prévia edição 35

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Com conteúdo + MEDIA FAZENDO R$ 5 edição nº 35 janeiro/ fevereiro 2015 Na(s) barbárie(s) do capitalismo, somos solidári@s a todas as vítimas NENHUMA VIDA VALE MAIS DO QUE OUTRA EDIÇÃO DIGITAL REDUZIDA Clique aqui - www.tinyurl.com/35impressa para adquirir a edição impressa pela internet e receber em casa Clique aqui - www.tinyurl.com/35digital para comprar a edição digital completa. Clique aqui - www.tinyurl.com/revistavirusplanetario para assinar a Vírus!

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Prévia da edição 35 (janeiro/fevereiro 2015) da Revista Vírus Planetário

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Com conteúdo

+MEDIAFAZEN

DO

R$5edição nº 35

janeiro/fevereiro

2015

Na(s) barbárie(s) do capitalismo, somos solidári@s a todas as vítimas

NENHUMA VIDA VALE MAIS DO QUE OUTRA

EDIÇÃO DIGITAL REDUZIDA

Clique aqui - www.tinyurl.com/35impressa para adquirir a edição impressa pela internet e receber em casa

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EXPEDIENTE:Rio de Janeiro: Alexandre Kubrusly, Ana Chagas, André Camilo, Artur Romeu, Bruna Barlach, Bruno Costa, Caio Amorim, Camille Perrisé, Catherine Lira, Chico Motta, Débora Nunes, Didi Helene, Daniela Fi Diego Novaes, Eduardo Sá, Fernanda Alves, Joyce Abbade, Julia Campos, Leandro Santos, Mariana Adão, Mariana Moraes, Regina Gomes, Thais Linhares | São Paulo: Ana Carolina Gomes, Duna Rodríguez, Gustavo Morais, Hamilton Octávio de Souza, Jamille Nunes, Jéssica Ipólito, Luka Franca, Marcelo Araújo | Brasília: Alina Freitas, Diogo Cardeal, Edemilson Paraná, João Apolinário Passos, Maiara Zaupa e Thiago Vilela | Minas Gerais: Ana Malaco e Laura Ralola | Ceará: Caio Erick, Joana Vidal, Livino Neto e Lucas Moreira | Piauí: André Café, Diego Barbosa, Mariana Duarte, Nadja Carvalho e Sarah Fontenelle | Bahia: Mariana Ferreira | Paraíba: Iarlyson Santana e Mariana Sales | Paraná: Elisa Riemer e Tiago Silva | Mato Grosso do Sul: Bárbara de Almeida, Eva Cruz, Fernanda Palheta, Jones Mário, Marina Duarte, Rafael de Abreu e Tainá Jara | Rio Grande

do Sul: João Victor Moura, Maiara Marinho e Rafael Balbueno Diagramação: Caio Amorim

Conselho Editorial: Adriana Facina, Amanda Gurgel, Ana Enne, André Guimarães, Claudia Santiago, Dênis de Moraes, Eduardo Sá, Gizele Martins, Gustavo Barreto, Henrique Carneiro, João Roberto Pinto, João Tancredo, Larissa Dahmer, Leon Diniz, MC Leonardo, Marcelo Yuka, Marcos Alvito, Mauro Iasi, Michael Löwy, Miguel Baldez, Orlando Zaccone, Oswaldo Munteal, Paulo Passarinho, Repper Fiell, Sandra Quintela, Tarcisio Carvalho, Virginia Fontes, Vito

Gianotti e Diretoria de Imprensa do Sindicato Estadual dos Profissionais de Edução do Rio de Janeiro (SEPE-RJ)

#Impressão: Ramandula

A Revista Vírus Planetário - ISSN 2236-7969 é uma publicação da Malungo Comunicação, Editora e Comércio de Revistascom sede no Rio de Janeiro. Telefone: 21 3502-7877

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Anônimo: Olá pessoal! Gostava da maioria das postagens de vocês! Agora com o modismo do Charlie da França notei que vocês estão fazendo piadas sobre crenças também. Não acho inteligente cutucar ninho de marimbondo, os idiotas franceses cutucaram os idiotas fanáticos e pagaram o preço. Agora vocês querem chamar a atenção dos fanáticos também??? Achei que fosse uma revista inteligente, com vocês eu não “colo”. Estou descurtindo a página com muito prazer! E por favor não chamem a atenção dos homens-bomba para o Brasil, por favor!

