os desafios da escola pÚblica paranaense na … · versão online isbn 978-85-8015-079-7 ... 1....
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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE
II
IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
Título: Práticas de leitura de contos em um 7° Ano do Ensino Fundamental
Autor: Silvia Cristina Marconi de Souza
Disciplina/Área: Língua Portuguesa / Ensino e Aprendizagem de Leitura
Escola de
Implementação do
Projeto e sua
localização:
Colégio Estadual Aníbal Khury E.F.M
Município da escola: Iretama
Núcleo Regional de
Educação:
Campo Mourão
Professor Orientador: Adriana Delmira Mendes Polato
Instituição de Ensino
Superior:
Unespar- Campus de Campo Mourão
Relação
Interdisciplinar:
Língua Portuguesa, Ensino religioso
Resumo:
Esta unidade didática apresenta encaminhamentos teóricos-metodológicos e práticos para que os alunos desenvolvam habilidades para construir / produzir sentidos na leitura de contos e ao mesmo tempo possam se constituir leitores ativos, utilizando estratégias na leitura desse e de outros gêneros. Elaboraremos o material didático a ser aplicado em um 7º ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Aníbal Khury de Iretama-Pr. Coadunamos aportes teóricos das perspectivas cognitivista e discursiva de leitura (ORLANDI, 1988; SOLÉ, 1998; ANTUNES, 2003;) para balizar práticas de leituras de contos e formar alunos que encontrem sentido e interesse no que leem. Além disso, intencionamos formar grupo de contadores de histórias capazes de produzir sentidos na leitura e utilizar as estratégias de leitura durante a contação de histórias (contos), de forma que incentivem os ouvintes a utilizá-las também durante suas leituras.
Palavras-chave: Leitura; contos; contação de histórias
Formato do Material
Didático:
Unidade didática
Público: Alunos do 7° ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Aníbal Khury. E.F.M. de Iretama Pr.
APRESENTAÇÃO
Esta Unidade Didática será desenvolvida com os alunos do sétimo ano do
Ensino Fundamental do Colégio Estadual Aníbal Khury da cidade de Iretama-PR.
Trata-se de uma proposta que objetiva desenvolver nos alunos habilidades para
construir/produzir sentidos na leitura de contos, a fim de que possam se constituir
leitores ativos, utilizando estratégias possíveis de serem aplicadas na leitura desse e
de outros gêneros.
O desinteresse por parte dos jovens pela leitura é crescente. Também a
qualidade da leitura e as habilidades de ler não têm sido desenvolvidas a contento.
Assim, se faz necessário pensar em ações que amenizem esses problemas, que
acreditamos estar coadunados.
Pensando em ações educativas mais eficientes, é válido observar os
resultados do SAEP de nossa escola. Se observarmos o percentual de alunos por
nível de proficiência e padrão de desempenho na última avaliação realizada,
perceberemos que no 6º ano, nossa escola ficou com a média 198,9, dentro do nível
básico, mas ainda um pouco acima do nível estadual que foi de 197,1.
Esses números servem para materializar o que sentimos em sala de aula.
Embora nossa escola não apresente resultados inferiores à média paranaense, é
importante destacar que a média do Estado não é satisfatória. O desinteresse em
relação à leitura gera alunos inseguros e incapazes de ler e entender um enunciado.
Por tudo isso, objetivamos estimular o aluno a se interessar por contos, e,
sobretudo, para que desenvolva habilidades para ler e produzir sentidos a partir
desse gênero. Nesse processo, consideramos a importância de ensiná-lo a utilizar
estratégias, ao mesmo tempo em que possa se constituir sujeito sócio-histórico que
compreenda o texto como materialidade discursiva, ou seja, como produção humana
também sócio-historicamente situada.
Investimos na possibilidade de coadunar aportes teóricos das perspectivas
cognitivista e discursiva de leitura (SOLÉ; ANTUNES; ORLANDI;) para balizar
práticas de leituras de contos e formar alunos que encontrem sentido e interesse no
que leem.
Além disso, intencionamos formar grupo de contadores de história capazes
de produzir sentidos na leitura e utilizar as estratégias de leitura durante a contação
de histórias (contos), de forma que incentivem os ouvintes a utilizá-las também
durante suas leituras.
MATERIAL DIDÁTICO
Inicialmente, usaremos as estratégias de leitura, que estabelecem “uma
prática guiada através da qual o professor proporciona aos alunos “andaimes”
necessários para que possam dominar progressivamente essas estratégias e utilizá-
las depois da retirada das ajudas iniciais” (SOLÉ, 1998, p. 76).
Também objetivamos alcançar a produção de sentidos na leitura, pois como
aponta Orlandi, “quando lemos estamos produzindo sentidos (reproduzindo-os ou
transformando-os). Mais do que isso, quando estamos lendo, estamos participando
do processo (sócio-histórico) de produção de sentidos e o fazemos de um lugar
social e com uma direção histórica determinada (ORLANDI, 2006, p. 101).
A organização e o trabalho com as estratégias compreenderá os três
momentos da leitura: antes, durante e depois.
