os 120 anos de cora coralina, a maior expressão poética do ... · faz da obra e da mulher cora...

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Ano XX Nº 250 junho de 2010 0 ano de 2009 mar- cou os 120 anos de nas- cimento de Cora Coralina, figura singular de nossas letras que somente aos 76 anos lançou seu primeiro livro (Poemas dos becos de Goiás e estórias mais) e após os 90 recebeu con- sagração de público e crí- tica. Em entrevista conce- dida a Angelo Mendes Corrêa para o Linguagem Viva, sua filha e biógrafa, Vicência Brêtas Tahan, autora do belo e tocante Cora coragem Cora poe- sia, relembra um pouco da trajetória daquela a quem Carlos Drummond de Andrade chamou de “mulher ex- traordinária, diamante goiano cinti- lado na solidão”. AMC: Como explicar o interes- se cada vez mais crescente pela vida e obra de Cora Coralina? V: “Escrevo para gerações que hão de vir”. Esta frase ela disse ao lançar seu segundo livro. Hoje há mais aceitação para a poesia do co- tidiano, de assunto concreto. O abs- trato era que alimentava o cotidiano dos antigos poetas. AMC: A que atribui o vínculo prematuro de Cora com as letras, já que escreveu seus primeiros poe- mas aos 14 anos, não obstante ter passado apenas pela escola primá- ria, assim como, paradoxalmente, a sua estréia em livro apenas aos 76 anos? V: Ao aprender a ler e escre- ver, pôde ver que o mundo era mui- to mais que a pequena cidade onde nasceu e vivia. Sua inteligência e percepção natas alavancaram as suas descobertas e o único instru- mento que tinha era a escrita, mes- mo sabendo e sentindo na pele a falta de estímulo vigente. Meninas eram criadas para serem boas do- nas de casa, servirem ao “senhor seu marido”, terem filhos. Quem es- crevia era diminuída, desprezada perante os costumes da época. Ela soube esperar, sem nunca parar de escrever e guardar os seus escritos. Os 120 anos de Cora Coralina, a maior expressão poética do Brasil central AMC: Correto dizer que, a seu modo, Cora foi uma das precurso- ras do movimento feminista no país? V: Não creio que houvesse nela o espírito do movi- mento feminista. Isto veio muito de- pois. Ela apenas escrevia. Dizia: “a poesia nasceu co- migo, eu não a pro- curei”. AMC: Concor- da com o crítico Oswaldino Mar- ques, para quem em “Cora Coralina existir é uma manei- ra de resistir, coe- xistir, transmitir”? V: Concordo sim com o Oswaldino Marques. Ele conheceu muito bem minha mãe e seus poemas e também as dificul- dades que tinha para editá-los. E foi muito importante ao incentivá-la a juntá-los e a procurar um editor em São Paulo. Foi ele quem deu a mi- nha mãe uma máquina de escrever e ela então entrou numa escola de datilografia, onde havia somente jo- vens. Mas ela não se intimidou com esse fato e logo foi considerada uma colega por seus companheiros de turma. Seus jovens colegas ficavam admirados com o seu progresso, pois não sabiam que depois das aulas, em sua casa, praticava por um bom tempo as lições na máqui- na que ganhara. AMC: O memorialismo, sobre- tudo da infância e adolescência, permeia a parte mais significativa da produção poética de Cora Coralina e nele quase sempre a tônica é a hostilidade que recebeu desde que despertou para o mundo. No entan- to, apesar da incompreensão da fa- mília e da sociedade patriarcal de seu tempo, Cora consegue deixar sempre uma mensagem de otimis- mo. A que atribui isso? V: A memória trouxe ferramen- tas para seus textos, principalmen- te quando volta para Goiás, depois de 45 anos vividos no estado de São Paulo. Não há sabor amargo ou re- volta; sua compreensão e consciên- cia das mudanças havidas e as que ainda viriam com o tempo apenas reforçou seu otimismo. E como es- tava certa! AMC: Possível dizer que longe de qualquer saudosismo, Cora revê criticamente o seu tempo? V: “Procuro esperar, todos os dias, minha própria personalidade renovada, despedaçando dentro de mim tudo que é velho e morto”. Esta sua frase é a síntese de sua vida, de sua escrita. Apenas enxergava os erros do passado e eles lhe davam novos valores. Os valores antigos já tinham sido superados. Pode nos falar um pouco de Cora Coralina como mãe, como che- fe de família, uma vez que tendo enviuvado cedo, assumiu sozinha a criação dos filhos, tendo passado por profissões que a poderiam ter afastado da literatura, pois foi dona de pensão, vendedora de livros, te- cidos e flores e ainda notável doceira? Ser dona de loja, sitiante, vendedora de livros, dona de pen- são fornecendo refeições e acomo- dações deram-lhe mais conhecimentos e experi- ências e não a afastaram completamente da litera- tura. Continuou sempre a produzir belíssimos po- emas como, por exem- plo, o Poema do milho, resultado da primeira co- lheita de milho que teve em seu sítio ou E vem boiada, quando teve ter- ras para pouso de boia- das que vinham de Mato Grosso para frigoríficos na região Noroeste de São Paulo. E como mãe, foi como a maioria das mães: exigente, um tan- to mandona, corrigindo sempre e ori- entando. Fazia questão da leitura em casa e depois a discutia, dava e ou- via as opiniões e nunca aceitava a omissão. Nada de ficar algum filho em cima do muro. AMC: Menos conhecida que sua produção poética, pouco a pou- co vem sendo publicada sua prosa (Estórias da casa velha de ponte, O tesouro da casa velha da ponte e Villa Boa de Goyaz), na qual tam- bém o viés da memória está sem- pre presente. Acredita que o alicer- ce para a obra de Cora seja o uni- verso em que passou seus primei- ros anos de vida, apenas reencon- trado quando já cinqüentenária retorna à Goiás e às suas raízes? V: Sua volta à Goiás apenas reavivou lembranças do passado, daí escrever mais prosa e poemas com temas goianos. AMC: É verdade que Cora foi convidada a participar da Semana de Arte Moderna, em 1922? V: Interessante que muitos es- tudiosos de sua vida e obra dizem, até hoje, que ela foi convidada a par- ticipar da Semana de Arte Moderna de 1922, em São Paulo. Isso jamais aconteceu, pois naquele tempo ela morava em Jaboticabal e estava gerando e criando os filhos, afinal teve seis e criou mais quatro, além de uma filha de meu pai. Apesar de continuar a fazer versos, nunca nin- guém tomou conhecimento do que escrevia, a não ser meu pai. AMC: O que ainda há de inédi- tos de Cora Coralina para publica- ção? Algum projeto para publicar sua correspondência, já que sabidamente era apaixo- nada pela epistolografia? V: Há muitos inédi- tos que estão sob minha guarda e responsabilida- de. Para quem começou a escrever aos 14 anos e foi guardando tudo, imagina o tamanho da produção! Aos poucos serão publicados, com certeza. E a correspon- dência também. AMC: Que síntese faz da obra e da mulher Cora Coralina? V: Foi uma mulher à frente de seu tempo. Sua visão de transformações de mentes e progresso em todos os setores fi- zeram-na otimista, certa de que tem- pos melhores viriam. Acreditava nos jovens. E como! Destaco para ilus- trar seu otimismo um trecho do poe- ma Assim vejo a vida: “Nasci em tempos rudes/ Aceitei contradições, lutas e pedras como a lição de vida e delas me sirvo/ Aprendi a viver.” Angelo Mendes Corrêa Angelo Mendes Corrêa é professor universitário e Mestre em Literatura Brasileira pela Universidade de São Paulo (USP). Vicência Brêtas Tahan Divulgação

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Page 1: Os 120 anos de Cora Coralina, a maior expressão poética do ... · faz da obra e da mulher Cora Coralina? V: Foi uma mulher à frente de seu tempo. Sua visão de transformações

Ano XX Nº 250 junho de 2010

0 ano de 2009 mar-cou os 120 anos de nas-cimento de Cora Coralina,figura singular de nossasletras que somente aos 76anos lançou seu primeirolivro (Poemas dos becosde Goiás e estórias mais)e após os 90 recebeu con-sagração de público e crí-tica.

