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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

Ficha de Identificação – Artigo Final Professor PDE/2013

Título: A Escrita da Língua Portuguesa na Educação do Surdo

Autor Eliane Beatriz de Freitas

Escola de Atuação Colégio Estadual Ary Borba Carneiro - EFMP

Município da Escola Cândido de Abreu

Núcleo Regional de Educação

Ivaiporã

Professor Orientador André Luis Onório Coneglian

Instituição de Ensino Superior

Universidade Estadual de Londrina

Disciplina/Área de ingresso no PDE

Educação Especial

Resumo Este trabalho é o relato de atividades desenvolvidas no projeto de implementação do PDE 2013. Considerando que a escola é um espaço privilegiados para todos e que esta venha contribuir também com os alunos com necessidades educativas Especiais(NEE) os quais apresentam maiores limitações e a grande dificuldade dos professores principalmente os de Língua Portuguesa é ensinar a leitura e a escrita da Língua Portuguesa para o aluno surdo. Diante desta perspectiva é que o presente trabalho traz um estudo focado na educação dos alunos com necessidades Educativas Especiais (NEE), principalmente do aluno surdo o qual devemos ensinar a Língua Portuguesa (L2) preservando a sua língua materna,Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).Tomamos como ponto de partida as questões que sentiam maior dificuldades conforme encontram-se descritas no projeto de Implementação, que durante os grupos de estudos foram estudados,discutidos,vários temas e textos, apoiados também nas tecnologias da Informação e Comunicação TICs como uma aliada no ensino e aprendizagem, sempre dando ênfase ao aluno surdo o qual considera-se como sua maior via de aprendizagem o visual. Sentimos fundamental a aplicação destes recursos e metodologias na contribuição para um ensino com qualidade.

A Escrita da Língua Portuguesa na Educação do Surdo

Eliane Beatriz de Freitas¹

André Luis Onório Coneglian²

RESUMO

Este trabalho é o relato de atividades desenvolvidas no projeto de

implementação do PDE 2013. Considerando que a escola é um espaço

privilegiados para todos e que esta venha contribuir também com os alunos

com necessidades educativas Especiais(NEE) os quais apresentam maiores

limitações e a grande dificuldade dos professores principalmente os de Língua

Portuguesa é ensinar a leitura e a escrita da Língua Portuguesa para o aluno

surdo. Diante desta perspectiva é que o presente trabalho traz um estudo

focado na educação dos alunos com necessidades Educativas Especiais

(NEE), principalmente do aluno surdo o qual devemos ensinar a Língua

Portuguesa (L2) preservando a sua língua materna,Língua Brasileira de Sinais

(LIBRAS).Tomamos como ponto de partida as questões que sentiam maior

dificuldades conforme encontram-se descritas no projeto de Implementação,

que durante os grupos de estudos foram estudados,discutidos,vários temas e

textos, apoiados também nas tecnologias da Informação e Comunicação TICs

como uma aliada no ensino e aprendizagem, sempre dando ênfase ao aluno

surdo o qual considera-se como sua maior via de aprendizagem o visual.

Sentimos fundamental a aplicação destes recursos e metodologias na

contribuição para um ensino com qualidade.

Palavras-Chave: Surdo - Escrita - Libras - Língua Portuguesa.

INTRODUÇÃO

Este artigo relata os resultados dos encontros, dos grupos de estudos

realizados com os professores de Língua Portuguesa apoiando-se nos

referenciais teóricos e nas Tecnologias da Informação e Comunicação TICs,

levando à compreensão do ensino da leitura e escrita da Língua Portuguesa

mediada pela Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), a qual na prática

pedagógica torna-se um veículo fundamental entre o ensinar e aprender.Nossa

escola é reconhecida pela sociedade e órgãos afins como preocupada em dar

oportunidade de acesso, permanência e de aprendizagem a todos que nela se

encontram. Desta forma o material produzido e desenvolvido venho contribuir

para o enriquecer o conhecimento teórico e as metodologias que poderão

facilitar o ensino e aprendizagem da Língua Portuguesa, preservando e

valorizando a LIBRAS como língua materna do surdo, auxiliando no

desenvolvimento dos alunos NEE, em uma escola inclusiva.

