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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

GIOVANA FIORI

UNIDADE DIDÁTICA

CONTEXTUALIZANDO O ENSINO DE QUÍMICA POR MEIO DA

ABORDAGEM EXPERIMENTAL INVESTIGATIVA.

NOVA AURORA

2013

FICHA CATÁLOGO: PRODUÇÃO DIDÁTICA PEDAGÓGICA

Título Contextualizando o ensino de Química por meio da

abordagem experimental Investigativa.

Autora Giovana Fiori

Disciplina Química

Escola de

implementação

do Projeto e

sua localização

Colégio Estadual Machado de Assis – EFMP

Município da

Escola

Nova Aurora-Paraná

Núcleo

Regional de

Educação

Assis Chateaubriand

Professor

Orientador

Silvia Costa Beber

Instituição de

Ensino Superior

Universidade do Oeste do Paraná – UNIOESTE/ Campus

de Toledo

Resumo Com o objetivo de contextualizar o ensino de Química

propondo uma metodologia que leve em conta a

participação dos estudantes no processo de aprendizagem,

a presente pesquisa toma como objeto de estudo as

atividades experimentais investigativas, pois as mesmas

possibilitam a interação do professor e aluno, compreensão

da relação teoria-experimento, valorização do

conhecimento prévio do estudante, abordagem

contextualizada e interdisciplinar, permitindo com isso a

superação do ensino tradicional no que diz respeito a

experimentação. As atividades experimentais investigativas

buscam a solução de uma questão que será respondida

pela realização de uma ou mais práticas experimentais,

sempre tendo como ponto de partida a formulação de uma

pergunta, ou seja, a problematização. Dessa maneira, as

atividades experimentais investigativas podem contribuir

para o desenvolvimento de habilidades cognitivas, desde

que sejam planejadas e executadas de forma a privilegiar a

participação do aluno.

Palavras-chave Ensino de Química; Matéria e suas transformações;

Abordagem Investigativa; Experimentação.

Formato do

Material

Didático

Unidade Didática

Público Alvo Alunos da 1ª série do Ensino Médio

APRESENTAÇÃO

A referente unidade didática tem como tema: Experimentação no Ensino

de Química e como encaminhamento metodológico a experimentação

investigativa.

A escolha do tema justifica-se pelo fato da atividade experimental

investigativa contribuir para que o estudante obtenha uma melhor compreensão

e elaboração dos conhecimentos químicos, sendo assim capaz de refletir

criticamente sobre o meio que está inserido.

Um dos grandes desafios atuais do ensino de Química é construir uma

ponte entre o conhecimento ensinado e o mundo cotidiano dos estudantes.

Assim, cabe ao professor, planejar, organizar, orientar e facilitar essa

assimilação, não com repetições mecânicas de receitas prontas, mas

principalmente oportunizando a discussão, a integração teoria/prática, a

interação com o cotidiano. Um recurso pedagógico importante que auxilia na

construção de conceitos é a experimentação investigativa, pois permite a

participação ativa dos estudantes. Esse tipo de atividade pode desenvolver

habilidades cognitivas por meio da formulação de hipóteses e estimular a

curiosidade dos estudantes, uma vez que se inicia pela problematização.

As atividades experimentais propostas nesta unidade didática não

requerem equipamentos sofisticados podendo até mesmo ser realizados na

própria sala de aula. O objetivo é promover uma integração entre teoria e

prática, usando os experimentos como forma de interrogar a natureza e gerar

discussões sobre os fenômenos de interesse da Química.

A problemática em questão refere-se à experimentação investigativa no

Ensino de Química, questionando: As atividades experimentais investigativas

possibilitam uma melhor compreensão e elaboração dos conceitos químicos?

OBJETIVOS

Objetivo geral

Contextualizar o ensino de Química, propondo uma metodologia que

leve em conta a participação dos estudantes no processo de aprendizagem por

meio da abordagem experimental investigativa.

