a escola eram adversas, tanto pelas distâncias,

pela falta de transporte, pelos perigos em caminhar por matas.

A Vila Macaúba era um vilarejo que surgiu a partir da aglomeração de pessoas na

década de 1930, que vinham em busca das terras devolutas. O nome inicial da localidade foi

Rancharia, em função do fato de que imigrantes permaneciam na localidade, ou seja,

arranchados, com a esperança de conquistar um pedaço de terra. Depois de algum tempo, foi

denominada de Vila Macaúba, em função de conter uma grande quantidade dessa espécie de

3 Refiro-me ao tratamento dado pelos japoneses as pessoas brasileiras que prestavam serviços braçais. 4 A este respeito ver tabela de Escolas Primárias Rurais Subvencionadas pelo Município de Dourados,

(CAVALCANTE, 2015).

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 407

palmeira. Por meio do decreto n° 223 de 8 de dezembro de 1938, reserva no lugar

denominado Macaúba, para constituir o Patrimônio da Vila de Guassú, Município de

Dourados, uma área de terras de 3.000 hectares, assinado pelo Bacharel Júlio Müller,

interventor Federal no Estado de Mato Grosso, atendendo à solicitação enviada pelo então

Prefeito de Dourados, Álvaro Brandão.

Antes de adentrar na discussão sobre a escola criada pela senhora Tieko Miyazaki Ishy

em sua própria residência no Distrito do Guassú, não se pode deixar de explicar que ainda na

década de 1960, a escolarização não tinha atingido os mais adversos extremos do sul do

estado de Mato Grosso. Cumpre lembrar, conforme registram as Mensagens de Governador

de Mato Grosso, que o Estado tinha dificuldades de organizar e manter o ensino em Mato

Grosso. A esse respeito à Mensagem de Governador do ano de 1956 aponta:

No ensino primário, é muito sensível a nossa falta de classes, apesar das anomalias verificadas, de existirem 1.350 professores orçamentados na lei Estadual de meios para este exercício, enquanto, por outro lado, existem 1.853 percebendo pela rubrica respectiva, o que força, sem dúvida a suplementação de verba, além, de contrariar a Lei respectiva. Mas, ainda assim, precisamos dotar para 1.200 professores, a fim de atender de maneira mais eficiente, as reais necessidades, eis que, só em Dourados, nada menos de 50 classes, antes custeado pelo CAND foram transferidas à responsabilidade do Estado, em virtude do convenio assinado no final da passada gestão com INIC (MENSAGEM DE GOVERNADOR, 1952, p. 18).

Um dos percalços a esta realidade, era a falta de escolas suficientes para atender todas

as crianças em idade escolar das áreas rurais, as dificuldades de funcionamento das escolas,

perpassando, principalmente pela falta de docentes com habilitação, o que dificultava o

processo de escolarização (FURTADO; PINTO, 2013).

No caso do município de Dourados, essa questão do ensino primário rural era bem

marcante e característico da época, conforme mostram os estudos de Irala (2014) e

Cavalcante (2015), que sinalizam a falta de escolas, a falta de professores, sobretudo, de

professores habilitados adequadamente para o exercício da docência. Cavalcante (2015, p.

46) aponta que na década de 1970, o município de “Dourados possuía um número

significativo de escolas primárias pertencentes ao poder público estadual e municipal,

situadas em fazendas, pequenas vilas, travessas, núcleo colonial, entre outros”. No entanto,

em sua maioria os professores que atuavam nas escolas rurais no ensino primário, não

possuíam habilitação do magistério.

Neste contexto, sem escola próxima da Fazenda Miya, a senhora Tieko Miyazaki Ishy,

iniciou os estudos de seu enteado, sendo a professora do mesmo, em casa com o anseio de

ensiná-lo a ler, escrever e a calcular, não era admitido ficar sem conhecimento de leitura e

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 408

escrita. No ano de 1965, a senhora Tieko ministrava aulas na varanda de sua casa. Contando

com três alunos, seu enteado e mais dois filhos de funcionários da fazenda de seu esposo,

onde realizava um trabalho de escolarização.

