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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

ABRINDO A CAIXA DE PANDORA: OS PROFESSORES E A

HOMOSSEXUALIDADE NA ESCOLA

LUDIVICO, Angélica Assis Gonçalves1

SIMEONI, Maria Cristina2

RESUMO

A disciplina de educação física ao trabalhar diretamente com o corpo, propicia experiências de aprendizagens peculiares ao mobilizar aspectos afetivos, social, éticos e de sexualidade. Partindo da diversidade existente em nossa realidade, priorizam-se os estudos a respeito da hegemonia do entendimento de homossexualidade, por entender que este conceito ainda é muito pouco discutido e divulgado no meio da instituição escolar. Para nortear o trabalho partiu-se do questionamento: Como a disciplina de Educação Física pode colaborar para a compreensão de professores e professoras, a respeito da homossexualidade como orientação sexual, favorecendo assim a melhor convivência entre as alunas e alunos, na escola? O objetivo principal foi: Promover estratégias de prevenção e intervenção, de acordo com as situações apresentadas na disciplina de Educação Física, contribuindo para o processo de formação das professoras e dos professores, reduzindo o preconceito em relação à orientação sexual das alunas e alunos. Os resultados apontaram que, sendo o profissional de Educação Física aquele que lida diretamente com as questões da linguagem corporal, é relevante que suas experiências sejam compartilhadas para com os demais profissionais da escola. No momento em que se abre um espaço na escola, para essas discussões, é possível que os preconceitos saiam da Caixa de Pandora e se desmanchem no ar.

Palavras chave: Educação Física; Formação de Professores; Homossexualidade.

1 ANTES DE TUDO...PRECONCEITO: ABRINDO A CAIXA DE PANDORA

Partindo do princípio de que é nas aulas de Educação Física que se tem maior

contato com práticas corporais e que é durante as atividades que o aluno e a aluna

podem descobrir-se, conhecer seu corpo, acredita-se na importância do

desenvolvimento deste projeto.

Assim sendo, a disciplina de Educação Física, ao trabalhar diretamente com o

corpo, propicia experiências de aprendizagens peculiares ao mobilizar aspectos

afetivos, social, éticos e de sexualidade (BRASIL, 1998). Esse conhecimento a

respeito de si, de forma mais intensa e explícita, acontece mais abertamente com o

1 Professora PDE, Especialista em Educação Especial-Deficiência Mental, [email protected] 2 Orientadora, Professora da UENP, Mestre em Educação/UEL, [email protected]

professor da referida disciplina, pela sua própria estrutura e assim, faz com que ele

tenha um conhecimento abrangente de seus alunos.

De acordo com as Diretrizes Curriculares Estaduais Orientadoras da Educação

Básica-Educação Física, a disciplina de Educação Física é composta por Conteúdos

Estruturantes e Elementos Articulares. Dentre esses últimos estão listados a Cultura

Corporal e Ludicidade, Cultura Corporal e Corpo e Cultura Corporal e Diversidade

(PARANÁ, 2008). Assim sendo, estes elementos será a base para as discussões a

respeito do tema aqui proposto.

Em relação à homossexualidade, observa-se que existe a questão do

preconceito entre os alunos, pais e professores. Tal fato tem tornado alguns alunos

vítimas de bullying3 na escola e esse episódio vem se constituindo em complexo

problema. Essas manifestações que geram humilhações ligadas às questões de

gênero para com o homossexual, acabam influenciando no desenvolvimento das

aulas, interferindo no desenvolvimento dos alunos e transformando-os em sujeitos

acríticos, tímidos e inseguros.

É fundamental salientar a função que a disciplina de Educação Física vem

assumindo na sociedade. Percebe-se que essa área do conhecimento vem

interferindo nas construções das subjetividades de alunos e alunas no espaço escolar.

Destacam seus aspectos ligados ao discurso em relação à diversidade sexual

existente na realidade ao qual está inserida (LIMA, 2006).

Partindo da diversidade presente na sociedade, priorizam-se os estudos a

respeito da homossexualidade, por entender que este conceito ainda é pouco

discutido e pouco divulgado no meio da instituição escolar. Pouco se explica e muito

se discrimina, esse é um dos problemas. Desta forma, entende-se que uma ação

preconceituosa pode gerar uma reação, muitas vezes vinculada à culpa e sofrimento,

ligada ao fato de sentir afeto ou desejo por pessoas do mesmo sexo.

Por isso discutir a hegemonia e os estereótipos do entendimento de

homossexualidade com os professores e professoras, considerando que este se trata

de uma orientação sexual e não uma opção é de suma importância. É preciso

melhorar o entendimento dos alunos e alunas que passam por situações diversas no

3 [...] é uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de

maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas. O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão. Mesmo sem uma denominação em português, é entendido como ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e maltrato. Disponível em; http://revistaescola.abril.com.br/formacao/bullying-escola-494973.shtml. Acesso em: 8 Nov. 2014.

espaço escolar e, os professores e professoras, podem ajudar em várias situações

que acontecem no cotidiano.

