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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE

II

TÍTULO

A CONSTRUÇÃO DA PERSONAGEM EM

DIVERSAS LINGUAGENS

AUTOR

SOLANGE ZAGO SILVA

ESCOLA DE ATUAÇÃO

COLÉGIO ESTADUAL MÁRCIA VAZ TOSTES DE

ABREU

MUNICÍPIO DA ESCOLA

SÃO JORGE DO IVAÍ

NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO

MARINGÁ

ORIENTADOR

MÁRCIO ROBERTO DO PRADO

INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ (UEM)

DISCIPLINA/ÁREA

LÍNGUA PORTUGUESA

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

SEQUÊNCIA DIDÁTICA

RELAÇÃO INTERDISCIPLINAR

PÚBLICO ALVO:

6º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL II

LOCALIZAÇÃO:

COLÉGIO ESTADUAL MÁRCIA VAZ TOSTES DE

ABREU -

RUA: XV de Novembro

CEP: 87190-000

CIDADE: SÃO JORGE DO IVAÍ

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – PDE 2014

2

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS –DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ – UEM

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA PDE – 2014

CADERNO PEDAGÓGICO

FONE: 44- 32431615

EMAIL: [email protected]

APRESENTAÇÃO

A leitura e a integração da linguagem verbal com

outras linguagens é de suma importância para a

formação de leitores, compreendedores e

produtores de texto, permitindo-lhes

desenvolver o senso de reflexão e criticidade.

Dessa forma, visa-se por meio de sequência

didática A construção da personagem em

diversas linguagens, oportunizar ao aluno a

compreensão da construção da personagem em

diversos gêneros discursivos possibilitando que

o conteúdo escolar possa ser concretizado e

contextualizado em situações práticas do uso da

língua.

PALAVRA – CHAVE:

PERSONAGEM,LINGUAGENS,GÊNEROS

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – PDE 2014

3

Professora PDE: SOLANGE ZAGO DA SILVA

Orientador IES: PROF. DR. MÁRCIO ROBERTO DO PRADO

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ................................................................................. 5

1. OBJETIVOS................................................................................... 5

1.2 OBJETIVOS GERAL ...................................................................... 5

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................... 6

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................... 6

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – PDE 2014

4

3. SEQUÊNCIA DIDÁTICA.............................................................. 14

4. DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA.................................... 14

UNIDADE 1............................................................................................ 16

UNIDADE 2............................................................................................ 20

UNIDADE 3............................................................................................ 30

UNIDADE 4............................................................................................ 35

UNIDADE 5............................................................................................ 44

UNIDADE 6............................................................................................ 51

UNIDADE 7............................................................................................ 57

UNIDADE 8............................................................................................ 60

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................... 61

APRESENTAÇÃO

O processo de ensino/aprendizagem deve se basear no processo sócio interacionista da ação

pedagógica, envolvendo professor e aluno, bem como o aluno e a sociedade, o que possibilita que o

conteúdo escolar possa ser concretizado e contextualizado em situações práticas do uso da língua.

Dessa forma, é imprescindível que haja uma reflexão mais aprofundada a respeito da prática da

leitura, no contexto escolar, permitindo-nos a reflexão sobre o espaço dedicado ao desenvolvimento

da competência leitora que, não raras vezes, tem sido pequeno e que nem sempre surge

acompanhado de atividades propícias para desenvolver essa capacidade tão importante em nossa

sociedade contemporânea.

Com isso, também não há reflexão sobre inferências e construções de elementos ficcionais

como, no caso da proposta aqui apresentada, da compreensão de construção da personagem. Dessa

maneira, tendo em vista não apenas os gêneros textuais, mas os gêneros ficcionais como um todo, e

percebendo como a compreensão dos mecanismos das narrativas é parte de uma efetiva formação

um leitor crítico, é importante dar atenção à criação dos personagens porque eles serão um dos

pilares de sustentação da história e, assim, de sua compreensão aprofundada.

No processo de ensino/aprendizagem o trabalho com sequencias didática sobre a construção

da personagem em diversos gêneros discursivos; oportuniza a compreensão das diferentes

linguagens e também, a oportunidade de se atrair o educando para uma prática de leitura, escrita e

uso de variadas linguagens compreendendo na prática a função social que a língua desempenha em

suas mais variadas facetas.

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – PDE 2014

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1. OBJETIVOS

1.1 OBJETIVOS GERAL

Reconhecer como se dá a construção da personagem em diversos gêneros discursivos,

sobretudo os artísticos/ficcionais.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Proporcionar a leitura e análise de gêneros discursivos;

Comparar a construção da personagem em diversos gêneros discursivos;

Oferecer ao educando oportunidade de atualizar seus conhecimentos referentes ao tema em

questão a partir de sua vivência prévia e por meio de uma postura ativa.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

As tendências atuais para o ensino de Língua Portuguesa são calcadas na perspectiva sócio

interacionista, que visa a compreensão e produção de textos. Segundo Melo e Brait (2005) “no

pensamento bakhtiniano, a linguagem é concebida de um ponto de vista histórico, cultural e social

que inclui, para efeito de compreensão e análise, a comunicação efetiva e os sujeitos e discursos

nela envolvidos. Produzir e compreender gêneros textuais diversos de acordo com a exigência da

situação comunicativa é necessário que os alunos possam ter contato com a diversidade de gêneros

literários e de tipologias distintas”.

Os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental e Médio) propõem um

trabalho pedagógico que abandone o tradicional esquema rígido das estruturas textuais (narração,

descrição e dissertação) para que se adote a perspectiva na qual a escola deve incorporar em sua

prática os gêneros ficcionais ou não-ficcionais que circulam socialmente. De acordo com Bakhtin

(1992):

Os gêneros constituem formas relativamente estáveis de enunciados, disponíveis na cultura, caracterizados por três elementos: conteúdo temático, estilo e construção composicional. As intenções comunicativas, como parte das condições de produção dos discursos, geram usos sociais que determinam os gêneros que darão forma aos textos. (BAKHTIN, 1992, p. 274)

Nesse sentido, uma compreensão mais a aprofundada sobre os gêneros que podem ser

apresentados e trabalhados pelos educandos em sala de aula sempre surge como algo desejável e,

ainda nesse sentido, merecem a atenção do professor. Assim, o projeto a ser desenvolvido objetiva

auxiliar os alunos a se constituírem leitores, compreendedores e produtores de textos, e não apenas

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – PDE 2014

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literários. Busca-se, antes, uma proposta que se estenda aos diversos gêneros, e que reconheça

como necessárias as práticas de leitura para o desenvolvimento do senso de reflexão e criticidade.

