os desafios da escola pÚblica paranaense na … · ... dentro de uma esfera social ... e externa...
TRANSCRIPT
Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
MARINA FORTUNATO
Transposição didática do gênero charge em prol do ensino de leitura e da
produção de texto em Língua Portuguesa
Produção Didático-Pedagógica apresentada ao
Programa de Desenvolvimento Educacional
(PDE). NRE – Apucarana
Orientadora: Profª Dra Lídia Maria Gonçalves
LONDRINA - PR
2013
2
I - Título: Transposição didática do gênero charge em prol do ensino de leitura e da produção de
texto em Língua Portuguesa
Autor Marina Fortunato
Escola de Atuação Colégio Estadual Padre Ângelo Casagrande
Município da escola Marilândia do Sul
Núcleo Regional de Educação Apucarana
Orientadora PROFª DRª Lídia Maria Gonçalves
Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Londrina
Disciplina/Área (entrada no PDE) Língua Portuguesa
Produção Didático-pedagógica
Sequência Didática
Relação Interdisciplinar História e Arte
Público Alvo Alunos do 1º ano de Formação docente
Localização
(identificar nome e endereço da
escola de implementação)
Colégio Estadual Padre Ângelo Casagrande
Avenida Santiago Lopes José
II- Resumo:
(descrever a justificativa, objetivos
e metodologia utilizada. A
informação deverá conter no
máximo 1300 caracteres, ou 200
palavras, fonte Arial ou Times
Nem Roman, tamanho 12 e
espaçamento simples)
Esta proposta de intervenção pedagógica tem como objetivo
desenvolver atividades de estudo do gênero charge e o seu
contexto histórico social. Embasamos esta pesquisa em autores da
corrente discursiva Bronckart (2003), Dolz e Schneuwly (2004)e a
Teoria Enunciativa Bakhtiniana. Propomos um trabalho de leitura e
de produção de texto que toma a língua como objeto de ensino
promovendo condições de desnudar cargas ideológicas,
apropriação crítica, leitura polifônica e histórica do conhecimento
socialmente construído. A produção textual deve desenvolver três
capacidades de linguagem, são elas: capacidades de ação ,
capacidade discursiva e capacidades linguístico-discursiva.
Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Gênero textual; Leitura; Escrita; Intertextualidade
3
Sumário
I - Ficha de identificação ....................................................................................................................... 2
II - Resumo da proposta de intervenção ............................................................................................... 2
III- Introdução ......................................................................................................................................... 4
IV- Definição do gênero textual ........................................................................................................... .5
V- Definição do gênero charge .............................................................................................................. 8
VI- Objetivo geral .................................................................................................................................. 10
VII- Objetivo específico ....................................................................................................................... 10
VIII- O encaminhamento metodológico da sequência didática ............................................................ 10
1. Reconhecimento do gênero textual ................................................................................................ 11
1.1 Apresentação da situação ............................................................................................................. 11
2. Pesquisa sobre o gênero ................................................................................................................. 13
3. Características do gênero charge ..................................................................................................... 14
4. Características do gênero cartum e caricatura ................................................................................ 16
5. Características do gênero tiras e HQs ........................................................................................... 17
IX- Atividades para os alunos sobre o gênero charge ........................................................................ 18
1. Texto 1- charge sobre ditadura militar e contemporânea ............................................................. 18
2. Texto 2- Charge sobre o lixo na escola .......................................................................................... 20
3. Texto 3- Charge sobre as mudança na relação ensino aprendizagem ........................................... 23
4. Produção textual ............................................................................................................................... 26
X- Cronograma das atividades desenvolvidas na sequência didática ................................................. 27
XI- Resultados esperados .................................................................................................................... 28
XII- Recursos, técnicas, tempo, avaliação e conteúdos de estudos .................................................... 29
XIII- Bibliografia ..................................................................................................................................... 31
XIV- Anexos ............................................................................................................................................ 35
1. Ampliação de conhecimentos sobre os tipos de relações icônicas, relações indiciais e relações
simbólicas ............................................................................................................................................... 35
2. Figuras de linguagem ...................................................................................................................... 37
4
III - Introdução
Esta Unidade Didática Pedagógica divulga o material didático que será
implementado no colégio Padre Ângelo Casagrande Ensino Fundamental Médio,
Normal e EJA e tem a fundamentação teórica amparada na teoria dos gêneros
textuais proposta por Bakhtin (2003) , no interacionismo sócio-discursivo proposto
por Bronckart (1999) em MARCUSCHI, (2008) e está apoiado na perspectiva de
Dolz , Schneuwly (2004 ) para a elaboração da sequência didática e mantém-se de
acordo com as Diretrizes Curriculares do Ensino de Língua Portuguesa
(PARANÁ,2008).
Para que este estudo atinja os objetivos propostos elaboramos uma sequência
didática para o gênero textual "charge" e que seguem os pressupostos de Dolz,
Schenewly ( 2004), que consideram que as capacidades de linguagem estão
divididas em capacidade de ação - relacionada ao contexto social de produção;
capacidade discursiva - referente a organização interna do texto como também as
características que compõe o gênero; capacidade linguístico-discursiva - relativa as
estruturas gramaticais contextualizadas.
Os textos abordados são do gênero textual charge, por meio deles
exploramos a linguagem verbal e não verbal, a intertextualidade e a polifonia,pois
tais discursos apresentam questões sociais e políticas, quer de forma implícita ou
explícita, carregam altas cargas ideológicas argumentativas. A crítica está presente
na esfera de origem e circulação do gênero: na imprensa. Isso porque esferas
como a jornalística proporcionam grande visibilidade ao alvo das críticas presente
nesse texto, na maioria, sujeitos da esfera política.
As atividades nesta unidade utilizam exercícios orais e escritos, promovendo a
interpretação de charges, cartum e tiras, explorando a linguagem verbal e não
verbal, distinguindo "ícone", "índice" e "símbolo", estabelecendo tipos de relações
que esses signos representam e também explicitando fatores de coerência de
polifonia e de intertextualidade. Alavancamos o conhecimento de mundo para que
possam contemplar o discurso como ele circula na prática social, ou seja, de modo
interlocutivo.
Este material didático de intervenção pedagógica será desenvolvido no 1º ano
5
de formação docente e implementado na escola no primeiro semestre de 2014, na
cidade de Marilândia do Sul, Estado do Paraná, também será trabalhado
coletivamente junto aos professores envolvidos no GTR ( Grupo de estudos em
Rede.)
Visamos um trabalho de leitura e produção de texto que promova condições
de desnudar cargas ideológicas, propiciando apropriação crítica e histórica do
conhecimento socialmente construído, bem como suas implicações presentes nos
discursos (PARANÁ, 2008), aqui materializados no gênero charge.
Para a materialização desta proposta, utilizaremos jornais, revistas e recursos
multimeios como laboratório de informática e data show. É importante lembrar que
a internet é a tecnologia que nos dá suporte, além de panfletos, cartazes e
desenhos.
IV - Definição de Gênero Textual
Os gêneros textuais são formados por um conjunto de textos de qualquer
natureza, literários ou não. Textos são unidades sócio-comunicativas, e
concretizam-se por meio de padrões de interação, fixados segundo a
composição funcional, objetivo enunciativo e o estilo adotado na integração de
forças históricas, sociais e institucionais. Os gêneros contribuem para ordenar e
estabilizar as atividades comunicativas do dia a dia. Cada produção textual (oral ou
escrita0, põe em prática um tipo de texto, porque é um trabalho social e discursivo.
