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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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Ficha para identificação da Produção Didático-pedag ógica – Turma 2013

Título: A fábula como suporte para a formação do há bito da leitura

Autora: Claudete de Fátima Maria Jacomini

Disciplina/Área: Língua Portuguesa

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Colégio Estadual Cianorte – Ensino Fundamental, Médio, Normal e Profissional

Município da escola: Cianorte

Núcleo Regional de Educação: Cianorte

Professor Orientador: Professora Ms Nilda Aparecida Barbosa

Instituição de Ensino Superior: UEM - Universidade Estadual de Maringá

Relação Interdisciplinar:

Resumo:

Visando a necessidade de despertar nos alunos o gosto pela leitura e levando em consideração que alguns não têm o hábito de ler por prazer e utilizam a leitura apenas como obrigação, surgiu a ideia de trabalhar com o gênero textual fábula, por ser uma leitura de fácil compreensão dos alunos. Com base nas bibliografias pesquisadas, constata-se que a leitura deve ser foco principal da vida escolar e social do aluno. O objetivo do trabalho é mostrar como é importante a preparação dos estudantes para a leitura crítica não só na escola, mas também na sociedade para que ele possa tornar-se um cidadão crítico e emancipado.

Palavras-chave: Fábulas, leitura, interpretação

Formato do Material Didático: Unidade Didática

Público: Alunos do 6º ano

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

A FÁBULA COMO SUPORTE PARA A FORMAÇÃO DO HÁBITO DE LEITURA

Área: Língua Portuguesa

Nome da Professora PDE: Claudete de Fátima Maria Jacomini

Nome da Orientadora: Profª. Nilda Aparecida Barbosa

2013

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APRESENTAÇÃO

“ (...) As palavras não nascem amarradas, elas saltam, se beijam, se dissolvem, no céu livre por vezes um desenho, são puras, largas, autênticas, indevassáveis”.

Carlos Drummond de Andrade

Por meio da leitura, o aluno satisfaz suas necessidades, sendo-lhe permitido

assumir uma atitude crítica em relação ao mundo, advinda das diferentes

mensagens e indagações que a leitura oferece.

É através da leitura que o aluno terá a possibilidade de adquirir

conhecimentos que lhe permitirão atuar como cidadão crítico na sociedade, assim

como acessar o conhecimento historicamente produzido. Portanto, é importante criar

estratégias para motivar ao alunos a ler.

A criança que lê desenvolve o senso crítico e melhora a escrita. Para tanto,

devemos incutir em nossos alunos que a literatura é algo bom, natural, fácil e

prazeroso. Sendo assim, faz-se imprescindível que o convívio com os livros

extrapole o desenvolvimento sistemático da sua escolarização e que a literatura

passe a ser difundida com mais intensidade nas escolas.

Neste sentido, escolhemos trabalhar com alunos do 6º ano do Ensino

Fundamental, procedimentos de leitura e estudo de fábulas, como recurso de

incentivo à criatividade, à emoção e à imaginação, que possibilitem o conhecimento

de valores, virtudes, atitudes e saberes humanos em determinados contextos sócio-

histórico culturais.

Os alunos terão a oportunidade, ao longo desta produção didática, de

conhecer mais sobre as fábulas: sua história, seus objetivos, os principais autores, o

seu surgimento, as diferentes versões, e, por meio delas, descobrir como os homens

agiam e como se comportavam em sociedade frente a determinadas situações.

Permitirá que os alunos realizem questionamentos sobre suas próprias atitudes e

analisem de maneira crítica o mundo em que vivem ampliando seus conhecimentos

das habilidades de leituras.

Considerando o caráter didático da fábula, o trabalho de leitura com esse

gênero possibilitará ao leitor o exercício do senso crítico. E ainda o humor, que é

outra característica do gênero, seduz o leitor e torna prazeroso o ato de ler.

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OFICINA 1

IDENTIFICANDO OS GÊNEROS

O que é um gênero textual?

Gênero textual é um nome que se dá às diferentes formas de linguagem que

circulam socialmente, sejam mais informais ou mais formais. Um romance é um

gênero, um artigo de opinião também, uma fábula é um outro gênero, uma receita de

bolo também é gênero textual, uma aula é gênero, uma palestra ou um debate na

televisão também são gêneros textuais. Eles são a forma como a língua se organiza

nas inúmeras situações de comunicação que vivemos no dia a dia. Gêneros textuais

são língua em uso social, seja quando usamos a língua na escola, seja quando

usamos a língua fora dela para nossa comunicação, seja quando usamos gêneros

escritos, seja quando usamos gêneros orais. Os gêneros são língua em uso, são

língua viva, são instrumentos de comunicação.

Vamos começar nosso trabalho por um gênero que já existe há muito tempo e

que é muito usado nos dias de hoje:

Figura 1 A fábula Fonte: http://www.luxoseluxos.com.br

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1 - ACORDANDO PARA O ASSUNTO...

Esta oficina terá com objetivo analisar o conhecimento prévio dos educandos

quanto ao gênero textual fábula. Portanto, o encaminhamento pedagógico será

através da discussão oral, fazendo levantamento de hipóteses, provocando um

debate em sala de aula, baseado nas seguintes questões:

1. Você sabe o que é uma fábula?

2. Se não sabe exatamente, já ouviu falar em fábula? Tem ideia do que seja?

3. Você já leu alguma fábula? Qual?

4. Lembra-se quem escreveu?

5. Lembra-se de qual era o assunto da(s) fábula(s)?

6. Pedir que os alunos recontem algumas das fábulas conhecidas por eles.

7. Fazer uma reflexão com os alunos sobre as características do gênero, a partir

dos conhecimentos deles. É provável que muitos digam que é uma história de

animais que falam e que tem uma moral.

8. Você já percebeu que uma fábula não é uma narrativa qualquer. Ela tem um jeito

bem próprio de ser escrita. A seguir, você terá trechos de textos diversos. Procure

localizar os que são de fábulas, marcando-os com X.

( ) Neymar, jogador, ganhará massa muscular.

( ) Sou Maria, tenho 17 anos e estou na faculdade.

( ) Uma raposa faminta entrou num terreno onde havia uma parreira cheia de uvas

maduras...

( ) O ataque de um cachorro Doberman Pinscher quase matou uma menininha de

cinco anos de idade.

( ) Num belo dia de inverno as formigas estavam tendo o maior trabalho para secar

suas reservas de comida. Depois de uma chuvarada...

Em seguida aos questionamentos vamos apresentar um vídeo sobre Fábulas.

9. Como sugestão tem-se o DVD Fábulas Disney que reúne algumas fábulas

tradicionais. Pode-se explorar o vídeo como forma de leitura de imagens, tendo em

vista que ler é analisar e agir racionalmente, podendo conhecer novos assuntos e

refletir sobre eles, mudando ou não, concepções.

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VOCÊ SABE DE ONDE VEM A ?

Tomando como base o trabalho do professor Oswaldo O. Portela da UFPR,

descrevemos os seus apontamentos sobre o conceito de Fábula .