Conforme as Diretrizes Curriculares de Gênero de Diversidade Sexual da

Secretaria de Estado do Paraná:

Precisamos, cada vez mais, nos instrumentalizarmos para compreendermos e enfrentarmos as diferentes formas, não raras vezes veladas, de discriminação e exclusão social, e as professoras e professores, funcionárias e funcionários precisam compreender a dimensão pedagógica da sua ação para além da dimensão pedagógica, exclusiva da professora ou do professor, da transmissão de conteúdos curriculares (PARANÁ, 2010, p.3).

Entende-se que é necessário levar essas discussões para a escola e, no caso

deste projeto para as professoras e professores, tendo como mediação os

conhecimentos teórico-práticos da disciplina de Educação Física. Assim, acredita-se

que é possível estabelecer diálogos a respeito da homossexualidade, diminuindo o

preconceito e evitando casos de bulling, melhorando a vida das alunas e alunos na

escola.

1.1 Dentro da caixa...diversidade

O papel do Estado, é a garantia do direito a educação de qualidade,

considerando que a educação, enquanto direito inalienável de todos os cidadãos, é

condição primeiro para o exercício pleno dos direitos humanos, tanto dos direitos

sociais e econômicos quanto aos direitos civis e políticos.

A sociedade está amparada pelo maior conjunto de leis do país, a Constituição

Federal de 1988, que trata dos princípios fundamentais da cidadania e da dignidade

humana. Assentam-se como objetivos nacionais e por consequência da educação

brasileira, construir uma sociedade livre, justa e solidaria; garantir o desenvolvimento

nacional; erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e

regionais; promover o bem de todos sem preconceito de origem, raça, sexo, cor idade

e quaisquer das formas de discriminação (BRASIL, 1998, s/p).

Em consonância com as Diretrizes Curriculares de Gênero e Diversidade

Sexual da Secretaria de Estado da Educação do Paraná:

A escola é um espaço de socialização para a diversidade e para o questionamento da aprendizagem do gênero e da sexualidade, entretanto a invisibilização dessas questões mostra que é necessário um investimento dos/as professores/as em sua formação para aprofundar o debate com os/as alunos/as. Mesmo que abordagens étnico-raciais, de gênero e/ou econômicas já estejam, aos poucos, sendo contempladas e sendo alvo de investimentos do Ministério da Educação, as dimensões sociais e política da sexualidade permanecem às margens (PARANÁ, 2010.p. 28).

Assim sendo, o espaço escolar deve priorizar a socialização, respeitando a

diversidade estabelecida dentro deste contexto. Apesar desse conhecimento estar

pautado em lei que regulamenta pela igualdade de direitos e deveres, ainda é comum

encontrar, em muitos momentos, situações dentro da escola que caracterizam

claramente formas de preconceito e discriminação. Esses preconceitos são em

relação a raça, religião, gênero, homossexualidade, entre outros. O preconceito ou

discriminação acontecem entre os alunos/as, alunos/as e professores/as e até mesmo

entre os professores/as. Estas situações são verificadas, à vezes, por falta de

conhecimento em relação ao assunto referente à homossexualidade.

Conforme está exposto no caderno Gênero e Diversidade na Escola: Formação

de Professoras/es em Gênero, Sexualidade, Orientação Sexual e Relações Étnico-

Raciais (BRASIL, 2009, p.14):

[...] a escola precisa estar sempre preparada para apresentar não uma verdade absoluta, mas sim uma reflexão que possibilite aos alunos e às alunas compreenderem as implicações éticas e políticas de diferentes posições sobre o tema e construírem sua própria opinião nesse debate. A ideia de que educação não é doutrinação talvez valha aqui mais do que em qualquer outro campo, pois estaremos lidando com valores sociais muito arraigados e fundamentais (BRASIL, 2009, p. 14).

Desta forma a escola é um espaço, onde as informações devem ser oferecidas

como meio dos alunos(as), refletirem para se tornarem cidadãos engajados(as) em

um trabalho contínuo da construção da cidadania, de um mundo que promova a

inclusão e a não discriminação.

A questão da homossexualidade e gênero são assuntos silenciados, às vezes,

dentro da instituição escolar por causar polêmicas e discussões, ou ainda por não

haver muito conhecimento desta temática.

Estudar a questão da homossexualidade se faz urgente e necessário, não

somente para o cumprimento da lei, mas também para poder entender o processo

histórico vivencial do ser humano. E assim entender melhor o que nossos alunos

pensam e se sentem, sempre com o objetivo de diminuir preconceitos e favorecer

uma melhor absorção de conhecimentos.

