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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

1 Professora da Rede Pública Estadual de Ensino do Paraná. E-mail de contato: [email protected] 2 Professora M.Sc. Orientadora PDE da Universidade UTFPR. E-mail de contato: [email protected]

A HISTÓRIA EM QUADRINHOS: METODOLOGIA PARA O ENSINO DO CONTEÚDO VÍRUS COM AUXÍLIO DA

FERRAMENTA IMPRESS

Dailde Silva Gonçalves ¹

M.Sc. Katia Elisa Prus Pinho ²

RESUMO

Este artigo relata os recursos empregados na implementação do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), como instrumento motivadores que resultaram em aprendizagens significativas no Ensino de Biologia. O objetivo foi aprimorar a interpretação e o senso crítico por meio do ensino da escrita e leitura dos conteúdos de vírus. Assim, as Histórias em Quadrinhos (HQs) com auxílio de software educativos, foi escolhida por proporcionar um aprofundamento na interpretação e leitura de textos, aprimorando de forma prazerosa e lúdica a assimilação e contextualização dos conteúdos de vírus em biologia. A metodologia utilizada foram atividades que realizadas em duplas das principais viroses através das HQs e uso do software Impress. Após a implementação verificou-se a contextualização sobre as HQs produzidas, promovendo procedimentos de valores e atitudes nos alunos, numa educação de transformação social. Os objetivos do projeto foram alcançados, melhorando a interpretação através das leituras e elaborações de HQs, com a interação de outras disciplinas que enriqueceram o projeto, e o interesse dos alunos no aprendizado sobre vírus/viroses.

Palavras-chave: História em Quadrinhos. Interpretação. Leitura. Vírus. Impress.

1. INTRODUÇÃO

A compreensão e a interpretação incomodam e dificultam o aprendizado

dos alunos no ambiente escolar. Tais fatos ocorrem pela falta de prática

reflexiva de leituras, interpretações e análises.

No ambiente escolar, cada disciplina vincula os seus conteúdos, e

algumas, sem que haja grandes desafios interpretativos, limita-se aos livros

didáticos, que na maioria das vezes é entediante para o aluno. As leituras que

educam para vida aprimoram o conhecimento e ressaltam os valores, tornam-

se restritas no contexto educacional. Para um melhor rendimento no ensino de

biologia é necessário aliar a prática pedagógica, empregando recursos

educacionais que permitam a criatividade e interesse dos educando aos temas

abordados em sala de aula.

Neste artigo, a proposta didática em que os alunos se envolveram foi

conduzida com orientação da professora de biologia utilizando as Histórias em

Quadrinhos (HQs) para compreender o ensino de Vírus/Viroses, articulando

softwares educativos como ferramentas motivadoras para as aulas de biologia.

O uso de softwares visa sanar as dificuldades de interpretações

apresentadas pelos alunos do Ensino Médio, já que possuem atrativos que

interagem pela fácil linguagem empregada. Nesse contexto, as HQs promovem

a leitura no ambiente escolar, senso de organização, raciocínio e interpretação.

Ainda favorecem a compreensão dos conceitos biológicos e consequentemente

a inserção do indivíduo na sociedade.

Para efetivar a proposta foram escolhidas algumas doenças humanas

transmitidas por vírus, como: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS),

Herpes, Catapora, Sarampo, Dengue, Febre Amarela, Rubéola e outras.

Os professores das áreas de artes e língua portuguesa auxiliaram no

aprendizado dos alunos, promovendo incentivos à leitura, enredos narrados,

textos, desenhos e ampliação do vocabulário.

1. HISTÓRIA EM QUADRINHOS

1.1. O valor pedagógico da história em quadrinhos

Conforme Vergueiro (2004), a HQs surgiu na pré- história, com a

comunicação entre os seres primitivos por desenhos nas paredes das

cavernas. Essa comunicação visual foi aprimorando com o desenvolvimento da

espécie humana, sendo utilizada atualmente como inspiração para filmes,

fascinando crianças, jovens e idosos. Na educação começou de forma lenta,

expandindo-se devagar por meio de ilustrações em textos, livros didáticos,

favorecendo o ensino por meio de sua complexidade.

As HQs tornaram-se populares, por seus benefícios artísticos e

educativos, crescendo a cada ano nas escolas.

