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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3 Cadernos PDE I

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE

I

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O JOGO COMO RECURSO METODOLÓGICO NO ENSINO DAS OPERAÇÕES

COM NÚMEROS INTEIROS: UM PROJETO DE INTERVENÇÃO EM TURMAS DE

7º ANO

Marislei Regina Bacheladenski1

Leoni Malinoski Fillos2

RESUMO

Devido às rápidas mudanças que ocorrem num mundo globalizado e informatizado, novas perspectivas e abordagens educacionais se fazem necessárias para suprir a demanda que exige o contexto das salas de aula. Tornam-se, assim, cruciais mudanças na prática pedagógica nas escolas com a adoção de metodologias diversificadas que tornem o aprender mais instigante e dinâmico. Uma das metodologias de ensino atualmente recomendada por diversos pesquisadores da área de Educação Matemática é o uso de jogos matemáticos nas aulas da disciplina. Nessa perspectiva, o objetivo desse estudo foi investigar a eficácia dos jogos como recurso metodológico no ensino dos números inteiros e suas operações, bem como indicar alternativas pautadas nesta metodologia que auxiliem o trabalho pedagógico do professor e tornem a sala de aula um ambiente dinâmico e lúdico, onde os alunos possam participar ativamente na construção dos conceitos. Para a realização do estudo foi elaborado um material pedagógico, na forma de unidade didática, que teve por finalidade auxiliar o trabalho de implementação do projeto de intervenção na escola e oferecer material de apoio aos professores interessados na temática “jogos matemáticos”, em particular para o ensino do conteúdo “números inteiros”. O projeto foi desenvolvido em duas turmas de 7° ano, da Escola Estadual Antonio Lopes Junior, localizada na periferia do município de Irati (PR), compreendendo uma carga horária de 32 horas/aula. Conclui-se com este estudo que os jogos utilizados como recurso metodológico no ensino de números inteiros foram de grande valia e contribuiu significativamente para um ensino mais dinâmico e uma aprendizagem mais prazerosa e eficiente. Palavras-chave: Educação Matemática. Jogos Matemáticos. Aprendizagem. Números inteiros.

INTRODUÇÃO

A Matemática faz parte da vida das pessoas, não somente porque expressa

números e valores, mas porque o mundo está cada vez mais digital e informatizado.

Com o rápido desenvolvimento científico e tecnológico, assistido nas últimas

décadas, a Matemática vem assumindo um lugar de extrema importância para a

leitura e interpretação de mundo e para a solução de problemas do cotidiano.

Conforme indicam os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio,

1 PDE. Matemática. Unicentro. Irati. 2015.

2 Orientadora. Profa. Me. Leoni Malinoski Fillos. Unicentro. Irati. 2015.

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Em seu papel formativo, a Matemática contribui para o desenvolvimento de processos de pensamento e a aquisição de atitudes, cuja utilidade e alcance transcendem o âmbito da própria Matemática, podendo formar no aluno a capacidade de resolver problemas genuínos, gerando hábitos de investigação, proporcionando confiança e desprendimento para analisar e enfrentar situações novas, propiciando a formação de uma visão ampla e científica da realidade, a percepção da beleza e da harmonia, o desenvolvimento da criatividade e de outras capacidades pessoais (BRASIL, 2000, p.40).

Atualmente, entretanto, os números que assustam são do analfabetismo

escolar no Brasil, por conta do domínio inadequado da leitura, da escrita e das

representações matemáticas de uma parcela significativa dos estudantes

concluintes da escolarização básica. De acordo com um levantamento realizado pelo

Movimento Todos pela Educação (2015), somente 9,3% dos que concluem o ensino

médio absorveram o essencial da disciplina de Matemática e “a cada 20 crianças

que ingressam no ensino fundamental, apenas uma está saindo com a

aprendizagem adequada em matemática” (s/p).