Para tanto, se faz necessário::

[...] desenvolver uma postura crítica em relação aos processos de naturalização da diferença, embora reconheçamos que desigualdades sociais e políticas acabam sendo inscritas nos corpos: corpos de homens e mulheres, por exemplo, tornam-se diferentes por meio dos processos de socialização (BRASIL, 2009, p.14).

Desta forma, a promoção do aprendizado de questões relacionadas ao gênero

e à homossexualidade, é de extrema importância para que se possa ampliar os

conhecimentos a respeito desses assuntos. É preciso entender que todos podem ser

agentes do processo de valorização das diferenças, pois fazemos parte de uma

sociedade na qual a diversidade é uma realidade.

1.2 Dentro da caixa...homossexualidade

Durante o século XX e início do século XXI, por intermédio das discussões na

escola, na mídia e em outras instituições sociais, percebe-se que as lutas sociais estão

muito presentes em nossa sociedade. Principalmente pela TV e a Internet, sabe-se

de diferentes manifestos, palestras e até mesmo em filmes e novelas, como estão as

discussões a respeito de questões acerca da igualdade de gênero, sexualidade, etnias

raciais, entre outras.

Fry e Macrae (1985, p. 61-62), salientam a forte influência que a medicina teve

sobre a questão da homossexualidade, seu primeiro ato foi de tirar a

homossexualidade como crime, tornando-o uma doença. Desta forma, o processo de

estudos realizados por médicos/as e cientistas criaram diversas teorias. Uma delas é

a alegação de que existiam dois tipos de homossexuais: os invertidos e os pervertidos.

Para cada um deles era conferida características distintas: os invertidos eram doentes

que não tem culpa de seus desejos sexuais, já os pervertidos apresentavam desvio

de caráter, por escolher relações com indivíduos do mesmo sexo.

Áriès (1986, p.81 apud LIMA, 2006, p.34) relata acerca da história da

homossexualidade e relembra algumas conceituações cem relação a figura

homossexual. Na idade média era “perverso”, passando no início do século XVIII para

o termo “monstro e anormal” e no final do mesmo século de “doente”.

No século XIX os homossexuais eram vistos como portadores de algum tipo

de patologia ou uma mera perversão. Depois de vários estudos em que surgiam

muitas hipóteses de cura ou conversão sobre a homossexualidade, através de muitas

reivindicações, somente em 1995 o Código Nacional das Doenças (CID), foi revisado.

Assim, no termo homossexualismo, seu sufixo “ismo”, que significa doença, foi

retirado e substituído pelo sufixo “dade” (homossexualidade) que designa modo de

ser (MORAES; OLIVEIRA; FECHIO, 2011, s/p).

Com o passar dos anos esta desconstrução em relação a nomenclatura vem

sendo habitualmente utilizada, embora alguns ainda tenham a concepção de que a

homossexualidade esteja ligada a algum tipo de patologia. Viana esclarece que:

A palavra homossexualidade atualmente é vista como uma qualidade ou características do ser humano, sendo homossexual (grego homos = igual +latim sexus= sexo), assim sendo define-se por atração física, estética, espiritual e emocional em seres do mesmo sexo (2006 apud MORAES; OLIVEIRA; FECHIO, 2011, s/p).

Com base nessa história de lutas sociais e considerando os novos sujeitos

sociais que estão presentes na instituição escolar, é que as Diretrizes Curriculares de

Gênero e Diversidade Sexual da Secretaria de Estado do Paraná (PARANÁ, 2010),

vem ao encontro dessa relação de saber-poder existente na realidade escolar, a qual

ainda se configura como processo de exclusão. É possível refletir a respeito das

práticas pedagógicas fundamentais, que problematizam as verdades, acerca de

gênero e diversidade sexual, tendo em vista que a escola é um espaço de socialização

para a diversidade.

A formação de professores e professoras para trabalhar abordagens como as

do tema desta pesquisa se torna fundamental para atender as necessidades oriundas

da nossa realidade dentro do espaço escolar. A liberdade em relação a orientação

sexual é pautada no direito estabelecido pela diversidade sexual e é assim que

devemos trata-la na escola.

Uma questão apontada por Foucault “refere-se à imagem construída ao redor

da homossexualidade, imagem esta que deve ser combatida, mesmo que à custa da

resistência daqueles que não aceitam a homossexualidade enquanto existência

válida” (2005 apud LIMA, 2006).

Esta imagem estereotipada concebida através dos tempos, com relação à

homossexualidade, é vinculada a formas generalizadas de preconceitos e atitudes

discriminatórias, muitas vezes decorrentes da falta de informação a respeito do tema.

Ainda em Foucault, é possível encontrar algumas concepções relacionada a respeito

da homossexualidade. Lima (2006, p.30), relata que, “a partir da concepção

Foucaultiana de 'modo de vida homossexual', pode-se refletir acerca da questão da

identidade homossexual, sobre qual seria para ele a identidade a ser buscada - ou

não – pelos/as homossexuais”.

