o negro nas hqs

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O Negro nas Histórias em Quadrinhos Professor: Adnaldo Brilhante. INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO. SEMANA DA CONSCIÊNCIA NEGRA CAMPUS FRONTEIRA OESTE /PONTES E LACERDA– MT

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Page 1: O negro nas Hqs

O Negro nas Histórias em Quadrinhos

Professor: Adnaldo Brilhante.

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO.SEMANA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

CAMPUS FRONTEIRA OESTE /PONTES E LACERDA– MT

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Os quadrinhos, tal qual a literatura, cinema, música e outras expressões artísticas, são reflexos dos anseios, conceitos e até mesmo dos preconceitos da sociedade que os produziram.

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Conceito O que é uma História em Quadrinhos?

Chamamos de história em Quadrinhos uma narração, fictícias ou não, contata em um conjunto de quadros com uma arte representando personagens associados ou balões de fala. A ideia de uma hq é ser irônica e cômica.

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Histórico

Criado em 1895 por Richard Oultcault, o Menino Amarelo é considerado por muitos pesquisadores a primeira história em quadrinhos, por ter sido produzida de forma contínua, com personagem fixo e por ter introduzido o “balão”.

Quando Surgiu? Existem Várias especulações, mas existe um ponto de concordância a historia do Yellow Kid é considerada a primeira moderna Hq do mundo.

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HistóricoMickey Dugan = The Yellow Kid ("O Garoto Amarelo"), era o personagem principal de Hogan's Alley, pioneira história em quadrinhos e uma das primeiras a ser impressa em cores. O Yellow Kid era uma criança dentuça com traços e aparência chinesa, que sempre aparecia com um sorriso bobo e vestindo um pijama amarelo enquanto circulava por uma vila cheia das mais estranhas criaturas entre eles negros.O artifício de usar balões para mostrar as falas dos personagens foi usado

pela primeira vez com Yellow Kid, apesar de o próprio garoto só se comunicar através de mensagens que apareciam inscritas em sua roupa. Ele usava um jargão cheio de gírias, numa linguagem típica dos guetos. A tira era desenhada pelo artista Richard Felton Outcault. Apareceu pela primeira vez esporadicamente na revista Truth durante 1894 e 1895, até que teve sua estréia oficial no jornal New York World em 17 de fevereiro de 1895, inicialmente em preto e branco e subsequentemente colorida a partir de 5 de maio. Outcault levou o Yellow Kid para o New York Journal American de William Randolph Hearst em 1897, mas a New York World contratou outro artista chamado George Luks para continuar a produzir as tiras, dando origem então à duas versões do personagem. Ambas chegaram ao fim em 1898.

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HistóricoA ideia de cada hq (depois chamada de tira) era de ser cômica, por isso cada publicação era colocada em um caderno especifico no jornal ou um tipo de suplemento. Esse Suplemento foram chamados de Comics Books (livro de comedia).

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Os primeiro Personagens Negros - Vilões Os negros estavam restritos basicamente a dois tipos de situações: ou eram coadjuvantes passageiros em histórias de personagens já estabelecidos ou então atuavam como personagens fixos e humorísticos.

Os nativos, nesta estória, ou eram supersticiosos e covardes, ou então eram picaretas dispostos a faturar “alguma grana” em cima do homem civilizado.

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Os primeiro Personagens Negros – Vilões

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Os primeiro Personagens Negros - Vilões

Em ambas, ficavam patentes os estereótipos daquilo que deveria em tese ser um “homem negro”: lábios grossos e caricaturados, péssimo uso da Língua Inglesa, inteligência no mínimo limitada e selvagem.

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Os primeiro Personagens Negros – Heróis?

Ele não fugia aos estereótipos: barrete turco na cabeça, se vestia com pele de leopardo e tanguinha, mal falava, e quando o fazia era em um inglês sofrível e sua participação nas histórias era restrita a exibições de sua grande força física. 

Lothar apareceu desde o início das aventuras de Mandrake em 1934 e o seu conceito era bem interessante: herdeiro de uma confederação tribal africana chamada “Sete Nações”, ele abandonou suas obrigações reais para acompanhar o mágico em suas aventuras ao redor do mundo.

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A caracterização do personagem só começou a “melhorar”, a partir de 1965, com a entrada do desenhista Fred Fredericks na criação das histórias. O personagem deixou de ser um mero guarda costas do Mandrake para se tornar de fato e de direito, um amigo e “igual” do mágico, e sua herança e dignidade de herdeiro de um reino na África foram colocadas em primeiro plano nas histórias. Isso sem falar que o seu domínio do Inglês melhorou substancialmente. Sendo depois conhecido como o “Explorador”.

Os primeiro Personagens Negros – Heróis?

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Mulheres Negras Tambem Desenham

Zelda Jackson Ormes conhecida como Jackie Ormes, afro-estadunidense, começou a produzir em 1937 uma série conhecida como “Torchy Brown”.

Seus quadrinhos foram publicados entre 1937 e 1956 em jornais como o Correio Pittsburgh e Chicago Defender e falavam de temas como a segregação racial, política externa dos EUA, igualdade educacional, bomba atômica e poluição ambiental.

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A tira Torchy Brown representa a primeira personagem negra independente. Foram ao todo quatro histórias: “Torchy Brown in Dixie to Harlem“, “Candy“, “Touchy Brown heartbeats“, e “Patty Jo ‘N’ Ginger“, que virou boneca.  A vida de Ormes rendeu três biografias: uma escrita pelo historiador Tim Jackson, outra pela quadrinista e afro-estadunidense Cheryl Lynn Eaton e a última por Nancy Goldstein.

Mulheres Negras Também Desenham

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Os primeiro Personagens Negros – Quase Heróis?

Alguns personagens fixos tinham um certa “irônia” no nome e tinha a função cômica.

Em 1941 a Marvel lançou revista Young, onde apareceu o primeiro personagem negro de destaque: Whitewash aqui no Brasil Ébano Branco.

