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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE

II

1

Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma PDE 2014

Título: Leitura e Análise Linguística: a abordagem de crônicas no Ensino Fundamental

Autor: Simone Müller

Disciplina/Área: Língua Portuguesa

Escola de Implementação do

Projeto e sua localização:

Colégio Estadual do Campo de Rio da Prata –EFM

Distrito de Rio da Prata - Nova Laranjeiras

Município da escola: Nova Laranjeiras - Paraná

Núcleo Regional de Educação: Laranjeiras do Sul

Professor Orientador: Sonia Merith Claras

Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná.

Relação Interdisciplinar: ----------------------------------------------

Resumo: A presente unidade didática contém uma possibilidade de

trabalho que busca oferecer situações que possam

suscitar nos alunos o interesse pela leitura, bem como

ampliar as suas capacidades, a fim de que se tornem

leitores autônomos. Durante os últimos anos, foi possível

perceber, nas atividades em sala de aula e através dos

índices de avaliações externas, que os estudantes

demonstram dificuldade em práticas de leitura que

exigem um nível além da decodificação. Diante da

concepção de linguagem como uma forma de

interação/dialógica, é importante criar oportunidades para

o estudante refletir, construir, considerar hipóteses a

partir da leitura e análise linguística de diferentes textos

que deverão trazer sensibilidade, fascinar e encantar,

mas também promover o interesse e o desejo para a

reflexão. Assim, esta unidade didática abordará a leitura

de diferentes crônicas, na busca de uma construção de

sentidos que focalize a reflexão acerca da linguagem, ou

seja, análise linguística.

2

Palavras-chave: Ensino de Língua Portuguesa; Leitura; Análise

Linguística; Crônica.

Formato do Material Didático: Unidade Didática

Público: Alunos do 9º Ano do Ensino Fundamental do Colégio

Estadual do Campo de Rio da Prata – EFM

APRESENTAÇÃO

Adquirir habilidades em leitura e requer dedicação do professor ao

desenvolver atividades que estimulem o gosto pela leitura e que visem à superação

das defasagens, fazendo os alunos serem melhores observadores dos fatos e da

realidade, despertando interesse pelas leituras é sempre um desafio.

Ler um texto implica não só em aprender o seu significado, mas também em

trazer para esse texto a experiência e a visão de mundo do leitor. Nesse processo

dinâmico a escola é a principal responsável por proporcionar meios para que os

estudantes sejam inseridos no processo de leitura, para que os estudantes

consigam ler e compreender o que leram, ou seja, ser capazes de estabelecer

relação entre o texto e a realidade social da situação de produção, localizar

informações implícitas num texto, realizar inferências, distinguir um fato de uma

opinião, entre outras. Infelizmente os alunos demonstram grande fragilidade nessas

habilidades, além de certa resistência ao próprio ato da leitura. O desafio é formar

leitores que além de dominar as habilidades de leitura, também gostem de ler e

continuem a fazer isso depois que estiverem longe da escola.

Durante os últimos anos, foi possível perceber, nas atividades em sala de

aula e através dos índices de avaliações externas do Colégio Estadual do Campo de

Rio da Prata, que os estudantes demonstram dificuldade em práticas de leitura que

exigem um nível além da decodificação, principalmente nos anos finais do Ensino

Fundamental, como no 9° ano. Fica, ainda, mais evidente a superficialidade da

leitura, uma vez que os alunos a realizam, mas não assimilam as informações.

Sabe-se que a leitura é essencial na compreensão de saberes, através dela

que podemos entender o mundo. No entanto, quando se pensa no ensino e na

3

aprendizagem da leitura, visualiza-se um cenário voltado apenas para decodificação

do código, o estudante não constrói significados além do que lhe é oferecido. Não é

objetivo para o momento identificar onde está o início do problema, mas por

entender a sala de aula como um espaço de interação, e por acreditar que a

linguagem é uma forma social de interação verbal, percebe-se uma grande

necessidade de oportunizar ao estudante momentos e atividades de leitura que

estejam próximos de sua realidade. Além disso, oportunizar atividades que também

expanda seus horizontes, de modo que o aluno seja capaz de fazer inferências,

acrescentar suas vivências, e ao expressar-se de maneira reflexiva, posicione-se

diante dos fatos por meio de sua capacidade de expor ideias.

Segundo Antunes (2003, p.67),

A atividade de leitura completa a atividade da produção escrita. É,

por isso, uma atividade de interação entre sujeitos e supõe muito

mais que a simples decodificação dos sinais gráficos. O leitor, como

um dos sujeitos da interação, atua participativamente, buscando

recuperar, buscando interpretar e compreender o conteúdo e as

intenções pretendidas pelo autor.

Diante da necessidade de transformar a leitura em algo agradável,

significante e que realmente leve os estudantes a construírem novas significações,

refletirem, capacitando-os e transformando-os em leitores críticos, optou-se então,

pela leitura do gênero crônica, por ser um texto organizado de forma não muito

extensa, relacionado a fatos do cotidiano.

Sabe-se que as atividades pedagógicas, nas aulas de Língua Portuguesa,

devem considerar as práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística inter-

relacionadas e, também, que a prática da leitura só se dará efetivamente quando os

estudantes construírem significados a partir do que leem. Portanto, a análise

linguística será uma ferramenta indissociável do ensino e aprendizagem de leitura.

Tem-se como pressuposto que pela análise dos aspectos linguísticos e discursivos e

sinalizadores de sentido que podem ser construídos, os estudantes passem a ver e

ter a leitura como algo que acrescente conhecimentos.

