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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA

TURMA - PDE/2013

Título: Estudo sobre a utilização dos jogos nas aulas de matemática com alunos do curso de Formação de Docentes para contribuir na sua formação de educadores.

Autor Anita Elizete Steinbach

Disciplina/Área (ingresso no PDE) Matemática

Escola de Implementação do Projeto e sua localização

Colégio Estadual João Manoel Mondrone – Ensino Fundamental, Médio, Profissional e Normal

Município da escola Medianeira

Núcleo Regional de Educação Foz do Iguaçu

Professor Orientador José Ricardo Souza

Instituição de Ensino Superior Universidades Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE

Relação Interdisciplinar

(indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)

Resumo

(descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)

Os professores ainda restringem seu trabalho na sala de

aula num modelo tradicional de ensino, ou seja, em aulas

expositivas, exercícios padronizados, com base somente no livro

didático. Esta postura em relação ao ensino da matemática faz com

que os alunos memorizem e se sintam desestimulados a resolver

situações que envolvam raciocínio mais elaborado. Diante disso

temos a preocupação com a formação de futuros professores, pois

apesar das grandes transformações vividas nos últimos anos ainda

temos em algumas escolas uma relação entre saber, professor e

aluno pautado na transmissão de conhecimentos. Pensando nessas

questões e por termos diferentes possibilidades metodológicas para

o ensino da matemática, os jogos se destacam por sua

potencialidade para o desenvolvimento do pensamento matemático,

tendo assim uma melhoria significativa no processo ensino-

aprendizagem.

Pensando nisso, esse projeto foi desenvolvido para intervir

na formação de futuros professores do Curso de Formação de

Docentes a nível Médio, na disciplina de Metodologia do Ensino da

Matemática, visando oportunizar estudo, discussões e confecção de

jogos a esses alunos do 3º ano do Colégio Estadual João Manoel

Mondrone e aplicação desses jogos para alunos do 6º ano deste

colégio, de modo que esse estudo contribua de forma significativa

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na formação destes futuros educadores.

Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Formação de professores; jogos; educação matemática

Formato do Material Didático Unidade Didática

Público Alvo (indicar o grupo para o qual o material didático foi desenvolvido: professores, alunos, comunidade...)

3º Formação de Docentes da Educação Infantil e das Séries Iniciais do Ensino Fundamental

INTRODUÇÃO

Atualmente se tem discutido muito e há uma grande preocupação com a formação

de futuros professores, pois apesar das grandes modificações vividas nos últimos anos

ainda temos em algumas escolas uma relação entre saber, professor e aluno pautado na

transmissão de conhecimentos, tarefa essa designada ao professor, e ao aluno cabe o

simples papel de receber passivamente o que lhe é transmitido, tornando assim para

muitos alunos o “aprender” matemática uma tarefa árdua, na maioria das vezes

traumatizante, esse é um dos desafios para os educadores matemáticos, ensinar

matemática de forma mais interessante, atrativa e mais atual, por isso, é preciso ampliar

as estratégias de ensino e diversificar metodologias para que essa aprendizagem seja

mais prazerosa e significativa.

É possível que a problemática no ensino da matemática não esteja somente na

dificuldade do aluno em aprender Matemática, mas como ela vem sendo trabalhada nas

aulas, por isso entre diferentes possibilidades metodológicas para o ensino da

matemática, os jogos se destacam por sua potencialidade para o desenvolvimento do

pensamento matemático, tendo assim uma melhoria significativa no processo ensino-

aprendizagem.

Nesse sentido,

... a inserção de jogos no contexto escolar aparece como uma possibilidade altamente significativa no processo ensino-aprendizagem, por meio do qual, ao mesmo tempo em que se aplica a ideia de aprender brincando, gerando interesse e prazer, contribui-se para o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social dos alunos (RIBEIRO, 2009, p. 19).

O uso de jogos nas aulas de matemática permite uma mudança significativa nos

processos de ensino e aprendizagem, salientando que o trabalho com jogos deve ser bem

planejado e orientado, para que o mesmo auxilie o desenvolvimento de habilidades como:

observação, análise, levantamento de hipóteses, reflexão, tomada de decisão,

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argumentação e organização, que estão relacionadas ao raciocínio lógico.

O jogo deve trazer sempre situações desafiadoras, interessantes que motivem os

alunos a participarem ativamente do jogo todo o tempo, permitindo que os jogadores se

auto avaliem e percebam as causas de suas decisões, analisando suas jogadas e dos

demais jogadores.