Ele fazia parte da equipe os heróis mirins formada por Bucky Barnes, Centelha e os garotos Knuckles e Jeff, Tubby. O roteiro das aventuras era de Stan Lee em inicio de carreira.

Withwash era o personagem cômico do grupo, sem poderes e sempre sendo salvo pelos colegas mais fortes (e brancos) além de vestir como os “manos” do Harlem.

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“Ébano Branco,” um dos principais coadjuvantes da maravilhosa série “Spirit” de Will Eisner. Ébano acompanhava o herói de Central City por todos os lados e a sua marca registrada era sua maneira “peculiar” de falar: “Seu Sprit, eu quero ajudá ôce di qualquer jeito, seu Sprit!”.

Os primeiro Personagens Negros – Quase Heróis?

Ébano Branco, o parceiro do Spirit, foi elaborado dentro daquilo que era considerado “engraçado” nos anos quarenta.

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Primeiros personagens Negros: Universo de heróis Negros!

É claro que os estereótipos incomodavam algumas pessoas. Principalmente os que militavam nos movimentos de negros que começava a tomar forma nos Estados Unidos. Um desses “incomodados” era o jornalista Orrin C. Evans.

Evans era membro militante NAACP (Associação Nacional pelo Progresso das Pessoas de Cor) e foi um dos primeiros afro-estadunidenses a obter destaque na imprensa americana, sendo considerado por isso até hoje o “patriarca dos jornalistas negros”. Ele acreditava no potencial educativo dos quadrinhos. Achava que heróis negros poderiam ser uma referência positiva para todas as crianças afro-americanas. Assim em em junho de 1947, a All-Negro Comics, é considerada a primeira HQ a ser produzida por afro-americanos. Juntando roteiristas e cartunistas negros.

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Primeiros personagens Negros: Universo de heróis Negros

Dois personagens se destacavam: Ace Harlem, criado pelo desenhista John Terrell, era um detetive particular negro e classudo que, como o próprio nome já diz, investigava crimes no bairro do Harlem, na cidade de Nova Iorque. O outro era “Lion Man”, que foi desenvolvido pelo irmão de Orrin C. Evans, George J. Evans Jr., como um jovem cientista americano que é enviado pela ONU para investigar uma misteriosa “montanha mágica” na Costa do Ouro. Ao chegar ao local, ele descobriu que a tal “montanha mágica” era na verdade uma gigantesca mina de urânio. Decidido a proteger tal reserva da mão de criminosos, ele decide permanecer no local, usa um órfão chamado Bubba como parceiro, adota o nome de Lion Man e se transforma na prática em uma espécie de “Tarzan Negro”.

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Primeiros personagens Negros: Universo de heróis Negros

Apesar das histórias até serem boas para o padrão da época, problemas com fornecedores de papel fizeram com que somente a edição número 1 de All Negro Comics fosse publicada.

Quando os Estados Unidos entrou nos anos cinquenta, alguns editores espertamente perceberam que havia um mercado consumidor negro, e que até poderia render algum dinheiro criar alguns produtos específicos para ele. A editora Fawcett publicou uma revista chamada “Negro Romance”, em 1955, e alguns atletas negros como Joe Lewis e Jack Robinson, chegaram a ter suas biografias quadrinizadas. Mas foi um fracasso.

Marvel, na época Timely/Atlas, se aventurou nessa seara, lançando na revista Jungle Tales #01, em setembro de 1954, aquele que seria com certeza o primeiro herói negro de todo o seu elenco de maravilhosos personagens: “Waku, Prince of Bantu”.

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Fim do Universo de heróis Negros: Ataque direto ao racismo.

A editora EC Comics, que foi responsável por uma avassaladora revolução artística dos quadrinhos nos anos cinquenta com suas revistas de terror e ficção científica, publicou pelo menos duas histórias que focavam de maneira extremamente ousada o tema do racismo nos Estados Unidos.

Weird Fantasy #18 de 1953 e intitulada “Judgement Day”, com script de Al Feldstein e arte de Joe Orlando, relata a ida de um astronauta terráqueo chamado Tarlton a um planeta chamado Cybrinia. O objetivo de Tarlton é verificar se o tal planeta é socialmente avançado o bastante para entrar na Federação Galáctica da Terra. Ao chegar em Cybrinia usando um traje espacial que lhe cobre todo o corpo, inclusive o rosto, Tarlton percebe que o planeta é habitado por robôs, que se dividem em duas castas: os laranjas dominam todas as formas de riqueza e os azuis são relegados apenas a serviços braçais. Tarlton questiona as lideranças laranjas sobre esses fatos e lhe diz que enquanto essa segregação ocorrer em Cybrinia o planeta não estará apto a ingressar na Federação Galáctica, tendo em vista que em nenhum planeta-membro ocorre discriminação. Ao retornar à sua nave, no último quadrinho, o nosso astronauta retira o seu capacete e vemos que Tarlton é um homem negro!

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Fim do Universo de heróis Negros: Ataque direto ao racismo.

Na história “In Gratitude”, escrita por Al Feldstein, desenhada por Wally Wood e publicada na revista Shock SuspenStories #11 de 1953, um veterano da Guerra da Coréia chamado Joe Norris, ao voltar para sua cidade no interior dos EUA, questiona seus conterrâneos pelo fato de eles se recusarem a enterrar um amigo de Norris, que morreu na guerra no cemitério da cidade. Tal enterro é proibido única e exclusivamente porque o amigo de Norris, apesar de também ter defendido o país na Guerra da Coréia, era negro.

O prêmio que a EC Comics ganhou por tanta ousadia nos temas e pela qualidade revolucionária de suas HQ’s foi uma brutal perseguição executada por “puritanos” preocupados com a “má influência” que os gibis poderiam causar, perseguição essa que praticamente acabou com a editora.