Na sociedade contemporânea, a constante luta, a respeito da questão da

identidade homossexual, vem sendo pautada cada vez mais nos espaços da mídia,

com o intuito de divulgar esta realidade existente e buscando o entendimento por parte

da sociedade. Esse fato, vem colaborar para minimizar todas e quaisquer formas de

discriminação, que possam gerar prejuízos emocionais ou sociais.

É relevante ressaltar, que quando se fala em identidade sexual, deve se referir,

ao modo como a pessoa se percebe e o modo de como esta pessoa torna pública,

(ou não) sua exposição perante a sociedade e sua orientação sexual.

De acordo com o Caderno de Gênero e Diversidade na Escola (BRASIL, 2009),

a orientação sexual é pautada atualmente em três dimensões: heterossexual,

homossexual e bissexual. Sendo que estas dimensões estão subordinadas aos

gêneros feminino e masculino. A bissexualidade é a atração afetiva, sexual e erótica

tanto por pessoas do mesmo gênero, quanto do gênero oposto; a heterossexualidade

é atração afetiva, sexual e erótica por pessoas de outro gênero; a homossexualidade

é o termo utilizado para descrever a sexualidade dos homossexuais (pessoas que tem

atração afetiva, sexual ou erótica), seu sentido mais abrangente compreendendo não

só a esfera sexual em si, como também a esfera afetiva e as implicações de ambas

em comportamentos e relações humanas.

1.3 Dentro da caixa...Educação Física

A disciplina de Educação Física vem sofrendo transformações ao longo de sua

história. Mas nunca deixando um dos seus temas, que é a saúde do corpo, como todo.

Assim o hábito de uma atividade física regular, bem como seus benefícios para o

corpo, devem ser entendidos e sensibilizados por meio das aulas de Educação Física,

para que sejam perpetuados através da vida como qualidade de vida.

Entende-se também que, para além, dos Conteúdos Estruturantes: esporte;

ginástica; jogos e brincadeiras; lutas; dança, os Elementos Articuladores4: Cultura

Corporal e Corpo, Cultura Corporal e Ludicidade e Cultura Corporal e Diversidade

(PARANÁ, 2008) colaboram para a formação dos sujeitos em sua totalidade. Vale

destacar o que está expresso nas Diretrizes Curriculares Estaduais Orientadoras da

Educação Básica-Educação Física:

Nesse sentido, partindo de seu objeto de estudo e de ensino, Cultura Corporal, a Educação Física se insere neste projeto ao garantir o acesso ao conhecimento e à reflexão crítica das inúmeras manifestações ou práticas corporais historicamente produzidas pela humanidade, na busca de contribuir com um ideal mais amplo de formação de um ser humano crítico e reflexivo, reconhecendo-se como sujeito, que é produto, mas também agente histórico, político, social e cultural (PARANÁ, 2008, p.49).

A esta contribuição agrega-se que a disciplina de Educação Física está ligada

às questões essencialmente importantes. Ela se manifesta como forma de colaborar

para uma formação integral do ser humano, como o sujeito capaz de transformar a

sociedade, na qual está inserido. Desta forma, confia-se no potencial evidenciado pela

Educação Física, associada as outras disciplinas que possam fazer esta ponte ligada

aos aspectos sociais, de saúde e cultura corporal. Assim ela:

Pode e deve ser trabalhada em interlocução com outras disciplinas que permitam entender a Cultura Corporal em sua complexidade, ou seja, na relação com as múltiplas dimensões da vida humana, tratadas tanto pelas ciências humanas, sociais, da saúde e da natureza (PARANÁ, 2008, p.50).

De acordo com as Diretrizes Curriculares Estaduais Orientadoras da

Educação Básica-Educação Física, e como já foi exposto, a disciplina de Educação

Física é composta de Conteúdos Estruturantes e Elementos Articulares. Dentre esses

últimos estão listados a Cultura Corporal e Ludicidade, Cultura Corporal e Corpo e

Cultura Corporal e Diversidade (PARANÁ, 2008). Assim, pode se dizer que, a

interdisciplinaridade, contemplando esses elementos, é fundamental para que se

perpetuem o processo histórico da humanidade. Tem a finalidade de melhorar a

4 “A proposta dos Elementos Articuladores se aproxima daquilo que Pistrak (2000) denomina por

Sistema de Complexos Temáticos, isto é, aquilo que permite ampliar o conhecimento da realidade estabelecendo relações e nexos entre os fenômenos sociais e culturais [...]” (apud PARANÁ, 2008, p.53).

sociedade em que vivemos cada vez mais, tornando-a mais justa e ética, responsável

pelos seus atos e consciente de suas atitudes perante a si e aos outros.