Objetivos Específicos

Propor aos estudantes atividades de ensino contextualizadas e

investigativas sobre conceitos químicos na busca de despertar interesse pela

disciplina de Química;

Desenvolver os conteúdos considerando os conhecimentos prévios dos

estudantes;

Possibilitar situações aos estudantes para que relacionem o conteúdo

ensinado e o cotidiano por meio da experimentação;

Estimular os estudantes a levantar hipóteses, questionamentos sobre

fenômenos que são apresentados durante as aulas experimentais;

Proporcionar aos estudantes a investigação utilizando o método

científico em todas as etapas do experimento.

MATERIAL DIDÁTICO: Unidade didática

DESCRIÇÃO DAS AÇÕES

Esta unidade didática será dividida em etapas, onde cada qual irá

descrever as atividades a serem realizadas no decorrer da implementação do

projeto. O projeto será desenvolvido com estudantes da 1ª série do ensino

médio do período matutino, quando necessário os mesmos serão chamados

em contraturno para realização de determinadas atividades.

Todas as atividades realizadas nesta unidade didática serão recolhidas

pelo professor, pois servirão de suporte para avaliar a aprendizagem dos

estudantes.

ETAPA 1: Apresentando o projeto

O projeto será apresentado para os estudantes por meio de

questionamentos do tipo: O que é Química? O que ela estuda? Que tipos de

fenômenos essa ciência investiga e explica? Com isso, instiga-se a busca pela

elaboração de respostas, convidando-os para a realização de algumas

atividades onde sua participação é fundamental tanto nas situações que vão

envolver o debate de ideias ou a realização de trabalhos experimentais em

grupo quanto nos momentos de discussão ou de apresentação em sala de

aula.

Na sequência será apresentado um mapa conceitual do estudo da

Química.

MAPA CONCEITUAL, FIORI 2013.

Para finalizar essa etapa, desenvolver atividades que abordem ideias

que os estudantes possuem sobre o que é Química e propor uma discussão

sobre os conceitos “natural” e “sem química”.

ATIVIDADES

1) Descreva as ideias que a palavra “Química” lhe sugere quando você a lê ou

a escuta.

2) Forme um grupo com alguns colegas e apresente suas ideias a eles. Tente

identificar as opiniões comuns e as diferentes entre os componentes do

grupo. Fazer, um resumo dos resultados dessa discussão.

3) A Química está relacionada com o seu dia a dia? De que forma? Cite

exemplos.

4) O que você entende por cidadania? Você acredita que aprender Química irá

ajudá-lo a exercer melhor sua cidadania?

5) Observar as figuras abaixo, em seguida analisar criticamente enfatizando a

relação entre as expressões “100% natural” e “sem química”.

http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/desfazendo-

conceitos-equivocados-negativos-sobre-quimica.htm

TEXTO PARA REFLETIR

Muitos alunos se perguntam: Por que tenho que estudar Química? Para

que tenho que conhecer fórmulas e símbolos químicos? Em que tais

conhecimentos serão úteis em minha vida?

A Química contribui para a melhora da qualidade de vida das pessoas,

ao mesmo tempo em que pode produzir muitos efeitos negativos, decorrentes

do uso indevido de suas aplicações. O futuro da humanidade depende de como

será utilizado o conhecimento químico.

Aprender Química não é memorizar fórmulas, decorar conceitos e

resolver um grande número de exercícios. Aprender Química é entender como

essa atividade humana tem se desenvolvido ao longo dos anos, como os seus

conceitos explicam os fenômenos que nos rodeiam e como podemos fazer uso

de seu conhecimento na busca de alternativas para melhorar a condição de

vida do planeta.

A vida em si já é um fantástico processo químico, no qual as

transformações das substâncias nos permitem andar, pensar, sentir, rir... As

diversas sensações biológicas, como dor, cãibra e apetite, e as diversas

reações psicológicas, como medo, alegria e felicidade, estão associadas às

substâncias presentes em nosso organismo. O nosso corpo é um verdadeiro

laboratório de transformações químicas.

Estudar Química não só nos permite compreender os fenômenos

naturais. O seu conhecimento nos ajuda a entender o complexo mundo social

que vivemos.

A Química tem garantido ao ser humano uma vida longa e confortável. O

seu desenvolvimento tem permitido a busca para solução de problemas

ambientais, o tratamento de doenças antes incuráveis, o aumento da produção

agrícola, a construção de prédios mais resistentes, a produção de materiais

que permitem a confecção de novos equipamentos.