De início, devemos estar atentos à linguagem. A linguagem está presente em tudo o que nos

rodeia. Por meio dela nos relacionamos com os outros, expressamos pensamentos e emoções,

recebemos e transmitimos informações, compartilhamos experiências. Conforme lembra Hjelmslev:

(...) a linguagem é inseparável do homem, segue-o em todos os seus atos (...), [é] o instrumento graças ao qual o homem modela seu pensamento, seus sentimentos, suas emoções, seus esforços, sua vontade e seus atos, o instrumento graças ao qual ele influencia e é influenciado, a base mais profunda da sociedade humana […]. (HJELMSLEV apud CHAUÍ, 2005, p. 119)

A interação entre os indivíduos e o meio social é mediada pela linguagem, considerando-se

as múltiplas linguagens existentes e suas manifestações. A evolução da linguagem, tanto falada

quanto escrita, evidencia o quanto essa forma de comunicação humana é importante para a vida em

sociedade.

Para Bakhtin (1997), todas as atividades humanas estão relacionadas ao uso da língua e daí

a diversidade de usos e, consequentemente, a diversidade de gêneros que se afiguram inumeráveis.

Ele também mostra que toda essa atividade se apresenta através de enunciados concretos e únicos

que emanam dos integrantes de uma ou de outra esfera da atividade humana. A variedade de uso da

língua interliga-se à variedade de situações e contextos da vida cotidiana.

As múltiplas linguagens destacam-se por meio dos vários gêneros discursivos que são fortes

aliados na prática pedagógica para o ensino da Língua Portuguesa. Isso é reforçado por Barcellos

(2007, p.13) ao destacar a função das múltiplas linguagens no sentido de levar o aluno a ler nas

entrelinhas, a integrar o conteúdo e os fatos sociais, a perceber num texto que as linguagens

assumem funções e a aproximar os conhecimentos sistematizados dos já internalizados pelos

aprendizes.

É possível auxiliar o ensino de Língua Portuguesa com práticas utilizando as múltiplas

linguagens. É o caso dos gêneros literários, capazes de despertar os alunos não somente para a

assimilação dos conteúdos, mas também para o desenvolvimento de uma postura crítico-reflexiva

que contribua para sua formação como um todo. Os gêneros literários, nesse sentido, têm muito a

contribuir com o processo de ensino/aprendizagem, promovendo o desenvolvimento real de

habilidades e competências para ampliar as dimensões que envolvem o ler e o escrever.

Mas há outros aspectos a serem considerados. Muitas vezes, entendemos como linguagem

apenas a linguagem verbal, seja ela falada ou escrita. Uma mesma linguagem pode comunicar

diferentes sentidos, dependendo das condições nas quais os textos são produzidos ou lidos. Uma

determinada informação também pode ser relatada por meio de linguagens diversas, que podem

fazer diferença no sentido que produzem. Entretanto, há várias outras linguagens que podemos

classificar como não-verbais. Segundo Megid:

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – PDE 2014

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O termo “verbal” é derivado, etimologicamente, da palavra uerbum, que vem do latim e significa “palavra”. Como as palavras também se modificam, para soar melhor e designar outras coisas, com o passar do tempo a palavra latina foi se alterando tanto na fonética (em seu som) quanto na semântica (em seu sentido, ou significado). (MEGID, 2011, p.11)

Nas relações contemporâneas, a linguagem não-verbal tem importância cada vez maior. Isso

se deve, principalmente, ao desenvolvimento dos meios de comunicação audiovisual, em especial da

linguagem virtual, aquela utilizada nos meios eletrônicos, como a internet. Surgem na ordem do dia

novas (e outras não tão novas) e variadas linguagens que são formas de apresentar conteúdos

tendo como base suportes variados, tais como: cinema, imagens, ilustrações, jogos, música,

quadrinhos, teatro, diversos gêneros textuais, literatura.

A literatura, por sinal, uma vez que (ainda) faz parte do cotiano escolar das aulas de Língua

Portuguesa, merece atenção em relação 'a sua definição e natureza. Rizzatti & Cerutti (2002) afirmam

que a literatura, pertencendo ao campo das artes, pode ser definida simplesmente como “arte verbal”,

cujo meio de expressão é a palavra. E, quando afirmamos que o meio de expressão da literatura é a

palavra, estamos definindo a literatura para além do seu sentido etimológico. Literatura vem do latim

littera que quer dizer “letra” e parece estar fortemente determinada pela escrita, ou seja, pela palavra

impressa. Mas, na literatura, a linguagem natural e a escrita passam por modificações. Na literatura,

sempre é possível que haja outros e múltiplos significados para as palavras e muitas outras formas de

expressão. E, em tempos de diálogos cada vez mais intensos e orgânicos entre as mais variadas

linguagens, podemos também considerar que, além da palavra escrita, outras linguagens configurem

o amplo espaço do literário.

Rizzatti e Cerutti (2002) ressaltam que a literatura:

Está em qualquer linguagem que se manifeste como arte, ou seja, a literatura está no manejo criativo das linguagens e, portanto, pode estar, também, na palavra falada, na entonação, nos gestos e, inclusive, no silêncio, nas pausas; a literatura pode estar na imagem sugerida ou mostrada, nos diálogos dos signos e dos símbolos que nos rodeiam. (RIZZATTI & CERUTTI , 2002, p. 67)

A literatura manifesta-se na obra de ficção que lida com ações sonhadas, com sentimentos

compartilhados, com intermediação entre o real e as aspirações coletivas. Segundo Rebouças (2008),

podemos conceituar a literatura como ficção, uma ficção que recria uma realidade, que possui o

potencial de adaptar uma obra a fatos reais ou simplesmente expressar fatos imaginários. A

ferramenta da literatura é a palavra, que segue o estilo subjetivo de cada autor que interpreta a

realidade sob o seu ponto de vista ou analisa o ponto de vista de uma sociedade e época. O texto

literário permite mais de uma interpretação, ao passo que o não-literário, a princípio, não dá vazão a

interpretações diversas, mesmo que gere opiniões.

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – PDE 2014

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A obra literária constitui-se parte do mundo e das criações humanas, e transforma-se em

relato de um determinado contexto histórico-social. Segundo Pesavento:

[...] a ficção não seria [...] o avesso do real, mas uma outra forma de captá-la, onde os limites da criação e fantasia são mais amplos do que aqueles permitidos ao historiador [...]. Para o historiador a literatura continua a ser um documento ou fonte, mas o que há para ler nela é a representação que ela comporta [...] o que nela se resgata é a reapresentação do mundo que comporta a forma narrativa. (PESAVENTO, 1995, p. 117)

Aqui, entramos no movediço terreno dos limites e distinções entre ficção e realidade.

Encontrar certezas em tal cenário constitui uma tarefa difícil, quando não impossível e, nesse sentido,

a personagem surge como elemento de suma importância. Afinal, é “a personagem que com mais

nitidez torna patente a ficção, e através dela a camada imaginária se adensa e se cristaliza”

(ROSENFELD,2004, p. 21).

Pallottini (PALLOTTINI, 1989, p.11), esclarece, ainda, que personagem e a pessoa

apresentam os mesmos traços, sendo a primeira uma pessoa imaginária em cuja construção “o autor

reúne e seleciona traços distintivos do ser – ou de seres – humano, traços que definam e delineiem

um ser ficcional, adequado aos propósitos do seu criador”.