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DO SURDO

Por meio da história dos surdos nota-se várias conquistas significativas

socioculturais e educacionais, mas ainda há um grande caminho para

percorrer.

É evidente que alguém que não se enquadra no padrão social e historicamente considerado normal, […] acaba se tornando um empecilho, peso morto, fato que o leva a ser relegado, abandonado, sem que isso cause os chamados sentimentos de culpa, característicos da nossa fase histórica. […] ‘quem não tem competência não se estabelece’. Isto é, não há uma teorização, uma busca por causas, havia simplesmente uma espécie de seleção natural: os mais fortes sobrevivem. (BIANCHETTI; FREIRE, 2002, p. 28).

Observa-se que, as pessoas excluídas eram as que cumpriam tarefas

corporais, aqueles que possuíam qualquer deformidade eram exterminados,

julgados não merecedores do direito a vida.

De acordo com Gaio (2006, p. 66), “segundo núcleo da civilização antiga

Roma, dá continuidade aos pensamentos gregos, na tarefa de construir uma

sociedade modelo para a época”. Surge neste período o pensamento

diferenciado de Platão, inaugurando a divisão do ser humano em corpo e

mente. Isto promove a exclusão das pessoas com deficiências pelo fato delas

serem consideradas incapazes mentais e ou corporalmente.

Na idade Média, com o advento do Cristianismo, a igreja católica detinha

o monopólio do conhecimento. Segundo Zoboli e Barreto (2006, p. 72), “Santo

Agostinho, São Tomas de Aquino e São Paulo cristianizaram a visão de cisão

corpo/mente pregadas pelos filósofos da antiguidade: Platão e Aristóteles. Essa

cristianização relacionou a Alma a Deus e o corpo a esfera do demônio, vindos

a vida por conta de carmas e culpas de seus pais ou familiares.

Veloso e Maia Filho (2009), declararam que, mesmo surgindo as Casas

de Misericórdia no final da Idade Média como lugar de acolhimento das

crianças abandonadas, o surdo era proibido de tomar comunhão, casar,

receber heranças, votar e dos demais direitos de cidadania isso tudo com leis.

Na Idade Moderna começa a pensar na capacidade do surdo de

aprender, mas que essa perspectiva torna-se maior na Espanha no século XVI

quando o monge beneditino Pedro Ponce de Leon tem a tarefa de ensinar os

filhos dos nobres a ler e escrever, como também “curá-los” e fazê-los falar com

remédios feitos a base de ervas (GOMES,2008). O método usado pelo monge

era o bi-manual, isto é, feito com as duas mãos, mas, que só podiam usar os

gestos na sala de aula, mesmo sendo descoberto esse método somente em

1986 nos arquivos históricos de Madri, Ponce é considerado na história o

primeiro professor de surdos.

Gomes (2008) afirma que no século XVII, o padre espanhol Juan Pablo

Bonet (1573-1633), utilizou a fala, os sons da letra, a estrutura gramatical e

fonética da escrita com o intuito de ensinar as crianças a ler e até falar sendo

atribuído a esse método o “oralismo”, considerando o registro da primeira

metodologia o qual utilizava os gestos, a leitura visual e depois a escrita na

educação do surdo.

Estranhamente, até pouco tempo, era atribuído a Bonet a invenção da linguagem de sinais, mas ele próprio, no prólogo de sua obra, relega o uso dos mesmos. Se não bastasse, ele também foi acusado de plagiar o método de Pedro Ponce de Leon, no entanto, seu antecessor, não se preocupou com nenhum aspecto da fala, apenas se restringiu a instruir a ler e escrever (GOMES, 2008, p. 13).