Contudo, associada ao progresso, temos uma infinidade de

desequilíbrios ambientais. Vazamento de gases tóxicos, contaminações de rios

e do solo e envenenamento por ingestão de alimentos contaminados são

problemas mostrados, todos os dias pela imprensa.

Diariamente, lemos notícias mostrando o paradoxo do desenvolvimento

científico e tecnológico, que tanto traz benefícios para a sociedade como

também riscos para a própria sobrevivência humana.

Esperamos que com o estudo da Química você consiga entender um

pouco mais sobre as tecnologias que estão cada vez mais presentes em nosso

cotidiano e possa participar das decisões a elas relacionadas, levando em

conta seus riscos e benefícios.

Texto retirado do livro: Química & Sociedade (SANTOS et al, 2005, p. 23).

Pense! Debata com os colegas os efeitos da Química na sociedade. Vocês

acham que ela deve ser vista como causadora dos problemas ambientais?

Nesse momento, o professor irá organizar e direcionar o debate para

que todos os estudantes possam opinar.

ETAPA 2: Conhecendo o laboratório

Após apresentar o projeto e fazer uma breve discussão da importância

do estudo da Química, os alunos serão levados ao laboratório de Química da

escola, onde poderão observar as vidrarias e equipamentos disponíveis, além

de conhecer as normas básicas de segurança, símbolos que alertam de

perigos e algumas técnicas de descarte de resíduos.

Nessa etapa o estudante terá contato com o ambiente onde serão

realizadas a maioria das atividades experimentais propostas, sendo assim, é

de fundamental importância que o estudante saiba que as atitudes em um

laboratório devem ser sempre de responsabilidade, prudência e atenção para

evitar acidentes.

Ainda nessa etapa, propor atividades que envolvam conhecimentos de

laboratório, como exemplo, a função de algumas vidrarias, como descartar

corretamente resíduos usados nas atividades experimentais, cuidados

necessários para evitar acidentes, enfim, reforçar o aprendizado.

ATIVIDADES 1) Assinale a alternativa correta:

1.1. ( ) Materiais sólidos podem ser jogados dentro da pia. ( ) Não jogue nenhum material sólido dentro da pia.

1.2. ( ) Durante o aquecimento, apontar a extremidade aberta do tubo de ensaio na sua direção.

( ) Durante o aquecimento, afastar a extremidade aberta do tubo de ensaio de seu rosto e de seus colegas.

1.3. ( ) Trabalhar de maneira agitada e nervosa. ( ) Trabalhar calmamente.

1.4. ( ) Adicionar ácido sobre a água. ( ) Adicionar água sobre o ácido.

1.5. Antes de usar substâncias contidas no frasco devemos ler seus rótulos?

Por quê? 1.6. Para auxiliar na transferência de líquidos de um recipiente para outro usamos o: ( ) bastão de vidro ( ) vidro de relógio 2) Quais os materiais que medem volume com precisão?

3) Qual a importância de se usar os equipamentos de segurança no

laboratório?

4) Cite 3 (três) fatores causadores de acidentes em laboratórios.

5) Cite 5 (cinco) critérios que devem ser observados ao iniciar uma atividade

em laboratório.

6) Dê o nome e a função dos equipamentos abaixo:

,

ETAPA 3: Experimentando Nesta etapa, serão propostas algumas atividades experimentais

investigativas seguindo o Plano de Trabalho Docente sobre o conteúdo

estruturante “Matéria e suas transformações”, e como conteúdos básicos

“Matéria e Energia, Propriedades dos Materiais e Propriedades e

transformações da Matéria”. As atividades a serem desenvolvidas irão

contemplar diferentes ambientes para a realização das mesmas, como

exemplo o laboratório da escola, a sala de aula, visita técnica, além do

laboratório de informática.

Após a realização de cada atividade os estudantes responderão alguns

questionamentos, sendo que por meio destes poderemos verificar o nível de

aprendizagem ocorrido pela realização do experimento.

ATIVIDADE1: Lixo: Para onde vai?

