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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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1 FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

Título: Violência e Indisciplina na escola: um estudo sobre ocorrências

registradas.

Autora Isabel Cristina da Silveira Prandini.

Disciplina / Área Pedagogia – PDE.

Escola de implementação do Projeto

Colégio Estadual Pedro Viriato Parigot

De Souza E.F.M. NP.

Município da escola Marialva – PR.

Núcleo Regional de Educação Maringá – PR.

Professor Orientador Profª Drª Nerli Nonato Ribeiro Mori.

Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Maringá.

Relação Interdisciplinar

Resumo

Esta Unidade Didática objetiva analisar a questão da violência e a indisciplina na escola por ser uma preocupação constante e um problema crescente nos últimos anos entre os educadores, direção e especialistas em educação. Perde-se muito tempo em sala de aula com questões de disciplina em detrimento da interação do aluno com o conhecimento e com a realidade. Abordará neste estudo algumas considerações sobre conceitos, motivos e manifestações da violência e da indisciplina escolar, como também um estudo sobre as principais ocorrências registradas na Coordenação Sócio Educacional e Políticas Públicas do N.R. E de Maringá. Os professores mostram-se um tanto desanimados com relação a alunos cujos problemas disciplinares afetam o bom andamento dos trabalhos em sala de aula, informando que os pais que necessitam estarem presentes nas reuniões escolares são os que menos participam e que os alunos que evadem apresentam problemas de violência e indisciplina, são de difícil convivência,

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pois só conhecem os direitos, mas não cumprem com os deveres. Isto sem contar que os pais, apesar da atuação do Conselho Tutelar, do Núcleo Regional de Educação, alegam não saber o quê fazer com os filhos.

Palavras-chave Violência - Indisciplina Escolar – Professores – Educação.

Formato do Material Didático Unidade Didática.

Público Alvo Diretora, Vice-diretora, Equipe

Pedagógica e Professores.

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PROPOSTA DE MATERIAL DIDÁTICO

APRESENTAÇÃO

Este material faz parte do Programa de Desenvolvimento Educacional –

PDE ofertado aos professores do Quadro Próprio do Magistério pela Secretaria

de Educação do Estado do Paraná. A finalidade da produção didático-

pedagógica é trazer a todos os integrantes da Comunidade Escolar e

Comunidade externa reflexões sobre o problema de violência e indisciplina que

tem constituído um grande desafio para a escola, na qual os alunos não

respeitam seus amigos e professores, e consequentemente, prejudicando sua

aprendizagem levando-os ao fracasso escolar. Diante desse problema que

requer atenção e ações significativas, perguntamos:

- Como se caracteriza a violência e a indisciplina na escola? Queremos

saber quais são as queixas registradas por parte dos pais, alunos e

professores na Coordenação Sócio Educacional do Núcleo Regional de

Maringá.

- Buscaremos entender nos processos (ocorrências) registrados o que a

comunidade caracteriza como violência/agressão e os desdobramentos dessa

no contexto escolar, ou seja, quais as consequências das ocorrências e os

encaminhamentos tomados.

Os professores sentem que a indisciplina é um dos mais frequentes

fatores, que têm contribuído para dificultar o processo ensino-aprendizagem.

Para explicar suas causas deve-se levar em conta tanto a família como a

escola (sua estrutura) e, também, a contextualização de ambos, levando em

consideração que esse problema ultrapassa os limites da escola e que afeta

toda e qualquer classe social.

As instituições escolares funcionam tentando manter a disciplina, através

da organização de filas, repreensão e vigilância, assim como repartição do

espaço. Tudo que os alunos fazem passa pelos olhos classificadores dos

professores, que muitas vezes chamam a atenção, tornando-se a única forma

de relacionamento entre alunos e professores, propiciando, assim, uma

interrupção na criatividade dos educandos fazendo com que estes se

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conscientizem que são incapazes e, às vezes, rejeitam a autoridade exercida

pelos professores.

Por ser o homem um ser social, é necessário que ele se ajuste a certos

padrões exteriores de conduta. A disciplina vem da necessidade de manter um

equilíbrio entre o que o indivíduo quer fazer e o que ele pretende dos outros e

as restrições e limitações impostas pela sociedade em que vive.

O tema disciplina é bastante complexo, uma vez que uma gama de

variáveis influencia o processo ensino-aprendizagem. No entanto, apesar

dessa complexidade, a verdade é que há convergências sobre a necessidade

da disciplina, sem a qual não se pode desenvolver nenhuma atividade

pedagógica significativa, advindo, daí, a importância deste trabalho, respaldado

em concepções teóricas e pesquisa de campo, através de questionários que

embasam a pesquisa.

Esta Unidade Didática consta de abordagens sobre conceitos de

violência e indisciplina, análise da realidade, concepções a serem superadas, a

contradição escolar, liberdade e repressão, a indisciplina em sala de aula e a

postura do professor, como também o inter-relacionamento professor, aluno,

família e escola, frente a este desafio.

VIOLÊNCIA E INDISCIPLINA NA ESCOLA: CONSIDERAÇÔES TEÓRICAS

Segundo Schilling (2005), desde a década de 90 vem aumentando o

nível de violência e indisciplina na escola acarretando angústia e cansaço

emocional nos professores. Estes insatisfeitos e alunos desinteressados com a

aprendizagem.

Este problema é enfrentado pela maioria das escolas brasileira podendo

ser causado por fatores sociais, escolares, familiares e outros.

Para Magalhães (1989), a indisciplina não se define por si, a mesma

surge como a negação de qualquer coisa, seja essa coisa, norma ou padrão

socialmente aceito ou regra arbitrariamente imposta.

O aluno se opõe às normas sociais que estão presentes no seu meio e

demonstra atitudes de desrespeito que acarretam prejuízos na qualidade de

seu desenvolvimento.

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Segundo Vasconcellos, (1995, p. 22):

A escola atualmente tem a função de educar e necessita de apoio de

todos os envolvidos, na qual existem muitas famílias desestruturadas,

com valores e conceitos diferentes em relação à escola, transferindo

responsabilidades para a escola como estabelecer limites,

desenvolver hábitos básicos.

Santos (2002) explica que manter a disciplina e controlar a violência na

escola tem se tornado um grande desafio, dificultando o trabalho dos

professores e meio social. A indisciplina pode ser definida como falta de

normas e limites, pelos alunos. Entendemos como ato indisciplinado aquele

que não corresponde às normas e leis estabelecidas pela sociedade.

