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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3 Cadernos PDE I

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE

I

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Ficha para identificação do Artigo Final – Turma 2014

Título: O Currículo Funcional Natural, para o desenvolvimento cognitivo de alunos com deficiência intelectual do Ensino Fundamental – Anos Iniciais

Autor: Diomara Nack Bariviera

Disciplina/Área: Educação Especial

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Escola de Educação Básica Rotariana Manoel Ribas – Modalidade de Educação Especial

Município da escola: Manoel Ribas – PR

Núcleo Regional de Educação:

Ivaiporã

Professor Orientador: André Luis Onório Coneglian

Instituição de Ensino Superior:

Universidade Estadual de Londrina - UEL

Resumo:

O artigo a seguir deve oportunizar aos professores a ampliação dos conhecimentos diversos, contribuindo para a formação humana dos alunos, dando a eles mais autonomia. A escolha da pesquisa sobre Currículo Funcional Natural se deu pela necessidade de diferenciar a metodologia dos educadores, adequando seu Plano de Trabalho Docente em função do Currículo Funcional Natural, pois acredita que o aluno com necessidades especiais requer estímulos socializadores diferenciados que irão auxiliá-los no processo de desenvolvimento cognitivo. O artigo tem como intuito relatar sobre a implementação pedagógica acontecida especificamente da Escola de Educação Básica Rotariana Manoel Ribas, Modalidade de Educação Especial, do município de Manoel Ribas, PR. Desta maneira, desempenhamos uma investigação através de revisão bibliográfica, e relatos da implementação ocorrida, na referida escola. O currículo é a peça central da atividade educacional. Inclui o conhecimento formal, bem como as mensagens implícitas e exaltadas que encorajam valores, atitudes e disposições particulares. O currículo representa a essência que serve a educação. Espera-se que após a aplicação do projeto os Planos de Trabalho Docente, contemple o Currículo Funcional Natural.

Palavras-chave: Currículo Funcional Natural; Plano de Trabalho Docente; autonomia dos alunos com Deficiência Intelectual.

Formato do Material Didático:

Artigo

Público: Professores

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O CURRÍCULO FUNCIONAL NATURAL, PARA O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL DO ENSINO

FUNDAMENTAL – ANOS INICIAIS

Diomara Nack Bariviera1

André Luis Onório Coneglian2

RESUMO

Neste trabalho relatou sobre um dos temas muito discutido hoje em dia, nas Escolas de Educação Básicas – Modalidade de Educação Especial, nossa realidade educacional, que é a questão do Currículo Funcional Natural (CFN). Para isso, vamos começar apresentando a definição de Currículo, posteriormente sobre Currículo Funcional Natural, falar do amparo legal que a sustenta, da sua aplicabilidade na sala de aula e na Escola, dos profissionais envolvidos e dos cuidados para a sua elaboração. Desejei com este caderno que você, professor, consiga ampliar os conhecimentos que tem sobre esta temática, para que possa realmente flexibilizar o seu modo de ensinar para atender as peculiaridades do seu aluno, em particular o aluno com deficiência intelectual, o qual é nosso alvo específico. Com este estudo, espera-se que com a fundamentação teórica que ora se propõe, as discussões do grupo relacionando o estudo a sua prática nas Oficinas Pedagógicas e as atividades apresentadas possam contribuir para que os profissionais da educação consigam intervir qualitativamente no processo ensino-aprendizagem dos alunos. A escola, além do papel fundamental de instrumentalizar o aluno com os conhecimentos científicos produzidos pela humanidade, deve oportunizar o desenvolvimento de suas potencialidades do aluno com deficiência intelectual na sociedade, através de ações conjuntas com a família e a comunidade. Portanto, é imprescindível a formação continuada dos professores, a fim de que estes possam compreender melhor a sua prática e buscar alternativas pedagógicas que visem atender as necessidades específicas de cada aluno. Estas atividades visam oportunizar aos alunos, além da vivência de tarefas do cotidiano no espaço escolar, a aquisição de comportamentos adequados para a convivência social. Não se tem a pretensão de esgotar o tema, tampouco apresentar respostas. Trata-se de um documento que oferece dados para a reflexão e sugestões de atividades a serem desenvolvidas com os alunos que apresentam deficiência intelectual significativa, matriculados na Escola de Educação Básica Rotariana Manoel Ribas – Modalidade de Educação Especial.

