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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE

II

1

Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2014

Título: Animais Peçonhentos e os Desafios na Educação do Campo

Autor: Adriana Spironello

Disciplina/Área:(ingresso no

PDE)

Ciências

Escola de Implementação do

Projeto e sua localização:

Colégio Estadual do Campo de Rio da Prata,

Ensino Fundamental e Médio

Município da escola: Nova Laranjeiras

Núcleo Regional de Educação: Laranjeiras do Sul

Professor Orientador: Professora Dra. Ana Lúcia Crisostimo

Instituição de Ensino

Superior:

UNICENTRO – GUARAPUAVA

Relação Interdisciplinar: Arte e língua portuguesa

Resumo:

A presente Unidade didática tem como tema

“Animais Peçonhentos” com o título “Animais

Peçonhentos e os Desafios na Educação do

Campo”. Esta produção propõe atividades lúdicas

e abordagens diferenciadas sobre a temática

proposta, incluindo visita de estudos orientada, e

os jogos didáticos como alternativas

metodológicas. Este material didático visa alertar

os alunos para o problema de saúde pública, que

são os acidentes causados por animais

peçonhentos. Objetiva-se informar a comunidade

escolar, que vive no campo, sobre as formas de

prevenção de acidentes causados por animais

peçonhentos, os primeiros socorros e a

importância da manutenção da biodiversidade.

Assim, pretende-se despertar o interesse dos

alunos de 7º ano do Ensino fundamental, para o

estudo do conteúdo: Classificação dos seres

vivos.

2

Palavras-chave:(3 a 5 palavras) Animais peçonhentos, jogos didáticos,

ciências.

Formato do Material Didático: Unidade didática

Público:

Alunos (as), do 7º ano do Ensino

Fundamental.

APRESENTAÇÃO

A presente Unidade Didática que tem como tema “Animais Peçonhentos” com

o título “Animais Peçonhentos e os desafios na Educação do Campo”. Destina-se ao

trabalho com alunos do 7º ano do Ensino Fundamental, na disciplina de Ciências.

O tema, animais peçonhentos, pode ser inserido ao abordar o Conteúdo

Estruturante biodiversidade, mais especificamente no conteúdo básico classificação

dos seres vivos de acordo com as Diretrizes Curriculares Estaduais – DCEs (2008)

da disciplina de Ciências.

Apesar de sua importância, da variedade de temas que abrange e o interesse

que pode despertar, o ensino de ciências tem sido frequentemente conduzido de

forma pouco eficiente, principalmente quando se utiliza de abordagens por meio de

conceitos, definições e classificações. Isso faz com que a disciplina perca parte de

sua essência, que é despertar no aluno o interesse pela observação e investigação,

além de contrariar as principais concepções de aprendizagem humana.

Observou-se as dificuldades que os professores vivenciam em sala de aula,

assim como a mudança no perfil dos alunos, a falta de motivação para os estudos, e

a defasagem no processo de ensino-aprendizagem. Isso vem ocorrendo na grande

maioria dos conteúdos abordados, mas quando se trata do conteúdo estruturante

biodiversidade, de acordo com as Diretrizes Curriculares Estaduais – DCEs (2008, p.

67) da disciplina de Ciências, esse deve ser entendido para além da mera

3

diversidade dos seres vivos, espera-se que o estudante entenda o sistema complexo

de conhecimentos científicos que interagem num processo integrado e dinâmico

envolvendo a diversidade de espécies atuais e extintas; as relações ecológicas entre

outras. Para que ocorra esse entendimento, faz-se necessário aulas práticas e

abordagens dinâmicas que realizem uma ponte entre os conteúdos científicos e os

adquiridos em suas vivências ou práticas do cotidiano, principalmente por se

tratarem de alunos do campo.

Nota-se a falta de cuidados e informações que os educandos apresentam

com relação aos problemas de saúde e ambientais. Um dos fatores agravantes é o

desconhecimento por parte da comunidade escolar de muitas espécies peçonhentas

e nocivas à saúde e seus hábitos, que frequentemente tem provocado acidentes no

campo, envolvendo pessoas e animais. Esses acidentes ocorrem devido à alta

interação em meios considerados de risco como matas, pastagens, lavouras e

beiras de rio. Além dos acidentes ocorre a morte desnecessária de muitos

exemplares de diversas espécies consideradas perigosas, porém muito importantes

para o equilíbrio ecológico.

Através desta unidade didática, em suas propostas de ações educativas, com

a intenção de disseminar o conhecimento buscou-se formas de trabalhar os

conteúdos relacionados aos animais peçonhentos, e suas relações com o ambiente,

por meio de abordagens dinâmicas, tornando o ambiente de aprendizagem atrativo e

agregando valores conservacionistas. Objetivou-se também proporcionar ao aluno

descobrir a importância do aprendizado para a sua vida, compreender a natureza

como um todo dinâmico, sendo o ser humano parte integrante e agente de

transformações no local onde vive.

Segundo Crisostimo e Kiel (2012, p. 15), a educação contemporânea passa

por inúmeros desafios, o maior destes, é promover um ensino de qualidade que

possibilite o diálogo, as discussões e a construção de conhecimentos, superando o

ensino reprodutivista.

Para atingir este propósito o papel do professor é orientar os alunos propondo

situações interessantes e uma aprendizagem significativa. Em uma dimensão mais

ampla a escola deve contribuir para a formação da integridade pessoal, com o

entendimento da saúde como um valor pessoal e social.

4

Diante das novas demandas do ensino de ciências a presente unidade tem

como objetivo, buscar alternativas de apoio ao aprendizado de zoologia de uma

forma lúdica, com desenvolvimento das capacidades cognitivas, que favoreçam o

conhecimento dos conteúdos científicos de forma que os alunos possam fazer o uso

efetivo desses conhecimentos em sua vida. Objetiva-se algumas mudanças de

atitudes por parte dos alunos em suas ações cotidianas, como a prevenção de

acidentes por animais peçonhentos, e a preservação da biodiversidade, conhecendo

a importância dos ofídios e aracnídeos para o equilíbrio ecológico.

Portanto, é um desafio para a educação, considerar a diversidade, pôr em

prática a inclusão, e integrar as diferentes visões de mundo presente nas escolas,

principalmente por se tratar de Escola do Campo e para alunos do campo.

1 INTRODUÇÃO

Muitos animais produzem substâncias tóxicas mas não inoculam diretamente

na vítima, essas são usadas principalmente para defesa ou predação. Essas

substâncias são chamadas de veneno. Assim esses animais são considerados como

animais venenosos. Dentre eles podemos citar o sapo, que possui a glândula de

veneno, mas só é contaminado quem tocar na sua pele diretamente.

Existem outros animais que além de produzirem toxinas, têm capacidade de

inoculá-las. Neste caso, o veneno ou a peçonha, dá origem ao termo animais

peçonhentos. (CANDIDO, NANNI e KNYSAK, 2012, p. 3).

São considerados peçonhentos animais que por meio de um mecanismo de

caça e defesa são capazes de injetar em suas presas ou predadores uma

substância tóxica produzida em seus corpos, diretamente de glândulas

especializadas como dentes, ferrão, aguilhão por onde passa o veneno. Esses

animais agem geralmente ao se sentirem ameaçados, eles estão presentes nos

meios rurais e urbanos, provocando vários acidentes, são exemplos: cobras,

aranhas e escorpiões.

O interesse por animais peçonhentos foi registrado por diversas civilizações

antigas, que trataram de aspectos zoológicos, toxicológicos e terapêuticos, a

5

exemplo dos romanos ou que tiveram estes animais como objeto de veneração,

como os egípcios, que cultuavam escorpiões e os etruscos e provavelmente os

povos pré-colombianos, que consideravam as aranhas sagradas.

Entre os animais peçonhentos, as serpentes, aranhas e escorpiões são os

que causam maior número de acidentes, tratando-se muitas vezes de graves

intoxicações.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Serão abordados os temas Educação ambiental, Educação do Campo,

biodiversidade, além dos conteúdos específicos sobre: Aranhas, Escorpiões e

serpentes.

2.1 Educação Ambiental

Na sociedade contemporânea, a temática ambiental faz parte das discussões

no cenário político, econômico, educacional e cada vez mais é tema nos diversos

meios de comunicação. Diariamente nos deparamos com assuntos que envolvem o

lixo, a poluição dos rios, mares, queimadas, desmatamento e degradação da

natureza. Desenvolver uma consciência ambiental é um desafio, principalmente para

a escola que agrega funções de educar e formar os estudantes e não apenas

ensinar conteúdo.

Tamaio (2002, p. 17) explicita que quando falamos de natureza, não falamos

só das coisas, ou dos bichos, das plantas, dos rios e das montanhas, mas também

da maneira como vemos essas coisas, em particular integradas a um conceito que

nós criamos.

6

Os conceitos que elaboramos são resultados de nossas experiências de vida,

das informações que adquirimos sobre conhecimento científico, cultural, religioso e

até mesmo, do senso comum. Esses conceitos são concepções prévias sobre

determinados assuntos e que poderão ser modificados com a aquisição dos

conteúdos escolares.

Portanto, uma proposta de educação ambiental que busca auxiliar na

construção de uma estrutura social digna para todos, que vise organizar ações

humanas transformadoras junto ao meio ambiente, para obter melhor qualidade de

vida a todos, toca diretamente na relação entre o ser humano e a natureza. Esta

educação poderá ser mais efetiva quando trabalharmos dando ênfase ao ser

humano como parte integrante da natureza.

O homem inserido como parte da natureza nos traz um novo paradigma que,

para Capra (1997, p. 25) é chamado de visão de mundo holística. Ou seja, que

concebe o mundo como um todo integrado e reconhece a interdependência

fundamental, entre todos os seres e fenômenos ocorridos a sua volta. Enquanto

indivíduos e sociedade, estamos todos encaixados nos processos cíclicos da

natureza (CAPRA, 1997, p. 25).

Portanto, quando tratamos o ser humano como parte da natureza, precisamos

ter em mente que, o que fazemos ao meio onde vivemos pode refletir-se na nossa

saúde e na qualidade de vida.

Segundo (REIGOTA, 1997, apud, ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, 2013, p.