Percebemos que, nesse jogo construtivo, criador e criatura podem se constituir à imagem e

semelhança um do outro, ou, ainda, podemos considerar a criatura como a imagem do que seu

criador deseja mostrar e de seu público potencial.

Pallottini (1989) ressalta ainda que:

O autor, na criação de um personagem, desenha um esquema de ser humano; preenche-o com as características que lhe são necessárias, dá-lhe as cores que o ajudarão a existir, a ter foros de verdade. Uma verdade, é claro, ficcional. Não se trata de ter um personagem que seja a cópia real de uma pessoa qualquer, viva, existente, conhecida do autor. Mas de criar um ser de ficção, que reúna em si condições de existência; que tenha coerência, lógica interna, veracidade. Um ser que poderia ter sido, não necessariamente um ser que é. (PALLOTTINI, 1989, p. 12)

Sobre a construção da personagem, Rosenfeld (ROSENFELD, 2004, p. 35-6) afirma que é

precisamente o modo pelo qual o autor dirige nosso ‘olhar’, através de aspectos selecionados de

certas situações, da aparência física e do comportamento sintomático de certos estados ou processos

psíquicos ou diretamente através de aspectos da intimidade das personagens. Tudo isso organizado

de tal modo que também as zonas indeterminadas começam a ‘funcionar’, e é precisamente através

de todos esses e outros recursos que o autor torna a personagem, até certo ponto, de novo

inesgotável e insondável. Candido ainda afirma:

A personagem é um ser fictício, - expressão que soa como um paradoxo. De fato, como pode a ficção ser? Como pode existir o que não existe? No

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – PDE 2014

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entanto, a criação literária repousa sobre este paradoxo, e o problema da verossimilhança no romance depende desta possibilidade de um ser fictício, isto é, algo que, sendo uma criação da fantasia, comunia a impressão da mais lídima verdade existencial. Podemos dizer, portanto, que o romance se baseia, antes de mais nada, num certo tipo de relação entre o ser vivo e fictício, manifestada através da personagem, que é a concretização deste. (CANDIDO, 2004, p. 55)

Ainda nesse sentido, é válido retomar o que afirma Brait sobre a construção de uma

personagem:

O conjunto dos traços que compõem a sua totalidade permite inúmeras leituras, dependendo da perspectiva assumida pelo receptor, dos códigos utilizados em determinados momentos para a viabilização dessas leituras, isso não significa que a dimensão da personagem seja ditada unicamente pela capacidade de análise e interpretação do leitor. (BRAIT, 1970, p.55-6)

Aristóteles apud Brait (1970) aponta na a construção da personagem dois aspectos

essenciais: a personagem como reflexo da pessoa humana e a personagem como construção, cuja

existência obedece às leis particulares que regem o texto. Brait acrescenta ainda que:

A construção de personagens obedece a determinadas leis, cujas pistas só o texto pode fornecer. Se nos dispusermos a verificar o processo de construção de personagens de um determinado texto e, posteriormente, por comparação, chegarmos às linhas mestras que deflagram esse processo no conjunto da obra do autor, ou num conjunto de obras de vários autores, temos que ter em mente que essa apreensão é ditada pelos instrumentos fornecidos pela análise, pela perspectiva crítica e pelas teorias utilizadas pelo analista. (BRAIT, 1970, p. 57)

Na ficção, as personagens obedecem a uma organização estética que propicia que sejam

mais nítidas, conscientes e definidas, havendo uma relação estreita entre personagem e o autor, o

que estabelece limites de possibilidade de criação a partir dos limites do criador.

A verdade das personagens depende da organização do contexto, da intencionalidade do

autor e da assimilação e compreensão do leitor. É importante dar atenção à criação das personagens

porque elas serão o pilar de sustentação da história, de modo que será em torno delas que essa

história será organizada. Se as personagens forem vagas demais e sem defeito algum, a história será

simples demais e sem desafio algum.

Entretanto, uma narrativa é composta por diversos elementos, e as personagens não são o

único fator importante em um texto dessa natureza. Existem outros aspectos que a compõem, as

demais categorias narrativas. Segundo Antunes (1998), uma história é composta por: tempo (o

intervalo de tempo em que os fatos acontecem), espaço (a localização em que os fatos acontecem),

enredo (é o fato em si, com começo, meio e fim), narrador (é quem narra os fatos) e personagens.

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – PDE 2014

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Esses últimos são os indivíduos que participam de maneira mais significativa nos fatos e se dividem

em algumas tipologias básicas:

Protagonista (personagem principal): é a personagem mais importante da obra, em torno da

qual a história gira. Geralmente é o herói e, em alguns casos, pode existir mais de um, de modo que

todos devem ter o mesmo grau de atenção. É o caso de personagens como Harry Potter, Frodo

Bolseiro e Jack Sparrow.

Coadjuvante (personagem secundário): é a personagem que ajuda o protagonista, ele deve

ser usado com moderação para não ofuscar a atuação dos heróis. Exemplos: Alvo Dumbledore, C-

3PO e Capitão Hector Barbossa.

Antagonista: é a personagem que rivaliza o protagonista, quase sempre batalhando com o

mesmo no final da obra. Geralmente é o vilão e, em alguns casos, pode haver mais de um. Além

disso, o antagonista não precisa ser necessariamente uma pessoa, podendo ser um objeto, um

monstro ou um fato que dificulte os objetivos do protagonista. Exemplos: Sauron, Voldemort e Darth

Sidious.

Oponente: é a personagem que ajuda o antagonista. Da mesma forma que o coadjuvante em

relação ao protagonista, é geralmente aliado do antagonista principal, embora às vezes trabalhe e

sirva ao mesmo. Deve ser usado com moderação para não ofuscar o antagonista. Exemplos :

Saruman, Draco Malfoy e Davy Jones.

Figurante: é a personagem que não é fundamental para a trama principal, tendo como único

objetivo ilustrar o ambiente e o espaço social que são representados durante o desenrolar de uma

ação da trama. Exemplos: tripulação de um navio, plateia de uma partida de Quadribol e mercadores

de um bazar.

Todavia, o cenário atual traz consigo demandas específicas quando consideramos as

dificuldades para motivar os educandos no contato aprofundado e mesmo no estudo de uma

categoria como a personagem. Torna-se necessário um trabalho de engajamento dos atores do

processo de ensino-aprendizagem tendo em vista a convergência de seus interesses. Nesse sentido,

em Cultura da convergência, Henry Jenkins (2008) propõe o conceito para definir as

transformações tecnológicas, mercadológicas, culturais e sociais percebidas no cenário

contemporâneo dos meios de comunicação e acrescenta que a narrativa transmidiática é a arte da

criação de um universo, criação essa que tem como um de seus pontos fundamentais a construção

da personagem, citando a brincadeira de interpretar papéis (Harry Potter, por exemplo) como meio de

se explorar um mundo ficcional e como meio de desenvolver uma compreensão mais rica de si

mesmo e da cultura à sua volta. Esse é um domínio intelectual que só seria possível através de uma

participação ativa do leitor na compreensão da personagem.

