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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

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HISTÓRIA AFRO-BRASILEIRA E “MEMÓRIAS HISTÓRICAS”: ESTUDO SOBRE

AS DATAS COMEMORATIVAS DE 13 DE MAIO E 20 DE NOVEMBRO

Autora: Maria Ivanilde Bartelli

Orientador: Dr. Maurício de Aquino

RESUMO

As mudanças pelas quais passa o Brasil têm colocado na ordem do dia a reflexão sobre o papel da educação na transformação da realidade brasileira, principalmente quando se falam das diferentes presenças na escola com uma grande diversidade de raças, cor e culturas. É preciso que os alunos saibam conviver com as diferenças. Nesse sentido, esse projeto da área de História pretende realizar atividades concernentes a valorização da cultura afro-brasileira, focando a problematização das datas comemorativas de 13 de maio e 20 de novembro, no Colégio estadual Bairro Belo Vista e também discutir as relações entre essas datas comemorativas e memória histórica. Tem como público alvo uma turma do sétimo ano do ensino Fundamental II com 35 alunos, porém no decorrer da aplicação se amplia para todo o Colégio em algumas atividades. Com esse trabalho procura-se inserir no processo de ensino as relações étnico-raciais por meio de estudos de história africana e afro-brasileira. O método que foi empregado para o desenvolvimento deste trabalho foi a pesquisa ação no ambiente escolar e pesquisa qualitativa onde foi aplicado um questionário aos participantes. Por meio do desenvolvimento de atividades nas diversas disciplinas do currículo, com o intuito de incentivar os alunos a inclusão social e a valorização da cultura afrodescendente e africana. Como resultados obteve-se a participação concreta dos alunos em todas as atividades e pela observação direta e também de questionário aplicado junto ao público alvo pode-se perceber relativa melhoria quanto a pensamentos racistas e preconceituosos ao menos no ambiente escolar estudado.

Palavras Chave: Ensino de História. Cultura Afro-Brasileira. Datas Comemorativas 13 de maio e 20 de Novembro.

1. INTRODUÇÃO

As mudanças pelas quais passa o Brasil têm colocado na ordem do dia a

reflexão sobre o papel da educação na transformação da realidade brasileira,

principalmente quando se falam das diferentes presenças na escola com uma

enorme diversidade de raças, cor e culturas. Presencia-se no país, um governo que

tem como principal meta minimizar os efeitos de séculos de injustiça social,

resquícios de um passado escravista, cuja abolição manteve os escravos sem terra

e seus filhos sem escola.

A esses se juntaram ao longo da história, uma legião de brancos pobres,

aumentando ainda mais a desigualdade e as injustiças sociais. Segundo Russo

(1995, p.10) a pouca atenção historicamente dispensada à educação impediu a

conformação de um processo educacional capaz de destruir a barreira entre pobres

e ricos. A questão da desigualdade e da exclusão social não é só econômica, é

também sociocultural.

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A Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, estabeleceu a implantação do currículo

oficial na rede de ensino e a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-

Brasileira”, que de acordo com a professora Dra. Yvelise F. S. Arco-Verde,

Superintendente da educação, é “uma “pedagogia antirracista, valorizando a história

e a influência do povo negro nos contextos social, cultural, político e econômico

brasileiro. É, indubitavelmente, um instrumento social, para a construção de um novo

Brasil”(ARCO-VERDE, 2006, p. 7).

A cultura afrodescendente não é trabalhada, em geral, da maneira adequada

nas escolas, o que levou a implantações de diretrizes e legislações que levassem a

valorização desta herança cultural. Com isso, a partir do momento em que os alunos

passam a considerar importante a influência africana no nosso país, estes passam a

identificarem a sua identidade e cultura.

Nesse sentido, a educação surge como elo entre o possível e o real,

recolocando as questões de qual homem queremos formar, qual conhecimento faz-

se pertinente, qual espaço para a educação e qual sociedade temos a intenção de

planificar para dimensão humana existir realizada de forma coletiva na escola.

Desse modo, hoje temos as questões apontadas sobre as mudanças necessárias na

educação, na sociedade e no próprio fazer, e esta mudança deve iniciar nas

escolas, pois é onde o cidadão começa a ser formado, e o docente é parte

importante nestes fatos.

Ao educador cabe abrir o caminho para a formação completa do aluno.

Oportunizar a este uma aprendizagem dos conteúdos que visa preparar cidadãos

para agir e transformar a sociedade onde estão inseridos.

Para tanto, a prática educativa de todos os envolvidos na educação, seja em

sala de aula, nas diferentes disciplinas ou em atividades extrassala deve estar

comprometida com a formação de homens e mulheres brasileiros fortes e capazes

de dirigir seus destinos, os da nação e os do mundo, independente de sua cor, raça

ou religião, ou quaisquer outros elementos que os diferenciem.