Palavras-chaves: Currículo; implementação; natural

1 Aluna PDE 2014

2 Professor Orientador

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1 INTRODUÇÃO

O artigo tem como intuito estudar a necessidade de se explorar os materiais

diversificados no qual a atividade pedagógica está inserida. Consistirão em propor

aos professores diversas formas de se trabalhar os conteúdos do Currículo

Funcional Natural, contemplando também os conteúdos do currículo acadêmico

formal.

Acredita-se que o aluno com necessidades especiais requer estímulos

socializadores diferenciados que irão auxiliá-la no processo de desenvolvimento

cognitivo, afinal, cada aluno apresenta um potencial de aprendizagem e diferenças e

requer uma metodologia diferenciada, em relação às capacidades que possui, às

condições da sua família e da sua comunidade, ao modo de como interagem com as

pessoas que os rodeiam, ao envolvimento social e afetivo, às expectativas dos pais

e deles próprios sobre a sua vida e o seu futuro.

Para tanto, é fundamental que seja desenvolvido um planejamento curricular

que esteja em sintonia com estes mesmos contextos e condições. Bem como a

importância da sondagem dos conhecimentos e habilidades do aluno sobre o

conteúdo antes da elaboração das atividades propriamente dita.

O Currículo Funcional Natural é uma proposta de ensino que visa à melhoria

da qualidade de vida diária dos educandos, em especial aos alunos da Escola

Rotariana de Educação Básica Manoel Ribas – Modalidade de Educação Especial.

No dia a dia ressaltamos que, são grandes os problemas no

desenvolvimento das atividades propostas, como também nos cuidados pessoais e

principalmente na dependência do aluno como pessoa, como cidadão. Nestes

últimos anos a escola especializada no atendimento a alunos com deficiência

intelectual, tem recebido uma clientela com maior comprometimento e limitações,

inclusive nas atividades de vida diária. Necessitam adquirir maior autonomia no

desempenho de tarefas simples, haja vista que desta forma, essas habilidades

contribuirão para melhoria de sua qualidade de vida, se bem trabalhadas.

Apresentar para os profissionais na área de educação especial que

desenvolvem trabalhos com alunos de deficiência intelectual, um currículo

diferenciado, auxiliando assim no desenvolvimento e no rendimento escolar;

Entender o processo de construção do currículo adaptado, para se elaborar um

Currículo Funcional Natural adequado, instruindo os educadores para trabalhar o

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currículo para vida prática, proporcionando o desenvolvimento de comportamento e

atitude adequados para o convívio social dos alunos com deficiência intelectual;

Oportunizar a vivência das tarefas do cotidiano no ambiente escolar, denominadas

Atividades de Vida Prática (AVPs) e Atividades de Vida Diária (AVDs) melhorando

assim a sua qualidade de vida, associadas com o currículo acadêmico formal.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Sacristán (2000) frisa que o termo currículo vem da palavra latina currere,

referindo-se à carreira, um percurso a ser atingido. Enquanto a escolaridade é um

caminho/decurso, o currículo é considerado seu recheio, seu conteúdo e a guia que

levam ao progresso do sujeito pela escolaridade. Como também encontramos em

Machado (2007), uma definição parecida, quando nos fala que:

[...] o lexema currículo, proveniente do étimo latino currere, significa caminho, jornada, trajetória, percurso a seguir e encerra, por isso, duas ideias principais: uma de sequência ordenada, outra de noção de totalidade de estudos. (MACEDO, 2007, p. 22).

O currículo é determinado, ou seja, produzido, pela experiência, na qual

compreende a vivência imediata de situações individuais e/ou coletivas e a sua

elaboração investigativa se dá, seja ela na escola, bem como na vida diária de cada

aluno, ou membro que pertence a este currículo. A experiência se realiza quando

nesta vivência nos apropriamos de dispositivos de observação, análise, registro,

reflexão, crítica e interpretação do que está sendo vivenciado, pois o currículo nos

“níveis de educação obrigatório, pretende refletir o esquema socializador formativo e

cultural que a instituição escolar tem”. (SACRISTAN, 2000, p. 43). Desta forma faz

com que o educador tenha um norte a seguir.

O currículo deve ser de forma que abranja os conteúdos formais, mas não

esquecendo, mesmo assim, de aplicar as metodologias na qual envolvam a vida

diária do aluno, para que o mesmo compreenda de forma natural tudo o que lhe é

transmitido. Onde este currículo deve levar em conta as reais condições nas quais

vai se concretizar.

