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HISA ENGENHARIA EMS ANALISE PREVIA DA PROPOSTA INTEGRAÇÃO DOS CORREDORES DAS AVENIDAS JORGE AMADO PINTO DE AGUIAR ATRAVÉS DA ORLA MARÍTIMA Versão: 18/04/2013 21:38h 1

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Jornal A POnte informa sobre a Futura POnte ligando Salvador a Itaparica - BAhia

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HISA ENGENHARIA EMS

ANALISE PREVIA DA PROPOSTA

INTEGRAÇÃO DOS CORREDORES DAS AVENIDAS JORGE

AMADO PINTO DE AGUIAR ATRAVÉS DA ORLA MARÍTIMA

Versão: 18/04/2013 21:38h

1

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HISA ENGENHARIA EMS

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................................. 4

2 POLIGONAL DE ESTUDO............................................................................................................. 4

3 LEGISLAÇÃO E PROJETOS EXISTENTES.........................................................................................5

3.1 LEI NACIONAL N°12587..................................................................................................................5

3.2 DEFINIÇÃO DA AVENIDA OTÁVIO MANGABEIRA CONFORME PDDU.........................................................5

3.3 O TRANSPORTE COLETIVO SEGUNDO A LOUOS.................................................................................10

3.4 O ZONEAMENTO E USO DO SOLO NA LOUOS....................................................................................11

3.5 METRÔ DE SALVADOR...................................................................................................................11

3.6 CIDADE BICICLETA.........................................................................................................................12

3.7 REFORMA DO PARQUE DE PITUAÇU.................................................................................................12

3.8 DUPLICAÇÃO DAS AVENIDAS PINTO DE AGUIAR E JORGE AMADO..........................................................13

4 ANALISE DA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO................................................................................14

4.1 CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES.......................................................................................................14

4.2 DIRETRIZES GERAIS DA PROPOSTA....................................................................................................14

4.3 O TRATAMENTO PAISAGÍSTICO DA FACHADA MARÍTIMA........................................................................16

4.4 ORGANIZAÇÃO VIÁRIA GERAL..........................................................................................................17

4.5 RELAÇÃO DA ORLA COM O ENTORNO...............................................................................................17

4.6 RETORNOS..................................................................................................................................18

4.6.1 Conexões com a Av. Jorge Amado...................................................................................19

4.6.2 Conexões com a Av. Pinto de Aguiar...............................................................................20

4.7 ACESSO ÁS VIAS MARGINAIS............................................................................................................21

4.8 MONITORAMENTO E CONTROLE DAS VELOCIDADES NO TRÂNSITO...........................................................22

4.9 PERFIL TRANSVERSAL.....................................................................................................................22

4.10 TRANSPORTE PÚBLICO...................................................................................................................23

4.11 REDE CICLOVIÁRIA.........................................................................................................................23

4.12 ESPAÇOS PARA OS PEDESTRES.........................................................................................................26

4.13 ESTACIONAMENTO........................................................................................................................27

4.14 SÍNTESE DA ANALISE DO PROJETO.....................................................................................................27

5 PROPOSTAS PRELIMINARES...................................................................................................... 28

5.1 PAPÉIS QUE A AV. OTÁVIO MANGABEIRA REPRESENTA.........................................................................28

5.2 EXEMPLOS DOS PARTIDOS ADOTADOS EM ORLAS MARÍTIMAS................................................................30

2

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5.3 DIRETRIZES PROPOSTAS..................................................................................................................32

5.4 DIMENSIONAMENTO DA VIA...........................................................................................................32

5.5 FAIXAS EXCLUSIVAS PARA O TRANSPORTE COLETIVO.............................................................................33

5.6 INTERSEÇÕES ESTRUTURANTES.........................................................................................................33

5.6.1 Cruzamento com semáforo.............................................................................................34

5.6.2 Esquemas Padrão............................................................................................................37

5.6.3 Esquemas Padrão............................................................................................................39

5.7 CICLOVIAS...................................................................................................................................40

5.8 TRATAMENTOS DA CICLOVIA NOS PONTOS DE ÔNIBUS..........................................................................40

5.9 PEDESTRES..................................................................................................................................41

5.10 REGULAÇÃO DE TRÂNSITO..............................................................................................................42

5.11 ARBORIZAÇÃO DAS BORDAS............................................................................................................43

5.12 ACESSIBILIDADE UNIVERSAL.............................................................................................................43

5.13 INFORMAÇÃO...............................................................................................................................45

5.14 SEGURANÇA NO TRÂNSITO..............................................................................................................46

6 RESUMO DAS PROPOSTAS APRESENTADAS..............................................................................47

7 EQUIPE TÉCNICA....................................................................................................................... 48

8 Bibliografia.......................................................................................................................................48

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HISA ENGENHARIA EMS

1 INTRODUÇÃO

Este estudo visa integrar os corredores de transporte e trânsito das

Avenidas Jorge Amado e Pinto de Aguiar, objetos de duplicação

visando implantação de corredores exclusivos para ônibus que

alimentarão a linha 02 do Metrô a ser construído no canteiro central

da Av. Paralela bem como o tratamento paisagístico e valorização

das áreas de interesse turístico, de lazer e imobiliário.

A Av. Otávio Mangabeira, eixo sul da integração dos corredores, de

igual modo, deverá priorizar os transportes coletivos. Poderá operar

em via exclusiva passando por um processo de reestruturação

urbana e ambiental, com a devida valorização da Orla Atlântica. Em

todos os corredores está prevista a implantação de ciclovias como

forma de estímulo ao transporte sustentável.

2 POLIGONAL DE ESTUDO

A poligonal do estudo está limitada na Avenida Otávio Mangabeira

entre os retornos da Boca do Rio (sentido Itapoan) e da Av. Pinto de

Aguiar (sentido centro), englobando o Parque Metropolitano de

Pituaçu e o Rio Jaguaribe.

As praias da região representam um grande patrimônio natural para

a Região Metropolitana de Salvador.

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Figura 1– Poligonal de estudo

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3 LEGISLAÇÃO E PROJETOS EXISTENTES

3.1 LEI NACIONAL N°12587

A Lei n° 12.587 que entrou em vigor em 3 de janeiro de 2012

confirma a política nacional de mobilidade urbana, dando prioridade

aos modos não motorizados e ao transporte coletivo público,

conforme o seguinte extrato:

Art. 6A Política Nacional de Mobilidade Urbana é orientada pelas

seguintes diretrizes:

[...] II - prioridade dos modos de transportes não motorizados

sobre os motorizados e do transporte público coletivo sobre o

transporte individual motorizado;

Desta forma, os projetos de mobilidade de Salvador devem garantir a

melhor eficácia destes modos que deverão ter um maior grau de

importância ou prioridade em relação a fluidez dos automóveis.

