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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

AS CONTRIBUIÇÕES DO ENSINO DE GEOGRAFIA NA CONSTRUÇÃO DA

CIDADANIA

Maria de Lourdes Cruz da Silva1

Eloiza Cristiane Torres2

RESUMO: O estudo “As contribuições do ensino de Geografia na construção da

cidadania” tem como objetivo estimular o aluno a refletir sobre o conceito de cidadania para tornar-se um cidadão crítico, consciente de seus direitos, exercendo-a de modo pleno. A mesma pressupõe consciência dos direitos e deveres e está presente em todos os momentos da vida de todo ser humano. Este projeto busca não apenas o desenvolvimento de conteúdos escolares, mas o estímulo ao conhecimento de conceitos e valores importantíssimos para a vida em sociedade. O mesmo foi desenvolvido na Escola Estadual Monsenhor Josemaria Escrivá pela professora participante do PDE – Pr ( Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria de Educação do Estado do Paraná) com os alunos do 9º ano, a fim de que eles vivenciem situações que possam subsidiar a construção de conceitos de cidadania contribuindo para o desenvolvimento de uma cultura social. No decorrer da implementação, serão abordados vários temas, tais como: Violência, Cidadania e Civismo, Autoestima, dentre outros, através de várias estratégias metodológicas, como debates, músicas e teatros, visando que a cidadania seja algo constante e presente na vida destes alunos. Por meio destas atividades foi possível desenvolver nos alunos o conceito de cidadania, além de discutir violência e desenvolver atividades que melhorem a auto estima dos mesmos. Observou-se ainda uma melhoria no comportamento escolar dos alunos, aumentando o respeito entre eles e também na relação professor-aluno.

Palavras-chaves: Geografia, Cidadania, Diálogo, Educação, Professor.

1. INTRODUÇÃO

Atualmente, observam-se em diversos meios sociais questionamentos

acerca da legislação que garante os direitos dos cidadãos, mas o cumprimento das

mesmas, geralmente, gera injustiça, impunidade que afetam grande parte da

população brasileira.

Os educandos da Estadual Monsenhor Josemaria Escrivá em que esta

proposta foi implementada pertencem a uma comunidade na qual valores como:

solidariedade, responsabilidade, afetividade, honestidade, tolerância, amizade,

1Professor da Rede Estadual de Educação do Paraná

Professor orientador da Universidade Estadual de Londrina

companheirismo, entre outros, passaram a ser vistos como defeitos e não virtudes,

os quais deveriam ser cultivados e expandidos, essenciais à formação do cidadão

crítico, autônomo e participativo.

Percebe-se nas instituições de ensino grande preocupação dos docentes na

prática em sala de aula, de mudar esta realidade através das relações diárias, pois a

escola tem como função ensinar, promover acesso ao conhecimento para que todos,

especialmente, os alunos das classes menos favorecidas possam ter o direito ao

exercício da cidadania.

Portanto, a escola vem passando por modificações necessárias para

acompanhar a evolução tecnológica que interfere no processo de ensino-

aprendizagem dos alunos. O aluno, geralmente, está preocupado em que faça valer

o seu direito, sem a responsabilidade como: usar o celular na sala de aula, sair da

sala em horário de aula, ou seja, significa apenas ter acesso aos seus direitos e não

aos deveres.

Logo, para efetivar a proposta deste projeto teve-se como objetivo aplicar

metodologias de ensino que despertem nos alunos atitudes mais críticas, tornando-

os cidadãos mais conscientes através da disciplina de geografia no sentido de

refletir sobre o conceito de cidadania, bem como oportunizar atividades interativas

no intuito de melhorar a convivência no ambiente escolar, além de estimulá-los a

serem multiplicadores dos conhecimentos sobre o exercício da cidadania no espaço

escolar em sua comunidade.

