os desafios da escola pÚblica paranaense na … · atividade de reflexão ou de leitura prévia e,...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO
PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA
TURMA - PDE/2013
1 Dados de identificação
Título
A produção textual escrita em um 7º ano do
ensino fundamental: revisão e a reescrita a
partir do trabalho com o gênero lenda
Autora
Roseny Inacio Luiz Streilling
Disciplina/Área (ingresso)
Língua Portuguesa
Escola de Implementação do
Projeto e sua localização
Colégio Estadual Carlos Gomes – Ensino
Fundamental, Médio e Profissional.
Rua Bahia, 954
Município da Escola
Ubiratã
Núcleo Regional de Educação
Goioerê
Professora Orientadora
Adriana Delmira Mendes Polato
Instituição de Ensino Superior
FECILCAM- Faculdade Estadual de Ciências e
Letras de Campo Mourão
Relação Interdisciplinar História e Arte
Resumo Para a sua constituição como ser social, o aluno precisa ter acesso à diversidade de textos, a fim de que possa apreendê-los por meio de práticas sociais de leitura, escrita e oralidade. O material didático aqui apresentado tem como foco a revisão e a reescrita do texto produzido pelo aluno, a partir da participação reflexiva do próprio aluno produtor de textos e também do professor, como revisor e corretor dos mesmos. A atividade da escrita é processual e por isso deve ser entendida como um trabalho. Nesse sentido, as intervenções corretivas a serem realizadas nos textos dos alunos, pelos professores, necessitam ser respaldadas por pesquisas cujas reflexões apontam para rumos mais claros de efetivação desse trabalho, conforme mostram os estudos de Serafini (2001) e Ruiz (2010). A concepção de escrita como trabalho, preconizada por Geraldi e sistematizada por Sercundes (1997), assim como as reflexões sobre a linguagem, advindas do círculo de Bakhtin compõem a base teórica deste material. Portanto, este caderno pedagógico possibilitará ao aluno e ao professor, a partir da concepção de escrita como trabalho, participarem da revisão da produção de um texto do gênero lenda, como ponto de partida para sua reescrita, aperfeiçoamento e melhoria.
Palavras-chave Lenda. Escrita. Revisão. Reescrita.
Formato do Material Didático Caderno Pedagógico
Público Alvo Alunos do 7º ano
2. Apresentação:
A necessidade de melhoria no ensino de Língua Portuguesa está sempre
presente nas discussões entre os profissionais da área da educação, sendo uma
das suas pautas, a urgente mudança no ensino da produção de texto nas escolas
públicas. Ainda é possível dizer que se faz presente no cotidiano escolar a tendência
em se conceber a escrita como prática isolada, que se realiza sem nenhuma
atividade de reflexão ou de leitura prévia e, quando não, apenas como consequência
de uma leitura prévia superficial, o que Sercundes (1997) chama, respectivamente,
de escrita como dom e escrita como consequência. Quando não se estabelece uma
atividade processual de escrita, geralmente se dá primazia aos desacordos
gramaticais apresentados no texto do aluno em detrimento à análise dos objetivos
interacionais que norteiam a produção textual escrita. Isso se marca fortemente no
momento da correção textual efetuada pelo professor.
Sabemos que a elaboração do texto escrito é um processo que exige a
compreensão das demandas da enunciação pelo modo escrito. Para produzir bons
textos escritos é necessário que o aluno conheça o gênero a ser produzido e tenha
conhecimento do tema a ser tratado. O aluno que tem algo a dizer, orientado pelo
professor, conseguirá defender mais facilmente seus pontos de vista ou opiniões.
Portanto, as leituras e as discussões prévias integram o planejamento da produção
deste caderno pedagógico que visa proporcionar atividades que possam favorecer
um aprimoramento na maneira do aluno aprender. Desta forma, oportunizaremos
várias atividades de leitura, compreensão e análise linguística para que, embasado
nestes conhecimentos, o aluno possa produzir seu texto, revisá-lo e reescrevê-lo de
forma a atingir o objetivo de publicá-lo em uma coleção de livros para serem doados
à biblioteca da escola e transformá-lo em uma peça teatral para ser apresentada
para a comunidade escolar.
Partimos do pressuposto de que quem sabe o que quer dizer, devido ao
conhecimento interiorizado e sedimentado previamente, poderá se dedicar a autoria
do texto. Para tanto, as etapas que compreendem revisar e reescrever o texto são
relevantes para que se busque seu aperfeiçoamento. Por entendermos a leitura e a
escrita como práticas sociais indissociáveis e imbricadas, procuramos contemplá-las
na elaboração das atividades.
Assim sendo, este trabalho de leitura e escrita de lendas que será
desenvolvido com os alunos do 7º ano será uma leitura agradável, pois traz
informação e entretenimento a partir de temas aparentemente corriqueiros. Uma das
intenções de se utilizar o gênero lenda como instrumento para a prática da leitura e
produção de texto é justamente resgatar o aspecto cultural, seja da família ou da
comunidade em que o aluno está inserido. Outro motivo é o fato de a lenda ser um
texto narrativo e permitir uma grande liberdade imaginativa, dando condições para
que o aluno possa assumir a autoria na construção de seu texto.
Desta forma, é tarefa do professor, por meio deste caderno pedagógico, fazer
sua intervenção, vivenciando práticas de leitura e escrita que possam ampliar o
conhecimento prévio do aluno fazendo-o romper paradigmas e apropriar-se de
novos conhecimentos.
3 Material didático
O presente trabalho tem como proposta uma Produção didático-Pedagógica
que visa à superação das dificuldades de muitos alunos na produção de textos
escritos.
No desenvolvimento do trabalho, serão introduzidos textos, comentários orais
e recursos audiovisuais, mostrando que a inspiração dos personagens do Folclore
brasileiro pode servir de estímulo à leitura e, consequentemente, à produção escrita
dos textos planejados após embasamento sobre o gênero lendas. Com sua gama de
personagens míticos, o Folclore pode ser um elemento motivador para uma
disposição de interesse inicial e, a partir de então, poderemos fazer um
aprofundamento dos temas tratados, possibilitando um crescimento pessoal e
intelectual do aluno com relação à leitura e a produção escrita.
Este Caderno Pedagógico foi dividido em três unidades didáticas para uma
melhor organização do trabalho. A unidade I refere-se à valorização das lendas do
Folclore como forma de expressão do povo, bem como o trabalho com a
compreensão, interpretação e análise linguística do gênero em questão; A unidade II
aponta para a importância do gênero lenda na cultura do estado do Paraná e na
cidade de Ubiratã, onde os alunos estão inseridos. A Unidade III refere-se às
atividades de produção, revisão e reescrita dos textos produzidos pelos alunos e da
avaliação, que será feita através da confecção de uma coleção de livros que fará
parte do acervo da biblioteca da escola e montagem de uma peça de teatro que será
apresentada para a comunidade escolar no mês de agosto em comemoração ao
mês do folclore, como forma de resgate e valorização da cultura popular.
Vale lembrar que as atividades aqui propostas são embasadas nas teorias do
círculo de Bakhtin e por isso, desenvolvem a leitura e a escrita de lendas
considerando o conteúdo temático, a organização composicional e o estilo deste
gênero e também o próprio gênero como uma concretização histórica social e
cultural.
Este material didático foi planejado para (32) trinta e duas aulas e está
dividido da seguinte forma:
UNIDADE I – Leitura de lendas – composta por 6 atividades. (13 aulas)
UNIDADE II – Desenvolvendo o Gênero Lendas - composta por 6 atividades.
(12 aulas)
UNIDADE III – Escrevendo e reescrevendo lendas – composta por 3
atividades. (7 aulas)
4 Objetivos do Material Didático
- Promover o reconhecimento da leitura como fonte de prazer, de
conhecimento de mundo e de processo por meio do qual o aluno pode produzir
sentidos;
- Promover atividades para refletir sobre o gênero lenda, como enunciado
relativamente estável, flexível, dinâmico e histórico-culturalmente constituído;
- Promover atividades com o objetivo de refletir sobre as características
linguísticas, composicionais e temáticas presentes no gênero lenda;
- Desenvolver atividades de escrita, concebendo-a como uma atividade
processual, como um trabalho;
- Planejar a atividade de revisão textual de forma a propiciar a participação de
alunos e professor no trabalho com o gênero lenda.
UNIDADE I – Leitura de Lendas
“Entre a maternidade e o túmulo, nossas mentes talvez passem mais tempo
passeando por mundos imaginários do que pelo mundo real.”