Este projeto representa então um reforço no sentido de garantir a

execução desta diretriz nacional.

3.2 DEFINIÇÃO DA AVENIDA OTÁVIO MANGABEIRA CONFORME PDDU

O PDDU de Salvador define a Avenida Otavio Mangabeira como Via

Arterial:

6

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Figura 2-Rede viária estrutural segundo o Plano Diretor

Atualmente a Avenida Otavio Mangabeira está classificada como Via

Arterial, conforme LEI Nº 7.400/2008 do PDDU:

“Art. 192. Para efeito da hierarquização do sistema viário do Município são consideradas as seguintes categorias:

I - via expressa, VE, com a função principal de promover a ligação entre o sistema rodoviário interurbano e o sistema viário urbano, constituindo-se no sistema de penetração urbana no Município e contando, obrigatoriamente, com faixas segregadas para o transporte coletivo, que terão prioridade sobre qualquer outro uso projetado ou existente na área destinada a sua implantação;

II - via arterial I, VA-I, com a função principal de interligar as diversas regiões do Município, promovendo ligações intra-urbanas de média distância, articulando-se com as vias expressas e com outras, de categoria inferior, contando, obrigatoriamente, com faixas segregadas para o transporte coletivo, que terão prioridade sobre qualquer outro uso projetado ou existente na área destinada a sua implantação;

III - via arterial II, VA-II, com a mesma função da Via Arterial I, diferindo apenas pelas suas características geométricas, em razão da impossibilidade de implantação de via marginal e contando, sempre que possível, com faixas exclusivas ou preferenciais para o transporte coletivo;

IV - via marginal, VM, com função complementar ao sistema de vias expressas e arteriais, desenvolve-se paralela a estas, possibilitando o acesso às propriedades lindeiras, bem como a interligação com vias hierarquicamente inferiores;

V - via coletora de conexão, VCN, com a função de articular vias de categorias funcionais distintas, de qualquer hierarquia, atendendo preferencialmente ao tráfego de passagem;

VI - via coletora I, VC-I, com a função principal de coletar e distribuir os volumes de tráfego local e de passagem em percursos entre bairros;

VII - via coletora II, VC-II, com a função principal de coletar e distribuir os volumes de tráfego local dos núcleos dos bairros;

7

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VIII - via local, VL, utilizada estritamente para o tráfego local, tem a função dedar acesso às moradias, às atividades comerciais e de serviços, industriais, institucionais, e a estacionamentos, parques e similares.

Parágrafo único. As vias expressas e arteriais I e II compõem o Sistema

Viário Estrutural do Município.

A seguir estão reproduzidos os aspectos relevantes do PDDU

quadros 2 a 4.

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(Pag. 217 PDDU)

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Cont do quadro 03

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Conforme o PDDU, Figura 2 e Tabela 1, as avenidas Jorge Amado,

Pinto de Aguiar e Orlando Gomes, cujas interseções com a Orla

Marítima estão situadas dentro da poligonal deste estudo, deverão

ser duplicadas.

Tabela 1 Intervenções do PDDU

Isso significa uma necessária adequação da Orla para a promoção

das suas respectivas integrações.

3.3 O TRANSPORTE COLETIVO SEGUNDO A LOUOS

A LOUOS de Salvador define como “linhas urbanas sobre pneus” de

“média capacidade” as avenidas da poligonal de estudo, Figura 3.

Sem maior detalhamento, entende-se que medidas particulares são

necessárias para garantir a operação do transporte com capacidade

média (preferência nos cruzamentos, facilidades para

manobras/saída das paradas, corredores exclusivos, etc.).

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Figura 3-Corredores de transporte segundo a LOUS

3.4 O ZONEAMENTO E USO DO SOLO NA LOUOS

A maior parte das zonas do entorno da Orla são zonas de uso

predominantemente residenciais – ZPR4 conforme Figura 4.

O Parque de Pituaçu esta inserido numa zona de proteção ambiental

(ZPAM)

Figura 4- Zoneamento da LOUOS

3.5 METRÔ DE SALVADOR

O processo licitatório para as linhas 1 e 2 do metrô esta em

andamento. Os princípios e diretrizes norteadores do projeto são,

entre outras:

Utilização do Canteiro Central da Avenida Luís Viana

(Avenida Paralela) ligando os municípios de salvador e

Lauro de Freitas;

Integração física e operacional com os sistemas de

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transporte público existentes;

Implantação de um tratamento urbanístico contemplando

passeios, travessias, passarelas, ciclovias, bicicletários,

áreas para serviços, estacionamentos e sinalização;

Minimização dos impactos ambientais;

Promoção da modicidade das tarifas a serem cobradas no

sistema de transporte metropolitano proposto,

considerando a integração tarifária.

Figura 5 - Mapa das linhas apresentado na consulta pública, acessível em

http://www.sedur.ba.gov.br/metro/pdfs/Audiencia_Publica_ALBA_17-08-2012.pdf

3.6 CIDADE BICICLETA

O Plano funcional do Projeto Cidade Bicicleta desenvolvido pela

CONDER está sendo divulgado através do portal da SEDUR

http://www.sedur.ba.gov.br/metro/.

O partido adotado é, neste projeto, uma ciclovia segregada por

canteiro, bidirecional em um dos bordos da via, conforme Figura 6.

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HISA ENGENHARIA EMS

Figura 6-Detalha da ciclovia prevista no projeto cidade bicicleta

3.7 REFORMA DO PARQUE DE PITUAÇU

O projeto de valorização do Parque de Pituaçu esta sendo realizado e

pode ser uma oportunidade de valorização da zona urbana da

Avenida Pinto de Aguiar, integrando inclusive a ciclovia proposta

com a existente no Parque.

3.8 DUPLICAÇÃO DAS AVENIDAS PINTO DE AGUIAR E JORGE AMADO.

Os estudos de duplicação destas avenidas estão em fase diferentes e

deverão incorporar corredores exclusivos para ônibus de

alimentação do sistema do metrô da Paralela (linha 2).

Os projetos estão nas seguintes fases:

Avenida Pinto de Aguiar: fase de projeto executivo, previsão de

licitação das obras em 2013.