É preciso diversificar as aulas, tornando-as mais atrativas para os alunos

proporcionando-lhes possibilidade de melhorar o desempenho e facilitando a

aprendizagem. Neste sentido, as atividades lúdicas devem ser introduzidas no

processo de ensino-aprendizagem para facilitar a compreensão dos alunos sobre os

conceitos gerais de genética. Partindo destas afirmações é que se percebe a

importância do tema que será abordado no decorrer deste trabalho: Didática e

Metodologia na linha de estudo da Geografia e Cidadania.

Diante do exposto, como construir conhecimentos por meio de uma leitura

crítica e diálogo, entre a realidade do aluno e professores de forma a contribuir para

a formação de cidadãos atuantes na sociedade.

Conclui-se que é necessário que o professor reveja suas práticas

pedagógicas no intuito de pensar se elas são condizentes com a realidade

vivenciada pelo aluno e suas atitudes como cidadão.

2. DESENVOLVIMENTO

2. 1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Apesar da grande maioria dos professores de geografia apresentar

discursos acerca da importância de tal ciência e do ensino desta para formar os

cidadãos conscientes, é possível detectar certas práticas que os contradizem.

Certos educadores persistem na propagação de posturas tradicionais e

conservadoras, o que acaba por desestimular a aprendizagem.

A Geografia como ciência que estuda o espaço é de grande importância

para a formação do cidadão. Os objetos de estudo se subdividem em político, social,

cultural e também, físico, sendo, portanto de grande importância por mostrar ao

aluno parte de sua realidade.

Santos e Kahil (2007) abordam sobre o espaço geográfico e os processos

sociais que lá ocorrem, acreditando ser no estudo deste espaço que o aluno

compreende a dinâmica dos lugares, já que um espaço é reflexo de um todo. As

particularidades de um ambiente é o que resulta das transformações que atuam

nele, sejam de natureza política, social, cultural e econômica.

Assim sendo, para tornar efetivo o ensino de Geografia, é necessário que se

inicie desde o particular de cada aluno, segundo a realidade dos mesmos, para

posteriormente partir para o holístico. Assim será construída a base essencial para a

formação de cidadãos capazes de exercer plenamente sua cidadania. Aqui inicia-se,

portanto, o estudo de uma categoria de análise da geografia:

Lugar é a porção do espaço apropiável para a vida, que é vivido, reconhecido e cria identidade. Ele possui densidade técnica, comunicacional, informacional e normativa. Guarda em si o movimento da vida, enquanto dimensão do tempo passado e presente. É nele que se dá a cidadania, o quadro das mediações se torna claro e a relação sujeito-objeto direta. É no lugar que ocorrem as relações de consenso e conflito, dominação e resistência. É a base da reprodução da vida, da tríade cidadão-identidade lugar, da reflexão sobre o cotidiano, onde o banal e o familiar revelam as transformações do mundo e servem de referência para identificá-las e explicá-las.(GEOCIÊNCIAS, 2008).

Diante de tais pressupostos, considerando a vivência do educador, certos

problemas foram diagnosticados no que se refere ao ensino em escolas públicas de

Londrina, Paraná, que contribuem para um julgamento ruim dos alunos quanto à

Geografia, considerando-a uma disciplina desinteressante.

Portanto, o desenvolvimento de reflexões sobre a prática pedagógica de

professores é uma necessidade, pois assim haverá a busca de práticas alternativas

que ajudarão a amenizar e minimizar esse desinteresse. Diante do concebido a

partir do diagnóstico, há uma lacuna que distancia o discurso e a prática desses

docentes, observando-se a necessidade de voltar olhares para a internalidade do

processo educativo (NÓVOA, 1992).

Para tanto, conforme indica Nogueira (2007) deve-se levar em conta o modo

peculiar e único de cada professor, considerando-os como sujeitos edificadores e

elaboradores de sentido.

Portanto, o objetivo deste trabalho está em apresentar resultados relevantes

acerca do ensino da Geografia, buscando acrescentar ao tema possibilidades de

reflexão e aprofundamento. Além disso, deseja-se aclarar de forma conceitual a

relação existente entre o ensino da Geografia e os pressupostos da cidadania,

inerentes a formulação de conceitos desenvolvidos com os alunos.