Assim, antes de iniciar a leitura dos textos propostos serão utilizadas as
seguintes estratégias:
motivação do aluno para o início da leitura;
leitura feita pelo professor;
estabelecimento de objetivos para a leitura;
antecipação do tema por meio da análise de elementos textuais;
estímulo à atualização do conhecimento prévio do aluno;
formulação de previsões acerca do texto;
levantamento de expectativas em relação ao gênero lido;
incentivo a perguntas acerca do texto.
As estratégias para o momento da leitura serão estas:
releitura silenciosa;
organização de um resumo do que foi lido;
esclarecimento de dúvidas acerca do texto lido;
construção do sentido geral do texto;
acréscimo de novas informações ao conhecimento prévio;
busca de informações complementares;
formulação de perguntas sobre o texto lido, de maneira que seja
necessária uma nova leitura.
leitura compartilhada possibilitando que o aluno exerça papel ativo
durante toda a tarefa, desenvolvendo sua compreensão leitora.
Depois da leitura, é importante considerar que as estratégias utilizadas
contribuam para que o aluno continue compreendendo e aprendendo. Assim, as
atividades podem suscitar outros procedimentos e atividades orais e/ou escritas e/ou
dramatizadas etc.
construção da síntese do texto;
elaboração de atividades escritas a partir do texto;
discussões suscitadas a partir das impressões sobre o texto,
avaliação das informações emitidas sobre o texto;
Parte l: Um olhar sobre o gênero discursivo conto (12 aulas)
Objetivos:
Aplicar estratégias de leitura que ajudarão os alunos a criar confiança em
relação ao que leem e em relação à leitura de contos, ampliando o
universo de leitura de forma significativa e ao mesmo tempo produzindo
sentidos a partir das leituras realizadas.
Discutir com os alunos sobre o trabalho de leitura que será realizado.
Introduzir a discussão a partir do vídeo Ler, de Luís Fernando Veríssimo,
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=A0_STXPaNz0>.
Acesso em: 26 set. 2014.
Debater o conteúdo do vídeo com os alunos.
a) Do que trata o vídeo?
b) O que é leitura?
c) O que pode ser lido?
d) O que a leitura nos faz sentir?
Na sequência, distribuir um questionário para perscrutar as crenças e os
hábitos dos alunos em relação à leitura.
Ilustrado por Ana Vitoria Marcondes de Souza /2014
Questionário sobre leitura
1. Marque um X na(s) resposta(s) que correspondem à suas vivências e
crenças sobre leitura
a) O que é ler para você?
( ) prazer
( ) obrigação
( ) passatempo
b) Você gosta de ler?
( ) Sim
( ) Não
( ) Às vezes
c) Você entende o que lê?
( ) Sim
( ) Não
( ) Às vezes
d) Ao ler um livro, uma revista ou um texto, você costuma:
( ) ficar no início
( ) parar na metade
( ) ir até o final
( ) só olhar a capa e as figuras
e) Você procura um livro ou texto para ler:
( ) por iniciativa própria
( ) por indicação do professor
( ) por indicação de um amigo
( ) pelo título ou nome do livro
( ) pela capa e figuras
( ) quando ganha de presente
( ) quando o vê na biblioteca
( ) outro jeito: __________________________
f) Nas suas horas de folga o que você mais faz é:
( ) brincar
( ) assistir TV
( ) ler
( ) praticar esporte
( ) descansar
( ) navegar na net
( ) outra coisa
2. Que livro você mais gostou de ter lido até hoje? Por quê?
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_____________________________________________________________
3. Existe algum livro que você gostaria de ler? Qual?
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4. O que você gosta de ler? Justifique:
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5. Com que frequência você lê?
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6. Você tem alguém na família que gosta de ler? Quem?
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7. As leituras que você faz na escola são orientadas por alguém? Quem?
Você gosta desses momentos de leitura?
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8. Você tem livros ou revistas em casa?
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9. Você acha que a leitura pode contribuir para sua formação enquanto
aluno e como cidadão inserido no atual contexto em que vivemos?
Comente:
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Depois de os alunos terem respondido ao questionário, recolheremos e
comentaremos as respostas dadas, fazendo uma reflexão sobre os dados
apresentados.
Posteriormente, introduziremos o trabalho com algumas estratégias que
serão desenvolvidas no decorrer das aulas que poderão auxiliá-los a se organizar no
momento da leitura.
Lembrando que as estratégias acima serão desenvolvidas no decorrer de
todas as leituras realizadas.
Seleção: São ações a partir das quais o leitor aproveita só o que lhe é útil para a
compreensão do texto, selecionando só o que é importante para seu objetivo.
Antecipação: São predições que o leitor constrói sobre o texto que o auxiliam na
antecipação do conteúdo. O leitor cria hipóteses e previsões sobre os significados a partir de
informações explícitas e implícitas no texto.
Inferência: São ações que unem o conhecimento que o leitor já possui sobre o
assunto com a informação que o texto traz, possibilitando a criação de uma nova informação.
Verificação: É a confirmação ou não das estratégias realizadas. Através da
verificação, comprova-se a eficácia das estratégias utilizadas pelo leitor.
Conhecendo o gênero discursivo Conto
Nessa atividade, propomos a leitura do conto “O Conto se Apresenta”, de
Moacyr Scliar.