A notícia que essa senhora Tieko estava dando aula se propagou, surgindo o interesse

de outros moradores da fazenda e do distrito do Guassú. A senhora Tieko considerava ter

bastante conhecimento para atuar como professora, de seu enteado e de outras crianças, por

ler fluentemente a Língua Portuguesa. A figura 1 apresenta a primeira turma de formandos

da escola iniciada pela professora Tieko.

Figura 1 – Primeira turma de formandos, Fonte: Acervo da Escola Municipal Fazenda Miya.

Essa imagem da professora Tieko com a primeira turma de alunos que concluíram a 4ª

série primária, permite entrever um momento solene ocorrido na escola, marcado com rigor

nas vestimentas tanto por parte da professora quanto dos alunos, que recebiam os seus

certificados em frente a instalação da escola construída em madeira.

No ano de 1966, já havia 27 alunos, todos sobre os cuidados da senhora Tieko, na busca

pela alfabetização. O material didático utilizado nas aulas era comprado no interior de São

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 409

Paulo, mais precisamente, na cidade de Presidente Prudente, com recursos financeiros da

própria Tieko, e revendidos em uma venda da fazenda. Esta venda fornecia desde utensílios

par casa, alimentos, tecidos, instrumentos de trabalho na lavoura, bebidas e agora contava

com materiais escolares, suprindo algumas necessidades dos moradores da fazenda e região.

A figura 2 mostra já uma turma de alunos da professora Tieko constituída por alunos

da Fazenda Miya e das redondezas do distrito do Guassú, no ano de 1970.

Figura 2 – Alunos da Fazenda e redondezas Fonte: Acervo da Escola Municipal Fazenda Miya.

A figura 2 permite entrever a presença da professora Tieko e de seus alunos em frente

ainda da escola construída em madeira na Fazenda Miya, com os seus certificados de

conclusão do ensino primário. Essa imagem já possibilita verificar como o número de alunos

da escola cresceu ao longo dos anos.

Conforme mostra a figura 2, a escola passa a atender a um número significativo de

alunos, sob os comandos da professora Tieko. Os alunos que residiam longe da escola iam de

a pé ou usavam como meio transporte bicicletas, carroças puxadas a cavalo e outros ainda

residiam na casa da professora durante o ano letivo. Os materiais didáticos para os usos dos

alunos eram vendidos na venda e descontados no pagamento do funcionário no final do mês.

No início, a senhora Tieko Miyazaki Ishy, não tinha nenhum tipo de formação

específica para o exercício da docência, desenvolvia um trabalho como professora leiga. É

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 410

oportuno registrar aqui que, Tieko Miyazaki Ishy, tinha uma formação escolar recebida na

Escola Artesanal, uma instituição de ensino primária que frequentou ainda quando morava

no interior paulista. Como imigrante japonesa Tieko, enfrentava desafios e dificuldades de

comunicação no Brasil, pois só falava o idioma em japonês. Isso fez com que os seus pais, a

matriculasse por dois anos na Escola Artesanal, que era toda paga por eles.

Nesta Escola Artesanal, Tieko Miyazaki Ishy aprendeu a ler, falar e escrever, em Língua

Portuguesa e a calcular. Além disso, aprendeu a costurar, bordar, cozinhar, jardinagem,

ofícios esses bem voltados para o sexo feminino.

De um modo geral, pode-se dizer que a Escola Artesanal acabava oferecendo com o seu

ensino, um aperfeiçoamento para as meninas também ser tornarem futuramente esposas e

donas de casa. Em 1959, Tieko, cursou também em Presidente Prudente, o Núcleo de Ensino

Profissional Livre, onde teve o seu aprendizado de Corte e Costura reforçado com os seus

conhecimentos já adquiridos na Escola Artesanal.

