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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2013
Título: Uso da fotografia no ensino de História como fonte na História da Infância.
Autor: Célia Aparecida Andriolli
Disciplina/Área: História
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
Col. Est. Tânia Varella Ferreira
Município da escola: Maringá
Núcleo Regional de Educação: Maringá
Professor Orientador: Profº. Dr. Ailton José Morelli
Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual de Maringá
Relação Interdisciplinar:
Resumo:. Este trabalho tem por finalidade apresentar a
produção didática para a instrumentalização do
docente em sala de aula com os alunos do 6º
ano do Ensino Fundamental, no Colégio
Estadual Tania Varella Ferreira – Maringá-
Paraná, tendo como tema ”Uso da fotografia no
ensino de História como fonte na História da
Infância”, a história das crianças e
adolescentes, utilizando o acervo fotográfico
como fonte dentro do Ensino de História social
da criança, afim de os alunos percebam-se
como sujeitos históricos e as historicidades de
suas experiências relacionando o passado e o
presente. Tem como objetivo auxiliar a
construção do conhecimento histórico por parte
dos alunos; proporcionar o momento de
reflexão sobre a infância ao longo da história;
favorecer a percepção/observação do processo
de desenvolvimento de indivíduos e/ou grupos.
Por fim, realizar leitura de imagens e produzir
registros sobre o passado a partir do acervo
fotográfico da escola e incentivar a produção de
fontes históricas por meio de atividades em sala
de aula.
Palavras-chave:
Fotografia; História da Infância; ECA;
aprendizagem.
Formato do Material Didático: Unidade Didática
Público:
Alunos do 6º ano do Ensino Fundamental
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO- SEED
SUPERINTENDÊNCIA D EDUCAÇÃO- SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS- DPPE
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL- PDE
UNIDADE DIDÁTICA
1) DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Professora PDE: Célia Aparecida Andrioli
Área PDE: História
NRE: Maringá-Paraná
Professor Orientador IES: Profº. Dr. Ailton José Morelli
IES vinculada: Universidade Estadual de Maringá – UEM/Pr
Escola de Implementação: Col. Est. Tânia Varella Ferreira
Público objeto da intervenção: alunos do 6º ano do Ensino Fundamental
I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E METODOLOGICA
O grande desafio do professor de História é o trabalho com fontes
diversificadas na sala de aula com significado para que ocorra o aprendizado do
aluno. Essas fontes não devem se reduzir a ilustrações que aparecem com
frequência no livro didático, muitas vezes observadas sem maiores reflexões.
As fontes podem ser: músicas, imagens, monumentos, e entre elas podemos
destacar as fotografias que podem ajudar o aluno a pensar historicamente.
Desde antes mesmo da invenção da escrita, o homem já registrava imagens
com intuito de transmitir sua memória para gerações futuras. A História não deixou
para trás esses registros, explorando-as e preservando como fonte histórica, isto é,
documento iconográfico. Martine Joly (1996, p.42) explica que,
“A imagem, “linguagem universal” – Muitas razões explicam essa impressão de leitura “natural” da imagem, pelo menos da imagem figurativa. Em particular, a rapidez da percepção visual, assim como a aparente simultaneidade do reconhecimento de seu conteúdo e de sua interpretação.”
Com a evolução da humanidade os materiais e suportes também foram
sendo modificados. A sociedade atual está constantemente envolvida com aparatos
tecnológicos, em praticamente todas as atividades humanas no qual os recursos
digitais se fazem presentes. Acompanhando a evolução tecnológica, a História
também se encontra envolvida em situações que apresentam a utilização de
recursos tecnológicos como câmeras, internet, computadores, softwares, sensores,
entre outros.
Em muitos momentos da História, percebemos a busca pela representação
realista figurativa, através da representação fiel da realidade, já a partir do século
XIX, por volta de 1835, aparece a fotografia. Os artistas/cientistas que trabalharam
com fotografia foram: Joseph Nicéphore Niepce, Louis-Jacques Mandé Daguerre e
Willian Henry Fox Talbot.
A imagem fotográfica implica a noção de contexto histórico da época,
mostrando o teor retratado naquele instante, por exemplo, uma visita do Papa ao
Brasil. Boris Kossoy (2001, p.153) diz que:
“Toda e qualquer fotografia, além de ser um resíduo do passado, é também um testemunho visual no qual se pode detectar – tal como ocorre nos documentos escritos – não apenas os elementos constitutivos que lhe deram origem do ponto de vista material. No que toca a imagem fotográfica, uma série de dados poderão ser reveladores, posto que jamais mencionados pela linguagem escrita da história.”
