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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

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Secretária de Educação Estado do Paraná – SEED

Núcleo Regional de Educação de Wenceslau Braz – PR

Universidade Estadual de Ponta Grossa

Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE

AS TECNOLOGIAS COMO POSSIBILIDADE PEDAGÓGICA NA INOVAÇÃO

DA PRÁTICA DOCENTE DE HISTÓRIA

Juliano Rodrigues Monteiro1 Silvana Maura Batista de Carvalho2

Resumo O presente artigo relata o trabalho de implementação do projeto PDE – SEED-PR – UEPG – 2013. O desenvolvimento se deu no formato de oficinas pedagógicas realizadas com professores do Ensino Fundamental e Médio, visando investigar o trabalho dos professores de História quanto à mediação didática na construção do pensamento histórico. Diante das dificuldades apresentadas pelos alunos nessa construção e do professor na condução desse processo em sala de aula, buscou-se pela relação teoria e prática, analisar o uso de Cinema e RPG no ensino de História, para demonstrar a importância de investir na constituição da competência do professor. Verificou-se durante a intervenção e a realização do GTR que o uso do Cinema foi mais bem aceito e pode ser utilizado como material introdutório, para a compreensão de conceitos e, na construção do pensamento histórico. Quanto ao uso do RPG percebeu-se que, ainda necessita maior estudo para o desenvolvimento em sala, devido à pequena duração do tempo pedagógico e a necessidade de apropriação pelos professores para o uso adequado. Destacou-se também , tanto entre os professores envolvidos nas atividades trabalhadas na escola, como aqueles que participaram do GTR, que o trabalho com o cinema e com o RPG são um excelente material estimulador da aprendizagem e, tema relevante a ser tratado na formação docente, inicial e continuada.

1

� Professor PDE, Especialista em Ensino de História – Rede Pública –

Wenceslau Braz - Paraná. 2

� Professora, Doutora, Orientadora – Universidade Estadual de Ponta

Grossa – Paraná.

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Palavras-chave: formação docente - novas tecnologias – ensino de História

INTRODUÇÃO

Educar é colaborar para que professores e alunos nas escolas, transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem. É ajudar os alunos na construção da sua identidade, do seu caminho pessoal e profissional, do seu projeto de vida.[...]. (MORAN, 1998 p. 12).

Assim, segundo Moran , no processo educativo, os sujeitos

envolvidos – alunos e professores – estão em constante aprendizagem, no que

se afere que há exigência de uma visão inovadora sobre o processo de ensino e

aprendizagem. Ainda que compete à escola, em especial, proporcionar

condições e oportunidades para apropriação de “saberes já elaborados” e de

informações complementares, também desenvolvendo métodos próprios de

elaboração que lhes permitam dar significado, ampliar e redimensionar os

conceitos e ideias existentes, de modo a alimentar e estimular o

desenvolvimento pessoal de alunos e professores.

Isto significa dizer que a função social da escola ganhou novas

dimensões, para além da sala de aula e dos muros da mesma, portanto, tem que

atender às necessidades de se abrir para o mundo real e reinterpretar seu papel

dentro desse contexto social. Da mesma forma, é fundamental que essa esteja

atenta às mudanças sociais e aos avanços tecnológicos a fim de beneficiar-se

dos mesmos, com novas propostas que favoreçam o desenvolvimento do

professor e a aprendizagem do aluno, para colocá-los em sintonia com o

momento atual (ALONSO, 2007).

Assim, constata-se que é preciso rever a necessidade de promover a

atualização docente quanto a novos conteúdos históricos a serem trabalhados

nas propostas curriculares, novas metodologias e estratégias didáticas, entre as

quais se ressalta a importância das “Tecnologias da Comunicação” (TIC’s)

visando atingir os objetivos educacionais de construção/ produção do

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conhecimento histórico em sala de aula, com auxílio de recursos

disponibilizados pelo desenvolvimento tecnológico.

Nesse sentido, salienta-se que este artigo tem o intuito de incentivar o

uso das tecnologias no âmbito educacional pois, é fundamental considerar que a

incorporação das TICs, por si só, não tem a propriedade de transformar a

educação, mas pode contribuir para uma prática docente mais dinâmica e

agradável às novas gerações de adolescentes que hoje estão na educação

básica. Dessa forma, se reconhece a relevância em se dar condições favoráveis

à incrementação da prática docente, na realização de oficinas pedagógicas que

proporcionaram um aprofundamento teórico-metodológico sobre os uso das

TICs em sala de aula, e neste caso específico, nas aulas de História.

