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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO.

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

GESTÃO DEMOCRÁTICA: POSSIBILIDADES E DESAFIOS

AMILTON MARKOVICZ

Trabalho final apresentado para apreciação e aprovação da professora-orientadora, Me. Rosângela Abreu do Prado Wolf, da Universidade Estadual do Centro-Oeste/UNICENTRO, campus de Guarapuava, como requisito parcial para conclusão do PDE- Programa de Desenvolvimento Educacional

GUARAPUAVA– PR

2015

GESTÃO DEMOCRÁTICA: POSSIBILIDADES E DESAFIOS

Amilton Markovicz 1

Rosângela Abreu do Prado Wolf2

RESUMO

O presente artigo refere-se a uma pesquisa realizada sobre o entendimento teórico e prático em contexto escolar acerca da gestão escolar. Por esta razão aponta subsídios sobre a prática da gestão democrática e suas implicações, com base nos estudos de Freire (2000), Lück (2007), Paro (2005). Neste sentido, o presente trabalho teve como objetivos principais promover a reflexão sobre as mudanças necessárias neste quadro, e indicar possíveis práticas gestoras de superação da superficialidade existente e promoção de uma unidade no trabalho escolar. Para tanto a metodologia de pesquisa foi de cunho qualitativo, e utilizou como instrumentos para coleta de dados em campo entrevistas, observações, questionário que ocorreram no Colégio Estadual Professor Amarílio, no município de Guarapuava-PR, com um grupo de 14 participantes, nos meses de março e abril de 2014, nas seguintes etapas: apresentação de vídeos; aplicação de questionário; textos para leituras; formação de grupos para realização de trabalhos; análise de dados de entrevistas e síntese de produções dos grupos. Todas as atividades realizadas em campo apresentaram a proposta da gestão democrática. Os resultados obtidos indicaram que todos os envolvidos na pesquisa consideram essa temática imprescindível, como também, que ela só será possível a partir da coletividade, onde todos juntos unam as forças para concretizar a mudança tão necessária no tocante a gestão da escola.

Palavras-chave: Gestão democrática; Participação; Autonomia; Escola Pública.

INTRODUÇÃO

Quando falamos em gestão democrática automaticamente muitos pensam

que seja a participação de todos no processo de tomada de decisões, ou seja, é o

que se pensa e se espera. Mas este entendimento é superficial, e se dá pela

facilidade que temos em aceitar como direito apenas de opinar, na maioria das

vezes, sem se comprometer com a realização ou consequências das decisões

tomadas. Em um contexto mais amplo, a gestão democrática busca a união e o

comprometimento de todos envolvidos no processo educacional, para juntos,

1Professor PDE 2013 formado em matemática. E-mail [email protected] Orientadora, lotada no Departamento de Pedagogia da Universidade Estadual do Centro-Oeste/UNICENTRO, com especializações em Supervisão Escolar e Educação Ambiental, mestrado em Linguística Aplicada pela UEM. Atualmente é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Educação pela PUC-PR. E-mail para contato: [email protected]

buscarem o que é melhor para a escola. O modelo adotado de administrar a escola

deve buscar na gestão democrática a transformação da realidade escolar, tendo

como referência o aluno.

O gestor escolar junto com as instâncias colegiadas são peças fundamentais

para que a gestão democrática aconteça de uma maneira mais efetiva. Não há mais

espaço para uma escola fragmentada, setores trabalhando de uma maneira isolada,

como que não fizessem parte do mesmo objetivo. Nesta realidade escolar,

precisamos compreender o que é uma gestão democrática e suas possibilidades, e

a partir deste entendimento buscar a transformação da realidade escolar.

Enfim, é perceptível a existência da falta de entendimento do que é uma

gestão democrática e suas implicações o que infelizmente acaba por prejudicar todo

o processo administrativo e pedagógico no contexto escolar.

1. GESTÃO DEMOCRÁTICA: POSSIBILIDADES E DESAFIOS

No dicionário novo Aurélio da língua portuguesa, século XXI (1999, p. 985), a

palavra gestão vem da palavra latina gestione e se refere ao ato de gerir, gerenciar,

e administrar. E a palavra democracia tem sua origem na palavra grega democratia

e significa governo do povo, soberania popular regime político baseado nos

princípios da soberania popular. Esses dois conceitos unidos estabelecem uma

proposta para administrar uma unidade escolar.

A implantação dessa proposta determinada pela lei 9394/96 em

conformidade com os princípios constitucionais de 1988. (LDB/96, p. 04) estabelece:

Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática de ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:

I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;

II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.

Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão ás unidades públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro público.

