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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE

II

Título: A INFÂNCIA ROUBADA: a exploração do trabalho infantil na Revolução Industrial Inglesa (1780-1850)

Autora: Leni Machado

Disciplina/Área: História

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Colégio Estadual Reynaldo Massi – EFMP, localizado no município de Diamante do Norte – PR.

Município da escola: Diamante do Norte

Núcleo Regional de Educação:

Loanda

Professor Orientador: Dr. Roberto Leme Batista

Instituição de Ensino Superior: UNESPAR/ Paranavaí

Relação Interdisciplinar: Não tem

Resumo: Esta Unidade Didática tem como objetivo compreender a situação dos trabalhadores que tiveram que ganhar a vida vendendo a força de trabalho durante a Revolução Industrial Inglesa (1780-1850). Além disso, nosso estudo se volta especialmente para a questão da exploração do trabalho infantil, buscando entender como as crianças foram submetidas ao trabalho em diferentes situações. Com as atividades da Unidade Didática buscamos facilitar a compreensão da evolução da divisão do trabalho que conduziu a do trabalho artesanal do âmbito doméstico e das pequenas oficinas para o trabalho manufatureiro e, posteriormente o trabalho assalariado na grande indústria. Procuramos demonstrar os principais fatores técnicos e econômicos que possibilitaram a explosão da Revolução Industrial na Inglaterra. Analisamos também o devir histórico da classe operária em seu processo de formação na Revolução Industrial e, explicamos a exploração do trabalho infantil nos diferentes contextos da divisão do trabalho durante a Revolução Industrial. Nossa pesquisa possui caráter bibliográfico e historiográfico que são elementos necessários para a produção de materiais didáticos para o ensino do tema. Trabalharemos com o oitavo ano do Colégio Estadual Reynaldo Massi – EFMP, em Diamante do Norte - Pr.

Palavras-chave: Inglaterra; Revolução Industrial; Trabalho Infantil; Exploração.

Formato do Material Didático: Unidade Didática

Público: 8º ano

Apresentação

sta Unidade Didática foi elaborada a partir dos estudos

desenvolvidos no Programa de Desenvolvimento Educacional do Paraná –

PDE – Turma 2014.

O material foi estruturado a partir das leituras e reflexões dos

historiadores Paul Mantoux, Thompson, E. J. Hobsbawm, Frederik Engels, W.

O. Henderson entre outros, permitindo uma maior compreensão da

Revolução Industrial Inglesa (1780-1850). Neste sentido, buscamos

apresentar uma abordagem temática num prisma crítico, com análise de

diferentes fontes documentais – como documentos impressos, audiovisuais e

imagens, que ajudam a apreender a situação concreta da exploração do

trabalho infantil na Inglaterra naquela época.

O tema será trabalhado nos anos finais do Ensino Fundamental na

turma do 8º ano, no Colégio Estadual Reynaldo Massi – EFMP, em

consonância com as Diretrizes Curriculares. Portanto, ao estudar esse

processo, o professor possibilitará ao aluno a compreensão da Revolução

Industrial Inglesa, bem como a exploração do trabalho infantil. O tema em

questão tem expressivo significado enquanto estudo na área do ensino de

História, pois a forma insuficiente e a pouca importância como o tema é

trabalhado nos livros didáticos o torna relevante, justificando, assim a

execução desta Unidade Didática, contribuindo para o desenvolvimento de

novas compreensões dos educandos.

Caro (a) Aluno (a),

Participei do Programa de Desenvolvimento Educacional do Paraná –

PDE – Turma 2014 e elaborei esta Unidade Didática com o título "A

INFÂNCIA ROUBADA: a exploração do trabalho infantil na Revolução

Industrial Inglesa (1780-1850)" para ser desenvolvida junto com vocês neste

primeiro semestre do ano letivo de 2015.

A Unidade Didática será produzida com base em Marx, Engels,

Mantoux, Hobsbawm, Henderson, Thompson entre outros. Portanto, serão

desenvolvidas, com fundamento na historiografia as seguintes questões e

atividades:

O que foi a Revolução Industrial, o que possibilitou que ela ocorresse

na Inglaterra.

As formas de trabalho e sua evolução (artesanal, manufatureira e na

indústria fundada na maquinaria).

Discutir quais foram os efeitos da Revolução Industrial sobre os

trabalhadores e suas famílias. Analisar as diversas situações que

afetavam as condições de vida e saúde das crianças: a) moradia, b)

higiene, c) alimentação.

Apresentar a realidade da exploração do trabalho infantil nas

diferentes fases da produção: a) trabalho artesanal no âmbito

doméstico e nas oficinas dos mestres artesãos, b) na manufatura e c)

na grande indústria fundada na maquinaria.

Analisar recortes de filmes que abordem o tema.

Demonstrar por meio de imagens o trabalho nas fábricas, no início da

Revolução Industrial.

Grata pela participação de todos!!!

Professora Leni Machado

A INFÂNCIA ROUBADA: a exploração do trabalho infantil na Revolução

Industrial Inglesa (1780-1850)

1. Revolução Industrial

Não existe consenso sobre o momento

exato que se iniciou o processo de Revolução

Industrial. Vários historiadores afirmam que este

processo iniciou entre 1850 e 1860. Entretanto,

Hobsbawm (1977 e 1978) entende que o

processo que efetivou a Revolução Industrial na

Grã-Bretanha desenvolveu-se a partir da década

de 1780, muito embora, as conexões causais

possam ser buscadas a partir de 1850. A

Revolução Industrial completa o ciclo de transição

do feudalismo para o capitalismo, pois concluiu o

processo de expropriação dos camponeses por

meio dos enclosures e também dos artesãos, por

meio da ação do mercador. Doravante os antigos

produtores diretos (camponeses e artesãos)

constituirão a classe dos trabalhadores

assalariados.

Neste sentido, Hobsbawm chama a

atenção para o fato que a Revolução Industrial

―explodiu‖ ―[...] antes que a Bastilha fosse

assaltada; e, segundo, porque sem ela não

podemos entender o vulcão impessoal da história

sobre o qual nasceram os homens e

acontecimentos mais importantes [do período

entre 1789-1848] e a complexidade desigual de

seu ritmo‖ (HOBSBAWM, 1977, p. 44).

Para este historiador dizer que ―a

Revolução Industrial explodiu‖ significa dizer que a partir de um determinado

Você concorda com este

conceito de Revolução?

Revolução (lat. tardio

revolution) O termo

"revolução" é empregado

inicialmente na astronomia

[...] O termo é aplicado

posteriormente no contexto

político significando uma

reviravolta, uma alteração

radical e profunda de uma

sociedade em sua estrutura

política, econômica, social

etc., geralmente por meios

violentos e de forma súbita,

representando um confronto

entre uma ordem anterior e

um novo projeto político-

social. [...] O termo é

empregado também para

designar uma mudança

radical, ou o surgimento de

um fato novo, ou uma nova

forma de agir que altera a

situação anterior. Ex.: a

Revolução Industrial nos

sécs.XVIII e XIX, [...]

Fonte:

http://dutracarlito.com/dicionario_de

_filosofia_japiassu.pdf Acessado:

01/10/2014

Atividade

1- Descreva com suas

palavras o que é

Revolução.

momento da década de 1780, pela primeira vez na história, a humanidade se viu

livre dos grilhões do poder produtivo das sociedades humanas, ―[...] que daí em

diante se tornaram capazes da multiplicação rápida, constante, e até o presente

ilimitada, de homens, mercadorias e serviços‖. (HOBSBAWM, 1977, p. 44).

A Revolução Industrial exerceu uma importância principalmente econômica

com um reflexo dramático menos importante, mas que não pode ser desprezado,

também na esfera da política.