3273) a educação em âmbito formal, informal, familiar ou ambiental, é completa

quando o ser humano alcança a capacidade de pensar por si próprio. Partindo desta

premissa, a Educação Ambiental é um processo de formação dinâmico, permanente

e participativo, no qual as pessoas passam a agenciar transformações, participando

de forma ativa na busca por alternativas para a redução de impactos ambientais.

O tema “Educação Ambiental”, levando-se em conta inicialmente os

problemas locais é uma forma de contribuir para melhoraria do ensino-

aprendizagem.

7

Na concepção de Guimarães (2000, p. 84).

Uma Educação Ambiental crítica aponta para transformações radicais nas,

relações de produção, nas relações sociais, nas relações homem-natureza,

na relação do homem com sua própria subjetividade, num processo de

construção coletiva de uma nova cultura, novos conhecimentos. Processos

estes assumidos por sujeitos individuais e coletivos que desvelam a

necessidade da construção de novo modelo de relacionamento com a

natureza e de intervenção na história.

2.2 Educações do Campo

No atual contexto é um desafio para a educação, considerar a diversidade e

integrar as diferentes visões de mundo presentes nas escolas, principalmente por se

tratar de Escola do Campo, e para alunos do campo.

Para compreendermos a trajetória e a temática educação do/no campo, na

presente situação de pesquisa, torna-se válido relatar alguns passos da Educação

do Campo no cenário Brasileiro.

A história da educação no Brasil mostra que desde o início da colonização

quando chegaram os padres jesuítas com o objetivo de catequizar os indígenas a

educação assumiu um caráter elitista.

De acordo com Aranha, (2001, p. 101).

As primeiras escolas reúnem os filhos dos índios e dos colonos, mas a

tendência da educação jesuítica é separar os “catequizados” e os

“instruídos”. A ação sobre os índios se resume na cristianização e na

pacificação, tornando-os dóceis para o trabalho. Com os filhos dos colonos

porém a educação tende a ser mais ampla, estendendo-se além da escola

elementar de ler e escrever.

8

O modelo educacional adotado pelo Brasil privilegiou ao longo do tempo os

interesses da população urbana, desconsiderando os interesses e necessidades das

populações que vivem no campo. Este modelo, marcado pela lógica capitalista

marcou também as políticas educacionais e reforçou a ideia de que, para a

população do campo bastava uma educação rudimentar, já que, sempre foram

vistos como pessoas atrasadas em termos culturais.

A Educação do Campo tem sua origem vinculada com os Movimentos Sociais

e Organizações Populares do Campo ligados às lutas pelo direito à terra e garantia

de sobrevivência no campo. Assim, refletir sobre Educação do Campo exige

compreender a diversidade dos povos do campo e suas especificidades,

assegurando que o processo educacional possibilite a formação humana. É preciso

garantir o direito a escolarização no e do campo, com o envolvimento dos sujeitos

aos quais se destina.

Para os autores, (CALDART, CERIOLI e FERNANDES, apud ARROYO,

CALDART e MOLINA, 2004, p. 23)

A educação do campo precisa ser uma educação específica e diferenciada,

isto é, alternativa. Mas, sobretudo deve ser educação, no sentido amplo de

processo de formação humana, que constrói referências culturais e políticas

para a intervenção das pessoas e dos sujeitos sociais na realidade, visando

uma humanidade mais plena e feliz.

Pensar na Educação do Campo é pensar em um modelo de educação com

qualidade, que atinge e perpassa todos os níveis de educação de acordo com as

necessidades e especificidades desta população e ao mesmo tempo atenda cada

especificidade da própria educação.

Os sujeitos do campo têm direito a uma educação pensada, desde o seu

lugar e com a sua participação, vinculada a sua cultura e as necessidades humanas

e sociais, Paraná (DCEs – 2010, p. 9). Cabe aos educadores analisar e reconhecer

quem são esses sujeitos do campo.

9

Na visão de (MUNARIN, 2008, p. 2).

São considerados povos do campo, as populações que pertencem a grupos

indenitários, cuja produção da existência se dá fundamentalmente a partir

da relação com a natureza, direta ou indiretamente, vivam estas populações

nas sedes dos pequenos municípios, ou nas florestas, ou nas ribanceiras,

ou nas comunidades pesqueiras ou nas propriedades da agricultura familiar,

ou nos assentamentos de reforma agrária, ou nas áreas remanescentes de

quilombos, ou em outros espaços geográficos de igual apelo cultural e de

produção de vida.

O que de fato caracteriza e pode identificar os povos do campo conforme

Paraná (DCEs – 2010, p. 24) é o jeito peculiar de se relacionarem com a natureza, o

trabalho na terra, a organização das atividades produtivas ... Cultura e valores que

enfatizam as relações familiares e de vizinhança que valorizam as festas

comunitárias.

A garantia de educação de qualidade no campo, além de necessidade e

direito dos camponeses deve ser também compromisso dos profissionais que atuam

nas escolas do campo, como também compromisso dos órgãos governamentais

responsáveis pela educação e pela administração pública. Um desafio é posto à

Educação do Campo: Considerar a cultura dos povos do campo em sua dimensão

empírica e fortalecer a educação escolar como processo de apropriação e

elaboração de novos conhecimentos. Paraná (DCEs – 2010, p. 26).

No entanto é papel da escola, oferecer aos alunos acesso ao conhecimento

sistematizado, condições de se reconhecer como parte de uma sociedade que se

expande para além dos limites do campo, despertar nos educandos a capacidade de

conhecer, reconhecer, lutar e fazer valer os direitos básicos de cidadão que são de

todos, se a educação historicamente foi comprometida com as elites na atualidade

deve ser comprometida com a classe trabalhadora.

Para promover a educação de qualidade, as escolas do campo devem

também considerar a organização de currículos que contemplem conteúdos de

10

interesse da população camponesa, é papel do professor reorganizar a sua prática

educativa, tornando-a cada vez mais próxima da realidade dos sujeitos do campo, e

que possibilitem a aquisição de conhecimentos significativos.

2.3 Jogos didáticos e o lúdico

Hoje não se ensina mais como antigamente, professor falando e aluno

anotando. Na escola nem sempre o ato de aprender é atrativo. Os métodos

tradicionais geralmente são mecânicos e repetitivos, e por muitas vezes maçantes

para o aluno e o professor. Talvez seja esse o motivo pelo qual muitos alunos

percam o interesse por conhecer, descobrir e refletir sobre algo novo que lhes é

apresentado durante as aulas. É preciso rever as formas de ensinar e aprender,

para que sejamos capazes de atender às demandas da sociedade e do

conhecimento.

Frizzo e Marin (1989) assinalam que uma das principais mudanças que

devem acontecer no ensino de ciências diz respeito às metodologias de ensino. Em

outras palavras, faz-se necessário encontrar alternativas metodológicas mais

atraentes e dinâmicas, que despertem o interesse dos professores e educandos, ao

mesmo tempo em que são instigados a pensar criticamente.

No entanto existem formas pedagógicas incluindo os jogos, dinâmicas em

grupo, visitação e aulas de campo. Que podem contribuir significativamente para

instigar o interesse do aluno pelo conhecimento. Nesse sentido a ludicidade como

ato de aprender contribui para a integração entre sujeito-objeto e melhora a

socialização, além de valorizar o processo ensino aprendizagem.

O jogo permite uma maior socialização do grupo escolar, sendo positivo para

a aprendizagem. De acordo com (MORATORI, 2003, apud, CRISOSTIMO e KIEL

2012, p. 45) o uso da atividade lúdica pode favorecer ao educador conhecer melhor

grupo escolar onde se trabalha o que pode ser fundamental para estimular o

aprendizado por parte dos alunos. Nesse sentido, reafirma a importância dos jogos

didáticos com as seguintes contribuições. Segundo Miranda (2001), mediante o jogo

11

didático, vários objetivos podem ser atingidos, relacionados à cognição: o

desenvolvimento da inteligência e da personalidade, fundamentais para a

construção de conhecimentos; afeição: desenvolvimento da sensibilidade e da

estima no sentido de estreitar laços de amizade e afetividade; socialização:

simulação de vida em grupo; motivação: envolvimento da ação, do desafio e

mobilização da curiosidade e criatividade.

O uso de diferentes tipos de jogos proporciona uma rica variedade de

oportunidades de aprendizagem. O jogo é conhecido como um poderoso mediador

para a aprendizagem no decorrer da vida dos escolares, possibilitando o

entendimento dos conteúdos, relacionando os com a vida cotidiana.

A utilização de metodologias de ensino diferenciadas em sua prática

pedagógica, tais como dinâmicas, jogos, aulas de campo entre outras proporcionam

uma mobilização em busca do conhecimento, da formação de valores e na mudança

de atitudes, em resposta às necessidades impostas pelo meio. Mas para que os

objetivos da atividade proposta sejam atingidos é necessário, que sejam planejados

com antecedência e seja aplicado de uma forma organizada.

Para os autores: (WARD, RODEN, HEWLETT E FOREMAN, 2010 p. 163).

Os benefícios de usar jogos como estratégia positiva na sala de aula podem ser enormes. Todavia, apenas deixar que os alunos joguem para tornar a aula mais interessante não é a resposta. O jogo deve ser planejado e controlado. Para que o jogo seja usado de forma produtiva, os alunos devem estar atentos e concentrados na atividade, e os jogos devem ser motivadores e divertidos.

Isso tudo nos faz refletir sobre as diversas formas de aprendizagem humana,

e nos levam a alguns questionamentos e reflexões.

Conforme: (FOUREZ, 1995, p. 223)

Sem certas representações que permitem aprender o que está em jogo no

discurso dos especialistas, as pessoas arriscam-se a se verem tão

indefesas quanto os analfabetos em meio a uma sociedade onde reina a

escrita.

2.4 Biodiversidade

12

A biodiversidade resulta de milhões de anos de evolução biológica e, é o

componente do sistema de suporte à vida de nosso planeta. Além do valor intrínseco

de cada espécie, seu conjunto, bem como o de interações entre espécies e destas

com o meio físico-químico, resultam em serviços ecossistêmicos imprescindíveis

para manter a vida na Terra. No entanto no decorrer dos anos, muitas espécies

animais e vegetais já foram extintas, devido a fenômenos ambientais, assim como

novas espécies foram surgindo e ainda estão sendo descobertas.