Como as condições que este professor se encontra, as condições dos

alunos naquele momento, como o nível de aprendizado de cada um, as condições

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do ambiente escolar, sendo estes físicos e humanos, as características dos

materiais que serão utilizados, entre tantos outros aos quais se fazem necessários.

O currículo escolar deveria ser a vivência de experiência sistematicamente

planejada, visando o ensino e a aprendizagem de elementos culturais selecionados

e institucionalmente tidos como relevantes.

Sacristán (2000, p. 151) afirma que “entre os professores e o currículo

prescrito em seus traços mais gerais se situam seus agentes apresentadores”.

Sendo assim, a escola tem uma vida, uma cultura, uma identidade e oferece

condições para certas experiências. Ainda fala que “as reformas curriculares nos

sistemas educativos desenvolvidos obedecem pretensamente à lógica de que

através delas se realiza uma melhor adequação entre os currículos e as finalidades

da instituição escolar [...]” (p.18).

Geralmente o currículo não deve, substituir o professor, mas sim ele é um

instrumento ao seu serviço, no qual cabe a este professor orientar e dirigir o

processo de ensino-aprendizagem, inclusive pode modificar o seu próprio currículo,

sendo este flexível, de acordo com as aptidões, e aos interesses e as características

dos educandos, como já dito anteriormente.

O currículo é a peça central da atividade educacional. Inclui o conhecimento

formal, manifesto que é central às atividades de ensino, bem como as mensagens

implícitas e exaltadas que encorajam valores, atitudes e disposições particulares. O

currículo representa a essência que serve a educação. Dentro da grande sociedade,

encontramos grupos sociais com valores, prioridades, linguagens e situações

estruturais alternativas, que afetam significativamente a forma como as pessoas

entendem e percebem o conhecimento e valores tornando-os acessíveis em

qualquer currículo formal.

Pensando no melhoramento da aplicação destes conteúdos surge um

currículo que abrange todos estes fatos que é o Currículo Funcional Natural (CFN),

no qual não é recente uma vez que Suplino (2005), nos fala que o próprio surgiu no

início da década de setenta, quando um grupo de pesquisadores na Universidade do

Kansas discutiu e propôs um currículo para ser utilizado com aluno com

desenvolvimento típico na faixa etária de quatro a cinco anos. A autora ainda afirma

que, o currículo deve ser: funcional, natural, divertido e que ocasione o menor

número de erros. Ou seja, fazendo com que estes alunos se desenvolvam de forma

ampla, tendo todas as chances de conhecimento e aprendizagem que necessitam.

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Esse currículo propunha desenvolver habilidades que levassem aos alunos a

atuarem da melhor forma possível dentro do seu ambiente, tornando-as mais

independentes e criativas, aumentando as respostas adaptativas e diminuindo os

comportamentos que tornassem os educandos menos integrados (SUPLINO, 2005,

p. 32).

Assim passaremos a discutir sobre o Currículo Funcional Natural (CNF).

Deste modo, é preciso investigar os termos que o qualificam, ou seja, Natural e

Funcional. Para tanto nos referenciamos em Giardinetto (2009):

[...] a palavra FUNCIONAL significa que é necessário que as habilidades a serem ensinadas tenham uma função para a vida da pessoa, que ela aprenda o que é necessário para ter êxito e ser aceitável em seu meio como qualquer outra pessoa. A palavra NATURAL refere-se aos procedimentos de ensino usados no Currículo Funcional Natural, dando ênfase para que o ambiente de ensino e os procedimentos utilizados sejam o mais próximo possível ao que ocorre no mundo real. (GIARDINETTO, 2009, p. 29)

O CFN é distinto dos outros currículos, daqueles tradicionais, é um currículo

enfocado no que está ocorrendo no momento, naquilo que é natural para os

educandos. Esse currículo deve ser planejado de maneira individualizada, de acordo

com a realidade e necessidades de cada aluno, fazendo com que todos os alunos se

desenvolvam e aprendam o mesmo conteúdo forma, mas que a aplicação seja de

forma diferenciada, conforme cada nível intelectual, específico.

