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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

TURMA - PDE/2013

Título: Clássicos de arrepiar: o leitor literário no espaço escolar Autora

Graziele Weinert Napoli Silva

Disciplina/Área

Língua Portuguesa

Escola de Implementação do Projeto e sua localização

Colégio Estadual Rivadávia Vargas Rua Guadalajara, nº 142 - Ronda

Município da escola

Piraí do Sul

Núcleo Regional de Educação

Ponta Grossa

Professora Orientadora

Keli Cristina Pacheco

Instituição de Ensino Superior

Universidade Estadual de Ponta Grossa

Relação interdisciplinar -

Resumo

Ler textos literários clássicos ainda é considerado difícil, obrigação para o vestibular, chato, para alunos e até professores! Eles não percebem a riqueza desses livros, as descobertas e surpresas que oferecem, a oportunidade de confrontar-se com as diferentes experiências, o paradoxo de estar solitário e ao mesmo tempo abrir-se ao outro. Diante disso, esta Unidade Didática almeja aprofundar o estudo e a reflexão sobre a formação do leitor de clássicos, em especial os de terror, e buscar estratégias que contribuam para que os alunos se encantem com os clássicos e descubram a alquimia que encurta as distâncias entre as pessoas. A pesquisa será desenvolvida com alunos do 9º ano do Colégio Estadual Rivadávia Vargas. Espera-se que os adolescentes sintam o desejo de ler, descubram o prazer da leitura dos clássicos e tornem-se leitores autônomos.

Palavras-chave

Formação do leitor. Clássicos de terror. Leitura.

Formato do Material Didático

Unidade Didática

Público Alvo 9º ano

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Apresentação

Colegas professores (as),

Quando se fala em ler, os apaixonados por leitura evocam as ideias de

viagem, conhecimento, prazer, saber... Porém, muitos não têm o hábito de ler e

não compartilham tais concepções porque ler realmente não é fácil, ler é ouvir, e

ouvir o outro exige paciência, ler é sair da zona de conforto, é estar em constante

questionamento, é desestabilizar as verdades, remodelar-se, reconstruir-se. É o

“famoso esforço de compreender”, como diz o romancista Daniel Pennac (2011,

p. 117). Segundo ele, “(...) ler é um ato!”, isto é, pressupõe ação, atitude, e “(...) é

preciso imaginar tudo isso... A leitura é um ato de criação permanente.” (p. 23 - 4).

Isso se acentua quando se fala em leitura de textos literários clássicos, que

para muitos evoca a ideia de algo penoso, difícil, chato e obrigatório para o

vestibular. E muitos têm uma experiência de leitura pequena, insuficiente para

falar que não gostam dos clássicos.

Para o escritor italiano Italo Calvino (2007), é a escola que deve propiciar a

leitura dos clássicos, a fim de que mais tarde o aluno tenha possibilidade de fazer

suas escolhas, os “seus” clássicos e até relê-los. Ele preconiza também a leitura

direta dos originais, evitando a leitura de comentários e interpretações, pois “(...)

nenhum livro diz mais sobre o livro em questão; mas fazem de tudo para que se

acredite no contrário” (2007, p.12). Como a vida dos dias de hoje anda cada vez

mais agitada, com estímulos tecnológicos e apelos consumistas prevalecendo na

rotina das pessoas, dissemina-se a cultura do ler rápido, ler os resumos,

pesquisar o que os outros dizem sobre tal obra. E isso rouba o prazer da

descoberta. Mesmo o dos clássicos que pensamos conhecer porque ouvimos

falar deles, de acordo com Calvino.

O escritor italiano concorda que as leituras feitas pelos jovens podem ser

pouco eficientes devido a sua impaciência, inexperiência, distração. Mas o

professor precisa ter em mente um projeto a longo prazo, pensando na ressalva

de Calvino sobre essas leituras que

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(...) podem ser (talvez ao mesmo tempo) formativas no sentido de que dão uma forma às experiências futuras, fornecendo modelos, (...) escalas de valores, paradigmas de beleza: todas, coisas que continuam a valer mesmo que nos recordemos pouco ou nada do livro lido na juventude. (2007, p. 10)

Com relação aos jovens e adolescentes que estão distantes da literatura,

sentindo-se fracassados e apoiados em desculpas sobre suas inaptidões para ler,

sentindo-se livres de muitas exigências, Pennac sugere que a escola lhes terá

ensinado pelo menos “o conforto da fatalidade”, ou seja, eles “encalharam”

enquanto colegas seguiram, e internalizaram que não conseguem aprender,

progredir, sentindo-se derrotados e acomodando-se:

Nada de mais tranquilizante que um zero perpétuo em matemática ou ortografia: excluindo-se a eventualidade do progresso, suprimem-se os inconvenientes do esforço. E a confissão de que os livros contêm ‘vocabulário demais’, quem sabe, pode nos pôr ao abrigo da leitura... (2011, p.94).

Talvez tenha faltado a essas pessoas que não veem sentido na leitura um

contato carregado de emoção e intimidade com os livros na infância, e inclusive

na adolescência, para que o gosto pela leitura perdurasse até a idade adulta.

Portanto, se não foi possível antes tal contato com os clássicos, ainda é

tempo propício para que os adolescentes do 9º ano passem a conhecer ou

conheçam um pouco mais acerca de alguns deles. Por isso, esta Produção

Didático-Pedagógica apresenta textos clássicos de terror, tema que é do interesse

dos alunos do Colégio Estadual Rivadávia Vargas, para que tenham a

oportunidade de encantar-se com eles. Há também o propósito de ajudar alunos a

reencontrar o hábito e prazer da leitura que tinham na infância, respeitando os

seus direitos de leitor, direitos esses preconizados por Pennac (2011). Além

disso, há o objetivo de que os alunos possam refletir sobre a importância da

leitura e da literatura, construam o conhecimento e aprofundem o

autoconhecimento, a capacidade de interpretação, senso crítico e a criatividade.