4

De acordo com as Diretrizes Curriculares para a Educação Básica do Paraná

(DCEs-2008, p.60),

os alunos trazem para a escola um conhecimento prático dos

princípios da linguagem, que assimilam pelas interações cotidianas e

usam na observação das regularidades, similaridades e diferenças

dos elementos linguísticos empregados em seus discursos. O

trabalho de reflexão linguística a ser realizado com esses alunos

deve voltar-se para a observação e análise da língua em uso, o que

inclui morfologia, sintaxe, semântica e estilística; variedades

linguísticas; as relações e diferenças entre língua oral e língua

escrita, querem no nível fonológico-ortográfico, quer no nível textual

e discursivo, visando à construção de conhecimentos sobre o

sistema linguístico.

Atualmente as aulas de língua portuguesa têm como objetivo central refletir

sobre os elementos e fenômenos linguísticos, priorizando o desenvolvimento das

habilidades de falar, ouvir, ler e escrever os textos. Isso não significa eliminar o

estudo das nomenclaturas e classificações das aulas de língua portuguesa, mas

estudar juntamente com a gramática normativa os aspectos discursivos da língua a

partir do texto, portanto, uma prática nomeada análise linguística.

Segundo Mendonça (2006, p. 205),

O termo análise linguística não foge à regra, ou seja, surgiu para

denominar uma nova perspectiva de reflexão sobre o sistema

linguístico e sobre os usos da língua, com vistas ao tratamento

escolar de fenômenos gramaticais, textuais e discursivos.

Compreende-se, deste modo, as atividades de análise linguística como um

trabalho de reflexão sobre a organização do texto, trabalho este voltado para que o

aluno perceba o texto como resultado de opções feitas pelo autor, tendo em vista o

seu interlocutor. Sob tal enfoque, o texto deixa de ser pretexto para se estudar a

nomenclatura gramatical e a sua construção passa a ser o objeto de ensino.

A compreensão da importância e da necessidade de que o ensino deixe de

ser descontextualizado e seja fundamentado na reflexão da linguagem, no

5

aprendizado sistemático do aluno, especialmente, na realidade que ele está inserido,

é fundamental para a realização do trabalho do professor. Pois, conforme Antunes

(2003, p.36),

Já não há mais lugar para o professor simplesmente repetidor, como disse acima, que fica, passivo, à espera de que lhe digam exatamente como fazer, como ―passar‖ ou ―aplicar‖ as noções que lhe ensinaram. Os princípios são o fundamento em que o professor vai apoiar-se para criar suas opções de trabalho. O novo perfil do professor é aquele do pesquisador, que, com seus alunos (e não, ―para‖ eles), produz conhecimento, o descobre e o redescobre. Sempre.

A análise linguística possibilita formar cidadãos capazes de compreender os

diferentes textos com os quais se defrontam, pois trata do trabalho com questões de

gramática e com questões sobre o propósito do texto. Para isso é preciso organizar

ensino e aprendizagem para que experimentem e aprendam isso na escola.

A presente unidade didática contém uma possibilidade de trabalho com leitura

e a análise linguística de crônicas, oferecendo situações que possam suscitar nos

alunos o interesse pela leitura, bem como ampliar as suas capacidades, a fim de que

se tornem leitores autônomos.

MATERIAL DIDÁTICO

Atividade 1

Para despertar o interesse e a curiosidade dos alunos sobre leitura e análise

linguística de crônicas, serão realizadas discussões, questionamentos e reflexões

sobre a importância desse conhecimento, já que é evidente a superficialidade da

leitura nos índices das avaliações externas anteriores.

Em seguida, os alunos responderão a um questionário sobre seus conhecimentos em

relação à leitura, especificamente, sobre crônicas.

6

Depois de recolher os questionários, passar o vídeo que apresenta a mensagem

"LER", do escritor Luís Fernando Veríssimo, com intuito de incentivar a leitura.

Disponível para download em:

http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=8389

Acesso em 31 de outubro de 2014. Fonte: Youtube

Duração: 2 aulas

Colégio Estadual do Campo de Rio da Prata – EFM

Aluno: _______________________________ nº:___________ Ano: ____________

Conhecimentos em relação à leitura

1) Para você as atividades de leitura são importantes para a sua formação como

cidadão?

( ) sim ( ) não

2) Com que frequência você realiza leitura fora do período em que está na escola?

( ) nunca ( ) a cada quinze dias ( ) duas vezes por semana ( ) todos os dias

3) Em qual disciplinas você considera mais importante a leitura?

( ) História ( ) Arte

( ) Matemática ( ) Ciências

( ) Geografia ( ) Inglês

( ) Educação Física ( ) Nenhuma

( ) Língua Portuguesa ( ) Todas

4) O ensino de leitura deve ser de responsabilidade apenas do professor de Língua

Portuguesa.

( ) Concordo ( ) Discordo

7

5) Como você considera o trabalho do professor como mediador na sala de aula

durante as leituras?

( ) nada importante ( ) pouco importante ( ) muito importante

6) Para conviver em sociedade, é necessário interagir com as leituras e com os

outros para:

( ) dificultar o aprendizado

( ) reconhecer os horizontes de leituras

( ) buscar conhecimentos

( ) compreender os fatos

( ) ampliar conhecimentos

7) Quando o professor propõe ou recomenda a você uma leitura sem compromisso

com nota você:

( ) não se interessa, pois é sempre uma leitura difícil

( ) pesquisa para ver se vai ser interessante para você

( ) lê e discute com seus colegas os assuntos abordados

( ) nem dá importância pois não vale nota

( ) se motiva e se prepara para ser leitor da realidade e do mundo que o cerca

8) Assinale os gêneros dos quais tem realizado leituras:

( ) lendas ( ) contos ( ) crônicas ( ) romances ( ) charges

( ) histórias em quadrinhos ( ) cartas ( ) poesias ( ) bilhetes

( ) email ( ) piadas ( ) outro: qual? ____________________________

9) Qual dessas leituras você considera mais complexa:

( ) lendas ( ) contos ( ) crônicas ( ) romances ( ) charges

( ) histórias em quadrinhos ( ) cartas ( ) poesias ( ) bilhetes

8

( ) email ( ) piadas ( ) outro: qual? ____________________________

10) Assinale dois temas que você gosta de ler:

( ) amor ( ) amizade ( ) sexualidade ( ) solidão ( ) preconceito

( ) religião ( ) cultura ( ) esporte ( ) lazer ( ) folclore ( ) humor

( ) outro: qual? ____________________________

12)Você já leu alguma Crônica?