Já Santaella (2012, p.84) em seu livro Leitura de Imagens diz,
“[...] aquilo que vemos em uma foto não é uma imaginação, um sonho, uma recordação, mas a realidade em estado de passado. Disso decorre a função da fotografia como documento daquilo que passou e que a evanescência do tempo levou.”
Essa discussão leva-nos a aprofundar a História e seus registros, as fontes
históricas sendo elas documentos que permitem a reconstituição do passado. A
partir daí, é função do historiador explorar o uso desses materiais. Temos como
fontes históricas os documentos escritos, vestígios materiais, registros iconográficos
e relatos orais, isto é, elementos produzidos, sendo eles através de fotos, objetos,
vídeos, entre outros.
A renovação da historiografia abre espaço para uma pluralidade de fontes
históricas, retirando do polo privilegiado da fonte escrita. A superação do modelo
Positivista permite também a abordagem a sujeitos históricos que até então estavam
excluídos ou marginalizados na História, pois a História Positivista privilegia somente
os grandes feitos dos grandes homens, ligados à evolução histórica e política do
Estado.
Esse modelo vem sendo superado por uma historiografia cada vez mais
democrática. Vislumbra-se então um modelo cada vez mais preocupado com as
classes sociais, os gêneros, as minorias excluídas, enfim, sujeitos históricos não
reconhecidos pela história tradicional. (MORELLI, 2010, p.55-57).
Nesse contexto de diversidade de fontes, são produzidos importantes
trabalhos no que se refere à história da criança e da infância. Em “História Social da
Criança e da Família”, de Philippe Ariès (2006, p.17),
“[...] É mais provável que não houvesse lugar para a infância nesse mundo. Uma miniatura otoniana do século XI nos dá uma idéia impressionante da deformação que o artista impunha então aos corpos das crianças, num sentido que nos parece muito distante de nosso sentimento e de nossa visão.”
Assim, aborda o tema da construção social da infância e da criança,
percebida ora como um adulto em miniatura no que mostra suas vestimentas, no
qual crianças se vestiam como os adultos. Registros esses que apresentavam em
quadros de épocas e em determinados momentos sendo alvo de conceituações
abstratas por parte da ciência e da medicina.
Em relação ao Brasil, o que percebemos é que a infância durante o Brasil
Colônia e após a Independência foi negligenciada, e se evidenciando um elevado
grau de mortalidade infantil, tornando um fato comum entre as famílias. Observamos
também uma precariedade em relação ao trabalho infantil pelas classes mais pobres.
Geralmente, os filhos da elite estudavam fora do Brasil (DEL PRIORE, 1999, p.84).
As crianças filhas dos escravos, antes da Lei do Ventre Livre, trabalhavam
desde cedo e a partir dos sete anos, podiam ser vendidas para trabalharem em
outros locais, separando-se da família.
O termo “menor” começou a ser utilizado após a “Proclamação” da
Independência para designar a responsabilidade civil do jovem, que era dependente
dos pais até os 21 anos. Esse termo passou a ser utilizado com mais frequência a
partir de 1890 e na passagem do século XIX para o século XX. Era usado também
para designar as crianças e adolescentes abandonados ou aqueles que realizam
delitos. Nessa mesma época, começaram a criar as instituições de assistência e
proteção à criança para dessa forma tirá-las das ruas.
Ailton José Morelli, em sua tese de doutorado intitulada “Memória da Infância
em Maringá: transformações urbanas e permanências rurais (1970/1990)” de 2010
reconhece a presença marcante da conquista de reconhecimento da criança como
ser social, com o governo federal frente às leis que dispõem de saúde, educação e
proteção à criança e ao adolescente, mostrando o crescimento dessa ação
governamental frente ao âmbito social, político e cultural. Assim, no século XX,
percebe-se a criança como ser representativo em índices e pesquisas, sendo aos
poucos valorizadas como fonte de estudos e não mais desprezadas por
historiadores (MORELLI, 2010).
Vale ressaltar que ao trabalhar esse tema, atualmente deve-se observar
dentro do Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei 8.069/90, do Direito à Liberdade,
ao Respeito e à Dignidade, em que cita:
“Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais (BRASIL, 1990).”