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Surgindo Novos Heróis no meio da revolução

Ebulição social no final dos anos cinquenta e início dos sessenta, os movimento negro começava a tomar as ruas dos Estados Unidos, reivindicando a melhoria da condição de vida dos afro-estadunidenses. O Movimento negro se dividia em diversas vertentes, desde a mais pacifista, que era representada pelo Movimento dos Direitos Civis do Reverendo Martin Luther King até as mais radicais, que podíamos ver na Nação do Islã de Malcom X e no Partido dos Panteras Negras e no movimento Black Power.

Page 22: O negro nas Hqs

Surgindo Novos Heróis no meio da RevoluçãoO primeiro herói negro a ter sua própria revista foi o Lobo em 1965. O título foi lançado pela Dell Comics.

Seus criadores foram Tony

Tallarico e D.J. Arneson. A

revista foi um fracasso de

vendas, devido aos conflitos raciais que marcaram a história dos

Estados Unidos nos anos de

1960. Foi cancelada no seu segundo

número.

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Surgindo Novos Heróis no meio da Revolução

A ebulição social acabou se refletindo nos quadrinhos. Nesse período, o mercado americano de quadrinhos foi tomado de assalto pela ascensão da Marvel Comics, ascensão essa capitaneada por Stan Lee e companhia, e por um rol de personagens que, pela criatividade com que foram elaborados revolucionaram o conceito dos super-heróis. Pode-se que a Marvel é o que hoje por Stan quanto os artistas que trabalhavam com eles, tinham, como poderíamos dizer, um “ajuste fino”, que os ajudava a perceber toda a agitação e mudança de costumes que aconteciam naquela época. E com certeza, esse “ajuste fino” foi fundamental para a aparição de personagens como o soldado “Gabe Jones”.

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Gabe, que apareceu de cara na estreia do gibi de guerra “Sgt. Fury and his Howling Commandos” (Sargento Fury e o Comando Selvagem) em 1965, era um músico de jazz que participava de um regimento do Exército americano na Segunda Guerra, composto por figuras das mais diversas origens étnicas, desde ítalo-americanos, judeus e até mesmo um suposto homossexual! Ao contrário dos personagens negros do passado, Gabe se expressava em um inglês impecável e sua bravura no campo de batalha era sempre ressaltada.

Surgindo Novos Heróis no meio da Revolução

Page 25: O negro nas Hqs

Surgindo Novos Heróis no meio da RevoluçãoNo ano de 1966, muito provavelmente inspirado pelo surgimento do Partido dos Panteras Negras naquele ano (apesar de até hoje Stan jurar de pés juntos que não pensou em política na hora), Stan Lee e Jack Kirby introduziram nas páginas de “Fantastic Four #52” aquele que pode ser considerado o primeiro super-herói negro da história dos comics: o “Pantera Negra”! Antes do Pantera aparecer, outros heróis negros deram o ar da graça, mas ele foi realmente o primeiro a ser concebido dentro dos clichês inerentes ao gênero “super-herói”: o Pantera usava uma fantasia e realizava proezas que um homem comum não poderia fazer.

Page 26: O negro nas Hqs

Surgindo Novos Heróis no meio da RevoluçãoA origem que Stan e Jack criaram para o personagem sem dúvida alguma é interessantíssima. Tchalla, o verdadeiro nome do herói, era o príncipe herdeiro de um fictício reino africano chamado Wakanda. Wakanda era um pequeno país africano que era muito visado por praticamente ser o único lugar do mundo onde podia ser encontrado um metal raro chamado vibranium e a ambição em possuir tal elemento levou um criminoso americano até lá. Enfurecido pela recusa de Tchaka, o rei de Wakanda, em fornecer o metal, o vilão o matou diante de sua corte e o adolescente Tchalla, que prontamente decepou a mão do sujeito com uma espada. Anos mais tarde, o tal vilão americano se transformaria no super-vilão Garra Sônica, mas nesse ínterim, Tchalla rumou para a América, onde estudou e se transformou em um brilhante cientista.

Page 27: O negro nas Hqs

Surgindo Novos Heróis no meio da RevoluçãoAo retornar à Wakanda, Tchalla participou de ritual onde ingeriu uma erva sagrada que expandiu sua força, agilidade e sentidos. Após o ritual ele foi ungido Rei de Wakanda e passou a vestir um traje que lembrava o animal sagrado dos wakandenses, a pantera negra. Utilizando recursos gerados pela negociação do vibranium, Tchalla rapidamente transformou o seu reino na nação mais evoluída do ponto de vista tecnológico no Universo Marvel. O público gostou do que viu e o personagem fez mais algumas aparições no título do Quarteto. Em 1968, no gibi “Avengers #52”, o Pantera Negra se torna membro dos Vingadores. O interessante é que o personagem, até para fugir da óbvia associação ao Partido dos Panteras Negras, durante um bom tempo era chamado só de Pantera, e até mesmo o nome de “Leopardo Negro” ele recebeu. Somente em “Avengers #100”, em 1970, foi estabelecido que a identidade heróica de Tchalla realmente se chamava Pantera Negra

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Stan Lee criou para as histórias do Homem-Aranha, dois coadjuvantes que até hoje são recorrentes nas aventuras do aracnídeo: Joe Robertson e seu filho Randy Robertson. Joe estreou em 1967, no gibi “Amazing Spiderman #51”, exercendo a função de editor dentro do jornal Clarim Diário. Com seu comportamento moderado, fazia o contraponto perfeito para a personalidade intratável do seu chefe J. J. Jameson.

Surgindo Novos Heróis no meio da Revolução

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Porém, moderação não fazia exatamente parte da personalidade do seu filho Randy. Randy, que surgiu pela primeira vez em “Amazing Spiderman #67”, representa dentro das histórias do Aranha, uma figura muito comum naqueles loucos anos sessenta, que era o militante de esquerda que participava de todos os movimentos de contestação da época. Um dos momentos mais marcantes e mais relevadores de sua personalidade foi quando em “Amazing Spider-Man #96” ele questionou Norman Osborn (identidade secreta do vilão Duende Verde) sobre por que as pessoas ricas não ajudavam os pobres e os negros nos Estados Unidos.