( ) sim ( ) não

13) Você já escreveu alguma Crônica ?

( ) sim ( ) não

14)Você sabe distinguir as diferenças entre Crônica e os demais gêneros?

( ) sim ( ) não

15) Você se considera um(a) leitor(a) assíduo(a)? Por quê?

( ) sim ( ) não _____________________________________________________

Atividade 2

Ouvir áudio de interpretação e sonorização da crônica ―A última crônica‖ de

Fernando Sabino.

Disponível em:

https://www.escrevendoofuturo.org.br/index.php?option=com_content&view=article&

id=1569&Itemid=14

Acesso em 29 de outubro de 2014.

Em seguida entrega-se o texto impresso para os alunos.

Propõe-se fazer nova leitura, agora realizada por um aluno, para observar a relação

9

que é possível fazer do ambiente, apenas a partir da descrição do autor além do

destaque para a importância das pausas e da entonação durante leitura.

Segue-se então para questionamentos orais como:

- O que sugere o título do texto ―A ultima crônica‖?

- Onde acontecem os fatos?

- O que o narrador está fazendo neste local?

- A situação inicial em que se encontrava o narrador-personagem termina com a

ocorrência de um fato. Qual foi?

Na sequência segue-se com as questões de interpretação e análise linguística

elaboradas pela professora que posteriormente serão corrigidas ou comentadas

com a turma.

Para concluir, passar o vídeo “Curta-metragem: A Última Crônica”, baseado no

conto de Fernando Sabino. O vídeo pode ser utilizado para que a professora possa

apresentar a crônica aos alunos estabelecendo uma relação entre o texto original e

a adaptação. Duração: 00:06:57

Disponível para download em:

http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=17670

Acesso em 31 de outubro de 2014. Fonte: Youtube

Duração: 5 aulas

A última crônica

A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto

ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever.

A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito

mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu

pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano,

fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao

episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas

10

palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e

perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo

meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: "assim eu quereria o

meu último poema". Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último

olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.

[...]

SABINO, Fernando. A companheira de viagem. Editora do Autor - Rio de Janeiro,

1965, pág. 174.

Análise do texto:

1- A situação inicial em que se encontrava o narrador-personagem termina com a

ocorrência de um fato: ―Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-

se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos.‖

a) Qual seria a intenção do autor ao iniciar a sentença com ―Ao fundo do

botequim...‖?

b) A expressão ―um casal de pretos‖ pode ser considerada depreciativa. Isso se

confirma no decorrer do texto? Explique.

c) A descrição do ambiente ―...mesas de mármore ao longo da parede de espelhos‖

de certa forma descreve o tipo de lugar ou de pessoas que frequentam aquele

espaço. Qual seria o objetivo da descrição?

( ) descrever as características dos bares da Gávea.

( ) destacar o contraste entre a família e o ambiente.

( ) mostrar a riqueza dos bares naquela região.

( ) apenas descrever o espaço da narrativa.

d) Qual o tempo verbal que predomina no texto?

2- Qual a diferença entre as formas como o autor descreve o casal e a forma como

descreve a menina?

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3- As expressões no diminutivo, ―negrinha, arrumadinha, perninhas‖, demonstram

que sentimentos por parte do narrador?

4- O uso do diminutivo é para indicar uma diminuição de tamanho. Porém,

dependendo do contexto em que ele é utilizado, pode assumir diversos efeitos de

sentido e significações. Identifique nas frases a seguir o sentido ou significado

aplicado:

a) Você gosta mesmo de ler esse jornalzinho?

b) Quando os vi, pareciam dois pombinhos.

c) Ela nos serviu um vinhozinho qualquer.

d) Gostaria muito de tomar a sopinha que minha avó fazia.

e) Quando peguei meu contra cheque senti um friozinho na barriga.

f) Corra depressinha buscar sua mãe pois chegou visita.

5-Que expressão mostra claramente a que classe social pertence à família?

6- Em ―O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda

o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo

sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se

aguardasse a aprovação do garçom.‖ Os gestos dos pais, revelam que importante

informação?

7- Em determinado momento o narrador questiona ―Por que não começa a comer?‖

demonstra que característica psicológica do narrador?

8- Observa-se ritmos diferentes na ocorrência dos fatos que se seguem no trecho,

―A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-

lo. A mulher está olhando para ela com ternura — ajeita-lhe a fitinha no cabelo

crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo

botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração.‖

a) O que demonstra as atitudes da menina?

b) Que características podemos atribuir aos pais? Que palavras comprovam isso?

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9- Na sequência ―Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele

se perturba, constrangido — vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba

sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.‖

a) Por que o pai ameaça abaixar a cabeça?

b) O que o teria feito mudar de ideia?

c) O que você supõe que significa o sorriso do pai?

d) Que tempo verbal predomina nesse trecho?

10- Na afirmativa ―Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como

esse sorriso.‖ Por que o narrador afirma que o sorriso do pai é puro? Que outros

adjetivos poderíamos atribuir para aquele sorriso?

11- Poderíamos afirmar que trata-se de uma cena comum, mas o narrador a

descreve como ―Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição

tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo

mais que matar a fome.‖ Uma das características da crônica é captar os aspectos

singulares de um fato e mostrar ângulos não percebidos. Na sua opinião foi isso que

ocorreu nesta Crônica? Explique.

