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TraduçãoRogério Bettoni

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Copyright © 2010 by Trish MacGregor and RobMacGregorTodos os direitos reservadosTítulo original: The 7 secrets of synchronicity

Todos os direitos desta edição reservados àEditora Planeta do Brasil Ltda.Avenida Francisco Matarazzo, 1500 – 3º andar –conj. 32BEdifício New York05001-100 – São Paulo – SPwww.academiadeinteligencia.com.brhttp://[email protected]

Conversão para eBook: Freitas Bastos

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DADOS INTERNACIONAIS DE

CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO

(CIP)(CÂMARA BRASILEIRA DO LIVRO,

SP, BRASIL)

M127sMacGregor, Trish, 1947-

Os 7 segredos da sincronicidade : um guia paradescobrir significados em grandes e pequenossinais / Trish MacGregor e Rob MacGregor ;tradução: Rogério Bettoni. - São Paulo :Planeta, 2011. Tradução de: The 7 secrets ofsynchronicity

ISBN 978-85-7665-761-3

1. Coincidência. I. MacGregor, Rob. II. Título.III. Título: Os sete segredos da sincronicidade

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11-5820. CDD:133 CDU: 133

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Este livro é para Megan, com amor,sempre.

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INTRODUÇÃO

No início de fevereiro de 2009,começamos a escrever um blog sobresincronicidade que servisse deferramenta de pesquisa e reunissehistórias para este livro. Era nossaprimeira experiência com blogs, e nãosabíamos ao certo como o processofuncionava ou qual seria o retorno dopúblico. Postamos diversas históriaspessoais sobre coincidênciassignificativas e convidamos os leitores a

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contribuir com suas próprias histórias.No final da primeira semana, tivemos

38 acessos, a maioria de amigos efamiliares, mas não recebemos nenhumahistória. Aparentemente, com mais decem milhões de blogs na internet,teríamos de encontrar uma forma dedifundir a existência do nosso. Então,criamos um alerta no Google para otermo “sincronicidade”, e todos os diasdezenas de links para blogs e sites quemencionavam a palavra encheram nossacaixa de entrada. Examinamos todos,procurando histórias dramáticas sobresincronicidade, e pedimos para que as

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pessoas nos mandassem suas histórias.Algumas semanas antes de o blogcompletar um ano, os acessos subirampara quase 50 mil, e havíamos coletadocentenas de histórias. Ficamos surpresosnão só com o grau de interesse, mas como desejo dos leitores de contribuir epermitir que usássemos suas histórias nolivro.

Apesar de as sincronicidades fazeremparte da nossa vida há anos, nossaspróprias experiências com elas semultiplicaram rápida e furiosamentedurante a pesquisa e redação do livro. Écomo se nosso enfoque no assunto

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atraísse as experiências, deixando claroque não poderíamos escrever o livroapenas como observadores “externos”da sincronicidade, mas sim comoativistas “internos”.

Uma noite, por exemplo, Rob estavaeditando uma história sobresincronicidade que continha este trecho:“Bom clima, bons amigos, boa conversa,bom vinho, bons livros e o espaçointermediário”.

Ele parou um instante, enquanto lia aúltima expressão – o espaçointermediário –, e continuou a editar otexto. Na manhã seguinte, abriu a

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autobiografia de F. David Peat,Pathways of chance, na página em que oautor falava sobre sua amizade com ofísico David Bohm. A primeira coisaque Rob leu foi:

“Independentemente de nossosencontros e conversas, andei pensandono que chamo de espaço intermediário.Uma ideia que poderia ser aplicada amuitas áreas, sobretudo para descrevero que acontece quando olhamos umaobra de arte ou lemos um livro deliteratura. É o espaço intermediárioentre o observador e o observado; oespaço do ato criativo que dá vida a um

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poema ou a uma pintura.” E é o espaçoonde nascem as sincronicidades.

Outra sincronicidade aconteceu logodepois, quando um amigo nos visitoupara dar um conselho sobre uma reformana nossa casa. Havia uma infiltração noteto da sala, e achávamos que aquilo eraresultado de um dano causado notelhado pelo furacão Wilma, que atingiunossa região em 2005. Nosso amigo,experiente em seguros e no setor daconstrução civil, disse que, sequiséssemos acionar o seguroresidencial para cobrir o reparo,teríamos de provar que a infiltração

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estava relacionada ao furacão.Trish saiu para pegar a

correspondência e voltou balançando noar o folheto de uma empresa que fazreparos em telhados. Era umapropaganda oferecendo uma inspeçãogratuita. “Se seu telhado foi danificadopelo furacão Wilma, podemos ajudá-locom a documentação necessária paraque a substituição do telhado sejaindenizada”, prometia o folheto. Emboranão tenhamos ido atrás da oferta, ofolheto chegou exatamente quandoestávamos falando sobre o dano notelhado, e ainda mencionava o furacão

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de quatro anos antes.

O mundo da sincronicidadeEsse mundo da sincronicidade temalguns paralelos arrepiantes com apopular série de TV Lost. Nela, umavião cai numa ilha deserta e ossobreviventes veem-se diante de todosos tipos de acontecimentos estranhos,intuições, além de perceber que há, entreeles, conexões sincrônicas do passado.Nada é o que parece. Enquanto aspersonagens lutam para sobreviver,organizando-se como em umacomunidade, suas forças e fraquezasindividuais revelam camadas profundas

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de sua personalidade que complicam oenredo da semana seguinte. Osespectadores ficam intrigados, com umasensação de espanto e cinco milhões deperguntas. A sincronicidade se parecemuito com isso – uma aventura mágicaque expande nossa concepção daquiloque é possível.

Para nós, essa aventura começou nodia 12 de dezembro de 1981. Era nossoprimeiro encontro, e Trish perguntou aRob se já ouvira falar desincronicidade. Ele disse que sim, e,daquele momento em diante, nossa vidamudou.

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Avançamos agora para 1984.Estávamos casados, e tínhamos largadonosso emprego para escrever o tempotodo. Passávamos parte do tempoescrevendo artigos sobre turismo, e nosjuntamos a um grupo de agentes deviagem num passeio de “convivência”.Ainda que o destino, Nashville, nãofosse exatamente nossa primeira opçãode viagem, o passeio era gratuito, eestávamos abertos a qualquer coisa.

Na metade do voo, o ar-condicionadodo avião parou de funcionar, e a cabinerapidamente se aqueceu. Estávamosdesconfortáveis, aborrecidos e famintos.

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O homem sentado perto de nós começoua falar sobre as dificuldades das viagensaéreas, e em pouco tempo estávamostodos reclamando como uns miseráveis.Descobrimos que o homem, que sechamava German, nascera e crescera naAmérica Latina, assim como Trish. Suafamília tinha diversos hotéis naColômbia; ele era dono de uma agênciade viagens em Miami e tinha contatos naAvianca Airlines.

Naquela época, os turistas americanostendiam a evitar a Colômbia e o Perupor causa do desenfreado tráfico dedrogas. A Avianca, por sua vez, buscava

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formas inovadoras de encorajar oturismo nessas áreas. German pensouque a empresa talvez pudesse seinteressar em fornecer passagensgratuitas para escritores de viagem. Elecuidaria da hospedagem e, em troca, osescritores publicariam artigos turísticossobre a Colômbia e o Peru. Nósteríamos de encontrar os escritores,comandar os roteiros, reunir os artigospara serem publicados e enviá-los paraa Avianca. Será que isso poderia nosinteressar?

Graças a essa fortuita sincronicidadede sentarmos perto de German no avião,

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começamos a organizar viagens deaventura para a América do Sul.Fizemos várias viagens de barco nosafluentes do rio Amazonas ecoordenamos diversos passeios a outrosdestinos na América Latina. Todosforneceram material para romances eartigos de viagem e de não ficção.

Em razão da sincronicidade, sentíamosque tudo estava caminhando bem. Emsetembro de 1984, Trish publicou seuprimeiro romance, In shadows, e Robconseguiu um projeto como ghostwriterdo diretor executivo de uma empresasediada em Washington, um contato que

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fizéramos escrevendo artigos pararevistas. Um ano depois, Rob publicouseu primeiro romance, Crystal skull.Nunca mais voltamos para nosso antigoemprego. Durante os 26 anos do nossocasamento, escrevemos seis livros, tantode ficção como de não ficção. Fomospara onde as sincronicidades noslevaram.

Diversas vezes falamos em escreverum livro sobre sincronicidade, mas nãosabíamos como fazê-lo, que tipo deabordagem adotar, ou por onde começar.Carl Jung parecia ser o ponto de iníciomais lógico, tendo em vista que foi ele

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quem cunhou o termo. Porém, com opassar dos anos, outros projetostomaram nosso tempo, e sempreadiávamos o livro. Contudo, nossassincronicidades se multiplicaram.

Uma noite, em janeiro de 2009,começamos a namorar a ideia de novo.Estávamos interessados em casos ehistórias que ilustrassem a mágica e omistério da sincronicidade. Mesmoassim, tivemos problemas em encontrarum tema. Um ou dois dias depois,percebemos que, após todos aquelesanos de experiências com assincronicidades, tomáramos

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conhecimento de certos conceitos sobrea natureza da “coincidênciasignificativa” que não eram aindaamplamente conhecidos oucompreendidos.

Esses conceitos se tornaram ossegredos que discutimos na parte 1 destelivro. Embora eles revelem grande partedo fenômeno, também acreditamos quehaja um elemento mágico ativo pelo qualos seres humanos podem se engajar nasincronicidade e direcioná-la para seuspróprios fins. Essa mágica é o assuntoda parte 2 deste livro.

A tecnologia – internet, blogs e e-mail

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– facilitou nossa pesquisa e possibilitoua coleta de sincronicidades por todo oplaneta. Aparentemente, só fomoscapazes de escrever o livro por causa datecnologia, que nos permitiu fazer novoscontatos e reunir histórias de pessoas domundo inteiro.

Mas o que isso significa?Uma sincronicidade pode simplesmenteservir para afinar nossa percepção,lembrar-nos de que, por trás dasuperfície da vida cotidiana, existe umaunidade e realidade subjacentes quepodem não ser imediatamente óbvias.Pode, ainda, servir como guia, alerta,

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afirmação, inspiração criativa e/ouevidência de individuação e crescimentopsicológico. Ela pode oferecer umvislumbre do futuro e gerar a sensaçãode que estamos no caminho certo, de quetudo corre bem, exatamente da formaque esperávamos. Todas assincronicidades – até mesmo as maissombrias, que nos deixam em estado dealerta – têm uma qualidade misteriosa.

Este livro é um guia para que você setorne mais consciente da sincronicidade.Ele lhe ajudará a decifrar a mensagempor vezes enigmática da sincronicidadee a empenhar-se para a transformação,

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de modo que possa melhorar sua vida eseu bem-estar. Para isso, apresentamoshistórias e práticas de sincronicidadeque o ajudarão a fazer associações einterpretar metáforas e símbolos. Emoutras palavras, o material deste livro oajudará a explorar seu próprioinconsciente na busca de respostas.

Com isso em mente, mergulhe nossegredos e abrace as sincronicidadesque começam a fluir na sua vida. Comodisse Jean Shinoda Bolen no livro TheTao of psychology: synchronicity andthe self, “a sincronicidade mantém apromessa de que, se mudarmos

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interiormente, os padrões da vidaexterior também mudarão”.

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PARTE UM

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Os segredos

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Segredo 1

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O SABER

O primeiro segredo nos mostraque, quando reconhecemos acoincidência comosignificativa, abrimos-nos anovas informações, novaspossibilidades e novos sistemasde crença.

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Sincronicidade: é a união deacontecimentos internos eexternos de uma maneira quenão pode ser explicada pelacausa e efeito, mas que ésignificativa para o observador.

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Vivemos numa época incerta, em que asplacas tectônicas daquilo queconhecemos estão se deslocando e nossosistema de crenças está num fluxoviolento. Mas essa turbulência apresentamuitas oportunidades para crescermos eflorescermos como indivíduos, e“coincidências significativas” ousincronicidades de fato fornecem umsolo fértil para fazermos exatamenteisso.

O primeiro passo é reconhecer ascoincidências quando elas ocorrem econsiderar a possibilidade de que elaspossam ser significativas. Se as

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ignorarmos ou simplesmente asdesprezarmos, considerando-asinsignificantes, perdemos oportunidadesde obter um novo entendimento ou umavisão diferente de algum aspecto danossa vida. Digamos, por exemplo, quevocê não pense há muito tempo emalgum antigo amigo da escola, masdepara com uma foto dele enquantolimpa o armário. No final do dia, vocêrecebe uma solicitação de amizadedesse amigo no Facebook. Qual é amensagem? Que você, talvez, devaretomar a amizade. A mensagem maisampla? Estamos todos conectados em

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um nível profundo.A lista a seguir inclui alguns modos

típicos de sincronicidade que as pessoaspodem vivenciar. Por qual deles você jápassou? Como reagiu? Você descartou oincidente como uma coincidênciainteressante, mas aleatória? Fez algo arespeito?

1. Você faz pesquisas sobre algo quequer adquirir – determinado tipo decarro, por exemplo, ou uma raçaespecífica de cães. De repente,começa a ver o carro na rua, nasestradas ou em estacionamentos, oudepara com pessoas falando

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exatamente sobre aquela raça. Aprincípio, pensa que se trata apenasde uma questão de percepção, isto é,só passou a notar quando surgiu ointeresse. Mas talvez você caminheaté seu carro num estacionamento edescubra que o carro dos seussonhos está parado perto do seu, ehá outro exatamente idêntico dooutro lado. Ou, então, alguémmenciona que um amigo está doandoum cachorro da mesma raça quevocê quer. Neste caso, é mais quepercepção; é sincronicidade.

2. Durante um curto período, um nome

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torna-se recorrente. Parece quetodas as pessoas que o cercam têm omesmo nome – o dentista, o caixa dosupermercado, um vizinho. Numaquestão de horas ou dias, vocêconhece uma pessoa nova, e ela (ouele) tem aquele mesmo nome.

3. Durante uma viagem, você vê umacasa que o encanta. Toda vez quevolta para aquela área, você passapela casa e se pergunta sobre apessoa que mora lá. Depois, numavião, começa a conversar com umpassageiro e descobre que ele é odono da casa que tanto o atraiu.

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4. Você sonha com um determinadoacontecimento, e algo quase idênticoacontece alguns dias depois.

5. Você tem um pressentimento de quedeve fazer um caminho diferentepara o trabalho, e depois descobreque houve um acidente no seu trajetodiário. Então, percebe que ficariahoras preso no trânsito ou talvez atése envolvesse no acidente.

6. Você tem uma ideia para umromance, história, invenção, produtoou serviço, e acredita ser inédita.Em seguida, descobre que duaspessoas diferentes tiveram a mesma

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ideia e o fizeram antes de você.7. Quando olha para o relógio, o

micro-ondas, as horas nocomputador ou até mesmo omostrador digital na esteira decorrida, parece que os mesmosnúmeros, talvez 1h11 ou 9h11,surgem o tempo todo. É como seeles o estivessem perseguindo.

8. Ao pensar ou conversar sobre umpássaro específico, talvez um urubu,um bando passa sobre sua cabeça.Ou talvez esteja pensando em umlivro específico enquanto percorreos corredores de uma livraria e ele

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escorrega da estante e cai aos seuspés. Ou você abre um livro demaneira aleatória e lê uma frase quetrata exatamente da questão que estána sua cabeça.

9. Você perde um objeto, e ele “volta”para você de uma forma que vaicontra todas as possibilidades.

10. Você se sente desestimulado numrelacionamento, no trabalho, na vidafinanceira e está prestes a desistirde tudo. Então, algo inesperadoacontece e você percebe que ascoisas não são tão terríveis assim.

Em cada exemplo, a sincronicidade

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está em funcionamento, e cabe a vocêdecifrar a mensagem. Foi exatamenteisso que o psiquiatra Carl Jung fezquando deparou pela primeira vez comuma coincidência significativa.

Vivenciando a sincronicidadeJung estava tratando de uma jovempaciente, que relatou um sonho no qualalguém lhe dava um escaravelhodourado. Ele sabia que este era umsímbolo de renascimento na mitologiaantiga, e acreditava que o sonho podiaser o presságio de algum tipo derenascimento psicológico que a retiraria

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do racionalismo excessivo que impediao tratamento. Quando estava prestes adizer isso, ouviu um barulho atrás de si,virou-se e viu um inseto batendo contrao vidro. Abriu a janela, pegou o inseto epercebeu que era um besouro, a espéciemais próxima do escaravelho que havianaquela área. Jung contou suainterpretação do sonho, e, daquelemomento em diante, a paciente, até entãoatordoada, começou a melhorar.

Jung ficou tão impressionado quantosua paciente diante do ocorrido. Com opassar dos anos, ele continuouinvestigando o fenômeno e cunhou o

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termo sincronicidade para descreveressas coincidências significativas.

Quando começamos a escrever o bloge pedimos que as pessoas contassemseus relatos, descobrimos rapidamenteque algumas tinham concepçõesequivocadas do que na verdade é asincronicidade. Uma vez que osexemplos muitas vezes definem algomuito melhor do que um dicionário,comecemos com uma história simples.

Enquanto estávamos hospedados numacasa em Florida Keys, dois amigosforam nos visitar: o Robert da cidade deStuart, na Flórida, e o Robert de

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Minneapolis. Certa manhã, um delesprocurava frutas na geladeira e pegouum vidro de mangas em conserva damarca Robert Is Here [Robert está aqui].

“Ei, vocês não vão acreditar nisso. Amanga sabe de nós!”, disse ele, rindo.

Essa sincronicidade não seria nem umpouco interessante se só um Robertestivesse na casa. Mas três homens denome Robert e a descoberta da manga denome incomum foi o suficiente parasurpreender até mesmo o Robert cético,a quem chamamos de Rabbit só paradistinguir dos outros. E isso acaboudespertando Rabbit para a ideia da

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sincronicidade. Alguns dias depois, elemesmo vivenciou uma.

Enquanto estávamos na ilha, Rabbitgostava de andar numa bicicleta quehavíamos encontrado no depósito dacasa. Nela havia um adesivo no qual selia: “Island Bikes – 900 Truman, KeyWest”. Ele falou dessa loja várias vezes,sugerindo que deveria ir até lá. Umanoite, enquanto estávamos a caminho deKey West para jantar, aconteceu depassarmos pela avenida Truman, noquarteirão do número 900, e ficamossurpresos ao ver uma loja de bicicletascom outro nome. Ela estava fechada,

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então seguimos adiante. E aquilo pareciaser o fim da história.

Nós voltamos de viagem, e Rabbitcontinuou na ilha com outro amigo.Durante sua estada, recebeu a visita deum terceiro amigo, Toni, que chegoucom um presente: uma camiseta daIsland Bikes. Nas costas da camiseta,embaixo do nome da loja, estava o novoendereço. Mistério resolvido.Obviamente, Toni não fazia ideia de quefaláramos diversas vezes nos últimosdias daquela mesma loja, ou que Rabbitestava andando numa bicicletacomprada lá. Para finalizar, a camiseta

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tinha listras verde-escuras, vermelhas eamarelas, as cores do movimentorastafári da Jamaica, destino costumeirode Rabbit durante o inverno.

Dois dias depois, Rabbit adentrounossa casa usando a nova camiseta.

“Vejam, tive uma sincronicidade”,disse ele. “Mas o que significa?”

No sentido junguiano do termo, Rabbitvivenciou uma união de acontecimentosinternos e externos de uma maneira quenão pode ser explicada pela causa eefeito, mas que é significativa para oobservador. Certamente ela lhe chamoua atenção, e o fez questionar se as

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coincidências podem ser mais queeventos aleatórios. Depois de passartrês dias ouvindo a gente falar sobresincronicidade, ele estava preparadopara viver uma. Esta é a beleza dofenômeno. Uma vez que nos tornamosconscientes das sincronicidades, elastendem a proliferar. E é simplesmenteimpossível ignorá-las quando começama acontecer com mais frequência.Passamos a procurar respostas, fazerassociações, assim como Jung fez entreo escaravelho dourado, o renascimento esua paciente.

Às vezes, uma única e dramática

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experiência é tudo do que precisamospara sermos despertados para a mágicaque paira o tempo todo ao nosso redor,ou seja, a sincronicidade em constantefuncionamento em nossa vida. Na regiãometropolitana de Minneapolis-SaintPaul, alguns exploradores urbanospassam o tempo explorando cavernas,minas, túneis, telhados e porões. Umdeles, Gabriel Carlson, tem um site ondeescreve sobre sua paixão: exploraresses “espaços intermediários,esquecidos, proibidos”.

Em meados de janeiro de 2006, Gabeteve uma experiência que mudou sua

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vida. Ele e um amigo caminharam atéTomales Point, na Califórnia, a ponta noextremo norte do lado oeste da falha deSan Andreas.

“Estávamos cercados de oceano portrês lados, há quilômetros da estradamais próxima, sendo esbofeteados pelovento que subia até os penhascos, napaisagem mais surreal e estonteante quejá vira. A interação de terra, água, luz evida era de tirar o fôlego, e aproximidade do lugar e do momentoofuscou todas as coisas que eu pensavaserem importantes lá na civilização. Fuilevado à experiência da ‘unidade’ de

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todas as coisas.”Depois da experiência, sua intuição

parecia mais afiada, e uma voz interior oimpulsionou para onde precisava ir.Quando retornou para a Califórnia, ele ealguns amigos foram a um bazar deusados para “garimpar coisas legais”.Gabe logo se interessou por um antigobule, mas não conseguiu explicar porque quis tanto comprá-lo. Eledificilmente passava pela seção deartigos domésticos, e jamais pensara queseria o tipo de pessoa que teria – oucompraria – um bule. “Acabei decidindoaceitar o pontapé inicial da minha

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intuição em Tomales Point e ser guiadopelo instinto, pela mágica ou qualquercoisa que o valha.”

Gabe levou o bule para casa, aindasem saber por que o objeto chamara suaatenção, e preparou alguns saquinhos dechá. O gosto era bom, mas sem nada deespecial. “Fiquei decepcionado pornada ter acontecido alguns dias depoisda compra.”

Depois de uma semana, Gabe resolveudar uma olhada no vão de acesso aoporão de sua casa em Minneapolis,construída em 1912. Durante os oitoanos em que morara na casa, nunca tinha

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sentido vontade de inspecioná-lo, algoincomum para um rapaz que passa otempo livre explorando lugaressubterrâneos.

Havia um alçapão na parede que davaacesso ao vão. Ele encontrou algumascoisas: dois ratos mortos, um forro deplástico, uma velha lata de café, sapatosdecompostos. “Quando passei a mão soba escada, senti uma coisa dura por baixodo plástico empoeirado, um tipo deobjeto abaulado, saliente, acima dosolo.” Ele puxou o objeto, levou-o parafora e tirou, com uma escova, a poeirade um bule de chá desgastado. Foi

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quando percebeu o significado dadescoberta. “O bule que encontreienterrado na minha casa era idêntico aoque comprara no bazar alguns dias antes.O mesmo design, o mesmo tamanho, omesmo material, os mesmos encaixes, omesmo bico. O mesmo bule.”

Gabe era o tipo de cara lógico,racional, cético, um ateu, sem qualquerinclinação para o misticismo. Mesmoassim, seguiu seus impulsos e vivenciouuma sincronicidade tão poderosa que omodificou profundamente. Em um e-mail, que continha anexa a fotografiados dois bules extraordinariamente

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parecidos, ele disse: “Tornei-me alguémque experimenta e aprecia asincronicidade [...] e mudei minhascrenças sobre muitas coisas no mundo.Ele é um lugar muito mais estranho emaravilhoso do que eu ousavaacreditar”. Logo depois de postarmossua história, Gabe deu início ao seupróprio blog sobre sincronicidade econtinuou investigando a natureza dofenômeno.

Decifrando a mensagemDecifrar a mensagem costuma ser aparte mais delicada de qualquer

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experiência de sincronicidade. O que ouniverso está tentando nos dizer?Estamos recebendo um alerta? Aexperiência é a confirmação de algo queestá acontecendo em nossa vida? É asugestão de que devemos tomar um rumodiferente? Por que atraí essa experiênciaespecífica? Qual seu significado maisprofundo?

Digamos que você venha vivenciandouma série de números, como o 8, porexemplo. O que este número significapra você? Qual seu significado secreto?É seu número de sorte? Blayne, nativode Wisconsin, estava pensando em se

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mudar para o Havaí. Pensava nissoquase todos os dias e lia tudo o quepodia sobre aquele distante Estado.Também começou a ver o número 808em todos os lugares, como placas deautomóveis, livros e revistas. Ele nãosabia o significado da experiência, atéque deparou com a resposta: 808 é ocódigo de área do Havaí. Foi como se ouniverso o conectasse sutilmente comseu sonho e o encorajasse a realizá-lo.

Nesta primeira parte do livro, vocêaprenderá não só os segredos dasincronicidade, mas também descobrirácomo decodificar suas próprias

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sincronicidades para enriquecer suavida. Na parte 2, aprenderá como fazeruso da sincronicidade e criar ambientesférteis para que muitas delas aconteçam.

Na sua jornada, você descobrirá queas sincronicidades surgem de muitasmaneiras. Elas podem ser tão simplesquanto pensar em uma palavra e depoisescutá-la assim que liga o rádio ou a TV,ou tão complexas e cheias de camadascomo a sincronicidade do bule de Gabe.Às vezes, uma sincronicidade pareceestar zombando de nós; outras vezes, étão carregada de emoções quanto umgrande romance. As sincronicidades

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costumam tratar de temas amplos evastos comuns a todos nós, o que CarlJung chamou de arquétipos.

Inconsciente coletivo earquétiposAlém da palavra sincronicidade, Jungcunhou dois outros termos que hoje sãobem conhecidos: inconsciente coletivoe arquétipos. Como apontou DeirdreBair em sua biografia de Jung, elechegou a essas teorias porque não eraum psicanalista típico. Jung nunca sesubmeteu a uma análise formal, “masusou seu ‘mito pessoal’ como o ponto de

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partida para formular o que acreditavaserem as verdades objetivas duradouras.Ele justapôs seu mito pessoal aos demuitas culturas díspares, acrescentando,no final, novos termos ao vocabuláriocomum e novos modos de pensar sobreas ideias”.

O inconsciente coletivo é como oDNA da raça humana, um repositóriopsíquico de nossa história comoespécie. Ele contém imagens que Jungchamou de arquétipos, comuns a todasas pessoas, independentemente debagagem cultural, nacionalidade oucrenças religiosas. Encontramos essas

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imagens na mitologia, no folclore, noscontos de fadas, nas lendas, nasalucinações, nas fantasias e nos sonhos:mãe, pai, criança, família, um velhosábio, animal, herói, impostor, sombra,persona. E essas são só as maisuniversais.

Os arquétipos representam nossasexperiências comuns como sereshumanos. Quando efetivamente usadosem filmes e romances, permanecemconosco. Um dos exemplos maisconhecidos de impostor é o Pernalonga.Seu sorriso característico e sua cenourasempre presente são conhecidos no

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mundo todo. O impostor é tambémricamente ilustrado no mágico de Omágico de Oz. Retratado como o todo-poderoso, seu poder não era nada alémde fumaça e espelhos, um truque de luz.Ele também é a incorporação da persona– nossas facetas públicas, as máscarasque usamos para causar impressões nosoutros.

Outro arquétipo vívido é Darth Vader,personagem da saga Guerra nasestrelas. Na verdade, ele incorpora doisarquétipos: o pai e a sombra, aquelaparte instintiva e primitiva de todos nósonde o mal deve morar. Hannibal Lecter,

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de O silêncio dos inocentes, retrata asombra em sua forma mais perversa ecruel.

Com as sincronicidades, vivenciamosos arquétipos de diferentes maneiras, àsvezes como figuras, mas também comopadrões de comportamento, experiênciase situações. A busca é uma situaçãoarquetípica em que o herói embarcanuma jornada para realizar algo – salvara donzela, conquistar o inimigo,reclamar um reinado. Em Guerra nasestrelas, a busca de Luke Skywalker ésalvar a Princesa Leia e, por fim,defender o universo contra Darth Vader.

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Sua busca pessoal pode implicar seraceito por uma universidade desejada,encontrar um companheiro para a vida,vender um romance ou roteiro, ou securar de uma doença.

As sincronicidades geralmenteimplicam arquétipos ou situaçõesarquetípicas, como sofrer a prática debullying no pátio da escola primária, aperda da inocência infantil, onascimento de uma criança, umcasamento ou divórcio, a morte do paiou da mãe. Esses tipos de acontecimentopodem promover sincronicidades quenos arrebatam tão profundamente a

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ponto de sermos forçados a reconhecê-las como algo mais que coincidênciasaleatórias.

O mitólogo Joseph Campbell passoupor uma sincronicidade estonteante, quelembra o escaravelho de Jung, quandoestava lendo sobre o louva-a-deus, umsímbolo heroico da mitologia boxímane.Ele estava em seu apartamento, no 14oandar de um prédio em Manhattan, eteve o ímpeto de abrir a janela, o quefazia raramente. Um louva-a-deus estavaparado ali. Campbell, cuja carreira teveum enfoque voltado para o inconscientecoletivo de Jung e a mitologia, disse que

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o inseto era grande e olhava diretamentepara ele. “A cara dele parecia com a deum boxímane. Fiquei arrepiado!”

Quais são as probabilidades?As probabilidades costumam ser umcomponente importante dasincronicidade. Pense na última vez quevivenciou algo e ficou surpreso com aprobabilidade de aquilo acontecer.Assim como a história do bule de Gabe,a probabilidade o deixou tonto. É o tipode história que se conta num jantar. Elanos desperta para alguma coisa, e talveznos fale sobre buscar o significado mais

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profundo da vida.Probabilidades improváveis chamam

nossa atenção, como o exemplo dos trêshomens de nome Robert que demos noinício do livro. Quais eram as chancesde encontrarmos um vidro de manga emconserva da marca Robert Is Here?Como se não pudesse ser mais estranho,naquela mesma tarde Trish e dois dosRoberts estavam almoçando em KeyWest, sentados a uma mesa na áreaaberta do Pepe’s, quando um homemmais velho chegou com um belo cão daraça golden retriever e se sentou na áreade espera. Como já tiverámos um

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golden, sempre prestávamos atençãoneles. Trish se aproximou e perguntou aodono se podia acariciar o cachorro.

– Mas é claro, ele é bonzinho –respondeu o homem.

– Tivemos de sacrificar o nosso emmaio – Trish lhe disse.

O homem inclinou o rosto,compadecido. Abaixou-se até ocachorro e falou gentilmente:

– Tudo bem, Robert, ela é amiga.– Robert? O nome dele é Robert? – a

mágica do momento fez que Trishvoltasse correndo para a mesa. – Vocêsnão vão acreditar no nome do cachorro.

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Quando Trish contou a história deRobert numa conferência de escritores ea complementou com o apelido deRabbit, uma mulher levantou a mão epediu desculpas por interromper. “Tenhode dizer que no meu romance há umpersonagem chamado Robert Rabbit.”

Quando Anthony Hopkins estavafazendo pesquisas para seu papel nofilme A garota de Petrovka, de GeorgeFeifer, procurou um exemplar do livronas livrarias de Londres. Sem conseguirencontrá-lo, foi para a estação de metrôda Leicester Square, a fim de voltar paracasa. Sobre um dos bancos da estação

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ele encontrou o livro, evidentementeesquecido por outro passageiro.

Esse acontecimento em si éestarrecedor, mas, dois anos depois,quando estava no meio das filmagens emViena, Hopkins foi recebido no set defilmagens por Feifer. O escritormencionou que não tinha mais nenhumexemplar do livro, e lhe contou quehavia emprestado seu último a umamigo, que o perdera em algum lugar emLondres. Feifer ainda disse que ficarachateado, principalmente porque erauma cópia cheia de anotações. Quasesem acreditar que uma coincidência

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assim fosse possível, Hopkins mostrou aFeifer o exemplar que encontrara nometrô. “É este aqui, com notasrabiscadas nas margens?”, perguntou.Era exatamente o livro que o amigo deFeifer perdera.

AvaliandoPense em uma coincidênciasignificativa, um sinal ou um presságioque tenha tido. O que acontecia na suavida naquele momento? Haviaprobabilidades estranhas envolvidas?Aconteceu algo sobre o qual você tenhaconversado com sua família e amigos?

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Quem mais estava envolvido? Aexperiência de Anthony Hopkins, com olivro que procurava, envolveu grandesprobabilidades, e coincidiu com oprojeto cinematográfico no qualtrabalhava na época. E o seu sinal,presságio ou coincidência significativa?Parece ser uma confirmação, um alerta,ou parece estar impulsionando-o numanova direção?

Depois que a escritora Deirdre Bairganhou o Prêmio Nacional do Livro comSamuel Beckett: uma biografia, asincronicidade teve um papelfundamental na escolha de seu novo

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projeto. “De repente, um monte depessoas que não se conheciam, e muitasque também não me conheciam,começaram a perguntar qual seria meupróximo livro e se eu já havia pensadoem escrever sobre Jung.”

Na nota da autora, no início de Jung:uma biografia, Bair diz que ficouincomodada com a forma pela qual onome de Jung continuava surgindo, masreconheceu a influência específica dassugestões como uma sincronicidade. Ecomeçou a pesquisar a vida e a obra deJung. Pareceu o mais certo a se fazer. Ea ironia da sincronicidade foi que ela

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escreveria sobre o homem que cunhou otermo “sincronicidade” e dissertouextensivamente sobre o assunto.

Esses tipos de sincronicidade atingemuma ordem mais profunda no universo, àqual o físico David Bohm deu o nome de“ordem envolvida” ou “ordemimplicada”, um tipo de força primordialque dá origem a tudo no universo. Bohmacredita que até mesmo o tempo sedesenvolve a partir da ordem implicada,e referiu-se à realidade exterior como aordem explicada. A sincronicidade,portanto, é quando o implicado e oexplicado, o interno e o externo,

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coincidem.

Achados e perdidosQuando perdemos algo importante,geralmente ficamos bastanteconcentrados. Não importa o que seja –o carro, a bolsa ou o telefone celular –,queremos de volta. Essa atenção edeterminação obstinada parecemdesencadear uma sincronicidade,permitindo que recuperemos o queperdemos, às vezes por meiosextraordinários e improváveis.

Tim Wallender, que mora emMemphis, no Tennessee, relatou um dos

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exemplos mais inacreditáveis de objetosperdidos e encontrados. Aconteceuquando ele e o irmão trabalhavam namesma ferrovia. O irmão eraengenheiro, e ele, maquinista. No dia doincidente, os dois estavam trabalhandoem trens diferentes.

“Era o primeiro dia desde que aempresa havia fornecido um telefonecelular para cada engenheiro. Oengenheiro com quem eu trabalhavaperguntou quem eu achava que seria oprimeiro a perder o telefone. Eu disseque, sem dúvida, seria meu irmão.”

Alguns quilômetros depois, eles

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tiveram de parar para liberar algunsvagões. Tim disse que estavam a cercade 190 quilômetros de distância de ondeele e o irmão tinham partido, e só o seutrem estava programado para parar ali.“Liberamos os vagões da locomotiva e,quando olhei para baixo, havia umcelular na neve. Meu engenheiro estavalá para ajudar no trabalho, e nós doisnos olhamos e dissemos: ‘Mentira!’.Como era de esperar, tirei a tampatraseira do telefone e havia um adesivocom o nome do meu irmão.”

Naquela noite, Tim ligou para o hotelem que seu irmão estava hospedado em

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Chicago e lhe perguntou onde estava ocelular. Ele respondeu que já oprocurara em todos os lugares, mas nãoconseguira encontrá-lo. “A segundalocomotiva tinha dado problemas, e otelefone deve ter caído do bolsoenquanto ele caminhava para ver o quehavia acontecido. Não sei quais são asprobabilidades de encontrar o telefonedo seu irmão a 190 quilômetros de ondeele saíra e somente alguns minutosdepois de eu dizer que ele o perderia.Ou quais são as probabilidades de pararem cima dele, olhar para baixo eencontrá-lo na neve.”

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Essas histórias parecem sustentar oargumento de que vivemos em umholograma gigante, onde todas asinformações – passadas e futuras – estãodisponíveis para nós. Em uma entrevistapara a revista Psychology Today, ofísico Karl Pribam disse: “Se olharmos[...] para o universo como um sistemaholográfico, chegamos a uma visãodiferente, uma realidade diferente. Eessa outra realidade pode explicarcoisas que até agora continuam semexplicação científica: fenômenosparanormais, sincronicidades, aaparente coincidência dos

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acontecimentos”.

A sincronicidade como umalertaNo livro Planolândia: um romance demuitas dimensões, de Edwin Abbott, osseres conscientes vivem em um mundobidimensional. Um humilde quadrado,que narra a história, sonha que tentaconvencer o rei de um mundounidimensional – a Linhalândia – de queexiste uma segunda dimensão. Mas orude monarca não lhe dá ouvidos.Depois, o quadrado fica desnorteadoquando encontra uma esfera, cuja missão

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é apresentar a profundidade à populaçãoda Planolândia. Por fim, o quadradocomeça a entender a terceira dimensãoquando visita a Espaçolândia.

Do mesmo modo, podemos pensar nasincronicidade como um evento trazidode uma dimensão superior que forneceum vislumbre de uma realidade queexiste além da nossa noção cotidiana decausa e efeito.

Um tema parecido é mostrado no filmePleasantville – a vida em preto ebranco. Um casal de irmãosadolescentes, David e Jennifer,interpretados por Tobey Maguire e

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Reese Witherspoon, é arremessado nomundo em preto e branco de um seriadoda década de 1950, onde a adequaçãoao padrão é o ideal. Mas, quando MarySue, a personagem de Jennifer noseriado, começa a questionar arealidade de Pleasantville perguntandoao seu professor de geografia o queexiste fora da cidade, o mundo insularcomeça a se romper, e, por fim, a corpenetra no mundo.

Novamente, podemos fazer umacomparação com a sincronicidade.Quando nos tornamos conscientes deeventos coincidentes e os reconhecemos

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como significativos, eles acontecem commais frequência, e a “cor” flui no nossoantigo mundo em preto e branco.

Às vezes, a sincronicidade é um alerta,uma forma de nos lembrar que apercepção superior está em jogo.Quando estamos no fluxo, passamos pormais eventos sincrônicos, sentimos maisprazer e menos dor. Reconhecer e seguiro fluxo de coincidências é a nossa viapara um patamar superior. Quando assincronicidades são drásticas, o sistemade crença é radicalmente modificado e avida é profundamente alterada. De vezem quando, salvam-se vidas, e os

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céticos começam a acreditar.Jim, engenheiro mecânico de

Minneapolis, é do tipo lógico ecientífico, que não acredita em camposmísticos. No seu tempo livre, exploracavernas, minas subterrâneas e outroslugares escondidos, e participa domesmo grupo de exploradores urbanosmencionado, do qual Gabe Carlson fazparte.

Jim teve um pesadelo na manhã em queele e alguns amigos viajaram de carroaté Memphis para explorar umaconstrução abandonada. “No sonho, euestava sentado no meio da floresta. Não

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sei ao certo por que estava lá. Perto demim havia uma pilha de galhos secos.Depois de algum tempo, diversas cobrassaíram do matagal de repente erastejaram muito rápido à minha volta.Elas tinham cerca de um metro decomprimento e estavam tão perto demim que pensei que poderiam me matarcom uma só mordida. Acordei numpulo.”

Ele ficou confuso e assustado, mas nãodeu importância ao sonho, e saiu demanhã com seu amigo Mario. Oprimeiro destino era uma área ruralcoberta de árvores no extremo sul de

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Illinois, onde havia muitas minassubterrâneas de sílica. Depois deexplorar duas dessas minas, elesvoltaram para o carro a passos rápidos,ansiosos para alcançar os outros amigosem Memphis. Jim não estava prestandoatenção onde pisava, até que ouviu umsibilar mais à frente. “Eu estavaandando tão rápido que só percebi aenorme cascavel enrolada quando estavaa menos de dois metros de distânciadela.”

Jim ficou paralisado. Ele não tinha amenor ideia de quanto a cobra poderiaser mortal, mas pensou na possibilidade

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de o veneno matá-lo antes que pudesseencontrar ajuda. Deu um ou dois passospara trás, virou para o outro lado e saiucorrendo.

“Quais são as probabilidades deacordar, num susto, de um sonho comcobras e quase seis horas depois me vera poucos metros de uma cascavel navida real? Inacreditável. Uma parte domeu cérebro se recusa a acreditar queisto realmente tenha acontecido. Umaocorrência notável de sincronicidadenão é o suficiente para me fazeracreditar [...], mas me fez pensar noassunto.” O sonho com a cobra foi

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claramente um alerta para Jim.

DESENVOLVENDO APERCEPÇÃO

A melhor maneira de desenvolver apercepção das sincronicidades – e, comisso, ter mais experiências – é registrá-las em um diário ou em um arquivo nocomputador. Sempre que passar por umacontecimento que pareça apenas umacoincidência, leve-o a sério. Descreva-ocom o maior número de detalhes quepuder.

• Anote o dia, a hora e o lugar em que asincronicidade aconteceu.

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• Se houve o envolvimento de mais umapessoa ou grupo, inclua os nomes eo que vivenciaram. Os outrosreconheceram a sincronicidade?

• Descreva como se sentiu no momentoem que aconteceu.

• Tente relacioná-la a eventos queacontecem na sua vida.

• Quais são os símbolos envolvidos?

Depois, pense em como asincronicidade pode ser significativa.

• Ela confirma algo que você estásentindo, fazendo ou pensando emfazer?

• Ela transmite uma mensagem?

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• Ela desperta para um novo caminho?• Ela fornece vislumbres de crenças e da

ordem subjacente na sua vida?• Ela dá dicas sobre certo padrão no seu

comportamento?• Observe outras sincronicidades

relacionadas que envolvam o mesmoassunto.

Com o tempo, talvez você descubraque muitas das suas sincronicidadesestão centradas em temas específicos –altos e baixos emocionais, criatividade,carreira, viagem, família ou amigos,animais e bichos de estimação. Quandoreconhecer como e quando assincronicidades são mais prováveis de

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acontecer, ficará mais fácil atraí-las.Quando uma sincronicidade se repete ouse expande, como na história dos trêshomens de nome Robert, sua percepçãodas probabilidades estranhas aumenta, esua capacidade de aceitar assincronicidades se expande.

A intuição é como um músculo.Quanto mais é usada, mais forte ela fica.Quanto mais forte, maior aprobabilidade de vivenciarmossincronicidades com mais frequência eaprendermos a usá-las como umabússola para nos orientar em nossopróprio caminho pela vida.

No seu diário, formule uma pergunta

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simples e específica. Em vez de “Paraonde está indo essa relação?”, pergunte:“Qual a verdadeira natureza dessarelação?” Ou então, em vez de perguntarse conseguirá um novo trabalho,pergunte se é o trabalho certo para você.Pense na sua pergunta periodicamente àmedida que lê os próximos capítulos.No final do livro, você terá umaresposta usando a intuição.

Minha pergunta:____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Segredo 2

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O CORAÇÃO

O segundo segredo revela queas sincronicidades estãoprofundamente entrelaçadasàs nossas emoções.

“E se valorizássemos assensações tanto quanto oraciocínio, da maneira como

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os eventos sincrônicos nosincita a fazer?”

– ROBERT H. HOPCKE,NÃO HÁ ACASOS

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Numa sociedade que atribui o mais altovalor à mente objetiva, ao raciocíniocom o lado esquerdo do cérebro e àrazão, as emoções costumam ser vistascom certa suspeita, como um poluente dealgum tipo. No entanto, a próprianatureza de uma sincronicidade ésubjetiva e emocional. Ela nos impele ainvestigar partes de nós mesmos quetalvez não estejamos prontos paraexplorar – ou que não desejemosexplorar. De vez em quando, assincronicidades começam com umimpulso para fazer algo que nuncafizemos antes. Foi o que aconteceu com

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o escritor Kurt Vonnegut.Certa manhã, muito antes de surgir a

internet e os telefones celulares,Vonnegut sentiu-se compelido a ligarpara o cunhado, para quem jamais ligaranem tinha motivos para tal. “Saí derepente do escritório [...], passei pelocorredor até chegar à cozinha e fiz uminterurbano para meu cunhado.” Ele nãofazia ideia de que o homem tinhamorrido momentos antes.

Enquanto o telefone chamava,Vonnegut ouviu uma notícia de últimahora no rádio sobre um trem que seprecipitara numa ponte levadiça aberta

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em Nova Jersey. Embora seu cunhadonunca pegasse o trem, Vonnegut soubeinstantanea- mente que ele era um dospassageiros. Uma hora depois, o escritorestava a caminho de Nova Jersey, ondesua irmã estava hospitalizada, comcâncer terminal, e os quatro filhos eramagora órfãos de pai.

Antes de o sol se pôr, Vonnegut seencarregara da casa e das crianças. Suairmã morreu no dia seguinte. “Minhaesposa e eu, então, adotamos e criamosos filhos deles.” Algumas semanas antesdo incidente, a esposa de Vonnegutandava repetindo uma ideia estranha:

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“Os refugiados estão vindo, osrefugiados estão vindo.”

O grande KarassO relato de Vonnegut deste eventodramático foi incluído no livro Averdade sobre as profecias, de AlanVaughan. Inicialmente, Vaughan entrouem contato com Vonnegut para saber deonde surgira o conceito de Karass emseu romance Cama de gato. Caso vocênão tenha lido esse brilhante romance deVonnegut, Karass é um grupo de pessoasque trabalham juntas sem saber quefazem parte de um plano cósmico maior.

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A pessoa descobre que faz parte doKarass quando coincidênciassignificativas ocorrem entre ela e osoutros membros do grupo. No entanto,na cosmologia de Cama de gato, épreciso distinguir entre as coincidênciasdo acaso e as significativas. Quem nãoconseguisse poderia estar relacionado aum Granfaloon, um falso Karass.

O impulso de Vonnegut para ligar parao cunhado fora tão forte que ele oreconheceu como significativo e agiu.Aparentemente, sabia que não era umGranfaloon.

Vivenciamos sincronicidades por

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razões que talvez não sejam óbvias deimediato, mas, quando se manifestampelos impulsos, como no caso deVonnegut, precisamos agir, seguir oimpulso. Sim, nosso lado racionalgritará, berrará sobre nossocomportamento irracional, esbravejandodiversos motivos para ignorarmos osimpulsos. Porém, quando estamos emsintonia com a realidade dasincronicidade e entendemos acoincidência como significativa,tornamo-nos participantes ativos de umacamada mais profunda da vida. Quandoignoramos os impulsos, o fazemos por

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nossa conta e risco.Como observou F. David Peat em

Pathways of chance, “assincronicidades podem acontecerquando as pessoas entram em momentosde crise ou mudança, quando estãoapaixonadas, envolvidas em um trabalhoaltamente criativo ou à beira de umcolapso. São momentos em que oslimites da mente e da matéria sãotranscendidos, e as pessoas escapam dasdistinções normais e rigorosas quefazem entre interno/externo,subjetivo/objetivo, alma/matéria”.

Portanto, não é de surpreender que,

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durante esses picos de experiênciasemocionais, as sincronicidades caiam derepente na nossa vida. É como se ouniverso estivesse disposto a nosoferecer um guia, a nos ajudar a seguir adireção correta ou nos alertar de quealgo importantíssimo está logo depoisda esquina e que deveríamos nospreparar para isso. Na terminologia deVonnegut, somos todos parte de umgrande Karass.

DramaO amor pode mover montanhas. Esseprincípio trata da força poderosa e

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dinâmica de nossas emoções e do efeitodessa força no mundo físico. Quandonossas emoções são intensificadas enossas intenções estão focadas, coisasacontecem. As circunstânciasdesencadeiam essas emoções, quepodem variar desde transiçõesdramáticas que alteram toda a nossavida – nascimento, morte, casamento oudivórcio, uma mudança, umacriatividade intensa – a dramas comunsque encontramos no decorrer docotidiano.

Temos aqui algumas situações quevocê, possivelmente, deve ter

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vivenciado. Perceba como cada umaestá conectada a um evento sincrônico, aalgo que talvez você tenha ignorado ousequer percebido quando aconteceu.

1. Você é repreendido ou tem umaavaliação negativa no trabalho, masnão merece. Logo depois, ouve falarque surgiu uma vaga em outraempresa que se encaixa em suashabilidades e experiências. Epercebe que é hora de mudar deemprego.

2. No momento em que uma pessoaquerida morre, o relógio para.Depois dessa morte, você olha com

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frequência para o relógio sempre namesma hora. Talvez encare comouma curiosidade ou como umamensagem de que continuamosconectados aos entes queridosmesmo depois que eles morrem.

3. Durante uma discussão calorosa, aluz pisca, a energia vai embora, umtransformador explode. Ajustaposição dos eventos o despertapara uma percepção mais profundada dinâmica da relação entre você ea outra pessoa.