Na sociedade letrada diferentes textos nos rodeiam, com especificidades e
objetivos específicos, são formas de interação social.
Os gêneros textuais são fenômenos históricos,
profundamente vinculados com a vida cultural social. Fruto do
trabalho coletivo, os gêneros contribuem para ordenar e
estabilizar as atividades comunicativas do dia a dia.
(MARCUSHI, 2002, p. 1)
6
Como elementos organizadores do processo discursivo, Bakhtin (1992) aponta -nos
o gênero do discurso:
Para Bakhtin (2003), os gêneros se constituem
historicamente a partir de novas situações de
interação verbal da vida social que vão
relativamente se estabilizando, no interior das
diferentes esferas sociais, tanto na situação de
comunicação verbal espontânea da vida cotidiana,
em se constituem os "gêneros primários", como nas
circunstâncias de comunicação cultural mais
complexas e evoluídas, em que se produzem os
"gêneros secundários".
O autor dá ênfase à relativa estabilização dos gêneros e sua ligação com a
atividade humana: cada gênero está vinculado a uma situação social de interação
típica, dentro de uma esfera social; tem sua finalidade discursiva, sua própria
concepção de autor e de destinatário .
Sob a perspectiva baktiniana, os gêneros são práticas sociais e comunicativas
construídas historicamente, influenciados por fenômenos sociais e dependentes da
situação comunicativa em que são enunciados. Isso significa que no momento da
interação, oral ou escrita, recorremos a um gênero, que, apesar de ser inerente a
cada situação discursiva, revela a necessidade dos participantes envolvidos nessa
situação, a vontade do enunciador, a intenção do falante, ou seja, o gênero é
determinado pela esfera discursiva e está presente em toda atividade comunicativa
humana, representando as formas de dizer e de interação a cada situação
específica.
Assim, segundo Bakhtin (2003, p.268), os gêneros" refletem de modo mais
imediato, preciso e flexível todas as mudanças que transcorrem na vida social".
Ao introduzir gêneros do discurso ou gênero textual na sala de aula implica uma
decisão didática, que precisa considerar os objetivos de sua aprendizagem,
tratando-se, simultaneamente, de " gênero a aprender, embora pareça gênero para
comunicar" (Schneuwly; Dolz, 2004, p.81).
7
Para Dolz & Schneuwly, o gênero é entendido como:
Um instrumento semiótico constituído de signos organizados de
maneira regular, este instrumento é complexo e compreende
níveis diferentes: É por isso que chamamos por vezes de
"mega instrumento" para dizer que se trata de um conjunto
articulado de instrumentos à moda de uma usina; mas,
fundamentalmente, trata-se de um instrumento que permite
realizar uma ação numa situação particular.( 1998, p. 65)
A ideia de instrumento é fator de desenvolvimento das capacidades
humanas. O gênero passa a ser visto como instrumento, na medida em que orienta
a ação do sujeito para um determinado objetivo, gerando uma transformação interna
e externa de cada indivíduo, possibilitando o desenvolvimento de capacidades de
linguagem. Na perspectiva dos Parâmetros Curriculares Nacionais, o gênero
também é colocado como objeto de ensino nas aulas de língua portuguesa, pois o
aluno precisa apropriar-se dos gêneros que circulam socialmente, a fim de participar
de práticas letradas. Nesse caso, o foco na sala de aula é o ensino deliberado de
um gênero com vista a sua didatização.Para Bronckart (2003, p.72) " os textos são
produtos da atividade humana e, como tais, estão articulados às necessidades, aos
interesses e às condições de funcionamento das formações sociais no seio das
quais são produzidos." Essa articulação auxilia ou propicia o encontro de textos
diferenciados com finalidades específicas de cada situação, constituindo os
gêneros.
Considerar a natureza social da linguagem e o caráter dialógico e interacional
da língua significa reconhecer os gêneros como materialização da interação entre
os sujeitos que, por intermédio do uso da língua, elaboram formas mais ou menos
estáveis de discurso que, segundo Backhtin (1997), revelam a esfera social à qual
pertencem. Cada esfera social (jurídica, familiar, literária, jornalística, científica, entre
outras) tem um discurso que lhe é próprio e que a representa nas diferentes
situações discursivas. Esses discursos, por sua vez, concretizam-se em textos
socialmente construídos, denominados por Bakhtin (1992) de gêneros do discurso e
por Broncart (2003) de gêneros textuais. Para Marcuschi (2003), os gêneros são os
8
textos materializados que encontramos em nossa vida diária e que apresentam
características sócio-comunicativas definidas por conteúdos, propriedades
funcionais, estilo e composição característica. O conteúdo temático é " o que pode
se dizível nos textos pertencentes a um determinado gênero" (BRASIL,1998,p.21), a
construção composicional refere-se a estrutura interna do texto e o estilo são
recursos linguístico-expressivo e as marcas enunciativas de quem produz o texto,
conforme explica Perfeito (2005). De acordo com Marcushi (2003), Perfeito (2005),
Brasil (1998) todos os textos são materialização de discursos enunciados nas mais
divergentes esferas sociais da sociedade, compreendendo o aspecto sócio cultural
a que estes estão inseridos, e daí a diversidades de tipos de textos, e estes
formatam-se em gêneros, com finalidades específicas.
Logo, ao estudar a língua pelo enfoque de uma variedade de tipos de textos
podemos levar o aluno a compreender as diferentes regras sociais e estruturais
que formatam esses textos.
V - Definição do Gênero Charge
Em relação ao gênero charge, entende-se por um desenho de natureza
caricatural, de forma satírica e humorística, que busca representar pessoa, fato ou
ideia. Trata-se de uma representação de pessoas e ações por meio do humor.
Originada da Caricatura, a charge foca-se na sátira e na política, retrata de modo
humorístico os fatos do cotidiano, por meio de críticas e zombando deles.
Aparentemente a charge apresenta, é um texto de fácil leitura, e, apesar de
explorada na esfera escolar pelos professores e livros didáticos, acreditamos que
não é explorada em profundidade, pois, sendo um texto carregado de
argumentação, intenções do discurso e sua ironia, só são encontrados na junção do
verbal com o não verbal. O " querer dizer " geralmente está implícito, exigindo do
leitor senso crítico, leitura interpretativa, conhecimento de mundo, da esfera, do
contexto, enfim, de estratégias argumentativas.
Para Romualdo (2000), a charge é um tipo de texto opinativo diferente dos
demais, pois faz sua crítica usando constantemente o humor, sendo um tipo de
texto que costuma atrair o leitor. A imagem é de rápida leitura, transmitindo múltiplas
informações, de forma condensada.
9
O riso proporcionado pela ironia e pela sátira é um meio para levar o leitor a
entender a crítica feita às atuações de determinados sujeitos sociais, como, por
exemplo, os governantes políticos. Na sociedade atual, o número de jornais que
estão utilizando a sátira para favorecer o aspecto crítico tem crescido
demasiadamente, e a essência da charge é a crítica jornalística à política nacional
(BENITES,2010)
Uma das principais características da charge é a polifonia, por isso ela é
contemplada em nossa sequência didática por tratar-se de um texto imagético, nem
sempre a linguagem verbal corresponde em sentido a não verbal. Quanto a isso,
Benites ( 2010) assegura:
Também para a imagem não há um sentido a priori, nem se
pode pensar em um estatuto de neutralidade para os
elementos visuais. Eles refletem as condições próprias de um
sujeito que procura significar/interpretar a si e o mundo, a partir
de um código diferente da escrita, mas igualmente sujeito a
deslizes e equívocos. (p. 153).