Com o avanço tecnológico e cultural há um incentivo aos jovens para desenvolverem sua

criatividade e, até mesmo seus conhecimentos ligados a áreas mais duras, como a gramática. Por

meio de produções como as fanfictions, vemos um número considerável de obras publicadas por

jovens e crianças no mundo todo. Harry Potter, em particular, incentivou muitos jovens a escrever e

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – PDE 2014

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compartilhar suas primeiras histórias (JENKINS, 2008, p. 237). Em tal cenário, o trabalho com as

personagens mostrou-se natural, vindo à tona por meio da agência dos envolvidos. Nesse cenário,

compreender a construção e mesmo construir uma personagem são ações que instigam os jovens,

que encaram isso como uma realidade alternativa que é construída por eles mesmos. Cria-se uma

cultura alternativa, própria e coletiva, pois possibilita-se ao leitor criar, utilizando sua própria

imaginação, novas realidades a partir de uma personagem já existente.

3. SEQUÊNCIA DIDÁTICA

No processo ensino – aprendizagem a inserção das variadas linguagens s é de suma

importância, pois é preciso unir as práticas de linguagem reais e as práticas de linguagem produzidas

no contexto escolar; de forma, sempre, a tentar uma maior aproximação entre ambas. Para que isso

ocorra surgem as sequências didáticas “um conjunto de atividades escolares organizadas, de

maneira sistemática, em torno de um gênero textual” (DOLZ, NOVERRAZ; SCHNEUWLY; 2004, p.

97).

Sendo assim, as sequências didáticas apresentam-se como um conjunto de atividades

ligadas entre si, planejadas para ensinar um conteúdo, etapa por etapa. Organizadas de acordo com

os objetivos que o professor quer alcançar para a aprendizagem de seus alunos, elas envolvem

atividades de aprendizagem e de avaliação.

O procedimento da sequência didática comporta quatro etapas: apresentação da situação, a

produção inicial, os módulos e a produção final. (DOLZ; NOVERRAZ E SCHNEUWLY (2004 P. 95-

128). O professor pode planejar etapas do trabalho com os alunos, de modo a explorar diversos

gêneros discursivos, ou seja, variadas linguagens e assim, estudar as suas características próprias e

praticar aspectos de sua escrita antes de propor uma produção escrita final.

É um trabalho de leitura, escrita, oralidade e aspectos gramaticais trabalhados em conjunto, o

que faz mais sentido para o aluno reconhecendo assim a função social que a língua exerce em

variados contextos.

4. DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA

No ano letivo de 2015, no Colégio Estadual Márcia Vaz Tostes de Abreu, com estudantes do

6º ano do Ensino Fundamental II. Para que ocorra a efetivação satisfatória, é preciso observar o que

o aluno sabe sobre o gênero escolhido. Assim, todas as estratégias de ação estarão pautadas no

plano de pesquisa do professor e ocorrerão da seguinte forma:

Investigação junto aos alunos sobre o que sabem em relação ao universo dos personagens e

heróis;

Apresentação de texto impresso sobre os elementos da narrativa e, em específico, sobre

características da personagem;

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – PDE 2014

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Análise dos recursos narrativos e descritivos utilizados pela personagem Batman para

construir, nos textos do gênero, o perfil e a imagem da personagem;

Exibição de vídeos que permitam a reflexão a respeito da construção de personagens em

determinados gêneros discursivos;

Exibição de trechos de filmes sobre a evolução e caracterização da personagem Batman;

Discussões sobre os vídeos assistidos;

Exploração de histórias em quadrinhos do Batman;

Elaboração de uma ficha sobre a personagem Batman e sua construção com base nas

referências, definindo gostos, cores favoritas, o que gosta de fazer, possível idade, onde

mora, entre outras questões pertinentes da história, definindo aspectos intrínsecos e

extrínsecos da personagem;

Criação plástica de uma personagem;

Concurso: A minha personagem

As estratégias adotadas visam não apenas o trabalho com as diferentes linguagens, mas,

também, a oportunidade de se atrair o educando para uma prática de sala de aula na qual seus

conhecimentos (mesmo aqueles obtidos em circunstâncias prioritariamente ligadas ao

entretenimento) possam desempenhar um papel efetivo e o próprio educando possa obter a

satisfação de reconhecer suas ações como elementos modificadores de seu objeto de atenção.

UNIDADE 1 (2H/AULAS)

Professor, para iniciar esta aula separe a turma em grupos de 4 ou 5 alunos. Neste momento

é importante resgatar nos alunos a memória do leitor de HQ (História em Quadrinhos). Inicie a aula

com as seguintes questões:

Você se considera um leitor de história em quadrinhos

Qual quadrinho já leu

Costuma ler alguma história com frequência? Qual?

Já ouviram falar em Asterix; nos heróis como Batman,

Lanterna Verde, Homem Aranha, Capitão América,

Wolverine? E nas tirinhas do Calvin e Haroldo, Mafalda,

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – PDE 2014

13

Traga para os grupos histórias em quadrinhos com o objetivo de lerem algumas histórias

observando os personagens, os cenários, entre outros aspectos que julgar necessário.

É importante lembrar que este é o momento para atrai-los à leitura, observar o que eles

perceberam e quais quadrinhos gostaram mais.

Durante a leitura, peça aos grupos que organizem algumas conclusões sobre a leitura

realizada e após a leitura, oportunize aos grupos um momento para que apresentem suas

sínteses, conclusões ou comentários sobre: personagens, enredos, cenários, heróis

preferidos e o porquê, se já conheciam as HQ lidas.

Professor, após este início realize uma breve apresentação sobre o histórico da HQ. Caso

perceba que há necessidade pode organizar uma pesquisa sobre esse assunto.

1- De maneira geral, você tem o hábito da leitura?

A ( ) sim B ( ) não

2- Se sua resposta é afirmativa, o que você costuma ler? Pode assinalar mais de uma

alternativa:

Vídeo sobre como criar a

HQ:

http://www.youtube.com/watch

?v=zEi-gV0Gwbo

QUESTIONÁRIO - HÁBITOS DE LEITURA E FAMILIARIZAÇÃO

COM HQ

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – PDE 2014

14

A ( ) livros das matérias da escola

B ( ) os livros na sala de leitura

C ( ) jornais

D ( ) revistas de notícias semanais

E ( ) gibis

F ( ) outros: ___________________________________________

3- Com que frequência você lê?

( ) todo dia

( ) quase todo dia

( ) uma vez por semana

( ) uma vez ao mês

( ) raramente

( ) quase nunca

3- Se você gosta de ler revistas. Que assunto você prefere? (assinale mais de uma

alternativa).

A ( ) atualidades: política, economia, fatos da semana (Veja, Época).