4. O amigo com quem você divide oapartamento se muda sem nenhum

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motivo. Em vez de se culpar ouculpar o outro, você tenta manter aamizade. Enquanto os dois estãoviajando, você vê uma placa decarro com as suas iniciais e apalavra bom, uma confirmação deque está fazendo a coisa certa.

5. Você tem uma visão ou um sonho deuma pessoa que nunca viu na vida.Algum tempo depois, a encontra.

Pense em um momento emocional dasua vida em que o mundo interior pareceter coincidido com um evento exterior.Você ignorou a experiência econsiderou-a aleatória e sem sentido?

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Ou reconheceu a experiência comosignificativa? Foi capaz de usar asincronicidade para tomar uma decisão?

Sinais e símbolosO grande Karass da sincronicidade falaconosco de muitas maneiras: pelosimpulsos, como no exemplo deVonnegut, mas também pelas emoções,visões, relacionamentos, sonhos,pressentimentos e símbolos.

Em geral, as palavras símbolo e sinalsão usadas indistintamente. Até nosdicionários, às vezes, uma é usada paradefinir a outra. Mas elas, na verdade,

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são bem diferentes. Sinal é qualquerobjeto, ação, evento ou figura quetransmite significado e aponta para algodefinido, tangível, finito, conhecível.Quando nos aproximamos de umcruzamento e vemos o sinal vermelhoem forma de octógono, pisamos no freio.Símbolo é um objeto, imagem, situaçãoou acontecimento que representa outracoisa. Seu significado pleno pode serostensivamente óbvio ou pode nosenganar ou iludir por completo, fugindoda nossa compreensão.

“Todos estamos cercados por umavasta paisagem de símbolos,

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codificados dentro dos acontecimentos efenômenos do dia a dia”, diz Ray Grasseem The walking dream: unlocking thesymbolic language of our lives. Umsímbolo pode aparecer como uma figurapeculiar numa nuvem, o vislumbreinesperado de um animal, a descobertade um objeto incomum, uma mensagemoculta transmitida numa conversa casual.Grasse chama isso de “símbolosambientais”, que carregam mensagens epistas sobre os padrões da vida. Odesafio está em reconhecê-los einterpretá-los. À medida que tomamosconsciência deles e compreendemos sua

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significância, pouco a pouco vamosaprendendo a linguagem dos símbolos enos tornando capazes de desvendar asmensagens dessas sincronicidades commais facilidade.

Robert Hopcke, em Não há acasos,relata um incidente espetacular queocorreu com um homem que se consultoucom ele enquanto ainda trabalhava comoestagiário. O cliente havia sidodominado pela mãe a vida inteira eacreditava que todos à sua volta –inclusive Hopcke – só queriam controlá-lo e dominá-lo, assim como sua mãefizera. Então, eles chegaram a um

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impasse na terapia.Num domingo chuvoso, pela manhã,

Hopcke apareceu para a sessão marcadanormalmente e, logo depois do início,houve um corte de energia. Entravabastante luz pela janela da sala, entãoeles prosseguiram com a sessão comode costume – indo a lugar nenhum –, eHopcke decidiu tentar uma abordagemdiferente. Disse que chegara lá duranteuma tempestade e agora conduzia asessão sem eletricidade no prédio. Seráque ele aguentaria essa situaçãodesagradável se não estivesse de fatopreocupado com o bem-estar do seu

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cliente?À medida que Hopcke prosseguia

nesse mesmo estado de espírito, ocliente se acalmou, ponderou, erespondeu: “Entendo. Talvez você seimporte, e talvez nem tudo se trate deenergia”.

No mesmo instante a energia foirestabelecida, iluminando a sala.Hopcke explicou que a falta de energia eo início da sessão na escuridão“refletiam o estado emocional de umarelação em que nenhum de nós era capazde encontrar seu caminho para a luz daconsciência”. Mas, uma vez conectado

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emocionalmente com o cliente, e estetendo entendido e se sentido fortalecidode novo, “a sala de repente foi tomadapela energia literal e emocional”.

Hopcke escreveu: “Em todas assincronicidades, o que importa não sãoos ‘fatos objetivos’ das coincidências,mas o impacto emocional que elasexercem nas pessoas envolvidas”.

Impacto emocional. É isso que movemontanhas. E, quando trazemos nossosdesejos e intenções para a equação, amágica acontece. Há momentos em quequeremos algo com tanta veemência edesejamos fazer o que for preciso para a

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mudança acontecer que o universoresponde rápida e literalmente, de umamaneira que não podemos desprezarcomo sendo uma coincidência aleatória.

Quando nossa filha Megan voltou paracursar o penúltimo ano da faculdade,estava um pouco desnorteada por causade uma relação que tivera fim poucosmeses antes. No dia em que voltou parao alojamento, o jovem em questão arecebeu com um abraço apertado, mas,naquele mesmo dia, quando passeavamcom amigos em comum, surgiu umdesconforto entre os dois.

Ela é defensora da lei de atração –

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especificamente por meio de Abraham,guia espiritual de Esther e Jerry Hicks.Então, percebeu a importância de semudar para um lugar onde houvesse“melhores vibrações”. E buscava umaconfirmação de que poderia fazeraquilo.

Naquela tarde, ela caminhou atéSarasota Bay para ver o sol se pôr. Ocelular estava no bolso, e o tecladodesbloqueado. Quem tem um telefonecelular sabe que quando o teclado estádesbloqueado e o telefone no bolso, osmovimentos do corpo podem provocaruma ligação ou digitar mensagens

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aleatórias. O resultado sempre éincompreensível. Mas, enquanto Meganestava sentada no dique, num “momentoperfeito” de otimismo, sentiu o telefonevibrar dentro do bolso.

“Peguei o aparelho esperando ver umachamada”, lembra-se Megan. “Mas, emvez disso, havia uma mensagem escritoACREDITAR 88. Não digitei amensagem. Ninguém a enviou pra mim.Ela foi escrita pelos movimentos do meucorpo, porque o teclado não estavabloqueado. Até a palavra ACREDITARestava escrita corretamente! E 8 é meunúmero predileto; havia dois! Vocês

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chamam isso de sincronicidade. Paramim, significa que eu estava entrandoem alinhamento com a Fonte. Foi umaafirmação.”

O número 8 é o símbolo do infinito. Seos físicos quânticos estiverem certos, sede fato nossas intenções puderem afetara matéria, então a experiência de Meganparece sugerir que, às vezes, esse efeitopode ser muito literal. Enquanto buscavaconscientemente por uma vibraçãomelhor, aquela mensagem lhe confirmouque estava no caminho certo, quepoderia ir além daquele mal-estar.

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Altos e baixosSe quisermos nos beneficiar de umasincronicidade, precisamos, primeiro,reconhecê-la como significativa, depoisseguir as pistas e ver aonde nos levam.Contudo, quando estamos no meio deuma crise, seguir pistas pode não ser tãosimples quanto dar um passo depois dooutro. Às vezes, certas coisas precisamacontecer antes que possamos seguir aspistas.

Esse foi o caso da escritora SharlieWest, cujo marido morreu em 1989. Umano depois, sua mãe teve um derrame, eSharlie precisou enviá-la para uma

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clínica, pois não podia mais cuidar dela.A clínica ficava perto, e Sharlie ia vê-lacom frequência. Certa tarde, duranteuma visita, conversava com a mãequando, do nada, disse: “Eu deveria terme casado com Jimmy B. Ele sempre seimportou comigo”.

A mãe olhou para ela, confusa. Suafilha não mencionava o nome de Jim háquarenta anos. E se lembrou dele. “Eleera completamente apaixonado porvocê”, ela disse. As duas riram. Sharliese esqueceu da conversa, e, três semanasdepois, sua mãe morreu.

Pouco tempo depois, Sharlie estava

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sentada na sala de casa com uma amigaquando, de repente, sentiu que alguémpensava nela. “Foi tão intenso que pudesentir a pessoa na minha mente, e atémesmo ver sua imagem: meia-idade,cabelo grisalho, óculos. Ninguém que euconhecesse. Contei para minha amiga,mas ela deu de ombros e disse que euestava imaginando coisas.”

Então, Sharlie recebeu uma carta decondolências de Jimmy B. Ele lera anota de falecimento da mãe dela nojornal e pegara seu endereço nafunerária. Sharlie estranhou, mas selembrou da conversa que tivera com a

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mãe e ficou maravilhada com ointeressante sincronismo dos eventos.Será que Jimmy tentaria entrar emcontato se não tivesse lido o obituárioda mãe dela?

Quando Jimmy apareceu na sua casa,não muito tempo depois, Sharlie levouum susto. Era o mesmo homem queaparecera em sua visão. No entanto, oJimmy de quem se lembrava tinhacabelos pretos e não usava óculos, porisso seria impossível imaginá-lo nopresente. “Três semanas depois ele foimorar comigo, e hoje, 18 anos depois,ainda estamos juntos. Gostamos de

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pensar que minha mãe nos ajudou.”O que a história de Sharlie tem de

particularmente cativante é que suasincronicidade envolve três grandestransições emocionais num período decerca de um ano: a morte do marido, amorte da mãe e o encontro com quemviria a se casar. “Em acontecimentos doacaso, significativos tanto de maneiraemocional quanto sincrônica, nossaexperiência psicológica de umasincronicidade sempre ocorre parapossibilitar que nos movamos adiante dealguma maneira”, escreveu Hopcke.“Durante esses períodos, a psique às

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vezes nos dá, na forma de coincidênciassignificativas, um meio de ajuda internae psicológica.”

FREUD, JUNG E O ESTALIDOCarl Jung vivenciou umasincronicidade emocional bem forteem 1909, durante um encontro comFreud em Viena. Na época, os doisainda eram amigos, mas havia umatensão subjacente na relação,provavelmente graças ao que Jungdescreveria depois como diferençasessenciais em suas suposições

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fundamentais sobre a psiquehumana. Quando Jung perguntou aFreud sobre suas visões a respeitoda parapsicologia, este descartoucom intensidade o campo inteirocomo sendo um absurdo. Aquilomagoou Jung, cujas pesquisas oestavam levando cada vez maisfundo no mundo da parapsicologia,do mito, da religião e dosimbolismo, e ele respondeurispidamente.

De repente, Jung sentiu como seseu diafragma estivesse queimando,

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e imediatamente houve um estalonuma estante próxima, deixando osdois assustados. Jung sugeriu queera um exemplo de um “fenômenocatalítico de exteriorização”.Quando Freud disse que aquelaconclusão não passava de “meratolice”, Jung previu que aconteceriade novo. E aconteceu.

Ao escrever sobre esse incidenteem sua autobiografia, Memórias,sonhos, reflexões, Jung observouque jamais conversou sobre issocom Freud. A verdade é que ele

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marcou um momento decisivo narelação dos dois. Jung reconheceuque seu caminho estava divergindodo de Freud.

“É como se essa reestruturaçãointerna produzisse uma ressonânciaexterna, ou como se um rompante deenergia fosse propagado de dentropara fora, no mundo físico”,escreveu Peat em Synchronicity: thebridge between mind and matter.“O estalo da estante é um claroexemplo deste tipo deexteriorização.”

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Jung acreditava que assincronicidades atingem um pico nosperíodos em que as profundas forçasinconscientes são ativadas. Issocertamente se encaixa na conjunturaque ele atingiu quando sua obracomeçou a divergir das teorias deFreud. O mesmo é válido para ocliente de Hopcke, quandofinalmente percebeu que nem todospretendiam controlá-lo.

Se não for por amor, pelo queserá?

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O título desta seção é inspirado em umpopular adesivo de carros nos EstadosUnidos. Ele capta a essência do amorcomo uma força da natureza e serve paranos lembrar de que, quando nossasações são motivadas pelo amor – e nãopela amargura, pela raiva, peloressentimento ou qualquer emoçãonegativa –, as sincronicidades quegeralmente acompanham uma tragédiapodem nos oferecer descobertasprofundas, e até mesmo umatranquilização.

Em 1993, Debra Page, umaparanormal da Califórnia, deu à luz sua

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segunda filha, Laryssa. A criança nasceucom uma mutação genética rara eespontânea, e os médicos lhe deramdoze dias de vida. No entanto, Laryssafoi contra todos os prognósticos, e viveupor quase dois anos. Nessa época,Debra e seu marido conheceram pessoasprestativas e maravilhosas numa casa deassistência local. Elas iam até sua casaajudar a cuidar de Laryssa. A criançamorreu em 9 de outubro de 1995.

Em 2007, Debra e o marido estavamtentando encontrar um médico para tratarda doença autoimune crônica de Debra.Um vizinho, que trabalhava na

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administração do maior hospital de SanDiego, colocou-a em contato com umamédica que supostamente era a melhorna região e estava aceitando novospacientes. No dia da consulta, elesestavam esperando, dentro da sala, pelachegada da médica. Quando chegou, elaleu o histórico médico de Debra ecomeçou a chorar. “Eu conheço vocês.Trabalhei como voluntária com aLaryssa.”

De repente, Debra também se lembroudela, uma jovem e doce mulher queperdera a mãe por conta de um câncer.“Todos choraram e se abraçaram.

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Depois ela disse que teve uma filha.Perguntei quando a menina nasceu, e eladisse ‘9 de outubro de 1995’. No mesmodia em que Laryssa morreu. Ficamossurpresas com as coincidências.”

Debra conseguiu aceitar essasincronicidade como um “belo presentedo passado”. Foi como se sua filha lhetivesse estendido a mão para ajudar aencontrar não só a médica de queprecisava, mas uma mulher que tambémtinha cuidado de Laryssa durante seusúltimos dias de vida, e cuja filhanascera no mesmo dia da sua morte.

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Conexões com pessoasNossos relacionamentos nos oferecematmosferas abundantemente estruturadaspara a ocorrência da sincronicidade.Amizades nos conectam a algo maiorque nós, despertando-nos para umcampo misterioso que existe fora dacausa e efeito. Você pode conheceralguém e descobrir que tem interessesparecidos com os dele, que tiveramexperiências semelhantes e atéconhecem algumas pessoas em comum.Pode encontrar amigos em lugares ondejamais esperaria conhecer alguém.

Dê-se alguns minutos e pense nas

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pessoas fora da sua família quedesempenharam papéis importantes nasua vida. Perceba como as conheceu eas razões que levaram aodesenvolvimento da amizade. Procurepor algo de extraordinário ou misteriosono encontro original. Por exemplo, Robconheceu seu amigo Rabbit, mencionadono primeiro capítulo, durante afaculdade, quando os dois chegaram aomesmo tempo, de bicicleta, numincêndio avassalador que destruiu umestúdio de dança perto do campus. Edescobriram que moravam no mesmoquarteirão e tinham amigos em comum.

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A sincronicidade às vezes ocorrequando velhos amigos estão prestes aressurgir em nossa vida. Ela pode serevelar através de uma palavra, umpensamento, um objeto, até mesmo onome de um peixe específico. RichardArrowsmith, da Escócia, estavapescando num dia de outono com o pai eas duas jovens filhas. Durante o dia, asmeninas pescaram uma cavala atrás daoutra, mas Richard não pegou nem meia.Por fim, quase ao anoitecer, elesresolveram guardar as coisas. O ventoestava forte, e o céu repleto de nuvens.Richard não queria ir embora de mãos

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vazias, então lançou o anzol mais umavez, confiante de que pegaria algo.

De repente, sentiu um forte puxão nalinha, e a vara envergou tanto que achouque ela partiria ao meio. Ele estavapuxando “um colosso”. Não sabia quetipo de peixe era, mas seu pai lhe disseque era um pollock, uma espécie debacalhau. Como eles tinham devolvidoas cavalas para o mar, resolveram levá-lo para o jantar.

Foi a primeira vez que Richard comeupollock. O peixe era grande o suficientepara alimentar a família inteira, ocachorro e os gatos. Aquela única pesca

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se transformou numa celebração.Mais tarde, naquela mesma noite,

Richard abriu seu e-mail e encontrouuma nova mensagem. O remetente eraIain Pollock, um velho amigo que nãovia e com quem não falava há mais detrês anos.

“Nós trabalhávamos juntos, masquando mudei de emprego acabamosperdendo contato. O e-mail de IainPollock foi totalmente inesperado. Ofato de ele ter decidido retomar ocontato no mesmo dia em que pesquei ecomi pollock pela primeira vez deu umnó na minha cabeça.”

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Para onde você direciona suaatenção?Qualquer coisa no seu ambiente podealudir a uma sincronicidade. Nodecorrer de um dia qualquer, percebaonde você coloca sua atenção. Há umaesquina específica ou uma área nobairro que sempre parece atraí-lo todavez que passa a caminho do trabalho?Como você se sente diante disso? Porque se sente atraído? Talvez estejaentrando em sintonia emocional comuma sincronicidade que se aproxima.Foi o que aconteceu com AdeleAldridge.

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Durante um período difícil na vida,Adele se consultava com um terapeutaem Nova York e costumava ir para oconsultório pela West Side Highway. Notrajeto, sempre passava por umapropaganda gigante de cigarros com afotografia de um homem charmosofumando um Winston.

“Achava a imagem tentadora econstrangedora ao mesmo tempo. Sentiaa atração de olhá-la, mas, sendo umamotorista insegura, sabia que eraperigoso olhar a propaganda e dirigir aomesmo tempo.” Isso aconteceu todas asvezes em que ela passou por ali durante

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oito meses, uma atração e repulsão que adeixavam confusa.

Até que uma noite, em meados doinverno, com o vento uivando do lado defora da janela do quarto, ela se deparoucom a mesma propaganda numa revista.A imagem evocou todos os tipos desentimentos que não lhe faziam o menorsentido. “Achei o homem hipnoticamenteatraente, mas também o detestei. Derepente, cuspi na imagem.” Aquilo achocou tão profundamente que tevecerteza de que perdera as estribeiras.Ela nunca contou isso pra ninguém, nempara o seu terapeuta.

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Nove anos depois, quando morava naCalifórnia, Adele e uma amiga foram aoNo Name Bar, em Sausalito, para ouvirjazz. Durante um intervalo, o bateristabem apessoado se aproximou e se sentouà mesa delas. Adele sentiu-seextremamente atraída por ele, mastambém perturbada por alguma razão.Uma coisa levou à outra, e elesmarcaram de ir a San Francisco nasemana seguinte.

Logo que entrou no carro dele, elepegou um cartão postal com a imagemda propaganda na West Side Highway.Era o mesmo homem. Ela não o

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reconheceu logo de início porque jáhaviam se passado nove anos e eleestava pesando uns vinte quilos a mais.Ela deu um grito quando viu a imagem,uma resposta que certamente o bateristanão esperava. Adele disse que tinha umarelação de amor e ódio com a imagem.A resposta dele? “Acho que você aindatem uma relação de amor e ódio.”

Você obtém aquilo em que seconcentra: esta é a base da lei daatração. A reação emocional de Adeleao homem da propaganda aparentementeera tão poderosa que reverberou com otempo, atraindo o encontro sincrônico

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com esse mesmo homem nove anosdepois. Pense nas probabilidades. Elaatravessou o país, aconteceu de ir a umbar específico em Sausalito na mesmanoite em que o homem estava tocando lá,e ele acabou indo até a mesa dela. Emqualquer conjuntura dentro desses noveanos, uma única decisão diferente teriamudado as circunstâncias.

A mensagem que tiramos daexperiência de Adele é incrivelmentesimples. Se temos emoções negativasfortes que carregamos conosco, éprovável que as sincronicidades quevivenciamos relativas a essas emoções

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sejam negativas. Não seria melhorseguir a vida com amor do que comraiva, ódio ou hostilidade?

TRABALHE A RESPIRAÇÃOEnquanto lida conscientemente com asemoções, preste atenção na suarespiração. A consciência da respiração– o modo como você inspira, expira,qual a profundidade da respiração, seexpira rápido ou devagar – é umapreparação emocional. Quando estiverciente de sua respiração, diminua oritmo. Respire mais profundamente. Àmedida que sua respiração ficar mais

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lenta, você se sentirá mais calmo, maisrelaxado. Será mais fácil perceber o queestá certo na sua vida e evocar emoçõesmais felizes. Se ainda não fazmeditação, tente durante cinco minutospor um mês. Você sentirá uma diferençanotável nas suas emoções, e umaumento na quantidade desincronicidades que vivencia.

Talvez você queira fazer o que aescritora, editora e médica intuitivaLouise Hay faz toda manhã. Antes de selevantar da cama, ela agradece por tudona vida. É um ótimo hábito a sercultivado. E o universo sempreresponderá trazendo mais experiências,

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situações e pessoas para que vocêagradeça.

Conexões com lugaresEm algum momento da vida, podemosnos sentir fortemente conectados a umlugar em particular. Pode ser umacidade, uma região do país, um trechode uma praia, um canto numa floresta,uma casa específica ou um pedaço deterra. Essas conexões são intensamenteemocionais, arquetípicas e em geralpsíquicas, pois atingem um nível maisprofundo.

Uma conexão intensa desse tipo pode

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ser um convite para experimentar outroaspecto de nós mesmos. Talvez sejaaquele tipo que pareça nos completar dealguma maneira, ou afirmar algo sobrequem realmente somos ou queremos ser.Pode ser um lugar que costumamosvisitar nas férias, e um dia percebemosque não se trata só do nosso destinopredileto, mas sim do lugar ondequeremos viver. Então, tomamosconhecimento de um emprego que exigea mudança para a cidade dos nossossonhos.

Às vezes, essa conexão é tãoemocionalmente carregada que evoca

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uma experiência específica por meio dalei da atração e nos desperta para umapossibilidade mais ampla. Foi isso queuma certa casa em Big Sur fez comDarryl Armstrong, quiroprático emKentucky.

Há muitos anos, nos primeiros diasdepois de abrir seu negócio, Darrylvisitou um amigo em Carmel, naCalifórnia. Ele sempre quisera conhecera região, principalmente os arredores deBig Sur, então passou algum tempodirigindo pela Pacific Coast Highway eexplorando a área.

Por acaso, ele viu uma grande

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choupana construída na lateral de umpenhasco, com uma vista impressionantedo oceano Pacífico. “Era óbvio quealguém tinha passado muito tempo egastado muito dinheiro construindoaquela propriedade. Fiquei hipnotizado.Podia imaginar como seria viver numachoupana com vista para o mar.”

Sempre que estava em West Coast,Darryl passava pela choupana. Com otempo, o lugar mudou. Uma cerca foilevantada na estrada e um portão foicolocado. Mas ele ainda conseguia ver achoupana, o que continuava alimentandosua imaginação. E ficava pensando

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como seria viver ali, de frente para omar.

Alguns anos depois de descobrir acasa, ele pegou um voo noturno para suaprópria “choupana na floresta” no lagoBarkley, em Kentucky. Exausto, Darrylse intalou em seu assento predileto,perto da saída de emergência, e esticouo corpo. “Em geral, eu hiberno emaviões, e raramente puxo conversa. Oavião não estava cheio, mas, certamente,aquele cara escolheu se sentar na saídade emergência comigo. Por algummotivo, senti-me atraído pelo seusorriso e gostei dele imediatamente. Por

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fim, minha hospitalidade típica do sulsobreveio, acho, e, como tinha diversoscupons de troca, ofereci uma bebida. Elesorriu, e também me ofereceu uma.”

Enquanto conversavam, Darryldescobriu que o homem era daCalifórnia. Eles começaram a falar decomo se sentiam atraídos pordeterminadas regiões. Darryl mencionouMonterrey, Carmel, Big Sur. Quandofalou da história sobre a choupana defrente para o mar, a expressão do homemmudou. Darryl não pensou nada sobreaquilo, simplesmente continuoudescrevendo o cenário e disse quanto

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gostaria de viver lá, com aquela vista, apaz e a tranquilidade.

Por fim, o homem respondeu queentendia como Darryl se sentia, que osdois obviamente trabalhavam demais e,quando chegavam em casa, se tornavameremitas. Então, pegou sua pasta e tirouuma foto. “Você adivinhou: ele era odono da choupana que sempre aprecieicom tanto carinho. Ficamos os doissurpresos, mas parecia que um ‘ciclo’ sefechara. Saí do avião naquela noitesabendo que alguém com quem eucompartilhara uma empatia mútuagostava tanto da choupana perto do mar

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quanto eu.”Para Darryl, algo fundamental mudou

seu modo de perceber o mundo. Achoupana e o cenário excepcional pertodo mar o chamaram, ele se sentiuimpelido a responder ao chamado, e seudesejo atraiu o encontro com o dono dachoupana. De novo, qual aprobabilidade de esses dois homens seencontrarem em um voo aleatório,sentarem-se um ao lado do outro ecomeçarem a conversar? Quemorquestra isso, afinal?

O físico F. David Peat provavelmentese perguntava isso quando uma pequena

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cidade na Itália chamou sua atenção.“Em 1994, algum tempo depois queDavid Bohm morreu, concordei emescrever sua biografia. Visitei parentesdele nos Estados Unidos, depois concluíque precisava passar algum tempo emLondres.” Por intermédio de umaimobiliária, conseguiu alugar umapartamento em Londres por algunsmeses, e poderia ir para lá a partir de 15de dezembro de 1994. Peat e a esposacolocaram sua casa em Ottawa paraalugar, mas rapidamente receberam umaoferta generosa de compra, com acondição de que saíssem no início de

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agosto.Esse intervalo significava que Peat e

sua esposa teriam três meses de folgaaté que o apartamento de Londresestivesse disponível. Eles pensaram emconseguir outro lugar em Ottawa, masMaureen, sua esposa, adorava a escolade pintura de Siena, então pediram queuma agente de viagem italianaconseguisse um apartamento em Siena.

“Por vários dias antes de viajarmos,insisti que a agente me desse o endereçoe o telefone para passar aos amigos. Nodia da nossa partida, ela confessou queo apartamento dera errado, mas que

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conseguira um quarto. Quandochegamos, percebemos que o quarto nãoera em Siena, mas um pouco longe de lá,e teríamos de pegar um ônibus. Era umquarto pequeno, geralmente usado porestudantes, sem nenhuma privacidade.”

Eles chegaram no dia 5 de agosto ecomeçaram a visitar diversasimobiliárias em Siena, procurando umlugar para alugar pelos próximos meses.Era o mês da Palio – a grande corridade cavalos de Siena – e a cidade estavaabarrotada de turistas. O casal visitoutodas as imobiliárias da lista, mas nãohavia nada disponível.

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Em 8 de agosto, ficou claro que nãotinham lugar para ficar. Questionaram sedeveriam voltar para o Canadá ou pegarum avião para Portugal, onde tinhamamigos. Enquanto esperavam um ônibus,Peat viu uma placa em umestabelecimento na praça. Era umaimobiliária que não estava na listaoficial que tinha. Ele entrou, fez aconsulta, e lhe pediram que voltasse nodia seguinte.

Em 9 de agosto, eles novamentepegaram o ônibus para Siena. O registrodaquele dia em seu diário diz: “Estoumuito nervoso, pois apostamos tudo

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nesse último lance. Então, primeirocaminhamos um pouco. E vimos doisalemães que pararam na estradaprocurando um escaravelho verde edourado”.

O escaravelho dourado tinha umsignificado especial para Peat, porqueera a mesma criatura que desencadearaas investigações de Jung sobre asincronicidade. Empolgado, ele dissepara Maureen: “Agora conseguimosalguma coisa!”

Ele entrou no prédio e, como era deesperar, a secretária disse que um amigotinha uma casa à venda no vilarejo de

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Pari, na Toscana, e talvez quisessealugar. Em 27 de agosto, eles semudaram para a casa em Pari e ficaramlá até 15 de dezembro. Naquelemomento, os dois tinham a intenção demorar em Londres, e não mais voltarpara o Canadá.

Um ano depois, Peat foi convidadopara uma conferência na Itália. Era bemlonge do aeroporto, então ele e Maureendecidiram ir por Pari e passar a noitenum hotel. Na manhã seguinte, quandoolharam pela janela, viram alguém queconheceram em Pari um ano antes. Ohomem lhes falou sobre uma casa para

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alugar na cidade. “Àquela altura nãohavia ‘estrangeiros’ em Pari, e era raroalugar uma casa porque todaspertenciam a famílias e eram passadasde geração a geração. Minha esposa viua casa e disse que ficaríamos com ela.Em 1996, nos tornamos residentespermanentes. Sentimos, de váriasformas, que o vilarejo nos chamou, queaquele era o lugar onde deveríamosmorar.”

Hoje, Peat dirige o Centro deAprendizagem de Pari, na Toscana. Lá,palestrantes, artistas, escritores epensadores convidados ministram

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workshops e seminários sobre novosparadigmas, criatividade e, obviamente,sincronicidade.

PRESTE ATENÇÃO NOSSENTIMENTOS

As emoções funcionam como umbarômetro preciso do que está certo,errado ou confuso na sua vida. Por isso,sempre que vivenciar umasincronicidade, anote seu estadoemocional. Você estava otimista? Estavafeliz, sentindo-se deprimido ou tinha umsentimento intermediário? Em que ouquem estava pensando naquele

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momento?Quando estiver de mau humor, faça

uma lista das coisas que mais gostariade mudar na vida. Talvez queira um lugarmais agradável para viver, um empregomelhor, um carro que não causeproblemas. Lembre-se de que você nãopode mudar as outras pessoas, nãoimporta quanto gostaria de fazê-lo. Maspode mudar a si mesmo.

Depois, liste as coisas de que gosta navida. Esforce-se para melhorar seuhumor evocando um pensamento maisfeliz, uma lembrança boa, algo que ofaça rir ou sorrir.

Agora você está pronto para a mágica.

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Esteja atento a uma sincronicidade queo faça se lembrar do que há de corretona sua vida. Ao melhorar o humor,aumentam as chances de manifestaçãode uma sincronicidade que não só reflitaesse novo estado de humor, mas tambémsirva de guia, inspiração e esperança,como o ACREDITAR 88 de Megan.Tenha em mente que a experiênciacompleta provavelmente não aconteceráem uma hora, ou no mesmo dia. Asincronicidade pode aparecer uma ouduas semanas depois. O fato é que vocêa reconhecerá e aplicará o significadodela na sua vida. Com alguma sorte, elaabordará um dos itens que você anotou

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na lista de coisas que gostaria de mudarna sua vida.

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Segredo 3

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A TEORIA

A sincronicidade é a avó detodos os fenômenosparanormais, da telepatia, daprecognição, da clarividência eda visão remota.

“A harmonia invisível é maisforte que a visível.”

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– HERÁCLITO

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Por ora, esqueça-se de tudo que pensasaber sobre os fenômenos psíquicos.Esqueça-se das séries Arquivo X,Medium e Ghost whisperer. Aocontrário, lembre-se da última vez queteve um pressentimento sobre algumacoisa, uma intuição, e fez algo arespeito. Ou pense num sonho queacabou se tornando realidade. Ou, então,pense com que frequência sabe o que ooutro vai dizer antes que diga. Sealguma vez passou por alguma coisaparecida – e a maioria de nós passou –,então você já está familiarizado com osfenômenos psíquicos e com a

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sincronicidade, que reside no coraçãode todos os acontecimentos psíquicos.

Estamos todos conectadosCarl Jung afirmava que a sincronicidadeé a base de todos os fenômenospsíquicos. Suas visões durante uma forteexperiência de quase morte depois deum enfarte em 1994 influenciaram essacrença. Ele se elevou muito acima daterra até vê-la como um globo azul,depois passou pelos desertos da Arábia,sobre os Himalaias cobertos de neve eadentrou um templo indiano. Ele tinhacerteza de que estava morto e prestes a

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encontrar “com todos aqueles a quempertenço”. Então, para sua surpresa, foipuxado de volta para a Europa, para ohospital e para seu corpo. Eleacreditava que aquela experiência tinhasido real, e não imaginada.

Em sua biografia Memórias, sonhos,reflexões, Jung escreveu: “Evitamos apalavra ‘eterno’, mas só consigodescrever a experiência como o êxtasede um estado não temporal no qualpassado, presente e futuro são um só.Tudo o que acontece no tempo foireunido em um todo concreto. Nada foidistribuído com o tempo, nada poderia

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ser mensurado por conceitos temporais.”

VOCÊ ESTÁ SINCRONIZADO?Para vivenciar sincronicidades commais frequência, esforce-se para estaraberto e receptivo a experiênciasintuitivas. Marque as perguntas abaixoque se aplicam a você.• Mesmo em um estacionamento lotado,

você consegue “criar” espaço?• Se está com pressa e precisa de uma

informação, de alguma maneira elasurge instantaneamente?

• Você consegue se lembrar dos seussonhos com detalhes?

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• Já recebeu algumas respostas ouinsights de seus sonhos?

• Acredita haver muito mais coisassobre o universo do que aquelas queconsegue perceber?

• Quando é impedido de conseguir algoque deseja, considera isso umaoportunidade?

• Quando uma porta se fecha para você,outra se abre rapidamente?

• Já teve uma premonição que depois setornou verdade?

• Você procura padrões na própria vida –de comportamento, nas relações eno trabalho?

• Já teve alguma experiência com

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telepatia?• Às vezes sabe que existe um e-mail na

sua caixa de entrada, seja de alguémou de algum evento específico,mesmo antes de abri-la?

• Você capta facilmente o humor daspessoas de quem gosta?

• Quando algo traumático acontece comalguém que você gosta, pressenteantes que alguém lhe conte?

• Quando conhece uma pessoa, sentealgo de imediato sobre ela?

• Já precisou de uma quantia de dinheiropara cobrir uma despesa imprevista eessa mesma quantia apareceu derepente?

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• Antes de fazer uma entrevista deemprego, você já sabia que ficariacom a vaga?

• Você já pegou algum objeto e soubeinformações sobre ele que seconfirmaram posteriormente?

• Você tem sensações que não são suasem lugares históricos ou antigos?

• Você usa algum tipo de sistema deadivinhação para obter insights eorientação?

• Quando uma “coincidência” acontece,você procura pelo significado maisprofundo?

Se você marcou de:15 a 20: Você está aberto e receptivo,

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e provavelmente vivenciasincronicidades com frequência.

10 a 15: Você provavelmente passapor sincronicidades, mas talvez comuma frequência menor do que gostaria.

0 a 10: Abra sua porta interna. Umuniverso mágico espera por você dooutro lado.

EXPERIÊNCIAS PSÍQUICASAs experiências psíquicas emanamdo que o físico David Bohm chamoude ordem implicada. Na sua visãodo universo – bem como na de Jung–, esses aspectos da sincronicidade

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fornecem pistas vitais de comoestamos todos conectados. O físicoVictor Mansfield concorda.Conforme escreveu emSynchronicity, science, and soul-making, vivemos “em um mundoradicalmente interconectado einterdependente, um mundo tãoessencialmente conectado num nívelprofundo que as interconexões sãomais essenciais, mais reais que aexistência independente das partes”.

Essas ideias se refletem nastradições espirituais orientais que

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remontam a milhares de anos. Notexto sagrado indiano Rig Veda,Indra – rei dos deuses e deus daguerra – lança uma grande redeespiritual (conhecida como Rede deIndra), na qual todos os membros docosmos estão interconectados. EmSynchronicity in your life, ShawnRandall especula que, se a “rede émultidimensional, os pontos em queseus fios se conectam seriam comopontos de intersecção dos quaispoderíamos acessar a rede inteira.[...] Basicamente, é assim que a

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sincronicidade funciona”. Em outraspalavras, um puxão reverbera narede inteira.

Bhagavad Gita, poema religiosohindu, reconhece a naturezasincrônica da criação e a unidadecósmica subjacente. O termo hinduBrahman refere-se à conexãofundamental de todas as coisas nouniverso. A manifestação dessaunidade universal na alma échamada de Atman.

O zen-budismo se refere a satori,o sentido de unidade que

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experimentamos com o universo e aconsciência da inteligênciacompassiva que permeia os mínimosdetalhes. Pratitya samutpada,doutrina da filosofia budista,principalmente na China e naCoreia, significa “originaçãointerdependente” e refere-se a umarede interdependente de causa eefeito, o princípio motivador douniverso.

Chi, segundo a filosofia chinesa, éa força vital que permeia todas ascoisas e fortalece o universo. Na

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filosofia ioga, chi é comparável aopranayama, manifestada nos sereshumanos pela respiração.

Essas ideias orientais sãosemelhantes ao conceito denoosfera, ideia criada pelo francêsPierre Teilhard de Chardin, filósofo,paleontólogo e sacerdote jesuítaordenado. Ele estava convencido daexistência de uma “inteligênciaordenadora” invisível, uma esferamental que ligava toda ahumanidade. E sugeriu que, àmedida que a humanidade se

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organiza em redes sociais maiscomplexas, a noosfera se expande naconsciência.

Premonições e precogniçõesA premonição geralmente é definidacomo um sentimento de antecipação ouansiedade em relação a eventos futuros.Já a precognição é o conhecimento deuma situação ou acontecimento futuro.

Por exemplo, suponha que você sintaque deve virar numa esquina específica,mesmo não sendo seu caminho habitualpara o trabalho. Depois, descobre quehouve um grave acidente no caminho que

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costuma pegar e o trânsito ficou todoparado. Isso é uma premonição. Mas sevocê sonha que alguém lhe enviou umamensagem de texto no telefone com aspalavras “Seu tio faleceu” e ele morreduas semanas depois, isso é umaprecognição – a previsão deacontecimentos futuros que pode ocorrermomentos ou décadas antes de o eventose desdobrar.

Essas duas habilidades intuitivasoriginam-se na mente não local, queopera fora dos limites de tempo eespaço normais. “Por sua natureza, amente não local diz respeito a todas as

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coisas, porque ela é todas as coisas”,escreveu Deepak Chopra em Arealização espontânea do desejo.

Quando criança, Keith Fraser,arquivista universitário em Aberdeen, naEscócia, teve uma experiênciaprecognitiva sobre uma mulher comquem acabou se casando. Durantealgumas visitas à casa de sua avó noinício dos anos 1960, Keith lia Thefriendship book, da editora D. C.Thompson, para passar o tempo. Nele,havia várias fotografias, e a imagem deuma jovem pintando um quadro chamousua atenção.

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Anos depois, enquanto visitava a casada namorada pela primeira vez, viu umexemplar de The friendship book naestante. Ele comentou que costumava lê-lo quando estava na casa dos avós ecomeçou a folhear o livro. “Foi quandoreconheci a imagem de uma jovempintando um quadro. Mostrei-a parameus futuros sogros, e imaginem sóminha surpresa quando me disseram quea foto era da minha futura esposa, queeles tinham enviado para a editora, D.C. Thompson, no início dos anos 1960.”

Aos doze anos, Ray Getzingercostumava sonhar com uma mulher ruiva

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da Georgia que deixava o cabelocacheado. Dez anos depois, em 1966,casou-se com uma mulher ruiva quemorava na Virginia, mas nascera naGeorgia. “Depois de um ano de casados,ela arrumou o cabelo exatamente dojeito que eu sonhava.”

Tanto Keith quanto Ray ficaramobviamente bastante impressionadospela lembrança de suas experiênciaspassadas. Assim, quando as mulheresreais apareceram na vida deles,reconheceram as impressionantessincronicidades. Essas históriasexemplificam como as sincronicidades

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nos conectam a algo maior que nósmesmos, ao que é essencialmenteinvisível e desconhecido. Mas se, comoafirma a física quântica, a mente nãolocal existe fora dos limites de espaço etempo, então talvez o menino Keith e osonhador Ray estivessem mergulhandoem possibilidades futuras.

Em seu livro Sincronicidade: apromessa da coincidência, Deike Beggescreveu: “O aspecto mais interessantede todo fenômeno sincrônico é queparece haver um conhecimentopreexistente das coisas que estão porvir, coisas das quais, naquele momento,

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não temos absolutamente nenhumaconsciência. Parece haver um ‘outro’que sabe infinitamente mais do que nós,pode prever o futuro e também tem acapacidade engenhosa de encontrar arota mais rápida para nos levar de voltaao nosso destinado caminho”.

PRESSENTINDO O FUTUROAssim como Keith e Ray, você tambémpode ter um vislumbre do futuro. Vejacomo fazê-lo.

Como explicamos no capítuloanterior, as emoções geralmentedesempenham um papel nas

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sincronicidades, inclusive incidentes deprecognição. Pense numrelacionamento importante que não façaparte de seus parentes próximos,especialmente um interesse amoroso.Tente se lembrar de quando seconheceram. Você sentiu uma conexãoimediata, uma sensação de que umarelação íntima e duradoura sedesenvolveria? Houve qualquer sensaçãofísica que desencadeou seuspensamentos? Algumas pessoas sentemos dentes latejar ou “crescer” duranteencontros importantes que afetarão ofuturo. Outras têm sonhos preditivos ourecebem flashes de imagens

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relacionadas aos eventos futuros.Talvez você pense que essas coisas

não acontecem com você, mas talvezaconteçam, e você nunca percebeu.Preste bastante atenção aos seuspensamentos e emoções à medida queeventos importantes acontecem na suavida. Procure padrões. Mantenha umdiário. Tente adivinhar o que vaiacontecer, baseando-se nos seussentimentos e pensamentos intuitivos.Depois, pense no que passou e vejacomo se saiu.

Além disso, mantenha um registro dosseus sonhos, mesmo que pareçam nãofazer sentido naquela hora. Use um

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caderno de anotações, um diário ou umarquivo no computador. Talvez você sesurpreenda posteriormente ao perceberque um sonho parecia prever o futuro.Antes de ir para a cama, evoque opensamento de que terá um sonhopreditivo de um acontecimento futuro.

Ao acordar, tome nota de quaisquerimagens que lembrar. Não tenteinterpretá-las, simplesmente anote amaior quantidade de detalhes possível.Preste atenção nas pessoas, no cenário eno acontecimento principal.

Anote como se sentiu durante osonho. Você estava revigorado e alegre?Com medo e apreensivo? Calmo e

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observador? Ou agitado? Mais ou menosdepois de um mês, recapitule os sonhospara ver se algum dos cenários naverdade deu pistas sobre futuroseventos.

A maioria dos seus sonhos será feitade mensagens simbólicas referentes acoisas que acontecem na sua vidanaquele momento. Mas, vez ou outra,sobretudo se estiver estimulando osonho antes de dormir, provavelmentedescobrirá sonhos que predizemacontecimentos na sua vida. Quandoisso acontecer, anote como se sentiudurante o sonho. Isso pode ajudar areconhecer outros sonhos

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precognitivos.

Vislumbrando o futuroTambém é possível vislumbrar o futurode modo consciente e intencional – atémesmo o futuro distante. No final dadécada de 1980, nossa amiga RenieWiley se ofereceu para nos projetar nofuturo por meio da hipnose. Renie nãoera hipnotista profissional, maspraticava hipnose com a família e osamigos. E também tinha uma vozreconfortante e uma técnica infalível derelaxamento. Enquanto ela falava, Trishde repente se viu como uma mulher alta,

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totalmente careca, vivendo numa cidadecoberta por uma cúpula.

– Por que as pessoas vivem emcúpulas? – perguntou Renie.

– É mais seguro na cúpula – respondeuTrish. – Lá fora o ar é ruim, é inóspito.

– Todo mundo vive em cúpulas?– Só os mais sortudos. Não somos

muitos. Há poucas cúpulas.– Quantos anos você tem?– Quase 30.– Por que você é careca?– Genética. Todos somos carecas.– Em que ano você está?– Não sei.

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Trish ficou profundamente abaladacom aquela progressão. Parecia real.Ela conseguiu sentir a estrutura e arealidade da vida daquela moça.

Não muito tempo depois, encontramos,por acaso, o livro Mass dreams of thefuture, de Helen Wambach, Ph.D, e ChetSnow. Depois de descobrir queconseguia projetar as pessoas em suasvidas futuras, a dra. Wambach, terapeutade vidas passadas há quase 30 anos, deuinício a um projeto meticuloso na Françae nos Estados Unidos no qual projetou2.500 pessoas. Ela faleceu antes de oprojeto ser completado, mas o dr. Chet

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Snow terminou o trabalho e publicou asdescobertas.

A maioria dos participantes concordouque, no futuro, a população da terraestará amplamente reduzida. O futuroque experimentaram tinha sido divididoem quatro categorias distintas: ummundo estéril e sombrio, no qual amaior parte das pessoas vivia emestações espaciais e se alimentava decomida sintética; outro, no qual aspessoas viviam em harmonia com anatureza e entre si; um mundo pós-nuclear, povoado por sobreviventes; eum futuro em que as pessoas viviam em

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cidades subterrâneas fechadas porcúpulas. Ficamos impressionados comos paralelos.

Snow explicou os quatro cenáriosdiferentes como apenas probabilidades,futuros potenciais que estamos criandopor meio da consciência coletiva.Tempos depois, ele lançou um mapa decomo seriam os Estados Unidos após asmudanças que acreditava queaconteceriam com o planeta entre 1998 e2012. Mesmo assim, ele recomenda queas pessoas visualizem um futuro maispositivo. Como escreveu em Massdreams: “Se estamos continuamente

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modelando nossa realidade física futurapelas ações e pensamentos coletivos dehoje, o momento de despertarmos para aalternativa que criamos é o agora. Asescolhas entre os tipos de Terramencionados são claras. Qual delesqueremos para nossos netos? Para qualdeles queremos retornar algum dia?”

Crianças paranormaisHabilidades paranormais são comunsentre as crianças. Seja por sua falta decondicionamento social ou por qualqueroutra coisa, elas podem ter o dom datelepatia ou da clarividência. Talvez o

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futuro lhes seja acessível tanto quanto opresente. Para ajudar seus filhos adesenvolver habilidades paranormais,tente este jogo enquanto estiver no carro.O movimento do carro tende a serrelaxante, induzindo uma espécie detranse.

Arme o cenário. Diga que fará um jogocom cores. Um de vocês será o emissor,que pensará numa cor forte e viva. Ooutro será o receptor, que deve dizer aprimeira cor que vier à mente. Depois,inverta os papéis. Ou, então, você podeperguntar à criança o que acha queacontecerá na vida dela amanhã. Ou na

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próxima semana. Os resultados podemser surpreendentes.

Esses tipos de jogos psíquicos ajudama desenvolver as percepções dascrianças de um modo diferente. Elasaprendem a confiar nos própriosinstintos e na intuição.

Costumávamos brincar assim comnossa filha, Megan, quando era criança.Mas ficamos surpresos quando, naterceira série, ela entrou em sintoniacom um acontecimento que afetarianossa família.

Durante uma apresentação do Dia deAção de Graças na escola primária,

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Megan mostrou um cachorro queesculpira em barro e agradeceu pelogolden retriever que ganharia. Ficamosconfusos. Não tínhamos planos dearrumar nenhum cachorro. Afinal,tínhamos três gatos. Mas, pouco antes doNatal, um amigo da família perguntou sepoderíamos adotar uma golden retrieverque precisava de um lar. Concordamosem ficar com a cadela por uma semanapara ver como se relacionaria com osgatos. A retriever, Jessie, se deu bemcom os gatos de imediato, arrumou umcanto diante da mesa de Rob e encontrouum novo lar.

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O desejo de Megan por um cão eraforte e dominante, e por isso não hádúvida de que ela atraiu ascircunstâncias e a oportunidade paraganhar um. Porém, como ela acertou araça? Sua escultura não foi apenas umasincronicidade, mas sim especificamenteprecognitiva.

TelepatiaA telepatia é a comunicação sem fala –apreendemos os pensamentos,sentimentos e sensações dos outros. Amaioria de nós já experimentou isso umavez ou outra, em geral com alguém muito

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próximo. Você provavelmente já ouviualguém dizer “Eu ia falar exatamenteisso”. Ou então já esteve prestes a pegaro telefone quando recebe a chamadajustamente da pessoa para quem ligaria.

Imagine que você acaba de visitar seupai, já idoso, que mora sozinho. Quandovocê está quase chegando em casa, ouvea voz dele, na sua mente, pedindo ajuda.A princípio, você esquece o assunto,considerando ser reflexo da suapreocupação com a saúde dele. Mas avoz persiste na sua cabeça. Você ligapara ele do celular, ninguém atende, esua preocupação aumenta. Você vai

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novamente para o apartamento dele, e oencontra no chão, incapaz de se levantare atender o telefone.

Jung, em sua autobiografia, descreveuma experiência telepática com um deseus pacientes. Ele viajou para ministraruma palestra, voltou para o hotel maisou menos à meia-noite, mas nãoconseguiu dormir direito. “Por volta deduas da manhã [...], acordei de repente,e tive a sensação de que alguém entrarano quarto; tive até a impressão de que aporta fora aberta subitamente. Acendi aluz, mas não havia nada.” Jung pensouque outro hóspede poderia ter aberto a

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porta por engano, mas, quando olhoupara o corredor, “estava tão quietoquanto a morte”.

Esforçou-se para se lembrar do quetinha acontecido, e percebeu que foraacordado “pela sensação de uma levedor, como se algo tivesse atingido minhatesta e depois a nuca”. No dia seguinte,Jung recebeu um telegrama informandoque um paciente seu cometera suicídio,atirando em si mesmo. “Depois,descobri que a bala havia se alojado nofundo do crânio.”