Nossa Resposta: As charges em questão NÃO pretendem representar o pensamento d@s muçulman@s e/ou atacar os seguidores do Islã. A intenção é denunciar uma visão completamente deturpada e ensandecida de extremistas que fazem atrocidades em nome de Alá e de Maomé, sendo que a religião islâmica prega exatamente o contrário.

Rafael Marcon: Chegaram as revistas. Elas são lindas, já dei uma lida nelas, bem massa o trampo de vocês, mano. Parabéns.

Tiko Arawak compartilhando a imagem à esquerda (ilustração de Thais Linhares postada em nosso facebook no dia do natal:

“O dia de hoje é uma data muito especial para os cristãos e até por isso cabe-nos lembrar o principal ensinamento expresso por Jesus: Amai vos uns aos outros! E saúda os cristãos que compreendem que esse amor é incondicional e que respeita e protege a diversidade sexual.”

Wow, CLAP CLAP CLAP! Parabéns à família Vírus Planetário!

Capa: Ilustração de Tiago SilvaEdição 35 da Revista Vírus PlanetárioJaneiro/Fevereiro 2015

Editorial sumárioda edição completa

Um novo ano chegou e trouxe com ele acontecimentos impactantes logo na primeira quinzena. Com todos no Brasil ainda em clima de férias, foi com grande choque que recebemos as notícias vindas da França, de que jornalistas haviam sido mortos pelo exercício de sua função. Nessa edi-

ção, falaremos sobre o acontecimento e sobre ser ou não ser Charlie Hebdo. No entanto, neste editorial, vamos chamar atenção para tantas mortes que não são noticiadas. Desde as mortes de grupos de muçulmanos opositores ao Estado Islâmico (ISIS) e Boko Haram (na Nigéria) até as mortes de pessoas que vivem a poucos metros de nós, nas favelas do Rio de Janeiro, como o garoto de 11 anos executado pela polícia carioca com um fuzil.

De fato, as motivações das mortes podem ser diferentes: se o ISIS luta pela instauração de um Califado (um estado onde a lei islâmica seja a lei corrente, sob suas regras de conduta), a polícia, como um braço do estado brasileiro aqui luta contra o povo negro e pobre das favelas, como se eles fossem o inimigo. Nenhuma dessas mortes é justificável. É fato que vivemos em tem-pos difíceis.

Difícil, também, segue sendo nossa luta para continuar construindo a Vírus como uma revista sempre à esquerda e de resistência contra o ca-pitalismo e seu modo de funcionamento. Entramos o ano com as contas no vermelho e por isso, pedimos sua compreensão em relação ao não lançamento da edição de dezembro. Nessa edição, falamos de liberdade de expressão e liberdade de imprensa, então não podemos nos esquecer que vivemos num dos países com as leis de imprensa menos democráticas. E menor democracia quer dizer maior dificuldade de financiamento, mais dificuldade de distribuição e por aí vai.

Chegou 2015 e nós da Vírus seguimos na luta para transformar essa realidade (e para transformar toda a sociedade). E, como sempre, conta-mos com vocês para virem junto conosco. Construamos juntos um ano de vitórias para a esquerda e para Vírus. Bora fazer acontecer!

4 Hamilton Octávio de Souza_

Dilma 2 consagra estelionato eleitoral

6 Internacional_”Vivos os levaram,

vivos os queremos”

10 Entrevista Inclusive_Alexandre

Costa

14 Meio Ambiente_Crise hídrica é

política

18 CAPA_Ser ou não ser Charlie, eis a

questão

22 Fazendo Media_Nigéria=França?

23 Bula Cultural_Indicações e

Contraindicações

24 Bula Cultural_Bienal Internacional de

Guarulhos

26 Bula Cultural_Movimento Punk de

Teresina_Resistência e Cultura na selva de

pedras

28 Sórdidos Detalhes

Afin

al, o

que

é a

Víru

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anet

ário

? Muitos não entendem o que é a Vírus Planetário, principalmente o nome. Então, fazemos essa

explicação maçante, mas necessária para os virgens de Vírus Planetário:

Jornalismo pela diferença, não pela desigualdade. Esse é nosso lema. Em nosso primeiro

editorial, anunciamos nosso estilo; usar primeira pessoa do singular, assumir nossa parcialidade,

afinal “Neutro nem sabonete, nem a Suíça.” Somos, sim, parciais, com orgulho de darmos visibilidade

a pessoas excluídas, de batalharmos contra as mais diversas formas de opressão. Rimos de nossa própria desgraça e sempre que possível gozamos

com a cara de alguns algozes do povo. O bom humor é necessário para enfrentarmos com alegria

as mais árduas batalhas do cotidiano.