Antes da leitura, conversaremos com os alunos sobre o gênero discursivo
conto, investigando o quanto eles o conhecem.
Em seguida, mostraremos o título do conto e o autor e levantaremos alguns
questionamentos:
O que esse título sugere?
Qual será a temática do conto?
Você já ouviu falar desse autor?
Apresentar uma breve biografia do autor Moacyr Scliar.
Nasceu em Porto Alegre, 23 de março de 1937 e faleceu na mesma cidade
em 27 de fevereiro de 2011) foi um escritor brasileiro. Formado em medicina,
trabalhou como médico especialista em saúde pública e professor universitário.
Publicou mais de setenta livros e sua obra consiste de contos, romances, ensaios e
literatura infantojuvenil.
É possível, com base no título e no autor, imaginar o cenário, as
personagens e a trama do conto?
Anotar as hipóteses levantadas pelos alunos para serem conferidas e
discutidas ao final da leitura.
Leitura do texto O Conto se Apresenta
Ilustrado por Ana Vitoria Marcondes de Souza /2014
(Moacyr Scliar)
Olá!
Não, não adianta olhar ao redor: você não vai me enxergar.
Não sou uma pessoa como você. Sou, vamos dizer assim, uma voz.
Uma voz que fala com você ao vivo, como estou fazendo agora. Ou
então que lhe fala dos livros que você lê.
Leia o texto completo no endereço:
<http://portaldoprofessor.mec. gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=19003>.
Acesso em: 29 set. 2014.
Após a leitura silenciosa, ouvir novamente o conto lido pelo professor.
Debater sobre o texto lido, exaltando o quanto esse gênero discursivo está
próximo de nós desde a infância.
Informar que para a próxima aula será realizada uma roda de contos e que
todos (inclusive o professor) deverão pesquisar um conto e trazer para ler para os
colegas.
Roda de Contos
Deixar preparado o cantinho de histórias da biblioteca e acomodar os alunos
em círculo no tapete.
Antes de cada leitura conduzir previsões sobre a história a partir do título
e do autor.
Após cada leitura confirmar ou não as hipóteses levantadas e debater
sobre a história ouvida.
Fazer a contextualização da leitura relacionando tema com o contexto
atual.
Conduzir a atividade de maneira que todos participem e possam ouvir os
colegas, opinando e comentando sobre as histórias ouvidas.
Finalizar com a leitura feita pelo professor do conto de Moacyr Scliar,
“Bruxas não existem”.
Ilustrado por Ana Vitoria Marcondes de Souza /2014
BRUXAS NÃO EXISTEM
Moacyr Scliar
Quando eu era garoto, acreditava em bruxas, mulheres
malvadas que passavam o tempo todo maquinando coisas perversas.
Os meus amigos também acreditavam nisso. A prova para nós era
uma mulher muito velha, uma solteirona que morava numa casinha
caindo aos pedaços no fim de nossa rua. Seu nome era Ana Custódio,
mas nós só a chamávamos de "bruxa".
Encontre o texto completo no seguinte endereço: <http://revistaescola.abril.com.br/
fundamental-1/bruxas-nao-existem-689866.shtml>. Acesso em: 29 set. 2014.
Conhecendo melhor o conto
Observar com eles as seguintes características do gênero:
O conto é tão cativante que ao compara-lo à fotografia, Cortázar (2006) expõe que o gênero se marca por recortar um fragmento da realidade, sendo, portanto, densamente significativo, o que fixa a ele limites precisos que rejeitam digressões e extrapolações. Ele é capaz de projetar o leitor para além da história narrada.
Cortázar (2006, p. 152), defende ainda que o conto deve atuar no leitor como uma abertura que vai muito além do argumento literário ali contido. Dessa forma, o bom conto propicia ao leitor uma visão nova sobre a vida que o cerca.
Sobre temáticas, o conto não escolhe nenhuma delas, mas concretiza “o simples, arguto e rápido instantâneo da realidade, captando-a na sua especificidade” (GOTLIB, 1985, p. 51). O gênero, então, funciona também como um “poliedro capaz de refletir as situações mais diversas de nossa vida real ou imaginária” (BOSI, 1975, p.31), levando o leitor para territórios variados.
Conforme Soares (2006) o conto é a forma narrativa, em prosa, escrita de forma concisa e breve, que apresenta unidade dramática, cuja ação concentra-se em único ponto de interesse. Possui número reduzido de personagens e todos participam da ação, envolta em apenas um foco temático.
São elementos da narrativa: Narrador: Quem conta a história.
Às vezes, ele pode ser uma das personagens, neste caso, chama-se narrador- personagem e a história é narrada em primeira pessoa do singular ou plural: eu/nós.
O narrador pode também ser uma terceira pessoa, um observador “de fora” (narrador observador) que narra os fatos sem necessariamente conhecer o pensamento e o passado das personagens. Nesse caso, a história é narrada na terceira pessoa: ele/ela; eles/elas e o ponto de vista narrativo é externo, expressando uma visão incompleta.
A história também pode ser contada por um narrador-onisciente que tudo ouve, tudo vê, tudo sabe. “Entra” no mundo interior das personagens. Narra os fatos mostrando o que pensam e sentem estas personagens.