Segundo Veloso e Maia, (2009), a primeira escola de oralismo foi

fundado na Alemanha entre (1729-1790), pelo professor Samuel Heinicke, e

concomitantemente (1712-1789) na França o Abade Charles Michel L’ Èpee

também fundou a primeira escola pública do mundo para surdos o qual foi

muito reconhecido e respeitado pelos surdos, e neste período iniciou um

grande interesse financeiro para trabalhar com os filhos surdos das famílias

abastadas que pagavam fortunas para quem os ensinasse a falar, ler escrever.

L’ Èpée publicou o primeiro dicionário de sinais em 1789 sendo instituído o “Pai

dos surdos” com 21 escolas criadas na França e Europa para atender o surdo.

A EDUCAÇÃO DO SURDO NO BRASIL

No império, em 1854 o governo iniciou o atendimento às pessoas com

deficiência com a criação de duas instituições: Imperial Instituto dos Meninos

Cegos, atual Instituto Benjamin Constant (IBC) e, em 1857, a fundação do

Instituto Imperial dos Meninos Surdos-Mudos, atual Instituto Nacional da

Educação dos Surdos (INES), ambos no Rio de Janeiro.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº. 4.024/61 a

qual fundamenta o atendimento das pessoas com deficiência preferencialmente

no sistema geral de ensino.

Ainda buscando uma perspectiva interacionista, em 1973 o Ministério da

Educação e Cultura (MEC) cria o Centro Nacional de Educação Especial

(CENESP), responsável pela gerência da educação especial no Brasil. A

Constituição Federal de 1988 traz como um dos seus objetivos fundamentais,

“promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade

e quaisquer outras formas de discriminação” (Art. 3º, Inciso IV). Define, no

Artigo 205, a educação como um direito de todos, garantindo o pleno

desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o

trabalho. No Artigo 206, Inciso I, estabelece a “igualdade de condições de

acesso e permanência na escola”. No Artigo 208, Inciso II, atribui ao Poder

Público, o “atendimento educacional especializado aos portadores de

deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”.

A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº

9.394/96, no Artigo 59, diz que os sistemas de ensino devem assegurar aos

alunos currículo, métodos, recursos e organização específicos para atender as

suas necessidades; assegura a terminalidade específica aqueles que não

atingiram o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, quanto a sua

deficiência; a aceleração de estudos aos superdotados para conclusão do

programa escolar. Dentre outras prioridades, define a organização da

educação básica, a “possibilidade do avanço nos cursos e nas séries mediante

verificação do aprendizado” (Art. 24, Inciso V) e “[…] oportunidades

educacionais apropriadas, consideradas as características do aluno” conforme

o Art. 37.

Criada em 1988, a Carta Magna, reforça os dispositivos legais,

determinando que “os pais responsáveis têm a obrigação de matricular seus

filhos ou pupilos na rede regular de ensino”. Também, nessa década,

documentos como a Declaração Mundial de Educação para Todos (1990) e a

Declaração Salamanca (1994), passam a influenciar a formulação das políticas

públicas da educação inclusiva, dando seqüência ao Decreto nº3.298 e

regulamentado a Lei nº 7.853/89, ao dispor sobre a Política Nacional para a

Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, define a educação especial

como uma modalidade transversal a todos os níveis e modalidades de ensino,

enfatizando a atuação complementar da educação especial ao ensino regular.

Em relação às Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na

Educação Básica e a Resolução CNE/CEB nº 02/2001, no artigo 2º explicita

que os sistemas de ensino devem se organizar de forma que ofereçam a

matrícula a todos os alunos, inclusive os alunos com necessidades educativas

especiais, mantendo a qualidade da educação, (MEC/SEESP, 2001). Com a

expectativa de estruturar as Diretrizes nacionais para a educação especial, o

Conselho Nacional de Educação traz o CNE/CEB nº 17/2001 e a Resolução

CNE/CEB nº. 02, de 11 de Setembro de 2001, que obriga os sistemas de

ensino a matricular todos os educandos com necessidades educacionais

especiais, citando no seu artigo 5º “educandos que apresentam dificuldades

acentuadas de aprendizagem, aqueles com facilidades de aprendizagem e

educando com dificuldades de comunicação e sinalização”.

