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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Título: INTERDISCIPLINARIDADE POSSÍVEL: A CONSTRUÇÃO DO TRABALHO DOCENTE INTERDISCIPLINAR E OS OBJETOS DE APRENDIZAGEM
Autor Marcelo Hermesdorff Hedler
Disciplina/Área Gestão Escolar
Escola de Implementação do
Projeto e sua Localização
Colégio Estadual Dr. Duílio Trevisani Beltrão –
EFM – Rua Marechal Floriano Peixoto, 1160 –
Centro
Município da Escola Tamboara – Paraná
Núcleo Regional de Educação Paranavaí
Professor Orientador Kiyomi Hirose
Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Maringá – UEM
Relação Interdisciplinar Filosofia, Geografia, História e Sociologia
Resumo
O Trabalho Docente Interdisciplinar busca a construção coletiva do conhecimento científico, valorizar o trabalho em grupo entre as disciplinas e os educadores, desenvolver a aprendizagem dos educandos, tornando as atividades aplicadas em sala de aula coesas e a práxis do educador mais efetiva. Ao desenvolver um Trabalho Docente Interdisciplinar o educador realizará a contextualização da teoria disciplinar com o cotidiano e o conhecimento empírico do aluno. Para o melhor domínio dos conteúdos e a dinâmica das aulas, a utilização de Objetos de Aprendizagem podem contribuirão didática e pedagogicamente neste processo.
Palavra-chave Trabalho Docente. Interdisciplinaridade. Objetos de Aprendizagem
Formato do Material PDF
Público Alvo
Professores, Pedagogos e Coordenadores
Pedagógicos do Núcleo Regional de Educação
de Paranavai.
TEMA: TRABALHO DOCENTE INTERDISCIPLINAR TÍTULO: INTERDISCIPLINARIDADE POSSÍVEL: A CONSTRUÇÃO DO TRABALHO DOCENTE INTERDISCIPLINAR E OS OBJETOS DE APRENDIZAGEM
1 INTRODUÇÃO
Esta unidade didática é parte do estudo desenvolvido no Programa de
Desenvolvimento Educacional (PDE), como subsídio teórico para a inserção do
Projeto Interdisciplinaridade possível: A construção do Trabalho Docente ao
explorar os Objetos de Aprendizagem – Desenvolvido para Professores e
Pedagogos do Colégio Estadual Dr. Duílio Trevisani Beltrão – EFM, de Tamboara
– PR e como convidados, os Coordenadores Pedagógicos do Núcleo Regional de
Educação de Paranavaí.
Para efetivação da construção do Trabalho Docente Interdisciplinar,
buscamos embasamento teórico metodológico na proposta de trabalho das
Diretrizes Curriculares da Educação Básica – DCEs do Estado do Paraná
(Diretrizes Curriculares, SEED 2008), da mesma forma levou-se em consideração
a trajetória dos professores na construção do Trabalho Docente nos
estabelecimentos da Rede Estadual de Educação e a necessidade do uso de
recursos tecnológicos visando o trabalho interdisciplinar.
O estudo teórico metodológico realizado revelou a importância de
subsidiar os educadores de forma a:
• Conceituar o termo interdisciplinar e propor um Trabalho Docente
Interdisciplinar.
• Proporcionar meios para a construção do Trabalho Docente
Interdisciplinar.
• Instrumentalizar os educadores na elaboração de Objetos de
Aprendizagem – OAs para a construção do Trabalho Docente – TD
interdisciplinar.
• Utilizar ferramenta colaborativa, ao desenvolver conteúdos sobre o
tema, de forma interdisciplinar, para o trabalho coletivo no
estabelecimento.
Para a construção do Trabalho Docente Interdisciplinar, será realizada
discussão coletiva dos educadores envolvidos no processo ensino-aprendizagem
do estabelecimento de ensino, discussão essa que envolve o aprofundamento
dos conteúdos disciplinares, práticas e metodologias já desenvolvidas, mas que
poderão ser reformuladas e repensadas nesta troca de conhecimentos.
Na medida em que os educadores se propuserem a uma mudança de
postura, uma auto análise de sua práxis pedagógica em sala de aula, a discussão
e planejamento coletivo com os seus pares, bem como vincular essa práxis ao
ouvir atentamente os anseios dos alunos considerando seu conhecimento
empírico, a Interdisciplinaridade será concretizada.