No final da década de 80, ocorre um grande avanço para a

desburocratização das escolas públicas no Brasil, a lei estabelece a autonomia das

escolas para a implantação da gestão democrática, através da descentralização do

poder. Podemos destacar dois avanços importantes contemplados na lei: A

implantação do Projeto Político Pedagógico, pelos profissionais da educação e o

fortalecimento dos órgãos colegiados. Embora prevista em lei a descentralização do

poder, através da gestão democrática, ainda precisamos avançar para sua

efetivação.

Falar de democracia ou gestão democrática em uma sociedade marcada

pela desigualdade social, não é algo fácil. Por outro lado, também, fazer com que ela

aconteça na sua plenitude talvez seja mais difícil ainda, e isto vai além do que a lei

estabelece. Conforme afirma Carone (1998, p. 174):

Nos sistemas sociais com regime político democrático, há uma forma de igualdade reconhecida nos textos constitucionais: a igualdade perante a lei, que afirma que todos os cidadãos são iguais, sem distinção de qualquer natureza, embora se afirme, concomitante mente, que as desigualdades sociais e regionais devem ser reduzidas pela ação do Estado, por meio da erradicação da pobreza e da marginalização. A igualdade é considerada um princípio formal da democracia, o que equivale a dizer que todos são iguais em direitos e obrigações estabelecidas nos termos constitucionais. No entanto, o seu caráter formal (não-substantivo) significa que a democracia deixa em aberto e não decidido o problema da estrutura concreta da sociedade, pela separação entre Estado e sociedade e pela garantia das liberdades civis. (Heller apud Carone, 1978.)

Não podemos negar que a igualdade perante a lei é um dos caminhos para a

democratização do país em sua plenitude, mas não o único. É muito pouco para um

país marcado pela desigualdade social, querer garantir a democracia apenas pela

igualdade prevista em lei, mais que garantir direitos, é necessário fazer com que

eles aconteçam. O Estado e a sociedade organizada devem promover políticas e

ações que visem à melhoria de vida dos menos favorecidos, buscando a

democratização social.

Contribuindo para este entendimento Freire (2000, p.48), afirma que não crê

“[...] na democracia puramente formal que “lava as mãos” em face das relações

entre quem pode e quem não pode porque já foi dito que “todos são iguais perante a

lei”. Mais do que dizer ou escrever isto, é preciso fazer isto.” No contexto escolar, a

democracia deve ser ponto de partida para uma administração, voltada para

qualidade de ensino, tendo como referência a autonomia das pessoas responsáveis

pela gestão de uma forma consciente. Procurando sempre administrar, não apenas

estabelecendo a garantia de direitos, mas superar está visão, ir além, procurando

sempre diminuir as desigualdades vivenciadas no país e também nas escolas, isso

será possível ou amenizado, com a participação de todos os envolvidos no processo

educacional, conforme afirma Lück (2007, p. 36 ):

Em linhas gerais, a lógica da gestão é orientada pelos princípios democráticos e é caracterizada pelo reconhecimento da importância da participação consciente e esclarecida das pessoas nas decisões sobre a orientação, organização e planejamento de seu trabalho e articulação das várias dimensões e dos vários desdobramento de seu processo de implementação.

Conforme evidenciou Lück, a necessidade de mudanças forçadas pela

globalização e uma nova visão de mercado de trabalho, estabelece novas formas de

administração. Não há mais lugar para a centralização do poder, buscar o trabalho

coletivo se faz necessário, surge uma nova concepção. Nesse sentido encontramos

também em Kuenzer (2001, p. 34) a seguinte opinião:

Como resposta às novas exigências de competitividade que marcam o mercado globalizado, exigindo cada vez mais qualidade com menor custo, a base técnica de produção fordista, que dominou o ciclo de crescimento das economias capitalistas no pós-guerra até o final dos anos 60, vai aos poucos sendo substituída por um processo de trabalho resultante de um novo paradigma tecnológico apoiado essencialmente na microeletrônica, cuja característica principal é a flexibilidade. Este movimento, embora não seja novo, uma vez que se constitui na intensificação do processo histórico de internacionalização da economia, reveste-se de novas características, posto que está assentado nas transformações tecnológicas de organização e gestão de trabalho.

Muito se fala em novas técnicas de administração e produção, organização e

qualidade nos dias atuais, o que é novo em pouco tempo já está desatualizado, a

busca de aperfeiçoamento e o uso de novas tecnologias são necessárias, o trabalho

coletivo, colocasse a frente do individual, não há espaço para a centralização do

poder, nada é definitivo, sempre está em evolução, criando um novo ciclo, ditado

pelo capitalismo, uma nova forma de gestão e formação para o trabalho se faz

necessário. Tudo isso parece fazer parte apenas da atualidade, mas observasse

este comportamento a partir do final dos anos 60.