Desta forma, “faz-se necessário integrar e interligar as práticas corporais de

forma mais reflexiva e contextualizada, o que é possível por meio dos Elementos

Articuladores”, no caso deste estudo: a ludicidade, “ao vivenciar os aspectos lúdicos

que emergem das e nas brincadeiras” possibilita-se reflexões, “sobre os papéis

assumidos nas relações em grupo”; o corpo que “é entendido em sua totalidade, ou

seja, o ser humano é o seu corpo, que sente, pensa e age”; a diversidade, porque “as

aulas de Educação Física podem revelar-se excelentes oportunidades de

relacionamento, convívio e respeito entre as diferenças” (PARANÁ, 2008, p. 53-54;

60). Esses três elementos articulam a disciplina de Educação Física como a totalidade

e complexidade dos sujeitos, possibilitando ainda, trabalhos interdisciplinares com os

professores.

A respeito dessa ideia Fraga e Gonzales (2012, p.14), complementam que:

“Educar é permitir que a aprendizagem sobre o mundo, sobre si mesmo e sobre o

outro aconteça para que possamos agir de maneira situada, diversificada, criativa,

crítica e atuante em nosso dia a dia”.

Assim pode se dizer que o papel da escola na vida do aluno/a, é um período

essencialmente importante na sua história de vida. Sendo assim, a ação do educador,

em cada momento, deve ser pensada por tratar diretamente com a vida de centenas

de pessoas, que passam em suas mãos todos os anos, com toda a diversidade que é

magnificamente e inata a todo ser humano.

Partido este propósito de educar para a diversidade, o corpo e o lúdico, o

planejamento e a preparação deve ser inerente ao nosso cotidiano, bem como de não

se esquecer da sensibilidade, do respeito a individualidade e a diversidade cultural

existente em nossa escola. A cerca desse assunto Fraga e Gonzales (2012, p. 14),

explicam que:

Para ensinar, é fundamental ter vivência constante de aprendizagem, formação na área específica e confiança de que algo a ensinar que seja relevante para a vida do educando e do conjunto da sociedade; portanto, é preciso estudar, planejar, preparar, tornar significativo.

Em suma, acredita-se ser relevante trabalhar o tema homossexualidade na

escola com os professores e as professoras, para que possam lidar com seus alunos

e alunas de maneira a favorecer o bom relacionamento entre todos e todas na escola.

Para tanto, é preciso buscar os conhecimentos na disciplina de Educação Física, por

meio dos seus Elementos Articuladores; diversidade, corpo e ludicidade.

2 NO MEIO DE TUDO...DISCUSSÃO: A CAIXA DE PANDORA SE REVELA

A desconstrução dos estereótipos com relação a homossexualidade por meio

dos aportes da disciplina de Educação Física, foi realizada no período entre fevereiro

e maio de 2014. Os sujeitos foram os profissionais que trabalham no Colégio Estadual

Professora Regina Tokano – Ensino Médio, do município de Uraí, estado do Paraná.

2.1 Revelação...curso de extensão

A pesquisa teve abordagem qualitativa e o procedimento foi um curso de

extensão universitária, com registro no SECAPEE5 da UENP, de número 3454, com

o título: A desconstrução dos estereótipos em relação à homossexualidade por meio

da disciplina de Educação Física. O curso foi ofertado para os profissionais do citado

colégio e 16 foram aqueles que participaram. Nesta pesquisa, os participantes estão

identificados com as letras do alfabeto no formato maiúsculo (A;B;C;D...N).

Foram elaborados oito encontros de quatro horas cada, num total de 32 horas

de curso de extensão. Esses encontros foram semanais, em cada um deles foram

abordados assuntos referentes a homossexualidade de forma natural, espontânea e

lúdica.

1º encontro: Olho no olho - história da homossexualidade;

2º encontro: Caixa de Pandora - termos apropriados;

3º encontro: Ética e Valores - questões enfrentadas no dia a dia;

4º encontro: Vídeo “Medo de quê?”6 termos considerados inapropriados;

5º encontro: Vídeo “Empurre a vaquinha” – O caso Miguel;

6º encontro: O que você faria se... – Preconceito;

5 [...] sistema da UENP para realizar o cadastro e acompanhamento dos projetos de pesquisa e

extensão que acontecem na universidade. Disponível em: http://www.uenp.edu.br/index.php/secapee. Acesso em: 8 Nov. 2014. 6 Os vídeos do 4º, 5º e 7º encontros estão disponíveis em: www.youtube.com.br. Acesso em: 12 Ago.

2011.

7º encontro: Filme “Orações para Bobby” – A realidade dos educandos;

8º encontro: O presente – Aplicação do questionário.

2.2 Revelação...perguntas

Desta maneira, a questão de número um foi, o que você entende por

homossexualidade, a partir das nossas conversas. 44% dos participantes

responderam que, são pessoas que sentem atração por pessoas do mesmo sexo. E

os outros 56% responderam que é uma orientação sexual diferente. Entendeu-se

assim que os participantes, compreenderam o que realmente significa ser

homossexual. Não houve respostas pejorativas em relação ao significado da palavra.