Os alunos em geral estão habituados a terem respostas imediatas a tudo que

lhes é solicitado nas aulas de Matemática. Em geral, exige-se que os estudantes

interpretem e resolvam excessivas atividades fora do contexto, de uma forma

mecânica e cansativa, causando-lhes uma aversão pelo aprender. O aluno que não

consegue entender e muito menos resolver as questões que lhe são propostas não

tem estímulo e interesse pelos conteúdos, tornando-se apático às aulas e, muitas

vezes, indisciplinado.

Tornam-se, assim, cruciais mudanças na prática pedagógica nas escolas com

a adoção de metodologias diversificadas que tornem o aprender mais instigante e

dinâmico, permitindo a aquisição de um conhecimento matemático mais significativo

que possibilite, de fato, a inserção de todos os jovens concluintes da escolarização

básica no mundo do trabalho e das relações sociais.

Uma das metodologias de ensino atualmente recomendada por diversos

pesquisadores da área de Educação Matemática é o uso de jogos matemáticos nas

aulas da disciplina, como forma de levar os estudantes a se interessar, se estimular

e aprender os conteúdos. Como argumenta Smole, Diniz e Cândido (2007), o

trabalho com jogos favorece o desenvolvimento da linguagem, diferentes processos

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de raciocínio e de interação entre os alunos, bem como o estabelecimento de

relações entre as informações contidas na atividade e os conceitos matemáticos.

Considerando que uma das dificuldades encontradas no 7° ano do Ensino

Fundamental é a compreensão dos números inteiros, este projeto, inserido no

Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE/2014), foi idealizado e

desenvolvido com o intuito de proporcionar a aprendizagem deste conteúdo por

meio da aplicação de jogos nas aulas de Matemática, buscando evidências de suas

contribuições na compreensão dos números inteiros, com ênfase nas operações.

O objetivo principal deste estudo foi investigar a eficácia dos jogos como

recurso metodológico no ensino dos números inteiros e suas operações, bem como

indicar alternativas pautadas nesta metodologia que auxiliem o trabalho pedagógico

do professor e tornem a sala de aula um ambiente dinâmico e lúdico, onde os alunos

possam participar ativamente na construção dos conceitos.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Atualmente, devido às rápidas mudanças que ocorrem num mundo

globalizado e informatizado, novas perspectivas e abordagens educacionais se

fazem necessárias para suprir a demanda que exige o contexto das salas de aula.

As escolas, além de garantir ao aluno a apropriação do conhecimento de forma

crítica e consciente, precisam desenvolver a capacidade de organização, de busca,

de interpretação e de atribuição de sentido a toda informação oferecida.

A Matemática como um dos componentes curriculares obrigatórios deve dar

sua contribuição para o desenvolvimento do raciocínio, análise e organização de

informações, possibilitando aos estudantes habilidades para a resolução de

problemas e a sua inserção no mundo do trabalho e das relações sociais e

culturais. Ou seja, “pela Educação Matemática, almeja-se um ensino que possibilite

aos estudantes análises, discussões, conjecturas, apropriação de conceitos e

formulação de ideias (PARANÁ, 2008, p. 48).

No ensino da Matemática, alguns fatores apontam para dificuldades de

entendimento dos alunos e aversão à disciplina, causados, em geral, por fatores

como: fragilidades na formação do professor, falta de planejamento, não

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associação dos conteúdos com o uso na vida prática, desestímulo dos alunos,

metodologia inadequada, entre outros (BRASIL, 1997), que implicam

negativamente na aprendizagem dos conteúdos. Conforme aponta Souza,

Os professores de Matemática – salvo raras exceções – têm em geral, acentuada tendência para o algebrismo árido e enfadonho. Em vez de problemas práticos, interessantes e simples, exigem sistematicamente de seus alunos verdadeiras charadas, cujo sentido o estudante não chega a penetrar (SOUZA, 2008, p.6).