A charge apresenta questões sociais e políticas que deverão ser exploradas,
observaremos os recursos linguísticos, discursivos e gráfico-visuais. Em especial a
polifonia presente neste tipo de texto. Por sua vez, neste gênero textual, o autor
veicula diversas informações de maneira concisa sobre a atualidade sócia política e
econômica do país, embora, muitas vezes de forma subentendida.
No que se referem ao ensino desse gênero, trabalhos publicados na área de
ensino de língua orientam que o professor deve, primeiramente, verificar o
conhecimento já existente do educando em relação ao gênero e, assim, colocá-lo
em contato com variados exemplares e instigar uma leitura prévia; estabelecer
semelhanças e diferenças entre outros gêneros semelhantes, no caso, o cartum;
apresentar aspectos estruturais; prováveis temas; estratégias argumentativas; etc.
Contudo, há poucas publicações divulgando sequências didáticas com o gênero
charge. Queremos apresentar aos nossos colegas, aos educadores, características
ensináveis do gênero, como também, uma metodologia sistematizada, como é o
caso de uma sequência didática.
10
VI- Objetivo Geral
> Propiciar ao aluno, o domínio das capacidades de linguagem necessárias para a
leitura e produção eficientes do gênero Charge.
VII- Objetivos Específicos
> Ensinar o gênero textual através de sequência didática.
> Proporcionar aos alunos, contato com textos argumentativos, especialmente o
gênero charge, com temas variados e contemporâneos.
> Propor estratégias para leitura e produção coerentes do gênero Charge, que deem
condições ao educando de perceber diferentes posicionamentos presentes nesse
gênero e, assim, poder posicionar-se de forma consciente.
> Reconhecer a diferença e a importância da leitura e interpretação gênero textual
charge, cartum e tiras;
> Fazer distinções entre 'ícone','índice e 'símbolo'; estabelecendo tipos de relações
que esses signos representam dentro do texto chargístico;
> Fazer o aluno perceber a intertextualidade do gênero charge por meio da
relação verbal e não verbal;
> Compreender os significados explícitos e implícitos do gênero charge e sua
situação de produção.
VIII - Encaminhamento Metodológico da sequência didática
Em um primeiro momento é importante instigar os alunos sobre o
conhecimento prévio de textos que tenham como característica o "humor" . Se os
alunos responderem que conhecem o gênero textual " piada" ou "anedota", seria
bom conversar um pouco com eles, deixando-os que relatem algumas piadas,
1. Reconhecimento do gênero textual
11
"leves" na sala de aula, não perdendo o foco de estudo que é caracterizar a palavra
"humor" . Em seguida, definir então o significado da palavra " humor". O site
http://www.ccqhumor.com.br oferece uma definição para que os alunos possam
posteriormente fazer um paralelo com outros textos afins como: tiras, cartum e
charge observando as diferenças e semelhanças dos mesmos.
Segundo Moretti (2004), “ Essas formas humor são produtos
da capacidade que o ser humano tem de poder ver a graça nas
pessoas e situações. Assim, o humor, que é peculiaridade
inerente ao homem, se manifesta por meio de gestos,
encenações, ou seja, por meio de textos. Num momento de
inspiração, o humorista faz a crítica de comportamento social,
moral, seja por meio da música, da imitação ou da encenação,
seja por meio de um texto que reflete aquilo ele/ou sentiu. Para
dar um toque cômico, é claro que muitas vezes ele exagera,
distorce com o intuito do riso." (MORETTI,2004, p. on-line)
Para apresentar um motivo, uma situação de comunicação mais próxima da
realidade do aluno, selecionamos um texto chargístico para motivar o estudo,
instigando a discussão sobre uma necessidade de interlocução, a análise do texto
e a produção inicial do gênero charge.
Por intermédio dos meios de comunicação em massa, observamos as
manifestações dos jovens nas rua da educação, saúde, transporte público, salário
etc. Vimos como as pessoas estão amedrontadas com a corrupção e inquietas em
relação aos políticos que insistem em não querer ouvir e atender as necessidades
do povo, temos pessoas insatisfeitas com a política social injusta. Vivemos numa
sociedade capitalista e desagregada, onde o dinheiro é o centro de tudo. Deixando o
ser humano, o sentimento, o respeito a uma vida digna, sem valor algum ou com
valor secundário.
1.1 Apresentação da situação
12
Neste contexto, cabe ao educador levar seus alunos a reflexões sobre o
momento histórico que vivenciamos e estes questionamentos podem ser instigados
por meio de leitura de uma charge, como a seguinte:
Fonte: NEWTOMSILVA.blogspot.com.br
Acessado em 12/07/2013
a) Quem são os personagens da charge?
b) O que a personagem quis dizer com " O gigante acordou" ?
c) A que contexto histórico pertence a charge ?
d) Por que as personagens estão muito apressados?
e) Vocês acham que eles estão roubando o dinheiro público?
f) Por que está inserido no texto "copa 2014" ?
g) Será que este momento de grandes transições já aconteceu no Brasil?
h) Em que época isto aconteceu ?
i) Quais foram os motivos das manifestações?
j) Houve mudanças nos comportamentos dos políticos? Elas ocorreram no plano
discursivo e/ou no pragmático?
k ) O que vocês acham da corrupção em nosso país?
l) Na sua opinião, o que é mais importante para um ser um bom cidadão: “ter”
bastante dinheiro e bens materiais ou "ser" uma pessoa que respeita os valores
13
humanos e receber seu salário todo mês, embora pouco, mas digno e honesto?
m) Uma primeira produção sobre o gênero charge. Faça grupo de três pessoas e
escolha um tema atual político ou social para elaborá-la.
Professor (a): com relação ao texto chargístico acima, propomos algumas
possibilidades de leituras:
a) Os dois homens, provavelmente, são políticos parecem não estar nem um pouco
preocupados com o desvio do dinheiro público.
b) O "saco" carregado nas costas, provavelmente, está cheio de dinheiro ilícito
desviado da copa de 2014.
c) A pressa deles representa o desrespeito com todos os cidadãos brasileiros, pois
enquanto algumas pessoas estão reivindicando direitos salariais, educação e saúde
de qualidade, eles guardam o dinheiro público, em sua própria conta bancária.
d) Quando se diz "o gigante acordou", quer dizer que a" população acordou" , com o
objetivo de reivindicar a democracia nesse país.
* Vamos elaborar um texto chargístico! Esta é a nossa primeira produção do gênero
textual charge. Escolha um parceiro, troque ideias sobre o tema social/ político que
queiram fazer.
Professor (a): Assim que os alunos elaborarem a charge, instigue qual o
motivo da escolha do tema , qual a função social, a intencionalidade textual e a que
público o texto é dirigido. Depois guarde-as para posterior comparação com o texto
produzido no final da sequência didática.
2.1 Expor exemplos de charge, tiras e cartum política e social, por meio de data
show e perceber a reação dos alunos.
2.2 Levantar algumas questões para ajudar os alunos a identificar as características
do gênero, como:
a) Quem costuma ter contato com este tipo de gênero?
b) Onde normalmente é veiculado ?