Avenida Jorge Amado: em definição. Ampliação prevista no

PDDU.

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4 ANALISE DA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

4.1 CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

Ressalta-se de forma prévia que a proposta contém uma planta

contendo:

A organização geral das vias,

Os tratamentos paisagísticos da fachada marítima,

Localização dos calçadões de pedestres, passarelas e ciclovia.

Dessa forma, o trabalho aqui apresentado, visa analisar a geometria

proposta com olhar de segurança viária, engenharia de trânsito

(boas práticas) de forma multimodal (pedestres, ciclistas, transportes

individual e coletivo) e integrada com as características urbanas da

região.

4.2 DIRETRIZES GERAIS DA PROPOSTA

De forma sintética, a proposta apresentada prevê, para os 2,5 km da

orla marítima:

Trechos com o agrupamento das pistas, separadas por

canteiro central, no sentido Itapuã - Barra, alternados

com o sentido inverso, formando ilhas nas áreas a serem

recuperadas e curvas no sistema viário.

Figura 7 Sistema viário proposto A organização das duas pistas de circulação por sentido

com 3 faixas de 3.5m

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A construção de uma passarela para a travessia de

pedestres e ciclistas no acesso ao Parque Metropolitano

de Pituaçu

Figura 8 Passarela de acesso ao Parque Metropolitano de Pituaçu

A revitalização da faixa marítima pela rearborização

(coqueiros), plantio de grama, criação de espaços e

ciclovia de passeio, e espaços de esporte (quadras),

entrecortados pela pista no sentido Centro Itapoan.

Figura 9 - Extrato da organização do projeto de requalificação

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4.3 O TRATAMENTO PAISAGÍSTICO DA FACHADA MARÍTIMA

O projeto permite uma requalificação da Orla, através:

Em alguns trechos, da revalorização dos elementos

naturais com o afastamento das pistas de circulação da

faixa de areia do mar a uma distância aproximada de

60m.

Do melhor aproveitamento do espaço do canteiro central

atual, hoje ocioso, com utilização como espaço de

convivência, lazer e praticas de esporte.

Da organização dos espaços públicos dando uma boa

oportunidade de estruturar os comércios para a

população: barracas de praia, comércios de lazer e

esportes marítimos (ênfase para Jaguaribe)

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4.4 ORGANIZAÇÃO VIÁRIA GERAL

Pela configuração do traçado da via proposta, as funções da Orla

atual poderão ser mantidas:

Mistura do tráfego de passagem (como alternativa a Avenida

Luís Viana Filho) com tráfego local (acesso a moradias,

comércios, praia, etc.)

Alternância entre espaços com acesso livre à faixa de areia e

com interferência do tráfego de passagem na pista no sentido

Itapoan. Figura 10.

Figura 10- Conexões entre as áreas internas e faixa de areia

4.5 RELAÇÃO DA ORLA COM O ENTORNO

Não sendo adequadamente controlada, a concepção proposta para a

Avenida Otavio Mangabeira, favorece a manutenção do incentivo às

velocidades dos veículos motorizados, A sugestão de implantação de

uma passarela no parque metropolitano de Pituaçu está sendo

proposta como um marco em homenagem ao arquiteto Oscar

Niemayer. Não formam propostas outras passarelas, cuja

implantação, se por um lado poderia garantir mais segurança,

pontual, ao trânsito dos pedestres, por outro, causariam desconforto

aos pedestres pelas necessidades de vencer rampas. Passarelas

favorecem o estímulo à velocidade, não protegendo as travessias

difusas. A implantação de controle semafórico, por sua vez, ao

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contrário das passarelas, além de promover menos intrusão na

paisagem urbana, tem um custo muito menor e possibilita o

atendimento a um maior número de travessias.

Em diversas situações de orla marítima no Brasil e no mundo,

passagens de pedestres acontecem em nível, controlados por

semáforos.

Outro mito, que é a fluidez dos veículos através do oferecimento de

mais espaço e infraestrutura viária de grande porte, tem sido

constantemente desfeito, através de vários exemplos pelo mundo.

Em Salvador, a Avenida Paralela, classificada como via expressa,

hoje com quatro faixas de tráfego por sentido, em pista dupla, cuja

velocidade regulamentada é de 80Km/h vem, com freqüência,

apresentando velocidades em torno de 13km/h (nos horários de

pico), confirmando que a opção em investir para trânsito de

automóveis, atinge, em pouco tempo, o seu ponto de saturação,

cancelando os benefícios destas medidas em curto prazo.

Um bom exemplo é a recente ampliação da marginal do Tietê em SP

cuja saturação já não justifica o investimento que foi realizado,

conforme matéria publicada no jornal Folha de SP.

4.6 RETORNOS

Três retornos foram propostos na área central, no sentido de

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permitir os acessos às vias e polos geradores de tráfego da região,

sendo dois nas proximidades da Av. Jorge Amado (Figura 11) e um no

acesso da Av.Pinto de Aguiar complementado com um mergulho no

sentido Centro/Pinto de Aguiar.

Retornos em canteiros centrais não apresentam as condições ideais

de segurança do trânsito de acordo com:

Na entrada dos retornos veículos da faixa de maior velocidade

(esquerda) misturam-se com os que realizam a conversão, com

velocidades menores.

Na saída dos retornos, os veículos em aceleração conflitam

com outros do tráfego de passagem e velocidade mais alta.

Transposição em várias faixas simultâneas de tráfego pode

favorecer a ocorrência de acidentes

Vias de aceleração/desaceleração representam maior consumo

de espaço urbano.

4.6.1 Conexões com a Av. Jorge Amado

A Figura 11 apresenta a situação proposta para o retorno nas

imediações da Av. Jorge Amado enquanto que a Figura 12 apresenta

os retornos na situação atual.

Figura 11- Propostas das conexões com a Av. Jorge Amado.

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Figura 12- Situação atual das conexões com a Av. Jorge Amado

A geometria escolhida nos retornos, na altura da Av. Jorge Amado,

contém faixas de aceleração / desaceleração criando os seguintes

pontos de conflito.

Risco de colisão traseira no momento de entrar no retorno (cf.

Figura 13, pontos a)

Risco de abalroamentos no momento de sair do retorno (cf.

Figura 13, pontos b)

Pouco espaço de entrecruzamentos no acesso ao

estacionamento para veículos provenientes da Av. Jorge Amado

Figura 13- Pontos de conflito direito no retorno da Av. Jorge Amado

Além dos problemas de conflitos já evocados, a ligação da Avenida

Jorge Amado com a Orla é incompleto, pois somente permite:

O acesso de Itapuã, para o Imbuí e Paralela.