Surgindo Novos Heróis no meio da Revolução

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O escritor Robert Kanigher e o desenhista Joe Kubert chegaram a elaborar para a revista “Our Army at War #113” de 1961, uma história do Sargento Rock, chamada “Eyes of a Blind Gunner”, que mostrava que a colaboração e a amizade entre dois soldados, um negro e outro caucasiano, era perfeitamente possível. O soldado negro, que se chamava Jackie Johnson (em homenagem ao boxeador de mesmo nome).

Surgindo Novos Heróis no meio da Revolução

Era raro a DC Comics editar histórias assim. Houve uma, publicada em “Justice League of América #57” de 1967, chamada "Man, Thy Name Is – Brother”, produzida pela histórica dupla Gardner Fox/Mike Sekowsky, onde um adolescente negro mostrava ao Flash o preconceito que pessoas que tinham a mesma cor da pele que ele sofriam na América.

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Em 1967 foi lançada a revista “Secret Six”, escrita por Nelson Bridwell e desenhada por Frank Springer que contava as aventuras de seis pessoas que, devido ao fato de deverem a própria vida a um sujeito chamado “Mockingbird”, eram obrigadas por ele a realizar diversas missões secretas de alto risco. O grande detalhe da história era que um dos seis personagens era o próprio “Mockingbird” disfarçado! Entre os membros do “Secret Six” havia o brilhante cientista negro de meia-idade August Durant e durante anos muitos fãs suspeitaram que Durant fosse o “Mockingbird”. Como a série foi encerrada no número #7 só em 1988, quando as histórias do grupo foram retomadas no gibi “Action Comics Weekly” é que foi confirmado que realmente Durant era o cérebro por trás das ações do grupo.

Conservadora ao Extremo

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A DC até demonstrou coragem ao lançar um personagem negro regular em um gibi de espionagem, mas a primeira tentativa de se criar um super-herói negro na editora, causou uma crise editorial na DC que envolveu muitas pessoas e que até hoje é uma terrível mancha em sua história. Em 1969, os jovens escritores Marv Wolfman e Lein Wein escreveram para a edição #20 de “Teen Titans” uma história, chamada "Titans Fit the Battle of Jericho" na qual a Turma Titã enfrentava um gangster que estava manipulando a raiva e o inconformismo de uma gangue de adolescentes negros. Nessa missão, eles eram ajudados por um misterioso super-herói chamado Jericho. No final da trama, é revelado que Jericho é um rapaz negro chamado Ben, o irmão mais velho de uns dos membros da gangue, e que havia se disfarçado de super-herói para provar ao seu irmão que, mais importante que a uso da violência era a luta pacifica pela igualdade entre todas as raças. O roteiro foi aprovado pelo editor Dick Giordano, chegou a ser todo desenhado por Nick Cardy e a história estava prontinha para ser publicada, mas na última hora, a cúpula editorial da DC representada na figura do editor Carmine Infantino, vetou a sua publicação. Infantino praticamente invadiu a gráfica e mandou suspender tudo, alegando que a DC não poderia publicar um gibi que pregasse o “racismo ao contrário”, racismo esse que na sua opinião se caracterizava por frases dentro do roteiro como “Eu vou dar um jeito nesses últimos 300 anos de racismo, seus brancos metidos!”

Conservadora ao Extremo

Page 33: O negro nas Hqs

Conservadora ao ExtremoNa verdade, muito provavelmente os editores da DC tinham medo mesmo era uma reação negativa em estados mais conservadores dos EUA, em especial do Sul. Para dar um jeito na situação, eles chamaram o genial desenhista Neal Adams para refazer a história. Neal fez o seu trabalho, transformando o negro Jericho em um adolescente branco de nome Joshua, refazendo vários diálogos. Os negros que apareciam no gibi foram pintados de azul a fim de se retirar qualquer contexto racial do roteiro. É desnecessário dizer que tanto Marv Wolfman como Lein Wein ficaram furiosíssimos com as alterações e tal incidente fez com que ambos saíssem da DC e só retornassem algum tempo depois. Anos mais tarde, Marv Wolfman declarou o seguinte sobre a censura do seu argumento: “Todos nós que estávamos envolvidos percebemos logo que a história teve sua publicação suspensa não por ser ruim, mas por ter um super-herói negro”. Meses depois, em “Teen Titans #26” entrava para a equipe um jovem negro sem super-poderes que se chamava Mal Duncan. No script elaborado por Robert Kanigher e desenhado por Nick Cardy, Mal vivia em um violento gueto negro e ajudou os Titãs, que estavam em suas identidades civis, a solucionarem o assassinato do Prêmio Nobel da Paz Arthur Swenson. Como mesmo sem super-poderes Mal demonstrou coragem em situações de perigo, ele foi convidado pelo benfeitor dos Titãs, o milionário Loren Júpiter, a se tornar membro da equipe. Se Mal foi criado como uma compensação pela censura de “Titans Fit the Battle of Jericho”, nós nunca saberemos.

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Surgindo Novos Heróis Negro por mentes livres.

Em 1969 a Marvel lançava em “Captain América #117” o Falcão, codinome de um homem Negro chamado de Sam Wilson. o Falcão se transformou em muito mais que um parceirinho do Capitão América, sendo retratado sempre em condição de igual do Sentinela da Liberdade. Tanto que, a partir da edição #134 a revista do Capitão passou a se chamar “Captain America and the Falcon” e assim ficou até o número #223.

Page 35: O negro nas Hqs

Heróis diferentesEm 1970 Jack Kirby foi contratado pela DC e lá desenvolveu alguns conceitos que mais tarde seriam conhecidos como o “Quarto Mundo de Kirby”. Entre deuses e clones, Jack criou, na revista Foverer People #1 (Povo da Eternidade) em 1971, o primeiro super-herói negro da DC, chamado Vykin, o Negro. Vykin era dotado de poderes magnéticos e nos quesitos inteligência e engenhosidade ele só perdia entre os Novos Deuses para Metron.

