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Prezados Conselheiros, Segue as orientações da ONU para a elaboração do Relatório de implementação e monitoramento da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, a ser apresentado pelos países ao Comitê sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, em cumprimento ao artigo 33 do tratado. Tais orientações, prescritas na língua inglesa, foram traduzidas para o português pela Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos das Pessoas com Deficiência (SNPD). O Estado Brasileiro deverá enviar o referido Relatório neste ano de 2010, uma vez que completa, em 1º de agosto próximo, dois anos do processo de ratificação concluído em 2008, com o devido depósito legal na ONU dos documentos aprovados no Congresso Nacional. Na última reunião do CONADE, quando o tema foi abordado no Plenário, a SNPD se dispôs a submeter à apreciação dos Conselheiros, na próxima reunião que será realizada nos dias 14 e 15 de setembro, o Relatório que está sendo preparado. Após, o Relatório do Brasil deverá ser submetido à consulta pública, sendo pauta também do IV Encontro Nacional de Conselhos de Direitos das Pessoas com Deficiência, agendado para acontecer no mês de novembro deste ano. O roteiro representa uma verdadeira agenda de atuação dos Conselhos de Direitos da área da pessoa com deficiência, na medida em que orientam quais indicadores são relevantes para verificação do

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Page 1: Orientações detalhadas para a elaboração do relatório ... · Web viewSegue as orientações da ONU para a elaboração do Relatório de implementação e monitoramento da Convenção

Prezados Conselheiros,

Segue as orientações da ONU para a elaboração do Relatório de implementação e monitoramento da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, a ser apresentado pelos países ao Comitê sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, em cumprimento ao artigo 33 do tratado. Tais orientações, prescritas na língua inglesa, foram traduzidas para o português pela Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos das Pessoas com Deficiência (SNPD).

O Estado Brasileiro deverá enviar o referido Relatório neste ano de 2010, uma vez que completa, em 1º de agosto próximo, dois anos do processo de ratificação concluído em 2008, com o devido depósito legal na ONU dos documentos aprovados no Congresso Nacional.  

Na última reunião do CONADE, quando o tema foi abordado no Plenário, a SNPD se dispôs a submeter à apreciação dos Conselheiros,  na próxima reunião que será realizada nos dias 14 e 15 de setembro, o Relatório que está sendo preparado. Após, o Relatório do Brasil deverá ser submetido à consulta pública, sendo pauta também do IV Encontro Nacional de Conselhos de Direitos das Pessoas com Deficiência, agendado para acontecer no mês de novembro deste ano.

O roteiro representa uma verdadeira agenda de atuação dos Conselhos de Direitos da área da pessoa com deficiência, na medida em que orientam quais indicadores são relevantes para verificação do cumprimento dos direitos e obrigações contidas na Convenção. Nesse sentido, é de extrema importância que todos se apropriem do conteúdo deste anexo.  

Abraços a tod@s,

Denise GranjaPresidente do CONADE

Orientações detalhadas para a elaboração do relatório específico a ser

apresentado ao Comitê e sua relação com as disposições gerais da

Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência

Page 2: Orientações detalhadas para a elaboração do relatório ... · Web viewSegue as orientações da ONU para a elaboração do Relatório de implementação e monitoramento da Convenção

Artigos 1º a 4º da Convenção

Esses artigos prevêem o propósito, as definições, os princípios gerais e as

obrigações da Convenção.

O Estado brasileiro deverá informar:

• A definição de deficiência utilizada na coleta dos dados que são objeto de análise,

quais deficiências foram incluídas e o conceito de "longo prazo" estabelecido;

• As formas e os meios pelos quais a legislação nacional define e compreende os

conceitos dos artigos 1º e 2º da Convenção, particularmente as leis, regulamentos, costumes

ou práticas sociais discriminatórias em razão da deficiência;

• As formas e os meios pelos quais o Estado brasileiro define e interpreta o conceito

de "ajustes razoáveis" e a condição de não impor "um ônus desproporcional ou indevido",

dando exemplos;

• A maneira pela qual os princípios e obrigações gerais dos artigos 3 º e 4 º da

Convenção foram postos em prática e como se espera garantir sua efetiva implementação,

em particular o princípio da promoção do pleno exercício dos direitos previstos na

Convenção, sem discriminação em razão de deficiência, conforme previsto no artigo 4 º,

fornecendo exemplos.

• Dados estatísticos desagregados e comparativos sobre a eficácia de medidas

específicas contra a discriminação e os progressos realizados no sentido de garantir por

igual o exercício de cada um dos direitos reconhecidos na Convenção das Pessoas com

Deficiência, incluindo perspectivas de gênero e de faixa etária.

• Os direitos reconhecidos na Convenção que o Estado brasileiro decidiu implementar

progressivamente e aqueles postos em prática imediatamente, com uma descrição dos

efeitos dessas últimas medidas.

• O grau de participação das pessoas com deficiência, incluindo mulheres, meninos e

meninas com deficiência no desenvolvimento, implementação e avaliação da legislação e

das políticas adotadas para implementar a Convenção. Deverá também indicar a

diversidade das pessoas com deficiência que participaram desses processos com a

perspectiva de gênero e de faixa etária.