12- A palavra célula significa ―Unidades estruturais e funcionais dos organismos

vivos‖. Explique, então, a expressão utilizada no texto ―célula da sociedade‖.

13- A linguagem empregada na crônica apresenta que tipo de padrão? O tipo de

linguagem dificulta, em algum momento, o entendimento do leitor? Explique.

14- A ausência de discurso direto no texto em trechos como em ―A mãe limita-se a

ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do

garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para

atendê-lo‖, nos dá a impressão de que? Esta postura condiz com que tipo de

narrador?

15- Em ―Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o

verso do poeta se repete na lembrança: "assim eu quereria o meu último poema".

Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde

13

vivem os assuntos que merecem uma crônica‖ o narrador nos apresenta a diferença

que existe entre poesia e crônica. Explique.

16- Linguagem formal ou culta é aquela que segue todos os padrões da língua

portuguesa na gramática. É uma linguagem mais séria onde as palavras são, as

vezes, difíceis de compreensão, pelo grau de complexibilidade. Já a informal ou

coloquial é mais livre, não tão dentro do padrão normativo da língua. Podendo ser

usada de forma simples, desprendida de regra, no entanto, ainda compreensível.

Sendo assim:

a) Qual tipo de linguagem o narrador usou para se expressar: linguagem culta ou

coloquial?

b) A maneira como o narrador se expressou dificulta ou impede a compreensão do

leitor?

c) Em que tipo de ambientes essa linguagem poderia ser utilizada? Por que?

d) Identifique no texto palavras que você desconheça o significado:

17- Nas situações abaixo diga qual o tipo de linguagem poderá ou deverá ser usado.

Marque ( F ) para formal e ( I ) para informal:

( ) Escrever um email para uma empresa fazendo solicitações.

( ) Falar em público sobre política.

( ) Passar uma mensagem de celular para um amigo íntimo.

( ) Passar uma mensagem de celular para o professor de português.

( ) Escrever uma carta de reclamação para a presidente Dilma.

( ) Conversar com os amigos.

( ) Participar de um debate sobre meio ambiente.

( ) Escrever um bilhete para a irmã explicando que você foi comprar pão.

( ) Escrever um bilhete para a diretora da escola explicando sua ausência.

( ) Escrever uma redação solicitada pelo professor de português.

( ) Escrever uma redação para o vestibular.

( ) Escrever um bilhete romântico para o/a namorado/a.

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Atividade 3

Apresentação de slides sobre o conceito do gênero textual Crônica, com explicação

de cada tópico, realizada pela professora que fará também um paralelo comparando

com a crônica anterior.

Duração: 2 aulas

Consiste numa produção breve

sobre um fato do cotidiano;

Slide1 slide 2

Envolve dados da realidade;

Pretende refletir e/ou divertir;

Slide3 slide 4

15

Capta aspectos singulares do

fato e mostra ângulos não

percebidos;

É um texto leve, escrito de forma

pessoal;

Slide 5 slide 6

Possui estrutura livre;

Emprega a linguagem comum ou

familiar;

Slide 7 slide 8

Utiliza narrador em primeira ou

terceira pessoa do discurso;

Pode ser literária ou não literária.

KÖCHE, Vanilda Salton. MARINELLO, Adiane Fogali. BOFF, Odete Maria Benetti. Estudo e Produção de Textos - GênerosTextuais do Relatar, Narrar e Descrever. Petrópolis, Rj: Vozes, 2012. (p.72)

Slide 9 slide 10

Fonte: KÖCHE, Vanilda Salton. MARINELLO, Adiane Fogali. BOFF, Odete Maria

Benetti. Estudo e Produção de Textos - Gêneros Textuais do Relatar, Narrar e

Descrever. Petrópolis, Rj: Vozes, 2012. (p.72)

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Atividade 4

Para reforçar e ampliar o conceito do gênero, optou-se pela leitura da crônica ― Sobre

a crônica‖ de Ivan Angelo, que com tom crítico, apaixonado e bem humorado fala das

características desse gênero e a sua relação com o leitor.

Em seguida, com o intuito de analisar cada uma das características apresentadas

nos slides anteriores, observar na crônica onde podem ser observadas as

características.

Pode-se, também, aproveitar para discussões acerca das afirmativas do autor sobre

o que é crônica:

- Qual o formato da crônica? Tem um padrão? É imutável?

- Quanto a linguagem, quais suas características?

- É possível misturar-se com outros gêneros?

- Onde podemos encontrar crônicas?

- Porque deu certo no Brasil?

- É comum ao leitor identificar-se com a crônica lida?

- Quais os elementos que podem tornar uma crônica interessante ou

desinteressante?

Duração: 3 aulas

Sobre a crônica

Uma leitora se refere aos textos aqui publicados como "reportagens". Um

leitor os chama de "artigos". Um estudante fala deles como "contos". Há os que

dizem: "seus comentários". Outros os chamam de "críticas". Para alguns, é "sua

coluna".

17

Estão errados? Tecnicamente, sim – são crônicas –, mas... Fernando Sabino,

vacilando diante do campo aberto, escreveu que "crônica é tudo que o autor chama

de crônica".

[...]

Ivan Angelo

http://vejasp.abril.com.br/materia/sobre-cronica

Acesso em 29 de outubro de 2014.

Atividade 5

Atividade em grupo:

Para analisar e identificar o gênero crônica e suas características, verificar os vários

recursos utilizados por diferentes autores e caracterizar o narrador. A turma será

divida em pelo menos cinco grupos.

A professora fará a seleção das crônicas, previamente, para serem entregues aos

grupos.

Cada grupo realizará a leitura e análise de uma crônica a partir de um roteiro definido

pelo professor.

Após a análise, cada grupo lê para a turma a crônica em estudo e apresenta suas

conclusões a partir do roteiro de questões.

Durante toda a atividade a professora orientará os grupos e quando necessário fará

retomadas de conceitos, para maiores esclarecimentos.