O acesso do Imbuí ao sentido Barra/ Pituba

Já o retorno no sentido Imbui/Itapoan, será mantido na altura da

Boca do Rio, não foi relacionado no projeto apresentado.

4.6.2 Conexões com a Av. Pinto de Aguiar

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Figura 14- Conexões propostas com a Av. Pinto de Aguiar.

Figura 15- Situação atual das conexões com a Av. Pinto de Aguiar.

Em geral os mesmos conflitos verificados nas conexões com a Av.

Jorge Amado são mantidas exceto na ligação sentido centro / Pinto

de Aguiar que propõe mergulho, neste caso resolvendo o

entrecruzamento cuja distância não oferece segurança

No sentido Pinto de Aguiar/Itapuã o retorno fica a cerca de 500m da

Interseção cuja distância é razoável, tanto para permitir as

mudanças de faixa na entrada/saída do retorno, quanto para não

sobrecarregar o sistema viário sem utilidade.

O acesso a estacionamento da área central está situado após uma

curva o que pode causar acidentes (do tipo colisão traseira), na

entrada e colisões laterais na saída.

A geometria dos retornos segue a mesma lógica da que foi adotada

para a Av. Jorge Amado, criando pontos de conflitos direitos.

4.7 ACESSO ÁS VIAS MARGINAIS

De forma similar aos retornos detalhados, a geometria dos acessos

24

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HISA ENGENHARIA EMS

ás áreas internas por vias marginais cria os seguintes pontos de

conflito:

Figura 16- Risco de colisão traseira

Figura 17- Risco de colisão lateral

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4.8 MONITORAMENTO E CONTROLE DAS VELOCIDADES NO TRÂNSITO

A Avenida Otavio Mangabeira já dispõe de muitos equipamentos de

monitoração da velocidade (radares, semáforos, etc.) sendo que

infelizmente, nem todos estão em operação ou apresentam graves

problemas de manutenção, o que gera:

Degradação geral da segurança viária com aumento das

ocorrências de acidentes graves

Desvalorização dos equipamentos, não somente na Orla, mas

na cidade toda, incentivando comportamentos perigosos (não

respeito dos sinais, velocidades altas, não respeito dos

pedestres, etc.).

Redução da eficácia da gestão e monitoramento do trânsito,

ampliando os fenômenos de obstrução em pontos estratégicos.

4.9 PERFIL TRANSVERSAL

Figura 18- Perfil transversal – sentido Barra

Figura 19- Perfil transversal – sentido Itapuã

A Figura 18 e a Figura 19 apresentam os perfis transversais de

trechos da via ora com as duas pistas separadas por canteiro central

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ora nos limites da área habitacional e /ou de serviços e lazer.

4.10TRANSPORTE PÚBLICO

A proposta não apresenta um enfoque maior sobre a operação do

transporte público na Avenida Otávio Mangabeira.

Dentro da reconfiguração do transporte coletivo da Região

Metropolitana de Salvador (RMS), prevê-se a estruturação de linhas

de tipo BRT- Bus Rapid Transit nas avenidas arteriais previstas no

PDDU.

Desta forma, a Orla deverá permitir a articulação entre os veículos

destas linhas, mais especificamente, provenientes das avenidas Pinto

de Aguiar e Orlando Gomes, atendendo aos deslocamentos

transversais entre a Orla, Paralela, BR324 e Subúrbio (Figura 20).

Figura 20 – Circuito Pirajá / Mussurunga / Orla

4.11REDE CICLOVIÁRIA

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HISA ENGENHARIA EMS

Na Orla marítima de Salvador, o Projeto Cidade Bicicleta prevê a

implantação de uma ciclovia bidirecional de 2,40m de largura,

segregada do trânsito por canteiro, conforme Figura 21. Esta

configuração corresponde à atual ciclovia.

Figura 21 - Plano funcional do projeto Cidade Bicicleta. Fonte: CONDER.

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A proposta em análise diverge do programa Cidade Bicicleta, com

uma implantação em alguns trechos afastada do eixo viário e

percurso sinuoso, sugerindo uma utilização específica para o lazer e

práticas esportivas.

Figura 22 – Ciclovia (em vermelho), entre a avenida e o mar.

Em Salvador os usos da bicicleta são principalmente para o trabalho,

conforme Figura 22 e Figura 23.

Figura 23 – Motivos de uso da bicicleta em Salvador. Fonte: CONDER

Portanto, mesmo na Orla, a proposta não atende aos interesses do

uso da bicicleta para a maior parte dos usuários, ou para quem mais

precisa como meio de transporte para o trabalho.

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4.12ESPAÇOS PARA OS PEDESTRES

A proposta prevê uma calçada em torno de 3m de largura por

sentido, o que satisfaz as exigências regulamentares. Considerando a

magnitude do local, e das possibilidades de utilização e valorização

do espaço público as calçadas poderiam ser mais bem

dimensionadas.

A única travessia com algum tipo de tratamento, está sendo sugerido

em passarela. Prevista para o acesso ao Parque Metropolitano de

Pituaçu, tem o objetivo principal de servir como um marco

arquitetônico.

Vale salientar que os pedestres quando utilizam passarelas sofrem

uma gama de dificuldades tais como:

O esforço de subir/descer,

Maiores distâncias de deslocamento nos acessos com rampas,

Risco maior de assalto pela ausência de espaço de fuga,

Desconforto para as pessoas com fobias de alturas,

Liberação de fluxos incentivando velocidades mais altas,

Incentivo ao desrespeito do pedestre em geral em contradição

com as diretrizes do CTB- Código Brasileiro de Trânsito.

Restrições para pessoas com dificuldade de locomoção

Reforço da concepção de que a via é de uso exclusivo de

veículos

A configuração da pista no sentido Itapoan serpenteia a área

prevista, formando ilhas entre as duas pistas, dentro do tráfego de

passagem. Considerando as previsões de uso da área entre as pistas

como de lazer, prática de esportes, turística, moradia, gastronomia e

principalmente de acesso a praia, o partido adotado não é

recomendável. Os deslocamentos que surgirão entre as áreas ou

ilhas referidas no parágrafo anterior, tornarão os pedestres,

esportistas, crianças, banhistas e frequentadores das barracas de

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Page 31: Orla_analise 17 04

HISA ENGENHARIA EMS

praia a serem reinstaladas, mais vulneráveis a acidentes do tipo

atropelos. Figura 10

4.13ESTACIONAMENTO

Os estacionamentos propostos são perpendiculares às vias

marginais, criando dificuldades de entrada e saída pela diminuição

da visibilidade e necessidade de maiores espaços de manobras.