Jung disse que essa experiência foi umfenômeno genuinamente sincrônico, em

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geral associado a uma situaçãoarquetípica – neste caso, a morte. Eleacreditava que o conhecimento da mortedo paciente se tornara possível porque,no inconsciente coletivo, tempo eespaço são relativos. “O inconscientecoletivo é comum a todos; é ofundamento do que os antigos chamamde ‘simpatia de todas as coisas’. [...] Oinconsciente sabia da condição do meupaciente.”

EXERCÍCIO DE EMISSÃOTELEPÁTICA

Tente este exercício. Pense em alguém

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para quem quer ligar. A outra pessoa nãosabe do seu desejo. Comece comalguém que facilmente poderia te ligar.Escreva o nome dela. Relaxe. Respirebem fundo. Imagine um cenárioenvolvendo a pessoa. Se você sabeexatamente onde a pessoa está e como éo ambiente circundante, visualize-os.

Depois, concentre-se na pessoa.Imagine mentalmente o rosto dela e oque pode estar fazendo. Imagine osorriso que ela dá enquanto resolve teligar. Você atende, ela se identifica e lhepergunta como está. Concentre-se nessecenário durante alguns minutos, depoisabandone a imagem.

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Se não receber o telefonema depoisde um curto período, ligue para apessoa. Pergunte-lhe o que estavafazendo e se estava pensando em você.Ela pode ter pensado em te ligar, masestava ocupada demais. Se sim, perguntea que horas começou a pensar em você.O horário corresponde ao momento emque você enviou a ela a mensagem?

Se não tiver “sorte”, experimente comoutra pessoa que conhece.

ClarividênciaVocê já desejou alguma vez ser comouma mosca na parede? Poder visitar

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certa época ou lugar e ver o queacontece lá sem que ninguém percebessesua presença?

Puro devaneio? Não necessariamente.A clarividência, palavra de origem

francesa que significa “visão clara”, éuma habilidade psíquica que seenquadra no campo da sincronicidade,como Jung descreveu. Trata-se de umtalento extrassensorial que nos permitever alguma coisa além do alcance danossa visão normal. Em outras palavras,projetamos uma parte da mente em outrolugar. Outro termo popular para essetalento é “visão remota”, que passou a

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ser usado quando militares dos EstadosUnidos começaram a usar espiõesparanormais.

Como isso é possível? Uma vez quenosso cérebro é um receptor físico,nossa mente existe além dos limites docorpo. Talvez você não perceba isso,mas pode enviar sua mente para lugaresdistantes com o intuito de obterinformações. Na verdade, isso é feitoenquanto dormimos. Pesquisasmostraram que todas as pessoas, com aprática, podem atingir algum grau declarividência. Às vezes, isso aconteceespontaneamente. Por exemplo, em

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1759, o sueco Emanuel Swedenborg,cientista, inventor e místico, disse paraum grupo de convidados que um grandeincêndio assolava a Suécia a cerca dequinhentos quilômetros de distância.Posteriormente, sua afirmação foiconfirmada. Como na época deSwedenborg não havia telefone, rádio,televisão ou internet, essa capacidadeera uma habilidade valiosa.

EXERCÍCIO DE VISÃO REMOTAMesmo que nunca tenha tido umaexperiência espontânea de clarividência,você pode aprender técnicas que o

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ajudarão a vislumbrar cenas queacontecem em outros lugares. Emboraeste livro não tenha o intuito de servircomo guia para o aprendizado dehabilidades paranormais, vejamos umexercício desenvolvido no Instituto dePesquisas de Stanford. É uma boaprática como primeira tentativa de visãoremota.

Você precisará de pelo menos umamigo, mas preferencialmente dois. Umde seus amigos se dirige a outrocômodo, escolhe um pequeno objeto eo coloca numa bolsa, caixa ou envelope,de modo que você não saiba o que é. Osmelhores objetos são aqueles com

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detalhes sensoriais. Um pedaço de lixa,por exemplo, tem como característicasintrínsecas a cor, a textura e o som. Umtomate tem aroma, cor, textura e forma.Seu amigo deve permanecer no outrocômodo, a fim de não lhe dar nenhumapista.

Sua missão é identificar o objetousando o poder psíquico. Feche osolhos e comece a escrever ou gravarsuas impressões. Se preferir, desenhe oobjeto.

Se nenhuma impressão vier à mente,tente olhar para o futuro e visualizar oobjeto sendo colocado na sua mão nofinal do exercício. Ou olhe para o

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passado e visualize seu amigocolocando o objeto na bolsa, caixa ouenvelope. Use todos os sentidos.Permita-se ver, sentir, cheirar, ouvir eprovar o objeto. Não tente adivinhar oque é; leve em consideração suasimpressões e deixe a informaçãosensorial se acumular.

Enquanto isso, o segundo amigo (sehouver) lhe faz perguntas que o guiarãopara novos modos de experimentar oobjeto e se manter concentrado. Porexemplo, se você descreve um objetoredondo e vermelho, seu amigo poderiaperguntar sobre a textura ou o cheiro.Ele pode lhe sugerir que observe o

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objeto de um ângulo diferente. Noentanto, é importante que este segundoamigo também não saiba a identidade doobjeto. Do contrário, pode dar pistassem querer.

Pare quando não tiver maisimpressões. Estabeleça um limite detempo de dez ou 15 minutos, e depoisreverta os papéis. Peça que o primeiroamigo lhe traga o objeto selecionado.Segure-o nas mãos. Sinta e percebatodas as suas qualidades. Preste atençãoem quais características surgemclaramente e quais são fracas oupassaram totalmente despercebidas.Você se distraiu com a tendência de

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analisar demais? Aprenda a distinguirentre a tagarelice inútil da mente e ofuncionamento psíquico. Em geral, avisão remota se manifesta comomensagens sutis e efêmeras, ou imagensque vêm à mente quando você silencia atagarelice.

Visão remota avançadaObviamente, observadores remotosexperientes visam “alvos” muito maiscomplexos. Mesmo com sistemasmodernos de vigilância eletrônica, oExército dos Estados Unidos e a CIAmontaram uma equipe de observadores

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remotos que usam suas habilidades paraanalisar alvos escondidos. O programa,conhecido como Stargate, existiu de1973 a 1994. Os alvos favoritosincluíam atividades secretas na antigaUnião Soviética. Um dos observadoresmais conhecidos e bem-sucedidos foi osubtenente Joe McMoneagle. Depois queo Stargate terminou, McMoneagle seaposentou e continuou exercitando avisão remota em sua vida pessoal.

Quando Rob estava escrevendo Thefog, sobre a experiência que seu coautorBruce Gernon tivera no Triângulo dasBermudas, deu diversos alvos a

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McMoneagle para que exercitasse avisão remota. Gernon voara através deum túnel num enorme cúmulo-nimbo, etodos os instrumentos eletrônicos doavião falharam. Ele parecia ter dado umsalto no tempo e no espaço.

McMoneagle recebeu um envelopeselado, escrito Alvo #2, contendo umailustração do avião de Gernon saindo deum túnel sob uma tempestade gigantesca.Embaixo do desenho havia uma legenda:“Saindo do vórtice do túnel do tempo. 4de dezembro de 1970”. Num lembretecolado do lado de fora do envelope lia-se: “Por favor, descreva com detalhes o

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alvo retratado em 4/12/1970”. A únicacoisa que McMoneagle tinha para seguiar era a data.

McMoneagle primeiro sentiu o som.“Tive uma forte sensação de um barulho,de motor ou do vento, e um rápidomovimento, como se me movimentasseem um veículo”, ele começou adescrever. “Estou sentado do ladoesquerdo, sou homem, e minhas mãosseguram um volante um poucoengraçado.”

Ele chamou o veículo de “um tipodiferente de carro, talvez um daquelestipos radicalmente diferentes da década

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de 1970”. Disse que o motorista usavaalgo na cabelça, mas não era umcapacete. “Poderia ser uma espécie defone de ouvido para escutar música [...]ou algum tipo de abafador para reduziros fortes sons sibilantes.”

McMoneagle descreveu um painelcomplicado, “ocupado por muito maisequipamentos que um automóvelcomum”, e acrescentou: “O motoristaparece mais preocupado com o paineldo que em olhar para onde estádirigindo [...]. Ele está ligando edesligando coisas diferentes [...]. Omotorista está bastante agitado e confuso

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[...]. Tenho uma forte sensação de que osbarulhos sibilantes vêm do fone, e eleestá tentando mudar os canais em algumdos equipamentos de rádio, mas tudo oque se ouve são ondas sobrepostas deruído ou estática”.

McMoneagle concluiu que “oautomóvel não podia, ou não devia,estar se movendo. Mas, de todo modo,está, e o motorista não parecepreocupado para onde está indo, massim com a falha do sistema. Por isso émuito possível que seja um automóvelou um barco, e, muito mais, que sejauma aeronave”.

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Ele prosseguiu, dizendo: “a aeronaveentrou em um canal muito estreito, comuma corrente de ar extremamente calma[...] e dois gradientes de temperaturamuito bem definidos, que se juntavamenquanto a aeronave passava, cujapolaridade era oposta às temperaturasvariáveis do revestimento da aeronave[...]. Essas descargas bipolaresbasicamente provocaram uma contínuareinicialização dos equipamentoseletrônicos, um ciclo que parecia seruma espécie de interferência a bordo”.

McMoneagle descobriu precisamenteque o alvo era uma aeronave, e que o

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piloto agitado estava lidando com o maufuncionamento do equipamento sobcondições incomuns. E também pareceudescrever um túnel – um “canalestreito”. Ele não sentiu nenhummovimento extraordinário através dotempo e do espaço – aquela parte daexperiência de Gernon só ocorreudepois que escapou do túnel.

Ainda que o voo tivesse ocorrido hádécadas e McMoneagle não soubessenada sobre ele, sua capacidade de seconectar com a experiência resultou nasincronicidade: a descrição de umacontecimento que lembrava o que Rob

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tinha em mente. Em outras palavras, ointerno conectou-se com o externo deuma forma que não pode ser explicadapela causa e efeito.

Empatia e psicometriaNo capítulo 2, falamos sobre a relaçãoentre as emoções e a sincronicidade.Pessoas dotadas de habilidadesempáticas, no entanto, levam essaconexão um passo adiante. Uma pessoa“empática” entra em sintonia com asemoções e sensações físicas da pessoaque está sendo “lida”. A empatia já nosfoi descrita como uma “abertura ao

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vasto e tumultuoso oceano dos desejos,conflitos, dores, triunfos e alegriasespecíficos da pessoa que você estálendo”.

Millie Gemondo, uma paranormal deWest Virginia, afirma que às vezes aconexão emocional com a pessoa queestá sendo lida simplesmente penetra nasua consciência. Enquanto lia uma amigana costa oeste da Flórida, ela de repentesentiu uma dor no peito e disse, sempensar: “Você tem um pequeno tumor noseio esquerdo. Vá ao médicoimediatamente”. A amiga foi ao médicono dia seguinte. Como era previsto, um

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pequeno tumor foi encontrado eposteriormente removido. O alerta deMillie pode ter salvado a vida da amiga.

Algumas dessas pessoas “empáticas”,quando seguram objetos que pertencem àpessoa que estão lendo, conseguem lerseus pensamentos, que ficamimpregnados no objeto. Essa capacidadeé conhecida como psicometria ou toquepsíquico. O termo é derivado de duaspalavras gregas: psyche, que significa“alma”, e metro, que quer dizer“medida”.

Talvez você já tenha experimentado otoque psíquico ao segurar um objeto

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velho ou visitar um lugar antigo. Algunsarqueólogos até já usarampsicometristas qualificados a fim deobter orientações para a pesquisa deculturas antigas. O detetive psíquicoJohnny Smith, personagem representadopelo ator Anthony Michael Hall, exibiaessa capacidade semanalmente na sériede TV O vidente. Toda vez que Smithtocava um objeto de interesse, suareação era fundamental para a soluçãode um crime ou para revelar ummistério.

Mas nem tudo é ficção. Renie Wiley,artista e uma dessas pessoas

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“empáticas”, falecida em meados dadécada de 1990, costumava segurarobjetos que pertenciam às pessoas queela estava lendo.

Em 1982, Renie e um agente doDepartamento de Polícia de CooperCity, na Flórida, passaram de carroperto de um centro comercial emHollywood, Flórida, onde o garotoAdam Walsh tinha sido visto pela últimavez, fazendo compras com a mãe, no dia27 de julho de 1981. O policialacreditava que Renie conseguiria,psiquicamente, capturar algo sobre omenino desaparecido – onde ele estava,

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o que acontecera, se tinha sido raptado.A polícia suspeitava de rapto, mas nãohavia qualquer pista. Renie não tinha umobjeto que pertencesse a Adam, mascartazes com a foto do garoto estavamcolados em todo o sul da Flórida, comose seus olhos, grandes e inocentes,suplicassem ajuda. O rosto dele estavapresente no consciente coletivo, eparecia ser tudo do que Renie precisava.

Quando estavam a poucos quilômetrosdo shopping, Renie levou as mãosrapidamente até a garganta. Ela ficousem ar e começou a sufocar. O policialjá tinha trabalhado com ela o suficiente

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para entender que estava descobrindoalgo relacionado a Adam, e saiu dali atoda velocidade. Depois de dirigirvários quilômetros, ele desviou para oacostamento.

“Adam foi decapitado”, ela disse,soluçando.

Pouco tempo depois, a cabeça domenino de seis anos de idade foiencontrada em um campo em VeroBeach, a mais de 1.500 quilômetros aonorte do centro comercial deHollywood.

Numa noite sombria, em meados dadécada de 1980, acompanhamos Renie

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no caso de uma garota desaparecida.Christie Luna, de oito anos,desaparecera perto de sua casa emGreenacres, na Flórida, no dia 24 demaio de 1984. Por volta das três horasda tarde, ela foi andando até uma lojapara comprar comida para gatos e nuncamais voltou. A polícia suspeitava de umcrime.

Renie pediu alguns brinquedos damenina, sentou-se e, de olhos fechados,agarrou um velho urso de pelúcia. Elabalançava o corpo para a frente e paratrás, sussurrando baixinho. Renie erauma mulher alta, de ombros largos,

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embora naquele momento tudo em seucorpo parecesse pequeno e infantil. Elacomeçou a choramingar, depois chorou,soluçou, mantendo o corpo curvadosobre o urso de pelúcia.

“O namorado da mãe costumava baterna menina”, murmurou Renie. “Ela ésurda de um ouvido por causa disso.” Asurdez foi confirmada posteriormentepela mãe.

Acompanhados pelo policial, saímosda delegacia e dirigimos pela noiteúmida de Greenacres. Passamos pelacasa onde a menina morava e pela lojapara onde ia quando desapareceu. Renie

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nos conduziu pelas ruas até chegarmos auma área arborizada delimitada por umacerca de tela. Ela não gostou do quesentiu, e disse que o policial deveriafazer uma busca por ali.

Renie sentiu que a menina tinha sidoassassinada pelo namorado da mãe, maso corpo não foi encontrado, e o casocontinuou sem solução.

Passemos para 24 anos depois. DennieGooding, uma paranormal de LosAngeles com quem nós dois nosconsultamos, ligou para dizer que estariavisitando o sul da Flórida, ondemorávamos, e que trabalharia no caso de

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uma pessoa desaparecida. Ela planejavaficar com a esposa do policial que acontratara para analisar o caso.Arranjamos um tempo para nosencontrar, e acabamos descobrindo queDennie estava investigando o caso deChristie Luna.

O oficial de polícia que a contrataratrabalhava em casos arquivados para oxerife do condado de Palm Beach. Muitoembora Dennie não tenha conseguidolocalizar o corpo de Christie, apontou amesma área arborizada que Renieapontara, diversos acres de um terrenoinexplorado, de propriedade do

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governo, cercados por tela. “A meninasó pode estar enterrada lá”, disseDennie.

O desaparecimento de Christie Luna étrágico, um caso que talvez jamais sejasolucionado, a não ser que se descubrammais informações. Para nós, asinvestigações revelaram sincronicidade.Dennie Gooding e Renie Wileyindicaram a mesma área arborizadaonde o corpo poderia ter sido enterrado.Os céticos diriam que o local seria umlugar óbvio para esconder um corpo,que a lógica da causa e efeito – e não asincronicidade e a habilidade psíquica –

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estava envolvida. Mas não há comonegar que a sincronicidade foifundamental no nosso envolvimento.Dennie, que vive a quase cinco milquilômetros de distância, nos visitou econtou sobre um caso arquivado, quepesquisamos e sobre o qual escrevemoshá mais de duas décadas. Foi como se aprópria Christie Luna cutucasse todosnós, esperando justiça.

Você tem o poder do toque?É provável que você tenha algumashabilidades psicométricas, ainda quenão perceba. Responda a estas perguntas

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para descobrir.

• Já sentiu alguém te olhando ou sentiua presença de alguém em algumlugar antes de perceber que a pessoaestava lá?

• Tem sensações fortes ou é inundadode emoções e memórias quando olhafotografias antigas?

• Quando toca outra pessoa ou seguraa mão de alguém, tem impressõessobre a personalidade dela?

• Já entrou num quarto e sentiu queuma discussão ou outroacontecimento carregado deemoções havia acabado de

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acontecer?• Sente o clima de outras pessoas e se

adapta a ele, como se fosse seupróprio clima?

Se respondeu “sim” para uma ou maisdessas questões, você deve ter algumashabilidades psicométricas. A únicamaneira de descobrir é tentando.

EXERCÍCIO DE PSICOMETRIAComece com objetos familiares, comoo relógio ou o anel de uma pessoa dafamília, ou talvez um broche usado porsua avó. Se preferir, use uma peça deroupa ou a carta de um amigo.

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Encontre um lugar tranquilo ondepossa relaxar e limpar a mente.Concentre-se na sua respiração; inspirelenta e profundamente. Pense positivo.Confie nas suas habilidades.

Segure o objeto nas mãos ou opressione contra a testa, contra o“terceiro olho”. Você pode achar difícildistinguir o que já sabe sobre o dono doobjeto. Se sentir algo que não sabesobre a pessoa, tente descobrir se éverdade.

Se achar complicado ter algumaimpressão, não se esforce muito.Relaxe e respire. Quando sua mente forlevada, perceba as impressões isoladas

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tocarem de leve sua consciência. Siga-as, quaisquer que sejam; veja aonde olevam.

Depois, experimente objetos quepertencem a pessoas que não conhece.Veja se consegue obter impressões deuma carta fechada que não era para vocêe que você não leu. Ou trabalhe comalgo do passado distante, como umapeça de cerâmica ou uma ponta deflecha. Algumas vezes, você poderáverificar a informação que obteve.Outras, terá de confiar nas suassensações.

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Segredo 4

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A CRIATIVIDADE

A criatividade está no coraçãoda sincronicidade.

“O espaço intermediário [...] éaquele entre o observador e oobservado; o espaço do atocriativo que dá vida a umpoema ou a uma pintura.”

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– F. DAVID PEAT,PATHWAYS OF CHANCE

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A manifestação de algo é um atocriativo. Assim como qualquer outraatividade criativa, quanto mais vocêpratica a manifestação, mais ela sedesenvolve em você. Quanto maior suaproficiência, maior será a possibilidadede uma sincronicidade coincidir comsuas manifestações. Na verdade, elasdevem ser uma coisa só.

Pense em três objetos que gostaria dever ou encontrar hoje, objetos que vocêsabe o farão feliz. Digamos que sejamuma rosa, um pingente de ouro e umalibélula. Passe alguns momentosconcentrando-se nesses objetos. Veja

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cada um deles nitidamente em suaimaginação, mantendo a imagem namente por pelo menos um minuto e meio.Enquanto pensa na rosa, por exemplo,mantenha a imagem até que veja aspétalas vermelhas brilhantes, os talosverdes e espinhosos e as folhas verdespontudas. Faça o mesmo com o pingentede ouro e a libélula.

Depois, continue seu dia. Sevisualizou nitidamente os objetos, éprovável que encontre cada um delesnuma questão de horas, mas nãonecessariamente como esperava. Porexemplo, você pode passar com um

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carrinho de compras no estacionamentodo supermercado e ver uma libélulapairando sobre os arbustos no canteiro.Alguns minutos depois de chegar emcasa, a campainha pode tocar e umentregador lhe estender um cartão comuma dúzia de rosas, mas elas são parauma vizinha que não está em casa. Oentregador pergunta se você poderecebê-las, e, quando pega as rosas,percebe que ele está usando um pingentedourado no pescoço.

Ajuda se você tiver um motivo bemclaro para escolher o objeto. No auge doinverno, uma mulher em Madison,

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Wisconsin, que não via o sol há duassemanas, queria muito encontrar umgirassol no decorrer do dia. Girassóissempre a deixavam alegre e a faziampensar em estações mais quentes eaconchegantes. Ainda que estivessenevando, ela achou que seu desejopoderia se manifestar. E não sentiunenhuma resistência.

Naquela dia, encontrou-se com a filhapara almoçar num restaurante que nãoconheciam. Quando passou pela porta deentrada, a primeira coisa que viu foi umpôster, na parede, de um girassol. Essaexperiência foi uma sincronicidade?

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Certamente. Mas foi seu forte desejo – eo poder da intenção e da imaginação –que ocasionou a manifestação, por meioda lei da atração.

O poder da imaginaçãoNos livros e filmes de Harry Potter, aimaginação permite que os jovensfeiticeiros viajem para espaçosintermediários com o intuito de dominaralguma mágica. Aprender a voar numavassoura nas partidas de quadribol, porexemplo, começa na imaginação. Épreciso enxergar-se, na mente, voando econtrolando a vassoura. Da mesma

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maneira, quando Luke Skywalker estáaprendendo com Yoda a dominar aForça, primeiro deve aprender a fazê-lona sua mente, de olhos fechados. Nofilme Da magia à sedução, todas asmágicas começam de dentro.

Sabe-se que atletas profissionaistambém entram nessa zona, no espaçoonde visualizam suas jogadas, seusmovimentos, e dão o máximo de si. Essavisualização é feita da maneira maisdetalhada e precisa possível, e elespraticam tudo na mente antes de efetuaros movimentos.

Como disse Coleridge, “a imaginação

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é o poder vivo e o principal agente detoda a percepção humana”. Seconsiderarmos a criatividade umarquétipo, faz todo sentido o fato de que,quando estamos dominados por ela,nesse fluxo poderoso, estamos criandoum ambiente fértil para asincronicidade.

A maioria de nós tem um talentocriativo ou interesse que gostaríamos dealimentar e desenvolver. Masencontramos todos os tipos de razõespara procrastinar. Dizemos a nósmesmos que não temos dinheiro outempo para perseguir aquilo que

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amamos. Talvez tenhamos medo de nãoconseguir sobreviver daquilo queamamos. Mas a conclusão é que, se nãotentarmos, nunca teremos uma féverdadeira em nós mesmos, nuncasaberemos quão criativos somos. E,quando não nutrimos nossa criatividade,nos fechamos para as sincronicidadesque poderiam nos levar àsoportunidades e pessoas certas, nomomento certo.

VOCÊ ESTÁ ABERTO?Novas experiências são o fundamentode todo processo criativo. Elas nos

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ajudam a ver o mundo e a nós mesmosde uma forma diferente. Estimulamnovas ideias e nos abrem para novaspossibilidades. Então, antes demergulhar em sua paixão criativa,descubra o quanto você é aberto a novasexperiências. Leia as frases abaixo.Alguma delas se aplica a você?1. Aceito experiências novas.2. Corro riscos.3. Gosto de estruturas, desde que não

sejam restritivas.4. Busco emoções em todas as áreas da

minha vida.5. A rotina tem seu lugar, mas prefiro o

imprevisível e o aventuroso.

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6. Todas as manhãs, quando acordo, ficolouco para começar o dia.

7. Acredito ser uma pessoa criativa.8. Consigo manifestar qualquer coisa

que imagine.9. Confio no processo criativo.10. Consigo tudo o que quero.

Neste momento você começa acompreender. Essas frases sãoafirmações que ajudam a preparar oterreno para sua autoexpressão criativa.Distribua-as pela geladeira, no espelho,na parede do escritório. Reflita sobreelas. Diga-as em voz alta. Faça-as setornar realidade. Quanto mais vocêpratica essas afirmações positivas,

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maior a probabilidade de escancarar asportas para as sincronicidades que opermitirão obter tudo aquilo que quer.

Quando você traz esse tipo deconsciência para seu próprio processocriativo, está convidando asincronicidade para sua vida, o que, porsua vez, ajuda a guiá-lo em seu caminhocriativo.

Judi Hertling, da Colúmbia Britânica,no Canadá, procurava ferramentas deensino e capacitação para ajudar umamulher com quem trabalhava. Nada quetentara antes pareceu funcionar com essamoça em especial, e já estava ficando

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sem inspiração. Uma amiga que tinhaacabado de ler O segredo sugeriu queJudi pedisse ao universo o queprecisava. “Como se estivesseencomendando numa loja qualquer”, elariu. “Querido Universo, peço que meenvie a ferramenta perfeita para ajudaralguém a planejar sua vida cheia depaixão e propósito.”

Duas semanas depois, Judi visitou umafeira de livros usados que aconteceanualmente em prol da SPCA, umasociedade para a proteção de animais.Trata-se de um dos maiores eventosrelacionados a livros na ilha Vancouver.

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Depois de três horas folheando centenasde livros, ela já estava cansada efrustrada. Então, desistiu e foi para casa.Mas algo no fundo da sua mente insistiapara que verificasse uma mesa comlivros de metafísica e autoajuda maisuma vez. Dessa vez, Judi encontrou umconjunto com seis fitas casseteschamado Passion, power, and purpose[Paixão, poder e propósito].

“Foi só quando cheguei em casa eolhei de fato minha compra que percebia verdadeira sincronicidade por trás doque tinha trazido. Dentro, sobre as fitase o livro, havia um grande bilhete cor-

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de-rosa escrito com uma caligrafia bembonita: ‘Judith, agradecemos o pedido.Sinta-se à vontade para fazer outros’. Ouniverso tinha realmente me dado aquiloque pedi. Como se eu mesma tivessefeito o pedido original.”

Encontros sincrônicos como esse são oque o físico F. David Peat descrevecomo “a mente humana funcionando, porum momento, em sua verdadeira ordem,expandindo-se por toda a sociedade enatureza, movendo-se em ordens de umasutileza cada vez maior, passando pelafonte da mente e da matéria e penetrandona criatividade em si”.

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RitualUm ritual é uma ação executada por seuvalor simbólico. É usado na meditação,na visualização, na mágica e naspráticas religiosas e espirituais. Amaioria das pessoas criativas tambémusa rituais – que podem ser algo tãosimples quanto colocar determinado tipode música ou acender uma vela quandovocê se senta para escrever ou pintar.Ou algo complexo, como proferirpalavras para atingir certo objetivo.

O primeiro tipo de ritual é um sinalpara sua musa de que está pronto paracomeçar o trabalho. É o equivalente a

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abrir a porta para seu eu criativo e setornar um canal para qualquer coisa queflua através de você. Significa que agorase encontra em um estado receptivo damente. O segundo é uma forma devisualização. Um ritual pode ser umaferramenta poderosa para atrair asincronicidade e desenvolver seusesforços criativos.

Quando a roteirista Hilary Hemingwayquis melhorar as finanças da família, elae o marido, o escritor Jeff Lindsay,foram até Key West executar um ritualde prosperidade envolvendo uma antigae conhecida espécie de paineira perto

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do fórum do condado. A paineira, queaparece no filme Fonte da vida, eraconsiderada na cosmologia maia aárvore da vida que conecta a terra aocéu, ou a humanidade ao divino.

Seguindo o ritual tradicional, elesdeixaram um bilhete com seus pedidosno pé da árvore e despejaram rum emvolta, “alimentando”, simbolicamente,tanto a árvore quanto a musa. Em poucotempo, o romance de Jeff, Dexter, foivendido para Hollywood e se tornou asérie de televisão mais popular domomento. Depois, Andy Garciademonstrou interesse em produzir o

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roteiro de Hilary sobre os últimos diasde seu tio, Ernest Hemingway, em Cuba.

Todos temos capacidade de criarnovas possibilidades por meio daimaginação e da intenção; o ritual éapenas uma maneira de se concentrarnessa intenção. Em cada nível decriatividade – da concepção à execução–, os rituais têm um papel vital. Mas é amente não local, a consciênciauniversal, que “nos permite imaginaralém dos limites do que a mente local vêcomo ‘possível’, pensar ‘fora da caixa’e acreditar em milagres”, escreveuDeepak Chopra em A realização

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espontânea do desejo.Que tipo de rituais você usa em seu

trabalho criativo? Tem alguma técnicapara evocar sua musa? Há algummomento do dia ou da noite em que émais criativo? Michael Crichtonescrevia quase sem parar quandocomeçava um novo livro. Stephen Kingescuta rock no último volume. Algumaspessoas que trabalham com criação dãoum passeio antes de ir trabalhar,absorvendo o mundo à sua volta. JuliaCameron escreve diários,especificamente três páginas pelamanhã, à mão, para entrar no espírito

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criativo e começar o dia. Os tipos derituais que você faz dizem respeito só avocê e ao tipo de trabalho criativo queexecuta. Quando pegar o hábito, asincronicidade não ficará tão lá atrás.

Sua musa e a sincronicidadeA musa criativa fala conosco de muitasmaneiras diferentes; a sincronicidade éclaramente uma delas. Emboraesperemos que a musa sussurre no nossoouvido ditando o maior romance dahistória, ou guie nossas mãos na criaçãode uma escultura que se equipare àPietá, ela trabalha de maneira sutil.

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Um dia, em 2001, a escritora JoyceEvans-Campbell estava vasculhando asprateleiras de poesia numa livraria eencontrou três antologias de MarilynTaylor, uma poetisa de Wisconsin (queem 2008 se tornou poetisa laureada doEstado). Joyce comprou as três comoleitura preparatória para um curso depós-graduação em poesia que começariaa frequentar na semana seguinte. Passouo fim de semana estudando os poemas emergulhando no estilo e na voz dapoetisa. Seria sua primeira aula, e nãotinha a menor ideia do que esperar doprofessor. Estava nervosa por achar que

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o curso poderia não suprir suasexpectativas.

Na terça-feira, primeiro dia do curso,Joyce passou por um exame deressonância magnética que durou maisque o esperado e chegou atrasada para aaula. Ela ficou surpresa ao ver umaprofessora, em vez de um professor, nasala. Esperava entrar sem interromper aaula, mas a professora se dirigiu a elaenquanto entrava. “Você é Joyce Evans-Campbell?”

Joyce concordou com a cabeça,repreendendo-se por ter se atrasado noprimeiro dia, e se sentou, perguntando-

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se quem seria a mulher e como sabia seunome. Depois da aula, Joyce foi até amesa da professora e pediu desculpaspelo atraso. A mulher se apresentou:“Meu nome é Marilyn Taylor. Adoro suacoluna no Journal Sentinel, leio otempo todo”.

Joyce ficou desconcertada. “Esseencontro criou uma primeira impressãoextraordinária, e os dois anos de estudocom ela foram ótimos. Essacoincidência significativa abriu asportas para uma relação mais profunda eajudou-me a desenvolver a confiança.”

A complexidade dos acontecimentos

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que suscitaram essa sincronicidade éimpressionante. Joyce ainda nãoconhecia Marilyn Taylor quandoencontrou suas antologias poéticas nalivraria. Então, passou o fim de semanainteiro mergulhada no trabalho deTaylor, e acabou descobrindo que eladaria aula de poesia porque o professorcontratado havia morrido. Em qualquermomento dessa série de acontecimentos,decisões diferentes poderiam ter sidotomadas, diferentes caminhos poderiamter sido seguidos, e a conexão poderiade fato não ter acontecido.

Nesse exemplo, a sincronicidade

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pareceu remover todas as barreiras,possibilitando que Joyce encontrasseexatamente a orientadora correta paraaquele período da sua vida.

CONCLAME SUACRIATIVIDADE

Pessoas criativas devem ser capazes dese envolver naquela força primordial daqual fala David Bohm, porque acriatividade requer um estado alteradode consciência. Mas todos somosinerentemente criativos, por isso o quefazemos é menos importante que o quepensamos e sentimos sobre o que

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estamos fazendo em determinadomomento.

Quando está procurando por umasolução inovadora ou uma nova maneirade fazer algo – em casa, no trabalho,com seus filhos –, por onde vocêcomeça? Queixa-se e fica com raiva,reclama e se preocupa? Senteansiedade? Essas emoções só atrairãomais do mesmo. Em vez de xingar ouniverso porque não consegue encontraruma solução ou por se sentir bloqueado,respire fundo. Depois, envie um sinalclaro para o universo de que querexperimentar sincronicidadesrelacionadas aos seus interesses.

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Entusiasme-se com isso. Peça umaorientação, verbalmente e por escrito.Veja algumas sugestões:

• Faça uma “caixa mágica” e coloquenela seus pedidos. Exponha a caixade forma destacada. Coloque floresou doces ao redor dela, se quiser.

• Chame sua musa. Em Escrever:memórias de um ofício, StephenKing fala de sua musa, que, naverdade, seria um garoto que morano porão e adora música alta. Suamusa é do sexo masculino oufeminino?

• Crie um painel de desejos com fotos,anotações, artigos de revista ou

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qualquer coisa que lembre seusesforços criativos. Olhe para elecom frequência. Acrescente novascoisas regularmente.

• Crie um planejamento escritoresumindo tudo o que quer alcançarem sua vida criativa em uma semana,um mês e um ano. Atualize-o quandonecessário, e revise-o sempre. Olhepara ele frequentemente. Leia-o ou odecore, aposte nele com entusiasmo.

• Busque exemplos no seu caderno desincronicidades que se relacionemespecificamente com sua vidacriativa. Em uma seção separada,escreva a sincronicidade desejada

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como uma história com início, meioe fim.

• Antes de ir dormir, medite sobre umsonho. Diga a si mesmo que terá umsonho com uma mensagemrelacionada a suas atividadescriativas, e, mais importante, que selembrará dele.

Às vezes as sincronicidades parecemnos bloquear, em vez de servirem comoguia. Mas, em última instância, vocêdescobrirá que houve uma razão paraque seu desejo não se realizasse – e,provavelmente, o resultado será bemmelhor.

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Por mais que a rejeição e a decepçãosejam lugares-comuns na vida deindivíduos criativos, a perseverançavence; a derrota nunca deve ser umaopção.

A criatividade e os sonhosAlgumas das sincronicidades maisdramáticas relacionadas à criatividadeocorrem nos sonhos, e por meio deles.Visto que passamos cerca de um terçoda vida dormindo, essa área merece umexame mais detalhado.

Numa noite normal, passamos porquatro fases de sono, diferenciadas pela

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frequência das ondas cerebrais, dosmovimentos dos olhos e da tensãomuscular. Na primeira fase, o ritmomuda de beta – nossa consciêncianormal de quando estamos acordados –para alfa, quando as ondas cerebraisoscilam de oito a dez ciclos porsegundo. Nesse estágio, costumamosexperimentar imagens hipnagógicas –cenas surreais que geralmente dizemrespeito aos últimos pensamentos quetivemos antes de apagar a luz. Essasimagens breves e psicodélicas podemser tão significativas e sincrônicasquanto sonhos mais longos nos estágios

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mais profundos do sono.Na segunda fase, o cérebro registra

ondas teta, caracterizadas por rajadasrápidas de atividade cerebral. Os olhosmovem-se repentinamente para a frente epara trás por trás das pálpebras. Emgeral, esse período de movimentorápido dos olhos, chamado de sonoREM (do inglês Rapid Eye Movement),dura vários minutos a cada vez. A maiorparte dos nossos sonhos ocorre nesseestágio, que representa até 25% do sonode uma noite, ou cerca de uma hora emeia a duas horas para a maioria daspessoas. Durante uma noite normal,

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passamos por quatro ou cinco períodosde sono REM. Eles tendem a ser maiscurtos no início da noite, aumentandoprogressivamente perto da manhã; é porisso que, a princípio, é mais fácil noslembrarmos dos sonhos matutinos.

O primeiro passo para se lembrar dossonhos é fácil. Pegue um caderno e umacaneta, de preferência que tenha luz naponta. Quando estiver prestes a dormir,pense com vontade que se lembrará detodo e qualquer sonho relevante paraaquilo em que está trabalhando ou que oestá preocupando. Com a prática, vocêacordará depois de ter sonhos relevantes

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e conseguirá se lembrar do suficientepara fazer anotações. Quando tiverexperiência em se lembrar dos últimossonhos que teve na noite, aprenderácomo retroceder a cada sonho sucessivode modo que consiga se lembrar dequatro ou cinco deles.

Com o tempo, o léxico do seu mundode sonhos surgirá, e você será capaz deinterpretá-los com muita facilidade.

Até mesmo pesadelos podem ter pistase respostas vitais para sua criatividade.O inventor Elias Howe sonhou que tinhasido capturado por selvagens que oatacavam com lanças com buracos em

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forma de olho na ponta. Quando acordoudo pesadelo, percebeu que ele lhe dera apeça final de um quebra-cabeça para suamáquina de costura: o buraco da agulhaperto da ponta.

O escritor Robert Louis Stevensonesforçou-se durante dias para encontraro enredo de uma nova história, e acaboudescobrindo-o num sonho, como se lhetivesse sido entregue. O resultado foi Omédico e o monstro.

Os dois estavam profundamentemergulhados num trabalho criativo eimaginativo que os consumia. Quandodormiram, essa intensidade contornou o

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lado esquerdo e racional do cérebro eatingiu o que Peat chama de “espaçointermediário” para encontrar umasolução. Se não conseguissem selembrar dos sonhos, o desenvolvimentode máquinas de costura poderia seratrasado por décadas ou mais e ahistória de Jeckyll e Hyde não seriaescrita! Tendo como base somente essesdois exemplos, conseguimos ver o valorde nos lembrarmos dos sonhos.

Escrevemos diários de nossos sonhoshá anos e os consideramos extremamenteúteis. Nossos sonhos já nos deraminsights sobre processos criativos e

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ideias para livros – e até nos alertaramsobre vendas futuras dos nossos livros,bem como nos libertaram de bloqueioscriativos.

A comunicação dos sonhosHá muitos anos, Trish estavaministrando um workshop em um retiropara escritores. Enquanto falava,começou a sentir um desconforto quegeralmente precede um grande problemacom qualquer projeto criativo no qualesteja trabalhando no momento. Comoera de esperar, no final do dia ela soubeque o romance que estava escrevendo

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não tinha sido aceito. Esse momento ésempre deprimente. A mente de Trishlutava para preencher buracos noenredo, consertar os personagens. Eladormiu agitada e sonhou que suapersonagem, Mira Morales, escreveu-lhe uma carta. Quando acordou, asúnicas linhas das quais se lembravaeram: Não se preocupe. Darei um jeito.Com amor, Mira. Trish se lembrou doconselho de Mira, e conseguiureescrever Black water.

A ideia para o primeiro romance deRob, Crystal skull, envolvendo a uniãode duas caveiras de cristal, surgiu num

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sonho. Depois de terminar o livro, eledescobriu por acaso um grupodesconhecido chamado SociedadeInternacional das Caveiras de Cristal.Escreveu para eles e recebeu umboletim informativo contendo um artigosobre a futura união de duas caveiras decristal de tamanho natural. Pouco antesde sair para uma viagem a SanFrancisco, Rob escreveu para JoanneParks, dona de uma das caveiras, quemorava em Houston. No caminho, eleficou preso durante horas no aeroportode Houston e, ao retornar, atrasou-se efoi obrigado a passar a noite lá. Quando

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finalmente chegou em casa, recebeu umrecado de Joanne convidando-o para ir aHouston conhecer Max, a caveira decristal.

Nesse exemplo, a criatividade não sóatraiu a sincronicidade, mas esta, em simesma, trouxe uma nova oportunidade.O convite para que Rob visse a caveirade cristal finalmente aconteceu anosdepois de ter sonhado com o enredo dolivro.

Os sonhos podem fornecer soluçõessincrônicas e criativas para todos ostipos de problemas da vida real. Depoisda morte de seu bisavô, Jennifer Gerard,

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empresária em Ohio, encontrou algunspapéis em meio aos pertences dele quedetalhavam os graves apuros pelos quaispassou sua família depois de umadepressão financeira.

Seu bisavô morava com a mãe, o pai eo irmão na casa de madeira da avó dele;o avô dele já tinha morrido há anos.“Tínhamos muito pouco dinheiro, umajunta de cavalos, alguns objetosdomésticos e uma carroça”, escreveu obisavô de Jennifer. “Por volta da meia-noite do dia 23 de dezembro, meu irmão,Wilson, me acordou chorando. Ele medisse baixinho que conversou com nosso

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avô sobre dinheiro. Eu lhe disse quedeveria estar sonhando e que voltasse adormir. Mais ou menos às cinco damanhã, ele me acordou de novo e disseque vovô tinha voltado, que eu devialevantar e fazer exatamente o que eledisse.”

Os garotos pularam da cama, entraramna cozinha e se vestiram perto dalareira. Wilson disse que o avô lhecontara que havia dinheiro numa caixaescondida no último degrau da escada,em cima do armário, atrás da cama dopai deles. O avô queria que os garotospegassem a caixa e a entregasse à sua

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mãe.Eles encontraram a caixa exatamente

do jeito que o avô dissera no sonho deWilson. Dentro, encontraram duasbolsas de couro cheias de moedas deprata. “Mamãe começou a chorar, e logotodos choramos com ela. Depois de nosacalmarmos, papai e eu contamos odinheiro. Nas duas bolsas havia 265dólares, principalmente em moedasfrancesas e inglesas. Com certeza foi umpresente de Deus, pois tínhamos menosde cinco dólares em casa, e um duroinverno pela frente.”

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A criatividade e o olhar adianteAlgumas vezes, você só perceberá arelação entre uma sincronicidade e oprocesso criativo quando o esforçocriativo terminar. O surpreendente casode Edgar Allan Poe e seu romance sobreuma aventura no mar, A narrativa deArthur Gordon Pym, ilustra até queponto no futuro a criatividade pode noslevar.

Na história, três homens e um rapaz de16 anos estão à deriva no mar em umbarco salva-vidas depois de sofreremum naufrágio. Desesperados, no auge dafome, eles resolvem tirar a sorte para

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ver quem seria morto e comido. Oserviçal, Richard Parker, é sorteado eimediatamente apunhalado e consumido.

No dia 25 de julho de 1884, 47 anosdepois de Poe escrever o romance, umserviçal de 17 anos chamado RichardParker foi morto e devorado em umincidente parecido. Parker, em suaprimeira viagem em alto-mar, embarcarano Mignonette em Southampton, naInglaterra, com destino à Austrália. Mas,quando o navio chegou ao Atlântico Sul,foi atingido por um furacão e afundou.Os sobreviventes, que usavam um salva-vidas, tinham poucos suprimentos e,

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depois de 19 dias à deriva, sedesesperaram. Os homens discutiramsobre tirar a sorte para escolher umavítima que seria comida pelos outros,mas escolheram Parker, que estavadelirando por ter bebido água do mar. Atripulação que restou sobreviveu mais35 dias da carcaça de Richard até serresgatada pelo SS Montezuma, nomedado em homenagem ao rei canibal dosastecas.

A misteriosa conexão entre a ficção ea vida real foi revelada no dia 4 de maiode 1974, quando um garoto de dozeanos, Nigel Parker, parente de Richard

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Parker, enviou a história para o SundayTimes de Londres. O jornal estavapromovendo um concurso para escolhera melhor coincidência. A história deRichard Parker não só venceu, como foiconsiderada uma das melhores“coincidências” já registradas pelorealizador do concurso, o escritorArthur Koestler. Ela também fortaleceuo lugar de Poe nos anais literários detudo que é estranho e incomum.

O romance Futility, de MorganRobertson, publicado em 1898, ofereceoutro exemplo fascinante decriatividade, sincronicidade e futuro.

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Nele, um navio supostamenteinafundável chamado Titan bate em umiceberg no Atlântico Norte. A históriafictícia assemelha-se ao naufrágio doTitanic 14 anos depois. Robertson disseque a ideia do seu livro foi inspiradapor uma “visão bem clara durante umtranse”.

Considere essas notáveis semelhanças:

• O Titanic foi o maior transatlânticoluxuoso do mundo – 869 metros,pesando 66 mil toneladas –, e umavez descrito como inafundável. OTitan foi descrito como a maiorembarcação flutuante – 244 metros,

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pesando 75 mil toneladas – econsiderado indestrutível.

• O Titanic tinha três hélices e doismastros; o Titan também.

• As duas embarcações iniciaram aviagem em abril. O Titanic levavasomente 20 botes salva-vidas,menos da metade necessária para acapacidade de três mil passageiros;o Titan carregava “o mínimopermitido pela lei”, 24 botes, menosda metade necessária para suacapacidade de três mil passageiros.O Titan navegou com 2.500passageiros; o Titanic saiu do porto

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com 2.207 passageiros.

Para aumentar as estranhezas dessesparalelos, alguns meses depois de oTitanic afundar, um navio mercantepassava pelo nebuloso Atlântico Nortecom apenas um rapaz de plantão. Derepente, ele sentiu que o navio estava naárea em que o Titanic afundara.Apavorado e tomado pelo pânico, soouum alarme. O navio parou. Quando aneblina começou a se dissipar, ospassageiros ficaram aliviados em verque tinham parado exatamente nomomento oportuno. Um iceberggigantesco apareceu de maneira

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ameaçadora na frente deles, bem nomeio do caminho. Inacreditavelmente, onome do navio era Titanian.

EXERCÍCIO PARA CRIAR OFUTURO

Se os físicos quânticos estiverem certose tudo no universo for intimamenteconectado, você pode criar uma histórialigada a um acontecimento futuro. Não épreciso ser um escritor para fazer esseexercício. Seu propósito é documentarum incidente futuro.

Diga a si mesmo que se deparará comuma ideia que, num momento futuro,

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será como uma manchete de jornal.Pense em termos de alguns dias,semanas ou meses. Se escrever sobre ofuturo distante, talvez não consigaverificá-la.

Sente-se no computador ou peguepapel e caneta. Tranquilize sua mente,relaxe e respire profundamente algumasvezes. Afirme suas intenções. Diga a simesmo que sua parte criativa não estáligada ao presente, e pode viajar para ofuturo. Não crie uma históriarelacionada a algo que ouviu que podeacontecer no futuro. Apenas deixe aideia surgir. Tome nota dos detalhes eimpressões que surgem na sua mente.

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Não se preocupe com estilo oupontuação.

Se nenhuma ideia se apresentar, deixepara lá e depois tente mais uma vez.Talvez você só consiga escrever algumaslinhas, e não uma história completa.Tudo bem. A ideia é usar sua criatividadepara se conectar com o futuro. Quandoterminar, guarde o que escreveu e fiqueatento para um acontecimento que seassemelhe à sua história.

A sincronicidade comoafirmaçãoQuando uma parte da sua vida começa a

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dar errado – um relacionamentoamoroso, suas finanças, um emprego, umempreendimento comercial –, talvezpareça que sua criatividade se esgotou.Porém, se continuar procurandosoluções inovadoras, lutando paraatravessar o pântano, a sincronicidadesussurrará nos bastidores como umaliado invisível. Assim, de repente,conexões são feitas, e a sincronicidadeque se manifesta no meio de todo o caosé uma afirmação de que se está nocaminho certo, tomando a decisãocorreta, fazendo a coisa certa. Para GailProvost Stockwell, cofundadora do

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retiro de escritores Writers’ RetreatWorkshop, foi uma sincronicidade quemanteve o evento vivo, quasecompletando 25 anos de existência.

Em 1987, Gail e seu primeiro marido,Gary Provost, começaram o retiro, umworkshop intensivo e de imersão paraescritores de ficção. A equipe de alunosé formada especificamente para o ofícioda escrita de ficção. Autores visitantes,editores e agentes também sãoconvidados para lecionar e ministrarconferências. Gary faleceu de repenteem 1995, mas o retiro continuou.

Em 1998, Gail casou-se novamente e,

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com seu marido, Lance, estava lutandopara dar continuidade aos retiros. “Onúmero de inscritos caiu, não tínhamosmais um lugar para o retiro e estávamossem dinheiro para divulgação”, diz Gail.“Era um momento de baixa. O futuro doretiro parecia desolador.” Mas elescontinuaram fazendo conexões, tendoesperanças, seguindo exemplos, tentandodiferentes formas de angariar fundos.

Ao retornar de uma deplorável viagempara conseguir apoio financeiro, Gailsentiu que as coisas não poderiam ficarpiores. Ela se lembra de entrar em casanum sábado de manhã sentindo-se

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frustrada e derrotada, pronta paradesistir. “E então, entrei no escritório eencontrei mais de cem mensagens nasecretária eletrônica de pessoas quequeriam saber onde poderiam seinscrever para o retiro.” Um dia antes, oUSA Today publicara uma matéria deviagem sobre educação nas férias, e oretiro havia sido mencionado.