DESENVOLVIMENTO

Entre as relevantes modificações ocorridas na sociedade ocidental e

consequentemente na sociedade brasileira, em especial, na segunda metade do

século XX, destacam-se o desenvolvimento tecnológico e a diversidade de

ideias veiculadas pela mídia, em suas diferentes formas, as quais têm se

refletido principalmente nas ações dos alunos no contexto escolar. Essas

transformações constituíram-se desafios ao trabalho docente e, revelam a

necessidade de investimentos na formação inicial e continuada de professores,

na qual, entre os diversos aspectos , destacam-se as novas formas didáticas e

metodológicas, como afirma Oliveira

Essa formação proporciona a base para o dialogo com as ciências da educação sobre a mediação didática, mas considerando que sobre essa mediação didática quem deve dar a direção é a área de conhecimento de referência – no nosso caso, a História como se produz História, e se dialoga com a Pedagogia, com a Psicologia da Aprendizagem e com outras áreas de conhecimento ligadas à educação para formar o profissional que precisará em situações de ensino aprendizagem, conhecer os princípios, teorias, saberes que as regem. [...] (2008, p.88).

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Contudo, essa formação só será viável se houver uma maior reflexão na

elaboração dos planejamentos docentes com relação aos componentes que

viabilizam a mediação do professor no processo de ensino visando a

construção do conhecimento histórico pelo aluno, mediação essa norteada por

teorias e metodologias atualizadas sobre e para a produção desse

conhecimento

Nesse contexto abordado sobre a formação do professor, se faz

necessário destacar a formação recebida por estes profissionais em seu curso

de graduação, os quais apresentam certa defasagem quanto as experiências

didáticas com as TIC’s não preparando o profissional para a sala de aula e para

o público escolar com suas características atuais.

Sabe-se que, é preciso estabelecer a relação entre a teoria e a prática,

para a construção de um conhecimento histórico, tendo como base os enfoques

metodológicos e historiográficos, ou seja, do pensar histórico, para formalização

da aprendizagem no ensino de História.

Segundo Basso (apud: OLIVEIRA) “[...] a articulação entre o que se

ensina (o conteúdo) e como ensina (metodologia de ensino) realiza-se pela

mediação de uma concepção de história [...]” (2008, p.45). Entretanto, o

professor precisa proporcionar condições para a construção do conhecimento

histórico, com uma base de reflexão, que traga um significado pessoal e útil para

a vida deste aluno, como comenta Matta sobre o “modo de pensar histórico”:

[...] a história é um produto do pensamento; uma representação mental construída a partir do trabalho intelectual. Consequentemente, representações do passado são o resultado do trabalho dos historiadores. A História é um método, uma resposta elaborada por um pesquisador a partir de documentos e evidências diversas a uma questão levantada sobre o passado, no presente; um ato do pensamento. Sendo assim o trabalho do historiador não é o de criar leis, como em outras ciências; o historiador cria problemas. Se não há problemas, não há História. (2008, p. 56)

Assim, na prática o professor precisa conduzir o processo de ensino e

aprendizagem com métodos que fundamentam o raciocinar histórico e os

procedimentos de interpretação e autoria dos conceitos históricos. E, como

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afirma Martineu o pensar histórico caminha hoje em um novo contexto social

vivenciado por nossos alunos, seja ele tecnológico ou informatizado, assim,

A adoção do pensar histórico como solução para o ensino de história possibilita perceber como as transformações e tendências de ensino-aprendizagem da sociedade atual informatizada e o ensino mais defendido e atraente da História caminham no mesmo sentido. A educação na sociedade informatizada tem caminhado para a aprendizagem coletiva, colaborativa, critica e construtivista, que possibilita o desenvolvimento da autonomia nos alunos e que tem conteúdos dinâmicos. Esta constatação conduz à suposição de que o uso das novas tecnologias da comunicação e informática para organizar ambientes mediadores da aprendizagem em História pode produzir o desenvolvimento do pensar histórico nos alunos [...] (MARTINEU apud: MATTA, 2008, p. 58).

Para isso, os professores precisam capacitar-se, considerando que a

integração das TICs na mediação didática é necessária nesse momento, essas

precisam ser apropriadas ao processo de ensino e aprendizagem, como afirma

Moran

[...] as tecnologias nos permitem ampliar o conceito de aula, de espaço e tempo, de comunicação audiovisual, e estabelecer pontes novas entre o presencial e o virtual, entre o estar juntos e o estarmos conectados a distância. [...] (2000, p.12).