B ( ) curiosidades: ciências, filosofia, religiões (Superinteressante, Ciência Hoje).

C ( ) geografia: viagens, lugares (Viagem, National Geográfica).

D ( ) artes e entretenimento: fofocas sobre famosos (Caras, Atrevida).

E ( ) gibis: história em quadrinhos (Monica, SuperMan,Marvel).

05- Quando você não está estudando, qual é o seu lazer/passa-tempo?

A ( ) ouvir música

B ( ) assistir TV e vídeo

C ( ) acessar internet, games e chats

D ( ) praticar esportes

E ( ) ler livros, revistas e jornais

F ( ) viajar, conversar com amigos, tocar instrumentos

G ( ) outros

6- Se você gosta de gibis e história em quadrinhos, quais são suas favoritas?

__________________________________________________________

7- Com que frequência e em que momento você lê história em quadrinhos?

A ( ) sempre, todos os dias B ( ) às vezes, fim de semana C ( ) raramente D ( ) nunca.

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – PDE 2014

15

8- Que personagem de HQ, você gostaria de ser? E quais as características dele (a)?

9- Em sua opinião, o que é uma história em quadrinhos?

__________________________________________________________

10- Em sua opinião ler HQ é fácil ou difícil, por quê?

11- O que você conhece das características e recursos do gênero HQ? Marque mais de uma

alternativa.

A ( ) tipos de balões: forma e significados.

B ( ) perspectivas: close e distanciamento.

C ( ) onomatopéias, sons e ruídos.

D ( ) representação dos movimentos.

12- Como você aprendeu a observar as características e recursos da HQ?

A ( ) aprendi sozinho, lendo e observando.

B ( ) aprendi com meus pais.

C ( ) aprendi com meus professores.

D ( ) meus amigos e colegas me ensinaram.

UNIDADE 2 ( 4H/AULAS)

Apresentação de texto impresso sobre os elementos da narrativa e, em específico, sobre

características da personagem.

A

ESTRUTURA

DA

NARRAÇÃO

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – PDE 2014

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A narração é um relato de fatos ou acontecimentos nos quais estão envolvidas algumas

personagens. São elementos da narrativa:

Vamos aprofundar nossos conhecimentos sobre os diversos elementos do texto narrativo!

Pesquise os significados das palavras abaixo e relacione-as a cada uma das definições que

se seguem:

a. Enredo de um texto: ____________________________________________

b. Retrato que revela sentimentos/qualidades das personagens:_______________

c. Personagem principal de um texto: ____________________________________

d. Aquele que conta a história:__________________________________________

ENREDO – O QUÊ ? O DESENROLAR DA AÇÃO – COMO?

PERSONAGENS – QUEM?

A ação da história; os fatos

que envolvem as personagens num

determinado tempo.

O modo como os fatos se

encadeiam, se desenvolvem.

As personagens que participam da

ação: o protagonista e o antagonista.

TEMPO – QUANDO? LOCAL – ONDE? MOTIVAÇÃO – POR QUÊ

CONSEQUÊNCIA – POR QUE RAZÃO

O momento em que os fatos ocorrem.

O lugar onde os fatos ocorrem.

A causa que leva as

personagens a desejarem algo.

As consequências, boas ou más da realização de

um desejo.

narrador ação

espaço protagonista

psicológico secundária físico

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – PDE 2014

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e. Local em que ocorre a ação:__________________________________________

f. Personagem menos importante do que a principal:_________________________

g. Retrato que mostra os traços exteriores das personagens: __________________

ATIVIDADE 1

Leia, atentamente, o texto abaixo e preencha as lacunas com os elementos da narrativa

LINK: http://filfelix.com.br/wp-content/uploads/2014/05/Batman-Poison-Ivy-hq-comics-

p%C3%A1gina-2.jpg

ATIVIDADE 2

Personagens Lugar Tempo Enredo Narrador

PARA PRATICAR:

Toda história apresenta uma introdução,

que se relaciona ao “início” da narrativa,

na qual o autor apresenta a ideia

principal, as personagens e o cenário;

um desenvolvimento, que pode ser

entendido também como o “meio” da

narrativa, no qual o autor detalha a ideia

principal. Há dois momentos distintos no

desenvolvimento: a complicação (início

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – PDE 2014

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LEIA A HISTÓRIA ABAIXO PARA IDENTIFICAR ALGUNS ELEMENTOS DA NARRATIVA:

LINK:http://macaxeirageral.net.br/wpcontent/uploads/2011/01/piada_mortal1.jpg

a) Personagem principal do texto:

__________________________________________________________

b) Local em que ocorre a ação:

__________________________________________________________

c) Personagem secundária:

__________________________________________________________

d) Conflito vivido pelas personagens:

__________________________________________________________

__________________________________________________________

e) Desfecho:

__________________________________________________________

__________________________________________________________

CONHECENDO E INTERPRETANDO AS ONOMATOPEIAS

Hein? Isso mesmo: “onomatopeias” são palavras que imitam sons.

Veja algumas delas:

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FORA DOS BALÕES:

OU DENTRO DOS BALÕES:

LINK: http://www.divertudo.com.br/quadrinhos/quadrinhos-txt.html

As onomatopeias auxiliam a

compreensão dos

sentimentos, ações e

intenções do personagem.

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20

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – PDE 2014

21

UNIDADE 3 (2 H/AULAS)

1. Conceituação de elementos narrativos que compõe o perfil e imagem do personagem

Batman;

2. Apresentação por slides para análise:

Por meio do modo narrativo pode-se definir a sequência, a intencionalidade e a cronologia

das ações do personagem;

Todas as ações são realizadas pelo locutor da história, que define o que será dito, não

podendo ser confundido com o indivíduo que escreveu;

As características do personagem não é aceito por alguns como um legítimo herói, pois é

considerado sombrio e detentor de uma visão particular de se fazer justiça com as próprias mãos, ou

seja, a violência pela violência, extrapolando os limites do politicamente correto e das leis sociais;

Sobre os processos narrativos que guiam as histórias verificamos a ação principal de afronta

do personagem Coringa, cuja intenção e provar à Batman que qualquer um pode ficar louco, só

precisando ter um dia ruim para isso. Como está ideia em mente, ele procura degradar os valores

vigentes na sociedade, chegando a questionar se estes não são fracos e frágeis;

A utilização do primeiro plano dos rostos para ressaltar as expressões faciais do

personagem;

LINK: http://tudohqs.files.wordpress.com/2013/08/batman-o-homem-que-ri-page-01.jpg

O primeiro elemento destacado quando se fala do personagem Coringa (arqui-inimigo de

Batman) é a referência das cartas do baralho;

O vilão é marcado pela esperteza diante dos inimigos, visto que executa seus planos de modo

calculado. Sua aparência é a de um palhaço sendo que a fraqueza do homem deu lugar ao riso

constante, comportando-se como se tudo fosse uma grande piada;

Batman suas características que definem seu perfil como personagem é a aparência que é

envolta em jogos de sombra, o que proporciona um ar de mistério ao personagem. Isto também pode

ser observado quando se toma sua semelhança ao morcego.