Vergueiro (2004) destaca a importância das HQs em sala de aula, deixa

claro que a criatividade de cada professor complementará os assuntos

complexos de forma descontraída, voltados para ética e exercício da cidadania.

Ramos, 2010, afirma que:

Ler quadrinhos é ler sua linguagem, tanto em seu aspecto verbal (ou não verbal). A expectativa é que a leitura - da obra e dos quadrinhos - ajuda a observar essa rica linguagem de um outro ponto de vista, mais crítico e fundamentado (RAMOS, 2010. p. 14).

No entanto, estimular o uso de HQs é permitir a leitura e a interpretação

para aquisição dos conhecimentos cultural ou científico.

As HQs contribuem para a formação de leitores e estimulam visualmente

a curiosidade e a imaginação da criança ou do adulto, também influi no contexto

linguístico e social, propagando uma ideologia, a do autor.

Sabemos que as histórias em quadrinhos (HQ) têm atraído à atenção do leitor principiante e, por isso, tem sido ponto de partida para a formação de muitos leitores. [...] é um material de leitura bastante circulado socialmente, sobretudo, pelas crianças e adolescentes (MARTINS, 2004, p. 234).

É neste sentido que as HQs dentro da sala de aula propicia ao aluno

criatividade e desenvolvimento tecnológico, transformando-o num ser reflexivo,

capaz de agir e criar histórias.

As HQs, vistas em seus aspectos educativos e auxiliadores no trabalho

com a leitura, têm acompanhado a contínua evolução do conhecimento à

imagem e a escrita. Conferindo realismo ao leitor e levando-os a fazer uma

reflexão sobre os valores e atitudes voltadas à prevenção ou minimização de

riscos, que envolvam a sociedade em que estão inseridos.

1.2. A importância da escrita através da HQs

A produção e interpretação de textos são consideradas dificuldades

enfrentadas no cotidiano escolar. Produzir textos gera conflitos, pânicos nos

jovens atuais, porque são regras e normas que estes não estão acostumados.

As diversas práticas pedagógicas através de tecnologias educacionais e

lúdicas evidenciam o aumento e o interesse dos alunos, aos temas abordados

em sala de aula.

Rama e Vergueiro (2010) acrescentam que o lúdico desperta

sensibilidade, sociabilidade e imaginação do aluno.

De certa forma, pode se dizer que as histórias em quadrinhos vão ao encontro das necessidades do ser humano, na medida em que utilizam fartamente um elemento de comunicação que esteve presente na história da humanidade desde os primórdios: a imagem gráfica. O homem primitivo, por exemplo transformou a parede das cavernas em um grande mural, em que registrava elementos de comunicação para seus contemporâneos: o relato de uma caçada bem sucedida, a informação da existência de animais selvagens em uma região específica, a indicação de seu paradeiro etc (RAMA e VERGUEIRO, 2010. p.8 ).

Na linguagem escrita é fundamental elaborar e corrigir, independente do

discurso, sempre há uma preocupação, já que a linguagem não é verbal.

Para Santos (2003) os termos e conceitos das HQs são representados

por balões, requadro, onomatopéias, linhas cinéticas, metáfora visual e cores.

Estes são elementos específicos para expressar as falas ou ação dos

personagens.

No entanto, é essencial que se conheça os principais elementos de sua

linguagem, bem como os recursos disponíveis para a representação do

imaginário e as especialidades do processo de produção e distribuição dos

quadrinhos (RAMA e VERGUEIRO, 2010).

Dessa forma, a língua escrita e a falada se complementam. Estas

modalidades se interagem para transmitir emoção, interpretação da história e

expõem o que o leitor quer ouvir.

1.3. Leitura e Interpretação

Interpretar, compreender e ser compreendido são propósitos

fundamentais na leitura.

Caruso e Silveira (2009), afirmam que ler é distinguir o que é mais

importante dentre as ideias que o autor quis passar com o texto. É permitir a

leitura e a interpretação de forma dinâmica, esclarecendo o significado do

texto, ou seja, aquisição dos conhecimentos futuros que podem ser científico

ou cultural.

A compreensão da linguagem no trabalho de formação de leitores

autônomo. Só assim, transferem-se o que foi aprendido e utilizam-se do

diálogo para lidar com conflitos. No entanto, saber interpretar respeitando as

argumentações dos outros é crucial (BRASIL, 2000).