Portanto, os docentes estão reaprendendo a conhecer, a ensinar e a

aprender a integrar tecnologia e educação. Neste sentido, cabe lembrar das

políticas públicas de investimentos na informatização das escolas, levando

laboratórios e demais recursos digitais por meio de projetos, tais como o

Programa Nacional de Informática na Educação (PROINFO) e o Programa

Paraná Digital. Como também tem apresentado iniciativas para a capacitação de

professores, buscando subsidiá-los para a apropriação dessas tecnologias como

apoio nas diferentes áreas de conhecimento.

Assim a proposta deste projeto está entre as iniciativas de capacitação

para os professores, efetivando a inclusão digital no espaço escolar. A presença

das TIC’s no sistema educacional foi prevista nos Parâmetros Curriculares

Nacionais, nas afirmações de que, “As tecnologias da comunicação, além de

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serem veículos de informações, possibilitam novas formas de ordenação da

experiência humana, com múltiplos reflexos, particularmente na cognição e na

atuação humana sobre o meio e sobre si mesmo [...]. (BRASIL, 1998 p.135)

Portanto, o uso de mídias no ensino de História é essencial pois se tem

nelas uma nova forma de ver, de ler, além de desenvolver habilidades de

compreensão do conhecimento histórico. Nessa perspectiva é que se deu a

implementação do projeto de intervenção, com um grupo de professores de

História e de outras disciplinas como:-Sociologia, Língua Portuguesa e

principalmente de Educação Especial, o que proporcionou uma maior interação

na discussão do projeto, desenvolvido no Colégio Estadual Professor Milton

Benner – Ensino Fundamental e Médio, em Wenceslau Braz – Paraná.

A princípio percebeu-se a necessidade de aprofundar mais o assunto e de

proporcionar uma maior interação sobre as possíveis propostas de trabalho com

o uso de TICs no ensino, a partir da seleção de conteúdos significativos para o

público escolar, com a adequação a situações de trabalho com métodos e

recursos didáticos diversos, vinculando critérios baseados nas condições sociais

e culturais da vida do aluno. (Bittencourt, 2005).

Há de se destacar o interesse dos professores do referido colégio no

processo de inscrição no projeto em busca de conhecimento sobre as

tecnologias. Pois, educar-se para os novos tempos tecnológicos pressupõe um

nível básico de saber operar a máquina, ou seja, o computador e seus

aplicativos e ter a garantia de acesso a essa tecnologia, para professores e

alunos, no espaço escolar. Nesse sentido, destaca-se que, o colégio

proporcionou as condições necessárias para o desenvolvimento das atividades,

na medida dos recursos disponíveis, pois o espaço utilizado era limitado, o

número de computadores em boas condições de funcionamento era pequeno

para o grupo participante e, houve adesão parcial da equipe pedagógica no

decorrer do projeto.

Quanto à metodologia utilizada no trabalho, envolveu primeiramente uma

sondagem à pratica dos professores e as TICs disponíveis no espaço escolar, o

levantamento de hipóteses sobre o uso dessas no ensino de História, a

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proposição das oficinas e de avaliação posterior. Assim foi ofertado aos

professores duas oficinas pedagógicas com a carga horária total de 32 horas,

cumpridas em oito encontros semi-presenciais com os seguintes temas:-

Usando O Cinema e o Vídeo na aula História e, RPG: O resgate da História e do

Narrador. As atividades ocorreram no 1º Semestre e inicio do 2º Semestre de

2014, devido a alterações no calendário escolar.

Na primeira oficina pedagógica fez-se a apresentação da proposta de

pesquisa, da escolha das turmas para o desenvolvimento das metodologias e

realização das oficinas, e, na segunda etapa foram feitas observações do uso

das metodologias apresentadas sendo escolhida para aplicação em sala de aula

de aula, a oficina de “Cinema e Vídeo na Aula de História”, pois os professores

sentiram mais seguros para a sua aplicação, destacando que necessitavam

maior conhecimento sobre a segunda oficina de RPG e do tempo a ser

trabalhado em sala.