Leia no quadro porque, segundo Maurice Dobb, a Revolução Industrial foi

decisiva.

Ela [a Revolução Industrial] se mostrou tão decisiva para todo o futuro da economia, tão radical como transformação da estrutura e organização da indústria que levou alguns a considerá-la como as dores do parto do capitalismo moderno, e, portanto, o momento decisivo no desenvolvimento econômico e social desde a Idade Média (DOBB, 1983, p. 15).

Entretanto, Dobb acrescenta que o conhecimento e juízo da época da

publicação de sua obra, permitiam ainda afirmar que:

[...] a Revolução Industrial representou [...] a transição de um estágio inicial e ainda imaturo do capitalismo, em que o modo de produção pré-capitalista fora penetrado pela influência do capital subordinado ao mesmo, despido de sua independência como forma econômica, mas ainda não inteiramente transformado, para um estágio em que o capitalismo, com base na transformação técnica, atingira seu próprio processo específico de produção apoiado na unidade de produção em grande escala e coletiva da fábrica, efetuando assim um divórcio final do produtor quanto à participação de que ainda dispunha nos meios de produção e estabelecendo uma relação simples e direta entre capitalistas e assalariados (DOBB, 1983, p. 15-16).

De fato, existe consenso sobre o fato de que as transformações técnicas

decorrentes da Revolução Industrial provocaram aumento na produtividade do

trabalho e incrementaram novos ritmos à produção de mercadorias.

Gradativamente o processo artesanal passou a ser executado nas manufaturas,

saindo do campo e das casas para os barracões urbanos.

Esse processo aumentou significativamente a produtividade do trabalho e

fez crescer de forma extraordinária a classe dos trabalhadores assalariados – o

proletariado – que foi submetida a condições dramáticas, precárias e degradantes

de vida.

Para entendermos como isso aconteceu temos que analisar a obra de Karl

Marx, que nos demonstra como os capitalistas, ao desenvolverem as condições

que lhes garantiu o processo de valorização e expansão do capital, submeteram

toda a sociedade a um controle sócio metabólico e totalizador, impondo-se

através de uma estrutura única de comando, apropriada à lógica expansionista.

O capitalismo possui uma lógica de expansão e reprodução em escala

crescente, cuja vontade individual de acumular sempre mais riqueza, por meio do

lucro, é a força propulsora que move tal modo de produção. Este processo

efetiva-se como um meio em que a burguesia explora cada vez mais os

trabalhadores, sob a forma de mais valia.

Leia abaixo a explicação para o conceito de produtividade

PRODUTIVIDADE. Resultado da divisão da produção física obtida numa unidade de tempo (hora, dia, ano) por um dos fatores empregados na produção (trabalho, terra, capital). Em termos globais, a produtividade expressa a utilização eficiente dos recursos produtivos, tendo em vista alcançar a máxima produção na menor unidade de tempo e com os menores custos. Comumente, o termo ―produtividade‖ se refere à produtividade resultante do trabalho humano com a ajuda de determinados meios de produção (máquinas, ferramentas e equipamentos). Essa produtividade do trabalho é o quociente da produção pelo tempo do trabalho em que foi obtida. A produtividade do capital, por sua vez, é a quantidade produzida por unidade de capital investido. Vários são os fatores que influem na elevação da produtividade do trabalho: desenvolvimento tecnológico dos equipamentos empregados (meios de produção), nível da divisão social do trabalho, grau de especialização e escolaridade da mão-de-obra, qualidade das matérias-primas utilizadas e organização e controle na produção. É difícil quantificar globalmente a taxa de produtividade do trabalho, pois ela varia conforme a empresa, a região e os fatores acima relacionados; contudo, podem-se estabelecer comparações entre empresas, regiões ou países. É importante notar que a produtividade tende a ser maior nas empresas de capital intensivo e menor nas de trabalho intensivo. Muitas vezes a intensificação da produtividade pela adoção de melhorias tecnológicas tem repercussões sociais negativas, uma vez que pode causar desemprego. O aumento da produtividade do trabalho com o emprego de novos equipamentos e especialização do trabalhador corresponde a um aumento da exploração da mão-de-obra. Na economia marxista, isso equivale a uma maior produção de mais-valia: o trabalhador produz em menor tempo o suficiente para reproduzir o valor de sua força de trabalho, deixando ao empresário um maior excedente de produção. (SANDRONI, 1999, p. 496-497).

2. Por que a Revolução Industrial ocorreu na Inglaterra?

Na segunda metade do século XVIII, a Inglaterra foi palco

de transformações expressivas, conforme salienta Henderson em apenas um

século a paisagem de uma Inglaterra ruralizada se transformou em cidades

industrializadas e urbanizadas. Os artesãos tiveram seus meios de produção

substituídos pelas máquinas e pelas fábricas, tendo como principais fontes de

energia o vapor e a eletricidade. Os aldeãos não eram mais necessários no

campo, mas nas cidades fabris, agora denominados de operários. Essas

mudanças favoreceram também o surgimento de uma nova classe de

profissionais urbanos essenciais para a manutenção da nova ordem: ―[...] os

empreiteiros, financeiros, empresários, cientistas, inventores e engenheiros‖.

(HENDERSON, 1979, p. 7).

A exploração e o controle do trabalho se tornaram realidade com a

transformação no campo decorrente das enclosures. Foi a partir dos cercamentos

que a apropriação das terras comunais beneficiou os grandes proprietários, ou

seja, os Landlords. De fato, os pequenos camponeses, ficaram com terras

insuficientes para lhes garantir a sobrevivência. Dessa forma muitos camponeses

migraram para a cidade, onde a única forma de garantir a vida era vendendo sua

força de trabalho nas manufaturas e depois nas grandes fábricas.

Leia no quadro abaixo a definição de Enclosure e Landlord:

ENCLOSURE: Expressão inglesa que significa cercamento. A partir do século XVII, na Inglaterra, passou a designar o processo de eliminação dos campos abertos ou pastos comuns mediante o cercamento de terras, que passaram a constituir propriedade privada dos landlords. O processo de cercamento provocou a substituição de lavouras por pastagens para a produção de lã (matéria-prima por excelência da florescente indústria têxtil inglesa), causando a ruína dos camponeses que antes habitavam essas terras e sua migração maciça para as cidades. (SANDRONI, 1999, p. 206). LANDLORD: Termo em inglês que significa, literalmente, ―senhor da terra‖. É o correspondente ao latifundiário no Brasil. (SANDRONI, 1999, p. 329).

O processo que culminou na Revolução Industrial não foi acidental. Mesmo

antes da Revolução Industrial se desenvolver a Grã-Bretanha já se achava à

frente de seu principal competidor – a França – no comércio e também na

produção per capta. O fato concreto é que ―[...] sob qualquer aspecto, este foi

provavelmente o mais importante acontecimento na história do mundo, pelo

menos desde a invenção da agricultura e das cidades. E foi iniciado pela Grã-

Bretanha‖ (HOBSBAWM, 1977, p. 45). Uma questão necessária destacar é que

Hobsbawm destrói o cerne da maioria dos livros didáticos, que sustentam uma

visão simplista, que tornou senso comum afirmarem que Revolução Industrial foi

marcada pela ciência, pela tecnologia que possibilitaram as invenções de

equipamentos sofisticados. Pelo contrário, o historiador britânico enfatiza que a

Revolução Industrial não tem a ver com superioridade tecnológica e científica da

Grã-Bretanha, pois ―[...] nas ciências naturais os franceses estavam seguramente

à frente dos ingleses, vantagem que a Revolução Francesa veio acentuar de

forma marcante, pelo menos na matemática e na física‖ (HOBSBAWM, 1977, p.