Uma pesquisa feita pelo senso IBGE de 2010 e divulgada em 16 de

novembro de 2011 mostra a amostragem da deficiência auditiva no país a qual

constatou 9.722.163 pessoas que apresentavam deficiência auditiva, dessas

347.481 não conseguem ouvir de modo algum, já 1.799.885 tem grande

dificuldade mesmo usando aparelho auditivo e 7.574.797 apresentam alguma

dificuldade também com o uso do aparelho auditivo.

A Política Nacional da Educação (BRASIL, 1994) incentiva a utilização

da Libras, ensino e aprendizagem aos alunos surdos, sendo fortalecido com o

Plano Nacional de Educação no ano de 2000, tendo como meta a formação de

profissionais para atender aos educandos. Em abril de 2002 é sancionada a Lei

nº 10.436, que reconhece o estatuto lingüístico da Libras, como língua oficial

da comunidade surda, bem como tornar-se bilíngüe.

Outro avanço significativo foi a sanção do Decreto nº 5.626 de 22 de

dezembro de 2005 que regulamenta a Lei de nº 10.436 de 24 de abril de 2002,

que obriga as instituições de ensino oferecer em sua grade curricular nos

cursos de educação profissional e superior a disciplina de Libras, comentando

que o acesso a educação, o preparo para o trabalho e ao exercicio da

cidadania é um dos direitos, citado no artigo 205 da Constituição Federativa do

Brasil.

No ano de 2002 o poder público torna-se responsável em eliminar as

barreiras de comunicação e da acessibilidade com a Lei nº 10.098, assim como

o Conselho Nacional de Educação (CNE), abrange a educação especial nas

Diretrizes Nacionais da Educação Especial na Educação Básica assegurada

com a Resolução nº 02/2002.

Com essa resolução a educação especial passa a ser tratada como

modalidade escolar, nesse processo os recursos e serviços educacionais

passam a serem organizados de modo a atender no ensino comum também

educandos com necessidades especiais oferecendo condições e apoio

educacional garantindo o desenvolvimento das suas potencialidades em todas

as etapas, níveis e modalidades da educação básica.

Diante deste contexto temos a concepção de escola inclusiva onde

todos serão atendidos no ensino regular em classes comuns ou em Classes

Especiais independente das suas diferenças e ou dificuldades de

aprendizagem prevista também na Lei Federal nº 9.394 DE 20/11/96, Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB em seu Art.59 define as

condições a serem asseguradas aos educandos.

No Brasil devemos respeitar a Libras como a língua materna do surdo

(L1), a Língua Portuguesa como sua segunda língua (L2). Por isso faz-se

necessário conhecer as metodologias e recursos que possibilitem o ensino e

aprendizagem da (L2) de modo a preservar a sua língua.

PERCURSO DA EDUCAÇÃO DO SURDO NO CONTEXTO PARANAENSE

Diretrizes Curriculares da Educação Especial para a Construção de

Currículos Inclusivos da Secretaria de Estado do Paraná (2006) organiza uma

rede de apoio aos alunos com necessidades educacionais especiais, que

constitui um conjunto de serviços, ofertados pela escola e comunidade em

geral, para dar respostas educativas as dificuldades de aprendizagem

apresentadas pelos alunos com necessidades educacionais especiais.

Os serviços de apoio especializados se destinam ao atendimento de

alunos com necessidades especiais decorrentes das deficiências intelectual,

visual, física, neuromotora, surdez, das condutas típicas de síndromes e

quadros neurológicos psicológicos graves e psiquiátricos, das altas

habilidades/superlotação.

Por meio de oferta de recursos humanos, técnicos, tecnológicos, físicos,

materiais, os serviços de apoio pedagógico especializado devem ser realizados

no contexto de sala de aula, ou em contraturno, os quais tem por objetivo

possibilitar o acesso e a complementação do currículo comum ao aluno. São

também denominados serviços especializados, conforme previsto na legislação

(Resolução CNE/CEB nº 01/02 e Del. CEE 02/03), quando realizado em

classes especiais, ou em instituições especializadas da rede pública ou

conveniada.