Sendo assim, o Currículo Funcional Natural é uma sugestão de ensino que

aponta à melhoria da qualidade de vida, em especial, de pessoas com deficiência

intelectual. Segundo Costa (2000),

[…] o modelo curricular funcional baseia-se na análise dos ambientes de vida da criança e nas competências necessárias ao funcionamento, o mais autônomo possível, nesses ambientes. Tudo se centra (validade ecológica) na análise das características dos ambientes naturais em que a criança vive e nas competências que necessita desenvolver para aí funcionar com o máximo de autonomia possível. (COSTA, 2000, p. 9)

Sendo assim, o CFN é uma proposta de trabalho na qual aponta caminhos

para o aluno, à sua maneira com o resguardo da família, de professores, enfim, da

Comunidade Escolar em geral, fazendo desta forma uma participação social e uma

melhor autogestão na vida do educando.

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Também se sabe que só obterá as melhores metas, aquele que tem a

participação da família e a interação entre o professor e o aluno, que são os

principais agentes do processo de ensino e aprendizagem. Como afirma Sacristán

(2000), “[...] a racionalidade dominante na prática escolar está condicionada pela

política e mecanismos administrativos que intervêm na modelação do currículo

dentro do sistema escolar” (p. 107). Portanto, devem-se pensar em uma forma onde

os professores submerjam, do comodismo, para que se tenha êxito nesta ação,

fazendo com que os alunos tenham êxito na sua vida acadêmica e social.

Compete ao professor adaptar os objetivos, com nitidez e simplicidade, nos

diversos momentos de ensino tanto no ambiente escolar, como familiar, cultural e no

comunitário, fazendo com que este aluno aproveite tudo de melhor o que estes

meios oferecem. “O professor deveria encontrar oportunidades de ensino que sejam

naturais, evitando situações artificiais”. (SUPLINO, 2005, p. 36). Perpetrando com

que estes alunos aprendam sem sofrimento, como se fosse algo gratificante.

A atividade deve ser igualmente divertida para o professor. Com seu entusiasmo, ele terá maior possibilidade de envolver a turma, além de não sentir-se, ele mesmo, enfadado.

Através de atividades divertidas, os alunos poderão aprender muitas

habilidades e para o professor será um prazer ensiná-las. (SUPLINO, 2005,

p. 38).

Em todas as escolas se almeja profissionais de qualidade, sendo estes em

qualquer segmento que esteja, buscando juntos uma escola na qual esteja

preparada para assim proporcionar um ensino de qualidade respeitando a

heterogeneidade e a individualidade da comunidade escolar.

[...] a tarefa do professor deverá ser facilitar o processo de aprendizagem, antecipando possibilidades de erros, impedindo, na medida do possível, a ocorrência dos mesmos. O professor deverá levar seus alunos a uma aprendizagem com poucos erros. Na medida em que o aluno vai acertando, sente-se mais confiante para avançar. (SUPLINO, 2005, p. 39).

O papel do professor não pressupõe apenas como “mediador” da

aprendizagem no contexto escolar, sua prática pedagógica não está alicerçada

apenas, na reflexão e nos parâmetros de uma educação na qual está voltada a

diversidade, no qual deve atender a todos os alunos de forma integra.

Com base nestes apontamentos e demonstrando que a escola é um local de

aquisição de conhecimento, é evidente a importância da mediação do professor no

ato de ensinar e aprender, sendo que a construção do conhecimento adquirido pelos

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alunos é tida como compromisso primeiro de todo professor e esses processos são

permeados pela aquisição desta aprendizagem, como fim.

Relatando Coneglian (2008), mas em outro contexto podemos destacar seu

pensamento sobre a importância de se trabalhar de forma diferenciada com os

alunos, quando relata que:

A participação de grupos na luta por direitos, inclusive da população com necessidades especiais, das pessoas com deficiências, coloca a questão da acessibilidade em evidência; direito inerente ao ser humano e dever da sociedade de oferecer a todas as pessoas meios para participar do cotidiano da vida, eliminando barreiras de qualquer ordem, sejam as mais visíveis como barreiras arquitetônicas, adaptando materiais, instrumentos, modificando metodologias e processos, sejam barreiras mais subjetivas como as atitudinais. (CONEGLIAN, 2008, pp 133-134)

Pensando esta forma vemos que todo professor deve se esforçar ao máximo

para mudar suas metodologias, quando não estão atingindo o objetivo no qual se

pretende. Desta forma devemos “alimentar os “monstros” das reflexões, que já estão

acordados, com novas reflexões” (CONEGLIAN, 2008, p. 135), mudando nossos

pensamentos e atitudes fazendo com nossos alunos se alavanquem a um mundo

melhor, mas dinâmico, e principalmente, consigam atingir suas metas.