I - A palavra "fábula"

A palavra fábula possui, em português, as seguintes acepções: 1) Narração

alegórica, cujas personagens são, por via de regra, animais, e que encerra uma lição

moral: as fábulas de La Fontaine. 2) Mitologia, lenda: os deuses da fábula. 3)

Narração de coisas imaginárias. 4) Fabulação. 5) Fig. assunto de crítica ou mofa. 6)

Enredo. 7) Bras, quantia ou importância muito elevada; grande soma de dinheiro:

gastou uma fábula com o carro. Também se diz (nesta acepção) fábulas, mas sem

artigo. Etimologia da palavra: Fábula, bem como os cognatos, fabela, fabulação,

fabulador, fabular, fabulário, fabulista, provêm de uma raiz — fa — do verbo lat. fari,

fatus, com o sentido de falar, dizer, exprimir, donde o português falar, fama, infante,

afável, inefável, bem como, fato, fatal, fado.

É evidente que a fábula, objeto de nosso estudo, será a fábula da primeira

acepção, ou seja, a "Narração Alegórica", que o inglês traduz por "Fable" e da

mesma forma o francês "Fable", e o alemão "Fabel", excluindo, portanto, o estudo

da mitologia ou mito e também da fabulação ou seja, a trama ou enredo de qualquer

romance, bem assim o "conto de fadas" ou "conto lendário" que o italiano traduz

"fiaba", distinto de "favola" que é a nossa fábula. É óbvio também, que o objeto deste

estudo será a fábula, que é o gênero dos mais curiosos em literatura pela graça,

pela mimosura dos conceitos, pela moral espirituosa, pelo atilamento das lições. É o

gênero literário, ou melhor, poético, que não se pode reduzir a palavras ocas, a

fraseio inútil.

II — Conceito de Fábula.

Corpo e alma da fábula.

Como forma literária específica, a fábula é uma narração breve, em prosa ou

em verso, cujos personagens são, via de regra, animais e, sob uma ação alegórica,

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encerra uma instrução, um princípio geral ético, político ou literário, que se

depreende naturalmente do caso narrado.

Tem a fábula, portanto, duas partes substanciais:

a) uma narrativa breve

b) uma lição ou ensinamento.

A estas duas partes La Fontaine chamou de corpo e alma da fábula. O corpo

é representado pela narrativa que trabalha as imagens e dá forma sensível às idéias

gerais. A alma são exatamente as verdades gerais corporificadas na narrativa. As

verdades gerais, como dito mais acima, são inerentes à humanidade toda. É a

experiência de vida dos povos, e a noção filosófica do bem e do mal, presente em

cada indivíduo, no uso normal de suas faculdades mentais e morais.

Tomemos, por exemplo, a verdade geral: "É melhor prometer menos e fazer

mais." Todo mundo sabe que é boa regra de vida cumprir o que se promete e,

quando não se pode cumprir, que não se prometa. Pois bem, a alma da fábula está

ai; falta apenas o corpo. Este é o poeta quem constrói, compondo a narrativa que,

na concepção dos clássicos, deve ser o mais breve e concisa possível para não

desviar a atenção do leitor da verdade geral.

De qualquer forma, a verdade geral, o principio ético, a moral da fábula foi

alcançada: fomos ensinados a não prometer muito, mas a fazer. O criador da fábula,

o grego Esopo, que usou a fábula como meio de demonstração oratória, falando ao

povo simples, não esperou que este deduzisse e explicitou o princípio geral com um

quarto verso: "Isto foi escrito a ti que prometes muito e nada fazes".

Eis uma autêntica fábula esópica que, contada por Esopo, teve a finalidade de

dar um conselho de vida aos ouvintes em geral e, finalmente, contada por La

Fontaine, possivelmente nos luxuosos salões de Luís XIV, teve por objetivo divertir e

deleitar os cortesãos. Bem por isso, a narrativa para La Fontaine é o elemento

dominante. Somente através de uma narrativa longa pôde o poeta francês dar

rédeas à sua imaginação criadora, ao gosto pelo enfeite e pela galanteria. Como

filho do século de ouro da literatura, La Fontaine foi fiel a esta norma. Deu ênfase

especial à narrativa, deixando a lição moral para ser deduzida pelo leitor ou pelo

ouvinte. Esopo, ao contrário, em virtude de ver na fábula um instrumento

pedagógico, sacrificara facilmente a ação, o drama, a vivacidade das imagens para

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chegar mais diretamente ao alvo pretendido que foi o ensinamento moral ou a

crítica. Em função deste objetivo, a linguagem era direta, os personagens eram mais

conhecidos e poucos, a alegoria facilmente reconhecível. Na evolução deste gênero

literário, nota-se a inversão da importância destes dois elementos: quanto mais se

avança na história da fábula, mais se vê decrescer o caráter sentencioso e

pedagógico em proveito da ação. Explicitado no começo ou no fim ou implícito no

corpo da narrativa, é a moralidade que diferencia a fábula das formas narrativas

próximas como o mito, a lenda e o conto popular. Sob o aspecto da moralidade,

situa-se a fábula entre o provérbio e a anedota. O provérbio é só moralidade, ao

passo que a anedota é só narrativa. A fábula contém ambos, sob o manto de uma

alegoria.

III - Fábula: Verdade Camuflada

Todo homem odeia a verdade tão logo ela o atinja. "A verdade nua e crua

machuca" é a expressão corrente na boca do povo. Nem mesmo partindo da boca

de um sábio ou de um santo, é recebida com prazer, especialmente se ela visa

corrigir o comportamento humano. Como, porém, não podemos prescindir da

verdade, a fábula foi o meio encontrado para proclamá-la sem que o homem se

sentisse diretamente atingido por ela e, conseqüentemente, não a rejeitasse de

pronto. Poderíamos chamar a isto de "camuflagem da verdade" ou de "verdade

subliminar", ou ainda de "douramento da pílula".

Da boca de uma raposa, de um corvo, de um cordeiro ou de um leão, o

homem não se nega a ouvir verdades ou lições que a princípio parecem não ser

dirigidas a ele, mas, aos poucos, agem sobre seu subconsciente e, quando o

homem menos espera, está frente a frente com ela.

A arte de camuflar a verdade ou de "dourar a pílula", como se queira, é tão

antiga quanto a humanidade. A fábula é apenas uma das maneiras.

Agora direi em poucas palavras por que razão se inv entaram as fábulas:

As fábulas são tão antigas quanto as conversas dos homens. Às vezes, nem

sabemos quem as criou, pois através da oralidade eram carregadas como vento de

um lado para outro, já que a própria palavra provém do latim FABULA = contar.

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Segundo Márcia Kupstas, (Sete faces da fábulas, 1992), as fábulas não são

textos que nasceram por acaso, sem nenhuma intenção, são criações muito antigas,

contadas às pessoas para transmitir-lhes ensinamentos, orientando-as a como

melhor pensarem e se comportarem na época e na sociedade em que viviam.

No século VII a.C. já se tinha notícias dessas histórias, sendo que as fábulas

muito antigas do Oriente foram difundidas na Grécia, há 2600 anos, por um escravo

chamado Esopo.

Quem conta ou escreve uma fábula tem alguma intenção, seja de ensinar,

aconselhar, convencer, divertir, seja de criticar e, às vezes, até fazer alguém desistir

de um propósito ruim ou que não lhe era favorável.

As fábulas são narrativas curtas, se utilizam de animais como personagens,

os quais assumem características humanas representando certas atitudes e

comportamentos próprios dos homens, com o objetivo de passar uma de lição de

vida.