Até hoje, Gail não tem certeza decomo o USA Today descobriu o retiro.Mas a oportunidade surgiu exatamentequando eles precisaram, uma afirmaçãosincrônica de que o retiro não sósobreviveria, mas floresceria. Hoje,

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atrai estudantes do mundo todo. Muitosdos aspirantes a escritor que fizeram ocurso foram publicados.

DESBLOQUEANDO SUACRIATIVIDADE

Às vezes, quando estamos envolvidosem um projeto criativo, encontramosbarreiras. Nossos melhores esforçospara prosseguir são bloqueados. Pareceque nossa musa saiu pra almoçar. Comovocê supera bloqueios que parecemsepará-lo de seu eu criativo?

Primeiro, pense no processo criativocomo uma história. O conflito faz parte

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do ato de contar histórias, e o mesmovale para sua situação. Se tudo corressebem desde o início até o final em umanarrativa, provavelmente você perderia ointeresse depois de algumas páginas.

Quando aceitar que esses eventuaisbloqueios são normais, você pode usar asincronicidade para superar asdificuldades. Veja uma ideia: saia do seuespaço de trabalho e ouça o que asoutras pessoas estão dizendo,independentemente de estaremconversando com você ou não. Ou,talvez, escute alguém falando no rádioou na televisão. Preste atenção emalgumas frases. Mesmo que o que

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escute não tenha nada a ver com seuprojeto, dê-se uma chance. Brinque comas palavras. Procure pistas escondidas.De que maneira elas se aplicam ao seuproblema?

Exatamente no momento em que Robestava escrevendo o parágrafo anterior ese perguntando como continuar, Trishgritou: “Ei, olhe aquele gambá do ladode fora da janela!”. Ironicamente, ver umgambá, de acordo com um livro sobresimbolismo animal, significa que épreciso cavar mais fundo e buscarsignificados ocultos. Era exatamentesobre isso que Rob escrevia: buscarsignificados ocultos. Sincronicidade.

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Outra fonte sobre o significado dogambá dá esta sugestão: mostre o quesabe e pare de esconder suashabilidades. Este também é um bomconselho para superar um bloqueio.

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Segredo 5

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AS SÉRIES

A sincronicidade se manifestaem séries de números, nomes,objetos, palavras, símbolos.

“Agora tenho tantas repetiçõesestranhas de 23 nos meusarquivos quanto [Charles] Forttem de chuvas de peixes, e as

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pessoas estão sempre memandando novas repetições.”

– ROBERT ANTONWILSON, FORTEAN TIMES

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Anthony S. Clancy, de Dublin, naIrlanda, nasceu no sétimo dia da semana,no sétimo dia do mês, no sétimo mês doano, no sétimo ano do século: 7/7/1907.Ele foi o sétimo filho de um sétimo filhoe teve sete irmãos. No seu aniversáriode 27 anos, numa corrida de cavalos, eleolhou para a lista para escolher umcavalo na sétima corrida. “O cavalo denúmero 7 chamava-se Sétimo Paraíso. Aprobabilidade de ganhar era de sete paraum.” O que Clancy fez? Apostou setexelins no cavalo... que ficou em sétimolugar. A história de Clancy estava numacarta escrita a Arthur Koestler depois

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que este publicou As raízes dacoincidência.

Começando a reparar nassériesSéries de números, nomes, palavras,frases, canções, objetos eacontecimentos são um dos aspectosmais curiosos da sincronicidade.Quando acontece, afirmou Frank Joseph,invariavelmente sentimos que “algoimportante, talvez até divino, estátentando se comunicar por meio dosímbolo numérico”.

Jung, que passou por diversas

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sincronicidades numéricas no decorrerda vida, acreditava que os númerosrepresentam “um arquétipo de ordemque se tornou consciente”. Ossignificados dessas séries podem nãoser imediatamente evidentes quando osexperimentamos. Mas, ao interpretá-loscomo metáforas, pesquisarmos eusarmos a intuição, podemos ter maisclareza e uma avaliação mais profundade como nosso eu interno ou nossoinconsciente nos guia.

Digamos que, durante vários dias,você veja uma série de números emtodos os lugares – no relógio, no micro-

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ondas, no visor digital do rádio, na TV,nas contas. Esses números reaparecemcom tanta frequência que você comentacom outras pessoas, e começa a sentirque eles o estão perseguindo. Talvezvocê os pesquise no Google paradescobrir se significam alguma coisa etermine por descobrir que outraspessoas estão passando pela mesmasituação, com os mesmos números. Vocêaté encontra diversos sites e blogs quefalam dos mesmos números, e talvezverifique textos esotéricos e denumerologia para descobrir a possívelmensagem. De repente, um novo mundo

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de mistérios sincrônicos se abriu pravocê.

Às vezes, o significado de uma sérienumérica é óbvio. Se seu número desorte aparece repetido em todos oslugares, é provável que algo de bomesteja prestes a acontecer. Se você vê onúmero 9111 em todos os lugares, talvezesteja sendo avisado sobre umaemergência ou crise no futuro próximo.Foi o que aconteceu com um homem quepostou anonimamente em nosso blog.Nós o chamaremos de John.

Durante vários meses no final de 2008,John olhou repetidas vezes para o

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relógio exatamente às 9h11. Os númerossurgiam toda vez que ligava a TV ou orádio, e até em conversas. “Tornou-sealgo visível de modo tão preponderanteque tive de prestar atenção.” Váriosmeses depois de o fenômeno começar, opai de John morreu, e uma semanadepois, também um grande amigo.Depois parou. “Em todo o caos que seseguiu às mortes, esqueci-me disso, atéque começou a acontecer de novo. Foiquando percebi que estava recebendochamadas de 911 do universo.”

Nós juntamos informações sobre asséries de números mais comuns e

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indicamos a seguir váriasinterpretações. Mas, como todasincronicidade só é significativa paraquem a vivencia, o significado de umasérie particular de números é única paracada indivíduo. Use esses significados ehistórias como pontos de partida parasua própria investigação.

11, 111 e 11:11Se você buscar 11:11 no Google,aparecerão milhões de sites.Obviamente, há um interesseconsiderável nesses números, e essasérie está entre as mais comuns. Até

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mesmo Keith Olbermann, comentaristada rede de televisão MSNBC, vivenciouuma dessas séries.

Numa noite de jogo no YankeeStadium, em abril de 2009, o jogador debeisebol Brett Gardner, do Yankee,tentou acertar a bola. O taco escorregoudas suas mãos, voou até asarquibancadas e atingiu um garotochamado Jacob Smith, sobrinho deOlbermann. Nove anos depois, ChuckKnoblauch, segunda-base do Yankee,arremessou com muita força para aprimeira base. A bola quicou no telhadoda cabine de jogadores e acertou o rosto

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de Marie Olbermann, mãe de Keith. Naépoca, Olbermann era comentaristaesportivo e estava cobrindo o jogo debeisebol para a Fox News. Knoblauch eGardner usavam uniforme número 11.

Vejamos algumas sincronicidadeshistóricas curiosas envolvendo onúmero 11:

• O Armistício de Compiègne foiassinado às 11h11 da manhã no dia11/11/1918.

• A Segunda Guerra Mundial terminouàs 11h do dia 11 do mês 11.

• Yasser Arafat morreu no dia11/11/2004.

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• John F. Kennedy foi assassinado nodia 22/11.

• Supostamente, o calendário maiatermina às 11h11, hora universal, de2012.

• A Marinha dos Estados Unidos listaum solstício para o dia 21/12/2012às 11h11, hora universal.

Uri Geller, famoso paranormalisraelense, mantém em seu site umaampla seção dedicada ao número 11:11.Ele afirma que começou a vivenciaresse fenômeno em 1986. Os incidentesse proliferaram, e ele começou aperceber os números em computadores,

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fornos de micro-ondas, carros,documentos e quartos de hotel. Quandofinalmente resolveu escrever sobre elesno site, recebeu uma enxurrada de e-mails de pessoas que também ovivenciaram. O site de Geller explica ofenômeno em detalhes, mas dizessencialmente que 11:11 é um portal,“uma fenda entre dois mundos [...], umaponte que tem como potencial inerente ofato de interligar duas espirais bemdiferentes de energia”.

De acordo com um livro chamado11:11: Inside the doorway, essesnúmeros tendem a ocorrer durante

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períodos de consciência elevada. Elesreativam “bancos de memória celular” eagem como comprovação de queestamos no caminho correto.

Outros significados esotéricos? Vocêestá sendo conduzido a uma realidademais profunda, vendo como se separarda ilusão, aproximando-se do “espírito”ou de uma “consciência extraterrena”. Oproblema com algumas interpretaçõesesotéricas é que parecem superficiais.Isso não quer dizer que sejam inválidas,mas que, para você, o surgimento dessesnúmeros pode indicar algo maisordinário.

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Confirmações e alertas tambémparecem acompanhar essa série. Em umsite chamado Celestine Vision, baseadono best-seller A profecia celestina, umquadro de mensagens sobre asincronicidade define 111 ou 1111 como“fluxo energético de água, de dinheiro,de sexo, de kundalini e magnético.Acontece quando uma dessas energias semanifesta”.

Ao escrever esta seção, recebemos umboleto da faculdade de Megancorrespondente à taxa de limpeza dodormitório que ela compartilha comoutras três moças. O valor? Cento e onze

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dólares e alguns centavos. Certamenteele indicava um fluxo de dinheiro, masque saía, não entrava.

No mesmo dia, estávamos escrevendoo primeiro rascunho deste capítulo efalando com algumas pessoas no nossoblog sobre o fenômeno 11:11. Fizemosuma pausa para que Rob buscasse nossocarro, um Mazda, cujo alternador játinha sido trocado duas vezes em duassemanas. Quando saímos da garagem às15h17, ele olhou o relógio. Como abateria fora desconectada, o relógioparou. Ele marcava 11:11.

O significado que você relacionar a

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essa série de números, ou a qualqueroutra, pode ser determinado pela suaidade, pelo histórico familiar, pelacultura e, obviamente, por suascircunstâncias atuais. Um dia, JeneanGilstrap, de Delaware, estava no carrocom seu neto de 17 anos, Christopher,quando ele olhou o telefone celular esobressaltou-se, dizendo: “Vovó, veja,são exatamente onze horas. Preciso fazerum pedido!” Jenean, curiosa sobre apercepção dele a respeito do significadodo número, perguntou o que queria dizer.“Você não sabe? É um número mágico!”

A escritora Nancy Pickard, cujo

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romance Virgin of small plains foiescolhido pelo Kansas Read em 2009,nos enviou um e-mail no primeirosemestre de 2009 para nos dizer queacabara de visitar 11 bibliotecas em 11cidades durante 11 dias. “Acho queestou fazendo exatamente o que deveriafazer.” Nos dois exemplos, as pessoasenvolvidas viram a série como algopositivo.

Jeff D’Antonio, professor de física doensino médio, leu nossa postagem no dia11. No dia seguinte, enquanto cumpriaalguns afazeres, ouvindo música nocarro, uma música dos anos 1980

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começou a tocar – “Domino”, doGenesis – sobre guerra nuclear e oefeito dominó. “O primeiro dominó cai,desencadeando uma série interminávelde eventos – como a Guerra Fria, adestruição mútua, todos aquelesconceitos dos quais tanto ouvimos falarna década de 1980. Quando a músicacomeçou, sem querer olhei para orelógio. Estava marcando 11:11:11.Todos esses números juntos se parecembastante com dominós enfileirados,esperando o primeiro cair, não émesmo?”

Quando nos tornamos conscientes das

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séries numéricas, tendemos a vê-las commais frequência? Ou estamos recebendoum vislumbre da simetria interna e daordem do universo? O grego Pitágoras,cientista, matemático e sacerdote queviveu por volta de 500 a.C., pensavaque a última era verdadeira. Eleacreditava que os números constituíam aprópria essência do universo. Para Jung,o 1 era mais que um simples número.Em Memórias, sonhos, reflexões, ele serefere ao 1 como uma unidade. “Mastambém é ‘a unidade’, o Um, UnidadePlena, individualidade, e não dualidade– não só um número, mas também um

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conceito filosófico, um arquétipo e umatributo de Deus, a mônada.”

Impressionante. Independentemente denos referirmos a essas sincronicidadesseriais de 11 como “perseguidoras”,alertas ou parte integrante da jornadaespiritual, é seguro dizer que as pessoasque as vivenciam abrem seus olhos,prestam atenção e, por fim, podem sermudadas pelo que descobrem.

Como a escritora Terri Patrickdeclarou em nosso blog, a mensagem do11:11 é sobre iluminação eesclarecimento. “Pelo que vi, qualquerpessoa que preste atenção em números

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repetidos geralmente começa umajornada para determinar seusignificado.” De maneira interessante, ocomentário dela foi o 11o, registradocomo #11, e enviado durante a 11a horada noite.

3, 33Séries de 3 também chamam a atenção.Esotericamente, o 3 representa atrindade corpo, mente e espírito, mastambém se refere a intuição,inventividade, espiritualidade,criatividade, os arquétipos de mãe, pai efilho, e a Santíssima Trindade. Quando

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vivenciamos séries de 3, qualquer umdesses significados esotéricos pode serválido, mas, como acontece com todasincronicidade, nós mesmos somos osmelhores intérpretes da experiência. Porvezes, a interpretação pode exigiralguma pesquisa.

Durante uma viagem de avião para aCalifórnia, notamos que o número 33aparecia com frequência. Fila 33,assento 33, voo 233. Num período demais ou menos sete horas, percebemosmeia dúzia de repetições do número.Não tínhamos ideia do que aquilosignificava. Trish finalmente recorreu ao

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I Ching – antigo oráculo chinês queconsiste em 64 desenhos chamadoshexagramas – e procurou o hexagrama33. Assim que viu o título – A Retirada–, entendeu a mensagem.

Na época, sua mãe estava em umaclínica para tratamento de Alzheimer, noquarto 33. Estávamos em “retirada”daquela situação. Interpretamos asincronicidade como a confirmação deque tínhamos feito a escolha certa emdar um tempo. Mas os números só foramsignificativos para nós.

Para Kevin Harvick, piloto de stockcar da NASCAR, o 33 teve um

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significado totalmente diferente. Emmarço de 2009, ele liderou o circuitooval de meia milha no coração dasmontanhas no Tennessee, e venceu oBristol Motor Speedway. Ele dirigia ocarro 33, tinha 33 anos de idade e erasua 33a corrida. Se observarmos a datada vitória – 21/03/09 –, ainda podemosinferir mais dois 33. Se somarmos 2 + 1,temos 3/3, ou 33. E o ano, 9, é 3 vezes3, outro 33.

Ray Getzinger – aquele da históriasobre a moça ruiva, que vimos nocapítulo 3 – escreveu que, quandoestava lendo a postagem de nosso blog

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sobre 11:11, concentrou-se em umcomentário de alguém que dizia acordaràs 3h33 todas as manhãs. “Lembrei-mede um episódio de CSI: NY, em que otenente Taylor acorda toda manhã às3h33. Daí, ontem de manhã, acordei às3h33.”

Em alguns exemplos, a consciência dedeterminados números parece dar inícioàs nossas próprias experiências.

SUAS SÉRIES NUMÉRICASSempre que vivenciar umasincronicidade de séries numéricas,tome nota do que estava acontecendo no

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momento. Registre suas emoções, quemestava com você, todos os detalhescircunstanciais. Com o tempo, devesurgir um padrão. Você pode descobrirque as séries tendem a aparecer emcertos períodos do dia – durante a noite,por exemplo, ou quando está dirigindoou relaxado.

Digamos que, no espaço de diversashoras, você vivencie uma série donúmero 8. Sua conta no supermercadodeu exatamente $ 8,88, e a parcela doseu financiamento imobiliário foi deexatamente $ 888,88. Para decifrar amensagem, parta do significado donúmero 8 para você. É seu número de

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sorte? Com o que o associa? Jávivenciou sequências de 8 antes? Sesim, em que circunstâncias? Se nada lhevier à mente, pesquise o número. Estudeseu simbolismo esotérico e veja se háalgo de interessante. Às vezes, osurgimento de uma série de númerosencoraja a percepção, despertando-nospara os mistérios do universo.

O clube dos 27Quando nos tornamos cientes dassincronicidades envolvendo números,parece que elas acontecem em todolugar. Uma noite, estávamos na cozinha

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preparando o jantar enquanto Meganestava na sala, assistindo a uma históriade Hollywood sobre Kurt Cobain. Decerta forma, estávamos ouvindo detabela. Sabíamos que Cobain cometerasuicídio, mas não percebemos que elemorrera aos 27 anos, assim como oscolegas Jimi Hendrix, Janis Joplin, JimMorrison e Brian Jones.

Charles R. Cross, biógrafo de Cobaine Hendrix, escreveu que o número demúsicos que morreram aos 27 anos é“realmente incrível sob todos osaspectos”. Um site chamado “27 club”lista 34 músicos que morreram aos 27

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anos de idade, desde 1892.De acordo com a numerologia, se

somarmos os números 27, 2 + 7, temos9, número dos inícios e fins. Pensamossobre isso. No dia seguinte, Rob pegouo livro Synchronicity & you, de FrankJoseph, que caiu aberto nas páginas 28-29. Isso foi o que Rob leu sobre onúmero nove: “Entre alguns músicos, eleé considerado o número da própriamorte. Essa associação negativa começacom Beethoven, que morreu depois decompletar a nona sinfonia”.

Se você vivenciar séries com 27 etiver 27 anos, ou menos, não chegue

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imediatamente à conclusão de quemorrerá nessa idade. Esse significadoespecífico é apenas um de muitos outros.Em certas tradições, o número 27representa a “luz divina”, e não temabsolutamente nenhuma conexão com amorte.

Se o 27 se repete no seu ambiente –por exemplo, sua data de nascimento, adata de nascimento das pessoas à suavolta, o número da sua casa, eventosimportantes ocorridos nessa idade,dígitos no seu telefone celular –, talvezqueira pesquisar o número. Em um site,um único indivíduo registrou mais de

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300 ocorrências do número 27 na suavida. Esse tipo de padrão – envolvendoo número 27 ou qualquer outro – podealudir a alguma questão mais profunda,até mesmo um padrão trazido de umavida passada.

14Séries numéricas variam do curioso aoverdadeiramente estranho. Elas podemse aglutinar ao redor de um únicoacontecimento ou continuar no decorrerde uma vida inteira. Para Maria, nosegundo ano da faculdade, o número 14ocorreu quatro vezes em quatro meses.

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Uma noite, ela foi parada por uma blitzquando ia para o McDonald’s. Maiscedo, tinha tomado duas cervejas.Depois de testes preliminares, o policiala considerou debilitada, ela foi presa epassou pelo teste do bafômetro. Muitoembora o teste de Maria estivesseabaixo do limite legal, ela passou 14horas na cadeia até que fosse liberadadepois de pagar fiança.

Seus pais contrataram um advogado,que concluiu que ela tinha um forteargumento para ser absolvida, tanto porcausa do vídeo feito durante aabordagem quanto porque o resultado do

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bafômetro estava abaixo do limite legal.Depois de analisar as evidências, opromotor estava pronto para descartaras acusações, mas foi afastado do caso.Outro promotor pegou o caso e manteveas acusações, e a audiência de Maria foimarcada para dezembro. Comocoincidia com a semana de provas finaisna faculdade, uma nova data foi marcadapara fevereiro.

Antes do Natal, 14 escritórios deadvocacia entraram com uma petiçãoafirmando que os postos de blitz naquelecondado específico eram ilegais porquea polícia agia segundo seus próprios

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critérios. A petição foi analisada no dia14 de janeiro e considerada procedente.Todas as evidências foram rejeitadasnos 14 casos, incluindo o de Maria.Foram 14 horas, 14 escritórios deadvocacia, 14 de janeiro e 14 casos.

Talvez o 14 seja o novo número desorte de Maria. A soma dos dígitos donúmero 14 dá 5, que na numerologia éassociado à liberdade. Outra conexão: onome “Maria” contém 5 letras, e asletras de seu nome completo, quandoconvertidas em equivalentesnumerológicos, equivalem a 5. Não sóMaria foi liberada das acusações, como

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na noite do incidente ela terminou com onamorado porque queria mais liberdade.Maria sente que atraiu a experiênciapara que pudesse entender melhor o que,para ela, representava a liberdade.

23Este número parece bastante

inofensivo, mas, quando começamos apesquisar, algumas correlações esincronicidades são bastante esquisitas.Comecemos com a literatura.

William Shakespeare nasceu em 23 deabril de 1564 e morreu em 23 de abrilde 1616. Seu primeiro fólio foi

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publicado em 1623.No início da década de 1960, em

Tânger, no Marrocos, WilliamBurroughs, autor de Almoço nu,conheceu um certo capitão Clark quecomandava uma balsa de Tânger àEspanha. Clark vangloriava-se do fatode conduzir a balsa há 23 anos semnenhum acidente. Naquele mesmo dia, abalsa afundou, matando todos a bordo,inclusive ele. À noite, enquantoBurroughs refletia sobre esse pavorosoacontecimento, ligou o rádio e ouviu anotícia sobre um acidente com um aviãoque ia de Nova York para Miami. O

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avião era pilotado por um capitão Clark,e o número do voo era 23.

Essa sincronicidade aparentementechocou tanto Burroughs que ele começoua compilar uma lista de sincronicidadesenvolvendo o número 23. Em 1965, seuamigo e escritor Robert Anton Wilsontambém começou a fazer uma lista deesquisitices sobre esse número. Uma dassincronicidades pessoais que anotoudizia respeito a suas filhas, nascidas nosdias 23 de agosto e 23 de fevereiro.Wilson escreveu sobre o número para arevista Fortean Times em 1977; seuartigo foi publicado na edição 23.

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Hollywood também tem sua parcela de23. Tomemos como exemplo a produtorado seriado Arquivo X, chamada Ten-Thirteen [Dez-Treze]. A soma de 10 e13 é 23. O criador da série, ChrisCarter, nasceu no dia 13/10. Os fãs deArquivo X talvez se lembrem de um silonuclear abandonado onde era mantidoum óvni. O número 1013 aparecia aolado do silo. Em outro episódio, oagente Mulder foi até o apartamento deum homem que acabara de morrer; onúmero 23 estava na porta.

Na série de TV Lost, construída sobrecamadas de sincronicidades, diversas

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esquisitices envolvem o número 23.

• Voo Oceanic Flight 815: 8 + 15 =23.

• O embarque do voo foi no portão23.

• O assento de Jack no avião era 23A.• Rose e Bernard estavam sentados na

fileira 23.• Hurley hospedou-se em um hotel em

Sydney no 23o andar.• A recompensa pela entrega de Kate

era de 23 mil dólares.• Um dos números na sequência de

seis com a qual Huxley ganhou naloteria e que abria a escotilha era

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23: 4, 8, 15, 16, 23, 42.

Ainda que a repetição do 23 na sérieseja intencional, trata-se do tipo deestranheza que teria atraído a atençãotanto de Burroughs quanto de Wilson.

Em 2007, um filme de Jim Carrey,Número 23, recebeu críticas mornas,mas a premissa é intrigante. WalterSparrow, um cordial motorista decarrocinha, torna-se obcecado por umromance policial que gira em torno donúmero 23. As pessoas no livro queficam obcecadas pelo número 23invariavelmente acabam morrendo. Opersonagem de Carrey acredita que a

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história é um paralelo de sua própriavida, e que o autor está escrevendosobre ele.

Burroughs e Wilson consideravam o23 primordialmente como o número damorte. Eles deviam saber de algumacoisa. O salmo 23 é uma leitura popularem funerais. Burroughs descobriu que ocontrabandista Dutch Schultz mandoumatar Vincent “Mad Dog” Coll na rua23, em Nova York, quando este tinha 23anos de idade. O próprio Schultz foiassassinado no dia 23 de outubro.Wilson pesquisou um pouco mais fundoe descobriu que Charlie Workman,

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condenado por ter atirado em Schultz,cumpriu 23 anos da sentença antes deser solto em condicional. Wilsompercebeu que 23, no código telegráfico,significa “desligar” ou “interromper amensagem”. O hexagrama 23 no I Chingsignifica “desintegração”. No livro Umconto de duas cidades, de CharlesDickens, o 23o homem, Sidney Carlton,é guilhotinado na cena final. No filme Olutador, o ator Mickey Rourke, queinterpreta um lutador de meia-idadeprestes a participar de sua última luta e,provavelmente, morrer, tinha o número23 nitidamente rabiscado nas tiras de

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pano enroladas na perna.E o que dizer da ciência e da

matemática? Nesses campos, também, onúmero 23 mostra-se intrigante.

• Durante a concepção, cada um dospais doa 23 cromossomos para ofeto.

• A geometria euclidiana tinha 23axiomas.

• 23 é o primeiro número primo emque os dois dígitos são númerosprimos e somam outro númeroprimo.

• O sangue demora 23 segundos paracircular pelo corpo humano.

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• A 23a onda a quebrar na praia éduas vezes maior que uma normal.

• A primeira aterrissagem na Lua foino mar da Tranquilidade, 23,63graus leste. A segunda foi no oceanodas Tormentas, 23,42 graus oeste.As duas primeiras missões deaterrissagem foram Apollo 11 eApollo 12; 11 + 12 = 23.

• A Terra completa seu movimento derotação a cada 23 horas e 56minutos.

• O ângulo de inclinação do eixo daTerra é 23,5 graus.

• Os seres humanos têm um ciclo de

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biorritmo físico de 23 dias.• O padrão do DNA mostra conexões

irregulares a cada 23 seções.• Os seres humanos têm 23 vértebras

na parte principal da coluna.• A Convergência Harmônica

acontece a cada 23 mil anos.• A órbita geossíncrona ocorre a 23

milhas acima da superfície da Terra.• O equinócio de outono geralmente

ocorre no dia 23 de setembro.• W é a 23a letra do alfabeto. Na

numerologia, WWW, ou World WideWeb, é representado por 23 + 23 +23.

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Repetindo, queremos salientar quevivenciar séries de sincronicidade como número 23 não significa que vocêmorrerá, que está amaldiçoado ouqualquer coisa dessa natureza. Maspoderia significar que passará por umgrande período de transformação navida. A repetição desse número podeindicar um caminho que você ainda nãoreconheceu.

137Esta sequência, e tudo associado a ela, éenigmática e misteriosa. Se esse númerose repetir na sua vida, ele merece um

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exame mais minucioso.Wolfgang Pauli, um dos primeiros

defensores da teoria de Jung sobre asincronicidade, ficou perplexo com umdos mistérios não resolvidos da físicamoderna: o valor da constante deestrutura fina, que envolve o número137.

Um número primo só pode serdividido por 1 e por ele mesmo. Ou,dito de outra forma, primo é um númerointeiro positivo que não se iguala aoproduto de dois números inteirosmenores. Isso torna 137 um númeroprimo particularmente enigmático. Em

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Deciphering the cosmic number: thestrange friendship of Wolfgang Pauliand Carl Jung, Arthur I. Miller forneceuma história breve, porém fascinante, donúmero 137 no mundo da físicaquântica.

Ele foi “descoberto” em 1915 porArnold Sommerfield, mentor de Pauliquando este ainda era estudante. “Apartir do momento em que o 137apareceu pela primeira vez em suasequações, ele e outros físicos [...]rapidamente perceberam que essa‘impressão digital’ única era a soma decertas constantes fundamentais da

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natureza, quantidades específicas quesupostamente seriam invariáveis nouniverso inteiro, quantidades centraispara a teoria quântica e darelatividade.”

O número se tornou tão enigmático queo grande Richard Feynman, ganhador doPrêmio Nobel em 1965 por suascontribuições ao desenvolvimento daeletrodinâmica quântica, disse que osfísicos deveriam colocar uma placa emseus escritórios para se lembrarem doquanto não sabem. A placa seriasimples: 137.

O número 137 não só é o “DNA da

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luz”, como diz Miller, como tambémestá associado à Cabala. Miller explicaque, em hebreu antigo, os números eramescritos com letras, e cada letra tinha umnúmero associado a ela. O sistema separece bastante com a numerologia.“Adeptos do sistema filosóficoconhecido como Guematria acrescentamnúmeros às palavras hebraicas e, assim,descobrem nelas significados ocultos.”Em hebreu, a palavra Cabala tem quatroletras que, somadas, dão 137. Demaneira nada surpreendente, os físicoscomeçaram a se referir ao 137 como umnúmero mágico.

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Pauli certamente achava que este era ocaso. Ele lutou com suas implicaçõesquase a vida inteira. Quando foiinternado em um hospital, aos 58 anos, edescobriu que ficaria no quarto 137,supostamente disse: “Não sairei maisdaqui”. Ele estava certo, e morreu poucotempo depois.

F. David Peat teve sua própriaexperiência com o número 137 quandovisitou o Instituto Jung, em Bollingen, naSuíça. Em um e-mail que nos enviou, eleexplicou que foi convidado a dar umapalestra em comemoração aoquinquagésimo aniversário do instituto.

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Ao chegar ao hotel, recebeu uma chave efoi avisado que seu quarto ficava nosegundo andar do anexo. Antes de irpara o quarto, caminhou até o lago para“sentir um pouco do clima de Jung”.Mas, depois de 30 minutos, nadaaconteceu. Então Peat resolveu voltarpara o hotel, dormir e assim, talvez, elesonhasse com Jung. “Peguei o elevadorpara o segundo andar, tirei a chave dobolso e o número era 137! Percebi queeu estava lá para falar de Pauli, e não deJung.”

Naquela noite, Peat contou a históriasobre a chave, e um idoso no fundo da

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sala riu. “Depois, quando escrevi umaequação no quadro, o mesmo homemdisse: ‘Não vai dar certo’.”

Na recepção, Peat perguntou quem eraaquele homem, e descobriu tratar-se deum assistente que estivera com Pauli nohospital, no quarto 137.

Pauli identificava o número 137 com oarquétipo da morte. Para Peat, o númeroera como o cartão de visitas de Pauli.Como escreveu Frank Joseph emSynchronicity & you, “o receptor dasincronicidade é seu melhor intérprete.Para qualquer outra pessoa, o número137 não significaria nada”.

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Até mesmo Hollywood usou o número137. No seriado FlashForward, queestreou no canal ABC no segundosemestre de 2009, as sete bilhões depessoas que vivem no planeta perdem ossentidos no mesmo momento, por 137segundos, e veem uma cena do própriofuturo. Por que esse número? Seráinteressante ver como os roteiristasabordam isso no seriado.

Outros tipos de sériesAlgumas pessoas nunca tiveram umaexperiência com sincronicidadesenvolvendo séries numéricas. Mas

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vivenciam séries de nomes, frases,lugares e até mesmo datas. Se você seenquadra nessa categoria, adquira ohábito de anotar as condições e o seuhumor no momento da experiência. Alémdisso, registre a data e a hora em que asincronicidade aconteceu.

Séries sincrônicas envolvendo nomes,frases, lugares e/ou datas podem sereferir a:

1. Um acontecimento, situação ourelacionamento que se desdobraráno futuro.

2. Uma questão mais profunda ou umacrença que o está detendo ou

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limitando de alguma maneira.3. Um projeto, relacionamento,

situação ou acontecimento queexiste agora na sua vida.

4. Uma amizade que você tem ou terácom outra pessoa.

5. As conexões mais profundas quevocê tem com o mundo consideradode maneira mais abrangente.

6. Pessoas que fazem parte da suavida neste momento ou farão nofuturo próximo.

7. Algo não incluído nesta lista.

Tenha sempre em mente que asincronicidade é, antes de qualquer

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coisa, significativa para você. Outraspessoas podem reconhecer como écurioso o fato de você vivenciar essarecorrência de nomes ou objetos, mas osignificado é seu, somente seu.

Quando as séries envolvem nomes oupalavras, pesquise sua etimologia. Podehaver uma mensagem na raiz da palavraou nome. Essas séries são temasrecorrentes na sua vida? Tenteinterpretá-las como metáforas, assimcomo interpretaria um sonho.

• Preste atenção na fonte. Um sonho?Palavras de uma música? Imagensna TV ou em revistas?

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• Com que frequência elas se repetem– em questão de minutos, dias,semanas? Elas desaparecem por umtempo e depois surgem novamente?

• Observe os padrões seriais.Correlacione-os a eventos queacontecem na sua vida ou na daspessoas próximas a você.

• Pesquise e faça associações paradescobrir o significado. Às vezes, osignificado só se torna óbvio com opassar do tempo e a ocorrência deoutros eventos. A questão éidentificar as séries; descobrirsignificados, insights e

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informações; e ver como você podeutilizá-las.

Séries de nomes, frases,lugares, datasNo livro Sincronicidade: um princípiode conexões acausais, Jung mencionauma experiência pessoal que tem o peixecomo tema, algo que ocorreu seis vezesem 24 horas.

Em 1o de abril de 1949, Jung anotoualgo sobre uma inscrição que envolviaum peixe. No almoço, ele e sua famíliacomeram peixe. Em alguns países daEuropa, naquela época, 1o de abril era

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conhecido como “Dia do Peixe”, edurante o almoço alguém mencionousobre pregar uma brincadeira do “peixede Abril”2. Naquela mesma tarde, umaantiga paciente que não via há meses lhemostrou algumas pinturas que fizera depeixes. À noite, alguém lhe mostrou umpedaço de bordado com monstrosmarinhos parecidos com peixes. Namanhã seguinte, uma paciente que nãovia há anos relatou que sonhara com umpeixe.

Na época em que essa série desincronicidades ocorreu, Jung estavapesquisando o simbolismo do peixe na

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história e percebeu que, em geral, elerepresenta conteúdos inconscientes.“Essa série de acontecimentos mecausou uma impressão considerável”,escreveu Jung. “Para mim, parecia havercerta qualidade numinosa.”

Essa “qualidade numinosa” é umacaracterística que muitas pessoasmencionam quando falam de suassincronicidades. É como se a mão docosmos se infiltrasse na nossa vida esacudisse as coisas de maneira tãomágica que deixamos de ver o mundo ounós mesmos da mesma maneira. ParaJung, a sincronicidade foi a evidência de

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uma realidade unitária, à qual chamouunus mundus, expressão alquímica quesignifica “mundo unitário”. Dessa forma,até mesmo a sincronicidade maissimples, como pensar em ovos e alguémna TV dizer “ovos”, pode nos preencherdo sentimento de magia e maravilhainerente no universo. Em termos maiscontemporâneos, unus mundus poderiaser chamado de Lei da Atração,popularizada em O segredo.

Esse senso de espanto foi realmenteválido quando vivenciamos a repetiçãodo nome Max. Alguns minutos depois determos postado no nosso blog uma

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sincronicidade de alguém que sechamava Max Action, um amigo nosenviou um e-mail sobre uma exposiçãoem Miami que exibiria Max, uma daslendárias caveiras de cristal. Uma horadepois, no início da aula de ioga deRob, Trish perguntou ao rapaz ao seulado se ele e sua esposa não estariaminteressados em adotar um dos gatos derua que estávamos alimentando. Elesderam risadas e responderam: “Nãopodemos ter gatos. Max os comeriainteiros”. Max era o cachorro deles.

Esses tipos de sincronicidades não sãodestruidores de paradigmas, mas séries

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que invariavelmente chamam nossaatenção. E, quando prestamos atenção,somos mais capazes de decifrar o que osantigos chamavam de “milagres dosdeuses”. A coincidência significativa,escreveu Alan Vaughan em A verdadesobre as profecias, “é o resultado – e aevidência – de uma divindade queorganiza toda a criação por meio daoperação de arquétipos”.

DESCOBERTAS SIMULTÂNEASDescobertas simultâneas, como a

do cálculo, tanto por Isaac Newtonquanto por Gottfried Leibniz,

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independentes um do outro, e ateoria da evolução, por CharlesDarwin e Alfred Russell Wallace,são outro tipo de série. “Será queesses tipos de conceitos e insightsexistem em alguma forma escondidae simbólica dentro de nossa menteinconsciente?”, perguntou F. DavidPeat em Synchronicity: the bridgebetween matter and mind. “Oufazem parte do cerne da natureza,não diretamente, mas de algumamaneira oculta, que pode semanifestar na linguagem da arte,

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literatura, música ou ciência?”Jung também via a sincronicidade

como a razão pela qualpesquisadores independentespodiam obter os mesmos resultadosou conhecimentos ao mesmo tempo.A necessidade de respostas estásolidificada no inconsciente. Aobuscar uma solução à sua própriamaneira, os pesquisadores resolvemo problema simultaneamente.

Peat, tempos depois, salientou quealgumas sincronicidades podemenvolver “a ligação com o ambiente

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de uma maneira especial, prevendoacontecimentos ou percebendopadrões subjacentes do nossomundo”.

Séries com datas de nascimento esignos astrológicos também acontecem,às vezes nos lugares mais imprevisíveis.Carol Bowman, escritora epesquisadora de vidas passadas, estavavisitando sua mãe na área do valeHudson, em Nova York. É uma regiãopequena, sem muita coisa. Ela foi aosupermercado para comprar produtosbásicos e, enquanto estava na fila,

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percebeu que uma mulher asiática atrásdela estava com uma criança nocarrinho, uma menina muito graciosa.Carol perguntou quantos anos a meninatinha.

– Vai fazer dois anos mês que vem –respondeu a asiática. – Ela é de Áries.

– Minha filha também é ariana, fará 30anos mês que vem. Crianças de Áriessão difíceis, não? – disse Carol.

– É verdade – respondeu a asiática,rindo. – E eu sou casada com um ariano.

Carol levantou suas antenas:– Eu também!Nesse momento, imaginamos essas

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duas mulheres, na filha de umsupermercado minúsculo, que, derepente, tomam conhecimento desse tipode conexão, ambas com filhas do signode Áries e casadas com arianos. Carol,então, perguntou:

– Qual o seu signo?– Sou de Libra.Carol entendeu que algo estranho e

fascinante estava acontecendo.– Eu também sou de Libra. Que dia

você nasceu?– Quatorze de outubro.– É... eu também nasci nesse dia.Parece mais uma cena retirada de um

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episódio de Além da imaginação. Quasepodemos ouvir a música sombriatocando no fundo da mente de Carol. Elapegou um cartão de visitas e disse:

– Vou ministrar um workshop sobrevidas passadas aqui, em junho. Gostariaque você fosse.

O que começou como uma ida simplese corriqueira a um supermercadotransformou-se em algo mágico. Por trásda camada superficial da nossa vidacotidiana há uma ordem mais profundada existência que a sincronicidade nospermite vislumbrar. Sentimo-nosamedrontados, surpresos, chocados, ou

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talvez terminemos por perceber quenossas crenças são imperfeitas.

Até mesmo para pessoas acostumadasa vivenciar sincronicidades comfrequência, cada ocorrência é umpresente. O roteirista Julian Winter dizque “fica nervoso” quando não conseguever uma sincronicidade acontecendo.Vivian Ortiz, enfermeira de umaemergência psiquiátrica em Savannah,na Georgia, é particularmente ligada asincronicidades com animais e segueorientações de seus próprios animaisoriundas desses “vislumbres docosmos”. A roteirista Julie Scully obtém

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novas ideias e projetos de roteiro pormeio das sincronicidades que lheacontecem frequentemente em livrarias.Quando sincronicidades ocorrem nodecorrer da vida cotidiana, tendemos asentir que estamos no caminho certo,seguindo o ritmo, exatamente ondedeveríamos estar na nossa jornada pelavida.

SintoniaQuando estamos em sintonia com nossaprópria psique, é mais fácil criar umambiente fértil para a sincronicidade.Um dia qualquer no mês de junho,

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Jenean Gilstrap acordou e se perguntoucomo seria aquele dia: 6/6/09. Para ela,havia algo mágico e misterioso comesses números. Enquanto dirigia para apraia, cerca de 24 quilômetros de suacasa, olhou para a placa de um carro quepassou por ela na pista da esquerda. Aplaca tinha a sequência 222. A dopróximo carro, 444, e do terceiro, 888.“Eu quase ri alto, e pensei onde estava a666, e como seria perfeito se aquiloacontecesse. Então, um Cadillac pretopassou por mim e a placa tinha asequência 666 que faltava paracompletar meu pequeno ciclo

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numérico.” Vejamos como o número deJenean é analisado pela numerologia.

222 = 6444 = 12 = 3888 = 24 = 6666 = 18 = 9Embora o 444 não se encaixe em

6/6/09, é igual a 3, que divide cada umdos outros de maneira uniforme, etambém segue a progressão de númerosde três dígitos.

AJUSTANDO SUA INTUIÇÃOAo começar seu dia, escolha uma

pergunta que diga respeito a uma

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questão ou problema importante naquelemomento. Então, peça que algum tipo desérie apareça durante o dia, que sejacapaz de relacionar você à sua pergunta,de modo que ela ilumine seu problema.

Talvez seu namorado pareça distraídonos últimos dias, e, como é seuaniversário, você se pergunta se ele lhedará um presente. Durante o dia, vocêencontra uma balconista chamada Kate,ouve alguém no rádio dizer Kate, e vê otrailer de um filme estrelando KateHudson.

É um nome comum. Talvez nãosignifique nada, mas quando encontraseu namorado naquele dia, você lhe

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pergunta: “Quem é Kate?”. E, para suasurpresa, ele responde: “Como vocêdescobriu?”. Por um momento, vocêpensa que ele terminará orelacionamento por causa de uma moçachamada Kate. Mas, para seu alívio, elea leva até o carro e mostra seu presentede aniversário: uma gatinha, a quem deuo nome de Kate.

1. O número de emergência nos Estados

Unidos. (N.E.)

2. Na França, o dia da mentira é chamado de

“poisson d'avril”, ou, literalmente, “peixe de

abril”. É uma tradição que remonta ao século

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XVI. (N.E.)

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Segredo 6

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O TRAPACEIRO

Uma sincronicidade pode serevelar com uma pitada deironia ou sarcasmo tãosurpreendente que ficamosatônitos.

“As sincronicidades são oscuringas no baralho da

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natureza, pois se recusam aseguir as regras e nos dão osinal de que, em nossa buscade certezas sobre o universo,ignoramos algumas pistasvitais.”

– F. DAVID PEAT,SYNCHRONICITY: THEBRIDGE BETWEEN MATTERAND MIND

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O dicionário define trapaceiro comoimpostor, farsante, enganador; aqueleque faz trapaças; ou uma figurasobrenatural que aparece disfarçada devárias maneiras, tipicamente envolve-seem travessuras, é importante no folcloree na mitologia de povos primitivos e emgeral é concebido como um heróicultural. A essas definições,acrescentamos que o trapaceiro costumaaparecer para nos lembrar de não noslevarmos tão a sério.

A clássica sincronicidade com otrapaceiro começa com... Bem, umpudim de passas. Em 1805, monsieur de

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Fontgibu ofereceu ao escritor francêsÉmile Deschamps um pudim de passas.Dez anos depois, Deschamps encontroupudim de passas no cardápio de umrestaurante em Paris e fez o pedido, maso garçom disse que a última porçãotinha sido servida para outro cliente, queno caso era monsieur de Fontgibu. Em1832, Deschamps foi a outro restaurantecom um amigo e, mais uma vez, pediupudim de passas. Lembrou-se dosincidentes anteriores e disse ao amigoque a única coisa que faltava para que oambiente estivesse completo eramonsieur de Fontgibu. Naquele

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momento, monsieur de Fotgibu, senil,entrou no restaurante por engano.

O pudim de passas se tornou umaconexão arquetípica entre dois homens –a única conexão. O fato de ela tercontinuado no decorrer de 27 anos,mesmo quando um deles já estava bemsenil para entender o que estavaacontecendo, caracteriza essa históriacomo uma dupla sincronicidade com otrapaceiro.

Ao escrever sobre este caso emSynchronicity: science, myth, and thetrickster, Allan Combs e Mark Hollandafirmaram que “apreende-se a ideia de

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um palhaço ou trapaceiro por trás dascenas, funcionando como a face míticade um deus brincalhão, visto de maneiraturva, olhando por detrás do véu dacoincidência”.

Quem é exatamente o trapaceiro? Qualé sua mensagem?

O brincalhão ri de nósEm O Senhor dos Anéis, o personagemsorrateiro e observador Gollum, oSméagol, é o exemplo perfeito doarquétipo do trapaceiro. Ele sempretinha um plano específico de um ououtro tipo que o impelia a enganar os

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hobbits (ou hobbitses, como oschamava) em diversas ocasiões econvencê-los de que era uma pessoaconfiável.

Os arquétipos – o trapaceiro, o sábioou a sábia, o herói, a criança, mãe oupai – são tão antigos quanto o planeta.Eles adentram a mente consciente apartir do inconsciente coletivo, umrepositório de imagens comuns a todasas pessoas. São encontrados namitologia, no folclore, nos contos defadas, nas lendas, nas alucinações, nasfantasias, na maior parte dos sistemasdivinos e nos sonhos.

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Um dos mitos do trapaceiro maisconhecidos é representado pelo deusnorueguês Loki, filho de dois gigantes.Ele era muito ingênuo, mas também umcontador de histórias bem malandro, quegostava de causar confusão. Um“camaleão” capaz de assumir váriasformas – inclusive de cavalo, falcão emosca –, Loki podia até mesmo mudarde gênero, por isso não é de espantarque as sincronicidades com o trapaceiroapareçam em muitos disfarces.

Loki costumava passar o tempo aolado dos principais deuses, Odin e Thor,embora fosse inimigo de ambos. Quando

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não foi convidado para um banquete emValhalla, por exemplo, entrou de penetracomo o 13o convidado. Andou paratodos os lados, pedindo comida ebebida, perturbando a todos. Convenceuaté mesmo Hoder, deus cego daescuridão, a atingir Balder, deus da luz eda alegria, com uma flecha de ponta devisco. Balder morreu, e a terra foicoberta de escuridão. Desde então, 13tem sido considerado o número do azar.

O mito inspirou o filme O Máskara,com Jim Carrey. Para refrescar suamemória, Carrey interpreta um bancáriochato, chamado Stanley Ipkiss, que

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descobre uma antiga e misteriosamáscara verde, de madeira, habitada porLoki. Quando coloca a máscara, torna-seum super-herói maníaco, de pele verde,que faz maluquices.

Na mitologia dos índios norte-americanos, geralmente o coiote érepresentado como um trapaceiro. Ele éastuto e adaptável, um “camaleão” queusa sua travessura para enfatizar umponto e fazer as pessoas rir. No livroinfantojuvenil Gone, o mundo terminaaqui, Michael Grant usa coiotes parailustrar sua adaptabilidade a um novomundo no qual todas as pessoas acima

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dos 14 anos desaparecerammisteriosamente. Em uma coletânea decontos chamada The Coyote RoadTrickster Tales, o arquétipo dotrapaceiro é explorado de diferentesmaneiras: um espírito decide fazer opossível para que os alunos de umaclasse parem de analisar as frases queescrevem; um garoto inspira-se noCoelho Brer para ludibriar seussequestradores; uma garota prendefantasmas com fitas e os leva para todolugar, alimentando-os com seu própriosangue.

Um dos trapaceiros mais conhecidos

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na mitologia é Kokopelli, o flautistacorcunda. Entre os povos anasazi, hopi ezunhi, era considerado a divindade dafertilidade, da música, da dança, darenovação e das travessuras. De modogeral, ele aparenta ser muito maisbenevolente que Loki, que se tornoumais malicioso e malévolo à medida queenvelheceu.

Em muitas culturas, o trapaceiro surgede diferentes maneiras. Na culturapopular norte-americana, é encontradocom maior facilidade nos filmes. OCuringa, da série Batman, retrata o ladosombrio do trapaceiro, bem como o Loki

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mais velho. Uma das encarnações maisbizarras do trapaceiro é o capitão JackSparrow, de Piratas do Caribe,representado pelo ator Johnny Depp.Sparrow é um fantasma capaz degrandes truques e malvadezas. E, éclaro, também é um herói.

Indiana Jones e Hans Solo sãoexemplos perfeitos da união desses doisarquétipos, o trapaceiro e o herói. O fatode Harrison Ford interpretar os doispapéis também sugere que o arquétipoestá vivo e bem incorporado nelepróprio.

O trapaceiro é, ao mesmo tempo,

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absurdamente humano e divinamenteinspirado – uma mistura de palhaço eherói cultural. Em resultado, assincronicidades que o envolveminspiram temor, espanto e até mesmochoque. Elas podem nos levar areavaliar relacionamentos, considerarcarreiras alternativas e fazer escolhasque antes não teríamos considerado.Quase sempre, no começo nos sentimoscomo se fôssemos o único alvo dasbrincadeiras do universo. O truque paraagir com o trapaceiro é vasculhar o quehá por trás da piada para descobrir oque realmente está acontecendo, o que,

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em geral, é difícil de descobrir.Por exemplo, digamos que seu

namorado, ou namorada, termine comvocê e, enquanto ouve a explicação dosmotivos, um passarinho passe e façacocô na sua cabeça. É o sinal depontuação perfeito, um testemunho decomo o estão tratando. E umasincronicidade trapaceira.