3 METODOLOGIA

Para a realização desta implementação optou-se em uma proposta que visa

criar maneiras de aprendizado a partir das situações de vivência realizadas com os

educandos de modo que ocorra a construção de significados mais complexos e a

possibilidade de refletirmos nossas práticas pedagógicas em sala de aula, tendo

como prioridade a educação e a conscientização para uma ação social.

Segundo Gasparim

O ponto de partida do novo método não será a escola, nem a sala de aula, mas a realidade social mais ampla. A leitura crítica dessa realidade torna possível apontar um novo pensar e agir pedagógicos. Deste enfoque, defende-se o caminhar da realidade social, como um todo, para a especificidade teórica da sala de aula e desta para a totalidade social novamente, tornando possível um rico processo dialético de trabalho pedagógico (GASPARIN, 2002, p. 3-4).

Nesse caso, foi escolhido o tema Currículo Funcional Natural, sendo este o

objeto de estudo para uma leitura da realidade.

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3.1 Relatando a implementação

Esta pesquisa foi realizada Escola de Educação Básica Rotariana Manoel

Ribas – Modalidade de Educação Especial, no município de Manoel Ribas região

central do Estado do Paraná. A localidade tem características rurais, a maioria mora

e trabalha em propriedades rurais pequenas.

A implementação do Projeto PDE “O Currículo Funcional Natural, para o

desenvolvimento cognitivo de alunos com deficiência intelectual do Ensino

Fundamental – Anos Iniciais”, iniciou-se com a sua apresentação junto aos

professores, equipe pedagógica, direção e agentes educacionais da escola na

semana pedagógica, no início do ano letivo de 2015.

Este trabalho foi implementado com os professores da referida escola. Esse

tema começou a ser trabalhado a partir do mês de maio de 2015, sendo

implementadas discussões em encontro realizados com os professores da escola,

aplicado em sala de aula, bem como algumas práticas na escola, e outras

extraclasses.

Rosseto, Iacono e Zanetti (2006), esclarecem que:

As pessoas com deficiência, assim como as demais pessoas, devido a sua

trajetória social, podem apresentar dificuldades para realizar algumas

atividades, embora possa apresentar extrema habilidade para outras.

Portanto, ao se relacionar com uma pessoa com deficiência, respeite a sua

diferença sem acentuá-la. Não fique lamentando sua deficiência, afirmando

que sua vida é muito difícil, pois para uma boa parte delas, o defeito não

converteu em obstáculo instransponível. (p. 107)

Portanto, caro professor, estude tudo o que puder sobre deficiência

intelectual, busque quem possa sugerir na procura de bibliografia apropriada ou use

bibliotecas, internet, assim por diante.

Reconheça que o seu comprometimento pode fazer uma enorme diferença

na vida de um aluno com deficiência ou sem deficiência.

Busque saber quais são as potencialidades e interesses do aluno e

centralize todos os seus empenhos no seu desenvolvimento. Proporcione ocasiões

de sucesso.

Compartilhe ativamente na preparação do Plano Individual de Ensino do

aluno e Plano Educacional. Este plano contém as metas educacionais, que se

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espera que o aluno venha a conseguir, e determina responsabilidades da escola e

de serviços externos para a boa direção do plano.

Ao perceber que uma pessoa com deficiência está necessitando de apoio

para realização de alguma atividade e for possível auxiliá-la, ofereça ajuda,

mas antes pergunte a forma adequada para fazê-lo. No entanto, não se

ofenda se seu oferecimento for recusado, pois nem sempre ela precisa de

auxílio. Às vezes, uma determinada atividade pode ser melhor desenvolvida

sem a mediação de outra pessoa. (ROSSETO, IACONO e ZANETTI, 2006,

p. 108)

Seja tão sensível quanto possível para tornar a aprendizagem vivenciada.

Explique o que almeja proferir. Não se limite a dar instruções orais. Determinadas

instruções orais devem ser seguidas de uma representação de base, desenhos,

cartazes. Entretanto ao mesmo tempo não se limite a apoiar as mensagens orais

com imagens. Sempre que necessário e possível, proporcione ao aluno materiais e

experiências práticas e ocasião de experimentar as coisas. (ROSSETO, IACONO e

ZANETTI, 2006)

Reparta as tarefas novas em etapas pequenas. Explique como se cumpre

cada uma dessas etapas. Proporcione apoio, na justa medida da precisão do aluno.