Para isso, foram selecionados três autores clássicos do terror: a britânica

Mary Shelley, o escocês Robert Louis Stevenson e o irlandês Bram Stoker e suas

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respectivas obras-primas: Frankenstein ou O Prometeu moderno, O médico e o

monstro e Drácula: o vampiro da noite. São nomes relevantes, precursores nesse

gênero e se tornaram referência para outros autores. Em comum, apresentam a

temática monstro, paisagens sombrias e aspectos sinistros da imaginação

humana. Tem-se a expectativa de que as estratégias selecionadas contribuam

para o aprimoramento do pensamento crítico e a formação do leitor autônomo.

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Orientações metodológicas

“O verbo ler não suporta o imperativo”, já disse Pennac (2011, p.13). Como

aguçar, então, o apetite de leitor dos adolescentes em meio a tantos estímulos

presentes na nossa sociedade atualmente? De que maneira seduzi-los a

encontrar tempo para ler, afastar um possível medo de não conseguir ler textos

literários clássicos e desejar entrar nesse mundo?

Na busca de respostas a essas questões, essa Unidade Didática propõe

como principal estratégia que, em vez de exigir a leitura, o professor partilhe sua

própria felicidade de ler! (PENNAC, 2011, p.73). O professor deve ser o livro: “O

homem que lê em voz alta nos eleva à altura do livro. Ele se dá, verdadeiramente,

a ler!” (p. 84). Portanto, o primeiro passo é fazer com que os adolescentes sejam

reconciliados com os livros, para que, mais tarde, possam percorrer

voluntariamente o caminho até o autor, à sua época e aos múltiplos sentidos da

história lida.

Enfoca-se a leitura de três romances que se imortalizaram e exercem

relevante influência no gênero terror, tendo como ponto central a leitura;

entretanto, há um espaço especial para o aluno atuar como autor e fazer-se ouvir,

pois “(...) ouvir, compartilhar e ajudar no esforço de ler textos que valham a pena

são as novas coordenadas que presidem este século.” (COLOMER, 2007, p.

116).

Nossa proposta de leitura literária contempla quatro partes (COLOMER,

2007 e PCNs, 2008):

1. Ler sozinho – A leitura autônoma, silenciosa e de livre escolha, com

crescente independência da mediação do professor, é imprescindível para

desenvolver as competências leitoras.

É imprescindível para que os alunos formem sua autoimagem como leitores aprendendo a avaliar antecipadamente os livros, criando expectativas, arriscando-se a selecionar, acostumando-se a abandonar um livro que decepciona e a levar emprestado aquele que lhe parece atraente. (COLOMER, 2007, p. 125)

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Para favorecer este tipo de leitura, serão oportunizados aos alunos dois

momentos, no início e no final das atividades, para as visitas a bibliotecas e leitura

livre dos clássicos, a fim de que possam analisar seu desenvolvimento. Para

ajudá-los nessa tarefa, eles produzirão um Caderno de Leituras. Serão

incentivados a fazer um “Diário” de Leituras, mas terão a liberdade de optar por

fazer anotações em alguns dias da semana ou diariamente.

2. Ler com os outros (Compartilhar) – É possível que uma das causas da

resistência à leitura seja a perda da leitura coletiva em nossa sociedade atual.

Pouco se ouve a leitura em voz alta do professor. Por isso, haverá ocasiões

dessa forma de leitura, em que ao aluno é possível ter acesso a textos longos que

podem encantá-lo devido a sua qualidade e beleza e que, talvez, sozinho não o

fizesse. E quanto mais avançam as séries, mais incomum se torna a leitura em

voz alta pelo professor; no entanto, são justamente os alunos maiores que mais

necessitam de bons modelos de leitores.

Segundo Colomer (2007, p. 143), “falar sobre livros com as pessoas que

nos rodeiam é o fator que mais se relaciona com a permanência de hábitos de

leitura”. Como compartilhar as leituras faz com que surja o sentimento de

pertença a uma comunidade de leitores, que têm cumplicidades mútuas, haverá

espaço neste trabalho para que a bibliotecária do Colégio também leia para os

alunos, sozinha ou junto com a professora, principalmente em trechos com

diálogos, dando sua preciosa contribuição para que cada vez mais eles se sintam

próximos dos livros.

Outros encaminhamentos: atividades de leitura e escrita em pares,

entrevista, momentos de discussão após a leitura de fragmentos e de

apresentação de versões audiovisuais, já que as atividades de compartilhar são

as que trazem melhores resultados para formar o gosto pela leitura: é que

confrontar a leitura individual com a dos outros é uma maneira de construir o

caminho entre a recepção individual e sua valorização social. Como conclusão

desta Unidade Didática, os alunos criarão um Mural de Recomendações.

(COLOMER, 2007, p. 144; 127; 198).

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Também será realizada, como forma de compartilhar, a leitura colaborativa

que “é uma excelente estratégia didática para o trabalho de formação de leitores”.

(PCNs, 2008, p. 72).

3. Ler, expandir e conectar - Como a leitura não é dissociada da escrita,

serão contempladas atividades de interação entre elas: falar e refletir, falar e ler,

ler e refletir sobre o que foi lido, escrever e falar, ler e escrever, ler e comentar,

refletir sobre o que foi comentado, escrever e refletir sobre o que foi escrito.