Em entrevista conce-dida a Angelo MendesCorrêa para o LinguagemViva, sua filha e biógrafa,Vicência Brêtas Tahan,autora do belo e tocanteCora coragem Cora poe-sia, relembra um pouco da trajetóriadaquela a quem Carlos Drummondde Andrade chamou de “mulher ex-traordinária, diamante goiano cinti-lado na solidão”.

AMC: Como explicar o interes-se cada vez mais crescente pelavida e obra de Cora Coralina?

V: “Escrevo para gerações quehão de vir”. Esta frase ela disse aolançar seu segundo livro. Hoje hámais aceitação para a poesia do co-tidiano, de assunto concreto. O abs-trato era que alimentava o cotidianodos antigos poetas.

AMC: A que atribui o vínculoprematuro de Cora com as letras, jáque escreveu seus primeiros poe-mas aos 14 anos, não obstante terpassado apenas pela escola primá-ria, assim como, paradoxalmente, asua estréia em livro apenas aos 76anos?

V: Ao aprender a ler e escre-ver, pôde ver que o mundo era mui-to mais que a pequena cidade ondenasceu e vivia. Sua inteligência epercepção natas alavancaram assuas descobertas e o único instru-mento que tinha era a escrita, mes-mo sabendo e sentindo na pele afalta de estímulo vigente. Meninaseram criadas para serem boas do-nas de casa, servirem ao “senhorseu marido”, terem filhos. Quem es-crevia era diminuída, desprezadaperante os costumes da época. Elasoube esperar, sem nunca parar deescrever e guardar os seus escritos.

Os 120 anos de Cora Coralina, a maior expressão poética do Brasil central

AMC: Correto dizer que, a seumodo, Cora foi uma das precurso-ras do movimento feminista no país?

V: Não creioque houvesse nelao espírito do movi-mento feminista.Isto veio muito de-pois. Ela apenasescrevia. Dizia: “apoesia nasceu co-migo, eu não a pro-curei”.

AMC: Concor-da com o críticoOswaldino Mar-ques, para quemem “Cora Coralinaexistir é uma manei-ra de resistir, coe-xistir, transmitir”?

V: Concordosim com o Oswaldino Marques. Eleconheceu muito bem minha mãe eseus poemas e também as dificul-dades que tinha para editá-los. E foimuito importante ao incentivá-la ajuntá-los e a procurar um editor emSão Paulo. Foi ele quem deu a mi-nha mãe uma máquina de escrevere ela então entrou numa escola dedatilografia, onde havia somente jo-vens. Mas ela não se intimidou comesse fato e logo foi considerada umacolega por seus companheiros deturma. Seus jovens colegas ficavamadmirados com o seu progresso,pois não sabiam que depois dasaulas, em sua casa, praticava porum bom tempo as lições na máqui-na que ganhara.

AMC: O memorialismo, sobre-tudo da infância e adolescência,permeia a parte mais significativa daprodução poética de Cora Coralinae nele quase sempre a tônica é ahostilidade que recebeu desde quedespertou para o mundo. No entan-to, apesar da incompreensão da fa-mília e da sociedade patriarcal deseu tempo, Cora consegue deixarsempre uma mensagem de otimis-mo. A que atribui isso?

V: A memória trouxe ferramen-tas para seus textos, principalmen-te quando volta para Goiás, depoisde 45 anos vividos no estado de SãoPaulo. Não há sabor amargo ou re-volta; sua compreensão e consciên-cia das mudanças havidas e as queainda viriam com o tempo apenas

reforçou seu otimismo. E como es-tava certa!

AMC: Possível dizer que longede qualquer saudosismo, Cora revêcriticamente o seu tempo?

V: “Procuro esperar, todos osdias, minha própria personalidaderenovada, despedaçando dentro demim tudo que é velho e morto”. Estasua frase é a síntese de sua vida,de sua escrita. Apenas enxergava oserros do passado e eles lhe davamnovos valores. Os valores antigos játinham sido superados.

Pode nos falar um pouco deCora Coralina como mãe, como che-fe de família, uma vez que tendoenviuvado cedo, assumiu sozinha acriação dos filhos, tendo passadopor profissões que a poderiam terafastado da literatura, pois foi donade pensão, vendedora de livros, te-cidos e flores e ainda notáveldoceira?

Ser dona de loja, sitiante,vendedora de livros, dona de pen-são fornecendo refeições e acomo-dações deram-lhe maisconhecimentos e experi-ências e não a afastaramcompletamente da litera-tura. Continuou semprea produzir belíssimos po-emas como, por exem-plo, o Poema do milho,resultado da primeira co-lheita de milho que teveem seu sítio ou E vemboiada, quando teve ter-ras para pouso de boia-das que vinham de MatoGrosso para frigoríficosna região Noroeste deSão Paulo. E como mãe,foi como a maioria dasmães: exigente, um tan-to mandona, corrigindo sempre e ori-entando. Fazia questão da leitura emcasa e depois a discutia, dava e ou-via as opiniões e nunca aceitava aomissão. Nada de ficar algum filhoem cima do muro.

AMC: Menos conhecida quesua produção poética, pouco a pou-co vem sendo publicada sua prosa(Estórias da casa velha de ponte, Otesouro da casa velha da ponte eVilla Boa de Goyaz), na qual tam-bém o viés da memória está sem-pre presente. Acredita que o alicer-ce para a obra de Cora seja o uni-

verso em que passou seus primei-ros anos de vida, apenas reencon-trado quando já cinqüentenáriaretorna à Goiás e às suas raízes?

V: Sua volta à Goiás apenasreavivou lembranças do passado,daí escrever mais prosa e poemascom temas goianos.

AMC: É verdade que Cora foiconvidada a participar da Semanade Arte Moderna, em 1922?

V: Interessante que muitos es-tudiosos de sua vida e obra dizem,até hoje, que ela foi convidada a par-ticipar da Semana de Arte Modernade 1922, em São Paulo. Isso jamaisaconteceu, pois naquele tempo elamorava em Jaboticabal e estavagerando e criando os filhos, afinalteve seis e criou mais quatro, alémde uma filha de meu pai. Apesar decontinuar a fazer versos, nunca nin-guém tomou conhecimento do queescrevia, a não ser meu pai.

AMC: O que ainda há de inédi-tos de Cora Coralina para publica-ção? Algum projeto para publicar sua

correspondência, já quesabidamente era apaixo-nada pela epistolografia?

V: Há muitos inédi-tos que estão sob minhaguarda e responsabilida-de. Para quem começoua escrever aos 14 anose foi guardando tudo,imagina o tamanho daprodução! Aos poucosserão publicados, comcerteza. E a correspon-dência também.

AMC: Que síntesefaz da obra e da mulherCora Coralina?

V: Foi uma mulher àfrente de seu tempo. Sua

visão de transformações de mentese progresso em todos os setores fi-zeram-na otimista, certa de que tem-pos melhores viriam. Acreditava nosjovens. E como! Destaco para ilus-trar seu otimismo um trecho do poe-ma Assim vejo a vida: “Nasci emtempos rudes/ Aceitei contradições,lutas e pedras como a lição de vidae delas me sirvo/ Aprendi a viver.”

Angelo Mendes Corrêa

Angelo Mendes Corrêa é professoruniversitário e Mestre emLiteratura Brasileira pela

Universidade de São Paulo (USP).

Vicência Brêtas Tahan

Divulgação

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Página 2 - junho de 2010

Rodolfo Konder

Rodolfo Konder é jornalista,Diretor da ABI em São Paulo

e membro do ConselhoMunicipal de Educação.

O que é patriotismo? No queme diz respeito, concordo plena-mente com Jorge Luis Borges – “elpatriotismo es la menos perspicazde las pasiones.” “Pátria”, diz aGrande Enciclopédia Portuguesa eBrasileira, “é o pais ou Estado emque cada indivíduo nasceu e aoqual pertence como cidadão”. (Apalavra pertence, aí, já me incomo-da). Há outras definições: “Terranatal”; “província, cidade, vila emque alguém nasceu”, “nome de jor-nal”; “lugar de origem”; “região ouclima apropriado para certos ani-mais”. Um termo, portanto, poucopreciso.