Pensando nessas questões apresentadas, e principalmente pela experiência que

tenho em trabalhar com os alunos do curso de Formação de Docentes da Educação

Infantil e das séries iniciais do Ensino Fundamental, percebo que em seus planejamentos

e na realização da docência no 4º ano, não há a utilização de jogos em seus planos de

aula, como recurso didático ou alternativa metodológica para o ensino da matemática,

contudo o intuito da produção desta Unidade Didática é propor uma reflexão com os

alunos do 3º ano desse curso de Formação de Docentes sobre a importância e utilização

de jogos no ensino da matemática.

Tendo como principal objetivo para essa Unidade Didática, oportunizar estudo,

discussões e confecção de jogos aos alunos do 3º ano do Curso de Formação de

Docentes, e aplicação desses para alunos do 6º ano do Ensino Fundamental, de modo

que esse estudo contribua de forma significativa na formação desses futuros professores.

Contudo, faz-se necessário um estudo teórico mais aprofundado com os alunos do

curso de Formação de Docentes, no que se refere à importância do jogo como recurso

metodológico na construção de conhecimentos matemáticos, para que suas aulas se

tornem mais significativas e prazerosas.

Após esse estudo teórico os alunos terão a oportunidade de conhecer o

Laboratório de Educação Matemática no PTI, laboratório esse organizado por professores

e alunos do curso de Licenciatura em Matemática da UNIOESTE – Foz, e confeccionar

jogos para serem aplicados aos alunos do 6º ano do mesmo colégio, jogos esses

direcionados as dificuldades previamente apontadas pelos professores desses alunos.

O JOGO NO ENSINO DA MATEMÁTICA

A visão que a sociedade tem hoje com relação à Matemática está atrelada como

uma disciplina exata, de repetições de fórmulas e que está longe da realidade vivenciada

pelos alunos. De acordo com Thompson citado por D’Ambrosio,

Muitos indivíduos consideram a matemática uma disciplina com resultados precisos e procedimentos infalíveis, cujos elementos fundamentais são as operações aritméticas, procedimentos algébricos e definições e teoremas geométricos. Dessa forma o conteúdo é fixo e seu estado pronto e acabado. É uma disciplina fria, sem espaço para a criatividade (THOMPSON, apud. D’Ambrosio, 1993, p. 35).

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Os alunos precisam perceber que a matemática é uma disciplina dinâmica, que

possui espaço para a criatividade em solucionar problemas vivenciados dentro da

realidade social em que está inserido.

Diante disso os jogos exercem um papel importante na construção dos conceitos

matemáticos por serem desafiadores aos alunos e por estimular a sua criatividade.

O uso de jogos e brincadeiras como metodologia de ensino nas escolas é uma

ideia bastante difundida desde o século XIX, segundo Fröebel citado por Starepravo

(2009),

Fröebel defendia a importância dos jogos de brincadeiras na educação infantil, salientando seu papel na exteriorização do pensamento e na construção de conhecimento. Na chamada Escola Ativa, os jogos e brincadeiras eram tidos como instrumentos essenciais de aprendizagem, recebendo papel de destaque na organização do trabalho escolar (STAREPRAVO, 2009, p. 19).

Muito tem se discutido sobre a importância do jogo e da brincadeira no processo

de desenvolvimento das crianças, de acordo com Grando, “tanto os trabalhos de Piaget,

quanto os de Vygotsky e seus respectivos seguidores, apontam para a importância dos

jogos no desenvolvimento da criança”. (Grando, apud Ribeiro, 2009, p. 19)

Dependendo do papel que o jogo exerça na construção dos conceitos

matemáticos, seja como material de ensino seja como o de conhecimento, na concepção

de Piaget, o jogo assume a característica de promotor da aprendizagem da criança, a

criança compreende a estrutura lógica do jogo e, consequentemente, a estrutura

matemática presente neste jogo.

É pelo fato do jogo ser um meio tão poderoso para a aprendizagem das crianças, que em todo lugar onde se consegue transformar em jogo a iniciação à leitura, ao cálculo, ou à ortografia, observa-se que as crianças se apaixonam por essas ocupações comumente tidas como maçantes (MUNARI, 2010, p. 99).

O destaque que o jogo vem assumindo nas propostas de ensino da matemática

parece justificar a sua importância, tornando-se relevante analisar esta tendência

metodológica num ponto de vista teórico, para que possamos estar conscientes do uso

correto do jogo nas aulas de matemática. Para tanto Moura (2010), nos coloca,

... a importância do jogo está nas possibilidades de aproximar a criança do conhecimento científico, levando-a a vivenciar “virtualmente” situações de solução de problemas que a aproximem daquelas que o homem “realmente” enfrenta ou enfrentou (MOURA, 2010, p. 94-95).