Segundo o Regimento Escolar (2009, p.71) do Colégio Estadual Tânia
Ferreira Varella – Maringá/PR, instituição essa que iremos trabalhar, fundamenta-se
também dentro desta lei e é de Direito do aluno o seguinte artigo,
“Art. 168 - Constituem-se direitos dos alunos, com observância dos dispositivos constitucionais da Lei Federal nº 8.069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, da Lei nº 9.394/96 - Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBEN, Decreto Lei nº 1.044/69 e Lei nº 6.202/75: IV. Ser respeitado, sem qualquer forma de discriminação; (Regimento Escolar Colégio Estadual Tânia Ferreira Varella, 2009).”
Segundo as Diretrizes Curriculares de História para Educação Básica do
Paraná, (PARANÁ, 2006, p.45) apresenta que “[...] inicialmente, justifica-se a
importância de se tratar ao longo dos anos finais do Ensino Fundamental o processo
de construção do conhecimento histórico.” Para isso, o historiador se aprofunda em
problematizações do passado, por meio de documentos e indagações para se
construir o conhecimento do aluno e assim desenvolver uma consciência histórico-
crítica.
Nesse sentido, o trabalho pedagógico precisa ser amplo em suas pesquisas
(fontes históricas e didáticas). Devemos lembrar que o Ensino de História carrega
consigo o tempo e o espaço dos acontecimentos.
Ainda, nas Diretrizes Curriculares, consta o seguinte tópico sobre os
encaminhamentos metodológicos que devemos descrever: Método da História,
“Para o aluno compreender como se dá a construção do conhecimento histórico, o professor deve organizar seu trabalho pedagógico por meio:
Do trabalho com vestígios e fontes históricas diversos;
Da fundamentação na historiografia;
Da problematização do conteúdo;
Essa organização deve ser estruturada por narrativas históricas produzidas pelos sujeitos. (PARANÁ, 2006, p.69)”
Outro material produzido pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná
o Caderno de Expectativas de Aprendizagem de História, que fundamenta como
devemos nos organizar para obter resultados na construção do conhecimento do
aluno.
Neste contexto, trabalhar documentos históricos é termo as pinturas,
fotografias, imagens, artigos, textos, enfim, fontes históricas informativas de épocas,
pessoas e das sociedades nas quais foram produzidos. A fotografia é um registro
iconográfico, segundo Cardoso (2012, p.263),
“[...] O cruzamento da imagem fotográfica e a história se dá a partir do estatuto técnico das fotografias e seus sentidos de autenticidade e prova, que as transformam em testemunhas oculares de fatos. Mas as evidências históricas não são peixes em um oceano a serem fisgados ao sabor das marés pela isca do historiador, da mesma maneira que a imagem não é captada pelo olhar neutro. A evidência histórica e a imagem são constituídas por investimentos de sentido, e a fotografia pode ser um indício ou documento para se produzir uma história; ou ícone, texto ou monumento para (re)apresentar o passado.”
A fotografia, no primeiro instante, é apreciar o momento, a organização do
tempo e a memória histórica, registrando assim sua história em uma linguagem de
imagem. Os historiadores veem a fotografia como fonte histórica que merece uma
atenção especial. Para Jaques Le Goff (2003, p.460)
“[...] é a fotografia, que revoluciona a memória: multiplica-a e democratiza-a, dá-lhe uma precisão e uma verdade visuais nunca antes atingidas, permitindo assim guardar a memória do tempo e da evolução cronológica”.
Essa mágica revela momentos significativos em uma velocidade muito mais
que instantânea, registra uma história que a posteriori poderá se transformar em
momento histórico. Nessa interação tecnológica são revelados muito mais que a
beleza instantânea, mas um momento de sensibilidade e emoção transmitidas
através das imagens capturadas. Boris Kossoy (2001, p.32) afirma que,
“[...] as fontes fotográficas são uma possibilidade de investigação e descoberta que promete frutos na medida em que se tentar sistematizar suas informações, estabelecer metodologias adequadas de pesquisa e análise para decifração de seus conteúdos, e por conseqüência, da realidade que os originou.”
Diariamente, estamos expostos a um universo complexo de imagens, sendo
elas a transmissão do saber ou não, mesmo assim nos despertando curiosidades,
indagações ou até novas pesquisas, assim como a escrita ela também é um vínculo
de informação.