Hoje a diversidade de espécies vegetais e animais é muito vasta, conforme

cita: Helene e Marcondes (2005, p. 8)

Atualmente, cerca de 1,4 milhão de espécies de seres vivos estão

identificados pela ciência. Desse total, mais de 750 mil são espécies de

insetos, 250 mil de plantas vasculares e briófitas, 74 mil de fungos e algas,

37 mil de microrganismos, 41 de vertebrados. Entre esses últimos, há 19 mil

de espécies de peixes, 10 mil de anfíbios e répteis, 9 mil de aves e 4 mil de

mamíferos. Tais números, no entanto, estão longe de cobrir todas as

espécies que realmente existem no planeta. Na verdade, estima-se que

vivam na Terra cerca de 10 milhões de espécies de seres vivos.

Toda essa variedade de espécies é extremamente importante para a

manutenção dos ecossistemas. No entanto, se considerarmos nosso planeta como

um grande ecossistema, podemos compreender que quanto maior a diversidade

biológica, maior a complexidade e maior a resistência ao desequilíbrio.

Dias (2005, p. 57), afirma que:

A conservação da biodiversidade é vital para a sobrevivência e bem-estar

dos seres humanos, pois nos oferece produtos essenciais, incluindo

alimentos, medicamentos e matérias primas às indústrias. As plantas e

animais são úteis no controle de pestes e enchentes, na manutenção do

clima e a produtividade do solo, na degradação do lixo, purificação do ar e

na manutenção da qualidade da água. Como vemos as interações entre a

biodiversidade é o que mantém o equilíbrio do ambiente global.

13

Sendo a biodiversidade responsável pela manutenção da vida na terra e pela

interação entre os seres vivos, cada vez que uma espécie entra em extinção, todos

demais seres vivos, incluindo o ser humano se tornam mais vulneráveis aos

impactos ambientais.

Hoje, um dos maiores problemas para a manutenção da biodiversidade é o

homem com suas ações e a cultura de exterminar algumas espécies, sendo os

motivos variados que vão da caça esportiva ao instinto de defesa, o que acontece

muito com os animais peçonhentos que são considerados perigosos, e sempre que

são avistados, a primeira reação humana é matá-los.

Torna-se necessário rever esse pensamento, pois nos dias atuais é

imprescindível formar novos conceitos sobre a importância desses animais para o

equilíbrio ecológico. Onde esse terror por certos animais ocorre pelo simples

desconhecimento dos seus hábitos. Devemos difundir os conceitos científicos sobre

a preservação dos “Animais Peçonhentos” e que esses, venham a contribuir com a

aprendizagem dos nossos alunos, valorizando conceitos já assimilados pelas

vivências em seu cotidiano de forma que se tornem significativos. Desmistificando

certos “mitos” que estes animais trazem sobre si próprio. Com tamanha importância

para o meio ambiente, é preciso evitar a perda da biodiversidade.

Faz-se necessário um melhor aprofundamento teórico sobre essas espécies

de animais, que são as aranhas, escorpiões e serpentes destacando as

características, formas de identificação e aspectos gerais relevantes. Serão

abordados temas específicos de interesse em saúde, juntamente com medidas

preventivas e adequadas em caso de acidente.

2.5 Aranhas

As aranhas compõem a ordem mais numerosa dos aracnídeos. Aranhas e

escorpiões pertencem ao filo Artrópodes e correspondem a mais de 80% das

14

espécies animais existentes. Dentre os principais grupos, estão os aracnídeos, dos

quais fazem parte as aranhas e os escorpiões. (CANDIDO, NANNI e KNYSAK,

2012, p. 16).

Segundo (BARNES,1990, apud KIEL e CRISOSTIMO, 2013, p. 72). No Brasil,

cerca de 20 espécies de aranhas podem causar sérios danos à saúde humana,

dentre elas os gêneros Loxosceles (aranha marron), Phoneutria (aranha armadeira),

enquanto as picadas causadas por Lycosa (aranha-de-grama) e pelas

caranguejeiras (família Theraphosidae) ocasionam acidente de menor gravidade,

(CUPO; AZEVEDO-MARQUES e HERING, 2003, apud KIEL e CRISOSTIMO, 2013,

p. 72). Conforme dados do Ministério da Saúde, o coeficiente de incidência dos

acidentes araneídeos situa-se em torno de 1,5 casos por 100.000 habitantes, com

registro de 18 óbitos no período de 1990-1993. A maioria das notificações de

acidentes, provem das regiões Sul e Sudeste (FUNASA, 2001, p. 45).

2.5.1 Características gerais das aranhas

São predadoras, animais carnívoros, mas só ingerem alimentos líquidos,

assim após capturar uma presa injetam suco gástrico dentro do organismo da vítima

e depois ingerem o caldo resultante, alimentam-se principalmente de insetos, tem

vida livre e geralmente solitárias. As aranhas segregam um óleo nas suas patas

assim não ficam presas a sua teia quando se locomovem. Todas produzem seda,

mas nem todas constroem teia, que possui finalidade de: capturar suas presas,

moradia e proteção a seus ovos. São dotadas de um exoesqueleto que contém

quitina (polissacarídeo, cadeia longa de açúcar). Ele é produzido pela epiderme,

limita o crescimento do animal e por isso ocorrem as mudas ou ecdises para que

possa crescer. As aranhas necessitam realizar periodicamente a troca de pele, de 5

a 7 vezes, durante o período de crescimento. Os pelos que fazem o revestimento

externo do corpo das aranhas funcionam como uma espécie de sensor para que o

animal possa perceber o deslocamento de ar. A boca da aranha localiza-se entre os

palpos e entre a boca e o estômago tem uma estrutura revestida por milhares de

15

finíssimos pelos que apresentam a função de uma espécie de filtro que seguram

todas as partículas que apresentam um tamanho inferior a 1μm. Assim, ela está

protegida contra bactérias e vírus.

As aranhas também possuem os seus inimigos naturais que se encontram na

natureza e são eles: lagartixas, escorpiões, rãs, parasitas diversos, lagartos, sapos e

muitos pássaros.

Anatomia externa de uma aranha

Fonte: Instituto Butantan, 2012

2.5.2 Aranha-marrom (Loxosceles)

Possui coloração marrom, por vezes avermelhada. A parte dianteira do corpo

(carapaça) é achatada. Seu tamanho característico é de cerca 1,5 cm de corpo ou 4

cm incluindo as pernas e ocorrem em todo o território Brasileiro. (CANDIDO, NANNI

e KNYSAK, 2012, p. 20).

16

Fonte:http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/galeria/fotos.php?evento=2

Essas aranhas constroem teias irregulares e densas, lembrando algodão

desfiado, em fendas de barrancos, sob cascas de árvores, bambuzais, telhas e

tijolos empilhados, atrás de quadros e móveis, cantos de parede, sempre ao abrigo

da luz direta. Não são aranhas agressivas, picando apenas quando comprimidas

contra o corpo. No interior de domicílios, ao se refugiar em vestimentas, acabam

provocando acidentes. Conforme (FUNASA, 2001, p. 47,48), a maioria dos

acidentes notificados se concentra no sul do país, particularmente no Paraná e

Santa Catarina. O acidente atinge mais comumente adulto, com discreto predomínio

em mulheres, ocorrendo, intradomiciliar. Observa-se uma distribuição centrípeta das

picadas, acometendo mais a coxa, tronco ou braço. Os primeiros sintomas de

envenenamento são a sensação de queimadura e formação de ferida no local da

picada. É a única aranha que causando acidente vai requerer obrigatoriamente, um

tratamento soroterápico, independente da condição de saúde da pessoa ou de sua

idade.

Lesão característica: dor em queimação, lesões hemorrágicas focais,

mescladas com áreas pálidas de isquemia (placa marmórea) e necrose. Geralmente

o diagnóstico é feito nesta oportunidade. As picadas em tecido frouxo, como na face,

podem apresentar edema e eritema exuberantes.

2.5.3 Aranha-armadeira (Phoneutria)

17

Possui coloração marrom, e no abdome uma sequência de pequenos pontos

mais claros. Pode atingir o tamanho de até 17 cm. Não constrói teias. Percorre

pequenas distâncias, buscando alimento e refúgio. É chamada armadeira pelo fato

de se “armar”. São encontradas em locais com acúmulo de material de construção,

terrenos baldios, bananeiras em zonas rurais junto às residências. (CANDIDO,

NANNI e KNYSAK, 2012, p. 20).

Fonte: Adriana Spironello, 2015

Quadro clínico: Predominam as manifestações locais. A dor imediata é o

sintoma mais frequente, em apenas 1% dos casos os pacientes se apresentam

assintomáticos após a picada. Sua intensidade é variável, podendo se irradiar até a

raiz do membro acometido. Outras manifestações são: edema, eritema, parestesia e

sudorese no local da picada, onde podem ser visualizadas as marcas de dois pontos

de inoculação (FUNASA, 2001, p. 46).

2.5.4 Aranhas Caranguejeiras (Mygalomorphae)

18

São temidas devido à aparência, no entanto não possuem glândulas de

veneno, assim, utilizam como mecanismo de defesa o bombardeamento de pelos

com ação irritante em direção ao inimigo, e consiste em atrair vigorosamente as

patas traseiras no abdômen, (MINISTÉRIO DA SAUDE, 2009, apud KIEL e

CRISOSTIMO, 2013, p. 72,73).

Fonte:http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php

foto=666&evento=2#menu-galeria

2.5.5 Aranha-de-jardim (Lycosidae)

Fonte: Adriana Spironello, 2015

19

São conhecidas como aranha de grama ou aranha de jardim. Os acidentes,

apesar de frequentes, não constituem problema de saúde pública. São aranhas

errantes, não constroem teia e frequentemente são encontradas em gramados e

jardins. Podem variar de tamanho, sendo que as maiores atingem até 3 cm de corpo

por 5 cm de envergadura de pernas. Há um grande número de espécies descritas

para todo o Brasil (FUNASA, 2001, p. 48).