Na escola a violência e a indisciplina são caracterizadas como um

comportamento considerado errado, inadequado, que não respeita os limites e

as regras estabelecidas.

Guimarães (1996) coloca uma visão abrangente, com diferentes fatores

que atuam na formação do comportamento e desenvolvimento individual, e que

a escola tem papel fundamental sobre o comportamento e o desenvolvimento

do aluno, pois ensina a agir de forma consciente.

Desta forma a transformação dos alunos dentro da escola, da sociedade

e da família fará com que o problema da violência e da indisciplina sejam vistos

sob uma perspectiva diferente.

A obediência às normas devem ser vistas como ideais democráticos de

justiça e igualdade. A falta de valores ocasiona nas escolas situações que

levam à violência e à indisciplina, por isso é de fundamental relevância que a

escola e os professores auxiliem os alunos a desenvolverem os seus valores e,

assim, agirem de acordo com eles, favorecendo para que adquiram autonomia.

Conforme Aquino (1996) a desigualdade econômica, a diversidade da

população, a formação dos professores e a escolarização obrigatória geram

problemas sociais que refletem no ambiente escolar. Fator este que exige uma

constante mudança na postura da profissão docente e em atitudes que possam

contribuir para a prevenção e diminuição da violência e da indisciplina nas

relações inerentes ao professor, aluno, família e escola.

Quando falamos em violência e indisciplina pensamos somente em

desordem, desrespeito, quando se desfaz uma conduta que não é esperada

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pela sociedade. Guimarães (1996) coloca que indisciplina é um conjunto de

valores que apresentam diferentes sentidos no decorrer dos tempos, e

depende da vivência individual de cada um e do contexto atual do qual faz

parte.

Segundo Viana (2002) entender a violência exige conhecimento de suas

causas, torna-se imprescindível, no campo da educação, fazer o levantamento

da situação atual de forma a contribuir com o corpo gestor escolar, em

particular, e com a sociedade em geral, na verificação dos problemas

relacionados com a violência e na viabilidade de possíveis soluções.

A falta de afeto e de valores está relacionada com a frequente ausência

dos pais, que, em busca da sobrevivência diária para a família, deixam seus

filhos com irmãos mais velhos ou babás, o que reduz cada vez mais o tempo

de convívio familiar entre pais e filhos. Para Araújo (2002). Assim, dentre os

mais variados motivos que podem causar violências rotineiras dentro das

escolas, pode-se destacar a degradação ou desestrutura familiar.

As transformações aconteceram na sociedade, nas famílias e na escola

ao longo da história e apresentam diferentes sentidos que dependem da

vivência de cada um e do contexto em que se encontram inseridos. As causas

da indisciplina podem ser as mais variadas como nos coloca Tiba (1996, p.156-

157):

- Sociais: constantes transformações, necessidades econômicas e as relações mal estabelecidas, conflitos quanto às responsabilidades educativas.

- Escolares: o aluno não se adapta às condições da escola, a escola é vista sem atrativos e sem um objetivo claro e específico.

- Profissionais: professores insatisfeitos, aulas sem motivação, fora da realidade do aluno, desrespeito com as limitações individuais de cada um.

- Estudantis: pode haver muitos motivos como: distúrbios psicossociais, neurológicos, de personalidade, problemas de relacionamento familiar, incompatibilidade às normas.

A questão da violência e indisciplina é muito complexa, e influencia o

processo ensino-aprendizagem, porém mesmo com essa complexidade e com

disciplina é possível realizar um trabalho pedagógico significativo.

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Segundo Aquino, (1998, p. 27) há alguns princípios éticos do trabalho do

professor, que são básicos, a saber:

- o conhecimento, que é o objeto exclusivo da ação do professor. O âmbito de atuação do professor é o essencialmente pedagógico. Portanto, ater-se ao seu campo de conhecimento e suas regras particulares de funcionamento, nunca à moralização dos hábitos, é uma medida fundamental. - a relação professor-aluno, que é o núcleo do trabalho pedagógico, mas é fundamental que seja preservada a distinção entre os papéis de aluno e de professor. É dever do professor, ensinar, como é direito do aluno aprender. - a sala de aula é o lugar onde a educação escolar acontece de fato. É lá também que os conflitos têm de ser administrados, gerenciados. Portanto, mandar o aluno para fora de sala e, ou para fora da escola, é uma prática que precisa ser abolida urgentemente das práticas escolares brasileiras. - o contrato pedagógico é a proposta de regras de convivência, muitas vezes implícitas, que orientam o funcionamento da sala de aula. Precisam ser explicitadas para todos os envolvidos, conhecidas e compartilhadas por todos os inseridos no jogo escolar. Relembrá-las sempre que preciso. É um código de regras comuns que deve ter parceria e solidariedade de todos os envolvidos. O contrato pedagógico é mais que necessário, é uma exigência.

Para que essa ação educativa tenha efeito, a escola tem que direcionar

sua função social, onde todos são responsáveis para resgatar aos valores

voltados para a educação. O desenvolvimento da indisciplina corresponde ao

surgimento de um controle interno, que provoca a assimilação de regras,

criação de limites e desenvolvimento do sentimento de respeito mútuo que vem

a ser a capacidade de respeitar o próximo e ser respeitado.

Fernández (2005, p.74) sugere adotar algumas alternativas, como:

Tratar os problemas de convivência de forma preventiva e

recuperativa das ações antissociais até onde seja possível, evitando

as sanções a todo custo; iniciar uma proposta dos professores e dos

alunos sobre um modus operandi; isolar o problema e tentar

sancionar os alunos de má conduta de forma consistente; prestar a

menor atenção possível aos casos de disciplina e tentar fazer com

que cada professor o resolva isoladamente com seus próprios alunos.

A proposta de intervenção sugerida por Fernández contempla cinco

partes: conscientização, aproximação curricular, atenção individualizada,

participação e organização que podem ser também classificadas como âmbitos

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de atuação que podem ser trabalhadas de forma total (considerada como nível

ideal), parcial ou de forma isolada.

De acordo com Souza (2008) vítima da violência à criança, além de

reproduzi-la, pode reagir através de uma mudança brusca de comportamento.

Falta de atenção, baixa autoestima, variação de humor e agressividade. Estes

são sinais aos quais pais e educadores devem estar sempre atentos.

