42 - deveres dos filhos

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7/17/2019 42 - DEVERES DOS FILHOS http://slidepdf.com/reader/full/42-deveres-dos-filhos 1/20 Cornelius a Lapide, sj (1597-1637) + DEVERES DOS FILHOS Tradução por Uyrajá Lucas Mota Diniz  Primeiro dever dos filhos a respeito de seus pais: o amor Honra teu pai e tua mãe, diz o Senhor em seu Quarto Mandamento, para que ia !on"os anos so#re a terra$  Honora patrem tuum et matrem tuam, ut sis longeus super terram (  !"od# %%, 1&)' ste quarto preeito o#ri"a, desde edo, a que os *i!hos amem a seus pais' +odos os deeres do homem om re!aão a eus estão ontidos nos tr.s  primeiros Mandamentos/ seus deeres om re!aão ao pr0imo aham-se in!u2dos nos sete restantes' omo, na terra, o pai e a mãe oupam o primeiro posto, eus  pe o Quarto Mandamento omo primeiro dos sete que nos !i"am ao pr0imo' São 4au!o o#sera que o primeiro mandamento ao qua! eus *ez aompanhar uma promessa$ $uod est mandatum primum in promissione  (  !p%es# , &)' eus a!eu-se do termo %onrar  me!hor do que amar , porque a pa!ara %onrar a#ara tudo, diz o 8ateismo do Santo 8on2!io de +rento'

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Texto de Cornélio à Lápide traduzido da Obra "TESOROS DE CORNELIO A LÁPIDE" - Tomo I, por Uyrajá Lucas Mota Diniz.

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7/17/2019 42 - DEVERES DOS FILHOS

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Cornelius a Lapide, sj (1597-1637)

+

DEVERES DOS FILHOS

Tradução por Uyrajá Lucas Mota Diniz 

 Primeiro dever dos filhos a respeito de seus pais: o amor 

Honra teu pai e tua mãe, diz o Senhor em seu Quarto Mandamento, para queia !on"os anos so#re a terra$  Honora patrem tuum et matrem tuam, ut sis

longeus super terram ( !"od# %%, 1&)'

ste quarto preeito o#ri"a, desde edo, a que os *i!hos amem a seus pais'

+odos os deeres do homem om re!aão a eus estão ontidos nos tr.s

 primeiros Mandamentos/ seus deeres om re!aão ao pr0imo aham-se in!u2dos

nos sete restantes' omo, na terra, o pai e a mãe oupam o primeiro posto, eus

 pe o Quarto Mandamento omo primeiro dos sete que nos !i"am ao pr0imo'

São 4au!o o#sera que o primeiro mandamento ao qua! eus *ez

aompanhar uma promessa$ $uod est mandatum primum in promissione ( !p%es# ,

&)' eus a!eu-se do termo %onrar  me!hor do que amar , porque a pa!ara %onrar a#ara tudo, diz o 8ateismo do Santo 8on2!io de +rento'

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8om e*eito/ pode se amar a a!"um sem o temer/ pode-se teme-!o sem am-

!o/ porm, não se pode honrar a!"um erdadeiramente sem pro*essar-!he

sentimentos de amor e de respeito, sem temer desa"radar-!he e sem o#edeer-!he/

 posto que seria mera piada dizer que se honra uma pessoa u:as ordens não se

o#seram e u:as neessidades não são soorridas'

;mar ao pai e a mãe ter para e!es um a*eto rea! e dar-!hes proa disso em

oasies espei*ias' ste amor natura!/ os pr0prios pa"ãos de!aram-no

o#ri"at0rio/ e não h nenhuma naão que não onsidere omo um monstro aque!e

*i!ho que *a!te a este sa"rado deer' ; natureza d esta in!inaão aos *i!hos,

inspirando-!he reonheimento em *aor de seus pais, de quem ree#eram a ida'

+ri#utai < ossa mãe o mesmo amor que e!a os tem' ai-!he osso oraão,

 posto que e!a os deu < !uz, om peri"o de sua ida'

Muito deeis < ossa mãe, diz Santo ;m#r0sio, pe!a *erida in*!i"ida a seu

 pudor, pe!a perda da ir"indade, pe!os peri"os de morte a que se iu eposta

!eando-os em seu seio e ao p=r-os no mundo/ os dissa#ores e as *adi"as de umamãe, #em omo os peri"os que orre são inumereis$ Tu matri de&es pudores

injuriam, irginitais dispendium, partus periculum' matri longa (astidia, matri

longa discrimina ( )n  Luc#, c# )'

Quantas inquietudes, quantos uidados, quantos suores, quantas *adi"as,

quantas i"2!ias, quantos tra#a!hos, quantas priaes so*rem os pais em *aor de

seus *i!hos' >ão podem apareer motios mais oninentes do que estes para

o#ri"ar os *i!hos a amarem seus pais'

4or isso, nos ?!timos instantes de sua ida, +o#ias não deiou de apresentar 

tais ar"umentos aos o!hos de seu *i!ho, dizendo-!he$ Honra a tua mãe todos os dias

de tua ida, porque dees te !em#rar do quanto so*reu e a quantos peri"os e!a se

ep=s por ti (To&# , @)'

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ste amor não dee estar somente no oraão/ dee tam#m mani*estar-se

eteriormente em todas as irunstAnias' Bs *i!hos deem ter para seus pais

atenes, omp!a.nias ont2nuas, pa!aras does e respeitosas/ deem #usar,

om a*ino, os meios de a"radar-!hes, a *im de mani*estar-!hes a inio!a#i!idade do

a*eto que !hes anima'