45). A França havia incentivado o desenvolvimento das ciências, na Inglaterra,

pelo contrário a reação suspeitava das ciências.

Leia no quadro abaixo a posição de Hobsbawm sobre este problema:

Suas invenções técnicas foram bastante modestas, e sob hipótese alguma estavam além dos limites de artesãos que trabalhavam em suas oficinas ou das capacidades construtivas de carpinteiros, moleiros e serralheiros: a lançadeira, o tear, a fiadeira automática. Nem mesmo sua máquina cientificamente mais sofisticada, a máquina a vapor rotativa de James Watt (1784), necessitava de mais conhecimentos de física do que os disponíveis então há quase um século – a teoria adequada das máquinas a vapor só foi desenvolvida ex post facto pelo francês Carnot na década de 1820 – e podia contar com várias gerações de utilização, prática de máquinas a vapor, principalmente nas minas (HOBSBAWM, 1977, p. 46-47).

Então, o autor afirma que não foi necessário conhecimento científico e

acadêmico para que a Revolução acontecesse, pois que ―[...] dada às condições

adequadas, as inovações técnicas da Revolução Industrial praticamente se

fizeram por si mesmas, exceto talvez na indústria química.‖ Apesar disso, não se

pode afirmar que os primeiros industriais não se interessassem pela ciência, pelo

contrário, buscavam seus benefícios práticos. O fato é que os conhecimentos

científicos existentes na Inglaterra na época da Revolução Industrial já existiam

um século antes, nem por isso a Revolução aconteceu. Portanto, as causas da

Revolução estão em outros fatores e não na ciência.

As condições adequadas para a Revolução Industrial estavam

amadurecidas na Grã-Bretanha na década de 1780. Os britânicos tinham

encontrado solução para o problema agrário, fizeram uma revolução agrícola;

desenvolveram um grande mercado; criaram um excedente para exportação;

criaram uma frota mercante; investiram nas melhorias dos transportes por

estradas e vias navegáveis.

Por fim, vale ressaltar que é imprescindível estudar as mudanças ocorridas

nas relações de trabalho no transcorrer da Revolução Industrial, destacando-se o

contraditório processo de formação da classe trabalhadora para compreendermos

os reais motivos que levaram à exploração do trabalho infantil.

2.1 As formas de trabalho e sua evolução: artesanal, manufatureira e

maquinofatura.

Primeiramente, é preciso uma compreensão da evolução do trabalho

artesanal para o trabalho assalariado na grande indústria, fato que ocorreu por

etapas. Inicialmente, o próprio artesão comprava a matéria-prima e vendia o

produto final de seu trabalho. Com o desenvolvimento do comércio a longa

distância, ele passou a depender do comerciante manufatureiro para obter a

matéria-prima e vender sua produção. Com o tempo os comerciantes

manufatureiros passaram a investir na produção e muitos artesãos, arruinados

pela concorrência, tornaram-se assalariados. Fato este que levou à perda de seus

instrumentos de trabalho e também das suas oficinas. Doravante o trabalho deixa

de ser doméstico, emerge o trabalho coletivo realizado em galpões com o

cumprimento de horário determinado pelo empresário manufatureiro.

Documento 1 Produção artesanal

"Na fase artesanal trabalhavam na oficina um mestre artesão, oficiais e aprendizes. Não havia propriamente uma divisão do trabalho, à medida que uma única peça era fabricada de cada vez, do começo ao fim e os meios de produção pertenciam ao artesão. A maestria (obra de arte) caracteriza essa forma de trabalho. a produção é dirigida a um mercado restrito, qualificado quase sempre por encomenda. Isto impedia a expansão da produção, conduzindo, em alguns casos, ao fechamento de oficinas." (DE FARIA, 1986)

O artesão "[...] apesar dos longos dias de trabalho que seu modesto salário obrigava-o a fornecer, podia começar a tarefa e abandoná-la à vontade, sem horas regulares, distribuí-la como bem entendesse, ir e vir, parar um instante para repousar ou até ficar desocupado, se lhe apetecesse, durante dias inteiros." (MANTOUX, s/d, p. 417)

Documento 2 Produção manufatureira ―Na fase de trabalho manufatureiro, em contrapartida, há divisão da atividade

produtiva dentro da oficina, fragmentando a responsabilidade com relação às peças fabricadas. A divisão do trabalho e o fato dos meios de produção não mais pertencerem aos produtores, constituem características diferenciáveis do trabalho manufatureiro em relação ao artesanal. Para o desenvolvimento da manufatura, entretanto, é necessário que haja um empresário, que seja dono de uma grande oficina, que possa concentrar no trabalho manufatureiro, grande número de operários assalariados. Desaparece a velha oficina, como forma dominante de organização da produção, e o artesão depende agora do empresário." (DE FARIA, 1986)

A manufatura se relacionava à forma precoce da grande indústria, que chamamos de acordo com Marx, de manufatura. "Os grandes mercadores de tecidos do século VXI ou os mestres-ferreiros do Sussex eram algo além de comerciantes e empresários. Donos do equipamento e dos locais industriais, eles organizavam o trabalho e supervisionavam pessoalmente, submetendo seus numerosos operários a uma disciplina comum: em suma, eles dirigiam a produção [...]" (MANTOUX, s/ d, p. 370)

Com a instauração da grande indústria fundada na maquinaria, com o uso

de máquinas na realização do trabalho houve uma intensificação da capacidade

produtiva que deixou para trás o período manufatureiro.

1- Agora vamos assistir aos vídeos abaixo: o primeiro vídeo trata de uma

animação sobre as formas de trabalho existentes no mundo e o segundo trata de

uma música que fará você compreender melhor o que vem a ser a Revolução

Industrial.

Revolução Industrial – linha do tempo (duração

2:19).

https://www.youtube.com/watch?v=GEyOUf7wNqo

Documento 3 Maquinofatura

"Numa sociedade industrial, a mão de obra [...] é formada em maioria absoluta por "proletários", que não possuem qualquer fonte de renda digna de menção, além do salário em dinheiro que recebem por seu trabalho. [...] o trabalho industrial - e principalmente o trabalho numa fábrica mecanizada - impõe uma regularidade, uma rotina e uma monotonia [...] A indústria trás consigo a tirania do relógio, a máquina que regula o tempo, e a complexa e cuidadosamente prevista interação dos processos: a mensuração da vida [...] em minutos, e acima de tudo, uma regularidade mecanizada de trabalho que choca não só com a tradição, mas com todas as inclinações de uma população ainda não condicionada para ela." (HOBSBAWN, 1978. p 79-80)

―Os trabalhadores achavam, pois, difícil adaptar-se à disciplina imposta pela fábrica. no passado, os artífices e os camponeses trabalhavam muitas horas, mas podiam descansar de vez em quando. a máquina cruel, contudo, precisava de atenção constante. a pontualidade e a rigorosa atenção ao trabalho eram reforçadas por multas e pela ameaça de demissão." (HENDERSON, 1904. p. 122)

ATIVIDADES

Revolução Industrial - Pré-histórica (duração 2:51)

https://www.youtube.com/watch?v=tBwBeIh6qRE

3. O surgimento de duas classes antagônicas.

Instaura-se então o antagonismo das duas classes fundamentais do

moderno capitalismo industrial: a burguesia industrial e o proletariado. As

consequências negativas da Revolução Industrial atingem com intensidade a

segunda classe. Desse modo, o desenvolvimento de novas formas de trabalho,

para além do trabalho doméstico e artesanal, com a constituição da manufatura e

posteriormente da maquinaria e da grande indústria, verificamos uma evolução

acelerada na escala da divisão do trabalho.