Duração: 5 aulas

18

Roteiro para análise das crônicas

1- Identifique alguns elementos que compõem o texto:

Título:

Autor:

Personagens:

Assunto:

Gênero textual:

Fonte:

2- Observe e marque as características encontradas:

( ) Consiste numa produção breve sobre um fato do cotidiano;

( ) Envolve dados da realidade;

( ) Pretende refletir;

( ) Pretende divertir;

( ) Capta aspectos singulares do fato;

( ) mostra ângulos não percebidos;

( ) É um texto leve, escrito de forma pessoal;

( ) Possui estrutura livre;

( ) Emprega a linguagem comum ou familiar;

( ) Utiliza narrador em primeira pessoa do discurso;

( ) Utiliza narrador em terceira pessoa do discurso;

( ) é literária;

( ) não literária.

3- Em relação à crônica em estudo qual a crítica que está, explícita ou

implicitamente, presente?

4- Que fatos são enfatizados?

5- Faça uma breve descrição sobre o narrador.

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6- Analise a linguagem empregada na crônica. Apresenta que tipo de padrão?

7- A linguagem que prevalece é a linguagem conotativa ou a linguagem denotativa?

8- Na crônica em estudo há variações entre discurso direto e indireto? Que tipo de

discurso que predomina no texto?

9- Qual o tempo verbal que predomina no texto?

Crônicas selecionadas para a atividade:

1- O futebol e a matemática

Modelo matemático prevê gols no futebol Mundo, 23.mar.99

O técnico reuniu o time dois dias antes da partida com o tradicional

adversário. Tinha uma importante comunicação a fazer.

- Meus amigos, hoje começa uma nova fase na vida do nosso clube.

Até agora, cada um jogava o futebol que sabia. Eu ensinava alguma coisa, é

verdade, mas a gente se guiava mesmo era pelo instinto. Isso acabou. Graças a um

dos nossos diretores, que é um cara avançado e sabe das coisas, nós vamos jogar

de maneira completamente diferente. Nós vamos jogar de maneira científica.

[...]

SCLIAR, Moacyr. O imaginário cotidiano. São Paulo: Gaia, 2006. (p.51-52)

2- O Verbo For

Vestibular de verdade era no meu tempo. Já estou chegando, ou já cheguei, à

altura da vida em que tudo de bom era no meu tempo; meu e dos outros coroas.

Acho inadmissível e mesmo chocante (no sentido antigo) um coroa não ser

reacionário. Somos uma força histórica de grande valor. Se não agíssemos com o

vigor necessário — evidentemente o condizente com a nossa condição provecta —,

tudo sairia fora de controle, mais do que já está. O vestibular, é claro, jamais voltará

ao que era outrora e talvez até desapareça, mas julgo necessário falar do antigo às

novas gerações e lembrá-lo às minhas coevas (ao dicionário outra vez; domingo, dia

de exercício).

[...]

RIBEIRO, João Ubaldo. Contos e crônicas para ler na escola. Rio de Janeiro:

Objetiva, 2009.

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3- Meu Ideal Seria Escrever...

Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela moça que

está doente naquela casa cinzenta quando lesse minha história no jornal risse, risse

tanto que chegasse a chorar e dissesse -- "ai meu Deus, que história mais

engraçada!". E então a contasse para a cozinheira e telefonasse para duas ou três

amigas para contar a história; e todos a quem ela contasse rissem muito e ficassem

alegremente espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha história fosse como um

raio de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida de moça reclusa,

enlutada, doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o próprio riso, e depois

repetisse para si própria -- "mas essa história é mesmo muito engraçada!".

[...]

BRAGA, Rubem. 50 crônicas escolhidas. Rio de Janeiro: BestBolso, 2009.

4- O Marajá

A família toda ria de dona Morgadinha e dizia que ela estava sempre

esperando a visita do Marajá de Jaipur. Dona Morgadinha não podia ver uma coisa

fora do lugar, uma ponta de poeira em seus móveis ou uma mancha em seus vidros

e cristais. Gemia baixinho quando alguém esquecia um sapato no corredor, uma

toalha no quarto ou - ai, ai, ai - uma almofada torta no sofá da sala. Baixinha,

resoluta, percorria a casa com uma flanela na mão, o olho vivo contra qualquer

incursão do pó, da cinza, do inimigo nos seus domínios.

[...]

VERISSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro:

Objetiva, 2005. (p.18-21)

5- Hábito nacional

Por uma dessas coincidências fatais, várias personalidades brasileiras, entre

civis e militares, estão no avião que começa a cair. Não há possibilidade de se

salvarem. O avião se espatifará – e, levando-se em consideração o caráter de seus

passageiros, ―espatifar‖ é o termo apropriado – no chão. Nos poucos instantes que

lhes restam de vida, todos rezam, confessam seus pecados, em versões resumidas,

e entregam sua alma à providência divina. O avião se espatifa no chão.

21

São Pedro os recebe de cara amarrada. O porta-voz do grupo se adianta e, já

esperando o pior, começa a explicar quem são e de onde vêm. São Pedro

interrompe com um gesto irritado.

[...]

VERISSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro:

Objetiva, 2005. (p.63-65)

Atividade 6

Conhecendo as características gerais do gênero crônica podemos nos posicionar

diferentemente como leitores. Já temos uma idéia do que podemos esperar ou

encontrar nesse tipo de texto. Isso pode trazer mais segurança e eficiência no

processo de leitura.

Partindo desse pressuposto, optou-se pela leitura e áudio da música ―Crônica‖ de

Engenheiros do Hawaii.

Após a leitura será realizada a análise do texto.

