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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

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A LITERATURA INFANTIL

NA DINÂMICA DO SÉCULO XXI

Adriana Domingues Stemmler11

Mabel de Bortoli2

Marjorie Bitencourt Emílio Mendes(in memoriun)3

Como professores, a tendencia é que aceitemos a tecnologia como

principal aliada no processo ensino aprendizagem, para que possamos chamar

a atenção do aluno e tornar o conteúdo interessante e favorecer o aprendizado.

Percebe-se que os professores não possuem conhecimentos atualizados em 4informatica e nem dispõe de conhecimento sobre estrategias para trabalhar com

os alunos. O objetivo desse trabalho é desenvolver um blog que viabilize um

trabalho sobre literatura infantil, onde os alunos do curso de Formação de

Docentes, do Instituto de Educação Prof. Cesar P. Martinez, construirão e

alimentarão com histórias infantis. Sob a orientação de um professor atualizado

em conhecimentos tecnológicos manusearão ferramentas de fácil acesso, dentro

de programas de computadores, que auxiliam no planejamento de aulas

interessantes, e em conjunto com seu professor, repassarão alguns conceitos e

normas que são à base da navegação. Espera-se sensibilizar os alunos para a

importância do recurso a ser utilizado identificando, explorando, analisando as

tecnologias para implementação, dando origem a confecção de blogs, sites; etc.

num futuro próximo, avaliando e socializando a literatura infantil na dinâmica do

século XXI.

Palavras - Chave Literatura Infantil; tecnologia; dinâmica

1Professora PDE da Rede Estadual de Ensino do Instituto de Educação Estadual Professor Cesar Prieto Martinez. 2 Professora Orientadora PDE da Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG/PR. 3 Professora Orientadora PDE da Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG/PR.A Professora Marjorie e eu trabalhamos juntas na criação e desenvolvimento do projeto pedagógico, durante um ano e meio. O trabalho foi prazeroso para ambas as partes onde cresceu o respeito e admiração pelo seu trabalho e pela sua inteligência. Agradeço a oportunidade de dizer: Obrigada Professora Marjorie, este trabalho é dedicado à senhora.

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1. INTRODUÇÃO O presente artigo tem como tema A LITERATURA INFANTIL NA DINÂMICA DO SÉCULO XXI. Esse tema chamou a minha atenção porque a tecnologia é a ferramenta do momento e a contação de histórias é sempre uma ferramenta usada em vários momentos, em várias décadas. Sempre tive contato, desde a minha infância com histórias que embalaram meus sonhos, até hoje. E pude notar que alguns alunos do curso de Formação de Docentes não conheciam histórias como O pássaro falante, Mil e uma noite, O príncipe SHI, A princesa da neve e os sete cavaleiros,Simbá o marujo, A vendedora de fósforos, etc. então decidi fazer com que fosse divulgada através da internet, histórias contadas por essas alunas. E foi com prazer que vi alunos, do curso, se interessarem pela contação de histórias para os pequenos alunos da educação infantil e procurarem cursos de contação. Propus aos futuros contadores de história e a você uma viagem ao misterioso mundo mágico da tecnologia voltada para o entretenimento de nossos pequenos aprendizes, na ampliação de conhecimentos com a ajuda de um educador da Literatura Infantil. E a partir dos encaminhamentos teórico-práticos deste Projeto Pedagógico reconstruímos histórias infanto juvenis, com ferramentas tecnológicas ao alcance dos indivíduos, que produziram um material rico. Toda criança gosta de ouvir história. Histórias que contam algo que as emocione. Identificam-se com alguns personagens, lugares, fatos relatados, etc. Quando pequenas precisam de alguém para contá-las e se puder imaginar essa história, com tecnologias ou técnicas, maior será sua satisfação. Segundo o Referencial Curricular da Educação Infantil (1978, v.3, p.143), “a leitura de histórias é um instrumento em que a criança pode conhecer a forma de viver, pensar, agir e o universo de valores, costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares que não o seu”.

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2. O COMEÇO ...