Personagens: Seres (humanos ou não) que vivenciam os acontecimentos narrados. Cada personagem tem um papel diferente na narração e por isso tem personagem principal e secundário.
Enredo: Ação, movimento. O desenrolar dos fatos constitui o enredo. O que move o enredo, normalmente é um fato que instaura o problema dentro do estado de “normalidade”. A partir daí, cria-se a expectativa e espera-se o desfecho.
Espaço: Cenário onde as ações acontecem. O narrador pode enfatizar mais o espaço físico, ou o espaço social ou ainda, o espaço psicológico (envolvendo a consciência).
Tempo: Duração. Os fatos podem ser narrados de maneira mais ou menos rápida; em ordem cronológica ou não; abrangendo curtos ou longos períodos; situados em diferentes épocas. O tempo pode ser físico (duas horas, um dia, quatro semanas...) e psicológico (percebido subjetivamente).
Iniciar a aula retomando as histórias ouvidas na aula anterior.
Entregar uma cópia para cada aluno do conto “Bruxas não existem” e após
fazer novamente a leitura responder as seguintes questões:
1. Como se apresenta o narrador e quais são suas características?
2. Relacione as personagens do conto lido, fale sobre os meninos e
comente as características físicas de Ana Custódio:
3. Como era a “Bruxa”, não só fisicamente?
4. Identifique o fato que desencadeia o enredo deste conto e diga por que
este evento move toda a história.
5. Em que espaços ocorrem as ações deste conto?
6. Como se apresenta o tempo no conto lido? Comente:
7. Se os meninos tivessem se preocupado em conhecer as características
psicológicas de Ana Custódio, desde o início, você acha que eles agiriam
de outra forma? Por quê?
8. Na sociedade atual, infelizmente, está se tornando comum às pessoas
serem julgadas pela aparência. Isso ocorre no conto? Você já presenciou
algum fato parecido? Comente:
9. Bullying "É uma das formas de violência que mais cresce no mundo",
afirma Cléo Fante, educadora e autora do livro Fenômeno Bullying.
Segundo a especialista, o bullying pode ocorrer em qualquer contexto
social, como escolas, universidades, famílias, vizinhança e locais de
trabalho. Você acha que Ana Custódio sofreu bullying? Comente:
10. O que você pensa sobre bullying?
11. Observe as frases: “e quando, por acaso, a velha saía à rua para fazer
compras no pequeno armazém ali perto, corríamos atrás dela gritando
"bruxa, bruxa!".
Desde então, deixei de acreditar em bruxas e tornei-me grande amigo de
uma senhora que morava em minha rua, uma senhora muito boa, que se chamava
Ana Custódio.”
No início do texto o narrador usa a palavra velha para se referir à
personagem e no final senhora. Explique a causa dessa mudança:
1- Observe o trecho “àquela altura a turma estava longe” O que você achou do
comportamento dos meninos? Se fosse você, também teria fugido ou voltaria
para ajudar seu colega? Explique:
PARTE II (14 AULAS)
Um olhar sobre o tema dos contos e sua ligação com outros
gêneros
Procuraremos mostrar como os contos, apesar de serem histórias fictícias,
tratam de temas da realidade cotidiana que dialogam com outros gêneros.
Observaremos, especialmente, como as temáticas são tratadas nos contos, de
forma bastante densa e rica.
Mais contos...
Conduzir previsões sobre a história a partir do título e do autor.
Após a leitura confirmar ou não as hipóteses levantadas e debater sobre
a história ouvida.
Fazer a contextualização da leitura relacionando tema com o contexto
atual.
Dois velhinhos
Dalton Trevisan
Dois pobres inválidos, bem velhinhos, esquecidos numa
cela de asilo.
Ao lado da janela, retorcendo os aleijões e esticando a
cabeça, apenas um podia olhar lá fora...
Leia o texto completo no endereço: Disponível em: <http://www.releituras.com/
daltontrevisan_doisvelhinhos.asp>. Acesso em: 29 set. 2014.
Conhecendo o autor ...
Dalton Trevisan
Nascido em 14 de junho de 1925, o curitibano Dalton Jérson Trevisan
sempre foi enigmático. Antes de chegar ao grande público, quando ainda era
estudante de Direito, costumava lançar seus contos em modestíssimos folhetos.
Entre 1946 e 1948, editou a revista Joaquim, "uma homenagem a todos os
Joaquins do Brasil".
Já nessa época, Trevisan era avesso a fotografias e jamais dava
entrevistas. Em 1959, lançou o livro Novelas Nada Exemplares - que reunia uma
produção de duas décadas e recebeu o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro
- e conquistou o grande público.
Dedicando-se exclusivamente ao conto (só teve um romance publicado: "A
Polaquinha"), Dalton Trevisan acabou se tornando o maior mestre brasileiro no
gênero. Em 1996, recebeu o Prêmio Ministério da Cultura de Literatura pelo conjunto
de sua obra. Mas Trevisan continua recusando a fama. Cria uma atmosfera de
suspense em torno de seu nome que o transforma num enigmático personagem.
Não cede o número do telefone, assina apenas "D. Trevis" e não recebe visitas —
nem mesmo de artistas consagrados. Enclausura-se em casa de tal forma que
mereceu o apelido de O Vampiro de Curitiba, título de um de seus livros.