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Page 3: Orientações detalhadas para a elaboração do relatório ... · Web viewSegue as orientações da ONU para a elaboração do Relatório de implementação e monitoramento da Convenção

• Se o Estado tem adotado medidas que oferecem um nível mais elevado de proteção

aos direitos das pessoas com deficiência que as disposições da Convenção, conforme

preconizado no parágrafo 4º do artigo 4º.

• Como se tem garantido que as disposições da Convenção sejam aplicadas em todas

as partes do país, sem limitações ou exceções, no caso dos Estados Federativos ou

altamente descentralizados.

Seção sobre direitos específicos

Artigo 5 - Igualdade e não discriminação

Esse artigo reconhece que todas as pessoas são iguais perante a lei e tem direito a

receber igual proteção e benefício da lei sem discriminação.

O Estado brasileiro deverá informar:

• Se as pessoas com deficiência podem amparar-se na lei para proteger ou buscar seus

interesses numa base de igualdade com as outras pessoas da sociedade;

• Medidas eficazes adotadas para assegurar às pessoas com deficiência proteção legal

igual e efetiva contra quaisquer formas de discriminação, incluindo a provisão de ajustes

razoáveis;

• Políticas e programas, incluindo medidas de ação afirmativa para alcançar a efetiva

igualdade das pessoas com deficiência, tendo em conta sua diversidade.

Artigo 8 - Conscientização

Esse artigo estabelece a obrigação do Estado brasileiro de conduzir políticas

eficazes de sensibilização para promover a imagem positiva das pessoas com deficiência. O

relatório deve conter informações sobre as medidas adotadas para aumentar a consciência

das pessoas com deficiência, promover o respeito pelos seus direitos e sua dignidade, suas

capacidades e contribuições, bem como combater os estereótipos e preconceitos contra eles.

O Estado brasileiro deverá informar:

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Page 4: Orientações detalhadas para a elaboração do relatório ... · Web viewSegue as orientações da ONU para a elaboração do Relatório de implementação e monitoramento da Convenção

• Campanhas de sensibilização destinadas à sociedade em geral e no âmbito do

sistema educativo, bem como as atividades desenvolvidas por meio dos grandes meios de

comunicação;

• Medidas adotadas para conscientizar e informar as pessoas com deficiência e outros

setores da sociedade sobre a Convenção e os direitos que reconhece.

Artigo 9 - Acessibilidade

Esse artigo estabelece a obrigação do Estado brasileiro adotar medidas adequadas

para garantir que as pessoas com deficiência possam viver com independência e participar

plenamente de todos os aspectos de sua existência.

O Estado brasileiro deverá informar:

• As medidas legislativas e de outra natureza adotadas para garantir o acesso das

pessoas com deficiência, em pé de igualdade com os outros, ao ambiente físico (incluindo o

uso de sinalização indicadora e de sinalização nas ruas), transportes, informação e

comunicações (incluindo tecnologia e sistemas de informação e comunicações) e a outras

facilidades concedidas ao público, inclusive por entidades privadas, em áreas urbanas e

rurais, de acordo com os parágrafos 2b e 2h do artigo 9º da Convenção;

• Normas e orientações técnicas sobre acessibilidade, assim como inspeções sobre seu

cumprimento e sanções aplicadas no caso de seu descumprimento, e se os recursos obtidos

através de sanções pecuniárias são destinados à promoção de medidas de acessibilidade;

• A utilização de dispositivos nos contratos públicos e de outras medidas que

estabeleçam requisitos obrigatórios em matéria de acessibilidade;

• A identificação e a eliminação de obstáculos e barreiras à acessibilidade, incluindo

tanto o setor público quanto o privado, bem como a existência de planos nacionais de

acessibilidade, com metas e prazos claros.

Artigo 10 - Direito à vida

Esse artigo reafirma o direito à vida, inerente às pessoas com deficiência, em

condições de igualdade com as outras pessoas.

O Estado brasileiro deverá informar:

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• Se a lei reconhece e protege o direito à vida e à sobrevivência das pessoas com

deficiência condições de igualdade com as outras pessoas;

• Se as pessoas com deficiência estão sujeitas à privação arbitrária da vida.

Artigo 11 - Situações de risco e emergências humanitárias

Esse artigo obriga o Estado brasileiro a garantir a proteção e a segurança das

pessoas com deficiência em situações de risco, como aquelas resultantes de conflito

armado, emergências humanitárias e desastres naturais.

O Estado brasileiro deverá informar sobre as medidas adotadas para garantir a

proteção e a segurança das pessoas com deficiência, incluindo medidas para sua inclusão

nos protocolos de emergência nacional.

O Estado brasileiro deverá informar sobre as medidas adotadas para garantir que a

assistência humanitária de emergência seja distribuída de forma acessível às pessoas com

deficiência que se encontrem em situação de emergência humanitária, incluindo as medidas

adotadas para garantir que alojamentos de emergência e campos de refugiados tenham

latrinas e serviços de saúde acessíveis para as pessoas com deficiência.

Artigo 12 - Igual reconhecimento perante a lei

Esse artigo reafirma que as pessoas com deficiência têm o direito ao

reconhecimento de sua personalidade jurídica.