Buscamos novamente em Lück (2007, p.33), a complementação para este

pensamento, quando afirma que:

As décadas finais do século XX marcaram o surgimento de uma revolução no pensamento administrativo, em vista do que o mundo atual é marcado pela emergência de novas estruturas organizacionais que são, significativamente, mais democráticas, criativas e, potencialmente, mais produtivas do que foram em qualquer estágio da história. A elevação da exigência do nível de educação da população, o desenvolvimento do espírito democrático e o crescente reconhecimento da interdependência entre os diferentes segmentos que constituem uma organização de trabalho, como também, no contexto global, têm promovido a percepção de que a chave para o sucesso no trabalho educacional está em se alcançar uma cooperação mais eficaz de gestão que supere o modelo centralizado, autocrático, controlador, cuja ênfase situa-se em regras de trabalho e na obediência. Nos dias atuais, os lideres eficazes de escolas concentram os seus esforços e energia em liberar o potencial escondido das escolas e das outras organizações com as quais mantêm relação e se associam, pela construção de equipes participativas.

Neste contexto a gestão democrática busca proporcionar a união da unidade

escolar e sua comunidade, em torno de si, na busca da qualidade de ensino. Com

uma nova proposta de administração escolar. Segundo Lück (2007, p. 15) “[...] a

institucionalização da democracia, associada ao aprimoramento da eficiência e da

qualidade da educação pública, tem sido uma força poderosa a estimular o processo

de mudanças na forma de gerir escolas no Brasil”.

A gestão democrática tem como princípios dois aspectos: a autonomia e a

participação parecem faltar ainda à apropriação destes conceitos no contexto

escolar, Paro (2005, p. 16) afirma que:

Aceitando-se que a gestão democrática deve implicar necessariamente a participação da comunidade, parece faltar ainda uma maior precisão no conceito de participação. A esse respeito, quando uso esse termo, estou preocupado, no limite, com a participação nas decisões. Isto não elimina, obviamente, a participação na execução; mas também não a tem como fim e sim como meio, quando necessário, para a participação propriamente dita, que é a partilha do poder, a participação na tomada de decisões. É importante ter sempre presente este aspecto para que não se tome a participação na execução como fim em si mesmo, quer como sucedâneo da participação nas decisões, quer como maneira de escamotear a ausência desta última no processo.

A gestão democrática escolar, só pode ser legitimada no coletivo, tendo como

princípios a participação e a autonomia das pessoas responsáveis pela sua

aplicação, quando se fala em participação devemos compreender, que não basta

estar presente apenas para dar credibilidade ao processo, de forma burocrática. É

necessária uma participação responsável, tanto na decisão como na execução, com

a atuação dos envolvidos, respeitando a sua autonomia.

Possivelmente a participação e autonomia não ocorram de imediato, pois

estamos habituados com uma administração centralizadora, sem nos envolvermos,

prática esta que não atende as necessidades atuais, mas deve ser incentivada para

que venha acontecer.

Para Lück (1996, p. 17) “[...] destacasse que o entendimento do conceito de

gestão já pressupõe, em si, a ideia de participação, isto é, do trabalho associado de

pessoas analisando situações, decidindo sobre seu encaminhamento e agindo sobre

elas, em conjunto”.

Para a prática da gestão democrática escolar e fundamental a participação de

toda a comunidade escolar e suas instâncias colegiadas, de forma autônoma e

responsável, previstas no Projeto Político Pedagógico (PPP).

Na Gestão democrática deve haver compreensão da administração escolar como atividade meio e reunião de esforços coletivos para o implemento dos fins da educação, assim como a compreensão e aceitação do princípio de que a educação é um processo de emancipação humana; que o Plano Político pedagógico (P.P.P.) deve ser elaborado através de construção coletiva e que além da formação deve haver o fortalecimento do Conselho Escolar.(PARANÁ. 2012, p. 25)

Nesta realidade o gestor escolar ou diretor é peça fundamental para que haja

a união de todos os envolvidos neste processo de democratização no interior da

escola em prol da melhoria da qualidade de ensino. Conforme afirma Lück (2009, p.

41) “[...] a gestão democrática ocorre na medida em que as práticas escolares sejam

orientadas por filosofias, valores, princípios e ideias consistentes, presentes na

mente e no coração das pessoas, determinando o seu modo de ser e de

fazer.” Sendo assim, o processo de democratização ou gestão democrática no

contexto escolar, não nasce pelo acaso, ela é fruto de um processo de debates,

decisão e implementação. Tem como referencial o coletivo da escola, todos são

responsável pela sua aplicação, o diretor escolar tem papel fundamental nesta

proposta de democratização, sendo o articulador desde processo de participação e

autonomia, colaborando e administrando propostas que visa à qualidade de ensino e

consequentemente o que é melhor para o aluno.