O prestígio das fábulas nunca decaiu. No passado constituíam a literatura oral

de muitos povos (eram transmitidas, a princípio, de boca a boca, de geração em

geração; em locais públicos, como praças, festas populares ou salões de baile da

época; só bem depois foram registradas por escrito).

No século XVII, escritores como La Fontaine, na França, criaram novas

fábulas ou recontaram antigas, em versos ou em pequenos contos em prosa.

No Brasil, Monteiro Lobato, nos anos trinta, reescreveu muitas fábulas por

meio da turma do Sítio do pica-pau-amarelo. E, mais recentemente, inúmeros

escritores se ocuparam da arte de atualizar essas histórias para deleite de todos.

Vamos conhecer um exemplo:

Texto 1: A ASSEMBLEIA DOS RATOS (Esopo)

Era uma vez uma colônia de ratos, que viviam com medo de um gato.

Resolveram fazer uma assembleia para encontrar um jeito de acabar com aquele

transtorno. Muitos planos foram discutidos e abandonados. No fim, um jovem e

esperto rato levantou-se e deu uma excelente ideia:

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- Vamos pendurar uma sineta no pescoço do

gato e assim, sempre que ele estiver por perto

ouviremos a sineta tocar e poderemos fugir correndo.

Todos os ratos bateram palmas; o problema estava

resolvido. Vendo aquilo, um velho rato que tinha

permanecido calado, levantou-se de seu canto e

disse:

- O plano é inteligente e muito bom. Isto com

certeza porá fim à nossas preocupações. Só falta

uma coisa: quem vai pendurar a sineta no pescoço do

gato?

Moral da história:

Falar é fácil, fazer é que é difícil.

Professor(a):

Você poderá assistir com seus alunos o vídeo que retrata a

fábula “A assembléia dos ratos”, disponível no site :

http://www.youtube.com/watch?v=mXdaru244V8

Como se pode ver pelo exemplo, FÁBULA é uma pequena

história que transmite uma lição de moral.

As personagens das fábulas são geralmente animais, que são apresentadas

com certas características que fazem lembrar atitudes humanas, como o egoísmo, a

ingenuidade, a astúcia, a vaidade, a mentira, etc.., podem ser escritas em prosa ou

em verso.

Muitos provérbios populares vieram da moral contida nestas narrativas.

Figura 2 Assembleia dos ratos Fonte:

http://peregrinacultural.wordpress.com

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ATIVIDADE

1) Pesquisar mais provérbios junto aos seus familiares, em revistas, jornais, livros,

parachoques de caminhões e na internet, e tragam para a sala de aula. Após a

análise de cada um, faremos cartazes que serão expostos no mural do colégio.

Características do gênero fábula

A fábula é uma narrativa que apresenta a seguinte estrutura:

� Situação inicial

� Obstáculo

� Tentativa de solução

Sabe o que são PROVÉRBIOS?

São dizeres que fazem parte do conhecimento popular.

São frases feitas, cujo conteúdo tem por objetivo alertar,

aconselhar de forma indireta e rápida.

Esopo terminava suas fábulas com frases explicativas,

representando a moral, já os fabulistas a partir de

Monteiro Lobato, introduziram os provérbios como

encerramento de seus textos, utilizando-os de forma

precisa e engraçada para conseguirem o efeito desejado.

Alguns provérbios para você relembrar:

• Quem com ferro fere, com ferro será ferido!

• Quem não deve, não teme.

• Quem ama o feio, bonito lhe parece.

• Quem não arrisca, não petisca.

• Mais vale um pássaro na mão do que dois voando.

• Pau que nasce torto nunca se endireita.

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� Resultado final

� Moral

A fábula apresenta características específicas:

� Brevidade: a narrativa curta, geralmente, um diálogo;

� As personagens quase sempre são animais;

� Transmite sempre um ensinamento;

� No final da história, destaca-se uma moral;

� Sequências narrativas – apresenta os elementos da narrativa: - Ação (sequência de acontecimentos);

� Personagem (seres que participam dos acontecimentos);

� Narrador (que conta a história);

� Tempo e espaço imprecisos: espaço (lugar dos acontecimentos), tempo (quando acontece a história);

� Título composto pela referência às personagens;

� Personagens típicas;

� Os ensinamentos são apresentados como válidos para qualquer época e lugar.

ATIVIDADES

Com base nas explicações, responda:

1. As fábulas são histórias curtas ou longas?

2. Quais das personagens listadas abaixo são mais utilizadas numa fábula:

( ) príncipes ( ) animais ( ) fadas ( ) bruxa ( ) rainhas ( )detetives

3. Assinale a alternativa que trata do tema das fábulas:

( ) Propor solução de crimes e mistérios.

( ) Falar sobre certas atitudes humanas.

4. O que as fábulas trazem no final?

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MORAL DA HISTÓRIA! O QUE É ISTO?

Em todas as fábulas existe uma moral, escrita ou não, que ensina lições de

vida e diz como devemos nos comportar. Moral é um conjunto de valores, de

princípios que as pessoas adotam como: a bondade, a virtude, a honestidade, a

solidariedade.

Muitas vezes, a moral de uma fábula pode nos chocar por seu cinismo, pois

mostra claramente a vitória dos espertalhões sobre os ingênuos, dos fortes sobre os

fracos. Mas, a lição mais importantes desse tipo de texto não está na aceitação pura

e simples da “moral da história”, e sim na análise e compreensão do modo como

certos personagens enganam ou vencem.

Professor(a):

Retomando as fábulas já apresentadas, discutir, reavivar os

elementos da fábula.

1.1. OFICINA

Esta oficina terá como objetivo, incentivar a leitura e enfatizar o

comportamento adequado à boa utilização da biblioteca escolar.

Antes de iniciar a atividade proposta na oficina, orientar os alunos quanto à

utilização correta da biblioteca escolar, bem como às normas de conduta. Para isso,

algumas regras devem ser seguidas. Para o bom desempenho das atividades no

recinto, observar os seguintes procedimentos:

a. Não entrar com pastas e bolsas; só levar para a biblioteca materiais que serão

utilizados na pesquisa e estes devem ficar sobre as mesas;

Do Uso das Dependências da Biblioteca

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b. Não comer ou beber no espaço da biblioteca (exceto

água), bem como não utilizar equipamentos sonoros;

c. Manter-se em silêncio;

d. Não recolocar os livros nas estantes após a utilização; deixá-los sobre a mesa;

e. Zelar pela conservação e limpeza do local e do mobiliário utilizado;

f. Contribuir para um clima de respeito mútuo entre os funcionários e alunos.

As normas de conduta visam à preservação do acervo e à manutenção de um

ambiente agradável e tranquilo, favorecendo a leitura, a reflexão e a pesquisa.

a. Ao entrar no recinto da biblioteca, dirigir-se ao responsável pela mesma e solicitar

que oriente na pesquisa. Os livros encontram-se catalogados em sistema

computadorizado chamado “Biblioteca Fácil”. Ali está disponibilizado todo o acervo.

De posse dos dados bibliográficos da obra procurada, dirija-se à estante, localize o

livro seguindo a numeração indicada e então, procure um lugar disponível nas

mesas de estudo e realize sua leitura/pesquisa.

b. Caso precise levar o material para casa, fale com o responsável, que o orientará a

respeito. Será necessária a apresentação da carteirinha escolar.

c. O silêncio é indispensável para que todos tenham as melhores condições de

utilização da biblioteca. Por isso, evite conversar, principalmente em voz alta, para

não prejudicar seus colegas.

d. Procure retirar da estante apenas o material que você irá utilizar.