No mesmo ano, na revista New Gods #3, Jack criou outro personagem bem interessante, o Corredor Negro, que era uma entidade cósmica que simbolizava a Morte. Tal entidade se apossava do corpo paralisado do veterano do Vietnã Willie Walker para literalmente buscar as almas dos Novos Deuses que se encontravam prestes a morrer.

Page 36: O negro nas Hqs

Heróis diferentesAntes desses personagens surgirem, na revista Superman #234 de 1970, foi casualmente revelado que em Krypton, o planeta natal do Super-Homem haviam negros! Tais negros viviam em uma ilha chamada Vathlo que, apesar de não fazer parte da Federação Kryptoniana, mantinha boas relações com os outros países do planeta. A Ilha Vathlo era eventualmente citada nas histórias do Super-Homem, só que com o evento “Crise nas Infinitas Terras” e a posterior reformulação de Krypton ela foi deixada de lado.

Page 37: O negro nas Hqs

Heróis diferentesEm 1972, nas páginas de Green Lantern #87. na historia escrita por Denny O’Neill/Neal Adams Hal Jordan é obrigado a escolher um reserva para o seu cargo de Lanterna Verde, já que o seu sucessor imediato (o irascível Guy Gardner) se encontrava em coma. Hal escolhe para a sua reserva um arquiteto negro desempregado chamado John Stewart e como teste o incumbe de proteger um político racista que, no final descobrimos estar por trás da tentativa de incriminação de comunidades negras.

Page 38: O negro nas Hqs

Heróis diferentesNa revista Wonder Woman #206 de 1973 a dupla Cary Bates e Don Heck nos mostrou que a mãe da Mulher-Maravilha, a Rainha Hipólita da Amazonas havia esculpido duas, e não apenas uma estátua de barro, estátuas essas que foram abençoadas pelos deuses gregos com a vida. Uma das estátuas, que assumiu a forma de uma menina negra e foi batizada com o nome de Nubia foi seqüestrada por Marte, o deus da guerra, e foi doutrinada por ele para destruir as amazonas, enquanto a outra cresceu e se tornou a Mulher-Maravilha que conhecemos. Obviamente, as duas irmãs se enfrentaram e Diana conseguiu libertar Nubia do jugo de Marte.

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Lançado em 1972, em uma história escrita por Archie Goodwin e desenhada por George Tuska a origem do herói: injustamente condenado por um crime que não cometeu, Mark Lucas é enviado a prisão de Seagate. Ao chegar lá, Mark é convidado a participar de um experimento cientifico que em tese faria com que a pessoa que passasse por ele ficasse imune a qualquer tipo de doença. Mark aceita, porém durante a realização do experimento o mesmo é sabotado por um guarda racista da prisão. Tal sabotagem fez com que, ao invés de ficar imune a doenças, Mark ganhasse super força e invulnerabilidade. Usando seus novos dons, nosso herói foge da cadeia e se refugia no bairro do Harlem. Após a sua chegada no Harlem, Mark Lucas decide mudar seu nome para Luke Cage e faz aquilo que qualquer pessoa que ganhasse super-poderes faria: decide faturar uma grana vendendo seus dons a quem pagasse melhor, se transformando em um “herói de aluguel”. O gibi do Luke Cage a despeito das mudanças do nome (a partir da edição #17 virou “Luke Cage Power Man” e na edição #102 mudou novamente para “Power Man and Iron Fist”, devido a entrada do personagem Punho de Ferro) durou até meados dos anos oitenta e foi um dos títulos estrelados por um herói negro mais longevos do mercado americano.

Heróis diferentes

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Na edição #5 da hq Jungle Action, em 1973, ela finalmente começou publicar aventuras-solo do primeiro super-herói negro da história, o Pantera Negra. Com roteiros de Don MacGregor e arte de Billy Graham, o Pantera se viu obrigado a enfrentar não “o super-vilão do mês”, mas sim uma revolta armada em seu país que visava derrubá-lo do trono de Wakanda, revolta essa comanda por um terrorista conhecido como Erlik, o Terror Negro.

Heróis diferentes

Page 41: O negro nas Hqs

As super-heroínas negrasNessas época as heroínas e super-heroínas chamavam atenção pelos movimento sociais a respeito da liberdade feminina e a igualdade de gênero, e como nos outros anos o conceito de negros nas hqs aumentava era de se esperar a criação de novas personagens negras e mulheres. Contudo, a maioria delas eram uma versão feminina dos super-heróis ou um conceito já existência. Como a Núbia foi a primeira super-heroína negra da DC a Marvel fez a sua.

Tilda Johnson – Sombra da noite/ Deadly nightshade – Depois da aparição da Núbia é claro que a Marvel não poderia ficar atrás em Agosto do mesmo ano a Marvel trás a Capa do seu lendário personagem Capitão América . Criada por Steve Englehart e Alan Lee .Deadly Nightshade tem sua aparição na edição de Captain America # 164 em agosto de 1973.Capitão América

Page 42: O negro nas Hqs

As super-heroínas negrasMarvel não parou por aí em Março de ano seguinte  ela cria a primeira  Mulher Aranha, ela é Negra  e a sua aparição acontece na edição de Spidey Super Stories #6 de 1974. Criada por Jean Thomas, Winslow Mortimer, Mike Esposito e Tony Mortellaro. Baseado no roteiro de Sara Compton Spider Woman é o Ater Ego de Valerie. A primeira Mulher-Aranha é uma Bibliotecária. Em 1975 a Marvel criou a personagem mais complexa já feita em hqs a TEMPESTADE (STORM). Falaremos dela mais pra frente.

Page 43: O negro nas Hqs

As super-heroínas negrasMisty Knight - Marvel Premiere #20 (Jan 1975). Mercedes "Misty" Knight era policial condecora em Nova York quando em um acidente perdeu o braço direito, fazendo com que fosse transferida para o trabalho burocrático da policia. Cansada de ficar atrás de uma mesa, ela se demitiu da policia e ganhou do amigo Tony Stark um braço biônico que lhe conferia uma força sobre-humana e com isso deu seus primeiros passos como heroína trabalhando como detetive particular. Quase sempre ao lado de sua amiga Colleen Wing, Misty se destacou bastante como heroína de aluguel, ao lado dos amigos Daniel Rand e Luke Cage. Formou sua própria versão do time, após os eventos da Guerra Civil. Está judando Daniel Rand em sua revista solo, onde aparentemente engatilharam um início de romance.