Veja no quadro abaixo a definição que Paulo Sandroni (1999) faz da

burguesia e do proletariado.

BURGUESIA. Classe social composta dos proprietários do capital que vivem dos rendimentos por ele gerados. Pertencem à burguesia os industriais, os comerciantes, os banqueiros, os empresários agrícolas e os donos de empresas de serviços. Originalmente, o termo era aplicado aos habitantes dos aglomerados urbanos da Idade Média que se dedicavam ao comércio, à usura e ao artesanato. Os interesses dessa burguesia eram extremamente limitados pelo poder dos senhores feudais, que serviam de obstáculo também às

Música Revolução Industrial

(Pré-Histórica)

Fonte: http://www.vagalume.com.br/pre-historica/revolucao-industrial.html Acessado: 05/10/2014

aspirações políticas dos reis. Por isso, freqüentemente, burgueses e monarcas aliavam-se para lutar contra a nobreza feudal, surgindo assim um dos fundamentos das monarquias nacionais. O crescimento econômico e social da burguesia em ascensão chocou-se, finalmente, com o poder dos soberanos, da nobreza e do clero, provocando os acontecimentos da Revolução Francesa, que aboliu a monarquia e os privilégios hereditários dos nobres senhores de terras. Concentrando em suas mãos os negócios do Estado, sobretudo na Europa, a burguesia criou condições propícias ao pleno desenvolvimento do modo de produção capitalista. O advento da Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX, consolidou a força econômica da burguesia e também gestou uma nova classe social — o proletariado —, desprovida de meios de produção e dona apenas de sua força de trabalho. (SANDRONI, 1999, p. 68). PROLETARIADO. Classe social que não possui os meios de produção, sendo por isso obrigada a vender sua força de trabalho para assegurar a sobrevivência. O surgimento do proletariado está ligado às origens do modo de produção capitalista e, mais particularmente, à Revolução Industrial. Sobretudo na Inglaterra, as primeiras gerações de proletariado foram constituídas por camponeses expulsos das terras cultivadas, para dar lugar à criação de ovelhas produtoras de lã, e por artesãos arruinados pela concorrência da indústria manufatureira. Juridicamente reconhecidos como homens livres, esses operários viviam em condições subumanas, desprovidos de direitos políticos e até mesmo de se organizar livremente para lutar por melhores condições de vida. Recebiam baixos salários e trabalhavam em média dezesseis horas por dia, sendo também vítimas de castigos corporais por parte dos patrões. A revolta dos trabalhadores muitas vezes se dirigiu contra as máquinas, as quais destruíam, como no caso dos luditas. Aos poucos a rebeldia foi adquirindo caráter político em movimentos pelo direito de votar, ter representação parlamentar, criar e manter sindicatos. Não faltaram também as tentativas de tomada direta do poder nas numerosas rebeliões que se desenvolveram na Europa no século XIX. Ao longo desse período o proletariado foi objeto de reflexão de muitos estudiosos da sociedade capitalista: Owen, Fourier, Saint-Simon, Proudhon, Bakunin, Marx e Engels. Organizados em sindicatos e partidos políticos, e recebendo influências diversas de pensadores socialistas e anarquistas, os operários obtiveram grandes melhorias em sua condição de vida e mudanças significativas na sociedade moderna em geral. (SANDRONI, 1999, p. 502).

Portanto, a utilização das máquinas no processo produtivo durante a

Revolução Industrial gera um aumento na produtividade com menor emprego de

energia humana, principalmente do trabalhador masculino, pois ―[...] a automação

do trabalho diminuiu o emprego de mão de obra, o que não significou, porém, que

o processo de mecanização da indústria se dava sem a presença da força

humana‖ (HOBSBAWM, 2007, p. 51).

ATIVIDADES

1- O que foi a Revolução Industrial?

2- Relacione alguns motivos que possibilitaram o pioneirismo

industrial na Inglaterra?

3- Destaque as principais características das formas de produção:

artesanal, manufatureira e maquinofatura.

4- Que tipos de produção você percebeu no primeiro vídeo?

5- No segundo vídeo que mudanças podem ser observadas na vida dos

trabalhadores após a Revolução Industrial?

6- "Antes eu vivia no campo na tranquilidade. As coisas mudaram e eu vim para a cidade". Que motivos levaram a estes acontecimentos citados na música "Revolução Industrial"? 7- Reflita e responda: segundo a música "Revolução Industrial" quem são

os capitalistas e quem sãos os proletários?

8- Quais as duas classes antagônicas que surgiram com a Revolução

Industrial?

Faça uma produção artística com recortes, colagens, desenhos, maquetes

ou pinturas retratando as consequências da Revolução Industrial

destacadas no texto. Após essa produção monte um mural em sua sala de

aula.

4. O Trabalho Infantil na Revolução Industrial

Karl Marx (2013) teve que recorrer aos relatórios dos inspetores de fábricas

para fazer uma análise concreta sobre a exploração do trabalho infantil durante a

Revolução Industrial. Marx criticou não apenas os empregadores do trabalho

infantil, mas de maneira geral os adultos, pais, chefes de famílias que garantiam o

trabalho feminino e infantil para os empregadores, destacando que eram ―[...]

atitudes verdadeiramente revoltantes, próprias de comerciantes de escravos, por

parte de pais trabalhadores, no que concerne ao tráfico de crianças.‖ (MARX,

2013, p. 469).

Marx (2013) também criticou de forma ácida e irônica os detentores do

capital, pois foi direto ao âmago do falso moralismo afirmando que ―[...] o fariseu

capitalista, como se pode ver nesses mesmos ―Reports‖ (relatórios), denuncia

essa bestialidade, por ele mesmo criada, eternizada e explorada, e que, em

outras ocasiões, ele denomina ‗liberdade de trabalho‘‖. (MARX, 2013, p. 469).

Portanto, Marx não perdeu a oportunidade de atacar o falso moralismo da

burguesia que condenava a atitude dos pais que permitiam a exploração do

trabalho de seus filhos, mas esquecia que era a sua classe social burguesa que

criava e eternizava uma bestialidade chamada de liberdade de trabalho. Quando,

no fundo, era uma exploração como nunca visto antes.

Veja no quadro uma passagem de um relatório de 1833, citada por Marx:

Recorreu-se ao trabalho infantil [...] até mesmo para que as crianças trabalhem por seu próprio pão de cada dia. Sem forças para suportar faina tão desproporcional, sem instrução para guiar sua vida futura, foram jogadas numa situação física e moralmente corrompida. [...] O historiador judeu observou, com respeito à destruição de Jerusalém por Tito, que não era de admirar que a cidade tivesse de ser destruída, e de maneira tão terrível, quando lá uma mãe desumana sacrificara seu próprio rebento para saciar aos impulsos de uma fome absoluta. (Pubric Economy Concentrad - Carlisle,1833 apud MARX, 2013, p. 469-470).

Marx demonstrou a degradação e a precarização a que esses seres

humanos estavam expostos diante da exploração capitalista. Marx demonstrou

que os empregadores priorizavam a contratação de garotos crescidos que

mostrassem ter mais idade do que tinham e passassem por 13 anos, pois de

acordo com a lei, crianças abaixo dessa idade só podiam trabalhar 6 horas por

dia.

Para que a criança pudesse trabalhar mais do que isso, era necessário ser

examinada por um médico que atestasse que ela tinha 13 anos. Infelizmente,

muitos médicos emitiam atestados falsos autorizando a criança bem mais nova a

trabalhar. Por isso, os empregadores conseguiam explorar o trabalho infantil com

certa facilidade.

Marx não apenas se posicionou contra a exploração do trabalho infantil,

mas se preocupou também com a alta taxa de mortalidade das crianças, filhos de

trabalhadores, em seus primeiros anos de vida.