ATIVIDADES

Após as orientações sobre o uso das dependências da biblioteca e das

normas de conduta:

As Normas de Conduta

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1. Acompanhar os alunos até a biblioteca da escola.

2. Em dupla, pesquisar uma fábula na biblioteca do colégio e trazer para a sala

de aula.

Professor(a):

Provocar uma discussão a respeito das fábulas lidas,

reavivando os conceitos adquiridos.

3. Ler com atenção as fábulas pesquisadas, analisar o comportamento de cada

personagem e relacionar com as atitudes das pessoas na vida real.

4. Ainda em grupo, procurar nos textos elementos comuns que caracterizam o

gênero fábula.

OFICINA 2

Continuando o estudo das fábulas, nesta unidade temática, estudaremos

detalhadamente a fábula “A cigarra e a formiga ”, em versões diferentes, com

autores como: Esopo, La Fontaine e Monteiro Lobato. Veremos como diferentes

culturas e momentos leem de formas diversas a mesma história e como estes textos

se caracterizam quando recriados. Analisaremos também as mudanças de valores

(sociais, culturais, religiosos e familiares), entre gerações.

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Fabulista grego, nascido pelo ano de 620 a.C. Ignora-

se o lugar de seu nascimento. Segundo o historiador

Heródoto, Esopo teria nascido na Frígia e trabalhava

como escravo numa casa. Uns dizem que ele era gago,

corcunda e muito miúdo; outros que tinha um aspecto

muito feio.

Dizem que as fábulas de Esopo encantaram tanto o seu dono que este o

libertou. Dizem que Esopo recebeu honrarias e foi recebido em palácios reais.

Esopo teria sido condenado à morte depois de uma falsa acusação de

sacrilégio ou talvez porque os habitantes de Delfos estivessem irritados com suas

zombarias.

Esopo não deixou nada escrito: as fábulas que lhe são atribuídas pela

tradição foram recolhidas pela primeira vez por Demétrio de Falera, por volta de 325

a.C. Antes do advento da impressão, as fábulas de Esopo eram ilustradas em louça,

em manuscritos e até em tecidos.

Discute-se a sua existência real, assim como acontece com Homero. Levanta-

se a possibilidade de sua obra ser uma compilação de fábulas ditadas pela

sabedoria popular da antiga Grécia. Seja lá como for, o importante é a imortalidade

da obra a ele atribuída.

Os seus animais falam, cometem erros, são sábios ou tolos, maus ou bons,

exatamente como os homens. A intenção de Esopo, em suas fábulas, é mostrar

como nós, homens, podemos agir.

As fábulas de Esopo, contadas e readaptadas por seus continuadores, como

Fedro, La Fontaine e outros, tornaram-se parte de nossa linguagem diária. "Estão

verdes", dizemos quando alguém quer alcançar coisas impossíveis - o que é a

expressão que a raposa usou quando não conseguiu as uvas...

Esopo nunca escreveu suas histórias. Contava-as para o povo, que por sua

vez se encarregou de repeti-las. Mais de duzentos anos depois da morte de Esopo é

Abaixo, você vai ler um texto de Esopo. Vamos, primeiro, conhecer um pouco desse autor.

Figura 3 Esopo Fonte: http://confabulandonaalfabetizacao.blogspot.com.br

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que as fábulas foram escritas. Em outros países além da Grécia, em outras

civilizações, em outras épocas, sempre se inventaram fábulas que permaneceram

anônimas.

Quando dizemos, no Brasil: “Macaco velho não mete a mão em cumbuca”,

estamos repetindo o ensinamento de uma fábula. Assim, podemos dizer que em

toda parte, a fábula é um conto de moralidade popular, uma lição de inteligência, de

justiça, de sagacidade.

LEITURA E ANÁLISE DA FÁBULA DE ESOPO

Texto 2: A CIGARRA E A FORMIGA

Era inverno e as formigas botaram para secar os grãos que a chuva molhara.

Uma cigarra faminta lhes pediu o que comer. Mas as formigas lhes disseram:

- Por que tu também não armazenaste tua provisão durante o verão?

- Não tive tempo – respondeu a cigarra -, no verão eu cantava.

As formigas completaram:

- Então agora dance.

E caíram na risada.

(ESOPO. Fábulas de Esopo, 2009, p. 161)

Professor(a):

Foco narrativo, designa aquele que narra a história. O estudo

do foco narrativo esclarece o leitor a respeito do ponto de

vista a partir do qual é feita a narração. Quando o narrador é

uma das personagens, dizemos que o foco narrativo é em

primeira pessoa; quando não é uma das personagens,

estando, portanto, fora da história, dizemos que o foco narrativo é em terceira

pessoa.

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Atividades Escritas

Leitura e interpretação:

1. O texto que você acabou de ler é uma fábula. Justifique essa afirmação, apontando as características desse gênero.

2. Como vimos, em geral, há, no final da fábula uma moral. Como poderia ser escrita essa moral?

3. Os animais que protagonizam a história não foram escolhidos aleatoriamente. Por que o autor escolheu a Cigarra e a Formiga e não outros animais?

4. Você acha que o canto da cigarra pode ser considerado uma profissão? Por quê?

5. Se você fosse a formiga, acolheria a cigarra ou a expulsaria sem ajudá-la? Justifique sua resposta.

Análise Linguística

1. Em que tempo foram usados os verbos no texto analisado?

( ) presente ( ) pretérito/passado ( ) futuro

2. O tempo em que ocorrem os fatos narrados é determinado?

3. O narrador participa da história? Que marcas lingüísticas o fizeram chegar à resposta dessa questão?

4. Identifique no texto:

a) a fala do narrador;

b) a fala da Formigas;

c) a fala da Cigarra.

5. Considere a fala “- Então agora dance.” O verbo, está no modo imperativo. Dentre outras ações, esse modo verbal é usado quando se quer dar uma ordem. Levando isso em consideração, responda: é possível, no contexto dado, que a Cigarra tivesse usado esse modo verbal?

6. Observe esse fragmento; “Uma cigarra faminta lhes pediu o que comer. Mas as formigas lhe disseram [...]. a que personagem (ns) se referem as palavras grifadas?

7. Considerando o texto lido, como poderia ser interpretada a palavra “dance”?

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Jean de La Fontaine (1621 – 1695), foi um escritor francês.

Estudou teologia e direito em Paris, mas seu maior interesse

sempre foi a literatura.

Em 1668 foram publicadas as primeiras fábula, num volume

intitulado “Fábulas Escolhidas”. O livro era uma coletânea de

124 fábulas, dividida em seis partes.

La Fontaine dedicou este livro ao filho do rei Luís XIV. As

fábulas continham histórias de animais, contendo um fundo

moral. Eram escritas em linguagem simples, por isso

conquistaram imediatamente seus leitores. No prefácio dessa

coletânea, deixa bem claro suas intenções: “Sirvo-me de

animais para instruir os homens”.

Nas suas fábulas, contava histórias de animais com características humanas,

denunciando as misérias e as injustiças da sociedade em que vivia.

La Fontaine é considerado o pai da fábula moderna. Sobre a natureza da

fábula declarou: “É uma pintura que podemos encontrar nosso próprio retrato”.