Portanto, recomenda-se reorganizar o estacionamento ao longo das

vias, em paralelo ao meio fio, ou duplicando se necessário nos dois

lados, conforme apresentado, nas diretrizes recomendadas.

4.14SÍNTESE DA ANALISE DO PROJETO

Em caráter preliminar, enquanto os dados de tráfego não estão

disponíveis, os pontos que merecem atenção e/ou revisão de projeto

são os seguintes:

Configuração das pistas dividindo a área do parque linear ao

longo da orla marítima, formando ilhas entre as pistas de

tráfego de passagem.

Localização dos retornos

Travessias de pedestres, em função do partido escolhido (em

nível ou segregado)

Ciclovia a duplicar ao longo da Orla (bidirecional com canteiro)

Inserção dos corredores exclusivos de ônibus, não

necessariamente segregados, possibilitando sua implantação

em qualquer lado das pistas.

Reorganização dos estacionamentos ao longo das vias

marginais (não perpendiculares)

31

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HISA ENGENHARIA EMS

5 PROPOSTAS PRELIMINARES

5.1 PAPÉIS QUE A AV. OTÁVIO MANGABEIRA REPRESENTA

A Avenida Otavio Mangabeira encontra-se hoje numa situação

complexa, pois tem como papeis principais:

1. Receber fluxos intensos de tráfego de passagem

2. Possibilitar acesso local para moradores e comerciantes dentre

outros

3. Valorizar e dinamizar a Orla Marítima, cujo uso do solo deverá

receber um incremento de moradias e de atividades voltadas

ao turismo e gastronomia, ou seja, com maior atração de

pessoas e geração de viagens para o local.

4. Incrementar o turismo com a criação de espaços de qualidade

com dimensão humana.

5. Ser acessível universalmente e socialmente incluindo as

pessoas que moram nos bairros lindeiros.

Observa-se que os papeis acima descritos, tem uma influência local

urbanística, podendo apresentar as seguintes opções ou alternativas:

1. Relação Fluxo/Velocidade: Crescimento de lojas de grande

porte (e espalhamento urbano), que incentivam o uso do

automóvel e tem impactos locais negativos (poluição, ruído,

segregação espacial e social,...). (São os casos das Avenidas de

vale de Salvador: Tancredo Neves, Professor Magalhães Neto,

Garibaldi, ACM Bonocô etc.),

2. Dimensão humana: Lojas de pequeno porte, onde a dimensão

mais humana permite o desenvolvimento sustentável, estímulo

ao pequeno comércio local e familiar com impacto local

positivo para os bairros atravessados (é o caso da Orla no Rio

Vermelho, Ondina, Barra,...), e também questões relacionadas

a segurança pública

32

Page 33: Orla_analise 17 04

HISA ENGENHARIA EMS

Cumprir estes 2 papéis é muitas vezes contraditório, pois uma

escolha desvaloriza ou valoriza um dos partidos. Por exemplo: os

retornos no canteiro central dificultam as travessias de pedestres e

ciclistas e não permitem regular a velocidade.

Uma velocidade alta também aumenta as ocorrências e a gravidade

de acidentes de trânsito. Por exemplo, a uma velocidade de 70 km/h,

o risco de morte em caso de atropelamento é de 100% para os

pedestres e diminui para 60% se esta velocidade for de 50km/h.

Figura 24- Gráfico de velocidade x mortalidade no trânsito. Fonte: Fórum Volvo.

Conforme a Figura 24 observa-se que o aumento da velocidade

também representa um grave risco de mortalidade para ocupantes

de veículos.

A relação entre a velocidade e o índice de Vítimas (Elvik et al 2004-

Austrália), está apresentada na Tabela 2 à seguir

Tabela 2

Mudança na

velocidade média

Redução da Velocidade

%

Aumento da velocidade

%

33

Page 34: Orla_analise 17 04

HISA ENGENHARIA EMS

-10 -5 -1 +1 +5 +10

Mortes % -38 -21 -4 +5 +25 +54

Lesões graves % -27 -14 -3 +3 +16 +33

Fonte: Fórum Volvo de segurança do trânsito

Traduzindo, uma simples redução em 10% na velocidade praticada

reduzirá em 38% o número de mortes e o seu aumento (da

velocidade) para os mesmos 10% provocarão 54% a mais de mortes

no trânsito.

O status de via arterial permite escolher qual destas funções deve

ser predominante. A Tabela 3 apresenta as escolhas gerais

recomendadas:

Tipo de serviço da via

Opção1- Fluidez e

velocidade

2- Revitalização urbana para as

pessoasGestão dos cruzamentos

Desníveis, retornos

Semáforos, em nível, rotatórias

Travessia de pedestres

Passarelas, passagens em subsolo

Faixas de pedestres integradas

Rede cicloviária SegregadaSemi segregada, em função da velocidade e volumes de veículos

Velocidade regulamentar

70 km/h 50 km/h (sugestão)

Gestão da preferência para ônibus

Vias de acesso segregadas

Preferência por monitoramento semafórico, detecção de presença magnética ou GPS.Vias de acesso segregadas (em função das condições de tráfego)

Tabela 3 Critérios e propostas de diretrizes em função do partido adotado

34

Page 35: Orla_analise 17 04

HISA ENGENHARIA EMS

5.2 EXEMPLOS DOS PARTIDOS ADOTADOS EM ORLAS MARÍTIMAS

Vários exemplos de cidades no mundo escolheram valorizar o papel

urbano das suas orlas aquáticas com sucesso. E o caso de

Florianópolis (SC), Rio de Janeiro, Porto Alegre, Miami,e Chicago,

sem incluir grandes obras de arte e realizar a gestão por semáforos,

conforme imagens a seguir.