Também encontramos com Valerien (1993, p. 74) o relato que cada vez mais

“[...] são numerosos os incentivos dados ao diretor para que ele mesmo e sua escola

sejam os atores privilegiados no processo de mudança, na inovação educativa e no

desenvolvimento comunitário.” Embora não haja mais espaço para o autoritarismo e

a centralização do poder, ainda é possível encontrarmos diretores escolares com

estes procedimentos. As mudanças de pensamentos e consequentemente de

atitudes ocorrem com o tempo, tendo como princípio a evolução e o conhecimento, a

gestão democrática tem sua legitimação no coletivo, e o diretor escolar, tem papel

fundamental, para a implantação desta proposta, criando assim uma contradição.

Sobre essa questão Paro (2005, p.11) faz a seguinte colocação:

O que nós temos hoje é um sistema hierárquico que pretensamente coloca todo o poder nas mãos do diretor. Não é possível falar das estratégias para se transformar o sistema de autoridade no interior da escola, em direção a uma efetiva participação de seus diversos setores, sem levar em conta a dupla contradição que vive o diretor de escola hoje. Esse diretor, por um lado, é considerado a autoridade máxima no interior da escola, e isso, pretensamente, lhe daria um grande poder e autonomia; mas , por outro lado, ele acaba se constituindo, de fato, em virtude de sua condição de responsável último pelo cumprimento da Lei e da Ordem na escola, em mero preposto de Estado.

Esta visão talvez se de pelo fato de alguns diretores terem ainda um modelo

de administração, voltada para centralização do poder, não querendo ou não

buscando mudanças. O diretor escolar tem por natureza o respeito e a confiança de

sua comunidade escolar, legitimados pelo processo de eleições para diretor, a sua

autoridade estabelecida pelo Estado (não confundir com autoritarismo) embora seja

contraditória pode e deve servir de ferramenta ou meio para a descentralização do

poder e consequentemente a efetivação de uma gestão democrática. Isso ocorrerá à

medida que ele consiga estabelecer a participação e autonomia de forma

responsável das instâncias colegiadas. Conforme relata Lück (2009, p. 66):

Um órgão colegiado escolar constitui-se em um mecanismo de gestão da escola que tem por objetivo auxiliar na tomada de decisão em todas as suas áreas de atuação, procurando diferentes meios para se alcançar o objetivo de ajudar o estabelecimento de ensino, em todos os seus aspectos, pela participação de modo interativo de pais, professores e funcionários. Em sua atuação, cabe-lhe resgatar valores e cultura, considerando aspectos socioeconômicos, de modo a contribuir para que os alunos sejam atendidos em suas necessidades educacionais, de forma global.

Parece faltar ainda no interior da escola o entendimento do que seja uma

gestão democrática, que pressupõem o trabalho coletivo, a participação, a

descentralização do poder, estes conceitos fazem parte do ambiente escolar, mas

que talvez não sejam vivenciados em sua, plenitude conforme destaca Lück (2008,

p. 57):

A participação constitui uma forma significativa de, ao promover maior aproximação entre os membros da escola, reduzir desigualdades entre eles. Portanto, está centrada na busca de formas mais democráticas de gerir uma unidade social. Define-se, pois, a gestão democrática como o processo em que se criam condições para que os membros de uma coletividade não apenas tomem parte, de forma regular e contínua, de suas decisões mais importantes, mas assumam responsabilidade por sua implementação. Isso porque democracia pressupõe muito mais que tomar decisões: envolve a consciência de construção do conjunto da unidade social e de seu processo de melhoria contínua como um todo.

O grande desafio da gestão democrática talvez seja fazer com que a

comunidade escolar, através de suas representações, esteja envolvida neste

processo, de ajudar a administrar a escola, de uma forma realmente participativa e

responsável, buscando na qualidade de ensino a melhoria do aluno.

Nessa perspectiva encontramos em Freire (2000, p. 98), quando destaca que:

Se é possível obter água cavando o chão, se é possível enfeitar a casa, se é possível crer desta ou daquela forma, se é possível nos defender do frio ou do calor, se é possível desviar leitos de rios, fazer barragens, se é possível mudar o mundo que não fizemos, o da natureza, por que não mudar o mundo que fazemos, o da cultura, o da história, o da política?

As mudanças ocorrem no momento em que se dedicamos para que elas

aconteçam, infelizmente nem sempre estamos dispostos a mudar o que não nos

agrada.

Uma escola aonde todos tenham participação e autonomia na administração,

buscando a democratização e a qualidade de ensino, parece ser algo distante quase

que impossíveis devido às dificuldades encontradas, e muitas vezes, aceitamos

como verdadeira essa afirmação, não buscando a mudança dessa realidade, por

não acreditar na possibilidade de mudança.

Acreditar que é possível, e mais que isso, trabalhar de uma forma coletiva e

organizada, buscando a conscientização dos envolvidos no processo de

democratização, certamente a mudança ocorrerá. A seguir apresentaremos a

metodologia de nossa pesquisa e as etapas realizadas em campo.