Veja no quadro abaixo a posição de Marx ao analisar as investigações

médicas oficiais.

[...] desconsiderando-se as circunstâncias locais, as altas taxas de mortalidade se devem preferencialmente à ocupação extradomiciliar das mães, que acarreta o descuido e os maus-tratos infligidos às crianças, aí incluindo, entre outras coisas, uma alimentação inadequada ou a falta dela, a administração de opiatos etc., além do inatural estranhamento da mãe em relação a seus filhos, que resulta em sua esfomeação e envenenamento intencionais. (MARX, 2013, p. 471).

Marx havia lido o trabalho de Engels e ficado estarrecido com o que

descobriu neste livro. Portanto, Marx partiu de Engels para compreender a

situação da classe operária. As profundas transformações ocorridas no contexto

da Revolução Industrial acabaram por contribuir para a inserção de mulheres e

crianças no processo produtivo. A exploração do trabalho infantil nasce

simultaneamente com introdução das máquinas no processo produtivo,

inicialmente, em função do tamanho das máquinas que eram mais facilmente

operadas por crianças.

Engels ao analisar as condições de moradia da classe operária descreve

o cenário de algumas ruas em que ―[...] incontáveis porões são usados como

habitações, dos quais saem à luz do dia silhuetas de crianças e mulheres

esfarrapadas, meio mortas de fome‖. Acrescenta ainda que na região do teatro de

Drury Lane ―[...] encontram-se algumas das ruas mais degradadas da cidade [...]

cujas casas são habitadas, dos porões aos desvãos, por famílias paupérrimas‖.

(p. 72).

Engels enfatiza que na ordem social burguesa dos tempos da Revolução

Industrial a vida familiar se tornou quase impossível. Pois que

Não é possível a vida em família numa casa inabitável, suja, inapropriada

até como abrigo noturno, mal mobiliada, raramente aquecida, onde a

chuva penetra com frequência, com cômodos cheios de gente e imersos

numa atmosfera sufocante. O homem trabalha todo o dia, assim como a

mulher e talvez os filhos mais velhos, todos em lugares diferentes e só se

vêem à noite – e, ademais, há a tentação da bebida. Como pode, nessas

circunstâncias, haver vida familiar? E, no entanto, o operário tem de viver

em família, não pode escapar a ela e essa necessidade traz consigo

desacordos e brigas que afetam de modo moralmente negativo os

cônjuges e, pior, os filhos. (ENGELS, 2008, p. 167).

Engels radicaliza contra a negligência diante dos deveres familiares, na

falta de cuidado com relação aos filhos, que infelizmente tinha se tornado ―comum

entre os trabalhadores ingleses‖ e cujas grandes culpadas eram as instituições

daquela sociedade. Veja no quadro abaixo como Engels questiona esta realidade.

E quem pode esperar que crianças e jovens que crescem como selvagens, em meios degradados e com pais muitas vezes também eles degradados, quem pode esperar que se tornem adultos moralmente bem formados? De fato, as exigências que o burguês, do alto de sua olímpica auto-satisfação, faz ao operário são demasiado ingênuas. (ENGELS, 2008, p. 167).

Engels enfatiza o fato da introdução das máquinas nas fábricas ter trazido

como consequência a substituição do trabalho dos homens adultos pelo das

mulheres e crianças. Veja abaixo porque, segundo Engels, isto aconteceu:

Tanto na fiação quanto na tecelagem, a partir da introdução das máquinas, o trabalho humano consiste principalmente – já que as máquinas fazem todo o resto – na reparação dos fios que se rompem; esse trabalho não exige força física, apenas dedos ágeis. Então, não só os homens são dispensáveis, como, por outra parte, o maior desenvolvimento dos músculos e da ossatura das mãos tornam-nos menos aptos para esse trabalho que as mulheres e crianças – por isso, estão quase todos excluídos desse tipo de trabalho. (ENGELS, 2008, p. 179).

Engels descreve que quanto mais ocorre a introdução das máquinas, da

força hidráulica ou do vapor nas fábricas, mais rápido se torna a substituição das

atividades dos braços e dos esforços musculares, ―[...] tanto menos se necessita

de homens, deslocados por mulheres e crianças que, além de serem mais hábeis

que os homens, recebem salários menores‖. (ENGELS, 2008, p. 179). Sendo

assim, Engels nos demonstra que,

Nas fiações, encontramos nas thorestles apenas mulheres e meninas; nas mules, um fiandeiro, homem adulto (que desaparece com o emprego da self-actor), e vários piercers para reparar os fios, na maioria das vezes mulheres e crianças, às vezes jovens de dezoito a vinte anos e, mais raramente, um fiandeiro, mais velho que perdeu seu emprego anterior. No tear mecânico trabalham principalmente mulheres de quinze a vinte anos; há também alguns rapazes, mas estes raramente conseguem permanecer ali depois dos 21 anos. (ENGELS, 2008, p. 180).

Este autor ressalta que, por volta da década de 1830, era comum encontrar

mulheres trabalhando nas máquinas que preparavam os fios para a tecelagem.

As fábricas, diz Engels, ―[...] empregam uma grande quantidade de crianças para

tirar e repor bobinas (doffers) e alguns homens adultos como vigilantes, um

mecânico e um maquinista para as instalações do vapor e também marceneiros,

porteiros etc‖. Entretanto, ―[...] o trabalho propriamente dito é executado por

mulheres e crianças‖. (ENGELS, 2008, p. 180).

A exploração do trabalho de mulheres e crianças se constitui em uma

corrupção moral. Veja no quadro como Marx é radical na crítica a esta prática:

[...] a devastação intelectual, artificialmente produzida pela transformação de seres humanos imaturos em meras máquinas de fabricação de mais-valor – devastação que não se deve confundir com aquela ignorância natural-espontânea que deixa o espírito inculto sem estragar sua capacidade de desenvolvimento, sua própria fecundidade natural – acabou por obrigar até mesmo o Parlamento inglês a fazer do ensino elementar a condição legal para o uso ‗produtivo‘ de crianças menores de 14 anos em todas as indústrias sujeitas à lei fabril. (MARX, 2013, p. 473).

Thompson (1987, p.32) salienta que o trabalho infantil não é uma invenção

do capitalismo industrial, pois antes da grande indústria, o trabalho artesanal

realizado no âmbito doméstico e nas oficinas dos mestres artesão já usava o

trabalho das crianças. Dessa forma, destaca que:

De acordo com o discurso filantrópico e altruísta que a burguesia tinha na

época, era importante que as crianças e mulheres pobres trabalhassem, para que

não caíssem na marginalidade. Segundo esta concepção, o trabalho nas fábricas

tirava as crianças das ruas e evitava que as mulheres fossem para a prostituição,

além de contribuir com o aumento da renda familiar. Essa ideologia visava

esconder a exploração do trabalho infantil em benefício próprio. O excesso de

trabalho, muitas vezes, matava crianças, pois poderia chegar até a 10, 12 ou mais

horas por dia, as atividades eram monótonas, o ambiente era insalubridade e

ocorria muita desnutrição. (THOMPSON, 1987, p. 207).

Quanto ao salário pago a essas crianças trabalhadoras, cuja infância era

roubada, Huberman (1986) salienta que ―[...] as crianças inicialmente com seis

anos e as mulheres compunham a mão de obra preferida dos empregadores, pois

os seus salários eram bem inferiores em relação ao de um homem adulto‖

(HUBERMAN, 1986, p. 178).