 Segundo dever dos filhos: o respeito

B que se dee entender quando se diz que os *i!hos deem respeito a seus

 paisC Si"ni*ia que deem !hes *a!ar om ur#anidade, om humi!dade e eneraão,

so*rer, desu!par e ou!tar seus de*eitos'

;inda que nos e:amos e!eados a uma "rande di"nidade, deemos a#ri"ar 

sentimentos de respeito para om nossos pais, por mais que e!es se:am po#res,

arre"ados de a*!ies e de doenas repu"nantes'

;inda que este:as sentado entre os poderosos, diz o !esistio, reorda-te

de teu pai e de tua mãe$ Memento patris et matris tuae, in m*dio enim magnatorum

consistis  ( )!ccli# %%, 1D)/ para que não aontea que eus se esquea de ti

mesmo na Sua presena, e, en*atuado om sua *ami!iaridade, tenhas que so*rer tais

opr0#rios, que pre*eririas não ter indo ao mundo/ e não ama!dioes o dia do teu

nasimento ( !ccli# %%, 19)'

Eespeitai a osso pai e a ossa mãe, diz o "rande ;p0sto!o, para que se:ais

*e!izes e iais !on"o tempo na terra$ Honora patrem tuum, et mater tuaem, ut &ene

 sit ti&i, et sis longoeus super terram ( !p%es# , &-3)'

Eespeitai a ossos pais e amai-os, respeitai-os interior e e"teriormente/

respeitai-os anteipando-os a seus dese:os, o#edeendo-os, a:udando-os'

Somente o insensato despreza sua mãe, dizem os 4ror#ios$ tultus %omodespecit matrem suam ( ro# %, &F)'

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Que oisa dee ser mais querida para o *i!ho, que oisa toa-!he mais

intimamente e est !i"ada om e!e por meio de !aos mais sa"rados e estreitos que

seus paisC

4or isso, o *i!ho que !hes respeita, respeita-se/ e aque!e que os despreza,

despreza-se a si mesmo/ ;inda mais, despreza a eus ou respeita-Ghe on*orme

despreze ou respeite a seu pai e sua mãe' Bs pais são os representantes de eus e

omo sua ia imagem'

4!atão, um pa"ão, ensina que os *i!hos deem respeitar a seus pais omo

deuses na terra e representantes da diindade ( Dial# , de Legi&#)'

eus transmitiu sua honra, seu direito e seu imprio aos pais, mandando a

seus *i!hos que os respeitem omo a eus representantes'

eus deu ao pai sua paternidade, o poder de produzir a seu seme!hante/ eis

aqui o por qu. eus ei"e que os *i!hos respeitem a seus pais' Eee#em de seu pai o

ser e todos os #ens, isto , a qua!idade de homens, de seres raionais, de reis dounierso/ seu pai o instrumento de que eus se sere para isto' , pois,  justo e

necessário  que os *i!hos respeitem-!he omo prin2pio e autor de sua eist.nia,

humanamente *a!ando'

Quem teme ao Senhor, honra a seus pais, diz a sritura$ $ui timet 

 Dominum, %onorat parentes ( !ccli# , D)'

Honra a teu pai om todo o teu oraão, e não te esqueas dos "emidos de tua

mãe, diz o Senhor' Eeorda-te de que sem e!es não haerias nasido, e orresponde-

!hes om ri"or ao que *izeram por ti ( !ccli# , &9-3F)'

eus, a onsi.nia e a natureza ei"em que respeitemos a nossos pais' 4or 

mais de*eito que possam ter um pai e uma mãe, os *i!hos não os deem notar/ :amais -!hes permitido er"uerem-se omo ju-zes de seus pro"enitores'

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Terceiro dever, a obediência

Ii!hos, o#edeei a ossos pais om os o!hos *itos no Senhor/ porque esta

uma oisa :usta, diz o "rande ;p0sto!o$  .ilii, o&edite parenti&us estris in

 Domino, %oc enim justum est  ( !p%es# , 1)'

+o#ias d ordens a seu *i!ho/ e este responde-!he imediatamente$ Iarei, 0 meu

 pai, tudo o que me haeis mandado$ /mnia 0uaecum0ue praecepisti mi%i, (aciam,

 pater  (To&# , 1)'

4or tr.s ezes se"uidas, r. Samue! que !i o hama/ por tr.s ezes, !eanta-se prontamente/ e, orrendo at :unto de !i, diz-!he$ J estou aqui, 0s me

hamastes$ !cce ego, ocastime enim me ( ) 1eg# , 5)'

sutai, 0 meu *i!ho, as orrees de teu pai, dizem os 4ror#ios, e não

desprezes as adert.nias de tua mãe$  2udi, (ili mi, disciplinam patris tui, et me

dimittas legem matris tuae ( ro# , D)'

B *i!ho dee esutar om respeito e atenão as ordens de seus pais, e dee se

su#meter a e!es om humi!dade' isto'''

1K ''' porque o#edeer a seus pais o#edeer a eus mesmo, posto que os

 pais oupam o !u"ar de eus e representam->o/ e

&K ''' porque o me!hor meio de andar no #om aminho'

Meu *i!ho, dizem os 4ror#ios, o#sera os preeitos de teu pai/ onsera-

os onstantemente "raados em teu oraão/ *az que te aompanhem em tuas

ia"ens, que te "uardem durante teu sono, e se:am o#:eto de teus pensamentos ao

despertar$ Consera, (ili mi, praecepta patris tui###' liga ea in corde tuo jugiter###'

cum am&ulaeris, gradiantur tecum' cum dormieris, custodiant te, et eigilans

lo0uere cum eis ( ro# , &F-&&)'