A leitura se torna fundamental na construção e aquisição do

conhecimento. Formar leitores competentes exige do professor práticas

pedagógicas que desenvolva o hábito da leitura de forma prazerosa.

Portanto, ler é a essência para a interpretação. Na leitura da HQs há

aquisição de novas linguagens que auxiliam a contextualizar e incentivar novas

produções. Pode-se confirmar nas palavras de Safady apud Silva:

(...) o leitor curioso e interessado é aquele que está em constante conflito com o texto, conflito representado por uma ânsia incontida de compreender, de concordar - conflito, enfim, onde quem lê não somente capta o objeto de leitura, como transmite ao texto lido as cargas de sua experiência humana e intelectual (SILVA, 2005, p. 44).

2. Implementação do Projeto

Inicialmente o projeto foi apresentado à equipe pedagógica e aos

professores para constituição de um trabalho interdisciplinar, solicitando apoio

de todos. Em seguida, os alunos em sala de aula tomaram conhecimento do

projeto, bem como ocorreria o desenvolvimento do mesmo.

O projeto referia-se ao ensino dos conceitos sobre vírus direcionados

aos alunos do 2º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Professora Edimar

Wrigth, com a utilização da construção de HQs como veículo comunicativo para

as diferentes situações de aprendizagens. No colégio no período matutino,

havia cinco turmas de 2º ano. A proposta foi aplicada em duas destas turmas

que continham em média 38 alunos cada. Num primeiro momento as atividades

que seriam desenvolvidas no decorrer do projeto foram explanadas aos alunos.

Durante a apresentação os alunos mostraram-se motivados e participativos

com HQs propondo ideias futuras.

A perspectiva de pesquisar na internet e em blogs conhecendo a

ferramenta Impress aumentou o interesse dos alunos aos temas abordados em

sala de aula. Os alunos receberam explicações sobre os conceitos de HQs,

bem como as diferenças literárias, noções de discursos direto e indireto, regras

gramaticais necessárias para a confecção das mesmas. Em seguida, realizou-

se debates sobre o tema proposto (vírus/viroses) para verificação do

conhecimento prévio e após fundamentados nos diversos autores.

Na continuidade do trabalho, os alunos foram orientados sobre a origem

dos vírus, estruturas, características e principais viroses.

Notou-se que os livros didáticos eram os únicos recursos utilizados por

alguns alunos. No entanto, para ampliar o conhecimento foram definidas

estratégias que articuladas com as atividades de sala, instigavam o

crescimento no processo ensino aprendizagem. Várias intervenções

pedagógicas foram propostas em sala, como exemplo: leituras de outras HQs e

de panfletos informativos de viroses. Assim, as dificuldades de interpretações e

baixo rendimento escolar, puderam ser amenizadas.

O próximo passo aconteceu no laboratório de informática. Os alunos

foram acompanhados pela professora de biologia e complementaram suas

pesquisas desenhando no caderno estruturas virais.

A abordagem sobre a ferramenta Impress e o Software CMap Tool foi na

sequência. Entre os alunos o domínio dessa ferramenta era parcial. Foi

necessário proporcionar um tutorial para o uso da mesma, e os que já

conheciam e usavam já este recurso, se prontificaram como auxiliares

ajudando aos demais. Este foi bastante interessante e construtivo.

Com os recursos necessários e o conhecimento do programa, os alunos

construíram mapas conceituais relacionados ao conteúdo abordado, salvaram

em pendrive e apresentaram aos seus colegas.

Em seguida exploraram-se as viroses humanas na forma de vídeo

explicativo sobre o histórico da doença, transmissão, sintomas, prevenção e

tratamento da AIDS, Dengue, Herpes, Hepatite, Gripe e Sarampo.

O vídeo explicativo das viroses com imagens chamou atenção e a

preocupação em aspectos desconhecidos, tornando-os participativos e

interessados. Houve um grande debate e depoimentos relacionados aos fatos

do vídeo. Nesse sentido, os conteúdos abordados e voltados para as relações

entre os conceitos científicos e os seus aspectos tecnológicos sociais,

fortaleceram não somente o domínio do conteúdo, mas a relação entre tais

conceitos. Após, foi proposto aos alunos à construção de uma tabela

comparativa sobre as viroses. Os alunos em duplas no laboratório de

informática pesquisaram e socializaram suas pesquisas e, escolheram qual

virose iriam utilizar para escrever a sua HQs.