Algumas fábulas escritas e reescritas por ele são: A Lebre e a Tartaruga, O

menino e a mula, O Leão e o Rato, O Carvalho e o Caniço.

LEITURA E ANÁLISE DA FÁBULA DE LA FONTAINE

Texto 3: A CIGARRA E A FORMIGA A cigarra, sem pensar em guardar, a cantar passou o verão. Eis que chega o inverno, e então,

Abaixo, você vai ler um texto de La Fontaine. Vamos, primeiro, conhecer um pouco desse autor.

Figura 4 Jean de La Fontaine Fonte:

www.brasilcult.pro.br

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sem provisão na despensa, como saída, ela pensa em recorrer a uma amiga: sua vizinha, a formiga, pedindo a ela, emprestado, algum grão, qualquer bocado, até o bom tempo voltar. "Antes de agosto chegar, pode estar certa a senhora: pago com juros, sem mora." Obsequiosa, certamente, a formiga não seria. "Que fizeste até outro dia?" perguntou à imprevidente. "Eu cantava, sim, Senhora, Figura 5 A Cigarra e a Formiga Fonte: noite e dia, sem tristeza." http://sucesso.powerminas.com "Tu cantavas? Que beleza! Muito bem: pois dança agora..."

Do livro Fábulas de La Fontaine, 1992.

Professor(a):

Chamar a atenção dos alunos para esse aspecto formal:

Poesia.

Conversar com os estudantes sobre versos, estrofes e rimas.

Peça aos alunos para fazerem uma lista de palavras do texto

que rimam (os estudantes devem perceber a relação entre os

sons que ouvimos e falamos).

Atividades escritas

Leitura e interpretação:

1.De acordo com o texto, por que a cigarra não possuía provisão na despensa?

Assinale apenas uma alternativa.

a) Porque passou o verão comendo.

b) Porque passou o verão cantando.

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c) Porque esqueceu de guardar.

d) Porque tudo estragou durante o verão.

2. Qual a solução encontrada pela cigarra para resolver seu problema?

a) Saiu em busca de trabalho.

b) Mendigou pelos arredores.

c) Pediu ajuda a alguém próximo a ela.

d) Aproveitou para fazer uma dieta.

3. Observe o contexto em que as seguintes palavras estão e assinale a opção em

que o significado não corresponde à palavra retirada do texto:

a) provisão: mantimentos, alimentos

b) obsequiosa: que presta favores

c) imprevidente: precavida, cautelosa

d) sem mora: sem demora

4. As fábulas têm o propósito de passar ensinamentos. A partir do ponto de vista da

formiga, qual ditado popular melhor representaria a moral (o ensinamento) dessa

fábula?

a) Primeiro o dever, depois o prazer.

b) Nem tudo que reluz é ouro.

c) Quem sai na chuva é pra se molhar.

d) Quem com ferro fere, com ferro será ferido.

5. Observando a situação da cigarra, que ditado popular melhor representaria o

ensinamento da fábula?

a) Nunca troque o certo pelo duvidoso.

b) Casa de ferreiro espeto de pau.

c) Pobre de quem pede ajuda a quem só sabe fazer o mal.

d) Filho de peixe, peixinho é.

6. Chamamos de ironia o modo de expressão que consiste em dizer o contrário do

que realmente se pensa, com a intenção de ridicularizar. Assim, em qual dos trechos

podemos perceber que a personagem utilizou a ironia na fala?

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a) “Antes de agosto chegar [...] pago com juros...”

b) “Eu cantava, sim Senhora, noite e dia...”

c) “Que fizeste até outro dia?”

d) “Tu cantavas? Que beleza!

7. Dependendo do contexto em que as palavras encontram-se, elas podem ter

outros significados. Em qual frase a palavra dança foi utilizada com o mesmo sentido

do texto?

a) Mariana aprendeu uma nova dança.

b) Se não estudar ela dança na prova.

c) Ele dança sem vontade.

d) Faltam dois minutos para a dança acabar.

08. Pelo que lemos na fábula, qual qualidade poderia ser atribuída à formiga?

a) mesquinha b) generosa c) solidária d) impaciente

Análise Linguística

1 Compare os dois textos lidos no que se refere às palavras que fazem

referência à Cigarra e a Formiga. Podemos dizer que, no texto de La Fontaine, o

narrador avalia negativamente a Cigarra. Justifique essa afirmação.

2. Em que tempo verbal a história é narrada?

3. O tempo em que ocorrem os fatos narrados é determinado?

4. O narrador participa da história? Que marcas lingüísticas o fizeram chegar

à resposta dessa questão?

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José Bento Renato Monteiro Lobato

(Taubaté, 18 de abril de 1882 – São Paulo, 4

de julho de 1948) foi um dos mais influentes

escritores brasileiros do século XX.

Este notável escritor é bastante conhecido

entre as crianças, pois se dedicou a um estilo

de escrita com linguagem simples onde

realidade e fantasia estão lado a lado. Pode-

se dizer que ele foi o precursor da literatura infantil no Brasil.

Suas personagens mais conhecidas são: Emília, uma boneca de pano com

sentimento e ideias independentes; Pedrinho, personagem que o autor se identifica

quando criança; Visconde de Sabugosa, a sabia espiga de milho que tem atitudes

de adulto, Cuca, vilã que aterroriza a todos do sítio, Saci Pererê e outras

personagens que fazem parte da inesquecível obra: O Sítio do Pica-Pau Amarelo,

que até hoje encanta muitas crianças e adultos.

Foi o criador da literatura infantil no país e a sua produção, nesse gênero, é

vultosa e importante.

Monteiro Lobato é um dos escritores brasileiros mais lidos e populares. Suas

obras têm sido traduzidas para quase todas as línguas e continua inspirando

sentimentos nacionalistas e, principalmente, a defesa do petróleo e minérios

radioativos.

O escritor brasileiro usou fábulas para criticar e denunciar as injustiças,

tiranias, mostrando às crianças a vida como ela é.

Em suas fábulas, alerta que o melhor é ser esperto, inteligente, porque o forte

sempre vence e Visconde afirma que o único meio de derrotar a força é a astúcia.

Abaixo, você vai ler um texto de Monteiro Lobato. Vamos, primeiro, conhecer um pouco desse autor

Figura 6 Monteiro Lobato. Fonte: http://espaco45.blogspot.com.br

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LEITURA E ANÁLISE DA FÁBULA DE MONTEIRO LOBATO

Texto 4: A CIGARRA E A FORMIGA BOA

Houve uma jovem cigarra que tinha o costume de chiar ao pé dum

formigueiro. Só parava quando cansadinha; e seu divertimento então era observar

as formigas na eterna faina de abastecer as tulhas. Mas o bom tempo afinal passou

e vieram as chuvas. Os animais todos, arrepiados, passavam o dia cochilando nas

tocas. A pobre cigarra, sem abrigo em seu galhinho seco e metida em grandes

apuros, deliberou socorrer-se de alguém.

Manquitolando, com uma asa a arrastar, lá se dirigiu para o formigueiro.

Bateu - tique, tique, tique...

Aparece uma formiga, friorenta, embrulhada num xalinho de paina.

- Que quer? - perguntou, examinando a triste mendiga suja de lama e a tossir.

- Venho em busca de um agasalho. O mau tempo não cessa e eu...