Geralmente, esta violência é gerada por fatores externos, como famílias

desestruturadas, narcóticos, conflitos sociais, apesar de ocorrer dentro das

escolas.

DESENVOLVIMENTO

Diante da problemática apresentada e considerando os fatores violência

e indisciplina na escola e na sala de aula, tendo o professor como referência,

no interior da escola, foi que sentimos a necessidade de apresentar atividades

que serão desenvolvidas na Implementação Pedagógica.

Propomos como Atividade de Implementação Pedagógica um Curso de

Extensão certificado pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), com carga

horária de 32 horas, distribuído em 8 (oito) encontros, de 4 horas cada, no

período noturno, entre os meses de fevereiro a junho de 2014.

Esse curso será ofertado à Equipe Pedagógica, Direção e aos

professores que atuam no período diurno do Colégio Estadual Pedro Viriato

Parigot de Souza.

Durante os encontros, abordaremos assuntos sobre a violência e a

indisciplina na escola e na sala de aula, utilizando textos, vídeos e

questionários relacionados ao mesmo, de autores altamente conceituados, tais

como: Celso Antunes, Julio Groppa Aquino, Terezinha Azeredo Rios, Márcio

Ferrari e Isabel Fernández, como também serão apresentadas algumas

dinâmicas, tais como:

1º Encontro - Título: Entrevista

Objetivo: Iniciar o processo de integração do grupo, partindo da forma

mais elementar de estabelecer-se um relacionamento: conversa a dois para

quebrar o ”gelo”.

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2º Encontro - Título: Eu sou você

Objetivo: Promover o conhecimento dos membros do grupo, sem o

provável constrangimento de uma auto apresentação.

3º Encontro - Título: Minha outra metade está em você.

Objetivo: Promover a aproximação das pessoas do grupo e incentivar o

diálogo e novas amizades.

4º Encontro - Título: Abrindo janelas

Objetivo: Promover a aproximação dos membros do grupo, através de

um diálogo direcionado, permitindo um maior conhecimento pessoal.

5º Encontro: Título: Relâmpago

Objetivo: Desfazer as “panelinhas”; Formar novas parcerias e amizades.

6º Encontro – Título: Costa com costa

Objetivo: Desencadear no grupo o processo de descontração.

7º Encontro: O feitiço caiu em mim

Objetivo: Exercício de integração, objetivando o lazer e a descontração.

8º Encontro: Título: Papel amassado

Objetivo: Levar os participantes a refletir sobre o seu aprendizado e

avaliar a experiência vivenciada.

As atividades serão desenvolvidas conforme o cronograma abaixo.

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QUADRO 1: CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

ETAPAS

ATIVIDADES

1º encontro 2º encontro

Dinâmica: Entrevista. Apresentação da Produção Didático-Pedagógica. Apresentar coleta de dados colhidos junto à Coordenação Sócio Educacional e Políticas Públicas do N.R. E de Maringá. Anexos – 1º e 2º Questionários. Dinâmica: Eu sou você. Vídeo: Disciplina e Indisciplina na sala de aula do autor: Celso Antunes. Anexo – 3º Questionário. Texto nº 1: A Disciplina em sala de aula, do mesmo autor. Anexo: 4º Questionário.

3º encontro 4º encontro

Dinâmica: Minha outra metade está em você. Leitura e comentários do Texto nº 2: As cinco regras éticas do trabalho docente do autor: Julio Groppa Aquino. Anexo – 5º Questionário. Dinâmica: Abrindo janelas. Vídeo: Indisciplina: O professor e a ética. Da autora: Terezinha Azeredo Rios. Leitura do Texto nº 3: Violência é assunto da escola, sim! Autor: Márcio Ferrari. Comentários.

5º encontro 6º encontro

Dinâmica: Relâmpago. Vídeo: Filme: Pro Dia Nascer Feliz: Direção: João Jardim

Tambelini Filmes. Dinâmica: Costa com costa. Texto nº 4: Modelo de Intervenção. Autora: Isabel Fernández: Conscientização e Aproximação Curricular. Leitura e comentários.

7º encontro 8º encontro

Dinâmica: O feitiço caiu em mim. Continuar o trabalho sobre Modelo de Intervenção: Atenção Individualizada da mesma autora: Leitura, debate e

comentários. Dinâmica: Papel amassado Trabalhar a última parte do Modelo de Intervenção: Participação e organização. Comentários finais. Avaliação do trabalho realizado.

Esperamos que o trabalho a ser desenvolvido possa contribuir para que

os participantes pensem a realidade da escola em que atuam e as relações a

serem estabelecidas com o mundo contemporâneo. Que eles reflitam sobre as

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causas da violência e da indisciplina e possibilidades de práticas educativas

formadoras de pessoas mais acolhedoras do outro, que contemplem a

diversidade de modos de pensar, agir e manifestar.

Um contexto escolar formado nessa perspectiva é essencial para que a

escola possa realizar sua atividade principal, que á a de propiciar o acesso ao

conhecimento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A indisciplina escolar é entendida como resultante das faltas cometidas

pelo aluno, ou a falta de autoridade do professor, sem considerar a escola

como instituição capaz de proporcionar alegria, satisfação e aprendizagem

consistente, correspondendo, assim, às reais necessidades e aspirações do

aluno.

A verdadeira disciplina não é originada de meios exteriores, mas do

íntimo do indivíduo. Seu objetivo principal é desenvolver no aluno autocontrole,

autorrespeito, consequentemente o respeito pelas coisas que o rodeiam.

Constata-se que na realidade, algumas escolas têm sido um fardo para

o aluno, especificamente aquele de nível sócio-econômico-cultural

desprivilegiado. Encarada como “chata”, desprovida de atrativos, instrumento

de incultura e opressão, a escola tornou-se o lugar onde os alunos não

aprendem, repete, evadem e são submetidos ao esquema deficiente de

recuperação, além de completamente infelizes, ocupando os bancos escolares.

Por outro lado, ainda se mede a competência de um professor pela

capacidade de dominar uma sala de aula. Verifica-se que o termo dominar é

usado com frequência e tem a conotação de adestramento. Diante disso, o

quadro que se forma muitas vezes é de um professor infeliz por não atingir

seus objetivos, ou aborrecido pela cobrança que é feita pela direção da escola.

É preciso buscar respostas que se não solucionarem, pelo menos

possam auxiliar e indicar alternativas de como trabalhar com tal dificuldade.