(Emília Ferreiro 2002 apud COLOMER, 2007, p. 159). A leitura literária pode

expandir seu lugar na escola conectando-se à dramatização e à transposição de

um gênero textual a outro. (COLOMER, 2007, p. 159, 198).

Edi Fonseca, educadora e atriz, sugere no vídeo “Leitura de contos de

terror” a leitura, em voz alta, de uma carta com o trecho de um diário de Jonathan

Harker, personagem de “Drácula”. Para começar a conexão mais direta dos

alunos com os clássicos de terror, eles receberão pequenos trechos de cartas das

três obras, via correio, antes de iniciar cada seção. O texto epistolar é um recurso

utilizado tanto por Shelley como Stevenson e Stoker e desconhecido de muitos

alunos. É a oportunidade de vivenciarem a emoção de receber uma carta,

presente em momentos da narrativa, já que nos dias atuais pouco se faz uso dela.

Outra forma de conexão a ser estabelecida é por meio de um aparelho de

que os alunos gostam muito: o celular. Por meio da assinatura do site Leitura

diária, as pessoas podem receber e-mails para ler, no celular, capítulos diários do

livro desejado. Como nesse site não estão disponibilizadas as obras Frankenstein

ou O Prometeu moderno, O médico e o monstro e Drácula: o vampiro da noite, a

autora, em cada final de semana, mandará aos alunos pequenos trechos de um

desses três livros em forma de mensagem (Mensagens horripilantes), a fim de

que possam conhecê-los um pouco mais, e terão a liberdade de exercer o direito

de não ler tais mensagens, não ler até o final, ler em qualquer lugar, de reler, de

ler em voz alta... quem sabe até conquistando outros leitores ao ler para seus

familiares!

4. Ler com os especialistas (Interpretar) – Levando-se em conta que ler

com a intenção específica de aumentar a capacidade de interpretar oferece

dificuldades mais profundas, apresentamos um preâmbulo de um trabalho nesse

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sentido: análise e comentário das obras priorizando temas e aspectos referentes

ao significado global sem se deter em detalhes. As tarefas serão do tipo aberto,

que possibilitem respostas múltiplas, para suscitar a reflexão e interesse pela

opinião dos colegas, e eletivas, de modo que os alunos possam escolher a

atividade que mais lhe interessar, em um trabalho cooperativo com os demais.

(COLOMER, 2007, p. 186-7). Eles poderão optar por transpor um fragmento para

outro gênero: história em quadrinhos, tira, entrevista ou texto de opinião; eleger

entre dramatizar ou contar de histórias para outras turmas, preparando a seleção

do figurino, maquiagem, cenário e entonação de voz, em grupos.

Outra sugestão didática específica para a formação de leitores a ser

utilizada é a leitura programada: discussão coletiva de um texto considerado

difícil. (PCNS, 2008, p.72). O professor propõe a leitura sequenciada de parte de

uma obra, nesse caso, Drácula. Os alunos realizam a leitura do trecho

combinado, para discuti-lo posteriormente em classe, quando poderão formular

hipóteses sobre os trechos seguintes. A leitura, ou a narração em voz alta, é

interrompida em um momento de tensão, clímax, para despertar a curiosidade e o

desejo de continuar a ler/ouvir.

Nesta Unidade Didática, são sugeridos alguns capítulos, que apresentam

descrições das personagens e momentos de muita tensão, suspense, terror...

Mesmo que aqui sejam sugeridos alguns fragmentos de determinados capítulos, é

fundamental que o professor leia a obra integral, pois essa leitura está no centro

da tarefa de alcançar dois objetivos: incentivar a leitura e ensinar a ler, os dois

eixos da inovação no ensino de literatura, de acordo com Colomer (2007, p. 198 -

9) e para que tenha condições de selecionar os “seus” fragmentos.

No começo de cada seção há um dos Direitos Imprescritíveis do Leitor, de

Pennac (2011), aos quais se deve dispensar especial atenção, com a finalidade

de provocar momentos de reflexão e discussão que geralmente não estão

presentes na escola: é tão arraigada a cultura da obrigatoriedade da leitura que

tais frases soam até como heresia, absurdo, despropósito.

E como porta de entrada para um trabalho de incentivo à leitura literária,

nada mais apropriado que instigar questionamentos sobre a identidade do livro,

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leitor, leitura e literatura, conforme Pennac (2011, p. 120 – 1), conhecendo jornais

especializados, na Internet ou impressos.

Por mais que o tempo escolar seja parco, ali é que está o acesso dos

jovens à literatura, em especial às obras literárias integrais. Não se pode

desperdiçar esse tempo, é preciso aproveitá-lo para apresentar-lhes pelo menos

alguns clássicos e dar-lhes condições de escolher livremente os seus clássicos!

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1ª SEÇÃO

“O direito de não terminar um livro.” (Daniel Pennac)

Querido(a) aluno(a),

Reflita e troque ideias para entender as suas razões e as das pessoas em

geral: o que faz com que não se queira terminar de ler um livro?

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Para ajudá-lo (a) a refletir sobre sua trajetória como leitor, você pode seguir

a sugestão de Tereza Colomer (2007, p. 127), professora e especialista em

literatura juvenil: fazer “um caderno pessoal onde se anotem as leituras realizadas

(e talvez também as que decidiu-se abandonar).” Além das leituras realizadas,

você pode fazer anotações sobre as que tem intenção de fazer. Pense em um

nome bem criativo para ele e como poderá personalizá-lo, de acordo com o tema

de nossos encontros!

Aproveitaremos esse caderno para fazer um jogo: “captar e guardar as

primeiras frases ou passagens preferidas de um romance que nos agradou.”