Page 44: O negro nas Hqs

As super-heroínas negrasMari Jiwe Mccabe é mais conhecida como Vixen , assim com a Storm a história de nascimento desta personagem também se consolida na África. Foi a primeira  personagem Afro-estadunidense a conduzir sua própria serie , mas  foi cancelada antes da publicação em 1978. Criada por Gerry Conway e Curt Swan, Vixen tem a sua primeira aparição  apenas três anos mais tarde na edição da Action Comics #52 em 1981

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Capitã Marvel  ou Spectrum- Marvel 1982. Mônica Rambeau  é a primeira  personagem negra dentro dos Vingadores,  conhecida como Capitã Marvel e Fóton. Mas popularmente conhecida como Pulsar. Criada por Roger Stern e John Romita, Jr .  Em 1982 sua primeira aventura foi em Amazing Spider-Man Annual #16.

As super-heroínas negras

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As super-heroínas negrasJET/JATO – DC Comics – 1988. Criada por Steve Engelhart e Joe Staton, teve sua primeira aparição no universo DC em 1988 na edição da Millennium #2. Jato foi a primeira personagem a abordar a temática do HIV e da AIDS, na História em quadrinhos. Em resumo, Jato ou Celia Windward, jovem jamaicana, recebeu seu poderes dos Guardiões do universo (criadores da tropa dos lanternas verdes) para formar uma nova equipe conhecida como novos guardiões. Ela contrai o vírus em uma luta conta o HemoGoblin derrotando o vilão. Os sintomas pioraram para AIDS, ela usou sua última gota de energia para repelir uma invasão alienígena, perdendo a vida. Um ano mais tarde ela volta viva e agora recusando a associação com os guardiões.

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As super-heroínas negrasTechnique- Tiffany Evans – Milestone Media – 1993. Criada por Dwayne Mcduffie o mesmo criador de Static Shock ou Super Choque para o Milestone Media Selo alternativo da DC, Também fundada pelo Dwayne Mcduffie. Techinique é certamente a primeira mulher da Milestone. Desenvolvida em 1993 teve sua aparição consolidada na Hardware #9. Ela aparece no novos 52 da DC.

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As super-heroínas negrasFatality / Yrra Cyrnil – DC Comics -1997. De Ron Marz e Darryl Banks primeira aparição em lanterna verde V3. #84, de 1997. Integrante dos guerreiros judiciais de Xanshi, Yrra Cyrnil foi despachada para treinar os senhores da guerra de Okaara. Enquanto ela estava lá, o lanterna verde John Stewart foi enviado para impedir uma bomba de explodir no centro do planeta Xanshi. Devido à falha de Stewart em deter a explosão, Yrra se tornou a última xanshiana do universo. Assumindo o nome de Fatalidade, ela fez do objetivo de sua vida caçar todo aquele que é ou já foi um membro da Tropa dos Lanternas Verdes. Não se sabe quantos antigos lanternas ela já assassinou, apesar de Fatalidade afirmar que matou mais de uma centena deles. Atualmente Fatalidade faz parte da Tropa das Safiras Estrelas, operando no Setor Espacial 1313.

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Ladyhawk é um codinome usado por duas moças. Rosetta e Regina Morgan são irmãs gêmeas e filhas de um figurão do mundo do crime que decidiram usar suas habilidades de luta pra ir contra justamente o que o pai fazia. Elas usavam seu uniforme uma de cada vez e enquanto uma ia lá pra porradaria, a outra ficava monitorando tudo à distância. Ladyhawk apareceu pela primeira vez nas hqs da Spider-Girl em 1999, mas elas já fizeram uma pontinha até com o Demolidor.

As super-heroínas negras

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As super-heroínas negrasMisteriosa, fria, metódica e mortal, Aisha Al-Fadhil se une a um membro do Grupo das Forças Especiais Americanas conhecido como Os perdedores. Ele é enviado para a floresta boliviana em uma missão de busca e eliminação, mas torna-se alvo de um poderoso inimigo conhecido apenas como Max . Trabalhando juntos, eles devem manter-se disfarçados, enquanto vão ao encalço do fortemente protegido Max, um impiedoso homem que pretende começar uma guerra tecnológica no mundo e foi responsável pela morte do pai de Aisha.

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As super-heroínas negrasThe Walking Dead - Michonne (pronunciado MI-SHOWN) é um membro do grupo sobrevivente, e uma das principais personagens da série. Armada com uma Katana e mortais habilidades para complementá-la. Michonne é uma defensora efetiva e crucial dos sobreviventes.

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As super-heroínas negras BrasileiraDeus – Lizzie Bordello e as Piratas do Espaço. Deus é especialista em armas e em relações públicas e privadas da tripulação de quatro piratas, que vivem situações absurdas à bordo de uma nave capaz de viajar no tempo e no espaço. É também a melhor atiradora do quadrante,ex-criança prodígio, fã de Pam Grier e filmes pornôs.

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As super-heroínas negrasNegra, órfã, ladra, guerreira, líder, rainha, mutante e

mulher, ela é considerada uma das personagens femininas mais complexas da Marvel.Nos X-Men tornou-se uma líder e teve destaque na equipe em muitas sagas marcantes. Atualmente encontra-se casada com o Pantera Negra. Em suas aventuras solo, ou ao lado do Pantera Negra, temas como racismo, exploração infantil e preservação do meio ambiente costumam estar presentes.