As imagens iconográficas sempre foram trabalhadas nos materiais de
estudos dos historiógrafos, sendo elas vistas em forma de figuras como memória
construída a partir do contexto de época. Essas imagens refletem tanto o passado
como o presente, analisando sua organização temporal. Kossoy (2002, p. 137)
destaca que,
“[...] Certas imagens carregam em si um forte conteúdo simbólico, como algumas de nossas próprias fotos pessoais ou familiares. Quando nos vemos nos velhos retratos dos álbuns, temos a constatação concreta de que o tempo passou; a fotografia é este espelho diabólico que nos acena do passado.”
A fotografia faz com que constatamos o que foi real e sentimental para o
momento, a situação, trazendo assim, o momento único, mostrando que o conteúdo
das coisas, das pessoas e detalhes das coisas que se quer registrar, no tempo e
espaço. Analisar imagens no seu desenvolvimento é trabalhar a pesquisa.
Tratar desta questão nos leva a trabalhar a metodologia do Ensino de
História. Cabe ao professor valorizar o ensino através de diversidade de fontes,
levantando narrativas históricas e problematizações do conhecimento a ser
trabalhado. Sendo assim,
“Uma das principais finalidades da aprendizagem histórica é a formação da consciência histórica. Esse pressuposto põe em relevo o fato de que o ensino de história deve ter por objetivo a formação de uma consciência histórica que supere formas tradicionais e exemplares da consciência histórica, responsáveis pela consolidação de narrativas baseadas em organizações lineares do tempo, bem como as visões de que a história é a mestra da vida. Ao mesmo tempo, busca-se também evitar a formação de consciências críticas pautadas em narrativas que rompem com qualquer possibilidade de rever o passado. O objetivo é uma consciência crítico-genética, cuja relação presente-passado seja fundamentada em narrativas mais complexas, que se prestem a uma orientação temporal para a vida presente, baseadas em alguns princípios, como liberdade, democracia e direitos humanos, fundamentos de uma formação para a cidadania.” (SCHMIDT & CAINELLI, 2010, p.69).”
É neste espaço que o professor de História oferece ao aluno o saber, o fazer
e o construir o conhecimento histórico,
“A aula de História é o momento em que, ciente do conhecimento que possui, o professor pode oferecer ao aluno a apropriação do conhecimento histórico existente, através de um esforço e de uma atividade com a qual ele retome a atividade que edificou esse conhecimento. É também o espaço em que um embate é travado diante do próprio saber: de um lado, a necessidade do professor ser o produtor do saber, de ser partícipe da produção do conhecimento histórico, de contribuir pessoalmente. De outro lado, a opção de tornar-se apenas um eco do que os outros já disseram. (BITTENCOURT,
2002, p.57).”
Assim, a utilização de documentos, sejam eles escritos, imagéticos ou
mesmo materiais faz com que tenhamos a exploração dos mesmos como modo de
motivar referências sobre o passado permitindo o diálogo do aluno de forma que
haja a interação do conteúdo com o prazer de aprender. Segundo Schmidt e Cainelli
(2010, p.117),
“O trabalho com o documento histórico em sala de aula exige do professor que ele próprio amplie sua concepção e o uso do próprio documento. Assim, ele não poderá mais se restringir ao documento escrito, mas introduzir o aluno na compreensão de documentos iconográficos, fontes orais, testemunhos da história local, além das linguagens contemporâneas, como cinema, fotografia e informática. Mas não basta o professor ampliar o uso de documentos; também deve rever seu tratamento, buscando superar a compreensão de que ele serve apenas como ilustração da narrativa histórica e de sua exposição, de seu discurso.
A concepção renovadora de documento e de seu uso em sala de aula parte do pressuposto de que o trabalho com documentos históricos pode ser ponto de partida para a prática de ensino da História. Nessa perspectiva, os documentos não serão tratados como fim em si mesmo, mas deverão responder às indagações e as problematizações de alunos e professores, com o objetivo de estabelecer um diálogo com o passado e o presente, tendo como referência o conteúdo histórico a ser ensinado. (SCHMIDT & CAINELLI, 2010, p.117)”.