2. METODOLOGIA APLICADA

A implementação foi desenvolvida no Colégio Estadual Professor Amarílio

E.F.M., da cidade de Guarapuava - Paraná, vinculada ao Núcleo Regional de

Educação de Guarapuava. E será ofertado para diretor, diretor - auxiliar, pedagogos,

professores, funcionários, alunos e pais do referido colégio. Essa intervenção teve

como proposta a efetivação da gestão democrática, no intuito de descentralizar as

ações e promover a participação e a autonomia dos envolvidos, tendo como

legitimadores deste processo o gestor escolar e as instâncias colegiadas, através de

suas representações. Para tanto foi utilizada uma sala de aula e o laboratório de

informática, e o horário a ser utilizado foi discutido pelo grupo. Os encontros foram

semanais e organizados da seguinte forma: sete encontros de 4 horas cada,

totalizando 28 horas presenciais mais 4 horas para atividades de estudos, pesquisas

e conclusão de trabalhos em modalidade à distância-EaD, totalizando 32 horas. O

período utilizado para a implementação foram os meses de março e abril de 2014,

com a certificação dos participantes fornecida pela Universidade Estadual do Centro-

Oeste - UNICENTRO, campus de Guarapuava - PR.

Esta unidade temática contemplou as atividades previstas e descritas visando

subsidiar um referencial teórico, para ampliar o conhecimento dos envolvidos no

contexto escolar, e possuiu a seguinte organização: apresentação e convite para

participação da implementação; entrevistas com diretores de escola estadual do

município; vídeos motivacionais; questionário (de pesquisa qualitativa), visando

confrontar dados de conhecimento; textos para leitura; formação de grupos de

trabalho; análise de dados da entrevista e síntese produzida pelos grupos. Dentre os

recursos físicos utilizados destacamos: sala de aula, laboratório de informática,

multimídia; textos e livros para pesquisa bibliográfica.

As atividades organizadas tiveram um plano de ação com a apresentação da

proposta de intervenção pedagógica para a escola, durante a semana pedagógica

de início do ano letivo de 2014, tendo como enfoque principal o convite para a

participação dos mesmos para os encontros de implementação. Neste momento

ressaltamos sobre a importância da temática de estudo, e enfatizamos a

contribuição que cada um poderia prestar para a efetivação de uma gestão

democrática.

Neste período entramos em contato com diretores de escolas estaduais, no

intuito de entrevistá-los e convidá-los a participarem dos encontros do grupo de

trabalho, para que assim pudessem também contribuir para a ampliação do

conhecimento sobre o tema de estudo, tendo como ponto de partida a relevante

experiência que os mesmos possuem.

O primeiro encontro ocorreu na primeira semana do mês de março com as

seguintes atividades: apresentação da proposta de implementação, informando os

horários, datas e demais informações necessárias; aplicação de um questionário

tendo como objetivo principal, verificar qual era naquele momento o conhecimento

que o grupo tinha sobre o tema de estudo; apresentação de vídeo motivacional

enfocando a importância do trabalho coletivo; leitura e socialização de texto

abordando o conceito de democracia.

Logo após os participantes responderam o questionário, tendo como objetivo

principal verificar o conhecimento que os mesmos possuíam em relação ao tema

estudado. Também trabalhamos textos e vídeo, tendo como enfoque principal a

necessidade do trabalho coletivo, abrindo neste momento para os participantes

relatarem o que chamou atenção no vídeo. Alguns relatos evidenciaram o quanto

eles consideravam importante cada um fazer a sua parte, da melhor maneira

possível em prol do coletivo, e que não é possível termos uma democracia ‘formal’

que garanta apenas o que é de direito.

Observou-se neste encontro o conhecimento superficial dos participantes,

com base no senso comum a respeito do tema estudado, limitando-se a conceituar

democracia apenas como direito de opinar, não mencionado a participação e a

responsabilidade na execução como conceitos importantes para efetivação da

gestão democrática. O motivo principal da elaboração deste trabalho foi justamente

verificar no dia a dia escolar e a falta de um estudo mais aprofundado sobre o tema.

O segundo encontro ocorreu na segunda semana do mês de março, com as

seguintes atividades: leitura de texto sobre o histórico da gestão democrática no

Brasil; pesquisa na internet sobre o que a lei contempla a respeito da gestão

democrática no Brasil; formação de grupos; síntese do material estudado e

socialização. O objetivo principal deste encontro foi buscar informações através de

leituras de textos, sobre como inicio a gestão democrática no Brasil. Houve relatos

de alguns participantes que embora a gestão democrática já esteja contemplada em

lei a um bom tempo, ainda não se efetivou, o fato de estar descrita na L.D.B, não

garante a sua efetivação na escola. Notou-se neste encontro que os participantes

estavam mais seguros em relação ao primeiro encontro, e pudemos também avaliar

de uma maneira positiva este encontro em relação ao primeiro, pois houve uma

participação mais efetiva de todos, e também um interesse maior em aprofundar-se

no tema estudado.