Os alunos receberam informações gerais sobre a construção das HQs,

informações da linguagem, uso dos balões e sites que poderiam pesquisar

para seu material. As duplas foram instruídas a criarem seus personagens e o

conteúdo narrativo de sua história, bem como o perigo do plagio, este

desconhecido pela maioria.

Para confecção das HQs, buscou-se a integração com a disciplina de

artes, no auxílio referente à criação dos personagens, cores e posicionamento

dos balões e da professora regente da língua portuguesa, no apoio à produção

e escrita nos textos da HQs.

Mesmo com as dificuldades para criar o seu personagem, o domínio do

conteúdo sobre viroses facilitou a construção da HQs. Os alunos destacaram-

se e exibiram HQs com sequência didática, conforme mostra o Apêndice (1a,

1b e 1c), onde se verifica a percepção de cada aluno relacionada a uma das

viroses, com autorização de uso de imagens do Apêndice 2.

Após o planejamento das HQs, confecção dos roteiros, os alunos

passaram à fase de produção por meio da ferramenta Impress. Inicialmente

foram criadas pastas eletrônicas contendo os dados de cada dupla e com os

arquivos a serem utilizados para a produção de slides. Esta etapa foi mais

complicada, pois os computadores estavam ultrapassados e lentos. Foi

necessário reduzir as duplas para conseguir um resultado mais rápido e não

sobrecarregar os equipamentos.

Os alunos exploraram a ferramenta Impress, surgiram dificuldades para

a produção dos slides, houve a intervenção da professora para sanar as

dificuldades encontradas. Com o domínio, procedeu-se a elaboração dos

trabalhos de HQs em forma de slides. As imagens que estavam em arquivos

foram inseridas. As ferramentas disponíveis na caixa de texto serviram para

desenhar os balões e digitar as produções. Outros alunos salvaram os

quadrinhos e os diálogos juntos, mantendo somente os slides para

apresentação.

Agora com as HQs prontas, com o projetor de imagens e um notebook,

estas foram mostradas para todos os alunos da turma e demais integrantes de

outros setores da escola.

As duplas expuseram sobre as dificuldades enfrentadas para organizar e

concluir o trabalho, bem como da importância de suas produções do conteúdo

de vírus.

As produções foram elaboradas em tempo hábil, conforme cronograma

de intervenção pedagógica, que aconteceu de fevereiro a abril do corrente ano.

Isso foi possível devido ao senso de responsabilidade e a interação dos alunos.

2.1. A HQs e os slides

O uso da tecnologia para a elaboração de HQs gera mudanças na

maneira de organizar o ensino, tornando uma ferramenta lúdica e significativa

para os alunos, transformando-se em um dos veículos asseguradores do

ensino de biologia.

As HQs em forma de slides torna-se um aliado ao professor, já que a

informática está presente no cotidiano de nossas vidas. Dessa forma, prioriza

criatividade e inventividade de cada aluno. Mas, ao mesmo tempo não é uma

tarefa fácil, já que os alunos estão acostumados às informações avulsas, fora

do contexto, pesquisas em fontes desconhecidas e sem propósito escolar.

Porém, essa prática educativa deve ser compreendida e mediada pelo

professor, por meio de ações que permita ao aluno identificar os benefícios e

malefícios das inovações tecnológicas.

Kenski (2011) afirma:

Para que ocorra essa integração, é preciso que conhecimento, valores, atitudes e comportamento do grupo sejam ensinados e aprendidos, ou seja, que se utilize a educação para ensinar sobre as tecnologias que estão na base da identidade e da ação do grupo e que se faça uso delas para ensinar as bases dessa educação (KENSKI, 2011. p. 43).

Atividades como as HQs envolvem os alunos na busca de informações

para criação de slides, como a concentração e a cooperação entre colegas.

Consiste na organização do pensamento, na expressão gráfica e oral, na

necessidade de expor seus conceitos produzidos e ao mesmo tempo,

argumentar e confrontar com os colegas e professor.

Explorar este espaço da tela do computador consiste em ampliar o

trabalho artístico, ou seja, técnicas e abordagens metodológicas no processo

de ensino e de aprendizagem.

A produção de slides é inovadora e muitas vezes desconhecida para um

grupo de alunos, uma vez que o aprendizado é hermético em diversas escolas.