Inspirado nos habitantes da cidade, criou personagens e situações de
significado universal, em que as tramas psicológicas e os costumes são recriados
por meio de uma linguagem concisa e popular, que valoriza os incidentes do
cotidiano sofrido e angustiante.
Voltando ao texto...
1. Como se apresenta o narrador neste conto?
2. Como podemos interpretar o efeito de sentido dado pelo uso dos
adjetivos logo na primeira linha do texto?
3. É possível observar também o uso da forma verbal “esquecido” e do
substantivo “cela”, que reforçam a ideia de solidão, confinamento, prisão
que alguns asilos representam para idosos esquecidos pela família. Você
concorda com o posicionamento do autor em relação à situação desses
idosos? Comente:
4. Você já visitou algum asilo ou conhece alguém que mora em um?
5. Pela descrição que o autor faz do ambiente onde se passa a cena, como
podemos imaginar a rotina de um idoso morando neste lugar?
6. Como eram os dois velhinhos? Eram felizes?
7. Qual era a visão que a janela oferecia? Por que olhar pela janela era tão
importante para os velhinhos?
8. Podemos observar que o autor não nomeia as personagens. Por que
você acha que ele faz isso?
9. Analisando o que lemos no estatuto do idoso, a situação mostrada no
texto e a realidade de sua comunidade. Você acha que a lei está sendo
cumprida? Comente.
10. Que quadro sobre a velhice o conto de Trevisan revela?
No final da atividade entregar aos alunos autorizações a serem assinadas
pelos pais para uma visita ao “Lar dos Velhinhos São Vicente de Paulo”, de Iretama-
PR, na aula seguinte.
Antes da visita, o professor já terá procurado a instituição, marcado
horário e selecionado alguns internos que gostem de contar histórias. Os
alunos também serão orientados previamente sobre como se comportar
respeitosamente no local e elegerão uma das histórias trabalhadas na
roda de histórias das primeiras aulas para contar na ocasião da visita.
Espera-se assim que a visita seja um momento de troca de
conhecimentos e prazer, tendo a leitura e a contação de histórias como
foco.
Na aula posterior a visita, promover um debate sobre a impressão que
tiveram da instituição.
Comparar o local visitado com o descrito no texto de Dalton Trevisan.
Agora Observe o que diz o poema
Ilustrado por Ana Vitoria Marcondes de Souza /2014
Retrato
Cecília Meireles
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro...
Encontre o texto completo no endereço:
<http://meirelescecilia.blogspot.com.br/2008/02/retrato-cecilia-meireles.html>.
Acesso em: 17 nov. 2014.
Comentar com os alunos a ideia central do texto no qual o eu lírico faz
um retrato de si mesmo, mostrando o antes e o depois do passar do
tempo. Assim, ele mostra a fugacidade do tempo e da vida, e como
menciona é uma mudança “tão simples, tão certa, tão fácil...”, na
verdade, tão rápida, que quando abrimos os olhos percebemos que não
somos mais crianças, adolescente, jovens, adultos, idosos...
Dar espaço para que os alunos possam debater as impressões que
tiveram no decorrer da leitura.
Ler a biografia de Cecília Meireles:
Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu no bairro da Tijuca, Rio de
Janeiro, em 7 de novembro de 1901 e faleceu em 1964. Ficou órfã e aos nove anos
começou a escrever poesia.
Publicou seu primeiro livro de poesias, Espectros aos dezoito anos. Teve
importante atuação como jornalista, com publicações diárias sobre problemas na
educação, tendo fundado, em 1934, a primeira biblioteca infantil do Brasil.
Sua poesia foi traduzida para o espanhol, francês, italiano, inglês, alemão,
húngaro, hindu e urdu, e musicada por Alceu Bocchino, Luis Cosme, Letícia
Figueiredo, Ênio Freitas, Camargo Guarnieri, Francisco Mingnone, Lamartine Babo,
Bacharat, Norman Frazer, Ernest Widma e Fagner, foi assim julgada pelo crítico
Paulo Rónai:
"Considero o lirismo de Cecília Meireles o mais elevado da moderna poesia
de língua portuguesa. Nenhum outro poeta iguala o seu desprendimento, a sua
fluidez, o seu poder transfigurador, a sua simplicidade e seu preciosismo, porque
Cecília, só ela, se acerca da nossa poesia primitiva e do nosso lirismo espontâneo.
A poesia de Cecília Meireles é uma das mais puras, belas e válidas manifestações
da literatura contemporânea”.
Leia agora um trecho do artigo abaixo:
Aplicar oralmente as estratégias já citadas, do antes, durante e depois da
leitura de cada texto.
A população idosa e a ineficiência dos mecanismos de
proteção
por Sidelvan Nóbrega
Daqui a 20 anos, o número de pessoas acima dos 60 anos vai mais que
triplicar, passando dos atuais 22,9 milhões para 88,6 milhões, segundo dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O crescimento acelerado da
população idosa eleva a necessidade de um sistema eficaz de proteção ao idoso no
Brasil.