A sugestão de D’Ambrósio (2010) é que o professor nunca deve se

desvincular da pesquisa, pois estamos na era do conhecimento, e a escola ou

professor que não atentem ao aspecto organizacional, ao planejamento, à geração

e organização do conhecimento vivo, dos quais, integram os sistemas de valores e

das expectativas da sociedade, estarão certamente mais suscetíveis a constantes

fracassos.

Para o autor, diante de novas perspectivas educacionais, o docente deve

ser um pesquisador reflexivo sobre o processo educativo. Aqueles que se

consideram detentores do saber

[...] devem repensar suas atitudes, pois, o professor pesquisador e reflexivo tem potencial transformador: é aquele com conhecimento para refletir sobre e analisar o que está fazendo, em relação a seus efeitos nas crianças, nas escolas e na própria sociedade. É um professor que reflete em ação e sobre sua ação, preocupado em examinar o que faz, por que o faz e como pode mudar o que faz (GARCIA, 2012, p.11).

Para Garcia et al (2012), as novas formas de pensar, refletir e agir no

processo educativo, com estratégias planejadas e conscientes, poderão contribuir

significativamente nesta sociedade de rapidez de informações, tempos em que os

alunos não mais sentam em suas carteiras e ficam apenas ouvindo, mas sim,

galgam e protagonizam seus próprios conhecimentos, através de uma mediação

consciente do professor, sendo capazes, alunos e professores, de transformarem

as aulas em um espaço dinâmico, colaborativo, cognitivo e tornando o ensino algo

agradável, interessante e desafiador (GARCIA, 2012).

Para tanto, um dos recursos metodológicos atualmente recomendados são

os jogos matemáticos por trazerem mais movimentação às salas de aula,

transformando-as em um espaço de desenvolvimento da criatividade, de

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socialização de saberes, de participação efetiva do aluno e de aprender de forma

lúdica e prazerosa. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais “é

importante que os jogos façam parte da cultura escolar, cabendo ao professor

analisar a potencialidade educativa dos diversos jogos e o aspecto curricular que

deseja desenvolver” (BRASIL, 1997, p. 36).

Para Lima, os jogos e as brincadeiras são “valiosos recursos pedagógicos

que colaboram no desenvolvimento das múltiplas inteligências e das faculdades

humanas das crianças, preparando-as para a seqüência dos estudos, para as

atividades de trabalho e de lazer” (LIMA, 2008, p.31).

Além dos conteúdos escolares, por meio do jogo o professor pode

desenvolver nos alunos outras competências, como a linguagem, a criatividade, a

análise, a concentração e a observação. Também são contempladas as

habilidades cognitivas, os símbolos, a memorização, as estratégias, o raciocínio

lógico e os valores e atitudes, como respeito às regras, socialização, superação

dos conflitos (GRANDO, 2004). Segundo Barbosa (2008, p.5), “[...] os jogos com

regras têm um aspecto importante, pois neles é preciso compreender e respeitar as

regras, e assim os colegas”.

Por isso, os jogos são de grande importância enquanto estratégia de ensino,

considerando os vários aspectos a eles atrelados, como o cognitivo, o social, o

moral e emocional. O conteúdo curricular pode ser explorado concomitante às

regras e convenções do jogo, à motivação e ao desafio de participar e competir. No

entender de Silva,

Ensinar por meio de jogos é um caminho para o educador desenvolver aulas mais interessantes, descontraídas e dinâmicas, podendo competir em igualdade de condições com os inúmeros recursos a que o aluno tem acesso fora da escola, despertando ou estimulando sua vontade de freqüentar com assiduidade a sala de aula e incentivando seu envolvimento nas atividades, sendo agente no processo de ensino e aprendizagem, já que aprende e se diverte, simultaneamente (SILVA, 2005, apud SELVA; CAMARGO, 2009, p.5).

Smole, Diniz e Candido (2007) advertem, entretanto, que são necessários

alguns cuidados na escolha dos jogos, para que a atividade não se resuma no

“jogo pelo jogo”. É preciso que o professor leia atentamente as regras e simule as

jogadas, analise o nível de complexidade dos problemas envolvidos e verifique se

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as situações são desafiadoras e se os conceitos estão adequados aos objetivos do

conteúdo.