Folha de São Paulo, 08/09/2013
Objetivos dessa unidade:
- Aproximar os alunos dos diversos tipos de leituras;
- Conhecer as características do gênero lenda;
- Mostrar a importância do folclore para a preservação da cultura do nosso
povo;
- Trabalhar a leitura, interpretação e compreensão dos textos apresentados;
- Confrontar as lendas lidas com poemas, histórias em quadrinhos, filmes,
mostrando a diálogo temático existente entre os textos;
- Observar nas lendas que, as personagens, as ações, o tempo, o espaço e a
intriga da narrativa são fundamentais para a composição da narrativa e para sua
interpretação e compreensão.
- Trabalhar aspectos discursivos e linguísticos dos textos.
- Desenvolver habilidades de ouvir, falar, interpretar, compreender e de expressar opiniões;
ATIVIDADE 1
A história em quadrinhos abaixo fala de uma situação que parece estar cada
vez mais presente entre as crianças de hoje. Observe.
A história em quadrinhos(HQ) foi retirada do livro Vontade de saber português – editora FTD.
Edição 2012. Página 229.
Após ler a HQ com atenção, responda as questões:
a) E você, conhece esta personagem? O que é possível falar sobre a sua
personalidade só observando a sua fala?
A) Na história, o Saci se apresenta como um personagem folclórico muito
conhecido. Que outros personagens folclóricos você pode citar?
B) Explique, em poucas palavras, o que você entende por Folclore?
C) Após ler a história e observando a atitude do Saci, que leitura podemos fazer
a partir do uso das reticências no primeiro balão?
D) Notamos em quase todos os balões, o uso do ponto de exclamação.
Podemos dizer que isso aconteceu por qual motivo?
E) A expressão “Como vocês já sabem...” utilizada pelo Saci no primeiro balão,
foi confirmada na sequência da história? Explique.
F) Você conhece a palavra Pokémon? O que sabe sobre ela?
G) Nas falas do Saci percebemos o uso do verbo ser “sou”, que sendo verbo de
ligação, tem seu sentido completado pelo predicativo (palavra que qualifica o
sujeito). Considerando as intenções do personagem, explique por que sua
fala se concretiza a partir da utilização deste tipo de predicado.
A seguir, uma pequena explicação sobre predicado nominal.
Predicado nominal e predicativo do sujeito.
Observe a frase retirada da HQ:
“..., eu sou famoso.”
Observe que o predicativo dessa frase “famoso” informa uma característica do sujeito “eu”.
Quando isso acontece temos predicado nominal.
Quanto a sua forma o predicado nominal é formado por dois elementos fundamentais: verbo
de ligação e predicativo do sujeito.
Verbo de ligação é o termo que liga o sujeito à sua característica.
Predicativo do sujeito é o termo que indica uma característica do sujeito.
Exemplo: “(Eu) sou conhecido de Norte a Sul do país.”
Verbo de ligação predicativo do sujeito
ATIVIDADE 2
Agora vamos assistir a um pequeno vídeo que fala sobre o folclore e
mostra alguns personagens, que como o Saci, fazem parte desse universo
mágico. Vamos relembrar.
Personagens folclóricos – disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=eCLPV-uc5sw -
acesso em 22/08/2013 às 14h20m.
Reforçando a memória
O que é Folclore?
Fazer um breve comentário sobre o filme e expor o texto abaixo (se preferir r pode
utilizar slides com imagens)
O folclore é definido como a expressão da cultura popular, pois é um conjunto
de tudo que o povo sabe, inventa, aprende e ensina como os mitos e as lendas que
as pessoas passam de geração para geração. Muitas dessas histórias são relatos de
pura imaginação das pessoas, principalmente dos moradores das regiões do interior
do Brasil. O folclore pode ser dividido em lendas e mitos e, muitos deles, deram
origem às festas populares, que ocorrem pelos quatro cantos do país. Devido ao fato
de o Brasil ser muito grande, em cada região do país, o povo se expressa de forma
diversa através de danças, pratos típicos, brincadeiras, cantigas e vocabulário
próprio.
As lendas que hoje conhecemos são heranças de nossos antepassados que
se valeram da linguagem oral por meio das interações sociais no contexto familiar,
em aldeias e comunidades onde se contavam histórias. Devido à transmissão oral,
as lendas sofriam alterações com o passar do tempo e eram modificadas à medida
que iam sendo contadas. Numa linguagem simples, as lendas nos permitem misturar
fatos reais com imaginários, podem transmitir valores, ensinamentos, regras de
conduta e fenômenos da natureza, particularidades anatômicas de certos animais,
origens de plantas, animais e alimentos. Em seus conteúdos, pode-se observar a
presença do sobrenatural. Existe uma pequena diferença entre mito e lendas. A
lenda é uma narrativa popular, sempre inspirada em fatos históricos, cujo herói
reflete os anseios de um grupo ou de um povo - um exemplo seria a lenda de "Robin
Wood". Já o mito seria um tipo de lenda, só que com os personagens divinizados - o
mito de Apolo, por exemplo. No Brasil, devido à miscigenação, existem muitas
lendas que explicam particularidades de várias regiões do país.
Em resumo, podemos citar as principais caraterísticas desse gênero como:
- mistura fatos reais, históricos, com acontecimentos que são fantasiosos.
- apresenta um relato que se refere a um passado remoto, portanto, o tempo
é indefinido.
- na lenda pessoas se transformam em animais e plantas, animais se
transformam em pessoas, existem seres que realizam feitos extraordinários e muitas
lendas apresentam objetos mágicos.
Sugerimos que a leitura do texto abaixo seja dramatizada, trocando os papéis
para que todos participem.
- parecida com as fábulas, a lenda traz também forte ensinamentos morais
por punir ou valorizar certos comportamentos.
- as lendas encerram-se com acontecimentos sobrenaturais, extraordinários,
mágicos.
- são relatos anônimos e transmitidos oralmente por muitas gerações e
geralmente apresentam narrativas de cunho popular.
- Quase sempre as lendas dão uma explicação mágica para a origem de
certos animais, plantas e costumes de pessoas ou povos.
- por ser um texto narrativo, apresenta seus elementos essenciais:
personagens, ações, tempo, espaço e narrador.
ATIVIDADE 3
Apresentamos abaixo um trecho do texto que fala sobre a preocupação dos
personagens folclóricos com o esquecimento das pessoas.
Um encontro fantástico
Todos os anos eles se reuniam na floresta (…) para ver a quantas andava a sua fama. O
Saci-Pererê chegou primeiro. Logo apontou no céu a Serpente Emplumada (…). Do meio das
folhagens, saltou o Lobisomem (…). Não tardou, (…) o Negrinho do Pastoreio (…)
— E então — perguntou o Boto, (…) — Como estão as coisas?
— Difíceis — respondeu o Saci (…). — Não assustei muita gente nessa temporada.
— Acho que é a concorrência
— disse o Boto. — Andam aparecendo muitos heróis e vilões novos.
— A diferença é que somos autênticos — disse o Negrinho do Pastoreio. — Nós nascemos do
povo.
— Se pegarmos no pé de uns
escritores, a coisa pode melhorar
— disse a Serpente Emplumada.
— Eu conheço um — disse o
Saci. — Vamos juntos atrás dele!
(…)
João Anzanello Carrascoza. Um
encontro fantástico. Nova Escola.
São Paulo: abril, n.140, abril. 2001. P.
34-35.
Responda as questões abaixo relacionadas ao texto.
a) Qual é a principal semelhança temática entre esse texto e a HQ (história em
quadrinhos) do Saci, apresentada no exercício 1?
Fonte: Roseny Inacio Luiz Streilling
Figura 1: Personagens Folclóricos
É importante que o professor conheça a lenda que pode ser encontrada nos
anexos e foi retirada do livro de Luís da Câmara Cascudo. Lendas brasileiras
para jovens. Global editora. São Paulo, 2006. Pag.113-122 ou disponível em:
http://lendasdobrasil.blogspot.com.br/2010/10/lenda-do-negrinho-do-pastoreiro.html -
acesso em 15/10/2013 às 08h48m
b) A HQ, apresentada no exercício 1 e o texto “Encontro fantástico” apresentam
a mesma estrutura? Explique a diferença entre esses gêneros e como podem
ser classificados.
c) Como poderíamos explicar o sentido da palavra “fantástico” apresentada no
título do texto? Você sabe o que é literatura fantástica? Comente.
d) Que problema os personagens do texto “Um encontro fantástico” estão
enfrentando? Por que isso está acontecendo?
e) Os personagens do texto pensaram em uma solução para o problema. Você
concorda com ela e o que você sugeriria a eles?
f) Por que o Saci, no texto “Um encontro fantástico”, considera o Negrinho do
Pastoreio um herói? Você conhece sua lenda? Conte-a para a turma.
g) Segundo a história “Um encontro Fantástico”, os personagens do folclore
nacional estão sendo substituídos por heróis estrangeiros. Você saberia dizer
quais são esses heróis? Você concorda com essa afirmação. Justifique.
h) Observe o trecho:
“ – Pois é – resmungou a Serpente Emplumada. – Até bruxas
andam importando. Tem monstros demais por aí...