De acordo com Castrogiovanni (1998), uma educação voltada para a

cidadania é necessária, pois é pela educação que as comunidades expressam sua

cultura e também terão capacidade de defendê-la quando outros valores forem

tomados como certos e universais.

As práticas pedagógicas são, portanto, de extrema importância para o

aprendizado, visto que ela pode ser responsável pela motivação do aluno. Trazer

para a sala de aula assuntos diários, gerar debates acerca do conteúdo pode

envolvê-lo, fazendo com que o mesmo reconheça o conteúdo em sua própria

realidade e veja que o ensino vai além de apenas uma “descrição”.

Partindo deste pressuposto, é constante a presença de exemplos de ensino

na narrativa dos colaboradores, que dissertam acerca de um ensino voltado para a

realidade do aluno.

Damiani (1999) acredita existir grande relação entre a cidadania e o espaço

por ser no segundo que ocorre as relações. Para o mesmo, um cidadão deve

participar de todos os acontecimentos, tendo conhecimento já que ele não é

meramente um objeto, mas sim um sujeito dinâmico e receptível a mudanças.

As chamadas relações de espacialidade são compostas por relações sociais

materializadas, lugar em que os indivíduos constroem suas condições de vida em

sociedade (CAVALCANTI, 1998).

Acerca dos deveres e da cidadania, Borges (2001) afirma que, para exercer

a cidadania plena, os indivíduos devem ter uma vivência de direitos e deveres em

relação a si mesmos e à sociedade em geral, e se tal relação é suscetível de

localização, caberá à Geografia um papel na formação do cidadão.

Formar o aluno cidadão não significa domesticá-lo, instruindo-o a cumprir seus deveres e a elencar os seus direitos. É necessário ir além, é necessário formar a criticidade do aluno sujeito, capaz de fazer uma análise da realidade que o cerca, dos lugares da experiência, não só reduzindo a experiência aos lugares e tempos próximos, como também correlacionando-a aos outros espaços-tempos (BORGES, 2001, p. 86)

É papel do professor, não só o constante repasse de conteúdo, mas também

a transformação deste em ensino geográfico, trabalhando a qualidade das

informações e propiciar ao aluno a transformação de conteúdo em saber, informação

em formação e utilizar os aprendizados em benefício próprio e também do outro.

Toda a produção que acontece em determinado lugar, assim sendo as

edificações que surgem, são compostas e construídas de acordo com uma

identidade social. Quando há muita produção visando apenas o ganho de acordo

com a quantidade, há perda de paisagens e isso atinge de forma indireta a

cidadania. Para tanto, a Geografia e a aprendizagem da mesma tem a finalidade de

ir em busca de empreendimentos que não prejudiquem a cidadania, pois a mesma é

composta por estudos do espaço e as condições de espacialidade.

Mas, para conscientizar o aluno acerca da cidadania e sua obtenção, não é

necessário apenas ajustá-lo. É necessário tomar conhecimento do meio, reconhecer

os fatos e acontecimentos, exercitar a crítica e traçar as possibilidades alternativas

dos objetivos que se quer alcançar.

Contudo, deve-se salientar que esse papel não é cabível apenas a

Geografia, mas sim da educação como um todo, incluindo as demais áreas e níveis

de ensino.

Retornando à Geografia, é necessário que o professor tenha ciência de que,

nas classes iniciais, este não terá de desempenhar o papel de formação de

geógrafos (VESENTINI, 1999), mas sim de indivíduos capazes de enxergar a

realidade em que vive. A partir disso, acredita-se que o aluno passará a desenvolver

o conceito de espaço geográfico e assim chegue, posteriormente, à situação de

cidadão.

Percebe-se aqui que há uma possibilidade nítida de corroboração da

Geografia, pois ao se estudar o mundo, a composição do espaço, os ajustes

territoriais e a ocupação desses por muitos povos, os interesses políticos existentes

e a luta por tais, além das diversas maneiras de se ocupar a natureza, podem ajudar

e muito para a reflexão crítica, que, segundo Giroux apud Callai (1999), é essencial

para a concretização de teorias da educação para a cidadania.