Mas a imprecisão do termo nãonos impede de ver a íntima relaçãoque existe entre o patriotismo e oEstado. Mais forte o Estado, maisradical o patriotismo, como já com-provaram o Império Romano, a Ale-manha nazista, a Itália fascista, aArgentina da “guerra suja”, o Chilede Pinochet, o Brasil do “ame-o oudeixe-o”. Ao longo do século pas-sado, o patriotismo provocou duasguerras mundiais, estimulou o ter-rorismo, alimentou centenas deconflitos armados na Chechênia, nafronteira entre Índia e Paquistão, naHungria, na Tchecoslováquia, emRuanda, no Zaire, na Espanha, naBósnia, no Afeganistão, para citarapenas alguns exemplos.

Em nome do patriotismo, ossérvios exibiram a sua bestialida-de, na região da Bósnia-Herzegovina, massacrando croatase bósnios. A Guerra do Golfo,

Um refúgio perigosoprovocada pelo patriotismo da di-tadura iraqueana de SaddanHussein, deixou mais de 150 milmortos. Conflitos na Argélia, naArmênia, no Azerbaijão, no Burundi,no Egito, no Líbano, na Geórgia ena Córsega foram alimentados compatriótica demagogia.

Os chineses oprimem ostibetanos por motivos decla-radamente patrióticos. O patriotis-mo, as ditaduras e a repressão an-dam sempre de mãos dadas e odei-am a democracia.

Além de disseminar o ódio en-tre os povos e provocar lutas arma-das nos cinco continentes, o patri-otismo se choca com todas as ten-dências positivas da globalização,como a superação de velhas fron-teiras políticas, ideológicas – e atégeográficas. Não foi por acaso queEinstein o definiu como “uma do-ença infantil – o sarampo da Hu-manidade”. O que fazer? Precisa-mos redefinir o conceito de pátria.

Se caminho pelo Central Park,no outono de Nova York, sinto queali é a minha pátria. Se tomo umchocolate quente no café Tortoni,entendo que minha pátria fica emBuenos Aires. A pátria é o lugaronde nos sentimos bem e somosrespeitados. É a fraterna compa-nhia dos outros. E o porto onde jo-gamos nossa âncora. Todo homemque se preza sabe que a verdadei-ra pátria é o colo da mulher ama-da.

Verde e Amarelo?

Copa do Mundo. O Brasil parou. O trabalhador dispensado do traba-lho. Quem não parou de trabalhar, acompanhou nos telões, nas televisõesportáteis. Pessoas correndo, desesperadas, atropelando outras para subirnum ônibus, num vagão de trem ou do metrô.

A luta por um lugar, preso na gaiola dos loucos, para chegar em casae não perder nem um minuto do jogo. Todo mundo de verde e amarelo. Ofutebol tem as cores vivas do País.

Quando um autor conseguirá, também, parar o Brasil? Pessoas cor-rendo para pegar um lugar nas filas de um lançamento, para assistiremuma palestra, um seminário?

Mas não é só em Copa do Mundo. Nos capeonatos brasileiros, as filaspara comprar um ingresso dobram o quarteirão do estádio. As livrarias,com filas isoladas, não conseguem competir. A desculpa é o preço doslivros. De certo, o alto custos dos ingressos para ver o time do coração nãopesa no bolso. Um livro é para uma vida inteira e, em se tratando de valo-res monetários, é bem inferior ao do ingresso.

Difícil mudar o mundo quando a mídia narcotiza a opinião pública,impõe padrões e hábitos consumistas; quando os veículos de comunica-ção ignoram os lançamentos de livros, os autores nacionais e os valoresda nossa Cultura. Difícil mudar o Brasil quando nossos governantes fe-cham os olhos para as nossas Letras; quando a iniciativa privada dá ape-nas os farelos da verba para a Litetura.

Desistir de mudar? Jamais. Vamos ter fé, porque a Literatura Brasilei-ra também é verde e amarela.

Rosani Abou Adal

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Página 3 - junho de 2010

Joaquim Maria Botelho traz aopúblico uma obra pragmática, na-turalmente, mais dirigida aos pro-fissionais de administração empre-sarial e auxiliares; mas também apli-cada àqueles que se dedicam à boaredação em todos os gêneros doescrever.

Com efeito, o autor recomen-da que na comunicação escrita evi-tem-se barbarismos, ambiguidadese tantos outros defeitos em queneles o incauto possa incorrer aoredigir na linguagem pátria.

É obra que aconselha e escla-rece os integrantes da área empre-sarial como escrever, bem comoaos fora da área por iluminar o co-legial, o escritor, o professor e, atémesmo, o filólogo nos seus escri-tos. É livro indispensável por sertécnico, didático, enfim, cultural.

Joaquim Maria, polimático, ex-põe a boa linguagem, previne osque dependem de se comunicar,seja pelo pedido de emprego, sejapela redação de relatório, seja dee-mail, etc. etc. Previne a favore-cer a ciriologia ao redigir, pois im-põe o vocabulário correto; aconte-ce, ao redigir, o emprego de mauvocabulário, às vezes, até pela ra-zão de a palavra soar mal, comoexemplo o verbo pronominalescafeder; se o diálogo for clássi-co, erudito, não o utiliza e, se for odiálogo de menor erudição, estarábem colocado se dissermos: o ban-dido escafedeu-se na mata.

Joaquim aconselha e esclare-ce a importância, como experientejornalista que é, de empregar ovocabulário apropriado e simplesna redação comercial; nãopernosticizar, aliás, deve evitar estafigura não só na escrita empresari-

al, mas em qualquer gênero de li-teratura.

O vocabulário correto eviden-cia o legítimo sentido do que quercomunicar. Recordo-me de um óti-mo revisor de texto que, certa vez,aconselhou-me: “troque o verboajoelhar por genuflectir no diálogoformal dos dois personagens inte-lectuais; se fosse entre diálogo in-formal, sim, ajoelhar estaria bemempregado.”

Concluindo, por ser obraeclética, recomenda-se a leituraàqueles também fora da área em-presarial.

Espera-se, enfim, breve se-gunda edição da obra ante o altovalor para os que atuam na áreaempresarial.

UM LIVRO ECLÉTICOPaulo Veiga Caio Porfírio Carneiro

Surpreende-nos o fato de quea estréia de Gláucia Lemos na po-esia para adultos, com o livro Trilhade Ausências (Salvador, Bahia,2010) só tenha acontecido agora,após trinta anos de atividade literá-ria, com sucessos continuados eprêmios merecidos nos gêneros ro-mance, conto e literaturainfanto-juvenil. A surpresase transforma em perple-xidade porque, com este li-vro, nada deve a tantos ou-tros poetas de real valor.Como pôde se resguardartanto, durante tanto tempo,para mostrar que, no gê-nero, é também de primei-ro plano?

As manifestaçõessão sutis, libertas de me-tamorfoses redundantesque se perdem em si mes-mas. Os volteios são ou-tros, personalíssimos, deuma leveza a um tempoobjetiva e altamente sensível. Umapoesia de buscas, de interrogaçõesmudas, de verdades ilocalizáveis nomundo que a cerca, com sinais desolidão cósmica e vislumbre român-tico, sem cair de pronto nestasduas vertentes. Fica a meio cami-nho delas, porque exsurge sempreuma interrogação maior de procu-ra, que vem a ser as ausênciasirreveladas e pulsantemente pre-sentes.

De pronto, parece uma po-esia despretensiosa arma dos gran-des poetas. A despretenciosidadeque guarda nas entrelinhas as tri-lhas sempre em meias sombras.Um exemplo, ao acaso: “Todos ostrens partiram / Eu sei que passa-vam trens, / mas já era noite/.”