A formiga olhou-a de alto a baixo.

- E o que fez durante o bom tempo, que não construiu sua casa?

A pobre cigarra, toda tremendo, respondeu depois de um acesso de tosse:

- Eu cantava, bem sabe...

- Ah! ...exclamou a formiga recordando-se. Era você então quem cantava nessa árvore enquanto nós labutávamos para encher as tulhas?

- Isso mesmo, era eu...

- Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas que sua

cantoria nos proporcionou. Aquele chiado nos distraía e aliviava o trabalho.

Dizíamos sempre: que felicidade ter como vizinha tão gentil cantora! Entre,

amiga, que aqui terá cama e mesa durante todo o mau tempo.

A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a ser a alegre cantora dos dias de

sol.

(Retirado do livro Fábulas de Monteiro Lobato, 2004, p.7)

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Atividades escritas

Leitura e interpretação:

1. Quem são os personagens?

2. O que a formiga fez durante o verão? E a cigarra?

3. Você acha que a formiga fez bem em abrigar a cigarra? Por quê?

4. Que moral você inventaria para essa fábula?

5. Qual é a diferença entre essa fábula e a de Esopo?

ATIVIDADES

1. Agora, compare as fábulas, de acordo com os aspectos indicados no

quadro abaixo, e veja o que muda e o que permanece nas suas sucessivas

reescritas:

ESOPO LA

FONTAINE MONTEIRO

LOBATO Caracterização das personagens Indicações de tempo e espaço;

apresentação de cenários

Linguagem (vocabulário, presença de diálogos, adjetivos, etc.)

Ações das personagens A reação da cigarra com relação a formiga.

Conflito (elemento de transformação) Desfecho (situação final)

Moral da história

2. Na comparação das diferentes versões, é possível perceber indicações que

remetem ao contexto histórico, nos quais as fábulas foram escritas? Justifique sua

resposta.

3. Comentar a vida dos fabulistas famosos: Esopo, La Fontaine e Monteiro

Lobato.

4. Após a leitura das três versões da fábula “A cigarra e a formiga”, que tipo

de ensinamento elas apresentaram para a sua vida?

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5. Reflita e responda: Na fábula estudada, a cigarra e a formiga são animais,

que agem como humanos. E na vida real, quem seriam estas cigarras? E quem

seriam as formigas?

NOSSA LÍNGUA EM FOCO: Adjetivos e Diminutivos

ADJETIVOS

Adjetivos são palavras que modificam o substantivo atribuindo-lhe características como cor, tamanho, idade, finalidade, aspecto, estado, entre outras.

Os adjetivos caracterizam os seres:

ATIVIDADES

1. Nas versões da fábula a cigarra e a formiga que nós lemos nesta unidade há

palavras que se referem às personagens, caracterizando-as. Escreva a quem se refere

as características a seguir. À cigarra, ou à formiga.

boa - trabalhadora - vagabunda - má - invejosa - cansadinha - friorenta -

triste

cigarra:______________________________________________________________

formiga:______________________________________________________________

2. Leia novamente a fábula, A assembléia dos ratos que se encontra no início desta

unidade e escreva características que podem ser atribuídas às personagens.

ratos: ______________________________________________________________

gatos: ______________________________________________________________

A Formiga boa.

Formiga: substantivo boa: adjetivo

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DIMINUTIVO: um grande recurso da língua

“Preta, preta, pretinha” (Moraes Moreira)

Tradicionalmente o diminutivo é ensinado como uma indicação formal de

diminuição de tamanho. Mas, dependendo do contexto em que o diminutivo é usado,

ele pode assumir as mais diversas significações, indicando manifestações da

emoção e das intenções do falante.

Embora a significação dos diminutivos de uma palavra dependa do contexto e

só exista em relação a ele, seguem abaixo alguns efeitos de sentido e das

significações do uso cotidiano desse recurso de linguagem:

a) ADMIRAÇÃO/SURPRESA

Dois amigos se encontram e um deles convida o amigo para conhecer a sua

“casinha” ( sentido afetivo, de aconchego).

Quando o amigo chegou em frente à casa, declara admirado:

- Que “casinha” hein!

Na realidade, a casa não era uma casinha (no sentido pequena), mas uma

casa grande, o que causa surpresa por não corresponder à expectativa criada

quando o amigo se referiu à sua propriedade.

b) IRONIA/DEPRECIAÇÃO/ANTIPATIA

Você gosta mesmo de ler jornalzinho?

Esse doutorzinho não acertou um diagnóstico sequer.

Vai entender o que esse povinho quer fazer da vida.

Ele nos serviu um vinhozinho qualquer.

Nesses casos, a entonação de voz ajuda a reforçar o sentido irônico ou

depreciativo do termo empregado no diminutivo.

c) REFORÇAR SENTIDO: Quando o diminutivo sugere alguma incumbência

ou ordem, não indica que a pessoa deverá realizá-la mais lenta ou rapidamente,

mas sim acentuar a recomendação, reforçar o sentido.

- João, vá depressinha apanhar o meu remédio na farmácia.

d) AFETIVIDADE: Nesse caso, o diminutivo denota sentimentalismo, carinho

ou cuidado com algo ou com a outra pessoa envolvida na comunicação.

Que saudade da minha caminha!

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Gostou do cafezinho?

Às vezes essa afetividade pode infantilizar a pessoa a quem o emissor se

refere.

- Filho, quer um leitinho quentinho? ( e o filho tem mais de 21 anos de idade).

e) SIGNIFICADO CRISTALIZADO: Existem palavras que, embora utilizem o

sufixo diminutivo, não tem significação de diminutivo, dependendo, sempre do

contexto em que são utilizadas.

Terrinha = Portugal

Pombinhos = casal feliz

Santinho = Propaganda eleitoral impressa em formato pequeno, com foto do

candidato e informações sobre ele.

Folhinha = Folha com o calendário impresso.

Patricinha: Mulher que se veste com excessivo apuro

Vaquinha : ajuda mútua, caixinha. Exemplo: “ Não tinha dinheiro, então, fez-

se uma vaquinha entre os amigos para comprar a carne para o churrasco”.

Diante desses exemplos de efeito de sentido gerados a partir do uso do

diminutivo, procure utilizá-lo de acordo com o contexto adequado e com o efeito de

sentido pretendido. Caso contrário, você pode ser mal interpretado, afinal, há

inúmeros efeitos de sentido pela simples inserção do –inho ao final de uma palavra.

ATIVIDADES

1) Peça aos alunos que leiam, silenciosamente, o texto nº 4 – A Cigarra e a

Formiga Boa.

2) Após a leitura silenciosa, pergunte aos alunos se compreenderam o texto.

3) Leia em voz alta, explicando cada sentido que o diminutivo pode assumir

de acordo com a situação comunicativa, esclarecendo as dúvidas dos alunos.

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CONHECENDO OUTRAS VERSÕES DE “A CIGARRA E A FORMIGA ”

Texto 5: SEM BARRA

Enquanto a formiga Carrega comida Para o formigueiro, A cigarra canta, Canta o dia inteiro. A formiga é só trabalho.

A cigarra é só cantiga. Mas sem a cantiga da cigarra que distrai da fadiga, seria uma barra o trabalho da formiga!

PAES, José Paulo. Poemas para brincar. São Paulo: Ática, 1989.