Isto poderá ser feito através de análise da violência e da indisciplina escolar,

abordando quais os fatores responsáveis pela sua ocorrência, destacando

onde e como o fenômeno ocorre e qual o papel do professor, como agente

mediador capaz de adequar suas exigências às expectativas e necessidades

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dos alunos, mostrando que o comportamento indisciplinado está diretamente

relacionado a uma série de aspectos associados à ineficiência da prática

pedagógica, às salas de aula numerosas, à desordem, ao desinteresse. A

preparação deficiente da direção pode, também, acarretar problemas

indisciplinares.

Os alunos indisciplinados precisam de uma ação educativa apropriada,

como a aproximação, o diálogo, a investigação das causas, abertura de

possibilidades de integração no grupo etc. Se for necessário, a sanção por

reciprocidade, qual seja uma sanção que tenha a ver com o comportamento

que está tendo.

Acredita-se que os professores devam ser conscientizados para

efetuarem a observação, análise e expressão da avaliação global de seus

alunos a fim de evitar juízos superficiais, estereotipados, rotulados. É muito

diferente fazer-se um juízo “aluno é assim” ao invés de “o aluno está sendo

assim, tem se apresentado assim”. No primeiro caso, associa-se o

comportamento à essência do aluno; no segundo, entende-se o aluno num

processo de vir a ser, portanto, num dinamismo que admite a mudança.

A rotulação, de um lado, passa a ser um estigma que o aluno leva, e de

outro, favorece acomodação dos professores.

Concluindo, constata-se que a disciplina implica em ação educativa

eficiente, já que, sem esforço, compromisso e engajamento não há

aprendizagem e não é só uma questão de autoridade, nem só questão de

participação, mas sim, a disciplina é fruto de uma prática pedagógica que

resgate, supere e estabeleça relações entre autoridades e participação.

REFERÊNCIAS

ANTUNES, Celso. A disciplina em sala de aula. São Paulo: Paulus, 1998

_______. Vídeo: Disciplina e indisciplina na sala de aula.

http://www.youtude.com/watch?v=Gfa3xIA7mUI. _______. Texto: A disciplina em sala de aula. http:www.celsoantunes.com.br/textos_exibir.php?tipo=TEXTOS8.id=18. AQUINO, Julio Groppa. Indisciplina na escola: Alternativas teorias e práticas.

São Paulo: Summus, 1996.

Page 14: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · Desta forma a transformação dos alunos dentro da escola, da sociedade e da família fará com que o problema da violência e

_______. A indisciplina e a escola atual. Revista da Faculdade de Educação.

Vol. 24 n. 2 São Paulo, 1998.

ARAÚJO, Carla. A violência desce para a escola: suas manifestações no

ambiente escolar e a construção da identidade dos jovens. Belo Horizonte:

Autêntica, 2002.

FERRARI, Márcio. Violência é assunto da escola, sim! Nova escola: nº 197,

nov. Abril, 2006.

FERNÁNDEZ, Isabel. Prevenção da violência e solução de conflitos: o

clima escolar como fator de qualidade. São Paulo: Madras, 2005.

GUIMARÃES, A. M. Indisciplina e violência: ambiguidade dos conflitos na

escola. In: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1996.

MILITÃO, Albigenor. S.O.S.: dinâmica de grupo/albigenor & MILITÃO, Rose.

Rio de Janeiro: Qualitymark, 2012.

RIOS, Terezinha Azeredo. Vídeo: Indisciplina: o professor e a ética.

http:www.youtube.com/watch?v=tnJ4jB2yn-c.

SANTOS, B. Gestão da sala de aula para prevenção da indisciplina: a

importância da formação inicial. Indisciplina e violência na escola. XI Colóquio

na AFIRSE, 2002.

SCHILLING, Flávia. Sociedade da insegurança e violência na escola. São

Paulo: moderna, 2005.

SOUZA, Mirian Rodrigues. Violência nas escolas: causas e consequências.

Caderno Discente do Instituto Superior de Educação – Ano 2, n. 2 -

Aparecida de Goiânia, 2008.

TIBA, Içami. Disciplina: o limite na medida certa. São Paulo: Gente. 1996.

VASCONCELLOS, Celso dos S. Disciplina: construção da disciplina

consciente e interativa em sala de aula e na escola. São Paulo: Libertad, 1995.

VIANA, Pedro N. Ética, indisciplina e violência nas escolas. Petrópolis, Rio

de Janeiro: Vozes, 2004.

Sugestões de Textos

Para ampliar conceitos referentes à violência e indisciplina na escola e

na sala de aula ler textos disponíveis através dos links sugeridos.

A indisciplina e o processo ensino aprendizagem

http:wwwescuta.com.br/leitura.asp?texto_ID=11866. Acesso em: 08/10/13.

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Disciplina é um conteúdo como qualquer outro – Autor: Lino de Macedo

http:wwwrevistaescola.abril.co.br/criança-e-

adolescente/comportamento/disciplina-conteúdo-como-qualquer-outro-431413-

ahtml. Acesso em: 10/10/13.

Gestão escolar: 5 ações para aumentar a segurança nas escolas

http://www.gestaoescolr.abril.com.br./comunidade/cinco-açoes-aumentar-

segurança-escolas-600512-shtml. Acesso em: 14/10/13.

Indisciplina na sala de aula:

http://www.eaprender.com.br/tiki-smartpages_view.php?pageid=1103. Acesso

em 16/10/13.

Indisciplina, bullying e violência escolar

http://wwwrevistaescola.abril.com.br/indisciplina-bullying-violencia-escolar.

Acesso em: 16/10/13.

Mapa conceitual relativo à indisciplina

http://revistaescola.abril.com.br/swf/animação/indisciplina-mapa-conceitoswf.

Acesso em 22/10/13.

Sugestão de Curso por e-mail: Gerenciamento da sala de aula

Inscrição: www.sosprofessor.com.br. Acesso em: 23/10/13.

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ANEXOS

1º QUESTIONÁRIO

DADOS GERAIS

Iniciais do Nome: ______________________.

Data de nascimento: ______/______/______.

Sexo: F ( ) M ( )

Formação:

_________________________________________________________.

Atua no Magistério desde: ______/______/______.

Atua no Colégio desde: ______/______/______.

Disciplina(s):

________________________________________________________.

1) Você já leu algum livro sobre Indisciplina e Violência na escola?

Sim ( ) Não ( ). Se já, de qual autor?