As diferenças não podem gerar marginalizações e preconceitos. Essas

diferenças devem alimentar a diversidade cultural e esta deve ser cultivada e

valorizada nos espaços públicos, como a escola. Os caminhos da nova pedagogia

indica a necessidade da expansão da educação de forma democrática, de um

trabalho do professor voltado para a formação plena do ser humano que supere as

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problematizações do cotidiano escolar e a visão de eficácia para as práticas

educacionais.

Coloca-se então, a importância de uma nova educação, cumprindo as

intenções de renovação dos aspectos da formação humana e de seu

desenvolvimento, construindo assim um futuro de possibilidades pelos que

passarem pela Escola sejam eles pobres ou ricos. Ao abordar conteúdos

relacionados à cultura africana em sala de aula realiza-se uma contribuição

essencial para os alunos e sociedade, levantar questões relacionadas à

discriminação racial, valorizando a diversidade étnica,estimulando o respeito e

compreensão da cooperação deste povo para a constituição cultural de nosso

brasileiro, leva o aluno a refletir sobre atos de preconceito e/ou racismo

Diante do exposto este trabalho, visa implementar ações para incentivar a

valorização da “cultura Afro”, na escola Colégio Estadual Bairro Bela Vista, e por

meio deste projeto, serão realizadas atividades para que os alunos tomem

conhecimento da cultura e dos costumes deste povo que contribuiu muito com a

cultura brasileira. Com isso os alunos serão motivados a fazerem inclusão social no

âmbito escolar.

A pesquisa tem foco na área de História, as atividades supracitadas

concernentes a valorização da cultura afro-brasileira, focaram-se na

problematização das datas comemorativas de 13 de maio e 20 de novembro, desta

forma propôs estudos e desenvolveu ações voltadas à valorização da história afro-

brasileira desde pesquisas e análises dos significados associados às datas citadas,

direcionadas aos alunos do sétimo ano do Ensino Fundamental II.

Também com esse trabalho procura-se inserir no processo de ensino as

relações étnico-raciais por meio de estudos de história africana e afro-brasileira. Os

alunos também terão a oportunidade de compreender com mais clareza e

aprofundamento como ocorreu a formação e construção da sociedade brasileira e

sua identidade por meio da cultura africana.

Tendo em vista tais objetivos refletir e debater sobre questões pertinentes à

memória histórica, e datas históricas, bem como, sobre os significados e as

comparações das datas históricas de 13 de maio e 20 de novembro, se torna

relevante nos dias atuais, visto que se faz necessário assumir posturas e

compromissos que visam combater as desigualdades, discriminação e racismo que

ainda permeiam a sociedade brasileira.

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Na medida em que as datas comemorativas configuram determinada memória

histórica e considerando que estas se tornam núcleo de visões de mundo, justificam-

se estudos que problematizem as datas comemorativas. A problematização das

datas comemorativas de 13 de maio e 20 de novembro contribuirá na formação

histórica e cidadã dos estudantes, visto que a essas datas são associadas

interpretação e significativas da história afro-brasileira.

2. APORTE TEÓRICO

2.1. Conceito de História

Segundo Le Goff (1992, p. 32), centra-se a reflexão sobre a história na

temporalidade, situar a própria ciência histórica nas periodizações da história e não

a reduzir à visão europeia, ocidental. A palavra 'história' (em todas as línguas

românicas e em inglês) vem do grego antigo historie, em dialeto jônico. Esta forma

deriva da raiz indo-européia wid-, weid 'ver'. Daí o sânscrito vettas 'testemunha' e o

grego histor 'testemunha' no sentido de 'aquele que vê' (LE GOFF, 1992, p. 32).

Tem-se de viver e pensar que história tem duplo ou triplo sentido. É

necessário que se identifique as confusões grosseiras e mistificadoras entre os

diferentes significados, não se deve confundir ciência histórica e filosofia da história.

Existe uma desconfiança da maior parte dos historiadores de ofício, perante essa

filosofia da história (LE GOFF, 1992, p. 32) que tem tendência, nas suas diversas

formas, para levar a explicação histórica à descoberta ou à aplicação de uma causa

única e original, para substituir o estudo pelas técnicas científicas de evolução das

sociedades, sendo essa evolução concebida como abstração baseada no apriorismo

ou num conhecimento muito sumário dos trabalhos científicos (LE GOFF, 1992, p.

33).