Professor(a):

- Explicar o título da poesia: SEM BARRA:

“SEM a cantiga / da cigarra/ que distrai da fadiga/ seria uma barra / o trabalho da formiga”.

- Após leitura da poesia, mostrar aos alunos o aspecto rítmico. Observem as rimas: formIGA / cantIGA / fadIGA

Texto 6: A CIGARRA E A FORMIGA (versão com autor an ônimo)

Era uma vez uma Formiga e uma Cigarra que eram muito amigas... Durante

todo o outono, a Formiga trabalhou sem parar, armazenando comida para o inverno.

Figura 7 A cigarra Fonte: www.newsrondonia.com.br

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Não aproveitou o sol, a brisa suave do fim de tarde, nem de uma conversa com os

amigos a tomar uma cervejinha depois do dia de trabalho.

Enquanto isso, a Cigarra só andava a cantar com os amigos nos bares da

cidade, não desperdiçou nem um minuto sequer, cantou durante todo o outono,

dançou, aproveitou o sol, desfrutou muito sem se preocupar com o mau tempo que

estava para vir.

Passados uns dias, começou o frio, a Formiguita, exausta de tanto trabalhar,

meteu-se na sua pobre guarida cheia de comida até o teto. Mas, alguém a chamou

da rua, quando abriu a porta teve uma surpresa ao ver sua amiga Cigarra numa

Ferrari, com um valioso casaco de peles. A Cigarra disse:

- Olá, amiga! Vou passar o inverno em Paris. Pode cuidar da minha casinha?

A Formiga respondeu:

- Claro! Sem problemas. Mas o que aconteceu? Onde conseguiu o dinheiro

para ir a Paris, comprar essa Ferrari e esse casaco tão bonito e caro?

E a Cigarra contou:

- Imagina... Eu estava a cantar num bar na semana passada e um produtor

musical gostou da minha voz. Assinei um contrato para fazer shows em Paris. A

propósito, você precisa de alguma coisa de lá?

- Sim - disse a Formiga - Se encontrar com LA FONTAINE (autor da fábula

original), MANDA-O À MERDA, DA MINHA PARTE!!!

Moral da história

Aproveita a vida, trabalha e diverte-te em proporção, porque trabalhar em

demasiado só traz benefícios nas fábulas de La Fontaine.

Trabalhe, mas desfrute da vida, ela é única. Se não encontrares a tua metade

da laranja, não desanimes, procura a metade do teu limão, põe-lhe açúcar,

aguardente, gelo e seja feliz!

Lembre-se: viver só para trabalhar faz muito bem... ao patrimônio do patrão!!

Disponível em: www.slideshare.net/alexblog/fabula-distinta-530092, acessado em 15/09/2013

Obs.: Assistiremos agora ao vídeo que retrata a fábula “A cigarra e a Formiga” –

releitura, disponível no site: http://www.youtube.com/watch?v=9v8VjXkhZdo

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Professor(a):

Explicar aos alunos que nas versões tradicionais e modernas

da fábula “A cigarra e a formiga” dependendo do momento

histórico em que foi escrito cada texto há algumas diferenças

e semelhanças, como a moral que foi desconstruída e

reconstruída dependendo da época em que foi contada.

ATIVIDADE

1 - O que há de comum nas releituras que Monteiro Lobato e José Paulo

Paes, autores do século XX, fazem da fábula de La Fontaine, escrita no século XVII?

É possível detectar uma mudança de moral de uma época para outra?

O DIÁLOGO: A VOZ DAS PERSONAGENS NA FÁBULA

Você notou que nas fábulas muitas vezes o narrador dá a palavra às

personagens por meio de diálogo.

Nos diálogos das fábulas temos a conversa entre duas ou mais personagens.

Para reproduzirmos o dialogo, usamos um travessão (-), que indica que o

que se segue é a fala de uma personagem. Cada novo parágrafo, indicado por um

novo travessão, indica a mudança de turno das personagens.

- Olá amiga! - cumprimentou a cigarra.

Além de indicar a fala da personagem por meio de travessão, o narrador

costuma indicar também a quem pertence a fala. Para isso, usa verbos como

perguntar, indagar, dizer afirmar, responder, pedir, mandar, gritar, sussurrar,

murmurar, rosnar, berrar, soluçar, entre outros.

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Esses verbos podem vir antes das falas da personagem, seguidos de dois

pontos:

E a formiguinha responde:

- Claro, sem problemas!

Eles podem aparecer no meio da fala da personagem:

- Eu lhe prometo minha amiga - disse a cigarra - sob palavra, a pagar-lhe tudo,

com juros, antes do mês de agosto.

Podem também vir depois da fala da personagem:

- Que quer? - perguntou, examinando a triste mendiga suja

ATIVIDADES

1) No trecho abaixo não há indicação de qual personagem está falando, mas é fácil

deduzir essa informação. Reescreva-o e acrescente a indicação do narrador ao final

da fala da personagem.

-Que fazia durante o bom tempo?

-Eu... cantava! ...

-Cantava? Pois dance agora, vagabunda.

2) Escolha um par de personagens com características opostas:

• O lobo perigoso e o cordeiro bondoso.

• O tatu humilde e o pavão vaidoso.

Imagine que esses personagens conversam entre si.

• O que diria o lobo para o cordeiro ou o tatu para o pavão?

• Como a outra personagem responderia? Escreva este diálogo.

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OFICINA 3

Na biblioteca de nossa escola há algumas fábulas que estão disponíveis para

leitura. Os livros estão organizados em uma caixa que ficará disponível para essa

turma. Faremos um rodízio, cada aluno receberá um livro de fábula que levará para

casa para leitura, e na próxima aula troca com um colega. Assim todos terão a

oportunidade de ler todas as fábulas da caixa. Divirta-se !

OFICINA 4

Organizando a fábula

Você já deve ter reparado que cada bicho tem um jeito de ser, possui

comportamentos e “humores” distintos um do outro. Organize, junto com o professor

e os colegas, uma lista de animais, caracterizando-os de acordo com a natureza

própria de cada um. Agora, é só escolher os bichos que farão parte de sua história,

cuidando para representá-los de acordo com suas características, ou invertendo-as

para obter um efeito de humor. A moral deve ser acrescentada ao final.

OBSERVAÇÃO: Com isso, os alunos estarão compreendendo que a fábula só

“funciona” a partir de uma imagem plana e estereotipada do comportamento das

personagens.

1- São atribuídos aos animais comportamentos, qualidades e características, as

quais são freqüentemente comparadas às dos homens. Pesquise o que representam

os seguintes animais:

(As respostas são apenas sugestões)

ANIMAL CARACTERÍSTICAS

Águia força, astúcia, inteligência Boi retidão, paciência, laboriosidade

Burro estupidez, ingenuidade Cabrito Agilidade

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Cão fidelidade, proteção, amizade Castor operosidade, engenhosidade Cavalo inteligência, fidelidade Cobra periculosidade, maldade, Coelho Fecundidade

Cordeiro ingenuidade, inocência Formiga operosidade, trabalhadora, organização

Galo Vigilância Gato Agilidade

Gavião Rapacidade Gralha Loquacidade Javali ferocidade, força bruta Leão força, majestade, prepotência Lebre Rapidez Lobo maldade, ferocidade, traição, prepotência

Macaco caretice, agilidade Mosca impertinência, imundície Ovelha bondade, paciência Pavão vaidade, empatia Pomba simplicidade, pureza Raposa astúcia, esperteza, inteligência

Tartaruga Persistência Tubarão voracidade, ferocidade Urubu Agouro Veado vaidade, feminilidade Vespa Ferocidade

OFICINA 5

Produção escrita

Chegou a sua vez de produzir uma fábula. Você poderá criar uma diferente,

com animais de sua preferência, ou se preferir poderá criar uma nova versão para a

fábula “A cigarra e a formiga”, modernizando-a.