A escola muitas vezes não tem o cuidado que o jogo em si merece, por entender

que o jogo seja uma atividade somente recreativa, como um passatempo, muitas vezes é

visto como uma atividade que gera bagunça e indisciplina em sala. Diante de algumas

experiências minhas posso afirmar que alguns colegas da área da educação veem a

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utilização do jogo nas aulas como uma atividade de recreação, de bagunça, sem

finalidade e objetivo algum, pois segundo eles o jogo não gera o aprendizado ao aluno.

Por isso é preciso deixar bem claro que quando trabalhamos com jogos em sala de

aula, não podemos deixar de lado a dimensão lúdica que o envolve. Ele por si encanta,

desafia, traz barulhos, movimentos, alegria para a sala de aula, onde normalmente está

configurada como um espaço onde há carteiras enfileiradas, livros, cadernos, lousa, lápis,

entre outros que por si só não estimulam a aprendizagem e o desenvolvimento de

habilidades matemáticas.

Deve-se ter o cuidado para que haja sempre uma dimensão de ludicidade nos

jogos que envolvam conceitos matemáticos, para que os alunos sintam-se motivados a

participar das atividades com interesse e entusiasmo.

É necessário ter clareza dos objetivos a serem alcançados para que se possa

saber problematizar, formular perguntas que façam sentido.

As problematizações devem ter como objetivo alcançar os conceitos, as

habilidades necessárias de determinado conteúdo, além de garantir a formação do

indivíduo independente, capaz de entender e usar regras e procedimentos, formando o

indivíduo por inteiro.

É preciso compreender com clareza o papel que os jogos exercem na

aprendizagem matemática para que possamos usá-los como instrumentos importantes,

nos quais os alunos usem estratégias próprias e não simplesmente apliquem técnicas

ensinadas anteriormente.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Matemática também apontam a

utilização do jogo como um importante recurso metodológico,

... um aspecto relevante nos jogos é o desafio genuíno que eles provocam no aluno, que gera interesse e prazer. Por isso, é importante que os jogos façam parte da cultura escolar, cabendo ao professor analisar e avaliar a potencialidade educativa dos diferentes jogos e o aspecto curricular que se deseja desenvolver (PCN, 1997, p. 36).

Portanto espera-se que os futuros professores estejam sempre repensando o

encaminhamento que estão dando às suas aulas, que possam perceber o potencial

metodológico dos jogos, como sua utilização pode tornar as aulas de matemática mais

interessantes, prazerosas e proveitosas para os seus alunos, e que, o principal objetivo

que devem ter em mente é que os alunos realmente aprendam, que saibam agir com

autonomia e iniciativa diante dos problemas.

[...] a introdução de jogos nas aulas de Matemática é a possibilidade de diminuir bloqueios apresentados por muitos de nossos alunos que temem a Matemática e sentem-se incapacitados para aprendê-la. Dentro da situação de jogo, onde é impossível uma atitude passiva e a motivação é grande, notamos que, ao mesmo tempo em que estes alunos falam Matemática, apresentam também um melhor

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desempenho e atitudes mais positivas frente a seus processos de aprendizagem (J.BORIN, apud. Satrepravo, 2009, p. 11).

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO

Este projeto será desenvolvido no Colégio Estadual João Manoel Mondrone –

Ensino Fundamental, Médio, Profissional e Normal, na cidade de Medianeira, com a turma

do 3º ano do Curso Integrado de Formação de Docentes da Educação Infantil e das

Séries Iniciais do Ensino Fundamental e aplicado aos alunos do 6º ano do Ensino

Fundamental deste mesmo colégio.

Etapa I

Será apresentado ao diretor, equipe pedagógica, professores e funcionários do

Colégio Estadual João Manoel Mondrone o projeto de intervenção pedagógica

salientando a importância da contribuição de todos para o sucesso da aplicação do

mesmo.

Etapa II

O projeto será exposto aos alunos do 3º Formação de Docentes, principalmente

seus objetivos, reafirmando à participação efetiva de todos os alunos para o entendimento

da importância do uso dos jogos no Ensino da Matemática.

Etapa III

A professora-pesquisadora irá propor aos alunos que escrevam numa folha a ser

entregue, sobre a visão deles referente à utilização de jogos em sala de aula.