Os cenários com trapaceiros às vezessão complexos e surpreendentes. Háalguns anos, Rob estava levando doisamigos, George e Hanna, até o aeroportode Miami. George (pastor de uma igrejaliberal da Nova Era em Negril, na

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Jamaica) e Hanna, sua namoradanorueguesa, conheceram Rob antes deele se tornar pastor. Rob estava seseparando da esposa, uma grandetransição na vida que, sem dúvida,contribuiu para a intensidade daconversa. Eles estavam discutindoassuntos profundos, sistemas de crençasespirituais e questões cósmicas. Umpapo zen. Como o zen do momento, ozen do lugar, o zen da meditação.

De repente, Rob olhou a placa de umcarro que passou: ZEN 665. Georgedisse sem pensar: “Seria realmenteimpressionante se víssemos ZEN 666”.

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Alguns minutos depois, um carroesporte amarelo passou ao lado. A placaera exatamente ZEN 666. Foi como se otrapaceiro estivesse no carro com eles,rindo de toda a perplexidade. Elespediram por isso, e aconteceu. Foi umarevelação, como na origem da má famadesse número: o livro bíblico doApocalipse.

Rob repetiu diversas vezes a históriado ZEN 666. Parecia que não conseguiair além disso, e queria que as outraspessoas considerassem asprobabilidades de tal coisa acontecer.Alguns anos depois, enquanto dirigia

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por uma rua perto de casa, um sedãvermelho passou por ele com uma placaidêntica. Era um carro diferente, a maisde 80 quilômetros de onde vira aprimeira placa, mas era a mesma: ZEN666. Trata-se de outro lembrete de que avida é muito mais misteriosa do quepodemos imaginar, e que o derradeiroenigma, a sincronicidade, desafia adefinição.

Para Rob, a mensagem da primeiravisão foi adotar uma atitude do tipo zendurante uma grande transição na vida,um pedido para que ele seguisse o fluxosem resistir. A sincronicidade trapaceira

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parecia prometer que, se ele conseguissefazer isso, sairia do outro lado com umagrande sabedoria. A segunda visãoconfirmou que ele foi bem-sucedido.

ENTENDENDO O TRAPACEIROSincronicidades com o trapaceiro

muitas vezes podem ser desnorteantes;tanto que você deve pesquisar um poucopara descobrir o que significa a sua. Olugar mais óbvio para começar é oGoogle.

Quando buscamos “o trapaceiro” noGoogle, obtemos milhares deresultados. Encontramos sites sobre o

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trapaceiro na mitologia norte-americana, o trapaceiro e o paranormal,o trapaceiro nos filmes e livros, otrapaceiro no decorrer da história, otrapaceiro na mitologia. Clique em umdeles e comece a ler. Siga os links paraoutros sites.

Na sua pesquisa, você encontrará assincronicidades clássicas com otrapaceiro, inclusive a história do pudimde passas. Algumas o farão dargargalhadas, outras o deixarãodesconcertado. Talvez você seja uma daspessoas para quem a sincronicidade como trapaceiro se repita com o passar dotempo.

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Em Bermuda, em 1975, por exemplo,um homem guiando uma motocicleta foiatropelado e morto por um motorista detáxi. Exatamente um ano depois, o irmãodo homem foi morto da mesma forma.Em si, isso é classificado como umasincronicidade. Mas nos deixa aindamais confusos. As duas mortesaconteceram na mesma rua, na mesmamotocicleta, causada pelo mesmomotorista de táxi levando o mesmopassageiro. Quatro pessoas estavamenvolvidas: os dois irmãos, o taxista e opassageiro. O que havia em cada umadessas pessoas que agiu como umchamativo para que a situação e o evento

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se repetissem? Qual seria a lição disso?A configuração desses eventos temimplicações descomunais sobre o quãoprecisa pode ser a “ordem envolvida” deDavid Bohm.

Se você vivenciar esse tipo desincronicidade em série, talvez queiradescobrir por que continua atraindo essadeterminada experiência. Procuremetáforas, faça associações, peça parater um sonho que ilumine a questão.Converse com outras pessoas sobre oseu trapaceiro. Crie uma página noFacebook, um blog ou um grupo dediscussão sobre isso. Seu objetivo édescobrir a mensagem. Se deixar que

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outras pessoas entrem nas suas históriascom o trapaceiro, talvez elas sugiramsignificados que jamais passariam porsua cabeça.

Os disfarces do trapaceiroOs disfarces usados pelo trapaceiroparecem feitos sob medida para nossasnecessidades e propósitos. Dependendoda situação e das circunstâncias, otrapaceiro alerta, confirma, ofereceesperança, zomba e às vezes enfatiza amensagem sobre a interconectividade davida. E também pode provocar umareviravolta na sua vida. No entanto, ele

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sempre nos lembra que devemos rir – denós e dos absurdos existenciais que noscercam.

Mike Clelland, de Idaho, descobriunão apenas que o trapaceiro nos faz rir,mas também que o mote dasbrincadeiras pode aparecer nos lugaresmais improváveis. Mike passa boa partedo tempo ao ar livre e está sempreprocurando por um bloqueador solar quenão irrite sua pele sensível. Um colegade trabalho sugeriu que usasseNeutrogena FPS-45. Mike foi procurar oproduto em uma farmácia e numa loja deprodutos especializados, mas não

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encontrou em nenhum dos dois lugares.Talvez ele pudesse encontrar nohipermercado do centro comercial, masnão quis ir naquela direção. “Arepugnância que eu sentia pelodeprimente centro comercial parecia merepelir de lá.”

E, assim, ele foi pra casa. No caminho,percebeu que havia alguns sacos de lixocolocados no acostamento, oriundos dotrabalho de coleta anual durante aprimavera. Todo ano, um grupo devoluntários da região onde mora coletalixo ao longo da estrada depois que aneve derrete; como vivia perto da

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estrada, Mike costumava ajudar. Aochegar em casa, pegou alguns sacos delixo e caminhou pelo acostamentorecolhendo lixo, decidindo que faria acoleta até chegar à placa de “pare” naoutra esquina, cerca de um quilômetrodepois.

“Quando cheguei à placa, encontrei umvidro inteiro de Neutrogena FPS-45. Eleestava esperando por mim – literalmente– embaixo de uma placa de trânsito.”

O bloqueador solar estava vencido,então o trapaceiro deu sua última risada.Mas a mensagem era clara. Ao seguir aspistas – não dirigir para o centro

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comercial e render-se ao impulso departicipar da limpeza da estrada –, Mikerecebeu a confirmação sobre o produto,e deu uma boa risada.

Sincronicidades com o trapaceiromuitas vezes são camufladas emtrocadilhos. Um dia, o produtor decinema Rob McKenzie saiu do trabalhoe foi dirigindo para casa, quando amúsica “Solsbury Hill”, de PeterGabriel, começou a tocar no rádio.“Quando chegou o momento da letra emque ele canta ‘My heart goin’ boom-boom-boom’ [Meu coração fez tum-tum-tum], olhei para uma placa que nunca

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tinha visto na rua. Estava escrito AnnGina Boulevard.”

Angina, obviamente, é um distúrbiocardíaco que provoca dor no peito ebatimentos irregulares. O trapaceiroestava de fato zombando de McKenzie.Mas também poderia haver umamensagem mais obscura nessasincronicidade. McKenzie deveria fazerum exame.

Sincronicidades com o trapaceiro àsvezes têm um lado sombrio e, comfrequência, são um alerta. Muitas vezesesses alertas estão incorporados emoutras experiências e situações; é

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preciso estar atento aos detalhes parapercebê-los.

Celeste Maia, de Portugal, relatou umahistória sobre um amigo de Moçambiqueque estava dirigindo quando um carro ocortou. Ele percebeu que o número 19 serepetia na placa. Mais tarde, naquelemesmo dia, encontrou um amigo que lhecontou sobre o aniversário do filho, quefazia 19 anos. De diversas maneiras, onúmero 19 continuou aparecendo nodecorrer do dia. No dia seguinte, oamigo de Celeste viajaria de avião. Sóhavia os assentos 19A e 27F livres. Eleescolheu o 19A. Houve um incêndio

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durante o voo, e o avião teve de fazerum pouso de emergência. Quase todos abordo morreram, exceto quem estavasentado na fileira 19.

Se o homem não tivesse prestadoatenção o suficiente no primeiro 19 daplaca do carro, talvez tivesse escolhidoo 27F e morrido no incêndio.

Durante sua exploração do mundo dasincronicidade, o trapaceiro pode setornar uma companhia frequente. Ele étão adepto ao disfarce e à surpresa que éfácil pensar que você esteja vivenciandoum tipo de sincronicidade, quando, naverdade, o trapaceiro está de dentes

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arreganhados do outro lado. Certamanhã, estávamos sentados numa mesaao ar livre em um café da região,conversando sobre as linhas gerais destelivro, quando um homem mais velho seaproximou de nós. Ele nos entregou umcartão que explicava que era surdo evendia chaveiros. Nós compramos um e,nas costas do cartão, havia ilustraçõesda linguagem de sinais.

Quando voltávamos pra casa, seguindoa deixa do homem surdo, falamos sobrea sincronicidade como uma língua desinais. Passamos pelo colégio local,onde a sinalização digital na entrada

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noticiava uma aula em linguagem desinais. Apontamos para uma placa sobrelinguagem de sinais enquanto falávamossobre linguagem de sinais,acrescentando mais uma camada àsincronicidade. A princípio,interpretamos isso como umaconfirmação da nossa abordagem nestelivro. Mas a confirmação era apenas umdisfarce. Claramente, o trapaceiroestava nos dando um sinal, chamandonossa atenção e destacando que, antes demais nada, o livro deveria serengraçado.

Quando o trapaceiro está sendo

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realmente malvado, ele pode noscolocar frente a frente com uma facetado nosso passado que nos provocadesconforto. As probabilidadesenvolvidas nesse tipo de sincronicidadegeralmente são altas, e nossaincredulidade faz que ignoremos o fatode que algo importante estáacontecendo.

O pai de Trish, Tony, contadoraposentado, tinha quase 90 anos quandose mudou para uma residência de idososna Geórgia, Estados Unidos, onde a irmãde Trish era chefe de enfermagem. Suaesposa, com quem fora casado por mais

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de cinquenta anos, morrera alguns anosantes. O Parkinson já levara grandeparte de sua mobilidade, e aquele eraum momento bastante solitário para ele.Várias semanas depois de se instalar,uma mulher com cerca de 80 anospassou pela entrada. Descobriu-se queela era uma antiga colega de classe comquem ele estudara há mais de 70 anos,quando os dois moravam numa pequenacidade em Illinois.

Trish ficou maravilhada com asincronicidade, mas Tony não sedivertiu. “O universo tem um senso dehumor retorcido”, disse ele. “Continuo

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não gostando dela.”A mensagem? Talvez esteja mais

visível nas palavras de David Bohm:“Lá no fundo, a consciência dahumanidade é uma só”. Era algo queTony desesperadamente precisavaaprender naquela fase de sua vida.

O trapaceiro como um aliadoAlgumas vezes, o trapaceiro podeaumentar as probabilidades quando vocêestá em apuros. Essa é a mensagem doseguinte incidente ocorrido no início doséculo XVII na Escócia. Durantedécadas, as famílias MacGregor e

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Campbell enfrentaram-se em disputas,geralmente por conta de terras. Em1603, encorajado pelos Campbell, o reiJames VI publicou um édito banindo ouso do nome MacGregor. A proibiçãodurou até 1774.

Nos primeiros anos da proibição, osMacGregor foram caçados comocriminosos pelos Campbell, e um dosmais infames dos perseguidos foiCallum MacGregor, avô do famoso RobRoy.

Em uma de suas muitas fugas, relatadapor Forbes MacGregor em Clan Gregor,Callum estava escondido numa pequena

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ilha em Loch Katrine, e os Campbell,acampados na orla cheia de árvores,perto o suficiente para que suas vozesfossem conduzidas sobre a água. Callumteve o cuidado de afundar todos osbarcos, menos aquele que usara parachegar até a ilha. Sabendo que aqueleterreno era improdutivo, os Campbellpensaram que Callum se renderia porconta da fome. Quando a noite caiu, umdos integrantes do grupo, um sapateirode ofício, acendeu uma fogueira parapreparar carne. Callum apontou para afumaça, rogou uma praga (“Thugad thalla chrom thruaill sloightear!”) e atirou. A

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bala atingiu a testa do sapateiro,matando-o. Em tradução livre, a fraseem gaélico quer dizer “Desapareça,maldito vigarista!”.

Mas, em gaélico, a palavra usada paravigarista tem um segundo significado:sapateiro. Os Campbell ouviram o tiro,mas não entenderam o sentido quando osapateiro caiu morto. Rapidamenteconcluíram que Callum devia serparanormal, e apanharia um por um.Depois de fugirem amedrontados,Callum remou até a margem, escapou eenvelheceu em paz em Glengyle.

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O trapaceiro-sombraA Sombra, arquétipo que enfatiza o ladoescuro da nossa personalidade, nosimpulsiona a repetir tudo aquilo quetentamos evitar. Por exemplo, imagineuma pessoa de quem você de fato nãogoste e não queira ver, mas continua aencontrando repetidamente, em situaçõese lugares improváveis. Sua resistênciaparece atraí-la. É embaraçoso, irritante,talvez desagradável, e você nãoconsegue entender o que estáacontecendo. “Quando a sombra rouba opropósito de alguém e o utiliza para seupróprio deleite, a sombra oculta é

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trazida para a luz do dia”, escreveramCombs e Holland em Synchronicity:science, myth, and the trickster.

Quando atores representampersonagens obscuros, eles vivemessencialmente aquela realidade, aindaque por um curto período de tempo. Opalco é montado para que atraiam asincronicidade por meio do trapaceiro-sombra, às vezes com resultadostrágicos. Tome como exemplo o caso deBrandon Lee, que morreu enquantofilmava uma cena de seu último filme, Ocorvo.

Na cena em que Brandon foi morto,

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seu personagem, Eric Draven, encontra anamorada sendo violentada porbandidos, que depois matam os dois.Funboy, um dos vilões do filme,disparou uma arma no personagem deBrandon enquanto ele entrava noapartamento carregando compras. Aarma estava carregada com festim, mashavia um cartucho sem pólvora alojadono cano, e a detonação de um festim foisuficiente para propeli-lo pelo cano.Disparada à queima-roupa, a balapenetrou o corpo de Brandon, matando-o.

O pai de Brandon, Bruce Lee, morreu

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sob circunstâncias parecidas durante agravação de um filme, ironicamentechamado Jogo da morte, em 1978.Bruce Lee representava um personagem,morto por um tiro, que volta do mundodos mortos para se vingar. Paraaumentar a ironia, Brandon tambémmorreu representando um personagemmorto que volta do além. Bruce Leemorreu aos 32 anos de idade, Brandonaos 28. As duas mortes foramacidentais, mas consideradas muitosuspeitas.

Surpreendentemente, enquantotrabalhávamos neste capítulo, em

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meados de 2009, fomos surpreendidospor uma manchete de primeira páginaque dizia: “No set de filmagem, estrelade Kung Fu e Kill Bill vivia pelaespada”. A manchete refletia a repetiçãodo trapaceiro-sombra, e dessa vezenvolvia o ator David Carradine.

No início da década de 1970,Carradine atuou como um mongeenigmático chamado Kwai Chang Caine,um conhecedor de artes marciais quegeralmente terminava cada episódiodeixando alguém muito ferido. Em 2004,participou do elenco de Kill Bill, deQuentin Tarantino, como chefe de uma

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família de assassinos e hábilespadachim. A princípio, os noticiáriosdisseram que Carradine enforcara-se emum quarto de hotel em Bangkok, ondegravava seu novo filme. Mais tarde,diversas fontes relataram que ele deveter morrido acidentalmente depois queuma perigosa prática sexual deu errado.

O trapaceiro-sombra também estevepresente na morte do ator Heath Ledger.Aos 28 anos de idade, ele já era umalenda, e concorrera ao Oscar por seupapel em Brokeback Mountain. Elehavia acabado de gravar Batman – Ocavaleiro das trevas, em que

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representava o Curinga de maneirajamais vista.

O filme se tornou o segundo na históriaa arrecadar mais de 500 milhões dedólares em bilheteria na América doNorte, e o quarto a arrecadar mais de 1bilhão de dólares no mundo todo.Ledger ganhou um Oscar pelo papel.Mas, infelizmente, morreu de umaoverdose acidental de medicamentosseis meses antes do lançamento dofilme. Outro personagem sombrio, outramorte. Ironicamente, Ledger estavainterpretando o papel do própriotrapaceiro-sombra.

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O que devemos fazer com essassincronicidades com impactosnegativos? Uma das regras que domina asincronicidade é semelhante atraisemelhante. Muito embora os trêshomens estivessem apenasrepresentando papéis obscuros,vivenciaram como era viver uma vidade violência e morte. Estavam tãoenvolvidos em seus papéis que atraíramas experiências reais que os levaram àmorte. Como Frank Joseph afirma emSynchronicity & you, “a sincronicidade,assim como a própria morte, não temnenhum respeito pelas pessoas”.

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O ator britânico Joey Jeetun descobriuisso quando quase morreu durante umataque terrorista em Mumbai, na Índia,em novembro de 2008. Ele estava numrestaurante no centro financeiro quandoos ataques começaram. Jeetun, cujopapel mais famoso foi o de umterrorista, lembrou-se do evento noLondon Times: “Eu estava coberto dosangue de outras pessoas. Pensavam queeu tinha morrido.”

Essas sincronicidades às vezes sãoconsideradas maldições. Na verdade, amorte de Bruce e Brandon Lee foichamada de “a maldição do dragão”,

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porque o horóscopo chinês dos dois eraesse. No entanto, é certo que não foi asombra da data de nascimento queprovocou essas mortes trágicas. Foramsuas carreiras, sincronisticamentenotáveis por filmarem atos de violência.Em última análise, o que pensamos é oque criamos.

Trapaceiros múltiplosSincronicidades repetitivas foram degrande interesse para o biólogoaustríaco Paul Kammerer. Elecostumava se sentar durante horas emlugares públicos, observando as pessoas

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ao redor e tomando notas de quantascarregavam sombrinhas, por exemplo,ou usavam determinados tipos dechapéu. Estudou ocorrências repetidasde números, nomes, lugares, sonhos,letras e desastres. Kammerer tratava suapesquisa como biólogo, dissecando ecategorizando essas sincronicidades emséries de primeira, segunda, terceira ealta categoria. Ele acreditava que ofenômeno era um princípio objetivo danatureza, porém desconhecido, e ochamou de “lei da serialidade”. Suapesquisa influenciou os primeirospensamentos de Jung sobre a

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sincronicidade.Kammerer provavelmente se divertiria

com o que aconteceu com Tony Vigorito,autor de Nine kinds of naked, eprovavelmente classificaria o ocorridocomo uma sincronicidade de altacategoria. Foi algo tão surpreendenteque, quando aconteceu, Tony nãoconseguiu entender. Começou com umareunião acidental de amigos na sua casaem novembro de 2004; todo mundoapareceu sem ser convidado. Alguémlevou uma garrafa de vinho, outra, umviolão. Logo depois, outro violão e umagaita apareceram, além de salgadinhos.

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Todos se sentaram em volta da lareirasobre um tapete oriental. A lenhaestalava e queimava enquanto elescomiam, bebiam, conversavam, riam etocavam algumas canções.

Em determinado momento, um artistatirou da bolsa um livro chamado Bluedog man [O homem do cachorro azul].“Era uma reunião dos trabalhos deGeorge Rodrigue, cuja marca registradaera a inclusão de um cachorro azul emtodas as suas peças, um terrier/spanielmuito bonitinho, com olhos pedindoamor e aprovação, aparentementeinspirado em sua falecida cadela,

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Tiffany. O livro do cachorro azul passouna mão de todos, e logo estávamostentando imitar os olhos tristes eauspiciosos de Tiffany.”

Mais tarde, naquela mesma noite, Tonyabriu sua caixa de e-mails. O assunto deuma mensagem enviada algumas horasantes chamou sua atenção: “Olhos de umcachorro azul”. Intrigado, abriu amensagem e leu comentários de alguémque tinha lido algo que ele escrevera on-line. Para sua surpresa, não havianenhuma explicação sobre o assunto damensagem. Ele correu até o fim damensagem e descobriu que a remetente

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se chamava Tiffany, o mesmo nome dacadela de Rodrigue.

A credulidade de Tony chegou aolimite. Chamou os amigos, que sejuntaram em volta do computador eviram o assunto do e-mail e o nome daremetente no final da mensagem. Todosficaram impressionados, confusos, atéatônitos. Então, alguém observou que aassinatura do e-mail de Tiffany pareciaum resumo da noite.

“Boa atmosfera, bons amigos, boaconversa, bom vinho, bons livros e oespaço intermediário.”

Tony respondeu a Tiffany, pedindo uma

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explicação e dando um breve resumo doque havia acontecido naquela noite. Nodia seguinte, descobriu que ela nuncatinha ouvido falar de George Rodrigueou da cadela Tiffany, mas querecentemente lera um conto de GabrielGarcía Márquez chamado Olhos de cãoazul. Ela também escreveu que só haviaconhecido o conceito de sincronicidadeum mês antes, em um de seus cursossobre psicologia. Um dia antes deescrever para Tony, ela chegou à casados pais e encontrou a palavraSINCRONICIDADE escrita emmaiúsculas num quadro branco na

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cozinha. Seu pai, ao que parece, ouvirafalar em sincronicidade num programade rádio e escrevera a palavra para selembrar de ler mais sobre o assunto.

Tony levou seu notebook para acafeteria de que mais gostava e escreveua história dos acontecimentos da noiteanterior e do dia seguinte. “Vocês sesurpreenderiam ao saber que, enquantoeu estava lá escrevendo, ‘I am theWalrus’ começou a tocar no rádio?”

TRABALHANDO COM OELEMENTO TRAPACEIRO

Quanto mais consciente você se tornar

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das sincronicidades, mais elasocorrerão, principalmente se dedicaralgum tempo para registrá-las. Assincronicidades às vezes sãoencontradas em seu ambiente imediato,através do comportamento de pássaros eoutros animais, padrões climáticos, umavoz no rádio ou na TV. Anote quaissincronicidades são relacionadas aotrapaceiro, aquelas que o lançam numaconsciência superior da interconexãoentre o mundano e o extraordinário.

Você pode tentar criar sincronicidadese até especificar tipos, como assincronicidades com o trapaceiro. Digaa si mesmo que vivenciará tal

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sincronicidade, talvez uma variação dotrapaceiro – mas certifique-se deacrescentar que a experiência não seráprejudicial para você ou para os outros.Algumas vezes essas sincronicidadesserão tão óbvias quanto um jato de águafria no rosto. Outras, tão sutis que vocênão as reconhecerá de imediato.

Por exemplo, quando começamos arevisar este capítulo, esperávamosencontrar mais um exemplo forte dasincronicidade com o trapaceiro. Empoucos instantes, um amigo nos enviouuma história sobre um coiote quesobreviveu a circunstâncias impossíveisdepois de ser atingido por um carro

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viajando a 120 km/h e ficou preso nagrade, na frente do motor. Nas tradiçõesesotéricas, o coiote é conhecido comoo trapaceiro.

Mantenha-se alerta para encontros“coincidentes” que, em circunstânciasnormais, passariam despercebidos. Devez em quando, concentramo-nos nolado trágico do evento e não prestamosatenção na sincronicidade óbvia. Nofinal do dia, você pode fazer umretrospecto de tudo o que ocorreu designificativo e de repente descobrir quea sincronicidade te pegou de surpresa,assim como o trapaceiro.

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Segredo 7

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O GLOBAL

Quando as sincronicidades semanifestam por meio deeventos globais, parece que ouniverso nos aborda como umcoletivo.

“Só começamos a entender anatureza de qualquer tipo de

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evento de massa quandoconsideramos como um todoainda maior o contexto de suaexistência.”

– JANE ROBERTS, THEINDIVIDUAL AND THENATURE OF MASS EVENTS

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Quer você more no Alabama ou naAlbânia, em Nova Déli ou Nova York,em Santiago ou San Francisco, oindivíduo que ocupa a Casa Branca nosEstados Unidos tem uma grandeimportância na qualidade da sua vida.Dada a natureza controversa dos doismandatos de George W. Bush napresidência do país, foi impressionantetestemunhar o modo como o universofalou por meio da sincronicidadequando seu segundo mandato terminou.

No dia 15 de janeiro de 2009, às 8 danoite, o presidente fez seu últimodiscurso para a nação. Em um governo

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definido pelas repercussões dos ataquesao World Trade Center, foi intrigante ofato de apenas cinco horas antes o voo1549 da U.S. Airlines ter caído no rioHudson a uma distância curta do trágicolugar do 11 de setembro. No entanto, aaterrissagem foi quase perfeita, e todosos 155 passageiros sobreviveram.

O nome do primeiro bote de resgate achegar lá era Thomas Jefferson, umahomenagem ao principal autor daDeclaração da Independência, defensorconvicto da separação entre Igreja eEstado, um homem coerentementeclassificado como um dos melhores

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presidentes dos Estados Unidos. Depoisde oito anos de um nítido abuso depoder, uma desastrosa guerra, torturas ea erosão dos direitos civis, foi como seo “milagre do Hudson” fosse o universogarantindo que superaríamos aquilotudo, intactos. É bem irônico que cincodias depois, e um dia depois do Dia deMartin Luther King, o primeiropresidente afro-americano dos EstadosUnidos tenha tomado posse.

Por meio dos acontecimentos de massae as sincronicidades associadas a elescom tanta frequência, o universo falaconosco como um coletivo – um povo,

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uma comunidade, uma nação, comocidadãos do mesmo planeta. Esses tiposde sincronicidades certamente ilustraminterconexões a uma camada maisprofunda da existência, de modosemelhante ao que dizem os físicosquânticos quando se referem ao fato detudo no universo estar intimamenteconectado. Conforme diz Michael Talbotem O universo holográfico, “nossocérebro constrói matematicamente arealidade objetiva ao interpretarfrequências que, em última instância,são projeções de uma ordem maisprofunda da existência que está além do

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espaço e do tempo – o cérebro é umholograma envolvido em um universoholográfico”.

Sincronicidades nos jornaisNessa era da cobertura jornalística 24horas por dia, 7 dias por semana, amaior parte de nós já ouviu ou leu umahistória nacional vista como umacoincidência significativa. De vez emquando, os apresentadores de jornais deTV por assinatura falam sobre elas.Quando o funeral de Tim Russert, daNBC, estava no final, a música“Somewhere Over the Rainbow” [Em

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algum lugar acima do arco-íris]começou a tocar. Enquanto os amigos e afamília saíam da igreja, um duplo arco-íris irrompeu no céu. O jornalista KeithOlbermann falou dessa sincronicidadeem seu programa no dia seguinte,embora não tenha usado o termo.

Como parte do funeral dos seteastronautas que morreram no desastrecom o ônibus espacial Challenger, em1986, coroas de flores foram atiradas deum helicóptero na costa da Flórida. Umbando de golfinhos inesperadamenteveio à tona perto das coroas. A gravaçãodo evento foi mostrada diversas vezes

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nos noticiários. Os cientistas da Nasa oestudaram e contaram os golfinhos;muito embora só houvesse sete visíveis,os cientistas especularam que havia pelomenos mais dois no bando, um para cadaastronauta.

A aparição espontânea dos golfinhosnessa cerimônia excepcional foiinspiradora e reconfortante, o símbolode algo maior. Lendas gregas emediterrâneas tratam o golfinho como acriatura da boa fortuna e da inteligência,um talismã para viagens tanto no marquanto na vida após a morte.

No final da década de 1990, Elian

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Gonzalez, um menino de cinco anos deidade, fugiu de Cuba com a mãe e maisdez pessoas numa pequena embarcação.Quando o navio afundou, todos a bordomorreram, exceto Elian, que foiencontrado, no Dia de Ação de Graçasde 1999, flutuando perto da costa daFlórida. Uma acirrada batalha pela suacustódia se deu entre seu pai, em Cuba,e seus parentes em Miami. Como omenino supostamente foi salvo porgolfinhos que o mantiveram flutuandodepois que os outros passageiros seafogaram, um tipo de movimentoreligioso cresceu ao redor dele.

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Pare alguns minutos para pensar sobreacontecimentos de massa – desastres,invasões, manifestações em larga escala,mortes de pessoas públicas – e tente selembrar de qualquer sincronicidaderelacionada a eles. Talvez você tenhatido um sonho ou premonição sobre talacontecimento. Talvez fosse conectadocom alguém ou algum lugar envolvidono caso. É provável que osacontecimentos que chamem sua atençãocarreguem algum significado pessoal.

11 de setembroMilhões de pessoas no mundo inteiro

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observaram, pela televisão, osdesdobramentos do desastre no WorldTrade Center no momento em queacontecia. Durante semanas, o assuntodominou a cobertura da imprensa.Depois do ataque, milhares desincronicidades pessoais foramregistradas sobre os eventos. Quandoprocuramos “sincronicidades 11 desetembro” no Google [em inglês, “9/11synchronicities”], encontramos dezenasde milhares de sites, a maioria comhistórias de sobrevivência que ilustramcomo as sincronicidades pessoaiscostumam estar envolvidas em

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acontecimentos de massa.Três semanas antes do desastre do

World Trade Center, estávamosvisitando amigos na comunidadeespiritualista de Cassadaga, na Flórida.O médium Art Burley estava fazendouma leitura de Rob focada na carreiradele quando, de repente, prendeu arespiração e olhou para cima. “Vejoduas grandes explosões vindo de cima,como bombas gigantescas. Acontecerálogo e mudará tudo.” Aparentementeainda pensando que falava sobre acarreira de Rob, acrescentou: “Poderiaser um filme. É grande”. Obviamente

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não foi um filme; foi real. E as bombasnão foram uma metáfora para umamudança na carreira, mas, sim, doisaviões comerciais transformados embombas ao atingirem o alvo.

O escritor e biólogo britânico RupertSheldrake sentiu que experiênciaspsíquicas relacionadas ao 11 desetembro seriam abundantes, e colocouum anúncio no jornal Village Voice epôsteres na Union Square, em NovaYork, buscando sonhos e premoniçõesrelacionados à tragédia. Ele recebeu 57respostas: 38 envolviam sonhosprecognitivos, e 15 eram relativas a

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premonições. Cerca de um terço dossonhos ocorreu na noite anterior aodesastre, e mais um terço durante oscinco ou seis dias anteriores.

Sheldrake sentiu que as pessoas queresponderam representavam uma fraçãodaqueles que provavelmentevivenciaram premonições relacionadas.Várias relataram sonhos com prédioscaindo, explosões em Nova York, quedade aviões em prédios ou pessoas empânico. As respostas que mais oimpressionaram vieram de pessoas quecontaram para outras sobre os sonhosantes do ataque terrorista, bem como

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premonições de pessoas que raramentetinham a sensação de um presságio.

Mike Chirni, cientista forense quemora em Nova York, sonhou que faziaum voo rasante sobre prédios na cidadede Manhattan. Todos no avião ficaramconfusos. Ele teve uma forte sensação depânico, depois sentiu um impactotremendo e acordou.

Amanda Bernsohn, que trabalhava atrês quarteirões do World Trade Center,não entendeu por que não conseguiaparar de chorar na noite de 10 desetembro. Quando finalmente dormiu,sonhou não com o World Trade Center,

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mas sim que nazistas tomavam posse deNova York. Perdeu a hora pela primeiravez desde que conseguira aqueleemprego, há oito meses, e foi acordadacom o telefonema de um amigo logodepois que o primeiro avião bateu naTorre Norte.

Não é de surpreender que um eventocomo o 11 de setembro tenhareverberado com o tempo. Voltando parao início da década de 1990, VickiDeLaurentis, que morava nos arredoresda Filadélfia, participou de um retiroespiritual de um dia com a terapeuta devidas passadas Carol Bowman. Durante

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uma meditação guiada com projeção nofuturo, Vicki viu as torres gêmeaspegando fogo e se desintegrando nochão. Não tinha ideia de quando aquiloaconteceria, mas seu guia espiritualgarantiu que ela não estaria lá quandoacontecesse. Durante anos ela tentoudescobrir o momento exato, e perguntoua todos os paranormais que conhecia,mas nenhum deles tinha qualquer pistade algo parecido.

Em 1997, Vicki e o marido semudaram para Long Island, e ela, então,começou a realmente se preocupar como que vira no workshop de Carol. Seu

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marido passou a trabalhar no ramopetrolífero, e seus clientes trabalhavamno World Trade Center. Ainda assim, oguia espiritual garantiu que ela estariabem.

Em 2001, o marido de Vicki tinha umareunião no WTC marcada para 11 desetembro. Ele e Vicki pensaram quepoderiam jantar, naquela noite, noWindows on the World, um restauranteno topo do World Trade Center. Vicki,que tinha medo de altura, ficouincomodada com a ideia. No entanto,uma semana antes de 11 de setembro, areunião do marido foi adiada para o dia

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12. “Se a primeira reunião não fosseremarcada, meu marido estaria lá.”

EXERCÍCIO DE ENERGIACURATIVA

Quando um evento de grandeimportância acontece, principalmenteum desastre, é natural se sentiramedrontado e confuso. Nossa reaçãoimediata é nos preocupar com nossavida e com a das pessoas queridas.Independentemente de se tratar de umevento natural, como um furacão, ouprovocado pelo homem, acabamos pornos perguntar por que aconteceu e o que

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significará para nós no futuro próximo.Vejamos um exercício que pode levá-loem direção à percepção interna.

Sente-se de maneira confortável,inspire profundamente várias vezes,depois diminua o ritmo da respiração demaneira gradual. Sinta seu corpo e suamente relaxando. Esqueça-se do quetem pra fazer. Diga a si mesmo queatingirá o lugar da cura interior. Vocêatrairá a energia necessária para se curare para espalhar essa cura para os outros.

Visualize uma essência energética aoredor do seu corpo. Imagine-a comouma luz ardente dourada. Sinta-aradiando à sua volta, depois concentre a

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luz dourada em volta do coração.Visualize essa luz preenchendo seucorpo, curando, purificando,rejuvenescendo, colocando energiapositiva na sua vida. Tente se concentrarnessa energia por pelo menos cincominutos. Quando sua mente começar adevanear, traga-a de volta para a luzdourada.

Antes de sair do estágio de meditação,imagine mais uma vez que carregaráconsigo essa energia curativa. Veja umacamada de luz violeta ao redor da luzdourada, permitindo que você carregue aenergia curativa para o mundo. Sempreque interagir positivamente com os

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outros, veja a energia se espalhando.Imagine-a se movendo de pessoa parapessoa, espalhando-se pelo mundo,curando antigas feridas, físicas, mentaise espirituais.

FILMES QUE “PRENUNCIARAM”O 11 DE SETEMBROUm site chamado ConspiracyArchive apresenta uma intrigantereunião de referências ao 11 desetembro que apareceram em filmesmuito antes de o evento acontecer.Por exemplo, em Independence

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Day, de 1996, uma cena retrata opresidente e sua família sendoremovidos em um Air Force One. Oator Jeff Goldblum abre seunotebook e observa a contagemregressiva – e a câmera corta paraum close-up do relógio: 9:11:01.

Já O pacificador, filme de 1997estrelado por George Clooney eNicole Kidman, inclui uma cena noAeroporto JFK, onde os atores estãoperseguindo um terrorista iugoslavo.Quando Clooney sai de uma escadarolante, vemos atrás dele os balcões

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de número 9 e 11.Em Inimigo do Estado, filme de

1998, uma pesquisa digital feita porGene Hackman e Will Smith temcomo resultados dados pessoais deum político corrupto representadopor Jon Voight. Sua data denascimento é 11/09/1940. Nasprimeiras cenas do filme Traffic, de2000, uma van cheia de drogas éparada e apreendida. Quandomostram a carga, cada caixa tem onúmero 911 estampado na frente.

Embora o site seja obviamente

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voltado para o ângulo daconspiração, essas referênciascinematográficas podem ser vistascomo sincronicidades, maisespecificamente precognições. Ochoque coletivo do 11 de setembroreverberou no tempo e no espaço,como mostrou a pesquisa do GlobalConsciousness Project – GCP[Projeto de Consciência Global].

Projeto de Consciência GlobalO drástico impacto do desastre com oWorld Trade Center tornou-se alvo

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natural para um estudo científico com oobjetivo de monitorar o que o autorDean Radin chama de “mente global”. OProjeto de Consciência Global, sediadona Universidade de Princeton ecopatrocinado pelo Instituto de CiênciasNoéticas dos Estados Unidos, é umexperimento fundado na internet iniciadopelo dr. Roger Nelson, de Princeton.Desde 1998, ele monitora osmovimentos dessa mente global. Radin,ao escrever em maio de 2003 para umaedição da IONS Noetic SciencesReview, descreveu o projeto como “umoceano de mentes individuais [...] que

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explora a relação mente-matéria”usando um gerador de númerosaleatórios (GNA).

A rede consiste de 65 sites no mundointeiro que geram números aleatórios.Uma vez a cada minuto, esses númerossão baixados e analisados para que sedescubra quanto são consistentes.Conforme explicado no site do Projetode Consciência Global(www.gcpdot.com), “nosso propósito éexaminar correlações sutis que possamrefletir a presença e a atividade daconsciência no mundo. Nós predizemosa estrutura daquilo que deveria ser

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dados aleatórios e associamos tudo aacontecimentos globais de grandeimportância”. Em termos mais comuns,jogar uma moeda para cima repetidasvezes poderia resultar num número igualde caras e coroas. Mas, durante eventosde alto interesse global, de acordo coma teoria da consciência global, a atençãofocada e a efusão emocional resultamem uma diferença notável naporcentagem de caras e coroas.

Radin percebeu que os acontecimentosde 11 de setembro forneceram um testetrágico, porém edificante, para oprojeto, devido à sua natureza, às

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emoções exacerbadas e à coberturamaciça da mídia. No dia 11 desetembro, 37 dos geradores de númerosaleatórios estavam ativos. As flutuaçõesna análise da curva em forma de sinoindicaram que as anomalias começaramduas horas antes de o primeiro aviãoatingir o WTC, com probabilidades de20 para 1, segundo Radin. O resultadodaquele dia foi o 15o maior empraticamente 1.400 dias. “Isso significaque, naquele dia fatídico, os ‘sinos’ doProjeto tocaram coletivamente no mundointeiro numa frequênciaexcepcionalmente única.”

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O que é exatamente essa mente global?Nelson, pioneiro nesse projeto, adescreve como a consciência combinadade cada pessoa no planeta. “Aconsciência tem um papel criativo,produtivo e gerador no mundo, de modoque aquilo que desejamos é maisprovável que aconteça do que se nãodesejássemos”, escreveu ele no site doProjeto. “O que vislumbramos emconjunto se manifestará no mundo demaneira sutil.”

Em 2003, Dean Radin afirmou que,depois que ele e os colegas publicaramsuas descobertas sobre o 11 de setembro

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na revista de física Foundations ofPhysics Letters, alguns cientistascontinuaram céticos. Durante aexplicação de como explorou a análisedo GNA, ele disse: “se o Projeto deConsciência Global detecta interaçõesgenuínas de mente-matéria em largaescala, isso quer dizer que aumentou apossibilidade de que algumascoincidências possam ser mais que meroacaso”. Depois, Radin relacionou duassincronicidades impressionantesrelativas aos eventos do Memorial do 11de setembro, em 2002.

Na noite de 11 de setembro de 2002, a

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loteria de Nova York sorteou asequência 9-1-1. Radin disse que aprobabilidade de sortear qualquersequência de três números é de 1 em1.000. Uma pequena investigaçãomostrou que, nos 5 mil sorteiosanteriores dessa loteria, a sequência 9-1-1 tinha saído cinco vezes. “Noentanto, será que é uma coincidênciaesse número ter aparecido nessa data,nessa cidade, e não em nenhuma outraloteria do Estado? Dada a atençãomaciça colocada na sequência 9-1-1naquele dia e naquela cidade, isso éalgo que nos faz pensar.”

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A outra sincronicidade aconteceu nomarco zero, em Manhattan, também nodia 11 de setembro de 2002. O temponaquele dia estava tranquilo, o céu azule limpo, e não havia previsão detempestades. No entanto, conformereportou o Milwaukee Journal Sentinel,pouco antes de a cerimônia decomemoração começar, os ventosficaram mais fortes e o ar encheu-se depoeira, exatamente como aconteceu umano antes quando as torres caíram.

Um mês depois, a revista Windsurferpublicou um artigo escrito por umpraticante de windsurfe que estava lá.

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“Depois de testemunhar esse vento forteque ‘veio do nada’, o jovem verificou osregistros de vento para o dia 11 desetembro e para os anteriores”, escreveuRadin no IONS Noetic Science Review.“Os resultados foram extraordinários:durante uma semana antes de 11 desetembro de 2002, os ventos próximosde Nova York estavam calmos, numamédia de 8 km/h. No dia 11 desetembro, por volta das nove da manhã,os ventos na baía perto de Long Islandde repente aceleraram para mais de 72km/h.”

Radin ficou tão impressionado com

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essa história que resolveu conferir osresultados com o posto da EstaçãoNacional de Meteorologia no CentralPark, e também no aeroporto Dulles,perto de Washington, D. C. Os doislugares marcaram mudanças na pressãobarométrica e na velocidade do vento apartir das nove da manhã. Radinescreveu: “Esse experimento contínuosugere que, quando a mente geral semove, a matéria também se move”.

A teoria sobre a qual se fundamentao Projeto de Consciência Globaltem suas raízes nos tempos antigos.

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No século IV a.C., o filósofo gregoHeráclito considerava que todas ascoisas eram inter-relacionadas ouseguiam uma “razão cósmica”. Eleacreditava que os acontecimentosnão eram ocorrências isoladas, masrepercutiam em toda a estrutura daexistência, que todas as coisasestavam ligadas por uma rede deorganização criada pelo logos.

Hipócrates, nascido 20 anosdepois da morte de Heráclito,expressou pensamentos semelhantes.“Há um único fluxo comum, uma

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respiração comum. Tudo está emconsonância. O organismo inteiro ecada uma de suas partes trabalhamjuntos para o mesmo fim. O grandeprincípio estende-se até a parte maisextrema, e das partes mais extremasretorna novamente até o grandeprincípio.”

O estudioso romano Agripareferia-se a uma Quinta Essência –algo além da terra, do ar, do fogo eda água – que mantinha a existênciaunida. Ele também a chamou deAlma do Mundo, que penetra em

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todas as coisas e é uma coisa em si.Plotino, contemporâneo de Agripa,escreveu: “Não há lugar na vidapara o acaso; nela reinam apenas aordem e a harmonia”.

Na Idade Média, essa ideia eraconhecida como unus mundus –mundo unitário –, considerado umconhecimento coletivo que existeindependente de nós, embora nosseja acessível. Nessa cosmologia, afonte da coincidência significativa éseparada de nossa percepçãoconsciente e de nosso ego, mas é

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onde a psique e o mundo externo setocam.

Isso se parece bastante com ateoria de F. David Peat, segundo aqual a sincronicidade é uma ponteentre a mente e a realidade exterior.Em Synchronicity: the bridgebetween matter and mind, eleescreveu: “As sincronicidades [...]abrem as comportas dos níveis maisprofundos da consciência e damatéria que, por um momentocriativo, superam a mente e fechama divisão entre o interior e o

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exterior”.

Às vezes, as sincronicidadesassociadas a eventos de massa abremnossa consciência para o fato de que ouniverso não é o que parece ser. Oescritor Daniel Pinchbeck, em 2012: thereturn of Quetzalcoatl, escreveu como,em setembro de 2001, ele finalmenteconseguiu terminar de revisar o“manifesto poético” de um amigo, umtipo de crítica contra o corporativismo ea globalização. Seu amigo estava noquarto alimentando a filha, e as páginasdo manuscrito se espalhavam sobre a

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mesa da sala quando, de repente, elesouviram algo lá fora, que ele descreveucomo “o rugido de um avião rasante edepois um rangido metálico bem alto”.Ele e o amigo abriram as persianas eviram “uma cratera pegando fogo emuma das torres do World Trade Center”.O título do manuscrito era Mundo emchamas.

Pinchbeck cresceu sob um sistemamaterialista de crenças que teriadescartado essa coincidência e aconsiderado produto da probabilidadeou do acaso. De acordo com o modo depensamento materialista, o cérebro

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naturalmente procura encontrar padrões.“Como produto de nossa busca habitualpor padrões, estamos neurologicamenteprogramados a procurar significadosmais profundos em um mundo que, nonível mais fundamental, é destituídodessas coisas”, escreveu Pinchbeck.“Nossa crença de que há ‘sinais’escondidos dentro do caos dosacontecimentos é um antigo mecanismode sobrevivência, uma tentativa de darimportância a nossa vida e evitar o fatoexistencial de nossa insignificância.”

Ele vai além dessa perspectiva e areformula. “Embora eu não tenha

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percebido isso naquela época, correntesprofundas do pensamento do século XX– tanto na física quanto na psicanálise –sugerem que essa perspectivamaterialista é imperfeita.”

Registrando premoniçõesGrupos de discussão para o registro depremonições sobre catástrofes existemde uma maneira ou de outra desde odesastre de Aberfan, em 1966, quandofoi criado o Central PremonitionRegistry [Centro de Registro dePremonições]. Naquele incidente, umamina de carvão ruiu no vilarejo galês de

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Aberfan, provocando uma avalanche quematou 144 pessoas, incluindo 116crianças. O desastre atraiu a atenção domundo todo.

O dr. John Barker, um psicólogobritânico, suspeitou que algunsmoradores dos vilarejos próximospoderiam ter tido premonições desseacontecimento dramático. Ele fezalgumas entrevistas e recebeu 66relatos. Destes, 24 foram confirmados.

Uma das premonições mais precisasveio de uma mulher de 47 anos de idadeque sonhou com uma antiga escola emum vilarejo, uma mina de carvão galesa

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e uma avalanche de carvão caindo pelaencosta de uma montanha. Perto do péda montanha havia um garoto assustado.Ela viu uma tentativa de resgate epercebeu que o garoto fora salvo. Umdia antes do desastre, ela contou o sonhopara seis pessoas na igreja.

Um ano depois do desastre, dr. Barkerfundou a British Premonitions Bureau[Agência Britânica de Premonições]. Noano seguinte, Robert e Nancy Nelsonfundaram uma organização semelhanteem Nova York, chamada CentralPremonitions Registry [Centro deRegistro de Premonições]. O nome atual

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é Prophecies: Prediction andPremonition Registry [Profecias:Registro de Predições e Premonições] epode ser acessada pelo endereçowww.prophecies.us. Essas organizaçõesreúnem relatos de sonhos que podempredizer futuros acontecimentos queteriam impacto sobre um grande númerode pessoas de modo a alertá-las arespeito de desastres prestes aacontecer. No entanto, a maioria daspremonições de desastres tende aocorrer um ou dois dias antes do evento,dificultando qualquer atitude quepoderia advir desses relatos.

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O pessoal envolvido dentro doglobalPrever tragédias por meio depremonições parece desafiador, mas, emseu livro, F. David Peat conta a históriade um curandeiro que deteve umdesastre. Essa história é originalmentede Richard Wilhelm, amigo de Jung efamoso por sua tradução do I Chingpara o inglês, feita em 1950.

Já não chovia no vilarejo há semanas,e os moradores convocaram um“fazedor” de chuva. Em vez de executarrituais complicados para fazer chover, ohomem foi direto para a cabana que lhe

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haviam providenciado. Ele percebeuque o vilarejo sofria com a discórdia,não estava em consonância com anatureza. Quando o homem se acalmou ese recompôs, o equilíbrio foirestabelecido no vilarejo, e a chuvacaiu. De certo modo, o vilarejo passavapor uma crise espiritual coletiva, e ofazedor de chuvas serviu comocatalisador para sua solução.

Da mesma maneira, no século IV,Santo Agostinho passou por uma criseespiritual em sua vida. Enquantopasseava pelo jardim de Milão, escutoua voz de uma criança vinda de uma casa

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vizinha, repetindo misteriosamente aspalavras “Tolle, lege, tolle, lege”. Tomae lê, toma e lê.

Atônito, acabou abrindo as epístolasde São Paulo e leu uma resposta paraseu conflito – a passagem falava atémesmo da solução. “A luz da certezainundou meu coração e todas as sombrasda dúvida se dissiparam”, escreveudepois no Livro VIII de Confissões, tidocomo a primeira autobiografia daliteratura ocidental. A voz da criança,assim como o fazedor de chuvas novilarejo chinês, ajudaram quando maisse precisava de ajuda. Os dois casos são

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exemplos claros de sincronicidade.Mil anos depois, os textos de Santo

Agostinho levaram ao nascimento dopensamento renascentista por meio dasvisões de Petrarca. O estudioso e poetaitaliano, nascido em 1304, é conhecidocomo o pai do humanismo, e foi um dosprimeiros a chamar a Idade Média deIdade das Trevas. Durante anos, elepensou em escalar o monte Ventoux parater uma visão panorâmica da região. Aescalada de montanhas era uma raridadenaquela época, principalmente com opropósito de ter uma vista melhor. Emabril de 1336, no entanto, Petrarca e o

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irmão começaram a subida que osestudiosos, depois, considerariam comoo evento que simbolizou o início daRenascença.