Segundo as Diretrizes Curriculares do Paraná (2008), vale reforçar que “Ao
produzir e vivenciar o processo de constituição da humanidade, o uso destas
evidências possibilitou aos historiadores construírem narrativas históricas que
incorporavam olhares alternativos quanto às ações dos sujeitos”.
Sendo assim, devemos trabalhar com o aluno não somente o uso de
material didático, mas sim, introduzirmos documentos que ampliem seus
conhecimentos perante a sociedade. Desse modo, auxiliar a construção do
conhecimento histórico por parte dos alunos fará com que proporcionaremos o
momento de reflexão sobre a infância ao longo da história.
Favorece assim, a percepção e observação do processo de
desenvolvimento de indivíduos e/ou grupos, pois devemos incentivar a produção de
fontes históricas por meio de atividades em sala de aula. Esse trabalho baseia-se na
Nova História, tendência iniciada na década de 1980 por alguns historiadores
focando suas pesquisas nas crianças, mulheres e vítimas de preconceitos.
APRESENTAÇÃO DA SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS
COM OS ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
O tema deste trabalho é História Social da Criança e para isso, utilizaremos
fotografias do acervo fotográfico do Colégio Estadual Tânia Varella Ferreira –
Maringá/PR.
Utilizaremos imagens sobre a História da Criança e do Adolescente e de
maneira geral a sua história no Brasil. Proporcionaremos o momento de reflexão
sobre a infância ao longo da história através da leitura de imagens para produzir
registros sobre o passado e o presente a partir do acervo fotográfico da escola.
A fonte principal será a fotografia e por meio das mesmas investigar sobre o
passado das crianças e adolescentes do nosso colégio e assim, entender e
reconstituir este passado.
Esta sequência de atividades está dividida em três módulos, totalizando
32h/aulas. No Módulo I, serão trabalhadas as temáticas: brincadeiras e jogos; festas
populares; trajes; trabalho Infantil. As temáticas serão relacionadas sempre com a
realidade dos alunos e com a atualidade.
No Módulo II, iniciaremos as atividades com análise e descrição detalhada
das fotografias do acervo do Colégio Estadual Tânia Varela Ferreira. Para isso, a
turma será dividida em grupos e as fotografias selecionadas a partir das temáticas
estudadas. Nesse momento, o aluno irá analisar, descrever e questionar as
fotografias. Nosso objetivo também é organizar o acervo fotográfico do colégio com
uma cronologia dos fatos, acontecimentos e pessoas envolvidas, sempre focando na
História Social da Criança.
Por fim, no Módulo III, os alunos produzirão narrativas históricas sobre o
nosso estudo. O resultado do trabalho será exposto para a comunidade escolar no
final dos três módulos realizados.
MODULO I - “ENTENDENDO A HISTÓRIA SOCIAL DA CRIANÇA” - 14 AULAS
INTRODUÇÃO
Explicação aos alunos sobre a Unidade Didática e também como sugestão
poderá ser utilizado o Capítulo I do Livro Projeto Araribá HISTÓRIA. 6º ano, página
12-14, onde o aluno lerá textos sobre a História e Fontes Históricas.
Sugestão de leitura: O TRABALHO DO HISTORIADOR FONTE: APOLINÁRIO, Maria Raquel. Projeto Araribá HISTÓRIA. 2ª Ed., São Paulo: Moderna, 2007. p.11 – 13.
ATIVIDADES
1. Leitura e discussão do texto.
2. Análise das imagens presente no livro.
3. Pesquisa sobre imagens de criança em situações variada na atualidade. Esta
pesquisa será feita em revistas e jornais que temos no colégio.
4. Relacionar as imagens com a própria história dos alunos (onde estudou
anteriormente, o que está achando do colégio).
5. Separar as imagens das crianças em grupo relacionando as temáticas: trajes,
trabalho infantil e jogos e brincadeiras.
6. Confecção de um painel com as imagens separadas por temáticas que serão
anexadas em sala de aula.
TRABALHANDO COM TEMÁTICAS REFERENTES À HISTÓRIA SOCIAL DA
CRIANÇA
TEMÁTICA 1 - JOGOS E BRINCADEIRAS
Iniciaremos esta temática com questionamentos aos alunos sobre as
brincadeiras realizadas na atualidade e quais as preferidas por eles. Faremos uma
listagem com as brincadeiras e ilustrações sobre as mesmas.
ATIVIDADES:
Discussão com os alunos:
1. As brincadeiras das crianças mudaram com o tempo?
2. As brincadeiras de hoje são as mesma de quando seus pais
brincavam quando criança?