Na atividade 1 os estudantes farão uma visita técnica (de campo) ao

aterro sanitário da cidade, onde observarão como o lixo é acondicionado, quais

as técnicas usadas, se o lixo é apenas doméstico ou inclui outros tipos, se o

local possui proteção adequada para evitar a contaminação dos lençóis

freáticos pelo chorume, enfim, irão fazer uma análise geral do local. Essa

atividade será realizada em contraturno, e os estudantes terão um roteiro para

seguir conforme o exemplo:

ROTEIRO DA VISITA TÉCNICA

Local da visita técnica Indicar o nome do local da visita, data,

período e a duração da visita.

Profissional Responsável Indicar o nome do profissional que

fará o acompanhamento técnico

durante a visita e sua formação

acadêmica.

Natureza da visita técnica Indicar o curso que a realiza a visita, a

disciplina, o nome do professor da

disciplina que tenha agendado a visita

e os dados da turma.

Objetivos da visita técnica Relatar de forma clara e objetiva os

objetivos da realização da visita.

Descrição das atividades Relatar todas as atividades realizadas

durante a visita. Destacar os setores

visitados, equipamentos e processos

demonstrados, assim como qualquer

informação importante. Recomenda-

se um diário de bordo para

anotações.

Avaliação da visita técnica Avaliar a dinâmica da visita de forma

coerente e construtiva. Seja crítico e

busque apontar pontos positivos e

negativos de forma sensata.

Observar alguns pontos da visita

como horário (se ocorreu algum

atraso ou não), a dinâmica e

exposição verbal do profissional que

orientou a visita.

Indicar de que forma a visita técnica

contribuiu para sua formação como

cidadão.

Após a visita, os estudantes formarão grupos para responder algumas

questões, debater e discutir, a princípio com o pequeno grupo e posteriormente

com o grande grupo.

1) Tudo o que se joga fora pode ser considerado lixo? Justifique sua resposta.

2) Coletar seletivamente o lixo envolve separar os materiais que podem e os

que não podem ser reaproveitados. Esse tipo de coleta aumenta a eficiência

dos processos de reciclagem, diminuindo o volume final de lixo destinado aos

aterros sanitários. Será que em nosso município está ocorrendo à coleta

seletiva? O que percebemos com a visita ao aterro sanitário?

3) Existem catadores de recicláveis em nossa cidade? Qual a quantidade diária

que um catador recolhe? Para onde leva o lixo que é recolhido?

4) Quais as atitudes que devemos ter para minimizar o impacto do lixo no

ambiente?

5) O que seu grupo aprendeu com este trabalho? A que conclusões vocês

chegaram?

ATIVIDADE 2: Por que os materiais afundam ou flutuam?

A atividade 2 será realizada em três partes:

Parte I: os estudantes farão um experimento simples, em sala de aula e

em grupo com o objetivo de distinguir diferentes materiais usando a

propriedade densidade, que está relacionada à flutuação de objetos em

líquidos. Essa atividade foi retirada do livro “Química cidadã” (SANTOS e MÓL,

2010, p.24).

Material:

- proveta de 200 mL

- água

- uma pequena peça de material plástico

- xarope de groselha

- um pedaço de metal ( prego, parafuso, etc)

- um pedaço de isopor ou cortiça

- óleo de soja

- uma uva (de preferência uva-itália)

Procedimento:

1-Em uma proveta ( ou em um recipiente transparente e comprido), coloque

xarope de groselha até atingir um quarto de altura.

Pense! O que acontecerá se adicionarmos óleo na proveta?

2-Adicione o mesmo volume de óleo de soja.

Pense! Onde a água se posicionará em relação ao xarope e ao óleo?

3-Acrescente em seguida, lenta e cuidadosamente, o mesmo volume de água.

Pense!Onde cada material irá se posicionar em relação aos líquidos?

4-Adicione, nessa sequência, os seguintes objetos: um pedaço de metal, uma

uva, uma pequena peça de material plástico, um pedaço de isopor ou cortiça.

Análise de dados

1-Desenhe, no caderno, os materiais e a sua disposição na proveta.

2-Por que os materiais ficaram dispostos da forma observada?

3-Será que se adicionarmos os materiais em ordem diferente a disposição será

outra? Justifique.