(Pennac, 2011, p. 103). Que nome sugere para esse jogo?

Por fim, você fará um “Dicionário Aterrorizante”, segundo as orientações da

escritora Marta Morais da Costa (2006), com palavras que você aprenderá nos

próximos encontros. Esse é um exercício para verificar a compreensão do

vocabulário: você e seus colegas selecionarão as palavras que desconhecem ou

cujo significado apresenta dúvidas. “Escrevem a palavra e, em seguida, o

significado que a ela atribuem. Depois leem para os colegas o resultado. Após a

leitura, vão ao dicionário e fazem os devidos ajustes.” (COSTA, 2006, p. 10).

Se desejar, pode dar outro nome ao dicionário também!

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Ao final, vamos avaliar como foi o seu desenvolvimento, ou seja, o que

você leu, mesmo que não tenha gostado ou terminado, e quantas palavras você

aprendeu.

Recapitulando: O Caderno ou Diário de Leituras deve conter:

1 – Leituras realizadas (incluindo as não terminadas);

2 – Leituras que planeja realizar;

3 – Jogo – frases/passagens literárias preferidas;

4 – Dicionário aterrorizante.

Lembre-se de dar um nome ao caderno/diário e o seu toque pessoal.

E o que causa a falta de vontade para começar a ler um livro?

Você já parou para pensar que há pessoas que têm medo de não

compreender um livro e nem percebem isso? Tem algo a contar sobre isso?

Pennac (2011, p. 102) diz que o prazer de ler está perto de nós, escondido,

num “sótão”, pelo medo (um medo muito antigo) de não compreender e que

esquecemos o que é um livro, o que ele tem a nos oferecer e que um romance

“conta antes de tudo uma história (...) e ele deve ser lido como um romance:

saciando primeiro nossa ânsia por narrativas”.

O que é um livro?

Já refletiu que muitas vezes não pensamos na essência e significado do

que é um livro e de elementos relacionados ao ato de ler, como, por exemplo, a

biblioteca e o próprio leitor? Compartilhe suas concepções com os colegas.

Confronte o seu modo de ver tais elementos com a maneira que os alunos

de Pennac os concebem (2011, p. 120 - 1):

- Livro:

(...) objeto misterioso, praticamente indescritível, dada a inquietante simplicidade de suas formas e a proliferante multiplicidade de suas

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funções, um ‘corpo estranho’, carregado de todos os poderes e de todos os perigos, objeto sagrado, infinitamente cuidado e respeitado, arrumado com gestos de celebrante nas prateleiras de uma biblioteca impecável, para ser venerado por uma seita de admiradores de olhar enigmático.

- Biblioteca: O móvel. Aquele onde arrumo meus livros. E é um muro que eles (meus

alunos) me descrevem. Uma falesia de saber, rigorosamente ordenada, absolutamente impenetrável, uma parede que só se pode contornar.

- Leitor: Os mais ‘respeitosos’ entre eles me descrevem Deus Pai, ele mesmo, uma espécie de eremita antediluviano, sentado desde a eternidade sobre uma montanha de livros dos quais ele teria sugado o sentido até compreender o porquê de todas as coisas. Outros me desenham o retrato de um autista profundo, tão absorvido pelos livros que esbarra contra todas as portas da vida. Outros ainda me fazem o retrato inverso, se apegando a enumerar tudo aquilo que um leitor não é: não é esportivo, não é vivo, não é engraçado (...). Alguns misturam esses diferentes registros, mas nenhum, nenhum só, se descreve a si mesmo (...).

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2ª SEÇÃO

“O direito de não ler.” (Daniel Pennac)

Nos dias de hoje muito se ouve falar em direito à saúde, habitação,

liberdade, alimentação, educação. E o que significa ter direito à educação? Inclui

o direito de ler? E o de não ler?

Antes de nos aprofundarmos nessas questões, quero saber o que você

pensa sobre leitura e literatura.

- O que é ler?

- Por que ler?

- O que ler?

- Como ler?

- Quem lê?

- Onde, quando?

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Agora, conte se você tem o hábito de ler para buscar emoções, para

“viajar”. Tente lembrar-se de versos e trechos de livros de que gosta. O que torna

esses trechos bonitos?

Para você, o que é literatura?

Quais são algumas características de um texto literário?

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É fácil definir literatura?

As pessoas devem ter direito a ela também? Justifique.

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Vamos investigar mais....

Faremos isso da seguinte maneira: lendo algumas revistas e prestando

atenção às suas características.

http://www.candido.bpp.pr.gov.br/

http://rascunho.gazetadopovo.com.br/

http://www.gazetadopovo.com.br/cadernog/

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Você já pesquisou conceitos de literatura. Vamos confrontá-los com o que

pensa Antônio Cândido, professor, sociólogo, crítico literário e ensaísta:

Chamarei de literatura, da maneira mais ampla possível, todas as criações de toque poético, ficcional ou dramático em todos os níveis de uma sociedade, em todos os tipos de cultura, desde o que chamamos folclore, lenda, chiste, até as formas mais complexas e difíceis da produção escrita das grandes civilizações. Vista deste modo a literatura aparece claramente como manifestação universal de todos os homens em todos os tempos. Não há povo e não há homem que possa viver sem ela, isto é, sem a possibilidade de entrar em contato com alguma espécie de fabulação. (...) Ora, se ninguém pode passar vinte e quatro horas sem mergulhar no universo da ficção e da poesia, a literatura concebida no sentido amplo a que me referi parece corresponder a uma necessidade universal, que precisa ser satisfeita e cuja satisfação constitui um direito. (2004, p. 174 – 5)

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Você concorda com ele? Explique. _________________________________________________________________

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Observe agora outro ponto de vista de Cândido sobre a literatura:

(...) podemos dizer que a literatura é o sonho acordado das civilizações. Portanto, assim como não é possível haver equilíbrio psíquico entre sem o sonho durante o sono, talvez não haja equilíbrio social sem a literatura. Deste modo, ela é fator indispensável de humanização e, sendo assim, confirma o homem na sua humanidade, inclusive porque atua em grande parte no subconsciente e no inconsciente. (2004, p. 175)

O que pensa a respeito? Concorda com a afirmação de que a função da

literatura é “confirmar o homem na sua humanidade”? Ou acredita no que diz Italo

Calvino, um dos mais importantes escritores italianos do século XX?