Ao iniciar um conto, o educador precisa planejar, conhecer o enredo, para que não haja alguma forma de interromper a imaginação, ou aterrorizar essa imaginação. A utilização de vários recursos como fantoches, varetas, lenços, bolinhas, pinturas, lápis de cera, blogs, sites e outros acessórios, só será utilizado e bem utilizado se planejarmos bem; mas o importante é fazer com que a criança crie e se emocione através de histórias. Vygotsky propõe que se entenda esta brincadeira como atividade social da criança e por meio desta adquire elementos imprescindíveis para a construção de sua personalidade e para compreender a realidade da qual faz parte. (apud MARANHÃO, 2003, p.30). E de acordo com o domínio de leitura própria do aluno e sua releitura, no âmbito social da criança, tentaremos aceitar a tecnologia como principal aliada, chamando a atenção e tornando as histórias interessantes e contagiantes, fazendo com que se estruture socialmente. Cabe ao profissional atualizar seus conhecimentos sobre Literatura Infantil, trazendo para sua sala de aula, a tecnologia, a alegria, o colorido das histórias construídas pelos alunos. Começando com releituras dinâmicas de histórias já conhecidas. Pois observamos que as crianças valorizam o tempo em que brincam com objetos com os quais reescrevem o seu dia a dia através de histórias. A criatividade e a imaginação das crianças, através de histórias criadas, que surgem através de um fantoche, de um jogo no computador, de um objeto/avatar transformado em personagem, num mundo mágico, e é pensando nesse momento que surge como ferramenta a ligação para proporcionar ao professor um apoio. Este apoio é dado pela tecnologia. 3. RETOMANDO OS CONCEITOS

A Literatura Infantil é um assunto muito interessante, pois apresenta requisitos especiais para a estruturação da vida da criança. Contar histórias é de grande relevância para aprendizagem e também concepção de vida para a criança. Na criação de histórias, a criança assimila melhor o que lhe é apresentado, poderá ser conteúdo pedagógico ou não, imaginário ou não. Como por exemplo: dar banho numa boneca, estará ensinando os hábitos de higiene corretos à criança. E por mais que se tenha a intenção de trabalhar com atitudes e valores, nunca a instituição educacional dará conta da totalidade do que há para ensinar. Isso significa dizer que parte do que as crianças aprendem não é ensinado de forma sistemática e consciente e será aprendida de forma incidental. Com o apoio do Referencial Curricular cuidamos para que o ser humano experimente a leitura, executando o ato de compreender o mundo, pois ler é, antes de tudo, compreender, e compreender é ser. Portanto, ler o mundo é assumir-se como sujeito da própria história. É ter consciência dos processos que interferem na sua existência como ser social e político. É imprescindível que os diversos segmentos da sociedade convençam-se da importância da leitura e, desta forma, da escrita. Porém, enquanto professores e formadores de leitores que somos, é possível acreditar na mudança desse protótipo de leitor.

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Se a leitura for trabalhada de uma forma diferente nas escolas, transformando-a em momentos agradáveis, nutridos de motivação e curiosidade, teremos uma prática transformadora e a leitura se tornará imprescindível. Para isso precisamos da interação dos conteúdos aplicados na educação infantil com professores atualizados, principalmente em tecnologia. A literatura é a ponte entre o real e o imaginário, as histórias auxiliam as crianças na elaboração de seus sentimentos, já que as emoções gozadas por meio das narrativas preparam-nas para vivenciarem essas emoções no mundo real, de forma mais racional e equilibrada. A literatura suscita o imaginário, encanta e deleita o espírito. Precisamos também do professor com conhecimento em Artes, que inicialmente, coloca em contato a criança com o colorido do texto, o que acontece oralmente, através da voz e dos gestos.Contar contos de fada, histórias bíblicas, histórias inventadas, enfim histórias. Precisamos do professor com conhecimento em História, que nos traz a valorização do passado para o presente, relatando fatos heroicos, fatos não tão heroicos, fatos que fizeram a história acontecer e que podemos com a ajuda da internet, relatar esses fatos. E muitas outras áreas de conhecimento. Com apoio destes pressupostos, num primeiro momento, distinguiremos durante a contação de histórias a Literatura de Literatura Infantil, pois, a obra literária para crianças é a mesma obra para o adulto. Difere apenas na complexidade da concepção, ou seja, a obra destinada para o público jovem será mais simples em recursos, em linguagens e mais criativa. Na prática que tivemos durante as contações de histórias, vimos exatamente o que é descrito por Vygotsky, “a história como atividade social”. Mudam os tempos, mudam os costumes. Os valores não são mais os mesmos. Atualmente, poucas famílias têm o hábito de contar histórias para as crianças. Com os avanços tecnológicos da sociedade contemporânea, as pessoas preferem a televisão, o vídeo game, o computador ao livro. Mas o fascínio que as histórias exercem sobre o homem não mudou, pois quando se conta uma história lança-se um fio invisível que vai enredando o narrador ao ouvinte, pelas tênues tramas da narração, constatado por nossos experimentos, que durante a implantação do projeto, como também no grupo de estudo - o GTR, tivemos o prazer de constatar.