Duração: 3 aulas

Crônica

Engenheiros do Hawaii

Já não passa nenhum carro por aqui

Já não passa nenhum filme na TV

Você enrola outro cigarro por aí

E não dá bola pro que vai acontecer

Mais um pouco e mais um século termina

Mais um louco pede troco na esquina

Tudo isso já faz parte da rotina

E a rotina já faz parte de você

22

Que tem ideias tão modernas

E é o mesmo homem que vivia nas cavernas

[...]

Engenheiros do Hawaii. CD Longe Demais das Capitais,1986.

Análise do texto:

1- Analise as características da crônica e responda:

a) A música pode ser considerada crônica? A qual característica podemos

relacioná-la?

b) O gênero textual tem como uma de suas características a crítica a algum aspecto

da vida em sociedade. De que forma isso ocorre na música?

c) Apesar de a música ser lançada em 1986, você acha que a temática ou a crítica

servem para nossos dias atuais? Justifique sua resposta.

2- No trecho:

―Todo mundo já tomou a Coca-Cola

A Coca-Cola já tomou conta da China‖

a) Podemos destacar a crítica a que tipo de sociedade?

b) Qual a relação que pode se estabelecer entre a Coca-Cola e a China?

c) A palavra ―tomou‖ repete-se nos dois versos. Podemos lhe atribuir o mesmo

significado? Explique.

3- No dicionário a palavra ―rotina‖ significa hábito de fazer uma coisa sempre do

mesmo modo, mecanicamente; repetição monótona das mesmas coisas; apego ao

uso geral, sem interesse pelo progresso.

Em ―Mais um pouco e mais um século termina Mais um louco pede troco na esquina

Tudo isso já faz parte da rotina E a rotina já faz parte de você ‖, onde está crítica?

Explique.

23

4- Observe a seguinte estrofe:

Você, que tem ideias tão modernas

É o mesmo homem que vivia nas cavernas

a) Que tempo verbal predomina?

b) Qual a importância de utilizar esse tempo verbal?

c) Explique a diferença entre ―ter idéias modernas‖ e ―ser moderno‖.

d) Quem foi o homem das cavernas? Qual sua principal característica?

e) Como você se definiria a partir da análise da música?

f) Você concorda com o que diz a letra da música, pensando na sociedade atual?

Explique.

5- Na Língua Portuguesa existe ―expressões idiomáticas‖ que variam de região pra

região e também de tempo e espaço. Identifique no texto uma dessas expressões e

dê seu significado.

6- Que palavras ou expressões, no texto, apresentam tom de ironia?

Atividade 7

Análise de crônica produzida a partir de notícia de jornal:

Inicialmente apresenta-se para a leitura, a notícia, observando alguns detalhes como

onde e quando ela foi publicada.

Após a leitura será realizada a análise da notícia.

Antes de realizar a leitura da crônica é importante relembrar que a crônica consiste

numa produção breve sobre um fato do cotidiano. Sendo assim, proponha aos alunos

que levantem hipóteses sobre as possibilidades de narrativas que surgiriam na

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crônica a seguir.

Recomenda-se fazer interrupções, durante a leitura, sugerindo que os alunos façam

antecipações de fatos e inferências a partir das condições dadas no texto.

Após a leitura será realizada a análise do texto fazendo um paralelo com a notícia.

Duração: 5 aulas

Notícia:

PARANÁ

3 casos envolvem doação de 4 crianças

Polícia investiga troca de bebê por casa

da Agência Folha

A polícia do Paraná está investigando três casos de doação ilegal de bebês no

estado, que teriam sido trocados pelos pais por material de construção, cestas

básicas e por uma casa. Os três casos envolvem a troca de quatro crianças.

O caso mais recente aconteceu no mês passado, em Campina Grande do Sul.

(Folha de S. Paulo, 10/06/99)

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff10069907.htm

Acesso em 29 de outubro de 2014.

Análise da notícia:

1- O gênero notícia, costuma despertar o interesse do leitor pela novidade que

apresenta e pelo seu compromisso com a verdade. Que parte da notícia é o

principal responsável por isso?

2- O que se pode antecipar sobre o assunto da notícia, a partir do título?

3- A notícia é formada basicamente por seis questões. A partir da notícia em estudo

responda-as:

1) Quem? Apresente as pessoas evolvidas no fato.

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2) O quê? Relate o fato.

3) Quando? Situe o fato no tempo.

4) Onde? Local em que se desenrolou o fato.

5) Como? Explicite o modo pelo qual o fato ocorreu.

6) Por quê? Causa que originou o fato.

4- A principal função da notícia é relatar fatos atuais e relevantes. Após a leitura e

análise do texto, podemos afirmar que o texto está condizente com o gênero?

Explique.

5- Em ―A polícia do Paraná está investigando‖, o verbo investigar está terminado em

ndo, ou seja, está no gerúndio, o que isso significa para a construção de sentido da

frase?

6- Qual o tempo verbal que predomina no texto? Ele está de acordo com o gênero

notícia? Explique.

Crônica:

A casa das ilusões perdidas

Quando ela anunciou que estava grávida, a primeira reação dele foi de

desagrado, logo seguida de franca irritação. Que coisa, disse, você não podia tomar

cuidado, engravidar logo agora que estou desempregado, numa pior, você não tem

cabeça mesmo, não sei o que vi em você, já deveria ter trocado de mulher havia

muito tempo. Ela, naturalmente, chorou, chorou muito. Disse que ele tinha razão,

que aquilo fora uma irresponsabilidade, mas mesmo assim queria ter o filho. Sempre

sonhara com isso, com a maternidade – e agora que o sonho estava prestes a se

realizar, não deixaria que ele se desfizesse.

[...]

SCLIAR, Moacyr. O imaginário cotidiano. São Paulo: Gaia, 2006. (p.59-60)

26

Análise da crônica e sua relação com a notícia:

1- Existe relação entre os títulos da notícia e da crônica? Qual?

2- Qual foi o acontecimento que originou a crônica?