O homem é o vírus do homem e do planeta. Daí, vem o nome da revista, que faz a provocação de

que mesmo a humanidade destruindo a Terra e sua própria espécie, acreditamos que com mobilização social, uma sociedade em que haja felicidade para

todos e todas é possível.

Recentemente, unificamos os esforços com o jornal alternativo Fazendo Media e Revista o Viés de

Santa Maria (RS) nos tornamos um único coletivo e uma única publicação impressa. Seguimos,

assim, mais fortes na luta pela democratização da comunicação para a construção de um jornalismo

pela diferença, contra a desigualdade.

Acredite num jornalismo pela diferença,

contra a desigualdade

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HAMILTON OCTAVIO DE SOUZA

DILMA 2 CONSAGRA

ESTELIONATO ELEITORAL

Hamilton é jornalista, professor na Pontifícia Univerdade

Católica de São Paulo (PUC-SP) e membro da equipe da Revista

Vírus Planetário

Desde o final do ano passado, muitos brasileiros que se empenharam em barrar o avanço da direi-ta nas redes sociais, nas ruas e nas urnas, com o voto em Dilma Rousseff, estão agora desarvo-

rados com os rumos adotados pelo novo governo. Primei-ro ficaram estupefatos com os aumentos dos juros e dos combustíveis; depois foram surpreendidos com a esdrúxula composição do ministério, não apenas pela total rendição da economia à ortodoxia neoliberal, que era a plataforma do candidato da direita, mas, sobretudo pelo catado geral de mediocridades na nova equipe ministerial, alguns notó-rios espécimes do mais bizarro conservadorismo.

Quem acompanhou o noticiário do dia 5 de janeiro, por exemplo, ficou sabendo que tomaram posse em seus res-pectivos cargos os novos ministros da Fazenda, da Agri-cultura, dos Transportes e das Cidades. E quem são eles? Antigos e respeitados militantes petistas? Reconhecidos es-pecialistas do campo progressista e da esquerda? Brilhantes acadêmicos? Nada disso, muito longe disso. Nesses cargos, assim como em mais da metade do ministério, o novo go-verno conta com a fina flor do que existe de mais grotesco na política brasileira – desde gente sem qualquer escrúpulo com a coisa pública até devotados vassalos do mercado e do sistema dominante.

O da Fazenda, Joaquim Levy, veio direto da colaboração com o programa do candidato Aécio Neves, derrotado nas urnas, com o aval dos bancos, já com passagem nas ges-tões anteriores e com currículo semelhante aos de ilustres servidores das elites e com diplomas nas mais reacionárias escolas do país e do exterior. O seu leque de medidas joga na lata do lixo todo o discurso que o publicitário João San-tana idealizou para a candidata Dilma ganhar as eleições. As contradições começam com cortes no orçamento – in-clusive das áreas sociais – e seguem na sequência da crise que se abateu sobre a Europa após 2008. Podem-se prever também reajustes nas tarifas públicas, mais impostos, ar-rocho salarial, desemprego e, como consequência, greves e protestos de trabalhadores. O operariado tende a romper as amarras do peleguismo e ir pras ruas. Ou seja, Levy vai fazer acontecer com Dilma tudo aquilo que o PT dizia que aconteceria com Aécio Neves.

A da Agricultura, Kátia Abreu, é impensável até mesmo num governo liberal democrático, tendo em vista a sua fo-lha corrida de serviços prestados ao setor mais arcaico do País, o ruralismo da devastação ambiental, da grilagem, dos jagunços, das mamatas no Banco do Brasil, do escravismo e da perseguição visceral aos movimentos sociais e aos direitos dos trabalhadores. Até pouco tempo atrás, a diri-gente rural de Gurupi era a cópia tosca do Ronaldo Caiado, conhecida como a Rainha da Motosserra e inimiga número 1 do MST, da CPT, do Cimi, da Funai e de tudo o mais que

O novo governo contraria o discurso da campanha de 2014, promove a direita e prepara a

estocada derradeira naquele PT nascido em 1980 como a grande

esperança política de amplos setores da esquerda.