Após essa atividade pedir aos alunos para formar cinco grupos onde cada grupo

receberá um texto com título e autor diferente dos demais, textos estes selecionados pela

professora-pesquisadora referente a utilização de jogos no Ensino da Matemática, para

serem lidos, analisados e discutidos pelos grupos.

Segue abaixo a relação dos textos que serão trabalhados:

1- KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogos Tradicionais infantis: o jogo, a criança e a

educação. Rio de Janeiro: Vozes, 1995. Capítulo 1: Origem dos Jogos (pg. 16 a

21).

2- BORIN, Júlia. Jogos e resolução de problemas: Uma estratégia para as aulas

de Matemática. São Paulo: IME – USP, 2007. Capítulo 1: Por que e para que

utilizar jogos no ensino da matemática (pg. 08 a 13).

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3- RIBEIRO, Flávia Dias. Jogos e Modelagem na Educação Matemática. São

Paulo: Saraiva, 2009. Capítulo 1 – Jogos na Educação Matemática (pg. 18 a 22).

4- SMOLE, Kátia Stocco; DINIZ, Maria Ignez; MILANI, Estela. Cadernos do Mathema

– Jogos de Matemática de 6º a 9º ano. Porto Alegre: Artmed, 2007. Capítulo 1 –

Jogos nas aulas de matemática (pg. 09 a 13).

5- LARA, Isabel Cristina Machado de. Jogando com a Matemática na Educação

Infantil e Séries Iniciais. Catanduvas, SP: Rêspel, 2005. Capítulo1 – O jogo como

estratégia de ensino (pg.17 a 28)

Terminada a leitura e discussão do texto pelo grupo cada integrante do grupo

receberá uma música infantil para separação de novos grupos, os alunos irão cantar

essas músicas e irão se reunir por igualdade de canção formando assim novos grupos.

Músicas infantis:

O SAPO

O sapo não lava o pé.

Não lava porque não quer.

Ele mora lá na lagoa,

Não lava o pé porque não quer.

Mas que chulé !

O CRAVO E A ROSA

O Cravo brigou com a rosa

Debaixo de uma sacada

O Cravo ficou ferido

E a Rosa despedaçada

O Cravo ficou doente

A Rosa foi visitar

O Cravo teve um desmaio

A Rosa pôs-se a chorar

A COBRA

A cobra não tem pé, a cobra não tem mão

como é que a cobra sobe no pezinho de limão?

como é que a cobra sobe no pezinho de limão?

A cobra vai subindo, vai, vai, vai

Vai se enrolando, vai, vai, vai

A cobra não tem pé, a cobra não tem mão

Como é que a cobra desce do pezinho de limão?

Como é que a cobra desce do pezinho de limão?

A cobra vai descendo, vai, vai, vai

Vai desenrolando, vai, vai, vai.

A CASA

Era uma casa muito engraçada

Não tinha teto não tinha nada

Ninguém podia entrar nela não

Porque na casa não tinha chão

Ninguém podia dormir na rede

Porque na casa não tinha parede

Ninguém podia fazer pipi

Porque pinico não tinha ali

Mas era feita com muito esmero

Na rua dos bobos número zero.

A BARATA

A Barata diz que tem sete saias de filó

CAI CAI BALÃO Cai cai balão

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É mentira da barata, ela tem é uma só

Ah ra ra, ho ro ró, ela tem é uma só !

A Barata diz que tem um sapato de veludo

É mentira da barata, o pé dela é peludo

Ah ra ra, ho ró ró, o pé dela é peludo !

A Barata diz que tem um sapato de fivela

É mentira da barata, o sapato é da mãe dela

ah rá rá, oh ró ró, o sapato é da mãe dela

Cai cai balão, cai cai balão Na rua do sabão Não Cai não, não cai não, não cai não Cai aqui na minha mão ! Cai cai balão, cai cai balão Aqui na minha mão Não vou lá, não vou lá, não vou lá Tenho medo de apanhar !

Nesses novos grupos cada aluno irá expor as ideias do seu texto e assim ouvir os

apontamentos dos demais textos pelos colegas, após essa breve explanação dos textos

nos grupos, abrirá para o grande grupo em forma de círculo para discussão e

apontamentos centrais da professora – pesquisadora e da turma. Esses apontamentos

terão foco naquilo que eles já sabiam sobre o tema (Jogo no Ensino da Matemática), o

que é novo para eles e o que eles acharam de importante para a sua formação. Para

fechamento dessa atividade os alunos retornarão ao seu primeiro grupo para elaboração

de um texto sobre a importância do jogo na aprendizagem de conteúdos matemáticos,

esse texto deverá ser entregue.