2 O TRABALHO DOCENTE
Todo educador que deseja ver efetivada sua práxis educativa, utiliza o
Trabalho Docente para organizar os conteúdos de sua disciplina e desta forma
traçar estratégias, pontuar objetivos a serem atingidos, critérios a serem
observados e os resultados que pretende alcançar na educação de seus alunos.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB 9394/96,
afirma que:
Art. 12: Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: [...] IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente; [...] Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de: [...] I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; [...] V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional; (BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTIRA. Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional – LDB, 9394/96. APP Sindicato – CUT/CNTE, 1996)
O Estado do Paraná, por meio da Secretaria de Estado da Educação –
SEED, quando se refere ao Trabalho Docente nas Diretrizes Curriculares da
Educação Básica do Estado do Paraná (DCEs, 2008 p. 92) afirma que: “O plano
de trabalho docente é, portanto, o currículo em ação. Nele estará a expressão
singular e de autoria, de cada professor, da concepção curricular construída nas
discussões coletivas”.
O Regimento Escolar1, documento oficial do C. E. Dr. Duílio Trevisani
Beltrão – Tamboara - PR que se define como “um conjunto de normas que rege o
funcionamento e os serviços do estabelecimento de ensino” (Indicação nº 3/72 da
Deliberação 27/72 do CEE do Paraná In (WOLF, 2007, p. 14), homologado pela
Secretaria de Estado da Educação - SEED, referindo-se ao Trabalho Docente, em
sua Seção VI - Da Equipe Docente, estabelece que:
[...] Art. 36 - Compete aos docentes: [...] II. elaborar, com a equipe pedagógica, a Proposta Pedagógica Curricular do estabelecimento de ensino, em consonância com o Projeto Político- Pedagógico e as Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais; [...] IV. elaborar seu Plano de Trabalho Docente; [...] XIV.participar de reuniões e encontros para planejamento e acompanhamento, junto ao professor de Serviços e Apoios Especializados, da Sala de Apoio à Aprendizagem, da Sala de Recursos e de Contraturno, a fim de realizar ajustes ou modificações no processo de intervenção educativa; [...] XIX.cumprir o calendário escolar, quanto aos dias letivos, horas-aula e horas-atividade estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional; XX.cumprir suas horas-atividade no âmbito escolar, dedicando-as a estudos, pesquisas e planejamento de atividades docentes, sob orientação da equipe pedagógica, conforme determinações da SEED; [...] XXII.participar do planejamento e da realização das atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade; (Regimento Escolar. Colégio Estadual Dr. Duílio Trevisani Beltrão, Tamboara - PR, 2008)
1 Documento Oficial que pode ser encontrado no endereço eletrônico: http://www.tmoduiliobeltrao.seed.pr.gov.br/redeescola/escolas/22/2690/104/arquivos/File/regimento-nre.pdf
Dessa forma, observamos que o Trabalho Docente é estabelecido por
Lei (LDB 9394/96) e regulamentado nos Estabelecimentos de Ensino da Rede
Estadual de Educação no seu Regimento Escolar, reafirmando a importância de
sua elaboração e aplicação.
O educador deve ter em mente que “o ato de planejar é a atividade
intencional pela qual se projetam fins e se estabelecem meios para atingi-los”
(LUCKESI, 2008, p. 105).
Buscamos em Padilha (2005, p. 45), essa conceituação que afirma:
[...] planejar é atividade intrínseca à educação por suas características básicas de evitar o improviso, prever o futuro, de estabelecer caminhos que podem nortear mais apropriadamente a execução da ação educativa, especialmente quando garantida a socialização do ato de planejar, que deve prever o acompanhamento e a avaliação da própria ação.
Para Menegolla; Sant’Anna (2002, p. 46) “o plano é um roteiro de uso
diário na sala de aula; é um guia de trabalho; é um manual de uso constante;
enfim, é um roteiro que direciona uma linha de pensamento e ação”.
Lück (1984, p. 15) conceitua que o planejamento é:
[...] processo de estruturação e organização da ação intencional, realizado mediante: • análise de informações relevantes, do presente e do passado,
objetivando, principalmente, o estabelecimento de necessidades; • determinação de estados e situações futuros, desejados; • previsão de condições necessárias ao estabelecimento desses
estados e situações; • escolha e determinação de uma linha de ação capaz de produzir os
resultados desejados, de forma a maximizar os meios e recursos disponíveis para alcançá-los.
O ato de planejar deve ser atividade constante no cotidiano escolar e
da prática do educador. Este planejar organiza seu trabalho, coordena sua ação
pedagógica e possibilita que o processo ensino-aprendizagem se efetive de forma
pontual, levando-se em consideração seu público alvo.