Entretanto, esta estabelece aprendizados, permitindo que os saberes sejam

socializados.

3. Contribuições do GTR

O grupo de trabalho em rede (GTR) é uma troca de experiências entre

os profissionais da educação através da plataforma virtual. Constituem uma

atividade do PDE. O GTR é entendido como espaço virtual, que propicia o

aprendizado. Através desta plataforma ocorre a socialização do Projeto de

Intervenção Pedagógica na escola elaborado pelo Professor PDE com os

demais professores da rede.

A apresentação do projeto e do material didático aos professores

inscritos é o ponto culminante para gerar discussões e sugestões acerca do

conteúdo proposto, favorecendo as interações e viabilizando contextos

colaborativos. Ao todo se inscreveram 17 professores, destes 5 não chegaram

a concluir. Entretanto, os concluintes contribuíram com relação aos valores da

HQs na sala de aula.

No decorrer do desenvolvimento do GTR, foram discutidas as

dificuldades que poderiam ocorrer na aplicação do projeto e do material

didático, além dos aproveitamentos. Houve relato de professores quanto a

relutância e resistência dos alunos. Estes desconheciam o fator das linguagens

dos quadrinhos, dificultando o desenvolvimento do caderno pedagógico. As

dúvidas foram sanadas e dessa forma verificou-se que um conteúdo a ser

trabalhado é de fato um objetivo relevante do professor em suas aulas.

Segundo relato de professores: “a HQs como recursos em suas aulas foi

motivadora e puderam sair da rotina, diferenciando a metodologia e instigando

seus alunos a desenvolverem suas próprias histórias”.

Desta forma, o ciclo com os professores do GTR ocorreu de uma

maneira bem contínua e dinâmica, em cada participação recebiam o feedback.

Assim, os professores colaboraram respondendo os questionamentos

propostos pelo tutor e fizeram considerações relevantes. Os professores

cursistas descreveram a importância da HQs em sala de aula, apresentaram

sugestões nos fóruns de sites e filmes com o intuito de enriquecer o projeto de

implementação na escola.

A interação com vários professores e de diferentes localidades do

Paraná foi extremamente gratificante. Realidades diferentes, metodologias

diversificadas, enriqueceram o trabalho para a continuação do projeto na

escola.

4. Considerações finais

As HQs possuem um grande valor no contexto de formação de leitores,

visto que a mesma desenvolve a inteligência, desperta o olhar criativo,

raciocínio rápido, tornando-os ativos na compreensão e clareza da leitura.

A análise didática desenvolvida propiciou a evolução e a compreensão

dos conteúdos de Biologia, já que os educandos pesquisaram e se interaram

para construir as HQs.

As atividades desenvolvidas tiveram resultados positivos, onde os

alunos demonstraram que é possível com a produção e identificação da HQs,

uma construção do saber aliando as imagens à escrita.

A utilização das HQs como estratégia didática, mostrou-se útil,

propiciando ao aluno protagonista um nível de autonomia diferente, daquele

verificado nas aulas tradicionais de biologia.

Por outro lado, constatou-se uma melhora significativa na produção e

leitura de textos, além de envolver abordagens de questões ligadas ao

cotidiano, resultando em benefícios na qualidade do ensino.

O trabalho com HQs em sala de aula possibilitou aos alunos exercer a

sua capacidade de criação, representação gráfica e desenvolvimento de ideias

no aprendizado. Revelando-se e se expressando no seu saber-fazer autônomo

e singular.

De um modo geral as atividades referentes à HQs desenvolvidas na

implementação são possíveis de aplicar em sala de aula, podendo explorar a

escrita, a leitura e as pesquisas. No entanto, a HQs devem ser planejadas

através de uma fundamentação teórica, antes de se colocar em prática.

Ressalta-se que as HQs exercitam diferentes habilidades cognitivas, unindo

cultura e entretenimento por meio da linguagem verbal, atrelada à linguagem

não verbal presente no gênero das HQs.

Considera-se importante salientar que a HQs é um recurso viável de

enorme potencial para o processo de ensino e aprendizagem. Promovendo o

desenvolvimento de habilidades e competências dos alunos, principalmente

leitura e interpretação.

As HQs escritas pelos alunos demonstraram a compreensão do objetivo

do projeto, uma vez que houve encontro do leitor com a leitura.