Em 1966, com o crescimento no número de alunos, foi construída uma escola em

madeira de 6m x 8m pela família Ishy, na sua própria propriedade. Em uma construção

simples em madeira, conforme pode observar nas figuras 1 e 2, a Escola da professora Tieko,

na Fazenda Miya de propriedade da família Ishy, funcionava em regime multisseriado,

reunindo em uma mesma sala, alunos com idades e níveis diferentes de escolarização.

Stephanou; Bastos (2009, p. 281) apontam que na classe multisseriada, "era comum

encontrar na mesma sala de aula alunos que não conheciam as primeiras letras e outros que

já sabiam ler e escrever, todos sob a orientação de um só professor".

A professora Tieko Miyazaki Ishy, abria as portas de sua casa para alguns alunos que

residiam durante a semana, para que os mesmos pudessem frequentar as aulas, pois a

distância entre a escola e a casa do aluno era muito grande. Os alunos além de estudar eram

responsáveis pela limpeza da sala, a merenda era feita pela professora e os alunos maiores

ajudavam, as regras eram duras, os alunos aprendiam desde como se sentar à mesa, saber se

comportar, costurar as roupas quando necessário, todos os dias cantavam o hino nacional.

A oficialização de funcionamento desta Escola na Fazenda Myia ocorreu no ano de

1966, durante a gestão do Prefeito Napoleão Francisco de Souza, em caráter de ensino

primário rural, multisseriada, nas propriedades da família Ishy. A responsabilidade para

funcionamento desta instituição escolar foi delegada a professora Tieko Miyazaki Ishy, que

ficou incumbida de atender a demanda de crianças e jovens da região do Guassú, com o

desafio de ensinar a ler e escrever. Apesar disso, nessa época a professora Tieko ainda não era

renumerada para o cargo que exercia nessa escola, pois foi somente a partir do Decreto

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 411

Municipal nº 044, de 2 de Maio do ano de 1970, que a escola passou a ser denominada de

Escola Municipal de 1º Grau Fazenda Miya e a professora Tieko passou para o quadro de

funcionária municipal de Dourados, ficando responsável em exercer a docência e tendo a

responsabilidade com todos os aspectos de funcionamento da escola como as matrículas, as

transferências, atestados e outros.

Com a municipalização da Escola Municipal de 1º Grau Fazenda Miya, pelo prefeito de

Dourados. A professora leiga Tieko Miyazaki Ishy teve que sair em busca de uma formação

escolar para atender melhor os seus alunos. Dessa forma, no ano de 1973, cursou em caráter

de supletivo na Escola Estadual de 1º e 2º Grau Presidente Vargas. Ainda na década de 1970,

cursou a Habilitação Específica para o Magistério de 1º Grau, em nível I a IV, no Colégio

Normal São Francisco em Rondonópolis em Mato Grosso, em caráter intensivo de férias,

formando-se em 1977.

A professora Tieko Miyazaki Ishy cursou o Magistério para atender uma exigência da

Secretaria de Educação e Cultura do Estado, na perspectiva de continuar com as suas

atividades de docente no ensino primário rural, no distrito do Guassú.

É oportuno considerar que,

Em 1970, o Departamento de Pesquisa e Ensino solicitou que todas as Delegacias de Ensino do estado de Mato Grosso, apresentassem um levantamento das escolas, com dados reais no que se refere ao número de alunos, professores e escolas de sua extensão. Diante dessa determinação, a Delegacia Regional de Ensino de Dourados/ MT fez um levantamento de sua realidade educacional. No final deste levantamento, esta Delegacia apresentou em seu relatório, sugestões para a melhoria do serviço educacional na região, para a Secretária de Educação e Cultura do Estado, dentre elas a especialização de professores, uma vez que dos 228 professores que atuavam em grupos escolares, escolas reunidas, escolas rurais mistas, entre outras, 118 tinham a formação da escola normal e 110 eram professores leigos (PIACENTINI, 2012, p.67).