Uma amostra elíptica. Nes-tes três versos há um universo deinterrogações profundas, eis que apoetisa sabe se valer das palavrasmudas, que alicerçam os grandespoemas. É o caso do início do poe-ma O tanto que não foste que ini-cia o livro: “Agora que te trago comorastro amargo / nessa viagem semverões e sem pássaros, / sinto quecomo chuva eras. / Eu te viajavacomo espaço, / como terra, / comogarças em bando / como plenilúnioe maré cheia/ e lago a transbordar./ Como se foras.“

TRILHAS SURPREENDENTESO mesmo ritmo e a mesma

sensibilidade poética porejam eemanam dos sonetos. A mesma le-veza descritiva, liberta doformalismo parnasiano, guardandodele, belamente, a sonoridade líri-ca.

No fundo e em essência, umapoesia humaníssima, de umapuridade de sentimentos vívidos. E— curioso — uma sombra de paz,

quase como con-tra-espelho, debenquerença aténos poemas devisualização maisimpressionistas,como em Pizza derúcula, para só citareste. E se vê, ain-da, uma curiosadessimetria ao cor-rer dos versos que,inversamente, uneo todo poético des-tas criações e tra-zem a relevo as re-feridas metáforasoportunas e nota-

velmente meio fugidias, que en-grandecem a dimensão poética.

Como pôde esta escritora, jáconsagrada, aparecer só agoracomo poetisa maior? Claro que, talcomo diz Gláucia Lemos, “Poesiaé pássaro de vôo raro.” Aconteceque ela é bastante substanciosadesses vôos.

Este livro, com algumas ilustra-ções belíssimas de traços ligeiros,é a prova.

Fácil conferir.

Caio Porfírio Carneiro é escritor,crítico literário e secretário

administrativo da UniãoBrasileira de Escritores.

Prof. Sonia

RevisãoAulas Particulares

Digitação

Tel.: (11) [email protected]

Paulo Veiga é escritor, advogado emembro correspondente da Acade-

mia Fortalezense de Letras.

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Página 4 - junho de 2010

Profa. Sonia Adal da CostaPoemas: GOTAS DE SOL - SONHO AZUL - MOMEN-TOS - CATAVENTO - SINFONIA DO INFINITO – COLE-

TÂNEA PRIMAVERA - AMARELINHA.

Débora Novaes de Castro Poemas: II Antologia-2008CANTO DO POETA - novo Trovas: II Antologia-2008

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As biografias dispõem de duasportas para entrar: a da Historiografia,na medida em que, apoiadas em des-cobertas documentais, ajudam a des-vendar o perfil dos biografados; e ada Literatura, desde que, na articula-ção dos eventos e na elaboração dosmitos em que se transformaram osbiografados, dá-se nascimento a umrelato pleno de qualidades narrativas.

A era das biografias coroa osmelhores autores, pois o público temcorrespondido à oferta de bons tex-tos. Grandes nomes da História e dasLetras ressurgem agora como perso-nagens, palmilhando humanamente oseu cotidiano.

Os exemplos são variados.Sigsmund Freud, depois de ocuparespaços de interpretação e análisedurante todo o século XX, ressurgeagora sob a forma de protagonista deum romance.

Aliás, três romances-biografiasme encantaram ultimamente. O pri-meiro, de autoria de Lúcio RobertoMarzagão, diz grande parte do proje-to no título: Freud - sua longa viagemmorte adentro (Belo Horizonte:Ophicina de arte&prosa, 2007). Frutode muito estudo e alta imaginação. Acapa retrata a casa em que Freud vi-veu em Londres, nos últimos dias davida. A parte iconográfica é magnífi-ca. O fluxo narrativo é de primeira or-dem.

Outra obra igualmente significa-tiva é Kafka e a marca do corvo (S.Paulo: Geração Editorial, 2009). Temcomo subtítulo: Romance biográficosobre a vida e o tempo de FranzKafka. Nelson de Oliveira, que apre-senta o romance nas orelhas, come-ça com a afirmação-questionamento:“Em tcheco, Kafka é corvo. Que avecondensaria melhor todas as sombrase assombrações de uma obra votadaao pesadelo, ao fracasso e à puni-ção?”

Grande destaque é dado à for-mação do escritor, seu mundo ambí-guo e cinzento, sua predestinação trá-

gica. O grande amigo Max Brod sur-ge como uma âncora e uma festa. Vi-ajam juntos a Paris, pretendem ver,pela primeira vez, um aeroplano.Franz Kafka chega ao destino cober-to de furúnculos. Um médico consul-tado, recomenda imediato regresso doescritor a Praga. Jeanette Rozsasconstrói o diálogo dos amigos e a vozde Kafka, dizendo-se azarão, inteira-mente sem sorte. É quando argumen-ta: “Já está no meu nome. Levo a mar-ca do corvo, só que não passo de umapequena gralha de asas aparadas.”(ob. cit., p. 72). No trecho, como sevê, alude-se à faceta que dá título aoengenhoso romance.

Depois vim a ler O pastor dassombras (Belo Horizonte: Pulsar,2009) de Luís Giffoni. O autor, que noshavia dado a preciosa obra O reinodos puxões de orelha e outras viagens(Belo Horizonte: Pulsar, 2006), densorelato de caminhadas pelos quatrorecantos do planeta, analisando a cul-tura e a geografia de cada trechopalmilhado em seqüências de aven-tura, resolveu romancear a vida dedom Frei Manoel da Cruz, primeiroarcebispo de Mariana, então Capitalde Minas Gerais.

Luís Giffoni havia estudado a his-tória do clérigo, desde a vinda doMaranhão sob as mais variadas faça-nhas. E referiu-se às festividades dachegada daquela autoridade eclesiás-tica, criadora do bispado de Mariana,relatadas em textos célebres do nos-so período barroco: Áureo Trono Epis-copal, impresso em 1749.

Agora, Luís Giffoni cria o relatobiográfico de dom Frei Manoel daCruz. O texto narrativo é empolgante.Apóia-se em frases lapidares, emmetáforas zoomórficas, expressõesbarrocas, ora para fins encomiásticos,ora para objetivos de censura, conde-nação e desprezo. Retrata, o texto,situações conflitantes dentro da pró-pria Igreja, tudo em saboroso estilo.O mesmo estilo com que o autor cui-da de criticar a pintura e a literaturanos criteriosos capítulos de O fascí-nio do nada (Belo Horizonte: Pulsar,

2010). Vê-se, na variada produção deLuís Giffoni, o desdobramento do es-pírito renascentista que o assiste emvários aspectos da criatividade e daavaliação crítica.

Viagem e reflexão, duas atraen-tes atividades que impulsionam o cor-po e a mente. Dizem que as viagensse assemelham a certas estalagensespanholas em que o viajante se ali-menta do que leva. É o caso deAffonso Romano de Sant’Anna, nascrônicas Perdidos na Toscana (PortoAlegre: L&PM, 2009). O escritor viajae registra minuciosamente o encon-tro com pessoas, objetos, paisagens.Centram-se os relatos no “eu” de olhosacesos, atento ao fluir das horas e aospormenores dos lugares e dos convi-vas. A alma do poeta ronda as cami-nhadas e a ciência adquirida aflora acada esquina. Mais do que tudo, ex-prime-se o mistério da vida, em cotasde deslumbramentos e de visão satí-rica. Paira sobre tudo certa sombra dotempo, a contestar os arroubos doego. A visão do mundo não se des-garra da condição humana, perecívelmas desafiadora.

Os gêneros se confundem, as fic-ções habitam o painel da História edas biografias. E agora inundam depoesia e saber o território da Autobio-grafia. Vivemos a era das encruzilha-das e os escritores sabem disso, pro-fetas que são dos mundos ainda nãorevelados.

A RONDA DOS GÊNEROS LITERÁRIOS

Fábio Lucas

Fábio Lucas é escritor, críticoliterário e membro da Academia

Paulista de Letras.

Luís Giffoni

Estrela Polar,BrilhasComo farolNa noite da minha fé.

Estrela Polar,É nesse alto patamar,Perto do trono de DeusQue quero morar.

Estrela Polar,Umbigo de prata,Estaca fixa no infinito,Carrega meu espíritoPara o seu verdadeiro lar.