3- O autor da crônica vale-se de dados da realidade objetiva para fazer uma reflexão

a respeito do comportamento humano. Explique.

4- Qual o tempo verbal que predomina na notícia e na crônica? Podemos afirmar

que é uma característica de textos narrativos? Explique.

5- Nos trechos ―ao vê-lo, esqueceu a desconsideração, esqueceu tudo – estava

certa de que ele vinha com a mensagem que tanto esperava, você pode ter o nenê,

eu ajudo você a criá-lo‖ e ―E ela, como sempre, cedeu‖ revela-se que características

da personagem?

6- Qual a relação que se pode estabelecer entre o título ― A casa das ilusões

perdidas‖ e as características da personagem?

7- Como você interpreta a afirmação ―Nós vamos encher esta casa de crianças.

Quatro ou cinco, no mínimo. Ele não disse nada, mas ficou pensando. Quatro ou

cinco casas, aquilo era um bom começo‖? Que indícios o conduzem a essa

conclusão?

8- Qual a finalidade comunicativa da crônica ―A casa das ilusões perdidas‖?

( ) informar

( ) levar o leitor a refletir

( ) criar humor

( ) relatar um fato do cotidiano

9- Que tipo de narrador encontramos na crônica?

10- Trata-se de uma crônica literária ou não literária? Explicite essa informação.

11- Onde encontramos a ―maldade‖ na notícia e na crônica?

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12- Em ambos os textos, a linguagem que prevalece é a linguagem conotativa ou a

linguagem denotativa? Justifique sua resposta com elementos dos textos.

13- O discurso direto está presente em apenas alguns poucos trechos do texto.

a) Quem fala nesses trechos?

b) Qual a importância dessas falas para a construção de sentido do texto?

c) Que emoções elas expressam?

14- No discurso direto, a fala do personagem é acompanhada por um verbo de

elocução que indica a fala do personagem como: dizer, falar, responder, indagar,

perguntar, retrucar, afirmar, etc. Qual o tempo verbal que predomina nos verbos de

elocução encontrados no texto? Justifique o uso.

15- Faça as mudanças necessárias nas sentenças a seguir para modificá-las para o

discurso indireto:

a) - Por favor, suplicou. – Eu faço tudo que você quiser, eu dou um jeito de arranjar

trabalho, eu sustento o nenê, mas, por favor, me deixe ser mãe.

b) Ali mesmo, contudo, fez uma declaração.

- Nós vamos encher esta casa de crianças. Quatro ou cinco, no mínimo.

c) - Não bebo dessa água - afirmou a menina.

d) - Perdi meu guarda-chuva - disse ele.

e) - Aplaudam! - ordenou o diretor.

Atividade 8

Leitura dramatizada de crônicas

Além de trabalhar a fluência leitora, exige interpretação, pois possui características

de teatro lido.

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Divide-se a turma em grupos formados, em média, por quatro pessoas.

Propõe-se aos alunos a leitura dramatizada de determinada crônica, definida pelo

professor. A preparação da apresentação pode contar com música de fundo,

expressões faciais, gestos, entonação, figurino e cenário ou objetos de cena, tudo

definido e organizado pelo grupo.

Para esta atividade cada grupo deverá fazer uma análise mais aprofundada da

crônica, da época em que foi escrita ou publicada e também do autor da obra. Essa

leitura mais profunda deve ser supervisionada ou dirigida pelo professor.

A apresentação de cada grupo pode ser filmada pela professora para assistir,

posteriormente, com toda a turma.

É permitida certa ―adaptação‖ da crônica, desde que não fuja do tema ou da

intencionalidade da crítica.

Duração: 5 aulas

Crônicas selecionadas para a leitura dramatizada:

Grupo 1:

O homem trocado

O homem acorda da anestesia e olha em volta. Ainda está na sala de

recuperação. Há uma enfermeira do seu lado. Ele pergunta se foi tudo bem.

- Tudo perfeito - diz a enfermeira, sorrindo.

- Eu estava com medo desta operação...

- Por quê? Não havia risco nenhum.

- Comigo, sempre há risco. Minha vida tem sido uma série de enganos...

E conta que os enganos começaram com seu nascimento. Houve uma troca

de bebês no berçário e ele foi criado até os dez anos por um casal de

orientais, que nunca entenderam o fato de terem um filho claro com olhos

redondos. Descoberto o erro, ele fora viver com seus verdadeiros pais. Ou

29

com sua verdadeira mãe, pois o pai abandonara a mulher depois que esta não

soubera explicar o nascimento de um bebê chinês.

[...]

VERISSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro:

Objetiva, 2005. (p. 22- 23)

Grupo 2:

O lixo

Encontram-se na área de serviço. Cada um com seu pacote de lixo. É a primeira vez

que se falam.

- Bom dia...

- Bom dia.

- A senhora é do 610.

- E o senhor do 612

- É.

- Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente...

- Pois é...

- Desculpe a minha indiscrição, mas tenho visto o seu lixo...

- O meu quê?

- O seu lixo.

- Ah...

- Reparei que nunca é muito. Sua família deve ser pequena...

- Na verdade sou só eu.

- Mmmm. Notei também que o senhor usa muito comida em lata.

- É que eu tenho que fazer minha própria comida. E como não sei cozinhar...

[...]

VERÍSSIMO, Luís Fernando. O analista de Bagé. RJ: Objetiva. 2002.

Grupo 3:

Como as mulheres dominaram o mundo

Conversa entre pai e filho, por volta do ano de 2031 sobre como as mulheres

dominaram o mundo.

- Foi assim que tudo aconteceu, meu filho...

Elas planejaram o negócio discretamente, para que não notássemos Primeiro

elas pediram igualdade entre os sexos. Os homens, bobos, nem deram muita bola

30

para isso na ocasião. Parecia brincadeira.