Segundo Le Goff (1992, p. 34) a história é a ciência do passado, com a

condição de saber que este passado se torna objeto da história, por uma

reconstrução incessantemente reposta em causa – como exemplo o mesmo autor

cita que não se pode falar das cruzadas como se teria feito antes do colonialismo do

século XIX, mas deve-se interrogar sobre se,e em que perspectivas, o termo

"colonialismo" pode ser aplicado à instalação dos Cruzados da Idade Média, na

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Palestina, esta interação entre passado e presente é aquilo a que se chamou a

função social do passado ou da história.

Diante das definições de Le Goff, Circe Bittencourt (2008, p. 15) também

define o conhecimento histórico como sendo aquele que não se limita a apresentar o

fato no tempo e no espaço acompanhado de uma série de documentos que

comprovam sua existência. É preciso ligar o fato a temas e aos sujeitos que o

produziam, para buscar uma explicação. E para explicar e interpretar os fatos, é

preciso uma análise, que deve obedecer a determinados princípios. Nesse

procedimento, são utilizados conceitos que organizam os fatos, tornando-os

inteligíveis.

2.2. Calendário e Tempo

Que relações têm a história com o tempo, com a duração, tanto com o tempo

"natural' e cíclico do clima e das estações quanto com o tempo vivido e naturalmente

registrado dos indivíduos e das sociedades? Por um lado, para domesticar o tempo

natural, as diversas sociedades e culturas inventaram um instrumento fundamental,

que é também um dado essencial da história: o calendário; por outro, hoje os

historiadores se interessam cada vez mais pelas relações entre história e memória.

Matéria fundamental da história é o tempo; portanto, não é de hoje que a cronologia

desempenha um papel essencial como fio condutor e ciência auxiliar da história (LE

GOFF, 1992, p. 37).

O instrumento principal da cronologia é o calendário, que vai muito além do

âmbito do histórico, sendo mais que nada o quadro temporal do funcionamento da

sociedade. O calendário revela o esforço realizado pelas sociedades humanas para

domesticar o tempo natural, utilizar o movimento natural da lua ou do sol, do ciclo

das estações, da alternância do dia e da noite.

Porém, suas articulações mais eficazes – a hora e a semana – estão ligadas

à cultura e não à natureza. O calendário é o produto e expressão da história: está

ligado às origens míticas e religiosas da humanidade (festas), aos progressos

tecnológicos e científicos (medida do tempo), à evolução econômica, social e cultural

(tempo do trabalho e tempo de lazer). Ele manifesta o esforço das sociedades

humanas para transformar o tempo cíclico da natureza e dos mitos, do eterno

retomo, num tempo linear escandido por grupos de anos: lustro, olimpíadas, século,

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Resta assinalar que a concepção do tempo é de grande importância para a história

(LE GOFF, 1992, p. 38).

O tempo dentro da História teve várias contribuições, por meio dos trabalhos

de sociólogos, filósofos, artistas e críticos literários tiveram, no século XX, um

considerável impacto sobre novas concepções do tempo que a ciência histórica

acolheu. Assim, a ideia da multiplicidade dos tempos sociais, elaborada por Maurice

Halbwachs, foi o ponto de partida da reflexão de Fernand Braudel, concretizada num

artigo fundamental sobre a "longa duração", que propõe ao historiador a distinção de

três velocidades históricas, as do "tempo individual", do "tempo social" e do "tempo

geográfico" – tempo rápido e agitado do événementiel e do político, tempo

intermediário dos ciclos econômicos ritmando a evolução das sociedades, tempo

muito lento, "quase imóvel", das estruturas.

O sistema horário define um tempo simultaneamente coletivo e individual,

suscetível de uma mecanização cada vez mais avançada, mas também de uma

manipulação subjetiva muito sutil. O tempo do calendário é totalmente social, mas

submetido aos ritmos do universo. Deriva de observações e de cálculos que

dependem também do progresso das ciências e das técnicas. Interessar-nos-emos

aqui não apenas pelos sistemas de calendário das sociedades humanas, mas

também pelos objetos – calendários e almanaques – através dos quais os homens

compreenderam e compreendem tais sistemas (LE GOFF, 1992, p. 40).

O calendário, objeto científico, é também um objeto cultural. Ligado a crenças,

além de as observações astronômicas (as quais dependem mais das primeiras do

que o contrário), e não obstante a laicização de muitas sociedades, ele é,

manifestamente, um objeto religioso. Mas, enquanto organizador do quadro

temporal, diretor da vida pública e cotidiana, o calendário é, sobretudo um objeto

social. Tem, portanto uma história, aliás, muitas histórias, já que um calendário

universal é ainda hoje do domínio da utopia, ainda que, à primeira vista, a vida

internacional dê a ilusão de uma relativa unidade de calendário.