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suta a teu pai/ e!e te deu a ida/ e não desprezes a tua mãe quando se ahe

na e!hie$  2udi patrem tuum, 0ui genuit te, et ne contemnas cum senuerit mater 

tua ( ro# %%, &&)'

Ii!hos, diz o !esistio, esutai os preeitos de osso pai, e a"i on*orme

os *a!e, se os quereis sa!ar$ 3udicium patris audite, (ilii' et sic (acite ut sali sitis

( !ccli# , &)'

B s#io denomina sentenças <s ordens e aos aisos de um pai' B *i!ho, diz

Loio, dee ser atento, d0i! e arinhoso/ d0i! de arter, atento para eeutar as

ordens de seus pais/ e arinhoso para atender o que !he dizem ( Li&#  de Consolat#)'

; o#edi.nia um deer essencial  dos *i!hos/ porque seus pais são seus

superiores, seus donos/ e!es tem, por direito diino, a *au!dade de mandar so#re os

*i!hos' Jesus 8risto o#edeia < ir"em Maria, sua sant2ssima Mãe, e a São Jos, que

!he seria de pai'

saa, Ja0, Jos e os outros 4atriaras tinham para om seus pais umasu#missão que dee serir de mode!o aos *i!hos dos ristãos'

não somente durante a in*Ania quando deem o#edeer a seus pais,

senão durante toda a sua ida/ e at depois de sua morte, eeutando om

 pontua!idade suas ?!timas ontades' stes prin2pios estão "raados pe!a natureza

no oraão dos homens'

Bs *i!hos deem *azer, om prontidão e a!e"ria, aqui!o que seus pais

ordenam-!he' sta o&edi4ncia pronta e alegre  tão neessria aos *i!hos, que em a

ser seu arter essenia!, de maneira que, assim omo um raio separado do so! não

re!uz mais, assim omo um riaho separado de seu manania! deia de orrer e sea,

e um ramo separado da rore torna-se ressequido/ da mesma maneira, diz São

4edro 8ris0!o"o, um *i!ho que deia de ser o#ediente, deia, pe!a mesma razão, deser *i!ho' +orna-se um monstro na natureza, e indi"no de ier ne!a'

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is aqui por que São 4au!o reomendou tão iamente a o#edi.nia aos

*i!hos, dizendo-!hes$ Ii!hos, o#edeei em tudo a ossos pais, porque isto a"rade!

ao Senhor$ .ilii, o&edite parenti&us per omnia, %oc enim placitum est in Domino

(Coloss# , &F, erm# )'

Bs *i!hos deem o#edeer em tudo a seus pais, quando suas ordens não são

ontrrias < Gei de eus'

Quarto dever: a assistência

Haendo o *i!ho de +o#ias tardado um dia a mais em o!tar de sua ia"em

 para :unto de seus pais, entristeeram-se estes e omearam am#os a horar'

So#retudo sua mãe, inonso!e!, horaa amar"amente, e dizia$ ;i de mim ;i,

meu *i!ho, porque te eniamos tão !on"e, a ti, !uz de nossos o!hos, #u!o de nossa

e!hie, onso!o de nossa ida, esperana de nossa posteridadeC +endo em ti

depositado todas as oisas, não de2amos ter-te a*astado de n0s (To&# %, 3-5)' ; mãe

de +o#ias india aqui o deer que reaem so#re os *i!hos de assistir a seu pai e a sua

mãe'

Bs *i!hos, diz ;rist0te!es, :amais poderão dar a eus e a seus pais su*iientes

"raas por tudo quanto !hes deem ( Li&# % !tic%#)'

epois de eus, tudo ree#emos de nossos pais' , pois, um deer 

indispense! assistir-!hes em suas neessidades' Haendo ree#ido tudo de seus

 pais, o *i!ho não se pertence, pertene inteiramente a seus pais'

Muito #em, diz Santo ;m#r0sio, ;!imentai ao osso pai, a!imentai a ossa

mãe ;inda que tenhais a!imentado a ossa mãe, não !hes podereis pa"ar,

entretanto, as dores, as an"?stias que por 0s so*reram/ :amais !he haereis dado

a!imentos que ompensem aque!es que, por terno a*eto, e!es o-!os o*ereeram

quando os riaa/ não satis*izestes as neessidades que so*reram por 0s, priando-se de omer aqui!o que poderia os ausar pre:u2zo, e de #e#er aqui!o que

 pudesse a!terar seu !eite' Je:uaram por 0s/ por 0s tomaram sustento !es

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 priaram-se de a!imentos que, ta!ez, "ostaam/ e por 0s, aeitaram man:ares que

!hes repu"naam/ i"iaram e horaram por 0s' 4oder2eis, então, a#andon-!a na

neessidadeC N *i!hos, que terr2e! :u2zo prepara-se para 0s, se não uidais de

ossa mãe eeis a e!a o que tendes, porque !he deeis o que sois1'

Meu *i!ho, diz o !esistio, a!iia a e!hie de teu pai/ e, mesmo se sua

inte!i".nia *a!tar, perdoa-!he$ .ili, suscipe senectam patris tui, et si de(ecerit sensu,

eniam da ( !ccli# , 1@-15)'