3. Registro das impressões no caderno do aluno coletivamente.
4. Análise de imagens antigas de crianças com seus brinquedos.
5. Leitura do texto Pequena Contribuição à História dos Jogos e
Brincadeiras, do livro História Social da Criança e da Família, do
autor Philippe Ariés, que será realizada em grupo.
6. Traçar um paralelo entre as brincadeiras antiga e atuais.
7. Juntamente com os alunos, iremos realizar uma excursão pelo colégio
para observar os espaços destinados as brincadeiras. Os alunos
escolherão uma brincadeira para ser realizada coletivamente.
Sugestão de leitura: Pequena Contribuição à História dos Jogos e
Brincadeiras.
FONTE: ARIÈS, Philippe. História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro: LTC, 2006, pg.
42-74.
Sugestão de pesquisa: BRINCADEIRAS REGIONAIS
http://revistaescola.abril.com.br/brincadeiras-regionais/
FONTE: Disponível em :http://revistaescola.abril.com.br/creche-pre-escola/10-brincadeiras-experimentar-turmas-creche-pre-escola-733322.shtml. Acesso em 10 nov. 2013.
TEMÁTICA 2 - FESTAS POPULARES
ATIVIDADES
1. Discussão com os alunos sobre a participação das crianças nas Festas e
Comemorações realizadas no colégio, no bairro e na família.
2. Pesquisa de fotos do acervo pessoal familiar do aluno.
3. Análise e registro do que foi observado de cada aluno.
4. Relacionar o passado e presente das festas populares destacando mudanças
e permanências, semelhanças e diferenças.
Sugestão de pesquisa: O EDUCADOR TIÃO ROCHA FALA SOBRE FOLCLORE
E CULTURA POPULAR.
FONTE: Disponível em : http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/entrevista-tiao-rocha-folclore-cultura-popular-588296.shtml. Acesso em 10 nov. 2013.
Sugestão de leitura: PEQUENA CONTRIBUIÇÃO À HISTÓRIA DOS JOGOS E
BRINCADEIRAS.
FONTE: ARIÈS, Philippe. História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro: LTC, 2006, pg. 53 e 54.
Sugestão de leitura: A SOCIEDADE E A CULTURA.
FONTE: APOLINÁRIO, Maria Raquel. Projeto Araribá HISTÓRIA. 2ª Ed., São Paulo: Moderna, 2007.
p.203-205.
TEMÁTICA 3 – TRAJES INFANTIS
Nesta temática sobre Trajes Infantis, iniciaremos com o questionamento aos
alunos sobre as roupas que usamos na atualidade.
ATIVIDADES
1. Observação de imagens em periódicos onde apareçam crianças em situações
variadas destacando as suas vestimentas.
2. Leitura do texto O Traje das Crianças, do livro História Social da Criança e da
Família, do autor Philippe Ariés, para discussão.
Sugestão de leitura: O TRAJE DAS CRIANÇAS
FONTE: ARIÈS, Philippe. História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro: LTC, 2006, p.32-40.
TEMÁTICA 4 – TRABALHO INFANTIL
Nesta temática iremos trabalhar o Estatuto da Criança e do Adolescente, e a
Constituição Federal Art. 227 que nos coloca:
“Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.” Constituição Federal, 1988.
A partir da Constituição iremos questionar sobre o trabalho infantil no Brasil
observando a realidade do aluno.
Sugestão de leitura: ECA NA ESCOLA.
http://www.promenino.org.br/Ferramentas/DireitosdasCriancaseAdolescentes/tabid/77/ConteudoId/ff51d4a5-3e7a-4fde-ba26-fef616aac2e5/Default.aspx
FONTE: PRIORE, Mary Del. Infância como Construção Histórica. Disponível em: .
http://ecti4.fundacaotelefonica.com/cursos/11/atividades/139. Acesso em: 06 maio 2013.
Sugestão de leitura: A TURMA DA MÔNICA EM O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.
http://www.unicef.org/brazil/pt/monica_estatuto.pdf
FONTE: Disponível em: http://www.unicef.org/brazil/pt/multimedia_14792.htm. Acesso em 30 out. 2013.