Encontre o artigo completo no endereço:
<http://www.bahianoticias.com.br/artigo/665-a-populacao-idosa-e-a-ineficiencia-dos-
mecanismos-de-protecao. Html>. Acesso em: 18 nov. 2014.
Leia agora a notícia:
Violência contra idoso cresce 75% no Paraná em 2013
Mesmo aparecendo em segundo no ranking geral do Disque 100, da
Secretaria de Direitos Humanos, as denúncias de maus tratos contra idosos são as
que mais cresceram no Paraná e em todo o Brasil desde 2011.
Disponível em: <http://www.jcorreiodopovo.com.br/exibenoticia.php?id=violencia-
contra-idoso-cresce-75-no-parana-em-2013>. Acesso em: 18 nov. 2014.
Ouçamos agora uma velha e boa canção...
Antes de ouvir a canção, informar aos alunos que a mesma foi gravada pela
primeira vez em 1954. Observar com eles como o problema relacionado ao descaso
com o idoso é antigo e se arrasta até a atualidade.
Pedir para que observem também o uso da fala coloquial na música.
Couro de boi
Conheço um velho ditado, que é do tempo dos agais
Diz que um pai trata dez filhos, dez filhos não trata um pai
Sentindo o peso dos anos sem poder mais trabalhar
O velho, peão estradeiro, com seu filho foi morar
O rapaz era casado e a mulher deu de implicar
"Você manda o velho embora, se não quiser que eu vá"
E o rapaz, de coração duro, com seu velho foi falar
Disponível em: <http://letras.mus.br/joao-paulo-e-daniel/955879> acesso em
18.nov.20014
Após debater a temática ouvida assistir ao vídeo da música Couro de Boi no
endereço: <http://www.youtube.com/watch?v=kvRoU6U6_EU>. acesso em
18.nov.20014
Debater sobre o comportamento do menino na música e analisar como
muitas vezes as crianças podem influenciar os adultos a repensar suas
atitudes.
Depois de ter lido diversos gêneros discursivos com a mesma temática
debater e explorar com eles as diversas realidades dos idosos
apresentadas nos textos, fazendo relação com a situação dos idosos de
nossa comunidade.
Promover espaço para que os alunos façam suas contribuições e
explorem seus conhecimentos sobre a temática.
Voltando para o conto e aquecendo a escrita
Explorando a temática dos contos...
Em concordância com as Diretrizes curriculares do Estado do Paraná, que
entendem a escola como um espaço democrático de socialização do conhecimento,
procuramos criar situações de leitura, debate e reflexão sobre o processo de
envelhecimento, o respeito e à valorização do idoso, de forma a eliminar
preconceitos e promover uma mudança de postura em relação ao tema.
Estatuto do idoso
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSÃO
EDUCACIONAL – DEEIN
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO BÁSICA - DEB
CURRÍCULO ESCOLAR E O ART. 22 DO ESTATUTO DO IDOSO
A Lei 10.741, de 03 de outubro de 2003, dispõe sobre a instituição do
Estatuto do Idoso, assegurando os direitos das pessoas com idade igual ou superior
Depois de analisar diversos gêneros textuais com a mesma temática, imagine que você conheça Ana Custódio e sabendo da perseguição que ela vinha sofrendo por parte dos meninos, escreva de que forma você denunciaria o caso para uma autoridade do bairro.
a 60 (sessenta) anos, e atribuindo à família, à comunidade, à sociedade e ao Poder
Público, o dever de efetivar, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à
liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária (art. 3º).
A Política Nacional do Idoso foi instituída em 1994, em âmbito nacional, e
em 1997, com a Lei Estadual nº 11.863, de 03 de outubro de 1997, o estado do
Paraná consolida a sua Política Estadual do Idoso. Em ambas as leis são delegadas
atribuições para a educação, o que foi mantido também no Estatuto do Idoso de
2003, com a mesma redação para a tarefa educacional, em seu Artigo 22, que
determina:
"Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal serão
inseridos conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, ao respeito e à
valorização do idoso, de forma a eliminar preconceito e a produzir conhecimentos
sobre a matéria."
Nesse sentido, é importante ressaltar que o Estado do Paraná assume uma
organização disciplinar do currículo, entendendo que a escola é um espaço
democrático de socialização do conhecimento e que, os professores, ao
organizarem o trabalho pedagógico, devem fazê-lo “a partir dos conteúdos
estruturantes de sua disciplina” (DCE, 2008, p. 27).
Falar com os alunos sobre a importância dessa lei e discutir com eles o
porquê de na nossa sociedade haver a necessidade de se criar uma lei
que defenda os idosos.
Discutir com eles o tema da música já trabalhada, a reportagem lida e
fazer uma reflexão sobre a realidade dos idosos da nossa comunidade.
Ressaltar a importância da valorização do idoso.
Promover espaço para que os alunos façam suas contribuições e
explorem seus conhecimentos sobre a temática.
Leitura de mais um conto
Conduzir previsões sobre a história a partir do título.
Após a leitura, confirmar ou não as hipóteses levantadas e debater sobre
a história ouvida.
Fazer a contextualização da leitura relacionando tema com o contexto
atual.