- São todos produzidos por homens de negócios – disse o Saci. –
É moda. Vai passar...”
Depois de ler este trecho do texto, quem você entende que são os homens de
negócios e por que o Saci os chamou assim?
Verbos de elocução
Os verbos de elocução são aqueles que introduzem ou anunciam a fala. Exemplos: afirmar, falar, indagar, perguntar, responder, argumentar, replicar, pedir,
implorar, comentar, exclamar, questionar... Observe as palavras destacadas no trecho a seguir:
— E então — perguntou o Boto, (…) — Como estão as coisas?
— Difíceis — respondeu o Saci (…). — Não assustei muita gente nessa temporada.
— Acho que é a concorrência — disse o Boto. — Andam aparecendo muitos heróis e vilões novos.
Esses verbos também podem ser chamados de verbos discendi.
O discurso direto
Discurso é a prática humana de construir textos, sejam eles escritos ou orais.
Em um texto narrativo, o autor pode optar por três tipos de discurso: o discurso direto, o discurso
indireto e o discurso indireto livre. Eles podem aparecer juntos em um texto.
Vejamos um deles:
Discurso Direto: Neste tipo de discurso as personagens ganham voz. Ocorre normalmente em
diálogos. Isso permite que traços da fala e da personalidade das personagens sejam destacados
e expostos no texto. Esse discurso reproduz fielmente as falas das personagens. Travessões,
dois pontos, aspas e exclamações são muito comuns durante a reprodução das falas,
juntamente com os verbos de elocução que você já estudou.
Ex.
“— Se pegarmos no pé de uns escritores, a coisa pode melhorar — disse a Serpente
Emplumada.”
“— Eu conheço um — disse o Saci. — Vamos juntos atrás dele!”
i) Quanto à estrutura, podemos dizer que esse texto apresenta uma narrativa?
Justifique.
j) O texto apresenta vários verbos que servem para introduzir as vozes das
personagens? Cite alguns desses verbos. Você sabe como se chamam?
k) Você percebeu que durante todo o texto aparecem muitos travessões? Qual a
função deles?
ATIVIDADE 4
Agora vamos assistir à versão de uma lenda bem conhecida do folclore
nacional. Depois conheceremos a lenda que deu origem ao filme e em seguida,
assistiremos mais uma versão da mesma história.
Filme “A lenda da Iara” disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=EgFPKjvnblI - acesso
em 03/09/2013 / às 16h30m. Duração do filme 10m6s
Leia o texto com atenção.
A lenda da Iara
Também conhecida como
a “mãe das águas”, Iara é
uma personagem
do folclore brasileiro. De
acordo com a lenda, de
origem indígena, Iara é
uma sereia (corpo de
mulher da cintura para
cima e de peixe da
cintura para baixo)
morena de cabelos
negros e olhos
castanhos.
Fonte: Roseny Inacio Luiz Streilling
Figura 2: Lenda da Iara
Contam os índios da região amazônica que Iara era uma excelente índia
guerreira. Os irmãos tinham ciúmes dela, pois o pai a elogiava muito. Certo dia, os
irmãos resolveram matar Iara. Porém, ela ouviu o plano e resolveu matar os irmãos,
como forma de defesa. Após ter feito isso, Iara fugiu para as matas. Porém, o pai a
perseguiu e conseguiu capturá-la. Como punição, Iara foi jogada no rio Solimões
(região amazônica). Os peixes que ali estavam a salvaram e, como era noite de lua
cheia, ela foi transformada numa linda sereia. Nas pedras das encostas, costuma
atrair os homens com seu belo e irresistível canto. As vítimas costumam seguir Iara
até o fundo dos rios, local de onde nunca mais voltam. Os poucos que conseguem
voltar acabam ficando loucos em função dos encantamentos da sereia. Neste caso,
conta a lenda, somente um ritual realizado por um pajé (chefe religioso indígena,
curandeiro) pode livrar o homem do feitiço.
Texto A lenda da Iara – disponível em:
http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=313
acesso em 25/08/2013 às 15h30m.
Assista a mais uma versão da mesma lenda.
Kauan e a lenda das águas 1 disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=44EXD1DM4Gs
- acesso em 22/08/2013 às 16h10m. Duração do filme 11m6s.
Kauan e a lenda das águas 2 disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=DNYKHOO2504-
acesso em 22/08/2013 às 16h30m/. Duração do filme 09m46s.
Com base nos textos apresentados responda as questões abaixo:
a) Depois de ler o texto “A lenda da Iara” e assistir aos dois filmes, responda: o
que as três histórias têm em comum?
b) Em cada história foi tratado de um tema diferente, apesar da lenda da Iara ser
mostrada em todas elas. Você consegue identificar os temas que aparecem
em cada história? Explique:
Pronomes pessoais
Pronomes pessoais são aqueles que substituem uma das três pessoas do discurso. Exemplo: Eu fui ao cinema de táxi. (eu = 1ª pessoa do discurso)
Você foi ao cinema de táxi? (você = 2ª pessoa do discurso) Ele foi ao cinema de táxi. (ele = 3ª pessoa do discurso)
Os pronomes pessoais são subdivididos em: do caso reto: função de sujeito na oração. Nós saímos do shopping. (nós = sujeito) - do caso oblíquo: função de complemento na frase. Desculpem-me. (me = objeto) Os pronomes oblíquos subdividem-se em: - oblíquos átonos: nunca precedidos de preposição, são eles: me, se, te, o, a, lhe, nos,
vos, se, os, as, lhes. EX: Basta-me o teu amor. - oblíquos tônicos: sempre precedidos de preposição: Preposição: a, de, em, por etc. Pronome: mim, ti, si, ele, ela, nós, vós, si, eles, elas. EX: Basta a mim o teu amor. Pronomes Pessoais:
Pessoa Pronomes retos Pronomes oblíquos
Singular primeira Eu Me, mim, comigo segunda Tu Te, ti, contigo terceira Ele/ela Se, si, consigo, o, a, lhe Plural primeira Nós Nos, conosco segunda Vós Vos, convosco terceira Eles/elas Se, si, consigo, os, as, lhes
c) Identifique as principais semelhanças entre as Iaras das três histórias.
d) Agora identifique quais as diferenças entre as três Iaras.
e) No trecho “Os peixes que ali estavam a salvaram e, como era noite de
lua cheia, ela foi transformada numa linda sereia”, as palavras grifadas
foram utilizadas para substituir qual termo. Por quê? Você sabe como esses
termos se chamam e qual a sua função? Comente.
f) No texto “A lenda da Iara”, você leu que o ciúme sentido pelos irmãos de Iara
fez com que pretendessem matá-la. Você acha que a pessoa ciumenta é
O trabalho pode ser feito em duplas e em papel sulfite para uma possível
exposição na sala.
capaz de fazer maldades? Comente. Você já teve esse sentimento? Como
reagiu?
g) O texto “A lenda da Iara” conta que quando Iara descobriu que os irmãos
pretendiam matá-la, os matou primeiro. Em sua opinião, qual outra solução
ela poderia ter tomado antes de decidir matá-los?
h) A ganância é um sentimento que leva o ser humano a cometer atos
irracionais. Como percebemos isso no primeiro filme da Iara?
i) A solução tomada por Kauan, no segundo filme, para solucionar o problema
do lixo poderia ser viável para nós hoje? De que forma? O que pode ser feito
para que o lixo não contamine nossos rios?
ATIVIDADE 5
Como já foi discutido anteriormente, o folclore brasileiro possui muitas
lendas que têm sua popularidade destacada conforme a região do Brasil.
Vamos ver se você conhece algumas.