O Estado brasileiro deverá informar:

• As medidas adotadas pelo Estado brasileiro para garantir que as pessoas com

deficiência possam exercer sua capacidade legal em igualdade de condições com as outras

pessoas em todos os aspectos da vida, em particular as medidas para assegurar o direito das

pessoas com deficiência a manterem sua integridade física e mental, à participação plena

como cidadãos, possuir e herdar bens, controlar as próprias finanças e ter acesso em

igualdade de condições a empréstimos bancários, hipotecas e outras formas de crédito

financeiro, bem como seu direito de não serem privados de sua propriedade

arbitrariamente;

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• Se existe ou não legislação para restringir a capacidade legal em razão da

deficiência, bem como as medidas adotadas em conformidade com o artigo 12 da

Convenção;

• O apoio disponível para as pessoas com deficiência exercerem sua capacidade legal

e administrarem suas finanças;

• A existência de garantias contra o abuso de modelos assistidos para tomada de

decisões;

• A promoção da sensibilização e de campanhas educativas sobre o reconhecimento

da igualdade de todas as pessoas com deficiência perante a lei.

Artigo 13 - Acesso à justiça

Esse artigo reconhece o direito das pessoas com deficiência de ter acesso efetivo à

justiça, em condições de igualdade com as outras pessoas, sem serem excluídas dos

procedimentos judiciais.

O Estado brasileiro deverá informar:

• As medidas adotadas para assegurar que todas as pessoas com deficiência tenham

acesso efetivo à justiça em todas as fases dos processos judiciais, incluindo as fases de

investigação e outras etapas preliminares;

• As medidas adotadas para assegurar que os funcionários do Poder Judiciário e do

sistema penitenciário nacional sejam capacitados, de forma eficaz, sobre o respeito aos

direitos das pessoas com deficiência;

• A existência de ajustes razoáveis, incluindo ajustes de procedimento nos processos

judiciais para garantir a participação efetiva das pessoas com todos os tipos de deficiência

no sistema de justiça, independentemente da situação em que se encontram (por exemplo,

como vítimas, réus, testemunhas, jurados, etc.);

• Ajustes relacionados à idade para garantir a efetiva participação de crianças e jovens

com deficiência.

Artigo 14 - Liberdade e segurança da pessoa

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Esse artigo diz que as pessoas com deficiência têm o direito à liberdade e à

segurança pessoal e não podem ser privadas de sua liberdade ilegalmente ou

arbitrariamente com base na existência de uma deficiência.

O Estado brasileiro deverá informar:

• As medidas adotadas pelo Estado brasileiro para garantir que todas as pessoas com

todos os tipos de deficiência têm o direito à liberdade e à segurança pessoal, e que ninguém

possa ser privado de sua liberdade em razão da sua deficiência;

• As medidas adotadas para abolir toda a legislação que permita a institucionalização

ou a privação da liberdade de todas as pessoas com qualquer tipo de deficiência;

• As medidas legislativas e de outra natureza postas em prática para garantir que se

ofereçam os ajustes razoáveis necessários às pessoas com deficiência que foram privadas de

sua liberdade, e que essas pessoas se beneficiem das mesmas garantias processuais que as

outras pessoas para que possam desfrutar plenamente de outros direitos humanos.

Artigo 15 – Direito de não ser submetido à tortura e a outros tratamentos cruéis,

desumanos ou degradantes

Esse artigo estabelece o direito das pessoas com deficiência à proteção contra a

tortura ou outros tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes.

O Estado brasileiro deverá informar:

• As medidas de proteção das pessoas com deficiência, incluindo aquelas que

precisam de apoio para exercer sua capacidade legal, para que não sejam submetidas a

experiências médicas ou científicas sem seu consentimento livre e esclarecido;

• A inclusão de pessoas com deficiência nas estratégias e mecanismos nacionais para

a prevenção da tortura.

Artigo 16 - Direito de não ser submetido à exploração, à violência e ao abuso

Esse artigo protege todas as pessoas com deficiência, especialmente mulheres e

crianças com deficiência, contra todas as formas de exploração, violência e abuso, tanto no

lar como fora dele.

O Estado brasileiro deverá informar:

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Page 8: Orientações detalhadas para a elaboração do relatório ... · Web viewSegue as orientações da ONU para a elaboração do Relatório de implementação e monitoramento da Convenção

• As medidas legislativas, administrativas, sociais, educacionais e de outra natureza

adotadas para proteger as pessoas com deficiência, tanto dentro como fora de casa, contra

todas as formas de exploração, violência e abuso, incluindo aspectos relacionados às

questões de gênero e à infância;

• As medidas de proteção social que visam apoiar pessoas com deficiência, incluindo

suas famílias e guardiões, e prevenir, reconhecer e denunciar casos de exploração, violência

e abuso, incluindo aspectos relacionados às questões de gênero e à infância;

• As medidas adotadas para garantir que todos os serviços e programas destinados a

atender as pessoas com deficiência sejam efetivamente monitorados por autoridades

independentes;

• As medidas adotadas para assegurar que todas as pessoas com deficiência que são

vítimas da violência tenham acesso a todos os serviços e programas efetivos de

recuperação, reabilitação e reintegração social;

• As medidas adotadas para garantir que todos os recursos e serviços disponíveis para

prevenir a violência e para apoiar e assistir suas vítimas sejam acessíveis para as pessoas

com deficiência;

• Legislação e políticas, incluindo a legislação e as políticas direcionadas à mulher e à

criança, para garantir que se reconheçam, investiguem e, quando for o caso, sejam levados

à justiça, todos os casos de exploração, violência e abuso contra pessoas com deficiência.