Espinha de peixe
Fernando Sabino
De repente Dona Carolina deixou cair o garfo e soltou um
grunhido. Todos se precipitaram para ela, abandonando seus lugares à
mesa: a filha, o genro, os netos:
- Que foi, mamãe?
- Dona Carolina, a senhora está sentindo alguma coisa?
- Fala conosco, vovó.
A velha, porém, só fazia arranhar a garganta com sons
estrangulados, a boca aberta, os olhos revirados para cima.
- Uma espinha - deixou escapar afinal, com esforço: -
Estou com uma espinha de peixe atravessada aqui.
Encontre o texto completo no endereço: <http://outros300.blogspot.
com.br/2013/01/licenca-para-contar-fernando-sabino.html>.acesso em 18.nov.20014
Fernando Sabino
Nascido em Belo Horizonte no dia 12 de outubro de 1923 o escritor e
cronista fica mais conhecido após a edição de O Encontro Marcado, que é lançada
em 1956, ganhando edições até no exterior, além de ser adaptada para o teatro. Ele
decide, em 1957, viver exclusivamente como escritor e jornalista depois de pedir
exoneração do cargo de escrivão. Inicia uma produção diária de crônicas para o
"Jornal do Brasil", escrevendo mensalmente também para a revista "Senhor". Em
1960, o escritor publica o livro "O Homem Nu" na Editora do Autor, fundada por ele,
Rubem Braga e Walter Acosta. Publica, em 1962, "A Mulher do Vizinho", que recebe
o Prêmio Chinaglia do Pen Club do Brasil.
É contratado, em 1964, durante o governo João Goulart, para exercer as
funções de Adido Cultural junto à Embaixada do Brasil em Londres.
Termina o romance "O Grande Mentecapto" em 1979, iniciado mais de 30
anos antes. A obra, que lhe rendeu o Prêmio Jabuti, acabaria sendo adaptada para
o cinema e o teatro anos depois.
Em julho de 1999, recebe da Academia Brasileira de Letras o prêmio
"Machado de Assis" pelo conjunto de sua obra.
Publica em 2004 o romance "Os Movimentos Simulados", da editora Record,
totalizando uma produção literária de mais de quatro dezenas de obras em 80 anos
de vida.
Um dia antes de completar 81 anos, morre no dia 11 de outubro de 2004.
Comentar a relação difícil que alguns familiares têm com os idosos, o
temperamento forte que alguns têm e o descaso que alguns sofrem.
1. Apesar da personagem principal do texto estar em um ambiente
totalmente diferente dos personagens do conto anterior, você acha que
ela teve a atenção merecida? Comente:
2. Você conhece ou já ouviu falar de alguém que acolhe o idoso em sua
casa (pais, sogros, tios...) e não o tratam como deveria? O que você
pensa sobre essa atitude?
3. Em contrapartida, você conhece ou já ouviu falar de famílias que cuidam,
se preocupam e o idoso os tratam mal? Comente:
4. Observe o trecho “Dona Carolina reclinou a cabeça para trás, abriu bem
a boca, e a dentadura superior se despregou. Constrangido, o moço
retirou-a com dedos delicados, deixou-a sorrindo sobre a toalha da
mesa”. Você acha que as palavras em destaque podem caracterizar nojo
e deboche para com a idosa? Qual sua opinião em relação a isso?
5. D. Carolina é tratada pelo genro como uma velha histérica. Comente
sobre isso:
6. Percebemos, no conto, que apesar da personagem viver com uma
grande família, só consegue ser ouvida por um velho amigo. Isso mostra
que muitos não dão voz aos mais velhos. E você, costuma dar atenção
aos idosos? Por quê?
Leia agora um conto em que um idoso, vítima de deboche, resolve dar uma
lição em seus familiares:
Ilustrado por Ana Vitoria Marcondes de Souza /2014
O Bisavô e a Dentadura
Sylvia Orthof
Eu ouvi esta história de uma amiga, que disse que isso
aconteceu, de verdade, em Montes Claros, Minas Gerais. Para
contar a história, é preciso imaginar uma velha fazenda
antiga. Dentro da fazenda, uma vetusta (socorro, que
palavrão!) mesa colonial, muito comprida, de jacarandá,
naturalmente. Em volta da mesa, uma família mineira. Por
cima da mesa, tudo que mineiro tem direito para um bom
almoço: tutu, carne de porco, lingüiça, feijão-tropeiro,
torresminho, couve cortada bem fina... e eu nem posso
descrever mais, porque já estou com excesso de peso, só de
pensar: hum, que delícia!
Disponível em: <http://escolawrcalil.blogspot. com.br/2012/11/o-bisavo-e-dentadura-
sylvia-orthof.html>. Acesso em: 18 out. 2014
Refletindo sobre os textos:
1. Pudemos observar nos dois contos que a relação familiar no que diz
respeito ao convívio com o idoso, às vezes, se mostra complicada. O que
poderíamos observar de inadequado nas atitudes das duas famílias em
cada conto?
2. Há, em cada um dos contos, alguma atitude por parte das personagens
idosas que merece ser criticada? Por quê?
3. Dona Carolina e seu Arquimedes são velhos diferentes. Como você
descreveria cada um deles? Quem parece mais amargurado?
Possíveis reflexões...