Parte II: Os estudantes serão levados ao laboratório de informática da

escola onde farão uma simulação online disponível no portal dia a dia

educação no

link:http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/objetos_de_apr

endizagem/QUIMICA/sim_qui_gasolinaadulterada.swfcom o título: Quer saber

se sua gasolina está adulterada?

Parte III: Esse experimento será feito no laboratório de química e em

grupo, o professor irá recolher amostras de gasolina dos postos da cidade,

nomeando-os como postos A, B, C e D, com o objetivo de verificar o teor de

álcool na gasolina.

Material

- Uma proveta de 100 mL

- Um bastão de vidro

- Gasolina

- Água

Procedimento:

1-Em uma proveta, coloquem 50 mL de água. A seguir, adicionem a gasolina

até que a mistura atinja a marca de 100mL. Anotem suas observações.

2-Com o bastão de vidro, agitem vigorosamente os líquidos no interior da

proveta até misturar as duas fases líquidas. A seguir, determinem e anotem o

novo volume da fase “gasolina” e da fase “água”.

Análise de dados:

1-Por que o volume de gasolina diminuiu?

2-Determinem o volume de álcool presente nos 50 mL de gasolina.

3-Determinem a porcentagem de álcool presente na gasolina.

4-Se, o máximo permitido pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) é 26%, a

que conclusão vocês chegaram?

5-Quais as consequências que a gasolina adulterada traz?

Nesse momento o professor deve promover um debate, uma discussão para

socializar com todos os estudantes da turma as atividades realizadas.

Atividade 3: Reações químicas: Como reconhecê-las?

A princípio nesta atividade os estudantes farão uma pesquisa em grupo

com o tema: Investigando o processo de fabricação do pão. A pesquisa pode

ser feita em casa ou em contraturno, onde responderão alguns

questionamentos:

a) Quais os ingredientes utilizados na fabricação do pão?

b) De que o fermento é constituído?

c) Qual é a função do fermento?

d) Procurem uma representação para a transformação que ocorre com o

fermento durante a fabricação do pão.

e) Existe diferença entre o fermento químico e o biológico? Em caso

afirmativo, qual?

f) Identifiquem um fenômeno que ocorre no processo de fabricação do

pão.

DICA: Nessa atividade os estudantes podem entrevistar a mãe, a avó, a

cozinheira da escola ou até mesmo o padeiro para obter mais informações.

Depois de fazer a pesquisa os estudantes irão discutir com os colegas

de sala se ocorre ou não uma reação química na fabricação do pão, o que são

transformações químicas e o que são transformações físicas.

Dando continuidade, fazer uma atividade com os estudantes onde eles

irão citar alguns exemplos de transformações de materiais que ocorrem na

natureza, podendo ser químicos ou físicos e, em seguida construir uma tabela,

como no exemplo, relacionando as transformações ocorridas com

características que permitam a identificação como cor, cheiro e textura.

Exemplo:

IDENTIFICAÇÃO DE TRANSFORMAÇÕES

TRANSFORMAÇÕES MUDANÇAS OBSERVADAS

Apodrecimento de uma fruta Cheiro, escurecimento, amolecimento

Lata amassada Forma física

Na sequência, será feito um experimento em grupo, com o

objetivo de observar ocorrências que permitam a identificação de reações

químicas.

Um meio de saber se ocorreu reação química é observar alterações do

tipo:

Mudança de cor

Mudança de cheiro

Mudança de temperatura

Desprendimento de gás

Formação de substâncias pouco solúveis

Basta uma das alterações acima para indicar a ocorrência de reação

química. Essa atividade foi retirada do livro “Química para o magistério”

(AMBROGI et al, 1995, p.30).

Material

- Bicarbonato ou carbonato de sódio (sólido)

- ¼ de comprimido efervescente

- Fermento químico (em pó)

- Sulfato de cobre

- Detergente

- Leite de magnésia

- Palhinha de aço

- Sabão

- Vinagre branco

- Béquer de 50 mL

- Bico de Bunsen

- Espátula

- Estante para tubos de ensaio

- Pinça para tubos de ensaio

- 8 tubos de ensaio

Procedimento:

Parte I: Misturas de diferentes materiais

1 2 3 4 5 6 7 8

Tubo de ensaio 1: água e sabão + vinagre

Tubo de ensaio 2: água e detergente + vinagre

Tubo de ensaio 3: cristaizinhos de sulfato de cobre dissolvidos em água +

pequeno chumaço e palhinha e aço

Tubo de ensaio 4: cristaizinhos de bicarbonato ou carbonato de cálcio + água

Tubo de ensaio 5: cristaizinhos de bicarbonato ou carbonato de cálcio +

vinagre

Tubo de ensaio 6: fermento químico em pó + água

Tubo de ensaio 7: leite de magnésia + vinagre

Tubo de ensaio 8: leite de magnésia + água

Recomendações:

- Ao trabalharem com materiais sólidos, use sempre a espátula limpa.