____________________________.

2) Segundo Julio Groppa Aquino, é preciso construir práticas organizacionais e

pedagógicas que levem em conta as características das crianças e jovens

que hoje frequentam as escolas.

Em sua opinião isto hoje é possível?

Sim ( ) Não ( ) Por quê?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

3) É viável, em sua opinião, aplicar uma lei única para todos os casos de

indisciplina?

Explique:

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

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2º QUESTIONÁRIO

1 - Em sua escola há muitos alunos que se evadiram e retornaram

reencaminhados pelo Conselho Tutelar?

______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2 - Foram resolvidos os problemas, ou os atos de indisciplina ainda continuam?

_______________________________________________________________

3 - Quais as atitudes desses alunos ao regressarem à escola?

_______________________________________________________________

1 – Qual o comportamento dos pais em relação ao filho? Atenderam ao chamado da Direção com facilidade? Sim, Não, Por quê?

____________________________________________________________

2 – As atitudes tomadas em relação ao Núcleo Regional de Educação

resolvem os problemas?

_______________________________________________________________

6- E com relação à Patrulha Escolar. Há mudança no comportamento dos

alunos?

_______________________________________________________________

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QUESTIONÁRIO Nº 3 - Pesquisa: Indisciplina e Violência Escolar

Nome: ________________________________________ Idade: __________

Série(s) e disciplina(s) que leciona: __________________________________

Quantos anos de atuação:__________________________________________

O que você entende por violência e indisciplina escolar?

_______________________________________________________________

Para você, quais os motivos que levam à violência ou indisciplina?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Como a indisciplina ou a violência são manifestadas pelos alunos?

_______________________________________________________________

Que medidas você toma ao flagrar o aluno em situação de violência ou

indisciplina?

Coloque-se em lugar do aluno e responda: O que você faria caso fosse

flagrado em situação de violência ou indisciplina?

_______________________________________________________________

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2º Encontro - TEXTO Nº 1: A Disciplina em sala de aula

Autor: Celso Antunes

Outro dia esperava pacientemente na fila minha vez de ser atendido,

quando outro cidadão, sem mais nem menos, se interpôs à frente e

pretextando ser amigo de um dos “pacientes” que a minha frente aguardavam,

insurgiu-se ali se instalou, deixando lá atrás um mundo de resmungos. Minutos

depois, esperávamos todos os elevadores chegar e mal a porta se abriu uma

matilha alvoraçada ingressou no mesmo, atropelando os que de lá saiam.

Não demorou muito, aguardava a hora de embarque e tão logo foi feita a

chamada para o voo, uma porção de passageiros desesperados amontoavam-

se à frente, deixando crianças, idosos e deficientes, com suposta preferência,

entrarem por último. Sorte que os lugares eram marcados e assim não coube

aos primeiros o privilégio da escolha. Entrei no voo por último, suspirando

aliviado e pensando minha sorte em não estar buscando lugar no metrô, que

disputa, com maior sofreguidão, bem mais passageiros.

Confesso que não me habituo a essa rotina agressiva e acho muito

estranho tudo isso, recordando-me de tempos atrás quando havia uma coisa

civilizada chamada “fila” que, agora, parece desaparecido.

Nada de surpreendente no que acima se relata. Não há morador na

cidade grande ou média que não percebe essa evidência, que não sabe de pai

que vai à escola reclamar da falta de disciplina e atira cascas de frutas pela

janela ou estaciona em mão dupla. Ser empurrado, levar cotovelada, tapa na

orelha e xingamento tornou-se comum e quem desejar ficar livre desses

assédios que não tente sair de casa. Ou se aprende a empurrar ou se é

empurrado cada vez mais. Nada disso parece causar estranheza, mas por

paradoxal que possa parecer, existem os que ficam surpreendidos com o

avolumar da indisciplina em sala de aula.

A sala de aula é e sempre foi um espaço que expressa continuidade da

vida, reflexo do entorno. Se assim não for, não será sala de aula verdadeira,

não permitirá que o aluno contextualize em sua existência os saberes que ali

aprende. Ora se a sala de aula é reflexo da sociedade e se a sociedade urbana

perdeu noção de compostura e disciplina, como esperar que a escola

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transforme-se em um aquário social, tornando-se diferente da rua? Se aqui se

fechasse esta crônica, ficaria por certo uma questão essencial. Quer dizer

então que não adianta combater a indisciplina em sala de aula, uma vez que

este espaço reproduz a ausência de disciplina que campeia pelas ruas?

A resposta é claramente negativa

É essencial que se restaure a disciplina em sala de aula, que se faça

desse valor um objetivo a se perseguir, não para que a sala se isole da

sociedade e também não para que a aula do professor fique mais confortável,

mas antes para que ali ao menos se aprenda como tentar modificar o caos

urbano que o desrespeito social precipitou. Mas, como fazer isso?

Em primeiro lugar transformando-se a disciplina em um “valor”, isto é,

fazendo com que seja a mesma vista como uma qualidade humana,

imprescindível e fundamental para as boas relações interpessoais. A disciplina

não pode, jamais, chegar ao aluno como uma ordem, um castigo, um

imperativo que partindo do mais forte, dirige-se ao oprimido em nome de seu

conforto pessoal, mas como ”produto” de debate, reflexão, estudo de caso e

análise onde se descobre a hierarquia de povos disciplinados sobre clãs sem

mando ou sobre sociedades oprimidas.

A Literatura, a História e a Geografia podem se transformar em espelhos

que refletem que a disciplina que se busca não é apenas a que se vê na

relação professor x aluno, mas toda aquela que leva um povo à vitória, um

ideal à concretização.

Depois de uma ampla sensibilização sobre a disciplina enquanto valor

humano cabe uma franqueza cristalina na discussão de regras, princípios,

normas e fundamentos que são essenciais a todos, ainda que funções

diferentes impliquem em regras não necessariamente iguais.

Qual a disciplina ideal na opinião dos alunos? Qual na opinião dos

professores? Quais regras são boas para todos e quais sanções cabem a

quem não as cumpre? Esse diálogo não deve valer somente para se

sensibilizar a classe sobre o valor da disciplina, mas para formalizar verdadeiro

“contrato” que unindo interesses, exigirá reciprocidade.

Em terceiro lugar um sincero convite para que todos os membros da

comunidade – alunos, pais, professores, pedagogos, serventes, etc. – ajudem

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a escola a construir os valores que objetiva. Que se mostre o que a sala de

aula está fazendo e o que se espera que faça o cidadão, que se busquem

algumas simples regras para a comunidade que uniformizando a solidariedade.