2.2 RESULTADO DA IMPLEMENTAÇÃO

O projeto foi implementado com alunos do 9º ano do Ensino Fundamental.

da Escola Estadual Monsenhor Josemaria Escrivá, com base nas diretrizes

curriculares. O resultado desta implementação pode ser observado a seguir:

Primeiramente foi realizada a apresentação do projeto à direção e equipe

pedagógica. A seguir apresentou-se também o projeto aos alunos. Os alunos

demonstraram interesse no projeto, uma vez que seria utilizada metodologia

diferenciada.

Considera-se que o conhecimento ultrapassa o senso comum, isto é, um

saber cotidiano que necessita ser rompido para dar lugar a novos saberes, para

tanto, o professor deve assumir um papel de mediador do ambiente escolar e da

sala de aula, proporcionando aos alunos situações que os levem a pensar, a

desenvolver o raciocínio lógico e a lidar com suas emoções, ou seja, os prazeres e

desprazeres que a vida lhes oferece.

O ideal de uma escola é de que ela promova o aprendizado dentro de um

ambiente agradável e atrativo aos alunos e que, além disso, respeite os diferentes

níveis de raciocínio e as habilidades que são próprias de cada um.

Cabe aos professores proporcionar este ambiente em que o aluno possa

experimentar situações diversificadas de aprendizagem. Por meio delas, ele terá

oportunidade de ser protagonista do seu próprio aprendizado.

A partir destas considerações optou-se por utilizar o vocabulário para

promover a reflexão do significado de palavras referentes ao contexto de cidadania.

Para isto, foi utilizado o dicionário para a pesquisa dos seguintes conceitos:

cidadania, cidadão, atitudes, cidadão, direitos e deveres. Com esta pesquisa foi

possível estimular o pensamento crítico e autônomo dos cidadãos acerca da

realidade em que vivem, incentivando na busca pelos direitos de toda a população.

A melhor forma de ensiná-los, portanto, é estimulando reflexões e vivências. Mais do que os discursos, são a prática, o exemplo, a convivência e a reflexão, em situações reais,

que farão com que os alunos e as alunas desenvolvam atitudes coerentes em relação aos

valores que queremos ensinar (LODI; ARAUJO, 2007, p. 70).

Para trabalhar os conceitos cidadania, violência escolar, direitos deveres,

cidadão, valorização do ser humano optou se por trabalhar músicas.

Dentro do ambiente escolar, as mídias podem proporcionar um novo impulso

à socialização do conhecimento, que apresenta como pressuposto básico a

interatividade entre tecnologia e educação. As linguagens atrativas das músicas

devem ser utilizadas por alunos e professores, e fazer parte do ambiente educativo

inovando a sala de aula. Assim, a educação será capaz transformar as salas de aula

em ambientes atrativos e agradáveis ao público escolar da atualidade. Com isto,

nossos alunos se sentiram motivados a estarem na escola, e a buscar seu

conhecimento através das ferramentas que fazem parte da vida cotidiana.

A seguir realizou-se a reflexão sobre o tema cidadania e promover a

socialização dos alunos. Foi utilizada a música “Pacato cidadão” do compositor

Samuel Rosa e Chico Amaral. Através desta reflexão os alunos foram direcionados a

pensar de maneira coletiva sobre a cidadania. Após esta reflexão os alunos

interpretaram o conteúdo da música através de paródias.

Aprender a ser cidadão e a ser cidadã é, entre outras coisas, aprender a agir com respeito, solidariedade, responsabilidade, justiça, não-violência, aprender a usar o diálogo nas mais diferentes situações e comprometer-se com o que acontece na vida coletiva da comunidade e do país. Esses valores e essas atitudes precisam ser aprendidos e desenvolvidos pelos estudantes e, portanto, podem e devem ser ensinados na escola (LODI; ARAUJO, 2007, p. 69).