Usando sua imaginação e criatividade, faça um desenho que represente
as principais características dos personagens lendários abaixo.
a) BOI-VAQUIM - É um boi com chifre de ouro, asas e olhos de diamante. Haja
coragem para laçá-lo, porque solta chispas de fogo pelos chifres.
b) COBRA-NORATO ou HONORATO – È um belo rapaz que ora tem corpo de
serpente, ora de ser humano. Adora dançar e, quando vai aos bailes, assume
a forma humana e encanta a todos com sua beleza.
c) CHUPA-CABRA – É um animal misterioso que morde o pescoço e chupa o
sangue de animais rurais em alguns países como Brasil, Porto Rico e México.
d) CAVALO DAS ALMAS – É um animal que anda pelas estradas em busca de
almas de pessoas recém-falecidas para levá-las ao céu.
e) PORCA DOS SETE LEITÕES – Era uma rainha que foi castigada por um
feiticeiro e virou uma porca. Anda na beira das estradas com seus sete
leitões, soltando fogo pelo nariz, olhos e boca.
f) CUCA – É uma bruxa horrível com cara de jacaré e garras nos dedos. Muito
cuidado com ela, pois não tolera crianças desobedientes.
g) MÃE DE OURO - Representada por uma bola de fogo que indica os locais
onde se encontra jazidas de ouro. Também aparece em alguns mitos como
sendo uma mulher luminosa que voa pelos ares. Em alguns locais do Brasil,
toma a forma de uma mulher bonita que habita cavernas e após atrair homens
casados, os faz largar suas famílias.
h) COMADRE FLORZINHA - É uma fada pequena que vive nas florestas do
Brasil. Vaidosa e maliciosa possui cabelos compridos e enfeitados com flores
coloridas. Vive para proteger a fauna e a flora. Junto com suas irmãs, vivem
aplicando sustos e travessuras nos caçadores e pessoas que tentam
desmatar a floresta.
i) PISADEIRA - É uma velha de chinelos que aparece nas madrugadas para
pisar na barriga das pessoas, provocando a falta de ar. Dizem que costuma
aparecer quando as pessoas vão dormir de estômago muito cheio.
A leitura pode ser feita por um aluno, ou pela sala em forma de jogral.
j) BOITATÁ - Representada por uma cobra de fogo que protege as matas e os
animais e tem a capacidade de perseguir e matar aqueles que desrespeitam a
natureza.
ATIVIDADE 6
O Saci Pererê é uma das personagens mais conhecidas do folclore
brasileiro e está presente em quase todas as rodas de contação de histórias.
Os sonhos do Saci
Saci-Pererê
saracotia na mata.
(...)
Saci em seu sonho,
é mais serelepe.
(...)
Com quem sonha o Saci?
- Eu sonho com duas
pernas,
saltando de lá pra cá...
O techo acima foi retirado da obra do autor Elias José. Os sonhos do Saci. In_________. Cantos de
encantamento. Belo Horizonte: Formato, 1996.p.9.
Fonte: Roseny Inacio Luiz Streilling
Figura 3: Saci sonhando
Agora leia a lenda do Saci-Pererê.
O Saci Pererê
O Saci-Pererê é um dos
personagens mais conhecidos do
folclore brasileiro. Provavelmente,
surgiu entre povos indígenas da
região Sul do Brasil. Nesta época,
era representado por um menino
indígena de cor morena e com um
rabo, que vivia aprontando
travessuras na floresta. Na Região
Norte do Brasil, a mitologia
africana o transformou em
um negrinho que perdeu uma
perna lutando capoeira, imagem
que prevalece nos dias de hoje.
Herdou também, da cultura africana, o pito, uma espécie de cachimbo e, da
mitologia europeia, herdou um gorrinho vermelho.
O saci é um negro jovem de uma só perna, portador de uma carapuça sobre a
cabeça que lhe concede poderes mágicos. Considerado uma figura brincalhona, que
se diverte com os animais e pessoas, fazendo pequenas travessuras que criam
dificuldades domésticas, ou assustando viajantes noturnos com seus assovios –
bastante agudos e impossíveis de serem localizados. Assim é que faz tranças nos
cabelos dos animais, depois de deixá-los cansados com correrias; atrapalha o
trabalho das cozinheiras, fazendo-as queimar as comidas, ou ainda, colocando sal
nos recipientes de açúcar ou vice-versa; ou aos viajantes se perderem nas estradas.
O mito existe pelo menos desde o fim do século XVIII ou começo do XIX.
A função desta "divindade" era o controle, sabedoria, e manuseios de tudo
que estava relacionado às plantas medicinais, como guardião das sabedorias e
Fonte: Roseny Inacio Luiz Streilling
Figura 4: Saci
técnicas de preparo e uso de chá, beberagens e outros medicamentos feitos a partir
de plantas.
Como suas qualidades eram as da farmacopeia, também era atribuído, a ele,
o domínio das matas onde guardava estas ervas sagradas, e costumava confundir
as pessoas que não pediam a ele a autorização para a coleta destas ervas.
Em 2005, foi instituído o Dia do Saci no Brasil, comemorado no dia 31 de
outubro, a fim de restaurar as figuras do folclore brasileiro, em contraposição a
influências folclóricas estrangeiras, como o Dia das Bruxas.
O saci, por suas características de esperteza e brasilidade, é o símbolo
da Seção de Instrução Especial da Academia Militar das Agulhas Negras, localizada
em Resende, no estado do Rio de Janeiro.
A lenda do Saci disponível em :http://pt.wikipedia.org/wiki/Saci acesso em 17/09/2013 às 16:17
Agora vamos conhecer o conto de Monteiro Lobato que também fala da
lenda do Saci-Pererê.
A Lenda do Saci Pererê Monteiro Lobato
Tio Barnabé era um negro de mais de oitenta anos que morava no rancho
coberto de sapé lá junto da ponte. Pedrinho não disse nada a ninguém e foi vê-lo.
(...)
- Tio Barnabé, eu vivo querendo saber duma coisa e ninguém me conta
direito. Sobre o saci. Será mesmo que existe saci?
(...)
- Pois, seu Pedrinho, saci é uma coisa que eu juro que exéste. Gente da
cidade não acredita – mas exéste. A primeira vez que vi saci eu tinha assim a sua
idade.
(...)
- Conte, então, direitinho, o que é saci. Bem tia Nastácia me disse que o
senhor sabia, que o senhor sabe tudo…
- Como não hei de saber tudo, menino, se já tenho mais de oitenta anos?
Quem muito véve muito sabe…
- Então conte. Que é, afinal de contas, o tal saci? E o negro contou tudo
direitinho.
- O saci – começou ele – é um diabinho de uma perna só que anda solto pelo
mundo, armando reinações de toda sorte e atropelando quanta criatura existe. Traz
sempre na boca um pitinho aceso, e na cabeça uma carapuça vermelha. A força
dele está na carapuça, como a força de Sansão estava nos cabelos. Quem
consegue tomar e esconder a carapuça de um saci fica por toda a vida senhor de
um pequeno escravo.
- Mas que reinações ele faz? – indagou o menino. - Quantas pode –
respondeu o negro.
– Azeda o leite, quebra a ponta das agulhas, esconde as tesourinhas de
unha, embaraça os novelos de linha, faz o dedal das costureiras cair nos buracos.
Bota moscas na sopa, queima o feijão que está no fogo, gora os ovos das ninhadas.
Quando encontra um prego, vira ele de ponta pra riba para que espete o pé do
primeiro que passa. Tudo que numa casa acontece de ruim é sempre arte do saci.
Não contente com isso, também atormenta os cachorros, atropela as galinhas e
persegue os cavalos no pasto, chupando o sangue deles. O saci não faz maldade
grande, mas não há maldade pequenina que não faça. Disse Tio Barnabé.
- E a gente consegue ver o saci?
- Como não? Eu, por exemplo, já vi muitos. Ainda no mês passado andou por
aqui um saci mexendo comigo – por sinal lhe dei uma lição de mestre…- Como foi?
Conte…Tio Barnabé contou.
(...)
- E assim aconteceu. Depois de muito virar e mexer, o sacizinho foi embora e
eu fiquei armando o meu plano para assim que ele voltasse.
(...)
Tão impressionado ficou Pedrinho com esta conversa que dali por diante só
pensava em saci, e até começou a enxergar saci por toda parte. (...)
- Estou resolvido a pegar um saci – disse ele – e quero que o senhor me
ensine o melhor meio. Tio Barnabé riu-se daquela valentia.
- Gosto de ver um menino assim. Bem mostra que é neto do defunto sinhô
velho, um homem que não tinha medo nem de mula-sem-cabeça. Há muitos jeitos
de pegar saci, mas o melhor é o de peneira. Arranja-se uma peneira de cruzeta…
(...)
- E depois?