Estrela Polar,Reconcilia-me contigo,Dá-me teu caráter celeste,Para que eu levante o rostoE seja banhadaPelo teu luminar.

ESTRELA POLAR

Raquel Naveira

Raquel Naveira é escritora, poeta,Mestre em Comunicação e Letraspela Universidade Presbiteriana

Mackenzie de São Paulo.

Estou deitada em meu corpoA vida rumorejarecua como um marE o sangue circula sem saída

MOMENTO I

Eunice Arruda

Eunice Arruda é escritora, poeta,contista e pós-graduada emComunicação e Semiótica

pela PUC-SP.poetaeunicearruda.blogspot.com/

Divulgação

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Sonia Adal da Costa

Sonia Adal da Costa, professora de cursos preparatórios para concursos públi-cos e vestibular, formada pela Universidade de São Paulo, é pós-graduada emTeatro Infanto-Juvenil pela Universidade de São Paulo. [email protected]

Página 5 - junho de 2010

Vestibular & Concursos

São dez anos de luta, dificul-dades, aprendizado e muito idea-lismo. Inicialmente foi o empenhode realizar a Feira na Semana deAniversário de Ribeirão. O eventocultural mais expressivo teria mai-or realce na Semana de festejos doAniversário. Após foi a celeuma seera profícuo programar grandeshows musicais em praça pública,para atrair maior público e estimu-lar a venda de livros.

Como todo grande Projeto,este teve altos e baixos, mas des-de a primeira Feira sentiu-se queera algo grande, expressivo, quedignificava Ri-beirão Preto.

A 10ª Fei-ra, logo de iní-cio, mostrou-seespecial. Isabelde Farias, estapequena gran-de mulher, me-rece todos oslauréis do su-cesso, ela e suaEquipe dinâmica.Na Abertura Oficial do grande even-to, dia 10 de junho, já se detectavaa razão maior do sucesso desta dé-cima edição da Feira: a união deforças da Prefeitura, alguns depu-tados, os Patrocinadores. Lá nopalco do Theatro Pedro II, todosreceberam o troféu com a figura deD. Quixote (autoria do artista ÉlcioSposito), algo muito expressivo peloespírito idealista que o Quixote re-presenta.

Diferenças básicas marcarama Décima Feira: a ajuda do poderpúblico, mais verbas dos patrocina-dores que propiciaram, por exem-plo, o interessante projeto do che-que livrinho, agora mais generoso(cheque nominal, de dezoito reais,para os alunos comprarem livros),maior profissionalização com Em-presa especializada na organiza-ção do evento, Programação maisrica: 90 autores convidados, 66 ex-positores, shows de artistas famo-sos, Seminários notáveis, Oficinas,Cinema, Teatro, maior interaçãocom o público.

O país homenageado:Espanha, o Estado do Acre, os au-

tores, Ziraldo, Gylberto Freire eNádia Gotlib (autora local). Apatronesse, em 2010, foi MaryleneBaraccchini, grande mulher quededicou toda sua vida à cultura, àcomercialização de livros, incenti-vando a leitura.

Foram mantidos grandes Pro-jetos, comprovadamente sucessoem Feiras anteriores; Café Filosó-fico, Salão do Ideias, Teatro, Cine-ma, Shows, Concursos Literários.Estes últimos mostram o crescimen-to do interesse e qualidade dosparticipantes. Constatou-se umgrande aumento de trabalhos e amelhoria do teor literário dos tex-tos.

Surgiram Projetos novos, queapós sua realização,poder-se-á comprovarsua eficácia ou aperfei-çoar possíveis falhas:Chá Literário, CorredorCultural, SarauPalaciano, Café comLetras, Palavra Canta-da, Histórias para con-tar e a novidade maior,o Projeto Nossa Aldeia,estimulando os autores

locais: atores e atrizes da TV Glo-bo e do teatro vieram à Feira doLivro de Ribeirão para fazer a leitu-ra dramática de textos de uma de-zena de autores de Ribeirão e re-gião.

No dia 20 de junho, ainda comprogramação variada, encerrou-sea Feira de maneira apoteótica, coma apresentação da Orquestra Sin-fônica de Ribeirão Preto, muitamúsica e desfile das Escolas deSamba Embaixadores do Samba eRosas de Ouro.

Findo o grande evento, críticasconstrutivas e destrutivas surgiram,rico material para o aprendizado dapróxima Feira de 2011. Algo é cer-to: ninguém poderá duvidar da ver-dade insofismável: a Feira do Livrode Ribeirão Preto tornou-se o RGda Cidade, o mais digno CartãoPostal da Capital da Cultura, queagora tem um argumento real parasustentar este aposto, dignificar oepíteto.

A 10ª Feira do Livro de Ribeirão Preto

Ely Vieitez Lisboa

Ely Vieitez Lisboa, escritora, per-tence à ARL e à UBE, é autora do

romance epistolar Cartas aCassandra . [email protected]

“A literatura não é um passa-tempo nem uma evasão”, como dis-se Ernesto Sabato, mas “uma for-ma — talvez a mais complexa e pro-funda — de examinar a condiçãohumana”. Nos 14 contosde Alguém para amar nofim de semana ([e] edi-torial), Luiz RobertoGuedes realiza esseexame através da lentedo erotismo.

A pulsão erótica per-passa o corpo de históri-as, a exemplo de Encon-tros no escuro, em queum escritor cego éobsecado por seus fan-tasmas sensuais, ou dePessoas inexistentes, naqual um mendigo redige um ‘diáriosexual’ alucinado, narrativa que oescritor Sérgio Sant’Anna qualifi-cou, numa entrevista, de “um con-to de primeira grandeza”. Ou aindano affaire portenho de Tango coma Vênus perneta, cujo tema, quepoderia tropeçar no grotesco, é tra-tado com delicadeza.

A celebração de Eros é defini-tivamente mais apaixonada na sé-rie de contos protagonizados porum jovem Josué Peregrino (talvezum alter ego), em peripécias e ex-

Folias de Eros em tempos de repressão

Ronaldo Cagiano periências que transcorrem nosanos 70 e 80 — com trilha sonorade música popular e o recurso àdroga para fins recreacionais. A pro-sa precisa, afim à mirada de umNelson Rodrigues ou de um JoãoAntonio, é repassada por um toquecomedido de humor.

Segundo o escritorLuiz Ruffato, que assinaa apresentação, o livroembute em sua estrutu-ra “uma quase novelafragmentária, de saborpop, sobre os impassesda juventude nos anosnegros da ditadura mili-tar”. Em tempo amputa-do de utopias, o livro éum repositório mítico defantasmas, fixações, de-mônios íntimos, can-ções, paixões e revoltas.

Com seu título altamente irônico,Alguém para amar no fim de sema-na é o espólio afetivo de uma gera-ção. Poeta e escritor, Luiz RobertoGuedes publicou, entre outros, Ca-lendário lunático (Ciência do Aci-dente), O mamaluco voador (Tra-vessa dos Editores) e Meu mestrede história sobrenatural (Nankin).

Ronaldo Cagiano é escritore crítico litérário, reside

em São Paulo.

1- Coloque (V) ou (F):( ) TV a cores.( ) Vou tocar ao piano.( ) Você quer filmar em preto

e branco?( ) Vivo às custas de emprés-

timos.( ) Comprei um bujão de gás.

Resposta: F, F, V, F, F.

O certo é TV em cores, poisa cor apresenta-se em um filme,um tecido etc.

Vou tocar no piano seria ocerto.

À custa de enão às custas de.

No plural indi-ca despesas feitascom um processo criminal oucível.

Ex: Custas acrescidas.

Bujão significa rolha de ma-deira ou metálico, portanto ébotijão de gás.

2- Copo d´água ou copo comágua?

Resposta: Copo com água,assim como garrafa de cerveja exícara de café.

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Página 6 - junho de 2010

Concursos e Editais de Incentivo

O Prêmio Mais Cultura de Lite-ratura de Cordel 2010 – EdiçãoPatativa de Assaré –, que agraciarápoetas, editores, produtores e pesqui-sadores que atuam com a produção deculturas populares, está com inscriçõesabertas até o dia 7 de julho. Edital: sitewww.cultura.gov.br . Estão orçados R$3 milhões, que serão distribuídos entreas categorias contempladas.