Sinaliza, para a construção de um ideal. É a oportunidade para mostrar que o

belo e o bom não são questão de preço, mas ação comportamental de uma

comunidade. É possível imaginar o efeito de um boicote de clientes contra a

instituição pública ou privada que menospreze a disciplina? A construção de

regras implica tacitamente na proposição de sanções quando de sua

infringência, tal como no esporte o descumprir da regra implica na falta, e estas

sanções necessitam menos castigar que orientar menos punir e bem mais

relevar o sentido e a significação de se viver em grupos.

Isto mudará o mundo fora da escola, além do entorno e de sua

comunidade? Ocorrerá a restauração da fila e o voltar do respeito? Impossível

ter certeza, mas ainda sem ela fica a convicção de que se a comunidade não

fizer da sala de aula o seu espelho, ao menos os alunos e mestres desta sala a

transformarão em abrigo sereno que sonha transformar-se em pequenino

modelo para uma comunidade melhor.

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QUESTIONÁRIO Nº 4: Texto A disciplina em sala de aula

Autor: Celso Antunes

Nome: ________________________________________________________.

1) Você acredita, nos dias de hoje, conseguir transformar a disciplina em um

“valor”, para que a mesma seja vista como uma qualidade humana

imprescindível e fundamental para as boas relações interpessoais?

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2) É possível, a seu ver, conseguir em uma sala de aula que os alunos

exponham quais regras são boas para todos e quais sanções cabíveis para

os que não as cumprem?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

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3) Em sua opinião, as atitudes acima serão viáveis para a mudança de

comportamento dos alunos, tendo em vista a participação dos mesmos na

montagem das normas comportamentais?

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3º Encontro - TEXTO Nº 2: As cinco regras éticas do trabalho docente

Autor: Julio Groppa Aquino

Se o professor levar em consideração essas cinco balizas de

convivência no seu trabalho cotidiano, os seus “problemas” disciplinares

deixarão de ser prioritários, uma vez que elas instauram a intervenção do

professor, e não as condutas da clientela, como norte da ação escolar.

Também, em nosso ponto de vista, tratam-se do único antídoto contra o

fracasso escolar ou os tais “distúrbios de aprendizagem”, e até mesmo contra a

terrível falta de credibilidade profissional que nos assola e da qual padecemos

tão severamente nesses últimos tempos, E quais são essas regras?

A primeiríssima regra implica a compreensão do aluno-problema

como um porta-voz das relações estabelecidas em sala de aula. O aluno-

problema não é necessariamente portador de um “distúrbio” individual e de

véspera, mesmo porque o mesmo aluno “deficitário” com certo professor pode

ser bastante produtivo, com outro, não. Temos que admitir, a todo custo, que o

suposto obstáculo que ele apresenta revela um problema comum, sempre da

relação. Vamos investigá-lo, interpretando-o como um sinal dos

acontecimentos de sala de aula. Escuta: eis uma prática intransferível.

A segunda regra ética refere-se à Des-idealização do perfil de aluno,

ou seja, abandonemos a imagem do aluno ideal, de como ele deveria ser,

quais hábitos deveria ter, e conjuguemos nosso material humano concreto, os

recursos humanos disponíveis. O aluno, tal como ele é, é aquele que carece

(apenas) de nós e de quem nós carecemos, em termos profissionais.

A terceira regra implica a fidelidade ao contrato pedagógico. É

obrigatório que não abramos mão, sob-hipótese alguma, do escopo de nossa

ação, do objeto de nosso trabalho, que é apenas um: o conhecimento. É

imprescindível que tenhamos clareza de nossa tarefa em sala de aula para que

o aluno possa ter clareza também da dele. A visibilidade do aluno quanto ao

seu papel é diretamente proporcional à do professor quanto ao seu. A ação do

aluno é, de certa forma, espelho da ação do professor. Portanto, se há fracasso

é de todos; e o mesmo com relação ao sucesso escolar.

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A quarta regra é a experimentação de novas estratégias de trabalho.

Precisamos tomar o nosso ofício como um campo privilegiado de

aprendizagem, de investigação de novas possibilidades de atuação

profissional. Sala de aula é laboratório, sempre! Não é o aluno que não se

encaixa no que nós oferecemos; somos nós que, de certa forma, não nos

adequamos às suas possibilidades. Precisamos, então, reinventar os métodos,

precisamos reinventar os métodos, precisamos reinventar os conteúdos em

certa medida, precisamos reinventar nossa relação com eles, para que se

possa, enfim, preservar o escopo ético do trabalho pedagógico.

A quinta regra ética, e com a qual encerramos nosso percurso, é a

ideia de que dois são os valores básicos que devem presidir nossa ação em

sala de aula: a competência e o prazer. Quando podemos (ou conseguimos)

exercer esse ofício extraordinário que é a docência com competência e prazer

– e, por extensão, com generosidade -, isso se traduz também na maneira com

que o aluno exercia o seu lugar. O resto é sorte. E por falar nisso, boa sorte a

todos!

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QUESTIONÁRIO Nº 5: As cinco regras éticas do trabalho docente

Autor: Julio Groppa Aquino

Nome: _________________________________________________________.

Segundo o autor, em seu texto: As cinco regras éticas do trabalho

docente, ele as expõe bem claras. A este respeito, você:

1) Concorda com a viabilidade, de em sala de aula, um aluno-problema seja

porta-voz das relações estabelecidas no contrato pedagógico?

Sim ( ) Não ( ) Por quê?

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_____________________________________________________________

2) Seria viável questioná-lo, verificando o seu comportamento diverso em

outras aulas? Qual a causa que o leva a se comportar de maneira diferente,

segundo reclamações de outros professores?

3) Você leva a sério o cumprimento do contrato pedagógico? Como?

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4) Você sente prazer em contactar com os alunos? Gosta de sua profissão ou a

escolheu por não ter outra opção? O que realmente desejava cursar?

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5) O que mais a atrai em suas aulas? Elas se desenvolvem como você

gostaria?

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4º Encontro: TEXTO Nº 3: Violência é assunto da escola, sim!

AUTOR: Márcio Ferrari – Revista Nova Escola

Fechar os olhos para assuntos incômodos que afetam toda a

sociedade só dificulta as relações entre professores e alunos e traz reflexos

negativos à aprendizagem.