Artigo 17 - Proteção da integridade da pessoa

Esse artigo estabelece o direito das pessoas com deficiência ao respeito a sua

integridade física e mental.

O Estado brasileiro deverá informar:

• As medidas adotadas para proteger as pessoas com deficiência de tratamentos

médicos (ou outros), administrados sem o consentimento pleno e informado da pessoa;

• As medidas adotadas para proteger todas as pessoas com deficiência de

esterilizações forçadas, e as meninas e as mulheres do aborto forçado;

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• A existência, a composição e o papel das organizações independentes de

monitoramento dedicadas a assegurar o cumprimento desse direito, bem como os

programas e as medidas adotados por esses organismos.

Artigo 18 - Liberdade de circulação e nacionalidade

Esse artigo reconhece o direito das pessoas com deficiência à liberdade de

circulação, à livre escolha do local de residência e a uma nacionalidade.

O Estado brasileiro deverá informar:

• As medidas legislativas ou administrativas adotadas para garantir o direito das

pessoas com deficiência a adquirir uma nacionalidade e não serem privadas dela, bem como

seu direito de entrar ou sair do país segundo seu próprio desejo;

• As medidas adotadas para garantir que todas as crianças recém-nascidas com

deficiência sejam registradas imediatamente após o nascimento e recebam um nome e uma

nacionalidade.

Artigo 19 - Direito à vida independente e à inclusão na comunidade

Esse artigo reconhece o direito das pessoas com deficiência a viver de forma

independente e a participar na comunidade.

O Estado brasileiro deverá informar:

• A existência de sistemas de vida independente, inclusive com a possibilidade de

dispor de assistentes pessoais, no caso das pessoas que assim o requeiram;

• A existência de serviços de assistência domiciliar que permitam às pessoas com

deficiência a possibilidade de viver em sua comunidade;

• A existência e a abrangência de opções de serviços residenciais que permitam

diferentes formas de vida, incluindo a habitação compartilhada e protegida, tendo em conta

o tipo de deficiência;

• O grau de acessibilidade das pessoas com deficiência aos serviços e instalações

comunitárias disponíveis para a população em geral.

Artigo 20 - Mobilidade pessoal

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Esse artigo reconhece o direito das pessoas com deficiência a se mover livremente

com a maior independência possível.

O Estado brasileiro deverá informar:

• As medidas adotadas para facilitar a mobilidade das pessoas com deficiência,

incluindo o uso de sinalização indicadora e de sinalização de rua acessíveis, bem como seu

acesso a diversas formas de assistência (humana, animal, ou por meio de tecnologia e de

dispositivos de apoio), na maneira e no momento da sua escolha, a um custo acessível;

• As medidas adotadas para garantir que as tecnologias sejam de alta qualidade,

acessíveis e de fácil utilização;

• As medidas adotadas para ensinar técnicas de mobilidade pessoal às pessoas com

deficiência e ao pessoal especializado que trabalha com elas;

• As medidas adotadas para incentivar as entidades que produzem as ajudas técnicas

para mobilidade, os dispositivos e as tecnologias assistivas, para que tenham em conta

todos os aspectos da mobilidade das pessoas com deficiência.

Artigo 21 - Liberdade de expressão e de opinião, e acesso à informação

Esse artigo reconhece o direito das pessoas com deficiência à liberdade de expressão

e de opinião, incluindo a liberdade de procurar, receber e transmitir informações e idéias

por qualquer meio de comunicação de sua escolha.

O Estado brasileiro deverá informar:

• As medidas legislativas e de outra natureza adotadas para garantir que as

informações para o público em geral sejam acessíveis às pessoas com deficiência de forma

tempestiva e sem custo adicional;

• As medidas legislativas e de outra natureza adotadas para garantir que em todas as

formas de interação oficial e no acesso à informação, as pessoas com deficiência possam

utilizar os seus meios de comunicação preferidos, como, por exemplo, a linguagem de

sinais, o Braille, formas aumentativas e alternativas de comunicação e outros formatos

acessíveis;

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• As medidas adotadas para garantir que as entidades privadas e os meios de

comunicação proporcionem informação e serviços em formatos acessíveis às pessoas com

deficiência, incluindo medidas para prevenir que o setor privado bloqueie ou restrinja o

acesso à informação em formatos alternativos;

• O grau de acessibilidade dos meios de comunicação e a porcentagem de sítios Web

públicos que atendam às normas da “Web Acessibility Initiative” (WAI) (Iniciativa sobre

Acessibilidade na Web);

• As medidas legislativas e de outra natureza adotadas no âmbito do reconhecimento

oficial da (s) linguagem (ns) de sinais.

Artigo 22 - Respeito à privacidade

Esse artigo reconhece o direito das pessoas com deficiência à proteção de sua

privacidade, honra e reputação.