Outro aspecto de importância foi observado pelos professores que

participaram do Grupo De Trabalho em Rede (GTR)3 de 2014, com a

participação de docentes de outros estabelecimentos de ensino e municípios do

estado. os participantes tiveram acesso primeiramente, ao projeto e ao caderno

pedagógico, para que os mesmo também puderam tecer reflexões, criticas,

sugestões, bem como, fazer o uso dos instrumentos disponibilizados nos seus

espaços de trabalho, ou seja, em sua prática em sala de aula.

No que diz respeitos aos encaminhamentos metodológicos dos 8

encontros. Cada encontro teve quatro horas de estudos, seguindo os passos

apresentados:1. Leitura prévia dos textos selecionados, 2. Levantamento da

prática social inicial, através de questões. 3. Leitura e discussão de textos. 4.

Análise possibilidades de aplicabilidade e pertinência à realidade escolar. 5.

Avaliação da realização das oficinas em sala de aula. E, 6. Apontamentos e

3

� Grupo de Trabalho em Rede – Ambiente virtual de aprendizagem da

plataforma moodle da SEED/Paraná.

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compromissos possíveis, para a melhoria do processo educativo com uso do

RPG no ensino de História.

A problematização realizada com os professores no primeiro encontro

presencial na semana pedagógica do início do ano letivo de 2014, foi a utilização

de dois recortes do filme o “Sorriso de Monalisa” o qual foi utilizado pelos

diferentes professores, concluindo-se que não existe um modelo simplificado ou

adequado para introduzir o uso de filmes na sala de aula , mas que é

necessário preparar os alunos para uma leitura critica de filmes, começando por

uma reflexão sobre alguns filmes que já haviam assistido e levantando questões

sobre o conteúdo do filme e a relação desse com acontecimentos da realidade

em que estão inseridos.

Outro destaque foi o resultado das discussões e reflexões como os

professores que realizaram o GTR, houve a participação efetiva de 17

professores, os quais entenderam os princípios do projeto, havendo reflexões

importantes sobre o uso de recursos didático-pedagógicos e tecnológicos.

Dentre os diálogos postados nos Diários são destacadas as fala de três

participantes que demonstraram ter se reconhecido como mediadores do uso de

mídias para provocar a atividade de aprendizagem.

Nas afirmações do Professor, aqui identificado pelo número um, nota-se

que tem conhecimento experiência no uso das TIC’s no ensino de História

Como boa [parte] dos educadores, já utilizo boa parte das

propostas do Projeto de intervenção Pedagógica,

principalmente “Usando O Cinema e o Vídeo na aula

História” de maneira rotineira para complementar e atingir

de maneira efetiva o aluno quanto aos conceitos e

conteúdo que pretendo trabalhar com eles (utilizando tanto

vídeos didáticos, e existem muitos como 500 anos,

Grandes Civilizações, Ecce Homo) bem como recortes ou

filmes completos sobre os mais diversos temas). (

Professor um, GTR- 1º semestre 2014)).

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Já quanto à proposta de RPG, o mesmo docente comenta:

Quanto a proposta RPG: O resgate da História e do

Narrador, acredito que também podem auxiliar no processo

de aprendizagem do aluno, porém não tenho grande

conhecimento de como colocar isso em prática. [...] .(

Professor um, GTR- 1º semestre 2014)).

Embora não tenha conhecimento sobre RPG valoriza a utilização desse

jogo , assim como de outras formas de mídias ao comentar:

Enfim novas abordagens despertam a curiosidade, o

desejo por aprender, seja em atividade como a criação de

jogos ou construção de HQ nos computadores (programas

diversos já existem para isso), e assim podemos cada vez

mais dinamizar realmente a vontade de conhecer e

vivenciar a História.[...]. ( Professor um, GTR- 1º semestre

2014)).

Outro professor participante do GTR também comenta sobre a relevância

do projeto PDE em fase de implementação escolar, O que se percebe nos

comentários a seguir apresentados:

Olá, Professor Juliano!!!

O Projeto de Intervenção proposto por você é bastante

significativo, pois precisamos ter outras metodologias que

vão além das utilizadas nas aulas de História. É possível

que algumas das sugestões apresentadas durante o GTR

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sejam aplicadas em nossas aulas. O que precisa ser

levado em conta é que nos falta conhecimento técnico

sobre estas novas possibilidades.

Espero que com suas orientações nós possamos sair

desse estágio tão inicial em relação às novas tecnologias,

já que muitos professores de História assim como eu têm

dúvidas muito primárias sobre essa temática.