2.5.6 Viúva-negra (Latrodectus)

As fêmeas possuem abdome globular, apresentando no ventre um desenho

característico em forma de ampulheta em tons de laranja ou vermelho. A fêmea

pode chegar a 1,5 cm de tamanho enquanto o macho atinge alguns milímetros

(CANDIDO, NANNI e KNYSAK, 2012, p. 21).

http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/galeria/fotos.php?evento=2&start=8

2.6 Escorpiões

Os escorpiões existem comprovadamente há mais de 400 milhões de anos

(fósseis do Carbonífero) sendo considerados os aracnídeos mais antigos que se

20

conhece (CRUZ, 1994, apud, BIOTA NEUTROPICA, 2007, p. 358). Embora

represente um grupo bastante homogêneo quanto às suas características

morfológicas, a ordem Scorpiones pode ser considerada razoavelmente diversa,

apresentando 1500 espécies conhecidas, distribuídas em 14 famílias e 163 gêneros.

Os acidentes com escorpiões são importantes em virtude da grande

frequência com que ocorrem, e da sua potencial gravidade, principalmente em

crianças picadas pelo Tityus serrulatus. Os escorpiões são animais terrestres e

carnívoros, alimentando-se principalmente de insetos, como grilos ou baratas. Eles

apresentam hábitos noturnos, escondendo-se durante o dia sob pedras, troncos,

dormentes de linha de trem, em entulhos, telhas ou tijolos. Muitas espécies vivem

em áreas urbanas, onde encontram abrigo dentro e próximo das casas, bem como

alimentação farta. Eles podem sobreviver vários meses sem alimento e mesmo sem

água, o que torna seu combate muito difícil. Os escorpiões de importância médica

no Brasil pertencem ao gênero Tityus, que é o mais rico em espécies, representando

cerca de 60% da fauna escorpiônica neotropical. “Onde destacam-se as espécies

Tityus serrulatus: (escorpião amarelo) e Tityus bahiensis (escorpião preto)” (CUPO;

AZEVEDO-MARQUES e HERING, 2003, apud, KIEL e CRISOSTIMO, 2013, p. 73).

Morfologia externa do escorpião

Fonte: FUNASA, 2001

Os escorpiões apresentam o corpo formado pelo tronco (prosoma e

mesosoma) e pela cauda (metasoma). O prosoma dorsalmente é coberto por uma

21

carapaça indivisa, o cefalotórax, e nele se articulam os quatro pares de pernas, um

par de quelíceras e um par de pedipalpos. O mesosoma apresenta sete segmentos

dorsais, os tergitos, e cinco ventrais, os esternitos. A cauda é formada por cinco

segmentos e no final da mesma situa-se o telso, composto de vesícula e ferrão

(aguilhão). A vesícula contém duas glândulas de veneno. Estas glândulas produzem

o veneno que é inoculado pelo ferrão. Os escorpiões inoculam o veneno pelo ferrão

ou télson, localizado no último segmento da cauda.

Anatomia externa de um escorpião

Fonte: Instituto Butantan, 2012

2.6.1 Escorpião amarelo (Tityus serrulatus)

Possui tronco marrom-escuro; pedipalpos e patas amarelados, a cauda, que

também é amarelada, apresenta uma serrilha dorsal nos dois últimos segmentos

(assim o nome Tityus serrulatus) e, uma mancha escura no lado ventral da vesícula,

com comprimento de 6 a 7 cm. Geograficamente sua distribuição encontra-se da

seguinte forma: Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro

e São Paulo (FUNASA, 2001, p. 38).

22

http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/galeria/fotos.php?evento=2&start

A picada do escorpião amarelo (Tityus serrulatus) provoca dor intensa no

local, que se irradia. Podem ocorrer sudorese (suores), vômitos, alterações

cardíacas e choque.

2.6.2 Escorpião marrom (Tityus bahiensis)

Fonte:http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/galeria/fotos.php?evento=2

&start=260

Suas características são, tronco marrom-escuro, patas com manchas

escuras; pedipalpos com manchas escuras nos fêmures e nas tíbias. Comprimento

23

de 6 a 7 cm. Geograficamente sua distribuição encontra-se da seguinte forma:

Goiás, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e

Santa Catarina (FUNASA, 2001, p. 38).

Quadro Clínico: Acidentes por T.serrulatus são os mais graves. A dor no

local pode ser sentida como: ardor, queimação ou agulhada. Pode ser acompanhada

por parestesias, aumentar de intensidade e irradiar-se para a raiz do membro

acometido. Ponto(s) de inoculação nem sempre são visíveis, na maioria dos casos,

há apenas discreto eritema e edema, podendo-se observar também sudorese e pilo

ereção local. Nos acidentes moderados e graves, principalmente em crianças, após

minutos até poucas horas (2-3h), podem surgir manifestações sistêmicas.

Manifestações Sistêmicas: Gerais: hipo ou hipertermia e sudorese profusa.

Digestivas: náuseas, vômitos e mais raramente: dor abdominal e diarreia.

Cardiovasculares: arritmias cardíacas, hiper ou hipotensão arterial, insuficiência

cardíaca congestiva e choque. Respiratórias: taquipneia, dispneia e edema

pulmonar agudo. Neurológicas: agitação, sonolência, confusão mental, hipertonia e

tremores.

A gravidade do quadro clínico, depende de vários fatores como espécie e

tamanho do animal agressor, quantidade de veneno inoculado, número de picadas,

massa corporal da vítima e sensibilidade ao veneno, tempo decorrido entre o

acidente e o tempo de atendimento médico.

2.7 As Serpentes

Serpente é um grupo de répteis que apresenta o corpo alongado, revestido

por escamas, desprovido de membros e sem pálpebras. As serpentes necessitam

de fontes externas de calor para regular a temperatura (SANT`ANNA, GREGO e

PUORTO, 2012, p. 4). Por ter a visão deficiente, as serpentes contam com outros

órgãos sensoriais para compensarem esta deficiência.

As serpentes ou até mesmo ofídios pertencem ao reino Animalia, Filo

Chordata, Subfilo Vertebrata, Ordem quamata, Subordem Ophidia, (PAULA, 2010, p.

24

21). E desde os mais remotos tempos, exercem simultaneamente enorme fascínio e

imenso temor nos seres humanos, pois despertam tanto a curiosidade como o medo

Conforme dados, existem cerca de 3.315 espécies de serpentes conhecidas

em todo planeta, distribuídas pelos cinco continentes, em ilhas e mares, sendo a

incidência de espécies maior nas regiões tropicais.

Segundo a Sociedade Brasileira de Herpetologia, há no Brasil 371 espécies

de serpentes catalogadas. Em relação ao número total de espécies, cerca de 55 são

peçonhentas.

Em algumas linhagens de serpentes houve a evolução de dentes

inoculadores de peçonha. Para Bernarde (2009, p. 90) essas serpentes, são

peçonhentas, pois possuem glândulas de peçonha desenvolvidas com função

primária de subjugar (matar e digerir) suas presas. As serpentes peçonhentas

possuem duas glândulas supra labiais e volumosas, localizadas lateralmente na

cabeça, próximas ao maxilar, além de eficiente mecanismo inoculador de peçonha.

Estas serpentes são consideradas de interesse em Saúde, pela capacidade

de causar morte ao ser humano, e em virtude de sua grande frequência e gravidade

(FUNASA, 2001, p. 9). As serpentes peçonhentas de tal interesse no Brasil são

divididas em duas famílias: Viperidae (jararaca, cascavel e surucucu) e Elapidae

(coral-verdadeira); e quatro genêros: Bothrops (jararaca, jararacuçu, urutu, caiçaca),

Crotalus (cascavel), Lachesis (surucucu) e Micrurus (coral-verdadeira).

2.7.1 Identificação das serpentes

Serpentes pertencentes ao gênero Bothrops possuem cauda lisa e fosseta

loreal, um órgão sensorial termo receptor a Micrurus e exceção entre as serpentes

peçonhentas por não possuírem fosseta loreal. São encontradas em todo o país; o

gênero Crotalus possui um guizo na ponta da cauda e fosseta loreal, é encontrado

com maior frequência em campos, áreas abertas e secas. Já serpentes do gênero

Lachesis possuem escamas eriçadas na ponta da cauda e fosseta loreal.

25

2.7.2 Características dos gêneros de serpentes peçonhentas no Brasil

Fosseta loreal presente:

(fig. 1) (fig.2)

Fonte: Funasa, 2001

A fosseta loreal, órgão sensorial termorreceptor, é um orifício situado entre o

olho e a narina, daí a denominação popular de “serpente de quatro ventas” (fig. 1).

Indica com segurança que a serpente é peçonhenta e é encontrada nos gêneros

Bothrops, Crotalus e Lachesis. Todas as serpentes destes gêneros são providas de

dentes inoculadores bem desenvolvidos e móveis situados na porção anterior do

maxilar (fig. 2).

A identificação entre os gêneros referidos também pode ser feita pelo

tipo de cauda (fig.3).

Olho

Presas

Narina

Fosseta Loreal

26

Crotalus Lachesis Bothrops

Fig.3

Fonte: Funasa, 2001

Fosseta loreal ausente: As serpentes do gênero Micrurus não apresentam

fosseta loreal (fig. 4) e possuem dentes inoculadores pouco desenvolvidos e fixos na

região anterior da boca (fig. 5).

Fig.4

Fonte: Funasa, 2001

2.7.3 Jararaca (Bothrops)

Escamas eriçadas Guizo ou chocalho Cauda lisa

Olho

Narina Presas

27

Possui fosseta loreal ou lacrimal, tendo a extremidade da cauda com

escamas e cor geralmente parda. Nomes populares: Caiçaca, Jararacuçu, Urutu,

Jararaca de Rabo Branco, Cotiara, Cruzeira e outros. Algumas espécies são mais

agressivas, são responsáveis por 70% dos acidentes ofídicos no Estado do Paraná.

As diferentes espécies de jararaca são encontradas em vários ambientes: nos

campos, nas matas e até nas periferias de cidades. Vivem no chão e as vezes,

sobre a vegetação, podendo atingir até 1,5 m. Estão distribuídas em todo território

brasileiro.

Fonte:http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.phpfoto=666

&evento=2#menu-galeria

Quadro Clínico: Manifestações Locais como: dor e edema endurado no local

da picada, de intensidade variável, geralmente de instalação precoce e caráter

progressivo. Equimoses e sangramentos no ponto da picada são frequentes.