- A cada mistura que fizerem, agitem o tubo para garantir um bom contato com

os componentes.

- O tempo adequado para observar o que acontece em cada tubo é de ½ a 1

minuto.

- Prepararem uma tabela, como a proposta a seguir, para anotar as

observações.

MISTURA O QUE SE

OBSERVA

OCORREU REAÇÃO QUÍMICA?

Água e sabão +

vinagre

Análise dos dados:

1-Considerando os fenômenos observados, indiquem em quais os

procedimentos realizados houve indícios de formação de novas substâncias.

Justifiquem suas respostas.

2-Duas evidências indicam que houve reação química quando palha de aço e

solução aquosa de sulfato de cobre entraram em contato. Quais são elas?

3-Procurem relacionar as transformações observadas com outras situações de

suas vidas diárias.

Parte II: Aquecimento de uma substância

Coloquem um pouco de sulfato de cobre em um tubo de ensaio seco,

prenda-o com a pinça e aqueça-o numa chama fraca durante mais ou menos 1

minuto.

1-O que observaram?

Espere o tubo esfriar. Quando estiver à temperatura ambiente, pinguem

algumas gotas de água sobre o material e encostem levemente o tubo na

palma ou dorso da mão.

2- Descrevam o que aconteceu.

Parte III: Confirmação de uma Hipótese

Coloquem água no béquer (aproximadamente a metade de sua

capacidade) e jogue um pedaço de comprimido efervescente. Anotem suas

observações e decidam se ocorreu ou não reação química, justificando suas

decisões.

Há uma maneira de confirmar se a decisão foi correta: deixe o líquido do

béquer evaporar, até sobrar um resíduo sólido branco.

Se não ocorreu reação química, o resíduo deve ter as mesmas

propriedades do comprimido efervescente; se ocorreu, as propriedades devem

ser diferentes. Isso pode ser verificado acrescentando água ao resíduo. Antes

de fazerem essa verificação, levantem hipóteses do que vocês esperam que

aconteça.

3- Suas hipóteses foram confirmadas?

Atividade 4: Investigando a água sob aquecimento

Na atividade a seguir, vamos observar o que acontece com a água

líquida sob aquecimento. Primeiramente os estudantes formarão grupos para

responder algumas questões preliminares, e em seguida realizarão o

experimento.

Questões preliminares

a) Em qual temperatura vocês esperam que a água comece a ferver? Por quê?

b) Quando isso ocorre, vocês esperam que a temperatura continue subindo ou

permaneça constante? Por quê?

Materiais

-Béquer de 250 mL

-Termômetro de laboratório

-Bico de Bunsen

-Tripé e tela de amianto

Procedimentos:

-Coloquem água até a metade do béquer. Meçam a temperatura do sistema

com um termômetro e anotem-na. O valor dessa temperatura corresponderá ao

tempo inicial (zero minuto).

-Coloquem o béquer sobre o tripé com a tela de amianto e iniciem o

aquecimento acendendo o bico de Bunsen. Anotem a temperatura de 30 em 30

segundos.

Observação: Façam a leitura com o termômetro um pouco abaixo da superfície

do líquido e nunca encostado no fundo do recipiente.

-Com os dados obtidos, elaborem no caderno um quadro da temperatura de

água (°0) X tempo de aquecimento (minutos) enumerando as medidas.

Observem e anotem as modificações na água à medida que a temperatura for

se elevando até atingir o ponto de fervura. Fiquem atentos ao aparecimento de

bolhas.

-Quando a água entrar em ebulição registrem mais dez leituras.