- Depois, se a peneira foi bem atirada e o saci ficou preso, é só dar um jeito
de botar ele dentro de uma garrafa e arrolhar muito bem. Não esquecer de riscar
uma cruzinha na rolha, porque o que prende o saci na garrafa não é a rolha e sim a
cruzinha riscada nela. É preciso ainda tomar a carapucinha dele e a esconder bem
escondida. Saci sem carapuça é como cachimbo sem fumo. Eu já tive um saci na
garrafa, que me prestava muitos bons serviços. Mas veio aqui um dia aquela
mulatinha sapeca que mora na casa do compadre Bastião e tanto lidou com a
garrafa que a quebrou. Bateu logo um cheirinho de enxofre. O perneta pulou em
cima da sua carapuça, que estava ali naquele prego, e "até logo, tio Barnabé!" (...)
A lenda do Saci Pererê disponível em: http://lendasdobrasil.blogspot.com.br/2010/10/lenda-do-
saci-perere.html acesso em 26/08/2013 às 15h55m.
José Bento Renato Monteiro Lobato (Taubaté, 18 de abril de 1882 – São
Paulo, 4 de julho de 1948) foi um dos mais influentes escritores
brasileiros do século XX. Foi um importante editor de livros inéditos e autor de
importantes traduções. Ficou popularmente conhecido pelo conjunto educativo
de sua obra de livros infantis, que constitui aproximadamente a metade da sua
produção literária, que entre as mais famosas destaca-se Reinações de
Narizinho (1931), Caçadas de Pedrinho (1933) e O Pica-Pau Amarelo (1939).
Suas personagens mais conhecidas são: Emília, uma boneca de pano com
sentimento e ideias independentes; Pedrinho, personagem que o autor se
identifica quando criança; Visconde de Sabugosa, a sabia espiga de milho que
tem atitudes de adulto, Cuca, vilã que aterroriza a todos do sítio, Saci Pererê e
outras personagens que fazem parte da inesquecível obra: O Sítio do Pica-Pau
Amarelo, que até hoje encanta muitas crianças e adultos.
Biografia Monteiro Lobato disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Monteiro_Lobato
acesso em 06/09/2013 às 16h6m
Responda:
a) Conto e poesia são gêneros diferentes, no entanto, é possível identificar
características semelhantes da personagem Saci nos dois textos. Cite
algumas.
b) Podemos dizer que a visão que o narrador do conto “Lenda do Saci Pererê” e
o eu-lírico do poema “Sonhos do Saci” têm do Saci é a mesma nos dois
textos? Justifique.
c) Partindo do conhecimento de que os dois textos desta unidade pertencem a
gêneros distintos, cite quais diferenças quanto à estrutura podemos perceber
neles?
d) O Conto do Saci, de Monterio Lobato, apresenta o uso do discurso direto.
Este tipo de discurso reproduz fielmente a fala das personagens nos diálogos
do texto. Isso permite que traços da fala e da personalidade dessas
personagens sejam expostos. Ex: “- Pois, seu Pedrinho, saci é uma coisa
que eu juro que exéste.”; “Quem muito véve muito sabe…”. Observando
estes exemplos da fala do Tio Barnabé, que poderíamos dizer sobre ele? O
que há de diferente na fala dele? E você, conhece pessoas que falam dessa
forma? Você acha que esse jeito de falar faz com que essas pessoas sofram
preconceito? Nós podemos considerar esse modo de falar como errado? Por
quê?
e) Que leitura pode ser feita do enunciado: “O saci não faz maldade grande”.
Quais atitudes do Saci comprovam isso no poema? A palavra destacada na
frase é um adjetivo, pois qualifica o substantivo maldade. Que outro adjetivo
poderia ser usado sem alterar o sentido da frase? Se não houvesse o adjetivo
“grande” nesse enunciado, o sentido mudaria?
f) Observe os trechos seguintes: “Achou o pito naquela mesa, pôs uma brasinha
dentro e paque, paque, paque…”; “A pobre galinha quase que morreu de
susto. Fez cró, cró, cró...”. As palavras destacadas reproduzem os sons a
que se referem. Você se lembra do nome dessa figura de linguagem que
também é muito utilizada nas histórias em quadrinhos?
g) No poema percebemos que o saci tem um sonho. Comente os possíveis
motivos desse sonho do Saci.
h) O poema “Os sonho do Saci”, está repleto de verbos e adjetivos que ajudam
a transmitir a ideia de um Saci ágil e inquieto. Coloque 1 na frente das frases
que expressam ação e 2 na frente das frases que demonstram as qualidade
do Saci.
( ) “saracoteia na mata”
( ) “solitário e sabichão”
( ) “Saci, em seu sonho, dança o cururu”
( ) “Saci agarra a gaita e toca uma canção”
( ) “Saci, em seu sonho, é mais serelepe.”
( ) “Saci, em seu sonho, é bem mais risonho”
i) Observando, na quinta estrofe do poema, os versos “ Saci, lá na relva, sonha
que dá dó.” Como você explica o uso do acento na palavra destacada?
j) Nos versos “Saci-Pererê saracoteia na mata” e “Saci-Pererê só assusta, não
mata” podemos dizer que as palavras destacadas têm o mesmo sentido?
Explique.
UNIDADE II – Desenvolvendo atividades para vivenciar o Gênero
Lenda
“A imaginação é mais importante que a ciência, porque a ciência é limitada,
ao passo que a imaginação abrange o mundo inteiro.”
Albert Einstein
Objetivos desta unidade:
- Promover atividades para refletir sobre o gênero lenda, como enunciado
relativamente estável, flexível, dinâmico e histórico culturalmente constituído;
- Promover atividades com o objetivo de refletir sobre as características linguísticas,
composicionais e temáticas presentes no gênero lenda;
- Aproximar os alunos da cultura popular da sua região.
A cultura de um povo mostra sua identidade, suas raízes, o seu modo de
viver, entender o mundo e expressar-se através das palavras e da arte. O
Estado do Paraná apresenta uma grande riqueza folclórica e esta unidade
pretende focar um pouco desta riqueza que são algumas das suas principais
lendas.
ATIVIDADE 1
Passaremos agora a analisar a composição do Gênero lenda. Sabendo
que a lenda é um texto narrativo que contém vários fatores de dependência
extremamente importantes para a boa estruturação do texto, começaremos por
expor os elementos que formam a estrutura da narrativa.
Este conteúdo será apresentado aos alunos através do data show e será entregue
um resumo para que colem no caderno para futuras consultas na hora da
elaboração da lenda.
ENREDO: É o fato que se narra. Também conhecido por trama, ação, história. O
enredo é composto por:
- começo, dividido em duas partes: a) introdução ou exposição na qual são
apresentados fatos iniciais, personagens,
tempo, espaço. Esta parte serve para situar
o leitor quanto ao texto que irá ler;
b) complicação é a parte do texto em que
se desenvolve o conflito ou conflitos, que
Segundo Gancho (2006), “é qualquer
componente da história (personagens, fatos,
ambientes, ideias, emoções) que se opõe a
outro, criando uma tensão que organiza os
fatos da história e prende a atenção do
leitor.” Constitui-se da parte em que agem
forças opositoras ao desejo da personagem
principal.
- meio ou clímax: O clímax é o momento chave da narrativa, no qual o conflito que
chega a seu ponto máximo. Deve ser um trecho dinâmico e emocionante. Na
verdade, as outras partes do enredo se organizam em função dele.
- fim ou desfecho: O desenlace é a conclusão da narração, onde tudo é esclarecido
configurando-se em final feliz, triste, surpreendente, trágico, irônico, cômico, mágico
entre outros.
Para exemplificar como identificar as partes de um enredo, utilizaremos
uma versão da lenda da Araucária.
Lenda da araucária
Certo dia, ao sair para caçar, um índio viu uma onça e a curandeira da tribo
inimiga, pela qual havia se apaixonado. Após matar a onça, ele se aproximou da
índia, que se assustou e desmaiou. Índios da tribo inimiga encontraram o caçador
com a curandeira nos braços, pensaram mal do que viram e o mataram a
flechadas. Diz a lenda que o índio se transformou em uma araucária e a índia em
uma gralha azul. As gotas de sangue que pingaram são os pinhões que a gralha
azul enterra. As flechas são os espinhos e o índio a árvore.
A Lenda da Araucária disponível em:
http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/retratosparana/curiosidades/conteudo.phtm
l?id=1180725&tit=Conheca-cinco-lendas-regionais-contadas-no-Parana acesso em
19/09/2013 às 16h03m.
Exposição Certo dia, ao sair para caçar, um índio viu uma onça e a curandeira da tribo
inimiga, pela qual havia se apaixonado.
Complicação Após matar a onça ele se aproximou da índia, que se assustou e desmaiou.
Clímax Índios da tribo inimiga encontraram o caçador com a curandeira nos braços,
pensaram mal do que viram e o mataram a flechadas.