Enfartamento ganglionar e bolhas podem aparecer na evolução, acompanhados ou

não de necrose.

2.7.4 Cascavel (Crotalus)

Possui fosseta loreal ou lacrimal; a extremidade da cauda apresenta guizo ou

chocalho de cor amarelada na ponta da cauda. Essas serpentes são menos

28

agressivas que as Jararacas e, encontram-se geralmente em locais secos e abertos.

Distribuem-se de maneira irregular pelo país, determinando as variações com que a

frequência de acidentes é registrada. Responsáveis por cerca de 7,7 % dos

acidentes ofídicos registrados no Brasil, e 11% dos acidentes ofídicos no Estado do

Paraná podendo representar até 30% dos acidentes em algumas regiões. Não são

encontradas em regiões litorâneas. Apresentam o maior coeficiente de letalidade

dentre todos os acidentes ofídicos (1,87%), pela frequência com que evoluem para

insuficiência renal aguda.

Fonte: Adriana Spironello, 2014

As principais ações do veneno crotálico são: neurotóxica, miotóxica e

coagulante.

Ação neurotóxica: Produzida principalmente pela fração crotoxina, uma

neurotoxina de ação pré-sináptica que atua nas terminações nervosas inibindo a

liberação de acetilcolina. Esta inibição é o principal fator responsável pelo bloqueio

neuromuscular, do qual decorrem as paralisias motoras apresentadas pelos

pacientes.

Ação miotóxica: Produz lesões de fibras musculares esqueléticas

(rabdomiólise) com liberação de enzimas e mioglobina para o soro, que são

posteriormente excretadas pela urina. Não está identificada a fração do veneno que

produz esse efeito miotóxico sistêmico. Há referências experimentais da ação

miotóxica local da crotoxina e da crotamina. A mioglobina, e o veneno como

29

possuindo atividade hemolítica “in vivo”. Estudos mais recentes não demonstram a

ocorrência de hemólise nos acidentes humanos.

Ação coagulante: Decorre de atividade do tipo trombina que converte o

fibrinogênio diretamente em fibrina. O consumo do fibrinogênio pode levar à

incoagulabilidade sanguínea. Geralmente não há redução do número de plaquetas.

As manifestações hemorrágicas, quando presentes, são discretas.

Manifestações locais: São pouco importantes, diferindo dos acidentes

biotrópico e laquético. Não há dor, ou esta pode ser de pequena intensidade. Há

parestesia local ou regional, que pode persistir por tempo variável, podendo ser

acompanhada de edema discreto ou eritema no ponto da picada.

Gerais: mal-estar, prostração, sudorese, náuseas, vômitos, sonolência ou

inquietação e secura da boca podem aparecer precocemente e estar relacionadas a

estímulos de origens diversas, nos quais devem atuar o medo e a tensão emocional

desencadeados pelo acidente.

Neurológicas: decorrem da ação neurotóxica do veneno, surgem nas

primeiras horas após a picada, e caracterizam a fácies miastênica (fácies

neurotóxica de Rosenfeld) evidenciadas por ptose palpebral uni ou bilateral, flacidez

da musculatura da face, alteração do diâmetro pupilar, incapacidade de

movimentação do globo ocular (oftalmoplegia), podendo existir dificuldade de

acomodação (visão turva) e/ou visão dupla (diplopia). Como manifestações menos

frequentes, pode-se encontrar paralisia velo palatina, com dificuldade à deglutição,

diminuição do reflexo do vômito, alterações do paladar e olfato.

Musculares: A ação miotóxica provoca dores musculares generalizadas

(mialgias) que podem aparecer precocemente. A fibra muscular esquelética lesada

libera quantidades variáveis de mioglobina que é excretada pela urina

(mioglobinúria), conferindo-lhe uma cor avermelhada ou de tonalidade mais escura,

até o marrom. A mioglobinúria constitui a manifestação clínica mais evidente da

necrose da musculatura esquelética (rabdomiólise).

2.7.5 Coral verdadeira (Micrurus)

30

Não possui fosseta loreal (Atenção: ausência de fosseta loreal é característica

de não venenosas. As Corais são exceção).

Possui desenhos de anéis ao longo do corpo. Nomes populares: Coral, Coral

Verdadeira, Boicorá, etc. São encontradas em tocas - hábitos subterrâneos. Essas

serpentes não são agressivas. Seus acidentes são raros, porém, pelo risco de

insuficiência respiratória aguda, devem ser considerados como graves.

A maioria das 18 espécies do gênero Micrurus (serpentes corais) possuem,

um padrão de cor representado por anéis corporais em uma combinação de

vermelho (ou alaranjado), branco (ou amarelo) e preto. A presença da cor vermelha

é uma indicação de perigo (coloração aposemática) para potenciais predadores,

especialmente pássaros. A letalidade corresponde a 0,4%.

Fonte:http://ww.biologia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?

foto=719&evento=4w

2.7.6 Surucucu pico-de-jaca

Essas serpentes são encontradas principalmente em matas densas vivem no

chão. Podem atingir até 2,5 m. A distribuição fica restrita à faixa litorânea da Mata

Atlântica e Floresta Amazônica. Os acidentes com serpentes do gênero Lachesis

são raros. No Brasil, o gênero Lachesis muta, conhecido popularmente como

surucucu, pico-de-jaca, surucutinga, malha de fogo, possui duas subespécies:

31

Lachesis muta muta e Lachesis muta rhombeata. (SANT`ANNA, GREGO e

PUORTO, 2012, p. 9)

Fonte: Instituto Butantan, 2012

2.7.7 Conservação e importância das serpentes para o meio ambiente

O Brasil é um dos países que concentra uma grande riqueza em sua

biodiversidade. Entre essas riquezas, estão as serpentes, que são de grande

importância, pois além de participar da cadeia alimentar e do equilíbrio ambiental,

podem ser muito úteis ao homem. As serpentes se alimentam dos mais variados

animais, desde aranhas e insetos, até vertebrados como roedores e anfíbios.

Portanto, elas têm um importante papel no equilíbrio ecológico, sendo

corresponsáveis pela manutenção do tamanho de certas populações de pragas e

servindo de alimento para mamíferos e aves.

Se por um lado, o veneno pode ter consequências graves ao ser humano em

caso de acidente, por outro lado ele também pode ser benéfico. Pesquisas com

venenos revelam o grande potencial que estas substâncias escondem em suas

composições. A partir desses componentes isolados já foram descobertos

analgésicos, controladores de pressão arterial, colas biológicas, entre outros. Para

que novas descobertas aconteçam é necessário conservar as serpentes em seu

hábitat.

32

2.8 Cuidados para se evitar acidentes com animais peçonhentos

A- Aranhas e Escorpiões

Manter jardins e quintais limpos;

Evitar folhagens densas junto a paredes e muros das casas;

Manter a grama aparada;

Vedar frestas e buracos de portas janelas e paredes;

Afastar camas e berços da parede, evitar que as roupas de cama encostem

no chão;

Não deixar as roupas no chão, ou penduradas em paredes e sacudi-las antes

de vestir;

Sacudir os calçados antes de calçá-los e jamais colocar a mão dentro;

No ambiente rural, preservar os inimigos naturais: como corujas, lagartos

sapos, galinhas, gansos, joão-bobo e quatis.

Não colocar as mãos em buracos como tocas, sob pedras ou em madeiras

podres;

B- Serpentes

Oitenta por cento das picadas atingem as pernas, abaixo dos joelhos. Use

bota ou botinas de preferência de cano alto nos trabalhos do campo.

Dezenove por cento das picadas atingem as mãos ou antebraços.

Use luvas de aparas de couro para remexer em montes de lixo, folhas secas,

buracos, lenhas ou palhas. Afaste galhos com um pedaço de pau.

Cobras gostam de se abrigar em locais quentes, escuros e úmidos. Cuidado

ao mexer em pilhas de lenha, folhas secas, palhas de feijão, milho ou cana e

montes de lixo.

33

Não colocar as mãos em buraco, cuidado ao revirar cupinzeiros.

Onde tem rato, tem cobra. Não deixe acumular lixo e entulhos. Limpe paióis e

terreiros. Feche buracos de muros, portas e janelas.

Atenção ao calçar sapatos e botas. Animais peçonhentos podem se refugiar

dentro deles.

Lembre-se: na natureza não há vilões. Não mate cobras simplesmente por

estarem vivas. Elas mantêm o equilíbrio natural, comendo roedores, que

transmitem doenças e dão prejuízos nas casas, plantações e paióis. (Instituto

Butantan)

2.9 Medidas a serem tomadas em caso de acidentes

A- Aranhas e Escorpiões

O tratamento dos acidentes causados por aranha armadeira e escorpião na

maioria das vezes é voltado para o controle da dor. Inicialmente com compressas

mornas na região que auxiliam no alívio da dor, em seguida procurar atendimento

médico onde será avaliada a necessidade ou não de soro.

B- Serpentes

Muitos procedimentos, embora não recomendados, são ainda amplamente

empregados como medidas visando retardar a absorção no veneno. Boa parte deles

pode na verdade contribuir para a ocorrência de complicações no local da picada.

Não amarrar o membro acometido: O torniquete ou garrote dificulta a

circulação do sangue, podendo produzir necrose ou gangrena e não impede

que o veneno seja absorvido.

Não cortar o local da picada: alguns venenos podem inclusive provocar

34

hemorragias e o corte aumentará a perda de sangue.

Não chupar o local da picada: não se consegue retirar o veneno do organismo

após a inoculação. A sucção pode piorar as condições do local atingido.

Lavar o local da picada somente com água e sabão: Não colocar substâncias

no local da picada, como folhas, querosene, pó de café, pois elas não

impedem que o veneno seja absorvido, pelo contrário, podem provocar

infecção.

Evitar que o acidentado beba querosene, álcool ou outras bebidas: Além de

não neutralizarem a ação do veneno, podem causar intoxicações.

Manter o acidentado em repouso: Se a picada tiver ocorrido em pé ou perna,

procurar manter a parte atingida em posição horizontal, evitando que o

acidentado ande ou corra.

Levar o acidentado o mais rapidamente possível a um serviço de saúde: É

difícil estabelecer um prazo para o atendimento adequado, porém o tempo

decorrido entre o acidente e o tratamento é um dos principais fatores para o

prognóstico.