3 CONCEITUAÇÃO DE INTERDISCIPLINARIDADE
Para entendermos o que é trabalhar interdisciplinarmente, precisamos
compreender o significado do termo interdisciplinar. O dicionário Aurélio define o
termo Interdisciplinar: de inter + disciplinar, comum a duas ou mais disciplinas ou
ramos de conhecimento.
Dentro desse contexto, Fazenda (2007, p. 33), ao conceituar o termo
interdisciplinaridade, pontua que:
O ensino interdisciplinar nasce da proposição de novos objetivos, de novos métodos, de uma nova pedagogia, cuja tônica primeira é a supressão do monólogo e a instauração de uma prática dialógica. Para tanto, faz-se necessário eliminação das barreiras entre as disciplinas e entre as pessoas que pretendem desenvolvê-las.
E ainda, Santos (2011, p. 29), acrescenta:
Já a interdisciplinaridade supõe uma relação ou troca de conhecimentos, de análises, de métodos entre duas ou mais disciplinas, em que se procura contrariar a tendência de trabalhar determinado conteúdo ou assunto sob o olhar de uma única disciplina. Ampliando a perspectiva de compreensão do tema, o pesquisador, seja ele o professor ou aluno, a partir do objeto de estudo de uma disciplina busca recursos, métodos de mais de uma área do conhecimento.
Reafirmamos em Lück (2010, p. 43) que:
A interdisciplinaridade, no campo da ciência, corresponde à necessidade de superar a visão fragmentadora de produção do conhecimento, como também de articular e produzir coerência entre múltiplos fragmentos que estão postos no acervo de conhecimentos da humanidade. Trata-se de um esforço no sentido de promover a elaboração de sínteses que desenvolvam a contínua recomposição da unidade entre as múltiplas representações da realidade.
Por sua vez, Rossini (2007, p. 62), com uma visão focada nas
tecnologias, a respeito da interdisciplinaridade afirma que:
A interdisciplinaridade trata da síntese de duas ou mais disciplinas, transformando-as num novo discurso, numa nova linguagem e em novas relações estruturais. [...] Como a interdisciplinaridade melhora a formação geral com base em conhecimento mais integrado, articulado e atualizado, numa construção auto-suficiente do sujeito, ela também pode permitir a abertura de novos campos do conhecimento e de novas
descobertas que possibilitem uma melhor formação profissional, que por sua vez favorecem até mesmo a educação permanente, da qual se adquire uma metodologia emancipatória traduzida por competências e habilidades que levem o aluno a aprender durante toda a sua existência.
Ao compreender o significado de interdisciplinaridade, observa-se que
o ensino-aprendizagem deve partir desta “[...] relação ou troca de conhecimentos”
(SANTOS, 2011, p. 29), entre os educadores das disciplinas que fazem parte da
matriz curricular do Ensino Médio, e compor o conteúdo a ser trabalhado na
construção Interdisciplinar do Trabalho Docente.
O Trabalho Interdisciplinar, com a troca de conhecimentos
disciplinares, contribui para a aquisição de saberes, como afirma Fourez (2002, p.
52):
O paradigma da interdisciplinaridade baseia-se no pressuposto de que certas situações não podem ser dominadas no quadro de um paradigma disciplinar particular e exigem a articulação de diferentes contribuições disciplinares. Este olhar integrador, que liga as disciplinas, constitui verdadeiramente uma grelha de leitura específica, determinando uma forma de investigar o real e de construir saberes.
A construção do Trabalho Docente Interdisciplinar possibilitará que os
educadores desenvolvam um conhecimento mais aprofundado com seus alunos,
sobre determinado assunto ou tema. Essa construção coletiva reforça a fixação
dos conteúdos pelos alunos, enriquece o conteúdo abordado, abrindo a
possibilidade de interação do cotidiano dos alunos e seu conteúdo empírico com o
conhecimento científico das disciplinas.
4 CONCEITUAÇÃO DE OBJETOS DE PRENDIZAGEM – OAs
O uso de recursos tecnológicos se tornou uma prática constante nos
estabelecimentos escolares. Os alunos estão constantemente “conectados” as
novas tecnologias e se observa nos pátios dos colégios crianças com celulares,
câmeras fotográficas digitais, notebooks, tablets, smartphones, ipods, games
portáteis, entre outros equipamentos. Esse universo de tecnologias oferece
possibilidades inimagináveis aos nossos alunos, concorrendo diretamente com as
aulas em nossas escolas.