Figura 25- Orla de Florianópolis SC Figura 26 Avenida das Américas RJ

Figura 27 Orla de Porto Alegre RS Figura 28- Orla de Miami EUA

35

Page 36: Orla_analise 17 04

HISA ENGENHARIA EMS

Figura 29- Orla de Chicago EUA

36

Page 37: Orla_analise 17 04

HISA ENGENHARIA EMS

5.3 DIRETRIZES PROPOSTAS

Em um projeto dessa natureza as diretrizes recomendadas são no

sentido de valorizar os modos alternativos ao automóvel na Orla, que

são:

1. O transporte coletivo, pela oferta de uma via exclusiva para os

ônibus, melhoria das condições de acesso às paradas,

acessibilidade universal, preferência para os ônibus nos

cruzamentos com semáforos, monitoramento e regulação do

tráfego entre outras medidas eficientes.

2. A caminhada, pela oferta de calçadas confortáveis, bem

dimensionadas e acessíveis, sem barreiras arquitetônicas,

iluminação e com mobiliário urbano adequado. Muito

importante é o tratamento a ser oferecido nas travessias de

pedestres que acontecem de forma difusa às praias,

principalmente para os moradores do entorno da orla. A

necessidade de arborização deve ser considerada favorecendo

o conforto térmico e protegendo do ensolejamento verificado

em todas as estações do ano em Salvador.

3. As bicicletas, pelo acesso livre, seguro e confortável ás praias,

servindo como meio de transporte para trabalhadores e

estudantes, bem como prática esportiva e de lazer.

Dessa forma, estas medidas servirão de suporte para estímulo à

transferência modal do veículo particular para os transportes

públicos coletivos e /ou sustentáveis contribuindo para a redução dos

tempos de viagens.

A valorização destes modos de transporte é condicionada pelo

caráter urbano e humano do projeto vário e sua inserção na cidade,

não somente com tráfego de passagem, mais como vetor de bem

estar da população.

37

Page 38: Orla_analise 17 04

HISA ENGENHARIA EMS

Estudos complementares devem ser realizados para consolidar as

seguintes escolhas pontuais em termos de infra-estrutura deste

trabalho.

5.4 DIMENSIONAMENTO DA VIA

As pistas de cada sentido poderão ser dimensionadas (mínimo) para

9.5m, que irão conter duas faixas de 3.0m cada para o tráfego em

geral e mais uma exclusiva para o transporte coletivo de 3.50 m de

largura, conforme Figura 30 a seguir.

Figura 30- Proposta de perfil transversal

5.5 FAIXAS EXCLUSIVAS PARA O TRANSPORTE COLETIVO

Não se justifica investimento no sistema viário que não seja voltado a

valorização e atratividade do transporte coletivo. Neste caso, a

implantação de faixa exclusiva é de fundamental importância,

chamando a atenção que face ao desenvolvimento tecnológico de

fiscalização eletrônica, necessariamente não precisará contar com

segregação física do tipo canaleta ou outro tipo de segregadores. As

sinalizações, horizontal e vertical, deverão cumprir este papel

auxiliados por equipamentos de fiscalização eletrônica.

As faixas exclusivas poderão funcionar no lado direito ou esquerdo

da via (junto ao canteiro central), absorvendo os modos de média

capacidade ou mantendo os ônibus convencionais.

38

Page 39: Orla_analise 17 04

HISA ENGENHARIA EMS

Para o presente estudo a indicação é que inicialmente as faixas

exclusivas sejam implantadas a direita da via, possibilitando assim o

imediato aproveitamento das linhas convencionais, não invalidando,

porém, a operação pelo futuro sistema BRT ou outro modo de média

capacidade.

5.6 INTERSEÇÕES ESTRUTURANTES

Propõem-se duas alternativas:

Alternativa 1

Se o estudo de tráfego possibilitar a viabilidade da implantação, os

retornos propostos poderão ser mantidos, porém com ajustes na

posição e geometria, podendo ser compatibilizados com a criação de

alguns acessos em desnível para os pedestres, que neste caso seriam

em desnível, seguindo o modelo do aterro da Glória no Rio de

Janeiro.

Em princípio as interseções deverão possibilitar todos os movimentos

necessários. Se os estudos de tráfego assim indicarem, poderiam ser

implantadas em alguns casos as rotatórias, que são os sistemas

viários que melhor atendem a esses princípios, ou seja, todos os

movimentos.

Alternativa 2

Gestão com semáforos das interseções e faixas de pedestres, com

funcionamento em onda verde (Figura 31) e possibilidade de um dos

movimentos da conexão entre avenidas, no sentido que prevê a

integração com BRT, em desnível através de mergulhos.

39

Page 40: Orla_analise 17 04

HISA ENGENHARIA EMS

Figura 31 Gráfico do funcionamento de onda verde

5.6.1 Cruzamento com semáforo

Em função dos volumes de tráfego, uma das possibilidades será

gerenciar os fluxos dos veiculos com semáforos, aliado a passagens

com infraestruturas complementares :

Retornos no canteiros central com semáforo

Mergulho para garantir os movimentos dos transportes

coletivos de integração do BRT/ Metrô, entre a Av. Pinto de

Aguiar e Jorge Amado.

As interseções a serem conectadas através de controles

semafóricos, deverão ser estruturados para funcionar

sincronizados, em onda verde, que permita o controle da

velocidade em 50Km/h. Visando não favorecer a ocorrência de

congestionamentos, os semáforos deverão ser programados para

atuar em 2 fases.

40

Page 41: Orla_analise 17 04

HISA ENGENHARIA EMS

As figuras a seguir ilustram o funcionamento com semáforos em 2

estágios complementados com mergulho em uma direção.

Avenida Pinto de Aguiar

Os esquemas propostos para a Av. Pinto de Aguiar estão

apresentados a seguir :

Fase Origem Destino Fase

1 Itapoan Centro

Centro Pinto de Aguiar

2 Centro Pinto de Aguiar

Itapoan Centro

Mergul

ho

Pinto de Aguiar Itapoan Livre

41

Page 42: Orla_analise 17 04

HISA ENGENHARIA EMS

Figura 32- Av. Pinto de Aguiar Fase 1

Figura 33- Av. Pinto de Aguiar Fase 2.

Av. Jorge Amado

42

Page 43: Orla_analise 17 04

HISA ENGENHARIA EMS

Para a Av. Jorge Amado está sugerido o seguinte esquema de

conexão;

Fase Origem Destino Fase

1 Itapoan Centro

Centro Jorge Amado

2 Centro Jorge Amado

Itapoan Centro

Mergul

ho

Pinto de Aguiar Itapoan Livre

Figura 34- Interseção Jorge Amado- Fase 1.

43

Page 44: Orla_analise 17 04

HISA ENGENHARIA EMS

Figura 35- Interseção Av. Jorge Amado Fase 2.