Para que alunos com necessidades educativas especiais sejam

atendidos no ensino regular, a escola deve ter um currículo aberto e flexível,

assim como os serviços de apoio pedagógico especializado. Esses critérios

tornam-se essenciais para que o processo de ensino/aprendizagem tenha

resultado positivo.

Destacam-se também alguns serviços de apoio pedagógico

especializados ofertado pela Secretária de Educação do Estado do Paraná

(SEED), e do Departamento da Educação Especial (DEE), no contexto regular

de ensino como o profissional intérprete de Libras/Língua Portuguesa para

surdos, instrutor surdo de Libras, professor de apoio permanente para alunos

com deficiência física neuromotora, com graves comprometimentos na

comunicação e locomoção, sala de recursos para alunos com deficiência

intelectual, distúrbios de aprendizagem e altas habilidades e superlotação,

matriculas no Ensino Fundamental, Centro de Atendimento Especializado

(CAE), nas áreas da surdez e deficiência visual, Centro de Apoio Pedagógico

(CAP), para atendimento às pessoas com deficiência visual, classes de

educação bilíngüe para surdos, matriculados nos anos iniciais, denominados

Programa de Escolaridade Regular com Atendimento Especializado (PERAE),

classe especial para alunos com deficiência intelectual e condutas típicas,

escolas especiais, classes hospitalares e atendimento domiciliar.

Conforme as Diretrizes Curriculares da Educação Especial, para que o

aluno com necessidades educativas especiais desenvolvam a compreensão,

solidariedade, seu potencial humano e superem as atitudes de discriminação e

preconceito com o diferente, faz-se necessário que a família, profissionais da

educação, gestores das políticas públicas tenham um “novo olhar” para com

estes alunos, buscando práticas curriculares que possibilitem o seu

desenvolvimento intelectual e a socialização do conhecimento adquirido.

Tomando como ponto de partida as Diretrizes Curriculares, percebemos

que é urgente a inserção da tecnologia na nossa prática pedagógica, tendo em

vista que ela está fazendo parte do dia-a-dia das pessoas, a qual esta

avançando conforme nossa sociedade vai se modificando, e, atualmente tem

estado presente com muita intensidade a cada dia, seja no meio cultural,

econômico, trabalho, social e entretenimento, o que exige de nossos

profissionais da educação novos procedimentos metodológicos que

contemplem essas diferenças.

Podemos considerar que as TICs abrem espaço para discussão reflexão

diante das mais diversas situações do mundo em que vivemos, abrindo

caminho para atuar e agir no contexto social vigente.

Segundo Moran (2007), as TICs devem atuar como orientador nos

processos de significação e entendimento do mundo contemporâneo,

lembrando que o uso das tecnologias por si só não resolve todas as situações

pedagógicas.

Moran (2000), afirma que os profissionais da educação precisam utilizá-

las de forma que enriqueça sua prática pedagógica, identificando e filtrando as

contribuições que cada uma pode dar para o processo de ensino aprendizagem

que pretende desenvolver com seus alunos, como também fazer uso de uma

comunicação muldirecional, com a intencionalidade de atingir os objetivos

educacionais desejados, definindo claramente os pressupostos pedagógicos

para construção do conhecimento.

LÍNGUA PORTUGUESA COMO SEGUNDA LÍNGUA DO SURDO

Para Vygotsky (1991), na comunicação o indivíduo faz uso da linguagem

como meio natural que tem para se comunicar. Ela pode ser verbal: por meio

de palavras escritas ou pronunciadas ou não verbal: seja com gestos, imagens,

expressões, cores, sons, entre outros, podendo também fazer a combinação

das duas linguagens para se comunicar.Segundo Vygotsky (1991), o

pensamento e a linguagem agem separadamente até os dois anos de idade, a

partir daí o pensamento começa a se tornar verbal e a linguagem racional, que

durante o seu convívio a linguagem penetra no subconsciente constituindo o

pensamento da criança.