As imagens de Batman procuram situá-lo como forte e viril, o que é uma característica típica

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – PDE 2014

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dos heróis. Mas, há alguns momentos em que se permitem expressões atípicas do herói, ou seja,

Batman aparece com traços faciais mais próximos da vilania do que do heroísmo.

Link: http://superscans.net/grandes-momentos-das-historias-em-quadrinhos-05/

CONHECENDO MAIS SOBRE O VILÃO: CORINGA

CURIOSIDADES:

HISTÓRIAS EM QUADRINHOS DE BATMAN

O personagem Batman teve a sua estreia em Detective Comics #27,

publicado em Maio de 1939. O herói tornou-se tão popular que ganhou o

seu próprio título mensal, tendo a sua primeira edição lançada em 25 de

Abril de 1940. O título começou com a periodicidade de uma edição a

cada quatro meses, e posteriormente a cada dois meses durante a

década de 50, e finalmente chegando até os dias atuais de forma mensal.

A série atingiu em Junho de 2006 a edição #654, e vêm sendo publicada

até dos dias atuais.

O Coringa é o maior vilão do universo de Batman e do cast da

produtora DC Comics. Foi criado por Bill Finger e Bob Kane a

partir de uma sugestão de Jerry Robinson O Coringa é um

psicopata com uma aparência similar a de um palhaço

(cabelos verdes, pele branca e boca vermelha sempre

sorridente), que busca sempre desafiar o Homem-Morcego,

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BOB KANE: O CRIADOR DE BATMAN

Os créditos, apesar de seus esforços para dividir os méritos na criação do personagem. Fã da cultura

vampiresca, especialmente das histórias ligadas ao personagem conhecido como Drácula, Kane

imaginou um herói baseado no mesmo, com roupas negras, capa vermelha e ligado ao tema dos

morcegos, mas foi Finger que deu ao personagem o formato pelo qual ficaria consagrado. Apesar de

oficialmente creditado a Bob Kane, os desenhos de Frank Foster II, artista ligado à indústria de

publicações de Nova Iorque na década de 1930, foram considerados autênticos pela DC Comics.

Mundo fictício de super-heróis da editora DC Comics (conhecido como Universo DC), Batman tem

como sua identidade secreta seu alter ego Bruce Wayne, empresário, playboy e filantropo bilionário.

Segundo os quadrinhos, o fato de testemunhar o assassinato de seus pais quando criança teria

levado um jovem Bruce Wayne a viajar pelo mundo, tentando compreender a mente criminosa.

Treinou todo tipo de artes marciais e técnicas de combate (o trauma de ver seus pais mortos com

tiros de revolver lhe deu aversão a armas de fogo), buscando a perfeição física e intelectual. Criou um

uniforme baseado numa coisa que o amedrontava quando criança: Morcegos. Ele queria que os

bandidos compartilhassem do mesmo temor. E assim, passou a lutar contra o crime. Diferentemente

de outros super-heróis, Batman não tem nenhum poder sobre-humano, usando apenas o intelecto,

habilidades investigatórias, tecnologia, dinheiro e um físico bem-preparado em sua guerra contra o

crime.

Link: http://desmanipulador.blogspot.com.br/2012/08/batman-historia-completa.html

UNIDADE 4 (4 H/AULAS)

ANÁFORA

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Repetição da mesma palavra ou expressão no início da frase.

LINK: http://profnadialacerda.files.wordpress.com/2013/05/anc3a1fora.jpg

“À minha colagem,

à minha folça,

á minha ousadia…”

ALITERAÇÃO

LINK:http://profnadialacerda.files.wordpress.com/2013/05/aliterac3a7c3a3o.jpg

Repetição de sons de consoantes de forma ordenada.

PROSOPOPÉIA OU PERSONIFICAÇÃO

Atribuir características de seres humanos a seres que não são humanos. Exemplo Exemplo

01: Planta falando; Exemplo 02: O espelho olhando

LINK: http://profnadialacerda.files.wordpress.com/2013/05/prosopopc3a9ia.jpg

“… Ele é qui ta mi oiando!” (o espelho não olha para ninguém pois é um objeto)

LINK: http://profnadialacerda.files.wordpress.com/2013/05/prosopopc3a9ia-2.jpg

METONÍMIA

LINK: http://profnadialacerda.files.wordpress.com/2013/05/metonc3admia.jpg

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METÁFORA

Usar uma palavra diferente do seu significado real.

LINK: http://profnadialacerda.files.wordpress.com/2013/05/metc3a1fora.jpg

“…machado ali é mais perigoso que a sua foice!” (o machado não é perigoso, pois é um

instrumento que serve para cortar, mas o “homem” que utiliza esse instrumento é que é

perigoso, pois pode destruir toda a natureza com ele.)

Veja outros exemplos:

LINK: http://profnadialacerda.files.wordpress.com/2013/05/metc3a1fora-2.jpg

LINK: http://profnadialacerda.files.wordpress.com/2013/05/metafora-3.jpg

ONOMATOPÉIA

Onomatopéia é a imitação dos sons através de palavras.

LINK: http://profnadialacerda.files.wordpress.com/2013/05/onomatopc3a9ia.jpg

Pou!: barulho do som do chute na bola.

Flap, flap: barulho do movimento de se bater os braços.

Zup: barulho de alguém caindo

Zum: barulho de alguém fazendo um movimento de cambalhota no ar.

Vup: barulho de alguém mexendo os pés no ar.

Zóim:barulho de alguém fazendo movimentos de “nadar” no ar

IRONIA

Dizer o contrário do que se pretende dizer ou questionar certo tipo de pensamento com

intenção de ridicularizar:

LINK: http://profnadialacerda.files.wordpress.com/2013/05/ironia.jpg

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – PDE 2014

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UNIDADE 5 (4 H/AULA

OS PRINCIPAIS BALÕES E SUAS FUNÇÕES:

Balão fala: para mostrar o que um personagem está falando. Possui o formato oval e um

rabicho indicando onde está saindo o som. Por isto, o rabicho geralmente fica posicionado

próximo à boca do personagem.

Quando há mais de uma pessoa falando a mesma coisa ao mesmo tempo, é utilizado o balão

fala com mais de um rabicho.

A LINGUAGEM DOS BALÕES DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS

Os balões, além de organizar as falas e nos dizer

quem as recita na cena, podem também reforçar

dramaticamente a narrativa pelo seu próprio

desenho. Cada um tem a sua função. Os balões

foram surgindo à medida que as HQ’s foram se

aperfeiçoando.

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – PDE 2014

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Balão pensamento: este balão é um dos poucos balões que não mostram o que o personagem

está falando. Tal balão tem o formato de nuvens e é utilizado apenas para mostrar os

pensamentos dos personagens.