APÊNDICE 1 - IMAGENS DE PARTE DA HQs DE HPV

1.a- Ilustração de HPV

As alunas destacam a mulher em relação ao papiloma vírus humano

(HPV) representada na Figura 1. “Nota-se pelo olhar crítico e

desconhecimento, que a personagem criada deve dominar o vírus”.

Figura 1 - HQS do HPV.

Fonte: SILVA, D. C; SILVA, L. L, 2014.

1b – Explicação sobre HPV de uma HQs

Na Figura 2 as alunas deixam claro que é necessária a consulta com o

ginecologista para a prevenção, informação e tratamento relacionado a este

vírus.

Figura 2 – HQs de uma consulta médica de HPV.

Fonte: Fonte: SILVA, D. C; SILVA, L. L, 2014.

1c. HQs do HPV

Visualiza-se na Figura 3 que a intenção das alunas é chamar à atenção

com relação à importância de usar preservativos em relações sexuais, por isso

criaram o diálogo com as instruções do médico.

Figura 3 – Diálogo do HPV.

Fonte: SILVA, D. C; SILVA, L. L, 2014.

APÊNDICE 2- Modelo do contrato de cessão gratuita de direitos autorais

Contrato de Cessão Gratuita de Direitos Autorais PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES

CEDENTE Aluno:......................................................................................................Série:.....Colégio:..................................................................................................................

Nacionalidade:...................................................Estado civil:................................. RG:.............................................................CPF:...................................................Residente e domiciliado na Rua............................................................................

nº.............Cidade................................................................CEP:...........................Estado:........................................................Telefone:............................................Filho(a):.................................................................................................................

e de........................................................................................................................ Cláusula 1ª – O CEDENTE, titular dos direitos autorais da história em

quadrinhos Human Papiloma Virus (HPV) cede, a título gratuito e universal, à CESSIONÁRIA todos os direitos patrimoniais da obra objeto desse contrato, como exemplificativamente os direitos de edição, reprodução, impressão,

publicação e distribuição para fins específicos, educativos, técnicos e culturais, nos termos da Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 e da Constituição Federal de 1988 – sem que isso implique em qualquer ônus à CESSIONÁRIA.

Cláusula 2ª – O CEDENTE declara ser autor e autoriza a CESSIONÁRIA a publicar a história em quadrinho por impressão em papel, por meio eletrônico,

mediante o emprego de qualquer tecnologia ao qual se refere a cláusula 1.ª deste contrato, bem como utilizá-la para fins específicos, educativos, técnicos e culturais.

Cláusula 3ª – A indicação de autoria nas publicações é garantida pela CESSIONÁRIA, bem como se compromete a respeitar todos os direitos morais

do autor, nos termos da Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 e da Constituição Federal de 1988.

E por estarem em pleno acordo com o disposto neste instrumento particular a CESSIONÁRIA e o CEDENTE assinam o presente contrato.

Curitiba, ...... de ........................... de .................

______________________________________

CEDENTE ______________________________________

CESSIONÁRIA

______________________________________ TESTEMUNHA 1

______________________________________

TESTEMUNHA 2

REFERÊNCIAS

BRASIL. MEC. PCN+ Ensino Médio – Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais – Ciências da

Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Secretaria de Educação Básica. – Brasília: MEC/SEF, 2000. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/CienciasNatureza.pdf> Acesso em

07/10/2014.

CARUSO, F; SILVEIRA, C. Quadrinhos para cidadania. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, Rio de Janeiro, v.16, n.1, jan.-mar. p.217-236, 2009.

KENSKI, V. M. Educação e Tecnologia: O novo ritmo da informação. 8ªed.

Campinas, SP: Papirus, 2011.

MARTINS, S. A. F. Histórias em Quadrinhos: Um convite Para a iniciação do leitor. In: I SIMPÓSIO CIENTÍFICO-CULTURAL, 2004. Anais. Paranaíba: UEMS, 2004.

RAMA, A.; VERGUEIRO, W. Como Usar as Histórias em Quadrinhos emsala de aula. 4 ed. São Paulo: Contexto, 2010.

RAMOS, P.; A Leitura dos Quadrinhos.1 ed. São Paulo: Contexto,2010.

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Professora Edimar Wright, Almirante Tamandaré, 2014.

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