Desfecho Diz a lenda que o índio se transformou em uma araucária e a índia em uma
gralha azul. As gotas de sangue que pingaram eram os pinhões que a gralha
azul enterra. As flechas eram os espinhos e o índio a árvore.
Além do enredo, a narrativa apresenta outros elementos importantes como:
PERSONAGENS: são seres sempre fictícios que fazem a história acontecer. Podem
ser animais, pessoas ou coisas que se definem como protagonistas ou antagonistas,
principais ou secundárias, heróis ou anti-heróis devido as suas ações dentro da
história.
No texto analisado:
Protagonista e personagem principal: um índio
Antagonista: índios da tribo inimiga
Personagens secundárias: onça e curandeira
TEMPO: os fatos de um enredo estão ligados ao tempo em vários níveis como: a
época em que se passa a história, duração da história, tempo cronológico, ou seja,
um tempo que transcorre na ordem natural, do começo para o fim do texto e que
geralmente aparece especificado durante o texto; ou um tempo psicológico, onde
existe um intervalo em que as ações ocorreram, mas não se consegue distingui-lo,
pois acontece numa ordem determinada pelo desejo ou pela imaginação do narrador
ou das personagens.
No texto analisado:
Tempo cronológico: tempo apresentado na lenda, poderíamos dizer que é cronológico por
mostrar uma sequência direta dos fatos.
ESPAÇO: O lugar físico onde ocorrem as ações do enredo e é imprescindível para
o leitor imaginar a ação com maior facilidade.
No texto analisado:
Espaço: no texto trabalhado, o espaço é a floresta onde os índios moram.
NARRADOR: É o elemento estruturador da história, ou seja, quem conta a história.
Pode se apresentar em primeira pessoa, aquela que participa do fato narrado, é
chamado narrador-personagem ou em terceira pessoa, o qual não participa dos
fatos, e é denominado narrador-observador.
No texto analisado:
Narrador: na lenda da araucária e da gralha azul temos narrador observador que
não participa da história só a relata.
Existem algumas perguntas que podem nos ajudar na construção do enredo:
O que aconteceu (enredo), quando aconteceu? (tempo), onde aconteceu? (espaço), com quem aconteceu? (personagens), como aconteceu? (trama, clímax, desenlace).
Ouça a lenda a seguir que será lida pelo professor.
Lenda das Cataratas do Iguaçu
Uma linda lenda tupi-guarani explica o surgimento das Cataratas do Iguaçu.
Há muitos anos atrás, o Rio Iguaçu corria livre, sem corredeiras e nem
cataratas. Em suas margens habitavam índios caingangues, que acreditavam que o
grande pajé M’Boy era o deus-serpente, filho de Tupã. Ignobi, cacique da tribo, tinha
uma filha chamada de Naipi, que iria ser consagrada ao culto do deus M’Boy,
divindade com a forma de grande serpente.
Tarobá, jovem guerreiro da tribo se enamora de Naipi e no dia da
consagração da jovem, fogem para o rio que os chama: - "Tarobá, Naipí, vem
comigo!" Ambos desceram o rio numa canoa.
M’Boy, furioso com os fugitivos, na forma de uma grande serpente, penetrou
na terra e retorceu-se, provocou desmoronamentos que foram caindo sobre o rio,
formando os abismos das cataratas. Envolvidos pelas águas, caíram de
grande altura. Tarobá transformou-se numa palmeira à beira do abismo, e Naipí, em
uma pedra junto da grande cachoeira, constantemente açoitada pela força das
águas. Vigiados por M’Boy, o deus-serpente, permanecem ali, Tarobá condenado a
contemplar eternamente sua amada sem poder tocá-la.
Lenda das Cataratas do Iguacu, disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Iguazu_D%C3%A9cembre_2007_-_Panorama_1.jpg acesso
em 16/09/2013 às 22h35m.
Fonte: Roseny Inacio Luiz Streilling
Figura 5: Cataratas do Iguaçu
a) Responda V para verdadeiro e F para falso.
Pela leitura da lenda podemos afirmar que:
( ) A lenda trata de traição.
( ) O cacique da tribo e pai de Naipi mentiu para a cobra.
( ) A lenda apresenta um guerreiro valente e destemido chamado Ignobi.
( ) A lenda das cataratas é considerada uma lenda de origem portuguesa.
( ) O índios acreditavam somente no deus Tupã.
( ) Naipi foi transformada em rocha e Tarobá em palmeira.
Após a explicação sobre a composição da narração, responda as questões sobre a lenda das Cataratas do Iguaçu.
b) “A lenda das cataratas” é um texto narrativo. Em duplas, com base nas
informações apresentadas sobre o gênero narrativo, identifique os seguintes
elementos da narração presentes no texto:
Narrador (personagem ou observador):…………………….............………..
…………………………………………………………………………….............….
personagens:…………………………………………………….............…………
…………………………………………………………………………...........………
enredo: exposição:…………………………………............…………………
………………………………………………………...........…………
………………………………………………………………..........….
complicação:………………………………………………...........….
……………………………………………………………………........
……………………………………………………………………........
clímax:……………………………………………………..........…….
…………………………………………………………………….........
………………………………………………………………….........…
desfecho:…………………………………………………..........……..
…………………………………………………………………........….
………………………………………………………………….............
espaço: ………………………………………………………………….........………
……………………………………………………………………………...........……..
tempo: ……………………………………………………………...........……………
………………………………………………………………………………............….
c) Não é comum as lendas apresentarem discurso direto, onde os próprios
personagens falam. Na lenda das Cataratas, aparece uma vez o uso desse
tipo de discurso localize-o e copie-o. Explique como você o identificou.
ATIVIDADE 2
A lenda da Gralha Azul é típica da região sul do Brasil, principalmente do
estado do Paraná. A gralha azul é a ave replantadora da árvore símbolo do estado
do Paraná: a araucária (tipo de pinheiro). De acordo com a lenda, a ave tem a
missão divina de ajudar na disseminação desta árvore. Durante o outono, os
bandos de gralhas azuis pegam os pinhões (frutos das araucárias) e os estocam
no solo ou em pedaços de árvores apodrecidos no chão. Neste processo,
favorecem o nascimento de novas árvores.
Fonte: Domínio Público
Figura 6: Gralha Azul
Fonte: Roseny Inacio Luiz Streilling
Streilling
A LENDA DA GRALHA AZUL
A lenda da Gralha Azul e da Araucária
De acordo com a lenda, há muito tempo atrás, a gralha azul era apenas uma
gralha parda, semelhante às outras de sua espécie. Mas um dia a gralha azul
resolveu pedir para Deus lhe dar uma missão que lhe faria muito útil e importante.
Deus lhe deu um pinhão, que a gralha pegou com seu bico com toda força e
cuidado. Abriu o fruto e comeu a parte mais fina. A outra parte mais gordinha
resolveu guardar para depois, enterrando-a no solo. Porém, alguns dias depois ela
havia esquecido o local onde tinha enterrado o restante do pinhão.
A gralha procurou muito, mas não
encontrou aquela outra parte do fruto. Porém, ela
percebeu que havia nascido na área onde havia
enterrado uma pequena araucária. Então, toda
feliz, a gralha azul cuidou daquela árvore com
todo amor e carinho. Quando o pinheiro cresceu
e começou a dar frutos, ela começou a comer
uma parte dos pinhões e enterrar a parte mais
gordinha (semente), dando origem a novas
araucárias. Em pouco tempo, conseguiu cobrir
grande parte do Estado do Paraná com milhares
de pinheiros, dando origem a floresta de
Araucária.
Quando Deus viu o trabalho da gralha azul, resolveu dar um prêmio a ela:
pintou suas penas da cor do céu, para que as pessoas pudessem reconhecer aquele
pássaro, seu esforço e dedicação. Assim, a gralha que era parda, tornou-se azul.
A lenda da gralha azul e da araucária, disponível em :
http://www.portalentretextos.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/a-lenda-
da-gralha-azul,236,8249.html acesso em 20/09/2013 às 15h07m.