A homossexualidade atualmente é vista como uma qualidade ou características do

ser humano.

A segunda questão referia-se a definição de orientação sexual. A definição

compartilhada no curso foi a de que, a orientação sexual de uma pessoa indica por

qual gênero ela se sente atraída, seja física, romântica e/ou afetivamente. Desta

maneira, 87,5% dos participantes assimilou este conceito, o que causou grande

satisfação, pois, entender um dos elementos que permeia a homossexualidade não é

simples e colabora para diminuir o preconceito.

Como terceira questão foi apresentado, qual o significado da diversidade dentro

da escola? Todas as respostas evidenciaram as diferenças existentes dentro da

instituição escolar, bem como a necessidade de entender e respeitar cada indivíduo

(100%). Pôde-se observar, dentre as respostas dadas, uma que se destacou, o

participante C respondeu:

As diferenças estão presentes e a atenção a diversidade é o eixo norteador do paradigma da educação inclusiva, isto é uma educação de qualidade para todos, eliminando rótulos, preconceitos, estereótipos, qualquer mecanismo de exclusão dos alunos. Papel da escola atender a todos com as mesmas oportunidade, respeito a legislação.

Além de todos visualizarem a diversidade dentro da escola, esta resposta em

destaque, complementa as demais. Cada sujeito e sujeita com sua particularidade,

como pensamento, cultura, religião, orientação sexual e tantas outras diferenças

devem ser respeitadas por todos, pois são elas que compõem a sociedade e, portanto,

a escola. Também é importante destacar o processo de inclusão tão discutidos no

meio educacional.

Para observar o entendimento de outros conceitos apresentados, a quarta

questão foi: qual a diferença entre uma pessoa homossexual e bissexual. Nas

respostas apresentadas, 100% do participantes compreenderam a definição dos dois

conceitos sem dificuldades. Homossexual são indivíduos que se sentem atraídos por

pessoas do mesmo sexo, enquanto que bissexuais são indivíduos que tem atração

por pessoas de ambos os sexo, masculino e feminino.

Durante o curso foi trabalhado como um Glossário de palavras relacionadas ao

contexto de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT). Percebeu-se

assim, a importância de se trabalhar com definições das palavras que circulam no

meio social e, principalmente, no meio entre os sujeito e sujeitas LGBT. A informação

é relevante em situações relacionadas ao preconceito.

A questão de número cinco questionou, como você reagiria se alguém, próximo

a você, revelasse uma orientação sexual diferente da sua? As respostas foram bem

pessoais. O participante Q, revelou: " Respeitaria a orientação do meu colega e

continuaria com o mesmo tratamento de sempre". Os participantes E, P e O, relataram

que reagiriam com respeito e compreensão, devido às discussões durante os

encontros do curso. A resposta do participante F foi relacionada à apresentação do

filme “Orações para Bobby”: "com base no filme eu acolheria, agora muito mais, com

muito amor". Os participantes G, H, I e N, relataram que ficariam surpresos e

apreensivos, pelo preconceito que causa este tipo de relacionamento perante a

sociedade, mas depois aceitariam e tentariam agir normalmente. O participante L se

posicionou da seguinte forma: "Complicado em aceitar a ideia, no entanto acho que

daria apoio, continuaria sendo amigo, mas demoraria um tempo para aceitar". A

resposta do participante M foi a seguinte: "Eu aceitaria, pois não é uma opção é o jeito

de ser de uma pessoa". O participante K relatou que: "Eu entenderia, até porque a

minha orientação sexual é diferente de outras pessoas" (revelação surpresa). Os

participantes A e C, relataram que respeitariam e até tentariam ajudar. Já o

participante D respondeu: “A princípio ficaria surpresa, mas entenderia a orientação.

Não sei se aceitaria, mas respeitaria”. O participante B revelou que: “Isso já ocorreu e

no início é um choque, mas depois percebeu que a pessoa continuava sendo a

mesma, com todas as suas qualidades”. Essa questão promoveu diferentes respostas

e uma revelação surpresa do participante K. Percebeu-se que, após o curso ele sentiu-

se mais à vontade para se revelar ao grupo de profissionais da escola. Dentre as

repostas 44% respeitariam e aceitariam a condição da homossexualidade, sendo que

metade destes, após assistirem os vídeos e filme veiculados no curso. Entre 38% dos

participantes, essas questões ainda geram dúvidas e anseio. Alguns ficariam

apreensivos devido à sociedade que ainda não inclui definitivamente esses sujeitos e

sujeitas com orientações sexuais diferentes da heterossexualidade. Apenas um

respondeu que não sabe se aceitaria alguém próximo se ele/ela fosse homossexual.