O Governo brasileiro deverá informar sobre as medidas adotadas para proteger a

confidencialidade das informações pessoais, médicas e relacionadas com a reabilitação das

pessoas com deficiência.

O Governo brasileiro deverá informar sobre as medidas adotadas para garantir que

as pessoas com deficiência não sejam ocultadas sob o pretexto da defesa de sua

privacidade.

Artigo 23 - Respeito pelo lar e da família

Esse artigo reconhece o direito das pessoas com deficiência a se casar e constituir

uma família, de decidir livremente o número de filhos que desejam ter, e a manter sua

fertilidade em igualdade de condições com as outras pessoas.

O Estado brasileiro deverá informar:

• As medidas adotadas para garantir que as pessoas com deficiência possam exercer

seu direito de contrair matrimônio e fundar uma família com base no livre e pleno

consentimento;

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• As medidas adotadas para garantir que as pessoas com deficiência tenham acesso

aos programas de planejamento familiar, de reprodução assistida e de adoção ou de

acolhimento de crianças sob guarda;

• As medidas adotadas para que os pais com deficiência, que assim o solicitem,

disponham de assistência adequada para desempenhar suas responsabilidades na criação

dos filhos, garantindo a relação pai-filho;

• As medidas adotadas para garantir que nenhuma criança seja separada dos pais com

base na deficiência da criança, dos pais ou de um deles;

• As medidas adotadas para apoiar os pais e as famílias de crianças com deficiência, a

fim de evitar ocultação, abandono, negligência e segregação da criança com deficiência;

• As medidas adotadas para evitar a institucionalização de crianças com deficiência

cujos pais não possam cuidar delas e garantir que lhes sejam fornecidos cuidados

alternativos dentro da família ampliada ou, na falta desta, no seio da comunidade em um

ambiente familiar;

• As medidas adotadas para evitar a esterilização forçada das pessoas com deficiência,

especialmente mulheres e meninas.

Artigo 24 - Educação

Esse artigo reconhece o direito das pessoas com deficiência à educação com base na

igualdade de oportunidades, com um sistema educacional inclusivo em todos os níveis e a

facilitação do acesso à educação ao longo da vida.

O Estado brasileiro deverá informar:

• As medidas adotadas para garantir que todas as crianças com deficiência tenham

acesso à educação pré-escolar e ao ensino primário, secundário e superior;

• O número de meninos e meninas com deficiência nos programas de educação pré-

escolar;

• As diferenças significativas que existam em termos da educação infantil em

diferentes níveis de ensino e se existem políticas e legislação para eliminar estas diferenças;

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Page 13: Orientações detalhadas para a elaboração do relatório ... · Web viewSegue as orientações da ONU para a elaboração do Relatório de implementação e monitoramento da Convenção

• As medidas legislativas e de outra natureza adotadas para assegurar que as escolas e

os materiais sejam acessíveis e que se ofereçam os ajustes razoáveis e o apoio

individualizado de que necessitam as pessoas com deficiência para garantir uma educação

eficaz e a plena inclusão;

• Disponibilidade de formação em Braille, linguagem de sinais, formas de

comunicação aumentativa e alternativa, mobilidade e outros aspectos para as crianças, os

adultos e os professores que assim o necessitem;

• As medidas adotadas para promover a identidade linguística das pessoas surdas;

• As medidas adotadas para garantir que a educação é fornecida em todas as línguas,

modos e meios de comunicação e ambientes adequados para cada indivíduo;

• As medidas adotadas para garantir que os profissionais do sistema de ensino sejam

adequadamente treinados em questões de deficiência, bem como medidas para integrar

pessoas com deficiência na equipe de ensino;

• O número e o percentual de alunos com deficiência no ensino superior;

• O número e o percentual de alunos com deficiência por gênero e por áreas de

estudo;

• Adaptações adequadas e outras medidas adotadas para garantir o acesso à educação

por toda a vida;

• As medidas adotadas pelo Governo brasileiro para identificar precocemente as

pessoas com deficiência e determinar suas necessidades educativas.

Artigo 25 - Saúde

Esse artigo reconhece que as pessoas com deficiência têm direito de desfrutar do

mais elevado nível de saúde possível e dispõe que se deve garantir o acesso das pessoas

com deficiência a serviços de saúde que levem em conta as questões de gênero, incluindo a

reabilitação relacionada com a saúde, em sua comunidade e de forma gratuita.

O Estado brasileiro deverá informar:

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Page 14: Orientações detalhadas para a elaboração do relatório ... · Web viewSegue as orientações da ONU para a elaboração do Relatório de implementação e monitoramento da Convenção

• As medidas legislativas e de outra natureza que protegem contra a discriminação e

garantem às pessoas com deficiência acesso igualitário a serviços de saúde de qualidade,

inclusive no campo da saúde sexual e reprodutiva;

• As medidas adotadas para garantir que as pessoas com deficiência tenham acesso à

reabilitação em saúde na sua comunidade, de forma livre e gratuita;

• Serviços de saúde e programas de detecção precoce e intervenção, se necessário,

para prevenir e minimizar o surgimento de novas deficiências, prestando atenção às

crianças, mulheres e idosos, especialmente nas zonas rurais;