Não admita que o aluno desista da tarefa numa circunstância de insucesso. Se for

necessário, solicite ao aluno que seja ele a auxiliar o professor a resolver o

problema. Compartilhe com o aluno o encanto de achar uma solução.

O professor deve elaborar o plano de ensino (objetivos, metodologias, conteúdos e formas de avaliação), adequando-o ao desenvolvimento cognitivo do aluno, possibilitando-lhe avançar em termos de apropriações cada vez mais elaboradas de conhecimento e também de escolaridade, pois tanto quanto para os demais alunos, a certificação e a terminalidade nos estudos é um direito do aluno com deficiência mental. No entanto, para tal concessão, necessita-se tomada de decisões coletivas entre a escola, o sistema de ensino ao qual a escola está afeta e a família, para que o aluno possa receber certificação e terminalidade escolar de forma a significarem novas possibilidades para o futuro desses alunos e não novas e legítimas formas de exclusão. (ROSSETO, IACONO e ZANETTI, 2006, p. 121-122)

Siga a concretização de cada passo de uma tarefa com comentários

imediatos e proveitosos para a continuidade da atividade.

Desenvolvam no aluno competências de vida diária, competências sociais e

de exploração e consciência do mundo envolvente. Estimule o aluno a compartilhar

em atividades de grupo e nas organizações da escola. Trabalhe com os pais para

organizar e levar a cabo um plano educativo que reverencie as necessidades do

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aluno. Compartilhe regularmente conhecimentos sobre a condição do aluno na

escola e em casa. Nesse sentido, as autoras apontam ainda que:

O professor deve procurar conversar com o aluno e seus familiares quando necessário, conhecendo sua trajetória social de vida, buscando compreender as necessidades educacionais especiais que precisam ser atendidas para efetivar seus estudos, evitando prejuízos tanto pela falta de participação, quanto na apropriação do conhecimento. (ROSSETO, IACONO e ZANETTI, 2006, p. 109).

As autoras igualmente enfatizam que os conteúdos trabalhados com a

pessoa que apresenta deficiência devem ser os mesmos que os trabalhados com os

demais alunos e que, muitas vezes, o que difere são os recursos didáticos, visto que

há algumas especificidades que são próprias de cada área da deficiência.

4 RESULTADOS

4.1 Atividades de implementação

O foco principal do trabalho foi a reflexão sobre o Currículo Funcional

Natural, elaborado na Escola de Educação Básica Rotariana Manoel Ribas –

Modalidade de Educação Especial. Mantenedora: Associação de Pais e Amigos dos

Excepcionais (APAE) de Manoel Ribas. Endereço: Rua sete de Setembro, 651, CEP:

85260-000. Fone/Fax. (43) 3435-1153. E-mail: [email protected].

A implementação foi desenvolvida de forma a permitir uma análise das

práticas pedagógicas dos Planos de Trabalho Pedagógico dos professores da

referida escola, bem como as metodologias e os conteúdos utilizados durante as

aulas, no cotidiano escolar.

As atividades propostas enfatizaram o pensamento crítico responsável com

o intuito de proporcionar mudanças no processo de ensino, instigando os

professores, equipe pedagógica e técnicos, à transformação de seu trabalho com

uma visão clara da influência das tecnologias modernas nas práticas educacionais.

Assim, nesse trabalho, conseguiu desenvolver materiais compostos por

textos que contemplem o objeto de estudo com sugestões de atividades e

encaminhamentos metodológicos. Foi aplicado na escola para que o professor

perceba que é capaz de modificar o local que trabalha, através de um currículo que

atinja todos os alunos de forma prazerosa.

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Durante a aplicação do projeto tive total apoio da direção e equipe

pedagógica, para a implementação do mesmo, onde teve o início da implementação

do projeto na semana pedagógica de 2015. Foi organizada uma apresentação

expositiva, precedida pela aplicação do Instrumento de Investigação. Durante a

exposição das orientações curriculares, e do contexto na qual elas foram

implementadas, os professores das diversas disciplinas foram interagindo e dando

seus depoimentos frente aos acontecimentos que se desdobraram naquele

momento, em relação ao Currículo Funcional Natural. Deve-se ressaltar aqui que a

heterogeneidade dos professores, no tocante ao tempo de docência foi muito

grande, pois atuam na escola professores com mais de 25 anos de docência e

recém-formados. Nos dias de planejamento anual, foi trabalhado o Material Didático

com os cinco professores, bem como iniciada a proposição de elaborar um único

PTD (Plano de Trabalho Docente) direcionado para que envolvesse os CFN.