Quando ele chegou ao topo, com asnuvens deslocando-se abaixo dos seuspés, o vento no rosto, Petrarca ficoudeslumbrado com a vista da ProvençaFrancesa, dos Alpes, do Mediterrâneo.Nesse estado de embriaguez, pegou seuexemplar de Confissões, de SantoAgostinho. Abrindo aleatoriamente nolivro X, leu: “E os homens vão alémpara admirar as alturas das montanhas,as poderosas ondas do mar, a forte

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corrente dos rios, o limite dos oceanos,o circuito das estrelas, e ignoram a simesmos”.

Petrarca ficou maravilhado com o queleu, reconhecendo a coincidência comoparte de um padrão mais amplo, ummomento transformador. Depois,escreveu em uma carta que não poderiater sido acidente ele ter se deparadoexatamente com essas palavras.“Acredito que o que li destinava-se amim, e mais ninguém, lembrando queSanto Agostinho uma vez suspeitou damesma coisa em relação a si mesmo.”

As experiências de Santo Agostino e

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Petrarca tornaram-se não só momentosimportantes em suas próprias jornadasda percepção, mas também tiveram umimpacto global. Do mesmo modo, aexperiência de Daniel Pinchbeck abriusua percepção e mudou sua orientaçãointelectual, de uma perspectivamaterialista para uma perspectiva dasincronicidade. Tal experiência o levoua pensar e escrever seguindo o exemplode Terence McKenna, Timothy Leary eAldous Huxley. O pessoal envolvidodentro do global.

JFK, Lincoln e Obama

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Depois do chocante assassinato de JohnF. Kennedy em 1963, surgiu uma lista desimilaridades impressionantes entreKennedy e Abraham Lincoln. Emboraoutras tenham sido acrescentadas com opassar dos anos, as sincronicidadesmais fortes foram anotadas logo depoisda morte de JFK.

• Kennedy foi eleito para o Congressoem 1946; Lincoln, em 1846.

• JFK foi eleito presidente em 1960;Lincoln, em 1860.

• Lincoln tinha um secretário chamadoKennedy.

• Kennedy levou um tiro em um carro

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chamado Lincoln.• Lincoln levou um tiro em um teatro

chamado Ford; Kennedy levou umtiro em um carro da Ford.

• Ambos levaram um tiro na nucanuma sexta-feira, enquanto suasesposas estavam sentadas pertodeles.

• Lincoln deu a liberdade e aigualdade de direitos aos negros;Kennedy reforçou essa igualdade.

• Ambos tiveram sucessores de nomeJohnson.

• O vice-presidente de Lincoln,Andrew Johnson, nasceu em 1808; o

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vice de Kennedy, Lyndon Johnson,em 1908.

• Lincoln foi morto num teatro, e seuassassino fugiu para um armazém; osuposto assassino de JFK atirou deum armazém e fugiu para um teatro.

• O nome do assassino de Lincolntinha três palavras: John WilkesBooth; o do suposto assassino deKennedy também: Lee HarveyOswald.

• John Wilkes Booth nasceu em 1839;Lee Harvey Oswald, em 1939.

• O pai de Kennedy foi embaixador daInglaterra, na Corte de St. James; o

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filho de Lincoln tornou-seembaixador da Inglaterra na Cortede St. James.

• Lincoln teve dois filhos, Robert eEdward. Edward morreu jovem,Robert não. Kennedy teve doisirmãos, Robert e Edward. Robertmorreu jovem, Edward não.

Os paralelos entre esses dois homenssão impressionantes. Descartá-los comomeras esquisitices, além de ser tacanho,revela uma relutância em enxergar umarealidade mais profunda escondida domundo cotidiano. Quando nospermitimos olhar, realmente olhar,

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nossas mentes racionais oscilam. Assimcomo o mundo fixou o olhar para atelevisão depois do 11 de setembro,milhões de pessoas fizeram o mesmodepois do assassinato de Kennedy.Eventos de massa afetam a consciênciada massa e criam um ambiente fértilpara a sincronicidade.

Quando Barack Obama tornou-se o44o presidente dos Estados Unidos,muitos notaram as sincronicidades entreele e Lincoln. Os dois eram advogadosque começaram a carreira política naAssembleia Legislativa de Illinois,servindo no mesmo distrito. Ambos

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cumpriram um único mandato noCongresso antes de se tornarempresidentes. Os dois levaram filhospequenos para a Casa Branca. Ambosalcançaram os holofotes nacionais comdiscursos poderosos. Nenhum dos doisserviu como militar. Lincoln libertou osescravos, e Obama é o primeiropresidente afro-americano dos EstadosUnidos.

As histórias de vida de Lincoln eObama revelam paralelos fascinantes,assim como as de Lincoln e Kennedyestavam sincronicamente conectadas.

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NEDA: O CHAMADO DIVINODepois da eleição presidencial no

Irã em junho de 2009, manifestaçõesem massa eclodiram enquanto osiranianos protestavam contra osresultados. Ao que parecia, aeleição fora manipulada, e apopulação rebelava-se contra ostatu quo. Qualquer rebelião queenvolva aglomerados de pessoas,emoções intensas e coberturamundial da mídia tem umaprobabilidade de envolversincronicidades. Ao assistirmos ao

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jornal no dia seguinte, descobrimosum incrível exemplo desincronicidade.

Houve um destaque sobre a mortede uma linda moça nas ruas duranteuma manifestação, e ela rapidamentese tornou símbolo do movimento. Ovídeo foi mostrado na TV a caborepetidas vezes e se espalhou nainternet.

A sincronicidade foi o nome damoça: Neda, que em persa querdizer “O Chamado Divino”. Suamorte foi vista como o sacrifício por

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uma causa maior.

Medindo a linha entre mente ematériaEm 3 de outubro de 1995,aproximadamente meio bilhão depessoas viu ou ouviu a transmissão aovivo do veredito do caso de O. J.Simpson. Foi o assassinato que maisesteve em evidência na história dosEstados Unidos. A agência Reutersrelatou que a audiência desse eventosuperou três das cinco transmissões docampeonato Super Bowl entre 1991 e1995.

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Dean Radin, Roger Nelson e umcolega da Universidade de Amsterdãestavam prontos para o evento comcinco geradores de números aleatórios(GNAs). Eles procuravam correlaçõesincomuns no que deveriam ser dadosaleatórios que indicariam uma atividadeaumentada na consciência global.

“Esperávamos que o nível incomum deatenção em massa direcionada naquelanoite geraria um resultado combinado decinco GNAs independentes, de maneirasimultânea, que mostrasse uma ordeminesperada quando o veredito fosseanunciado”, escreveu Radin no IONS

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Noetic Sciences Review no primeirotrimestre de 1998.

E foi exatamente isso o que aconteceu.A mente global – o unus mundus –estava tão concentrada no veredito de O.J. que impactou os geradores denúmeros aleatórios de uma maneiramensurável. Por volta das nove da noitedo dia 3 de outubro de 1995, quando acobertura de televisão sobre o vereditocomeçou, “um nível inesperado deordem apareceu em todos os GNAs”,afirmou Radin.

O gráfico, publicado junto com oartigo, mostra um aumento acentuado

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durante a hora em que a coberturacomeçou, que lembra o tipo de linha quevemos em um sismógrafo quando umterremoto atinge sua maior intensidade.Um segundo aumento ainda maiorculminou quando o veredito foianunciado.

Radin disse que o experimento, eoutros como este, ilustram que a ligaçãocomum entre a mente e a matéria é aordem. E lembram a ordem implicada deBohm, dando a impressão de umasincronicidade.

Passemos para 13 anos depois de O. J.Simpson ter sido absolvido da acusação

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de duplo homicício. Em 3 de outubro de2008, o mesmo O. J. foi condenado porsequestro, assalto à mão armada e dezoutras acusações. Ele e cinco homensassaltaram o quarto de um hotel-cassino,de onde levaram troféus, fotos e bolasde futebol. Sua história, então, deu umgiro de 360 graus.

PENSANDO GLOBALMENTEVivemos no planeta com praticamentesete bilhões de pessoas. Portanto, noscabe prestar atenção ao que acontece nomundo como um todo e buscarsincronicidades relacionadas a eventos

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globais que podem servir como pistasvitais para tendências futuras. Mantenhauma lista delas, e seja o mais detalhistapossível. O que as mensagens maisprofundas dizem sobre o futuro? Sobreo cenário político, sobre guerras esobre a paz? Sobre o aquecimento?Sobre o papel do indivíduo nasociedade? Como tudo isso se relacionaa você?

Pense em organizar seu arquivo desincronicidades globais por categorias.Vejamos algumas sugestões:• política;• questões internacionais;• pessoas famosas;

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• finanças/economia;• espiritualidade e religião;• estado de espírito;• descobertas/invenções;• desastres e guerra;• triunfos.

Em qual categoria você percebe maissincronicidades? Que tipos desincronicidade encontrou? Metafóricas?Precognitivas? Literais?

A numeróloga Connie Cannonvivencia sincronicidades frequentes emsonhos precognitivos relacionados apessoas famosas. Ela também épsiquicamente sensitiva a terremotosprestes a acontecer. Vários dias antes de

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uma série de tremores, ou de tremoresde 5 graus na escala ou mais, Conniesempre passa por uma variedade desintomas, inclusive tontura extrema,náusea e pressão alta. Demorou anospara que ela correlacionasse essessintomas aos terremotos, mas agora, àsvezes, consegue apontar as áreas em queeles ocorrerão com base nos tipos desintoma que vivencia.

Outra amiga nossa costuma vermanchetes na edição atual dos jornaisque ninguém mais vê – e depoisdescobre que são exatamente iguais ousimilares a manchetes publicadas um oudois dias depois. Isso acontece de forma

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espontânea. Com a prática, e se estiverdisposto, você pode desenvolver essetalento.

Sente-se diariamente, pela manhã, eolhe para a primeira página do jornal.Você deve se concentrar numa categoriaespecífica de eventos globais que lheinteressem, ou manter-se aberto aquaisquer acontecimentos notáveis.

Diminua o ritmo da respiração; fecheos olhos. Pressione o polegar na suanarina direita e respire com a esquerda.Prenda a respiração por algunssegundos, retire o dedo e expire pelanarina direita. Repita o processo, dessavez tampando a narina esquerda e

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inspirando pela direita. Esse tipo derespiração equilibra os hemisférios docérebro. Repita o processo algumasvezes. De olhos fechados, coloque suamão sobre o jornal.

Quando estiver concentrado, tire amão e olhe “através” do jornal. Permitaque sua visão “perca o foco”. Sepreferir, pode continuar de olhosfechados. Enquanto respiraprofundamente mais algumas vezes,você pode começar a ver manchetes dofuturo. Quando as imagens dasmanchetes aparecerem, anote-as.

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PARTE DOIS

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A mágica

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ADIVINHANDO ASINCRONICIDADE

“A adivinhação é como umlaboratório dedemonstração: ela nosmostra como os elementosda vida cotidiana semovimentam e modelam a

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força maior da RealidadePrimeira.”

– DIANNE SKAFTE,LISTENING TO THEORACLE

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Do I Ching à astrologia, do tarô às runase aos desenhos formados em folhassecas de chá, borras de café ou ossos, asincronicidade é o motor que governatodos os sistemas divinos. Qualquer queseja o método ou os meios, aadivinhação é a forma mais tangível demobilizar a sincronicidade.

A adivinhação é praticada desde ostempos mais remotos da civilização, eprovavelmente começou antes de osseres humanos descobrirem o fogo.Entre os antigos babilônios, adivinhosobservavam padrões nas entranhas deanimais, dando ênfase especial ao

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fígado, na fumaça, no óleo na superfícieda água e também por meio docomportamento dos animais,principalmente dos gatos. Os babilônios,assim como os chineses, os egípcios, osgregos, os asiáticos e os persas, tambémusavam a astrologia.

Os druidas preferiam bolas de cristal eobservavão padrões nas nuvens e nasestrelas, nas raízes das árvores e nocanto dos pássaros. Por volta de 1200a.C., os chineses usavam um sistema deadivinhação chamado fuji, que lembraum pouco a mesa Ouija. Os gregosantigos tinham o Oráculo de Delfos, mas

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também adivinhavam padrões nossonhos, no barulho das nascentes earremessando pequenas pedras oupedaços de madeira, ossos ou dados.

“A história da adivinhação não temponto de partida nem destino. Ela estátão enraizada na vida espiritual dahumanidade que é impossível imaginaruma época em que não tenha sido usadanenhuma forma de adivinhação”,escreveu Dianne Skafte em Listening tothe oracle.

A única coisa que todos esses sistemastêm em comum é a criação de padrõessignificativos intrínsecos ao momento.

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No entanto, Jung afirmou em suaintrodução à tradução de RichardWilhelm do I Ching que um padrão serásignificativo somente se formos capazesde relacionar a interpretação aosacontecimentos da nossa vida. Quandofazemos isso, estamos obtendo umaorientação da mente inconsciente, que éligada à realidade subjacente, oinconsciente coletivo. Em essência, aprática da adivinhação é nosso contatomais imediato com a sincronicidade.

O I ChingO I Ching existe há pelo menos cinco

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mil anos, mas foi introduzido ao públicoocidental de maneira mais ampla em1950 por meio da tradução de RichardWilhelm, europeu que passou a maiorparte da vida traduzindo antigos textoschineses. O sistema de adivinhação ébaseado em 64 desenhos conhecidoscomo hexagramas, formados a partir doarremesso de três moedas seis vezesconsecutivas. Originalmente, usavam-seossos e, mais tarde, caules de milefólio.

Os hexagramas consistem de seislinhas horizontais, interrompidas oucontínuas. Usando as moedas, caras(yang) valem três pontos, e coroas (yin),

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dois. Portanto, duas caras e uma coroadaria oito. Seis e oito são linhasinterrompidas; sete e nove representamlinhas contínuas. Vejamos um exemplode hexagrama:

Além disso, seis e nove representam“linhas mutáveis”, que sugerem que asituação atual está em fluxo. Essaslinhas levam à formação de um segundohexagrama, a evolução da sua pergunta.No final do livro do I Ching, há umatabela para consultar o nome e o númerodo hexagrama formado, para que depoisse possa ler a interpretação.

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Conforme escreveu Jung na introduçãoda edição de Wilhelm, a pessoa queinventou o I Ching acreditava que ohexagrama “era o expoente do momentono qual foi tirado”.

Em outras palavras, quando jogamosas moedas, o hexagrama formado écomo um instantâneo do tempo, umamanifestação do interior. Em Theinvisible landscape: mind,hallucinogens, and the I Ching, osescritores e visionários Terence eDennis McKenna argumentam que oshexagramas são arquétipos “capazes deiluminar o destino da pessoa que

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consultou o oráculo apropriadamente”.Perguntamos ao I Ching sobre a

importância da sincronicidade erecebemos o hexagrama 15, “Modéstia”.Em parte, diz o seguinte: “Ele distribuias bênçãos do céu, as nuvens e a chuvaque se acumulam no topo, e então brilhacom o raiar da luz celestial”. Essehexagrama mudou para o 45, “Reunião”,que sugere: “No momento da reunião,devemos nos armar a tempo de impediro inesperado. Tragédias humanasgeralmente acontecem como resultadode eventos inesperados contra os quaisnunca estamos precavidos. Se

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estivermos preparados, podemos evitá-las”.

Em outras palavras, esses hexagramasparecem dizer que as sincronicidadessão bênçãos, e que prestar atenção aessas coincidências significativas é umaforma de nos prepararmos para osalertas e reunir informações paraenfrentarmos o futuro.

Depois que Adele Aldridge se separoudo marido, quis entrar em contato comuma velha amiga que, segundo ouviradizer, também havia se separadorecentemente. Ela não sabia comoencontrá-la, mas o desejo era forte. Em

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um sonho, Adele viu um cavalo aladovoando no céu. Não fazia ideia do queaquilo significava, mas adorou aimagem, e sentiu que se tratava de umaforte mensagem de algo extraordinário.Então, pediu ajuda ao I Ching sobre osignificado do sonho. A resposta foi ohexagrama 22, “Graciosidade”, com aquarta linha mutável. A tradução deWilhelm para essa linha mutável é:

Graça ou simplicidade?Um cavalo branco chega como que

voando.Ele não é um salteador. Deseja cortejar

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no momento devido.

“Eu me arrepiei inteira quando liaquilo. Não só o I Ching refletiu meusonho com uma estranha precisão, comono dia seguinte a pessoa que eu queriaver me ligou.” O sonho e a leitura do IChing – e a conexão posterior –marcaram o início de eventos quemudariam a vida de Adele.

VOCÊ E O I CHINGSe não conhecer o I Ching e quiserexperimentar, vá à primeira livraria eprocure uma das diversas edições

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existentes no mercado. Nossa prediletaé a de Richard Wilhelm. Outrastraduções lutam para tornar o léxico davida chinesa antiga mais compreensívelpara os ocidentais. Leve sua traduçãopara a cafeteria, peça um café, peguetrês moedas e pense numa pergunta.Depois, jogue as moedas e veja o queacontece. Ou procure no Google por“jogar I Ching” para ver do que se trata.

A verdade é que o I Ching não é paraqualquer um. Alguns dos hexagramasque falam do papel da mulher na antigasociedade chinesa são nitidamentemachistas para os padrões atuais.Referências à colheita e à seca não são

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representações tão reais da vida noséculo XXI, a não ser que você trabalhecom agricultura. Porém, se deixarmosde lado nosso viés ocidental edestilarmos a essência dos hexagramas,podemos obter uma grande sabedoriadesse sistema divinatório. Ele éespecialmente bom para interpretarmossonhos e a dinâmica de uma situação emdesenvolvimento.

As pessoas que usam esse sistemaatestam regularmente sua misteriosaprecisão. Ele funciona melhor seestivermos acostumados a interpretarmetáforas e fazer associações. Às vezes,seguir o conselho do I Ching pode ser

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um ato de fé.Por exemplo, em Synchronicity:

multiple perspectives on meaningfulcoincidence, Shantena AugustoSabbadini conta uma história sobre seumentor de I Ching, Rudolph Ritsema,que passou 50 anos estudando ooráculo, traduzindo-o e fazendo usodele. Quando foi internado numa clínicasuíça com hemorragia cerebral, osmédicos estavam preocupados com seuestado cardíaco e pensaram que eleprecisaria de um marca-passo. Antes detomar a decisão de implantar o aparelho,Ritsema, que estava com o ladoesquerdo paralisado por causa da

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hemorragia, consultou o I Ching, edecidiu não passar pelo procedimento.Os médicos ficaram espantados.Ritsema já estava com 80 anos, emorreu alguns anos depois, aos 88, mastinha fé em um sistema no qualacreditava.

“A sincronicidade [...] lida com o nãorepetível, o não reproduzível”, escreveuSabbadini. “Um evento sincrônico –inclusive uma consulta ao I Ching – falaconosco por meio das especificidadesde uma constelação de circunstânciasinternas e externas que jamaisacontecerá de novo exatamente naquelemesmo padrão. [...] A sincronicidade é

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um fenômeno único.”E como fenômeno único, seu

conselho costuma ser misteriosamentepreciso.

AstrologiaComo ferramenta de adivinhação, aastrologia é tão rica e complexa quantoo I Ching. Em vez de varetas demilefólio ou moedas, ela é baseada nospadrões e movimentos dos corposcelestes em determinado momento. Omapa astral é um diagrama geométricodos céus visto do lugar e no momento donascimento; é determinado pela data,

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hora e lugar de nascimento e parece umcírculo com doze seções desiguais.Essas seções são chamadas casas eretratam diferentes áreas da vida:pessoal, financeira, sobre irmãos evizinhos, família, parceiros e assim pordiante. Assim como o ato de atirarmoedas no I Ching é um instantâneo dotempo, o momento em que respiramospela primeira vez marca esse instante. Omapa astral, como um hexagrama, formaum padrão significativo, um esquema depotencial arquetípico.

Muitos educadores e cientistasfamosos descartam a astrologia como

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uma superstição do passado, e encarama astronomia como a ciência dos corposcelestes. No entanto, o pai daastronomia moderna, Galileu Galilei,também era astrólogo. Ele foi atacadopela Igreja por conta de suas prediçõesastrológicas, bem como pelos cálculosastronômicos, e passou boa parte davida em prisão domiciliar.

Apesar dos esforços com o passar dosséculos para negar a astrologia, elacontinua sendo um meio vibrante para aanálise de personalidades e relações – epara a predição do futuro. Algunscientistas, na verdade, ficaram atônitos

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com sua precisão.Em 1950, o estatístico francês Michel

Gauquelin planejou provar que asposições de nascimento das estrelas eplanetas não exerciam absolutamentenenhuma influência sobre odesenvolvimento futuro das pessoas.Porém, ficou consternado quando suaspróprias estatísticas mostraram que eleestava errado, com a probabilidade decinco milhões para um, mostrando quegrandes soldados, líderes militares ecomandantes tendiam a ter o ascendentede seus horóscopos em Marte.

Muitos tipos de astrologia podem ser

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usados para tratar de padrões que atuamna sua vida neste momento – ou padrõesque podem influenciar sua vida daqui aseis meses ou 50 anos. Os trânsitos,movimentos diários dos planetas,exercem o efeito mais óbvio e imediato,sobretudo quando planetas que semovem lentamente, como Plutão, Netunoe Urano, estão envolvidos. Quanto maistempo um planeta permanece emdeterminado signo, maior o impactoexercido sobre nós como indivíduos,sociedade, país e mundo.

“Em termos junguianos, a evidênciaastrológica sugere que o inconsciente

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coletivo está, em última análise,incorporado no próprio macrocosmo, eque os movimentos planetários são umreflexo da dinâmica arquetípica daexperiência humana”, escreveu RichardTarnas em Cosmos e Psyche:intimations of a new world view.Tarnas, assim como Grasse, acredita queesses arquétipos planetários estãointimamente conectados ao mito.

Tomemos Marte como exemplo. Namitologia, Marte era o deus romano daguerra. Na astrologia, ele simboliza aenergia física e sexual, os impulsos, aagressividade, a fúria e o conflito.

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Representa nossa capacidade de ir atrásdo que desejamos, conquistar edefender. Quando Marte atinge um dosplanetas ou pontos sensíveis no seumapa astral, algo acontece. A naturezado que acontece depende de onde ou oque Marte atingiu e do ângulo que elefaz com o planeta ou casa.

Digamos que Marte esteja se movendopelo céu (transitando) e atinja o mesmoponto no zodíaco onde o Sol estavaposicionado no momento do seunascimento. O Sol é o arquétipo do eu esimboliza a totalidade de quem você é.Durante as cinco ou seis semanas em

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que Marte fica acima do seu sol, suavida se torna um estudo no caos, navelocidade e na ação. Tudo que seuarquétipo solar exemplifica se tornamais evidente, óbvio, urgente. Talvezvocê até se sinta mais batalhador.

O zodíaco consiste de doze signos, ecada um deles contém três graus. O grauque o Sol ocupava no momento em quevocê nasceu provavelmente correspondea um ano na sua vida em que algum tipode experiência transformadoraaconteceu – o nascimento de um irmão,uma mudança, o divórcio dos pais ou umnovo casamento, um acidente, doenças

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ou algum outro acontecimentodeterminante. O tempo não é sempreexato – aumente uma margem de seismeses para a frente ou para trás. Trish,cujo Sol está a 16 graus e 12 minutos deGêmeos, passou por um acontecimentodeterminante cinco meses depois do seuaniversário de 16 anos. Seus pais semudaram da Venezuela, onde ela nasceue cresceu, para os Estados Unidos.Naquele ano, ela também descobriu aastrologia, o que ajudou a entender asramificações da mudança.

Se seu Sol está posicionado, digamos,a 25 graus do seu signo, você deve

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encontrar seu cônjuge aos 25 anos, outalvez nasça seu primeiro filho. Se está a8 graus, poderia significar que seus paisse divorciaram quando você tinha oitoanos, ou que você foi aceito numa escolapara superdotados e isso influenciou oresto da sua educação.

No mapa astral de Reya, o Sol está a24 graus e 58 minutos de Aquário(faltando dois minutos para 25 graus).Quando Trish viu esse mapa pelaprimeira vez, perguntou-lhe queacontecimento de grande importânciatinha ocorrido entre os 25 e 26 anos. Háexatos doze dias antes de ela completar

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26 anos, Reya foi atingida por um trem eficou inconsciente quatro dias. “Esseacontecimento me retirou de um estilode vida muito destrutivo e foi oresponsável pelo meu primeiro contatocom a medicina alternativa”, escreveuela. “Seria isso?” Pode apostar.

Se você não sabe o grau do seu Sol,entre no site www.astro.com (em inglês)para uma versão gratuita do seu mapaastral. Localize o Sol – seu símboloparece um círculo com um ponto nocentro. Perto dele você verá númerosque indicam o grau do signo no qual seuSol de nascimento está localizado. Se

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você nasceu no dia 14 de outubro de1950, por exemplo, seu Sol estaria a 20graus de Libra. Isso significa que deveter havido um momento determinante nasua vida quando você estava mais oumenos com 20 anos de idade. Aumenteseis meses para cima ou para baixo.Caso ainda não tenha atingido a idadecorrespondente ao seu Sol natal, tenhaem mente que algum evento determinantepode ocorrer quando você chegar a essaidade.

Em Cosmos and Psyche, RichardTarnas afirmou que o trânsito de Urano –planeta da inovação, genialidade e

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acontecimentos repentinos – parececoincidir com períodos de grandedescoberta e criatividade. Tanto paraFreud quanto para Jung, seus períodosde maior criatividade e inovaçãoaconteceram quando Urano estava nooposto das posições que ocupou na datade nascimento deles. Durante essesperíodos, tornamo-nos conscientes denossa mortalidade e dos anos que aindatemos no planeta. Buscamos liberdade.Galileu, Descartes e Newton tambémvivenciaram reviravoltas monumentaisdurante as oposições de Urano. Todosesses homens, segundo Tarnas,

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“terminaram suas obras revolucionáriasquando o trânsito estava em seu picomatemático, em um ou dois graus dealinhamento exato, algo que, com essetrânsito, ocorre em sua totalidadedurante aproximadamente doze meses nodecorrer de uma vida inteira”.

Já parou para pensar por que algunsalunos do ensino médio ou da faculdadesão tão rebeldes? Culpe Urano. Essa é aidade em que o trânsito de Urano formaum ângulo desafiador com sua posiçãonatal. Quando Maria (que você conheceuno capítulo 5) foi detida por conta doteste de embriaguez, Urano a

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influenciava de uma maneira que podeindicar eventos caóticos eperturbadores, que parecem acontecerdo nada.

Se você se interessa pela astrologiacomo técnica de adivinhação, encontrarámuitos sites que fazem mapas astraisgratuitos, com listas dos trânsitosdiários, e explicam o que tudo issosignifica. Se busca respostas rápidas, aastrologia pode ser desencorajadora. Noentanto, sua linguagem, assim como a doI Ching, pode fornecer uma quantidadesurpreendente de informações, casoqueira ir atrás delas.

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TarôEnquanto o I Ching tende a usar muitodas palavras e a astrologia é umalinguagem simbólica, o tarô éassombrosamente visual. Suas 78 cartassão divididas em duas seções,conhecidas como arcanos maiores earcanos menores. As 22 cartas quecompõem os arcanos maioresrepresentam arquétipos, especificamenteaqueles de uma evolução naconsciência. O Louco, a primeira cartados arcanos maiores, simboliza umponto máximo, uma euforia intensaoriunda do conhecimento de que estamos

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todos conectados a algo maior do queimaginamos. O Louco é a Pocahontasquando canta sobre a cor do vento, erepresenta o início da magnificentejornada diante de nós. A última carta, OMundo, encerra a jornada do Louco esugere que o objetivo foi atingido.Agora você é o sábio, o mestre. Asoutras 56 cartas, os arcanos menores,representam os detalhes sincrônicos davida e os passos ao longo do caminho,desde o Louco até o Mundo.

Robert Hopcke relata uma históriaengraçada sobre uma de suas clientesque ganhou de aniversário um baralho

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de tarô. Primeiro, ela usou o baralhocom uma atitude do tipo “me dê umaresposta”. Um dia, recebeu uma respostaque não gostou, e jogou as cartas denovo, mas todas saíram invertidas, “querdizer, voltadas para o outro lado, comose não quisessem falar com ela. Emsincronicidades como esta, chega aparecer que as cartas têm vontadeprópria”, escreve Hopcke.

Logo depois do 11 de setembro,Phyllis Vega, coautora do livro PowerTarot, escrito com Trish, afirmou quepraticamente todos os clientes paraquem lia o tarô pareciam tirar a Torre.

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Essa carta em geral retrata uma torresendo atingida por um raio. Há fumaçasaindo das janelas, pessoas caindo oupulando, e tudo é escuro, feio,terrificante. Se há uma carta que retrateo cenário do 11 de setembro, é esta. Nosmeses que se seguiram ao desastre, osarquétipos de destruição, caos e mortese incorporaram a nossa psiqueenquanto nação. A carta da Torre refletiaisso.

Sempre que você tirar a Torre em umaleitura pessoal, o arquétipo geralmenteaponta para o caos – mas não para adestruição e para a morte no sentido

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físico. Com frequência, o caos nos pegade surpresa. Digamos que você tire acara da Torre diversas vezes nos diasque antecedem suas férias – e elaaparece quando suas perguntas não têmnada a ver com férias. Ela pode indicarproblemas com a viagem; então, seriainteressante verificar novamente oitinerário e a passagem, ir para oaeroporto mais cedo que o habitual ecertificar-se de que pegou tudo que énecessário. Se o trajeto até o aeroportofor longo, verifique se seu carro estápreparado – se trocou o óleo, se otanque está cheio, se está tudo bem com

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o motor.O tarô, assim como a astrologia e o I

Ching, provavelmente não é o sistemamais simples de adivinhação. Se quiserse envolver de maneira mais rápida comas sincronicidades, tente a esticomancia.

VOCÊ E O TARÔPara se familiarizar com o tarô,pegue uma carta toda manhã para teruma ideia do seu dia. Comeceusando somente os arcanos maiores.Deixe que a imagem fale com suaspartes mais profundas, depois

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confira suas impressões com ossignificados no livro do tarô.Quando aprender o significado dascartas, use o baralho inteiro.

Digamos que sua carta do dia sejao Carro. Isso pode significar que,mais tarde, você talvez pegue aestrada – para passear ou paravoltar do trabalho para casa.Também pode querer dizer que umaquestão ou situação chegará aoponto crítico e você triunfará.

Você também pode “abrir” umacarta ao retirar uma segunda para

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obter mais informações. Se tirar otrês de copas com o Carro, porexemplo, então seu dia será repletode celebração.

É importante ter um tarô que dêsignificados para as cartas fáceis deentender.

EsticomanciaEste método é simples e fácil – eimpressionantemente preciso. Pense emuma pergunta ou questão que seja do seuinteresse. Mantenha-a na mente, abra umlivro aleatório, aponte para um lugar

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qualquer na página. Veja se a palavra oufrase onde seu dedo encostou o ajuda aresponder sua pergunta.

Pode ser qualquer livro – umdicionário, a Bíblia ou outro textoreligioso, os Contos de Grimm, seuromance predileto, um livro de nãoficção e até mesmo uma revista. Quantomaior o livro, mais respostas possíveisvocê terá. A simbologia da fonte usadatambém deve ressoar em você. Emoutras palavras, se não conhece tanto aBíblia, então provavelmente não é olivro certo a ser usado. Você tambémpode tentar fazer isso on-line,

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navegando em muitos dos sites quefornecem leituras por esticomancia.

Digamos que você adore contos defadas e esteja familiarizado com asimbologia dessas histórias. Pense nasua pergunta e, abra um livro dos irmãosGrimm aleatoriamente; depois, de olhosfechados, encoste o dedo em um pontoqualquer da página. É provável que apalavra, frase ou expressão localizadapelo seu dedo diga algo a respeito dasua pergunta. Para ter mais informações,observe o conto em particular.

Talvez você pergunte aonde está indoum relacionamento amoroso e aponte a

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palavra “pensar” na história sobre olobo mau. Isso poderia ser umaindicação de que é preciso repensar arelação, porque algo na pessoa amadapode estar te enganando. Os valores dapessoa devem estar distorcidos dealguma maneira.

Suponha que você pergunte sereceberá uma promoção que deseja eaponte para um espaço em branco noconto Branca de Neve. Isso pode sugerirque a resposta ainda é desconhecida, ouque sua promoção acontecerá noinverno. Se obtiver uma respostaambígua, tente novamente e formule a

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pergunta de outra maneira. Ou, quandoapontar para uma palavra, leia toda afrase ou parágrafo. Se escolheu umafrase em que a Branca de Neve fura odedo com a agulha e três gotas de sanguecaem sobre a neve, isso pode quererdizer que você terá notícias dapromoção em três minutos, dias ousemanas, ou durante os meses deinverno.

Um dicionário talvez seja a maneiramais rápida de espiar a ordemenvolvida na sua vida. Por exemplo,Rob fez a pergunta: “Quais são osbenefícios da adivinhação?”. Abriu

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então o dicionário e colocou o dedonuma página qualquer. As palavras emque seu dedo encostou foram: “Desejarardentemente ou intensamente”. Umaresposta razoável. Ao procurar umapista para o futuro, em geral queremosum resultado específico. A respostapode até revelar um pouco de humor ouironia, como se o universo estivessedizendo que a adivinhação não passa deum devaneio. Mas, então, de onde vemessa resposta?

Se você estiver no consultório de ummédico ou dentista e precisar de umaresposta imediata, escolha a revista

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mais grossa que encontrar. Abra-a eaponte. Se seu dedo encostar em umapropaganda, veja se há alguma palavra,imagem ou produto que lhe diga algumacoisa. Se não, tente novamente ereformule a pergunta de maneira maisespecífica.

O oráculo interiorA beleza dos sistemas de adivinhação éo fato de haver muitos. Todos têmprincípios semelhantes e podem noslevar ao mesmo lugar: um ponto deconexão entre o mundo interior e oexterior, o espaço intermediário.

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Se você gosta de cores, pense em criarseu próprio oráculo com quadradoscoloridos feitos de cartolina ou papelão.As cores, assim como as imagens notarô, refletem significados arquetípicos.No entanto, há uma diferença sutil. A coré imediata, familiar, está em todos oslugares. Ela nos afeta constantemente e,por isso, serve como o oráculo ideal.

É importante que todos os quadradossejam do mesmo tamanho e que as coresestejam visíveis somente de um lado.Dessa forma, você pode misturar eescolher os quadrados sem saber quecores está escolhendo. Atribua

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significados às diferentes cores. Comececom as três primárias, vermelho, azul eamarelo; depois, preto e branco.Acrescente mais cores – roxo ou violeta,dourado, laranja e verde, tambématribuindo-lhes significados. Reúna de12 a 15 cores e dê significado a todas.

Se não tiver certeza sobre osignificado de cada uma, procuresugestões na internet. As cores têmassociações psicológicas, culturais epessoais. Escolha aquelas que lhe sãoapropriadas. Vejamos algumasinterpretações possíveis, retiradas deThe rainbow oracle: the book of color

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divination, que Rob escreveu com TonyGrosso.

• Vermelho: paixão, intensidade, forteentusiasmo, energia física eemocional elevada.

• Laranja: harmonia, equilíbrio entremente e emoções.

• Amarelo: aprendizado, intelecto,lógica, documentos legais, ordem.

• Verde: desafio, crescimento, cura,renovação, dinheiro, nascimento,novas ideias.

• Azul: serenidade, tranquilidade,sensibilidade, devoção, introversão,privacidade.

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• Roxo: regras e regulamentos,tradição, o passado, o romântico.

• Violeta: consciência elevada,espiritualidade, sabedoria, amor aopróximo, idealismo.

• Rosa: ternura, amabilidade, saúde,sensibilidade, vitalidade.

• Marrom: bases sólidas, fertilidade,segurança, estabilidade.

• Salmão: equilíbrio, maturidade,felicidade.

• Dourado: sucesso, pensamentocriativo, realização de metas,pensamento positivo.

• Prateado: versatilidade,

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flexibilidade, intuição, percepçãomental.

• Cinza: confusão e má compreensão,desânimo, medo.

• Branco: percepção intuitiva,realização, proteção, entendimentoobtido por meio do pensamentoclaro e positivo.

• Preto: algo ainda não revelado oucompreendido, pensamentos, açõesou sentimentos ocultos.

Personalize os significados das cores.Em vez de energia, talvez o vermelhosignifique, para você, “pare” ou“perigo”. Depois de determinar os

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significados das cores, crie alguns“esquemas”, talvez usando o tarô comumcomo modelo. Os melhores são os maissimples. Primeiro, faça sua pergunta,selecione o esquema adequado,embaralhe os cartões coloridos edisponha-os de acordo com o esquema.Vejamos alguns exemplos de esquemas:

PASSADO, PRESENTE E FUTURO

1 2 3

Passado Presente Futuro

OBSTÁCULO NO CAMINHO

1 2 3 4

Questão Potencialoculto

Desafio/obstáculo Resolução

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ESQUEMA GERAL (VOCÊ DETERMINA OPERÍODO DO TEMPO)

Se você tem pelo menos de 12 a 15cartas para usar, é possível criaresquemas maiores com mais cartas. Oesquema a seguir é baseado naastrologia e fornece bastanteinformação. Estabeleça um período detempo para sua questão ou problema –uma semana, dois meses, seis meses.

ESQUEMA DA ASTROLOGIA

1 2 3 4 5

Eu Finanças Comunicação Casa Criatividade

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ESQUEMA DA ASTROLOGIA

7 8 9 10

Parcerias Recursoscompartilhados

Viagem Carreira Amigos

Os sistemas de adivinhaçãodesencadeiam a sincronicidade, e, àsvezes, os resultados são tão diretos quetiram nosso fôlego. Qualquer que seja osistema de adivinhação que escolha, atémesmo abrir um dicionário e apontarcom o dedo, você estará embarcando emuma jornada para a unidade do universo.

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Conforme escreveu Robert Hopcke,“métodos divinatórios nos permitemusar exatamente a mesma capacidadeque usamos para criar arte, escreverficção ou imaginar a existência dequalquer coisa significativa”.

ADIVINHAÇÃO RÁPIDA E FÁCILNa verdade, nem todo mundo que seinteressa pelas sincronicidades sairácorrendo para comprar um baralho detarô, estudar o I Ching ou fazer um mapaastral. No entanto, ferramentasdivinatórias simples estão à nossadisposição o tempo inteiro.

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Faça uma pergunta e, em vez deconsultar um livro, simplesmente diga asi mesmo que a próxima coisa que ouvir,ver ou ler lhe dará uma resposta. Talvezela venha por meio de uma música norádio, ou nas primeiras palavras quealguém lhe disser no começo do dia.Talvez a resposta esteja na manchete dojornal matinal, ou algo dito na televisão.Brinque com a informação, revire-a nasua mente. Ela tem muito a ver com suapergunta? Se não encontrar nenhumaconexão, deixe-a de lado e busque umanova possibilidade. Se não funcionar,talvez signifique que não deve receberqualquer resposta agora. Mas também

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pode sugerir que você não queira aceitara resposta apresentada.

Espere uma hora, ou um dia, e tentenovamente. De uma forma ou de outra,você encontrará a resposta.

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ORÁCULOSANIMAIS

“Todo mundo já foi tocadopor animais de algumamaneira, seja na vida ou emsonhos, e a dificuldade desempre é determinar o queisso significa.”

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– TED ANDREWS,ANIMAL-WISE

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No final de dezembro de 2004, houveum terremoto submarino no oceanoÍndico. A violenta sublevação dasplacas tectônicas deslocou umaquantidade enorme de água e, em poucashoras, ondas de 30 metros irradiaram doepicentro. Um tsunami atingiu a costa deonze países no oceano Índico, matandomais de 250 mil pessoas.

Como a onda que se espalhou pelabaía de Bengala foi visível do espaço,os cientistas puderam medir comprecisão o tamanho do terremoto e otsunami resultante. No entanto, foramincapazes de predizê-lo. O que se tornou

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aparente pelos primeiros relatos – epelas informações reunidas desdeaquele ano –, é que os animais sabiamdo tremor horas, e até mesmo dias, antesde acontecer.

Em 11 de janeiro de 2005, um artigopublicado on-line na NationalGeographic mostrou diversas históriassobre animais que sobreviveram aotsunami. Ondas gigantes inundaram maisde três quilômetros costa adentro noParque Nacional Yala, a maior reservade vida selvagem do Sri Lanka, lar decentenas de elefantes, búfalos,leopardos, veados, chacais e macacos.

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Contudo, o vice-diretor doDepartamento Nacional de VidaSelvagem, R. D. Ratnayake, disse quenão houve registros de animais mortos.“Elefantes, javalis, veados, macacos eoutros animais se deslocaram paradentro do continente, evitando as ondasmortais.”

Sobreviventes descreveram que osmacacos, que sempre aceitam bananas,rejeitaram-nas na manhã do tsunami;elefantes bramiram e fugiram paralugares mais elevados; cães serecusaram a passear de manhã. Atémesmo um casal de elefantes preso

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arrebentou as correntes e correu para umterreno mais alto antes de o tsunamiatingir a costa. Flamingos queprocriavam naquela época do ano nosantuário de vida selvagem PointCalimere, na Índia, fugiram para lugaresmais altos com antecedência,abandonando suas áreas de procriação.

Ravi Corea, presidente da Sociedadede Preservação da Vida Selvagem doSri Lanka, sediada em Nutley, NovaJersey, estava no Sri Lanka quandoocorreram as ondas gigantescas. Depois,viajou até a praia Patanangala, dentro doParque Nacional Yala, onde 60

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visitantes foram carregados pela água.Essa praia foi uma das áreas maisatingidas na reserva de 1.300 km2, queabriga grande variedade de animais,incluindo elefantes, leopardos e 130espécies de pássaros. Com exceção dedois búfalos que morreram, Corea nãoencontrou nenhuma carcaça de animal,assim como o pessoal que trabalha noparque.

Ao longo da costa de Cuddalore, naÍndia, onde milhares de pessoasmorreram, a Agência de Notícias Indo-Asiática (Ians) relatou que búfalos,cabras e cachorros foram encontrados

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ilesos. Outro sobrevivente afirmou quemorcegos voaram freneticamente poucoantes de a onda atingir a região. NaTailândia, um golfinho foi pego com umfilhote em uma lagoa depois do tsunami,mas muitos outros fugiram.

As narrativas são numerosas eenvolvem uma variedade de espécies.Elas mostram claramente que os animaissentiram a aproximação do tsunami eevacuaram a área.

“Imagine o que aconteceria [...] se, emvez de ignorar os alertas dados pelosanimais, as pessoas os levassem asério”, escreveu o biólogo britânico

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Rupert Sheldrake em Cães sabemquando seus donos estão chegando.

Em 12 de maio de 2008, a Chinapassou por um terremoto de 7.9 naProvíncia de Sichuan, o pior em trêsdécadas. Três semanas antes doterremoto, em uma província a mais de550 quilômetros do epicentro, o nível daágua em uma lagoa de repentedespencou. Três dias antes do terremoto,milhares de sapos apareceram nas ruasde Mianzhu. Os moradores tiverammedo de que os sapos fossem o sinal daaproximação de um desastre natural.Mas, de acordo com uma matéria da

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Associated Press, um funcionário doórgão de administração florestaldesmentiu essa teoria, afirmando que ocomportamento dos sapos era normal.

Um dia antes do terremoto, zebras dozoológico de Wuhan, a quase milquilômetros do epicentro, batiam acabeça contra as portas, elefantesbalançavam rápido a tromba, e leões etigres andavam sem parar. Cincominutos antes de o terremoto começar,pavões começaram a gritar.

Segundo Sheldrake, antes de umterremoto que, em 26 de setembro de1997, destruiu a basílica de São

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Francisco de Assis, na Itália, houveinúmeros relatos de animais agindo demaneira estranha. Cachorros morderammais que o comum, gatos pareciam“perturbados”, pombos “voavam deforma esquisita” e faisões “gritavam demaneira nada comum”. Pelo menos umasemana antes do terremoto, osmoradores de Foligno, a 19 quilômetrosde Assis, relataram que ratos tinhaminvadido a cidade.

Em algumas ocasiões, as autoridadespreviram com sucesso grandesterremotos baseando-se, em parte, naobservação do comportamento estranho

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dos animais. A National Geographicrelata que, em 1975, o governo chinêsordenou a evacuação de Haicheng, umacidade com um milhão de pessoas,poucos dias antes de um terremoto demagnitude 7.3. Apenas pequena parte dapopulação ficou ferida ou morreu. Se asautoridades tivessem ignorado oesquisito comportamento dos animais,estima-se que o número de mortos eferidos excederia 150 mil.

De acordo com o Instituto de PesquisaGeológica dos Estados Unidos, relatosde animais agindo de maneira incomumantes de terremotos remontam ao ano

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373 a.C. na Grécia, quando ratos,doninhas, cobras e centopeiassupostamente deixaram seus lares ebuscaram um terreno seguro vários diasantes de um terremoto destrutivo. Plínio,o Velho, que viveu entre 23 e 79 d.C.,escreveu que um dos sinais de umterremoto vindouro “é a agitação e oterror dos animais sem razão aparente”.

Sheldrake apresentou quatro teoriassobre como os animais sabem e refutouas três primeiras: eles são capazes dedetectar o que nós não conseguimos –sons, vibrações e movimentos sutis daterra; eles sentem gases liberados pela

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terra antes dos terremotos; eles reagem amudanças elétricas que precedem umterremoto. Sua quarta teoria diz que “osanimais podem sentir o que está prestesa acontecer de uma maneira que estáalém da nossa compreensão científicaatual. Em outras palavras, eles podemter presságios, ter a sensação de quealgo vai acontecer, ou ser precognitivos,saber com antecedência o que vaiacontecer”.

Há muitas evidências de animais quepreviram terremotos. Será que elespoderiam agir como sistemas de alertapara outros desastres naturais? Se sim,

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como esse conhecimento pode nosbeneficiar?

No decorrer de 2004, três furacõesatingiram a Flórida: Frances, Charlie eJeanne. Pássaros aparentementeatrasaram sua migração enquanto astempestades se agitavam pela Flórida.Quando o furacão Jeanne ainda estava adiversas horas de distância deGainesville, o biólogo Thomas Emmel,da Universidade da Flórida, percebeuque as borboletas na floresta fechada dauniversidade procuraram abrigo entre asrochas e as árvores. Quando o furacãoCharlie estava a doze horas de distância

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do sudoeste da Flórida, cientistas dolaboratório Mote Marine, perto deSarasota, na Flórida, perceberam umcomportamento estranho entre deztubarões-tigre que então monitoravam.Oito deles fugiram do estuário para seabrigar no mar aberto. Em 1992, ofuracão Andrew atingiu gravementeHomestead e varreu a cidade do mapa.No caminho havia um habitat natural decrocodilos que viviam nos canais deresfriamento da usina nuclear de TurkeyPoint. Aparentemente, eles sentiram aaproximação da tempestade; quando atormenta cessou, nenhum crocodilo foi

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encontrado morto. Especula-se que elesfugiram para o mar aberto ou para ofundo dos canais de seis metros dealtura.

“Não faz diferença se é um furacão,um incêndio ou um terremoto”, diz FrankMazzotti, biólogo da vida selvagem naUniversidade da Flórida. “Os animaisaparentemente sentem essas coisas antesque os humanos possam fazê-lo. Hápoucos trabalhos para entender osmecanismos sensoriais. É provável quese trate de uma combinação de odor,vibração e pressão. Eles começam a sedistanciar do perigo antes de os seres

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humanos tomarem conhecimento dele.”

Animais como símbolosOs animais estão entre os símbolossincrônicos mais acessíveis, e não épreciso morar em uma área rural parareconhecê-los como mensageiros ouguias. Joseph Campbell, afinal, moravano 14o andar de um prédio emManhattan quando vivenciou asincronicidade do louva-a-deus(discutida no capítulo 1).

Ray Grasse, autor de The wakingdream, lembra-se de como o vooerrático de uma mosca serviu como pista

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para que entendesse uma questão quetinha em mente. O autor estavaenvolvido numa longa discussão com umcurandeiro indígena do Arizona quandoo homem sugeriu que dessem um passeiopela fronteira do vilarejo, ondeconseguiriam observar o deserto. Ocurandeiro perguntou a Grasse sobre suavida, e ele mencionou um projeto quecomeçaria logo, dizendo que seusesforços pareciam estar tomando umadireção que não desejava. Naquelemomento, um pássaro precipitou-sediante deles, soltou um grito e voou parao outro lado imediatamente. “Viu?”,

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disse o curandeiro. “Aí está! Como vocêpensou, as coisas tomarão um rumototalmente diferente do que vocêesperava.” O curandeiro explicou quemensagens desse tipo nos sãoapresentadas o tempo todo, mas que amaioria das pessoas se esquece de lê-las.