Eeorda-te de teu pai e de tua mãe, a *im de que eus não te esquea$

 Memento patris et matris tuae, ne (orte o&liiscatur te Deus ( )&id# %%, 1D-19)'

Bs *i!hos estão o#ri"ados a umprir os deeres da assist.nia a seus pais

durante sua ida, na hora de sua morte, e ainda depois de sua morte'

ee soorr.-!os em sua po#reza e proporionar-!hes, em proporão de sua

*ortuna *i!ia!, tudo o que neessrio para sua ida'

Quando estão en*ermos e em peri"o de morte, os *i!hos deem aumentar seus

uidados, se:a quanto ao seu orpo, se:a prinipa!mente em re!aão < sua a!ma'

epois de sua morte, deem rogar e (azer rogar  por e!es, e eeutar suas ?!timas

ontades' 8ada um reerenie a seu pai e a sua mãe$ Uni0uis0ue patrem suum et 

matrem suam timeat  ( Leit# %%, 3)'

 Jesus Cristo e os Santos são modelos de filhos

ntretanto, o menino Jesus ia resendo e *orta!eendo-se p!eno de

sa#edoria/ a "raa de eus esta om !e, diz São Guas$  uer autem cresce&at, et 

con(orta&atur plenos sapientia, et gratia Dei erat in illo  ( Luc# , @F)'

1  asce patrem tuum, pasce matrem tuam' et si paeris matrem, ad%ue non reddidisti Dolores, non deddidisti

cruciatus 0uos pro te passa est' non dedisti alimenta 0uae tri&uit tenero pietatis a((ectu, immulgens la&iis

tuis u&era' non reddidisti (amnem 0uam pro te illa tolerait, ne 0uid, 0uod ti&i no"ium esset, aderet' ne 0uid,

0uod lacti noceret %auriet# )lla ti&i jejunait' ti&i manducait' ti&i illum, 0uem oluit, ci&um non accepit, ti&i,

0uem noluit, ci&um sumpsit' ti&i igilait' ti&i (leit' et tu illam egere poteris5 / (ili, 0uantum ti&i sumis

 judicium, si non pascas parentem6 )lli de&es 0uod %a&es, cui de&es 0uod es ( )n Luc#, c# %)'

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Jesus 8risto estaa sempre om Maria e Jos/ e quando os deiou, *oi para ir 

ao +emp!o$ !t inenierunt illum in templo ( Luc# , @6)' era-!hes su#misso$ !t erat 

 su&ditus illis ( Luc# , 51)' Samue! *ez-se "rande diante do Senhor/ *orti*iaa-se e

resia amado de eus e dos homens$  Magni(icatus est amuel apud Dominus,

 pro(icie&at at0ue resce&at, et place&at tam Domino 0uam %omini&us (*' ) 1eg# ,

&1-&6)'

+odos os santos, em "era!, durante sua in*Ania, e enquanto ieram om

seus pais, deram eemp!o de amor, de respeito, da o#edi.nia e da assist.nia que

deemos aos autores de nossos dias'

Que vantagens podem esperar os filhos que cumprem os deveres relativos a seus

 pais

B#seram, e om razão, que eus, no ap2tu!o do Giro do !esistio,

 promete "randes #ens aos *i!hos que umprem om seus deeres quanto ao seu pai e

< sua mãe'

1K B primeiro onsiste em ri0uezas temporais e espirituais' ;que!e que honra

a sua mãe, aumu!a tesouros$ icut 0ui t%esaurizat, ita et 0ui %onori(icat 

matrem suam ( !ccli# , 5)/

&K outro #em que seme!hante *i!ho ser tam#m  (eliz  em seus *i!hos$ ;que!e

que honra a seu pai ter onso!o em seus *i!hos$ $ui %onorat patrem suum,

 jucunda&itur in (iliis ( !ccli# , 6)/

3K ademais,  será ouido  quando em sua oraão$  )n die orationis suae

e"audietur  ( !ccli# , 6)/

@K m arsimo, aque!e que honra a seu pai ierá longa ida, e aque!e que

!he o#edee dar onso!o < sua mãe$ $ui %onorat patrem suum, ita iet longiore, et 0ui o&edit patri, re(rigera&it matrem ( !ccli# , 7)/

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5K este:amos ertos de que a #enão do pai ro&ustece a casa  dos *i!hos$

 7enedictio patris (irmat domos (iliorum ( !ccli# , 11)'

6K o seto #em assim prometido$ Iiar co&erto de gl8ria, tanto porque o

 pai, a quem se tri#utam honras, "!ori*ia a seus *i!hos, omo porque,

honrando a seu pai, um *i!ho o#re-se de "!0ria aos o!hos de todos$ 9loria

%omini e" %onore patris sui ( !ccli# , 13)'

7K eus, no tempo das proaes do *i!ho, ir em sua ajuda e !he sa!ar$ )n

die tri&ulationis commemora&itur tui ( !ccli# , 17)/

DK ademais, ta! *i!ho o#ter *ai!mente o  perdão  de seus peados' Seus

 peados, diz a sritura, desapareerão omo o "e!o ao sopro da primaera$

 !t sicut in sereno glacies, solentur peccata tua ( !ccli# , 17)/ e

9K por *im, eus o a&ençoa  em tudo$ Deus prospector est ejus 0ui reddit 

 gratiam ( !ccli# , 3@)'