A Associação Profissional dePoetas no Estado do Rio de Janeiroestá com inscrições abertas até 13 deagosto para o III Festival de PoesiaFalada do Rio de Janeiro – PrêmioFrancisco Igreja. O tema é livre e se-rão aceitos todos os estilos poéticos. O1º colocado receberá R$ 400,00; o se-gundo, R$ 300,00;o terceiro, R$ 200,00;e, o melhor intérprete, R$ 100,00. In-formações com Marcia Agrau (21)2265-3934 e Sérgio Gerônimo (21)3328-4863. www.apperj.com.br

O Ministério da Cultura prorro-gou o prazo de inscrições do Mais Cul-tura de Apoio às Bibliotecas Públicas2010 para o dia 15 de julho. O progra-ma beneficiará 300 bibliotecas públicas.O investimento será de R$ 30,6 mi-lhões. http://mais.cultura.gov.br/

Concurso Sílvio Romero deMonografias sobre Folclore e Cultu-ra Popular está com inscrições aber-tas até o dia 30 de julho. Prêmios: R$13 mil e R$ 10 mil aos dois primeiroscolocados. Informações: (21) 2285-0441 e 2285-0891 - ramais 204, 214 e215. [email protected] - site:www.cnfcp.gov.br.

O 24° Salão Nacional de PoesiaPsiu Poético , promovido pelo Grupode Literatura e Teatro Transa Poética,com apoio da da Prefeitura de MontesClaros - MG, através da SecretariaMunicipal de Cultura, que terá comoCINEPOESIA, está com inscriçõesabertas de 1 de julho a 31 de agosto de2010. Os interessados poderão inscre-ver de um a três poemas, digitados outrabalhados de forma artesanal,enfatizando o conteúdo do poema.Também poderão se inscrever para amostra de poesia visual, arte-postal edeclamação. Informações e inscrições:www.psiupoetico.com.br - E-mails:[email protected] [email protected] - Tels.: (38)3229-3457 e 3229-3458.

O XII Concurso Literário Manu-el Maria Barbosa du Bocage de 2010,promovido pela Liga dos Amigos deSetúbal e Azeitão, está com inscriçõesabertas até o dia 9 de julho. Prêmios:2.500 euros para Poesia, 1.500 eurospara Revelação e 1.000 euros paraConto. Edital: http://www.lasa.pt/concursos.htm

Amin Maalouf , escritor libanês,foi agraciado com o Prêmio Príncipede Astúrias das Letras 2010.

Rodrigo Lacerda , Angela Lago,Milton Lins e Ronaldo Costa Fernandes,vencedores do Prêmio ABL nas cate-gorias ficção, infanto-juvenil, traduçãoe poesia, receberão a importância deR$ 50 mil cada um.

Benedito Nunes , agraciado como Prêmio Machado de Assis de 2010da Academia Brasileira de Letras peloconjunto de sua obra, receberá a im-portância de R$ 100 mil, diploma e umtroféu criado pelo escultor MárioAgostinelli – um pequeno busto deMachado de Assis.

Ferreira Gullar foi agraciado como Prêmio Luís de Camões, promovidopelo Ministério da Cultura do Brasil ede Portugal. Gullar recebera a impor-tância de 100 mil Euros.

A Academie d’Arts, Sciences etLettres, presidida por JacquelineVermere, através do seu Conselho deAdministração e da Comissão Superi-or de Recompensas, agraciaram commedalha de mérito escritores e artistasque participam da cultura em todo omundo. A cerimônia aconteceu no dia5 de junho de 2010, no Salão Opéra,do Hôtel Inter Continental de Paris - LeGrande Hotel. Chris e Jean-PaulMestas prestigiaram o evento. Do Bra-sil foram laureados os escritores AliceSpíndola, Edir Meirelles, GillemRodrigues da Silva, Lourdes Sarmento,Andréia Donadon Leal, Vanda Brauere Antonio Miranda.

Silviano Santiago foi agraciado,pelo conjunto da obra, com o 3º Prê-mio Governo Minas Gerais de Literatu-ra. Ele recebeu a importância de R$ 120mil. Rafael Guimarães Abras Oliveira,com a obra O último escritor, venceu acategoria Jovem Escritor Mineiro. Omelhor livro de ficção foi O tempo emestado sólido, de Tércia Montenegro;e, na categoria Poesia, Bruno Brum foilaureado com Anaeróbica.

A Fundação Conrado Wesselrealizou sessão solene no dia 14 de ju-nho, na Sala São Paulo, para a entre-ga da oitava edição do Prêmio FCWde Arte, Ciência e Cultura. AntônioNóbrega foi agraciado com R$ 200 milna área de Cultura.

De quem,a silhueta,que se vêao pé do monte?

Ela é a pedra-vivaque construída, a capela,acende o lumeem seus altares.

Ela é a brasa-vivana forja do ferreiro,vaso nas mãos do oleiro,a vara de Salomão...a metade da maçãno Jardim do Éden.

Ela é a inocêncianos olhos de menina,beleza e graça com ganhosde donzela, o potede ouro na esteirado arco-íris.

Éla é a fontede um ribeirinho...a correnteza, a cachoeira,heroína das tormentas,anjo com asasde terra.

Ela é a luzno candeeiro...o branco da messe,um braço prateado de lua,pérola-viva nos maresde Deus.

Antropológico,o nome ressonante,bordado pelas estrelas,que ecoa, retumbante,seu grito de guerra -Mu l h e r !

Pedra-vivaDébora Novaes de Castro

Débora Novaes de Castro perteceà Academia Paulista Evangélica deLetras, Academia Cristã de Letras,

União Brasileira de Escritores eoutras entidades culturais.

Comunicamosque a Caixa Postal

10.036 foi cancelada.

José Saramago, escritor portugu-ês, faleceu aos 87 anos, no dia 18 dejunho, em Lanzarote, Ilhas Canárias(Espanha), cidade em que viveu e seexilou após ser censurado pelo gover-no português com a obra Evangelho Se-gundo Jesus Cristo. Saramago foi oúnico autor de língua portuguesa a serlaureado com o Prêmio Nobel de Lite-ratura, em 1998.

Murilo Badaró, presidente daAcademia Mineira de Letras, faleceu nodia 14 de junho, em Belo Horizonte, ví-tima de um enfarto. Nasceu em MinasNovas, MG, em 13 de setembro de1931. Excerceu os cargos de ministrode Indústria e Comércio no governoJoão Batista Figueiredo, deputado es-tadual e federal, e prefeito de MinasNovas. Autor de Gustavo Capanema -a revolução na cultura, que foi agracia-do com o Prêmio da Fundação JoaquimNabuco. Colaborou no jornal Estado deMinas e foi agraciado com várias me-dalhas de Ordem de Mérito, entre elas,a Grande Medalha da Inconfidência.

Ascendino Leite faleceu no dia13 de junho, aos 94 anos, em JoãoPessoa, (PB), vítima de insuficiênciarespiratória. Nasceu no dia 21 de ju-nho de 1915. Publicou mais de 50 li-vros nos gêneros romance, poesia ecrítica literária. Colaborou nos jornaisFolha de S.Paulo, Dirário Carioca eJornal do Brasil.

Wilson Bueno , escritor, jornalis-ta e editor do extinto jornal O Nicolau,foi assassinado em Curitiba, no dia 30de maio, em sua residência. Autor deMar Paraguayo e de A Copistade Kafka, obra finalista do Prêmio SãoPaulo de Literatura 2008.

Oséas Araújo , poeta e um dosfundadores da Associação Profissionalde Poetas do Estado do Rio de Janei-ro, faleceu no dia 20 de junho. É autorde Tempo de Espera.

Massao Ohno, editor pioneiro depoesia e coprodutor de filmes, faleceuno dia 12 de junho, vítima de câncerno pulmão, aos 74 anos. Publicou li-vros de poesia de alto padrão gráfico.