2.3. Datas Comemorativas e História Afro-Brasileira

As principais datas comemorativas da história afro-brasileira, e que devem ser

trabalhadas em âmbito escolar são o dias 13 de maio, e 20 de novembro. Em 13 de

maio comemora-se a Abolição da escravatura. No dia 13 de maio de 1888, foi

assinada a Lei áurea que aboliu a escravidão no Brasil. Que esta data deve ser

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trabalhada no âmbito escolar, não apenas como uma data que os negros ganharam

a liberdade, mas sim pelo aspecto histórico e por todo o contexto que envolve este

acontecimento.

Em 20 de novembro comemora-se o dia nacional da Consciência Negra,

instituído oficialmente pelo governo federal em 1995 no contexto das comemorações

do tricentenário da morte de zumbi dos Palmares. Este dia é síntese e ao mesmo

tempo reflexão e ação traduzidas como luta e reafirmação permanente de cidadania.

A data refere-se a morte de um dos principais líderes negros na resistência a

escravidão, zumbi dos Palmares (BITTENCOURT, 2007, p. 25).

2.4. Importância da Cultura Afro na Cultura Brasileira e Suas Principais

Contribuições

A força da cultura africana pode ser vista no cotidiano da vida. Em modos

diversos de falar, andar, comer, orar, celebrar e brincar, estão inscritas as marcas

civilizatórias desses povos que, ancorados na dimensão do sagrado, celebram e

respeitam a vida e a morte, mantendo uma relação ética.

É por meio destas formas cotidianas de se expressar e de ver o mundo que

afro-brasileiros/as têm resistido culturalmente na manutenção de sua história

(UNICEF, 2008). A importância de crianças e adolescentes, independente da raça,

etnia ou cor da pele, ser estimuladas a reconhecer e valorizar as identidades

culturais da sua região – que podem estar presentes em quilombos, terreiros, bairros

populares, assentamentos e outros territórios – é que elas podem se orgulhar de que

a cultura da sua localidade integra a diversidade que caracteriza a cultura brasileira

(UNICEF, 2008).

Cultura, como sabemos, é tudo que as pessoas lançam mão para construir

sua existência, tanto em termos materiais como espirituais, envolvendo aspectos

físicos e simbólicos. A cultura é um patrimônio importante de um povo, porque

resulta dos conhecimentos compartilhados entre as pessoas de um lugar, e vai

passando e sendo recriada, de geração em geração.

É a cultura que nos diz em que acreditar, influencia os nossos modos de ser

e estar no mundo, de agir, sentir e nos relacionar com o natural e o social (UNICEF,

2008). Como são e como vivem as pessoas de cada município? Como se

relacionam com as culturas indígena e afro-brasileira?

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Como lembram os antepassados, quais suas lutas para sobreviver, seus

valores, crenças, suas formas de lazer? As culturas de origem africana possuem

uma diversidade enorme, mas, de modo geral, é possível identificar algumas

características bastante semelhantes.

Trata-se de povos que incluem crianças, jovens, adultos/ as, idosos/as,

preservam a vida natural e social, se organizam por meio da participação coletiva, se

juntam em torno de objetivos comuns (UNICEF, 2008).

Mas, os modos como vivenciam essas experiências variam bastante. A

dimensão sagrada é outra característica importante. Possuem vários deuses e

deusas sempre relacionando corpo físico e espiritual. Nestas sociedades, o

ensinar/aprender está muito presente.

Historicamente, essas sociedades foram atingidas por diversas formas de

violência física e cultural, ameaças de dissolução e deformação. Por isso, é tão

importante trazer à tona suas histórias e culturais, nem sempre valorizadas e

reconhecidas como deveriam (UNICEF, 2008). Importante também é observar como

as pessoas de mais idade ou as envolvidas nas religiões de matriz africana

elaboram visões de mundo, a partir das suas vivências e sentimentos. Isso é um

legado, um patrimônio, uma herança, “bens de família”, uma memória.

Ouvindo as histórias das pessoas mais velhas, se conhecem mais as

tradições, identifica-se um patrimônio que se perpetuou e se recriou nos mais

diversos contextos e situações. Assim, independente da forma como são

denominados ou se autodenominam na região – negros/ as, índios/ as, caboclos/ as,

sertanejos – as influências e afro-brasileiras podem estar presentes nas suas formas

de ser e viver, embora isto nem sempre seja explicitamente mencionado.

2.5. Cultura e Educação das Relações étnico-raciais

É muito importante que as crianças e adolescentes do tomem conhecimento

de suas culturas, como parte integrante da cultura da nação brasileira, que se

empenhem na sua valorização, sobretudo a partir das escolas onde estudam,

atendendo ao que determina a legislação específica em vigor UNICEF, 2008).

A Lei 10. 639/03, por exemplo, é da maior importância, na medida em que

altera a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), ao instituir a

obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira e africana no currículo,

em todos os sistemas e modalidades de ensino do país.