O significado básico das palavras apreendidas são o início da formação

de novos conceitos, que conforme sua história social é que o individuo se

desenvolve, sendo os fatores sociais e culturais que determinarão sua maneira

de pensar, e tendo a linguagem como ponto fundamental no processo do

desenvolvimento cognitivo, o qual é transmitido através de palavras e na

formação do pensamento e caráter do individuo, recurso este que faz o elo

entre pensamento e linguagem (VYGOTSKY, 1991).

Vygostky (1991) conceitua a “zona de desenvolvimento próximo” nas

funções e atividades em que o individua consegue desenvolver somente se

houver alguém para ajudá-lo ou orientá-lo, e que todo ser desenvolve seu

intelecto conforme a intelectualidade daqueles com os quais ele convive.

Para o ser humano ter a capacidade de produzir desenvolver e

compreender a língua e diversas manifestações, entre elas a música, pintura e

dança ele utiliza a linguagem. No entanto o que possibilidade a comunicação é

um conjunto de elementos organizados como: sons e gestos que é a língua,

podendo se manifestar de forma oral ou gestual como as Libras, ela surge em

sociedade como meio de comunicação.

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Buscando registros históricos encontra-se que no início do século XX

iniciava as novas tecnologias da comunicação e informação, e 1939 inicia no

Brasil o uso das tecnologias como o Instituto Universal Brasileiro com o ensino

á distância iniciado em 1941, e foi avançando conforme nossa sociedade foi se

modificando. Para Carvalho (2000), a remoção de barreiras é o ponto crucial na

educação inclusiva, e pensando nisso podemos encontrar nas tecnologias um

meio para que as pessoas com deficiência mostrem sua capacidade através da

expressão do sentimento, da percepção, a intuição do pensamento.

Com o aluno surdo as TICs podem aguçar a imaginação despertada

pela palavra, desenho, a escrita, a internet proporciona atividades e pesquisas

digitais relativas a educação, saúde, trabalho, indo além de uma significação

simbólica é uma forma de inserção social de descobrir, conhecer e fazer

leituras do mundo real. Portanto, para construir uma sociedade inclusiva

devemos tomar elemento básico as TICs na nossa prática educativa. A relação

do sujeito com o mundo é físico-fisiológica, onde temos uma visão significativa

e qualitativa.

O mundo percebido é qualitativo, significativo, estruturado e estamos nele como sujeitos ativos, isto é, damos as coisas percebidas novos sentidos e novos valores, pois as coisas fazem parte de nossa vida e nós interagimos com o mundo (CHAUÍ, 2003, p. 135).

O uso das TICs tem como finalidade facilitar a interação do surdo com

os meios midiáticos, criando e recriando diversas maneiras que possibilite a

ampliação do conhecimento com o mundo no qual ele se encontra.

Conforme as Diretrizes Curriculares da Educação Especial, para que o

aluno com necessidades educativas especiais desenvolvam a compreensão,

solidariedade, seu potencial humano e superem a atitudes de discriminação e

preconceito com o diferente, faz-se necessário que a família, profissionais da

educação, gestores das políticas públicas tenham um “novo olhar” para com

estes alunos, buscando práticas curriculares que possibilitem o seu

desenvolvimento intelectual e a socialização do conhecimento adquirido.

Tomando como ponto de partida as Diretrizes Curriculares, percebemos

que é urgente a inserção da tecnologia na nossa prática pedagógica, tendo em

vista que ela está fazendo parte do dia-a-dia das pessoas, a qual está

avançado conforme nossa sociedade vai se modificando, e, atualmente tem

estado presente com muita intensidade a cada dia, seja no meio cultural,

econômico, trabalho, social e entretenimento, o que exige de nossos

profissionais da educação novos procedimentos metodológicos que

contemplem essas diferenças . Moran (2008, p.04) afirma que:

As tecnologias são pontes que abrem a sala de aula para o mundo, que representam, medeiam o nosso conhecimento do mundo. São diferentes formas de representação da realidade, de forma abstrata ou concreta, mais estática ou dinâmica, mais linear ou paralela, mas todas elas, combinadas, integradas, que possibilitam uma melhor apreensão da realidade e o desenvolvimento de todas as potencialidades do educando, dos diferentes tipos de inteligência, habilidades e atitudes. Desse modo é difícil negar a importância do uso das tecnologias na escola.