Pouco a pouco, elas conquistaram cargos estratégicos: Diretoras de

Orçamento, Empresárias, Chefes de Gabinete, Gerentes disso ou daquilo.

- E aí, papai?

[...]

Luis Fernando Veríssimo

http://www.pensador.info/p/cronicas_de_luiz_fernando_verissimo/2/

Acesso em 15 de setembro de 2014.

Grupo 4:

E por falar em ladrão de galinhas...

"Pegaram o cara em flagrante roubando galinhas de um galinheiro e

levaram para a delegacia.

- Que vida mansa, heim, vagabundo ? Roubando galinha para ter o que

comer sem precisar trabalhar. Vai para cadeia!

- Não era para mim não. Era para vender.

- Pior. Venda de artigo roubado. Concorrência desleal com o comércio

estabelecido. Sem-vergonha!

- Mas eu vendia mais caro.

- Mais caro?

[...]

Luis Fernando Veríssimo

http://www.pensador.info/p/cronicas_de_luiz_fernando_verissimo/2/

Acesso em 15 de setembro de 2014.

Grupo 5:

Papos

- Me disseram...

- Disseram-me.

- Hein?

- O correto e "disseram-me". Não "me disseram".

- Eu falo como quero. E te digo mais... Ou é "digo-te"? - O quê?

31

- Digo-te que você...

- O "te" e o "você" não combinam.

- Lhe digo?

- Também não. O que você ia me dizer?

- Que você está sendo grosseiro, pedante e chato. E que eu vou te partir a

cara. Lhe partir a cara. Partir a sua cara. Como é que se diz?

[...]

VERISSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro:

Objetiva, 2005. (p.47-48)

Atividade 9

Com o objetivo de valorizar a leitura, principalmente do gênero crônica, propõe-se a

produção de mural e exposição para a comunidade escolar:

A professora divide a turma em dois grupos. O primeiro fica responsável pela

temática ― A importância da Leitura‖ e o segundo pela temática ―Crônicas‖.

A professora, juntamente com a equipe pedagógica pode organizar visitas, por turma,

e durante a exposição cada grupo faz uma breve explanação da temática de seu

mural. Depois da explanação cada aluno receberá um ―marca página‖ relacionado ao

tema.

Duração: 2 aulas

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Com o objetivo de despertar o interesse e a curiosidade dos alunos sobre

leitura e análise linguística de crônicas, serão realizadas discussões,

questionamentos e reflexões sobre a importância desse conhecimento, já que é

evidente a superficialidade da leitura nos índices das avaliações externas anteriores.

Em seguida, os alunos responderão a um questionário sobre seus conhecimentos

em relação à leitura e crônicas.

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Para alcançar os objetivos propostos neste projeto, os textos selecionados,

referentes ao gênero escolhido para leitura, serão discutidos em aulas expositivas e

práticas que levem os estudantes a analisarem os textos promovendo discussões

que aprimorem a capacidade linguístico-discursiva dos alunos.

A leitura primordialmente de textos do gênero discursivo crônica, será seguida

de discussões em classe e prática de exercícios de análise linguística, pois essas

práticas, sendo indissociáveis, contribuirão, certamente, para que haja a

compreensão dos textos lidos. As atividades de análise linguística serão elaboradas

pela professora e entregues aos estudantes. Também serão utilizados recursos de

áudio e vídeo para complementar o processo de leitura.

Atividades em grupo serão realizadas para estimular a autonomia e

criatividade dos alunos no processo de ensino e aprendizagem de leitura.

A leitura dramatizada de crônicas permitirá trabalhar a fluência leitora e

exigirá interpretação, pois possui características de teatro lido.

Após as atividades de leitura e análise linguística, a turma comprovará seus

conhecimentos em relação à leitura e crônica, produzindo, em grupos, murais sobre

o tema e realizando exposição para a comunidade escolar com entrega de

lembrancinhas relacionadas a temática.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES, Irandé. Aula de português: Encontro &interação. São Paulo: Parábola

Editorial, 2003.

BRAGA, Rubem. 50 crônicas escolhidas. Rio de Janeiro: BestBolso, 2009.

HAWAII, Engenheiros do. CD Longe Demais das Capitais, 1986.

KÖCHE, Vanilda Salton. MARINELLO, Adiane Fogali. BOFF, Odete Maria Benetti.

Estudo e Produção de Textos - Gêneros Textuais do Relatar, Narrar e

Descrever. Petrópolis, Rj: Vozes, 2012.

MENDONÇA, M. Análise Linguística no Ensino Médio: um novo olhar, um

outro objeto. Mendonça (orgs.). Português no ensino médio e formação do

professor. São Paulo. Parábola Editorial, 2006.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.

Diretrizes Curriculares da Educação Básica Língua Portuguesa. Paraná. 2008.

RIBEIRO, João Ubaldo. Contos e crônicas para ler na escola. Rio de Janeiro:

Objetiva, 2009.

SABINO, Fernando. A companheira de viagem. Editora do Autor - Rio de Janeiro,

1965.

34

SCLIAR, Moacyr. O imaginário cotidiano. São Paulo: Gaia, 2006.

VERÍSSIMO, Luís Fernando. O analista de Bagé. RJ: Objetiva. 2002.

___________Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005.

Sites:

http://www.pensador.info/p/cronicas_de_luiz_fernando_verissimo/2/

Acesso em 15 de setembro de 2014.

https://www.escrevendoofuturo.org.br/index.php?option=com_content&view=article&i

d=1569&Itemid=14 Acesso em 29 de outubro de 2014.

http://vejasp.abril.com.br/materia/sobre-cronica Acesso em 29 de outubro de 2014.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff10069907.htm

Acesso em 29 de outubro de 2014.

http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=8389

Acesso em 31 de outubro de 2014. Fonte: Youtube

http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=17670

Acesso em 31 de outubro de 2014. Fonte: Youtube