2- Pesquisa sobre o gênero
14
c) Qual é a intenção do autor?
d) Lançar um desafio para que os alunos pesquisem nos jornais, revistas ou
internet, conceito e exemplos de charge, cartum e tiras, para levar na aula
seguinte para exposição em sala de aula. Explicar as características e
funcionalidade dos gêneros charge , cartum e tiras, fazendo com que os alunos
percebam as diferenças e semelhanças entre eles.
Professor (a): As relações de semelhanças, contiguidade e simbólicas e as
figuras de linguagem, serão analisadas durante a exploração das charges. Verificar
anexos no final da sequência didática para um estudo mais detalhado.
> A charge relata um fato ocorrido em uma época definida, dentro de um
determinado contexto cultural, econômico e social específico e que depende do
conhecimento desses fatores para ser entendida. Fora desse contexto ela
provavelmente perderá sua força comunicativa, portanto é perecível. Justamente por
conta desta característica, a charge tem um papel importantíssimo como registro
histórico
> são temporais e a gente só pode vender naquele momento preciso.
> tem mais afinidade com os temas políticos e podem ter um sentido mais partidário,
pode-se pinçar um ângulo diferente entre os partidos, entre os políticos que estão
ligados ao poder ou à oposição.
> texto atraente aos olhos do leitor; afinal, a imagem é de rápida leitura,
transmitindo múltiplas informações de uma só vez.
> o leitor do texto chárgico tem que estar bem informado acerca do tema abordado,
para que possa compreender e captar seu teor crítico. Afinal, ali está focalizada e
sintetizada uma certa realidade. E somente os que conhecem essa realidade
efetivamente entendem a charge.
Note Bem: Texto baseado em pesquisa disponível em
http://www.filologia.org.br/ixcnlf/5/03.htm
3 - Características do gênero charge
15
Exemplo de charge
Fonte:http://chargesprotestantes.blogspot.com/2008/02/violencia-domestica.html
Acessado em: 03/09/2013
Violência Doméstica
> Tanto o homem quanto a mulher parecem ter uma união estável e encontram-se
depressivos, angustiados, com a auto estima muito baixa.
> O texto também sugere que o esposo passa a noite toda fora de casa, ingerindo
bebida alcoólica, e, já de manhã, está desanimado, angustiado e desleixado.
> A esposa é subordinada ao marido, há uma submissão no modo de agir, quanto
aos afazeres domésticos, e isto fica claro quando sai para ir à feira, encarando a
violência praticada pelo marido todas as vezes que sai de casa para fazer compras,
como algo natural .
> Percebe-se que a esposa apanha do marido há muitos anos, isto fica explícito
pelo uso do verbo no futuro do pretérito "poderia" e também pela aparência que
demonstra a ter uma idade avançada.
Dialogando com o texto
16
> texto humorístico no qual autor realiza a crítica social, a crítica de costumes,
focalizando uma realidade genérica e, por isso, desconhece os limites de tempo que
a crítica a personagens, fatos e acontecimentos políticos impõe.
> para conseguir o humor em seus textos, muitas vezes o chargista e o cartunista
recorrem à caricatura.
(Baseado em texto disponível em:
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/943-
2.pdf?PHPSESSID=2009080509434790
Representação cômica ou satírica de traços singulares de pessoas, ambientes ou
acontecimentos. [...] Caricaturar é sinônimo de exagerar e distorcer com o fim de
obter um efeito cômico ou parodístico.
Disponível em http://www2.fcsh.unl.pt/edtl/verbetes/C/caricatura.html
Exemplo de cartum
Fonte: http://blagoon.no.comunidades.net Acesso em: 12/07/2013
> Uma leitura explícita do texto percebe-se que o assunto é a poluição dos rios e
mares.
4 - Características do gênero cartum
O que é uma Caricatura ?
Dialogando com o texto
17
> Remédios, seringas, caixas vazias, embalagens toxicas e venenosa, são
arremessados nas águas, sem medir as consequências desses atos.
> Pelo volume de seringas descartáveis jogados, o texto sugere que são lixos
hospitalares.
> O sofrimento dos peixes são bem visíveis aparentemente,pois além de ferir e
machucar não tem ninguém para ajudá-los a aliviar sua dor.
> O humor do texto encontra-se na fala do primeiro peixe, pois nunca se viu tanto
lixo, descartado nestes ambientes aquáticos, prejudiciais existentes nas águas do
rio e do mar.
.
É a arte de contar história por meio de sequências de
imagens,desenhos ou figuras impressos. O diálogo entre os personagens,
seus medos suas inseguranças, suas vitórias e derrotas, enganos e acertos,
seus pensamentos e a narração do próprio personagem, aparecem sob a
forma de legendas ou dentro de espaços irregulares delimitados, que são
chamados de balões.
As histórias em quadrinhos ou tiras humorísticas, são um meio artístico
e de comunicação, que unem a literatura à imagem, compondo assim, uma
outra forma de comunicação e expressão. Também refletem a ideia e a
opinião do autor que origina a história, este por sua vez faz com que sua
realidade social e cultural reflita em suas histórias, em sua maioria inerente
aos leitores, conduzindo assim, estes a uma reflexão voltada para as
descobertas e regressos da tecnologia e ciência, da sociedade da qual faz
parte. Partindo-se deste pressuposto, a mentalidade moderna de vários
campos do saber, que vai atuar em todas as áreas humanas também será
refletida nos quadrinhos.
5 - Características do gênero tiras humorísticas e HQs
18
Exemplo de tiras
Fonte: http://blogmaneiro.com/wp-content/uploads/2009/11/tirinha-emprego gerente.jpq
Acessado em: 30/10/2013
Em uma leitura explicita do texto percebe-se que o homem de boné está
procurando emprego de gerente da empresa. Provavelmente o homem sentado na
cadeira , se encontra bem vestido, provavelmente deve ser o responsável para
encontrar pessoas para o cargo oferecido pela empresa, e que não é o de gerente
da empresa, pois não houve discriminação das características ao cargo a ser
preenchido pela empresa para a vaga em questão.
O homem de boné está usando roupas inadequadas para o emprego
solicitado.Além do mais, não apresentou nenhum currículo ao responsável, dizendo
quais são suas habilidades.
O humor do texto está exatamente quando o responsável da empresa faz a
segunda pergunta.
Professor (a): Após a exploração dos textos afins, é o momento de praticar o que
foi explorado, por meio de atividades. Qualquer dúvida verifique os anexos que
estão no final desta sequência.
Dialogando com o texto
19
IX- Atividades para os alunos
Texto 1 - Charge comparativa sobre reivindicação popular na época
da ditadura militar e contemporâneo.
Este movimento de massa ocorrido atualmente é suficiente para entrar para a
história do Brasil? A revolução de 1964 tornou-se um fato histórico. Aprecie três
charges dos anos 60 e uma de 2013. O que isto quer dizer sobre isto em nossos
dias?
Fonte:www.viamaxi.com.br/2013/08/exposição-mostra-resistencia-da imprensa-a-ditadura.
Acesso em 03/11/2013
Fonte:http://www.sohistoria.com.br/ef2/ditadura/
Acesso em 03/11/2013
Fonte: noticias.uol.com.br
Acessado em 30/10/2013
1- Produção textual: Analise o texto acima, e crie outras charges a partir dos
títulos dados.
a) A corrupção d) A educação
b) A violência e) Saúde pública
20
c) A impunidade f) Meio ambiente
1.1 Depois dos textos chargísticos elaborados, é o momento de expô-las na página
eletrônica do colégio ou no mural da escola.