O terceiro encontro ocorreu na terceira semana do mês de março, com

objetivo principal de mostrar as dificuldades que um gestor escolar encontra para

administrar. As atividades realizadas foram as seguintes: mesa redonda com

diretores convidados para compartilhar experiências de gestão; participação dos

cursistas, para perguntas ou contribuições através de relatos.

As palestras com diretores de outros estabelecimentos de ensino foram

enriquecedoras, pois pudemos comparar realidades diferentes e perceber que ainda

não há um entendimento pleno sobre o conceito de gestão democrática. Por esta

razão este encontro foi bastante proveitoso, para conhecermos sobre o dia a dia de

outras escolas.

Alguns diretores puderam relatar suas dificuldades em relação à participação

da comunidade escolar, as dificuldades impostas pelo governo, a falta de recursos

financeiros, espaço físico inadequados, etc. Os cursistas puderam perceber como na

maioria das vezes o gestor torna-se centralizador, não conseguindo delegar funções

no sentido de ter uma administração participativa.

A partir dos relatos dos diretores percebemos que embota haja uma

legislação que garante uma gestão democrática, compreendemos que na maioria

das vezes o diretor acaba se responsabilizando e assumindo sozinha a

responsabilidade pela administração do colégio.

O quarto encontro ocorreu na quarta semana do mês de março com as

seguintes atividades: formação de grupos; leitura e síntese de textos, tendo como

tema a participação das instâncias colegiadas na proposta de implementação de

uma gestão democrática; espaço para a socialização de experiências.

Estudamos neste encontro a importância das instâncias colegiadas na

efetivação da gestão democrática. Verificamos a importância da participação do

Conselho Escolar, A.P.M.F. Grêmio Estudantil, Conselho de Classe. Neste encontro

concluímos por meio dos estudos dos textos, que mesmo com a importância das

instâncias colegiadas em modelos democráticos e suas prerrogativas, mesmo

assim, não é tão simples a efetivação do modelo de gestão democrática, pois exige

muito da direção da escola e dos participantes para a autonomia destas instâncias.

O quinto encontro ocorreu na primeira semana do mês de abril, com o

objetivo principal de mostrar que apenas o direito de opinar não caracteriza uma

gestão democrática, pois a participação a autonomia e a responsabilidade na

execução são fundamentais para sua efetivação. Neste encontro foram realizadas

as seguintes atividades: formação de grupos; leitura e síntese de textos, que relatam

a importância da participação e autonomia, na proposta de uma gestão democrática;

espaço para socialização de experiências.

Concluímos neste encontro que apenas falar em democracia, não torna a

escola democrática, e que ela se tornará democrática quando os seus responsáveis,

independente de funções, participarem e tenham autonomia para administrar o

colégio, dentro da responsabilidade que compete a cada um. Essa autonomia deve

ser entendida como a condição que as pessoas têm em decidir os seus caminhos a

percorrer.

O sexto encontro ocorreu na segunda semana do mês de abril com o objetivo

principal de mostrar alguns problemas vivenciados na escola, os quais parecem de

fácil resolução, mas que nem sempre assim o são, pois envolve situações mais

complexas. As atividades realizadas foram as seguintes: formação de grupos para

leitura e análise de vídeos e de situações problemas ocorridos em alguns colégios.

Esses grupos deveriam criar soluções para buscar resolver estes problemas, tendo

como referência a proposta de gestão democrática, e essas soluções foram

socializadas.

Neste encontro estudamos as dificuldades vivenciadas no dia a dia do

colégio, como a indisciplina, a repetência, a evasão, a falta de recursos financeiros e

estruturais, entre outros. Verificamos que opinar quando estamos de fora do

problema é mais fácil, pois não requer responsabilidade na execução, mas estar

comprometido com o problema e buscar possíveis soluções respeitando o que diz a

lei, nem sempre e tão simples.

O sétimo encontro que ocorreu na terceira semana do mês de abril,

foi realizado com as seguintes atividades vídeo mostrando a importância da união

para buscar um trabalho de qualidade; socialização da pesquisa e síntese feita pelos

participantes, sobre o que relata o P.P.P. de algumas escolas da rede estadual de

ensino sobre gestão democrática; aplicação do mesmo questionário do primeiro

encontro, com o objetivo de comparar dados, da evolução de conhecimento

adquirida ao longo da implementação; aplicação de uma avaliação, com o objetivo

de verificar a proposta de implementação na sua execução; encerramento.

Os participantes da implementação tiveram nos meses de março e abril

quatro horas para pesquisar e fazer síntese sobre o que o projeto político

pedagógico de algumas escolas da rede estadual de ensino, contemplavam com

relação a gestão democrática.