Discuta com os colegas e responda as questões:
Fonte: Roseny Inacio Luiz Streilling
Figura 7: Araucária
Após o filme fazer um comentário com os alunos sobre a importância da
preservação desta árvore símbolo do Paraná.
a) A nossa região já foi repleta da árvore plantada pela gralha azul. Hoje são
poucas as árvores dessa espécie. Você conhece essa árvore? Já comeu o
seu fruto?
b) Como já dissemos, o pinheiro do Paraná está cada vez mais escasso na
nossa região. O que você imagina ser o motivo do desaparecimento dessa
espécie de árvore?
c) Dentro da narração, os acontecimentos contados sofrem transformações
entre o início e o desfecho. Identifique os fatos que sofreram mudanças
durante a lenda da gralha azul.
d) A lenda que você acabou de ler, fala de duas origens: a cor da gralha e o
pinheiro paranaense. Qual das duas histórias foi responsável pelo desfecho
da outra?
e) As duas lendas apresentadas nesse exercício “A lenda da gralha azul” e “A
lenda das Cataratas do Iguaçu”, apresentam a mesma sequência narrativa:
começo, meio e fim. Identifique, em cada uma delas, o fato que gera o
desenvolvimento do enredo. Ou seja, qual é o fato que desencadeia o
desfecho da história?
Agora vamos assistir a um pequeno filme que mostra a história da
araucária e seu valor cultural e histórico para o estado do Paraná.
Filme sobre a Araucária, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=pXtrm6evtm8 –
Acesso em 23/09/2013 às 20:15
ATIVIDADE 3
Leia o texto abaixo:
Lenda do Véu da Noiva
Uma moça gostava de um de seus empregados e dizia que queria se casar
com ele. Porém, o pai a deu em casamento para um homem. Sem conseguir
terminar o noivado, ela foi à cachoeira e escorregou. Seus cabelos se abriram
enroscando-se nas raízes e pedras e ela morreu. Quando acharam o corpo,
chamaram aquele local de Véu da Noiva.
a) A história que você leu está completa quanto aos elementos fundamentais da
narrativa, como: personagem, narrador, espaço, tempo e enredo, porém
poderíamos deixar esta história mais bonita. Reescreva- a acrescentando
palavras que qualificam as pessoas e lugares (adjetivos ou locuções
adjetivas) e utilize também palavras que dão ideias de lugar, tempo, modo
(advérbios ou locuções adverbiais).
Agora leia o texto original e compare com a sua história.
Lenda do Véu da Noiva
Uma moça, filha de um fazendeiro que morava perto de um rio onde havia
uma bela cachoeira, gostava de um de seus empregados e dizia que queria se
casar com ele. Usaria no seu casamento um véu bem comprido e largo. Porém, o
pai a deu em casamento para um homem rico e desconhecido. Sem conseguir
terminar o noivado indesejável, ela foi à cachoeira e escorregou lentamente no
lugar mais perigoso das pedras. Seus longos cabelos, levados pelas águas, se
abriram enroscando-se nas raízes e pedras e ela morreu. Quando acharam o
corpo, chamaram aquele local de Véu da Noiva.
Lenda do Véu da noiva, disponível em:
http://singrandohorizontes.blogspot.com.br/2012/01/lendas-e-contos-populares-do-
parana_26.html acesso em 20/09/2013 às 15h23m
b) Circule no texto acima as palavras que qualificam as personagens e os
lugares. Depois converse com o professor e os colegas sobre a importância
dos adjetivos ou locuções adjetivas.
ATIVIDADE 4
Lenda de Ubiratã
Aprendemos até aqui que os saberes folclóricos são passados de geração a
geração, por meio da oralidade. Abaixo transcrevemos uma lenda contada por um
dos colonizadores de Ubiratã que tem muitas histórias para contar.
Ubiratã História e Memória. Editora Gráfica Assoeste – Cascavel-PR, 2008. P.327 e 328
Questões:
a) Você se lembra de alguma história da cidade que seus pais, avós ou pessoas
mais velhas contaram? Exponha para a turma.
b) Em sua opinião, que contribuições as histórias do Sr.Vilder Bordin e das
pessoas mais velhas que nos contam as histórias da colonização de Ubiratã
trazem para a cultura local?
c) A lenda apresentada traz uma linguagem um pouco diferente das outras que
estudamos. Percebemos que além de contar um fato, as palavras foram
escolhidas de forma a dar humor ao texto. Indique algumas passagens do
texto que comprovam isso.
d) Através dos textos que lemos até aqui, percebemos a grande importância da
pontuação para o entendimento dos mesmos. Um único sinal de pontuação
pode ser utilizado em diferentes situações. Observe o trecho a seguir “Certa
vez, eles contrataram alguém novo.” Marque um X na resposta correta. No
caso acima a vírgula foi utilizada para:
( ) enumerar coisas que pertencem a um mesmo grupo.
( ) destacar um chamamento (vocativo).
Vilder Bordin nasceu em Joaçaba Santa Catarina, em 08 de outubro de 1933. Chegou a Ubiratã
no dia 24 de agosto de 1954 junto com a esposa Evanildes Bordin e tinha como missão inicial,
abrir uma clareira para providenciar uma pista de pouso para aviões de pequeno porte que
trariam os empreendedores e compradores de terra a Ubiratã. O topógrafo Vilder Bordim é uma
das grandes figuras históricas da aventura colonizadora noroestina.
Ubiratã História e Memória. Editora Gráfica Assoeste – Cascavel-PR, 2008. P.57.
( ) destacar a explicação de um termo (aposto).
( ) separar a indicação de tempo (advérbio de tempo ou locução adverbial de
tempo).
e) Observe as frases:
I “Eram Vilder, Herbert, Zé Lara e Baiano.”
II “Depois de realizar a perícia, quatro pioneiros ficaram incumbidos de
enterrar o defunto.”
III “Depois de muito trabalho, conseguiram colocar o defunto na cova…”
IV “Com o tempo, constatou-se que a madeira havia brotado e formado
um lindo pé de cedro…”
Responda V para verdadeiro ou F para falso.
( ) Nas frases I e III, as vírgulas servem para enumerar palavras.
( ) Nos trechos II, e IV, as vírgulas servem para separar palavras que dão
ideia de tempo.
( ) Nos trechos II, e IV, as vírgulas servem para separar palavras que dão
ideia de modo.
( ) Na frase I a vírgula foi utilizada para separar palavras de um mesmo
grupo.
f) As cinco lendas trabalhadas nesta unidade apresentam uma característica
em comum. Todas elas foram escritas com o uso do discurso indireto. Nesse
Para essa atividade os alunos irão precisar de sulfite, lápis-de-cor, cartolina, cola e
tesoura.
tipo de discurso, o narrador conta a história e reproduz fala e reações das
personagens. É escrito normalmente em terceira pessoa. Nesse caso, o
narrador se utiliza de palavras suas para reproduzir aquilo que foi dito pela
personagem.
Exemplo: “Depois de muito trabalho, conseguiram colocar o defunto na cova, de
frente, sem caixão, mas ainda assim o morto se virava. Isso aconteceu até que
Vilder Bordin montou no defunto e ordenou que os amigos jogassem a terra
sobre o corpo.”
Para exercitar um pouco o que você aprendeu sobre os discursos direto e
indireto, passe o trecho destacado acima para o discurso direto. Preste atenção na
mudança do tempo verbal, pois no discurso indireto os verbos vão estar sempre no
passado por transcrever uma fala já dita. Isso é diferente no discurso direto que
transcreve a fala no momento de sua enunciação.
ATIVIDADE 5
A atividade a seguir visa reforçar as características da lenda e, de uma
forma lúdica, fazer com que os alunos conhecem o máximo possível das
lendas brasileiras. Para isso, o trabalho será realizado em duplas e em sala de
aula.
1ª Etapa
Primeiramente os alunos formarão grupos com quatro membros, depois, cada
grupo receberá uma folha com figuras de personagens das lendas brasileiras
conhecidas ou não. Em seguida, devem pintar e colar os personagens em pedaços
de cartolinas que deverão ser entregues em número e tamanho suficientes para
cada figura. Depois desse primeiro momento, os alunos serão encaminhados até o
laboratório de computação onde pesquisarão e copiarão, no caderno, no mínimo,
duas lenda dos personagens recebidos pelo grupo.
2ª Etapa
Entregar o quadro aos alunos e pedir que escolham uma lenda copiada no
caderno e o preencham.
(Entregar o quadro digitado aos alunos)
Autor da lenda ou
origem
Título Região Cenário
Características (físicas
e psicológicas) da
personagem central
Tipo de
discurso
Desfecho Ensinamento
Para que a atividade seja agradável é interessante que o ambiente seja
preparado para contação de histórias.
3ª Etapa
A próxima etapa será copiar um pequeno resumo dos personagens lendários,
cada um em um pedaço de cartolina do mesmo tamanho em que foram coladas as
figuras, formando assim um jogo da memória.
4ª Etapa
Fazer uma aula com exposição oral, pelos alunos, das lendas pesquisadas
relatando as experiências e aprendizagens que tiveram com essa atividade.