Vírus Planetário - janeiro/fevereiro 20154

a tais cidadãos espera mesmo um desempenho de bom nível e a reali-zação de obras do interesse popular? Tais ministérios estão nas mãos de pessoas com formação democrática e compromisso de fazer diálogo ci-vilizado com todos os movimentos sociais urbanos que atuam nessas áreas? Mais uma vez, com certeza, vai sobrar desgaste para o PT, que abriu mão de cargos tão relevantes.

Tal análise pode ser estendida para várias outras pastas, tanto da infraestrutura, da economia ou da área social. Vale para a Educação, In-dústria e Comércio, Minas e Energia, Integração Nacional, Trabalho, Pre-vidência, Esportes e Turismo, entre

outros. Isso sem contar aqueles ministérios que estão nas mãos de filiados do próprio PT, mas os quais não têm maiores compromissos com os avanços sociais e com a democratização da sociedade. Enfim, o quadro geral do governo Dilma-2 é o pior possível, um rebai-xamento do que aconteceu no Dilma-1. Só que agora, depois de muitos malabarismos, a crise do capitalismo tende a corroer mais profundamente aquilo que estava sendo anunciado como as virtudes do lulismo, como o aumento real do salário mínimo, o baixo desemprego e os programas de inclusão social.

A cada dia que passa, a percepção do estelionato eleitoral tende a elevar o nível de crítica e de insatis-fação popular. Teremos um ano de muitos protestos e de recrudescimento da repressão política e social. O PT de 1980 não existe mais. Agora, a atuação articula-da e a organização das esquerdas são fundamentais para propor outro rumo ao Brasil.

tinha a ver com a reforma agrária, a luta dos trabalhadores, a defesa dos povos indígenas, a preservação das florestas e a construção de um mo-delo agrícola mais justo e equilibrado.

Em seu alpinismo governista, a então convicta militante do DEM procurou abrigo na variante direitista criada pelo ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o PSD, e logo de-pois se aboletou no saco de gatos do PMDB – o principal aliado do PT no governo. Essa operação de “lim-peza” curricular e “apagamento” do passado pregresso, foi uma verda-deira metamorfose para conquistar o Palácio do Planalto. A questão é saber por que diante das inúmeras opções para essa pasta (empresários bem sucedidos e modernos, dirigentes de entidades de classe, especialis-tas, estudiosos, professores respeitados etc), a escolha recaiu exatamente na pessoa que mais tem atritos acu-mulados com segmentos sociais que compõe importan-te base política do PT. Queiram ou não, o desgaste da Rainha da Motosserra vai mesmo sobrar para o partido do Lula.

Nos outros dois ministérios citados, as importantes pastas dos Transportes e das Cidades, a presidente nomeou dois políticos de São Paulo, respectivamente Antonio Carlos Rodrigues, do PR, e Gilberto Kassab, do PSD – ambos com militância na direita, ambos com his-tórias políticas medíocres, ambos com vasta folha corri-da de desmandos e irregularidades. No caso de Kassab, continua umbilicalmente vinculado a políticos do PSDB, PRB, PTB e DEM. De novo, a pergunta que não pode calar: um governo que entrega importantes ministérios

Ilustração: Tiago Silva

“ Teremos um ano de muitos

protestos e de recrudescimento

da repressão política e social”

Vírus Planetário - janeiro/fevereiro 2015 5

meio ambiente

Enquanto o povo sofre com o racionamento velado,

megaempresas continuam lucrando e desperdiçando

água à vontade.

O fervor da última campanha eleitoral coincidiu com um dos períodos de seca mais intensos no Brasil. Enquanto a crise hídrica que vivemos é discutida e refletida, na maioria das vezes, apenas pela questão

da falta de chuva, a Vírus Planetário buscou olhar de forma me-nos superficial para o assunto.

Enquanto a sociedade civil abre as torneiras em vão, grandes empresas mineradoras têm preferência na utilização da água. Em São Paulo a falta de responsabilidade com a gestão da água é apontada por especialistas. Se os debates no contexto eleitoral e a crise hídrica têm algo em comum, certamente a semelhança se encontra no fato de os problemas não serem discutidos efetivamente em suas raízes.

Não adianta culpar São Pedro ou a população,

CRISE HÍDRICAÉ POLÍTICA!