Balão narrador: este balão não possui rabichos e por isto não é associado a nenhum

personagem específico. Ele é utilizado para fornecer dados extras à história, como onde e

quando a história se passa. Ainda, pode conter os trechos que seriam específicos do narrador

na história, por isto o seu nome balão narrador.

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PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – PDE 2014

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UNIDADE 5 (4H/AULAS)

VÍDEO: A HISTÓRIA DO PERSONAGEM BATMAN:

https://www.youtube.com/watch?v=SIcZOBL0in0 (30minutos)

TEXTO INFORMATIVO

LINK: http://osbatmaniacos.blogspot.com.br/2012/09/a-evolucao-de-batman-nos-

quadrinhos.html

Batman, como vários super-heróis (Homem-Aranha, Hulk, Wolverine), foi criado pela ciência e pelo

conhecimento tecnológico. A apropriação do desenvolvimento tecnológico lança-os num caminho de

ultrapassagem das limitações humanas. Eles se tornam superiores. A tecnologia é investida de

autonomia. Consequentemente, as oposições encontradas são igualmente autônomas e radicais. Em

Batman, há oposição entre dever e alegria de viver, masculino e feminino, razão e sensibilidade, luz

e trevas. A sensibilidade está a serviço do crime.

Batman é um herói da ação. Seus atos são de coragem. Suas qualidades são persistência,

determinação, disciplina. Ele desenvolve e maneja amplo arsenal de armas, é hábil na luta. Recebe o

chamado, sofre uma transformação e retorna para colocar as habilidades desenvolvidas a serviço de

sua cidade, sem que haja conflitos aparentes, com total desprendimento de sua vida pessoal. O Bem

e o Mal estão bem definidos, não sendo necessária qualquer reflexão para identificá-los. Os

sacrifícios pessoais não são avaliados. Batman tem uma missão e a cumpre.

No período mais recente, Batman começa a prestar atenção em como sua ação engendra efeitos

negativos no seu ambiente. O embate com o Coringa ganha destaque. A contraposição exercida pelo

Coringa passa a ser compreendida no contexto do relacionamento com Batman. Enquanto Batman é

controlado, dissimulado, silencioso, lógico, obscuro, o Coringa é impulsivo, aleatório, fantasioso,

escancarado, colorido, alegre, musical.

Pra quem está acostumado com os desenhos mais que perfeitos de Tony Daniel ou Jerry Robson

(Que faleceu ano passado) não viu as primeiras aventuras do morcego. Criado em 1939 pelo

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – PDE 2014

30

ilustrador Bob Kane e contando com roteiros de Bill Finger, Batman foi publicado pela primeira vez

na revista Detective Comics 27, nome que terminou batizando a editora que o publica até hoje, DC

Comics. No Brasil, o personagem começou a ser publicado já em 1940, por meio das primeiras

revistas de circulação nacional que traziam os quadrinhos da época, como Gibi, Lobinho e Globinho

Juvenil. Inclusive, o personagem chegou a ser publicado por duas editoras diferentes, uma delas

chamando-o de Morcego Negro e a identidade secreta de Bruce Wayne substituída por Bruno Miller.

LINK: http://omelete.uol.com.br/batman/#.VI9p4MnGCzM

Uma revista em quadrinhos rara de 1939 que mostra a estreia do super-herói Batman foi vendida por

pouco mais de US$ 1 milhão (cerca de R$ 1,82 milhão) em um leilão realizado na cidade americana

de Dallas.

LINK: https://hqrock.files.wordpress.com/2011/04/superman-01-ebal-capa-1947.jpg

Capa de "Superman 01" da Ebal, de 1947: Batman já aparece.

Em 1947, Batman estreou em uma revista regular por meio da editora Ebal, na histórica Superman

01, revista que trouxe aventuras do homem de aço, do homem-morcego e de vários outros

personagens da chamada Era de Ouro dos quadrinhos, como o primeiro Flash (chamado de Joel

Ciclone no Brasil), o Gavião Negro (Hawkman, chamado Falcão Negro na época), a heroína Canário

Negro e a equipe Sociedade da Justiça. A Ebal publicou os personagens da DC Comics

ininterruptamente até 1983.

Capa de "Batman 01" da Ebal, de 1953: primeira revista própria do personagem no Brasil.

LINK: http://issuu.com/costaprado.blogspot.com.br/docs/bt_1__serie_01

Em 1953, o homem-morcego ganhou seu próprio título nacional: Batman, revista que teve quatro

séries: a 1ª (1953-1961) com 100 edições; a 2ª (1961-1969) com mais 100 edições; a 3ª (1969-1977)

com 89 números; e a 4ª (1977-1979) com 33 números. Paralelamente, a Ebal lançava outras revistas,

como o Almanaque Superman & Batman, de periodicidade indefinida, ou edições anuais especiais,

como o Almanaque do Superman, que teve 20 edições entre 1950 e 1982, também trazendo

aventuras do Batman.

LINK: https://hqrock.files.wordpress.com/2011/04/batman-06-ebal-2-sc3a9rie-em-cores-anos-

70.jpg

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – PDE 2014

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Capa de "Batman 06 (2ª Série) da Ebal, de 1976: material sombrio clássico de Dennis O Neil e

Neal Adams.

LINK:http://pt.wikipedia.org/wiki/Batman_%28revista_em_quadrinhos%29#mediaviewer/File:Ba

tman_%28revista_em_quadrinhos%29.jg

Capa de "Batman 01 (1ª Série)" da editora Abril, em 1984.

LINK: https://hqrock.files.wordpress.com/2011/04/batman-por-norm-breyfogle.jpg

A série em "formato americano" da Abril trouxe as histórias sombrias e adultas de Alan Grant e Norm

Breyfogle.

LINK: https://hqrock.wordpress.com/2011/04/17/batman-revista-da-panini-chega-a-numeracao-100/

"Batman", de 1995: Quando Batman é derrotado por Bane. Essa cena pra qualquer Batmaníacos é

fichinha!

LINK: https://hqrock.files.wordpress.com/2011/04/digitalizar00811.jpg

O estilo definitivo do Morcego mostra-o ameaçador e destemido.

ATIVIDADE 1

Observando a evolução do personagem pelas capas da historias em quadrinhos do Batman,

responda:

1 –LINK: https://hqrock.files.wordpress.com/2011/04/batman-01-da-ebal-capa-1951.jpg

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2 - LINK: https://hqrock.files.wordpress.com/2011/04/batman-06-ebal-2-sc3a9rie-em-cores-

anos-70.jpg

3-LINK: https://hqrock.files.wordpress.com/2011/04/batman-01-ed-abril-capa-1984-grande.jpg

4-LINK: https://hqrock.files.wordpress.com/2011/04/superman-01-ebal-capa-1947.jpg

5 -LINK:https://hqrock.files.wordpress.com/2011/04/digitalizar00811.jpg

1. Analisando a evolução do personagem Batman nos quadrinhos, escreva as

características que se evidenciaram em sua expressão facial gradativamente.