Houve neste encontro o encerramento da implementação um estudo sobre o

P.P.P. de algumas escolas, o qual nos possibilitou concluir que embora a escola

seja feita de pessoas, o P.P.P. se faz importante no sentido de garantir uma

proposta de efetivação da gestão democrática, pois é ele que define para aonde a

escola deve prosseguir e de que forma garantirá uma escola de qualidade.

Verificamos ainda uma mudança na maneira de pensar o conceito de gestão

democrática, pois os conhecimentos evoluíram ao longo deste período de estudo.

notória a falta de um conhecimento cientifico a respeito do tema, antes dos

encontros predominava o senso comum, hoje possuímos embora pequeno um

conhecimento mais aprofundado, e os encontros contribuíram para este ganho.

3. Resultado das implementações

A proposta de implementação do trabalho foi realizada nas dependências do

Colégio Estadual Professor Amarílio, tendo como principal objetivo proporcionar o

entendimento aos professores, pais e funcionários do conceito de gestão

democrática, com o intuito de estimular a adesão e a ação dos mesmos para esse

tipo de administração.

Reafirmamos aqui que acreditamos que na maioria dos casos o conhecimento

sobre esse tema infelizmente ainda é superficial, isso porque a democracia é vista

apenas como direito, o que é muito pouco. Freire (2000, p. 48), afirma que não crê

“[...] na democracia puramente formal que “lava as mãos” em face das relações

entre quem pode e quem não pode porque já foi dito que “todos são iguais perante a

lei”.

O trabalho realizado ocorreu com um grupo de 12 participantes, e teve como

principal fonte de informações para verificar o conhecimento que cada integrante

possuía a respeito do tema de estudo, um questionário, conceituando conhecimento

sobre gestão democrática.

O questionário era composto por 10 questões, das quais três chamaram mais

atenção, por fornecerem dados mais precisos sobre o assunto. A seguir

apresentamos as questões do questionário: 1) Você possui algum conhecimento

sobre o conceito de gestão democrática? : 2) Como você entende o conceito de

gestão democrática?: 3) Qual é o papel que as instâncias colegiadas ocupam no

processo de efetivação da gestão democrática?. Essas questões objetivaram obter

um diagnóstico mais preciso em torno do grupo de participantes.

Em relação à primeira pergunta, que buscava levantar se havia algum

conhecimento sobre o conceito de gestão democrática, todos responderam que já

tinham algum conhecimento, na maioria dos casos através de cursos.

Na segunda pergunta, sobre o entendimento em torno do conceito de gestão

democrática, a maioria dos participantes deu respostas confusas, que demonstraram

pouco conhecimento em relação ao tema, conforme podemos observar nas

respostas de alguns participantes.

Para o participante 1 “para algumas vezes ocorre e, portanto em algumas

escolas isso é efetivo, mas existem outras que não tem essa preocupação com

trabalho para a gestão democrática”. Em outra resposta, do participante 2, o mesmo

responde que “é um trabalho em conjunto, em prol do pedagógico, onde o aluno e o

aprendizado são alvo principal”. Já o participante 3 responde “que todos trabalham

unidos e tem direito de opiniões”.

A resposta à terceira pergunta, sobre o papel que as instâncias colegiadas

ocupam no processo de efetivação da gestão democrática, também demonstrou

pouco conhecimento pelos participantes, conforme as respostas dadas: “eu entendo

que sim mas ainda não atuam como esperado” (participante 4). Outra resposta, do

participante 5, “todas as instâncias que há dentro do colégio contribuiu para o

andamento das ações realizadas positivamente”.

Verificou-se neste primeiro momento que os participantes possuíam um

conhecimento de gestão democrática apenas formal, resumindo-se no direito

apenas de opinar.

A gestão democrática, só pode ser legitimada no coletivo, tendo como

princípios a participação e autonomia das pessoas responsáveis pela sua aplicação.

É necessária uma participação responsável, tanto na decisão como na execução,

com a atuação dos envolvidos, respeitando a sua autonomia. Para Lück (1996, p.

17), “[...] destaca-se que o entendimento do conceito de gestão já pressupõe, em si,

a idéia de participação, isto é, do trabalho associado de pessoas analisando

situações, decidindo sobre seu encaminhamento e agindo sobre elas, em conjunto”.

Neste contexto, o gestor escolar tem uma importância fundamental, como

condutor deste processo de democratização, pois cabe a ele, dar condições para

sua efetivação. Também encontramos em Valerien (1993, p. 74) o relato que cada

vez mais “[...] são numerosos os incentivos dados ao diretor para que ele mesmo e

sua escola sejam os atores privilegiados no processo de mudança, na inovação

educativa e no desenvolvimento comunitário”.

Pudemos ao longo desses encontros discutir conceitos e fatores que

caracterizam a gestão democrática, mas sabemos que não foram e nem podem ser

esgotado o assunto. Mas mesmo assim já pudemos perceber que foi já foi notória a

mudança de pensamento, ocorrido por meio dos trabalhos desenvolvidos, pois

houve um ganho de conhecimento, que podemos verificar através das respostas

dadas as mesmas perguntas feitas no primeiro encontro, observando-se assim um

aprofundamento maior nestas respostas.