Por Laura Ralola e Lu Sudré

Vírus Planetário - janeiro/fevereiro 20156

Represa Jaguari-Jacarei, que compõe o sistema Cantareira em julho/2014. À direita, as bombas que captam o volume morto

Foto: Vagner Campos/ A2 FOTOGRAFIA

“ O governo é responsável pelo desperdício de

quase metade da água dos reservatórios”

Confira a reportagem na edição completa digital ou impressa

Vírus Planetário - janeiro/fevereiro 2015 7

A partir de uma conjuntura

política complexa e multifacetada,

tragédias se sobrepõe e colocam a discussão do humor e do terror

na pauta do dia da sociedade

internacional

eis a questão.Por Bruna Barlach

SER OU NÃO SER CHARLIE,

Confira a reportagem na edição completa digital ou impressa

Vírus Planetário - janeiro/fevereiro 20158

Bula cultural algumas recomendações médico-artísticas

Confira entrevista com Alexandre Vilas Boas e André Okuma, dois dos organizadores do evento:

Em dezembro de 2014, aconteceu em Guarulhos a segunda edição da Bienal Internacional do Pequeno Formato, a BIG. Indomáveis, seus idealizadores buscam sempre novas formas de fazer e

viver arte, mantendo-se livres das amarras do capital e preservando, assim, a autenticidade de seu projeto e a extraordinária força que une ideais de artistas oriundos de diferentes lugares do mundo. Dessa vez, o objetivo foi agregar todas as linguagens da arte - teatro, performance, música, dança,

vídeo, poesia etc., além de oficinas, debates, articulando espaços e artistas locais e de fora.

bienal internacional de guarulhos

Por Ana Carolina Gomes

Confira a entrevista na edição completa digital ou impressa

Vírus Planetário - janeiro/fevereiro 2015 9

No dia 18 de janeiro, foi morto pelo governo da In-donésia por acusação de tráfico de drogas o brasileiro Marco Archer. Houve comoção nacional e do governo brasileiro contra o ato, já que no âmbito legal o Brasil é contra a pena de morte. No entanto sob ordens do go-verno a polícia extermina, sem julgamento, milhares de pessoas por ano. Nem pena de morte, nem execução: direitos humanos para todos!

Em 12 de janeiro, completou-se quatro anos da tra-gédia climática que abalou a região serrana do Rio de Janeiro. Fortes chuvas ocasionaram o deslizamento de encostas de morros, matando mais de 900 pessoas, dei-xando outros milhares desabrigados além de centenas de desaparecidos.

Após quatro anos desta tragédia a situação dos mo-radores da região serrana não é nada boa. Teresópolis, Nova Friburgo e Petrópolis seguem aguardando pro-vidências do Estado para a reconstrução das cidades, construção de moradias para os desabrigados e paga-mento de aluguel social.

Cerca de 200 milhões de reais foram destinados ape-nas pelo Governo Federal para a reconstrução das cida-des, mas segundo o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), apenas 77 milhões foram gastos. Há denúncias de desvio de verbas, inclusive para a Funda-ção Roberto Marinho.

Região Serrana: após 4 anos da tragédia a situação permanece precária

sórdidos detalhes

A verdade varrida pra debaixo do tapete...

No âmbito federal, os sórdidos detalhes fica-ram por conta dos ministérios escolhidos pela presidenta Dilma. Algumas das nomeações mais polêmicas ficaram por conta do Ministério da Agricultura, com Katia Abreu, ruralista apelidada de Kátia Motosserra. O Ministério da Educação com o governador do Ceará, Cid Gomes, conhe-cido pela máxima de que professor tem que tra-balhar por amor. Joaquim Levy, diretor-superin-tendente do banco Bradesco, mais uma vez privi-legiando os banqueiros. E por fim, Aldo Rebelo, o negacionista do aquecimento global que ganhou o ministério da Ciência e Tecnologia.

DILMA E OS MINISTÉRIOS “CORAÇÃO VALENTE”

A INDONÉSIA É AQUI

Ilustração: Tiago Silva

Montagem da página facebook.com/Anarcomiguxos III

Por Leandro Santos

Vírus Planetário - janeiro/fevereiro 201510

A estudante Haíssa, covardemente assassinada pela

PM do Rio. | foto: reprodução facebook

A virada do ano começou com o au-mento das passagens em algumas capi-tais do país. No Rio de Janeiro a tarifa que era no valor de R$ 3,00 passou para R$ 3,40. Já em São Paulo o aumento foi de R$ 3,00 para R$ 3,50.