Analisando este contexto, podemos considerar que as TICs são meios

facilitadores que abrem espaço para discutir e refletir diante das mais diversas

situações do mundo em que vivemos, abrindo caminho para atuar e agir no

contexto social vigente. Segundo Moran (2009), o professor deve atuar como

orientador dos processos de significação e entendimento do mundo

contemporâneo, lembrando que o uso das tecnologias por si só não resolve

todas as situações pedagógicas.

Os profissionais da educação principalmente aqueles que trabalham

com o aluno surdo precisam utilizá-las de forma que enriqueça sua prática

pedagógica, identificando e filtrando as contribuições que cada um pode dar

para o processo de ensino e aprendizagem que pretende desenvolver com o

aluno surdo, como também fazer uso de uma comunicação multidirecional, com

a intencionalidade de atingir os objetivos educacionais desejados, definindo

claramente os pressupostos pedagógicos para a construção do conhecimento.

DESENVOLVIMENTO

Para relatar as ações propostas para a inclusa de alunos com

necessidades Educativas Especiais (NEE), principalmente no ensino da Língua

Portuguesa na Educação do Surdo, identificando como umas das maiores

preocupação dos profissionais é quanto a necessidade de oferta de cursos de

capacitação da troca de experiências, de informações especialmente de

diferentes metodologias. Os grupos de estudos foram realizados em oito

encontros para aprofundamento de estudos teóricos,recursos e metodologias

relacionados ao ensino e a aprendizagem para a inclusão de alunos surdos no

ensino regular.Nos primeiros quatro encontros foi estudado sobre o percurso

da Educação Especial no Brasil e no Paraná ,discussão e reflexão sobre o

Atendimento Educacional Especializado, "Pessoa com Surdez",conhecer a

estrutura da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) ,reconhecer e praticar sinais,

as possíveis adaptações curriculares de pequeno e grande porte.Seguindo no

quinto, sexto e sétimo encontroo estudo e reflexão da importância das

Tecnologias da Informação e Comunicação TICs como um recurso no ensino,

nas crenças e preconceitos em torno da LIBRAS e da realidade da pessoa

surda bem como as possibilidades de utilizar os recursos tecnológicos na

prática pedagógica .No último encontro foi estudado , refletido e analisado

vários meios de elaborar uma Avaliação no Contexto, utilizando os meios

tecnológicos através de imagens, vídeos, propagandas outdoors, charges entre

outros .As contribuições feitas nos encontros foram muito valiosas

acrescentando conhecimentos que irão contribuir tanto para o crescimento

pessoal como profissional e acima de tudo o despertar para a pesquisa na

seleção e organização curricular a serem trabalhadas com os alunos com

Necessidades Educativas Especiais de modo prazeroso , acolhedor,

responsável e sem discriminação.

PERCURSO

Através deste gráfico, sociograma podemos observar a possibilidade de

podermos desenvolver práticas pedagógicas de maneira interligada,

contextualizada promovendo a interação entre todos saberes, o melhor

trabalhar a interdisciplinaridade.

Surdo

Visuais

Análise de textos

Procedimentos técnicos

Recursos tecnológicos

Ação/Fazer

Leitura de

imagens

Mediação

LIBRAS

Avaliação de

contexto

História/cultura

textos\Saberes

culturais

sociedade

Forma e

conteúdo

Linguagens

artísticas Elementos da visualidade

Diferentes

disciplinas

A Escrita da Língua

Portuguesa na Educação do

Surdo

TICs

Processos:

Ensinar/aprender

Interpretação

Observação

Processo da

escrita

Ação/olhar/ver

Reflexão/interpretação

Construção

DESEMPENHO DOS ENCONTROS

É muito importante sua opinião sobre o desempenho dos grupos de

estudos.Por gentileza, assinale na lista de opções o que pareceu mais

adequado para você. Não é necessário identificar-se.