É necessário fazer mais do que simplesmente jogar um determinado jogo. O interesse está garantido pelo prazer que esta atividade lúdica proporciona, entretanto, é necessário o processo de intervenção pedagógica a fim de que o jogo possa ser útil à aprendizagem [...]. Além disso, é necessário que a atividade de jogo proposta, represente um verdadeiro desafio ao aluno, ou seja, que se torne capaz de gerar “conflitos cognitivos” ao aluno, despertando-o para a ação, para o envolvimento com a atividade, motivando-o ainda mais (GRANDO, 2004, p. 24).

Smole, Diniz e Candido (2007) enfatizam que no trabalho com jogos o ganho

se dá para ambas as partes, tanto para os professores quanto para os alunos. Aos

primeiros porque estão propondo metodologias diferentes e inovando no processo

de aprendizagem dos alunos. Aos alunos porque foram contemplados com uma

atividade lúdica e criativa e, ao mesmo tempo, com a ampliação de conceitos e

habilidades que oportunizarão um conhecimento matemático mais significativo e

efetivo.

Faz-se necessário, portanto, que o professor invista nessa metodologia e

aposte numa concepção de ensino em que seu papel de comunicador seja alterado

para o de observador, organizador, mediador, interventor e incentivador do

processo de construção do saber pelo aluno.

3 METODOLOGIA

Para o desenvolvimento deste projeto inicialmente foi realizada uma pesquisa

bibliográfica para aprofundamento teórico sobre a temática jogos, com a consulta de

estudos de pesquisadores da área de Educação Matemática, como Smole (2007) e

Grando (2004). Também foram consultados documentos, como os Parâmetros

Curriculares Nacionais (1997) e as Diretrizes Curriculares da Educação Básica de

Matemática (2008), que subsidiam as discussões neste trabalho.

Em seguida, foi elaborado um material pedagógico, na forma de unidade

didática, que teve por finalidade auxiliar o trabalho de implementação do projeto na

escola e oferecer material de apoio aos professores interessados na temática “jogos

matemáticos”, em particular para o ensino do conteúdo “números inteiros”. O

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material está dividido em três partes, nas quais são propostos e explicitados

diferentes jogos e situações problemas:

1ª parte: Identificando os números inteiros – as atividades buscam

investigar o conhecimento prévio dos alunos e promover discussões a

respeito de situações matemáticas presentes no cotidiano e que envolvem

números inteiros.

2ª parte: Ordenando e comparando números inteiros – as atividades

têm por objetivo favorecer a compreensão dos números positivos e

negativos dispostos na reta numérica, a partir de comparações entre os

números e identificação de seus opostos.

3ª parte: Operando com números inteiros - são propostas atividades que

visam aprofundar o conceito de operações com os números inteiros e

propiciar a compreensão da regras dos sinais nas operações.

A implementação do material didático foi objeto de investigação no

desenvolvimento do projeto de intervenção, realizado em duas turmas de 7° ano, da

Escola Estadual Antonio Lopes Junior, localizada na periferia do município de Irati

(PR), compreendendo uma carga horária de 32 horas/aula.

Os dados da implementação foram coletados a partir da observação direta

das turmas: situações, comentários, atitudes, questionamentos, facilidades e

dificuldades apresentadas; e a partir dos registros escritos de cada atividade

desenvolvida pelos alunos e de suas percepções do trabalho realizado.

A seguir são apresentados e discutidos os resultados da implementação, à

luz de referencial teórico. Os dados são apresentados em três partes, referentes às

subdivisões do material didático.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Todas as atividades do projeto foram desenvolvidas numa perspectiva

investigativa e lúdica, buscando-se transformar a sala de aula num ambiente de

diálogo, de discussões, troca de ideias e de entusiasmo pelo aprender. Optou-se,

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assim, pela dinâmica de trabalhos em grupos, geralmente compostos de 4 a 5

alunos.