A música “Faroeste Caboclo” de Renato Russo também foi utilizada para

refletir sobre a questão da violência. Após a reflexão os alunos produziram textos

ilustrativos que foram expostos em painéis. Não se concebe mais na atualidade

negar a que a violência escolar é um problema que precisa ser tratado. É preciso

atitude para modificar o comportamento nocivo de estudantes através da boa

vontade e bom senso e com abordagens de respeito às diferenças incentivando

ambientes de amizade e companheirismo da sociedade.

Não deve também, a escola, ser apenas um local de transmissão do saber e da construção de conhecimento e não deve seguir somente os programas oficias que lhe impõem, deve adaptar-se para trabalhar a realidade de sua comunidade. Na escola não se adquirem apenas conhecimentos, mas aprende-se nela também uma série de valores e de normas de comportamentos. Quando se aborda a palavra comportamento, deduz-se que a escola deve fornecer recursos e instrumentos aos alunos para que esses possam reagir ao seu meio e construir pouco a pouco as noções próprias ao seu desenvolvimento intelectual e sua cidadania (PIRES, 2007, p. 33).

Assim sendo, para tornar efetivo o ensino de Geografia, é necessário que

se inicie desde o particular de cada aluno, segundo a realidade dos mesmos, para

posteriormente partir para o holístico. Assim será construída a base essencial para a

formação de cidadãos capazes de exercer plenamente sua cidadania.

Foi também trabalhada a questão da valorização do ser humano através da

música “Os Cegos no Castelo” de Nando Reis. Após a reflexão sobre o assunto os

alunos confeccionaram cartazes utilizando desenhos, figuras e jornais.

Ensinar com as mídias será uma revolução, se mudarmos simultaneamente os paradigmas convencionais do ensino, que mantêm distantes professores e alunos. Caso contrário, conseguiremos dar um verniz de modernidade, sem mexer no essencial. A Internet é um novo meio de comunicação, ainda incipiente, mas que pode ajudar-nos a rever, a ampliar e a modificar muitas das formas atuais de ensinar e de aprender (MORAN, 1998, p. 64).

Neste sentido a utilização das mídias na educação pode ser transformada em

ferramenta capaz de dar importância e motivação aos alunos, já que este tipo de

estratégia já faz parte do cotidiano dos sujeitos da educação atual. È isto que o

professor busca sempre interesse, motivação e participação.

Ao se consultar a história da educação, percebe-se que a mesma não tem

realizado o papel que a foi designado, o de estimular o pensamento crítico e

autônomo dos cidadãos acerca da realidade em que vivem, incentivando na busca

pelos direitos de toda a população.

Para tanto, consideramos a Geografia de extrema importância nesse âmbito,

por essa, ser uma ciência que estuda o espaço onde as relações sociais acontecem.

Deve-se destacar que a prioridade é levar o aluno a relacionar sua realidade com o

que está sendo ensinado, para que assim reconheça seu papel na sociedade e

tenha interesse discente.

Após a abordagem dos temas foram trabalhos os conceitos de cidadania,

violência, valorização do ser humano através de um mapa conceitual. Para isto, foi

definido oralmente mapa conceitual e mostrar exemplos dessa atividade.

Em relação aos mapas conceituais Masiero (2010) vê a aplicabilidade do

deste procedimento didático para mostrar a relação hierárquica do conceito que esta

sendo ensinado. Sua aplicabilidade é possível, porque os alunos já têm um

conhecimento prévio dos conceitos que estão sendo ensinados. Os conceitos e as

linhas que ligam os conceitos entre si o mapa conceitual, terão significados para os

alunos desde que o professor faça as correlações entre o conceito principal e os

adjacentes, mostrando a inter-relação entre eles.

Para encerrar a implementação do projeto utilizou-se a representação teatral

com os conceitos trabalhados. .Foi dividido a turma em 3 grupos e atribuído um

tema para cada equipe. Os alunos elaboraram a peça teatral e apresentaram para

os demais alunos da escola e professores, no final do mês de julho. Os professores

presentes escolheram a melhor apresentação. Finalizou-se com a premiação em

sala de aula, da equipe vencedora.