Em contrapartida, nossos educadores tem presenciado a entrada da
tecnologia também na prática educacional. Equipamentos como laboratórios de
informática (equipados com computadores desktop), notebooks, tablets,
projetores multimídia, televisores com entrada pendrive, lousas digitais, câmeras
fotográficas digitais, entre outros equipamentos, fazem parte do cotidiano de
nossos educadores.
Quanto a utilização, apropriação das tecnologias e o uso adequado
desses recursos, comparando-se educadores e educandos, nota-se uma grande
diferença. Nossos educadores ainda estão se apropriando dos novos recursos
tecnológicos, e em alguns casos, não aprenderam a utilizar um determinado
equipamento e ele já se tornou obsoleto.
Observamos ainda, que a maioria destes equipamentos possui
conectividade com a rede web, possibilitando o acesso rápido a informações
através dos sítios da internet, participações em fóruns, chats, redes sociais, entre
outras formas de interação, rompendo desta forma os muros da escola,
acessando todo tipo de informação “do mundo externo”, causando nos
educadores calafrios durante suas aulas, pois precisam disputar a atenção dos
alunos frete a esses recursos.
Ao se pensar na possibilidade de acesso a rede web e aos recursos
tecnológicos, propomos o desenvolvimento e utilização de OAs como recurso
didático na construção do Trabalho Docente, bem como recurso didático na
prática pedagógica dos educadores.
O desenvolvimento dos OAs se dará na sua forma mais simples, por
meio da escrita de textos, tratamento de imagens, apresentações de slides,
formulários, entre outros recursos que são de conhecimento e domínio dos
educadores e sua utilização se efetivará na apresentação dos conteúdos das
disciplinas curriculares.
Mas o que são Objetos de Aprendizagem?
De acordo com o repositório CAREO (2002, apud MIRANDA, 2004, p.
22), os OAs podem ser definidos como:
Um objeto de aprendizagem é qualquer recurso digital com um valor pedagógico demonstrado, que pode ser usado, re-usado ou referenciado para suporte de aprendizagem. OAs podem ser um Applet Java, uma
animação Flash, um quis online, ou um filme QuickTime, mas pode também ser uma apresentação Power Point ou arquivo pdf, uma imagem, um site ou uma web Page”
Para conceituar o que se entende por OAs, Behar et al. (2009, p. 67)
define-os como:
Não existe consenso entre os autores que escrevem sobre o tema. Entretanto, aqui, entende-se por objeto de aprendizagem qualquer material digital, como, por exemplo, textos, animações, vídeos, imagens, aplicações, páginas web de forma isolada ou em combinação, com fins educacionais. Trata-se de recursos autônomos, que podem ser utilizados como módulos de um determinado conteúdo ou como um conteúdo completo. São destinados a situações de aprendizagem tanto na modalidade a distância quanto semipresencial ou presencial. Um das principais características deste recurso é a reusabilidade, ou seja, a possibilidade de serem incorporados a múltiplos aplicativos. Um mesmo objeto pode ter diferentes usos, seu conteúdo pode ser reestruturado ou reagregado, e ainda ter sua interface modificada para ser adaptada a outros módulos. Todas essa ações podem ocorrer de forma independente ou conciliada com outros objetos, considerando sempre os objetos a serem alcançados com o público-alvo da (re)utilização do OA.”
Dehar et al. (2009, p. 69) afirma ainda que “[...] os OAs podem ser
aplicados dentro de um contexto educacional desde o mais instrucionista até o
mais interacionista, dependendo sempre do modelo pedagógico utilizado.”
Segundo Rehak e Mason (2003) (apud SILVA, 2011, p. 27) “a
essência” dos OAs “repousa sobre quatro características fundamentais:
acessibilidade, reutilização, durabilidade e interoperabilidade”. Desta forma, além
de poderem ser encontrados facilmente e modificados sem muitas dificuldades,
eles podem ser acionados e operados a partir de diferentes plataformas virtuais e
por softwares variados (SILVA, 2011, p. 27).
Os OAs podem auxiliar os educadores na elaboração do Trabalho
Docente Interdisciplinar, possibilitar a interação das disciplinas sobre um
determinado tema ou assunto, construindo dessa forma recursos educacionais
para a utilização em sala de aula reforçando a fixação dos conteúdos de cada
disciplina.