A questão número seis foi: você tem notícias de situações de discriminação

sobre os homossexuais/Bissexuais? Relate algum exemplo com relação a este

assunto. Dos participantes, 50% relataram que só tiveram notícias desse assunto pela

mídia como: televisão, jornal e internet. Esse fato leva a refletir a respeito da

importância da mídia e de como ela leva notícias e demais informações a esse

respeito para dentro dos lares. O participante C não respondeu a questão. O

participante D relatou que já ouviu um professor revelar que sofreu discriminação por

parte do seu próprio pai. Essa resposta alerta para se direcionar o olhar para os/as

professores/as, não são somente alunos/alunas que têm orientações sexuais

diferentes da heterossexual. O participante I relatou que presenciou a cena de uma

família, ao descobrir seu filho homossexual, tomou a decisão de expulsá-lo de casa

e, depois, contar para as outras pessoas que o filho havia desaparecido. Informação

triste, saber que ainda hoje esse fato acontece em nossa sociedade. Voltando a um

dos comentários anterior, a falta de informação é grande mal social da

contemporaneidade. E a escola é o veículo para se obter o conhecimento necessário

para evitar tais tragédias cotidianas. O participante G já sentiu discriminação da

própria família, ao revelar que era um homossexual. Os outros participantes que

somaram os outros 25%, relataram ter presenciado situações de piadinhas, apelidos,

comentários maldosos e até agressões verbais, quando o assunto era a respeito da

orientação sexual, voltada para a homossexualidade. Vale lembrar que esse tipo de

comentário pode adentar as salas de aula e, cabe aos professores e às professoras o

evitarem.

O questionamento de número sete foi, de acordo com sua maneira de pensar,

qual a maior dificuldade que o adolescente enfrenta, ao assumir sua

homossexualidade? As respostas de 94% dos participantes, revelaram que a maior

dificuldade é a aceitação da própria família, seguido da escola e depois de toda a

sociedade que participa. Já o participante D relatou que pensa ser a maior dificuldade

é o pensamento dominante da sociedade, ou melhor, a discriminação da sociedade,

pois, esta entende como algo que não é padrão. A sociedade ainda vive nos moldes

da heteronormatividade, os seja, o padrão social é formado por pessoas

heterossexuais, cuja orientação sexual é para as pessoas do seu sexo oposto. A

família comum deve ser constituída por pai (sexo anatômico e gênero masculino) e

mãe (sexo anatômico e gênero feminino). Qualquer outra constituição foge à norma

social e é discriminada.

Na oitava questão estava descrito: você conseguiu desconstruir algum

estereótipo, a respeito da homossexualidade, em nossos encontros? As respostas

apontaram que, 100% dos participantes, conseguiram desconstruir estereótipos em

relação a homossexualidade. Sendo que 69% deles entenderam que é necessário

aceitar e respeitar a orientação sexual de cada um. O participante C revelou que

“todos tem direito de ser feliz na sociedade”. Os outros 25%, entenderam que a

desconstrução dos estereótipos se dá com a informação, pois assim possibilita o

conhecimento a respeito dessa temática. Esse dado, nos indica também a importância

do papel da escola, por meio das aulas, desvendarem o mundo LGBT por meio da

produção do conhecimento.

A última questão, de número nove, solicitou um comentário para o seguinte

pedido: Deixe aqui, o que mais lhe chamou a atenção durante nossas conversas. Dos

participantes, 19% responderam que aprenderam a aceitar e respeitar as pessoas,

independente da orientação sexual de cada um. Porém três deles acreditam que

podem demorar para entender e aceitar de fato. Outros 19% concluíram ser relevantes

os conhecimentos adquiridos acerca do tema em questão. Mais uma vez se destaca

o papel da escola, neste caso, como formadora em serviço de seus professores e

professoras. O conhecimento é determinante no combate ao preconceito. O

participante K revelou que o que mais lhe chamou atenção foi conhecer artistas que

se declararam homossexuais e bissexuais, durante os vídeos que assistiram. Aqui

aparece a mídia como intermediária das informações. Para esse participante foi válido

saber dessas pessoas públicas, as suas orientações sexuais, pois ele próprio se

revelou durante o curso. E, assim, para 56% dos participantes o que mais chamou a

atenção foi o relato desse mesmo participante, a respeito do sofrimento e conflito que

enfrentou da família, ao revelar sua homossexualidade.

2.2 Após as revelações...reflexões

Em síntese, as respostas revelaram que a homossexualidade, cuja orientação

sexual aponta para uma atração física, romântica e/ou afetiva por pessoas do mesmo

gênero, é uma condição do ser e que todos os participantes do curso, agora, sabem

do seu significado. Também, essas pessoas reconhecem as diferenças existentes

dentro da escola e o respeito que se deve ter para com cada um dos alunos e alunas.

Como já citado, para o participante C, “as diferenças estão presentes e a atenção a

diversidade é o eixo norteador do paradigma da educação inclusiva”.