Então identificamos para quem ficou a função de provocar a imaginação infantil? Ao professor. É ele que, no contexto social vigente, deve tomar para si a função de resgatar esses momentos tão importantes na vida do ser humano, a prática mais prazerosa e usada entre as pessoas, do universo todo: o ato de contar / ouvir histórias.

E nos dias atuais a literatura infantil apresenta desafios a serem vencidos, pois nas escolas públicas havia escassez de livros infanto – juvenis, que interessam aos alunos. Na rede pública é pouco o espaço destinado às novas tecnologias, sendo às vezes somente em sala de aula, num ultrapassado DVD, onde o professor/ educador apresenta obras da literatura.

Surgindo, durante as contações de histórias, o problema do controle, que deveria controlar o DVD, a televisão, o som, ou seja, as tecnologias e para que isso aconteça, o professor foi e é o instrumento imprescindível para que essa tecnologia entre na sala de aula atuando não só controlando , mas também com tabletes, computadores, televisões, DVDs, CDs etc. fazendo-se necessário que nos conscientizemos, enquanto educadores, da responsabilidade diante da importância da leitura para a vida individual, social e cultural do educando. A

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escola valorizando o livro, não como algo para ser guardado na estante, mas para ser lido, manuseado. Almeida (2005) relata que a atuação da tecnologia na educação ainda se encontra abaixo do esperado. Não há ainda a presença da ferramenta tecnológica em sala de aula efetivamente. O professor não se familiarizou com as novas tecnologias, e a falta de integração com o computador no processo pedagógico, nos leva a pensar no ajuste de tecnologias simples que ajudariam no dia a dia do educador, mesmo que esse educador seja analfabeto tecnológico. Há ferramentas de fácil manuseio, dentro dos programas de computadores, que auxiliam no planejamento de aulas interessantes que os alunos poderiam criar em laboratórios de informática, em conjunto com seu professor, desde que este mostre um pequeno domínio sobre a técnica e respeite as normas, sabendo e repassando alguns conceitos que são à base da navegação. A Internet é um conglomerado de redes em escala mundial, com vários computadores interligados, onde permite o acesso a informações variadas e todo tipo de transferência de dados. A Internet é a principal tecnologia de informação e comunicação nos dias atuais. O ORKUT, o FACEBOOK, redes sociais criadas com o objetivo de ajudar seus usuários a criar e manter amizades. Com o CHAT as pessoas se encontram e conversam em tempo real, através do computador. Com o whatsapp, em nossos celulares, comunicamos rapidamente e sem custo algum, o que cria um laço mais forte em nosso dia a dia. A união entre a tecnologia e a literatura, que aqui seria a infantil e juvenil, nos traz a possibilidade de encantar as crianças para que novamente leiam com entusiasmo as histórias que ali encontrarem. Usando algumas ferramentas para construir um mundo digital para as histórias clássicas, atuais, poesias, poemas e etc, através das impressões e interpretações. A atualização e o domínio do professor ajudam na aplicação desta tecnologia em sua sala de aula e será de grande valia na construção e manutenção de várias histórias, de pesquisas ou visitas nos blogs. Entretanto vimos que o passado da literatura, a magia que se estabelece entre o contador de história nunca será deixada de lado. O que se pode deduzir é que a Literatura Infantil, contada e lida, é uma forma que jamais deixará de existir, enquanto houver uma criança para ouvir, ler e sonhar a literatura infantil, haverá quem conte histórias.