Sugestão de leitura: ZIRALDO - SAIBA TUDO SOBRE O TRABALHO INFANTIL. http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D307400CA013075FBD51D3F2A/trabalhoi
nfantil-mte-web.pdf FONTE: Disponível em: http://portal.mte.gov.br/trab_infantil/publicacoes.htm. Acesso em 30. Out.
2013.
ATIVIDADES
1. Leitura da cartilha do Ziraldo, relacionando a realidade do aluno.
2. Discussão para debate.
3. Trabalhar direitos e deveres do menor, e como estão sendo aplicados no
colégio.
4. A turma será dividida em dois grupos para a realização de um teatro a partir
da leitura da cartilha do Ziraldo e da realidade do colégio. Este teatro será
apresentado ao final da unidade temática para a comunidade escolar.
MODULO II – “TRABALHANDO COM AS FOTOGRAFIAS” - 06 AULAS
Neste módulo, utilizaremos diversas fotografias referentes às atividades
realizadas no colégio. As fotografias serão apresentadas aos alunos livremente para
observação. Após a livre observação, selecionaremos algumas fotografias seguindo
os seguintes passos:
1. Descrição geral da foto;
2. As fotografias serão dividas em 4 partes: superior, inferior, direita e esquerda
e os alunos do grupo irão descrever detalhadamente o que observam em
cada parte;
3. Registro do que foi observado de cada aluno;
4. Debate sobre o que foi observado;
5. Escolha coletiva de uma fotografia em que apareçam alunos em atividade
para entrevista;
6. Produção de narrativa histórica utilizando como fundamento os textos
trabalhados no módulo I e a observação das fotografias bem como a História
Social da Criança.
MODULO III – “PRODUÇÃO DE NARRATIVA E EXPOSIÇÃO” - 12 AULAS
Abriremos uma discussão com os alunos sobre a História das Crianças que
tivemos através dos textos e das fotografias analisadas.
Neste módulo para finalizar o estudo realizado os alunos irão produzir textos
e ilustrações sobre a História Social da Criança e o acervo fotográfico do colégio.
Para a produção das narrativas históricas, iremos questionar os alunos:
1. Quantos anos você tem? Como foi a sua infância até os dias de hoje?
2. O que é ser adolescente para você?
3. Entre as informações apresentadas nas temáticas, destaque uma que lhe
pareceu importante para se compreender o cotidiano das crianças no Brasil
hoje.
4. Em sua casa, com sua família, existem documentos sobre você e sua história:
fotos; presentes; lembranças. Reúna esses documentos e converse com seus
familiares sobre isso. Converse, faça perguntas sobre os documentos.
Após a produção de texto, será lido cada texto, corrigido e colocados em
exposição juntamente com toda a produção realizada com a produção didática.
Esta exposição será colocada durante dois dias para a comunidade escolar
e a apresentação do teatro.
REFERÊNCIAS APOLINÁRIO, Maria Raquel. Projeto Araribá HISTÓRIA. 2ª Ed., São Paulo: Moderna, 2007. p.11 – 13.
ARIÈS, Philippe. História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro: LTC, 2006.
BITTENCOURT, Circe (Org.). O saber histórico na sala de aula. 7ª edição. São Paulo: Contexto, 2002, - (Repensando o Ensino).
BURKE, Peter. A escrita da história: novas perspectivas. São Paulo: Editora UNESP, 1992. p. 11.
CARDOSO, Ciro F; VAINFAS, Ronaldo. Novos Domínios da História. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. p. 263.
DEL PRIORE, Mary (org.). História das crianças no Brasil. São Paulo: Contexto, 1999, p.84.106.
JOLY, Martine. Introdução à análise de imagem. Campinas: Papirus, 1996. (Coleção Ofício de Arte e Forma)
KOSSOY, Boris. Fotografia e História. 2ª Ed. rev. – São Paulo: Ateliê Editorial, 2001. p. 153,154.
LE GOFF, Jacques. “Documento/Monumento”, In: Enciclopédia Einaudi, Vol.1, Lisboa, Imp.Nacional, 1985.
LE GOFF, Jacques. História e Memória. 5ª Ed. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 2003.
MORELLI, Ailton José. Introdução ao Estudo de História. 2ª Ed. Maringá: EDUEM, 2012.
PARANÁ. Secretaria de Editado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Curitiba: SEED/DEB-PR, 2008.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Caderno de Expectativas de Aprendizagem-História. Curitiba: SEED-PR, 2012.
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