O soro é o único tratamento eficaz para o acidente ofídico, e deve ser

específico para cada tipo de serpente.

3. METODOLOGIA

Neste material didático propomos o desenvolvimento de atividades e ações

educativas com a intenção de disseminar o conhecimento em relação aos animais

peçonhentos, e suas relações com o ambiente.

PROPOSTAS DE ATIVIDADES DIDÁTICAS:

35

3.1 Atividade - 1

QUESTIONAMENTO DE SONDAGEM SOBRE ANIMAIS PEÇONHENTOS

Modalidade: Sondagem, pré-teste.

Local: Sala de aula

Duração: Aproximadamente 2 aulas

Objetivo: Verificar os conhecimentos que os alunos do 7º ano do Ensino

Fundamental apresentam em relação ao conteúdo animais peçonhentos.

Metodologia: Propomos ao professor a aplicação de um questionário

denominado pré-teste, como abordagem pedagógica inicial do tema, onde o (a)

professor (a) deverá elaborar um questionário com questões relevantes, para ser

aplicado aos educandos. Este será composto por diversas questões sendo elas

objetivas e discursivas, que pode ser usado com o objetivo de despertar no aluno o

interesse pelo assunto e verificar o conhecimento que os mesmos apresentam sobre

o tema.

Sugestão de Pré-teste:

MARQUE UM X APENAS NA ALTERNATIVA QUE CONSIDERAR CORRETA

36

1- Você sabe o que significa a palavra peçonhento?

( ) – Sim ( )- Não

2- Você sabe quais animais são considerados peçonhentos?

A- ( ) Rato, gafanhoto, piolho e pernilongo.

B- ( ) Onça, leão, gavião e tigre.

C- ( ) Piranha, jiboia, tubarão e dourado.

D- ( ) Aranhas, escorpiões, cobras e vespas.

3- Você considera os animais peçonhentos importantes para o equilíbrio ecológico?

( ) – Sim ( )- Não ( )- Talvez

4- Por qual desses motivos as cobras peçonhentas costumam a levantar sua

cabeça?

A- ( ) Quando por algum motivo se sentem ameaçadas.

B- ( ) Para enxergam mais longe.

C- ( ) Para ouvir melhor os barulhos.

D- ( ) Para caçar passarinho.

5- Qual das serpentes brasileiras citadas abaixo tem o veneno mais tóxico para o ser

humano?

A- ( ) Sucuri

B- ( ) Cascavel

C- ( ) Coral verdadeira

D- ( ) Cobra-de-vidro

37

6- Qual a medida correta a se tomar quando uma pessoa sofre um acidente ofídico:

é picada por uma cobra?

A- ( ) Passar álcool no local da picada.

B- ( ) O paciente deve ser tranquilizado e levado a unidade de saúde mais

próxima.

C- ( ) Fazer um torniquete (amarrar o local com um pano).

D- ( ) Perfurar o local até sair sangue, e passar o couro da cobra.

7- Qual das aranhas é a causadora dos acidentes mais graves ao ser humano?

A- ( ) Aranha-Caranguejeira.

B- ( ) Aranha-armadeira.

C- ( ) Aranha-de-jardim.

D- ( ) Aranha-marrom.

8- Você considera importante o estudo das cobras, aranhas e escorpiões?

( ) Sim ( ) Não

9- Como tratar uma pessoa em casos de acidentes com escorpiões?

A- ( ) Fazer compressas mornas e analgésicos.

B- ( ) Não levar a um serviço de saúde.

C- ( ) Deixar a pessoa esperando melhorar em casa.

D- ( ) Deixar o paciente no local do acidente.

10- Qual a forma correta de prevenir acidentes com aranhas?

A- ( ) Passando inseticida na casa.

B ( ) Matando todas as aranhas que avistar.

38

C- ( ) Manter o quintal limpo, sacudir as roupas e sapatos antes de usá-los.

D- ( ) Encostar as camas na parede, não cortar grama, espantar as galinhas, sapos

e corujas de perto de casa.

11 – Qual das atitudes abaixo a respeito dos animais peçonhentos você considera

correta?

A- ( ) Destruir toda a vegetação para que os animais peçonhentos mudem de lugar.

B- ( ) Conhecer os hábitos de vida desses animais, e aprender as formas de

prevenção de acidentes.

C- ( ) Matar todas as cobras e aranhas que forem avistadas.

D- ( ) Tentar domesticar esses animais para diminuir o perigo.

12- Você sabe a forma correta de prevenir acidentes, causados por animais

peçonhentos? bem como os primeiros socorros em caso de acidente?

( ) Sim ( ) Não

13- Todas as serpentes são peçonhentas?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei

14- O que você faria se encontrasse um animal peçonhento?

( ) Mataria ( ) Fugia ( ) Pediria ajuda ( ) Não sei

3.2 Atividade 2

APRESENTAÇÃO DO TEMA ANIMAIS PEÇONHENTO

39

Modalidade: Vídeo

Local: Sala de aula

Tempo: Aproximadamente 2 aulas

Objetivo: Motivar e sensibilizar os alunos para o tema a ser explorado,

enriquecendo o tema em estudo por meio da visualização.

Justificativa: Os recursos audiovisuais formam, portanto, a combinação

simples porém muito valiosa que oferece condições para a aprendizagem. Ver e

ouvir são formas básicas para a aquisição do conhecimento, o que se vê e ouve-se

tem acentuada influência sobre o nosso comportamento, bem como nas ações

futuras. As tecnologias, em especial o vídeo, significam novos modos de aprender e

de ensinar em nosso cotidiano, especialmente quando são utilizadas como

ferramentas de reflexão e/ou recurso didático-pedagógico.

Metodologia: Abordar o tema animais peçonhentos com o uso de vídeos de

curta duração, promovendo a formação de conceitos a partir dos recursos

audiovisuais, no final de cada vídeo, propiciar momentos de reflexões e tira dúvidas.

Em seguida o professor distribui material em forma de pequenos textos, contendo

com os conceitos principais sobre o assunto.

Sugestões de vídeos:

Animais peçonhentos: Traz o conceito, quem são e como costumam agir esses

animais.

https://www.youtube.com/watch?v=3MZvlsNKv0U

https://www.youtube.com/watch?v=lBfFBWC

40

Conheça as aranhas mais perigosas para a nossa saúde. Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=otAjAIxTh5U

Aula sobre o escorpião amarelo. Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=0MGvxqOkvrU

Vídeo sobre morfologia, habitat, principais espécies de interesse médico e medidas

de prevenção e primeiros socorros. Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=YAri10iBklk

3.3 Atividade 3

DOMINÓ DOS PEÇONHENTOS

Modalidade: Jogo educativo

Local: Sala de aula

Tempo: Aproximadamente 4 aulas

Objetivo: Fixar o conteúdo pelo uso da imagem, associando o nome a figura,

reconhecendo e diferenciando visualmente uma espécie peçonhenta de outra.

Justificativa: Se jogar dominó já é divertido, imagine então brincar com um

jogo, que em vez de números usa figuras de animais que estão em estudo. É esta a

proposta do dominó com animais peçonhentos. Que diverte, ensina e promove a

socialização entre os alunos. Enquanto você procura escorpiões, aranhas e cobras

que se encaixem corretamente com seus pares. Cada qual tem a oportunidade de

41

visualizar como são estes animais, associando o nome a imagem, por meio de suas

características visuais fica fácil reconhecê-los.

Metodologia: O jogo será confeccionado em sala de aula com material pré

selecionado pela professora. Consta de 28 peças cada uma com duas faces

formada cada uma delas por imagens de animais peçonhentos conhecidos e de

preferência os que estão em estudo.

O jogo de Dominó é muito famoso no Brasil e jogado por milhares de

pessoas. Em vários momentos, enfim jogar Dominó é sempre uma diversão. Então

aproveitamos esse gosto popular pelo jogo para aprender brincando. O Dominó não

possui uma regra oficial e universal, portanto as regras aqui apresentadas foram

criadas e adaptadas a partir das regras mais utilizadas atualmente.

O JOGO

Número de Jogadores: 2 ou 4 jogadores.

Total de Pedras: São 28 pedras possuem imagens em cada uma de suas

duas faces que indicam a imagem e o nome de um animal peçonhento. No verso as

cartas apresentam dicas e informações sobre animais peçonhentos. Exemplo: Os

animais peçonhentos atacam ao se sentirem ameaçados, esses animais participam

do equilíbrio ecológico, não mate animais peçonhentos simplesmente por estarem

vivos.

Início da partida: São divididas 7 pedras para cada jogador.

Começar: Na primeira partida o jogador que possuir a pedra: Jararaca – jararaca dá

início a partida.

Observação: caso a pedra indicada para início do jogo ainda esteja na mesa as

opções seguintes são: 2ª opção Jararaca – cascavel, 3ª opção jararaca – coral. A

42

partir da segunda partida o jogador vencedor começa.

Rodada: O jogo roda no sentido horário e cada jogador deve tentar encaixar

uma de suas pedras nas extremidades do jogo na mesa, quando o jogador

consegue encaixar uma pedra ele passa a vez, caso ele não consiga ele deve

comprar do monte, se não houver pedras no monte ele passará a vez

Fim de Jogo: O jogo acaba quando alguém bate (ficar sem pedras na mão)

ou quando o jogo fica fechado, ou seja, quando não é mais possível baixar pedras.

Pontuação: Cada pedra é composta de duas figuras, uma em cada ponta

sendo que algumas tem a mesma figura em cada ponta, o valor de cada pedra

corresponde a soma das duas figuras.

Cada imagem equivale a seguinte pontuação:

Jararaca: 6 pontos

Cascavel: 5 pontos

Coral: 4 pontos

Aranha marrom: 3 pontos

Aranha armadeira: 2 pontos

Escorpião amarelo: 1 ponto

Escorpião marrom: 0 ponto

Contagem:

Por Pontos: Quando um jogador bate, ele recebe pontos equivalentes as

pedras nas mãos dos adversários, caso o jogo seja fechado o jogador que possuir

menos pontos é o vencedor, e ganha todos os pontos dos jogadores adversários, no

caso de empate os jogadores que empataram ganham os pontos dos adversários.