4. ORGANIZAÇÃO DO PROJETO NA SALA DE AULA

Este projeto aplicado no Curso de Formação de Docentes, na modalidade integral, no terceiro e quarto ano do curso que é realizado no Instituto de Educação Professor Cesar Prieto Martinez, em Ponta Grossa no Estado do Paraná no ano de dois mil e quatorze, encontra- se a disposição um laboratório de Informática, com aproximadamente quarenta computadores, mas infelizmente a ferramenta MOVIZU não entra em funcionamento com o LINUX. Onde tivemos que inovar, trazendo computadores das próprias alunas(os), para que pudéssemos digitalizar algumas histórias. Na biblioteca, deste estabelecimento de ensino, que é riquíssima em Literatura Infantil, onde as alunas do curso puderam encontrar facilmente

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material de apoio para a confecção e desenvolvimento do projeto Literatura Infantil, na dinâmica do século XXI. Tivemos que levar em consideração que, toda leitura, consciente ou inconsciente, de um texto lido, resultará na formação ou transformação de uma determinada consciência de mundo e este representará de uma determinada realidade ou de valores que desenvolverão a mente. Significamos a palavra consciência como a conscientização do ato lido. Consciência que não é outra coisa senão o seu conhecimento de mundo, as relações que se estabelecem entre ele e o espaço/tempo em que vive (seus padrões, ideais de comportamento, desejos, medos, amores, paixões, cultura, etc.). Daí a importância de orientarmos nossas crianças, no sentido de que, sem tensões ou traumatismos, elas consigam estabelecer relações entre o universo da literatura e seu mundo harmônico, real, com a ajuda de algumas histórias que serão ideais para momentos certos.

Diante disso, a concepção de criança também vem mudando, pois antigamente a educação era responsabilidade da família e dos pais, tendo como objetivo ensinar a seus filhos normas, costumes, valores e crenças. Hoje o papel da sociedade está se desenvolvendo rapidamente para papeis contrários, onde ontem o papel da educação era realizado pelos pais, hoje essa responsabilidade está entre pais, professores, responsáveis, e pela sociedade como um todo. Esta aprendizagem visa formar a criança para enfrentar as demandas impostas pela própria sociedade, para que a mesma ocupe o lugar dos pais no trabalho e na sociedade.

5. ESTRATÉGIAS DE AÇÃO:

Para a implementação do projeto aqui proposto, seguiram as seguintes proposições:

Disponibilizamos o projeto, na semana pedagógica, para os

professores e equipe pedagógica, com a devida autorização da

equipe gestora do estabelecimento;

Sensibilizamos os alunos para a importância da Literatura Infantil

no trabalho com os alunos da Educação Infantil, convidando-os a

participação do projeto;

Identificamos as ferramentas da Internet para a possibilidade da

construção de um blogue, na área da Literatura Infantil sobre a

técnica de contação de histórias;

Exploramos a técnica de contação de histórias a partir da

visualização de blogs e sites educativos;

Selecionamos e propusemos histórias, em blogs e sites educativos

específicos da área da Literatura Infantil relacionando com

conteúdo e estratégias metodológicas do curso de Formação de

Docentes;

Analisamos e avaliamos crítica e reflexivamente as possibilidades

da utilização de tecnologias na área da literatura Infantil na

Educação Básica;

Socializamos os resultados dos estudos com a equipe pedagógica

e demais alunos e professores do curso de Formação de Docentes;

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O plano foi colocado em ação!

A estratégia de ação que dispus a fazer, para dar o início, foi a de vestir uma ferramenta (máscara) e com imenso prazer, fui contar a história de C. Andersen, “O que você faz, faz sempre bem feito”. E discutimos se esta história era infantil ou não. Aonde nos levou a crer que a Literatura Infantil é um assunto interessante, pois apresenta requisitos especiais para a estruturação de um livro. Contar histórias é de grande relevância para aprendizagem da criança. Na criação de histórias, a criança assimila melhor o que lhe é apresentado, poderá ser conteúdo pedagógico ou não, imaginário ou não. Segundo o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil,

por mais que se tenha a intenção de trabalhar com atitudes e valores, nunca a

instituição dará conta da totalidade do que há para ensinar. Isso significa dizer que

parte do que as crianças aprendem não é ensinado de forma sistemática e consciente

e será aprendida de forma incidental. (1998, V.1, p.52).