• As medidas legislativas e de outra natureza adotadas para assegurar que o conjunto

de campanhas de saúde pública seja acessível para as pessoas com deficiência;

• As medidas adotadas para informar os médicos e outros profissionais de saúde sobre

os direitos das pessoas com deficiência, especialmente nas zonas rurais;

• As medidas legislativas e de outra natureza adotadas para assegurar o consentimento

livre e esclarecido das pessoas com deficiência na administração de qualquer tratamento de

saúde;

• As medidas legislativas e de outra natureza adotadas para assegurar a proteção

contra a discriminação no acesso aos seguros de saúde e a quaisquer outros tipos de seguro,

quando forem exigidos por lei;

• As medidas adotadas para garantir que os serviços de saúde não apenas existam,

mas sejam totalmente acessíveis;

• As medidas adotadas para melhorar a conscientização e a informação em vários

formatos acessíveis, inclusive em Braille, para a prevenção do HIV / SIDA e da malária.

Artigo 26 - Habilitação e reabilitação

Esse artigo estabelece as medidas para que as pessoas com deficiência possam

alcançar e manter o máximo de autonomia, plena capacidade física, mental, social e

profissional, e a inclusão e participação plenas em todos os aspectos da vida, por meio de

programas abrangentes de habilitação e reabilitação nos âmbitos da saúde, do emprego, da

educação e dos serviços sociais.

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O Estado brasileiro deverá informar:

• Os programas gerais de habilitação e reabilitação para as pessoas com deficiência

nas áreas de saúde, emprego, educação e serviços sociais, incluindo a intervenção precoce,

e a disponibilidade desses serviços e programas nas áreas rurais;

• As medidas adotadas para assegurar que a participação nos serviços e programas de

reabilitação e habilitação seja voluntária;

• A promoção da formação inicial e continuada dos profissionais e do pessoal que

trabalha em programas de habilitação e reabilitação;

• As medidas adotadas para promover a disponibilidade, o conhecimento e a

utilização de dispositivos e tecnologias assistivas, projetados para as pessoas com

deficiência, em atividades de habilitação e reabilitação;

• As medidas adotadas para promover a cooperação internacional no intercâmbio de

tecnologias assistivas, particularmente nos países do terceiro mundo.

Artigo 27 - Trabalho e Emprego

Esse artigo reconhece o direito das pessoas com deficiência de trabalhar e ganhar a

vida em um mercado de trabalho e em um ambiente laboral abertos, inclusivos e acessíveis,

inclusive para as pessoas que adquirem uma deficiência no exercício de sua atividade

profissional.

O Estado brasileiro deverá informar:

• As medidas legislativas adotadas para proteger contra a discriminação em todas as

etapas do trabalho e em qualquer tipo de emprego e para reconhecer o direito das pessoas

com deficiência de trabalhar em pé de igualdade com os demais, incluindo o direito à

igualdade de remuneração por trabalho de igual valor;

• O efeito dos programas e das políticas de emprego especiais destinados a alcançar o

emprego pleno e produtivo das pessoas com deficiência, em conformidade com as alíneas

“a” a “g” do parágrafo 1º do artigo 27;

• O efeito de medidas para facilitar a reinserção das pessoas com deficiência que se

tornam redundantes como resultado da privatização, “downsizing” e reestruturação

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econômica de empresas públicas e privadas, em conformidade com a alínea “e” do

parágrafo 1º do artigo 27;

• A disponibilidade de assistência técnica e financeira para providenciar ajustes

razoáveis, especialmente para promover a criação de cooperativas e de novas empresas com

finalidade de incentivar o empreendedorismo;

• As medidas de ação afirmativa e eficaz para o emprego das pessoas com deficiência

no mercado de trabalho regular;

• As medidas de ação positiva e eficaz para a prevenção do assédio às pessoas com

deficiência no ambiente de trabalho;

• Acesso das pessoas com deficiência, por meio de cotas, ao mercado de trabalho e

aos serviços de formação profissional, incluindo aqueles que promovem o auto-emprego;

• Informações sobre as diferenças significativas que existem na empregabilidade de

homens e mulheres com deficiência e se existem políticas e legislação para eliminar essas

diferenças a fim de promover avanços na empregabilidade das mulheres com deficiência;

• Identificar os grupos mais vulneráveis entre as pessoas com deficiência (incluindo

exemplos) e indicar as políticas e medidas legislativas que existem para sua inclusão no

mercado de trabalho;

• As medidas adotadas para promover os direitos sindicais das pessoas com

deficiência;

• As medidas adotadas para manter empregados e requalificar os trabalhadores com

uma deficiência resultante de um acidente de trabalho que os impeça de desempenhar suas

atividades anteriores;

• Informações sobre o trabalho das pessoas com deficiência no setor informal da

economia nacional e as medidas tomadas para que eles possam sair desse setor, bem como

as medidas adotadas para garantir seu acesso aos serviços básicos e à proteção social;

• Descrição das salvaguardas legais existentes para proteger os trabalhadores com

deficiência de demissão sem justa causa e de trabalho forçado ou compulsório, em

conformidade com o parágrafo 2º do artigo 27;

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• As medidas adotadas para garantir que as pessoas com deficiência que têm

conhecimento profissional e formação técnica sejam providas do apoio necessário para o

ingresso e o re-ingresso no mercado de trabalho, em conformidade com a alínea k do

parágrafo 1º;

• As medidas adotadas para garantir que os alunos com deficiência tenham igual

acesso ao mercado de trabalho formal;

• As medidas adotadas para garantir a existência de diversas modalidades de

emprego, como o trabalho presencial, o trabalho à distância (fora do local de trabalho ou

em casa) e a terceirização, bem como as oportunidades de emprego oferecidas pelas novas

tecnologias de comunicação.