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Afro-brasileiros ainda são vistos na escola de forma preconceituosa e

estereotipada, ou seja, sem respeito a suas características étnicas e culturais. O

documento que pode ajudar a comunidade e a escola a mudar essa visão, com uma

abordagem que garanta os direitos educacionais e culturais dessas populações.

Esse documento é o das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação

das Relações étnico-raciais e para o Ensino da História e Cultura afro-brasileira e

Africana. As políticas públicas deverão estar comprometidas com a superação das

desigualdades raciais, a partir da escola e de seus principais agentes – professores

e alunos – para que educação e cultura caminhem juntas na promoção da igualdade

e da justiça social.

3. MÉTODOS E PROCEDIMENTOS APLICADOS PARA O DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO

A pesquisa foi dividida em três partes, uma pesquisa bibliográfica, depois foi

realizada uma pesquisa-ação no âmbito escolar do Colégio Estadual Bairro Bela

Vista, e por último uma investigação por meio de questionário que caracteriza este

trabalho também como pesquisa qualitativa.

Segundo Marconi e Lakatos (1992), a pesquisa bibliográfica é o levantamento

de toda a bibliografia já publicada, em forma de livros, revistas, publicações avulsas

e imprensa escrita. A sua finalidade é fazer com que o pesquisador entre em contato

direto com todo o material escrito sobre um determinado assunto, auxiliando o

cientista na análise de suas pesquisas ou na manipulação de suas informações. Ela

pode ser considerada como o primeiro passo de toda a pesquisa científica.

A pesquisa-ação é uma metodologia muito utilizada em projetos de pesquisa

educacional. Segundo Thiollent (2002, p. 75 apud VAZQUEZ e TONUZ, 2006, p. 2),

“com a orientação metodológica da pesquisa-ação, os pesquisadores em educação

estariam em condição de produzir informações e conhecimentos de uso mais

efetivo, inclusive ao nível pedagógico”, o que promoveria condições para ações e

transformações de situações dentro da própria escola.

A pesquisa também é qualitativa a cerca da investigação feita após o

desenvolvimento das atividades, a pesquisa qualitativa tem um caráter exploratório,

uma vez que estimula o entrevistado a pensar e a se expressar livremente sobre o

assunto em questão. Na pesquisa qualitativa, os dados, em vez de serem tabulados,

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de forma a apresentar um resultado preciso, são retratados por meio de relatórios,

levando-se em conta aspectos tidos como relevantes, como as opiniões e

comentários do público entrevistado.

A pesquisa ação que foi desenvolvida no âmbito escolar e teve como objetivo

de incentivar os alunos a inclusão social e a valorização da cultura afro-descendente

e africana. Esta pesquisa teve a seguinte composição.

As disciplinas de português, história, geografia, Arte e educação Física,

fizeram parte da pesquisa, cada uma colaborou com suas

especificidades;

Textos que tratam da cultura africana foram trabalhados, por meio de

interpretação, e ilustração e caricaturas;

Pesquisas no laboratório de informática, sobre a temática;

Trabalhos com vídeos e filmes de cunho social para trabalhar conceitos

de discriminação e racismo, e superação de personalidades; e

Após a realização das atividades foi feita uma mostra pedagógica,

multidisciplinar aberta a comunidade local, para motivar a valorização

da cultura afro.

Opôs o término de todas as atividades foi entregue aos alunos e professores

que participaram do projeto um questionário acerca das atividades que foram

trabalhadas este questionário, teve o objetivo de coletar informações a respeito dos

resultados gerados, benefícios e/ou incoerências do trabalho elaborado junto aos

alunos. O questionário pode ser visualizado no apêndice 1.

3.1. Público alvo da pesquisa

Além dos alunos que participaram ativamente de todas as atividades, Turma

do sétimo ano do Ensino Fundamental II também foram entregues questionários a

dois alunos de cada turma do período matutino do colégio e também a todos os

professores que participaram do projeto e também equipe pedagógica. Totalizando

assim 65 alunos, 6 professores e 3 representantes da equipe pedagógica que

responderam ao questionário

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4. IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO NA ESCOLA

Como foi exposto este trabalho visa implementar ações para incentivar a

valorização da “cultura Afro”, na escola Colégio Estadual Bairro Bela Vista, a

pesquisa tem foco na área de História, as atividades propostas em vista de enaltecer

a valorização da cultura afro-brasileira, esta atividades focaram-se na discussão e

problematização datas comemorativas de 13 de maio e 20 de novembro.