Quando o ser humano experimenta a leitura, ele executa um ato de compreender o mundo, pois ler é, antes de tudo, compreender, e compreender é ser. Como por exemplo, ler e interpretar uma poesia.

E como farei ginástica Andarei de bicicleta

Montarei em burro brabo Subirei no pau de sebo

Tomarei banhos de mar! E quando estiver casado

Deito na beira do rio Mando chamar a mãe-d`água

Pra me contar as histórias Que no tempo de eu menino

Rosa vinha me contar

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Vou-me embora pra Pasárgada

MANUEL BANDEIRA

E na “Multiplicidade de experiências e linguagens”, surgiu em nossas mentes algumas perguntas importantes como, as professoras contam histórias em suas salas de aula? Como as professoras contam essas histórias? Em rodas, em horários especiais? Aproveitam as histórias para que as crianças as reconte-as? As professoras tornam esses momentos prazerosos? As professoras incentivam a continuação dessas histórias, ou a invenção de contos?

E essas indagações nos fez trabalhar com mais ímpeto, mais detalhadamente tratando a história como o começo do letramento da criança.

E no decurso do projeto, vimos durante a construção do material didático pedagógico, que os interessados em histórias infantis, construíram um material riquíssimo, mas com pouco traquejo de manuseio. O que nos fez pensar em passar técnicas de contação de histórias, para aprimorar estas técnicas.

Primeiramente, vimos o material. Se era de acordo com a idade do ouvinte; se era visível para todos os envolvidos; se a voz era adequada para o ambiente, e para a história.

Surgiu a vontade de construir histórias, com a técnica de varal. E construímos histórias como: João e Maria, Cinderela, João e o pé de feijão, A frutinha amarela, A bela e a fera, Os três porquinhos, Chapeuzinho vermelho, Flicts, entre outras. Algumas foram feitas releitura, outras acessamos sites disponibilizados pela internet, na forma de “desenhos para colorir”, e outras pela imaginação do aluno/autor.

Quando foi disponibilizado na sala de aula, vimos o material rico que

estava em nossas mãos, surgindo a ideia de contarmos essas histórias para nossos alunos do sexto ano, sempre disponibilizando o material, na construção do blog. O qual foi recebido com entusiasmo, pelas professoras de Língua Portuguesa, e dinamizado em todos os sextos anos (A, B, C, D, E e F).

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Num segundo momento construímos, com a técnica de teatro, a história

da Dona Baratinha, com a participação dos alunos do quarto ano, do curso de Formação de Docentes, o qual foi ensaiado, elaborado, e apresentado para a comunidade escolar deste estabelecimento de ensino e disponibilizado no blog.

As dificuldades encontradas com o manuseio da ferramenta MOVIZU, foi encontrada pelos alunos participantes do projeto que constaram durante o manuseio. Alguns personagens, das histórias escolhidas por eles, não existiam, nem seus adereços, então a história não seria válida para criança. Principalmente na construção da história da “Fada do Dente”, em que não encontramos nem escova de dente, nem fio dental, nem a pasta de dente, então não daria para confeccionarmos esta história. O que foi uma lástima.

Já a ferramenta TOONDOO, construímos histórias novas, só para

começarmos a aprender a ter criatividade e não encontramos dificuldades de adaptação das histórias infantis escolhidas. A história “chapeuzinho vermelho”, foi bem aceita, “Os três porquinhos”, foram disputadas pelas crianças, nos fazendo acreditar que a ferramenta ajudaria na aprendizagem, ledo engano, a história foi disputada pelo seu layout colorido.

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As crianças, tanto do sexto ano do Ensino Fundamental, como crianças convidadas, tiveram e mantiveram atenção nas histórias por mais ou menos 15 a 20 minutos, ou enquanto era novidade.