A grave crise de segurança que atinge as cidades brasileiras é, cada

vez mais, um desafio para os educadores. “A situação piorou na sociedade em

geral, com ações de gangues e grupos armados e disputas entre traficantes

que afetam diretamente a escola”, diz a socióloga Miriam Abramovay, de

Brasília.

No primeiro semestre, os atentados cometidos em São Paulo pela

facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) revelaram um novo

estágio da degradação urbana e também a fragilidade da população diante das

ameaças e da desinformação – as ruas ficaram desertas por causa dos ônibus

incendiados, dos prédios danificados, das dezenas de mortos, entre policiais e

suspeitos, e também graças a uma boataria pesada.

Os acontecimentos levaram parte da população a acordar para um

fenômeno já grave há muitos anos, que atinge com especial perversidade as

crianças e os jovens. Segundo pesquisa do Instituto Cidadania e da Fundação

Perseu Abramo, a violência é o tema que mais preocupa os brasileiros entre 15

e 24 anos (55% do total), à frente de emprego (52%) e Educação (17%).

A pouca importância relativa dada à própria formação evidencia o

descompasso entre o ensino e o “mundo lá fora”. Segundo Ana Paula Corti,

pesquisadora da Ação Educativa, de São Paulo, “a questão está muito

presente no horizonte das gerações mais novas, mas as escolas não

incorporaram como fonte de intervenção pedagógica”.

O desconforto em relação ao assunto é fácil de entender. Trazer os

temas do medo e da agressividade para a sala de aula não parece combinar

com o papel construtivo e pacificador que o universo escolar, com razão,

costuma chamar para si. Mas algumas experiências, descritas nas próximas

páginas, indicam que vale a pena abandonar essa suposta neutralidade e

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encarar uma realidade que, de um modo ou de outro, interfere diretamente na

vida de todos nós.

ATENÇÃO para alguns fatos relatados:

Contra os Estigmas

É comum as escolas reproduzirem os estigmas e as discriminações

sofridos pelos alunos fora delas. Pior ainda, ao falhar na função de ensinar,

elas afastam as crianças e cometem uma das mais nocivas formas de

violência. “Trabalhamos com um aluno idealizado e abstrato”, afirma Flávia

Schilling, autora de um livro sobre o tema. “Na sala de aula, conhecemos seus

nomes e rostos, mas não sabemos de onde vieram seus pais, como vivem,

com quem se relacionam. O espaço escolar acaba habitado por pessoas que

se desconhecem e, portanto, se temem.”

Nas regiões com histórico de violência, principalmente, esses

julgamentos encontram um campo fértil. “É comum tratar todo mundo como

criminoso em potencial”, diz o educador Jailson de Souza e Silva, líder

comunitário do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro.

Quando as crianças não dispõem de um ensino eficiente, sentem-se

sem valor e não enxergam porque continuar ali. “O desgarramento dos que não

aprendem começa muito antes do boletim de fim de ano”, analisa a professora

Esther Grossi. “São esses alunos que terminam por se evadir. Achar que eles

não condizem com o perfil esperado é uma modalidade criminosa de exclusão

social”.

Muitos professores tendem a atribuir suas dificuldades a fatores

externos e mitos, como as “famílias desestruturadas”. “Na verdade, as classes

populares Têm uma divisão de trabalho muito boa para lidar com os desafios

da sobrevivência”, observa Miriam Abramovay.

Não é por acaso que depredações, arrombamentos e furtos respondem

pela maior parte dos atos de violência na escola. Os estudantes não veem

sentido na instituição e, em vez de perceber o lugar como sendo de todos,

consideram que ele é de ninguém.

Tentar combater a violência com polícia e câmeras só piora. “Os jovens

passam a desrespeitar ainda mais o espaço”, diz Miriam. Democratizar a

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escola é o único caminho. “Um bom começo é desenvolver um trabalho de

escuta para perceber o que acontece de fato na vida das crianças”, sugere

Flávia Schilling.

Arte no muro

Cultura de rua, hip hop, quadrinhos, racismo, história da África e da luta

pelos direitos civis nos Estados Unidos são temas de sala de aula na EM

Engenheiro Edson de Aguiar, em Cidade Ocidental, conhecida pelos altos

índices de violência e localizada na região metropolitana de Brasília. O

aprendizado se mistura com a vivência dos alunos e encontra expressão

estética nos grafites que eles criam com spray nos muros de um ginásio

municipal de esportes.

Memória do medo

A distância de São Paulo não impediu que a garotada da EM Bárbara

Falkowski Vieira, em Londrina, produzisse desenhos muito expressivos sobre

os ataques do PCC e o pânico que provocaram. Para a professora Valéria

Lopes Redon, a atividade resultou num aprendizado mútuo.

Chances à paz

A discussão sobre o que os alunos de 4ª série da EMEF Oliveira Viana

conheciam sobre a violência cotidiana levou a sugestões para tentar combatê-

la com hábitos que contribuam para a boa convivência e uma vida saudável e

pacífica. Os tópicos foram reunidos num manual ilustrado. Ele circulará pela

comunidade e ficará disponível na biblioteca.

A escola se localiza no Jardim Ângela, em São Paulo, que já foi

considerado pela ONU o lugar mais perigoso do mundo.

A vida real

A professora Angela Donboski compartilha com alunos da 1ª série da

EM Luciana de Abreu fotos e notícias sobre um tiroteio entre policiais e

assaltantes ocorrido na comunidade em que moram e estudam, em Viamão. Ao

produzir desenhos e textos inspirados nos fatos, as crianças se sentiram à

vontade para comentar a realidade e implicá-la no aprendizado.

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Casos urgentes

O melhor a fazer contra a violência é criar projetos de médio e longo

prazo que levem a compreender e solucionar o problema. Mas há episódios

que pedem atitudes imediatas. Veja como agir nas seguintes situações:

Aluno armado na escola – só converse se sentir que há condições.

Comunique a direção, que deve informar a polícia. Esta precisa abrir processo

no Juizado da Infância e da Juventude.

Ameaça ao professor – faça um boletim de ocorrência (BO), peça

intervenção do Conselho Tutelar, converse com os pais e a comunidade. Em

último caso, é possível pedir a transferência do aluno.

Agressão – informe a direção e faça um BO, de preferência com a

presença de seu superior. Se o agressor tiver menos de 12 anos, é obrigatória

a convocação de um representante do Conselho Tutelar.