Estudando os documentos, bem como os PTD’s, dos anos anteriores percebeu-se

que os mesmos estão bastante defasados com a nossa prática docente, e que para

se pensar em propor um PTD diferente era necessário, inicialmente, repensar e

reelaborar o PPC (Proposta Pedagógica Curricular).

Tomamos este como um ponto inicial de nossas preocupações e em linhas

gerais traçamos alguns parâmetros para a definição dos conteúdos ministrados em

cada ano de ensino, e modalidade de ensino, possibilitando assim condições para a

elaboração do PTD e iniciarmos o trabalho docente com o mínimo de sintonia entre

os professores.

A grande maioria dos professores do colégio (77%) manifestou que utiliza as

DCEs para a elaboração deste documento. Com relação ao Currículo Básico, 19%

dos professores indicou tal documento como fonte para a elaboração dos PTD.

Entretanto, 46% manifestaram perceber os PCNs presentes em sua prática

pedagógica, bem como 27% indicaram esta orientação curricular como a base e os

fundamentos teóricos/metodológicos na sua prática docente.

Relacionado ao PTD, 52% dos professores do colégio indicaram que existe

uma interação com os outros professores de sua disciplina, e 23% manifestaram não

existir um mesmo planejamento para todos os docentes da mesma série/ano de

ensino, ou modalidade.

No início da implementação do projeto de intervenção na escola, propomos

nos identificar quais as orientações curriculares eram utilizadas e a elaborar

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conjuntamente o PTD com os professores da escola. Com o aprofundamento dos

estudos percebeu-se a necessidade de revisão do PCC, pois nenhum dos

professores utilizava o documento para a elaboração do PTD em função do mesmo

não estar em consonância com suas práticas docentes.

Quero enfatizar aqui que o estudo do PPC pelo coletivo de professores da

escola, desvelou que o mesmo não condizia com a prática de nenhum dos docentes,

motivando-os a iniciar a sua alteração/aperfeiçoamento. Salientamos a importância

de ter o conhecimento do PPC, pois é a partir dele que o nosso PTD é pensado e ao

longo do ano materializado, para então enfatizar o CFN.

Desta forma, os dados do Instrumento de Investigação nos mostram que é

uma prática recorrente a interação com os professores de uma mesma modalidade

de ensino, para a elaboração do PTD, mas este, na maioria dos casos, é de

responsabilidade individual do professor. Os dados apresentados pelo Instrumento

de Investigação corroboram a argumentação que as três orientações curriculares

estão presentes no trabalho dos professores, entretanto aproximadamente apenas

uma terça parte deles demonstraram saber identificar corretamente os fundamentos

teóricos e metodológicos de tais orientações.

Em relação à aplicação do projeto, ou seja, das aulas, aproveitando o CFN

nos seus conteúdos, 100% dos professores da escola estão realizando, até mesmo

aqueles que não participaram da implementação, através do curso oferecido pela

UEL.

4.2 Atividades com o Grupo de Trabalho em Rede – Capacitação a Distância

Como parte da implementação desse projeto, foi criado um Grupo de

Trabalho em Rede (GTR), que é um curso de capacitação à distância, com a

professora PDE, atuando como Tutora. Os professores cursistas desse GTR

participaram ativamente nas atividades propostas, sendo desafiados a aplicarem-nas

junto aos seus alunos.

Os professores cursistas consideraram que o conjunto de atividades foi de

grande importância para os professores da área de Educação Especial. Isso porque

elas permitiram o aprofundamento dos conhecimentos, a troca de experiência e o

debate de questões sobre o Currículo Funcional Natural. Segundo o grupo, o tema

deste projeto foi interessantíssimo, já que ele trouxe para a escola uma problemática

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muito séria quanto à responsabilidade da mudança do Plano de Trabalho Docente,

envolvendo suas metodologias, acrescentando as sugestões.

Segundo o GTR, a metodologia adotada foi rica e diversificada, sendo

acessível e de fácil aplicabilidade. Além disso, houve clareza nas questões

levantadas, tendo sido muito gratificante para todos participarem dessa capacitação.