Para o público infanto- juvenil, com uma técnica diferenciada de teatro de

mímica, realizamos no pátio interno do estabelecimento de ensino, fizemos a encenação do “Poder da prece”, onde um jovem se encontra num momento da vida em que não vê saída, as drogas, as virtudes, a mentira e o egoísmo o abalam e só encontrará solução na prece. Este tipo de técnica foi bem aceita pelos alunos, deste estabelecimento de ensino, onde após a apresentação houve um momento de trocas de experiência, entre vivencias e teorização do assunto.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O projeto sobre a Literatura Infantil na dinâmica do século XXI trouxe uma

expectativa de melhores índices de leitura, tanto pelo livro quanto pela ferramenta da net, ajudando na contação de histórias. Reconhecendo as contribuições das ferramentas que a internet oferece à

Literatura Infantil e qualquer disciplina, do curso de Formação de Docentes e em

qualquer curso das escolas estaduais do Paraná, construímos um projeto de

intervenção pedagógica, na área de Literatura Infantil mediado pelo uso das

ferramentas tecnológicas. Viabilizando a produção didático pedagógica na área

da disciplina de Literatura Infantil, para explorar a técnica de contação de

histórias com o uso das tecnologias.

Disponibilizado em projeto e na produção do GTR, nos trouxe a troca de

experiências entre professores, alunos, ADMs (administradores técnicos da

escola) e sujeitos convidados para participarem do projeto pedagógico.

Implementado o projeto no curso de Formação de Docentes em Ponta

Grossa/PR; sensibilizando os alunos para a importância da Literatura Infantil no

trabalho com os alunos da rede de Educação Infantil e conscientizando a

importância do criar;

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Identificando nas ferramentas da Internet a possibilidade da construção de um blog, na área da Literatura Infantil sobre a técnica de contação de histórias, para uma análise crítica e reflexiva das possibilidades da utilização de tecnologias para sensibilizar os alunos interessados.

Nas pesquisas feitas para a construção deste projeto, mostrou a tendência de renovação de um novo leitor. Onde este leitor, lê somente o que lhe interessa no momento. Esquecendo da leitura para o enriquecimento de sua vida cultural. O que gerou um questionamento por parte dos envolvidos.

A expectativa gerada pela construção do blog (http://blog.clickgratis.com.br/literatinfantil) sobre Literatura Infantil, foi particularmente, surpreendente. A cobrança por parte do GTR, foi igualmente compartilhada pelos alunos convidados a participar deste projeto. A curiosidade das perguntas de “como vai ficar?”, ou “como a criança vai acessar?”, ou “posso mostrar para fulano?” ou “posso participar?” me encantaram e me fizeram repensar que o jovem leitor será sempre o público que o professor ensinará a ler e interpretar.

O que surpreendeu, foi que as crianças (de qualquer idade ou classe social) eram tomadas por uma alegria, admiração, surpresa, encantamento, na hora em que o contador de histórias diz, ... era uma vez... ou ... num lugar distante...

O mundo encantado se abre e nos olhos brilhantes das crianças de

qualquer idade, surge um mundo encantado no qual nenhuma ferramenta, nenhum blog, irá substituir o contador de histórias. O qual tem o papel de instigar o pensamento e a imaginação, trazendo à tona a criatividade, alegrando o mundo social desta sociedade.

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7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ALMEIDA, Geraldo Peçanha de. Práticas de leituras: Curitiba: Pró-

Infantil.2008. CARDOSO, Manoel. Estudos de literatura infantil. São Paulo: Editora do

Brasil, 1991. COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil – teoria- análise – didática. São

Paulo: Moderna, 2000. CUNHA, Maria Antonieta Antunes. Literatura infantil – Teoria e Prática. São

Paulo: Ática, 1986. FERREIRA, Aurora. Contar histórias com arte e ensinar brincando. Rio de

Janeiro: WAK, 2010. LISBOA, Henriqueta. Literatura oral para a infância e a juventude. São Paulo:

Cultrix, 1968. PINTO, José Benedicto. Pontos de literatura infantil. São Paulo: F.T.D. 1967. ROSA, Ester Calland de Souza (Org.) Ler e escrever na educação infantil - discutindo práticas pedagógicas. Belo Horizonte: Autêntica, 2011. VENTURELLI, Suzete. Informática aplicada às artes. vol.16 Brasília: Universidade de Brasília, 2007. ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola. São Paulo: Global, 1985. Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil, 1998, V.1 e 3.

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