Nos dois textos, podemos perceber algumas características comuns na
relação familiar com o idoso. De um lado o sentimento de superioridade que às
vezes os mais jovens nutrem por eles. De outro o quanto alguns idosos se tornam
pessoas amarguradas e de difícil convivência. Devemos entender que na relação
familiar deve haver uma troca de respeito entre as gerações cabendo aos mais
novos com paciência e sabedoria tentar driblar as diversas situações que surgem na
convivência diária. Que não sejam guiados por sentimento que lhes dão o direito de
humilhar, e praticar bulling com quem apenas cometeu o “crime” de viver, viver muito
e não morrer antes de chegar as rugas, as dores e as limitações que o corpo lhes
impõe. Fica esquecido que com a velhice, os sofrimentos e as carências da idade
vêm também a sabedoria, a vivência, o aprendizado e a experiência de vida.
Lembremos que nossos idosos representam uma inesgotável fonte de sabedoria a
ser explorada pelas novas gerações. E que acima de tudo possamos saber respeitá-
los e amá-los.
PARTE III (6 AULAS)
À procura de contadores de histórias e formando o grupo
“Apoena” (aquele que enxerga longe)
Falar com os alunos sobre a formação do grupo de contadores de
histórias e pedir para que na aula seguinte cada aluno traga um idoso
(avô, tio, vizinho, amigo...) com uma história selecionada para contar para
os colegas.
Eleger na turma dois ou três alunos para serem moderadores antes e
após cada história a fim de promover o debate e a utilização das
estratégias de leituras trabalhadas.
Promover a roda de conto com a participação dos idosos com espaço
pré-organizado na biblioteca.
Discutir sobre as temáticas abordadas nos contos e a importância delas
em nossas vidas.
Após a contação deixar o convite aberto para que os participantes que se
interessarem façam parte do grupo de contadores da escola.
Estender o convite para o grupo da terceira idade.
Selecionar dentre os contos lidos e ouvidos, um corpus para ser
apresentado aos alunos do sexto ano do Colégio Estadual Aníbal Khury.
Promover a roda de histórias na escola Municipal Pequeno Príncipe.
Com o auxílio do CRAS e da Secretaria Municipal de Educação montar o
grupo Apoena, que contará com a ajuda de idosos, que juntamente com os alunos
interessados darão continuidade ao trabalho promovendo a leitura e a roda de
histórias nas séries iniciais do ensino fundamental.
O grupo Apoena se reunirá mensalmente em contra turno no Colégio
estadual Aníbal Khury para ler e debater histórias realizando a contação
nas séries iniciais em dias e horários pré-estabelecidos pelo Cras e
secretaria Municipal de educação.
Os alunos participantes do grupo deverão entregar na escola documento
por escrito, assinado pelos pais, autorizando à participação no grupo e às
visitas às escolas municipais, que serão sempre acompanhadas por
membros do grupo da terceira idade e por um professor ou funcionário da
escola.
Esperamos que estas práticas de leitura possam contribuir para que sejam
reforçados os laços de respeito e confiança entre as diferentes gerações. Além, é
claro, de criar condições para que a leitura seja vivenciada e possa tornar-se um
hábito entre nossos alunos.
REFERÊNCIAS:
ANTUNES, I. Aula de português: encontro & interação. São Paulo: Parábola, 2003.
ORLANDI, E. P. Discurso e leitura. São Paulo: Cortez; Campinas, SP: Edit.
da UNICAMP, 1988. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de
Língua Portuguesa para a Educação Básica, 2008.
Sollé, Isabel. Estratégias de Leitura. /Isabel Solé; trad. /Cláudia Schilling - 6.ed. – Porto Alegre: Artmed,1998.
https://www.youtube.com/watch?v=A0_STXPaNz0 Acesso em: 26 set. 2014.
<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=19003>.
Acesso em: 29 set. 2014.
<http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/bruxas-nao-existem-
689866.shtml>. Acesso em: 29 set. 2014.
<http://www.releituras.com/daltontrevisan_doisvelhinhos.asp>. Acesso em:
29 set. 2014
<http://meirelescecilia.blogspot.com.br/2008/02/retrato-cecilia-
meireles.html>. Acesso em: 17 nov. 2014
<http://www.bahianoticias.com.br/artigo/665-a-populacao-idosa-e-a-
ineficiencia-dos-mecanismos-de-protecao. Html>. Acesso em: 18 nov. 2014.
<http://www.jcorreiodopovo.com.br/exibenoticia.php?id=violencia-contra-
idoso-cresce-75-no-parana-em-2013>. Acesso em: 18 nov. 2014.
<http://www.jcorreiodopovo.com.br/exibenoticia.php?id=violencia-contra-
idoso-cresce-75-no-parana-em-2013>. Acesso em: 18 nov. 2014.
<http://www.youtube.com/watch?v=kvRoU6U6_EU>. acesso em
18.nov.20014
:<http://outros300.blogspot.com.br/2013/01/licenca-para-contar-fernando-
sabino.html>.acesso em 18.nov.20014
<http://escolawrcalil.blogspot.com.br/2012/11/o-bisavo-e-dentadura-sylvia-
orthof.html>. Acesso em: 18 out. 2014