Ao ler sua Proposta de Intervenção gostei das sugestões

das oficinas pedagógicas "usando o cinema e vídeo na

aula de História" e "RPG: resgate da História e do

narrador".

Na medida em que as dificuldades sobre a utilização do

laboratório de informática e dos aplicativos da internet

sejam superadas todos os envolvidos no processo de

ensino-aprendizagem saíram ganhando.[...]. ( Professor

dois, GRT- 1º semestre 2014)).

Nas colocações feitas pelo participante dois, é possível observar que o

mesmo reconhece a necessidade de mudança na sua prática em sala de aula

como também da necessidade formação continuada sobre o assunto em

discussão.

Assim como, o professor três ratifica algumas questões apontadas por

alguns de seus colegas.

Os recursos tecnológicos são sem dúvidas importantes

para o ensino e aprendizagem, pois nossos alunos estão

cada vez mais interagindo com essas tecnologias e mídias,

principalmente a digital. Já que elas fazem parte do dia a

dia do estudante, nada mais urgente [do que] trazê-la para

dentro da sala de aula.

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Mas o que é urgente também, preparar o professor para

usá-las de maneira que some vantagens para um

aprendizado de qualidade, mais envolvente e assimilativo,

para complementar o ensino. Devemos ter o pleno domínio

de hardware, software, práticas didático/pedagógicas, isto

é, a capacitação do professor, para que possamos

intermediar junto ao aluno o modo positivo, crítico de como

ele pode usar os recursos tecnológicos e mídias para seu

aprendizado e não apenas como lazer.

É possível sim usar ferramentas tecnológicas nas escolas,

mas temos que observar alguns entraves como: salas de

aulas lotadas, equipamentos defasados, falta de

funcionários que auxiliem o professor, entre outros.

Acredito que este projeto “As tecnologias como

possibilidade pedagógica na inovação da prática docente

em história” vá alavancar metodologias e o interesse dos

profissionais da educação no ensino de história.

Tenho usado documentários, trechos de filmes, músicas,

wi-fi e imagens com meus alunos, mas levo os

equipamentos para a sala de aula e não faço uso do

laboratório de informática, por exemplo. Assim realizamos

análises do material proposto em aula de acordo com o

conteúdo. Claro que seria melhor se déssemos mais

autonomia para o aluno na manipulação do computador em

aula. Eles o usam os da biblioteca para pesquisas e o dos

laboratório para o curso de informática realizado pelo

colégio. ( Professor três, GRT- 1º semestre 2014)).

O depoimento desse docente mostra que o mesmo já vem utilizando essa

prática, mas também reforça novamente a formação do professor em relação ao

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uso de tecnologia e ressalta a importância de trabalhos como este para

alavancar novas metodologias e o interesse dos profissionais da educação no

ensino de história.

Ao emitirem sua opinião em relação à questão “qual é o entrave desta

proposta não se efetivar de fato na prática docente?”, os professores

participantes comentaram que o GTR trouxe para discussão uma reflexão e

apresentou o perfil das maiorias das escolas que estão com seus materiais de

mídia sucateados, sem televisões ou laboratórios de informática disponível ou

que funcionem. E outros laboratórios com poucos equipamentos, muitas vezes

ultrapassados, sem assistência técnica, sem acesso à internet, faltam de

funcionários e a falta de capacitação contínua dos profissionais da educação,

onde muitos estão abandonados a própria sorte, sem substituição de máquinas

danificadas, como também sem assessoramento técnico, que nos últimos anos,

em alguns Núcleos Regionais de Educação (NRE), não vem mais ocorrendo.

Com relação à questão do uso de filmes em sala de aula o problema esta

em que muitas vezes os professores usam filmes como “passa tempo” e o que é

pior às vezes nem é da área, e muitos alunos já estão cansados do uso destes

nas aulas, e outros professores que várias vezes planejaram utilizar filmes ou

vídeos e chega ao momento nada funciona, torna-se frustrante a situação.

Outro apontamento durante a discussão foi que muitos educadores ainda

mantém presente em suas aulas características do Ensino Tradicional e

encontram-se despreparados para essa nova realidade. Assim um dos pontos

relevantes da discussão foi sobre a formação continuada que se faz necessária

a elaboração de políticas públicas voltadas à formação de professores para a

utilização de tecnologias educativas, já nas universidades e na própria escola

voltada às novas tecnologias que vão surgindo.