8umprir nossos deeres :unto aos pais amontoar imensos tesouros, pondo-

os so# a ust0dia de eus' ;que!e que honra a seus pais, epia seus peados/ e

o#tm, se:a a "raa de não o!tar a air ne!es, se:a tudo o mais que pea a eus

4orque eus o!ha omo tri#utado a Si mesmo a honra que se tri#uta aos pais/

honra aos que os honram, oue aos que os esutam, o#edee aos que !hes

o#edeem, ama aos que !hes amam, assiste aos que !hes assistem' eus !i#era! e

indu!"ente para om aque!es que são "enerosos e indu!"entes para om os seus pais'

4orque eus onsidera a o#edi.nia deida aos padres omo um sari*2io que

apa"a os peados dos *i!hos e a!ana-!hes o perdão'

Se, se"undo o Ge2tio (cap# ), o sari*2io durante o qua! se *azia orrer o

san"ue de animais epiaa os peados, quanto mais não os h de epiar ao#edi.nia tri#utada pe!os *i!hos/ sari*2io no qua! sua ontade est omo que

sari*iada os ps de seus pais e aos ps de eusC sta re*!eão de São Ore"0rio$

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i sacri(icium 0uo macta&atur caro animalis e"pia&at peccatum, multo magis

e"pia&at illud o&edientia (iliorum, 0uae oluntas eorum parenti&us Deo0ue

 su&sternitur, et 0uase mactatur  ( Moral#)'

Bs *i!hos que honram a seus pais, adquirem t2tu!os para suas oraes e para

sua #enão' ;que!e que honra a seus pais ser honrado pe!os pr0prios *i!hos' este

modo reompensou eus a saa, a Ja0 e a Jos'

Honrai a osso pai e a ossa mãe, a *im de que iais muito tempo na terra

( !"od#  %%, 1&)' ;inda quando ossa morte *osse prematura, tereis iido longo

tempo, porque tereis iido #em, isto , na :ustia, om reputaão, !ouores e "!0ria'

iereis !on"o tempo, porque asse"urareis ossa sa!aão para a Terra dos :ios &#

8umprindo osso deer re!atio a ossos pais, *areis sua a!e"ria e a ossa, a

da soiedade e a de eus/ passareis dias *e!izes, e a!anareis a morte dos :ustos,

 #em omo a oroa eterna'

 ! muitos filhos que não cumprem com seu dever" Crimes de que se fa#em

culp!veis"

Muitos *i!hos andam a!ienados desde seu nasimento/ desenaminham-se

desde o seio de sua mãe/ não *a!am mais que *a!sidades, diz o Sa!mista$  2lienati

 sunt peccatores a ula, erraerunt a& ;tero, locuti sunt (alsa ( salm# G, 3)'

B peado dos *i!hos de !i era enorme aos o!hos do Senhor, diz a sritura$

 !rat peccatum puerorum grande nimis coram Domino  ( ) am#  , 17)' Quantos

*i!hos h que mereem a mesma qua!i*iaãoC

;que!e que *urta seu pai e sua mãe, dizem os 4ror#ios, e pretende não

haer peado, seme!hante, no tamanho do rime, ao homiida$ $ui su&tra%it 

al0uid a patre, suo et a matre, et dicit %oc non esse peccatum, particeps %omicidaeest  ( ro# %%, &@)'

2 B Eeino dos 8us (>ota do tradutor)'

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;que!e que desuida de seus pais e os a#andona, dee ser o!oado entre os

homiidas/ ainda mais, entre os parriidas' ;que!e que *a!ta a seus pais e os

despreza, o mais in"rato dos seres, o mais pererso, o mais u!pe! que possa

eistir' ; proa pa!pe!'

Seus pais são os autores de sua ida, ree#eu de!es o ser e tudo o que tem/

são, na ida dos *i!hos, os representantes do 8riador' +udo o que são os *i!hos, e

tudo o que tem, adm muito mais de seus pais do que de!es mesmos' ;que!es,

 portanto, que a#andonam a seus pais na neessidade e tratam-nos om desprezo, são

 parriidas que insu!tam a natureza e a eus mesmo' Muitas ezes, seme!hantes

*i!hos mani*estam-se rueis para os estranhos/ tornam-se !adres, assassinos e

aa#am por so*rer uma morte i"nominiosa' J não são homens, são dem=nios'

Bh, quão in*ame aque!e que a seu pai desampara $uam malae (amae est 

0ui derelin0uit patrem6 ( !ccli# , 1D)' B 0dio e o desprezo pro*essados a um pai ou

a uma mãe são um peado morta!'

4eam ontra a %onra deida a seu pai e < sua mãe$

1K aque!es que os desprezam em seu oraão, ainda que não o mani*estem

eteriormente/ aque!es que !hes *a!am om desdm ou arim=nia, in:uriam-

nos e u!tra:am-nos/

&K aque!es que zom#am de seu pai ou de sua mãe e pe-nos em rid2u!o/

3K aque!es que *a!am ma! de!es em sua aus.nia, ou ree!am suas *a!tas/ seus

de*eitos e de#i!idades/

@K aque!es que repreendem a seus pais, om or"u!ho ou om pa!aras

o*ensias e p!enas de reriminaão/

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5K aque!es que os entristeem e os a"ridem, ontradizem ou prooam-!hes a

ira om pa!aras atreidas ou o!hares de reproaão' Quando os pais ou as

mães sustentam oisas não razoeis e irritam-se sem motio, os *i!hos

deem so*r.-!as om a mesma #ondade que seus pais mani*estam quando em

seus etraios in*antis/ os *i!hos deem eitar toda po!.mia/ e, sem

em#ar"o, não o que mais oorre''' >ão aontee, porentura, que os pais e

as mães se irritam, ordinariamente, pe!as respostas demasiado atreidas e

 pe!as resist.nias o#stinadas de seus *i!hosC

6K tam#m *a!tam os *i!hos a seus deeres quando ameaam a seus pais,

!eantam a mão so#re e!es ou os *erem, ainda que se:a !i"eiramente' ste

um rime eere!, uma espie de impiedade e de sari!"io/ porque os

 pais deem ser sa"rados para seus *i!hos' +a! onduta uma monstruosa

io!aão das !eis da natureza e da "raa'