Arrombamentos e furtos – o BO é obrigatório, pois a escola é

patrimônio do estado (ou privado).

Suspeita de abuso em casa – é obrigação da escola comunicar o

Conselho Tutelar. O mesmo vale para casos de ausência prolongada do

estudante.

Consumo de drogas – comunique os pais, o Conselho Tutelar e o

Ministério Público.

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6º Encontro - TEXTO Nº 4: Modelo de Intervenção: 1ª e 2ª partes

Autora: Isabel Fernández

Esferas de atuação:

1ª Parte: Conscientização

O primeiro nível e elemento essencial para abordar os problemas de

convivência é a “conscientização”. Chegar “a expressar “aqui temos

problemas” é um passo essencial para começar a abordá-los”, O segundo

passo é “temos de abordá-los”, e um terceiro é “a convivência é um dever

comum”. Esse processo de compreensão exige assimilar que os problemas de

classe trazem uma responsabilidade compartilhada, que começa pelo professor

que os tem e continua com o apoio dos outros professores.

Denominamos este nível de “pensar juntos”. Acreditamos existirem

duas claras propostas de ação:

A coleta de dados, registro de incidentas, verificação de onde é

preciso intervir.

Proposta de criação de normas de maneira compartilhada.

Criação de um sentimento de responsabilidade em comum para favorecer o

clima escolar positivo.

2ª Parte: Aproximação curricular

O segundo âmbito de atuação se denomina: “aproximação curricular”.

Isso significa incluir de forma intencionada dentro do projeto curricular e

programações de áreas, os temas relacionados com o desenvolvimento

sociopessoal, ou seja, explicitar o “currículo escolar oculto” como objetivo

educativo.

A orientação pedagógica e os procedimentos em classe têm um papel

importante. Entretanto, os conteúdos específicos dessa temática também

envolvem um desafio para os educadores. Cognição e emoção podem dar-se a

mão em nossos processos de classe como elementos essenciais para o

aprendizado.

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7º encontro: Continuação de Modelo de Intervenção

3ª Parte: Atenção Individualizada

O terceiro âmbito de atuação é a “atenção individualizada”. Isso quer

dizer que, apesar da boa atuação dos professores, das boas relações que se

acredita existirem na classe, sempre haverá um número de alunos que

precisará de atenção individualizada.

No sistema educativo em vigor, essa atenção se concentra no aspecto

acadêmico de recuperação de conteúdos atrasados, aulas de apoio para o

fracasso escolar, diversificação para os alunos menos capacitados. Somente

existem tratamentos específicos de habilidades sociais para alunos menos

favorecidos e não é frequente o tratamento com psicoterapeutas de alunos com

problemas graves de conduta.

A socialização em grupo e a aplicação de medidas sancionadoras em

casos de indisciplina, além da cuidadosa atenção por parte dos educadores a

alunos com necessidades e condutas desajustadas, hão de ressarcir as

dificuldades de adaptação social de certas crianças. Mas isso nem sempre é o

caso, e cada vez se observa com mais clareza a necessidade de tratamentos

individuais a cargo de psicólogos/terapeutas que ajudam e orientam os

alunos com graves dificuldades de comportamento no meio escolar.

Também se deve entender que os problemas dos alunos muito

desordeiros, agressivos ou antissociais têm marcante caráter familiar, em

grande número de casos. É por isso que as medidas de atenção

individualizada devem passar pelos agentes sociais.

Os assistentes sociais e os educadores de rua complementar o trabalho

educativo de um grupo de professores, ao atender às necessidades sociais e

familiares dos alunos, e, ao mesmo tempo, proporcionar respostas aos seus

problemas. A escola não deve e nem pode suprir essas necessidades.

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8º encontro: continuação de Modelo de Intervenção

4ª Parte: Participação

O quarto âmbito de atuação se denomina “participação”. Nessa parte

explica-se como as atividades de classe não são as únicas proporcionadas em

um centro escolar. A comunidade educativa deveria encontrara momentos se

desculpas e caminhos que possibilitem a “convivência”.

Esses momentos são favorecidos com a criação de atividades de

cooperação, de participação, promovendo protagonistas e responsáveis do

processo, principalmente entre os alunos. Dessa forma cria-se um sentimento

de pertinência de responsabilidade e de identidade pessoal e social.

Esses sistemas de participação podem envolver a institucionalização de

“atividades pró-sociais”, de ajuda e de bem estar entre uns e outros, sem

cair no “favoritismo” ou na petulância. A promoção das atividades

voluntariosas, sua valorização e o status dentro da escola podem melhorar

consideravelmente a qualidade da vida diária de um centro educativo, assim

como os festejos ou as atividades extraescolares.

5ª Parte: Organização

Por último, o quinto âmbito de atuação se refere à “organização”.

Nenhum dos aspectos anteriores pode realizar-se plenamente se não existir

uma organização escolar que sustente e admita as mudanças, que favoreça

momentos de encontros, que impulsione uma revisão das formas de proceder,

etc.

A atitude das equipes diretivas, o programa de horários e os lugares

para levar a cabo as experiências são meios essenciais para poder começar a

abordar de maneira conjunta os problemas de convivência. Também existem

aspectos gerais de organização, como número de alunos, dimensões da

escola, projeto arquitetônico, etc., que são de grande importância.

Podemos resumir o progresso dos diferentes âmbitos como “querer

fazer”, “saber fazer” e “ter condições de fazer”. É muito difícil abordar todos

os âmbitos em sua totalidade e integridade. Entretanto, é possível gerar uma

atitude para o tratamento do conflito a partir da prevenção e de forma conjunta.

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Os resultados estarão em constante revisão e mudanças, pois fazem

parte de um processo; nada é imutável, como também não o são as normas.

Por isso, é preciso cuidar do processo de trabalho e principalmente da

colocação em comum, valorizando as contribuições e a importância de todos

os membros da comunidade.

Nossa opinião é que um clima positivo e com baixo índice de problemas

de disciplina, não resultará da atuação limitada a um só âmbito de atuação. Por

meio de um demorado processo que aborde os conflitos escolares, a partir da

dimensão de múltiplas causas e com diferentes intervenções, é que as

probabilidades de melhor clima relacional aumentam substancialmente.

No modelo que apresentamos, observamos a necessidade de abordar

simultaneamente o currículo e a sua instrução, a organização escolar e as

relações sociais dentro da escola.