A partir do momento em que as questões foram se aproximando do cotidiano

de cada um, as respostas foram revelando como que eles reagiriam caso tivessem

um ou uma homossexual na família, ou ainda, no círculo de amigos/as. Metade

expressou que respeitariam a condição da pessoa. Para outra parte dos participantes,

essas questões ainda gerariam anseios e dúvidas, sendo uma decisão difícil a de

aceitar ou não.

Para quase todos os participantes do curso, a família é a instituição que mais

dificulta a presença do/a homossexual dentro de casa. Apenas uma das respostas foi

diferente, alertando que é a sociedade que normatiza a orientação sexual das pessoas

e se for diferente da norma padrão heterossexual, não se é aceita. E, que o

preconceito dentro da família é decorrência do preconceito social.

O ponto positivo foi que todos os participantes conseguiram entender os

conceitos trabalhados e compreender um pouco mais a respeito da

homossexualidade. Um fato que se destacou foi a revelação de um deles, assumindo

sua condição de homossexual, perante o grupo de profissionais da escola.

3 DEPOIS DE TUDO...A CONCLUSÃO (A CAIXA DE PANDORA SEGUE SEU

DESTINO)

A finalização desta pesquisa remete a uma reflexão a respeito de que o tempo

de convivência com os participantes, proporcionou momentos importantes e

inesquecíveis de trocas e participações, nas discussões relacionadas às aulas de

Educação Física e o tema da homossexualidade , as quais acredita-se, serem

fundamentais para promover maior conhecimento, entendimento e algumas respostas

para o problema levantado: Como a disciplina de Educação Física pode colaborar

para a compreensão de professores e professoras, a respeito da homossexualidade

como orientação sexual, favorecendo assim a melhor convivência entre as alunas e

alunos, na escola?

Vale lembrar que o objetivo principal foi promover estratégias de prevenção e

intervenção, de acordo com as situações apresentadas na disciplina de Educação

Física, contribuindo para o processo de formação das professoras e dos professores,

reduzindo o preconceito em relação à orientação sexual das alunas e alunos.

De acordo com a análise do questionário pode-se perceber que apesar da

dificuldade, de uma pequena parcela dos participantes, o entendimento e análise da

realidade sobre a qual se está inserido, bem como a necessidade de proporcionar o

apoio necessário aos adolescentes que se encontram em conflito sobre sua

orientação sexual, aconteceu de forma eficaz e satisfatória.

Destaca-se que os participantes do projeto de formação reconheceram a

diversidade dentro da escola; mesmo com alguns anseios, todas e todos entenderam

que devem ter respeito pela condição do outro; para eles e elas, a família é ainda

muito preconceituosa e não aceita a homossexualidade.

O importante foi o entendimento alcançado pelos e pelas participantes a

respeito das questões ligadas à homossexualidade. Vale destacar, novamente, que

um dos participantes assumiu sua identidade homossexual, perante o grupo de

profissionais da escola. Esse fato elevou a necessidade de trabalhos como esse

dentro da escola.

A pesquisa respondeu ao problema na medida em que, sendo o/a profissional

de Educação Física aquele/a que lida diretamente com as questões da linguagem

corporal, é relevante que suas experiências sejam compartilhadas para com os

demais profissionais da escola.

Só é possível uma ambiente escolar democrático, quando as diferenças forem

aceitas com respeitos e dignidade, valorizando e conscientizando cada cidadão como

portador de direitos mas também de direitos perante a sociedade. Essas

possibilidades podem se transformar em fatos, ao se promover espaços de

discussões, de convivências pacíficas e democráticas, respeitando a diversidade

existente dentro da escola e em nossa sociedade.

No momento em que abre-se um espaço na escola, para essas discussões, é

possível que os preconceitos saiam da caixa de pandora e se desmanchem no ar.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais Educação Física. 1ª- 4ª. Brasília: MEC, 1998. pdf. ______.Ministério da Educação. Caderno de gênero e Diversidade na Escola: Formação de professores em gênero, sexualidade, orientação sexual e relações étnicos raciais. Brasília. 2009. FRY, Peter e MACRAE, Edward. O que é homossexualidade. São Paulo:Abril Cultural: Brasiliense, 1985. (Coleção primeiros passos: 26). FRAGA, Branco Alex; GONZALES, Jaime Fernando. Afazeres da Educação Física na escola: Planejar, ensinar, partilhar. Erechim: Edelbra, 2012. LIMA, Madlener Francis. O discurso sobre a homossexualidade no universo escolar: um estudo no curso de licenciatura em Educação Física. Curitiba.2006. Disponível em: http://www.ppge.ufpr.br/teses/M06_madlenerlima.pdf. Acesso em: 26 Jun. 2013. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Educação Física. Curitiba: SEED, 2008. pdf. ______. Diretrizes Curriculares de Gênero de Diversidade Sexual da Secretaria de Estado do Paraná. Curitiba: SEED, 2010. pdf.