7K *a!tam os *i!hos que desdenham no trato de seu pai ou de sua mãe e se

ener"onham de reonhe.-!os porque são po#res ou de poua ou m

eduaão, e tam#m peam aque!es que se ne"am a saud-!os, a diri"ir a pa!ara a e!es et'/

DK aque!es que não onsu!tam a seus pais em seus ne"0ios importantes e

*o"em do dom2nio da autoridade paterna, omo por eemp!o, a e!eião do

estado3, um pro:eto de asamento et'/ e

9K aque!es que, em ez de se"uir o pareer e os onse!hos de seus pais, não

*azem nenhum aso de!es/ e, sem motio razoe!, *azem todo o ontrrio

daqui!o que se !hes aonse!hado/ tais *i!hos *a!tam i"ua!mente, de modo

"rae, aos deeres da piedade *i!ia!'

; maior parte dos *i!hos peam ontra o amor e o respeito que deem a seus

 pais por adiar a eeuão de suas ordens/ murmuram ontra e!es, disutem e!anam-!hes o!hares heios de ira'

3 ntenda-se Pestado de ida$ solteiro, casado, consagrado### (>ota do +radutor)'

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Gon"e de ter a!"um mrito, a o#edi.nia outor"ada em seme!hantes

ondies um erdadeiro pecado' ; o#edi.nia *orosa paree-se < o#edi.nia dos

dem=nios, os quais eeutam, com reoltado pesar , as ordens de eus'

4ara ser a"rade! a eus, a o#edi.nia dee ser o!untria, pronta, sem

murmuraão, sem di!aão, omp!eta, quer se:a no toante <s oisas terrenas, quer <s

espirituais' B deer da o#edi.nia em tudo o que !e"itimamente se manda ta! que

não se pode esusar de  pecado mortal  aque!e *i!ho que, em matria "rae, atua

ontra as ordens ou as proi#ies epressas de seus pais'

Quão u!peis são os *i!hos ind0eis que não querem *azer nada a!m de seu

 pr0prio apriho, que mani*estam so#er#amente dar poua importAnia <qui!o que

seus pais !hes dizem, que se reem apazes de atuar por si mesmos/ que,

ontrariando aos seus pais, mantem amizades peri"osas, *requentam !u"ares de

!i#ertina"em e ms ompanhias, e iem sem re"ra nem disip!ina, não esutando

mais que seus aprihos e paies

Quando deso#edeem, desu!pam-se om mentiras, ou irritam-se, om tanto

or"u!ho e audia, omo se a autoridade residisse ne!es, e se !hes estiessem

*azendo a maior in:ustia'

Quão culpáeis  sois tam#m 0s, *i!hos, que não assistis a ossos pais

neessitados não enhais dizendo que, !on"e de ser-os de a!"uma uti!idade,

estes pais os são dispendiosos por sua muita idade, sua aduidade e suas

en*ermidades' >ão os ontestarei dizendo que nem sempre *oram assim/ nem direi

que, sem seus uidados e tra#a!hos paternos, não ter2eis o que a"ora possuis ou nem

ser2eis aqui!o que sois/ mas os on*undirei om as pa!aras de Santo ;m#r0sio,

 pondo-os diante dos o!hos, por eemp!o, aos animais$ os isnes, por eemp!o,

quando eem e!hos aque!es de quem ree#eram a eist.nia, onstroem um retiro

 para a!o:-!os e preser-!os das in!em.nias do ar/ ão a aque.-!os, a#ri"ando-osom suas asas, e proideniam om a#undAnia seu a!imento

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 <ão digais, tampouo, que nada do que possuis deeis a ossos pais' Que

se:a tudo *ruto de ossos tra#a!hos e de ossa ha#i!idade, reonhee-se 4orm, não

!hes deeis, porentura, a ida, a *ora, e a sa?de de que dis*rutaisC !es não os

a!imentaram, estiram, e uidaram no tempo em que não pod2eis os prourar o

neessrioC >ão :usto que !hes deo!ais a"ora o que *izeram por 0sC a

de#i!idade que !hes oprime, as en*ermidades que ontra2ram, não são, ta!ez,

onsequ.nias das inquietudes, dos uidados e tra#a!hos que passaram para os

riarC 4odeis, pois, ometer a mais ne"ra in"ratidão e a mais atroz in:ustia,

reusando-!hes os soorros que neessitamC ;qui!o que !hes dareis, 0s : o

ree#estes entup!iado

;2, então, ar"umentais que não tendes senão o pouo neessrio para 0s/

 porm, quantas ezes ossos pais priaram-se tam#m por 0s do neessrioC se

os edes a"ora na misria, não poderia ser isto um asti"o da dureza que !hes tendes

mani*estado, não somente reusando-!hes o neessrio, senão, ta!ez, arre#atando-

!hes at mesmo o neessrio om #r#ara rue!dadeC

Se os *i!hos estão o#ri"ados a soorrer a seus pais de quem ree#eramriquezas, omo qua!i*iar a onduta daque!es *i!hos desnaturados que deiam sem

au2!ios a uns pais e umas mães que tieram a de#i!idade de despo:ar-se de tudo

durante sua eist.nia para !hes prourar um honroso #em-estarC Monstros6

 >ão pere#em que, de *ato, nada mais deem esperar daque!es a quem :

deem a *e!iidade e a ida/ e, a"ora, tais *i!hos os a#andonam e desprezam/ e ainda

disputam-!hes uma m0dia pensão/ onsideram aos pais omo uma carga  que

querem saudir uns so#re os outros/ e, <s ezes, :u!"am, om um sereto des"osto,

que : ieram tempo demais

+ais *i!hos, indi"nos de ier, são omo monstros na natureza, e o sp2rito

Santo os qua!i*ia de in(ames ( !ccli# , 1D)'