(...) que não se pense que os clássicos devem ser lidos porque ‘servem’ para qualquer coisa. A única razão que se pode apresentar é que ler os clássicos é melhor do que não ler os clássicos. E se alguém objetar que não vale a pena tanto esforço, citarei Cioran (não um clássico, pelo menos por enquanto, mas um pensador contemporâneo que só agora começa a ser traduzido na Itália: “Enquanto era preparada a cicuta, Sócrates estava aprendendo uma ária com a flauta. ‘Para que lhe servirá?’, perguntaram-lhe. ‘Para aprender esta ária antes de morrer’”. (2007, p.16)

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Para entender melhor, vamos ver se sabem o significado das palavras

“ária” e “cicuta”. Tentem deduzi-lo pelo contexto:

“Enquanto era preparada a cicuta, Sócrates estava aprendendo uma ária

com a flauta. (...) Para aprender esta ária antes de morrer”.

E quem foi Sócrates?

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Compare, então, o que disseram Cândido e Calvino a respeito da função

da literatura, posicione-se perante seus colegas e apresente argumentos para

embasar sua opinião.

Você leu acima a opinião de Calvino sobre a leitura dos clássicos.

O que são os clássicos?

Se achar necessário, consulte um dicionário.

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Compare suas respostas com três definições de Calvino:

Dizem-se clássicos aqueles livros que constituem uma riqueza para quem os tenha lido e amado; mas constituem uma riqueza não menor para quem se reserva a sorte de lê-los pela primeira vez nas melhores condições de apreciá-los. (2007, p. 10) Um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer. (2007, p. 11) Os clássicos são livros que, quanto mais pensamos conhecer por ouvir

dizer, quando são lidos de fato mais se revelam novos, inesperados, inéditos. (2007, p. 12, grifos nossos)

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3ª SEÇÃO

“O direito de ler em qualquer lugar.” (Daniel Pennac)

Agora que você ampliou seus conhecimentos sobre literatura, vamos ler

um conto para você analisar e discutir o uso especial da linguagem literária e a

preocupação estética no modo inocente do menino, na delicadeza e amabilidade

da menina, na insensibilidade do pai.

“Negócio de Menino com Menina”

Ivan Ângelo

O menino, de uns dez anos, pés no chão, vinha andando pela estrada de terra da

fazenda com a gaiola na mão. Sol forte de uma hora da tarde. A menina, de uns nove anos,

ia de carro com o pai, novo dono da fazenda.

Gente de São Paulo. Ela viu o passarinho na gaiola e pediu ao pai:

— Olha que lindo! Compra pra mim?

(...)

O pai olhou para a filha com uma cara de deixa pra lá. A filha pediu suave como se o

pai tudo pudesse:

— Fala pra ele vender.

O pai, mais para atendê-la, apenas intermediário:

— Quanto você quer pelo passarinho?

— Não tou vendendo não senhor.

A menina ficou decepcionada e segredou:

— Ah, pai, compra.

(...)

O homem resmungou "que menino chato" e falou pra filha:

— Ele não quer vender. Paciência.

A filha, baixinho, indiferente às impossibilidades da transação:

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— Mas eu queria. Olha que bonitinho.

(...)

O homem:

— E canta?

— Canta nada. Só faz chiar assim.

— Passarinho besta, hein?

— É. Não presta pra nada, é só bonito.

(...)

O menino chegou pertinho da menina e falou baixo, para só ela ouvir:

— Amanhã eu dou ele pra você.

Ela sorriu e compreendeu.

Por que o menino disse que o passarinho “não presta pra nada, é só

bonito”?

Estabeleça relações com as discussões feitas sobre a função/utilidade da

literatura, defendida por Antônio Cândido, e o sentido estético/valor pela beleza

em si, apregoado por Italo Calvino.

Sugestão: Você pode ver na rede dois trabalhos escolares realizados a

partir desse conto. Acesse e comente:

http://www.youtube.com/watch?v=3hWvflyIYbY. Acesso em 26/11/2013.

http://www.youtube.com/watch?v=yQ1dMkHSvVA .Acesso em 26/11/2013.

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4ª SEÇÃO

“O direito de pular páginas.” (Daniel Pennac)

É isso mesmo que você leu: Pennac diz que o leitor tem o direito de pular

páginas! E qual a sua opinião?

E será que o leitor tem o direito de “perder um livro”? Por quê?

Você vai assistir ao vídeo em que a escritora Heloisa Prieto lê e comenta

como teve a ideia de escrever o conto 'O Livro Imperdível'. Faça hipóteses sobre

os significados de um livro imperdível e qual é esse livro.

Vídeo “O livro imperdível”

Disponível em <http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/heloisa-prieto-le-

comenta-conto-inedito-livro-imperdivel-692990.shtml>. Acesso em 20/10/2013.

Comente também as suas impressões sobre o conto apresentado no vídeo:

emoções que ele despertou em você, opinião sobre “o livro imperdível”, a

confirmação ou não de suas hipóteses, o(s) maior(es) medo(s) do ser humano...