Etapa IV

Conhecer o Laboratório de Matemática da UNIOESTE de Foz do Iguaçu/PR, tendo

uma interação com os alunos do curso de Licenciatura em Matemática, onde esses

alunos apresentarão alguns jogos aos alunos do 3º Formação de Docentes, ou essa

interação acontecerá no Colégio Estadual João Manoel Mondrone na forma de uma mini

oficina.

Etapa V

Trabalhar com o texto: Planejando o trabalho com os jogos. (pg.13 a 20). SMOLE,

Kátia Stocco; DINIZ, Maria Ignez; MILANI, Estela. Cadernos do Mathema – Jogos de

Matemática de 6º a 9º ano. Porto Alegre: Artmed, 2007.

Nesse texto serão explorados conceitos importantíssimos para a formação desses

alunos enquanto futuros professores, pois como eles estão num curso a nível médio, em

sua maioria sem experiência em sala de aula, faz-se necessário a explanação de

conceitos como:

Formas de propor e explorar os jogos nas aulas de matemática;

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Como escolher o jogo;

Planejando o trabalho com os jogos;

Como apresentar um jogo aos alunos;

Como organizar a classe para jogar;

Qual o tempo para jogar;

Como explorar o jogo.

E após o estudo do texto citado acima, apresentar e jogar com os alunos do 3º ano de

Formação de Docentes dois jogos confeccionados por mim, para que possam

compreender melhor o direcionamento adequado que o jogo deve ter.

Jogo de treinamento

Escravos de Jó

Conteúdos envolvidos: tabuada e multiplicação.

Material: Fichas com os números escritos de 0 a 10 várias vezes.

Objetivos:

Fixar os conceitos da operação de multiplicação;

Auxiliar na memorização da tabuada;

Favorecer a conferência dos resultados obtidos por eles;

Perceber as estruturas rítmicas para expressar-se por meio das brincadeiras e de

outros movimentos;

Relembrar cantigas de roda.

Descrição do jogo:

Organizar os alunos em grupos de 4 ou de 5 jogadores;

As fichas deverão estar com o seu número virado para baixo e espalhadas sobre a

mesa;

Cada aluno pega uma ficha sem olhar o número deixa-a ainda virada para baixo.

Regras do Jogo

Os jogadores começam a cantar a música Escravos de Jó:

Escravos de Jó jogavam caxangá

Tira, bota deixa ficar

Guerreiros com guerreiros fazem zigue zigue za

E no ritmo da mesma vão passando a sua ficha sem vira-la para cima ao colega;

Quando chegar à parte da música que diz “Tira, bota deixa ficar” os alunos deverão

cantar “Tira, olha deixa ou não ficar”, pois neste momento da música pegarão outra

carta do monte e olharão seu valor e decidirão se passarão essa ou a outra

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recebida do colega mas que não sabe seu valor;

Decidida a carta que deverá ser passada, continua a música e no final da mesma,

cada jogador observa as suas duas cartas e faz a multiplicação das mesmas;

Uma das regras será: o aluno que não souber a tabuada ou o resultado for menor,

fica fora até que se chegue ao último jogador a permanecer.

Variações: Esse jogo pode ser feito com a multiplicação ou com adição, bem como

estabelecer outras regras.

Referência: Jogo adaptado e desenvolvido pelo grupo de alunos do PIBID da Unioeste –

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Foz do Iguaçu.

Jogo de construção

Dominó da Divisibilidade

Conteúdos envolvidos: Divisibilidade

Material: Cartolina, lápis de cor, folha de papel (caderno), lápis grafite.

Objetivo: Promover a elaboração das regras de divisibilidade por: 2, 3, 5, 10.

Descrição do Jogo:

Dividir a turma em equipes de quatro alunos;

A palavra divisível será substituída pela letra D;

Segue ao final da descrição do jogo uma sugestão de números, para que seja

verificada a divisibilidade, a depender do grau de aprendizagem da turma, o

professor os modificará;

Emborcar e embaralhar as peças do dominó;

Regras do jogo:

O jogo inicia com a peça D.2 dupla, porque a primeira regra a ser descoberta será

a divisibilidade por 2;

O jogo continua no sentido horário ou anti-horário, a depender dos jogadores;

Cada jogador, na sua vez, tentará colocar a peça de acordo com o que está escrito

em cada uma delas;

O aluno testa a divisibilidade, fazendo a conta de dividir em folha à parte;

As peças duplas devem ser colocadas em posição diferente daquela das peças

comuns;

Se o aluno não tiver peça que dê para jogar, passa a sua vez para outro;

O vencedor será aquele que primeiro terminar as suas peças, ou tiver o menor

número de pontos.