Na aplicação da primeira parte do material didático - Identificando os

números inteiros - as atividades iniciais envolveram ideias sobre temperaturas,

saldo de gols, extrato bancário, lucro e/ou prejuízo e movimentação de um elevador,

sendo propostas com o intuito de investigar o conhecimento prévio dos alunos em

relação ao conteúdo números inteiros e indicar possíveis readequações nas

estratégias de ação do projeto. Apoiamo-nos assim nas concepções de Ausubel a

respeito do processo de aprendizagem, ou seja, o que o aluno já sabe deve ser “a

ponte para a construção de um novo conhecimento por meio da reconfiguração das

estruturas mentais existentes ou da elaboração de outras novas” (AUSUBEL, 1980,

apud FERNANDES; 2011, p. 3).

Nas atividades propostas foi possível verificar que alguns alunos não

conheciam os números inteiros, nem mesmo a forma de leitura dos números

negativos. Em relação à atividade do saldo de gols, a princípio os alunos relataram

que não era possível tirar uma quantidade maior de uma menor, porém aos poucos

foram compreendendo a ideia de números inteiros. Na atividade do extrato bancário

e do lucro e prejuízo, os alunos já não apresentaram dificuldades, pois quando

envolve dinheiro parece que há mais familiaridade com as situações.

Propôs-se na sequência do projeto a leitura e discussão de dois textos

referentes à origem dos números inteiros e o surgimento dos sinais mais e menos

em operações comerciais na época do Renascimento. Foi proposto também um

debate sobre a importância dos números negativos na história e em que situações

do cotidiano podemos utilizar tais números. Por meio da abordagem histórica

buscou-se destacar o avanço da Matemática ao longo dos tempos e evidenciar que

o conhecimento desta área foi construído a partir de situações concretas e

necessidades reais (PACHECO, 2010).

As próximas ações estiveram voltadas especificamente ao desenvolvimento

de sequências didáticas pautadas em dois jogos matemáticos: “Corrida dos números

positivos e negativos” e “Roleta dos números inteiros”. O primeiro jogo consiste

numa trilha na qual os alunos se deparam com obstáculos e precisam resolver

situações problemas com números inteiros, como em mercado, banco, empresa e

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estádio de futebol. No segundo jogo, o aluno, após girar duas roletas, uma com

números de 1 a 9 e outra com sinais positivos e negativos, recebe canudos verdes

(para valores positivos) e canudos vermelhos (para valores negativos) e obtém a sua

pontuação.

Figura 1 – Jogos Corrida dos números e Roleta dos números inteiros Fonte: Dados da pesquisa (2015)

Nas primeiras aulas com jogos, um dos obstáculos foi em relação ao

comportamento da turma, pois os alunos não sabiam trabalhar em grupo, falavam

muito alto, sem respeitar o grupo que estava ao seu lado. Foi preciso intervir várias

vezes e parar o jogo, expondo novamente o objetivo do projeto. A partir desse

momento a turma começou a colaborar e compreender como trabalhar em grupo,

demonstrando interesse pelo jogo. Quando surgiam dúvidas, solicitavam ajuda da

professora ou de seus próprios colegas. Ao final da aula, perguntaram se haveria

jogo na aula seguinte, indicando que a atividade foi interessante e atrativa, como

indicam os relatos a seguir, feitos por alunos da turma:

O jogo da roleta dos números inteiros é muito bom de jogar, porque envolve os números positivos e negativos. Esse jogo chama muito a atenção e desenvolve o raciocínio. Achei o jogo bem legal, pois não estamos competindo e sim jogando para aprender. O jogo foi bem divertido, e não ligamos para quem perdesse ou ganhasse, pois estávamos jogando para aprender. Gostei bastante do jogo da trilha que a professora trouxe. Com os obstáculos que apareciam na trilha a gente aprendeu mais sobre os números positivos e negativos e tornou a aula mais divertida.