Você tem um livro “imperdível”? Qual?

Reflita sobre a opinião do menino após conhecer “o livro imperdível” e

como você pode relacioná-la com uma das definições de Calvino (2007) sobre os

clássicos: “Os clássicos são livros que exercem uma influência particular quando

se impõem como inesquecíveis (...).” (grifo nosso)

Esses livros inesquecíveis sempre são fáceis de ler? Como se pode

conseguir realizar sua leitura?

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O que você entende por “viagem da leitura”?

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No outro vídeo a ser apresentado a seguir, “A importância dos clássicos da

literatura”, você vai conhecer como são chamados os diferentes tipos de clássicos

e as propostas de leitura. Preste atenção às capas de livros em destaque, à forma

como os clássicos são classificados, se são fáceis de ler ou não e o porquê, e o

que pode ajudá-lo nessa leitura.

Disponível em <http://www.youtube.com/watch?v=RlnEg1uakJc>. Acesso

em 14/10/2013.

Para exercitar o que acabou de conhecer, ou relembrar, iremos até a

biblioteca do colégio e à Biblioteca Cidadã para identificar e manusear clássicos.

Que tal emprestar um para ler em casa? Você já tem a indicação de alguns

clássicos, conhece alguns direitos do leitor – principalmente os de não terminar

um livro ou de pular páginas – então agora pode começar a formar a lista dos

“seus” clássicos!

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5ª SEÇÃO

“O direito de ler em voz alta.” (Daniel Pennac)

Calvino (2007, p. 10) também afirma que “os clássicos são livros que

exercem uma influência particular quando (...) se ocultam nas dobras da memória,

mimetizando-se como inconsciente coletivo ou individual.” (grifos nossos)

Como podemos dizer que o livro está oculto nas dobras da memória? Você

sabe o que é mimetizar?

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Quando se fala em histórias de terror, que narrativas (livros, séries,

novelas, filmes) estão “escondidas” na memória, adaptadas ao inconsciente

coletivo?

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O que você sabe sobre elas?

Por que são chamadas de terror? E há diferença em nomeá-las “horror”?

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O que sentiu ao receber uma carta em sua casa, especialmente para você?

Costuma recebê-las? Foi a primeira vez? E o que pensou sobre o conteúdo da

carta? Imaginou de quem se trata? (p. 29, carta do dia 19 de agosto de 17...).

Já recebeu uma carta, agora você vai receber partes de um texto, como se

fosse um quebra-cabeças, e vai “costurá-las” de forma a ter uma narrativa

coerente e coesa, isto é, com sentido e harmônica, com as ideias unidas. De

acordo com o site http://origemdapalavra.com.br/palavras/texto/, “textus, que

queria dizer ‘narrativa escrita’, originalmente tinha o significado de ‘material

tecido’, do verbo texere, ‘tecer’.” Ou seja, cada fio em seu lugar forma um tecido,

por isso o texto precisa ter as palavras e os parágrafos em seu lugar, para formar

um todo harmônico.

Além de colocar o texto em ordem, vai tentar descobrir, junto com um

colega, a que narrativa se refere.

2. “Vejo pela impaciência e pelo espanto e esperança que seus olhos exprimem, meu

amigo, que você espera ser informado do segredo que descobri; isso não é possível; ouça

pacientemente a minha história e perceberá facilmente por que sou reservado quanto a

esse assunto.”

1. “(...) cansei-me com o excesso de cansaço físico e caí na relva úmida, na doentia

impotência do desespero. Não havia ninguém entre as multidões de homens que tivesse

piedade de mim ou me acudisse; e deveria eu sentir bondade por meus inimigos? Não; a

partir desse momento, declarei uma guerra perpétua contra a espécie e, mais do que tudo,

contra aquele que me formara e me destinara àquela insuportável miséria.”

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Como foi essa primeira leitura? Descobriu de que obra são os trechos?

Comente sobre as dificuldades e acertos.

3. “Sempre me perguntava de onde viria o princípio da vida. Era uma questão audaciosa,

que sempre fora considerada um mistério (...). Para examinar as causas da vida, temos

antes de recorrer à morte. Familiarizei-me com a ciência da anatomia, mas isso não foi

suficiente; tive também de observar a degradação e corrupção naturais do corpo humano.

Em minha educação, meu pai tomara todas as precauções para que a minha mente não

fosse impressionada por terrores sobrenaturais. Não me lembro de ter alguma vez

tremido ao ouvir uma história de superstição ou de ter tido medo da aparição de um

espírito.”

4. “Certa noite, durante minha costumeira visita ao bosque da vizinhança onde obtinha

comida e trazia lenha para os meus protetores, encontrei no chão uma mala de couro

com diversas peças de roupa e alguns livros.”

5. “Quando completei 17 anos, meus pais resolveram que eu deveria estudar na

Universidade de Ingolstadt. Até então, havia frequentado as escolas de Genebra. (...)

Minha partida foi, portanto, marcada para breve, mas, antes que chegasse o dia

escolhido, ocorreu a primeira desgraça da minha vida (...)”

6. “Venha, Victor! Não a remoer pensamentos de vingança contra o assassino, mas com

sentimentos de paz e gentileza que possam curar, e não inflamar, as feridas de nossa

alma. (...)

Seu amoroso e aflito pai,

Alphonse

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6ª SEÇÃO

“O direito de reler.” (Daniel Pennac)

Ouça atentamente a narração destes e de outros fragmentos para verificar

se colocou-os na ordem correta e para entendê-los melhor, pois a cada vez que

lemos um texto podemos compreendê-lo com mais profundidade e perceber

detalhes que antes não havíamos notado. Lembre-se: cada leitura traz

descobertas, conforme diz Calvino.