A disciplina das fábricas era mais do que aquela que os trabalhadores

suportavam nas oficinas das manufaturas. As longas jornadas e as péssimas

condições de trabalho provocavam muitos acidentes de trabalho, deixando muitos

trabalhadores mutilados. Isto atingia principalmente as crianças, que ―[...] Sem

esperança de dias melhores passavam a vagar pelas ruas até tombarem em

‗leitos‘ de morte, onde estariam livres desta vida miserável‖. (HOBSBAWM, 1989,

p. 10-11).

Thompson (1987, p.202) argumenta que a exploração de crianças nas

minas ou nas fábricas se intensificou entre 1780 e 1840. Este fato é observado

principalmente nas minas menores e ineficientes, onde as galerias eram tão

estreitas que apenas crianças poderiam atravessá-las.

O capitalismo não inventou o trabalho infantil, mas criou as condições para que as crianças não só fossem transformadas em adultos precoces, em trabalhadores livres, como destituídas de uma tradição em que trabalho e relações familiares, como eram vividas nas indústrias e domicílios, permitiam a sua reprodução enquanto criança. Ao entrarem no espaço fabril, jogadas às máquinas, permaneciam sob a supervisão de estranhos, forçadas a se submeter a longas jornadas de trabalho, sem intervalo, recebendo um pagamento inferior ao do adulto pelo seu trabalho (THOMPSON, 1987, p. 204).

Os acidentes de trabalho mais comuns ocorriam com os menores que, durante as

horas intermináveis que ficavam sobre as máquinas, muitas vezes sustentados

por uma perna-de-pau, pois não que seu pequeno tamanho não lhes permitia

atingir o cimo dos altos teares, as crianças adormeciam e tinham seus dedos

estraçalhados pelas engrenagens dos teares. O número de acidentes ocorridos

não tem paralelo na história da maquinaria. Num único estabelecimento industrial,

de estomentar o linho, entre 1852 e 1856, houve seis casos de morte e 60

mutilações graves. Não havia qualquer indenização pelos membros amputados,

muito menos para os dias de paralisação das atividades (ARRUDA, 1994, p. 70).

71).

As crianças eram exploradas ainda como ajudantes de cozinheiro ou como

operadores de portinholas de ventilação. Nas fábricas, a cada ano, crescia a força

de trabalho infantil, além do que, em diversos ofícios considerados indignos ou

relacionados com o trabalho externo, o trabalho infantil tornava-se mais intenso, e

a jornada cada vez mais longa.

Thompson (1987, p. 203) salienta que o trabalho infantil não era uma

novidade, uma vez que o trabalho da criança era parte intrínseca da economia

industrial e agrícola desde antes de 1780, já que estas exerciam atividades

precárias e degradantes.

Mantoux (s/d) destacou o fato de que para os trabalhadores artesãos

trabalhar em uma fábrica era similar a estar em um quartel ou em uma prisão.

Este fato fez com que os trabalhadores da Inglaterra resistissem ao trabalho fabril

e que a classe operária fosse formada originariamente por operários que vieram

das partes mais pobres do reino, Irlanda, País de Gales e Escócia. Nesse sentido,

diante da escassez de força de trabalho, a solução encontrada para o problema

foi a contratação de mulheres e crianças.

Veja no quadro abaixo o que Mantoux escreveu sobre isto.

Consistia ela na contratação maciça de mulheres e, principalmente, de crianças. O trabalho nas fiações era fácil de aprender, exigia muito pouca força muscular. Para algumas operações, o pequeno porte das crianças e a finura de seus dedos faziam delas os melhores auxiliares das máquinas. Eram preferidas ainda por outras razões, mais decisivas. Sua fraqueza era a garantia de sua docilidade: podiam ser reduzidas, sem muito esforço, a um estado de obediência passiva, ao quais os homens feitos não deixavam facilmente dobrar. (MANTOUX, s/d, p. 418-419).

O trabalho infantil se constituía num baixo custo, pois o que as crianças

recebiam equivalia entre um teço e um sexto do salário do trabalhador adulto.

Muitas vezes as crianças trabalhavam apenas em troca de alojamento e

alimentação. Assim, as crianças eram usadas em substituição ao trabalho dos

adultos. Lamentavelmente elas ficavam ―[...] presas por contratos de

aprendizagem que as retinham na fábrica por sete anos, no mínimo, e com

frequência até sua maioridade‖. (MANTOUX, s/d, p. 419).

Leia no quadro abaixo a descrição que Mantoux nos fornece acerca da

crueldade que era cometida contra as crianças.

A maioria desses infelizes seres eram crianças assistidas, fornecidas – poderíamos dizer vendidas – pelas paróquias por elas responsáveis. Os manufatureiros, principalmente durante o primeiro período do maquinismo, quando as fábricas eram construídas fora das cidades, e, em geral, longe delas, teriam tido grande dificuldade para obter a mão de obra de que necessitavam em sua vizinhança imediata. Por seu lado, as paróquias só queriam se desembaraçar de suas crianças. Aconteciam verdadeiros negócios, vantajosos para ambas as partes, embora não para as crianças, que eram tratadas como mercadorias, entre os fabricantes e os administradores do imposto dos pobres. (MANTOUX, s/d, p. 419).

Os empregadores recebiam as crianças em bloco das paróquias. Elas

eram enviadas ―[...] como gado, com destino à fábrica onde deveriam ficar

fechadas durante longos anos.‖ A desumanidade e a crueldade era extremamente

nefasta, pois ―[...] certa paróquia, para que o negócio fosse melhor, estipulava que

o comprador seria obrigado a aceitar os idiotas, na proporção de um por vinte.‖ O

processo de desumanização era tão cruel que os ―aprendizes das paróquias‖ se

constituíram, no início, nas ―[...] únicas crianças empregadas nas fábricas.‖

Inicialmente, os operários se negaram a ceder suas crianças, mas ―[...] sua

resistência, infelizmente; não durou muito tempo; levados pela necessidade

resignaram-se àquilo que, a princípio, tanto os havia horrorizado.‖ (MANTOUX,

s/d, p. 419).

Mantoux destaca a exploração do trabalho infantil na Revolução Industrial,

afirmando ―[...] que a sorte dos ‗aprendizes das paróquias‘ nas primeiras fiações

foi particularmente lamentável.‖ (MANTOUX, s/d, p. 422). A análise do autor é

bastante esclarecedora sobre a exploração do trabalho infantil durante a

Revolução Industrial. Veja no quadro abaixo o que ele afirma:

[...] abandonados ao arbítrio dos patrões, que os mantinha fechados em seus edifícios isolados, longe de qualquer testemunha que pudesse comover-se com seu sofrimento, padeciam uma escravidão desumana. O único limite para o seu dia de trabalho era o esgotamento completo de suas forças: durava quatorze, dezesseis e até dezoito horas, e os contramestres, cujo salário aumentava ou diminuía proporcionalmente ao trabalho executado em cada oficina, não lhes permitia descansar um instante. Dos quarenta minutos concedidos na maioria das fábricas para a principal ou única refeição, cerca de vinte eram consagrados à limpeza das máquinas. Frequentemente para não paralisar o funcionamento das máquinas, o trabalho continuava sem interrupção, dia e noite. Nesse caso, eram formadas equipes que se revezavam: ‗as camas não esfriavam nunca‘. Os acidentes eram frequentes, sobretudo no final dos dias de trabalho muito longos, quando as crianças, exaustas, ficavam trabalhando meio adormecidas: foram incontáveis os dedos arrancados, os membros esmagados pelas engrenagens. (MANTOUX, s/d, p. 422).