Quando os pais estão en*ermos , so#retudo, quando os *i!hos deemaumentar os uidados para a!ii-!os'

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;i, se a!"um dos animais que nos pertenem por estimaão estão ataados de

a!"um ma!, nada nos usta aro para ur-!o/ e, a!"umas ezes, por *a!a de au2!ios

ou por mero desuido de hamar o mdio, deiamos morrer a!"um dentre nossos

 parentes mais pr0imos$ um pai, uma mãe, um esposo, uma esposa, um irmão, uma

irmã' om di*iu!dade que se pode areditar em tamanha dureza, aareza e

ingratidão, se não 2ssemos, om *requ.nia, tão espantosos eemp!os

n*im, os *i!hos deem proer as necessidades espirituais  de seus pais

durante a ida, em seus ?!timos momentos, e ainda depois de sua morte'

4orm, ai de mim Quantos h que são in*iis em umprir esses deeres

essenciais Quantos h que não uidam de rezar por seus pais, ou de eeutar suas

?!timas ontades' Ridos, pressurosos para apoderar-se dos #ens que o pai deiou,

não pensam em nada mais a!m de apoderar-se do despo:o dos mortos e aproeitar-

se de sua herana, sem uidar do triste estado em que seu pai ou sua mãe se podem

ahar @, ta!ez por ausa da demasiada ternura om que !hes amaa' ;sseme!ham-se

nisto aos ruis irmãos de Jos, que se diertem no mesmo !u"ar que seriu de

teatro para sua desumanidade'

Ii!hos desnaturados, que *a!tais ao deer do amor, do respeito, da o#edi.nia

ou da assist.nia, horai e onertei-os, pois sois muit2ssimo u!peis' Se não

airdes em 0s mesmos, esperam-os "randes e terr2eis des"raas nesta ida, e,

so#retudo, na eternidade'

 $esgra%as e castigos reservados aos filhos desnaturados

in*ame e desnaturado aque!e que d des"osto a seu pai e a*asta de seu !u"ar 

a mãe, dizem os 4ror#ios$ $ui a((ligit patrem et (igat matrem, ignominiosus est et 

in(eli" ( ro# %%, &6)'

 >ão h nada tão de"radante omo a*!i"ir e in:uriar aque!es a quem deemos a

eist.nia e tudo quanto possu2mos' eus, autor da natureza, asti"a seeramenteeste rime' Bs *i!hos que disto se *azem rus, são sempre e por toda parte

4 >o 4ur"at0rio (>ota do +radutor)'

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des"raados$ eus permite que seus inimi"os !hes esma"uem, por sua ez, om

 pesares, in:?rias, er"onhas e ma!dies' a ena do Talião'

;que!e que ma!diz a seu pai ou sua mãe, dizem os 4ror#ios, ter apa"ada

sua !Ampada no meio das treas$ $ui maledicit patri suo, et matri, e"tinguetur 

lucerna ejus in mediis tene&ris ( ro# %%, &F)'

1K ; !uz o s2m#o!o da reputação  e da %onra/ quem despreza, insu!ta e

ama!dioa seus pais, perde-se e ai!ta-se ante os homens'

&K ; !uz o s2m#o!o da razão e da intelig4ncia$ o *i!ho pererso não tarda em

sentir omo se a!teram em sua ida estes preioso #ens'

3K ; !uz, uma toha, são o s2m#o!o da  posteridade$ a posteridade do *i!ho

u!pe! morrer, ou me!hor, ser eere!' >isto, sim, a pena do +a!ião ser

ineorae!mente imposta'

@K ; !uz s2m#o!o da ida/ quem *a!ta a seus pais, .-se, muitas ezes, priado da ida orpora!, e ser priado para sempre da ida da "raa e da

"!0ria'

5K ; !uz, uma toha, são o s2m#o!o da  piedade, da santidade, da 1eligião, do

culto diino$ por isso, aendem-se !uzes durante a Missa e os B*2ios' Quem

deso#edee a seus pais, aque!e que não os assiste ou os despreza, perde a

 piedade, a#andona a Ee!i"ião, e a#andonado por eus'

6K ; !uz o s2m#o!o da autoridade, das ri0uezas e do poder / porque o *o"o

o rei dos e!ementos, omo a ista a rainha dos sentidos' ;ssim, quem *a!ta a

seus deeres :unto a seus pais, perde todos esses #ens

7K n*im, a !uz s2m#o!o da alegria, da prosperidade, da (elicidade/ a!e"ra aista e a a!ma' B *i!ho desnaturado não prospera, .-se priado da a!e"ria e

da *e!iidade/ ai na e"ueira e perde sua a!ma' m pai para seu *i!ho como

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0ue um so!/ a mãe a !uz que rodeia om seus suaes raios' Ma!tratando-os,

o des"raado su#trai-se <s !aridades que so#re e!e derramaam' ntão, aha-

se, e om :ustia, su#merso nas treas$ $ui maledicit patri suo, et matri,

e"tinguetur lucerna ejus in mediis tene&ris ( ro# %%, &F)'