No contexto também foi mencionado que ao utilizar novas Tecnologias de

Informação e Comunicação em sala de aula, é uma maneira de aproximar o

professor da geração que está nos bancos escolares. Mas o professor deve ter

clareza e compreensão para decidir em quais situações e que tipos de

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tecnologias efetivamente ajudam no aprendizado dos alunos em determinado

momento e determinados conteúdos.

Apresenta também no decorrer da discussão que a utilização das Tics em

sala de aula no Ensino de História é um auxílio na prática educativa, ela não

substitui o professor e sua didática, elas auxiliam, facilitando a aprendizagem,

pois nossos alunos, respondem muito melhor aos estímulos visuais, destacando

que os entraves podem estar em falta de capacitação para professores para o

uso das Tecnologias, o sucateamento das TVs e laboratórios nas escolas, e até

mesmo a falta de interesse de muitos colegas em fazer uso das tecnologias.

Na conclusão da discussão, foi que o projeto vem ao encontro da

realidade atual, pois para concretizar a complexa arte de ensinar e aprender

história deve se preocupar em aprender e usar novas metodologias, e abrir-se

ao diferente, ousar e abrir espaços que possibilite o rompimento com o

tradicionalismo da oralidade. Utilizar dos recursos tecnológicos como

ferramentas de ensino é relevante na contemporaneidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através dos encaminhamentos e hipóteses apresentados neste artigo,

não pretende-se esgotar as reflexões acerca da problemática presente na

prática docente no ensino de História no contexto escolar, tão pouco apresentar

uma receita, como se fosse a única possível de ser seguida, pois nesse sentido

concordamos com Freire, de que no processo educativo o caminho se faz ao

caminhar.

Diante das inúmeras transformações vivenciadas em todos os contextos

sociais, a escola precisa reconstruir novas bases para dar conta de sua função,

e neste contexto é importante ressaltar que a formação do docente deve ter

continuidade no interior das escolas, com um programa bem articulado de

formação continuada. O objetivo da referente proposta foi possibilitar um espaço

de formação, através das duas oficinas ofertadas: “Usando O Cinema e o Vídeo

na de aula História” e “RPG: O resgate da História e do Narrador”.

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Sabe-se que, desenvolver um trabalho de interação e promover posturas

investigativas nos alunos não é um trabalho simples, porém é recompensador. O

desânimo que os estudantes sentem em relação às aulas de História pode ser

resultado, na maioria das vezes, da imposição de um papel de passividade que

a estrutura escolar os obriga a assumir, na organização do sistema de educação

e do espaço escolar que não atende às características e necessidades do

publico escolar atual.

Assim conclui-se que o uso de tecnologias voltadas para a educação é

cada vez mais necessário. Contudo, é de suma importância entender que, uma

boa aula, é aquela que foi pensada e preparada previamente. Os alunos

percebem quando o professor pesquisou, estudou e foi atrás de novas

dinâmicas para a aula. Pois, nos dias atuais, torna-se cada vez, mais difícil

chamar a atenção do aluno para aula, então ter um plano de aula em mãos com

atividades bem preparadas faz toda a diferença.

Como afirma Libâneo (2004) “[...]o planejamento escolar é uma tarefa

docente que inclui tanto a previsão das atividades didáticas em termos de

organização e coordenação em face dos objetivos propostos, quanto a sua

revisão e adequação no decorrer do processo de ensino[...]”. O plano de aula é

um instrumento essencial para o professor elaborar sua metodologia conforme o

objetivo a ser alcançado, tendo que ser criteriosamente adequado para as

diferentes turmas, havendo flexibilidade caso necessite de alterações.

Portanto, o bom planejamento das aulas aliado à utilização de novas

metodologias (Filmes, Jogos, Músicas, Aulas Práticas, Atividades Dinâmicas, e

outros.) contribui para a realização de aulas satisfatórias em que os alunos e

professores se sintam estimulados, tornando o conteúdo mais agradável com

vistas a facilitar a compreensão.

Assim considero que as temáticas metodológicas, Cinema e RPG surgem

nesse cenário educacional como um auxiliador no processo de ensino e

aprendizagem, e de estratégia de abordagem do ensino de Historia, na prática

docente, na qual os professores possam aprendê-los com a finalidade de inovar

suas aulas. Como também reforçar que o uso das tecnologias como

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possibilidade pedagógica na inovação da prática docente no ensino de História,

pode ser efetivada a partir de uma formação em serviço planejada e articulada

dentro da escola, onde o professor possa assumir o papel de mediador na

construção do conhecimento.

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