Artigo 28 - Nível de qualidade de vida adequado e proteção social

Esse artigo reconhece o direito das pessoas com deficiência a um padrão adequado

de vida e à proteção social.

O Estado brasileiro deverá informar:

• As medidas adotadas para assegurar às pessoas com deficiência a disponibilidade e

o acesso à água potável, alimentação adequada, vestuário e habitação, dando exemplos;

• As medidas adotadas para assegurar o acesso das pessoas com deficiência aos

serviços, dispositivos e outros tipos de assistência apropriada, a preços acessíveis, incluindo

a disponibilidade de programas que cubram as despesas extras relacionadas com a

deficiência;

• As medidas adotadas para garantir o acesso das pessoas com deficiência,

particularmente mulheres, crianças e idosos, a programas de proteção social e a programas

de redução da pobreza;

• As medidas voltadas para a oferta de programas públicos de habitação e de

programas de aposentadoria com benefícios para pessoas com deficiência;

• As medidas adotadas para o reconhecimento da relação entre pobreza e deficiência.

Artigo 29 - Participação na vida política e pública

Esse artigo garante os direitos políticos das pessoas com deficiência.

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O Estado brasileiro deverá informar:

• A legislação e as medidas de outra natureza que asseguram às pessoas com

deficiência, incluindo pessoas com deficiência mental ou intelectual, seus direitos políticos,

incluindo, se for o caso, as restrições existentes e as medidas tomadas para superá-las;

• As medidas adotadas para garantir o direito de voto de todas as pessoas com

deficiência, sozinhas ou acompanhadas por uma pessoa da sua escolha;

• As medidas adotadas para garantir a plena acessibilidade dos procedimentos, das

instalações e dos materiais da votação;

• Os indicadores que medem o pleno gozo dos direitos das pessoas com deficiência de

participar na vida política e pública;

• O apoio prestado às pessoas com deficiência para a criação e manutenção de

organizações representativas dos seus direitos e interesses em nível local, regional e

nacional.

Artigo 30 - Participação na vida cultural, recreação, lazer e esporte

Esse artigo reconhece o direito das pessoas com deficiência de participar na vida

cultural, desenvolver e utilizar seus potenciais criativos, artísticos e intelectuais; de ter sua

identidade linguística e cultural específica reconhecida e apoiada; bem como de participar

das atividades recreativas, desportivas e de lazer em condições de igualdade com as outras

pessoas

O Estado brasileiro deverá informar:

• As medidas adotadas para reconhecer e promover o direito das pessoas com

deficiência a participar em condições de igualdade com as outras pessoas na vida cultural,

incluindo oportunidades para desenvolver e utilizar seus potenciais criativos, artísticos e

intelectuais;

• As medidas adotadas para garantir que instalações recreativas, culturais, turísticas e

esportivas sejam acessíveis a pessoas com deficiência, tendo em conta as crianças com

deficiência, inclusive por meio da utilização condicionada dos contratos públicos e do

financiamento público;

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• As medidas adotadas para assegurar que as leis de propriedade intelectual não

constituam obstáculo ao acesso das pessoas com deficiência a materiais culturais, incluindo

sua participação em iniciativas internacionais relevantes;

• As medidas adotadas para promover a cultura dos surdos;

• As medidas para apoiar a participação das pessoas com deficiência nos esportes,

incluindo a eliminação de tratamento discriminatório e diferenciado das pessoas com

deficiência na atribuição de prêmios e medalhas;

• As medidas adotadas para garantir que as crianças com deficiência tenham acesso

em igualdade de condições às outras crianças para freqüentar instalações destinadas à

prática de jogos, recreação, lazer e esportes, incluindo aquelas que fazem parte do sistema

escolar.

Seção do relatório sobre a situação especial de meninos, meninas e mulheres com

deficiência

Artigo 6º - Mulheres com deficiência

Embora as questões de gênero devam ser sistematicamente consideradas na

aplicação de todos os artigos, quando for apropriado, com relação a esse artigo em

particular, o relatório deve incluir informações sobre as medidas adotadas pelo Estado

brasileiro para assegurar o pleno desenvolvimento, o avanço e o fortalecimento da mulher,

a fim de garantir o exercício e gozo dos direitos e liberdades fundamentais reconhecidos na

Convenção e a eliminação de todas as formas de discriminação.

O Estado brasileiro deverá informar:

• Se a desigualdade de gênero, no caso das mulheres e meninas com deficiência, é

levada em consideração no âmbito da legislação e das políticas públicas, bem como no

desenvolvimento de programas governamentais;

• Se as meninas e mulheres com deficiência gozam de todos os direitos e liberdades

fundamentais, em pé de igualdade com os homens e meninos com deficiência;

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Page 20: Orientações detalhadas para a elaboração do relatório ... · Web viewSegue as orientações da ONU para a elaboração do Relatório de implementação e monitoramento da Convenção

• Se as meninas e mulheres com deficiência gozam de todos os direitos humanos e

liberdades fundamentais em igualdade de condições com as outras meninas e mulheres sem

deficiência.