Fragmentos dos capítulos 3 (p. 39 e 43), 4 (p. 45, 46 e 47), 5 (p. 49), 7 (p.

61), 11 (p. 82, 83), 15 (p. 99 e 101), 16 (p. 105, 108), 20 (p. 125 e 126), 23 (p. 145

a 148. (As páginas sublinhadas são as que se referem mais diretamente às

partes do quebra-cabeças.)

E agora, ficou mais fácil entender a narrativa? Essa segunda leitura, com

mais detalhes, ajudou a confirmar suas hipóteses sobre qual é a obra em

questão?

Continue enriquecendo o seu Dicionário Aterrorizante e o seu

Caderno/Diário de Leituras com frases e/ou passagens literárias preferidas!

Sabendo de qual romance se trata, faça uma leitura da capa do livro.

Compartilhe suas idéias sobre os títulos das histórias, a ilustração e seu

significado.

Ao ler alguns fragmentos de Frankenstein, você já abriu a aldrava e pôde

ter, segundo Antonio Aílton, (2011), “uma relação com o imaginativo, com o mítico

ou o lendário, em suma, uma relação com a dimensão simbólica do ser humano.

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As aldravas, não raro, remetem a um elemento mítico, religioso, sobrenatural ou

da crença popular”. Vamos continuar adentrando as portas desse mundo que atrai

tanto a atenção das pessoas!

Observe o título completo de Frankenstein com mais atenção. O que

significa “ou o Prometeu moderno”? (grifo nosso). Você lembra ou conhece a

história dele? Que relação tem com Frankenstein?

http://www.livrariascuritiba.com.br/frankenstein-o-medico-e-o-monstro-dracula-martin-claret,product,LV294193,3408.aspx. Acesso

em 20/11/2013

PRODUÇÃO TEXTUAL

Leia as propostas para exercitar sua criatividade e então escolha a que

mais atraiu sua atenção:

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a) Aterrorizando em outro gênero

Passe um ou mais trechos de Frankenstein para outros gêneros, como

história em quadrinhos, tira, entrevista (você pode escolher uma das personagens

para entrevistar e um colega pode assumir o papel do entrevistado) ou texto de

opinião (expresse seu ponto de vista sobre as atitudes e sentimentos de Victor ou

do monstro);

b) Capítulo extra

A partir desse momento, você é o autor. Imagine que, em vez de destruir a

fêmea, Victor vai até o fim. Escreva como ela é e como se comporta quando está

frente a frente com o monstro, as reações e sentimentos de ambos. Não se

esqueça de dar um título à sua narrativa nem de usar adjetivos para caracterizar

os monstros e advérbios para contar o modo como se comportam.

Você pode buscar as diversas produções cinematográficas feitas a partir

dessa narrativa de terror e das outras que vamos conhecer; além disso, há

histórias em quadrinhos, músicas e desenhos animados em forma de paródia.

Anote o que encontrar no seu Caderno/Diário de Leituras.

http://www.dreamstime.com/royalty-free-stock-image-cartoon-drawing-frankenstein-image20743816. Acesso em 23/11/13

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7ª SEÇÃO

“O direito de ler uma frase aqui e outra ali.” (Daniel Pennac)

Recebeu a segunda carta (Capítulos 8 e 9, p. 203 a 205)? Como foi dessa

vez? De que parte mais gostou? Ou não gostou?

Nesta seção teremos, em um primeiro momento, a leitura em voz alta pela

professora e/ou bibliotecária do Colégio e depois a leitura colaborativa de outro

clássico do terror: “O médico e o monstro”. Nessa obra, cada capítulo tem um

título bem sugestivo, aos quais prestaremos atenção.

Leitura em voz alta – Trechos dos capítulos 1 (p. 173 e 174), 2 (p. 178,180

e 181), 3 (p. 183), 4 (p. 185 e 186), 6 (p. 192 e 193), 7 (p. 194 e 195), 8 (p. 196,

197, 202) e 9 (p. 208 e 209).

Leitura colaborativa – Trechos do capítulo10 (p. 209 a 221).

Assista a um vídeo sobre uma música também chamada “O médico e o

monstro” e reflita com seus colegas sobre seu significado.

Disponível em <http://www.youtube.com/watch?v=1fgGIawcYyo>. Acesso

em 20/11/2013.

Letra da música disponível em <http://letras.mus.br/resgate/607260/>.

Acesso em 26/11/2013.

Estabeleça comparações dos fragmentos de leitura com a música e com

trechos do filme “O segredo de Mary Reilly”, uma arrumadeira que vai trabalhar na

casa de um médico rico e conceituado, na Inglaterra do século XIX.

Não deixe de alimentar o seu Dicionário Aterrorizante e o seu

Caderno/Diário de Leituras com frases e/ou passagens literárias preferidas!

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PRODUÇÃO TEXTUAL

Selecione uma das propostas de produção e prossiga na sua escrita

assustadoramente criativa:

a) Diário – do médico Dr. Jekyll, da arrumadeira Mary, do monstro Sr.

Hyde...

b) Paródia

c) Música

d) Notícia.

http://www.dreamstime.com/stock-photography-dr-jekyll-mr-hyde-image16865652. Acesso em 23/11/2013

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8ª SEÇÃO

“O direito ao bovarismo (doença textualmente transmissível).”

(Daniel Pennac)

Em cena, Drácula!... que vem aterrorizando (ou encantando?) gerações.

E perdendo seus poderes aterrorizantes.... Será?!