ATIVIDADE 6
Nosso folclore está cheio de histórias assustadoras de seres que vivem
rondando nossa vida. Mesmo causando medo as pessoas gostam de ouvir sobre as
assombrações e aventuras desses personagens. A HQ a seguir fala desse assunto.
O texto a ser trabalhado foi escrito por Maurício de Souza. Chico Bento: Pra casa da Vó Dita.
São Paulo: Globo, n. 388, 2001. P. 22-5.
Após a leitura do texto, o professor e os alunos poderão transformar a história
em quadrinhos em um texto em prosa sem uso do discurso direto. Dessa forma, o
professor poderá tirar as dúvidas que tenham ficado sobre os tipos de discurso e
prepará-los para a produção da lenda.
UNIDADE III – Escrevendo e reescrevendo lendas
“Só um sentido de invenção e uma necessidade intensa de criar levam o
homem a revoltar-se, a descobrir e a descobrir-se com lucidez.”
Pablo Picasso
Objetivos desta unidade:
- Desenvolver atividades de escrita, concebendo-a como uma atividade processual,
como um trabalho;
- Instigar os alunos sobre a construção e a escrita de uma lenda;
- Produzir lendas procurando fundamentar a estrutura da narrativa estudada,
seguindo a concepção de escrita como trabalho.
- Planejar a atividade de revisão textual de forma a propiciar a participação de
alunos e professor no trabalho com o gênero lenda.
- Revisar e reescrever as lendas produzidas para que contemplem o que foi
planejado.
Como vimos até agora, as lendas e os mitos são histórias sem autoria
conhecida. Muitos povos de diferentes lugares e épocas criaram essas histórias com
o objetivo de explicar o surgimento de fatos como a origem da Terra, da lua, dos
seres humanos, do dia, da noite e de outros fenômenos da natureza. Também
servem para falar de heróis e deuses, monstros e outros seres fantásticos. No lugar
em que você mora existem pessoas que conhecem histórias desse tipo, como já
pudemos ver na unidade II.
A partir do conhecimento adquirido, através das atividades anteriores, é a sua
vez de produzir uma lenda para fazer parte da coleção de lendas da turma. Depois
de escritas, revisadas e reescritas as lendas serão digitadas e ilustradas para a
composição dos livros que ficarão à disposição para empréstimo na biblioteca da
escola. Para a atividade, propomos a criação de uma lenda que explique a origem
de alguns lugares da nossa cidade. No texto a ser produzido, esperamos que você
utilize toda a sua criatividade, para que seu texto se adeque ao gênero estudado e
atenda ao objetivo proposto.
ATIVIDADE 1
Vamos começar!
Para produzir uma boa lenda, planeje seu texto a partir das orientações a
seguir:
a) Primeiro, escolha uma das fotos abaixo e depois crie uma história explicando,
de uma forma fantástica, o surgimento desses lugares.
Lago municipal de Ubiratã
Fonte: Autora
Fonte: Roseny Inacio Luiz Streilling
Fonte: Roseny Inacio Luiz Streilling
Foto 1: Lago municipal de Ubiratã
Foto 2: Figueiras da praça central de Ubiratã
Fonte: Roseny Inacio Luiz Streilling
Monumento às colheitas de Ubiratã
Fonte: Roseny Inacio Luiz Streilling
Foto 3: Praça da Oração de Ubiratã
Foto 4: Monumento à colheita de Ubiratã
Fonte: Roseny Inacio Luiz Streilling
Faremos uma correção coletiva, no quadro negro, de uma das lendas escritas,
para que todos os alunos possam opinar e tirar suas dúvidas sobre a construção
do texto e seus elementos básicos. Utilizaremos, para essa correção, a tabela
criada no início dessa unidade.
b) Defina o enredo da história. Lembre-se que, por se tratar de uma lenda, você
pode abusar da imaginação, elementos fantásticos e mágicos. Como viu na
unidade anterior, você deve dividir bem a sua história em começo
(exposição), meio (complicação e clímax) e desfecho (fim) que deve ser
surpreendente.
c) Defina quem serão os personagens da história. Procure dar características
físicas para que o leitor possa imaginar a sua imagem. Não se esqueça de
dizer como eles se comportam e quais são suas atitudes.
d) Faça um pequeno resumo do enredo e depois vá acrescentando informações
enriquecedoras, descrições das personagens e outros elementos importantes
para uma história fantástica.
ATIVIDADE 2
Neste momento, serão oportunizadas várias formas de revisão do texto
produzido.
a) Faça uma leitura do seu texto observando se ele atende as orientações acima
e responde as questões básicas da narrativa: o que aconteceu? (enredo),
quando aconteceu? (tempo), onde aconteceu? (espaço), com quem
aconteceu? (personagens), como aconteceu? (exposição, clímax, desfecho).
b) Reúna-se com um colega e troque a sua história para que ele opine sobre o
seu texto. Passe-o a limpo corrigindo-o conforme as orientações.
c) Após a revisão coletiva, observe o seu texto e, se necessário, passe-o a limpo
novamente para entregá-lo ao professor.
ATIVIDADE 3
Professor e alunos construirão, conjuntamente, uma tabela para a correção
classificatória dos problemas encontrados nos textos produzidos.
Esboçamos, a seguir, uma proposta preliminar, que pode ser melhorada a
partir do diálogo com os alunos e de acordo com o desenvolvimento do processo de
produção textual.
A tabela abaixo contém classificação para as questões linguísticas e
orientações para questões de atendimento ao gênero.
QUESTÕES LINGUÍSTICAS E DE ORGANIZAÇÃO TEXTUAL
Problema apresentado Código usado explicação
ortografia 1 Palavra grafada
incorretamente
acentuação 2 Faltando acento ou acento
inadequado
Concordância verbal 3 Verificar se o verbo da
oração está concordando
com sujeito.
Concordância nominal 4 Verificar se o artigo, o
adjetivo, o numeral e o
pronome, concordam em
gênero e número com o
substantivo.
Pontuação 1 5 O sinal de pontuação
utilizado está adequado?
Paragrafação 7 Mudar de parágrafo
QUESTÕES RELATIVAS AO GÊNERO “lenda”
Estas devem ser acordadas com os alunos para que
possam refletir sobre o atendimento ao gênero.
Ex:
1) A história apresenta elementos fantásticos?
2) Essa lenda possui todas as partes que uma narrativa
deve ter?
A tabela pode e deve ser melhorada pelo professor, a partir de discussões e
acordos feitos com os alunos.
Após a correção classificatória (Serafini, 2001) professor fará a correção
textual interativa (Ruiz, 2010). O texto, então, será devolvido ao aluno para sua
reescrita e devolução. Novamente o professor fará suas observações se achar
necessário. É muito importante que nesta etapa o professor atenda aos alunos
individualmente, seja na hora atividade ou em contra turno, para que possa fazer as
correções finais, já que as lendas serão colocadas em exposição.
Após a correção dos textos, os alunos serão levados ao laboratório de
informática para que digitem suas lendas no formato de livros.
O terceiro passo será a ilustração das histórias que poderá ser feita
coletivamente respeitando o talento de cada aluno.
Por fim, serão confeccionadas as capas que conterão no verso, o nome das
outras lendas da coleção e uma pequena bibliografia do autor da história.
Para encerramento do projeto, será escolhida uma lenda da turma e
transformada em peça de teatro para ser apresentada aos alunos do colégio, no
mês de agosto, nas comemorações folclóricas.
Ao final do trabalho, será feita uma avaliação com os alunos sobre todo o
caminho percorrido, lembrando que é muito importante a avaliação da leitura e
escrita para que haja um processo de aprendizagem contínuo.
Houve aprendizagem significativa em relação ao gênero lenda?
O que este projeto pode ajudar na aprendizagem da escrita como trabalho?
Em qual sentido a leitura e a escrita podem melhorar a vida de cada um?
Considerações Finais
Esperamos que ao final do projeto os alunos reconheçam que as lendas e
mitos folclóricos fazem parte da vida do povo, pois expressam o pensar, o sentir e o
agir das pessoas. Segundo (CASCUDO, 1976),
[...] O folclore, sendo uma cultura do povo, é uma cultura viva, diária, natural. As raízes imóveis no passado podem ser evocadas como indagações da antiguidade. O folclore é o uso, o emprego imediato, o comum, embora antiguíssimo. [...]
Esperamos também que todo esse estudo sirva para ampliar a capacidade
linguística dos alunos em suas produções orais e escritas, formando leitores e
escritores conscientes quanto à própria atitude de produzir textos e quanto ao
processo e ao trabalho que isso envolve.
Referências Bibliográficas
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