Desta forma para o comprimento do objetivo proposto foram realizadas varias

atividades em diversas disciplinas junto aos alunos, a turma escolhida para

aplicação das atividades foi a turma do sétimo ano do Ensino Fundamental II, apesar

de que algumas atividades envolveram os alunos de toda a escola, assim como

professores e funcionários.

Num primeiro momento, o projeto foi apresentado para a direção, a equipe

pedagógica, aos professores e demais funcionários do Colégio. O projeto foi muito

bem recebido e compreendido por todos, que concordaram que estes conteúdos

trariam muitos benefícios para o processo de ensino-aprendizagem dos alunos, que

passariam a compreender a valorizar o seu contexto sócio-cultural.

Na Semana Pedagógica do Colégio, realizada entre os dias 08 e 14 do

mesmo mês, foi demonstrado aos professores que participaram do projeto as

atividade que seriam realizadas no decorrer do ano, onde foi ressaltada a

importância por se utilizar novas linguagens, além de mostrar o quanto é essencial a

inserção de conteúdos que abordem a Cultura Afro-brasileira no contexto

educacional dos alunos. Com o reconhecimento da direção, da equipe pedagógica,

dos professores e demais funcionários do Colégio, pode se iniciar as atividade que

envolveram a aplicação do projeto.

No primeiro contato dos alunos com o projeto, observou-se uma boa

aceitação, uma vez que se mostraram motivados e interessados no tema. Foram-

lhes explicados a forma como as atividades seriam desenvolvidas como a

valorização da cultura afro-brasileira, e já foi sendo explicado como iriam funcionar

as comemorações das datas de 13 de maio e 20 de novembro.

Antes da aplicação das atividades foi realizado um diálogo seguido de

questionamentos aos alunos, para se observar qual era o nível de conhecimento dos

mesmos sobre o tema do projeto. O que pode se constatar é que o conhecimento

desse tema pelos alunos era limitada, faltava conhecimentos sobre a importância da

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influência da cultura africana na construção da nossa sociedade e identidade

histórica. A partir disso, foi elaborada a forma como cada disciplina iria intervir

pedagogicamente, para aplicação do projeto.

Na disciplina de português foram trabalhados textos com leitura e

interpretação que ressaltavam a cultura africana como Poemanifesto do movimento

negro do autor Hermógenes de Almeida Filho, e também Liberdade, negra liberdade

de Alexsandro do N. Ribeiro, também foram trabalhadas atividades mais lúdicas

como cruzadinhas e caça-palavras com termos que falamos e provém da cultura

africana.

A disciplina da Geografia trabalhou com a localização em mapas da áfrica

estudando a sociedade como é atualmente, como os primeiros africanos vieram para

o Brasil e porque, e também foi trabalhado as questões lingüísticas quais são os

idiomas e dialetos falados na Africa. Em história além da questão histórica da

abolição, da escravidão vivenciada pelos negros no Brasil foram vistos filmes que

retratam essa realidade e foram discutidos, como Django livre, Amistad, Quilombro

(brasileiro) e Quanto vale ou é por kilo (brasileiro)? Filmes que enriqueceram o olhar

dos alunos a respeito da cultura africana.

Na disciplina de artes os alunos desenvolveram artesanatos africanos e

cartazes a respeito da valorização da cultura africana, que ficaram expostos na

escola, os alunos se divertiram muito com estas atividades. As aulas de educação-

fisica motivaram os alunos a aprender mais sobre danças típicas africanas que

seguem o ritmos base que são : Semba, Funaná, Kuduro, Sakiss, Puita, Marrabenta.

As danças são Schikatt, Gnawa e Capoeira, os alunos aprenderam sobre essa

danças, no caso a capoeira além de dança é considerada uma luta e ensaiaram uma

apresentação para escola.

Nas disciplinas de sociologia e filosofia os alunos perceberam a importância

dos africanos na formação de nossa sociedade, como funciona a sociedade destes

na áfrica e aqui no Brasil e também puderam ter contato com filósofos negros em

especial puderam conhecer a vida e o percurso de Nelson Mandela.

Estas atividades foram realizadas no decorrer deste ano, sendo que cada

disciplina tirava uma semana por mês para trabalhar os conteúdos do projeto, assim

sendo foram aplicadas atividade de fevereiro a novembro de 2014, sem contar as

férias (copa do mundo), foram oito meses de projeto.

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Para a realização do objetivo principal, que era a comemoração das datas de

13 de maio e 20 de novembro foram elaborados eventos especiais de mobilização

na escola. Em 13 de maio os alunos que participaram do projeto entregaram

panfletos descritivos sobre curiosidades da cultura africana no Brasil e também

colaram cartazes em quase toda a escola, para que todos notassem a data que

estava sendo comemorada.