EfeméridesLiterárias

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Lançamentos & Livros

Página 7 - junho de 2010

Indicador Profissional

Tardes de Prosa, an-tologia com a participaçãode 14 autores piracicabanos,foi lançada pela EditoraEquilíbrio, no dia 31 de Maio,na Casa do Médico, Aveni-da Centenário, 546, emPiracicaba.

A obra, organizada porRaquel Delvaje, com prefá-cio de Ludovico da Silva eapresentação de JoãoBaptista de Souza NegreirosAthayde - presidente do Clip,é coordenada pelo Golp.

A antologia abriga crô-nicas, contos e artigos demembros do Golp-Grupo Oficina Lite-rária de Piracicaba; Clip- Centro Lite-rário de Piracicaba e Sarau LiterárioPiracicabano.

Participaram da coletânea AnaMarly de Oliveira Jacobino, AracyDuarte Ferrari, Carmen Maria da Sil-va Fernandes Pilotto, Cássio CamiloAlmeida de Negri, Dirce Ramos deLima, Dulce Ana da Silva Fernandes,Elda Nympha Cobra Silveira, IvanaMaria França de Negri, Leda Coletti,Lidia Sendin, Maria de Lourdes Pie-dade Sodero Martins, Maria MadalenaTricânico de Carvalho Silveira, RaquelDelvaje e Ruth Carvalho Lima de As-sunção.

O S@arau LiterárioPiracicabano, organizado por AnaMarly de Oliveira Jacobino, acontecemensalmente no Teatro Municipal Dr.Losso Netto, Rua Gomes Carneiro,136, sala 2, em Piracicaba. O próxi-mo encontro, que acontecerá no dia13 de Julho, prestará homenagem a

Notícias de PiracicabaD

ivulgação

Ruth Assunção, Leda Coletti, Ana Marly, RaquelDelvaje, Prefeito Barjas Negri e Elda Cobra

Signo - Antologia Metapoética , de AndersonBraga Horta, 253 páginas, Thesaurus/FAC, Brasília,R$ 30,00.

O autor reúne a sua produção voltada para alinguagem, a palavra, a criação, o canto e a poesia.Livro-síntese, pois, ao tempo em que mapeia os ca-minhos do poeta, ajuda a visualizar a evolução dosideários poéticos na última centúria.

Anderson Braga Horta, contista, ensaísta e tra-dutor, foi agraciado com o Prêmio Jabuti, da Câma-ra Brasileira do Livro com o livro Fragamentos daPaxão.

Editora Thesurus: www.thesaurus.com.br - Tel.:(61) 3344-3738.

O Inventário Heizental Square, de LarryMmacedo Vinci, Scortecci Editora, 124 páginas, R$22,00, São Paulo. A obra é um livro das memórias quemarcaram um período da vida do autor. O foco centralestá na viagem que o autor fez com o intuito de chegaraos Estados Unidos de bicicleta. Como não tinha re-cursos financeiros, a viagem terminou na Bolívia, querenderam acontecimentos e memórias que o leitor en-contrará no decorrer da leitura.

Livraria Asabeça: http://www.asabeca.com.br/lista_produtos.php?nprod=O+Invent%E1rio+Heizental+Square&kb=667&sid=18918759801062010110607

Livraria Cultura:http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/resenha/resenha.asp?nitem=2929061&sid=189187598126134681124960&k5=3760AD00&uid=

Resgate de Uma Vida , de William Nicolau ,Scortecci Editora , 152 páginas, R$ 22,90, São Pau-lo. A obra é um relato do autor, de suas experiências,informa sobre os perigos e os danos ocultos que fazemo consumo de substâncias entorpecentes e dá dicasde como qualquer tipo de vício pode ser curado. Para oautor, para curar estamos nos referindo a eliminar ascausas psicológicas do vício, o que é muito diferentede apenas, como normalmente ocorre, reprimir o vício,o que deixa a pessoa vulnerável a recaídas.Livraria Asabeça: http://www.asabeca.com.br/lista_produtos.php?nprod=WILLIAM+NICOLAU&kb=1362&sid=18918759801062010103838 Livraria Cultura: http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/busca/busca.asp?palavra=resgate+de+uma+vida&tipo_pesq=titulo&sid=189187598126134681124960&k5=AA7F3F&uid=&limpa=0&parceiro=OIAAOX

Carlos Lyra, Roberto Menescal, BadenPowel, Marcos e Paulo Sérgio Valle.Contará com a participação dos mú-sicos do Sarau Literário Piracicabano:Galvani, Ana, Carlos, Suzi, Eliane eRose. Informações e programaçãoatravés do blogagendaculturalpiracicabana.blogspot.com

A Revista da AcademiaPiracicabana de Letras , editada pelaEquilíbrio Editora, lançada no mêspassado, abriga textos variados de 33dos 40 integrantes da Academia.

Armando Alexandre dos San-tos, vice-presidente da AcademiaPiracicabana de Letras, lançou o livrode crônicas A Porto-Riquenha Dentu-ça e Horrrorosa.

Rosani Abou Adal participoucom o poema Contemplação no Ca-derno do Sarau Literário PiracicabanoTríade da Bossa Nova + Nara Leão,nº 13, publicado no 18 de maio de2010.

A 21ª Bienal do Livroacontecerá de 12 a 22 de agosto,das 10 às 22 horas, no Pavilhão deExposições do Anhembi, Av. OlavoFontoura, em São Paulo.

A Escola do Escritorpromove na 21ª BienalInternacional do Livro de São Pauloo curso A Arte de Escrever, Publicare Comercializar o Produto Livro, nodia 13 de agosto, sexta, das 10:30 às 14:30 horas, que será ministradopor João Scortecci e Maria Esther Mendes Perfetti. Tel.: (11) [email protected]

As Escolas interessadas em visitar a Bienal Internacional do Livropoderão fazer cadastro gratuito no link www.bienaldolivrosp.com.br/Visi-tantes/Visitacao-Escolar

Escritores poderão retirar permanente para visitação gratuita naBienal Internacional do Livro. É só apresentar a carteirinha de associadoda União Brasileira de Escritores.

Bienal Internacional do Livro

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Linguagem Viva

Notícias Página 8 - junho de 2010

Prof. Sonia

Paulo Bomfim lançou Cancio-neiro, com 25 poemas do Príncipe dosPoetas, edição com desenhos, proje-to gráfico e edição da artista AdrianaFlorence, para comemorar seus 60anos de poesia com a publicação deAntonio Triste - livro com prefácio deGuilherme de Almeida e desenhos deTarsila do Amaral. O lançamento, queaconteceu no dia 9 de junho, no Cen-tro de Integração Empresa-Escola ,contou com uma exposição com ima-gens do livro e do seu processo decriação, no Foyer do CIEE.

O Presidente Luís Inácio Lulada Silva sancionou a Lei que obrigaas instituições de ensino público e pri-vado do País terem bibliotecas comum acervo mínimo de um livro por alu-no matriculado. O prazo para as es-colas instalarem bibliotecas é de atédez anos.

Miguel Barbosa – Simbologiana Unidade, antologia organizada porSebastiana Fadda, lançado pela NovaVega Editora. A primeira parte do li-vro conta com textos da organizadora,de Annabel Rita, Jean-PaulMestas,Piero Ceccucci, DonatoLoscalzo, Nelly Novaes Coelho e Isa-bel Clemente; a segunda e a terceirapartes abrigam artigos de Miguel Bar-bosa e Alice Spíndola, e biografia deMiguel Barbosa.

Francisco Moura Campos lan-çou o livro de poemas Ponteios daMadrugada, pela Editora Limiar, no dia7 de junho, no Espaço Cultural Alberi-co Rodrigues, em São Paulo.

Viva Pagu – Fotobiografia dePatrícia Galvão , assinada por LúciaMaria e por Geraldo Galvão Ferraz,será lançada em homenagem ao cen-tenário de nascimento de PatríciaGalvão, pela Imprensa Oficial do Es-tado de São Paulo e Unisanta, no dia1 de julho, às 19 h., na Casa das Ro-sas, Av. Paulista, 37, em São Paulo.