Década de 1960 - 1968
Estamos vivendo um momento em que a população está revoltada com a
situação de vida precária e desumana dos menos abastados em nosso país. Este
contexto provocou um"tsunami" em quase todo o Brasil, onde o grito humano eclodiu
por democracia . O que acontece atualmente é uma situação muito semelhante com
que ocorreu em maio de 1968. Naquele período também as manifestações
começaram com jovens, mas se alastrou em outras categorias trabalhistas e a
pauta era geral. Os gritos da população eram gigantescos. Não havia foco
específico. Tudo teve inicio no mês de maio de 1968, o movimento questionava os
valores da sociedade, manifestações ocorriam para mostrar o descontentamento
da população com a administração pública em nosso país. Desvio de dinheiro
público sempre houve, desde que o homem teve "oportunidade" de melhorar de
vida apossando-se de dinheiro público.
Na década de 1960 um menor número de pessoas tinha coragem de gritar e
implorar por democracia, não havia essa unidade tão grande como hoje. Os
governantes tinham totalmente o "poder" em suas mãos , a população desconhecia
a força e que as chances de vencer qualquer tipo de problema estava nas mãos
dessa massa gigantesca que é o a voz do povo . Reivindicar direitos em um país
democrático não quer dizer , "vamos brigar, acabar com o patrimônio público e com
a moral destes políticos representantes do nosso povo". A união, o diálogo e a
harmonia entre governantes, parlamentares e o povo são necessários.
Este momento de contestação que ocorre agora é um verdadeiro levante e não
surgiu somente por causa da passagem de ônibus.O povo está cansado de ver
tantas coisas erradas, e ninguém faz nada para ajudar a classe menos abastada.
Dialogando com o texto
21
Vocês concordam com a leitura ? Qual é a leitura que cada um de vocês faz desses
acontecimentos?
Texto 2: Analise o texto sobre o lixo na escola.
Professor (a): Ao trabalharmos com gêneros textuais, estamos atentos à
situação de produção e de recepção do texto lido, como orienta Bronckart (1997).
Um texto circula em uma dada esfera de comunicação e neste cenário há rotinas e
regras interacionais que revelam uma formação social. Portanto, também
consideramos a identidade social dos interlocutores ( o sujeito x fala na qualidade de
aluno ou professor, patrão ou empregado?). Outro aspecto essencial é analisar a
finalidade do seu discurso, qual a sua concepção sobre o referente ( o tema), qual o
suporte eleito para a interação ( o jornal por exemplo) e a relação interdiscursiva ( o
diálogo com os outros textos)
Fonte: Marina Fortunato
07-11-2013
Vamos ter que mudar de escola.
Acho que temos que mudar de atitude.
22
a) A escola representa um espaço físico onde todos os alunos estão inseridos no
contexto chargístico, como também na quantidade de lixo produzido.
b) Essas pessoas estão assustadas com a quantidade de papéis, plásticos, casca
de banana, etc. descartados no chão e ao redor da escola. Alguns alunos dialogam
entre si da necessidade da mudança de atitude na escola.
1- Agora, vamos analisar os elementos pertencentes do mundo físico em relação
ao texto
a) Lugar de produção: na escola
b) Momento de produção: 07-11-2013
c) Emissor: Marina Fortunato
d) Receptor: Público leitor deste texto.
2- Analise os elementos da situação social de produção da charge:
a) Lugar social de Produção: Meio ambiente escolar.
b) Papel social do emissor: cidadão preocupado com a preservação ambiental.
c) Papel social dos receptores: Leitores de charges
d) Objetivo de se produzir esse texto: criticar a falta de consciência de termos um
ambiente sustentável e saudável.
3- Dicas onde houve humor da charge:
a) O humor surge quando os personagens se abrigam no telhado da escola para
fugir de toda sujeira produzida por seus os membros.
b) E também quando um dos personagens falam das mudanças de atitude,oposição
à mudança de endereço.
Dialogando com o texto
23
Objetivos
> Reconhecer os tipos de lixos recicláveis por meio de um vídeo explicativo;
> Descartar os lixos nos seus recipientes corretos, respeitando as cores destinadas
para cada tipo de lixo.
>Reutilizar “barricas de papel”, embalagens para tintas imobiliárias, grafiato ou
textura, para descartar o lixo produzido na sala de aula ( papel e plástico);
> Utilizar lixeiras de plástico no pátio da escola com as cores representadas por
cada material, fortalecendo assim a conscientização do descarte do lixo produzido
na escola nos seus devidos recipientes.
Professor (a): Neste momento para que os alunos (as) reconheçam os
diferentes tipos de lixo recicláveis, apresente o vídeo explicativo nos sites abaixo .
Depois da apresentação do vídeo, peça que façam uma lista dos materiais que
podem ser recicláveis. A professora pode ir anotando no quadro giz o ditado pelos
alunos.
www.youtube.com/watch?v=yt7zsFSGz-O
como reciclar seu lixo? emumminuto.
Acesso em: 30/10/2013
www.youtube.com/watch?v=mlyz1Ry e D4A
Documentario caminhos do lixo
Acesso em: 30/10/2013
1- Depois que as anotações foram feitas dos vários tipos de materiais
apresentados no vídeo, é o momento de conscientizar sobre o lugar correto para
descartar o lixo na escola, com a utilização de mais lixeiras distribuídas no interior da
escola. Logo em seguida , trabalhar com a importância da “reutilização “das
barricas” embalagens para tintas imobiliárias, grafiato ou textura para a produção
de lixeiras para as salas de aula, contribuindo para um ambiente mais sustentável e
de qualidade para todos.
a) Primeiramente vamos verificar quantas salas compõe o colégio para saber a
quantidade de “barricas “ necessárias para efetuar o trabalho;
24
b) Dividir a sala em grupo de 4 pessoas cada , verificar materiais necessários para
executar o trabalho como: tinta guache, papel sulfite, pincel atômico etc.
c) Em seguida arrecadar as barricas de tinta, grafiato ou textura nas construções de
casas, prédios, prefeitura municipal e materiais de construção;
d) Depois é só pintá-las de azul, vermelho e marrom , ornamentando-as com os
símbolos de reciclagem , como também especificar o tipo de lixo : papel, plástico etc.
e) Fazer a distribuição das barricas para descartar o lixo em cada sala da escola.
f) Solicitar ao diretor da escola na compra das lixeiras de plástico com as cores
específicas a cada tipo de lixo .
Texto 3 : Mudança na relação ensino aprendizagem
Fonte: marcos meier.blogspot.com
Acessado em: 13/10/2013
Professor (a): Faça oralmente as possíveis leituras com os alunos do terceiro
texto, estabelecendo relações entre: função social do texto, conteúdo temático,
estrutura composicional ( características, tipologia predominante etc.) e estilo
(análise linguística). O texto traz um quadro comparativo em relação às mudanças
ocorridas na educação dos filhos por meio da participação dos pais nas escolas em
1969 e 2009.