A história de Grasse ilustra como podeser clara a mensagem de um animalquando entendemos quais deles falamconosco e o que nos estão transmitindo.Qualquer criatura pode ser ummensageiro, um veículo para asincronicidade. Não importa se

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chamamos esses animais de oráculos outotens; a presença deles na nossa vidaestabelece um elo entre nós e as antigastradições xamanistas, um mundo maisnatural do que este no qual vive amaioria das pessoas.

Quando um animal aparece para nós –sobretudo um que normalmente nãovemos em situações cotidianas ou queaparece em circunstâncias incomuns –,devemos considerar o que estávamospensando ou fazendo naquele momento.O sinal pode ser uma verificação de queestamos tomando a decisão certa, comono caso de Grasse. O surgimento do

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animal ou suas ações pode nos alertarque estamos prestes a tomar umadecisão errada.

Se prestar atenção, perceberá quediferentes animais podem surgirsincronicamente, em momentosvariados, por razões específicas. Arazão pode nem sempre ser clara nomomento, mas você sentirá a conexão demaneira intuitiva. Você pode chamaressa criatura de sua força animal,espírito animal ou totem, e valer-se daenergia que ela oferece.

ENCONTRANDO SUA FORÇA

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ANIMALEsta meditação ajuda a encontrar suaforça ou espírito animal. Sente-se emuma cadeira confortável, num lugartranquilo. Mantenha as costas retas einspire profundamente diversas vezespara aquietar sua mente pouco a pouco;depois, reduza a respiração até que elafique natural. Deixe que seuspensamentos fluam por algunsmomentos até que as preocupaçõesdiárias deixem de exercer algumainfluência.

Saiba que está protegido à medida quemergulha cada vez mais fundo em umestado de relaxamento. Imagine um

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lugar bonito na natureza – uma trilhanuma floresta majestosa, com a luz dosol irradiando através das copas dasárvores, ou um lugar perto de um rio oucachoeira com montanhas ao fundo.Coloque-se nesse lugar. Sinta oambiente circundante, os sons e o aromada natureza.

Chame seu animal guardião, mesmoque não saiba qual é. Sinta-o seaproximando, vindo em sua direção.Você se sente seguro e fora de perigo àmedida que ele chega mais perto. Agora,você pode ver o animal claramente. Eleé peludo, emplumado, pequeno, grande?Olhe nos seus olhos e sinta a conexão

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com ele.A criatura tem uma mensagem para

você. Ela pode ser ouvida como uma vozna sua cabeça ou simbolicamente pormeio das ações do animal. Depois dealguns momentos, agradeça ao animalpela orientação. Saiba que pode voltarde novo para visitar sua força animalsempre que quiser.

Se você já sabe qual é sua forçaanimal, peça-lhe ajuda, cura ou qualquercoisa de que precisar. Jane Cliffor, doPaís de Gales, considera o cisne suaforça animal. Ela o chamou uma manhãquando acordou se sentindo triste eaborrecida – as palavras “o Senhor é

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meu Pastor” não saíam da sua cabeça.“Eu estava tão deprimida que, pelaprimeira vez, pedi ajuda ao cisne. Abrios olhos e, para minha total surpresa,dois cisnes passaram voando.” Emboramorasse numa casa à beira-rio há doisanos, essa foi a primeira vez que viucisnes voarem. Durante um momento,ela duvidou da experiência, perguntandose não havia imaginado tudo aquilo.“Como resposta, eles voaram de novo,mas na direção oposta.”

Pense num problema ou questãoimportante. Durante o dia, observe osurgimento de um animal. Se você temanimais de estimação, exclua-os desse

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exercício divinatório, porque são umapresença constante na sua vida.

Nas próximas seções, você encontrauma lista curta de animais e seuspossíveis significados sincrônicos. Hádiversos livros excelentes sobre oassunto e vários sites com muitasinformações. Quando vivenciar umasincronicidade com um animal – na vidareal ou em sonho –, confie nas suasimpressões e interpretações. O que oanimal significa para você? Quãosignificante ele é na sua vida?

Pesquise o animal para descobrirpossíveis pistas para a mensagem. O queseu habitat, suas características físicas,

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seu comportamento e hábitos lhedizem? É um mamífero, um pássaro, umréptil, um peixe ou um inseto? Quaissão suas características mais marcantes?Onde vive? Durante quanto tempo afêmea fica grávida? Ela dá à luz ovos oufilhotes? O animal vive a vida toda comum único parceiro? É presa oupredador? Corre o risco de extinção?Todas essas informações fornecempistas vitais sobre o que asincronicidade pode querer dizer.

Aves como mensageiros eoráculos

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Em sentido amplo, todos os pássarossão mensageiros. Existem tantasespécies que poderiam formar seupróprio livro de oráculos. Listamosalguns dos pássaros mais comuns. Useesses significados apenas como linhasgerais para formular suas própriasinterpretações.

MelroÉ hora de socializar. Talvez vocêprecise pesquisar bastante para ter ainformação de que precisa, e o primeirolugar para começar é com outraspessoas. Alguém no seu círculo deconhecidos pode ter as habilidades ou o

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conhecimento para ajudar.

GaviãoConhecido também como ave de rapina,os gaviões ou abutres servem para livraro ambiente dos restos mortais deanimais. O que você precisa limpar nasua vida? Quais são os pontos nãoresolvidos que precisam ser amarrados?

CanárioOs mineiros levam canários para asminas para que lhes deem alertas sobregases perigosos no ar. O surgimento deum canário pode significar um alerta.Anote os detalhes da sua visão ou do

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sonho com esse pássaro. Não julgue aspessoas pela aparência.

CondorVer esse pássaro ameaçado de extinçãoindica que você precisa enxergar asituação de maneira mais ampla. Masnão se coloque em perigo para obteressa perspectiva mais ampla.

GralhaAcredita-se que a gralha, assim comoseu “irmão” corvo, transmite mensagensentre os mortos e os vivos, além de estarligada ao nascimento e ao renascimentoe ser associada ao xamanismo. Quando

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há um encontro sincrônico com umcorvo, isso pode significar que vocêdeve trabalhar de maneira mais diligentena manifestação dos desejos. Alémdisso, tente ser mais aberto ao conceitode reencarnação.

Pomba da pazVocê não está só procurando umarelação compromissada, mas sim umaalma gêmea. Associamos esses pombosà paz. Portanto, se vir um e estiverpreocupado com uma questão amorosa,essa aparição pode indicar que oproblema será resolvido pacificamente.

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ÁguiaVer esse pássaro nos encoraja a usar aintuição. Assim como a águia, há algo demagnificente em você e na maneiracomo faz as coisas. Você gosta dacompanhia dos outros, mas uma pessoado seu círculo pode estar com umareputação melhor do que de fato merece.Você está pronto para ver a situaçãocomo um todo – ter a visão de umpássaro, do alto.

FalcãoGraça e agilidade são seus pontosfortes. Você procura uma perspectiva

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mais ampla. Saia e socialize, não sejatão solitário. Esteja alerta para práticaspredatórias.

Beija-florHá uma viagem de longa distância noseu futuro, bem como alegria,celebração e amor. A sincronicidadecom esse pássaro em geral aponta paraalgo positivo.

CorujaAtravés do tempo, das fronteiras e dasculturas, a mitologia e o folclore sobreas corujas envolvem extremos. Elas jáforam consideradas arautos da morte e

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da cura, do mal indizível e da grandesabedoria. Na tradição celta,simbolizam o submundo. Os zulus aconsideram o pássaro dos feiticeiros.No Peru, são tidas como fortes xamãs.Entre os aborígenes da Austrália,acredita-se que sejam a alma dasmulheres. Na Sibéria, é considerada umespírito generoso.

A longa tradição das corujas comomensageiras é lindamente ilustrada noslivros e filmes de Harry Potter. Você selembra das primeiras cenas do primeirofilme? Algumas corujas entram voandono salão principal e jogam cartas para

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os estudantes. Literalmente, são comocarteiros que atravessam a fronteiraentre o mundo normal e o mundo mágicode Hogwarts. Em muitas tradiçõesxamãs, acredita-se que as corujastransitem entre o mundo dos vivos e dosmortos com facilidade, sentindo-se emcasa em ambos.

Não é raro que as corujas sejam vistascomo arautos da morte. Uma tarde, Trishviu uma coruja pousada na cerca do ladode fora da janela do quarto do seu pai.Na época, ele tinha por volta dos 90anos, era portador de Parkinson e lutavapara aceitar o fato de que sua esposa,

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casada com ele há 50 anos, estava numaclínica para tratamento de Alzheimer.

Trish saiu para ver o pássaro mais deperto. Era uma coruja-buraqueira, umaespécie em extinção que faz ninhossubterrâneos. Ela não voou quando Trishse aproximou, provavelmente porque,como Trish percebeu, faltava uma parteda pata esquerda. Aquilo a confundiu.Seu pai tinha ambas as pernas, e usavauma bengala para se apoiar. Se a corujasimbolizava a morte iminente do pai, oque queria dizer a ausência da perna?

Na manhã seguinte, Trish recebeu umaligação da clínica para tratamento de

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Alzheimer onde sua mãe morava, ealguém lhe disse que ela quebrara o ladoesquerdo da bacia. A coruja não tinhauma parte da perna esquerda. Por causado Alzheimer, a mãe de Trish nãopoderia ser submetida a uma cirurgia. Aalternativa foi o uso de morfina erepouso. Três semanas depois, sua mãefaleceu.

CisneCisnes passam a vida toda com umúnico parceiro. Ver essa ave sugere quevocê deve confiar no processo. Umromance pode rapidamente se tornar umcompromisso para a vida toda.

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Invertebrados comomensageiros e oráculosOs invertebrados são tão comuns quepoderíamos ficar loucos tentandodecifrar a mensagem cada vez quevíssemos um. Mas, se formos picados ounossa casa de repente se encher dessesbichos, devemos prestar atenção.

FormigaVocê está inquieto, impaciente. Seucronograma está apertado e você corre orisco de se tornar um trabalhadorcompulsivo. Se ama o que faz, tudo bem.Talvez sinta que está trabalhando por um

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bem maior. Do contrário, a mensagem daformiga pode indicar uma necessidadede avaliar sua situação de trabalho.

AbelhaA mensagem específica depende do tipode abelha. A abelha produtora de melsimboliza generosidade, trabalho emequipe e leveza de espírito. Já amamangava ou o zangão representamcomunicação e cura.

BorboletaVer uma borboleta pode anunciar umatransformação, ressurreição ourenascimento de algum tipo. Espere

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mudanças profundas na vida, nosrelacionamentos, na carreira, na famíliaou outra área.

LagartaAssim como a borboleta, lagartas estãoligadas à transformação. Sua vida estáprestes a passar por uma mudança quelhe permitirá romper com as estruturas emostrar quem você realmente é.

LibélulaBoas notícias estão a caminho. Essaslindas criaturas geralmente simbolizamboa sorte.

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Vaga-lumeVocê está em busca da verdade. Seuesplendor interno ilumina a escuridão eaumenta a atenção; seu brilho talvez atéatraia o parceiro ideal.

JoaninhaVer uma joaninha sugere boa sorte,transformação e alegria. Ela nos incita aprestar atenção à vida familiar e aconsiderações espirituais.

AranhaAguarde ansiosamente por um períodoextremamente criativo. Camuflagem epaciência também podem lhe ser úteis.

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VespaEsse inseto representa independência eautoconfiança. Se uma vespa picá-lo,talvez seja o momento de pensar onde ecomo você se machucou na vida. Cure aferida com o perdão.

Anfíbios e répteis comomensageiros e oráculosEmbora seja difícil resumir comprecisão essa categoria de criaturas –pois significam coisas bem diferentes –,ainda é válido prestar atenção napresença delas na sua vida para entenderseu significado e aplicação.

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Rã/sapoNa mitologia, no folclore e nos contosde fada, esse animal é símbolo detransformação, cura, fertilidade erenovação. Ele representa os arquétiposdo trapaceiro e do mágico, o ciclo damorte e renascimento. No conto de fadasO príncipe sapo, dos irmãos Grimm,uma princesa é cortejada por um sapoque lhe pede um beijo. Inicialmentehorrorizada com o pedido, a princesa,por piedade, consente. No momento emque beija o sapo feio, ele se transformaem um príncipe. Os dois se casam,claro, e a moral da história é que a

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verdadeira beleza só é encontradainternamente.

A rica história xamanista da rã baseia-se em qualidades alquímicas. Rãs esapos são portadores de veneno edrogas poderosas, que podem curar ouprovocar alucinações. Algumas tribossul-americanas usam esse veneno emseus rituais espirituais como partedaqueles que buscam a visão. Asubstância química secretada pelossapos venenosos pode ser usada comoestimulante cardíaco em pacientesinfartados, mas também produz umanalgésico que, de alguma maneira,

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substitui a morfina. Por essa razão, osimbolismo que envolve a figura dosapo geralmente contém pelo menosduas facetas.

Rãs e sapos são uma “espécieindicadora”, isto é, estão entre asprimeiras a serem afetadas pormudanças no ambiente. Por isso, quandosapos nos aparecem como símbolos,pode significar que nosso ambientepessoal está prestes a passar porgrandes mudanças.

No livro The dreaming universe, ofísico Fred Alan Wolf relata a históriade Catherine, uma terapeuta cuja

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paciente, uma garota, estava tão doente,já em coma, que os médicos achavamque morreria naquela noite. Catherine avisitou no hospital e começou aconversar com ela, dizendo-lhe quepoderia “ir até um espaço amplo, e queaquele espaço seria o suficiente paraque se sentisse confortável. Catherinenão disse como o espaço seria, ou o queveria nesse lugar, mas deixou ainformação em aberto para que algofosse desencadeado totalmente pelagarota”.

Em um curto período de tempo, agarota saiu do coma, sentou-se e disse:

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“A rã pula”. Depois, caiu novamente nacama e dormiu. Na manhã seguinte,começou a se recuperar.

Quando Catherine foi ao hospital nodia seguinte, parou numa loja depresentes e comprou uma rã debrinquedo para a garota. “Dei uma rãporque ela precisava de algo bastanteconcreto para reconhecer que aquelaimagem a trouxera de volta à vida.”

Só mais tarde Catherine descobriu quea rã, como símbolo, tem uma históriailustre “envolvendo crianças doentes, eera dada àquelas que precisavamacreditar na vida”.

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Se a rã é um de seus totens, a apariçãosincrônica de uma delas alerta que algosignificativo está no seu caminho. Se éalgo de bom ou ruim, depende dascondições do animal. Se estiver mortoou machucado, o acontecimento ou asnotícias podem não ser positivos. Umarã animada e saltitante poderia indicarboas notícias, um novo começo, ou atémesmo uma transformação.

LagartoEsse animal lembra que devemos nosacalmar, observar e nos camuflar. Deixeque as pessoas se aproximem.

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CobraSua sexualidade está aguçada. E, talvezparadoxalmente, sua espiritualidadetambém. Ao livrar-se de relações,crenças e situações que não são mais doseu interesse, seu poder pessoal cresce.

TartarugaDiversas oportunidades estão no seucaminho. Passe um tempo analisando-as.Siga seus instintos sobre a escolha daoportunidade certa pra você.

Mamíferos como mensageirose oráculos

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Mamíferos estão em todos os lugares.Assim, estar alerta para seu significadoespecial pode abrir uma porta parasincronicidades ainda maiores.

GatoOs gatos trazem uma mensagem de queseus hábitos de sono estão prestes amudar. Talvez durma mais durante o dia,deixando a noite para a exploração e otrabalho criativo. Ou talvez comece atrabalhar no turno da noite. Maisindependência e solidão são benéficasnesse momento. Não se preocupe com oque os outros pensam.

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VeadoVeados são há muito tempo associados àgraça e à camuflagem. Quando umaparece sincronicamente na sua vida,pode significar que você precisa aceitaruma situação ou relação. Para JeneanGilstrap, uma sincronicidade queenvolve um veado trouxe à tona anecessidade de terminar uma relação.

“Há alguns anos, no meio de umarelação pessoal cósmica e fantástica, euestava questionando a lógica e avalidade de lhe dar continuidade,independentemente do quanto quisessecontinuá-la.”

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Até certo ponto, Jenean sempresoubera que chegaria o momento dedecidir se ficaria ou iria embora. Elalutava diariamente com a questão. “Umdia, pela manhã, enquanto fazia o longotrajeto até o trabalho, comecei um novodiálogo mental – ir ou ficar, ficar ou ir–, e mentalmente pedi um sinal do quedeveria fazer, alguma coisa, qualquercoisa, que me ajudasse a ver as coisasde maneira mais clara.”

Com esse pensamento, enquantodirigia pela pista da esquerda de umaestrada de quatro pistas em uma áreacomercial, ela olhou para o lado

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rapidamente. Depois olhou novamente.“Lá, bem diante de mim, estava a carade um veado, olhando bem nos meusolhos. Sua cabeça estava bem na alturada minha, e ele olhou bem nos meusolhos enquanto passava na minha frenteaté pisar no canteiro.”

Parecia tão surreal que Jenean tinhacerteza de ter imaginado.Logisticamente, era impossível que umveado estivesse na sua frente enquantodirigia na pista da esquerda com outrocarro paralelo na da direita. Mas elaolhou pelo retrovisor e viu o veadosaltando o canteiro.

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A mesma conversa mental passou denovo na cabeça de Jenean enquanto iapara o trabalho alguns dias depois. Nanoite anterior, sonhara que o namoradotinha morrido, e o viu dentro do caixão.“Daí, enquanto eu dirigia com a imagemmental daquele caixão na cabeça, aindaquestionando, pedindo um sinal comogarantia, passei pelo mesmo lugar naestrada onde o veado pulara na frente domeu carro. Lá, no acostamento, havia umveado morto. Uma fêmea.”

Poderia ser mais clara a mensagem?Jenean terminou o relacionamento logodepois.

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CachorroO rabo abanando, as lambidas molhadasquando você chega na porta de casa...Os cães simbolizam a aceitação e oamor incondicional. Sem dúvida, muitosde nós acreditam que nossos cães nosentendem melhor que os seres humanos.Como outros animais, eles tambémservem de oráculos, de veículos parasincronicidades e transformações.

Um dia, indo para o trabalho, VivianOrtiz, enfermeira de uma emergênciapsiquiátrica em Savannah, viu umacadela perambulando no meio dotrânsito. Magra e confusa, estava pronta

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para ser morta entre os carros velozes.Ela parou e persuadiu a beagle mestiçaa entrar no carro e a levou aoveterinário. Vivian acabou adotando-a,deu-lhe o nome de Sister e ficoumaravilhada ao ver que a cadela erranteimediatamente se dera bem com seusgatos.

Um ano depois, Vivian, que morasozinha, estava indo para o trabalho eviu outro cão na mesma situação, namesma estrada; de novo, parou ecolocou o animal no carro. Um sem-tetodas redondezas gritou em agradecimentopor ela ter feito a coisa certa. O

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cachorro era um mestiço de beagle,macho. Agora, Sister e Brother são osmelhores amigos e fazem companhia umpara o outro enquanto Vivian está notrabalho. Do ponto de vida desses cães,Vivian serviu como um oráculo, umsímbolo de transformação para a vidadeles. Em troca, o amor incondicionaldeles por Vivian enriqueceu sua vida.

GolfinhoGolfinhos pedem que se preste atenção àespiritualidade e às fantasias. Dessavez, você conseguirá o máximo dentrode um grupo ou trabalhando com umaequipe de pessoas com ideias afins. De

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alguma maneira, você está protegido.Por ora, sexo só por diversão.

RatoO diabo mora nos detalhes, como diz oditado. Ver um rato é um lembrete paraligar os pontos e guardar algo para ofuturo. Mas não acumule tanta coisa aponto de se atolar.

EsquiloEsquilos representam a comunicação.Eles também podem aconselhardesenvoltura, necessidade de estocaralgo ou um planejamento para o futuro.

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SEU GLOSSÁRIO ANIMALAlguns desses significados podem seencaixar em muitos momentos de suavida. É provável que descubra que cadauma de suas experiências com animaissignifique algo diferente. Se você temmedo de cães, por exemplo,provavelmente não os associará àaceitação e ao amor incondicional. Paravocê, um cão pode ser o prenúncio deque algo terrível está por acontecer.Fique de olho nas suas experiênciascom animais e nas sincronicidades quese sucedem. Use sua inspiração paracriar seu próprio glossário.

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JORNADAS

“Além de aumentar asoportunidades paraencontrar coincidênciassignificativas, viajar é, emsi, uma experiênciatransformadora.”

– FRANK JOSEPH,

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SYNCHRONICITY & YOU

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Quer estejamos cruzando a cidade ou omundo, viajar nos tira da rotina e dopensamento habitual, nos abre paranovas experiências, encontrosmisteriosos e todas as grandesestranhezas que o universo pode conter.

Muitos de nós fazem uma lista de itensessenciais para viagens de rotina pelacidade e planejam um itinerário parajornadas maiores. Mas, ao longo docaminho, coisas acontecem. O carroquebra. O voo de conexão é cancelado evocê acaba em Atlanta, em vez de estarem Albuquerque. Se deixarmos deplanejar grandes trechos da nossa

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viagem, teremos tempo paraexplorações. E é aí que tudo fica maisinteressante, quando temos a chance demobilizar a sincronicidade. De repente,deparar-se com as mesmas pessoasrepetidas vezes deixa de ser umasingularidade para se tornar umaoportunidade de decifrar e usar amensagem. Por que essas pessoas?Nossa jornada está sendo dificultada oufacilitada?

Encontros casuaisUm encontro improvável ajudou o autorRichard Bach a descobrir uma parte que

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faltava numa rara aeronave. Conformerelata Bach em Nada por acaso, em1966 ele estava percorrendo o meio-oeste dos Estados Unidos num rarobiplano, um Detroit-Parks P-2A, de1929; somente oito foram fabricados.Em Palmyra, Wisconsin, Bach passou ocomando do avião para um amigo que,durante a aterrissagem, virou a aeronavecom um movimento brusco. O dano foimínimo, e os dois conseguiram consertartudo, exceto um amortecedor. O reparoparecia impossível, pois era uma peçasob medida.

Naquele momento, o proprietário de

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um hangar se aproximou deles,perguntou se poderia ajudar, e lhes disseque podiam levar qualquer uma daspeças armazenadas em seus trêshangares. Quando Bach descreveu a rarapeça de que precisava, o homemcaminhou até uma pilha de sucata pertodele e apontou exatamente para a peça.

Bach concluiu: “A probabilidade de oavião quebrar em uma cidadezinha ondemorava um homem que tinha a peçanecessária para o conserto, fabricada há40 anos; a probabilidade de ele estarpor perto quando o avião enguiçou; aprobabilidade de conduzirmos o avião

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para bem perto do hangar dele, a trêsmetros de distância da peça queprecisávamos; a probabilidade era tãopequena que ‘coincidência’ seria umaresposta idiota”.

Esse tipo de experiência é exatamenteo que pode acontecer quando saímos danossa rotina. Livres da necessidade decumprir horários, trabalhar oito horaspor dia, cozinhar, colocar o lixo parafora, levar as crianças para a escola edepois apanhá-las, abrimos amplamenteos braços para agarrar o que quer queesteja no caminho. De repente, a lei daatração funciona perfeitamente.

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DICAS DE VIAGEMVocê pode assumir algumas posturasantes de sair de casa e durante a viagempara estimular a sincronicidadeenquanto estiver fora.1. Esteja aberto e receptivo a novas

experiências. Deixe um espaço noseu itinerário para percursosparalelos, mudanças de direção esurpresas. Se pretende estar emAtenas no quarto dia da sua viagempela Grécia, mas fica sabendo deuma oportunidade fascinante paraconhecer Mykonos, faça algunsajustes para que não perca algoextraordinário.

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2. Cultive uma atitude de nãoresistência. Em vez de se enfurecercom a lentidão da fila no aeroporto,observe. Preste atenção nas pessoasao seu redor e em seus minidramas.Leia um livro. Cheque seu e-mail.

3. Siga o fluxo. Se está viajando comoutra pessoa que realmente quer verum lugar que não lhe interessa,como, talvez, Stonehenge, vá assimmesmo. A sincronicidade pode estarlá, esperando por você.

4. A intuição geralmente fala por meiodos impulsos. Se sentir um impulsode passar mais um dia no seudestino, siga-o. Veja aonde ele leva.

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5. Considere a viagem como umaaventura. Procure novasexperiências. Não hesite em fazercoisas novas.

Quando Jennifer Gerard morava noJapão, estava aberta a toda e qualquerexperiência. Certo dia, foi a um videntede rua que lia saliências na cabeça, umacontecimento que provavelmentemudou o rumo da sua vida.

Ele disse que o Nepal seria um bompaís pra ela. Jennifer não sabia nadasobre o Nepal, nem tinha planos deviajar pra lá. Mas queria ir para a Chinae pegar a Transiberiana, atravessando a

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Mongólia até a Europa. Um ano depois,ela viajou para a China com uma amiga.No caminho, conheceram dois rapazes.Sem nenhum planejamento, cruzaramcom os mesmos rapazes em duas outrascidades na China, um país imenso com amaior população do planeta. “Quaisseriam as chances de nos encontrarmostrês vezes a centenas de quilômetros dedistância?”, ela se perguntou.

Jennifer e a amiga concluíram queviajar juntos poderia ser coisa dodestino, então rodaram toda a China comos dois rapazes. Planejaram tomar aTransiberiana juntos, mas, quando

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chegaram em Pequim, foram informadasde que havia um problema político nafronteira. E viajar para a Europa pelavia férrea seria impossível durantealguns meses. Um dos rapazes pegou umfolheto sobre o Nepal e leu “caiaque” e“boa comida”. Então, decidiram viajarpor terra até o Tibete e o Nepal.

Jennifer descreve a jornada comodifícil, mas fantástica. No Nepal, elesacabaram se separando amigavelmente,sem nenhum motivo aparente. “Foi comose aqueles dois rapazes meacompanhassem ao lugar onde minhanova vida começou. Com certeza eu não

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teria viajado para tão longe sem umdeles, um escocês que falava mandarimfluentemente. Naquela viagem, semnenhum planejamento real, comecei umnegócio no Nepal, e tenho voltado paralá regularmente desde então.” Jenniferagora vende bijuterias e artesanatosfeitos no Nepal, que compra em suasviagens anuais ao país.

Durante sua primeira visita ao Nepal,Jennifer encontrou uma salagrama noleito de um rio. Essa rocha negra,quando aberta, revela um amonitefossilizado em seu interior, uma espiralcheia de linhas radiadas. “No Nepal

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acredita-se que, quando achamos umasalagrama, isso significa que estamos nocaminho de vida correto.” Da leitura desaliências na cabeça à descoberta dasalagrama, a sincronicidade completou ociclo.

PRÁTICA DE SINCRONICIDADEEM VIAGENS

As sincronicidades são um chamarizpara registrar suas experiências deviagem. Comece seu dia esperando queuma sincronicidade aconteça. Afinal,quando estamos numa jornada, coisasinesperadas ocorrem.

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Observe os encontros casuais, masnão se arrisque em coisas das quaispoderia se arrepender. Se você começara conversar com alguém, preste atençãoao que a pessoa diz. Um comentário,uma frase, até mesmo uma única palavrapode desencadear uma ideia ou umanova opção.

Infelizmente, dificuldades ecomplicações são comuns em um típicocenário de viagem. Tente tirar vantagemda situação. Pense positivo e veja-ascomo um novo ponto de virada, umanova aventura. A frustração e a tensãopodem levar a novas opções epossibilidades.

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No final do dia, anote seuspensamentos sobre os eventos quevivenciou. Examine as sincronicidades eanalise de que maneira incidentesinesperados mudaram seu caminho.Perceba com o tempo como umincidente pode provocar outro, e outro,e mais outro, até que sua viagem – e suavida – tenha sido alterada de maneirasimprevisíveis.

Algumas sincronicidades de viagemsão como espelhos, refletindo ascircunstâncias e o ambiente circundantede modo estranho, mas também têmimplicações pessoais. Em 1988,

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visitávamos a Venezuela, onde Trishnasceu e cresceu. Na volta de uma visitaàs Cataratas Ángel, estávamos na fila doaeroporto de Maiquetía, que serve acidade de Caracas, para pegar o voopara os Estados Unidos. Havia guardasarmados com metralhadoras em todos oslugares. Traficantes colombianos tinhamcomeçado a usar Caracas para exportarcocaína, e o governo estava fechando ocerco.

Eles estavam particularmenteinteressados no homem na nossa frente,um venezuelano alto, de meia-idade,usando terno e carregando uma maleta.

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Eles pediram que o homem a abrisse.Enquanto ele lentamente a destrancava,os guardas inclinaram o corpo para afrente a fim de ver o que havia dentro. Oclima era bastante tenso.

Nós estávamos bem atrás dele etínhamos uma visão privilegiada. Paranossa surpresa, ele carregava apenas umitem na maleta: um exemplar de um dosromances de Trish, Fevered. Ficamostão espantados que não conseguimoscontar a ele aquela sincronicidade. Aprobabilidade de estarmos de pé atrásdaquele homem, no aeroporto da cidadeonde Trish nascera, e de que sua maleta

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contivesse apenas um objeto – o livrodela – é tão ínfima que, mesmo setivéssemos contado ao homem, eleprovavelmente não acreditaria. E comoo livro tinha sido escrito sob umpseudônimo, Alison Drake, Trish nãoconseguiria provar a informação.

O título do livro, Fevered (Febril), eraum reflexo perfeito do clima doaeroporto naquele dia. Os guardas, asmetralhadoras, o medo, a suspeita. Emum nível pessoal, foi uma afirmaçãopara Trish de que seus livros tinhamatingido um público bastante amplo.

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Manifestando experiências emviagensEm 1996, o australiano Marcus Anthony,escritor e terapeuta futurista, estavavisitando Coffs Harbour, umacidadezinha costeira na Austrália,quando seguiu algumas pistas intuitivasque o levaram a uma experiênciaimpressionante, que mudou sua vida. EmThe sage of synchronicity, Anthonydescreveu o encontro com uma mulherchamada Leslie, que o convidou parauma aula de meditação, na qual ofereciauma breve leitura psíquica para todos.“Ela parecia possuir um tipo de

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habilidade mental que eu jamais tinhavisto antes [...], e comecei a pensar napossibilidade de que os seres humanospudessem ‘ver’ além dos cincosentidos.”

No final da sessão, Leslie disse quetinha sonhado com óvnis na noiteanterior e que, se todos fossem para foraàs duas da manhã, poderiam ver algoincomum. Mesmo considerandoimpossível ver um óvni, Anthony pulouda cama às quinze para as duas. “Meusolhos quase saltaram para fora quando[...], cinco minutos depois, vi umagrande esfera de luz branca e brilhante

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[...] a algumas centenas de metros noar.”

Ele viu a bola de luz desaparecersobre a casa vizinha enquanto flutuavaem direção ao mar. Correu até a praia,andou de um lado para o outro duranteuma hora, mas não voltou a ver o objeto.Quando retornou para casa, deu maisuma olhada para o céu. Exatamentesobre ele havia cerca de 20 pequenasluzes vermelhas formando dois Vs, umdentro do outro. Ele observoumaravilhado durante um minuto enquantoas luzes se moviam silenciosamente, atédesaparecerem atrás das árvores.

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Em seu blog, Anthony escreveu: “Tivediversas experiências interessantesdesde aquele dia, mas provavelmentenada tão extraordinário quanto aquilo.De todas as coisas que me levaram a umcaminho de questionamento dasestruturas de conhecimento dominantesna sociedade ocidental, [...] essaexperiência foi provavelmente a maissignificante. O que era aquilo que vi?Como Leslie sabia que as luzes estariamlá naquela hora? Apenas por causa deum sonho? Por que esse tipo defenômeno ainda é um tabu na academia ena ciência moderna? Ainda me faço

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essas perguntas até hoje”.

A PRÁTICA DA MANIFESTAÇÃOA manifestação é um dos aspectos maisdesafiadores da lei da atração. Oprocesso foi descrito em diversoslivros, mas a essência é simples:conseguimos aquilo sobre o qual nosconcentramos. Com muita frequência,concentramo-nos na falta, e não naabundância. Olhamos para o copo comomeio vazio.

Quando viajamos, a manifestação setorna mais fácil. Nossas necessidadescostumam ser imediatas e urgentes, e

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somos capazes de superar nossopensamento habitual. Nossos desejosnos transcendem a uma velocidade tãoalta que nossa psique sequer tem achance de construir obstáculos.

Veja algumas dicas para ampliar suashabilidades de manifestação, em casa ouna estrada:

1. Diga seu desejo em voz alta. Nãopense muito sobre ele, não sepreocupe. Simplesmente diga-o e oliberte, e mantenha-se aberto ao guiada sua intuição.

2. O guia intuitivo surge de muitasmaneiras e formas. Uma pessoadesconhecida na rua pode dizer

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exatamente o que você precisa ouvir;um pedaço de papel que cai aos seuspés pode trazer uma mensagem;palavras numa música que atravessauma janela aberta podem servir deinsight.

3. Acredite que seu desejo semanifestará. Nutra sua crença comuma forte emoção. Aja como se seudesejo já tivesse se manifestado.Sinta a presença dele na sua vida.Quanto mais forte for sua emoção,mais rápido o desejo se manifestará.Isso também funciona ao revés, éclaro. Emoções negativas podematrair sincronicidades negativas.

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4. Quando libertar seu desejo, saia docaminho. Deixe que o universo otraga para você. Não monitore suaconta bancária, sua relação ou suacarreira em busca de resultados.Deixe estar.

Dizem que a necessidade é a mãe dainvenção. Quando estamos viajando, assincronicidades são desencadeadas pornecessidades mundanas, como alocalização de uma estação de trem, umaloja ou restaurante. O desejo deencontrar o que precisamos age comoum ímã para a sincronicidade.

Durante uma viagem de negócios a

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Chicago, uma sincronicidade levouGabe Carlson exatamente aonde queriair. O proprietário da empresa ondetrabalhava recomendou-lhe umrestaurante chamado Tempo, perto dohotel. Gabe e seus colegas de trabalho,em sua última manhã na cidade, saíramprocurando um lugar para tomar café.Mas nenhum deles conseguia se lembrardo nome do restaurante recomendadopelo chefe. Gabe concluiu que deveriamsimplesmente caminhar “numa direçãoaleatória”, fazendo que alguém que nãoestivesse com eles escolhesse umadireção e apontasse. Eles saíram de

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malas nas costas, “todos sorrindo eabertos a qualquer coisa boa que ouniverso e Chicago quisessem nospropor”.

Depois de vários quarteirões, ficouclaro que tinham tomado a direçãoerrada. Mas continuaram, confiantes.Quando passaram pelo McDonald’s, ummendigo todo esfarrapado aproximou-sede Gabe e se apresentou como André.Gabe lhe deu algumas moedas e o grupocontinuou. Um quarteirão depois, viramuma delicatessen. Não pareciapromissora, mas todos estavamfamintos.

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Quando atravessaram a rua, Andréveio saltando atrás deles, gritando “Énojento!”, para que não comessem lá.Depois, disse que conhecia um lugarmelhor. Alguns quarteirões à frente,André os apresentou Tempo, o café queestavam procurando desde o início.

Alguns de nós apenas ignorariam omendigo, mas Gabe e os amigos estavamabertos ao que poderia acontecer.Seguiram as pistas, e a busca foirecompensada.

Como afirmou Jane Teresa em Theshape of things to come, “o que surgeem nossa jornada e nos desafia a um

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esforço além de nossas limitaçõesmentais encontra-nos no mundo exteriorpor meio do espelho da sincronicidade”.

Encontros “acidentais” com pessoasgenerosas – como o mendigo de Chicagoque levou Gabe ao restaurante queprocurava e o jovem que JenniferGerard encontrou na China, que falavamandarim fluentemente –, são comunsem sincronicidades de viagens. Porém,outras vezes, esses encontros nãoparecem ter razão de ser. Foi o queaconteceu com um australiano que Robencontrou diversas vezes na Europadurante um verão.

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Os encontros começaram na Espanha,onde Rob e seu parceiro de viagem,Rabbit, deparavam-se constantementecom um australiano chamado Maurey,que parecida estar em todos os lugares.Ele não era muito amigável, e nuncaparecia surpreso em encontrá-los.

Depois de três semanas na Espanha,Rob e Rabbit partiram para o Marrocos.Pegaram uma balsa até Ceuta e, derepente, encontraram-se em uma culturacuja língua não falavam e, portanto,eram incapazes de ler as placas. Os doissubiram em um ônibus sujo e quente,com uma decoração berrante, e

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escolheram dois lugares entre osmarroquinos usando jalabas. Robpercebeu que havia dois ocidentais trêsfileiras adiante e deu uma cotovelada emRabbit. “Você não vai acreditar”, disseele entre o ruído da música árabe e osgritos dos homens conversando nocorredor. “É Maurey.”

Eles o chamaram como se se tratassede um velho amigo. Maurey e o rapaz aolado viraram-se para trás. Rob e Rabbitficaram chocados ao ver que Maureyestava sentado com Dave, um amigo deMinneapolis, que supostamente estariana Suécia, não no Marrocos. Eles não

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faziam ideia de que Dave planejava irao Marrocos, embora estivesse lá, nomesmo ônibus, sentado com Maurey.

Qual o possível significado disso?Não é como se Maurey pudesse ser útil– ele não falava a língua nem conheciamais sobre o país do que Rob ou Rabbit.Mas se as viagens são “jornadas para ocrescimento”, como dizem os escritoresAllan Combs e Mark Holland, talvezesses repetidos encontros servissempara aguçar a percepção de Rob emrelação à sincronicidade. Talvez eledevesse aprender como usar essasexperiências de viagem como uma

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bússola.

Jornadas fora do corpoFalemos agora de algo completamentediferente. Uma EFC, ou experiência forado corpo, é uma jornada estimulante naqual deixamos nosso corpo físico paratrás. Ela pode acontecer durante umestado alterado de consciência, enquantosonhamos, meditamos, ou até sob ainfluência de determinadas substâncias.Se você alguma vez já despertou numsobressalto de uma experiênciaaparentemente real e se surpreendeu aoperceber que estava na cama, é provável

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que tenha tido uma EFC. Sonhos de queestamos voando, sobretudo quandoachamos estar acordados, tambémpodem ser EFCs. Essas experiências nospermitem viajar para lugares distantes edepois verificar o que vivenciamos.

Em Beyond the quantum, o escritor deciência Michael Talbot descreve umaEFC que vivenciou quando tinha dezanos de idade, para a qual conseguiufornecer evidências verificáveis.Primeiro, ele se viu dormindo na cama etudo parecia normal. Depois, “flutueilevemente para fora da cama e entrei nasala, ainda maravilhado com o fato de

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que todas as características da casapareciam idênticas ao que eram no meuestado desperto [...] De repente,enquanto nadava pelos cômodos comose fosse um peixe aéreo, percebi queestava prestes a bater de frente com umajanela panorâmica”.

Sem ter tempo de sentir pânico, passoudiretamente por ela e começou a flutuardo lado de fora, passando sobre ogramado até chegar a um jardim ondeencontrou um livro caído na grama. Elese aproximou e viu que se tratava deuma coletânea de contos de Guy deMaupassant. Embora já tivesse ouvido

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falar do escritor, não conhecia o livronem tinha nenhum interesse nele. Depoisdisso, Michael perdeu a consciência ecaiu num sono profundo.

Na manhã seguinte, ao ir para a escola,uma garota vizinha se juntou a ele edisse que tinha perdido um livro dabiblioteca – exatamente o que vira nosonho. Atônito, ele contou a experiência,e os dois voltaram até o lugar onde tinhavisto o livro. “E lá estava ele, bemacomodado na grama, exatamente dojeito que estava quando flutuei sobreele.”

Sincronicidade? Sim. Clarividência ou

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visão remota? Sim. Prova de umaviagem fora do corpo? Talvez.

Robert Monroe, empresário daVirgínia, registrou três décadas de EFCe escreveu Viagens fora do corpo, livroclássico sobre o assunto. Suasexperiências ocorreramespontaneamente, e ele não fazia ideiado que estava acontecendo. Deitava-separa dormir e, em alguns minutos, seucorpo tremia de maneira violenta, e elesentia como se não pudesse se mover.Era preciso muita força de vontade parase obrigar a despertar e deter o domíniodo sono traiçoeiro. Depois de diversas

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experiências do tipo, ele pensou quehavia algo fisicamente errado, talvezepilepsia ou um tumor cerebral. Noentanto, o médico da família confirmouseu perfeito estado de saúde.

Monroe corajosamente decidiuexplorar a sensação. Uma noite, quandoas vibrações começaram, percebeu queconseguia mover os dedos e encostá-losno tapete. Apertou-os, e lhe pareceu queconseguiam penetrar o tapete. Então,apertou mais, e sua mão afundou nochão. A experiência o deixou chocado.Ele tentou mais seis vezes antes de ousarexplorar mais além.

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Uma noite, ele pensou em flutuar no ar– e flutuou. Foi o início de sua viagemao passado e ao futuro, a outrasdimensões, até mesmo a lugares além damorte. Ele escreveu três livros sobre oassunto e fundou o Instituto Monroe,onde o fenômeno é estudado e osvisitantes aprendem como sair do corpoe embarcar em suas próprias jornadas.

EMBARCANDO EM UMAJORNADA DE SONHO

Para a maioria de nós, viagens fora docorpo são raras e espontâneas, mas vocêpode aprender a “programá-las”. Talvez

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queira pairar sobre o próprio corpo,explorar a vizinhança, visitar um amigodo outro lado da cidade, ir a outro paísou, possivelmente, a outro mundo.

O medo de não conseguir voltar para ocorpo é natural. Mas não há com o quese preocupar, voltar é a parte fácil. Écomo se a parte que viaja estivessepresa a um elástico gigante – é só puxá-lo de volta para o corpo assim que aviagem terminar. Talvez você já tenhapassado por EFCs momentâneas,sentindo uma onda de força, umasensação de euforia. Assim quepercebeu que estava fora do corpo, ofator medo tomou conta e você

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instantaneamente voltou para o corpo,acordado.

Sair – e continuar fora até que estejapronto para voltar – é o desafio. Como omedo pode impedir seus esforços, éuma boa ideia evocar proteção antes decomeçar. No Instituto Monroe, pede-seque os participantes memorizem essaevocação:

“Desejo profundamente ajuda ecooperação, assistência e compreensãodos indivíduos cuja sabedoria, evoluçãoe experiência são iguais ou maiores quea minha. Peço a eles a orientação eproteção de quaisquer influências oufontes que possam me fornecer menos

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do que os desejos que declaro.”Estabeleça uma meta para sua viagem.

Comece com um objetivo modesto,talvez ir até o quintal ou andar em voltada casa.

Agora você está pronto paramergulhar num estado de relaxamento.De olhos fechados, respireprofundamente, relaxando todos osmúsculos, da cabeça aos pés. Quandocomeçar a pegar no sono, volte suaatenção e mentalize um objeto, comouma vela queimando. Quando conseguirse fixar indefinidamente nesse estadomental, tente manter a concentração emmais nada além da escuridão diante de

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você.Depois, solte-se do controle exercido

pelos limites do sono e vá mais fundo.Entregue-se à sugestão de que tudo quevivencia será benéfico para suafelicidade. Repita isso diversas vezes.

Imagine duas linhas estendendo-separa cima, cada uma de um lado dacabeça, encontrando-se mais ou menosa 50 centímetros dos seus olhos. Pensenelas como se fossem fios carregados.Quando encostarem um no outro,estenda-os para um metro dos seusolhos, depois dois. Desloque as linhascruzadas em 90 graus, de modo que seestendam a um metro da sua cabeça.

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Mentalmente, tente tatear ao longo daslinhas. Continue fazendo isso até sentiruma reação, talvez uma onda trêmula,sibilante, ou uma pulsação. Deixe queela passe por todo seu corpo. Nessemomento, é provável que você o sintarígido e imóvel.

Quando as vibrações começarem,solte-se de qualquer sentimento demedo e saiba que pode voltar a qualquermomento. Desloque as vibraçõeslevemente por todo o corpo, na formade um anel. Depois que o movimentofor criado, deixe que ele continue porconta própria. Quanto mais rápido for omovimento, mais fácil será se separar

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do corpo.Dê um comando a si mesmo, como

“flutuar no ar” ou “subir e descer”. Vocêdeve começar com uma separaçãoparcial, explorando o lugar com acabeça. Quando estiver pronto para umaseparação completa, imagine-selevitando e flutuando, ficando cada vezmais leve, apreciando a experiência.Pense aonde quer ir. Seja específico,pois chegará lá rápido. Lembre-se: vocêsempre volta.

Experiência de quase morteExperiências de quase morte estão

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intimamente relacionadas àsexperiências fora do corpo, exceto pelofato de essas jornadas não serem, defato, explorações de recreação noturna.Na verdade, quando ocorrem, em geralsignifica que você morreutemporariamente, ou esteve bem pertodisso.

No verão de 1966, Jenean Gilstraptinha 23 anos de idade e uma filharecém-nascida. Uma noite, ela acordou enão conseguia respirar. Seu marido alevou correndo para o hospital. Depoisde passar por uma bateria de exames,ela voltou a respirar normalmente. O

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diagnóstico final foi que uma grandepedra na vesícula deslizou por um canale obstruiu uma via respiratória.

Pouco tempo depois, Jenean voltoupara o hospital para fazer uma cirurgia.Ela se lembra de conversar com ocirurgião antes de ser anestesiada, e denada mais, até sentir uma dor fortíssimano estômago. “Lembro-me de achar queos médicos tinham mentido sobre oprocedimento. Foi como se literalmentemeu estômago tivesse sido arrebentado enele entrado uma bola de fogo. Senti umfrio extremo na parte de fora da mãodireita, mas não conseguia me mover ou

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falar. Então, ouvi alguém dizer de formaenfática: ‘Estamos perdendo-a, nãoconsigo trazê-la de volta!’”

Jenean começou a levitar acima dopróprio corpo, a partir da cabeça, econseguia “ver” todo mundo no quarto,inclusive o próprio corpo. “Enquantocontinuava me movendo para cima emdireção ao teto, lembro-me de olharpara mim mesma, embaixo, e sentircomo se ‘o meu eu’ estivesse sendopuxado, como uma luva sendo retirada.”Ela continuou observando toda aatividade no canto superior da sala deoperação.

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A princípio, ela estava assustada.Sabia que estava morrendo. “Eu erajovem, tinha acabado de começar aviver com minha filha. Enquanto essediálogo mental continuava na minhacabeça, fui tomando uma consciênciamaior de mim e do ambiente à minhavolta. Deixei de prestar tanta atenção aomeu corpo, sobre o qual os médicosainda lutavam e gritavam ordens. Sentique estava envolvida por uma luz brancae suave que começou a tomar conta detudo, uma luz de completa brancura.”

A luz a chamou. Ela conseguiu ver umcordão prateado que conectava o corpo

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à alma. Mas quanto mais se distanciavadele, maior a sensação de que “o quechamam ‘morte’ não é o fim de tudo. Erao início. Não havia nada a temer”.

Ela ouviu vozes ao redor, parentes quemorreram há anos, e alguns que nãoconhecera no mundo físico. “Mas, nessemundo, eu sabia quem eles eram.”

No momento de completa entrega àluz, uma voz perguntou quem criaria suafilha. Foi quando Jenean voltou para ocorpo. Ficou furiosa porque os médicosa trouxeram de volta, e projetou-senovamente para fora.

Jenean se lembra de sair da sala de

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cirurgia e descer um corredor, onde suafamília poderia vê-la pela última vez.“Eu conseguia ouvi-los nitidamente, efiquei furiosa por perceber que faziamplanos e organizavam coisas pra mim.Naquele momento eu sabia que voltaria,que ninguém criaria minha filha além demim.”

Quando Jenean recuperou aconsciência, os dois médicos foram vê-la e lhe disseram que “quase aperderam”. Ela respondeu que elestinham perdido, e relatou o que escutarana sala de cirurgia. Eles confirmaramsuas experiências e disseram que já

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tinham ouvido falar de coisas assim,mas que ela era a primeira paciente alhes contar.

Para Jenean, a experiência foitransformadora. Alguns meses depois,ela acordou uma manhã e ouviu pássaroscantando numa árvore próxima. “Olheipara mim no espelho do banheiro epercebi que, aos 23 anos, não conseguiame lembrar da última vez que tinhasentido o calor do sol ou ouvidopássaros cantar. Eu sabia que precisavasair do meu casamento infeliz e levarminha filha embora da infelicidade,levá-la para o calor do sol e o cantar

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dos pássaros. Saí da frente do espelho,fui até o armário, peguei uma mala euma bolsa de fraldas, e fui emboradaquela casa para nunca mais voltar.”

A última jornadaAs sincronicidades costumam ocorrerdurante momentos de grandes transições.Uma dessas transições é a últimajornada que fazemos: a morte.