5.6.2 Esquemas Padrão

Em detalhe, o esquema padrão para o tratamento das interseções

sugerido é o seguinte:

Mergulho que priorize as conexões entre as avenidas para as

linhas de integração

Controle semafórico para os demais movimentos funcionando

em 02 ( duas) fases.

Faixa exclusiva para ônibus, na fase inicial, na faixa da direita,

junto ao meio fio.

Ciclovia bidirecional, na pista sentido Itapoan, mantendo a

ciclovia para lazer de acordo com o projetado.

Calçada com 5 metros, onde for possível.

Velocidade máxima de 50 Km/h.

Passagem de pedestres com semáforo ou em desnível.

Rotatória, em alguns pontos, dependendo dos resultados das

pesquisas e alocação de tráfego.

44

Page 45: Orla_analise 17 04

HISA ENGENHARIA EMS

5.6.3 Esquemas Padrão

O quadro a seguir apresenta opções de detalhes (preliminar).

Opção da interseção da Av. Pinto de Aguiar com mergulho

semáforos e retornos

Exemplo de gestão para a interseção Jorge Amado

Semáforo com Mergulho

Para o detalhamento do plano funcional, que deverá anteceder ao

projeto básico, serão necessárias as seguintes ações :

Estudos complementares como pesquisas volumétricas e

45

Page 46: Orla_analise 17 04

HISA ENGENHARIA EMS

direcionais e os dados de regulação de tráfego e de transportes

(ciclos e estágios dos semáforos).

Pesquisa referente aos dados de segurança viária da

configuração atual (histórico de acidentes num período de 5

anos)

Realização de modelo de microsimulação de trânsito, a partir

das pesquisas de tráfego a serem realizadas.

5.7 CICLOVIAS

Recomenda-se manter a ciclovia bidirecional, contígua aos eixos de

circulação da pista no sentido Itapoan, segregada do tráfego em

geral, não conflitando com os pontos de ônibus (conforme o Projeto

Cidade Bicilceta da Conder) para:

Favorecer o uso da bicicleta para viagens com característica de

trabalho, que requer um traçado que facilite os deslocamentos.

Facilitar os deslocamentos de pequeno porte (criar um desvio

até a praia penaliza a atratividade da ciclovia, lembrando que o

ciclista usa sua própria energia para se locomover, e procura,

portanto o máximo de economia)

Deverão ser dimensionadas para atender as pessoas que utilizam

bicicletas como meio de transporte, seguindo um traçado que

favoreça os seus deslocamentos.

A recomendação é que se mantenha o traçado proposto com vistas a

uma segunda oferta de infraestrutura cicloviária voltada ao lazer e

práticas esportivas, podendo neste caso apresentar sinuosidade no

traçado. Desse modo a ciclovia proposta no projeto pode ser

mantida para os usos de lazer da fachada marítima.

Outro aspecto que deverá ser enfatizado é a implantação de

estacionamentos para a bicicleta, ou seja, bicicletários e paraciclos.

5.8 TRATAMENTOS DA CICLOVIA NOS PONTOS DE ÔNIBUS

46

Page 47: Orla_analise 17 04

HISA ENGENHARIA EMS

Nos pontos de ônibus, entre as possibilidades de tratamento

recomendadas pela SEMOB e o DENATRAN está a de implantar a

ciclovia por trás das paradas de ônibus identificando (a ciclovia) com

uma cor, para evitar acidentes com os pedestres.

Vale salientar que esta opção já é utilizada, em Salvador em toda a

orla marítima. Figura 36

Figura 36- Ciclovia da orla marítima em Salvador

5.9 PEDESTRES

As travessias de pedestres deverão ser realizadas em nível,

controladas por semáforos, próximas às necessidades de cada região.

Estes semáforos deverão ser protegidos por sensores de invasão de

sinal, para evitar infrações e acidentes do tipo atropelos.

Figura 37- Proposta de travessias com refúgios entre as faixas (em

função da programação semafórica)

Implantar passarelas, pelos motivos já expostos não são

47

Page 48: Orla_analise 17 04

HISA ENGENHARIA EMS

recomendados. Em alguns pontos de maior concentração de

pedestres ou pólos geradores de tráfego poderão ser implantadas

passagens em desnível, desde que bem dimensionadas (largura

sugerida com 15m e alltura de 2.50m) de forma a não causar

desconforto ou claustrofobia. Como já citado neste relatório o padrão

sugerido é o adotado no aterro da glória no RJ, com implantação no

seu interiro de pequenos comércios, serviços ou escritórios de

serviços públicos relacionados as atividades características da área.

As calçadas deverão na medida do possível ser dimensionadas em 4 a

5 metros de largura, e dotadas de rampas de acesso, guias para

deficientes visuais, sem barreias, obedecendo ao que preconiza a Lei

9050 de acessibilidade universal.

Propõe-se em complementação às outras medidas de segurança de

travessias dos pedestres (em nível) a criação de passagens em

desnível, nos locais onde as demandas são altas ou próximas aos

polos geradores de tráfego. Estas passagens deverão ser

dimensionadas e estruturadas de forma a garantir sua atratividade,

segurança e conforto.

Figura 38 Passagem em desnível no aterro da Gloria RJ

A definição do projeto deverá responder as exigências de

acessibilidade universal (NBR9050)

5.10REGULAÇÃO DE TRÂNSITO

Cruzamentos com semáforos em nível e tratamento das passagens de

48

Page 49: Orla_analise 17 04

HISA ENGENHARIA EMS

pedestres com programação de uma onda verde na Orla trará muitos

benefícios, dentre os quais:

Controle natural das velocidades, dando um tempo para

percorrer a distância entre 2 cruzamentos correspondendo a

velocidade recomendada para a segurança do trânsito (por

exemplo 50km/h)

Melhoria do tráfego, pela otimização e equilíbrio dos tempos

de verde.

Melhor respeito dos semáforos, pela melhoria do desempenho

(saber que a parada é a única num trecho de 4,5 km ajuda

neste sentido).

Custos econômicos e ambientais reduzidos.

Preferência dos ônibus facilitada.

Melhoria do conforto e segurança para os pedestres, pelas

travessias em nível.

A viabilidade deste modo de regulação deverá ser confirmada com

estudos complementares e realização de pesquisas de tráfego.

5.11ARBORIZAÇÃO DAS BORDAS

O sombreamento em Salvador é fundamental para incentivar os

modos não motorizados como pedestres e ciclistas, amenizando os

efeitos do ensolejamento.