Para comemoração do dia 20 de novembro foi elaborada uma semana toda

de atividades culturais, palestras sobre cultura africana, dia de comidas típicas,

exposição de artesanatos africanos e apresentações culturais elaboradas pelos

alunos que participaram do projeto e outras turmas também assim como

organizações de fora, como a roda de capoeira do município que participou das

comemorações. Houve cinema na escola com o Filme da Biografia de Nelson

Mandela, onde todos os alunos puderam vivenciar a história deste ícone da

humanidade, foi uma semana extremamente proveitosa onde os alunos puderam

vivenciar um mundo de cultura e saberes.

5. APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO

Para realmente perceber se alunos e participantes, professores, equipe

pedagogia e funcionários, realmente estavam envolvidos no projeto foram

elaborados dois tipos de questionários que estão no Apêndice 1 e 2 deste trabalho,

e aplicados a 65 alunos, 6 professores e 3 representantes da equipe pedagógica,

assim foi possível observar como o projeto foi encarado na escola e se este obteve

os resultados que esperava.

O questionário foi entregue no dia 24 de novembro de 2014 em papel

impresso e foi dado para os aluno até o fim da aula para responderem e para os

professores e equipe pedagógica 2 dias para o retorno deste respondido, a todos os

participantes os quais o questionário foi entregue este retornou respondido, mesmo

entre os alunos 100% dos questionários foi devolvido com as respectivas

considerações.

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6. RESULTADOS ALCANÇADOS

Após o recolhimento dos respectivos questionários já respondidos foi

elaborada uma análise qualitativa e quantitativa destes, de modo a perceber como

decorreu a aplicação do projeto no Colégio.

De acordo com os alunos que responderam o questionário 95% das repostas

foram positivas quanto a estes gostarem do projeto, e quanto a conseguirem

aprender coisas novas. Todos conseguiram dizer quem foi Nelson Mandela e 93%

conseguiram responder quais as principais contribuições da cultura africana para

com a Brasileira. Quanto ao que mais gostavam da cultura africana 66% respondeu

a capoeira, 21% respondeu as comidas típicas e 13% o artesanato.

Quanto, a saber, o que significa as datas comemorativas de 13 de maio e 10

de novembro 100% dos alunos responderam corretamente a cerca deste assunto,

alguns divagaram um pouco aos responder mas ainda sim corretamente. A atividade

escolhida pela maioria de 89% dos alunos foi jogar capoeira, enquanto que 6%

escolheram artesanato e 5% gostaram mais de ver os filmes. A atividade que menos

gostaram foi quase que inânime, interpretação de textos e depois realizar

discussões sobre estes textos. Ao final 100% dos alunos disseram adoras a semana

da cultura africana na escolha, todos elogiaram as atividades desenvolvidas.

Quanto ao questionário respondido pelos professores e equipe pedagógica

este foi muito positivo e favorável ao projeto, todos consideraram que os alunos

tiveram aprendizagem relevante a respeito da cultura africana, e também disseram

que os alunos realmente estavam motivados a participarem das atividades.

Quanto ao ponto falho muitos citaram certa falta de organização na exibição

dos resultados do trabalho. A atividade melhor elaborada pelo projeto foi escolhida a

semana da cultura Africana, e de maneira geral todos acham que projetos como este

deveriam se repetir no âmbito escolar.

7. CONCLUSÕES

Essa implementação do projeto foi muito proveitosa e motivadora isto pode

ser percebido em especial com observações nas atividades realizadas pelos alunos

e também quanto aos resultados colhidos com o questionário aplicado. Por meio das

respostas dos questionários pode se perceber o quanto os alunos aprenderam no

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decorrer do projeto, qual foi à satisfação destes alunos em participar deste. Também

foi possível obter a visão de companheiros quanto ao projeto, que apoiaram e

criticaram positivamente todas as atividades realizadas.

A maneira como foi trabalhada conseguiu reunir a turma, onde os alunos

atuaram como partes importantes do projeto e que conseguiram ter essa mesma

visão. Os objetivos foram alcançados e todos passaram a compreender de forma

diferente a construção da sociedade brasileira, que é uma mistura de culturas, e com

a comemoração das datas de 13 de maio e 20 de novembro os alunos tiveram uma

visão diferenciada desta cultura em meio a eles.

A compreensão de que a influência africana na cultura brasileira merece o

mesmo destaque que de outras é um grande passo para o entendimento amplo e

profundo da construção e desenvolvimento da nossa sociedade, principalmente de

nossa cultura.