Os professores também relataram que a aplicação de tais atividades nas suas

escolas foi muito produtiva, satisfatória atendendo aos objetivos propostos e que os

alunos se envolveram nas mais diferentes atividades propostas graças à

metodologia utilizada. Além disso, foi possível detectar que estes se conscientizaram

do fato de que é necessário a mudança de metodologia em sala de aula para haver

um bom conhecimento do tema, se comprometendo a fazer uso consciente da

mesma.

Todos consideraram interessante o envolvimento dos pais desses

estudantes em algumas das atividades. Podemos observar que “[...] aprendizagem

quase nunca pode ser considerada acabada. Sempre há possibilidade de ampliá-lo,

de estabelecer novas relações e encontrar outros conceitos” (ZABALA, 1998, p.43).

Embora sendo um processo interno a ser construído pelo ser humano ao longo da

vida, e aprender significa elaborar uma representação pessoais por hábitos e

atitudes de atitudes autônomas. Se fazendo necessário que novos conhecimentos

se atrelem a conhecimentos anteriores, permitindo que façam sentido para o aluno;

quando isso acontece, ou seja, quando se pode relacionar o conhecimento novo ao

anterior, a aprendizagem torna-se significativa.

A participação do professor nas atividades é fundamental, uma vez que os

alunos necessitam de referenciais e orientações, por mais que adquiram,

gradativamente, independência. O professor estabelece a conexão entre os alunos e

o mundo por meio de atividades de observação, experimentação e interpretação,

extrai deles impressões, significados e valores sobre o assunto abordado e promove.

Além disso, ressalta-se a importância da Secretaria de Educação do Paraná

estar investindo no aperfeiçoamento dos professores. Bem como da colaboração

das Universidades Estaduais nesse processo. Isso é importante, pois, além de ser

uma forma eficiente de manter os professores atualizados, ela permite a interação

com colegas profissionais de todo o estado.

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CONCLUSÃO

Dentre as dificuldades atuais encontradas na educação de alunos com

deficiência intelectual em nosso país, estão a falta de conhecimento sobre quais as

limitações e habilidades que essas pessoas possuem, a capacidade do profissional

que os que atendem, e a escolha de um currículo educacional adequado para o

desenvolvimento integral destes alunos.

A abordagem do Currículo Funcional tem sido uma proposta defendida para

a educação desses jovens, levando em consideração aspectos importantes para o

processo de integração, desenvolvimento de habilidades funcionais que estejam

vinculadas a qualidade de vida e a adequação de idade cronológica, priorizando o

ambiente natural do aluno para realização das atividades e também a participação

efetiva dos pais para que paralelamente oportunizem a seus filhos desenvolverem

tarefas do seu cotidiano.

O presente projeto do Currículo Funcional apresenta alternativas para

nossos alunos adquirirem maior autonomia, independência e alcançarem melhor

desempenho no seu dia-a-dia.

Nosso trabalho foi gratificante, pois, nossa intervenção como professoras

nesse processo de mediação foi baseado na credibilidade das mudanças. A teoria

de Feurstein citado por FONSECA (1995), muito contribuiu para nossa prática

pedagógica. Como mediadores devemos provocar situações nas quais o aluno

necessite pensar, colaborar para a melhoria da sua autoimagem.

No trabalho com o deficiente intelectual, qualquer intervenção tem que ter

como primeiro objetivo o desenvolvimento da identidade positiva, de autoimagem

sadia e da autoconfiança.

Segundo FERREIRA (1990), a aprendizagem é um processo vincular, dois

personagens – quem ensina e quem aprende – um vínculo que se estabelece entre

ambos, sendo que é no íntimo deste vínculo humano, que se processa a

aprendizagem.

O Currículo Funcional vem sendo desenvolvido em nossa escola, pois

sentimos a necessidade da elaboração e da prática deste projeto na medida em que

a idade dos nossos alunos mais comprometidos foi avançando e teríamos que

conhecer mais para atender com qualidade esses educandos.

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Este projeto veio enriquecer com novas experiências e um conjunto de

atividades adequadas, vivenciadas no cotidiano do nosso trabalho, como

mediadoras da construção do conhecimento.

Os resultados alcançados demonstraram aspectos como: melhoria no

relacionamento entre os alunos, na disciplina, crescimento pessoal, autonomia,

melhoria da autoestima e a confiança em si próprio. Acreditamos que dessa forma

nossos adolescentes terão maiores condições de construir sua cidadania e se

tornarem indivíduos produtivos e participativos do processo de desenvolvimento

pessoal e social.

REFERÊNCIAS

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