Essa construção poderá ser realizada com softwares que já são de uso
e domínio dos educadores como: editor de textos, editor de planilhas eletrônicas,
editor de imagens, editor de apresentação de slides, formulários construídos a
partir do sitio Google docs, entre outros recursos, lembrando que esses OAs são
elaborados com finalidade didática e educacional.
5 CONSTRUÇÃO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM
A utilização de softwares para criação de OAs vem de encontro a
modernização que se faz necessária na aplicação dos conteúdos das disciplinas
da matriz curricular. Partindo do pressuposto de que os educadores possuem
domínio de seus conteúdos e metodologias de ensino, os recursos tecnológicos
colaborarão para a efetiva aplicação desses em sala de aula.
Sugerimos utilizar os softwares “Microsoft Word, Microsoft Excel,
Microsoft Powerpoint” e faremos uma introdução a utilização do software
“ExeLearning”. Preferimos o Sistema Operacional Windows, e os softwares da
Microsoft, por serem utilizados pela maioria dos professores em seus
computadores pessoais.
O Software ExeLearning, “[...] é um software Open Sourse2 que se
destina à criação e edição de objetos de aprendizagem podendo ser instalado na
diferentes versões do Windows, em Mac OS X e no Linux” (SILVA, 2011, p. 43)
(nota nossa).
De fato, o educador pode utilizar a tecnologia como um apoio a seu
trabalho, e não apenas no processo ensino-aprendizagem, pois a utilização de
tecnologias e ferramentas midiáticas está presente no cotidiano de toda a
sociedade. Utilizar estes recursos na educação não tem se mostrado uma tarefa
fácil, pois a maioria dos educadores não possui um total domínio destas técnicas
e tecnologias.
Moran (2008, p. 35) afirma que:
O professor precisa aprender a trabalhar com tecnologias sofisticadas e tecnologias simples; com internet de banda larga e com conexão lenta; com videoconferência multiponto e teleconferência; com softwares de gerenciamento de cursos comerciais e com softwares livres. Ele não pode se acomodar, porque, a todo momento, surgem soluções novas para facilitar o trabalho pedagógico, soluções que não podem ser aplicadas da mesma forma para cursos diferentes.
2 Código Aberto
Nesse sentido, apresentaremos aos educadores os softwares acima
citados, e por meio destes realizaremos o encaminhamento de atividades para
construção de OAs. Essas atividades serão realizadas presencialmente e os
educadores poderão realizá-las em seus próprios equipamentos (notebook),
esclarecendo dúvidas, salvando suas atividades e consultando-as a qualquer
momento e em qualquer lugar.
Os OAs podem se tornar ferramentas educacionais importantes, se
utilizadas e contextualizadas no Trabalho Docente dos educadores de forma
planejada. O planejamento de atividades e a construção destes OAs, devem estar
atrelados, pois dessa forma o educador poderá construir esses recursos com
antecedência, proporcionando condições de aplicá-los no tempo devido.
Estes OAs produzidos pelos educadores, poderão ser disponibilizados
para outros educadores do próprio estabelecimento, ou outras instituições
educacionais, através de sítios próprios para o armazenamento destes recursos,
chamados de “repositórios3”. Como exemplo de repositório, temos o sítio
“Domínio Público” (www.dominiopublico.gov.br), do Ministério da Educação e
Cultura – MEC.
Desta forma, nossa proposta é de que os educadores se apropriem de
mais esta ferramenta tecnológica para o auxílio em sala de aula, ministrando os
conteúdos das disciplinas curriculares a seus educandos, de forma
interdisciplinar.
6 ORIENTAÇÃO METODOLÓGICA
Nesta Unidade Didática, nosso intuito é orientar o educador sobre a
construção do Trabalho Docente Interdisciplinar, propiciando a utilização de OAs
para sua elaboração e aplicação.
A divisão dos conteúdos aqui apresentadas tem o caráter de trazer
uma nova maneira de organizar o Trabalho Docente, ao de observar o domínio
deste assunto por parte dos educadores. Os questionamentos, reflexões,
abordagens e metodologias aqui apresentados tem caráter de contribuir com a
3 São considerados repositórios os serviços online que disponibilizam objetos de aprendizagem e recursos digitais (SILVA, 2011, p. 127)
práxis dos educadores, apontar outros caminhos e maneiras de construir o
Trabalho Docente, para que ele:
• Compreenda a importância da organização do Trabalho Docente e
seu embasamento legal e metodológico;
• Valorize a importância da discussão em grupo do Trabalho Docente
para a sua construção coletiva e efetiva aplicação;
• Estimule o trabalho interdisciplinar como forma de garantir uma
efetiva aprendizagem por parte dos educandos, contribuindo para o
enriquecimento do saber científico;
• Alcance a inter-relação e inter-ligação das disciplinas em torno de
um objetivo comum: ensino-aprendizagem;
• Repense a forma de aplicar os conteúdos, deixando-se a forma
fragmentada, para uma efetiva prática pedagógica voltada a
construção do conhecimento científico ligado a realidade do
educando;
• Materialize a utilização de instrumentos e materiais tecnológicos na
construção, elaboração e aplicação do Trabalho Docente;
• Instrumentalize os educadores na utilização de determinados
softwares para a produção de Objetos de Aprendizagem;
• Utilize Objetos de Aprendizagem na aplicação dos conteúdos
elencados no Trabalho Docente.