O autor, ainda descreve relatos da época sobre a questão da disciplina

feroz, da brutalidade inominável, desumana e cruel a que eram submetidos esses

seres indefesos. Cita, por exemplo, uma fábrica de Litton, cuja brutalidade,

crueldade e o sadismo eram de outra ordem. Lá, afirma, havia um patrão, um

sujeito que se chamava Ellice Needhan que ―[...] batia nas crianças com murros,

pontapés e chicotadas: uma de suas gentilezas consistia em beliscar-lhes as

orelhas entre as unhas, com força suficiente para atravessá-las.‖ (MANTOUX, s/d,

p. 422).

Entretanto, tinha coisa pior ainda. Veja no quadro o que afirma Mantoux:

Os contramestres eram piores. Um deles, Roberto Woodward, inventou torturas engenhosas. Foi ele que inventou de suspender Blincoe pelos punhos, sobre uma máquina em movimento cujo vai-e-vem obrigava-o a manter as pernas dobradas; fazê-lo trabalhar quase nu, no inverno, com volumes muito pesados para suas costas; limar-lhe os dentes. O infeliz havia recebido tanta pancada que sua cabeça ficou coberta de feridas: para cuidar delas tiveram que arrancar-lhe os cabelos com emplastro de pez. Se as vítimas dessas atrocidades tentavam fugir, punham-lhes ferros nos pés. Muitas pensavam no suicídio: uma menina, aproveitando-se de um momento em que a vigilância foi relaxada, correu e jogou-se na água, obtendo assim sua liberdade: foi despedida, pois ‗temiam que o exemplo fosse contagioso‘. (MANTOUX, s/d, p. 423).

A exploração extrema e as péssimas condições de trabalho a que eram

submetidos os trabalhadores e em especial as mulheres e as crianças deu início a

movimentos de contestação com destaque para o Movimento Luddita e,

posteriormente, o Movimento Cartista.

Foi o confronto entre os movimentos sociais com o capital que levou à

criação de leis de proteção à infância e até ao direito de frequentar a escola, na

Inglaterra e em outros países da Europa.

4.1 As transformações da sociedade industrial

As fábricas

Excerto 1

―Nas fábricas antigas e pequenas, o ambiente geralmente é de sujeira. pouca ventilação falta de banheiros ou vestiários, ausência de exaustores para poeira, corredores muito estreitos, ferramentas soltas pelo chão. Alguns tetos são tão baixos que é difícil permanecer em pé. Nessas fábricas, existe grande número de crianças trabalhando o mesmo número de horas que os adultos. Os efeitos provocados por essa longa jornada de trabalho são vários: deformação permanente de uma boa constituição física; aquisição de doenças incuráveis; impossibilidade de as crianças obterem uma educação adequada‖. (DE FARIA, 1986, p. 88). Excerto 2 ―[...] As fábricas eram, geralmente, insalubres: seus arquitetos pouco se

preocupavam com a higiene e com a estética. Os tetos eram baixos, de forma a se

perder o menos possível de espaço, as janelas estreitas e, quase sempre, ficavam

fechadas. Nas fiações de algodão, a borra pulverizada flutuava como uma nuvem,

penetrando nos pulmões e causando, em longo prazo, os mais graves distúrbios.

Nas fiações de linho, onde se praticava a fiação umedecida, a poeira de água

saturava a atmosfera e molhava as roupas. A aglomeração num ambiente fechado,

que a fumaça das velas noturnas viciava ainda mais, engendrou uma febre

contagiosa, análoga à febre nas prisões. Os primeiros casos dessa ‗febre das

As cidades

fábricas foram observados em 1784, nos arredores de Manchester: ela se alastrou

em pouco tempo pela maioria dos centros manufatureiros, onde fez inúmeras

vítimas‖. (MANTOUX, s/d, p. 424-425).

Excerto 3 ―[...] a promiscuidade da oficina e do dormitório favoreciam o desenvolvimento de

uma perigosa corrupção dos costumes, sobretudo, porque envolvia crianças,

infelizmente incentivada pela conduta indigna de alguns patrões e contramestres,

que aproveitavam para dar livre cursam a seus baixos instintos. Devido a essa

mistura de depravação e sofrimento, barbárie e abjeção, a fábrica representava,

para a consciência puritana, a perfeita imagem do inferno‖. (MANTOUX, s/d, p.

425).

Excerto 4

―[...] Os habitantes das cidades industriais tinham frequentemente de suportar o mau cheiro do lixo industrial e dos esgotos a céu aberto, enquanto seus filhos brincavam entre detritos e montes de estercos. [...]‖ (MANTOUX, S/d. p. 185).

Excerto 5 ―A falta de perspectiva fez com que muitos pobres mergulhassem no alcoolismo. A bebida não era o único sinal desta desmoralização. O infanticídio, a prostituição, o suicídio e a demência têm sido relacionados com este cataclismo econômico e social. O mesmo se deu em relação ao aumento da criminalidade e da violência crescente e frequentemente despropositada que ameaçavam engolir os elementos passivos‖. (HOBSBAWM, 1988. p. 45-46). Excerto 6 ―[...] E que cidades! Cobertas de fumaças e impregnadas de imundície, os serviços públicos básicos - abastecimento de água, esgoto sanitários, espaços abertos, etc. - não podiam acompanhar a migração maciça de pessoas, produzindo assim, sobretudo depois de 1830, epidemias de cólera, febre tifóide e o pagamento assustador de tributo constante aos dois grupos de assassinos do século XIX - a poluição do ar e das águas, ou doenças respiratórias intestinais. [...] os trabalhadores apinhavam-se em cortiços superlotados e lúgubres, cujo aspecto bastava para enregelar o coração do observador‖. (HOBSBAWM, 1978. p. 81)

As moradias

Excerto 7 ―[...] A falta de água potável de privadas, os esgotos impróprios e a ausência de cisternas, tornaram as cidades industriais lugares extremamente insalubres‖. (HENDERSON, 1904. p. 129)

Excerto 8

[...] os operários viviam em casebres ou em andares úmidos, superlotados,

doentios – mesmo em trapeiras, caves e telheiros. As suas roupas eram

esfarrapadas, a comida imprópria, e a taberna o único refúgio dos desconfortos do

lar. (HENDERSON, p.128)

Excerto 9

[...] As casas, umas de encontro às outras, e os pátios esquálidos da Inglaterra, tal

como os amontoados igualmente sórdidos dos andares no continente, depressa se

transformavam em bairros miseráveis [...] (HENDERSON, p.129)

Excerto 10

[...] uma inspeção de oficial de 106 blocos de apartamentos revelou que 19 eram

estruturalmente inseguros, 15 eram insalubres e 6 absolutamente impróprios para

habitação humana[...] ( HENDERSON, p. 131)

Excerto 11

[...] conta um relatório médico de 1783, ―os porões são tão úmidos que devem ser

considerados absolutamente impróprios para a habitação. Vi mais de uma família

de trabalhadores ser levada pela doença por ter permanecido durante algum tempo

nesses porões onde a água mina das paredes‖. (MANTOX s/d p.442)

Excerto 12

[...] ―O horrível espetáculo que essas casas apresentam é difícil de descrever: o

locatário, vindo de sua aldeia na véspera, dorme frequentemente numa cama

infectada pelos insetos deixados pelo último ocupante, ou sobre a qual o cadáver

de um homem morto de febre esteve estendido há apenas algumas horas‖.

(MANTOX s/d p.442)

Agora assista ao vídeo Revolução Industrial e Trabalho Infantil. Para

depois com o estudo dos textos e análise do vídeo responder as questões abaixo.

Revolução Industrial e Trabalho Infantil (duração

3:04).

https://www.youtube.com/watch?v=fBxpV3v8DD4

Infância

A exploração do trabalho infantil foi mostrada em diversos relatórios e depoimentos do período, como podemos observar nos quadros abaixo

:

Faça a leitura e reflexão dos Excertos 1 ao 12, relacionados as Transformações da sociedade industrial e assista o vídeo ―Revolução Industrial e Trabalho Infantil" e em dupla redija um texto sintetizando a situação dos trabalhadores no início da Revolução Industrial Inglesa.