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Nesse sentido, Marcelino (2007) aponta que os jogos e brincadeiras

representam uma metodologia lúdica, em que as atividades são realizadas de forma

prazerosa, com foco na aprendizagem. Aprender brincando é uma maneira mais

fácil e rápida de ensinar as crianças e assim atingir os objetivos que elaboramos no

planejamento das aulas.

Após o desenvolvimento dos jogos, foram propostas atividades escritas

relacionadas às jogadas, no intuito de sistematizar o conteúdo trabalhado. Os alunos

realizaram-nas com interesse e puderam sanar as dúvidas sobre conceitos

trabalhados nos jogos.

A segunda parte do material didático - Ordenando e comparando números

inteiros - teve início com a montagem da reta numérica nas turmas envolvidas no

projeto. Cada aluno recebeu alguns cartões com os números positivos e negativos e

afixou em uma reta numérica, que estava disposta na parede da sala de aula.

Na montagem da reta numérica, alguns alunos apresentaram certas

dificuldades, mas com a troca de ideias com os colegas conseguiram realizar o

exercício. Foi uma atividade bastante dinâmica e produtiva, que provocou

movimentação na sala de aula e motivação para o estudo. O envolvimento dos

alunos evidenciou que atividades colaborativas são estratégias eficazes na

elaboração do conhecimento matemático.

Nas aulas seguintes foram propostos outros quatro jogos: “Trilha da

sequência dos números inteiros”, “Memória dos opostos”, “Dominó dos opostos” e

“Bolas numeradas”, com a finalidade de aplicar os conceitos sobre ordem crescente

e decrescente, oposto de um número inteiro e comparação entre números deste

conjunto.

Figura 2 – Jogos Trilha da sequência dos números inteiros e Memória dos opostos Fonte: Dados da pesquisa (2015)

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Figura 3 – Jogos Dominó dos opostos e Bolas numeradas Fonte: Dados da pesquisa (2015)

O desenvolvimento desses jogos destacou mais uma vez a importância de se

resgatar o lúdico nas aulas de Matemática, a fim de tornar o ambiente escolar mais

dinâmico e atrativo. Com o jogo da memória e do dominó os alunos não tiveram

dificuldades em encontrar os opostos dos números. Foi verificado que alguns alunos

não conheciam o jogo de dominó, o que deixa claro que alguns alunos não são

estimulados com jogos recreativos ou pedagógicos em seu contexto de vida.

A execução do jogo “Bolas numeradas” despertou bastante a atenção dos

estudantes, que se envolveram na atividade de forma ativa e compromissada. Os

jogos propostos, apesar de serem simples, mostraram-se eficazes na aprendizagem

dos alunos, pois durante as jogadas pode-se perceber que os alunos

compreenderam a representação dos números inteiros na reta numérica e o

conceito dos números opostos. Os relatos a seguir expressam essas percepções:

Gostei muito dos jogos, aprendi que o número que está do lado direito do zero é positivo e o que está à esquerda é negativo. Gostei do jogo da memória e do jogo do dominó, a gente estava brincando e aprendendo ao mesmo tempo. Com o jogo dama simples fica mais fácil e divertido fazer a comparação entre os números inteiros.

Segundo Grando (2004), os jogos estimulam a cooperação, a reflexão, a

criação e o desenvolvimento de estratégias diversificadas de resolução de

problemas. Para a autora, a criança tem necessidades em desenvolver atividades

lúdicas, ou seja, atividades que proporcionem o prazer pela aprendizagem dos

conteúdos.

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Conforme proposição do material didático, para finalizar a segunda parte do

projeto foram desenvolvidas diversas atividades escritas para aprofundamento dos

conceitos trabalhados, com a simulação de possíveis jogadas entre os alunos. Foi o

momento de fixação do conteúdo e de sanar dúvidas a respeito sobre números

inteiros.