Os esforços para uma formação mais especializada dos professores leigos, não era

somente uma bandeira do município de Dourados, mas, uma preocupação em cumprir com a

Lei 5.692/71, que reestruturou o ensino e a formação de professores no Brasil. A referida lei

estabeleceu as diretrizes para o ensino de 1º e 2º grau no país Romanelli (1998).

Desse modo, a professora Tieko Miyazaki Ishy teve uma atuação significativa no sul de

Mato Grosso, pois, ao promover a escolarização de crianças e jovens do distrito do Guassú e

de seu entorno, possibilitou a criação e a instalação de uma escola primária rural, em uma

época que Mato Grosso, mesmo com a expansão do ensino primário, ocorrida nas áreas da

Marcha para o Oeste, no município de Dourados, segundo registram a Mensagem de

Governador de Estado de Mato Grosso, do ano de 1955, ainda carecia de um número

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 412

suficiente de escolas e professores para atuar nesses estabelecimentos (FURTADO; PINTO,

2013).

Considerações Finais

No decorrer deste texto, as fontes permitiram verificar que os imigrantes japoneses

no distrito do Guassú, não promoveu apenas o desenvolvimento econômico da localidade

com a lavoura do arroz, mas também auxiliou no desenvolvimento da educação escolar, uma

vez que neste período em Mato Grosso, sobretudo nessas localidades do sul do Estado, eram

poucas escolas, principalmente nas áreas rurais, pois foi neste contexto que a senhora Tieko

Miyazaki Ishy, imigrante japonesa, ao casar e mudar-se do interior paulista para o distrito do

Guassú, no sul de Mato Grosso, viu a necessidade de alfabetizar o seu enteado e começou

ministrando aulas em sua própria casa, iniciando o trabalho com três crianças.

A análise das fontes documentais e orais permitiu verificar como foi o processo de

criação e instalação da Escola Municipal Fazenda Miya e a atuação da professora Tieko

Miyazaki Ishy. A atuação da professora Tieko Miyazaki Ishy teve uma forte representação no

desenvolvimento do Guassú, pois a sua iniciativa que surgiu dentro de sua casa, possibilitou a

criação e instalação da Escola Municipal Fazenda Miya. Em realidade, o seu trabalho docente

acabou modificando o cenário de analfabetismo e contribuindo para um novo perfil das

crianças do distrito do Guassú, no sul de Mato Grosso, sobretudo, nas décadas de 1960 e

1970. Conclui-se assim, que a escolarização no Distrito do Guassú, inicialmente é fruto da

luta dos imigrantes japoneses, que colaboraram para modificar esse cenário de analfabetismo

no Sul de Mato Grosso.

Espera-se que este trabalho contribuía para a produção e ampliação dos estudos em

torno da história do ensino primário rural brasileiro e, mais especificamente, para a história

do ensino primário rural no sul de Mato Grosso (atual Mato Grosso do Sul).

Referências

BASTOS, Maria H. C. “Prefácio: A educação rural e a formação dos professores”. In: WERLE, Flávia Obino Corrêa (Org.). Educação Rural: práticas civilizatórias e institucionalização da formação de professores. São Leopoldo: Oikos, 2010.

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 413

CAVALCANTE, Aline N. Imprensa e Educação: o ensino primário rural nas páginas de jornais do município de Dourados –MT (1948-1974). 2016. 111 f. Dissertação (Mestrado em educação) - Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, 2015. CORRÊA FILHO, Virgílio. História de Mato Grosso. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1969.

DEMARTINI, Zeila de Brito Fabri. Prefácio. In: SOUZA, Elizeu Clementino de. Educação e

Ruralidades: memórias e narrativas (auto) biográficas. Salvador: Edufba, 2012.