ATIVIDADES

Fonte 1 Jonathan Downe ―Quando eu tinha sete anos fui trabalhar na fábrica do senhor Marshalls. Se uma criança estava sonolenta, o inspetor tocava no ombro da criança e dizia: "Venha aqui." Em um quanto do quarto havia uma cisterna cheia de água. Ele levantava o menino pelas pernas e o emergia na cisterna. Depois do banho ele mandava a criança de volta para o trabalho." Depoimento de Jonathan Downe ao Comitê Parlamentar sobre o Trabalho Infantil, 06 de junho de 1832. Fonte: PROJETO ARARIBÁ. História. Volume 3. 2ª ed. São Paulo: Moderna, 2007. P. 88-89.

Fonte 2 John Birley ―Nosso turno era das cinco da manhã até nove ou dez da noite; no sábado, até às onze e, frequentemente, até ás onze horas da noite. E ainda mos faziam vir no domingo para limpar a maquinaria. Não havia tempo para o café da manhã, não se podia sentar durante o jantar e não nos dava nenhum tempo para tomar chá. Nós chegávamos à fábrica às cinco horas da manhã e tralhávamos até aproximadamente às oito ou nove horas, quando nos traziam o nosso café da manhã, que consistia em mingau de aveia com bolo e cebolas para dar mais sabor à comida. O jantar consistia em bolo de aveia e leite [...] Nós bebíamos o leite e com o bolo em nossa mão, voltávamos a trabalhar, sem jantar." Depoimento de John Birley ao jornal The Ashton Chromicle, 19 de maio de 1848. Fonte: PROJETO ARARIBÁ. História. Volume 3. 2ª ed. São Paulo: Moderna, 2007. P. 88-89.

Fonte 3 Robert Blincoe ―A primeira tarefa dada a Robert Blincoe foi a de apanhar o algodão que caia no chão, embaixo do tear mecânico. Aparentemente, nada poderia ser mais fácil, mas ele estava muito apavorado pelo movimento giratório e pelo barulho da maquinaria. Ele também não suportou o pó e a fumaça que o deixavam sufocado. Ele logo se sentiu doente e constantemente parava de trabalhar, pois suas costas doíam de tanto agachar. Blincoe achava que era livre para sentar e descansar, mas logo descobriu que isto era estritamente proibido nas fábricas têxteis. O seu inspetor, Sr. Smith, lhe disse que tinha que ficar de pé [...] ‖. BROWN, John. Trecho da biografia de Robert Blincoe publicado no jornal The Lion,

15 de janeiro de 1828. Fonte: PROJETO ARARIBÁ. História. Volume 3. 2ª ed. São Paulo: Moderna, 2007. P. 88-89.

ATIVIDADES

1- Que castigos as crianças sofriam?

2- Quais eram os motivos dos castigos?

3- Qual era o papel do inspetor nas fontes 1 e 2?

4- Em sua opinião, qual era o objetivo de proibir determinados

comportamentos nas fábricas?

5- Que situações relatadas nas fontes 2 e 3 podiam prejudicar a

saúde das crianças?

Analise as figuras:

Figura 1 Figura 2

Figura 3

ATIVIDADES

Analise as figuras e responda:

1- Quais as semelhanças existentes entre

as três figuras?

2- Quais as diferenças entre as três

figuras?

3- Quem são os trabalhadores nessas

figuras?

4- Que motivos levaram os capitalistas a

utilizar o trabalho infantil nas fábricas?

Fonte: ROSA, 2014 Fonte: ROSA, 2014

Fonte: ROSA, 2014

5. História e Cinema

Oliver Twist Data de lançamento: 2005 Direção: Roman Polanski Duração: 130 minutos Roteiro: Ronald Harwood Sinopse: Oliver Twist (Barney Clark)

é um órfão entre as centenas que

sofrem com a fome e o trabalho

escravo na Inglaterra vitoriana.

Vendido para um coveiro, ele sofre

com a crueldade da família deste e

acaba fugindo para Londres. Lá ele é

recolhido das ruas por Artful Dodger

(Harry Eden), um ladrão que o leva

até Fagin (Ben Kingsley), um velho

que comanda um exército de

prostitutas e pequenos marginais.

Quando Oliver conhece um bondoso

homem em quem finalmente enxerga

um possível pai, Fagin teme que ele

denuncie seu esquema. Para evitar

isso Fagin planeja um assalto à casa

do rico Sr. Brownlow (Edward

Hardwicke), o pai desejado por Oliver.

Fonte:

http://www.adorocinema.com/filmes/filme-

53969/

Filme: Oliver Twist

1- Qual o principal tema abordado no filme? 2- Você já conhecia este filme? Conhece outros que abordam esse tema? 3- Você assimilou/ aprendeu alguma coisa com este filme? O quê? 4- Algum elemento do filme não foi compreendido? 5- Do que você mais gostou neste filme? Por quê? 6- Todos os eventos retratados no filme são verdadeiros? Descreva as cenas que você achou especialmente bem coerentes e fiéis à realidade. 7- Qual é a relação do filme com o tema estudado? 8- Como o filme retrata o trabalho infantil? 9- Como era visto o trabalho infantil no inicio da Revolução Industrial Inglesa?

ATIVIDADES

6. REFERÊNCIAS

ALVIM, R. O trabalho infanto-juvenil em discussão. Terceirização: diversidade e negociação no mundo do trabalho. São Paulo: Hucitec, 1994. ARRUDA, José Jobson de Andrade. A revolução industrial. 3 ed.; São Paulo: Ática, 1994.

ENGELS, F. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. São Paulo: Boitempo, 2008

DE FARIA, José Henrique. Tecnologia, processo e organização do trabalho.

Revista de Administração da Universidade de São Paulo, v. 21, n. 4, 1986.

______. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. Obras Escolhidas. São Paulo: Ed. Alfa-ômega, 1985. HENDERSON, William Otto. A Revolução Industrial: 1780-1914. Trad. Maria Ondina. ed. bras. São Paulo: Verbo (USP), 1979. HOBSBAWM, E.J. A era das Revoluções: Europa 1789-1848. 22ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2007. nº 2, 1989. ______. A Era das Revoluções: Europa 1789-1848. 12ª ed. São Paulo: Paz e Terra,1977. ______. A era das revoluções: Europa 1789-1848. 22.ed. São Paulo: Paz e

Terra, 2007.

______. As origens da Revolução Industrial. São Paulo: Global, 1979. ______. Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo: 1ª ed. Forense Universitária, 1978. MANTOUX, Paul. A Revolução Industrial no século XVIII. São Paulo: Edunesp/ Hucitec, 1989 MARX, K. O capital. Tradução de Ronaldo Alves Schidt. 7. ed. Rio de Janeiro: LCT editora, 1980. ______. O Capital. Crítica da economia política. L-1-V2, 2ª ed. São Paulo: Nova Cultural, 1985.

MARX, K. O capital: crítica da economia política. Livro 1: O processo de produção do capital. São Paulo: Boitempo, 2013. PROJETO ARARIBÁ. História, 2ª Ed. São Paulo: Moderna, v.3, p. 88-89. ROSA, Cristiano S. Figura 1. Imagem criada. Ano 2014. ______ Figura 2. Imagem criada. Ano 2014. ______. Figura 3. Imagem criada. Ano 2014. SANDRONI, P. Novíssimo Dicionário de Economia. São Paulo: Best Seller, 1999. THOMPSON, E. P. A formação da Classe Operária Inglesa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, v.1, 2 e 3, 1987.