No primeiro quadro de 1969, podemos observar que as cobranças pelo
bom desempenho do aluno na escola, são feitas pelos pais. O questionamento feito
Dialogando com o texto
25
pelos pais ao filho “Que notas são estas?” é uma pergunta retórica, onde deixa
implícito no texto outro questionamento ao filho como, por exemplo , “O que você
fez filho, para obter estas notas tão baixas? Podemos também observar a postura
do professor no quadro , ela possui segurança em si mesma, não é coagida pelos
pais em relação as notas obtidas pelo aluno.Outra observação é que em cima da
mesa há somente um lápis , sugerindo que não haverá mudanças de notas do
aluno. Outro detalhe é o espaço físico referente as cores do texto, há tom sobre
tom, refletindo um ambiente mais aconchegante e tranquilo. O aluno aqui é mais
submisso e obediente aos pais e professores. É ele quem se sente intimidado pelo
seu fraco desempenho escolar.
Quadro 2009: vimos que ao passar dos anos, a cobrança do resultado, e a
responsabilidade pelas notas baixas recai exclusivamente sobre o professor. O
questionamento feito pelo pai novamente “ Que notas são estas?” e as expressões
fisionômicas dos pais transmitem raiva, stress, inconformismo com e cobram a
profissional de educação vendo-a como culpada, as notas do filho . Podemos notar
que em cima da mesa há um lápis e uma borracha, sugerindo mudanças nas notas
caso os pais exigirem este procedimento do professor. A postura da professora é de
espanto e fica perplexa com a irritabilidade e nervosismo dos pais para com a
educadora.
O espaço físico também é mais colorido, sugerindo que naquele espaço físico já
houveram algumas mudanças no decorrer dos anos, porém nem sempre positivas.
Atividades para os alunos
1- Em relação ao mundo físico, determine os seguintes elementos:
a) Lugar de produção:
b) Momento de produção:
c) Emissor:
d) Receptor:
2- Determine, agora, os seguintes elementos da situação social de Produção:
a) Papel social do enunciador:
b) Papel social do destinatário:
26
c) Objetivo (s) de produção:
d) Data da publicação:
Professor (a): Neste momento, questione com os alunos sobre as imagens contidas
no gênero estudado, como também as críticas sociais veiculadas na charge.
1- Interpretação textual
a) O que representam as personagens da charge?
b) Qual é a crítica social inserida no texto?
c) O gênero textual charge, é um texto que tem como característica “ o humor”,
onde se encontra “o humor deste texto?
2- A charge estudada enfatiza mudanças na concepção da aprendizagem na
escola. A partir desta afirmação, analise compare o comportamento de cada
personagem contido no texto.
a) Pais:
b) Alunos:
c) Professores:
3- Analise o espaço físico, época, ferramentas de trabalho , posturas do professor e
aluno no contexto chargístico, e faça anotações sobre as mudanças ocorridas desde
1969, 1994 e 2014, Observe o quadro abaixo e faças as comparações.
Espaço físico 1969 1994 2014
Época
Postura do professor
Postura do aluno
Postura dos pais
4 - Na sua opinião houve mudanças na educação dos pais para com seus filhos da
década de setenta até os dias de hoje? Justifique sua resposta com base no quadro
comparativo acima.
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
27
5- Que sugestão você daria para melhorar a relação pais e filhos nos dias de hoje?
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
6- Que sugestão você daria para melhorar a relação alunos e professores nos dias
de hoje?
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
Professor(a): Neste momento, lembre os alunos da função social do gênero
charge ( criticar, fazer rir etc.); e de suas características atemporais e universais . E
ainda que os textos produzidos serão expostos num mural, no pátio da escola, e um
deles ( o mais votado por todos os alunos da escola) será posteriormente
encaminhado a um jornal ou no blog da escola para possível publicação.
7- Produção textual
Depois que a classe entender o que é charge, conhecer a sua estrutura
textual e sua função comunicativa, o aluno deverá produzir uma charge, com temas
polêmicos da atualidade, como: pública, política, educação, meio ambiente e
desigualdade social.
XI - Cronograma das atividades
O projeto de intervenção pedagógica será executado em trinta e duas horas, dividido
em dezesseis encontros realizados no 1º semestre de 2014
1. REGISTRO DAS AÇÕES PREVISTAS Nº PERÍODO AÇÃO
1
Fevereiro
> Apresentação do projeto de Intervenção pedagógica aos alunos
de Formação Docente
> Na produção inicial pretende-se que os alunos produzam o
primeiro texto oral ou escrito, colocando em ação as capacidades
linguísticas que já conhecem.
> Apresentação de uma situação.
28
> Seleção do gênero textual ( tendo em vista o que dizer, para
quem, em que local de circulação etc.)
2
Março
> Definição do gênero cartum, tiras e charge
> Explanar as figuras de linguagens e as relações de semelhança
( icônicas) as relações de contiguidade ( indiciais) e as relações
simbólicas. Analisar os elementos pertencentes do mundo físico
e social em relação ao texto como: lugar de produção; momento
de produção; emissor ; receptor; lugar social de produção; papel
social do emissor; papel social dos receptores; Objetivo de
produção textual.
> Análise dos textual do gênero charge e os textos afins
(cartum,tiras).
3
Abril
> Produção textual sobre charge, cartum e tiras.
> Exposição dos textos produzidos pelos alunos em um mural na
escola.
> Analisar os elementos do mundo físico e social do texto
chargístico, com o tema " o lixo na escola".
4
Maio
> Reconhecer os diferentes tipos de lixo recicláveis por meio de
vídeo para posterior confecção de lixeiras para a sala de aula,
reutilizando "barricas" ( embalagens para tintas imobiliárias,
grafiato) . Trabalho executado com a disciplina de arte e ciências.
5
Junho
> leitura do texto objetivando analisar os elementos do mundo
físico e social do texto. " Mudança na relação ensino
aprendizagem na escola" Trabalho executado com as disciplinas
de sociologia e filosofia.
6 Junho >Produção final de um texto chargístico
XII- Resultados Esperados
29
Por meio desse trabalho com a sequência didática elaborada a partir do texto
chargístico, procuramos nortear o ensino para o aluno do 1º ano de formação
docente , conduzindo-o para um trabalho mais produtivo e significativo, criando
mecanismos para que haja uma interação da língua portuguesa com as disciplinas
de história , arte, sociologia e filosofia.
O processo de recepção inicia-se antes do contato do leitor com o texto. O
leitor possui um horizonte que o limita, mas que pode transformar-se
continuamente. Esse horizonte é o do mundo de sua vida, com tudo que o cerca.
Um texto pode confirmar ou perturbar esse horizonte, em termos de expectativas do
leitor, que o recebe e julga.
Nesse sentido espera-se que, no final do trabalho com essa sequência
didática, o aluno tenha domínio necessário da língua materna, e que seja capaz de
posicionar-se criticamente frente ao texto lido para compreender as cargas
ideológicas presentes nas marcas enunciativas nele contidas. A charge é
elaborada por meio de um discurso argumentativo, explorando a linguagem verbal
e não verbal do texto. Por meio da utilização de recursos discursivos, linguísticos
e gráfico-visuais propomos criar condições para analisar questionar as ideias a
partir da reflexão sobre os acontecimentos sociais e políticos e da interação com
os colegas de classe .