Desta forma, propõe-se arborizar de forma mais ampla os espaços

contíguos às ciclovias e das calçadas, para garantir a maior

atratividade e conforto para todos.

5.12ACESSIBILIDADE UNIVERSAL

A melhoria do serviço de transporte coletivo passa necessariamente

pela adequação dos veículos, das calçadas e plataformas de

embarque e da interface ônibus/plataforma com as melhores práticas

49

Page 50: Orla_analise 17 04

HISA ENGENHARIA EMS

de acessibilidade universal.

Isso significa, por exemplo, facilitar o embarque e desembarque dos

passageiros de transporte coletivo através da implantação de

plataformas elevadas nos pontos de ônibus.

Figura 39- Plataforma elevada Dique/Salvador Figura 40- Plataforma elevada. Consolação SP

Significa também melhorar a proximidade dos ônibus à plataforma

de embarque. Isso pode ser realizado com bordas elevadas

adequadas que guiam as rodas dos veículos de forma suave para

evitar qualquer risco para as pessoas e os veículos, conforme Figura

41

Figura 41- Esquema de meio fio para aproximar os ônibus da calçada Fonte CETU FR

50

Page 51: Orla_analise 17 04

HISA ENGENHARIA EMS

Figura 42- detalhe do meio fio proposto para o ponto de ônibus: Fonte CERTU

Para ônibus trabalhando em faixa exclusiva, dependendo da eficácia

do gerenciamento, da programação e da operação das linhas, as

baias nos pontos de parada poderão ser suprimidas, facilitando a

operação de parada para os ônibus em circulação.

Como exemplo a Avenida Paulista, em SP capital, cuja operação em

faixa exclusiva não contempla baias para ônibus.

Figura 44 Faixa exclusiva para ônibus na Av. Paulista

5.13INFORMAÇÃO

A orla marítima, por sua própria natureza, além de importante

corredor de trânsito e de transporte é um grande atrativo turístico.

Além de servir como a informação de roteiros, horários e operação

dos ônibus, quando atualizada ou dinâmica, permite uma adaptação

51

Figura 43- Ponto de ônibus sem baia na Av. Paulista

Page 52: Orla_analise 17 04

HISA ENGENHARIA EMS

do usuário às dificuldades e uma redução na insatisfação dos

passageiros, em eventuais atrasos dos ônibus, modificação das rotas,

acidentes Um bom exemplo a ser seguido com relação a informação

dos passageiros é a experiência do “eponto” da SPTRANS, nos

corredores de transportes em SP.

Figura 45- Mapas das linhas e horários nos abrigos em SP

FONTE: http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2011/novembro/sao-paulo-lanca-

primeiro-e-ponto-do-brasil

Figura 46 e ponto em SP.

http://super.abril.com.br/blogs/planeta/ponto-de-onibus-em-sp-produz-energia-limpa-e-

oferece-wi-fi-gratuito-aos-passageiros/

5.14SEGURANÇA NO TRÂNSITO

O ano de 2012 foi instituído pela ONU como início da “década

52

Page 53: Orla_analise 17 04

HISA ENGENHARIA EMS

mundial para a segurança no trânsito”. O Brasil abraçou a idéia e

criou o “Plano nacional de redução de acidentes e segurança viária

para a década 2011-2020.”

Um dos grandes componentes para a gravidade dos acidentes é a

velocidade, resultando em fatalidades e sequelas graves em

pedestres, ciclistas, motociclistas passageiros e condutores de

veículos. Cidades da comunidade europeia, e recentemente Chicago

nos EUA, passaram a adotar controle rígido e restrição de velocidade

em áreas urbanas.

O quadro 03 do PDDU estabelece com velocidade diretriz para via

Arterial II, 60km/h. Com o objetivo de proporcionar maior segurança

para todos os usuários da via, propõe-se a regulamentação de limite

máximo da velocidade para 50Km/h, pelos motivos já expostos neste

relatório.

Como exemplo, uma comparação entre tempos de percurso livre,

sem interferências, para uma distância de 4.5km, que é o limite da

poligonal de estudo, está ilustrada no quadro a seguir:

Velocidade Tempo de percursoDiferença dos

tempos de percurso

70 Km/h 3’52”1’3”

50 Km/h 5’4”

Observa-se que o aumento da velocidade em 20 Km/h, dentro de um

percurso, por exemplo, de 4.5Km, resultaria em um “ganho” de

apenas um minuto e meio, o que se comparado com o aumento dos

índices de segurança já expostos, não se justifica.

6 RESUMO DAS PROPOSTAS APRESENTADAS

O quadro a seguir apresenta um resumo das modificações sugeridas

53

Page 54: Orla_analise 17 04

HISA ENGENHARIA EMS

para o corredor de integração das Avenidas Jorge Amado, Pinto de

Aguiar e Orlando Gomes

Assunto Proposta em

estudo

Alternativa recomendada

Velocidade Não

estabelecida

50Km/h

Ciclovia Junto ao

calçadão e

sinuosa

Manter a ciclovia proposta para

lazer e propor outra ao logo do

bordo da pista sentido Itapoan

para uso como modo de transporte

Interseção Retornos e

mergulho

Com semáforos e uma passagem

em mergulho

Passagem de

pedestres

Passarela e não

especificado

1- Passagens com semáforos e em

nível

2- Passagens em desnível e

semáforos

Posicionamen

to das pistas

Sentido Centro Manter

Sentido

Itapoan

Redesenhar junto à pista do

sentido contrário separadas por

canteiro central permitindo no

futuro, operação de sistema de

transporte de média capacidade.

Faixa

exclusiva de

ônibus

Não citada Recomendada nos dois sentidos

7 EQUIPE TÉCNICA

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Page 55: Orla_analise 17 04

HISA ENGENHARIA EMS

Cristina Aragón

Arquiteta e Analista de Transporte e Tráfego

Clément Vialle

Engenheiro de Sistemas Urbanos

Mestre em Engenhaira Ambiental Urbana

8 BIBLIOGRAFIA

CTB- Código brasileiro de Trânsito e Manuais de sinalização de

trânsito - DENATRAN

PDDU e LOUOS de Salvador

NBR9050

Projeto Cidade Bicicleta da CONDER

CERTU

Plano de mobilidade

Revista Planeta- Abril

Caderno de Referência para Elaboração de Plano de Mobilidade

Urbana –Ministério das Cidades

Fotos : Própria autoria e Street view

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