A implementação da terceira parte do material didático - Operando com

números inteiros – esteve voltada à compreensão das operações com números

inteiros (adição, subtração, multiplicação e divisão). Além de atividades escritas de

sistematização dos conteúdos e fixação dos conceitos, foram propostas atividades

para se estabelecer um padrão matemático para a regra dos sinais da multiplicação

e da divisão dos números inteiros, a partir da observação de uma sequência

numérica na reta. Os alunos puderam compreender melhor que a matemática

constitui-se na verdade na “ciência dos padrões”, uma vez que a partir da

observação de regularidades, podem explicar as relações estabelecidas.

Foram propostos nessa parte do projeto outros sete jogos com o intuito de

trabalhar os conceitos de forma diferenciada e proporcionar uma aprendizagem mais

eficiente do conteúdo, uma vez que é comum a queixa de professores de séries

posteriores ao 7º ano sobre a frágil aprendizagem em relação a este conteúdo.

Muitos estudantes até mesmo do ensino médio têm dificuldades em operar com

números inteiros.

O primeiro jogo, “Recebendo e Pagando”, envolve a ideia de adição e

subtração de números inteiros. Para executá-lo, na primeira rodada cada jogador

deve jogar dados numerados de 1 a 6 e receber fichas de duas cores diferentes,

conforme os números dos dados, sendo uma representando valor +1 e outra -1. Nas

jogadas seguintes ele deverá comprar cartões e executar instruções, ou seja,

receber ou pagar fichas.

Constatou-se, por meio do jogo, que a maioria dos alunos compreendeu as

regras da adição e subtração, aplicando os conhecimentos dos números opostos,

em que uma ficha de uma cor anulava a outra. Foi gratificante perceber o

entusiasmo dos alunos trabalhando com as fichas e discutindo os resultados.

Para Freire e Scaglia (2003), a partir das atividades que realizam nos jogos as

crianças desenvolvem o raciocínio, a criatividade, a memória, as habilidades

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cognitivas e a linguagem. Também podem compreender situações, regras e normas

do dia-dia, favorecendo as relações sociais.

Outros três jogos, “Roleta da Adição e Subtração dos números inteiros”,

“Roleta da multiplicação dos números” e “Roleta da divisão dos números inteiros”,

foram trabalhados com o uso de roletas confeccionadas em acrílico, distribuídas a

cada grupo. Trata-se de um material manipulativo no qual cada aluno deve girar

duas roletas, uma com os sinais e outra com números, e fazer o registro em seu

caderno do valor obtido, somando, multiplicando ou dividindo os números, conforme

instruções do professor.

Figura 4 – Jogos da roleta Dados: Pesquisa (2015)

Pode-se perceber que os jogos com as roletas foram muito produtivos.

Manipulando, jogando, argumentando e trocando ideias os alunos se envolveram na

proposta, mostrando interesse em aprender. Muitos comentaram durante as aulas

que aprender por meio de jogos é muito divertido e que a escola deveria

proporcionar mais momentos de aprendizagem com aulas diferenciadas, conforme

se observa no comentário a seguir, feito por um aluno:

Nos jogos a gente aprende se divertindo e nas outras aulas ficamos sentados, copiando o que é passado no quadro. No jogo a gente vai jogando e aprendendo de uma maneira legal, rindo, conversando com os colegas.

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Outros dois jogos executados na terceira parte do projeto foram “Trilha da

multiplicação dos números inteiros” e “Jogo do Mico”, que buscam desenvolver o

cálculo mental em relação à multiplicação e à divisão de números inteiros, com

aplicação das regras dos sinais.

Figura 5 – Jogos da Trilha da multiplicação dos números inteiros e Jogo do Mico Fonte: Dados da pesquisa (2015)

Para finalizar o projeto foi proposto ainda mais um jogo, o “Bingo das

operações com números inteiros”. Após serem entregues aos alunos cartelas e

marcadores, realizava-se o sorteio de uma operação, que era registrada no quadro.