Page 54: O negro nas Hqs

As super-heroínas negrasEm 1975 Stan Lee criou aquela que seria uma das super-heroínas mais populares do Mundo: Ororo Iqadi Munroe - Tempestade (Storn). A ideia não poderia ter sido tão acertada e tão complexa. Pois, nesta mesma época as ondas racistas estavam em seu auge nos EUA e os editores de quadrinhos queriam a chance de colocar a sua opinião a esse respeito. Como tratar isso sem ter um processo descomunal para responder: Criar um racismo que seja visto como algo fictício. Desta forma nasceram os mutantes e nossa heroína. Alguns dizem que foi falta de coragem da MARVEL, mas ideia de luta contra o racismo estava explicita nas entre linhas.

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As super-heroínas negras Filha de uma africana com um fotógrafo estadunidense ela ficou órfã muito cedo.

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Tornou-se menina de rua, foi explorada como ladra nas ruas do Cairo pelo mutante Rei das Sombras e depois adorada como deusa no interior da África.

As super-heroínas negras

Page 57: O negro nas Hqs

As super-heroínas negrasÉ libertada dos abusos que o Rei das Sombras lhe forçava pelo professor Charles Xavier.

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Buscando ter sua vida própria ela se muda para uma pequena vila onde com seu poderes mutantes passa a ser adorada como uma deuses.

As super-heroínas negras

Page 59: O negro nas Hqs

As super-heroínas negrasEm uma breve ausência esta mesma aldeia é destruída por outros mutantes fazendo ela procurar o professor Xavier e tornar-se um membro da equipe mutante X-Men.

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As super-heroínas negras

Mulher Negra

Ororo Iqadi Munroe – A Tempestade

Órfã, ladra e explorada

Mutante e GuerreiraDeusaLíder dos X-Men

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As super-heroínas negrasOroro Iqadi Munroe – A Tempestade

Rainha de Wakanda

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Heróis Que Vendem

Estreando na edição #10 da hoje clássica Tomb of Dracula, em 1973, com argumento de Marv Wolfman e arte de Gene Colan, Blade era filho de uma mulher que foi vampirizada por um morto-vivo chamado Deacon Foster, quando estava grávida do herói. A mãe morreu durante o parto, porém Blade adquiriu uma estranha imunidade a mordidas de vampiros e, desejoso de vingança, treinou como um louco até se tornar um grande especialista no uso de qualquer arma branca, daí derivando o seu nome-de-guerra.

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Heróis Que Vendem

O herói negro Spawn se tornou sucesso na inaugurada industria dos quadrinhos Image Comics na época. Criada por Todd MacFarlane em 1992, All Simmons era um agente da CIA designado para o trabalho sujo do governo americano, como assassinatos e ações ilegais. Morto por seu próprio chefe, a alma de Simmons caiu nas profundezas do inferno. Porém, o demônio Malebólgue ofereceu que Simmons trabalhasse para ele como um Spawn, um soldado do inferno. Em troca, ele poderia voltar ao mundo dos vivos e rever sua família. “Spawn era um herói negro, mas seu rosto era completamente coberto pela máscara para garantir que sua etnicidade nunca virasse problema. Quando o víamos sem máscara, ele tinha queimaduras tão horríveis que não poderia ser visto mais do que um monstro, permitindo a McFarlene mostrar suas intenções e ao mesmo tempo obscurecê-las”, escreveu Grant Morrison em seu livro Superdeuses, página 287, publicado no Brasil pela editora Seoman

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A revista Black Goliath foi lançada em fevereiro de 1976 e a primeira edição recontava a origem do herói: Bill Foster foi assistente do bioquímico Henry Pym (vulgo Homem-Formiga, Gigante, Jaqueta Amarela, etc.) e conseguiu por conta própria reproduzir a fórmula de supercrescimento do seu antigo chefe e daí para virar mais um super-herói na praça obviamente foi um pulo.

Heróis Que Vendem

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Heróis Que VendemEm abril de 1977 do gibi Black Lightning #01, primeiro gibi da DC estrelado por um herói negro, que foi batizado aqui no Brasil com o nome de Raio Negro. Na história criada por Tony Isabella e desenhada por Trevor Von Eeden vemos o campeão olímpico Jefferson Pierce retornar ao seu bairro de origem, o Beco do Suicídio, em Metrópolis, com o objetivo de se tornar professor na escola local. Vendo que o bairro está entregue a traficantes e assassinos, Jefferson decide tomar algumas providências para limpar a vizinhança, e para tanto ele resolve usar um cinto que lhe confere poderes elétricos, um uniforme com enfeites de raios, uma simpática peruca black-power(?!) e a identidade secreta de Raio Negro

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Heróis Que Não Vendem MaisPor mais interessante que fossem a histórias criadas por Isabella, infelizmente acabou acontecendo com o gibi do Raio Negro o mesmo que aconteceu com as revistas do Pantera Negra e do Golias Negro: o cancelamento, nesse caso depois da edição #11, e devido principalmente a uma “faxina editorial” promovida pelos editores em 1978. O personagem chegou a fazer algumas aparições em outros títulos da DC, mas os fãs só o veriam novamente de forma regular no título Batman and the Outsiders, lançado em 1983, onde ele era um membro da equipe de super-heróis liderada pelo Cavaleiro das Trevas.Entre revistas canceladas e aparições ocasionais chegamos nos anos oitenta e sem dúvida alguma o personagem negro mais bem-sucedido desse período é o Cyborg, membro do grupo de heróis Novos Titãs. Surgindo no gibi de estréia da equipe, (New Teen Titans #01, de 1980), os seus criadores, a dupla Marv Wolfman/George Peréz habilmente aplicaram ao personagem um conceito que Stan Lee já havia usado no Coisa do Quarteto Fantástico: Victor Stone (seu verdadeiro nome) teve seu corpo mutilado por causa de um acidente em uma experiência extradimensional do seu pai, o cientista Silas Stone. O Dr. Stone se viu forçado a reconstruir o corpo do seu filho utilizando componentes cibernéticos, o que acabou gerando uma tremenda revolta em Victor, que passou a se auto-enxergar como um monstro. Posteriormente, o convívio com os outros Titãs fez com que Victor se conformasse com sua situação.