Imediatamente foram organizados atos pelo Movimento Passe Livre (MPL). Em São Paulo o primeiro ato, em 09/01, contou com aproximadamente 15 mil pessoas e foi marcado por extrema vio-lência policial. Um número sem medida de bombas e balas de borracha foi usado contra a multidão. 51 pessoas foram de-tidas e, segundo relatos, sofreram tortura física e psicológica no caminho para a DP.

No mesmo dia, o segundo ato do Rio contou com cerca de 3 mil pessoas. No fim do ato, Thamires Fortu-nato, estudante de filosofia da UFF, mulher e negra, foi arrastada pelo asfalto por policiais da Tropa de Cho-que antes de ser algemada e detida (foto à direita). A estudante relatou que sofreu mais agressões no cami-nho para a delegacia.

Ex-tenente coronel do Bope, Fábio de Sou-za, exonerado em 2013 após serem encontradas conversas em grupos do Whatsapp nas quais Fá-bio incentivava agir com violência contra mani-festantes e fazia discursos nazistas, está de volta e dessa vez promovido a coronel do Bope.

Nesta primeira semana de 2015, foi divulgado um vídeo datado de 2 de agosto de 2014 onde dois po-liciais militares são filmados pela câmera da viatura

durante uma abordagem poli-cial em Nilópolis, Rio de Janeiro. A dupla procurava um veículo suspeito. No vídeo, é nítido o estereótipo utilizado contra as vítimas. Um dos policiais fala ao rádio que viu passar um carro com uns “garotos suspeitos que estavam de boné e tudo”.

A vida de ativistas do Rio de Janeiro não tem sido nada fácil. Após os atos da Copa da FIFA em 2014, 23 ativistas tiveram suas vidas arruinadas pela injustiça do Rio de Janeiro. Mandados de busca e apreensão se tornam recorrentes na vida destes ati-vistas, além das constantes prisões e ameaças.

No final de 2014, a injustiça do Rio de Janeiro, por meio do juiz Flavio Itabaina (guarde este nome), decretou a prisão preventiva de Elisa Quadros (Si-ninho), Igor Mendes e Karlayne Moraes (Moa). Igor foi preso e já enfrenta mais de 40 dias de encarce-ramento. Sininho e Moa seguem foragidas. Além de Igor Mendes, também estão presos Fábio Raposo, Caio Silva e Rafael Braga Vieira.

P a r a estes ativistas, o ano de 2015 começou marcado por uma série de audiências no Tribunal de Injustiça do Rio de Ja-neiro. Na audiência do dia 12 de janeiro ocorreu uma cena no mínimo curiosa: cinco dos processados gritaram a frase “Não Passarão!”, expressão comumente utilizada pela esquerda anti-fascista. O juiz Flavio Itabaina (guardaram o nome?) disse que vai representar contra os cinco por desacato (oi?)

O processo contra os 23 ativistas segue na jus-tiça, além das prisões de Caio Silva, Fábio Raposo, Igor Mendes e Rafael Braga Vieira. Aguardamos os novos desdobramentos do caso.

23 ATIVISTAS PERSEGUIDOS NO RIO

ACHOU QUE ESTAVA RUIM? PREPARE-SE, POIS AINDA VAI PIORAR...

E A PM SEGUE BARBARIZANDO

Mas a barbárie da PM não para por aí...

Em seguida os policiais abrem perseguição contra outro veículo. É quando a abordagem padrão é coloca-da em prática: primeiro atiram para depois perguntar. Sete tiros de fuzil foram disparados contra o carro atingindo a jovem Ha-íssa Vargas Motta, de 22 anos, que faleceu no caminho para o hospital. O assassinato foi filmado pelas câmeras da viatura e os dois policiais estão presos no Batalhão Especial Prisional, mas o inquérito ainda não foi concluído. Chama atenção o comando da PM dizer que foi um acidente e que essa não é a prática da PM, quando sabemos ser extamente assim. Quantas Cláudias, Ama-rildos, DGs e Haíssa vamos ter para desmilitarizar polícia?

Primeiro ato contra a tarifa em São Paulo, no

dia 9 de janeiro, foi barbaramente reprimido

pela PM. Foto: Mídia Ninja

PM realiza disparos de fuzil de sua viatura.

reprodução facebook

Vírus Planetário - janeiro/fevereiro 2015 11