_________________________________________________________________________________

__________________________________

UNIDADE 6 (4 H/AULAS)

BATMAN NO CINEMA:

Além do lançamento em Dvd/Blu-Ray, a campanha da Warner para emplacar Batman - O Cavaleiro

das Trevas Ressurge na temporada de premiações. O filme tem um site para alavancar a coisa, além

do método padrão, que são os anúncios publicados nas revistas especializadas dos EUA.

LINK: http://batmannocinema.blogspot.com.br/

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – PDE 2014

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O PRÓXIMO FILME DO BATMAN PARA 2016

LINK: http://ohomemmorcego.blogspot.com.br/

BATMAN NO TEATRO

A historia mostra a origem de Robin e como Dick Grayson foi adotado por Bruce Wayne. A

apresentação que não e musical mistura acrobacia aéreas, artes marciais e efeitos especiais

ao vivo. A abordagem é familiar, mas com um certo tom sombrio, mantendo a tradição recente

da série nas HQs e no cinema. Os produtores mostram todas as facetas de Gotham City, desde

os altos níveis da sociedade até os porões do Asilo Arkhan. Descrita não como uma peça, mas

como um show, a produção garante ação ininterrupta e uma experiência teatral única e

inovadora. Um dos efeitos é um monitor de 40 metros que exibe cenarios e animações.

LINK: http://batman-historia.blogspot.com.br/2011/12/batman-live-o-morcegao-no-teatro.html

BATMAN – PIADA

LINK: http://batman-historia.blogspot.com.br/search/label/Bat-Piadas

BATMAN HISTÓRIAS EM QUADRINHOS

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – PDE 2014

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O personagem Batman foi o protagonista de diversas publicações em Brasil, Portugal e diversos

outros países, assim como em seu país de origem, os Estados Unidos da América. Nas publicações

estrangeiras eram reunidas e traduzidas as histórias do personagem originalmente lançadas nos

EUA.

LINK: http://pt.wikipedia.org/wiki/Batman_%28revista_em_quadrinhos%29

BATMAN – DESENHO ANIMADO

Sucesso absoluto de público e de crítica, o desenho “Batman: A Série Animada” foi produzido entre

1992 e 1995 e chegou até mesmo a ganhar diversos prêmios graças ao sua direção de arte e suas

histórias super bem desenvolvidas. Adaptado das revistas em quadrinhos DC Comics e tendo o

morcegão como principal estrela, o desenho volta e meia é reprisado pelas TVs do mundo todo. A

série teve ao todo três temporadas divididas em 85 episódios.

Link: https://www.youtube.com/watch?v=v5nB2OJnCko

UNIDADE 7 (4H/AULAS)

PARA A CRIAÇÃO DE UM PERSONAGEM

De acordo com [Perez 2010 p.1]: “a palavra ‘personagem’ possui etimologia francesa (perssonage,

personne), com registro nos séculos XII e XIII, e designa, inicialmente, uma pessoa fictícia em ação

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – PDE 2014

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numa obra teatral e que deve ser representada por uma pessoa real”. Primeiramente é fundamental

criar a história de vida do personagem, porque assim como ocorre com os seres-humanos reais, sua

história pode definir quem você é hoje. Para [McCloud 2008], a história afeta o modo como o

personagem vê o mundo. A partir da definição da história pode-se passar para a definição da

personalidade do personagem, que geralmente é definida ou moldada por sua história.

Características como caráter, índole, gostos e desgostos, seu jeito de agir e sua maneira de ser ao

nível mental são exemplos de traços de personalidade. a interação cm outros personagens e com o

ambiente também colocam tais características à prova. Por fim, um outro importante fator a se

explanar é a definição da idade do personagem. Ela ditará seu comportamento nos ambientes e

também definirá sua relação com outros personagens.

ASPECTOS EXTRÍNSECOS

Características consideradas extrínsecas são relacionadas à parte externa do personagem, ou seja,

aspectos visuais. Dentre eles podemos citar o biotipo, ou seja, a constituição física do personagem,

sua massa muscular, seu formato básico de corpo, seus pelos corporais, cabelos, barba, proporções

físicas, etc. As expressões faciais tratam-se das várias tendências da linguagem corpórea. A partir

disto conclui-se que a postura dos personagens também é de extrema importância em sua

composição. Por fim, é importante destacar também a escolha das vestimentas e das cores no

desenho do personagem. A escolha das vestimentas é considerada de fundamental importância, uma

vez que pode dar muitas dicas a respeito da história de fundo do personagem. Já a cor se configura

como uma marcante experiência visual na composição do personagem, pois traz consigo significados

simbólicos e associações às emoções.

ASPECTOS INTRÍNSECOS

Intrínsecas são todas as características relacionadas à essência do personagem, tais como

personalidade, história, caráter, entre outros. Segundo [McCloud 2008], “criar uma vida interior

convincente para seus personagens pode ser o aspecto mais importante”.

Para a construção de um personagem é preciso definir:

CORPO

VESTIMENTA

OBJETOS

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – PDE 2014

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Para criar um personagem é preciso considerar, pensar e criar a partir de:

Caraterísticas intrínsecas: personalidade, história (mitos), caráter, pontos fortes e

fracos, gostos, nível de inteligência, emoção x racionalidade, fragilidade.

Aspectos físicos: gênero, idade, tipo de ser (humano, humanoide, híbrido, animal),

massa muscular, formato de corpo, proporções do corpo.

Composição visual: postura corporal, expressão facial, cores, vestimentas, objetos,

acessórios, armas, etc.

COMPOSÉ DO SEU PERSONAGEM

Faça um breve resumo de sua história.

Qual o nome de seu personagem?

Quantos anos têm?

Dê características de sua personalidade.

Descreva sua vestimenta, com acessórios e etc.

Descreva o formato básico de corpo, cor da pele, cabelos, barba, proporções físicas, e etc.

Após compor seu personagem, defina qual material utilizará para “dar vida” a ele.

(papel, desenho, argila, tecido, massa e etc.)

UNIDADE 8 (4H/AULAS)

Preencher a ficha técnica do personagem criado:

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – PDE 2014

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Nome Completo:

Apelido:

Características:

Personalidade:

Fazer um vídeo com o processo de criação do personagem, descrevendo a ficha

técnica do personagem.

Expor para a escola as personagens criadas;

Os jurados irão avaliar o vídeo como recurso auxiliador e a obra em si.

Premiação do concurso.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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20 abr. 2014.

RIZZATTI, Mary E. CERUTTI. A Linguagem e suas múltiplas manifestações / Elaboração

Linguística: Mary E. Cerutti Rizzatti ; Angelita Mendes ; Dalva M.A. Godoy ; Elaboração Literatura:

Susan A. de Oliveira ; Colaboração: Ina Emmel ; Maria Juliani Nesi ; Inês Mafra. - Florianópolis

:UDESC : FAED : CEAD, 2002.

ROSENFELD, A. Literatura e personagem. In: CANDIDO, A., et al. A personagem de ficção. São

Paulo: Perspectiva, 2004. p. 9-49.