Por Batidas: Apenas uma batida simples ganha o jogo. Se o jogo for fechado

o jogador que possuir menos pontos será o vencedor. No caso de empate os

43

jogadores que empataram dividem as fichas.

Jogo adaptado das seguintes fontes:

http://netcartas.com.br/domino/regras.jsp Acesso em: 03/11/14

http://www.copel.com/hpcopel/root/nivel2.jsp?endereco=%2Fhpcopel%2Froot%2Fpa

gcopel2.nsf%2Fdocs%2F1024589BAF5122B803257AE100445887 Acesso :02/09/14

No site da copel a jogos disponíveis para baixar.

Imagem do jogo de dominó

Fonte:Adriana Spironello, 2015

Atividade sugerida após o jogo de dominó: Caça palavras com animais

peçonhentos.

44

Sugestão de caça palavras:

Fonte: Adriana Spironello, 2015

3.4 Atividade 4

INVESTIGANDO OS ANIMAIS PEÇONHENTOS PASSO A PASSO.

Modalidade: Pesquisa

Local: Sala de aula, biblioteca e laboratório de informática

Tempo: Aproximadamente 4 aulas

A S E N G I A O A C A C A S C A V E L P E D E I Ç O W

C E Q U O I A W E I O P F G E O R I N P O E U R U T U

A R A N H A-M A R R O M O U T E D W F O I M P A X E R

R J A R A R A C A E T E S C O R P I Ã O - P R E T O P O

A E T G O E Z Y I P O A R M A D E I R A W E R O A C V

N E F T I O K J S E R A D P O L J G F D E A Z L R U I A

GE Y I O X D E T E S C O R P I Ã O-M A R R O M E A Z

U D F V I U V A - N E G R A E R F E W P L K J U Y H G

E S C O R P I Ã O - A M A R E L O H F E A S E D F R E R

J F O P I U J G E C E S A W E R O U J O I R T Y V S L L

E R W S C I S U R U CU C U W A Z D O S E R A D R A A

I E R Q A P Ç J U R E D O P M R F A P Y R E I R A T I R

RI N G I ME R A P L K A R A N H A D E G R A M A E R QO

A B O L H A G E R E D S A Z O I U Y T G B K L Ç P J B C

45

Objetivos:

Despertar o interesse dos alunos do ensino fundamental, para o tema:

animais peçonhentos.

Incentivar aos educandos a pesquisa.

Auxiliar o estudante a interpretar e construir conceitos, visando a construção

do conhecimento.

Promover a identificação dos animais peçonhentos em geral.

Justificativa: O tema: animais peçonhentos, é considerado de grande interesse,

tanto escolar quanto de saúde pública. Ele contempla hábitos de cada espécie,

forma de vida, curiosidades, os acidentes causados pelos componentes desta classe

e forma de prevenção de acidentes

Metodologia: Para abordagem inicial do conteúdo em sala de aula, o professor

pode apresentar algumas das espécies de animais peçonhentos interesse médico,

com suas características principais, e morfologia geral, especificar o conteúdo

fazendo uso de diversas imagens, como banner e slides montados pelo professor.

No segundo momento: organiza os alunos em grupos de 3 ou 4 alunos e busca-se a

construção de bases teóricas e conceituais, a partir da leitura de textos fornecidos

pelo professor, livros, revistas e da realização de pesquisas orientadas, na biblioteca

e sites na internet. Juntando informações e fazendo um relato que será socializado e

debatido em sala.

Elaborar material para compor a atividade de número 7, periódico mural com

o propósito de socializar as informações com a comunidade escolar.

Pesquisar sobre:

Aranhas, escorpiões e serpentes;

46

Índices de acidentes com os animais em estudo ocorridos em nosso

Município, juntamente com dados do Paraná e a nível nacional.

As formas de prevenção de acidentes com animais peçonhentos e os

primeiros socorros.

Curiosidades.

3.5 ATIVIDADE 5

JOGO CUBOS LÓGICOS NO ENSINO DE ARTROPODES

Modalidade: Jogo didático

Local: Sala de aula

Tempo: Aproximadamente 3 aulas

Objetivos: Reconhecer as principais espécies de aracnídeos de interesse

médico, relacionar a imagem a sua descrição, aprender as formas de prevenção de

acidentes com esses animais, os seus hábitos e os principais sintomas da picada.

Justificativa: O jogo pode contribuir significativamente para instigar o

interesse do aluno pelo conhecimento. Nesse sentido a ludicidade como ato de

aprender contribui para a integração entre sujeito-objeto e melhora a socialização,

além de valorizar o processo ensino aprendizagem.

47

Metodologia: Apresentar uma introdução teórica sobre as características

gerais dos artrópodes e a caracterização morfológica, utilizando textos imagens e

recursos audiovisuais, exemplificar com as espécies que farão parte do jogo,

explicar sobre os seus hábitos, habitat, acidentes que ocasionam e as formas de

prevenção desses. Após explanação do tema sugere a confecção e aplicação de um

jogo didático denominado Estudo dos artrópodes com cubos lógicos, a fim de

contribuir para o processo de ensino aprendizagem.

Elaboração do jogo didático: O jogo de cubos lógicos para o estudo dos

artrópodes, é composto por 3 cubos grandes. Sugestão de tamanho 6x6 cm em

cada face. Cada um dos 3 cubos é constituído por um conjunto de informações

diferentes distribuídas em cada lado do cubo. No cubo 01, dispõem-se as imagens

das seguintes espécies de artrópodes Phoneutria sp (aranha armadeira); Loxoxcele

SP (aranha marron); Lycosa S (aranha de grama) Theraphosidae (aranha

caranguejeira) e Tityus serrulatus e Tityus bahiensis (escorpiões: amarelo e marron).

No segundo cubo, são contempladas as características de cada animal e, no terceiro

cubo consta os modos de prevenção de acidentes com as espécies citadas.

Para elaboração do jogo, são necessários os seguintes materiais: papel

cartão, cola imagens das espécies de animais citadas, para cada grupo de 5 ou 6

alunos, confeccionar um jogo com os três cubos.

Como jogar: Para a realização do jogo, será necessária a organização de

grupos de trabalho constituídos por cinco ou seis alunos. Três cubos contendo cada

um, suas características (representado pelas figuras 1, 2 e 3) é dado a cada grupo.

Separados os grupos, o professor dará a voz de comando para começar as

atividades. Cada grupo, com o cubo de imagens (figura 1) dos aracnídeos, jogará

para ver qual animal será sorteado. Sendo sorteado, joga-se o cubo das

características (figura2). Com a probabilidade de cair uma determinada espécie e

sua característica correspondente é pequena, podem ser realizadas várias

tentativas, ou seja, na tentativa e erro. Acertando a característica do animal, será a

vez de jogar o cubo com a descrição dos sintomas devido a picada de cada espécie

(figura 3). Como os sintomas pode ser igual para algumas espécies, não é

48

necessário jogar várias vezes o cubo. Deve ser feita vistoria nos grupos, por parte

do professor, para certificar se estão realizando a atividade de forma correta.

Construir tabela para computar acertos e erros do grupo a critério do

professor, junto com as possíveis formas de avaliação quanto à apreensão dos

conteúdos.

Imagens dos cubos:

49

50

Fonte do jogo dos cubos:

O modelo de jogo educativo: Cubos lógicos foi retirado do livro “diálogos com

a escola” das autoras: Kiel, Cristiane A. e Crisostimo, Ana L. (2013)

Autores do artigo: Ana Lúcia Crisostimo, Celina Maria Klosovski Likes,

Gabriela Ronchi Salomon e Samara Videira Zorzato

Sugestão de sites para pesquisa:

http://pt.slideshare.net/deisefire/cit-rs-peonhentos-bombeiros

http://pt.slideshare.net/SEGPRIVDOBRASIL/manual-de-primeiros-socorros-

13353854

3.6 ATIVIDADE 6

A COBRA DA VEZ

Modalidade: Jogo de Cartas

Local: Sala de aula

Tempo: Aproximadamente 3 aulas

Objetivos: Reconhecer as principais espécies de serpentes peçonhentas e

suas principais características; em um contexto de aprendizagem significativo.

Compreender a relação entre as serpentes e o equilíbrio ecológico tem a

finalidade de facilitar o estudo das diversas serpentes peçonhentas de uma maneira

divertida, que garanta aos alunos:

O desenvolvimento de um pensamento estratégico de seleção, reunindo os

dados relevantes e descartando aqueles não relacionados.

51

Justificativa: Acreditando que a sensibilização do aluno diante das questões

ambientais deve ocorrer através de um processo dinâmico, levando em

consideração a faixa etária dos alunos e os diversos níveis de aprendizagem. Optou-

se por confeccionar o jogo didático, pois os jogos podem atuar como mediadores na

aprendizagem e são capazes de motivar e despertar o interesse dos alunos, de

modo a contextualizar com a realidade local.

Metodologia: O baralho das serpentes, será confeccionado e utilizado como

forma de intervenção didática, juntamente com os alunos, após uma aula ministrada

sobre as características das serpentes em jogo.

Sugestão de vídeos e sites para pesquisa:

As dez mais, refere-se as serpentes:

https://www.youtube.com/watch?v=KvalGaymSSI

As serpentes do Brasil o vídeo, relaciona as serpentes ao equilíbrio ecológico;

https://www.youtube.com/watch?v=jfqHFCWWeeg

http://www.cobrasbrasileiras.com.br/soros-fabricacao.html

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=22227

O Baralho das serpentes: Possui 16 cartas, divididas em 4 conjuntos de

quatro cartas, sendo cada conjunto representado por uma serpente. Sendo elas:

Cascavel, jararaca, coral e surucucu.

Em cada conjunto as cartas estão numeradas de 1 a 4, sendo que possuem

imagens e contém características específicas da espécie.

52

Número de jogadores: O baralho animal deve ser aplicado para grupos de 4

alunos.

Modo de jogar:

1. Embaralhar as cartas.

2. Distribuir para cada jogador quatro cartas. Cada jogador deve manter as cartas na

sua mão de forma a ocultá-las dos adversários.

3. Em cada rodada, cada jogador deverá passar uma de suas cartas para o jogador

à sua esquerda.

Todos os jogadores deverão passar suas cartas simultaneamente. Dessa

forma, a carta recebida só pode ser passada na rodada seguinte.