Artigo 7º - Crianças com deficiência

O relatório deve incluir informações adicionais, quando necessário, sobre as

medidas adotadas pelo Estado brasileiro para assegurar que as crianças com deficiência

desfrutem plenamente de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais

reconhecidos na Convenção e, em particular, para assegurar que todas as ações relativas às

crianças com deficiência sejam conformes ao melhor interesse da criança.

O Estado brasileiro deverá informar:

• Os princípios que sustentam a tomada de decisões em relação aos meninos e às

meninas com deficiência;

• Se os meninos e as meninas com deficiência podem expressar suas opiniões

livremente sobre todas as questões que os afetam, recebendo assistência adequada,

proporcional à sua idade e tipo de deficiência, para o exercício deste direito;

• As diferenças relevantes na situação dos meninos e das meninas com deficiência;

• Se as crianças com deficiência são consideradas titulares de direitos em condições

equivalentes às das outras crianças.

Secção do relatório relativo às obrigações específicas

Artigo 31 - A coleta de dados e estatísticas

Esse artigo regulamenta o processo de coleta de dados por parte do Governo

brasileiro.

O Estado brasileiro deverá informar:

• As medidas adotadas para recolher informações adequadas de forma desagregada,

incluindo dados estatísticos e de pesquisa, que permitam formular e implementar políticas

para dar cumprimento à Convenção respeitando os direitos humanos e as liberdades

fundamentais, os princípios éticos, as garantias legais, a proteção dos dados, a

confidencialidade e a privacidade;

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• A divulgação destas estatísticas e as medidas adotadas para que sejam acessíveis às

pessoas com deficiência;

• As medidas adotadas para garantir a plena participação das pessoas com deficiência

no processo de coleta de dados e de pesquisa;

Artigo 32 - A cooperação internacional

Esse artigo reconhece a importância da cooperação internacional promovida pelo

Estado em apoio aos esforços nacionais para a concretização da finalidade e dos objetivos

da Convenção.

O Estado brasileiro, como doador ou receptor de cooperação internacional, deverá

informar:

• As medidas adotadas para assegurar que a cooperação internacional seja inclusiva e

acessível às pessoas com deficiência;

• As medidas adotadas para garantir que os fundos dos doadores sejam utilizados de

forma adequada pelos países beneficiários (incluindo exemplos, números e percentagens de

projetos bem-sucedidos de financiamento com fins específicos);

• Programas e projetos dirigidos especificamente para as pessoas com deficiência e

porcentagem do orçamento total atribuído a eles;

• As medidas de ação afirmativa para a inclusão dos grupos mais vulneráveis das

pessoas com deficiência, tais como mulheres, crianças, etc;

• O grau de participação das pessoas com deficiência na concepção, desenvolvimento

e avaliação de programas e projetos;

• O grau em que programas e projetos gerais elaborados incorporam medidas voltadas

para as pessoas com deficiência;

• As medidas adotadas para incentivar e apoiar o desenvolvimento de capacidades,

inclusive por meio de intercâmbio e troca de informações, experiências, programas de

capacitação e melhores práticas;

• Se as políticas e os programas relativos aos Objetivos de Desenvolvimento do

Milênio levam em conta os direitos das pessoas com deficiência;

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• A elaboração, a execução e a eficácia dos programas de intercâmbio de

conhecimentos técnicos e proficiência em matéria de assistência a pessoas com deficiência.

Artigo 33 - Implementação nacional e seu monitoramento

Esse artigo regula a implementação da Convenção em nível nacional e seu

monitoramento.

O Estado brasileiro deverá informar:

• Medidas adotadas para designar um ou mais organismos governamentais

encarregados das questões relativas à implementação da Convenção, considerando

devidamente a possibilidade de estabelecer ou designar dentro do governo um mecanismo

de coordenação que seja responsável por facilitar a adoção de medidas em diferentes

setores e em níveis distintos;

• O estabelecimento de marco legal e institucional, incluindo um ou mais mecanismos

independentes, conforme apropriado, e as medidas tomadas para promover, proteger e

monitorar a implementação da Convenção, tendo em conta os princípios relativos ao status

jurídico e funcionamento das instituições nacionais de promoção e proteção dos direitos

humanos;

• As medidas adotadas para garantir que a sociedade civil, especialmente as pessoas

com deficiência e suas organizações representativas, incluindo as que trabalham com a

perspectiva de gênero, participem do processo de acompanhamento e elaboração do

relatório;

• A integração das questões da deficiência na agenda de todos os órgãos

governamentais para que os diferentes departamentos estejam igualmente informados sobre

os direitos das pessoas com deficiência e possam ajudar a promovê-los;

• O funcionamento dos departamentos governamentais e seus programas e funções

em relação às pessoas com deficiência;

• Dotações orçamentárias destinadas à implementação da Convenção em nível

nacional e ao seu monitoramento.

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