Jornal Literário – Edição luso/brasileira, organizado por AliceSpíndola, que dispõe de um EncarteInternacional, com páginas dedicadasao Brasil, foi lançado pela EditoraKelps.

Projeto novo da Feira do Livrocontou com a participação de artistas,que fizeram a leitura de textos de au-tores de Ribeirão Preto na Feira Naci-onal do Livro de Ribeirão Preto. A atrizWalderez de Barros fez a leitura dostextos de Ely Vieitez Lisboa.

A Paulinas comemorou, no dia15 de junho, 95 anos de sua funda-ção. O grupo, presente em 52 paí-ses, tem editora, gravadora, centrosde formação, departamentos demultimídia, rádio e TV, além de 29 li-vrarias no Brasil.

Geraldo Holanda Cavalcanti,poeta, prosador e crítico literário, foieleito membro da Academia Brasilei-ra de Letras com 20 dos 39 votos. e éo novo imortal da Academia Brasilei-ra de Letras. O mais novo acadêmicoocupará a vaga que pertenceu aobibliófilo José Mindlin.

A Paulus comemorou 60 anosde sua fundação, em maio, com umabênção por Dom Edmar Peron, bispoauxiliar da Arquidiocese de São Pau-lo - Região Belém.

Encontros com 40 GrandesAutores, de Ben Naparste, obra queabriga entrevistas com renomados es-critores internacionais, foi lançadapela Editora LeYa.

Amigos do Livro é um portalpara estudo, pesquisa, divulgação epromoção do livro e do hábito daleitura. www.amigosdolivro.com.br

Como Sonhar e Realizar SeusSonhos , livro de Carlos WizardMartins, fundador e presidente daWizard e do Grupo Multi, foi lançadopela Editora Novo Século.

Denúncia de Site Especializa-do em Pirataria de Literatura Infan-til e Juvenil foi enviada através deMaurício Veneza, que recebeu a mes-ma do grande ilustrador e escritorMário Bag. Maurício pede que a notí-cia circule entre os escritores, entida-des, provedores de internet e edito-ras. http://solivrinhos. blogspot. com .

O Site do Nilto Macielwww.niltomaciel.net.br divulga os seuslivros, publicados e inéditos,disponibiliza o filme O cabra que vi-rou bode, entrevistas e lançamentosde livros.

Primeiras Trovas Burlescas, deLuiz Gama, livro organizado pela Dra.Ligia F. Ferreira, foi lançado pela Edi-tora Martins Martins Fontes.

Copo Vazio , de Menalton Braff,com ilustrações de Sheila Moraes Ri-beiro, foi lançado pela Editora FTD.SAC 0800-158555.

A Era Ecumênica , de EricVoegelin, foi lançado pelas EdiçõesLoyola. O autor aplica sua concepçãorevista da análise histórica à eraecumênica, um período axial que seestende desde o surgimento do Im-pério Persa até a decadência do Im-pério Romano.

Programa Conexão UBE XBSP,fruto da parceria entre a União Brasi-leira de Escritores e a Biblioteca deSão Paulo, apresentou, no dia 17 dejunho, entrevista que Claudio Willerconcedeu à Mariza Baur. O próximoencontro acontecerá no dia 22 de ju-lho, quinta-feira, às 19 horas, no Au-ditório da Biblioteca de São Paulo, Av.Cruzeiro do Sul, 2630, ao lado da es-tação Carandiru do metro.O tema seráGastronomia na Literatura Paulista.Marisa Baur entrevistará VladimirSacchetta e Edmundo de Carvalho.

400 Anos - Pe. Antonio Vieira -Imperador da Lígua Portuguesa, li-vro coordenado por João Alves dasNeves, foi lançado pelo Memorial daAmérica Latina.

A Fundação Dorina Nowill paraCegos homenageará seus patrocina-dores no dia 30 de junho, quarta-fei-ra, às 19 horas, no EspaçoSociocultural - Teatro CIEE, RuaTabapuã, nº 445, em São Paulo.

Débora Novaes de Castro con-cedeu entrevista ao jornalista SelmoVasconcellos, da página literária LíteroCultural do jornal Alto Madeira de Por-to Velho, de Rondônia. http://antologiamomentoliterocultural.blogspot.com/2010/05/debora-novaes-de-castro-entrevista.html

Mauro Calliari , que dirige a AbrilEducação – formada pelo grupo Ática,Scipione e Sistema de Ensino -, pre-sidira a Abrelivros interinamente parasubstituir Jorge Yunes que pediu licen-ça temporária do cargo.

Juca Ferreira , ministro da Cul-tura, participou da VII Reunião de Mi-nistros de Cultura da Comunidade dePaíses de Língua Portuguesa, queaconteceu em Lisboa, Portugal. nes-ta sexta-feira (CPLP), com o objetivode discutir o fortalecimento da LínguaPortuguesa e das manifestações cul-turais associadas ao idioma.

J.B.Donadon-Leal e AndreiaDonadon Leal , entre outros poetas doJornal Aldrava Cultural foram agraci-ados com o Troféu Carlos Drummondde Andrade pela edição ininterrupta edistribuição gratuita do Jornal AldravaCultural e pelos projetos de incentivoà Leitura.

Caminhos do Patrimônio Cul-tural – 3 Roteiros em São Paulo, deAna Maria Xavier e Luís AntonioMagnani, obra lançada pela EditoraVia das Artes, retrata bensarquitetônicos importantes na forma-ção do estado de São Paulo, além depatrimônios culturais.

Valquírias Midiáticas, livro orga-nizado por José Marques de Melo eFrancisco de Assis, foi lançado pelaEditora Arte e Ciência.

G a l e n oAmorim, escri-tor e jornalista,autografou OMenino que So-nhava de OlhosAbertos, na 10ªFeira Nacionaldo Livro de Ri-beirão Preto. Olivro conta coma participaçãodos coautoresque escreve-ram novos fi-nais para suahistória, que dão origem a uma novaedição.

Raquel Naveira e CarlosAugusto concederam entrevistas, dis-poníveis no link www.verbo21.com.br

O Mutirão Cultural da UBE pro-move cursos, palestras, saraus, en-tre outras atividades. Informaçõescom Sueli Carlos pelo tel: [email protected] ou

Rui de Oliveira lançou O Prínci-pe Triste, pela Editora DCL. A obraconta a história de D.Pedro II, perso-nagem da História brasileira que foifeito Imperador aos 14 anos.

Sarah Rodrigues tomou possena Academia Paraense de Letras, nodia 27 de maio. O acadêmico JorgeTufic esteve presente à solenidade.

Dulcinéia Catadora lançou H2Horas, livro e vídeo, com apoio doCronocópios, no dia 1 de junho, naCasa das Rosas, em São Paulo.

Raquel Naveira participou daestreia do do programa literário Flo-res e Livros, pela tv web UPTV:www.uptv.com.br, que aconteceu nodia 28 de maio.

Pagu, de Lia Zatz, obra, que fazparte da Coleção A luta de cada um,foi lançada pela Callis Editora.

Pesquisas em Gramática Fun-cional – Descrição do Português , li-vro de Erotilde Goreti Pezatti, foi lan-çado pela Fundação Editora daUnesp. www.livrariaunesp.com.br

Lacerda na Era da Insanidade,de Francisco José GuimarãesPadilha, Editora Nitpress, foi lançadono dia 14 de junho na Associação Bra-sileira de Imprensa.

O Ministro da Cultura JucaFerreira recebeu, no dia 21 de junho,o diretor da Feira do Livro de Frank-furt Jurgen Boos, que anunciou par-cerias a serem desenvolvidas entre opaís e a feira.

Alfredo Assumpção lançou Bai-xo das Mangas, livro de ficção, pelaEditora Saraiva.

Bahia, a corte da América, vo-lume inédito da Coleção Brasiliana, deMaria Beatriz Nizza da Silva, obra querevela aspectos sociais curiosos doperíodo colonial, foi lançada pelaCompanhia Editora Nacional.

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Paulo Bomfim

Galeno Amorim

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