Quem ganha o jogo?

Ganha o jogo quem conseguir reunir primeiro as quatro cartas referentes a

mesma serpente.

Desafio e Enigma do Jogo:

O desafio colocado ao jogador é o de conseguir reunir, antes dos demais

participantes, o conjunto de 4 cartas relacionadas a um determinado grupo animal

de sua própria escolha.

O enigma está no fato dos jogadores não terem conhecimento da escolha da

serpente feita pelo adversário.

Cartas do Baralho das serpentes:

53

OCUPA O PRIMEIRO LUGAR NO NÚMERO DE MORTES CAUSADAS POR ACIDENTES COM MORDIDAS DE COBRAS.

REPRESENTA 11% ATÉ 30% DOS ACIDENTES NO PR.

3

3

3

4

4

POSSUI CALDA LISA E FOSSETA LOREAL.

2

NOME CIENTIFICO:

CROTALUS

NOME COMUM:

CASCAVEL

1

POSSUI GUIZO OU CHOCALHO NA

PONTA DA CAUDA.

2

NOME CIENTIFICO:

BOTHROPS

NOME COMUM:

JARARACA

1

54

ALGUMAS ESPÉCIES SÃO MAIS AGRESSIVAS.

SÃO RESPONSÁVEIS POR 70% DOS ACIDENTES NO PR.

3

4

4

NOME CIENTIFICO:

MICRURUS

NOME COMUM:

CORAL VERDADEIRA

1

POSSUI DESENHOS DE ANÉIS NO CORPO.

NÃO POSSUI FOSSETA LOREAL.

2

NÃO SÃO AGRESSIVAS.

SEUS ACIDENTES SÃO RAROS, PORÉM GRAVES.

3

4

4

55

Fonte do jogo: Adriana Spironello, 2015

3.7 ATIVIDADE 7

NOME CIENTIFICO:

LACHESIS

NOME COMUM:

SURUCUCU

PICO-DE-JACA

1

PODE ATINGIR ATÉ 2,5 m. A CALDA TEM ESCAMAS ERIÇADAS.

2

SÃO ENCONTRADAS

EM MATAS DENSAS.

SEUS ACIDENTES SÃO RAROS.

3

4

56

Modalidade: Periódico Mural

Local: Sala de aula, biblioteca, laboratórios e mural do Colégio.

Tempo: Aproximadamente 3 aulas

Áreas de conhecimento envolvidas: Equipe pedagógica, Ciências,

Português e artes.

Objetivos: Informar o público-alvo: alunos do sétimo ano e comunidade

escolar a respeito do tema animais peçonhentos. Abordando o tema por meio de

notícias, infográficos, ilustrações, tira-dúvidas e curiosidades, sendo utilizada uma

linguagem clara, concisa e de fácil entendimento.

Expor para a comunidade escolar que vive no campo sobre as formas de

prevenção de acidentes causados por animais peçonhentos, os primeiros socorros e

a importância da manutenção da biodiversidade.

Justificativa: A comunicação através do periódico mural tem o caráter

informativo-educativo, desempenhando um papel fundamental no processo de

educação e informação, na medida em que coloca sempre em pauta temáticas

relevantes para serem expostas ao seu público. Como é o caso dos animais

peçonhentos

A partir do acesso às informações, o público-alvo pode realizar uma reflexão

sobre o tema específico, fazendo uma leitura concisa e rápida, porém completa

sobre determinado assunto.

Metodologia: O jornal-mural é utilizado como estratégia dinâmica, pois atinge

o leitor com informações rápidas. Assim serão afixadas neste, informações

coletadas em pesquisas anteriores. Como imagens das espécies, hábitos, índices de

57

acidentes com os animais em estudo ocorridos em nosso Município. As formas de

prevenção de acidentes com animais peçonhentos os primeiros socorros,

curiosidades entre outros.

Sugestão de vídeo:

Vídeo prevenção de acidentes com animais peçonhentos

O vídeo retrata os principais aspectos que caracterizam estas ocorrências,

salientando os acidentes com serpentes, aranhas, escorpiões. Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=d-AaC3tQ864

3.8 ATIVIDADE 8

UM TUR PELA BIODIVERSIDADE

Modalidade: Visita de estudos orientada

A participação ativa no processo de ensino-aprendizagem requer dos

educandos curiosidade e interesse, que podem ser promovidos através de situações

desafiadoras.

Essa modalidade de atividade é uma visita orientada pelo professor e

monitores do zoológico e do museu. Durante a visita são apresentadas as espécies

e explanados vários conhecimentos específicos como: habitat, alimentação,

reprodução e outros. É importante preparar os alunos antes da visita, informar as

normas de conduta, organizar o grupo para evitar dispersão, estabelecer objetivos

com clareza, atribuir tarefas como: Relatórios, questionário, e captura de imagens.

Local: Zoológico e museu da biodiversidade de Cascavel PR.

Tempo: Aproximadamente 4 aulas

58

Objetivos: A visita ao zoológico proporcionara situações de aprendizagem e

maior contato com os animais nativos da fauna brasileira estudados em sala.

Obtendo melhor percepção de diversidade, habitat de suas principais características,

por meio da observação e do registro de imagens.

Visualizar e reconhecer as espécies de serpentes presentes no local.

Visitar o museu da biodiversidade, em anexo ao zoológico, observar as

amostras de animais em exposição.

Justificativa: Essa visita tem caráter motivador permite a formação e a

informação científica através de formas diferenciadas, lúdicas e interativas,

contribuindo com a aprendizagem devido a interação entre a prática e teoria.

Os zoológicos, museus e centros de exposição constituem janelas para a

alfabetização científica. Podem ser apontadas como uma eficiente estratégia para

agregar um valor conservacionista ao grupo. A Educação Ambiental deve ser um

processo contínuo e permanente na construção de conhecimento e a escola é um

espaço essencial para o desenvolvimento de práticas ambientais voltadas a

preservação do ambiente e da biodiversidade.

Metodologia: Será organizada a viagem, inicialmente tomando todas as

providências necessárias, tais como: Alimentação, autorização dos pais, equipe

pedagógica e NRE, solicitação de transporte escolar do colégio até o Município de

Cascavel- Pr. Além de orientações de como se portar no ambiente, uso de roupas e

calçados confortáveis etc.

No local os alunos se dirigirão aos recintos dos animais, a fim de obter o

maior número de informações possíveis através da observação dos animais,

ambientes, placas notas. Durante a observação serão propiciadas discussões entre

o grupo, realizando registros fotográficos, filmagens e anotações.

3.9 ATIVIDADE 9

59

A BIODIVERSISADE EM QUADRINHOS

Modalidade: Produção de história em quadrinhos

Local: Sala de aula e biblioteca

Tempo: Aproximadamente 6 aulas

Disciplinas: Arte, Ciências e Língua Portuguesa.

Objetivos: auxiliar o trabalho em sala de aula de maneira lúdica, para que os

educandos desenvolvam maior autonomia. Juntando informações científicas as

técnicas de histórias em quadrinhos, no sentido de despertar o gosto pela arte,

leitura e escrita. Essas novas técnicas favorecem o processo de desenvolvimento

cognitivo do educando, associando os conhecimentos sobre biodiversidade de forma

interdisciplinar. Levando-os a uma prática produtiva para a vida cotidiana,

promovendo a produção de conhecimento e conceitos consolidados como

conhecimento novo.

Justificativa: A história do desenho antecede a história da escrita. Mesmo

antes de conhecer o código escrito, o homem já desenhava fatos cotidianos, pois a

necessidade de expressão comunicativa acompanha o ser humano desde a pré-

história. As histórias em quadrinhos podem ter diversas aplicações como como

veículo de comunicação visual e impressa, assim a utilização das histórias em

quadrinhos como ferramenta pedagógica constitui um rico material para se trabalhar

em sala de aula as questões ambientais.

Sendo assim o ensino da Educação Ambiental, para ser efetivo não tem

necessidade de ser algo formal e repleto de conceitos e questionamentos. É

necessária uma aproximação ao problema, para que se criem as condições que

facilitem o processo de aprendizagem, com a construção do próprio conhecimento e

60

da conscientização ambiental. Esse processo pode ser dinâmico e motivador, para

tal as histórias em quadrinhos são uma ótima opção de atividade.

Metodologia: Serão utilizadas as técnicas de histórias em quadrinhos,

associando conhecimento científico, aliado as práticas de leitura e escrita, linguagem

verbal e não verbal, com um toque de arte, para as produções de histórias

individuais, acerca do tema desenvolvido ao longo das atividades do projeto de

implementação.

Modelo de história em quadrinhos:

61

62

Fonte: Adriana Spironello, 2015

63

3.10 ATIVIDADE 10

QUESTIONAMENTO DE SONDAGEM SOBRE ANIMAIS PEÇONHENTOS

Modalidade: Sondagem, pós-teste.

Local: Sala de aula

Duração: Aproximadamente 1 aula

Objetivo: Verificar os conhecimentos que os alunos do 7º ano do Ensino

Fundamental adquiriram, com a implementação da Unidade Didática em relação ao

tema animais peçonhentos.

Metodologia: Como abordagem pedagógica ao final do tema animais

peçonhentos o (a) professor (a) deverá fazer uso do mesmo questionário do pré-

teste. Este será composto por diversas questões sendo elas objetivas e discursivas,

que pode ser usado com o objetivo de averiguar o grau de conhecimento adquirido

pelos alunos, sobre a temática. Assim como a eficácia das atividades propostas

nesta unidade

SUGESTÃO DE PÓS-TESTE IDEM ATIVIDADE 1

64

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com essa produção Didático-Pedagógica espera-se ter contribuído de forma

relevante para a assimilação dos conceitos básicos referente aos animais

peçonhentos, informando a comunidade escolar, do campo sobre as formas de

prevenção de acidentes de acidentes causados por animais peçonhentos, os

primeiros socorros em caso de acidentes. Visando a apropriação de conteúdos de

forma significativa para a vida.

Espera-se que os professores da área de ciências se apropriem de

informações que possam vir a contribuir em suas práticas pedagógicas.

“No Brasil a música, o futebol e a religião são populares, e a Ciência?” (GIL,1998, p.

84).

65

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