Nesse sentido, acreditamos que o investimento realizado por parte da
Secretaria de Estado da Educação, na formação continuada dos profissionais de
educação é de fundamental importância, subsidiando o conhecimento científico e
metodológico de cada disciplina, instrumentalizando-o na utilização de recursos
tecnológicos e sua efetiva aplicação no cotidiano escolar, garantindo uma
educação de qualidade e acessível a toda comunidade.
A utilização de instrumentos tecnológicos para a construção do
conhecimento é um grande desafio de nosso tempo. As tecnologias se tornaram
uma ferramenta valiosa nas mãos dos que a utilizam e delas se apropriam. O
educador que além do domínio metodológico e científico de sua disciplina,
compreender a importância das tecnologias e desta forma utilizá-las em sua
prática, efetivamente garantirá maior aproveitamento de seus educandos quanto a
construção do conhecimento.
Pensando neste aspecto, propomos esta unidade didática, tendo por
objetivo contribuir com o educador na construção de seu Trabalho Docente de
forma Interdisciplinar por meio de Objetos de Aprendizagem, de forma a:
• Subsidiar teoricamente os educadores com textos referenciais, para
a construção do Trabalho Docente de forma coletiva nas disciplinas
sociais como História, Geografia, Sociologia e Filosofia que
compõem a matriz curricular;
• Discutir e compreender as diversas concepções do trabalho
interdisciplinar;
• Delimitar um tema a ser trabalhado de forma interdisciplinar, no 3º
ano do ensino médio, durante um bimestre;
• Propor a instrumentalização do educador no uso de softwares
comuns a sua prática (editores de texto, planilhas eletrônicas,
apresentação de slides e tratamento de imagens) para construção
de OAs;
• Demonstrar de forma prática que os OAs desenvolvidos pelo
educador podem auxiliar a construção do conhecimento de outras
disciplinas;
Para compreender os objetivos apresentados acima, este curso será
ministrado em 8 (oito) encontros de 4 (quatro) horas, distribuídos da seguinte
forma:
Aula 01: Introdução e apresentação dos conteúdos do curso
Aula 02: Conceituação de Trabalho Docente
Aula 03: Conceituação de Interdisciplinaridade
Aula 04: Conceituação de Objetos de Aprendizagem
Aula 05: Conteúdo e Temática do Trabalho Docente Interdisciplinar
Aula 06: Softwares e aplicativos para construção de OAs
Aula 07: Introdução ao software ExeLearning
Aula 08: Atividade prática – Construindo Objetos de Aprendizagem
Como instrumentos auxiliares, teremos a utilização de projetor
multimídia e lousa digital para a projeção dos conteúdos a serem trabalhados e
textos auxiliares para referencial pedagógico e tecnológico.
Porém, iremos fazer uma experimentação com os professores cursistas
ao criar um instrumento virtual, plataforma, que os mesmos poderão acessar via
rede de internet. Estarão disponíveis todos os textos de cada encontro e tarefas
que deverão ser realizadas. A devolutiva dessa tarefa será também na plataforma
criada para esse fim. Dessa forma, o controle de acesso será contado como
participação de horas no curso. O endereço eletrônico é:
https://dl.dropboxusercontent.com/u/234942936/index.html
Esta atividade foi elaborada para educadores das disciplinas
curriculares da área de humanas como história, geografia, sociologia e filosofia,
aos pedagogos do estabelecimento e estenderemos este convite aos
coordenadores pedagógicos do Núcleo Regional de Educação de Paranavaí.
Desta forma, queremos garantir algumas ferramentas dentro das novas
tecnologias que possam contribuir no aperfeiçoamento da atuação dos
educadores, em sua prática educativa, em buscada da melhoria da qualidade de
ensino.
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