A lei 10639/2003 é importante, pois, em nível educacional, tornou essa

abordagem presente nos currículos escolares. Esta lei foi uma das formas

encontradas para estimular um ambiente de real diversidade e equilíbrio cultural,

principalmente dentro do âmbito escolar. Além disso, possibilita que os alunos que

possuam descendência africana estudem os temas de seu povo, dando base para

fortalecer sua autoestima, pensamento crítico-reflexivo, sendo passível de formar

suas próprias idéias, suprimindo indícios de racismo e preconceito, instigando cada

vez mais a uma equidade social.

O trabalho com a cultura afro-brasileira não é somente um tema vinculado à

disciplina de História como pode ser visto neste trabalho este pode ser

contextualizado interdisciplinarmente, utilizando-se do apoio de todas as outras

disciplinas do currículo, é preciso criar uma tradição de projetos como este nas

escolas, para que isto não fique restritos a projetos não periódicos, os alunos

precisam ter este contato sempre, além do que atividades diferenciadas são

propulsoras de motivação nos alunos.

Durante o PDE, foram realizadas atividades referentes ao GTR, que seria

um Grupo de Estudos Virtual, com professores da disciplina de História, onde o

projeto foi apresentado. Este projeto foi extremamente bem recebido pelos colegas

de profissão, onde todos reconheceram a importância de procurar inserir esse tema

em suas aulas e também de propor em suas instituições de atuação mais atividades

que envolvam o tema. Reconheceram que essa é um caminho para se diminuir o

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preconceito e discriminação de culturas diferentes, e aceitar melhor a diversidade. É

a busca para se transformar os alunos em cidadãos críticos e reflexivos de sua

sociedade. Ao considerar as sociedades africanas na cultura brasileira, pode-se

contribuir, também, para a superação de atos de preconceito, discriminação e

racismo, levando a consolidação de uma nação democrática e de direitos igualitários

a todos.

REFERÊNCIAS

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2005. _____________, Circe Maria Fernandes (org). O saber histórico na sala de aula. 11. Ed. São Paulo: Contexto, 2008. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 05 de outubro de 1988. Brasília: MEC, 1989. DERVAL, Juan. Rumo a uma educação democrática. In: Pátio Revista Pedagógica. Porto Alegre: Artmed, ano VII, n. 25, fev/abr/2003, p. 48-51. FERREIRA, Naura Syria Carapeto (org.). Gestão democrática da educação: atuais tendências, novos desafios. São Paulo: Cortez, 2003. LE GOFF, Jacques. História e Memória, 2.ed. Tradução de Bernardo Leitão. Campinas, UNICAMP, 1992. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Editora Atlas, 1992. . NISKIER, Arnaldo. LDB: a nova lei da educação. 7. ed. Rio de Janeiro: Consultor, 1997. NOVASKI, João C. Sala de aula: uma aprendizagem do humano. Texto. NÓVOA, Antonio. Formação de professores e profissão docente. In: ______. (coord.). Os professores e a sua formação. Lisboa: Publicações Dom Quixote, Instituto de inovação educacional, 1995. RUSSO, Osvaldo. Educação Básica em novo tempo. In: Revista do Professor. Rio Grande do Sul: CPOEC, 1995, p. 23-45. SACRISTÁN, J. Gimeno; GOMES, A. I. Perrez. Educar e conviver na cultura global: as exigências da cidadania. Porto Alegre: Artmed, 2002. SAVIANI, Demerval. Escola e democracia. São Paulo: Cortez: Autores Associados,

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1991. UNICEF. Guia de orientação para os municípios. Elaboração CEAFRO (Educação e profissionalização para Igualdade Racial e de gênero). 2008.

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APÊNDICE 1 – QUESTIONÁRIO PARA OS ALUNOS.

1. Você gostou do projeto de cultura africana desenvolvido na escola, do que

mais gostou?

2. Você conseguiu aprender coisas novas a respeito da cultura africana?

3. Você sabe quem é Nelson Mandela?

4. Você poderia descrever quais as principais contribuições que o povo africano

deu a cultura brasileira?

5. O que você mais gosta da cultura africana que já conhecia mas que não sabia

que foi trazida por eles?

6. Você saberia descrever o que significa a data de 13 de maio?

7. Você saberia descrever o que significa a data de 20 de novembro?

8. Qual foi a atividade que mais gostou de fazer no projeto?

9. Qual foi a atividade que menos gostou de fazer no projeto?

10. O que achou da semana da cultura africana?

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APÊNDICE 2 – QUESTIONÁRIO PARA OS PROFESSORES E EQUIPE

PEDAGÓGICA.

1. Você considera que os alunos tiveram aprendizagem considerada relevante a

respeito da cultura africana?

2. Os alunos realmente estavam motivados a participarem das atividades?

3. Qual foi, na sua opinião, o ponto falho no projeto?

4. Qual foi a atividade melhor elaborada pelo projeto?

5. Você acha que projetos como este deveriam se repetir no âmbito escolar?