Ao terminar o jogo, o professor verifica se as peças estão colocadas em posição

correta, caso não estejam, deve solicitar que os alunos iniciem o jogo outra vez.

Caso estejam, deve fazer com que os alunos verifiquem a posição das peças e

tentem descobrir as regras de divisibilidade, uma regra em cada jogada completa;

Jogar quantas vezes for necessário, para que descubram as regras e as escrevam

em seus cadernos;

Após encontrarem todas as regras, os alunos deverão jogar o dominó, usando-as.

Variações: O dominó também poderá ser utilizado com equivalência de frações,

expressões no conjunto dos números inteiros e outros.

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Referência: ALVES, Eva Maria Siqueira. A Ludicidade e o ensino de matemática.

Campinas, SP: Papirus, 2001.

Etapa VI

Após o estudo teórico realizado sobre o Jogo no Ensino da Matemática, atividades

com jogos de treinamento e de construção de conhecimento matemático, será realizada

uma pesquisa pelos alunos do 3º ano com os professores de Matemática do 6º ano do

Colégio, referente à quais conteúdos os alunos possuem mais dificuldades nos primeiros

meses do ano letivo.

Diante do resultado da pesquisa realizada com os professores dos 6º anos, os

alunos do 3º ano pesquisarão e confeccionarão jogos referentes aos conteúdos indicados

pelos professores de Matemática do 6º ano.

Etapa VII

Para o encerramento dessa atividade será promovido pelos alunos do 3º Formação

de Docentes e pela professora-pesquisadora uma oficina de jogos de matemática aos

alunos do 6º ano, com a colaboração de seus professores de matemática, das demais

disciplinas, da equipe pedagógica e direção.

Etapa VIII A avaliação desse projeto será através da participação dos alunos nas atividades

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propostas bem como na elaboração de um texto após a realização da oficina de jogos onde os alunos irão dissertar sobre a importância do jogo no ensino da matemática.

Referências

ALVES, Eva Maria Siqueira. A Ludicidade e o ensino de matemática. Campinas, SP:

Papirus, 2001.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:

matemática. Brasília: MEC/SEF, 1997.

D’AMBROSIO, S.Beatriz. Formações de Professores de Matemática para o Século XXI: o

grande desafio. Pro-Posições, vol. 4 nº1[10], março de 1993. Disponível em

http://www.proposicoes.fe.unicamp.br/~proposicoes/textos/10-artigos-

d%5C'ambrosiobs.pdf, acessado em 10.06.2013.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogos Tradicionais infantis: o jogo, a criança e a

educação. Rio de Janeiro: Vozes, 1995

LARA, Isabel Cristina Machado de. Jogando com a Matemática na Educação Infantil e

Séries Iniciais. Catanduvas, SP: Rêspel, 2005.

LORENZATO, Sérgio. Para Aprender Matemática. São Paulo: Autores Associados, 2010.

MOURA, Manoel Oriosvaldo. A séria busca no jogo: do lúdico na Matemática. In:

Kishimoto, Tizuko Morchida (Org.). Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. São

Paulo: Cortez, 2010.

MUNARI, Alberto. Jean Piaget. Tradução e organização: Daniele Saheb. – Recife:

Fundação Joaquim Nabuco, Massangana, 2010.

MACIEL, Lizete Shizue Bomura; NETO, Alexandre Shigunov (Org.). Formação de

Professores – Passado, Presente e Futuro. São Paulo: Cortez, 2004.

RIBEIRO, Flávia Dias. A formação do professor-educador matemático em cursos de

licenciatura em matemática. 1999. 132 p. Dissertação (Mestrado em Educação).

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Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, 1999).

RIBEIRO, Flávia Dias. Jogos e Modelagem na Educação Matemática. São Paulo:

Saraiva, 2009.

SMOLE, Kátia Stocco; DINIZ, Maria Ignez; MILANI, Estela. Cadernos do Mathema –

Jogos de Matemática de 6º a 9º ano. Porto Alegre: Artmed, 2007.

STAREPRAVO, Ana Ruth. Jogando com a matemática: números e operações.

Curitiba: Aymará, 2009.