Será que foi ele quem mandou-lhe uma carta? E com trechos de um diário!

Capítulo 4 (p. 269 - 30 de junho, manhã).

Em sala: Leitura em voz alta pela professora e/ou bibliotecária do colégio.

Ouça com o máximo de atenção!

Em casa: Leitura programada: Você vai realizar a leitura de alguns trechos

combinados, para discuti-los em classe nas próximas aulas.

Capítulos 1 (p. 237), 2 (p. 239, 241 e 248), 3 (p. 249, 251, 255, 257 e 259),

5 (p. 271 e 272), 6 (p. 281), 7 (p. 295), 8 (p. 308 e 309), 10 (p. 325), 11 (p. 344 e

345), 12 (p. 360), 13 (p. 372 e 373), 14 (p. 377, 378), 15 (p. 393 a 395), 16 (p. 401

a 403), 19 (p. 428 a 431), 21 (p. 450 a 456), 23 (p. 479 a 481), 24 (p. 495 e 496),

26 (p. 511), 27 (p. 524, 527 a 534).

PRODUÇÃO TEXTUAL

Como estão as invenções de palavras no seu Dicionário Aterrorizante?

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Que tal começar a preparar trechos de Drácula para serem dramatizados

ou narrados para outras turmas? Nesse caso, você e seus colegas serão os

“professores-atores” ou “professores-contadores” de histórias. Enquanto isso,

entreviste o vampiro... se conseguir! Use sua imaginação para formular perguntas

interessantes para um colega que fará o papel de Drácula.

Em seguida, você escolherá uma das propostas abaixo para produzir:

Histórias de terror ou de ficção científica ou para fazer um jornal e distribuir

para outra (s) turma (s). Não deixe de fazer ilustrações assustadoras!

http://www.dreamstime.com/royalty-free-stock-photos-dracula-s-castle-2-image15856078. Acesso em 23/11/2013.

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9ª SEÇÃO

“O direito de se calar.” (Daniel Pennac)

Nesta penúltima seção você será desafiado a ler silenciosamente mais

alguns fragmentos de Drácula e preparar uma dramatização ou contação de

histórias para outras turmas. Não vai amarelar, hein?!

Seja perseverante na produção do seu Dicionário Aterrorizante e do

Caderno/Diário de Leituras.

PRODUÇÃO TEXTUAL

Se optar pela dramatização, planeje os ensaios, maquiagem, figurino,

cenário, entonação de voz, expressão corporal... em um trabalho cooperativo bem

elaborado.

Caso prefira contar histórias, você será o professor e fazer uso de recursos

diversos para despertar o interesse de outras turmas.

http://thumbs.dreamstime.com/z/cartoon-drawing-dracula-20743810.jpg. Acesso em 23/11/2013.

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10ª SEÇÃO

“O direito de ler qualquer coisa.” (Daniel Pennac)

*Visita à biblioteca.

Durante nossos encontros, ao ouvir e ler as narrativas de terror, você deve

ter lembrado de outros livros que falam do mesmo tema. Quais?

Encontrou paródias em desenhos animados, histórias em quadrinhos,

músicas?

Assistiu a produções cinematográficas baseadas nas três narrativas lidas?

Quais?

Sabia que muitas histórias foram justamente inspiradas nos clássicos? E

esse é um bom motivo para você continuar a ler essas narrativas que têm

atravessado gerações e influenciado tantos escritores!

Em conjunto, faremos a avaliação do Caderno de Leituras.

Será que você pode dizer que já tem um, ou mais, clássicos preferidos?

Quer levar outro (s) clássico (s) para ler em casa?

PRODUÇÃO TEXTUAL

A partir dessas três histórias de terror que você conheceu, faremos o Mural

de Recomendações, para que outros alunos também tenham a oportunidade de

conhecê-los, sentir vontade de ler esses clássicos sabendo que é uma leitura que

merece ser feita. Você pode usar também o seu Caderno/Diário de Leitura para

indicar outros livros. Além de escrever, pode ilustrar, fazendo uma transposição

para o gênero publicidade, cuja função é vender algo. Nesse caso, vai ser

vendida a ideia de que vale a pena ler os clássicos!

Bom trabalho!

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E não interrompa suas leituras, continuando a preencher seu

Caderno/Diário, buscando novos desafios, praticando seus Direitos do Leitor, para

que consiga ampliar cada vez mais seus horizontes e ter os “seus” clássicos

preferidos...

Quando isso acontecer, saberei que terei conseguido “inocular o vírus do

amor ao livro”, como disse o mais importante bibliófilo brasileiro, José Mindlin, no

texto “Loucura Mansa” (2004, p. 15), ao referir-se ao seu amor pelos livros. Assim

como ele, eu “desejo que muito mais pessoas possam também desfrutá-lo”, por

isso preparei este material. Que você seja tomado pela loucura mansa e

prazerosa da leitura e do “prazer físico do contato com o livro”. Mas saiba que

ela é incurável!

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Vídeos

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FONSECA, Edi. Leitura de contos de terror. Disponível em

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PRIETO, Heloísa. O livro imperdível. Disponível em

<http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/heloisa-prieto-le-comenta-conto-

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BANDA RESGATE. Música “O médico e o monstro”.

Disponível em <http://www.youtube.com/watch?v=1fgGIawcYyo>. Acesso

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Letra da música disponível em <http://letras.mus.br/resgate/607260/>.

Acesso em 26/11/2013.

Filme

O segredo de Mary Reilly. Direção: Stephen Frears. Roteiro: Christopher

Hampton. Intérpretes: John Malkovich, Julia Roberts, Glenn Close. EUA,

Columbia TriStar, 1996 (106 min).