Uma sequência verbal e escrita e coerente, formando um todo acabado, definitivo e publicado, onde o publicado não quer dizer lançado por uma editora, mas simplesmente dado ao público, isto é, cumprindo sua finalidade de ser lido, o que demanda o outro; a destinação de um texto é a sua leitura para o outro, imaginário ou real; a publicação de um texto poderia ser considerada uma característica acessória, entendendo-se que um texto não publicado não deixa de ser um texto. No entanto, no sentido que se quer dar aqui a publicado é o sentido de destinação a, já que um autor isolado, para quem o outro inexiste, não produz texto (GERALDI,1997, p.100)
Com essas características, Geraldi chega a um conceito operatório de texto:
“ um texto é uma sequência verbal escrita, formando um todo acabado, definitivo e
publicado” (1997, p. 101)
Sendo assim, o texto precisa ser claro, ter coerência e coesão, e é
necessário que esteja adequado a sua situação de produção e que veicule alguma
nova informação. Todas essas características textuais devem ser estudadas,
constituindo conteúdos essenciais da disciplina de língua portuguesa.
30
Dessa forma, para um ensino de língua portuguesa mais coerente, que
garanta o letramento do educando, os documentos oficiais – Orientações
curriculares para o Ensino Médio ( BRASIL, 2006) as Diretrizes Curriculares
Estaduais ( PARANÁ, 2008) prescrevem sobre a necessidade do ensino de gêneros,
contudo, é certo que trabalhar com gêneros, não significa tão somente trabalhar
textos, mas, entender estes enquanto prática social (BAKHTIN, 1998), ou seja,
compreender o aspecto sócio cultural a que estes estão inseridos.
O trabalho com gênero textual em sala de aula é um caminho para atingir os
objetivos propostos pelos documentos oficiais. Gênero é a materialização da
linguagem. Estudar a língua por meio de gênero permite a compreensão de seu uso
efetivo, porque permite a retomada e a compreensão do contexto em que é
produzida.
Segundo Schneuwly e Dolz ( 2004, p.80-82), o importante é que haja um
planejamento em que o aluno deve apreender as características do gênero
estudado para melhor compreendê-lo e melhor produzi-lo dentro e fora do ambiente
escolar; desenvolvendo as capacidades pertinentes ao gênero e que estas devem
ser intransferíveis para outros gêneros próximos ou distantes; O gênero também
sofre transformação, estando no meio escolar, mas que deve continuar sendo um
gênero, devendo ser colocado em uma situação mais próxima possível da realidade
e que esta realidade deve fazer sentido para os alunos. Assim, eles poderão
apreender suas características como realmente são.
É nessa perspectiva que o interacionismo sócio discursivo, de Bronckart
(2003) contribui para as reflexões sobre o processo de transposição didática de
gêneros textuais para o ensino de língua (CRIOSTOVÃO; NASCIMENTO, 2005).
Assim, essa teoria está veiculada a outras teorias de Vigotsky (2003), no
Interacionismo Social, que tematiza o desenvolvimento, a de linguagem apresentada
por Bakhtin – teoria enunciativa e o agir comunicativo criado por Habermas, vincula-
se à corrente da filosofia e das ciências sociais, em que as propriedades de conduta
humanas são resultados de um processo histórico de socialização, atribuindo à
linguagem um papel central no desenvolvimento humano.
Logo, se os textos são a materialização dos discursos enunciados nas mais
divergentes esferas sociais, e daí a diversidade de tipos de textos, e estes
31
formatam-se em gêneros, logo, estudar a língua pelo enfoque de gênero significa
levar o educando a compreender as regras sociais que formatam esses textos.
Dessa forma, ter o gênero como objeto de ensino significa compreender o
seu contexto sócio-histórico de produção, a esfera de atividade humana na qual se
insere, as temáticas que ele contempla, os aspectos culturais expressos na escrita,
os discursos e ideologias nele veiculados e outros aspectos pertinentes ao trabalho
com o mesmo, facilitando a continuidade do processo de construção do letramento
crítico do educando.
XIII-
Humanos: Professores e alunos
Materiais: Data show, Tv pen drive, computador.
XIV-
Aulas expositivas dialogadas
Atividades audiovisuais Pesquisa multimídia, jornais e revistas.
XV-
As atividades serão distribuídas de acordo com o cronograma acima especificado
na implementação do projeto, perfazendo um total de 32 aulas.
XVI-
Esta proposta de intervenção pedagógica será avaliada diariamente,
podendo ser alterada de acordo com a necessidade de cada aluno. Os trabalhos
serão afixados em um mural na escola e divulgados a um jornal ou no blog para
possível publicação.
CONTEÚDOS DE ESTUDOS
AVALIAÇÃO
TEMPO
TÉCNICAS
RECURSOS
32
XVII-
Intertextualidade, coesão textual, coerência textual, relações icônicas,
relações simbólicas, relações indiciais e figuras de linguagens ( metáfora,
ironia,comparação, hipérbole etc )
XVIII-
BAKHTIN, Mikhail. Os Gêneros do Discurso. In:Estética da Criação Verbal. Martins
Fontes. 2oedição. São Paulo, 1997.
BAKHTIN, Mikhail. A Análise Dialógica dos Gêneros do Discurso e os Estudos
de Letramento:Ana Paula Kuczmynda da Silveira1ºedição.Florianópolis,2012
BENITES, Sonia Aparecida Lopes. Sentido, História e Memória em Charges
Eletrônicas: os domínios do interdiscurso. In: POSSENTI, Sírio; PASSETI, Maria
Célia (Orgs). Estudos do texto e do discurso: política e mídia. Maringá: Eduem,
2010.
BRASIL. Secretaria do Ensino Médio. Parâmetros Curriculares Nacionais.
Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Brasília: MEC/SEF, 1996.
BRASIL. Secretaria do Ensino Médio. Parâmetros Curriculares Nacionais.
Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.
______Linguagens, códigos e suas tecnologias / Secretaria de Educação Básica.
Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006.
BRONCKART, Jean-Paul. Atividade de Linguagem, textos e discursos: por um
interacionismo sócio-discursivo. Tradução de Anna Rachel Machado. São Paulo:
Educ, 1999 [1997].
CITELLI, Adilson. Linguagem e persuasão. São Paulo, Atica, 1991.
BIBLIOGRAFIA
33
DOLZ, J. & SCHNEUWLY, B. Gêneros orais e escritos na escola. Tradução e
organização de Roxane Rojo e Glaís Sales, Campinas: Mercado de Letras, 2004.
GERALDI, João Vanderlei. O texto na sala de aula: leitura e produção 2.ed.
Cascavel: Assoeste,1985.
GONÇALVES, Lídia Maria. Do ledor ao leitor: um estudo de caso sobre as
insuficiências na utilização do jornal no ensino de Língua Portuguesa em turmas do
último ano do ensino fundamental. Tese de doutorado. Universidade Federal do Rio
KOCH, Ingedore Villaça. O texto e a construção dos sentidos. São Paulo:
Contexto, 2000.
KOCH, Ingeldore. Introdução à Linguística Textual: trajetória e grandes temas.
1. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
MORETTI, Fernando. Qual a diferença entre charge, cartum e tiras disponível
em:http://www.ccqhumor.com.br/artigos-cartuns/cartum-diferença.htm
Orlandi, Eni P. Análise de discurso. 6ª ed. São Paulo: Pontes, 2005.
PARANÁ. Secretaria do Estado da Educação: Diretrizes curriculares da educação
básica – Língua Portuguesa. Curitiba, 2008.
RIBEIRO, Manuel P. Nova gramática aplicada da língua portuguesa. 13ª ed. Rio
de Janeiro: Metáfora, 2003.
ROMUALDO, Edson Carlos, Charge Jornalística: Intertextualidade e polifonia.