Você já ouviu as histórias: relógiosque param no momento da morte, ocomportamento estranho de um animalde estimação nos dias ou semanas antesde o dono morrer, a visão aparentemente

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aleatória de um corvo ou coruja antes damorte de uma pessoa querida. Às vezes,as flores murcham e perdem as pétalas,um jardim fica marrom, aparelhosquebram sem nenhum motivo, e todas asmúsicas que você escuta no carro sãosobre a morte. Você sente. Essasocorrências sincrônicas podem semultiplicar quando a morte se aproximade alguém que você ama. É como se ouniverso estivesse tentando alertá-lo eprepará-lo psicológica, emocional eespiritualmente.

Sincronicidades associadas à mortetambém se manifestam em impulsos,

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pressentimentos, visões e sonhos. Vocêpode sentir, por exemplo, o impulso deentrar em contato com alguém que nãovê há algum tempo e descobrir que apessoa morreu exatamente no momentoem que pensava nela. Se estamos todosconectados, como acreditam os místicos,então a informação sobre a morteiminente de uma pessoa querida estádisponível a todos nós. Mas é precisoestar aberto para entender como essetipo de informação pode surgir nocaminho.

No final da década de 1850, Mark

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Twain e o irmão, Henry,trabalhavam nas embarcaçõesfluviais do Mississippi que faziam otrajeto entre St. Louis e NovaOrleans. Uma noite, enquantoestavam na casa da irmã em St.Louis, Twain sonhou que o corpo doirmão estava dentro de um caixão demetal na sala daquela casa. Osdetalhes eram específicos: o caixãoficava apoiado em duas cadeiras, esobre o peito de Henry havia umbuquê com uma única rosavermelha.

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Várias semanas depois, Twain e oirmão voltaram para Nova Orleans.Dessa vez, tomaram diferentesembarcações para St. Louis. Henryestava na Pennsylvania. Perto deMemphis, as caldeiras explodiram,matando diversas pessoas. Henryficou gravemente ferido e foi levadopara Memphis, onde morreu algunsdias depois.

A maioria das vítimas foienterrada em caixões de madeira,mas um grupo de mulheres deMemphis arrecadou dinheiro

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suficiente para enterrar Henry emum caixão de metal, exatamentecomo Twain tinha visto no sonho.No entanto, não havia um buquê comuma única rosa vermelha. QuandoTwain chegou perto do corpo doirmão, uma mulher entrou e colocouum buquê de flores sobre o peito deHenry. No centro havia uma únicarosa vermelha.

O que é especialmente forte nosonho de Twain é o fato de ele ter selembrado de detalhes específicos,que coincidiram exatamente com a

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realidade. Sua experiência salientaque, em um nível mais profundo,nossa percepção é muito maior doque imaginamos.

Fugir da morte também pode ser umafonte de fortes sincronicidades. Em 1ode março de 1950, um coro de igreja emBeatrice, no Nebraska, supostamentedeveria começar suas atividades às19h20. Mas todos os 15 membros docoro se atrasaram por razões mundanase perfeitamente legítimas. O ministro e afamília porque estavam terminando delavar a roupa; outra pessoa fazia tarefas

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escolares; uma outra teve problemascom o carro. Exatamente às 19h25, aigreja explodiu por causa de um defeitono sistema de aquecimento.

Essa história, contada pela primeiravez na revista Life, é um dos exemplosde sincronicidade mais impressionantesde fuga da morte. “Se a presença damorte pode ser o foco de fenômenossincrônicos desse tipo, então tambémpode ser igualmente significativa esincrônica, sob circunstânciassurpreendentes, a ausência ou fuga damorte”, escreveu Hopcke em Não háacasos.

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Seria fascinante saber como essaexperiência impactou a vida e a crençadessas 15 pessoas. Alguma delas morreulogo depois? Que lição tiraram dessaexperiência? Seus caminhos de vidaforam radicalmente mudados?

A morte de uma pessoa amadageralmente escancara as portas paraoutras realidades, para níveis maisprofundos de consciência, para ocrescimento pessoal. Mary S., umaprofessora na América do Sul, nunca seimaginou como paranormal ou intuitiva.“Exerci minha profissão comoacadêmica por mais de 30 anos com um

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Ph.D em teoria literária e sempre penseique fosse objetiva, com os pés fincadosfirmemente na terra.”

Há quatro anos, Mary conheceu Danny,um psicólogo. Eles aparentementetiveram um incrível relacionamentoamoroso, mas, como ele morava a 200quilômetros de distância, era difícil seencontrarem regularmente. Então, Dannyperguntou se Mary podia mudar o focoda relação para algo mais espiritual.“Ele queria que fôssemos almas gêmease basicamente ‘ressoássemos’ um nooutro. Na verdade, ele me chamava deLa gloriosa donna della mia mente.” A

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expressão italiana significa “gloriosadona da minha mente”, e foi assim queDante chamou Beatriz Portinari, amulher que ele amou e que inspiroualguns de seus escritos, mas quecontinuava longe de seu alcance. “Sendouma mulher normal, eu era um poucocética em relação a apenas ressoar umno outro. Eu queria mais”, escreveuMary.

Eles se falavam todos os dias por e-mail e por mensagens de texto; trocavampoesias e citações literárias. No iníciode 2009, Mary começou a sentir quehavia algo estranho com Danny, que sua

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força de vida estava esmorecendo. Emfevereiro, enviou-lhe um e-mailperguntando se podia enviar energiaspositivas toda manhã às sete horas. Eleconcordou, e assim ela fez nos mesesseguintes, mesmo que nunca tivesse feitoalgo do tipo. “Não era nada de mais,sem luzes cintilantes, apenas um ‘cordãoumbilical’ entre nós, às vezes com oefeito de uma luz difusa no coraçãodele.”

Em mais de uma ocasião, Dannydissera que um dia cometeria suicídio, eMary acreditava nele. Ela teve certezadisso quando recebeu seu e-mail

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dizendo que os cabos de eletricidadetinham sido roubados pela quarta vezpor ladrões, que vendiam como cobrepara o ferro-velho. “Eu sabia que algohorrível estava prestes a acontecer.”Nesse mesmo e-mail, ele dizia queestava pensando em tirar uns dias defolga para descansar.

Ainda que não tivessem o hábito de setelefonar, Mary ligou para eleimediatamente. Danny estava voltandopara casa, e ela perguntou para ondepretendia ir. Ele disse que não sabia,que só queria descansar a cabeça. Elapediu-lhe que fosse passar uns dias com

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ela, porque ele “precisava ser mimado”.Ele respondeu que talvez fizesse isso.

Naquela noite, por volta das setehoras, Mary enviou uma mensagemperguntando se ele tinha “sobrevivido àfria escuridão”. O celular estavadesligado, e a mensagem não chegou.Ela foi dormir às dez, mas vinte minutosdepois levantou-se às pressas, certa deque Danny precisava dela. Ela enviououtra mensagem. “Estou preocupadacom você, meu amor!” A mensagem nãochegou.

Na manhã seguinte, sexta-feira, Marysentiu vontade de meditar e enviar

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energia para Danny, o que não fazia háalgum tempo. A princípio, não conseguiuencontrá-lo, mas depois visualizou seucoração nas mãos e viu uma luzmagnífica, rosada no centro com pitadasde verde-claro, depois uma grandemassa creme com um grande halodourado em volta. “Era tão calmo esereno... Parecia sagrado, como umaliberdade e uma glória plenas, puracalma e tranquilidade. Não tenhopalavras para descrever. Fiquei sentada,apenas mergulhando na energia suavedaquela luz. Era como se a luz metivesse sido dada, não precisei me

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concentrar de modo nenhum paraproduzi-la.”

Mary sentiu que Danny não precisavade nada, que estava calmo, feliz. Epensou que ele pudesse ter ido ao centrobudista meditar, o que explicaria a luz.Depois, percebeu que uma luz comoaquela não poderia pertencer a um servivo.

No sábado de manhã, a mesma coisaaconteceu, mas dessa vez ela se sentouna presença da luz por mais de umahora. Sentiu-se satisfeita e confortada.Intuitivamente, sentiu que Danny estavaem paz. “Mais uma vez eu sabia, de

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coração, que nenhum ser vivo produziriaaquela luz. No domingo aconteceu denovo, e tive a mesma sensação. Alémdisso, durante o fim de semana inteirosenti a presença de Danny de maneiramuito forte. Foi como se ele estivessecomigo, relaxado e livre. Tive asensação eufórica de ter saído de fériase antecipado um longo momento dedescanso e liberdade.” Naquele fim desemana ela cozinhou freneticamente –algo que Danny gostava, mas ela não –com especiarias e ingredientes que eleteria usado.

Ela sabia que Danny não gostava que

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ficasse muito em cima dele, e por issonão ligou para o trabalho dele nasegunda-feira. Quando telefonou naterça, a secretária disse que ele tinhamorrido na sexta. Mary ficou chocada,mas não surpresa. Ela sabia que nãotinha sido na sexta. Depois, a políciaconfirmou que Danny morrera na quinta-feira à noite, entre dez e onze horas, omomento em que ela enviou a últimamensagem de texto.

“Ele se enforcou dentro de casa. Ficoubastante claro que planejava fazer issohá um bom tempo. Antes de partir,apagou toda uma vida que ficou para

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trás. Nenhum dos seus amigos pôde sercontatado.”

No dia em que Mary soube da mortede Danny, uma amiga psicóloga foi atélá ficar com ela. Ela queria ajudar Marya se recuperar, mas sem invadir seuespaço pessoal. Algum tempo depois,confessou a Mary que, naquela noite,sentira uma forte presença ao redor desi, e que, quando foi embora, sabia queMary não estava sozinha.

Mary também sentiu essa presença nasprimeiras três semanas depois da mortede Danny – uma presença forte eamável. Muito embora a natureza de

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Danny não fosse assim quando estavavivo, ela o sentiu por perto durantesemanas. “Do seu jeito, quieto, eleestava me ajudando a superar aquelacrise.”

No entanto, Mary ficou espantada como fato de Danny ter deixado emtestamento tudo o que tinha para umaamiga de quem ela nunca ouvira falar.Então, lembrou-se de que ele costumavaencorajá-la a viver de maneiradesprendida. “Quando percebi queninguém mais sentiu a presença deledepois da morte, comecei a apreciar omaravilhoso presente de despedida que

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me deu; na verdade, ele foi me visitarcomo prometeu, e desde então nunca medeixou sozinha. Ele me guiou comternura para que eu entendesse suapartida. Ninguém me telefonou para daruma notícia chocante. Não preciseiidentificar o corpo no necrotério. Elenão me deixou o estorvo de umtestamento e pertences. O que me deu foio presente mais requintado que se podereceber... E, por fim, entendo queamantes não se encontram em algumlugar. Eles estão um no outro o tempotodo!”

Mary vivenciou a sincronicidade por

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meio de uma conexão telepática comDanny, e a experiência transformou suavida. Talvez ela e outros que relatamesses tipos de experiência estejam nolimite de uma mudança de paradigmas.Falaremos sobre esse conceito no últimocapítulo.

Mensagens da vida após amorteNos sonhos, nossa consciênciaperambula livremente pelo tempo e peloespaço em narrativas com enredo,personagens e motivos, como uma boahistória. As histórias dos nossos sonhos

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nem sempre fazem sentido, e colocá-lasem ordem quando acordamos pode serdesafiador, sobretudo quando o quelembramos se parece com “cartõespostais de uma viagem”, como diz AnnFaraday. No entanto, às vezes amensagem é clara e inspiradora,sobretudo quando se trata de entrar emcontato com alguém que já morreu.

Os místicos sempre disseram que, comfrequência, fazemos viagens enquantodormimos até campos da vida após amorte, das quais não nos lembramosquando acordamos. No entanto, sonhosde contatos com pessoas queridas que já

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morreram são impressionantes. Podemossentir uma onda de energia, como seestivéssemos mais vivos que o normal.Mas isso é irônico, se pensarmos que ocontato com o falecido é algo sombrio eassustador, como uma cena do filmeSexto sentido.

Você pode vivenciar um sonho dessetipo perto do momento em que umparente ou alguém próximo morre. Ocontato pode ocorrer espontaneamente,sem nenhum esforço da sua parte. Robsabia que seu primo estava muito doentequando apareceu em um sonho. Para asurpresa de Rob, ele parecia saudável e

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cheio de vida, mas confuso. Ele olhouao redor, sorrindo, e perguntou: “O queestá acontecendo?”. Na manhã seguinte,Rob recebeu uma ligação da irmãdizendo que o primo falecera.

ENTRE EM CONTATOSe nenhuma experiência espontâneaocorrer, você pode pedir para contataralguém em um sonho. Digamos quequeira entrar em contato com seu avô,que morreu recentemente. Vocês erampróximos, e há muitas lembranças doque passaram juntos.

Quando se deitar para dormir, relaxe e

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respire profundamente algumas vezes.Diga a si mesmo que está prestes aembarcar numa viagem para entrar emcontato com seu avô. Pense nele elembre-se de um momento feliz quetiveram juntos. Lembre-se com a maiorquantidade de detalhes possível.Mergulhe num estado meditativoenquanto se imagina com seu avô. Vocêpode lhe contar alguma coisa da suavida, ou dizer que tem pensado nele.

Quando estiver sonolento, imagineouvir uma resposta. Tente se concentrar.Veja se consegue continuar a conversa.Você pode dormir. Quando acordar,pergunte a si mesmo o que sonhou. Às

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vezes basta o esforço para desencadear amemória.

Se não conseguir se lembrar denenhum sonho pertinente, tente esteexercício como uma meditação duranteo dia. Emita sinais psíquicos e, mesmoque não faça contato, você podeencontrar uma ou mais sincronicidadesnaquele dia que sejam diretamenterelacionadas às memórias do seu avô.

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CONCLAMANDOO DIVINO

“Lá no fundo, a consciênciada humanidade é uma só.”

– DAVID BOHM,WHOLENESS AND THEIMPLICATE ORDER

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Com a expansão da internet na décadade 1990, entramos na era da informação.Hoje, a informação e a comunicaçãoquase instantâneas impulsionam nossacivilização adiante. Pesquisas que háapenas 25 anos demorariam horas, diasou semanas aparecem no monitor emsegundos. Parece inevitável que até asincronicidade encontrasse seu caminhonessa era da informação e da altatecnologia.

Sincronicidade de altatecnologiaUma noite, um alerta do Google para o

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termo “sincronicidade” apontou um sitechamado synctxt.com, uma forma deexplorar a sincronicidade por meio datecnologia moderna. A ferramenta édescrita como “um experimento depesquisa e uma ferramenta deautoexploração que combina atecnologia moderna com o conceito desincronicidade conforme postulado pelopsicólogo Carl Jung”.

A tecnologia por trás do software veiodo laboratório Princeton AnomaliesResearch, da Universidade Princeton,onde foi descoberto que os sereshumanos podem influenciar os

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acontecimentos físicos em escalaquântica, até mesmo a distância. Issonão é algo novo. O físico e escritorLarry Dossey, por exemplo, explorou aforça da oração (intenção) na cura alonga distância. O livro The intentionexperiment, de Lynne McTaggart,aborda essa teoria em detalhes. Esther eJerry Hicks escreveram vários livrossobre a lei da atração que ilustram comopodemos influenciar os acontecimentosfísicos por meio de nossos pensamentose intenções.

A diferença, no entanto, é que o sitesynctxt foi feito para uso pessoal. Ele

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utiliza geradores de eventos aleatórios(GEAs) para avaliar a influência daconsciência nos acontecimentos físicos ebuscar padrões que indiquem um desvioda distribuição estatística esperada.Quando acessamos o site, um gerador deeventos aleatórios que funciona semparar nos é atribuído. Quando umpadrão é detectado, o sistema mandauma mensagem – escrita por você – paraseu telefone celular.

De acordo com o site, essasmensagens costumam chegar emmomentos sincrônicos. Suas mensagenspodem ser assim: “Siga o fluxo.” “Não

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se preocupe com coisas pequenas.”“Viva o momento.” “Agora vocêentendeu”. “Ria”. “Procure-nos sempreque precisar”. “Expresse sua gratidão”.“Vá adiante”. “Chegou um chequesurpresa”. “Você está no caminho certo”.

Você pode estar dirigindo para osupermercado uma manhã, preocupadocom as contas que precisa pagar, quandoseu iPhone ou Blackberry toca. Nopróximo farol vermelho, olha para otelefone e lê uma mensagem do synctxt:“Ótimo dia, ótimas vendas.” Algumashoras depois, você recebe um e-mail enele há um comprovante de depósito de

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uma quantia exorbitante, uma restituiçãoda qual você nem se lembrava.

Numa outra tarde, você estáconversando ao telefone com um amigosobre um evento de caridade que os doisestão organizando. Ambos estão ficandofrustrados por conta dos detalhes. Équando chega um alerta: “Confie noprocesso.”

Essas mensagens são consideradassincronicidades. Na verdade, amensagem sobre o dinheiro foi umapremonição. Mas, por uma máquina?Não exatamente. Embora a mensagemseja transmitida digitalmente e o gerador

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seja uma máquina, você criou asmensagens.

No site, alguns usuários compartilhamsuas histórias. Uma das maisimpressionantes provou que o synctxtfunciona até mesmo para quem nãoassinou o serviço. Uma assinante criouuma mensagem que dizia: “Viu? Tudotem sua hora”. Alguns dias depois,estava num bar com uma amiga quediscutia planos para se tornar umaarquiteta independente. Mas estavapreocupada sobre quanto tempo issodemoraria. A amiga acabou a históriadizendo que, se insistisse naquilo,

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provavelmente poderia trabalhar sozinhaquando fizesse 30 anos. Assim que disseisso, sua amiga recebeu uma mensagemno telefone dizendo: “Viu? Tudo tem suahora.” “Ela ficou bastanteimpressionada, e acho que se sentiu umpouco melhor e mais confiante em seusplanos depois da mensagem.”

À medida que mais pessoas seconectam com a realidade subjacente dasincronicidade, uma janela se abre comuma visão para uma nova era, a era datransformação. Ao conclamar ativamentea sincronicidade e confiar em nosso“eu” subconsciente, começamos a viver

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de modo mais consciente e refletido.Apreendemos a interconexão de toda avida e entendemos plenamente que o queafeta um afeta a todos.

A era da transformaçãoNesta era, as respostas podem chegarcomo um passe de mágica. Você sabequem é e quem quer se tornar. Está nocaminho certo, na hora certa. Asincronicidade é sua melhor amiga, esuas mensagens agem como umabússola. Na era da transformação, vocêse concentra facilmente nas suasintenções e desejos, e convida a

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sincronicidade para sua vida. Na era datransformação, você conclama o divino.

Esse é o ideal. Mas, para chegar lá, épreciso que você aprenda a se fazerperguntas, a definir seus desejos eemoldurar sua vida de modo que crie umambiente rico no qual as sincronicidadespossam acontecer sem demora. Em umambiente como esse, a lei da atraçãofunciona como nunca; a intuição seaprofunda, a criatividade floresce.“Quando decidimos trabalhar com acoincidência, convidamos para nossavida novos padrões energéticos”,escreveu Robert Moss em The three

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“only” things. “Não só observamos osacontecimentos de uma nova maneira,como na verdade os atraímos – etambém atraímos as pessoas – para onosso caminho de uma forma que édiferente de antes.” Tudo na nossa vidacomeça a se deslocar para uma direçãomais rica e mais positiva.

As sincronicidades, quando estamoscientes delas, são como pistassussurradas, indicações ao longo daestrada. Vire aqui, siga adiante.Arrisque-se. Desacelere, acelere. Naera da transformação, se você for umaparte dela, as sincronicidades

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acontecerão todos os dias. No entanto,elas não são experiências cotidianas.

Nem todos têm um computador na erada transformação, e nem todos seguirãoo caminho das sincronicidades nessaera. Mas as influências serão sentidasem todo o universo.

Deepak Chopra identifica doisestágios de consciência superior: aconsciência divina e a consciência daunidade. Na primeira, nossa capacidadede manifestar desejos aumenta. Aconsciência divina, uma experiência quevem e vai, permite-nos vislumbrar a“presença do Espírito em todas as

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coisas”, como Mary S. fez depois dosuicídio de seu namorado, conformedescrito no capítulo anterior. Aconsciência da unidade, ou oesclarecimento, envolve “atransformação completa do eu pessoalem um eu universal, um estado em quemilagres acontecem e tudo é possível”.Podemos conclamar o divino, ainda quepor breves momentos?

A lei da atraçãoOs metafísicos escrevem sobre a lei daatração há muito tempo, bem antes de aprensa ser inventada. Mas sua

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popularização se deu, pela primeira vez,no século XX, pela escritora JaneRoberts.

No segundo semestre de 1963, JaneRoberts começou a canalizar Seth, “umaessência de personalidade não maiscentrada na realidade física”. Seumarido, Robert Butts, reconheceu aqualidade do material sobre Seth ecomeçou a tomar notas durante assessões de transe da esposa. QuandoJane morreu em 1984, havia mais de 20livros sobre Seth publicados, e centenasde notas inéditas sobre uma variadagama de assuntos – a natureza da

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realidade física, vida após a morte,reencarnação, saúde e doença,inteligência humana e animal, naturezada consciência, guerra e paz, política. Apedra angular da filosofia de Seth erasimples: “Você cria sua realidade; vocêobtém aquilo em que se concentra... Nãohá outra regra principal”.

Em outras palavras, a lei da atração.Muitas das descrições de Seth sobre anatureza da realidade refletem osargumentos de David Bohm e outroscientistas – sobre como tudo no universoestá conectado e sobre a importância daintenção e da crença na criação de

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nossas experiências. De acordo comSeth, “como as crenças formam arealidade – a estrutura da experiência –,qualquer mudança nas crenças que altereessa estrutura inicia a mudança”.

Os livros de Seth oferecem uma basefilosófica para a natureza da realidade eda consciência, para a lei da atração epara o papel das crenças na criação denossa realidade. No entanto, ela carecede aplicação prática. Como fazemosisso exatamente? Felizmente, outrosautores (já mencionamos alguns nestelivro) apresentaram a lei da atração demaneiras acessíveis a milhões de

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pessoas. Temas comuns perpassam seuslivros: a importância das crenças, o focode desejos intensos e a força dasemoções.

Nas duas histórias a seguir você verá aimportância das crenças, do desejointenso e das emoções fortes.

Para Jane Clifford, mãe solteira doPaís de Gales, seu forte desejo e suaintenção focada levaram aos resultadosde que precisava. Seu filho mais jovem,Harry, não estava se dando bem naescola secundária local e lhe perguntouse poderia frequentar uma escolaparticular onde o irmão mais velho se

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formara. Harry não era estudioso, masum músico brilhante, e a escolaconcordou em entrevistá-lo por contadisso.

A entrevista correu tão bem que odiretor resolveu abrir uma vaga paraHarry e deu a ele uma bolsa de estudos.Mas, mesmo com a bolsa, Jane aindaprecisaria desembolsar 8 mil libras porano durante dois anos e mais 32 millibras para completar os estudos dofilho. Sua relação com o pai de Harryacabara, as dívidas só cresciam. Ela nãotinha para quem pedir ajuda. E não haviamais nada que pudesse vender.

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Diversos amigos e membros da famíliainvestiram em Harry, e Jane economizouo que podia, quando podia. Mas aquantia de 32 mil libras não saía da suacabeça, um obstáculo aparentementeintransponível. Quando esteve emLondres, uma grande amiga lhe dissepara visitar uma igreja minúscula ondehavia um santuário de Santo Antônio(santo das coisas perdidas) e outro deSão Judas (santo das causas perdidas).Sua amiga tinha ido à igreja alguns anosantes, mas só conseguia se lembrar dalocalização geral. Com apenas uma vagadescrição, Jane saiu para encontrar a

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igrejinha.Ela perguntou a todos os taxistas

londrinos do lado de fora da estação demetrô sobre a localização da igreja;perguntou em cafés e lojas, mas em vão.Desencorajada e frustrada, quasedesistiu. “Resolvi comprar um pêssegonum camelô. Perguntei a ele sobre aigrejinha, e ele apontou para o outrolado da rua.”

Jane correu para dentro da igreja,acendeu uma vela e agradeceu a SantoAntônio pela ajuda com chaves decarros perdidas ao longo dos anos.Depois, acendeu uma vela para São

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Judas e pediu ajuda com asmensalidades da escola. Nos três mesesposteriores, sem nenhuma solução àvista, ela continuava ansiosa e insegura.

Durante uma reunião de alunos naescola, Harry se ofereceu comovoluntário para ajudar no jantar. Umgentil senhor começou a conversar comele e disse que tinha ouvido que talvezHarry tivesse de deixar a escola. Eleexplicou que sua mãe não podia pagar.O gentil senhor disse: “Eu não mepreocuparia com isso se fosse você,Harry”, e saiu para falar com umconvidado do jantar.

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A verdade é que aquele senhor estavafazendo uma doação considerável para aescola naquele mesmo dia. O dinheirodeveria ser investido e usado paraajudar estudantes mais pobres. “Eleespecificou que somente no caso deHarry o dinheiro poderia ser usado parapagar todas as mensalidades quefaltavam, de modo que ele terminasse osestudos lá!”, escreveu Jane. “Milagre!”

Jane não só teve um forte desejo e umaintenção, como também se recusou adesistir. Muito embora ninguémsoubesse a localização da igreja, elacontinuou perguntando até que por fim a

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encontrou. Foi exatamente asincronicidade de que precisava. Elaliteralmente conclamou o divino aovisitar os santuários de dois santos epedir ajuda.

APROVEITANDO ASINCRONICIDADE

Veja se consegue colocar asincronicidade em prática a seu favor.Pense numa pergunta ou concentre-senum objetivo. Transforme-o em algosignificativo. Leve-o a sério.Entusiasme-se. Alimente-o com umaemoção forte. O que você realmente

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quer ou precisa? Se estiver comproblemas para formular uma perguntaou estabelecer um objetivo, encontreum lugar tranquilo e relaxe. Deixe suamente vagar enquanto se acomoda,dizendo a si mesmo que a questão maisimportante para você neste momentovirá à mente. Liberte-se de pensamentosirrelevantes. Espere pela questão e pelapergunta. Quando ela aparecer,reformule-a. Torne-a específica, porémsimples.

Espere os resultados. Imagine quevocê já obteve sua resposta. Como vocêse sente? O que está fazendo dediferente agora que obteve sua resposta?

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Escreva, conte para os amigos. Espalhea palavra para o universo.

Estabeleça um intervalo de tempo parareceber uma resposta. Você pode tentaruma abordagem do tipo “tudo ou nada”,dizendo a si mesmo que a próxima coisaque escutar – uma voz na televisão, umcomentário numa loja ouestacionamento – lhe dará uma resposta.Isso funciona melhor para pessoasintuitivas e que percebemsincronicidades com frequência. Talvezvocê queira estabelecer um ou dois diaspara que surja a mensagem. Se não areconhecer, concentre-se de novo ecomece do zero.

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Procure por algo incomum no seuambiente, algo inesperado. Talvez seja otelefonema de alguém com quem vocênão fala há um bom tempo. Ou a chancede encontrar com alguém. Qualquerencontro inesperado pode servir paraobter a resposta. Qual foi a primeiracoisa que a pessoa lhe disse? Vocêconsegue encontrar um significadorelacionado à sua pergunta ou objetivo?Ela oferece uma direção, uma novaabordagem, ou talvez um alerta? Se nãotiver certeza, observe a próximasincronicidade enquanto pensa sobre apergunta ou o objetivo.

Com a prática, ficará mais fácil para

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você aproveitar a sincronicidadecriando um espaço na mente e nocoração para que ela se manifeste.Algumas pessoas, como Jane, usam aoração, a visualização e o ritual. Outrasseguem pistas do ambiente, comoJennifer Gerard em sua viagem à Chinae ao Nepal, que mudou sua vida. Talvez,durante sua exploração dasincronicidade, sua voz intuitiva tenhase fortalecido o suficiente para que aescute mais de perto. Talvez agora vocêsiga seus impulsos, busque mensagensnos sonhos, interprete os acontecimentosque vivencia como símbolos de suas

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crenças e intenções.Se em algum momento da jornada

ainda não tiver certeza de suas crenças eintenções, olhe ao redor. Tudo o que vêna sua vida pessoal – família, casa,entes queridos, animais de estimação,crianças e amigos, perdas e ganhos nacarreira, sua saúde e prosperidade – é oresultado de crenças e intenções quevocê guarda, desejos que mantém. Seperceber elementos de que não gosta,mude suas crenças. Suas experiências ea realidade externa mudarão comoconsequência.

Leah Southey, escritora e editora, tem

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um anjo da guarda, Shiva, que sempre aajuda nos momentos difíceis. Em marçode 2007, ela e o marido, Neil, visitaramJenolan Caves, na Austrália, ondecomemoraram o aniversário decasamento. Eles saíram num passeio atéas cavernas, quando, de repente, seumarido percebeu que perdera as chaves.Nenhum dos dois sabia como voltariampara casa. Leah perguntou a Neil se elequeria encontrar as chaves sozinho ouque alguém o ajudasse. Para Leah, essaparte da decisão – a intenção – era oelemento mais importante.

“Concordamos que seria melhor

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deixar que alguém as trouxesse até nós.Mesmo assim, ele insistiu para querefizéssemos nosso trajeto, voltássemosao quiosque e ao escritório dos parquesnacionais para ver se alguém haviaentregado as chaves. Quando isso nãodeu certo, ele saiu para um segundopasseio nas cavernas que já havíamosvisitado.”

Enquanto ele estava no passeio, Leahsentou-se perto do rio e perguntou aShiva onde estavam as chaves. “Em umacrise, eu logo procuro por Shiva. Ele meajudou diversas vezes.” A resposta? Aschaves estavam na entrada da caverna.

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Quando ela e Neil se encontraram denovo, voltaram à entrada da caverna,mas não encontraram as chaves. “A áreaturística estava prestes a fechar quandodois guardas do parque passaram decarro pela zona do estacionamento.Pararam perto de nós e uma mulherperguntou: ‘Isso aqui ajuda?’. Ela estavabalançando as chaves com a mão parafora da janela.”

O casal não só recuperou as chavescomo o ocorrido se deu da maneiraexata que pediram: alguém entregou aschaves. Quando Leah perguntou onde aschaves foram encontradas, a mulher

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disse: “Na entrada da caverna”.Ao pedir a ajuda de Shiva,

acreditando que as chaves seriamencontradas, ao definir sua intenção,Leah e o marido ativaram a lei daatração e conclamaram o divino.

O caminho da sorteNo capítulo anterior, contamos a históriado coro de uma igreja em Beatrice, noNebraska, cujos membros se atrasarampara as atividades na noite em que aigreja explodiu. Pessoas sortudas, não émesmo? Então, qual a diferença entresincronicidade e sorte, e como podemos

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nos aproveitar dela?Basicamente, a sorte é uma

sincronicidade próspera. Mas nãoacontece por conta própria. Geralmente,toma a forma de algum tipo de ação.Imagine sonhar com seis números queacabam sendo sorteados na loteria nodia seguinte. É sincronicidade. Noentanto, só seria sorte se você tivessetomado uma atitude em relação ao sonhoe jogasse aqueles números. No caso docoro da igreja, a ação dos membros foiuma inação, ou uma ação atrasada.

Quando alguém se torna bem-sucedidoda noite para o dia, chamamos essa

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pessoa de sortuda. Mas um exame maisdetalhado revela que foi preciso anos,talvez décadas, para que o sucesso“repentino” acontecesse. ElmoreLeonard escreveu 37 romances antes deencontrar o gênero que o tornou famoso:crime e mistério. Harrison Ford faziapequenos papéis e trabalhava comocarpinteiro antes de fazer sucesso, em1973, com o filme Loucuras de verão,de George Lucas. Stephen King jogoufora os manuscritos de Carrie, aestranha, mas sua esposa conseguiurecuperá-los; os direitos acabaramsendo vendidos por 400 mil dólares, e o

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livro impulsionou a carreira de King.Jeff Lindsay escreveu textos de diversosgêneros ao longo dos anos, mas já tinhamais de 50 anos quando atingiu osucesso com um personagem chamadoDexter. Hoje, a série já conta com cincolivros, faz parte da lista de best-sellersdo New York Times, e Dexter é oprograma de maior audiência do canalem que é exibido nos Estados Unidos.

Depois de se formar na faculdade,Trish escreveu cinco romances antes deescrever aquele que de fato seriapublicado. Alguns diriam que ela tevesorte, porque seu trabalho foi

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selecionado entre centenas, talvezmilhares, de manuscritos de escritorescompetentes. Mas não foi só sorte,houve trabalho, uma forte intenção e aorientação das sincronicidades. O editorda Ballantine Books, que comprou osdireitos, leu o livro no fim de semana,depois de ver a estreia de Miami Vice.Assim como a série de TV, In Shadowtinha dois detetives de Miami, umbranco, outro negro, envolvidos numainvestigação de drogas. Sincronicidade.O editor fez uma oferta na segunda-feiraseguinte, e a carreira de Trish comoescritora de ficção deslanchou. O

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interesse surgiu com o 25o envio do seusexto livro, o primeiro e único dos seisa ser publicado.

Rob estudou antropologia na faculdadee viajou pelo mundo para visitar sítiosarqueológicos em paralelo aos seustrabalhos como jornalista. Porém,quando foi chamado para escrever o quese tornaria o primeiro dos oito romancesde Indiana Jones, nem a empresaLucasFilm nem o editor da BantamBooks sabiam do seu interesse porarqueologia. Sabiam apenas que elepublicara um livro, Crystal skull.

Quando estamos concentrados,

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entusiasmados, forçando nossos limites,o cérebro libera endorfina. Pesquisasapontam que isso acontece durante osexo e no nascimento, em atividadesfísicas pesadas, na meditação e nointenso trabalho criativo. Se vocêvisualizar o que quer quando a endorfinaestiver correndo no seu corpo, o desejose manifesta mais rapidamente. É comose essa substância de alguma maneira oajudasse a se conectar com a poderosafonte de quem realmente é e com opotencial de quem quer se tornar.

“Um cosmos fortuito é divertido epueril, e uma abordagem aventureira e

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prazerosa à vida encoraja asincronicidade”, escreveu MarcusAnthony, autor de Sage of synchronicity.“O ponto fundamental é trazer a mentecompletamente para o momento atual.No estado prazeroso da presençacompleta, é como se o cosmos tomassevida. O propósito e o significado maisprofundo das coisas são conhecidos,mesmo que veladamente, como se apsique e a mente cósmica mantivessemum diálogo aberto.”

Quando a sincronicidade acontece, éimportante perguntar o que ela significa.A resposta pode vir na forma de outra

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sincronicidade. Você talvez escutedeterminada música no rádio, algo ditona TV ou leia uma passagem de umlivro. Quanto mais exploramos asincronicidade, maior se torna nossoentendimento. Quanto menos resistentesa essas experiências, maior aprobabilidade de atrairmos maisexperiências. A falta de resistência é umcomponente importantíssimo na lei daatração.

Quando o significado não chega desobressalto, olhe para assincronicidades como oportunidades,sobretudo para explorar alternativas

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criativas. Assim você atrai a sorte.Como Patricia Einstein escreveu emIntuition: the path to inner wisdom,“todos temos a experiência de estarmosno lugar certo na hora certa, e, em algummomento da vida, todos conhecemosalguém que chamamos de sortudo. Asorte [...] não é uma questão de acaso,mas sim de sincronicidade”.

Vejamos uma última história, um relatoespantoso que combina sincronicidade,crença, intenção e transformaçãopessoal.

Oprah está chamando

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Em 1988, o filho de Carol Bowmansentou-se no seu colo e relatoumemórias de sua vida passada comosoldado na Guerra de Secessão. Comoresultado da lembrança, ele começou asentir pavor de barulhos altos e acaboutendo um problema de saúde crônico.Nada na vida de Carol até aquelemomento aguçara tanto sua curiosidade.Ela se tornou obsessiva em aprender oque podia sobre essas memórias nainfância e começou uma “pesquisa”informal sobre memórias de vidaspassadas de crianças. Entrevistou paisque conhecia e vasculhou livrarias e

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bibliotecas procurando livros sobrereencarnação e vidas passadas.

Carol encontrou alguns trabalhosacadêmicos sobre vidas passadas decrianças, mas percebeu rapidamente queninguém tinha escrito um livro prático,para os pais, que explicasse o que fazerse seu filho expressasse uma memóriade vidas passadas. Então, percebeu quepoderia escrever esse livro. “Não pareipara pensar que jamais escrevera algomaior que um artigo na faculdade. Eusabia como fazer, e, de algum modo, euo faria.”

Em janeiro de 1992, Carol reuniu

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alguns estudos de caso de pais cujosfilhos tinham memórias de vidaspassadas, e o livro foi tomando forma nasua cabeça. Junto com uma amiga, foi auma conferência sobre vidas passadasna Flórida, e pôde se encontrar e secomunicar com pessoas da área. Duranteuma apresentação do físico e escritor debest-sellers Brian Weiss, ele mencionouque tinha ido ao programa da Oprah.“Assim que ele disse aquilo, tive asensação de que tudo caiu ao meuredor”, lembra-se Carol. “Senti um raiode energia correr pelo meu corpo e tiveuma certeza profunda ao ouvir minha

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voz interna: Você também irá aoprograma da Oprah. Imediatamentevirei-me para minha amiga e sussurrei:‘Eu também vou ao programa daOprah’.” Sua amiga achou que elaestava brincando, e riu.

Como parte de sua estratégia paralegitimar a pesquisa e dar credibilidadeao seu trabalho, Carol se matriculounuma pós-graduação em consultoria naUniversidade Villanova. Ela deveriacomeçar as aulas na mesma semana emque seu marido, Steve, soube que seriademitido de seu trabalho, por causa dedownsizing. Foi um choque, mas ela

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descobriu que, mais do que nunca,precisava correr atrás do seu sonho. Elapresumiu que Steve logo conseguiriaoutro emprego e que as coisas voltariamao normal.

Porém, em vez disso, as coisas foramde mal a pior. As portas continuavam sefechando para Steve, e eles não tinhamoutra fonte de renda. Steve começou aescrever como freelancer para ganharalgum dinheiro. “Mas começar umnegócio requer tempo, e, com dois filhose um financiamento residencial, nãopodíamos nos dar a este luxo.”

Carol continuou pesquisando, reunindo

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histórias de pais que conhecia ematividades escolares e parques infantis.Colleen, uma das mães, tinha um filhoque vivia pesadelos traumáticos, e Carolnotou que aquilo se tratava de memóriasde vidas passadas. Ela ajudou o garoto.Colleen ficou tão impressionada quedisse que escreveria para Oprah sobre apesquisa de Carol.

Ótimo, pensou Carol. Mas isso nãopagava a dívida acumulada do cartão decrédito. Em 1994, ela e Steve estavampreocupados com o fato de que nãoconseguiriam permanecer na casa emque viviam, uma perspectiva

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desoladora. Eles não suportariam contarpara as crianças que teriam de vendê-la.Embora estivesse fazendo uma pós-graduação, a pressão continuava e, ela,então, começou a procurar um trabalhoem tempo integral.

“Eu não trabalhava de fato há dezanos, minhas habilidades comcomputador eram mínimas. Fiquei tãodesesperada que me candidatei a umemprego de vendedora na Scott Paper,mas eles não quiseram me contratar nempara vender papel higiênico. Era ummomento ruim. Minha autoestima estavarealmente no vaso sanitário.” O mais

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perturbador era a sensação de Carol deque tinha algo de valioso para oferecerao mundo. Mantinha-se resoluta emrelação ao seu sonho, mas continuava sedeparando com obstáculosintransponíveis. A cada mês quepassava, o sonho parecia se distanciarainda mais.

Ela não desistiu, mas as coisastambém não melhoraram. Em fevereirode 1994, num dia que fazia um friocortante, ela caminhava pela vizinhança,enfurecida com o universo. “Tudo bem,se você quer que eu escreva um livro,ajude-me!”, gritou ela para as forças

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invisíveis ao redor. “Com lágrimasescorrendo pelo rosto, dei um ultimatoao universo. Senti-me uma idiota, masestava furiosa com a injustiça daquilotudo.”

Ela sentiu tanta vergonha do seucomportamento que, quando chegou emcasa, sentou-se na varanda e nãoconseguiu entrar. Steve colocou acabeça para fora, com uma caraassustada. Foi então que lhe passou otelefone. “Ouça a mensagem”, disse ele.A voz de uma mulher falou: “Esta é umaligação do The Oprah Winfrey Showpara Carol Bowman. Poderia nos ligar

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de volta?”.“Naquele momento, senti que minhas

preces tinham sido atendidas. Em umasemana, eu e meus filhos, junto comoutras mães, estávamos em Chicago,conversando com Oprah sobre asmemórias de vidas passadas dos nossosfilhos. Ela dedicou um programa inteiroà minha pesquisa. Concluí que se Oprahestava interessada no meu trabalho,outros também estariam.”

O curioso é que, quando a produção daOprah recebera a carta de Colleen,arquivaram-na incorretamente na partede fobias infantis. Aparentemente, eles

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queriam fazer um programa sobrememórias de vidas passadas decrianças, mas não conseguiam encontrarum especialista. Por meio de umasincronicidade, o atraso beneficiouCarol, que teve um ano para reunircasos.

Quando voltou de Chicago, Carolcomeçou a contatar autores que sabiamsobre a ideia do livro, perguntando-lhescomo encontrar um agente literário. Como programa da Oprah servindo-lhe desuporte, sentiu que alguém finalmenteprestaria atenção no que ela tinha aoferecer. Um escritor de sucesso na área

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recomendou sua agente literária, e Carole Steve encontraram-se com ela emNova York. Nos meses seguintes, Carole Steve trabalharam em tempo integralescrevendo uma proposta de cempáginas. “Mais uma vez, isso significavaque não estávamos gerando renda.Trabalhávamos por pura fé. Afinal, seOprah nos chamara, certamente a rendatambém apareceria.”

Eles terminaram o projeto. Semanas sepassaram. Depois meses. Carolpercebeu que a agente não estavafazendo nada e entrou em contato comoutros. Alguns riram dela, pensando que

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ninguém se interessaria num assuntocomo aquele. Outros só conversariamcom ela depois que encerrasse ocontrato com o primeiro agente.

Uma amiga, que tinha contatos emeditoras, oferecera ajuda alguns mesesantes. Então Carol ligou para ela eexplicou a situação. “O marido dela fezuma ligação e disse que Ian Ballantine,fundador da Ballantine e da BantamBooks, queria ver minha proposta. Eunão entendia nada de publicações, nemsabia quem era Ian Ballantine, masagradeci por alguém despertar interesseem mim.”

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Dentro de poucas semanas, Ian, naépoca com 79 anos de idade, chamouCarol e disse que a ajudaria a publicar olivro. Ele se ofereceu para apresentá-laaos diretores de algumas editoras, amaioria treinada por ele. “Na verdade,dei um grito quando desliguei o telefone.Steve subiu as escadas correndo e meencontrou pulando para cima e parabaixo, gritando. Outro milagre!”

Ian e Betty Ballantine, sua esposa eparceira de trabalho, encontraram Carole Steve em Nova York e marcaram umareunião com Irwyn Appelbaum,presidente da Bantam Books. Depois de

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um encontro de duas horas, Appelbaumperguntou a Carol o que ela queria.“Pedi que ele me fizesse uma oferta. Oqueixo de Steve caiu por conta da minhaestratégia de acordo incomum. Mas,naquele momento, eu tinha um númerode seis dígitos na cabeça, além do fatode que precisávamos pagar nosso cartãode crédito altíssimo, montar umescritório em casa, onde eu pudesseescrever, e nos sustentar pelo temponecessário para que terminássemos olivro. Eu já tinha chegado até ali, porque não sonhar mais?”

Appelbaum ligou para sua casa e

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ofereceu um adiantamento substancial.Carol pediu o dobro. “Eu sabia queestava correndo um risco, mas tambémsabia do que precisávamos para noslivrar dos problemas. Houve ummomento de silêncio, até que Irwynaceitou minha oferta. Tirei um pesoenorme das costas.”

Antes de assinar o contrato, Steve eCarol encontraram os Ballantine emNova York mais uma vez para umalmoço de comemoração. No diaseguinte, Carol recebeu uma ligação deBetty, dizendo que Ian tinha morrido.“Ficamos desolados. Meu novo amigo e

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mentor morrera tão rápido quanto tinhaaparecido.”

Betty editou o livro, e Carol éeternamente grata a ela e ao marido porterem dado um pontapé na publicação.“Essas forças invisíveis, a boa sorte, assincronicidades, coordenaram-me e meimpulsionaram nessa jornada.”

Quando ouvimos essa história, malconseguimos acreditar. Parece ummelodrama cinematográfico: escritoranovata sem nenhum agente recebe umadiantamento substancial, negocia com opresidente de uma grande editora e oconvence a dobrar uma oferta de seis

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dígitos. Esse tipo de coisa não acontecena vida real. Mas aconteceu. Carolseguiu as pistas da sincronicidade,recusou-se a desistir do sonho, mantevesua crença inabalável de que tinha algoúnico a oferecer e continuou seguindoadiante, somente com a fé, a unidade deconsciência. E encontrou o trabalhomais importante da sua vida.

SINTONIA FINA DA INTUIÇÃOQuando Carol Bowman perguntou se ouniverso poderia ajudar a publicar seulivro, a resposta veio de uma maneiraextremamente óbvia com o telefonema

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do The Oprah Winfrey Show. O quepoderia ser mais direto que otelefonema de uma pessoa com umhistórico de ter lançado autores de tantosucesso?

Obviamente, nem todas as respostasaparecem de maneira tão direta. Àsvezes elas precisam ser interpretadas,como já enfatizamos em outroscapítulos. Em outras, é preciso esperaraté que o significado se torne maisclaro.

Escreva um dos seus desejos maisardentes. Entusiasme-se com ele,descreva-o; imagine como esse desejopode se manifestar na sua vida.

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Você acaba de responder à perguntaque anotou no final do capítulo 1!

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CONCLUSÃO

Quando começamos a vivenciarsincronicidades regularmente, nossavida passa para um campo mais rico emais profundo. É fácil atrair pessoas,oportunidades e situações benéficas.Sentimo-nos no caminho certo, seguindoo fluxo, presos firmemente ao momento,no lugar exato onde deveríamos estar.

Esther e Jerry Hicks chamam esseestado de “estar em alinhamento com afonte”. Eckhart Tolle chama de “o poder

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do agora”. Deepak Chopra fala em uma“consciência divina”. Não importa onome que você escolher. A conclusão éque sua consciência foi transformada.Agora, você é capaz de vivenciar a vidae as relações que imaginar.

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AGRADECIMENTOS

Nenhum livro é escrito no vácuo.Devemos nosso profundo agradecimentoa todos que visitaram nosso blog, quecontribuíram com histórias para estelivro e cujas intuições sobre o mistérioda sincronicidade expandiram nossoconhecimento.

Obrigado também a nosso agente, AlZuckerman, que prestou uma atençãovirginiana aos detalhes do livro, e àpisciana Paula Munier, que observou a

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obra como um todo.

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SOBRE OSAUTORES

O casal Trish e Rob MacGregor,escritores profissionais há 25 anos,exploraram inúmeras sincronicidades eusaram de maneira proveitosa oconhecimento que obtiveram por meiodelas. Um encontro sincrônico em umaviagem de avião na década de 1980, porexemplo, teve como resultado acoordenação de viagens de aventura à

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América do Sul pela Avianca Airlines.Uma sincronicidade depois da outra oslevou a escrever muitos livros de nãoficção sobre sonhos, desenvolvimentopsíquico, astrologia, ioga, tarô,adivinhação e simbolismo animal. Em2003, eles assumiram a redação dafamosa série de astrologia de SydneyOmarr.

Os dois também são romancistaspremiados. Rob escreveu sete romancesde Indiana Jones, que venderam milhõesde cópias. Ele ganhou o cobiçadoprêmio Edgar Allan Poe com Prophecyrock, e a sequência, Hawk moon, foi

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finalista do mesmo prêmio. Trish, queassina como T. J. MacGregor, ganhou oprêmio Edgar de melhor livro originalem 2003 com Out of sight. Ela jáescreveu 30 livros e romances,traduzidos para 14 línguas. O maisrecente, Esperanza – escrito como TrishJ. MacGregor –, foi publicado em 2010.

Eles têm uma filha, Megan,especializada em artes e aspirante aescritora. Vivem no sul da Flórida comtrês gatos e um golden retriever.

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SumárioAberturaCréditosDedicatóriaIntroduçãoPARTE UM: Os segredosSegredo 1: O saberSegredo 2: O coraçãoSegredo 3: A teoriaSegredo 4: A criatividadeSegredo 5: As sériesSegredo 6: O trapaceiroSegredo 7: O globalPARTE DOIS: A mágicaAdivinhando a sincronicidadeOráculos animais

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JornadasConclamando o divinoConclusãoAgradecimentosBibliografiaSobre os autores