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Heróis Que Não Vendem Mais

O vício de Tony Stark chegou a tal ponto que ele já não se encontrava em condições de vestir a sua armadura e, diante de um eminente ataque as Indústrias Stark acabou sobrando para o seu melhor amigo, o piloto particular James Rhodes, a responsabilidade de assumir a identidade do Homem de Ferro. Isso aconteceu na revista Iron Man #170 e durante um bom tempo Rhodes segurou a bucha de ser o Homem de Ferro. Nos anos que se seguiram, ele ganhou uma nova armadura e nova identidade (Máquina de Combate).

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Agostini, escravidão e cotidiano•Angelo Agostini não deixou de representar o negro na sociedade carioca na segunda metade do século XIX.•Os negros aparecem com personagem secundárias em alguns de seus quadrinhos que criticavam problemas cotidianos, nas aventuras de Nhô Quim e em críticas à escravidão.

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Folha ilustrada (1876) – representações do negro em dramas cotidianos do Rio de Janeiro durante o II reinado.

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O NEGRO NOS QUADRINHOS BRASILEIROS

• Em 1931 surgiria no Brasil um personagem que ganharia o gosto popular: Azeitona.

• Juntamente com os amigos Reco-Reco e Bolão, o personagem foi publicado nas páginas da revista O Tico Tico, até o fechamento da revista, em 1957.

• Criação ilustrador e caricaturista cearense Luiz Sá, Azeitona não apenas participava como protagonizava algumas das aventuras.

• O traço cômico do personagem possuía estereótipos como os lábios exageradamente grandes, característicos das representações do negro nos quadrinhos da época.

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O negro está no Gibi• O Gibi foi o título de uma revista

brasileira de história em quadrinhos, cujo lançamento ocorreu em 1939.

• Na época, Gibi significava moleque, negrinho, porém, com o tempo a palavra passou a ser associada a revistas em quadrinhos.

• Há quem defenda que o termo gibi é impregnado de preconceito racial e prefira se referir às revistas em quadrinhos apenas como HQs.

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A cultura popular como inspiração

•Outro personagem negro, que se tornaria protagonista nas HQs brasileiras foi o Pererê, criado por Ziraldo em 1958.•O Pererê foi publicado primeiramente em cartuns em 1959 nas páginas da revista brasileira O Cruzeiro. •A revista foi um grande sucesso de vendas na década de 1960.•As histórias se passavam na Mata do Fundão, que seria, na verdade, o próprio Brasil.

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• Personagens negros fixos em histórias em quadrinhos nacionais são poucos.

• Destaque para Maurício de Sousa, que criou três personagens afro-brasileiros:

• Jeremias• Pelezinho• Ronaldinho

Os Nacionais

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Jeremias• Jeremias é um dos personagens

mais antigos da turma da Mônica. Apareceu em 1960, e por muito tempo, foi considerado o único personagem afro-brasileiro da turma.

• Para ninguém saber que o garoto tem somente oito fios de cabelo, ele usa um boné vermelho, herdado de seu avô.

• Hoje, ele é pintado de marrom, mas nos anos de 1970 era pintado de preto.

Os Nacionais

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Pelezinho • O personagem estreou em

1976 em tiras de jornal.• A revista Pelezinho, e seu

almanaques, foram publicados no Brasil entre 1977 e 1986 .

• Pelezinho e sua turma jamais tiveram qualquer relação com outros personagens de Maurício de Sousa.

Os Nacionais

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Ronaldinho

• O personagem inspirado no jogador Ronaldinho Gaúcho foi lançado em 2006.

• A  revista da Turma do Ronaldinho lembra a Turma do Pelezinho,  e suas aventuras estão intercaladas com as aventuras da Turma da Mônica.

• As revistas da Turma do Ronaldinho Gaúcho são publicadas em países, como França, Croácia, Itália e Holanda.

• Suas tirinhas também são publicadas no jornal britânico The Daily Mirror.

Os Nacionais

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Representações do negro na história do Brasil por meio das HQs

• Dos quadrinhos educativos produzidos pela EBAL a partir da década de 1950 até os álbuns modernos produzidos por grandes editoras ou quadrinhos independentes, as HQs sobre a História do Brasil tem oferecido a oportunidade de se trabalhar com a questão racial a partir de ângulos distintos.

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ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO NOS QUADRINHOS DA EBAL

O quadrinhos da EBAL traziam uma versão oficial da história do Brasil.

No Álbum A Libertação dos escravos em quadrinhos: Isabel, a redentora, produzido em 1970, quadrinizada por Pedro Anísio e desenhada por Eugênio Colonnese, a versão oficial é romantizada e o papel da princesa Isabel colocado em destaque: o branco escraviza, o branco liberta.

Não há questionamento acerca do impacto social da escravidão e da própria abolição sobre a sociedade brasileira e o negro.

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Referencias[01] http://www.oexplorador.com.br/site/ver.php?codigo=27827[02] http://www.slideshare.net/gibiteca/o-negro-nos-quadrinhos[03] http://www.slideshare.net/gibiteca/negro-histria-quadrinhos[04] http://www.ihuonline.unisinos.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1474&secao=243[05] http://blogdogutemberg.blogspot.com.br/2012/11/o-negro-nas-historias-em-quadrinhos-02.html[06] http://www.ceao.ufba.br/livrosevideos/pdf/literatura%20afrobrasileira_cV.pdf[07] http://www.intercom.org.br/papers/regionais/sudeste2012/resumos/R33-0769-1.pdf[08] http://www.vinetas-sueltas.com.ar/congreso/pdf/Historieta,HistoriaySociedad/chinen.pdf[09] http://www.usp.br/agen/?p=151211[10] http://hqmaniacs.uol.com.br/principal.asp?acao=materias&cod_materia=297[11] http://hqmaniacs.uol.com.br/principal.asp?acao=materias&cod_materia=300[12] http://hipermidia.unisc.br/a4//index.php?option=com_content&task=view&id=2326& Itemid=26[13]https://esseesomaisumblogdemoda.wordpress.com/2015/10/12/10-super-heroinas-negras-para-chamar-de-sua-parte-i/