Quem zom#a do pr0prio pai, aresentam os 4ror#ios, e despreza as dores

que sua mãe, ao parir, padeeu, tenha seus o!hos arranados pe!os oros que iem

 :unto <s torrentes, e os omam os *i!hotes das "uias$ /culum 0ui su&sannat, et 0ui

despicit partum matris suae, e((odiant eum cori de torrenti&us, et comedant eum

 (ilii a0uilae ( ro# %%%, 17)'

Que os oros e os *i!hotes de "uia arranquem e deorem os o!hos de quem

zom#a de seus pais, isto , que este *i!ho se:a aprisionado, : na terra, no poste da

i"nom2nia/ que os dem=nios !anem-se so#re e!e e o preipitem no n*erno/ e,

seme!hantes a orazes e rueis aes de rapina, arranquem-!he os o!hos e a!imentem-

se om sua su#stAnia

Quem easpera sua mãe ma!dito de eus, diz o !esistio$  !st 

maledictus a Deus 0ui e"asperat matrem ( !ccli# , 1D)'

8am u!tra:ou seu pai, >o, e *oi ama!dioado, #em omo toda a sua

 posteridade' Bs *i!hos de !i deso#edeeram a seu pai, e eus *eriu-os de morte'

;hando-se em ia"em o pro*eta !iseu, sa2ram da idade izinha numerosas

rianas que zom#aram de!e dizendo$ =o&e, careca6 o&e careca6>  o!tou-se

!iseu, !anou-!hes um o!har e ama!dioou-os no >ome do Senhor/ e, de repente,

sa2ram duas ursas do #osque, e despedaaram a 0uarenta e dois daque!es meninos

( )) 1s , &3-&@)'

8asti"ado se:a de morte quem ma!diz a seu pai e a sua mãe, ordena o Senhor 

no Ge2tio$ $ui maledi"erit patri suo, aut matri, morte moriatur  ( Le# %%, 9)'

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 >o euteron=mio, eus assina!a as mais ri"orosas penas' Se a!"um tem um

*i!ho re#e!de e inso!ente que não atende <qui!o que !he mandam o pai e a mãe, e

que, asti"ado, ainda resiste, om desprezo, a o#edeer-!hes, prendam-no e !eem-

no ante os aniãos da idade, e < porta onde est o :u!"ado, dir-!he-ão$ ste *i!ho

nosso o#stinado e re#e!de/ *az zom#aria de nossas repreenses e as despreza'

ntão morrer apedre:ado pe!o poo, para que arranqueis o esAnda!o do meio de

0s/ a *im de que todo srae!, endo isso, o#tenha o temor ( Deuter# %%, 1D-&1)'

;inda que a pena imposta por esta !ei não este:a mais em i"or, nem por isso

su#siste menor o deer da o#edi.nia/ e eus enontra nos tesouros de sua :ustia

meios de asti"ar quem despreza ta! deer' Se não apedre:a mais ao u!pe!, este

so*re outras penas não menos seeras e mais tem2eis'

Bs *i!hos que ne"!i"eniam a seus pais atraem-se a ma!dião de eus nesta

ida e na outra/ e nada tão atroz e tão tem2e! omo a ma!dião diina/ nada ,

tampouo, tão *ata! ;ssim omo eus promete uma recompensa e sua &enção

neste mundo e no outro para aque!e que honra seu pai e sua mãe, da mesma maneira

estende : nesta ida e, so#retudo, na outra, as suas in"anas e ma!dies so#re os*i!hos u!peis'

Que se eamine, en*im, a maior parte dos *i!hos perersos, e er-se- que

ordinariamente morrem de um modo tr"io e misere!' 4er"untai < maior parte

daque!es a quem a :ustia ondena ao rere, aos pres2dios, ou < morte, qua! *oi o

 prin2pio de suas desordens e de seus rimes/ e, então, on*essar que *oi o desprezo

om que tratou a seus pais'

Se as onsequ.nias da u!pa#i!idade dos *i!hos não são sempre as mesmas,

ao menos aos o!hos dos homens, eus permite que, mais tarde, seus *i!hos *aam-

!he so*rer tantos ou maiores pesares quanto os que ausaram a seus pais' ; hist0ria

nos apresenta in*initos *atos so#re este partiu!ar'

Ii!hos, :oens, a*astai de ossas a#eas tamanhas des"raas' nstrui-osa"ora de ossos deeres para om os autores de ossos dias, e sede *ieis em umpri-

!os'

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;mai a ossos pais, honrai-os, e não !hes *a!eis senão om humi!dade,

respeito e de*er.nia/ não !hes desprezeis/ não !hes in:urieis nuna/ pedi-!hes perdão

de ossas *a!tas passadas/ estai p!enos de de!iadezas por e!es/ não *aais nada sem

os onsu!tar/ o#edeei-!hes omo ao pr0prio eus/ ro"ai por e!es/ priai-os do

neessrio antes de permitir que !hes *a!te a!"uma oisa'

Iazei-!hes, por *im, todos os serios de que se:ais apazes' eus os

a#enoar, !e os reompensar nesta ida, e, so#retudo, na outra, om a

 possessão da *e!iidade eterna'