Participante 6 acredita que “na escola pública a gestão democrática não se dá

integralmente, até mesmo em função se ser normalizada pelo próprio estado. O

gestor não possui total liberdade de ação”. Em outra resposta o participante 7

considera que “é administrar com a participação da comunidade escolar, na qual

cada um faz a sua parte, com um objetivo comum para todos”. O participante 8

entende que “a gestão democrática como a participação de todos os envolvidos no

ambiente escolar, procurando encontrar as soluções para os seus problemas juntos

e tomando decisões que irão beneficiar a todos”.

A partir das respostas evidenciamos que o grande desafio da gestão

democrática é fazer com que a comunidade escolar, através de suas

representações, esteja envolvida neste processo de ajudar a administrar a escola,

de uma forma realmente participativa e responsável, buscando na qualidade de

ensino a melhoria do aluno. Acreditar que é possível, e mais que isso, trabalhar de

uma forma coletiva e organizada, buscando a conscientização dos envolvidos no

processo de democratização, certamente a mudança ocorrerá.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conceituar democracia de uma maneira formal caracterizasse por garantir o

que a lei descreve e resume em direitos e deveres, usando a igualdade perante a lei

como essência da democracia. Mas esta igualdade nem sempre garante o acesso, a

participação e a emancipação do ser humano.

Transportando este tema para o contexto escolar, nos deparamos com a

chamada gestão escolar democrática, tema de estudo deste trabalho, e que se torna

ainda mais desafiador por não apenas tentar garantir a igualdade, pois a igualdade

por si só não garante o acesso dos diferentes ou excluídos, mas por buscar uma

escola mais democrática, no sentido da participação da autonomia e da

responsabilidade dos envolvidos neste processo.

Observou se no início da implementação desta proposta por parte dos

participantes, um conhecimento com base no senso comum, ou seja, gestão

democrática para maioria resume no direito apenas de opinar. Conforme verificamos

em algumas respostas, como: “Ela pode ser realizada através das atitudes do diretor

e funcionários” (participante 9), ou ainda “a gestão democrática na escola pública

deve ser uma gestão onde todos participam nas decisões, dando suas opiniões”

(participante 10).

Infelizmente estas respostas são dadas por que a grande maioria tem pouco

conhecimento sobre o que caracteriza uma gestão democrática, pois confundem

democracia formal com gestão democrática, que requer participação

responsabilidade e autonomia dos envolvidos.

O trabalho de implementação foi pensado e desenvolvido visando oferecer

uma fundamentação teórica aos participantes e buscou a mudança de pensamentos

e, principalmente, atitudes em relação a busca de uma efetivação da gestão

democrática escolar.

Os encontros desenvolvidos ao longo de ano buscaram fundamentar a

participação, a autonomia e a responsabilidade como conceitos básicos para a

efetivação da gestão democrática, que por sua vez é um processo difícil e

trabalhoso para se efetivar, mas com imensos benefícios para a administração

escolar e, consequentemente, para a qualidade de ensino.

Constatamos que juntamente com os participantes obtivemos uma evolução

mútua na ampliação de conceitos sobre o referido tema, vimos diferentes opiniões

de autores sobre o tema de estudo, alguns até colocando como uma utopia, algo

quase que impossível de se atingir, outros autores, embora reconhecendo as

dificuldades de implementação, conseguem vislumbrar um cenário diferente do que

observamos em algumas escolas, onde o autoritarismo fala mais auto.

Ocorreu à mudança de pensamento e atitudes dos participantes em relação

aos seus conhecimentos, sobre o que é necessário para buscar a efetivação da

gestão democrática, como mostraram algumas respostas do mesmo questionário

aplicado pela segunda vez. Para o participante 11 a “gestão democrática é uma

forma de organização, na qual, você tem alguns princípios básicos que são:

participação, transparência, pluralidade e legalidade. As mais importantes são a

participação e autonomia, que sem elas não existe a gestão democrática escolar”. E

ainda com o participante 12 a “gestão participativa, decisões compartilhadas, todos

os setores da escola integrados e trabalhados juntos.”

Concluindo este trabalho verificamos a importância de uma fundamentação

teórica adequada para a mudança de conceitos, e mais que isso, a busca para a

mudança de atitudes na escola, a participação, a autonomia e a responsabilidade,

aspectos tão necessários ao contexto escolar.

REFERÊNCIAS

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PARANÁ. Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual Professor Amarílio. Guarapuava- PR: 2012, p. 25. www.grpamarilio.gmail.com . Acesso: 20/06/2013

VALERIEN, Jean; Gestão da Escola Fundamental. São Paulo: Cortez, 1993.