Após a resolução da operação, o aluno que tivesse o número em sua cartela o

marcava, recebendo um brinde, caso preenchesse uma coluna ou uma linha. A aula

foi bastante divertida, com a participação intensa dos estudantes. Foi possível

observar que aplicaram as regras com mais facilidade, sem usar de decoreba.

Figura 6 – Bingo das operações com números inteiros Fonte: Dados da pesquisa (2015)

Ao final de cada jogo era solicitado que os alunos emitissem suas opiniões a

respeito da atividade desenvolvida. Os fragmentos a seguir, extraídos dos relatos

dos alunos, expressam algumas dessas opiniões:

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Trabalhar com jogos é muito educativo e divertido. Também nos ajuda a aprender com mais facilidade, pois quando só copiamos do quadro fica muito cansativo. O jogo foi bem divertido, e não ligamos para quem perdesse ou ganhasse, pois estávamos jogando para aprender.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo deste trabalho foi investigar a eficácia dos jogos como recurso

metodológico no ensino dos números inteiros e suas operações e indicar alternativas

pautadas nesta metodologia para o trabalho pedagógico do professor. Com o estudo

foi possível aprofundar conhecimentos teóricos a respeito de metodologias de

ensino, em particular dos jogos e suas especificidades no processo de ensino da

Matemática.

Ao término da intervenção pedagógica afirma-se que os resultados positivos

obtidos com a aplicação do material didático são uma evidência nítida de que

atividades pautadas em jogos matemáticos produzem conhecimento, além de

despertar o interesse e o prazer pelo estudo dos conteúdos. Perceber os alunos

analisando, discutindo, resolvendo as atividades com satisfação, vibrando com seu

progresso nas jogadas, foi extremamente gratificante, especialmente pela

reciprocidade estabelecida entre educador e educandos em sala de aula.

Foi possível constatar que os jogos e as atividades contribuíram para a

melhor compreensão do conteúdo números inteiros e suas operações, uma vez que

os alunos se envolveram mais nas aulas, não reclamaram das atividades e

praticamente não apresentaram dificuldades em realizá-las. O progresso na

aprendizagem foi perceptível, pois no início da implementação os alunos sequer

conheciam os números negativos e, ao final, operavam com eles de forma natural.

Ao trabalhar em grupos os alunos aprenderam a ser mais colaborativos, pois

sempre que um aluno pedia esclarecimento sobre o jogo, eles próprios se ofereciam

para responder, cooperando uns com os outros. Também na socialização das

jogadas, os alunos tiveram a oportunidade de ensinar seus colegas como chegaram

a uma solução correta.

Convém também destacar alguns pontos que dificultaram o processo de

intervenção. Um deles foi em relação à indisciplina, pois no início os alunos falavam

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muito alto e não respeitavam o grupo que estava ao seu lado. Foi preciso intervir

várias vezes. No decorrer da intervenção, no entanto, aprenderam a seguir regras e

perceberam que, em grupo, a produção do conhecimento pode ser muito mais eficaz

e prazerosa.

Como dificuldade pode-se também pontuar a forma de trabalho diferenciada

que caracteriza a metodologia dos jogos, que exige mais tempo para o planejamento

das aulas e confecção de materiais e, sobretudo, olhar atento do professor e muita

organização para que todos os alunos realmente se envolvam nas atividades. De

nada adiantará uma sala de aula repleta de ferramentas pedagógicas se o professor

não dispuser de conhecimento e confiança na utilização dos recursos disponíveis.

Não obstante às dificuldades encontradas, afirma-se com convicção que as

experiências com jogos foram muito produtivas, pois potencializaram a

experimentação, a troca de ideias, a reflexão e a interação em sala de aula,

proporcionando a efetiva aprendizagem pelos estudantes.

Conclui-se este estudo, por fim, com a certeza de que o professor deve

sempre inovar em sua prática, proporcionando aos alunos novas formas de

aprender. Almeja-se que esse trabalho sirva de inspiração para outros professores

em suas práticas docentes e também que abra perspectivas para novas pesquisas

sobre as potencialidades dos jogos no ensino da Matemática.

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