Não se esqueça de alguns detalhes no momento da produção:

- Lembre-se de que o narrador somente conta os fatos sem participar

diretamente deles (narrador observador);

- Pense em um ou dois animais que representarão características marcantes

de determinado tipo de pessoa (mentiroso, vaidoso, convencido, egoísta, falso).

- Imagine uma “historinha” em que esses animais estejam envolvidos.

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- Evite repetições de palavras, use bem o recurso da pontuação;

- Faça diálogos, marcando as falas das personagens com aspas ou com

travessão;

- Utilize adjetivos, se necessário;

- Resolva como será o desfecho da história.

- Encerre a fábula com uma moral, de acordo com a história que escreveu;

- Dê um título.

Professor(a):

Obs.: Alguns professores defendem a posição de que as

dificuldades ortográficas observadas nas produções dos

alunos devem ser tratadas, preferencialmente , no final do

percurso de uma SD, após o aperfeiçoamento de outros

níveis do gênero (e do texto). A revisão é necessária, pois

apontará se o texto deverá ser reestruturado ou não. Uma revisão mais cuidadosa

deve ser feita na versão final do texto, principalmente se ele for lido por outros, tanto

em sala de aula, quanto fora dela.

OFICINA 6

A refacção do texto produzido

O trabalho ainda não terminou, como todo escritor é preciso conferir se a obra

está bem elaborada, antes de enviá-la aos destinatários. Mediante a Lista de

Constatações sobre o gênero, você vai relembrar as estratégias de dizer os textos.

Os textos produzidos serão avaliados (pelo autor, pelo colega, ou pelo professor, de

forma socializada), observando as características dos textos em relação às

características do gênero. A Lista de Constatação constitui um roteiro de avaliação

para que você, com a mediação de sua professora, perceba o que deve modificar

em seu texto.

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Professor(a):

� Primeira produção é apenas uma versão preliminar do

texto. Você vai avaliar as capacidades que o aluno já

adquiriu sobre o gênero e retomar, se necessário, algumas

atividades. � Segunda produção : (primeira refacção). Você entrega a

� primeira versão aos alunos que farão uma leitura

cuidadosa do texto, observando se o texto apresenta as características do

gênero. Depois, oriente para que cada um analise se usou adequadamente os

sinais de pontuação, se a ortografia está correta, se não há problemas de

concordância, de coesão nominal e verbal , de conexão entre as seqüências e

parágrafos do texto, se o leitor consegue estabelecer a coerência do texto. O

roteiro de avaliação poderá ser entregue individualmente e colado no caderno,

ou então, ficar exposto em um grande cartaz.

� Terceira produção : (segunda refacção). Após a correção do texto , o aluno

passará o seu texto para o suporte definitivo.

Roteiro de avaliação

Está bom Preciso mudar

1. As personagens da história são típicas de uma fábula?

2. O tempo da história é indeterminado como nas fábulas?

3. Na situação criada, as atitudes das personagens podem ser comparadas com atitudes humanas?

4. A resolução está combinando com a sua intenção e com a moral da história?

5. A moral da história combina com a fábula e com a sua intenção?

6. Você reuniu várias informações em poucas orações, usando sinais de pontuação?

7. Não há repetição da palavra e para unir as informações?

8. O narrador conta o que aconteceu como se tivesse visto a cena?

9. As falas das personagens aparecem sinalizadas com aspas ou parágrafo e travessão?

10. Não há repetição de palavras para indicar as personagens?

11. O título é adequado?

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OFICINA 7

O processo interlocutivo se completa

Este é o ponto culminante da seqüência didática, pois é quando se concretiza

a socialização da escrita. Os autores poderão ilustrar a sua fábula. Os textos serão

afixados no mural do colégio.

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REFERÊNCIAS:

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BERTI, Ivone Vieira. Sequência Didática Confabulando com a 6ª série: uma proposta de sequência didática com o gênero fábula. UNIOESTE, Cascavel, 2011.

COLOMER, T.; CAMPS, A. Ensinar a Ler, Ensinar a Compreender . Porto Alegre: Artmed, 2002.

DECANDIO, Fabrício. Seqüência Didática: gênero textual “fábula ”. Adaptação da proposta de J.P.Barbosa. FTD, 2001.

ESOPO, 550 a.C. Fábulas de Esopo . [Trad. Antônio Carlos Viana]. Porto Alegre: L&PM, 2009.

KUPSTAS, Márcia. Sete Faces da Fábula . 1ª ed. São Paulo: Moderna,1992.

LA FONTAINE, Jean de. Fábulas . Rio de Janeiro: EBAL, 1991.

LOBATO, Monteiro. Fábulas . São Paulo: Brasiliense, 1982.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In DIONÍSIO, Ângela Paiva et al. (org.) Gêneros textuais & ensino . 2 ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003.

MENEGASSI, José Renilson. Leitura, Escrita e Gramática no Ensino Fundamental das Teorias às Práticas Docentes . Maringá: Eduem, 2010.

PAES, José Paulo. Poemas para brincar . São Paulo: Ática, 1989.

PORTELLA, Oswaldo O. A Fábula . Curitiba: Universidade Federal do Paraná. 1983.

Secretaria do Estado da Educação – SEED – Diretrizes Curriculares da rede pública de Educação Básica do Estado do Paraná – Língua Portuguesa. Curitiba, 2008.

SOLÉ, Izabel. Estratégias da Leitura . Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

Sites Consultados:

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Assembleia dos ratos. Figura 2. Disponível em: <http://peregrinacultural.wordpress.com/tag/fabula/page/2/>. Acesso em 07 out. 2013. ESOPO. Figura 3. Disponível em: <http://confabulandonaalfabetizacao.blogspot.com.br/p/de-onde-surgiram-as-fabulas.html>. Acesso em 07 out. 2013. JEAN DE LA FONTAINE. Figura 4. Disponível em: <www.brasilcult.pro.br>. Acesso em 07 out. 2013. A cigarra e a formiga. Figura 5. Disponível em: <http://sucesso.powerminas.com/texto-motivacional-a-cigarra-e-a-formiga/>. Acesso em 07 set. 2013. MONTEIRO LOBATO. Figura 6. Disponível em: <http://espaco45.blogspot.com.br>. Acesso em 15 set. 2013. Portal do professor. O uso do diminutivo na construção de textos. Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=15192>. Acesso em 21 nov. 2013. Fábula distinta. Disponível em: www.slideshare.net/alexblog/fabula-distinta-5300092. Acesso em 15 set. 2013. Assembleia dos ratos. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=mXdaru244V8>. Acesso em 11 out. 2013. A cigarra e a formiga. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=9v8VXkhZdo>. Acesso em 10 out. 2013. Figura da professora . Disponível em:<http:www.efecadepatos.com.br/?p=829>. Acesso em 22 nov. 2013.