A avaliação da aprendizagem foi realizada através da participação dos

alunos em todas as etapas do projeto e nas anotações das pesquisas no caderno.

Para isto, foi criado um roteiro juntamente com os alunos sobre a melhor forma de

avaliar. Os alunos optaram em serem avaliados através da participação dos alunos

em todos os momentos do projeto (pesquisa, elaboração dos painéis, na

participação no teatro).

No entanto, o mais importante que medir e classificar os alunos foi observar

que todos participaram prazerosamente do projeto.

Portanto, a relação do ensino e aprendizagem evolui constantemente com o

tempo. As técnicas para a transferência do conhecimento neste contexto é

fundamental para que se possa trabalhar uma educação de qualidade. Criar essas

condições, estabelecendo-as de maneira diferente como o formato apresentado

neste projeto, faz parte de um processo de diversificação no qual os professores

precisam entender como parte das mudanças atuais no formato da escola, que

também evolui no compasso da humanidade.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A relação do ensino e aprendizagem evolui constantemente com o tempo. As

técnicas para a transferência do conhecimento estabelecem também as diferentes

formas de relacionamento professor e aluno. Encontrar o real papel de cada ator

neste contexto é fundamental para que se possa trabalhar uma educação de

qualidade.

A partir desta visão é possível destacar que a educação o prazer estão

completamente vinculados, pois a educação pode ser tranquilamente adquirida

através de atividades prazerosas. Brincar e jogar são exercícios prazerosos da

realidade e através deles é possível adquirir e estabelecer regras básicas de

convivência, mudando aos educadores, os educandos e a sociedade. O professor

deve enriquecer qualquer atividade, fazendo novos personagens e situações, onde o

interesse aumente pela criança e assim consiga criar a possibilidade de uma

interessante aprendizagem.

Por meio destas atividades foi possível desenvolver nos alunos o conceito de

cidadania, além de discutir violência e desenvolver atividades que melhorem a auto

estima dos mesmos. Observou-se ainda uma melhoria no comportamento escolar

dos alunos, aumentando o respeito entre eles e também na relação professor-aluno.

A realização deste trabalho proporcionou em sala de aula uma aprendizagem

de forma consciente, sistematizada, prazerosa. Quando todos os alunos se

mobilizam em torno de um objetivo comum e, se coloca em ação, ele se torna

realidade e transforma a todos nós. A cooperação, o interesse, a necessidade de

buscar informações e contribuir com a aprendizagem do outro é renovada.

Existem muitos desafios a enfrentar no tocante a educação. E um desses

desafios é a formação de cidadãos conscientes, que compreendam a si mesmos e à

sociedade em que vivem, enfrentando desafios e sendo capazes de provocar

mudanças sociais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BORGES, Vilmar José. Mapeando a Geografia Escolar: identidades, saberes práticas. Uberlândia-MG: Universidade Federal de Uberlândia, 2001. (Dissertação

de Mestrado). LODI; Lucia Helena; ARAUJO; Ulisses F. In BRASIL, Secretaria de Educação Básica. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação In. Ética e cidadania:

construindo valores na escola e na sociedade. Brasília. 2007. MASIERO, Luciane, S. Mapas Conceituais: da teoria a pratica de ensino. 2010, p.104.Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Educação Física – Licenciatura) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2010. MORAN. José Manuel. Mudar a forma de ensinar com a Internet: transformar aula em pesquisa e comunicação. 1998. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/moran/uber.htm#pesqcom.> Acesso em 02/11/2014. PIRES, Pierre André Garcia. A escola e sua contribuição na formação de sujeitos: um olhar a partir da nova concepção de currículo. Anais do VI congresso

de letras: Linguagem e cultura. 2007. TOMITA, L.M.S. Ensino de Geografia:Aprendizagem significativa por meio de mapas conceituais. 2009. (tese de doutorado). Universidade Estadual de São

Paulo, São Paulo 2009.