1 -Os textos foram relevantes para o desenvolvimento da sua função?

( ) nada ( ) parcialmente ( ) totalmente

2 - Os temas foram apresentados de forma coerente e estruturada?

( ) nada ( ) parcialmente ( ) totalmente

3 - A metodologia aplicada foi adequada conforme os temas abordados?

( ) nada ( ) parcialmente ( ) totalmente

4 - Houve equilíbrio entre teoria e prática?

( ) nada ( ) parcialmente ( ) totalmente

5 - Os conteúdos os recursos e as metodologias trabalhadas nos

encontros proporcionaram aquisição de novos conhecimentos?

( ) nada ( ) parcialmente ( ) totalmente

6 - Os textos, vídeos, filmes foram adequados ao seu nível de

conhecimento?

( ) nada ( ) parcialmente ( ) totalmente

7 - Os assuntos abordados já eram de seu conhecimento?

( ) nada ( ) parcialmente ( ) totalmente

8 - O que foi discutido, refletido os encontros terá aplicação prática na

sua vida profissional?

( ) nada ( ) parcialmente ( ) totalmente

9 - Durante os estudos obteve orientação para trabalhar novas práticas

pedagógicas utilizando as TICs ?

Nesta avaliação somente a questão sete foi respondida na opção

parcialmente

SOCIALIZANDO - GTR

Na socialização do Projeto no GTR, é unânime os relatos a favor das

atividades desenvolvidas, na construção de uma metodologia que contribua

com o processo de aprendizagem. Verificou-se que é grande a preocupação

dos profissionais quanto ao ensino da Língua portuguesa para o aluno surdo e

que a necessidade de aprofundar os conhecimentos teóricos e práticos para

enriquecer as ações pedagógicas de forma que a inclusão aconteça com

qualidade, e, reconhecem que as Tecnologias da Informação e Comunicação

pode ser a grande aliada como recurso metodológicos na busca de um ensino

e aprendizagem almejado por todos.Pois a tecnologia faz parte do dia a dia de

nossos alunos surdos e não surdos.

CONSIDERAÇOES FINAIS:

As concepções pesquisadas são muito importantes para a reflexão e

aquisição de novos conhecimentos, tanto teóricos quanto práticos

Podemos reconhecer que o percurso relatado neste artigo é um caminho

possível na solução da problematização apresentada, seguindo os eixos que

norteiam a pesquisa como: Pesquisar, observar, utilizar recursos, novas

metodologias, interpretar e construir é eficiente na busca por novas

possibilidades de ensinar e aprender a leitura e escrita da Língua Portuguesa

para os alunos surdos sem anular a sua língua materna a LIBRAS. Na

utilização das TICs como nova ferramenta do mundo contemporâneo,

precisamos estar atentos na elaboração do plano docente e das nossas aulas

que, segundo José Manuel Moran (2000) precisamos filtrar e identificar as

contribuições que cada uma pode dar no desenvolvimento das atividades, bem

como, a intencionalidade de atingir o que desejamos deve estar claramente

definida. Desta forma devemos dispor dos meios tecnológicos para ampliar,

enriquecer nossa prática pedagógica que desperte e valorize as

potencialidades de cada aluno, tornando ambiente escolar um espaço de

exercício da cidadania e do conhecimento.

Precisamos também ter um novo olhar para a avaliação do processo de

ensino e aprendizagem do aluno surdo respeitando a sua estrutura lingüística

mas também proporcionar gradativamente meios de interação com a escrita da

Língua portuguesa que venha aproximar de maneira que o aluno surdo

entenda o que está escrito e se torne compreensível para o leitor a sua

mensagem.

SUGESTÃO

História da educação especial-evolução conceitual

http://www.youtube.com/watch?v=wNW19fSHq_o

som do silencio-a paixão por uma garota surda

http://www.youtube.com/watch?v=l61TAjdQIRs

REFERÊNCIAS

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