Construção do gráfico temperatura x tempo de aquecimento para a água

-Construam um gráfico de temperatura da água (em °0) x tempo de

aquecimento (em minutos) numa folha de papel milimetrado ( ou papel

quadriculado) com os dados do quadro montado. Assinalem o tempo (t) no eixo

horizontal e a temperatura (T) no eixo vertical. Usem uma escala apropriada,

de modo que se aproveite a maior parte possível do papel. Seu gráfico deverá

conter o título e a escala em que foi construído. Identifiquem, no gráfico, as

regiões correspondentes ao aquecimento do líquido e à transformação dele em

vapor.

Análise de dados

1-De que são constituídas as bolhas que se formam no interior da água durante

o aquecimento, antes da fervura? O que o aparecimento dessas bolhas

evidencia?

2-De que são constituídas as bolhas que sobem a superfície da água durante

sua ebulição?

3-Quando a água entrou em ebulição, o que vocês observaram com relação à

temperatura do sistema?

4-Dá-se o nome de temperatura de ebulição à temperatura constante na qual

um líquido puro se transforma em gás. No caso da água, o valor tabelado é 100

°C, à pressão atmosférica de 1atm, que é a pressão atmosférica ao nível do

mar. Com base nisso, respondam:

a) O valor obtido experimentalmente coincide com o valor tabelado? Como

vocês explicam esse fato?

b) Se a medida tivesse sido feita no alto do Pico da Bandeira

(aproximadamente 2900 metros de altitude), o valor da temperatura de ebulição

seria maio, menor do que o observado ou igual a ele? Expliquem.

Atividade retirada do livro Química Ensino Médio (MORTIMER e

MACHADO, 2011, p.43).

ETAPA 4: Avaliando

Após a realização das atividades experimentais de forma investigativa,

os estudantes responderão algumas questões para que possam avaliar as

atividades desenvolvidas e também contribuírem por meio de críticas

relevantes. O estudante deverá responder esse questionário individualmente,

sendo consciente em relação a sua contribuição.

OBSERVAÇÃO: Em todas as questões objetivas, assinale apenas uma

alternativa.

Avalie a atividade em que participou nas seguintes características,

marcando um X na escala de 1 a 10.

1- O quanto gostou de participar das atividades.

Considerando 1 para nenhum/pouco e 10 para muito.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

2- O interesse pelas aulas no início das atividades.

Considerando 1 para nenhum/pouco e 10 para muito.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

3- O interesse pelas aulas durante as atividades.

Considerando 1 para nenhum/pouco e 10 para muito.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

4- O quanto considera ter aprendido.

Considerando 1 para nenhum/pouco e 10 para muito.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

5- O seu interesse por química antes das atividades.

Considerando 1 para nenhum/pouco e 10 para muito.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

6- O seu interesse por química depois das atividades.

Considerando 1 para nenhum/pouco e 10 para muito.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

7- Os experimentos investigativos ajudaram você a compreender melhor os

conceitos químicos?

8- Você acha que as atividades experimentais investigativas

desenvolveram seu senso crítico?

9- Destaque alguns pontos positivos e negativos que sejam relevantes nas

atividades experimentais investigativas.

10- Dê sugestões que possam melhorar a utilização desse tipo de atividade

experimental.

ORIENTAÇÃO METODOLÓGICA

Caros colegas, professores de Química,

Sejam todos bem vindos a este GTR, no qual estaremos refletindo sobre

a prática educativa em relação a temática em questão: Experimentação no

Ensino de Química tendo como encaminhamento metodológico a

experimentação investigativa. Abaixo destaco alguns pontos positivos para a

utilização desse tipo de atividade.

Superação do ensino tradicional no que diz respeito a atividades

experimentais;

Possibilitam a interação professor/aluno;

Valorizam o conhecimento prévio do estudante;

Abordagem contextualizada e interdisciplinar;

Contribuem para o desenvolvimento de habilidades cognitivas;

Inicia-se pela problematização.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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2011.Disponível em

http://bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/2762/ldb_6ed.pdf?seque

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CHASSOT, A. 1990. A educação no Ensino de Química. Ijuí, Unijuí 117p.

CHASSOT, A. 2003. Alfabetização Científica: questões e desafios para a

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