Maringá: Eduem, 2000.
VYGOTSKY, Lev Semenovich. Pensamento e Linguagem. Trad. Jefferson L.
Camargo. 2ª ed. 4ª tiragem. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
Fonte:http://blogmaneiro.com/wp-content/uploads/2009/11/tirinha-emprego
gerente.jpq - Acessado em 30/10/2013
34
http://www.youtube.com/watch?v=-YfLJofLciw&feature=related acessado em
30/10/2013
noticias.UOL.com.br - Acessado em 30/10/2013
Fortunato, Marina - o lixo na escola - 07/11/2013
Marcosmeier.blogspot.com - Acessado em 13/10/2013
http://www2.fcsh.unl.pt/edtl/verbetes/C/caricatura.html acessado em 15/10/2013
Htt://www.sohistoria.com.br/ef/2ditadura/ acessado em 03/11/2013
www.youtube.com/watch?v=yt7zsFSGz-O
como reciclar seu lixo? emumminuto.
Acesso em: 30/10/2013
www.youtube.com/watch?v=mlyz1Ry e D4A
Documentario caminhos do lixo
Acesso em: 30/10/2013
Fonte:www.viamaxi.com.br/2013/08/exposição-mostra-resistencia-daimprensa-a-
ditadura.
Acesso em 03/11/2013
Fonte:http://www.sohistoria.com.br/ef2/ditadura/
Acesso em 03/11/2013
http://www.filologia.org.br/ixcnlf/5/03.htm
35
XIV- Anexos
1. Ampliação de conhecimentos a partir das informações abaixo:
De acordo com o dicionário de linguística,chama-se semiologia ou semiótica a
ciência geral dos signos. O primeiro termo foi utilizado por Ferdinand de
Saussure(1857-19130, linguista genebrino; o segundo, pelo norte-americano
Charles Sanders Peirce (1839-1914). Saussure e Peirce foram contemporâneos e
desenvolveram seus estudos no final do século XIX e início do século XX, sem que
um tomasse conhecimento da obra do outro. A obra de Saussure privilegia o signo
verbal; já a de Peirce, os signos não-verbais. Com base nas diferenças existentes na
relação significante/significado, Peirce apresenta três tipos de signos: ícone, índice
e símbolo.
Origem: wikipédia, a enciclopédia livre
1.1 Para compreendermos as charges, os cartuns, as tiras e outras imagens,
precisamos trazer à mente um dado conhecimento de mundo, que vem a ser ativado
graças a certos tipos de relações de semelhanças (icônicas), as relações de
contiguidade ( indiciais) e as relações simbólicas . E também figuras de pensamento
e de palavras. Estas teorias para posterior estudo estão nos anexos.
a) relação icônica ( ícone): relação motivada /não arbitrária criada pelo homem.
- traço principal: semelhança / similaridade.
- guarda correspondência com a metáfora ( comparação implícita. Exemplo: Aquela
mulher é uma flor.)
- exemplos: estátuas, fotos, mapas, cartuns e charges que se referem a pessoas.
b) relação indicial (índice) : relação que pressupõe um nexo causal, ou seja, há uma
relação de causa entre o signo e o objeto.
- traço principal: contiguidade / proximidade na significação.
- guarda correspondência com a metonímia: transposição de sentido de uma
palavra através de uma relação objetiva. (Exemplo.: Asas bélicas voam sobre a
36
cidade.) O índice pode ser entendido como um “sinal”, que significa a característica,
o traço ou elemento identificador.
- exemplos: são signos indiciais a “fumaça” (“onde há fumaça, há fogo”, já nos
ensina a sabedoria popular), “nuvens pretas” (índice de “chuva”), “árvore florida”
(índice de “primavera”).
c) relação simbólica (símbolo): relação analógica parcialmente motivada.
- conceituação de símbolo gera bastante controvérsia, que se agrava ainda pela
falta de unificação terminológica. Tem caráter convencional (arbitrário), mas não é
gratuito. Existe uma relação entre significante e significado.
- Exemplos: “balança”, por conter a noção de equilíbrio, simboliza a “Justiça” ;
espada (força); cruz (Cristianismo); bandeira branca (paz; branco: mansidão;
quietude). Cores apresentam valores simbólicos por influência do contexto político-
cultural. O uso simbólico de “animais” também decorre do contexto cultural:
“ratos”podem simbolizar a “corrupção”; o “touro”, a “força”; a “raposa”, a esperteza”.
Fonte: portaldoprofessor.mec.gov.br - Acessado em 08/10/2013
1.2 Atividades de interpretação oral
Professor (a): À medida que os estudantes forem interpretando as charges, eles
fazem as devidas anotações destas relações em um quadro, contendo três colunas,
nas quais serão anotadas as relações de semelhança (icônicas), as relações de
contiguidade (indiciais) e as relações simbólicas.
a) Quem é o personagem da charge?
37
b) Que região do país está sendo retratada?
c) Por que podemos afirmar isso? Podemos chamar este tipo de relação de índices
ou indiciais?
d) A que fases da vida do personagem as palavras “ontem” e “hoje” estão
relacionadas?
e) Analisando o quadro “ontem”, podemos identificar que o personagem teve um
passado cheio de privações? Quais são os sinais (ÍNDICES) que nos permitem
chegar a essa conclusão?
f) Analisando o quadro “hoje”, percebemos que, embora envelhecido, trata-se do
mesmo personagem?
g) Qual é a residência atual do personagem?
h) Como podemos chegar a essa conclusão? Que tipo de relação podemos
encontrar na charge?
i) Hoje, o personagem do texto é retrato como uma pessoa que possui poucos
recursos financeiros?
j) Quais foram os índices nos levou a entender que a situação de vida dele mudou?
2- Figuras de linguagem
Comparação – aproximação de dois termos entre os quais existe alguma semelhança, como na metáfora. Existe, porém, a presença de conectivo. Ex.: A cada chuva caía como lágrimas de um céu
Metonímia – é a substituição do sentido da palavra ou expressão por outro sentido, havendo entre eles uma relação lógica. Ex.: Ouvi Mozart com emoção (Mozart = a música de Mozart).
Catacrese – é o emprego de um termo figurado por falta de um termo próprio para designar determinadas coisas.Ex.: Sentou-se no braço da poltrona para descansar.
Eufemismo – abrandamento, atenuação de uma expressão de sentido desagradável. Ex.: Aqueles homens públicos se apropriaram do dinheiro (apropriar = roubar).
Hipérbole – Figura que, através do exagero, procura tornar mais expressiva uma idéia. Ex.: Possuía um mar de sonhos e aspirações.
Antítese – consiste no emprego de termos em sentidos opostos. Ex.: “Tristeza não tem fim/ Felicidade sim...” (Vinícius de Morais).
38
Sinestesia – é uma espécie de metáfora que relaciona planos sensoriais diferentes. Ex.: Um doce abraço indicava que o pai o desculpara (doce = sensação gustativa; abraço = sensação tátil).
Prosopopéia (também chamada de personificação ou animismo) – é uma espécie de metáfora que consiste em atribuir características humanas a outros seres. Ex.: Com a passagem da nuvem, a lua se tranqüiliza.
Ironia: afirmação contrária daquilo que se pensa. Ex.: É um santo! (para alguém com mau comportamento)
Metáfora: estabelece uma relação de semelhança ao usar um termo com significado diferente do habitual. Ex.: A menina é uma flor.