FURTADO, Alessandra C; PINTO Adriana A. A escola rural primária e o seu processo de institucionalização no antigo Sul de Mato Grosso (1930-1961). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO, 7. 2013, Cuiabá, MT. Anais… Cuiabá: UFMT, 2013. Disponível em: <http://sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe7/pdf/01>. Acesso em:11 ago. 2016. GUILLEN, Isabel C. Martins. O lugar da história: confronto e poder em Mato Grosso do Sul. Revista Científica. Campo Grande: UFMS, v.3 n.2, p. 37-44, 1996. INAGAKI, Edna. Mitsue. Imigração Japonesa para o Brasil: Os japoneses em Dourados. (Século XIX e XX). ed. UEMS, 2008. IRALA, Clovis. Educação Rural em Dourados: A Escola Geraldino Neves Correa (1942-1982). 2014. 122 f. Dissertação (Mestrado em educação) - Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, 2014. MAGALHÃES, Justino P de. Tecendo Nexos: história das instituições educativas. Bragane Paulista/SI Editora Universitária São Francisco, 2004. _______. Contributo para a História das instituições educativas: ensaio, memória e arquivos. Braga-Portugal: Universidade de MINHOS,1996. MATO GROSSO, Mensagem apresentada à Assembleia Legislativa pelo Governador de Matogrosso Fernando Corrêa da Costa. Imprensa Oficial. Cuiabá. APMT, CDR-UFGD, 1956. MATO GROSSO. Relatório da Diretoria Geral da Instrução Pública de MT, apresentado ao Secretário Geral do Estado pelo Diretor Geral da Instrução Pública, Franklin Cassiano da Silva. Cuiabá, 29 de agosto de 1931.

NAGLIS, Suzana Gonçalves Batista. Marquei aquele lugar com o suor do meu rosto: os colonos da Colônia Agrícola Nacional de Dourados – CAND (1943 - 1960). 2014. 144 f. Dissertação (Mestrado em História) Faculdade de Ciências Humanas, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, 2014. PIACENTINI, Ana Paula Fernandes da Silva, História da Formação para professores leigos rurais: o curso de Magistério Rural em Dourados, na década de 1970. 2012. 103 f. Dissertação (Mestrado em educação) - Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, 2012. POMCIANO, Nilton P. Fronteira, religião, cidade: O papel da Igreja Católica no processo de organização social- espacial de Fátima do Sul/MS (1943-1965). FCL/UNESP, Assis, 2006. QUEIROZ, Paulo R. Címo. Uma ferrovia entre dois mundos: a E. F. Noroeste do Brasil na primeira metade do século 20. Bauru, SP: EDUSC; Campo Grande MS: ed. UFMS,2014.

Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 414

______. Articulação econômica e vias de comunicação do antigo sul de Mato Grosso (século XIX e XX). In: LAMOSO, Lisandra P. (org.). Transporte e políticas públicas em Mato Grosso do Sul. Dourados: ed. UFGD, 2008. p.15-75. RACHI, Kiyoshi. De São Paulo para Mato Grosso: a imigração japonesa na região de Dourados. In: JÉRRI, Roberto Marin; VASCONCELOS, Cláudio Alves de. (orgs.). História Região e Identidade. Campo Grande, MS: ed. UFMS, 2003. 436 p. ROMANELLI, Otaíza de Oliveira. História da Educação no Brasil. Petrópolis, Vozes, 1980 e 1998. SAITO, Hiroshi. O japonês no Brasil: estudos de mobilidade e fixação. São Paulo: ed. Sociologia e Política,1961. SAKURAI, C. Imigração japonesa para o Brasil. Um exemplo de imigração tutelada (1908-1941).in: Fazer a América/oris Fasto (Org.). São Paulo, 2014. STEPHANOU, M & BASTOS, M. H. C. (Orgs.). Histórias e memórias da educação no Brasil. (Vol. I, II e III). Petrópolis: Vozes, 2005. TANAKA, Aline M.M. Imigração e Colonização Japonesa no Brasil. FAPERGS-2010. Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/index.php/ppgdir/article/download/48590/30245>. Acesso em:13 Jun/2015.